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O Misterio Dos Circulos Ingleses Codigo LIV-012 PDF
O Misterio Dos Circulos Ingleses Codigo LIV-012 PDF
www.ufo.com.br
Wallacy Albino
ISBN 85-87362-13-5
CDD 001.942
Nenhuma parte desta obra, incluindo suas artes e fotos, poderá ser reproduzida ou
transmitida através de quaisquer meios eletrônicos, mecânicos, digitais ou outros que venham
ainda a ser criados, sem a permissão expressa e conjunta do autor e do editor.
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Wallacy Albino
www.ufo.com.br
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Dedicatória
Dedico esse livro ao meu querido e inesquecível pai,
Rivaldo Fidalgo Albino (1936-1990), que deixou muitas saudades
após sua partida. E a todos os meus familiares e amigos,
que me incentivam a continuar com minhas pesquisas
na tentativa de desvendar os inúmeros mistérios
existentes em nosso Universo...
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
W
allacy Albino nasceu em 08 de novembro de 1968, na cidade de
Santos (SP). Seu interesse por Ufologia começou com dois avista-
mentos no início da década de 80. Em 1985, fundou o Grupo de
Estudos Ufológicos de Santos (Geufos), que manteve intensas pesquisas
no litoral paulista e no Vale do Paraíba, encerrando suas atividades dois
anos mais tarde. Em 1994, foi diretor-geral do Grupo Ufológico do Guarujá
(GUG), exercendo o cargo até 1999. Dois anos depois, Wallacy participou das
investigações do Caso Varginha, no sul de Minas Gerais, ocorrido em 1996 e
considerado uma das principais ocorrências ufológicas do Brasil.
Em 1997, realizou diversas pesquisas no Caribe, considerado um local de
intensa atividade ufológica. Em seguida, foi o principal pesquisador dos casos
relacionados com os ataques do Chupacabras na região do litoral paulista.
Foi também o primeiro ufólogo brasileiro a pesquisar a intensa casuística no
arquipélago de Fernando de Noronha (PE). Já em 1999, integrou o Instituto
Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA), exercendo o
cargo de diretor de pesquisas. Atualmente, Wallacy faz parte do seleto grupo
de consultores da Revista UFO e é presidente do Grupo de Estudos Ufológicos
da Baixada Santista (GEUBS), fundado em 2000, hoje uma das entidades do
gênero mais atuantes no Brasil.
Durante este período, editou o informativo Hangar 18, produziu e
apresentou na cidade do Guarujá o programa semanal Contato UFO, de
rádio e tevê, além de ter realizado pesquisas
de campo e vigílias noturnas. É produtor, em
parceria com a empresa Zetek Software Ltda.,
do CD-ROM Contato UFO, o mais completo
sobre Ufologia já lançado em português, além
de criador do Prêmio Cindacta, que homena-
geia os melhores trabalhos ufológicos desen-
volvidos no Brasil. Desde 1998, é o diretor
regional da entidade norte-americana Mutual
UFO Network (MUFON) em toda a extensão
do litoral do Estado de São Paulo.
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Wallacy Albino
Endereço do autor:
R. Manoel Fernandes Jr, 157
Vila Maia, Jardim Ideal
11410-110 Guarujá (SP)
wallacyalbino@uol.com.br
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Agradecimentos do autor
G
ostaria de fazer inúmeros agradecimentos a pessoas e instituições que
me ajudaram a elaborar esta obra. Entre eles, o pesquisador e amigo
A. J. Gevaerd, pela publicação deste livro na Coleção Biblioteca UFO, e
à Revista UFO, pela coragem de manter esta árdua batalha em prol da
divulgação da Ufologia em nosso país.
Reconheço as contribuições recebidas e agradeço aos pesquisadores Aldo
Novak, Alexandre Gutierrez, Antonio Faleiro, Arismaris Dias, Atílio Coelho, Carlos
Machado, Carlos Reis, Claudeir Covo, Dino Nascimento, Edson Boaventura,
Eustáquio Patounas, Francisco Varanda, Jamil Vila Nova, Jefferson Martinho,
José Estevão de Morais, José Ricardo Dutra, Josef David, Júlio Goudard, Luciano
Stancka e Silva, Marco Petit, Marco Túlio Chagas, Marcos Silva (†), Mario Rangel,
Philipe David, Rafael Cury, Renato Azevedo, Ricardo Varela, Roberto Beck,
Rodolfo Heltai, Thiago Ticchetti, Ubirajara Rodrigues, Vanderlei D’Agostino,
Walter de Oliveira. E a todos os incansáveis ufólogos brasileiros. Agradeço
também a Marcos e Martha Malvezzi Leal, pela laboriosa tradução de textos.
Entre os estudiosos internacionais que ajudaram e inspiraram minha
jornada, que resultou na presente obra, um merece especial citação: o brilhante
ufólogo britânico Colin Andrews, por continuar pesquisando e divulgando o
fenômeno dos círculos ingleses em todo o mundo.
Igualmente, também desejo agradecer toda a colaboração recebida do
Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA), do
qual, com muita honra, faço parte, e a todos os grupos de Ufologia do Brasil,
que mesmo sem qualquer tipo de ajuda financeira continuam pesquisando
e divulgando o Fenômeno UFO. Continuem na luta!
Em especial, agradeço o apoio que recebi de toda equipe do Grupo de
Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS): André Albino, Cláudio
Beltrame Monteiro, Homero Juliano Filho, Jamil Vila Nova, Karina Batista,
Marcelo de Araújo Barros, Marcos Guimarães Salgado, Renato Martins,
Renato Oliveira, Roberto Luiz Rabelo, Rodrigo Branco e Tatiana Corrales.
Desejo a todos muito sucesso nessa nossa jornada.
Por fim, agradeço a minha querida Juliana Seito Menks, a melhor de
todas as minhas descobertas!
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
A
coleção Biblioteca UFO é uma iniciativa inédita em nosso país, que
surgiu em 1998 com o objetivo primordial de ser uma série produzida
majoritariamente pelos ufólogos brasileiros que realmente constroem
esta disciplina e a mantêm firme no país, e por selecionados autores estran-
geiros. A coleção veicula obras que visam abastecer a Comunidade Ufológica
Brasileira com informações profundas e atuais, tão escassas hoje em dia,
sobre o chamado Fenômeno UFO. Para tanto, adota como principal critério
de seleção de seus autores não sua fama ou prestígio, mas a qualidade e im-
portância de sua pesquisa. São escolhidos aqueles cujos trabalhos constituem
verdadeira contribuição ao entendimento da questão ufológica, independente
de serem conhecidos ou renomados.
Os mais variados temas ufológicos têm sido tratados regularmente nas obras
da série, desde o fenômeno das abduções até a casuística avançada, nacional e
mundial, e a presença de extraterrestres em nosso folclore. Este foi, a propósito,
seu livro inicial, O Povo do Espaço, de Paulo Carvalho Neto. Em 1998, ele já
mostrava que casos ufológicos mal interpretados foram incorporados por
nossos antepassados às suas crenças. Quatro anos depois, Antonio Faleiro
aprofundou tal debate ao publicar UFOs no Brasil: Misteriosos e Milenares.
Com uma diferença: Faleiro vai mais fundo na questão casuística, especialmente
por ter protagonizado vários contatos com nossos visitantes.
Temas exóticos, como a origem da raça humana, seu relacionamento com
seres espaciais e a captura de alienígenas em
nosso país, também já foram tratados em nos-
sos livros. No primeiro caso, Terra: Laboratório
Biológico Extraterrestre, de Marco Petit, tratou de
um dos maiores questionamentos da Ufologia:
somos descendentes de ETs? No segundo, O
Caso Varginha, de Ubirajara Franco Rodrigues,
apresentou-se em detalhes o caso de maior
repercussão de que se tem notícia atualmen-
te, envolvendo a captura de estranhas criaturas
em nosso país. Raptos de seres humanos e sua
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
tado tado
Esgo Esgo
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Sumário
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
“perder
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem
o bem que poderíamos conquistar,
se não fosse o medo de tentar
”
— William Shakespeare
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Prefácio Convidado
Um Enigma a ser
Desvendado
“Tente mover o mundo. O primeiro
passo será mover a si mesmo”.
— Platão
Rafael Cury
I
nicialmente, gostaria de parabenizar toda a Equipe UFO pela
grande contribuição que vem prestando à pesquisa ufoló-
gica brasileira e internacional. Através dos vários títulos pu-
blicados, temos a oportunidade de conhecer melhor o traba-
lho de importantes nomes da Ufologia, dentre eles Wallacy
Albino. Recebi com grande orgulho seu convite para prefaciar
este livro, já que tenho acompanhado sua trajetória nesta área
há muito tempo, através de suas inúmeras realizações. Fui,
inclusive, um dos incentivadores na criação do Grupo de Es-
tudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), um dos mais
expressivos da Comunidade Ufológica Brasileira. Após tantos
anos, fico feliz ao ver que Wallacy e sua equipe estão fazendo
história na Ufologia.
