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Direito de Processo Administrativo

Tribunais Administrativos e Fiscais- 1º instância


Tribunal Central Administrativo Norte
Tribunal Central Administrativo Sul
Supremo Tribunal Administrativo

Funções do Estado
• Assembleia da República – função legislativa
• Governo – função executiva – Direito Administrativo
• Tribunais – função judicial

Função Governativa
Órgãos da administração pública.
Pessoas Coletivas Públicas (PCP)

Direito Administrativo
É um ramo do Direito Público:
- Sentido Orgânico – regula o funcionamento dos órgãos da Administração Pública.
- Sentido Material – regular a própria atividade da Administração Pública.

Fontes do Direito da Administração


- Fontes Externas: Fontes Internacionais, D.Europeu (regulamentos e diretivas)
- Fontes internas: CRP; Leis e DL; Princípios gerias D.Administrativo; regulamentos.

Por ordem (efeito de pirâmide): CRP; fontes externas; Leis e DL; Princípios gerais de
D.Administrativo; Regulamentos.

Órgãos da Administração Pública (Pessoas Coletivas Públicas – PCP)


- Governo; (direta)
- Autarquias Locais; (direta)
- Regiões Autónomas; (Autónoma)
- Institutos Públicos; (Indireta)
- Empresas Públicas; (Indireta)
-Associações Públicas. (Indireta)

O sistema organizativo da Administração Pública:


- Adm. Direta- Poder de Direção (dar ordens).
- Adm. Indireta – Poder de orientação (Superintendência)
- Poder tutela (poder de fiscalidade da legalidade, só pode dar sugestões)
- Adm. Autónoma- Tutela.
- Adm. Pública- atua segundo critérios legais. Atua em segundo de mérito ou coincidência.

Órgãos da Administração Pública = Pessoas Coletivas Públicas


(regula o funcionamento dos órgãos colegiais Artº 21 a 35 C.Procedimento Administrativo)

- Atribuições – objetivos/finalidades da PCP


-Competências – poderes que a PCP detém para prosseguir as suas atribuições.
Exemplos:
1) O Banco de PT regula atividade bancária. - Atribuição.
2) O Instituto Politécnico de Bragança faz uma parecia com a UTAD. - Competência
3)Câmara Municipal de Mirandela mandou demolir um prédio onde se encontrava em risco de
ruína. - Competência
4) O M.Finanças faz a cobrança dos impostos. - Atribuição

Descentralização – do Governo para as pessoais mais próximas


Desconcentração – poderes

Direito Administrativo Composto:


Normas jurídico Administrativos:
-Normas organizacionais
- Normas funcionais
- Normas Relacionais (interação entre cidadãos e Administração Público)

O que faz a Administração Pública? D.Administrativo – sentido material


1) Operações materiais - Não têm carácter jurídico
2) Atos Administrativos – A Declaração da Assembleia Pública tendo em vista a resolução de uma
determinada situação em concreta.
(Exemplo: tirar a carta de condução; certidão de nascimento; matrículas da escola)

3) Regulamentos Administrativos – pode fazer regulamentos sem o Governo, pode fazer só a


Administração Pública sozinha.
4) Contratos Administrativos – Sempre que uma das partes seja uma pessoa administrativa
pública.

Poderes da Administração Pública


- Poder de decisão unilateral.
- Poder Regulamentar.
- Privilégio da Execução Prévia.
- Poder Discricionário.

Poderes estão dentro do procedimento


• Interesse Público – necessidades coletivas asseguradas às necessidades
- Artº 4 C.P.A. - Princípio da prossecução do interesse público e da
proteção dos direitos e interesses dos cidadãos

Artº 7 C.P.A. - Princípio da proporcionalidade


Boa Fé – tem de haver com justiça
Artº 11 C.P.A. - Princípio da colaboração com os particulares (é recente)
Artº 12 C.P.A. - Princípio da participação
- Deve considerar as ações que defendem os interesses.
Artº 13 C.P.A. - Princípio da decisão
- Quando o peço à Administração Pública é obrigada a decidir sobre todas as
matérias que são colocadas.
Artº 14 C.P.A. - Princípios aplicáveis à administração eletrónica
- Administração Pública deve privilegiar a meios eletrónicos
Artº 15 C.P.A. - Princípio da gratuitidade
- Se o processo não for gratuito pode pedir apoio.
Desconcentração (vertical)
Delegação de poderes; o mesmo órgão. Exemplo: Presidente da Câmara tem 50 poderes e
divide-os pelos vereadores, etc.

