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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
 
 
 
 
 
 

Engenheiro de Segurança do Trabalho, 


Membros do SESMT, Técnicos de Segurança 
do Trabalho, Médicos do Trabalho, Gestores e 
Consultores de SST, Contadores e outros 
profissionais relacionadas com a SST...  
 
Vocês têm a​ oportunidade de ajudar as empresas a tornar seus 
ambientes mais seguro​s e saudáveis, bem como reduzir custos 
através do gerenciamento de riscos e com a gestão do FAP​. 
 
 
 
 
 
 
 


GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Sumário 
Apresentação 6 
Gerenciamento de Riscos Ocupacionais GRO 7 
O que é Gerenciamento de Riscos Ocupacionais? ​8 
Por que fazer o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais? ​9 
Contexto Histórico ​11 
BS 8800 ​11 
OHSAS 18001 ​12 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) ​13 
ISO 45001 ​14 

Compreendendo o contexto da Nova NR 01 e o GRO 16 


Fique por dentro da Nova NR 01 ​17 
Estrutura do PGR para GRO ​19 
Tratamento diferenciado para MEI, ME e EPP ​19 

Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR 20 


O que é PGR? (Introdução, Conceituação) ​21 
Estrutura do PGR para GRO ​21 
Identificação de Perigos e Riscos ​23 
Análise de Riscos ​23 
Matriz de Riscos ​25 
Classificação de Riscos ​25 
Avaliação de Riscos ​25 
Medidas de Controle ​26 
Plano de Ação ​27 

Fator Acidentário de Prevenção – FAP 28 


Definição do FAP ​29 
Contexto Histórico do FAP ​30 
Objetivos do FAP ​30 
Metodológica de Cálculo do FAP ​30 
Etapas do Cálculo do FAP ​31 
1 Cálculo dos índices de Frequência, Gravidade e Custo: ​32 
2 Ordenamento dos Estabelecimentos da Subclasse CNAE ​32 
3 Cálculo dos Percentis de Ordem de Frequência, Gravidade e Custo ​32 
4 Cálculo do Índice Composto ​32 
Como o FAP impacta economicamente as empresas ​33 
Como o GRO impacta no desempenho das empresas ​35 
Estrutura do PGR para o GRO ​36 
Estrutura para gestão do FAP ​36 
REFERÊNCIAS 37 
Autor 38 


GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Apresentação 

 
Como o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais impacta o 
desempenho de SST de uma empresa? 
 
A  área  de  Segurança e Saúde no Trabalho (SST) é conhecida pela sua atuação frente 
às  necessidades  de  cumprimento  de  dispositivos  legais,  principalmente  as  Normas 
Regulamentadoras (NRs). 
 
E  isso  gera  uma  percepção  de obrigação, no sentido de obrigatoriedade. E por isso é 
comum ouvirmos “Por que isso precisa ser feito? Porque é obrigatório, está na NR”. 
 
E,  para  mim,  esse  é  o  principal  motivo  da  área  de  SST  não  ser  tratada  com a devida 
importância  dentro  das  empresas.  Já  que  a  alta  liderança  não  vê  sentido  numa 


GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

atuação  apenas  para  cumprir dispositivos legais frente aos resultados e objetivos da 


organização como um todo. 
 
Desta  forma,  precisamos  quebrar  este  paradigma.  E  mostrar  às  empresas  e  nossos 
clientes  que  somos  profissionais,  que  podemos  fazer  muito mais pelos resultados e 
sustentabilidade da organização do que apenas cumprir dispositivos legais. 
 
E  a  principal  finalidade  deste  ebook  é  ajudar  profissionais  de  SST  a  quebrar  este 
paradigma  e levar a área de SST para outro patamar. Um nível estratégico dentro das 
empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
Gerenciamento de 
Riscos Ocupacionais 

GRO
 
  
O que você irá ver sobre GRO: 
 
● O que é GRO? (Introdução, Conceituação) 
● Por que fazer o GRO? (Justificativa) 
● Contexto histórico do GRO? (Referências técnicas) 
● Compreendendo o contexto da Nova NR 01 e o GRO 
● Ficando por dentro da Nova NR 01 e o GRO 
● Estrutura do PGR para o GRO 
● Tratamento diferenciado para MEI, ME e EPP 
 
 
 


GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

O que é Gerenciamento de Riscos Ocupacionais? 


 
É  o  ato  de  planejar,  implementar  e  controlar  ações  preventivas  e  corretivas  para 
reduzir  a  probabilidade  da  ocorrência  de  eventos  que  provocam  danos  e  perdas  – 
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.  
 
E  desta  forma, manter um elevado grau de confiabilidade e segurança num ambiente 
de trabalho, por meio de: 
 
● Eliminar os eventos que provocam danos e perdas; 
● Reduzir  a  exposição  dos  trabalhadores  aos  eventos  que  provocam  danos  e 
perdas; e 
● Minimizar a severidade dos eventos que provocam danos e perdas. 
 