Destaco aqui os importantes eventos criados e reali-
zados pelo grupo, como o Simpósio Ufológico da Baixada
Santista, que está em sua terceira edição, o Encontro Ufo-
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Cortesia do Autor
O fenômeno dos
círculos espanta
até mesmo
os céticos,
devido a sua
complexidade e
geometria
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Prefácio do Autor
Um Fenômeno que
Ninguém Explica
“O pensamento só começa quando
há sinais de dúvidas”.
— Roger Martin
E
m meados de 1990, conheci o maravilhoso mistério que
estava ocorrendo na região sul da Inglaterra. Desde en-
tão, acompanhei e cataloguei as formações que vinham
surgindo a cada ano naquele país, colecionando materiais
através de revistas importadas ou de sites, criando um acervo
fotográfico das principais formações da última década. Tam-
bém reuni documentários lançados em vídeo e alguns livros.
Nos meus 15 anos de pesquisas ufológicas, esse mistério é o
que mais me intriga.
Quanto maior a ânsia por respostas, mais indecifrável
o fenômeno se torna. Acredito que se trate de mensagens
alienígenas, transcritas de maneira assustadoramente bela.
As imagens reproduzidas nos campos são construídas de
forma simetricamente perfeita, os caules são dobrados e
entrelaçados harmonicamente, sendo que algumas vezes
chegam a ter efeito tridimensional, quando observados de
grandes altitudes. Mas como não podia deixar de ser, este
fenômeno gera muitas perguntas e quase nenhuma resposta.
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Cortesia do Autor
A complexidade
dos círculos tem
aumentado
a cada ano,
indicando
claramente
que se tratam
de sinais
inteligentes
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Introdução
Incansável Busca
por Respostas
“Se não existe vida fora da Terra, então o Universo
é um grande desperdício de espaço”.
— Carl Sagan
R
aros foram os dias do verão europeu em que não surgi-
ram relatos de fazendeiros indignados, cujas plantações
tinham sido o alvo de um fenômeno inexplicável. À
noite, fileiras e mais fileiras de milho, trigo e outros cereais
cultivados ficavam achatados, revelando à luz do dia misterio-
sos desenhos. Alguns eram pequenos, outros maiores e mais
complexos. O mistério ganhou a atenção pública. Milhares de
pessoas vinham de todas as partes do planeta, cada uma es-
perando ver um círculo nas plantações. Ou, melhor ainda: ver
quando e como eram feitos. Nem o primeiro ministro escapou
ao furor do episódio.
Em um dos casos mais notáveis, uma formação circular
apareceu na plantação da casa de campo de John Major, surgida
dentro de uma área cercada contra terroristas, por medida de
segurança. A imprensa especulava. Numa manchete, afirmava:
“Agora explique isto”. Alienígenas tinham aterrissado na resi-
dência onde o ministro passava as férias? Ou brincalhões esper-
tos haviam burlado o esquema de segurança? Uma declaração
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Os fazendeiros
das áreas
atingidas, ao
percorrerem
suas plantações
nas manhãs do
verão inglês,
quase sempre
se deparam
com estranhas
figuras,
produzidas de
forma misteriosa
na noite anterior
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Círculos
simples foram
aos poucos
dando lugar a
figuras mais
complexas,
formadas por
vários objetos
simétricos
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Algumas figuras
causam espanto
pela composição
geométrica e por
sua inusitada
beleza
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Capítulo 01
Supostos Autores
dos Círculos
“A Terra é o provável paraíso perdido”.
— Garcia Lorca
P
ara determinar o responsável pelos círculos é necessário
levar em conta as características das formações, bem
expostas no livro Circular Evidence, escrito pelos britâni-
cos Pat Delgado e Colin Andrews: “É uma força silenciosa,
de curta duração, forte, contra-rotativa, que amassa sem
danificar, em turbilhão, que forma circunvoluções e veias, ris-
cos interrompidos, faz deitar ramos, provoca o crescimento
das plantas na horizontal, não interfere no crescimento, abre
caminhos retos, extrai as plantas, opera na total escuridão,
fecha os vãos, sobrepõe, agrupa círculos, independente das
condições do tempo, não deixa marcas externas, não esti-
pula condições topográficas e opera em qualquer parte do
mundo”. Nessas 21 observações, os britânicos traçaram o
suposto perfil do criador das marcas.
Várias dessas características já foram contestadas e des-
mentidas. A formação nem sempre é silenciosa, algumas vezes
é acompanhada por um zumbido ou cricrilado, que é ouvido
logo após a produção dos desenhos. A escuridão total tam-
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
IMAGENS EM
FORMATO
DE FIGURAS
ASTRONÔMICAS
Ao lado,
uma figura
que contém
informações
astronômicas
diversas. Abaixo,
Cortesia Linda Howe formação
surgida em
Bishop Sutton,
em 20 de junho
de 1995, mostra
representação
de um sistema
estelar composto
por um cinturão
de asteroides
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
IMAGENS EM
FORMATO
DE SISTEMAS
ESTELARES
Ao lado,
uma óbvia
mas curiosa
representação
do Sistema Solar.
Onde estaria o
Cortesia Colin Andrews terceiro planeta?
A imagem
surgiu em junho
de 1995, em
Long Wood
Warren. Abaixo,
outra estranha
representação
de um sistema
estelar, com
planetas e
satélites
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
SÍMBOLOS
DE ANTIGAS
CIVILIZAÇÕES
Ao lado, figura
em forma de
‘hannukah’,
utensílio
sagrado dos
judeus. Abaixo,
desenho que
Cortesia Colin Andrews lembra um
calendário solar
maia ou asteca,
cuja precisão
até hoje intriga
estudiosos
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
SÍMBOLOS
QUE LEMBRAM
INSETOS
Estranhas
figuras entre os
círculos ingleses
parecem insetos.
Ao lado,
o esqueleto de
um aracnídeo,
Cortesia Crop Circle Connector formado a
partir de
simples círculos
entrelaçados.
Abaixo,
outro inseto,
observado numa
formação em
Barbury Castle,
em julho de
1994
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
SÍMBOLOS QUE
SE ASSEMELHAM
A MANDALAS
Não se sabe ao
certo porquê,
mas figuras
esotéricas
semelhantes a
mandalas são
abundantes nos
Cortesia do Autor campos ingleses.
Como nesses
exemplos, sendo
o de cima
uma formação
descoberta em
Bythorne, em
setembro de
1993
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Arquivo UFO
Detalhe de como
ficam as plantas
após a ação
desconhecida
que provoca
a dobra dos
caules sem seu
rompimento
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Arquivo UFO
Duas imagens
mostram o
ponto central
de figuras
circulares, onde
as plantas
apresentam
aspecto torcido,
semelhante a um
redemoinho
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Capítulo 02
Os Misteriosos
Enigmas do Planeta
“Conhece-te a ti mesmo
e conhecerás o Universo”.
— Sócrates
A
partir da década de 80, o enigma dos círculos foi am-
plamente noticiado na mídia, na televisão, revistas e
jornais. Todos queriam falar sobre o episódio e, assim
como os cientistas, as pessoas apenas desejavam entender o
que estava acontecendo. Ao contrário do que se imaginava ini-
cialmente, as ocorrências foram crescendo ano a ano, cada vez
mais complexas. Alguns estudiosos deixaram de se perguntar
até quando isto aconteceria e centralizaram suas pesquisas
numa das questões fundamentais que envolvem o assunto:
desde quando o fenômeno vem surgindo? O interessante é
que os pesquisadores têm a tendência de omitir informações
e agir com cautela diante de relatos de cunho duvidoso. Seja
como for, os primeiros círculos causaram espanto simplesmente
porque apareciam.
Atualmente, as formações assustam não somente pela
origem desconhecida, mas, sobretudo, pela complexidade dos
desenhos. Depois dessa exaustiva divulgação, surgiram histórias
de círculos anteriores à década de 70. No entanto, é necessá-
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Cortesia do Autor
A capa de
um tabloide
londrino de 22
de agosto de
1678, retratando
a lenda do
Demônio
Ceifador. Na
página anterior,
outro demônio
cuja lenda está
associada aos
círculos ingleses
em tempos
remotos
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
A intersecção
de dois círculos
nesta belíssima
figura encontrada
em Ashbury,
região de
Oxfordshire, em
agosto de 1996
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Wallacy Albino
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A Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, cobre uma área de
52.611 m² e cada lado mede, na base, 228 m. Tem 148 m
de altura e contém dois milhões e 300 mil blocos de
granito, pesando, em média, duas toneladas e meia cada
um. Alguns desses blocos são maiores e chegam a pesar
15 toneladas. Do outro lado do Rio Nilo, e a apenas 13 km
a oeste da atual cidade do Cairo, a Pirâmide de Quéops
ergue-se sobre o relativamente alto platô de Gizé,
juntamente com as pirâmides de Quéfren e Miquerinos.