Descentralização (horizontal)
Delegação de atribuições; se for para pessoa diferente. Exemplo: A Câmara Municipal de
Mirandela tinha uma atribuição, a água. A C.Municipal desistiu desta atribuição e deu-a a uma
empresa municipalizada.

Delegações dos Poderes


• Delegações Atribuições – Descentralização
• Delegação de Poderes – Desconcentração
• Expressa na lei
• Ato Administrativo concreto de delegação
• Artº 44 C.P.A. - Delegação de poderes

a) Tem de haver 2 órgãos:


- Delegante
- Delegado (recebe o poder)

Exemplos:
1) Ministério do Ambiente delegou na GNR a fiscalização dos contras ordenações e dos crimes
ambientais. - Descentralização Atribuições

2) O Sargento Mor da GNR de Mirandela delegou o 1º Sargento a apreciação e instrução da


morte em massa dos peixes do Rio Tua. - Desconcentração Competências

3) O Presidente do IPB delegou Vice Presidente a sua representação na Assembleia dos


Municípios da Terra Quente Transmontana. - Desconcentração de Competências

4) O Presidente do IPB delegou na Associação dos Estudantes do IPB a atividade da receção aos
caloiros. - Descentralização das Atribuições.

Há poderes que não se podem delegar e os que podem estão previstos na lei.

A delegação é uma necessidade.

Decisões da Administração Pública


• Princípio da Legalidade
Conformes à lei – critérios objetivos
Exame
• Poder Discricionário
Mérito, conveniência – critérios subjetivos
Poderes da Administração Pública
• Decisão unilateral
• Regulamentar
• Execução prévia
• Discricionário (limites)
1) Fim
2) Competências
3) Cumprimento das formalidades essenciais (dever da fundamentação)

✓ Poderes com base na lei (1)


São poderes com base na lei “puros” (só existe critérios legais)

✓ Discricionariedade imprópria
2) Discricionariedade técnica
(coisas que os técnicos conhecem e a decisão tomada pelos critérios dos técnicos. As decisões
podem ser impugnadas no Tribunal).
Todos têm uma opinião de como cuidar/educar uma criança; cada um tem a sua opinião da lavar
o lava loiça, mas por exemplo num restaurante, os técnicos dizem que para lavar o lava loiças tem
de ser com lixívia, não pode ser de outra maneira. Esta regra esta estipulado pelos técnicos.

3) Justiça administrativa
Processo disciplinar.
Professor dá um puxão de orelhas a um aluno, passa pela suspensão de trabalho e o mais grave
é o despedimento.
Aluno/Professor dá uma chapada a um aluno e queixa-se, há um processo disciplinar. Se fosse a
1ª vez a suspensão sem remuneração, caso fosse reincidente seria logo despedimento.

4) Liberdade Probatória
Decisão tomada pela Administração Pública, porque a pessoa juntou provas de que pediu e
devia ter sido concedido.
Medico licenciado não da União Europeia exercer em Portugal, pediu equivalência. Para ter
equivalência juntou documentos e terá de fazer um prova. Depois do seu diploma autêntico em
Portugal, inscreveu-se na Ordem dos Médicos. As provas estavam evidentes, porque tinha tudo
com altas notas,etc. Ordem dos Médicos olhou para o processo e reparou que não tinha
experiência em ser médica e não a deixaram inscrever-se na Ordem. Apesar de não ter
experiência académico, tinha mais experiência nas investigações e não como médica de consultar
pacientes. (não foi possível inscrever-se na ordem).