Sendo  assim,  para  um  Gerenciamento  de  Riscos  Ocupacionais  é  necessário  a 
identificação  dos  perigos  e  riscos,  análise,  avaliação  e  controles  desses  riscos 
identificados,  bem  como  o  monitoramento  e  a  análise  crítica  dos  riscos 
identificados,  os  acidentes  e  os  potenciais  adoecimentos  dos  trabalhadores, 
possibilitando  ações  para  a  promoção  de  ambientes  de  trabalho  mais  seguros  e 
saudáveis. 
 
E,  neste  sentido,  o  principal  objetivo  do  Gerenciamento  de  Riscos  Ocupacionais  é  a 
melhoria contínua do desempenho em Segurança e Saúde no Trabalho (SST). 
 
E  os  requisitos  básicos  de  um  plano,  programa  ou  sistema  para  o  GRO,  conforme  a 
NR 01 é: 
 
● Evitar os riscos que possam ser originados no trabalho;  
● Avaliar os riscos que não possam ser evitados;  
● Implementar medidas de prevenção, ouvidos os trabalhadores; 
● Adaptar o trabalho ao trabalhador. 
 
 


GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Por que fazer o Gerenciamento de Riscos 


Ocupacionais? 
 
Toda  e  qualquer  empresa  possui  incertezas  que  comprometem  os  seus  objetivos. 
Para essas incertezas damos o nome de risco.  
 
E  o  risco  pode  ser  definido,  conforme  a  ABNT  NBR  ISO  31000,  como  expresso  em 
termos  da  combinação  das  consequências  de  um  evento  com  a  probabilidade  da 
sua ocorrência. 
  
Já  na  área  de  SST,  temos  o  Risco  Ocupacional,  que  pode  ser  definido  como  a 
combinação  da  probabilidade  de  ocorrer  lesão  ou  agravo  à  saúde  causados  por  um 
evento  perigoso,  exposição  a  agente  nocivo  ou  exigência  da  atividade  de  trabalho  e 
da  severidade  dessa  lesão  ou  agravo  à  saúde,  conforme  a  NR  01  –  Disposições 
Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. 
 
Desta  forma,  uma  das  principais  finalidades  da  área  de  SST  é  gerenciar  os  riscos 
ocupacionais,  mantendo  um  ambiente  de  trabalho  com  elevado  grau  de 
confiabilidade  e  segurança.  Sendo  que  segurança  é  “um  estado  de  baixa 
probabilidade  de  ocorrência  de  eventos  que  provocam  danos  e  perdas”.  (Cardella, 
2009). 
 
Então,  o objetivo da área de SST é “melhorar as condições e o ambiente de trabalho”. 
(OIT, 2011).  
 
E,  desta  forma,  contribuir  não  só  com  as  empresas,  mas  também  com  os 
trabalhadores  e  o  Governo,  ou  seja,  com  a  sociedade  em  geral,  já  que  os  riscos 
ocupacionais  comprometem  os  objetivos  das empresas, a saúde e integridade física 
dos trabalhadores e as despesas e os serviços do Governo. 
 
Mas como ocorre este comprometimento? 
 
O  Gerenciamento  de  Riscos  Ocupacionais  eleva  a  confiabilidade  e  segurança de um 
ambiente de trabalho. E, desta forma, reduz a probabilidade de ocorrência de eventos 
que provocam danos e perdas. 
 
E  a  estes  eventos  relacionamos  os  acidentes  de trabalho e as doenças relacionadas 
ao trabalho. 
 
E estes eventos têm um impacto significativo para a Sociedade. 


GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
Segundo  a  Organização  Internacional  do  Trabalho  (OIT),  o  impacto  econômico  dos 
acidentes  de  trabalho  e  doenças  relacionados  ao  trabalho  é  de  aproximadamente 
3,94% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial ao ano. 
 
Portanto,  levando em consideração que o PIB do Brasil em 2019 foi de 7,3 trilhões de 
reais  (IBGE,  2020),  o  custo  para  o  país  com  a  acidentalidade  é de aproximadamente 
280 bilhões de reais por ano. 
 
E  se  levarmos  em  consideração  apenas  a  concessão  dos  benefícios  acidentários 
(B91,  B92,  B93  e  B94)  pela  Previdência  Social,  concedidos  em  2018,  a despesa para 
o  Governo  foi  de  aproximadamente  13,1  bilhões  de  reais,  conforme  dados  do 
Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho. 
 