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O Mistério dos Círculos Ingleses
A incrível
formação que
surgiu próxima a
Stonehenge, em
1996. Trata-se
de um complexo
de círculos numa
disposição
espiral perfeita,
conforme estudo
abaixo
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Wallacy Albino
Os pesquisa-
dores ainda ques-
tionam que civi-
lização construiu
Stonehenge e qual
a finalidade de um
círculo composto
por pedras eretas,
com aproximada-
mente três mil anos a.C., segundo alguns arqueólogos. Atra-
vés de marcas existentes no solo, calcula-se que pelo menos
metade das pedras originais desapareceu misteriosamente.
O nome vem de um termo inglês muito antigo, que significa
pedras suspensas. Supõe-se que sejam representações geo-
gráficas, mapas astronômicos, simples decorações ou uma
espécie de árvore genealógica, em que a figura central seria
o homem do grupo cercado por seus familiares. Algumas das
inúmeras lendas que atribuem poderes místicos às pedras de
Stonehenge, tal como se moverem sozinhas, transmitiram
energia às pessoas que permaneceram em seu interior por
algum tempo. Outros creem que o monumento pode fertilizar
mulheres estéreis, curar pessoas que estão enfermas e, às
vezes, sussurrar previsões para àqueles que encostarem seus
ouvidos nos blocos de pedra.
Sensitivos também relatam ter passado por algumas ex-
periências sobrenaturais quando permaneceram no interior
do monumento. Curiosamente, essas estranhas sensações
também são percebidas por diversas pessoas que caminham
no interior dos círculos, sendo que algumas chegam a sentir
náuseas e fortes dores de cabeça quando ficam por um
tempo muito prolongado no centro das figuras. Da mesma
forma, existem algumas lendas que fazem menção ao fenôme-
no dos círculos em épocas remotas, comprovando que esses
desenhos já vêm surgindo há muito tempo naquela região – o
que nos faz especular que supostamente o monumento pode
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O Mistério dos Círculos Ingleses
A famosa espiral
que surgiu ao
lado do histórico
monumento
de pedras
megalíticas
Stonehenge
[Veja detalhe na
página anterior].
Segundo
estudiosos, a
formação marcou
a predominância
por espirais em
1996, sem que
se conheçam as
razões para isso
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Detalhe de um
dos círculos mais
incomuns, aquele
que mostra
uma espécie
de sistema
estelar. Vê-se os
montículos de
cereal ainda em
pé, em meio às
plantas dobradas
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Os geoglifos
descobertos
no Acre e
pesquisados pela
Universidade
Federal daquele
Estado. São
desenhos feitos
no solo, com
depressão da
terra. Estima-
se sua idade
em centenas
de anos e sua
origem como
sendo indígena.
Assemelham-
se aos círculos
ingleses, mas
sua natureza
é totalmente
diversa
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Capítulo 03
A Ligação dos
Círculos com UFOs
“Se o conhecimento pode criar problemas, não
será através da ignorância que iremos solucioná-los”.
— Isaac Asimov
I
nicialmente, os círculos eram considerados indícios de pou-
sos de naves espaciais. Muitos pesquisadores afirmavam
que tais marcas peculiares eram sinais deixados pelo que
conhecemos como trem de pouso, as supostas hastes de apoio,
ou seja, quatro círculos pequenos simetricamente ao redor de uma
circunferência principal. No entanto, para alguns ufólogos e pes-
quisadores estava evidente que as formações eram de origem
alienígena, porém há diferenças entre as marcas de pouso e os
círculos, a plantação não fica queimada, fato bastante comum
nos chamados ninhos de UFOs. Alguns desenhos chegaram a
surgir embaixo de redes elétricas, sem que as fiações fossem
danificadas, condição que impossibilitava a aterrissagem.
A ligação com o Fenômeno UFO se intensificou e desper-
tou o interesse da maioria dos ufólogos, principalmente pela
quantidade de depoimentos de avistamentos nos locais de
maior incidência do fenômeno, frequentemente vistos nas pro-
ximidades em que os desenhos apareciam. Com isso, passou-
se a obter vários registros fotográficos, de sondas ufológicas
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Acima, a famosa
formação de
Oliver’s Castle,
em Wiltshire,
descoberta em
agosto de 1996.
Sua origem
é atribuída à
ação de sondas
ufológicas.
Abaixo, uma
formação mais
recente, também
da mesma área,
encontrada pelos
estudiosos em
1997. Ela foi
apelidada de
Aranha
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
A formação de 12
de junho de 1995,
encontrada em
Telegraph Hill,
em Hampshire,
também lembra
um sistema
estelar
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
O objeto
encontrado
em Litchfield,
na região de
Hampshire, em
julho de 1995.
Sua complexidade
está sendo até
hoje investigada
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
A incrível Teia
de Aranha,
uma formação
complexa e
geometricamente
perfeita que
surgiu em
Avebury, em
1994. Abaixo,
nos detalhes,
imagem ampliada
da formação em
vista aérea e a
foram posicionados no
mesmo sentido em que
estão fincadas as pedras
existentes em Avebury, e
levemente deslocados,
mas de maneira simétrica,
do centro da figura, ou
seja, todos os raios não
partem do ponto central
do círculo, mas a cerca de
um metro à esquerda dele,
formando um desenho muito peculiar que, segundo especialistas
em imagens geométricas, seria uma maneira muito mais difícil
de se produzir tal figura. Os arcos existentes entre os círculos,
possuem diferentes circunferências entre si, sendo que os mais
externos têm círculos menores que os arcos internos. Essa é
realmente uma peculiaridade do fenômeno.
Todo esse conjunto de detalhes pode se tratar apenas de
um capricho do autor, mas intriga o mistério sobre como foi
feito. Segundo um artigo do diretor da revista australiana Nexus
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Capítulo 04
Análise das
Formações Inglesas
“Se um homem não sabe a que porto se dirige,
nenhum vento lhe será favorável”.
— Lucius Annaeus Seneca
D
urante os vinte anos dedicados ao estudo dos círculos,
diversos cientistas recolheram amostras da vegetação
atingida e analisaram detidamente as peculiaridades das
formações. A característica mais comum encontrada foi a pre-
cisão geométrica dos desenhos, já que na maior parte deles as
zonas externas da colheita estavam exatamente delimitadas.
Somente anos depois as figuras passaram a apresentar formas
anulares, elípticas, retangulares, triangulares, entre outras.
Em determinadas formações, por sua vez, observa-se corte
brusco em algumas partes das plantas que ficam deitadas, e
também nas que estavam em pé, além do contínuo cresci-
mento e amadurecimento da lavoura, tombada quase sempre
na posição horizontal. Com relação a esse detalhe, Terrence
Meaden, físico da Universidade Dalhousie, em Halifax, no
Canadá, opina contrariamente. Para ele, o crescimento não
continua, mas as plantas apenas amadurecem na posição
horizontal. Não há continuidade no processo, apenas um
adiantamento da semeadura.
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Uma coisa
notória nos
círculos é a
multiplicidade
da inclinação dos
caules, da direita
para a esquerda,
da esquerda
para a direita,
ora são radiais,
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Os talos são
dobrados acima
do solo, como
se fossem
amassados por
cima. Essa é
forte evidência
de que são feitos
por mãos não
humanas
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Wallacy Albino
O Procedimento de Euclides
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Há quem
garanta que
os círculos
acumulam algum
tipo de energia,
que seria
benéfica para
o ser humano.
Com base nisso,
ainda que a
tese não esteja
comprovada,
muitos turistas
e estudiosos
fazem
meditação e até
experiências
paranormais
exemplo: “Se num triângulo dois ângulos são iguais entre si,
os lados opostos a esses ângulos também são iguais”. Esse é,
portanto, o modo como Euclides ordena o conhecimento geo-
métrico no chamado Sistema Euclidiano. Durante séculos esse
princípio valeu como modelo insuperável do saber dedutivo. Os
termos da teoria eram introduzidos depois de suas definições
e as proposições só eram aceitas se demonstradas. Euclides
as escolhia de tal modo que ninguém pudesse levantar dúvi-
das sobre a sua veracidade: eram evidentes, portanto isentas
de demonstração, comprovando que os gregos raciocinavam
com toda a exatidão possível quando o tema era Matemática e
deixaram à Humanidade modelos de arte demonstrativa.