✓ Poderes com base na discricionariedade Puros


Não podem ser sindicatos pelos TAF (execução limite 3).

Exemplos:
1) O pedido de licenciamento da suinicultura foi indeferido por violar as boas práticas ambientais.
Discricionariedade técnica

2) A suinidade foi integrada na classe 3 (1 a 5) dada as suas condições da laboração.


Justiça administrativa

3) O pedido de licenciamento da suinicultura foi indeferido por não cumprir os requisitos legais.
Lei “pura”

4) O pedido de licenciamento da suinidade foi indeferido pelo diretor competente entender que já
não existia suiniculturas suficientes na região.
Poderes discricionariedade

5) O pedido de licenciamento da suinidade foi deferido visto terem sido todos os pareceres
necessários.
Liberdade probatória

6) António aluno do IPB viu-lhe negado o subsídio por não cumprir o exigido na alínea c) do Artº1.
Poderes vinculados na lei “pura”

7) António fica em 2ºlugar por um júri de concurso ter entendido que trabalho de Berto era melhor.
Discricionariedade Pura

8) Carlos ficou em 3ºlugar por ter sido considerado o 3º melhor trabalho.


Justiça administrativa

9) Duarte não reuni as condições mínimos para que o seu trabalho fosse considerado académico.
Discricionariedade técnica

10) Eduardo foi admitido a concurso, pois consegui provar a equivalência em Portugal do seu
diploma americano.
Liberdade probatória

Manifestações do Per Administrativo


o Operações Materiais – Não tem carater jurídico
o Regulamentos Administrativos
o Atos Administrativos
o Contratos Administrativos
- Código Dos Contratos Públicos – qualquer contrato em que uma das partes seja um
órgão da Administrativo Público. O Código dos Contratos Públicos são privados que
fornecem serviços públicos em situações de monopólio.

Regulamentos Administrativos Artº 135 CPA


1) Noção
Conjunto de normas jurídicas abstratas e gerais. Emanado de um órgão da Administração
Pública. A Lei habilitante, Lei da habilitação.

2) Importância
Por um lado, visam a desonerar a Assembleia da República.
Por outro lado, visam que quem regulamenta esteja mais próximo das populações.

3) Espécies
Regulamentos independentes (alteração na ordem jurídica) / Regulamentos de desenvolvimento
(Própria lei que visa a regulamentar).
Regulamentos Interno/ Regulamentos Externos.

4) Limites do Poder Regulamentar


CRP;
D.L. / Leis – princípio da legalidade; Artº 143 nº1 CPA
Princípios gerias do Direito Administrativo.

5) Processo de elaboração de um Regulamento Administrativo


a) Direito de Petição – Artº 97 CPA
b) Publicitação – Artº 98 CPA
c) Projeto do Regulamento – Artº 99 CPA
d) Consulta Pública ou audiência de interessados – Artº 100 e 101 CPA
e) Publicação no Diário da República

6) Inderrogabilidade dos Regulamentos Administrativos


Ato administrativo não pode nunca violar um Regulamento Administrativo. – Artº 142 nº2 CPA

7) Cessação da vigência do Regulamento


Por Caducidade – Artº 145 CPA
Por Revogação – Artº 146 CPA

8) Será que os Regulamentos podem ser impugnados em Tribunal?- Artº 147 nº1 CPA
Imediatamente operativo- Exceção.

Artº 97 a 100
Artº 135 a 147
Artº 69 e ss – Princípio da Imparcialidade

Artº 69 CPC
Pessoas abrangidas pelos impedimentos:
- Visa afastar relações obscuras;
- Relações diretas não podem intervir em Procedimento Administrativo;
- Artº 72 devo-me declarar impedida, suspensa do concurso Artº 71 e depois sou substituída Artº
72 .

Impedimentos – Escusa- Artº 73 é mais abrangente


Impedimento – Escusa – Suspensão (órgão pública falha e um sabe – suspensão)

Concorrer um concurso – Artº 74 CPC, sabendo que o amigo conheça um dos júris.