Mas  ainda  há  outros  impactos  ao  Governo,  trabalhadores  e  empresas,  como 
destacados abaixo: 
 
Governo  Empresas 
− Pagamento de benefícios  − Aumento da contribuição do Seguro contra Acidentes 
assistenciais  de Trabalho (FAP) 
− Despesas com o SUS  − Despesas médicas 
− Despesas com o Corpo de  − Custos com ações judiciais, indenizações e ações 
Bombeiros/SAMU  regressivas 
− Despesas administrativas e com  − Pagamento do salário nos primeiros 15 dias de 
profissionais (SIT, Fundacentro,  atestado 
CEREST)  − Custos com contratação e treinamento para 
Trabalhadores  substituição 
− Custos com horas extras 
− Redução da remuneração  − Comprometimento da qualidade do produto ou da 
− Despesas com medicamentos   prestação de serviços 
− Redução temporária ou permanente  − Contribuição do FGTS enquanto o trabalhador estiver 
da capacidade biomecânica e/ou  afastado 
cognitiva    − Redução da produção 
− Interferência na vida familiar e  − Atraso das entregas 
convívio social  − Paradas de máquinas, equipamentos ou processos 
− Imagem reputação da empresa 
 
Portanto,  percebe-se  a magnitude dos impactos econômicos e sociais dos acidentes 
de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho à sociedade em geral.  
 
E  é  por  isso  que  há  a  necessidade  de  se  fazer  o  Gerenciamento  de  Riscos 
Ocupacionais:  para  reduzir  a  probabilidade  da  ocorrência  de  eventos  que  provocam 
danos e perdas. E, desta forma, c ​ ontribuir com as empresas na: 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

● Redução de custos 
● Maior produtividade 
● Conformidade/Compliance 
● Reputação/Imagem 
 
Já para os trabalhadores: 
 
● Menos acidentes/doenças/lesões 
● Maior bem-estar 
● Mais dignidade e qualidade de vida 
 
E para o Governo: 
 
● Menos despesas 
● Melhor atendimento/prestação de serviço à sociedade 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Contexto Histórico 

 
Será  que  as  diretrizes  e  requisitos  do  GRO,  recentemente  inseridos  na 
Nova NR 01, é uma novidade?  
 
No  Brasil,  não  havia  nenhuma  regulamentação  a  respeito  do  Gerenciamento  de 
Riscos  Ocupacionais  –  ao  menos  de  forma  autônoma  e  tipifica  como  geral.  Isso 
porque em alguns segmentos haviam diretrizes e requisitos que muito se aproximam 
do  exposto  na  Nova  NR  01, embora algumas empresas e profissionais já adotassem 
diretrizes  e  requisitos  de  algumas  referências  técnicas  a  respeito  do  tema,  as  quais 
destaca-se abaixo: 
 

BS 8800 
 
Quanto  a  British  Standards  8800  é  uma  Norma  de  origem  inglesa  voltada  para  a 
gestão  da  saúde  e  segurança  ocupacional.  Ela  foi  criada  pelo  British  Standard 
Institution (BSI), sendo que foi publicada em 1996. 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

É  considerada  como  a  norma  pioneira  no  mundo  para  a implantação de um sistema 


de  gerenciamento  de  riscos  ocupacionais.  Com  a  finalidade  da  melhoria  contínua 
das questões relacionadas à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. 
 
E ela é apoiada nas mesmas ferramentas do ciclo PDCA, conforme imagem abaixo: 

 
Fonte: BS 8800, 1996. 

OHSAS 18001 
 
Já  a  Occupational  Health  and  Safety  Assessment  Series  (OHSAS)  18001  é  uma 
referência  técnica  e  teve  a  sua  primeira  versão  publicada  em  1999  após  estudos  de 
um  grupo  de  organismos  certificadores  e  de  entidades  de  normalização  da  Irlanda, 
Austrália,  África  do  Sul,  Espanha  e  Malásia.  Sendo  que  foi  revisada  e  atualizada  em 
2007. 
 
E  a  premissa  dela  era  auxiliar  as  empresas  a  controlar  os  riscos  de  acidentes  no 
local  de  trabalho.  Sendo que por muitos anos foi a principal referência para sistemas 
de gestão de SST. 
 
A  OHSAS  visa  a  melhoria  contínua  de  seu  desempenho  em  saúde  ocupacional  e 
segurança de seus colaboradores, por meio do ciclo abaixo: 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
Fonte: OHSAS 18001, 2007 
 
 
 

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) 


 
E  a  Organização  Internacional  do  Trabalho  (OIT)  publicou  em  2001  o  Guidelines  on 
Occupational  Safety  and  Health  Management  Systems  (ILO-OSH  2001)  e  que  foi 
traduzido em 2005 pela FUNDACENTRO.  
 
Sendo  que  as  diretrizes  sobre  sistemas  de  gestão  da  SST  tinham  como  finalidade 
contribuir  para  proteger  trabalhadores  contra  fatores  de  risco  (perigos)  e  eliminar 
lesões,  doenças,  incidentes,  degradações  da  saúde  e  mortes  relacionados  ao 
trabalho. 
 
E  os  principais  elementos  do  sistema  de  gestão  da  SST  da  OIT  também  seguiram o 
ciclo de melhoria contínua, conforme imagem abaixo: 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
Fonte: OIT, 2011. 
 