Em resumo, Euclides, como já fizera Aristóteles, buscou o
ideal de uma organização incontestável, que reduz à escolha de
89
Wallacy Albino
90
O Mistério dos Círculos Ingleses
Caminhar entre
as trilhas dos
desenhos nas
plantações virou
um passatempo
de final de
semana para
muitos ingleses
(d) Todos os ângulos retos são iguais entre si. (e) Se uma reta
cortar duas outras retas de modo que a soma dos dois ângulos
internos, de um mesmo lado, seja menor que dois ângulos retos,
então as duas outras retas se cruzam, quando suficientemente
prolongadas, do lado da primeira reta em que se acham os
dois ângulos.
Logo, vê-se que as ideias de Euclides diferem muito das
concepções indutivas e empíricas adotadas pelos egípcios. Os
três primeiros postulados revelam que ele não está tratando de
nenhum problema de mensuração de terras. Em condições
reais não é sempre possível traçar uma reta que passe por dois
pontos. As condições práticas simplesmente não interessavam
a Euclides. Portanto, havia um espaço em que inexistiam obstá-
culos absolutos e em volta do qual também não havia fronteiras
exteriores absolutas. O quarto postulado de Euclides é, à primeira
vista, dispensável. Se dois ângulos são retos, parece óbvio que
sejam iguais.
Mas se ele tivesse dito que todos os ângulos retos são ân-
gulos retos, a observação seria uma verdade lógica e não uma
verdade geométrica. Segundo as concepções de Euclides, en-
tretanto, um ângulo reto pode ser obtido sobrepondo-se duas
retas de tal maneira que os ângulos adjacentes sejam iguais.
Dessa definição não se deduz, com auxílio da lógica apenas,
91
Wallacy Albino
92
O Mistério dos Círculos Ingleses
De pequenos
anéis, as
formações
acabaram se
transformando
em figuras
complexas,
conjunto de
objetos de vários
formatos
93
Wallacy Albino
94
O Mistério dos Círculos Ingleses
As plantas
envolvidas nos
círculos sofreram
variações em
maior ou menor
grau. Sementes
e caules
dos cereais
apresentaram
curiosas
mudanças
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Wallacy Albino
96
O Mistério dos Círculos Ingleses
Os nodos
dos cereais
mostram um
efeito bastante
interessante:
são inchados
de dentro para
fora e tornam
os caules mais
duros. Uma vez
dobrados, eles
se partem ao
Diâmetro dos núcleos nas paredes celulares — O diâmetro desdobrá-los
dos núcleos foi obtido com um micrômetro ocular de precisão,
da largura de um fio de cabelo, com ampliação de 450 vezes.
Em cada amostra foram escolhidos aleatoriamente 30 núcleos
de paredes celulares.
97
Wallacy Albino
1
Substância que acompanha o embrião em diversos
vegetais.
98
O Mistério dos Círculos Ingleses
O traçado dos
círculos muitas
vezes permite
que áreas
amassadas em
direções opostas
se cruzem
[detalhe], como
nesse caso, em
Barbury Castle,
em julho de
2
As brácteas são folhas modificadas que se encontram
junto à flor ou envolvendo uma inflorescência.
99
Wallacy Albino
100
O Mistério dos Círculos Ingleses
101
Wallacy Albino
102
O Mistério dos Círculos Ingleses
Capítulo 05
Mistérios no Brasil e
pelo Mundo Afora
“Que haja transformação, e que comece comigo”.
— Marylin Ferguson
O
s círculos ingleses, como mencionado anteriormente,
levam este nome devido à sua nacionalidade. Todavia,
com o passar dos anos e a evolução do fenômeno, as
formações começaram a aparecer em outros territórios, as
plantações britânicas já não satisfaziam seus autores. Embora
a Inglaterra não seja o único foco de atenção, continua a ser
privilegiada com as mais frequentes, ousadas e pontuais ma-
nifestações. Alguns casos isolados e esporádicos também já
ocorreram noutros continentes, como Ásia, Austrália e América.
Particularmente, pelo menos quatro episódios foram investiga-
dos no Brasil e alguns ufólogos acreditam que se trate de casos
relacionados com as misteriosas formações inglesas. São eles:
103
Wallacy Albino
104
O Mistério dos Círculos Ingleses
O canavial
amassado de
forma misteriosa
numa fazenda
nos arredores
do município
de Passa
Tempo (MG).
Abaixo, uma
ampliação da
imagem, ainda
inexplicada.
Estudiosos
tentam relacionar
o caso mineiro
aos círculos
ingleses, embora
haja muita
discrepância
entre os
fenômenos
105
Wallacy Albino
106
O Mistério dos Círculos Ingleses
Circunferência
simétrica
com mais de
cinco metros
de diâmetro,
encontrada
numa área
pantanosa
próxima à
Escola de
Especialistas da
Aeronáutica, em
ra, do grupo União das Forças Ostensivas de Lorena (UFOL). Guaratinguetá
Também, nas noites anteriores ao surgimento daquela figura, os (SP)
moradores observaram luzes alaranjadas, supostamente sondas
ufológicas que estariam sobrevoando a região.
Em exames preliminares, o professor de ciências agrárias
Valdinei José Paulino descartou a hipótese de se tratar de uma
formação natural. Após o episódio, foi construído um muro
separando a área militar do aeroclube local, e o charco foi
completamente aterrado para a construção de uma estrada,
descaracterizando por completo o lugar onde surgiu a marca.
107
Wallacy Albino
108
O Mistério dos Círculos Ingleses
As inexplicadas
formações de
Campos dos
Goytacazes (RJ).
No detalhe da
página anterior,
a prova de que
a imagem não
desaparece
nem após a
aragem da
terra. E no desta
passariam a ser visíveis aos página, marca
poucos, e não de repente. em formato
A área onde o fenômeno triangular
pôde ser observado tem
mais de 60 km², uma exten-
são tão absurda que chega a atingir propriedades distintas. Nos
locais das marcas a terra se tornou estranhamente improdutiva,
ao contrário do que ocorre na área composta pelos círculos
ingleses, que continuam a manter bons níveis de fertilidade.
Alguns moradores do Jardim Aeroporto, bairro afastado do
centro urbano de Campos, afirmaram também que viram luzes
intrigantes sobrevoando a cidade naquela noite, mas nenhum
depoimento teve relação imediata com as formações. O caso
chegou a ser divulgado na Rádio Litoral FM, tornando os cír-
culos conhecidos por grande parte da população.
À frente das investigações está o publicitário e jornalista João
Oliveira [www.joaooliveira.com.br], entusiasta da Ufologia, que
quer uma resposta para o mistério: “Vamos investigar o enigma a
fundo, até encontrarmos uma explicação convincente para ele”.
Oliveira tem chamado a atenção da Comunidade Ufológica Bra-
sileira mostrando o fenômeno através da internet. Ele sobrevoa
a área constantemente em busca de novas marcas, e sempre
que as encontra, as apresenta aos estudiosos.
109
Wallacy Albino
110
O Mistério dos Círculos Ingleses
111
Wallacy Albino
Fenômenos na Rússia
112
O Mistério dos Círculos Ingleses
Ao lado,
estranha marca
num campo de
cevada russo,
encontrada por
um fazendeiro
de Stavropol. Na
página anterior, a
curiosa formação
de Wylatowo, na
Polônia
113
Wallacy Albino
114
O Mistério dos Círculos Ingleses
Círculos alemães
deste ano. Na
página anterior,
uma formação
encontrada em
Zueschen, em 20
de maio. Ao lado,
sinal achado em
Hessen, no dia 28
de abril
115
Wallacy Albino
116
O Mistério dos Círculos Ingleses
Uma formação
encontrada em
Teton, Estados
Unidos, em 10 de
agosto deste ano.
Foi comparada à
uma cruz celta.
No detalhe, a
imagem suspeita
de Naperville, de
25 de julho
117
Wallacy Albino
118
O Mistério dos Círculos Ingleses
Capítulo 06
Uma Mensagem
das Estrelas
“Você vê coisas que existem e pergunta: por quê?
Enquanto isso, eu sonho com coisas que nunca existiram e
pergunto: por que não?”
— George Bernard Shaw
A
vila de Chilbolton está localizada em Hampshire, Ingla-
terra, e encontra-se num vale situado entre as estradas
A3057 e B3420, a aproximadamente 24 km ao norte de
Winchester e 8 km ao sul de Andover. Chilbolton está muito próxi-
ma dos principais pontos de formação de círculos e, assim como
muitas vilas inglesas, sua história é extremamente rica. Indícios
nos levam a crer que havia vida nesta parte da Inglaterra na era
pré-histórica (entre 250.000 e 8.000 a.C.). Lá foi encontrado um
punhado de artefatos da era neolítica, datados do período de
4.000 a 1.800 a.C., mas somente descobertos em 1924. Num
museu da cidade de Winchester é possível conhecer as rochas
mais antigas já vistas em Chilbolton.