Exercícios da Administração Pública:


1) O Turismos de Portugal indeferiu o requerimento de António de licenciamento de um
restaurante pois não cumpriu os requisitos relativos à segurança alimentar.
Discricionária técnica
2) O turismo de Portugal indeferiu o requerimento de António de licenciamento de um
restaurante por este não ter entregado a documentação relativa à segurança alimentar.
Liberdade Probatória
3) O turismo de Portugal deferiu do licenciamento visto o processo reuniu todos os
condicionalismos necessários legais.
Legais “Puros”
4) O turismo de Portugal indeferiu o requerimento de uma churrasqueira por esta se situar
perto de três churrasqueiras já existentes.
Discricionário “Puros”
5) O turismo de Portugal classificou o restaurante de António com 2 estrelas.
Justiça Administrativa
Atos Administrativos

1) Noção
Ato unilateral
Praticado no exercício de poderes Administrativos
Praticado por um órgão da Administração Pública
Tem efeitos jurídicos externos
Visa revelar uma situação individual concreta

2) Tipologia dos Atos Administrativos


a) Atos declarativos (declarar um ato já existente)
b) Constitutivos (nova relação jurídica)
- Primários (1º vez constituem nova relação jurídica)
o Permissivos – Autorização; licença; delegação; concessão; admissão.
o Impositivos/ Punitivos – Sanções
- Secundários (prenunciam-se pela 2ª vez) – Revogação; aprovação; visto; ato
conformativo.

3) Classificação dos Atos Administrativos

➢ Autor
- Decisões – 1 órgão Singular
- Deliberações – 1 órgão Colegial

➢ Quanto ao destinatário
- Singulares – dirigidos a uma determinada pessoa
- Coletivos- dirigidos a um sujeito complexo produzindo efeitos a todos que o integram
- Gerais- Pessoas indeterminadas, mas determináveis.

Exemplos:
1) O Presidente do IPB dissolveu o Conselho Geral. – Coletivo
2) O Registo Civil emitiu a certidão de óbito de António. – Singular
3) O IPB abriu o concurso público para provimento de um professor auxiliar. – Geral

➢ Quanto ao seu conteúdo


- Direito Administrativo
- Direito Administrativo + Direito do Privado

➢ Quanto aos efeitos


- De execução voluntária e de execução continuada

➢ Quanto à posição no procedimento administrativo – Definitivos e não Definitivos

➢ Quanto à suscetibilidade da execução Administração – Executórios e Não Executórios

Artº 53 ate ao 95 – Ato administração e Procedimento Administrativo


Artº 102 aos atos Administrativos até ao Artº 133.
Ato Administrativo Definitivo e Executivo

D. Material
D.Vertical O ato regula a situação jurídica
O ato foi praticado pela exercida
pessoa competente

Definitivamente Horizontal

Para a produção do Ato Administrativo


foram cumpridos todos os requisitos dos
procedimentos administrativos

Exercícios:
1) Qualquer ato administrativo pode ser executado pela Administração Pública?
Falsa, tem de ser definitiva e executiva

2) A impugnação contagiosamente depende do ato definitivo e executório?


Falsa.

3) Pode-se impugnar contagiosamente qualquer decisão administrativa lesiva de direitos e


interesses legalmente protegidos?
Verdadeiro

4) Se o Ato Administrativo definitivo e executório pode ser coercivamente importo pela


Administração Pública?
Verdadeira.

Procedimento do Ato Administrativo


(Artº 102 até ao Artº 133 – Facto quais as formalidades e passos para fazer um ato administrativo.
A pessoa tem de apresentar o ato administrativo.
Como podem ser apresentados serviços pelo: correio (registado), via eletrónica, via verbal.
Faz o registo (Artº 103 CPA). Do Artº 106 e 107 CPA – Requerimento à Câmara e o funcionário
regista-a. Artº 55 CPA.)