 
 

ISO 45001 
 
E  em  2018  tivemos  a  publicação  ISO  45001  –  Sistema  de  Gestão  de  Saúde  e 
Segurança Ocupacional, pela International Organization for Standardization. 
 
Atualmente  é  a  principal  referência  mundial  em  termos  de  certificação  em  melhoria 
contínua do desempenho de SST. 
 
E  seu  principal  objetivo  é  fornecer  uma  estrutura  para  que  empresas  possam 
gerenciar  os  riscos  e  oportunidades,  visando  prevenir  lesões  e  problemas  de  saúde 
relacionados  ao  trabalho,  bem  como  proporcionar  locais  de  trabalho  seguros  e 
saudáveis aos trabalhadores. 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
Assim  com  as  demais  referências,  ela  baseia-se  nos  elementos  do  PDCA, conforme 
imagem abaixo: 
 

 
Fonte: ISO 45001, 2018. 
 
 
Desta  forma,  percebe-se  que  desde  1996  há  referências  técnicas  à  respeito  do 
Gerenciamento  de  Riscos  Ocupacionais,  que  visam  a  melhoria  contínua,  do 
desempenho de SST de uma empresa, estabelecida pelo ciclo PDCA. 
 
 
 
 
 
 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Compreendendo o contexto 
da Nova NR 01 e o GRO 

 
Com a publicação da Nova NR 01 – Disposições Gerais e 
Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, temos a primeira Norma 
autônoma a respeito do assunto no país, que estabelece as diretrizes e 
requisitos para que empresas implementem planos, programas ou 
sistemas de gestão com a finalidade da melhoria contínua do 
desempenho de SST. 
 
Mas,  tecnicamente ela não apresenta nenhuma novidade, como visto anteriormente - 
a não ser o seu critério legal no Brasil.  

17 
GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
Porém,  são  poucas  as  empresas  e  profissionais  que  já  adotavam  as  diretrizes  e 
requisitos  das  referências  técnicas  referente  a  Gerenciamento  de  Riscos 
Ocupacionais.  
 
Desta  forma,  espera-se  que  ela  mude o paradigma de SST no Brasil, saindo da rotina 
cartorária,  como  a  que  temos  hoje  com  algumas  documentações.  E  que  traga 
práticas  relevantes  pensando  em  resultados,  ou  seja,  na  melhoria  contínua  do 
desempenho de SST. 
 
Pois  o  cumprimento  de  NRs  e  outros  dispositivos  legais  não  pode  ser  o  ponto  de 
chegada,  finalidade  do  trabalho  da  área  de  SST,  Mas  sim  um  dos  meios  para  se 
alcançar  o  principal  objetivo  da  área  de  SST:  construção  de  ambientes  de  trabalho 
mais seguros e saudáveis. 
 
E  com  a  implementação  e  melhoria  contínua  de  um  plano,  programa  ou  sistema  de 
gestão  de  SST  contribuirá  muito  com  a  promoção  de  ambientes  de  trabalho  mais 
seguros e saudáveis. 
 
E um ambiente de trabalho mais seguro e saudável é positivo para todos: 
 
Empresas:  tende  a  estar  em  conformidade  com  os  dispositivos  legais  (Compliance) 
e  consequentemente  reduzir  seus  índices  de  acidentalidade  e  adoecimento, 
ocasionando  também  a  redução  de  custos  (FAP,  absenteísmo,  indenizações,  ações 
judiciais) e aumento de produtividade. 
 
Trabalhadores:  melhores  condições  de  trabalho  e  consequentemente  menores 
índices de acidentes e afastamentos. 
 
Governo/Sociedade:  com  menos  acidentes  e  doenças  relacionados ao trabalho, terá 
menos  despesas  atreladas  (SUS,  indenizações,  benefícios)  e  aumento  da 
produtividade do país. 
 

Fique por dentro da Nova NR 01 


 
A  nova  NR  01  estabelece  que  as  empresas  façam  o  Gerenciamento  de  Riscos 
Ocupacionais, conforme as seguintes diretrizes e requisitos: 
 
● Evitar os riscos ocupacionais presentes nos ambientes de trabalho; 

18 
GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

● Identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde dos 


trabalhadores; 
● Avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco; 
● Classificar os riscos ocupacionais para determinar a necessidade de adoção 
de medidas de prevenção; 
● Implementar medidas de prevenção, de acordo com a classificação de risco e 
na ordem de prioridade; 
● Acompanhar o controle dos riscos ocupacionais. 
 
Desta  forma,  as  empresas  devem  implementar  o  Gerenciamento  de  Riscos 
Ocupacionais  em  suas  atividades.  Sendo  que  o  Gerenciamento  de  Riscos 
Ocupacionais  (GRO)  deve  constituir  um  Programa  de  Gerenciamento  de  Riscos 
(PGR). 
 
E  a  critério  da  organização,  o  PGR  pode  ser  implementado  por  unidade  operacional, 
setor ou atividade. 
 