Mas atualmente o que mais vem intrigando os moradores
e pesquisadores locais são as misteriosas formações que estão
aparecendo próximas a uma antiga área do lugarejo. Uma delas,
por exemplo, surgiu em 1990, enquanto outras foram desco-
bertas dois anos depois, num campo isolado nos arredores da
cidade. Coisas estranhas acontecem na noite em que as forma-
119
Wallacy Albino
120
O Mistério dos Círculos Ingleses
1
Projeto de Radioastronomia que rastreia e analisa sinais
capturados do espaço pelo maior e mais sensível
radiotelescópio do mundo, responsável pela descoberta de
várias galáxias. Instalado no Observatório de Arecibo, em
Porto Rico, surgiu inicialmente como um programa
governamental norte-americano, passando para a
iniciativa privada após anos sem grandes resultados.
Atualmente, no entanto, é patrocinado por grandes
empresas mundiais.
121
Wallacy Albino
cropcircleconnector.com],
considerado o mais completo
sobre o assunto. Lucy solicitou o
parecer de Vigay sobre o dito
chip. Em minutos Vigay re-
tornou. Para ele, o desenho
não se parecia com o que ela
supunha, mas mostrava uma
semelhança impressionante
com a mensagem enviada pelo telescópio de Arecibo, em Porto
Rico, ao conjunto globular de radioestrelas M13, localizadas há
aproximadamente 20.000 anos-luz da Terra, na periferia da Via
Láctea. Esta mensagem foi remetida em forma de código binário,
constituído por 1.679 pulsos, como veremos adiante, mediante a
combinação de dois números principais: 23 e 73. Esta tem sido
a língua universal usada no planeta para a comunicação com
outras inteligências. A mensagem de Arecibo continha uma
grande quantidade de informações codificadas sobre a vida na
Terra e seus habitantes.
Os membros do SETI que a idealizaram pretendiam usar
uma linguagem que consideravam universal, para que, caso
alguém a recebesse, tivesse mais chance de interpretar e res-
ponder. O que se queria dizer é: “Olhem, ETs, aqui no Sistema
122
O Mistério dos Círculos Ingleses
Duas fotos
mostram
diferentes
ângulos das
formações de
Chilbolton, de
agosto de 2001.
Na página
anterior, as
formações em
primeiro plano
e o Observatório
Solar o terceiro planeta a partir do Sol ao fundo. O
tem vida inteligente, capaz de tentar se detalhe mostra
comunicar com vocês”. Isso deixa a uma ampliação
questão da Mensagem de Chilbolton do “Rosto de
Chilbolton”. Ao
particularmente interessante. Será que
lado, a antena
alguém teria recebido nossa mensa-
do Observatório
gem e a respondeu, ponderaram os
à frente e a dita
estudiosos. Alguns argumentaram “Mensagem de
que uma inteligência superior que Chilbolton” ao
tivesse respondido a mensagem fundo, também
não o faria desenhando algo como ampliada no
aquilo numa plantação. “Mas por que respectivo
não?”, pergunta o editor da Revista UFO, A. J. Gevaerd. “Assim, detalhe
como pode ser incomum para nós que alguém utilize uma la-
voura para passar uma mensagem, para outras inteligências é
possível se utilizar de mensagem de rádio para fazer o mesmo
seja absurdamente estranho”.
Outras características curiosas envolvem o mistério. A forma-
ção que lembra a mensagem de Arecibo estava no solo alinhada
numa grade, desenhada sutilmente sobre a vegetação. Tal grade
parecia uma mensagem codificada subliminar. A forma com que
a estranha face estava exposta na plantação nunca tinha sido ob-
servada anteriormente entre os círculos ingleses. Nunca havia sido
123
Wallacy Albino
124
O Mistério dos Círculos Ingleses
Na página
anterior, detalhe
da formação
retangular em
que estava
o “Rosto de
Chilbolton”.
Ao lado, outra
formação no
mesmo local, em
outra data
125
Wallacy Albino
126
O Mistério dos Círculos Ingleses
Editoria de Arte
Na página
anterior, mais
uma imagem em
posição natural
do “Rosto de
Chilbolton”.
Ao lado, o
significado da
Mensagem
de Arecibo e
sua respectiva
e curiosa
reprodução na
formação de
Chilbolton
127
Wallacy Albino
128
O Mistério dos Círculos Ingleses
Editoria de Arte
O código binário,
uma linguagem
teoricamente
universal,
baseada em
apenas dois
algarismos,
que poderia ser
compreendido
por civilizações
alienígenas que
eventualmente
recebessem
nossas
mensagens
129
Wallacy Albino
130
O Mistério dos Círculos Ingleses
A interessante
montanha
sobre a Planície
Cydonia, na
superfície de
Marte, bastante
semelhante
a um rosto
humano, que
pode ser melhor
observado no
detalhe abaixo
2
Em 1976, as sondas norte-americanas Viking 1 e 2 enviaram
imagens do hemisfério setentrional de Marte, onde eram
visíveis algumas estruturas anômalas. Na região chamada
Cydonia notou-se a presença de diversas formações
misteriosamente simétricas para serem naturais. Entre elas
sobressaía-se uma estranha construção, semelhante a um
rosto humano, com o olhar fixo no alto.
131
Wallacy Albino
132
O Mistério dos Círculos Ingleses
133
Wallacy Albino
3
Grande parte dos relatos de contatos diretos com ETs se refere
a esse tipo de criatura, também chamada de Alfa. São de
estatura baixa, em torno de 1,30 m, possuem a cabeça ovalada
e desproporcionalmente maior que o corpo franzino. Os enormes
olhos pretos contrastam com o reduzido tamanho da
boca e do nariz. Não apresentam nenhum vestígio de cabelo ou
pelo de qualquer espécie. A pele é cinza ou branca, os braços são
longos e as pernas finas e curtas, bem menores que o corpo.
134
O Mistério dos Círculos Ingleses
Capítulo 07
Contagem Regressiva
para o Contato?
“A verdade é filha do tempo,
não da autoridade”.
— Francis Bacon
S
e em 2001 as formações de Chilbolton desestruturaram
discursos prontos, explicações calcadas em clichês e dei-
xaram a comunidade ufológica em êxtase, 2002 daria uma
verdadeira rasteira nos estudiosos. Quando as discussões acerca
das supostas respostas de Arecibo pareciam ter esfriado e os
pesquisadores se conformavam com o fato de que este ano não
haveria nenhuma formação surpreendente, eis que Hampshire
cede chão a uma das mais assustadoras manifestações do fenô-
meno desde seu início: um rosto de extraterrestre e uma circun-
ferência que, aparentemente, teria mensagens codificadas. Essa
formação, surgida na segunda semana de agosto de 2002, em
Crabwood Farm House, Hampshire, seria um dos eventos mais
significativos do fenômeno dos círculos ingleses, se não fossem
as diversas dúvidas que rondam a imagem.
O colaborador do site Crop Circle Connector [www.
cropcircleconnector.com] Andrew Fairbank foi avisado
do surgimento da figura pelo seu editor, M. J. Fussell,
em meio a uma grande agitação, natural a um fenômeno
135
Wallacy Albino
136
O Mistério dos Círculos Ingleses
137
Wallacy Albino
138
O Mistério dos Círculos Ingleses
Ampliação da
formação de
Crabwood, que
continua sob
intensas análises
por parte dos
especialistas.
Veja no detalhe
como se
apresentavam
as plantas na
área do canto
inferior esquerdo
do quadro, com o
rosto do suposto
alien
139
Wallacy Albino
140
O Mistério dos Círculos Ingleses
Ampliação do
misterioso
disco presente
no conjunto da
formação de
Crabwood, ainda
sendo analisado.
Veja no detalhe,
como estavam
apresentadas as
plantas na área
interna da figura,
semelhante a um
CD-ROM
141
Wallacy Albino
142
O Mistério dos Círculos Ingleses
O portão da
fazenda de Mike
Burge denuncia
que a formação
de Crabwood,
que no início lhe
deu dores de
cabeça, acabou
rendendo-lhe
dividendos:
“Ingresso a duas
libras”
quinta-feira, 15 agosto. Tinha se deitado pouco antes da meia-
noite e estava quase dormindo quando ouviu o som do que
pensou ser um helicóptero se aproximar e plainar por cerca de
10 a 20 minutos sobre o local. Seu marido, Dermot, que dormia
ao seu lado, garante não ter ouvido nada. Ela conta que helicóp-
teros sobrevoam a área ocasionalmente por causa da prisão que
fica próxima à estrada de Romsey, e que suspeitou da fuga de
algum prisioneiro. No dia seguinte, depois que a formação se
tornou pública, várias pessoas, helicópteros, turistas e curiosos
invadiram o local.