1. Fase Inicial
Iniciativa Pública
Iniciativa Privada

1.1. O processo segue para órgão competente para decidir – Artº 55 nº1 CPA.
1.2. O órgão competente delega a instrução em inferior hierárquico – Artº 55 nº2 CPA.

2. Fase da instrução – Artº 115 até ao 120 CPA


• Provas, pareceres e pedido de informações suplementares – Artº 116, 117 e 118 CPA.
• Projeto de decisão – Artº 122 nº2 CPA

3. Fase da Audiência de Interessados (Artº 121 a 125 CPA) – pode ser escrita/oral, pode ser
dispensada – Artº 124 nº1 f) CPA
• Relatório da decisão. Vai para o órgão competente para decidir Artº 126 CPA.
➢ Órgão instrutor faz projeto de decisão antes da audiência interessados (Artº 122 nº2 CPA)
e faz um relatório de decisão após a audiência dos interessados (Artº 126 CPA).

4. Fase de decisão – Artº 127 CPA


• Como acabar o procedimento Administrativo:
a) Decisão
b) Desistência/Renúncia – Artº 131 CPA
c) Deserção – Artº 132 CPA
d) Falta de pagamento taxas/ despesas – Artº 133 CPA
• Como se deve entender o silêncio da Administração Pública quando o ultrapassa os
prazos de decisão? Artº 128 CPA
❖ Ato Tácito – Artº 130 CPA

a) Há sistemas que vigora o indeferimento Tácito – Sempre que a lei não diz nada.
b) Há sistema que vigora o deferimento tácito – nos casos expressamente referidos na lei.

Porquê que alguns estudiosos do procedimento administrativo dizem que o CPA 2015 acabou
com o ato tácito?
Porque passado o prazo da Administração Pública para se pronunciar o interessado não pode
decidir de continuar à espera da decisão. Na medida em que o último dia para a decisão é
também a véspera do 1ºdia para recorrer aos tribunais. Assim, se o interessado não respeitar
esse prazo, poder-se-á haver perante uma situação em que não tem a decisão Administração
Pública e também já não pode ir ao tribunal fazer valer aquele que considera o seu direito. Artº
129 CPA.

Invalidade do Ato Administrativo


Ato Administrativo contrária à lei – Ato Inválido

Anulável Nulo

Vícios do Ato Administrativo


1. Quanto ao Sujeito & Quanto ao autor do Ato Administrativo

1.1. Usurpação de Poderes – Nulo


Ato produzido pela Administração Pública quando a respetiva competência é de outro órgão de
soberania. Assembleia da República, Tribunais. A sanção é a nulidade.

1.2. Incompetência Absoluta – Nulo


Ato pratico por um órgão da Administração Pública quando a competência é de outro órgão da
Administração Pública. A sanção é a nulidade.

1.3. Incompetência Relativa – Anulável


Ato pratico por pessoa incompetente, situando-se o órgão competente dentro da mesma pessoa
coletiva pública.

2. Quanto ao objeto – violação da lei – Nulidade

3. Vício quanto à forma – Preterição/violação de formalidades essenciais – Anulável


Ex: Falta de fundamentação, falta de audiência de interessados.

4. Quanto à motivação – Poderes Discricionários – Desvio do Poder

Razões interesse Público – Anulável


Razões interesse Privado – Nulo
Poderes Discricionários – Limites
1. Competência
Incompetência – Absolta
- Relativa

2. Cumprimento das formalidades essenciais – vícios contra a forma

3. Fim para que foi conferido o poder discricionário – desvio do poder

Exercícios
1) O M. Administração Interna tem a possibilidade de conceder vistos anuais de residência a
cidadãos estrangeiros ilustro no seu ramo de atividade. Quando uma Madona requereu
esse visto, já tinham sido atribuídos 19ª e o ministro estava a reservar o 20º para o seu
primo brasileiro que dá aulas de SOL no Brasil.
Desvio do Poder – Razões; Privado – Nulo

2) O Ministério do ambiente praticou um ato de competência exclusiva do Ministério da


Agricultura.
Quanto ao sujeito – Incompetência Absoluta – Nulo

3) Passagem de uma certidão comprovativa de que António terminou a sua licenciatura


quando na realidade lhe faltam ser aprovadas a 2 unidades curriculares.
Vício da violação da lei. Quanto ao objeto - Nulo

4) O recurso da renovação da licença de condução a um indivíduo com o fundamento “de


falta de maturidade”.
Quanto à forma – Anulável. Falta de fundamentação.