O PGR deve conter​, no mínimo, os seguintes documentos: 
 
● Inventário de riscos 
● Plano de ação 
 
E  os  documentos  integrantes  do  PGR  devem  ser  elaborados  sob a responsabilidade 
da organização, respeitado o disposto nas demais NRs, datados e assinados. 
 
Desta  forma,  não  haverá  um  profissional  responsável  legalmente  pelo  PGR,  como 
temos  hoje  com o PCMSO, PPRA, Laudo de Insalubridade, Laudo de Periculosidade e 
LTCAT.  A  responsabilidade  de  elaboração  e  implementação  de  um  plano,  programa 
ou sistema será da empresa. 
 
Sendo  assim,  o  PGR  será  estruturado,  implantado  e  melhorado  por  uma  equipe 
multidisciplinar,  sendo  que  cada  um,  dentro  de  sua  capacidade  técnica  e  limitação 
legal, terá sua respectiva responsabilidade. 
 
E outro ponto relevante é quanto a periodicidade da atualização/revisão do PGR. 
 
Pois  a  avaliação  de  riscos  deve  constituir  um processo contínuo e ser revista a cada 
dois  anos  ou  três  anos  para  as  empresas  que  possuírem  certificações  em  sistema 
de gestão de SST. Ou, independente do prazo: 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
● Após  implementação  das  medidas  de  prevenção,  para  avaliação  de  riscos 
residuais; 
● Após  inovações  e  modificações  nas  tecnologias,  ambientes,  processos, 
condições,  procedimentos  e  organização  do  trabalho  que  impliquem  em 
novos riscos ou modifiquem os riscos existentes; 
● Quando  identificadas  inadequações,  insuficiências  ou  ineficácias  das 
medidas de prevenção; 
● Na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho; 
● Quando houver mudança nos requisitos legais aplicáveis. 
 

Estrutura do PGR para GRO 


 

 
 

Tratamento diferenciado para MEI, ME e EPP 


 
O  Microempreendedor  Individual  (MEI)  está  dispensado  de  elaborar  o  PGR.  Mas, 
serão  elaboradas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho recomendações 
sobre as medidas de prevenção a serem adotadas pelo MEI. 
 
Porém,  a  dispensa  da  obrigação  de  elaborar  o  PGR  não  alcança  a  organização 
contratante  do  MEI,  que  deverá  incluí-lo  nas  suas  ações de prevenção e no seu PGR, 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

quando  este  atuar  em  suas  dependências  ou  local  previamente  convencionado  em 
contrato. 
 
E a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho irá disponibilizar ferramentas de 
avaliação de riscos, que poderá ser utilizada pelas microempresa (ME) e empresas 
de pequeno porte (EPP) para estruturar o PGR, desde que tal ME e EPP não seja 
obrigada a constituir SESMT.  
 
E  as  ME  e  EPP,  graus  de  risco  1  e  2,  que  no  levantamento  preliminar de perigos não 
identificarem  exposições  ocupacionais  a  agentes  físicos,  químicos  e  biológicos,  em 
conformidade  com  a  NR  09,  e  declararem  as  informações  digitais  de  SST,  ficam 
dispensadas da elaboração do PGR. 
 
 

 
 
 

21 
GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Programa de 
Gerenciamento 
de Riscos - PGR 
O que você irá ver sobre PGR:  
 
● O que é PGR? (Introdução, Conceituação) 
● Estrutura do PGR 
● Inventário de riscos 
● Identificação de perigos 
● Análise de riscos 
● Matriz de riscos 
● Classificação de riscos 
● Avaliação de riscos 
● Medidas de controle 
● Plano de ação 
 
 
 

22 
GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

O que é PGR? (Introdução, Conceituação) 


 
O  PGR  é  um  instrumento  que  visa  implementar  ações  preventivas  e  corretivas  nos 
ambientes  de  trabalho,  com  a  finalidade  de  mitigar  os  riscos  ocupacionais  que 
podem  causas  danos  e  perdas  às  empresas  e  a  saúde  e  integridade  física  dos 
trabalhadores, conforme a seguinte estrutura: 
  

Estrutura do PGR para GRO 


 

 
 

Inventário de riscos 
 
E um inventário de riscos ocupacionais, deve conter, no mínimo: 

23 
GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
 
E  para  a  elaboração  do  inventário  de  riscos,  a  primeira  etapa  é  fazer  um 
levantamento  preliminar dos perigos existentes no ambiente de trabalho. E para isso, 
deve  ser  feito  um  trabalho  de  campo,  como  uma  inspeção  e  contando  com  o  apoio 
de uma lista de verificação, onde serão apontados todos os perigos existentes. 
 
Posterior  a  este  levantamento  preliminar,  precisa  ser  identificado  se  os  perigos 
levantados  poderão  ser  eliminados.  Caso  contrário,  os  mesmos  precisam  ser 
analisados  e  avaliados,  para  que  se  tenha  subsídios  para  implementar  ações 
preventivas e corretivas. 
 
