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VITRINE

BÍBLIA E TRADIÇÃO
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A traição do Companheiro
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O  grau de Companheiro, na tradição maçônica, é o chamado grau da traição. Isso carrijo
porque foram três Companheiros que assassinaram o Mestre Hiram, o arquiteto do R$25,00
Templo de Salomão e protótipo do maçom perfeito.  O porque desse crime nunca foi
bem explicado pelos exegetas das tradições maçônicas. São muitas as interpretações Devaneios Poéticos
que buscam a explicação para esse curioso drama que marca a passagem do Rosa Righetto
companehiro para mestre. Uma delas é aquela extraída da tradição da Cabala, e R$27,00
envolve a chamada familia de Cain, que segundo aquela antiga tradição mística
judaica, é uma metáfora que significa o conflito existente entre o bem e o mal,
Um Pouquinho
plantado na alma humana quando ocorreu a rebelião dos anjos, liderada pelo Arcanjo
ESGOTADO
Lúcifer.
Renata Rimet
Na Loja de Companheiros todos já ouviram o nome Tubalcain. É uma palavra de passe. EUR5,00
Na Bíblia esse nome corresponde a um tataraneto de Cain, filho do patriarca Lamec.
Ele é tido como sendo um grande artesão das artes metalúgicas. Por isso, na tradição Amor, mar aberto para o
maçônica mais antiaga ( dos maçons operativos) Tubalcain é o representante de todos infinito
aqueles que trabalham com as mãos e Hiram o representante daqueles que trabalham Solange Galeano
com o intelecto. Hiram simboliza também o comando, enquanto Tubalcain é o R$14,00
operário. Um representa a técnica, outro a ciência. Dessa forma,  a querela entre o
Papéis ao Vento
Mestre do comando e os Mestres da execução, que acabou se transformando em
Silas Santos
tragédia, com o assassinato do primeiro pelos segundos, reflete o conflito entre o R$15,00
Criador e seus Demiurgos (ou espíritos delegados, na tradição gnóstica).
Na tradição gnóstica, Deus “pensa” o universo e seus Demiurgos o constroem. A dado Como anunciar nesta vitrine?
momento esses “anjos de luz” tornam-se rebeldes e passam a reivindicar do Criador
uma posição semelhante á dele. Essa é a Rebelião de Lúcifer, a que se refere a Bíblia.
É  um conflito que está presente em praticamente todas as tradições religiosas dos
povos antigos. Esse foi o conteúdo trabalhado na alegoria do Mestre Hiram, e explica
seu assassinato pelos Jubelos. Esse é, na verdade, o segredo do grau de Companheiro.

Segundo a compilação feita por Ambelain, esse conto cabalístico seria  o verdadeiro
significado da Lenda de Hiram, o fundidor das colunas do Templo do Rei Salomão. Na
verdade essa era uma lenda divulgada pelos cainitas,seita cristã gnóstica do século IV
da nossa era,  que foi montada a partir de uma interpretação cabalística dos textos
bíblicos. Cremos ter sido essa alegoria que os chamados “maçons aceitos”, de origem
rosacruciana, adaptaram para os rituais maçônicos de elevação ao  terceiro grau
simbólico. É no desdobramento dessa lenda que se assentam o simbolismo que faz de
Hiram, o Mestre assassinado e regenerado em cada maçom que é exaltado á mestria, o
ponto central da escatologia maçônica.
ponto central da escatologia maçônica.
É, portanto, uma lenda que cheira, claramente á heresia, tendo em vista as tradições
bíblicas que fazem de Cain um assassino, um símbolo do crime e do mal. Nela, ao
contrário, Cain aparece como arauto da ciência, do saber, do conhecimento, e Adonai,
o Senhor, nas tradições bíblicas, é, na verdade, inimigo do homem, pois quer mantê-los
nas trevas da ignorância.
O nome de Hiram, nas tradições cainitas,  está conectado com a ciência, com o
conhecimento dos segredos da natureza, com a energia que transforma os metais. Ele
conhece, domina o fogo, transmuta os elementos. É uma lenda que serve tanto ás
tradições alquímicas, cuja obra consiste na obtenção da pedra filosofal, sintetizando o
processo pelo qual a natureza produz os elementos químicos, como á Cabala, prática
esotérica que busca o segredo do universo através da síntese do número, (que
corresponde ao Verdadeiro Nome de Deus); serve também ás tradições iniciáticas
antigas, que procuram a integração dessa energia numa união final com Deus, o
Principio Criador do universo; por fim, atende igualmente aos próprios anseios dos
filósofos iluministas, religiosos ou não, que acreditavam na construção de uma
sociedade justa e perfeita através de uma educação orientada para a prática das
virtudes éticas e morais, já que para isso, era preciso criar um espírito novo, livre de
preconceitos, dogmas e vícios deformadores do caráter humano( um renascimento
cultural).
Tudo isso equivalia a uma “depuração” da alma pelos mesmos processos utilizados
pelas sociedades iniciáticas. Os “homens novos” que dái resultariam ergueriam
“templos á virtude e cavariam masmorras ao vicio”, construindo uma sociedade ideal,
semelhante ás utopias sonhadas pelos filósofos.