5) O Presidente do IPB decidiu que as licenciaturas dessa instituição passariam a ser de 2


anos.
Incompetência Absoluta + Violação da Lei

6) Ato Administrativo que decide conceder pensão de sobrevivência a uma pessoa viúva e
empregada quando a lei só permite atribuir a pensão a alguém que esteja desempregada.
Violação da Lei.

Artº 161 CPA

Pergunta:
1) Quando é que não se produz o efeito anulatório do ato administrativo?
Nos casos previstos no Artº 163 nº5 CPA.

O Ato Administrativo pode “morrer” por ser nulo ou anulável.

António pediu autorização para utilização da via pública para efeitos de uma esplanada com a
área de 180 m2. António recebeu um ofício da Câmara a dizer que tinha que levantar a esplanada
porque o passeio ia ser sujeito a obras. Administração Pública pode revogar ou anular um ato nulo?
Como é que os particulares podem reagir perante um ato Administrativo Ilegal?
- Ou vão para o Tribunal/ TAF – Garantias Contenciosas
- Ou são impugnados perante a própria Administração Pública – Garantias Graciosas (CPA) [não
pagam nada para desempenhar a “função”]

Garantias Graciosas
• Reclamação – Para o próprio autor do ato (Artº 191 e ss CPA)
• Recurso
Chama-se Recurso hierárquico para o superior hierárquico (Presidente da Câmara).
✓ Recurso hierárquico (Artº 185 CPA)
- Facultativo – ir para os meios contaciosos (Tribunal) – Não suspende prazos.
- Necessário – sou obrigada a recorrer hierarquicamente antes de ir para tribunal –
Suspende prazos.

Uma minuta:
• Artº 1
É competente quaisquer os lugares de estacionamento reservados a deficientes, o vereador do
urbanismo
• Artº 2
Serão concedidos lugares de estacionamentos para deficientes quando se verificarem condições
constantes no anexo 1º ao presente regulamento
• Artº 3
Cabe ao recurso hierárquico nesta matéria das decisões tomadas pelo vereador de urbanismo.

Pergunta: António requer lugar de estacionamento de deficientes perto do prédio onde habita. O
seu pedido foi indeferido com a fundamentação de que já não era possível, naquela rua criar mais
lugares de estacionamento para deficientes.
De tal decisão pretende António recorrer para os tribunais. Pode fazê-lo?

Resposta: 1º tem de ir recorrer hierarquicamente ao presidente e só depois é que pode recorrer


aos tribunais.

Exercício
1) Por facilidade de contagem, vamos imaginar que os prazos em Procedimento
Administrativo se contam em dias seguidos.
Fui notificada de uma decisão camaria que me é completamente desfavorável. Sou obrigada por
lei a impor recurso hierarquicamente necessário. Interpus o recurso hierarquicamente a 4
Setembro de 2019. Até hoje não obtive qualquer resposta ao recurso que interpus. Quero saber se
posso continuar à espera da resposta ao recurso ou se pelo contrário devo estar atenta ao prazo
para a impugnação contenciosa.
Resposta: Tendo em conta o disposto do Artº 198 nº1 CPA, o prazo para o superior hierárquico
para responder ao recurso é de 30 dias. Assim o recurso deveria ter tido uma resposta até 4 de
Outubro de 2019. De acordo com o Artº 198 nº4 CPA e como não ouve decisão o dia 05 de
Outubro de 2019 terá sido o 1º dia do prazo para recorrer aos tribunais.
Por isso é que há autores que dizem que o novo CPA acabou com o recurso hierárquico
necessário.

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