E  neste  sentido,  entramos  na  etapa  de  Identificação  de  Perigos,  na  qual  este 
processo  consiste  em  encontrar  (investigar,  pesquisar,  analisar),  reconhecer  e 
descrever  os  perigos  e  riscos  presentes  no  ambiente  de  trabalho.  Sendo  que  nesta 
etapa,  há  algumas  informações  essenciais  e  que  devem  estar  presentes  no 
inventário de riscos, tais como: 
 
● Descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde; 
● Identificação das fontes ou circunstâncias;  
● Indicação do grupo de trabalhadores sujeitos aos riscos. 
 
E  para  auxiliar  esta  etapa,  deve  ser  seguido  uma  metodologia,  bem  como  deve  ser 
seguida  uma  ou  mais  ferramenta  de  identificação  e  avaliação  de  risco,  condizente 
com o cenário a ser avaliado. 
 
Uma  das  mais  conhecidas  na  área  de  SST  e  aplicável  a  quase todos os cenários é a 
Análise Preliminar de Riscos (APR), conforme exemplo abaixo: 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Identificação de Perigos e Riscos 


 

 
 
Posterior  aos  perigos  e  riscos  identificados,  bem  como  demais  informações 
pertinentes,  deve  ser  realizada  a  análise  de  riscos.  Sendo  que  para  cada  risco  deve 
ser  indicado  o  nível  de  risco  ocupacional,  determinado  pela  combinação  da 
severidade  das  possíveis  lesões  ou  agravos  à saúde com a probabilidade ou chance 
de sua ocorrência. 
 

Análise de Riscos 

 
 
E  para  a  gradação  da  severidade  deve  ser  levado  em  conta  a  magnitude  da 
consequência e o número de trabalhadores possivelmente afetados. 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
E para a gradação da probabilidade deve ser levado em conta: 
 
● Os requisitos estabelecidos nas NRs; 
● As medidas de prevenção já implementadas; 
● As exigências da atividade de trabalho;  
● A  comparação  do  perfil  de  exposição  ocupacional  com  valores  de  referência 
estabelecidos na NR 09. 
 
Recomenda-se  usar  como  suporte  uma  matriz  de  riscos,  para  apoiar  na 
categorização  da  probabilidade  e  da  severidade.  E  que neste mesmo sentido, irá dar 
suporte  ao  estabelecimento  do  nível  do  risco  e  consequentemente  a  sua 
classificação, para subsidiar a definição das medidas de prevenção. 
 
Assim  como  uma  tabela  para  categorizar  as  medidas  de  controle  existentes,  para 
servir como um fator de consideração durante a análise de riscos. 
 
E  posterior  a  identificação  de  riscos  e  a  sua  análise,  é  possível  definir  o  risco 
residual, conforme exemplificação a seguir: 
 

 
 
E  com  o  risco  residual  podemos  classificá-lo,  usando  como  parâmetro  uma  matriz 
de  riscos,  que  é  estabelecido  pela  relação  da  probabilidade  com  a  severidade 
(impacto). Sendo que esta pode ser qualitativa, semiquantitativa ou quantitativa.  
 
 
 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Matriz de Riscos 
 

 
 
 

Classificação de Riscos 
 
E  posterior  a  identificação  do  risco  residual,  por  meio  de  uma  matriz  de  riscos, 
podemos  ordená-los,  conforme  a  sua  respectiva  classificação,  baseada  no  método 
que está sendo seguido ou adaptado à realidade da empresa e exemplificado abaixo: 
 

 
 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Avaliação de Riscos 
 
E  com  o  risco  residual  definido  e  classificado,  parte-se  para  a  etapa de avaliação de 
riscos,  onde  este  processo  consiste  em comparar os resultados da análise de riscos 
com  os  critérios  de  riscos  para  determinar  se  o  risco  é  aceitável  ou  tolerável, 
conforme segue: 
  

 
 
E  envolve  avaliar  o  nível  de  risco  a  fim de determinar a ordem de prioridade e de que 
maneira os riscos devem ser tratados, conforme ilustração a seguir: 

 
 

Medidas de Controle 
 
E  com o risco identificado, analisado, avaliado, classificado e priorizado, chegamos a 
etapa  de  definição  das  medidas  de  controle,  que  compreende  o  planejamento  e  a 
realização de ações para modificar o nível do risco. 
 
Sendo  que  o  tratamento  dos  riscos  envolve  a  seleção  de  uma  ou  mais  opções  para 
reduzir  ou  até  mesmo  eliminar  os  riscos,  respeitando  a  hierarquia  estabelecida  na 
NR 01 e exemplificada pela ordem da ISO 45001, conforme segue: 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
 
 

Plano de Ação 
 
E  com  base  em  todas  estas  informações,  que  contemplam  o  inventário  de  riscos, 
possuímos  os  subsídios  para  a  tomada  de  decisão  e  estruturação  de  um  plano  de 
ação, como segue: 
 

 
 
E  é  essencial,  neste  momento,  também  definir  como  será  acompanhado  e 
mensurado o resultado da ação realizado, com o intuito de mitigar o risco residual. 
 
