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SANITÁRIA EM FOCO
Curso 1: Gerenciamento de Benefícios e
Riscos Potenciais em Vigilância Sanitária
1
Créditos
2
Apresentação do projeto
Está contemplada nessa categoria uma grande variedade de serviços, os quais, devido a
sua complexidade e natureza, envolvem contínua atualização tecnológica, e, portanto, os
profissionais atuantes no SNVS devem ser constantemente capacitados e atualizados, a
fim de que estejam preparados para fiscalizar, controlar e garantir a segurança sanitária no
provimento desses serviços à população.
3
Apresentação do projeto
4
Apresentação do curso
5
Plano de curso
Ementa
Objetivos de aprendizagem
6
Plano de curso
7
Sumário
Glossário _____________________________________________________________ 52
Referências ___________________________________________________________ 55
Autores ______________________________________________________________ 60
Síntese ________________________________________________________________25
Síntese ________________________________________________________________28
8
Sumário
Síntese ________________________________________________________________40
Síntese ________________________________________________________________51
9
MÓDULO 1
Os conceitos
de risco para a
Vigilância Sanitária
Introdução
Este módulo irá discorrer sobre
o conceito de risco, apresentar
o conceito de risco potencial
como proposta para as práticas
em Vigilância Sanitária e
realizar uma reflexão acerca do
paradigma da avaliação e do
gerenciamento de riscos.
10
Lista de siglas
RT - Responsável Técnico
11
1
Aula
O conceito de risco
Importante
O conceito de risco tem passado por
transformações ao longo do tempo,
principalmente com relação à sua
associação apenas com a
probabilidade. Nas últimas décadas, o
conceito de risco tem se afastado
daquele conceito estrito de
probabilidade, assumindo várias
perspectivas a partir do campo do
conhecimento científico no qual é
utilizado3.
12
1
Aula
O conceito de risco
O risco é muito mais que um número, uma vez que se trata de uma condição ou situação a
ser representada. Por isso, não pode ser reduzido ao sinônimo de probabilidade, devendo
ser entendido como uma elaboração teórica, construída historicamente, com o objetivo de
mediar a relação do homem com os perigos. Dessa forma, o risco não é uma grandeza que
está na natureza para ser medida e depende da perspectiva do observador e de seus
interesses. É formulado e avaliado dentro de um contexto político-econômico-social,
tendo um caráter multifatorial e multidimensional4.
Curiosidade
Os primeiros registros de uma forma
simplificada de avaliação de risco
remontam a aproximadamente 3.200
a.C., quando uma tribo denominada
Asipu, que vivia no vale do Tigre-
Eufrates, tinha como uma de suas
funções realizar consultas sobre
decisões difíceis, casos arriscados e
incertezas. Os Asipu identificavam as
dimensões do problema e as
alternativas, e então estimavam os
possíveis resultados de cada uma. Ao
final da análise eles entregavam o
resultado em uma tábua de argila
recomendando a alternativa mais
favorável2. Assim, de forma empírica,
os Asipu identificavam o problema,
elencavam alternativas, previam os
possíveis resultados de cada
alternativa e faziam a comunicação.
13
1
Aula
O conceito de risco
Risco e probabilidade
A análise de risco moderna teve suas origens na teoria da probabilidade, desenvolvida por
Pascal, no século XVII, e nos métodos científicos para identificar causalidade entre efeitos
adversos a saúde e diferentes atividades perigosas.
Destaque
14
1
Aula
O conceito de risco
15
1
Aula
O conceito de risco
16
1
Aula
O conceito de risco
17
1Aula
O conceito de risco
Importante
O conceito de risco, no sentido
clássico da epidemiologia, tido como a
probabilidade de ocorrência de um
evento em população exposta a um
determinado fator de risco, permitiu
rigor teórico e capacidade preditiva
para o planejamento e a gestão em
saúde, porém, privilegia apenas um
componente do risco: a dimensão da
probabilidade. Faz-se necessário,
portanto, o aprofundamento do
debate conceitual do risco e sua
articulação no campo das práticas de
saúde, deixando claras as implicações
políticas e econômicas da produção
do conhecimento científico, assim
como o contexto histórico13,14.
18
Síntese
Nesta aula vimos que o termo “risco” nasceu para mediar a relação das sociedades
humanas com o perigo e tem passado por transformações ao longo do tempo.
É consenso entre os estudiosos do tema que o conceito de risco se refere a uma situação
com possibilidade de perda ou dano, e não deve ser reduzido à dimensão da
probabilidade. Lembre-se: maior probabilidade de ocorrência não implica
necessariamente em maior risco.
Vimos também que, para além de ter uma representação numérica, o risco constitui-se
em uma condição ou uma situação a ser representada e, portanto, sua caracterização
depende do observador e de seus interesses.
A partir da década de 1970, a politização das discussões em torno do risco contribuiu para
que a avaliação de riscos assumisse grande importância na academia e na sociedade,
levando à institucionalização da avaliação de riscos em diversos campos, como os da
Saúde, da Indústria e do Meio Ambiente.