Para Mary, era uma busca intensa a um fugitivo extre-
mamente perigoso, tanto que procurou se informar por que
não foi comunicada de uma situação como essa. Stephen
Short, morador de Warnford, vizinha a Crabwood, a tranqui-
lizou. “Trata-se de mais um círculo na plantação, não de um
fugitivo”. Ele aproveitou e contou à Lucy que, durante a noite
de quinta-feira, 15 agosto, também testemunhou uma luz
surpreendente dançando sobre o campo à frente de sua casa.
O objeto luminoso se arremessava contra o chão e voltava
novamente pra cima, como se uma estrela tivesse disparando
raios de luz. Os testemunhos não são poucos e a maioria
deles aponta para objetos noturnos. No domingo seguinte ao
fato, 25 de agosto, Marie Wakelam, que mora numa casa de
143
Wallacy Albino
144
O Mistério dos Círculos Ingleses
“Atenção aos portadores de falsos presentes e
suas promessas quebradas. Muita dor, mas ainda há
tempo. EELRIJUE. Ainda há o bem lá fora. Nós nos
opomos a fraudes. Fechamento [Som de sino]”.
Mas qual seria o significado dessa mensagem? Quem
seriam os portadores de presentes e promessas falsas men-
cionados no desenho da plantação? E o que querem dizer
com a afirmação de que “nos opomos à fraude”? Será que
se tratam das próprias formações, que seriam forjadas? E
o que dizer do som de sinos tocando no final da mensagem?
Esses são todos grandes mistérios, que talvez não tenhamos
condições tão cedo de compreender.
Mas o maior enigma dessa mensagem trata realmente
do que significa a palavra sem sentido “EELRIJUE”. Ela pode
ser a chave para elucidar de uma vez por todas esse mistério.
Infelizmente, hoje em dia, em todos os aspectos do fenômeno
ufológico atingimos um estágio de conhecimento em que tudo
parece ser bom demais para ser verdade. Tanto que acaba se
tornando muito suspeito!
145
Wallacy Albino
146
O Mistério dos Círculos Ingleses
Capítulo 08
A Opinião de
Ufólogos e Estudiosos
“A maioria de nós prefere olhar para
fora e não para dentro de si mesmos”.
— Albert Einstein
O
tema dos círculos ingleses é fascinante e mexe profun-
damente com crenças e emoções. Em virtude de sua
repetição cada vez mais acentuada nos verões europeus,
há uma oportunidade única, para os ufólogos, de acompanharem
o que se passa, coletarem dados, comporem teorias e testá-las a
exaustão. Basta esperar o verão chegar, em fins de maio, e começar
a contar os círculos que surgem. São exuberantes e intrincados,
cada vez mais complexos e desafiadores. Diferentemente do Fenô-
meno UFO, que ocorre com um grau de imprevisibilidade muito
alto, os círculos são relativamente previsíveis.
Sua incidência estimula o pensamento e são raros os estu-
diosos do fenômeno ufológico que não relacionam os mistérios
dos campos ingleses com os discos voadores. Este livro mostra
que essa relação existe e busca interpretá-la. Mas a opinião dos
ufólogos brasileiros, que apresentamos a seguir, pode ajudar
cada leitor, individualmente, a achar suas respostas. Essa é ou-
tra característica dos círculos: eles permitem um amplo leque de
interpretações, como veremos neste capítulo.
147
Wallacy Albino
Aldo Novak,
jornalista e editor do Relatório Alfa,
consultor da Revista UFO,
Guarulhos (SP)
148
O Mistério dos Círculos Ingleses
149
Wallacy Albino
Claudeir Covo,
engenheiro elétrico e presidente do
Instituto Nacional de Investigação de
Fenômenos Aeroespaciais (INFA), coeditor
de UFO,
São Paulo (SP)
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O Mistério dos Círculos Ingleses
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Rafael Cury,
presidente da Associação Nacional
dos Ufólogos Brasileiros (ANUB), do Núcleo de
Pesquisas Ufológicas (NPU) e
coeditor da Revista UFO,
Curitiba (PR)
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O Mistério dos Círculos Ingleses
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
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Wallacy Albino
Vanderlei D’Agostino,
professor e escritor independente
sobre Ufologia,
consultor da Revista UFO,
Santo André (SP)
160
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Wallacy Albino
Atílio Coelho,
professor e presidente do Núcleo Tron,
São Paulo (SP)
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O Mistério dos Círculos Ingleses
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Wallacy Albino
164
O Mistério dos Círculos Ingleses
O editor de UFO,
Gevaerd, dentro
do círculo em
Alton Barnes.
No detalhe da
página anterior,
o centro da
formação e, no
dessa página, os
caules de trigo
dobrados
165
Wallacy Albino
166
O Mistério dos Círculos Ingleses
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Wallacy Albino
168
O Mistério dos Círculos Ingleses
Cortesia CPRI
UM HEROICO
PESQUISADOR
Colin Andrews
em várias
atividades. Da
esquerda para
direita: testando
um aparelho
que pretendia
medir pulsos
mentais dentro
de um círculo,
minhas crenças. Hoje em dia, podemos diferenciar as figuras debatendo com
reais das que são falsas. A explicação, ou melhor, as razões para os militares
que um fraudador haja assim são muitas: alguns querem con- durante
fundir os pesquisadores, outros, por sua vez, o fazem por pura a famosa
diversão. Mas, também acredito na cultura de desinformação Operação
e nos militares que tentam nos embaraçar. No entanto, essa é Blackbird e em
uma longa estória. entrevista na
tevê, ao lado de
“Não sei especificar se todos os círculos genuínos exibiram
Pat Delgado
esta mudança ou se foram usados como um indicador, para
avaliar se são uma fraude ou não. Acredito que 80% dos círculos
ingleses atuais que surgiram na Inglaterra são fraudulentos. Uma
visita ao interior de uma formação não diz muita coisa sobre a
sua autenticidade, mas numa vista aérea da figura é possível
esboçar uma ideia legítima. Visitei muitas figuras ditas falsifica-
das e integrei inúmeras experiências de reprodução dos círculos
genuínos, inclusive com o exército britânico, mas existem algu-
mas características que podem ser levadas em consideração na
análise da veracidade do projeto geométrico perfeito do desenho,
tal como ausência de danos às plantas, anomalias magnéticas
etc. A coisa mais engraçada que observo quando converso com
os fraudadores é ouvi-los dizer que não sabem porque criam
essas formações. É fascinante. A verdade é que as fazem por
diversão ou publicidade, mas só conseguem resultados toscos.
169
Wallacy Albino
170
O Mistério dos Círculos Ingleses
UM INCANSÁVEL
BUSCADOR
Colin Andrews
com o cientista
Matt Moniz, dos
Laboratórios
Springborne, de
Massachusetts,
discutindo as
análises feitas
em amostras de
Há muitas referências sobre isso amido recolhidas
no meu livro. Mas a minha expe- de plantas
riência mais memorável ocorreu que estavam
ao visitar um círculo num campo fora [Detalhe
superior] e
remoto de Kimpton, Hampshire,
dentro [Inferior]
em julho de 1987. Lá ouvi um
de um círculo
som estranho, uma espécie de
inglês
zumbido, que parecia não só es-
tar perto de mim, mas interagir
comigo. Fui oprimido pela expe-
riência. Depois de algum tempo,
tornei a ouvir o barulho, vindo do
meu lado esquerdo, e notei que
estava no anel da formação, sozinho. Um ano mais tarde, o
mesmo som foi gravado em duas ocasiões.
“Ainda não temos todas as respostas que buscamos para
o fenômeno, mas alguns símbolos mostram informações astro-
nômicas muito acuradas, outros nos dão pistas de estruturas
moleculares e até mesmo existem aqueles que possuem apenas
informações técnicas. Temos muito trabalho a fazer e estamos
tentando decifrar as mensagens transmitidas pelos desenhos.
Tenho certeza de que há uma estrita ligação desses desenhos
com os povos antigos, já que esses pictogramas possuem uma
171
Wallacy Albino
172
O Mistério dos Círculos Ingleses
Capítulo 09
As Incríveis
Formações de 2002
“O homem está sempre disposto a
negar aquilo que não compreende”.