 
 
 
 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
 

Fator Acidentário 
de Prevenção – 
FAP  
O que você irá ver sobre o FAP:  
 
● Definição do FAP 
● Objetivos do FAP 
● Metodológica de cálculo do FAP 
● Como o FAP impacta economicamente as empresas 
● Como o GRO impacta no desempenho das empresas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Definição do FAP 
 
O  FAP  é  um  multiplicador  que  varia  entre  0,5  e  2,0,  aplicado  sobre  a  alíquota  de 1, 2 
ou  3%  da  contribuição  do  seguro  contra  acidentes  de  trabalho  (GIIL-RAT),  sobre  a 
folha  salarial  das  empresas  e  destinado  à  Previdência  Social,  mensalmente, 
conforme ilustração a seguir: 
 

 
 
Portanto,  o  FAP  é  responsável  por  flexibilizar  o GIIL-RAT, permitindo assim, reduzir a 
contribuição  previdenciária  em  50%  ou  aumentá-la  em  100%,  conforme  o 
desempenho  da  empresa  em  relação  aos  acidentes  de  trabalho  e  doenças 
ocupacionais num determinado período. 
 
 

Contexto Histórico do FAP 

 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Objetivos do FAP 
 
O  FAP  tem  como  finalidade  incentivar  a  melhoria  das  condições  de  trabalho  e  da 
saúde  dos  trabalhadores,  estimulando  os  estabelecimentos  a  implementarem 
políticas mais efetivas de saúde e segurança no trabalho. 
 
E  desta  forma,  conferir  um  estímulo  econômico  às  empresas,  por  meio  da  redução 
dos encargos sociais, reputação e responsabilização. 
 
 

Metodológica de Cálculo do FAP 


 
O  cálculo  do  FAP é anual e efetuado para cada estabelecimento de uma empresa, ou 
seja,  CNPJ  completo.  E  é  levado  em  consideração  o  período  base  representado 
abaixo, para os anos correspondentes: 
   

 
E  os  estabelecimentos  novos  e  que  não  tenham  o  período-base  completo  até  o  ano 
de processamento do FAP, por definição terão FAP igual a 1,0000. 
 
E  para  os  estabelecimentos  sem  declaração  de  vínculos,  com  GFIP  inválida,  com 
atividade  econômica  inválida  ou  não  correspondida,  início  da  atividade  posterior  ao 
início do período-base, será atribuído o FAP 1,0000 por definição. 
 
E  os  estabelecimentos  com  FAP  abaixo  de  1,0000,  que  apresentam  taxa  média  de 
rotatividade  acima  de  75%  não  poderão  receber  a  bonificação,  ficando  estabelecido 
o FAP 1,0000, por definição. 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
O  estabelecimento  que  apresente  casos  de  morte  ou  invalidez  permanente, 
decorrentes de acidentes ou doenças do trabalho, o valor FAP não poderá ser inferior 
a 1,0000, ficando bloqueada a bonificação a que teria direito. 
 
E  para  fins  de  bloqueio  da  bonificação,  somente  serão  considerados  os  eventos 
morte  ou  invalidez  considerados no primeiro ano do período-base de cálculo do FAP. 
Por definição, nestes casos de bloqueio, o FAP será adotado como 1,0000. 
 
Posterior  a  estas  definições,  com  base  nos  dados  e  ocorrências  apresentadas  pelo 
estabelecimento  da  empresa  no  período  base,  é  efetuado  o  cálculo  do  FAP, 
conforme etapas apresentadas a seguir: 
 

Etapas do Cálculo do FAP 


 
1 ​Cálculo dos Índices de Frequência, Gravidade e Custo de cada estabelecimento 
2 ​Ordenamento dos Estabelecimentos da Subclasse CNAE 
3 ​Cálculo dos Percentis de Ordem de Frequência, Gravidade e Custo 
4​ Cálculo do Índice Composto 
 

1 ​Cálculo dos índices de Frequência, Gravidade e Custo: 


 

 
 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

2 ​Ordenamento dos Estabelecimentos da Subclasse CNAE 


 
E  com  base  nos  índices  de  frequência,  gravidade  e  custo  apresentado  pelos 
estabelecimentos  de  um  mesmo  segmento  (CNAE),  seus  índices  comparados  e 
ordenados.  Ou  seja,  é  feito  um  posicionamento,  de  quem  apresenta  os  menores 
índices ao maiores índices. 
 
E posterior ao ordenamento é realizado o cálculo dos percentis. 
 

3 ​Cálculo dos Percentis de Ordem de Frequência, Gravidade e Custo 


 

 
 

4​ Cálculo do Índice Composto 


 
 
 

 
 
 
 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
Como o FAP impacta 
economicamente as empresas 
 

 
O recolhimento mensal do Seguro Acidentário Obrigatório, 
representado pela alíquota de contribuição previdenciária GIIL-RAT, 
apresenta grande repercussão econômica para as empresas. 
 