OS JUBELOS

A lenda diz que surgiram três Companheiros invejosos e ambiciosos, que á força,
quiseram arrancar de Hiram a palavra misteriosa que só os Mestres sabiam. Seus
nomes eram Jubelo, Jubelas e Jubelum, claramente corruptelas dos nomes Jubal e
Jabel, irmãos de Tubalcain, segundo a Bíblia. Eles trabalhavam como operários de
segunda classe no Templo de Salomão.  Pretendiam  ascender ao mestrado na
arquitetura sem ter cumprido os trabalhos e provas necessários para essa
elevação.  Assim, tentaram  conquistar  pela violência aquilo que só o mérito lhes
poderia conferir. Emboscando o Mestre, cercando as três portas do Templo, os Jubelos
exigem que o Mestre lhes dê a Palavra Sagrada. Hiram nega-se e tenta escapar. Com os
instrumentos de trabalho, a régua de ferro, o esquadro e o malho, os Jubelos ferem o
Mestre, sucessivamente, na garganta (calando-lhe a voz), no peito, (ofendendo-lhe o
coração), e na cabeça, ( destruindo-lhe a razão).
Após o crime tratam de fazer desaparecer o cadáver. Levam-no para o Monte Líbano e
o enterram, fugindo depois, temerosos da conseqüência do seu ato. Salomão, notando a
falta do seu arquiteto - chefe, envia três Mestres á sua procura. Nada encontrando,
despacha outros nove, os quais topam com um local onde a terra tinha sido
recentemente removida. Desconfiados, começam a remover a terra e logo encontram
ali enterrado o corpo do Mestre Hiram. Marcam o local com um ramo de acácia e
retornam para avisar o Rei Salomão. Trazido o corpo para o canteiro de obras do
Templo, Salomão e seus Mestres lhe prestam as devidas homenagens e o fazem
sepultar com as cerimônias ritualísticas apropriadas.

O termo Jubelos, como se disse, é uma designação que provavelmente foi inspirada nos
descendentes de Cain, citados na Biblia, Jubal e Jabel, como já se disse anteriormente.
Não conhecemos nenhuma outra tradição ligada a esses nomes, razão pela qual só
podemos deduzir que tal  inspiração só pode ser proveniente de associações com os
personagens acima citados, que aparecem na variante gnóstica da Lenda de Hiram.
O significado esotérico desse crime é aquele já referido, inspirado no Sepher-A-Zhoar.
Os Jubelos são os rebeldes que se julgam os verdadeiros construtores, e querem, a todo
custo ser ombreados aos seus superiores. Representam, simbolicamente, a Rebelião de
Lúcifer, já que este, segundo a tradição cabalística, rebelou-se contra o Senhor porque
queria que lhe fosse reconhecido o status de construtor,dado aos  arcanjos chefiados
por Miguel, mas não ao seu grupo.(1) Assim, na tradição maçônica, esses anjos
rebeldes, que deram origem á estirpe de Cain, só poderão ser redimidos através do
processo escatológico que representa o Drama de Hiram.
 
Mais importante que a interpretação esotérica desse drama, porém, é o significado
moral dessa alegoria.O assassinato do Mestre Hiram simboliza a morte do homem pela
violência e a ignorância dos tiranos. Com efeito, implantada a tirania, a primeira
violência que se pratica contra o amante da liberdade é calar a sua voz, impedindo que
ele se expresse. Depois, violenta-se-lhe o coração, ferindo- lhe os sentimentos,
procurando destruir sua honra, seu nome, sua família, sua auto-estima, ao mesmo
tempo que se lhe retira todo tipo de liberdade; por fim silenciam-no totalmente, ou
pela ameaça da eliminação física, ou pelo próprio cumprimento da ameaça. Esse é o
golpe fatal, na cabeça, que tira para sempre a razão, embora, como o Hiram da lenda, o
homem assim violentado sempre ressurja, muito mais forte na razão que defendeu e
no exemplo que deixou. Nessa alegoria está o cerne do catecismo maçônico, como o
quiseram figurar seus elaboradores, egressos que eram de uma era de obscurantismo,
quiseram figurar seus elaboradores, egressos que eram de uma era de obscurantismo,
tirania e violência contra o espírito humano.
Esse episódio foi desenvolvido principalmente no catecismo preparado por Samuel
Pritchard, denominado Massonry Dissected,de 1730. Ali se diz que o Templo de
Salomão foi construído em sete anos e meio, mas seu remate foi perturbado pelo
infausto acontecimento que foi a morte violenta do Mestre Hiram Abiff, o qual foi
enterrado no interior da Loja, perto do templo. Essa lenda consta também dos
Primeiros Catecismos Maçônicos já de uma maneira mais detalhada. 
                                                 
