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Disciplina: Psicopatologia I

EXERCÍCIO AVALIATIVO Nº 2

Qual a hipótese diagnóstica dos casos abaixo? Justifique sua resposta com o maior
nº de critérios preenchidos, especificadores, associando-os aos trechos
correspondentes da vinheta.

CASO 1
Danusa, 54 anos, casada, chega para uma avaliação psicológica queixando-se de
taquicardia, tontura, sudorese, falta de ar, sensação de morte iminente, tremores,
medo de perder o controle, dificuldade para dormir, falta de concentração. Com o
tempo, foi deixando de sair de casa, pois nunca sabia quando ia se sentir mal outra
vez. Esses momentos de mal estar acontecem em média 3 vezes por semana, há
aproximadamente 4 meses. A paciente consultou com um clínico geral, que lhe
receitou um relaxante muscular; alguns sintomas aliviaram, mas não
desapareceram, e outros permaneceram na mesma intensidade. A irmã de Danusa
insistiu para que ela buscasse apoio psicológico e a trouxe para a sessão. A família
está passando por dificuldades financeiras devido à demissão do marido.

CASO 2

Júlio, 63 anos, viúvo, residindo só, foi trazido pelo filho para consultar, queixando-
se de cansaço diário, falta de interesse pelas coisas, a ponto de descuidar até da
higiene pessoal, falta de apetite, sono em demasia, dificuldade em se concentrar
por se sentir “aéreo”(sic). Mudou todos os móveis do apartamento de lugar e disse
que foi sugestão da zeladora do prédio, uma das quatro “vadias” (sic) com quem
está transando, já que tem “potência pra dar e vender” (sic) . O filho ficou chocado
com este comentário, pois segundo ele, o pai sempre foi um homem discreto. Júlio
manifestou outra mudança de comportamento há mais ou menos 10 anos, quando
a esposa ainda era viva; na ocasião, evidenciou uma crescente irritabilidade,
chegando a agredi-la fisicamente algumas vezes. Também arrumou briga com a
vizinhança e recebeu advertências do síndico. Fez dívidas por causa das idas
frequentes ao bingo. Seu chefe na época encaminhou-o para o médico da empresa,
que o afastou do trabalho por estresse, e lhe receitou rivotril. Depois de 3 meses
retornou, por já estar se sentindo melhor.

CASO 3

Denis, 14 anos, é trazido ao setor de emergência psiquiátrica depois de ser


encontrado no porão de casa pela mãe, em pleno horário de aula; ela recebeu um
telefonema da escola informando que ele não comparecia às aulas há 1 semana.
Quando a mãe se deparou com o filho, ele alegou que tinha um ótimo motivo para
as faltas, pois estava trabalhando num projeto para fazer os carros se locomoverem
pelo ar. Ele contou também que convidou um amigo para desenvolver essa ideia
bombástica, que ficariam ricos e famosos, só que o amigo fez pouco caso, zombou
dele; por isso brigaram e Denis lhe deu um soco. O entusiasmo do filho era
evidente; ele falava depressa, parecia muito ansioso. O pai foi chamado e este se
deu conta que o filho vinha dormindo pouco nos últimos dias, que ficava
madrugada a dentro no computador, e que quase não se alimentava. Denis revelou
ao médico que o vizinho estava espionando sua descoberta, a mando da CIA.

CASO 4

Noilves, 34 anos, ensino superior completo, queixa-se de "tremeliques" há 20 anos,


em várias situações cotidianas: tremor intenso, medo e sensação de incapacidade
de realizar tarefas cotidianas simples (como pagar contas no comércio) ou mais
complexas (como participar de reuniões profissionais). Aos 12-13 anos percebia-
se "nervosa" ao realizar tarefas: ir ao comércio, entregar algum objeto, proceder a
pagamentos ou conversar com as pessoas que visitavam a sua casa. "Meu pavor
era tanto que comecei a me recusar; não ia a lugar nenhum, praticamente" (SIC).
Os sintomas da paciente intensificaram-se na faculdade, comprometendo seus
rendimentos escolares. “Não podia fugir do seminário de fim de semestre, valia
60% da nota. Foi o pior da minha vida escolar: angustiada, esperando. No dia,
tomei vários lexotan e atenol. Apresentei sentada na mesa do professor de tanto
que tremia, mas consegui subir no tablado e abrir a boca. À noite, ao deitar, tive
um mal-estar esquisito: meu corpo ficou dormente, não conseguia mover um
músculo. Morava sozinha... senti medo.” (SIC)
Sua amiga havia então "descoberto o propranolol" (SIC); a paciente usou e o
considerou "fantástico" (SIC). Embora temendo efeitos adversos, passou a tomar
propranolol para enfrentar qualquer que fosse a situação, mesmo em ocasiões
imprevistas: “Engolia a seco mesmo, se não tivesse nada líquido. Tem um gosto
horroroso. Não importava se o tempo era curto para o remédio agir. Não existe
noção, paladar... Nada parece viável e sensato quando penso no que sinto quando
entro em pânico. Nada é pior que algo que anula completamente minha
racionalidade, meu controle sobre meu corpo.” (SIC). Por seis anos, Noilves
manteve esse padrão de uso do medicamento, pois imaginava que poderia ser
escalada de última hora para apresentar seu trabalho aos colegas e à chefia (o que,
na prática, ocorre uma ou duas vezes por mês). A dose habitual foi de 80mg/d,
mas, sendo mais provável uma apresentação pública ou diante de superiores
hierárquicos importantes, tomava até 320 mg/d.

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