A flexibilização do GIL-RAT através do FAP, possibilita a redução em até 50% ou o 
aumento em até 100% da contribuição mensal paga pelas empresas. 
 
O impacto anual do FAP na folha de pagamento das empresas é significativo, e 
muitos empregadores não tem a menor noção dos recursos que estão 
desperdiçados pela falta de gestão do FAP. 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
Sendo assim, segue abaixo um passo a passo para que você estime o impacto 
econômico que uma empresa terá: 
 
1º solicite a folha salarial mensal,​ sendo esta o valor do mês informado à 
Previdência Social, como base salarial do estabelecimento. 
 
2º identifique o percentual do seguro ​contra acidentes de trabalho, representado 
pela alíquota GIIL-RAT, de 1, 2 ou 3%, conforme a atividade preponderante do 
estabelecimento. 
 
3º identifique o FAP do estabelecimento​ da empresa, valor este que pode ser 
consultado no FapWEB, conforme CNPJ do estabelecimento e ano de vigência. 
 
4º definia a alíquota GIIL-RAT ajustada​, sendo esta a multiplicação entre a alíquota 
GIIL-RAT e o FAP do estabelecimento. 
 
5º Calcule o impacto mensal​, sendo este a multiplicação entre a GIIL-RAT ajustada e 
a folha salarial mensal. 
 
6° Calcule o impacto anual,​ sendo este a multiplicação entre o impacto mensal e 13 
(número de meses + o 13° salário). 
 
7º Realize este procedimento​ p ​ ara o ano atual e para o próximo ano, usando os 
respectivos dados de cada ano. 
 
8º Subtraia o impacto de 2020 ​com o impacto atual (2019), para identificar se 
haverá um aumento ou redução na contribuição e de quanto será este montante, 
conforme tabela abaixo: 
 
Evolução de um ano (vigência 2019) para o outro (vigência 2020) 
Impacto 
Folha  GIIL-RAT  Impacto 
Ano  GIIL-RAT  FAP  Mensal 
Salarial (R$)  Ajustado  Anual (R$) 
(R$) 
2019  1.000.000,00  3%  1,1730  3,5190%  35.190,00  457.470,00 
2020  1.000.000,00  3%  1,5835  4,7505%  47.505,00  617.565,00 
Impacto anual a maior de: R$ 160.095,00 
 
9º Repita este processo, porém com o ano (2020)​ e projete um FAP de 0,5 (menor 
valor possível), para que seja possível identificar o potencial de redução, conforme 
tabela abaixo: 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
 
Projeção com a redução do FAP para 0,5000 (menor valor possível) 
Folha  Impacto 
GIIL-RAT  Impacto 
Ano  Salarial  GIIL-RAT  FAP  Mensal 
Ajustado  Anual (R$) 
(R$)  (R$) 
2020  1.000.000,00  3%  1,5835  4,7505%  47.505,00  617.565,00 
  1.000.000,00  3%  0,5000  1,5000%  15.000,00  195.000,00 
Possibilidade de redução anual de: R$ 422.565,00 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Como o GRO impacta no 


desempenho das empresas 
 

 
A principal finalidade do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais é 
implementar ações preventivas e corretivas nos ambientes de trabalho 
para reduzir a probabilidade da ocorrência de eventos que provocam 
danos e perdas – acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.  
 
E o FAP é influenciado pelos acidentes e doenças relacionados que tenham 
benefício acidentário atrelado a ocorrência. 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

Desta forma, com uma melhoria contínua do desempenho de SST, a empresa reduz 
a ocorrência destes eventos adversos e assim, reduz a ocorrência dos benefícios 
que influenciam no FAP. 
 
Sendo assim, a estrutura do PGR para o GRO tem relação direta com as ações de 
gestão do FAP. 
 

Estrutura do PGR para o GRO 


 

 
  

Estrutura para gestão do FAP 


 

 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

REFERÊNCIAS  
 
● NR 01 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais  
● British Standards (BS) 8800:1996 
● Occupational Health and Safety Assessment Series (OHSAS) 18001:2007 
● Guidelines on occupational safety and health management systems (ILO-OSH 
2001) 
● ISO 45001 – Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional 
● ABNT NBR ISO 31000:2018 
● Resolução nº 1.329, 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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GRO e Gestão do FAP ​ ​Por Edivaldo Gregório   

 
 

Autor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Graduando em engenharia de produção, é técnico em segurança do trabalho e 
atua com a gestão do FAP há vários anos, sendo consultor e palestrante com 
diversos cursos já realizados. Também tem atuação sólida em empresas de 
grande porte na gestão do FAP e na gestão de riscos, incidentes, acidentes e 
afastamentos (Nexo Técnico Previdenciário – NTP). 
 
Saiba mais, se conectando comigo nas minhas redes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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