                                                 A TEORIA DAS GUNAS

Uma outra analogia que pode ser feita com relação aos Jubelos e a morte do Mestre
Hiram é a teoria védica das gunas. Literalmente, guna significa corda, e pode ser
entendida como os modos pelos quais a psique humana é construída, em cada
encarnação, para amarrar-nos á matéria.
Existem três gunas, ou cordas, que nos prendem ao mundo de maya (a matéria). São
elas a Sattva (a guna da bondade), a Rajas (a guna da paixão) e a Tamas ( a guna da
ignorância). O quanto estamos amarrados a uma delas é ditado pelo nosso modo de
viver nas encarnações anteriores. Assim, um homem de vida dissoluta, entregue á
preguiça, ás drogas, enfim, um homem de escasso desenvolvimento espiritual está
amarrado ao modo de Tamas, a guna da ignorância. Por sua vez, um homem amarado
á materia pela guna Rajas é um homem que só vive pelas paixões, pelo desfrute, pelos
prazeres materiais. Todavia, o homem nessa condição já apresenta um certo
desenvolvimento espiritual, pois a ânsia pelos prazeres, pelo reconhecimento, pelas
riquezas, pelo prestigio social, despertam nele uma preocupação com a própria honra,
com a aquisição de um certo refinamento intelectual, uma certa educação etc. Essa
preocupação, se devidamente desenvolvida e orientada, possibilitará que ele renasça
ao modo de Sattva, que é o modo da bondade, do conhecimento, da busca da elevação
espiritual. Essa é a ultima etapa do desenvolvimento humano, porém não garante uma
superação do processo kármico. O homem Sattva, se acreditar que atingiu um estágio
de perfeição pode tornar-se por demais arrogante e pretencioso e, ao invés da
superação natural que essa fase proporciona, involuir.
Ultrapassadas, entretanto, essas três etapas, o homem poderá iniciar o seu processo de
purificação definitiva, livrando-se da Sansara, que é o longo processo de nascimentos e
mortes, ou repetidas transmigações de um corpo para outro, a que a jiva (mente) é
submetida no seu processo de desenvolvimento.

A analogia da teoria das gunas com o simbolismo dos três Jubelos da Lenda de Hiram é
que, no processo de desenvolvimento do espírito humano, as três gunas tem sido
consideradas os três traidores do homem. A submissão da alma humana a uma delas a
condena sempre a um nascimento em condição inferior. Ó objetivo de toda e qualquer
disciplina de aperfeiçoamento espiritual deve ser a superação dessas três modalidades
de gunas, transcendendo-as, liberando a mente de suas influências, para poder elevar-
se acima das fatalidades kármicas. Note-se que o desenvolvimento do Drama de Hiram
nos graus superiores do Rito Escocês tem justamente essa finalidade. Procura-se
primeiro o reconhecimento da própria morte da “consciência”, representada pelo
Mestre Hiram, depois busca-se descobrir, prender e justiçar seus assassinos, para,
somente após sua destruição, adquirir a sabedoria que liberta. E ai, de posse da Gnose
libertadora, está o irmão apto a procurar a Palavra Perdida, chave da vida e do
conhecimento.

........................................................................................................................................
(1) Na tradição da Cabala, cada classe de anjo tem uma função na construção do
universo.

ESTE TEXTO FOI PUBLICADO NO LIVRO "CONHECENDO A ARTE REAL", PUBLICADO


PELA MADRAS ED. SÃO PAULO, 2007.

João Anatalino

Enviado por João Anatalino em 13/04/2010


Reeditado em 14/04/2010
Código do texto: T2194784
Classificação de conteúdo: seguro

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Comentários

28/11/2016 17:10 - Sérgio Veiga [não autenticado]


Procurando um material para uma exaltação que vou fazer hoje, me deparei com esse excelente
material bem interessante. Parabéns que o G.'.A.'.D.'.U.'. sempre o ilumine.

09/05/2015 22:11 - cardoso [não autenticado]

Boa noite meu irm.'. excelente postagem... CComp.'. e tudo traíra...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk só para
descontrair ( brincadeira ) um T.'.F.'.A.'.

26/07/2013 13:59 - Christopher araujo [não autenticado]

Maravilha de leitura,muito exclarecedora!!!

25/11/2011 10:39 - alex moura [não autenticado]

BOM DIA JOÃO ANATALINO, SOU COMPANHEIRO MAÇOM E SEU TEXTO MUITO ME ACRESCENTOU
NO ESTUDO DO MEU GRAU, MUITO OBRIGADO, ABRAÇO.

20/10/2011 23:24 - Abel [não autenticado]

O que acontece com um MAÇON que violenta e abusa sexualmente de crianças filhas de outro
maçon? Os Pais da criança violentada denunciam ou são obrigados a calarem-se paa protegerem o
irmão ocultando o crime.

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