— Pascal
N
este ano, os pesquisadores dos círculos ingleses se sur-
preenderam. Enquanto alguns incrédulos tiveram suas
teorias momentaneamente reforçadas pela difícil interpre-
tação das manifestações, os autores dos desenhos estavam guar-
dando forças para os meses seguintes e as históricas manifes-
tações que ocorreriam em 2002. Entre uma ou outra formação
– que parecia suscitar os padrões de anos anteriores – surgiram
imagens complexas e assustadoramente perfeitas. Não há dúvidas
de que os responsáveis pelos círculos ingleses se empenharam em
produzir belas, grandes e reveladoras imagens num dos períodos
mais ricos deste fantástico fenômeno.
Num ano com tantas referências e significados, nada
melhor do que cedermos à experiência dos melhores pesqui-
sadores, fotógrafos, jornalistas e especialistas no assunto e
entendermos porque este ano é tão importante quanto 1990,
quando os círculos deixaram de ser simples circunferências
e se tornaram obras de arte. O leitor encontrará no encarte
deste livro dúzias de fotos coloridas referentes apenas ao ano
173
Wallacy Albino
174
O Mistério dos Círculos Ingleses
O primeiro
círculo deste
ano, descoberto
próximo ao
vilarejo de
Soberton, em
Hampshire, em
12 de abril.
No detalhe,
ampliação de
duas esferas no
anel externo da
Criada numa enorme figura
“lona” amarela, essa for-
mação tinha ares surrealis-
tas. Michael Glickman, pes-
quisador britânico, contou
que para chegar até o círculo atravessou um campo saturado
de nabos silvestres. Todas as áreas achatadas da plantação pa-
reciam perfeitas e organizadas, embora a maior parte dos caules
amassados estivessem partidos, um forte indício de presença
humana, que dificultaria qualquer possibilidade de uma avaliação
realista [Página 02 do encarte].
No dia 23 de maio, em Newton Saint Loe, perto de
Bath, o pesquisador Stuart Dike relatou uma nova formação.
“Fomos informados da descoberta de um desenho numa área
sem ocorrências registradas desde 1993”. Esse é um dos cam-
pos mais tranquilos ao redor de Bath, “... mas mesmo assim
foi um alívio saber que o fenômeno voltou, e no quintal de
nossa casa!”. Dike lembrou que nessa época o tempo estava
muito úmido na Inglaterra e que isso inspirou desconfiança
nos pesquisadores, que desacreditavam da possibilidade de
novas formações. Esse evento foi uma surpresa, pois o trigo não
estava suficientemente maduro, fazendo com que a plantação
se recuperasse rapidamente. O desenho se baseava no modelo
175
Wallacy Albino
1
A Cruz Celta é utilizada por muitas organizações neonazistas e
de extrema-direita. Considerada um dos símbolos mais
antigos da Humanidade, é referenciada nas tradições
espirituais dos budistas e dos índios norte-americanos,
estando particularmente associada aos rituais célticos,
pagãos e cristãos. A cruz céltica teve maior evidência, uso e
desenvolvimento no período de 300 a. C. a 1400 a. C. e
seu simbolismo básico é a conexão entre a Terra e o céu
ou eixo do mundo, em que o braço vertical da cruz
representa o mundo celestial e o braço horizontal, o mundo
material. O ponto de encontro de ambas é de onde emana
um “halo” ou “aura de unificação”, dando um sentido de
unidade e de um todo.
176
O Mistério dos Círculos Ingleses
em algumas formações
de 1999, na mesma re-
gião. Esse formato in-
trigou os pesquisadores,
que se questionavam se o padrão triangular nos desenhos
estaria retornando [Página 04 do encarte].
Noutro episódio, na área residencial de West Sussex, foi des-
coberto um desenho na manhã do dia 03 de junho. Os moradores
de Halewick Lane, Sompting, próximo de Worthing, confirmaram
que a lavoura de trigo estava limpa no dia anterior, ou seja, nada
figurava no solo. O desenho era essencialmente um círculo com
dois braços em forma de Lua crescente de cada lado, cada um
culminando numa circunferência pequena. A figura possuía 84 m
de extensão, com o círculo central medindo 18 m de diâmetro. Os
braços apresentavam 58 m de comprimento por sete metros de
largura cada, na parte mais larga, e 30 cm nas extremidades. Os
pequenos círculos externos possuíam oito metros de diâmetro
cada [Página 07 do encarte].
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O Mistério dos Círculos Ingleses
A formação de
Great Shelford,
próximo de
Cambridge,
encontrada numa
plantação de
trigo, no dia 10
de junho
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Uma recente
formação situada
bem atrás da
Igreja de São
João Batista
[Indicada com o
círculo], centro
do vilarejo de
Penistone
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O Mistério dos Círculos Ingleses
O cavalo branco
de Uffington é um
enorme desenho
medieval num
morro, feito
com material
duradouro que
lembra giz. Em
sua proximidade
surgem muitas
formações
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O Mistério dos Círculos Ingleses
A figura que
surgiu no campo
de trigo em
Upper Beeding,
em 08 de
julho passado.
A formação
consistia em
dois elementos
principais. No
detalhe, plantas
amassadas
mas que ela apresentava
boas condições, apesar
das abundantes visitas.
Uma das dificuldades dos
estudiosos em determinar
a quantidade exata de formações diz respeito à forma como
elas surgem, sem aviso prévio, outras nem chegam a se tornar
públicas. Por diversas razões alguns círculos são registrados
de forma precária, como relatou Adam Giddins, que descobriu
um desenho em Lea, Preston, também em 23 de julho. “Estava
a uma certa distância do local e, infelizmente, não havia uma
posição elevada que oferecesse um melhor ângulo de visão. No
círculo principal havia uma planta alta, de aproximadamente 1,5
2
Yggdrasil é a árvore do mundo, segundo a mitologia
escandinava. É também conhecida como árvore do
conhecimento, árvore do universo e a árvore do destino. Há
várias versões dos mitos escandinavos relativos à árvore e
Yggdrasil é representada em condições ligeiramente diferentes
em cada um deles. Há ainda uma única imagem ou tema que
persiste nas várias lendas. De uma maneira ou de outra, isto
representa conceitos adversários de mito e conhecimento, do
conhecido e do desconhecido, do mistério e da razão assim
como de espaço e tempo.
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O Mistério dos Círculos Ingleses
O círculo achado
em Lea, na região
de Preston, em
23 de julho. É
curioso como ele
surgiu embaixo
de uma rede de
alta tensão
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O Mistério dos Círculos Ingleses
As linhas ley
são pontos de
concentração de
energia, como
a Avenida das
Pedras, como
é conhecido
um conjunto
megalítico de
Avebury
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A bonita
formação de
Walkway, do
começo de agosto
passado, numa
plantação de
milho ainda
bastante precoce
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4
A flor-da-vida é um símbolo antigo, usado pela civilização celta,
com grande significado espiritual. O círculo representa o
Universo e os símbolos que se encontram no centro são as
triquetras, que em latim quer dizer três esquinas. Para
alguns, esta insígnia simboliza Jesus, já que também é
considerado um emblema cristão.
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Conclusão
Estamos Perto
de uma Resposta
“Estas imagens nos fazem refletir sobre a existência de
algo que vai muito além de nossa compreensão”.
— Pitágoras
O
mistério dos círculos nas plantações é um fenômeno
que nos acompanha desde o século XVII e perdura até
os dias de hoje, tendo se avantajado escandalosamen-
te nos últimos anos. A cada verão europeu as manifestações
se tornam mais complexas, intrigantes e inexplicáveis. Basta
uma análise da evolução dos desenhos, que inicialmente eram
simples circunferências, às vezes complementadas por uma
coroa ou outro círculo menor, e hoje são complexas figuras
compostas por centenas de objetos, para se ver que estamos
de fato diante de algo de extrema gravidade. E o fim deste
mistério não parece estar próximo. A cada novo verão, eis
os círculos de novo nos campos ingleses e com menor – e
inexplicável – intensidade noutros países.
Assim, o mais pontual e previsível de todos os enigmas
contemporâneos possui atualmente um total aproximado
de 12 mil figuras já registradas, da década de 80 até o ano
2002 – período de pouco mais de 20 anos. A incidência do
fenômeno se dá também nos Estados Unidos, Canadá, Japão,
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Apêndice
Referências sobre
os Círculos Ingleses
“Quem não lê, não pensa, e quem
não pensa será para sempre um servo”.
— Paulo Francis
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Não vale a pena comentar muito sobre este livro, uma vez que
se um iniciante começasse por ele provavelmente perderia logo o
interesse. Este é um exemplar de uma série de guias sobre vários
assuntos metafísicos, com tom de ceticismo exagerado e aspecto
de um ensaio de alguém mal informado, aparentemente baseado
em material muito limitado do início dos anos 90, apesar de sua
publicação tardia. Não é útil para o iniciante nem para o entusiasta
experiente. Algumas fotos acompanhando os diagramas ajudariam
muito. Em vez disso, não há nenhuma.
