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955221-6)/MG
EMENTA-VOTO
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aproveitamento, em Regime próprio, de tempo de serviço público celetista referente a emprego público que foi convolado em cargo
público, com a previsão de compensação financeira, não se subsumindo o presente caso à hipótese prevista no art. 96, II, da Lei
8.213/91. (TRF4, EINF 2007.70.09.001928-0, TERCEIRA SEÇÃO, Relator para Acórdão RICARDO TEIXEIRA DO VALLE
PEREIRA, D.E. 28/01/2013) Dessa forma, proponho que seja uniformizado o entendimento de que não há vedação ao cômputo, em
ambos os regimes (geral e próprio), respectivamente, de atividades concomitantes vinculadas ao RGPS, quando uma delas for
posteriormente, por transformação do emprego em cargo, vinculada ao RPPS e nele aproveitada. O acórdão recorrido está em
consonância com a uniformização proposta, impondo-se o desprovimento do incidente de uniformização. Pelo exposto, CONHEÇO
E NEGO PROVIMENTO ao pedido de uniformização.Após o voto do Juiz Relator não conhecendo do incidente, pediu vista,
antecipadamente, a Juíza Federal LUISA GAMBA (Sessão de 30.03.2017). Prosseguindo o julgamento, a Turma, por maioria,
conheceu do incidente de uniformização e lhe negou provimento nos termos do voto do(a) Juiz(a) Federal LUISA GAMBA que
lavrará o acórdão. Vencido o(a) Juiz(a) Relator(a), que não conhecia do incidente. (PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE
INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 05175145920144058400, JUÍZA FEDERAL LUISA HICKEL GAMBA, DJE
19/10/2017.)
Há no caso a particularidade de que o autor é médico, logo, profissional da saúde, que pode
acumular cargo/emprego público (alínea ‘c’ do inc. XVI do art. 37 da CF/88). Há aqui uma
exceção ao princípio da unicidade de filiação, a ensejar que um mesmo tempo conte para mais
de um regime. O §12 do art. 130 do Decreto 3.048/99 prevê ser “vedada a contagem de tempo
de contribuição de atividade privada com a do serviço público ou de mais de uma atividade no
serviço público, quando concomitantes, ressalvados os casos de acumulação de cargos ou
empregos públicos admitidos pela Constituição”. A jurisprudência interpreta este §12 como
um reforço à tese da possibilidade de certidão fracionada de tempo concomitante. Na
condição de médico do município e da fundação, o autor contribuiu para o regime geral
porque não existiam à época os regimes próprios correspondentes. Se os regimes fossem
próprios desde o início, havendo contribuições para os dois regimes, não haveria dúvidas de
que teria direito a duas aposentadorias.
Ressalvando meu entendimento pessoal, que coincide com a premissa lógica adotada pelo
INSS (Lei 9.796/99), cabe seguir a jurisprudência.
Conclusão: diante do exposto, dou provimento ao incidente do autor para julgar procedente
o pedido da inicial, revigorando-se a sentença de primeiro grau.
ACÓRDÃO