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Bibliografia
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Ocorrências de 2002
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Cortesia Charles Mallett Wallacy Albino
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Fotos cortesia Steve Alexander Wallacy Albino
Vista aérea de uma graciosa formação surgida numa das áreas de maior inten-
sidade de círculos, Avebury Trusloe, também em Wiltshire, em 02 de junho. No
detalhe, uma ampliação da curiosa figura
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Cortesia Steve Alexander Wallacy Albino
Objeto em forma de mandala, com uma complexa geometria, vista do alto. Foi
descoberto pelos estudiosos em Avebury, Wiltshire, em 21 de junho. A safra deste
ano de círculos na Inglaterra conta com muitas formações semelhantes
Cortesia Stuart Dike
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O Mistério dos Círculos Ingleses
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Cortesia Steve Alexander Wallacy Albino
Vista aérea da Libélula, como ficou conhecida esta formação, que foi descoberta
em 02 de junho pelo circólogo Steve Alexander. O local é Woolstone, em Oxfordshi-
re. A imagem é gigantesca e muito precisa
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Cortesia Russell Stannard Wallacy Albino
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Brian Demerel
Cortesia North Circular Wallacy Albino
Um conjunto
Figura relativamente
de esferas
simples,
feitas numa
descoberta
pastagem
em High
de Cathill,
Halden, emregião
South de
Yorkshire,
Kent, eme
27 de junhoem
descoberta deste
19 de
ano.
julho
Trata-se
dessede
ano.
umaO caso
composição
vem sendo
feitaanalisado
sobre umapelos
plantação
espe-
de
cialistas
trigo já
doquase
grupopronta
North Circular
para a colheita
Research
Graham
Cortesia
Cortesia Tucker
M. J. Fussell
A belíssima
O que mais echama
perfeitamente
a atençãosimétrica
dos estudiosos,
figura denoAvebury,
caso dessa
na área
figura
dede
Stone
HighCircle,
Hal-
den, é a maneira
Wiltshire, encontrada
comoemas28plantas
de julho.
de Otrigo
objeto
foram
dá aamassadas,
impressão desempre
contersem
esferas
que
se partissem,
(as mais externas)
mas não
em movimento
obedecendorotatório
a um padrão
sobreespecífico
as internas
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Cortesia Julian
CharlesGibson
Mallett
Uma espiral com mais de 50 m de comprimento que surgiu em North Farm, também
na região de Wiltshire, em 23 de junho. A imagem foi relatada por fazendeiros
ao ufólogo Charles Mallett, que fez a documentação
Vista do
aérea
altoda
de espiral
uma formação
de NorthdoFarm,
tipo mandala
Wiltshire.naObserve
região deque
Barbury
o ângulo
Castle,
de for-
em
mação do desenho
Wroughton, na ativaéárea
preciso.
de Wiltshire.
A imagemA foi
imagem
feita foi
sobre
registrada
uma plantação
pelos fazendeiros
de trigo e
é a 24
em maior
de julho
espiral
passado,
já observada
sobre uma
nos campos
plantação
ingleses
de canola
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Cortesia North Circular Wallacy Albino
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Cortesia M. J. Fussell Wallacy Albino
Grande formação com vários círculos internos e raios, descoberta em The Gallops,
na região de Beckhampton, em 28 de julho. A figura também combina precisão e
alto nível de detalhamento, cada vez mais constantes nos círculos
Cortesia M. J. Fussell
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Cortesia Andrew King Wallacy Albino
O Caracol de Pewsay, em White Horse, como já ficou conhecida essa peculiar for-
mação surgida em 17 de julho numa plantação de trigo ainda verde. A imagem
chama a atenção por sua beleza e complexidade
Cortesia Charles Mallett
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Cortesia Colin Andrews Wallacy Albino
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Northern
Cortesia
Cortesia Circular
Colin Andrews Wallacy Albino
Formação
Objeto de estranha
produzida conformação,
por mãos invisíveis
envolvendo
sobre
um quadrado
plantação dentro
de fenodeem
um Gilroyd
círculo,
tendo ao seu
Dodworth, emcentro
Yorkshire,
outro círculo.
em 27 Adeimagem
julho deste
foi relatada
ano. Visto
por Colin
do solo,
Andrews,
o desenho
após
ter sido descoberta
apresenta padrões retilíneos
em Andover,perfeitos
Hampshire, em 02 de julho
Andrew
Charles
Cortesia
Cortesia King
Mallett
Uma bela
Vista do solo
figura
de uma
com arcos,
grandeanéis
formação
e outros
descoberta
elementos,
na localidade
registradade
emEast
Ivinghoe
Field,
Alton Barnes,
Beacon, em Buckinghamshire,
em área de grande
no dia
incidência
26 de julho.
de Wiltshire.
Sua curiosa
Pessoas
geometria
caminham
se difere
no
interior
de grandeda parte
imagem,
das encontrada
formações observadas
em 15 de julho
este ano
246
O Mistério dos Círculos Ingleses
Cortesia Richard
Steve Alexander
Harrison
Vista do
Figura que
sololembra
de uma
umaformação
estrela, de
formada
vários com
anéis
a composição
em trigo já maturado
de círculos,e anéis
prontoe
arcos.colheita,
para Foi encontrada
em Liss em
Hampshire,
Englishcombe,
em 01 na
de região
julho. Este
de North
é um tipo
Sommerset,
relativamente
em 07
de julho.deA círculo
comum área não
observado
é prolífica
na em
Inglaterra
aparecimento de círculos
Cortesia
Fotos cortesia
StuartSteve
Dike Alexander
A Rosa,
Em Etchilhampton
como ficou conhecida
Hill, Devizes,
a figura
em 28
de
de julho, o estudioso
Normanton Down, Wiltshire,
do fenômeno
em 04dosde
círculos
julho passado.
Stuart No
Dike
detalhe,
descobriu
uma ampliação
essa ima-
247
Cortesia Northern Circular Wallacy Albino
Uma bela figura com arcos, anéis e outros elementos, registrada em Ivinghoe
Beacon, em Buckinghamshire, no dia 26 de julho. Sua curiosa geometria se difere
de grande parte das formações observadas este ano
248
O Mistério dos Círculos Ingleses
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Cortesia M. J. Fussell [O detalhe é cortesia de Crop Circle Connector] Wallacy Albino
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Cortesia J. M. Fussell
A instigante formação que ficou conhecida como Dança dos Golfinhos, descoberta
em East Field, Alton Barnes, Wiltshire, é considerada uma das mais bonitas de
todo o verão inglês deste ano
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Cortesia M. J. Fussell Wallacy Albino
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Cortesia Stuart Dike Wallacy Albino
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Cortesia M. J. Fussell
Um circólogo descansa tranquilamente nas bordas de um enorme círculo primário
encontrado em Uffington, na área de White Horse, em Oxfordshire. O desenho
foi encontrado em 03 de agosto desse ano
Uma árvore circunscrita num anel? É o que parece a figura acima, descoberta em
um plantação de canola, em Winchester, Hampshire, em 15 de agosto. A figura
também foi interpretada como uma ramificação neuronal
255
Fotos cortesia Steve Alexander Wallacy Albino
Mais uma enigmática figura dos campos ingleses desse ano, esta imagem surgiu em
15 de agosto em Crabwood Farm House, em Hampshire. Mostra a face de um suposto
ET e um objeto semelhante a um CD-ROM. No detalhe, uma vista terrestre
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Cortesia M. J. Fussell
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Cortesia Graham Tucker Wallacy Albino
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Cortesia Peter Sorensen Wallacy Albino
Um anel simples parece ter marcado a volta dos círculos na região de Adam’s
Grave, neste ano, aos seus primórdios de 20 anos atrás. A imagem foi localizada
por Peter Sorensen em 21 de setembro
Cortesia Paul Chambers
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Uma formação contendo anéis concêntricos e arcos elipsoidais foi achada pelo
pesquisador britânico Steve Alexander em Rogate Petersfield, em West Sussex,
em 21 de julho passado. Foi comparada a uma engrenagem
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Cortesia Frank Laumen Wallacy Albino
O fenômeno dos círculos também esteve ativo, este ano, além do Canal da Man-
cha. Esta foto, de uma formação alemã na área de Baden-Württemberg, de 15
de julho, mostra acontecimentos também noutros pontos da Europa
Cortesia Ernst Dahlin
O mesmo se pode dizer de algumas regiões dos países escandinavos. Neste caso,
um curioso, embora pequeno, desenho surgiu numa plantação ainda precoce de
trigo em Davidshyttan, Hedemora, na Suécia, em 04 de julho
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Cortesia Fundacja Nautilus Wallacy Albino
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