Nesse sentido, como a avaliação de riscos é um exercício de poder, uma vez que esse
conceito passou a ser utilizado para mediar a relação da sociedade moderna com os
perigos inerentes a tecnologias, processos e serviços, a regulação do risco passou a ser
estabelecida pelas autoridades regulatórias de diversos países.
19
2Aula
O paradigma da avaliação e
gerenciamento de riscos
O resultado do estudo realizado pela NRC foi publicado em 1983 com o título Risk
Assessment in the Government: Managing the Process, e que ficou conhecido
internacionalmente como o “Red Book”, definiu um processo com dois campos bem
distintos e complementares: a avaliação e o gerenciamento de riscos, conforme ilustra
a Figura 1.
20
2Aula
O paradigma da avaliação e
gerenciamento de riscos
Avaliação de Controle
Juízo de Valor Identificação da Evidências causais
de Riscos
Fonte de Dano
Risco Potencial
Est. Epidemiológicos
Aceitabilidade
Tecnologias em Estabelecimento
Ações de Saúde da Relação
controle e
Dose x Resposta
Comunicação
Benefício x Risco Exposições
Est. Toxicológicos
Econômicas
[]
Estabelecimento das Est. In-vitro
Culturais opções regulatórias e Caracterização do Risco
Tomada de decisão
21
2
Aula
O paradigma da avaliação e
gerenciamento de riscos
22
2
Aula
O paradigma da avaliação e
gerenciamento de riscos
Deve-se ressaltar que a melhor opção regulatória raramente é a de menor risco, pois o
menor risco seria proibir o uso da tecnologia. Para que a tecnologia seja utilizada, busca-se
a opção do menor risco, razoavelmente exequível, considerando as questões científicas
(da avaliação de riscos), econômicas e sociais.
Importante
Enquanto o campo da avaliação de
riscos é eminentemente científico e
objetivo, o campo do gerenciamento
de riscos é bastante subjetivo e
fortemente influenciado por questões
econômicas, sociais, políticas e juízo de
valor. É o campo em que as disputas
de interesse dos diversos atores se
materializam no processo regulatório,
desde a normatização até a
fiscalização.
23
2
Aula
O paradigma da avaliação e
gerenciamento de riscos
24
Síntese
Vimos que, a partir da década de 1970, com a introdução de novas tecnologias — que
trouxeram benefícios, mas também potenciais danos à saúde da população e ao meio
ambiente —, surgiram movimentos que passaram a pressionar os governos para controlar
e regular esses riscos.
Vimos ainda que, enquanto a avaliação de riscos busca, por meio de bases científicas,
definir os efeitos à saúde causados pela exposição de indivíduos ou populações a
determinado risco, o gerenciamento de riscos é bastante subjetivo e permeável por
fatores como juízo de valor, questões políticas e econômicas, entre outros que envolvam o
uso de determinada tecnologia.
25
3Aula
Risco potencial: um conceito de
risco para a Vigilância Sanitária
A maior parte das ações de Vigilância Sanitária (VISA) estão delimitadas no campo do
gerenciamento de riscos, que vão desde a tomada de decisão regulatória (edição de
normas sanitárias), passando pela comunicação de riscos até o processo de
inspeção/fiscalização e licenciamento. Essa última ação representa o momento no qual é
verificado o grau de implantação e cumprimento das normas.
Importante
Assim, no processo de inspeção
sanitária é identificado o nível de
cumprimento das normas num
determinado serviço, como forma de
verificar o controle dos possíveis riscos
encontrados nos procedimentos,
produtos e demais tecnologias. Dessa
forma, a ação da inspeção sanitária
não é uma avaliação de risco, mas,
sim, uma avaliação no campo do
gerenciamento de riscos, para
verificar o nível de implantação da
legislação vigente num determinado
serviço. Na inspeção sanitária não se
avalia a relação exposição x dano,
presente nos estudos de avaliação de
risco.
26
3
Aula
Risco potencial: um conceito de
risco para a Vigilância Sanitária
Importante
Enquanto o risco clássico tem suas
bases de avaliação em eventos
passados, o risco potencial tem como
base a avaliação de acontecimentos
no presente. Esse conceito expressa
juízo de valor sobre a exposição em
potencial a um possível risco,
simbolizando o que poderia ser o risco
do risco20.
27
Síntese
Nesta terceira aula vimos que a maioria das ações de vigilância sanitária está no campo do
gerenciamento de risco. No processo de inspeção sanitária, por exemplo, não é possível
determinar quão danoso é um evento nem qual é a probabilidade de sua ocorrência, o
que torna inadequada a utilização do termo risco no sentido clássico-probabilístico para o
campo da Vigilância Sanitária.
28
MÓDULO 2
Modelo de Avaliação
de Risco Potencial e
Roteiro Objetivo de
Inspeção
Introdução
Neste módulo serão
apresentados o Modelo de
Avaliação de Risco Potencial
(MARP), desenvolvido para a
operacionalização do conceito
de risco potencial, e o Roteiro
Objetivo de Inspeção (ROI).
29
Modelo de Avaliação de Risco
4
Aula
Potencial (MARP) e Roteiro Objetivo
de Inspeção (ROI)
O risco potencial (Rp) no MARP é definido por uma função exponencial, considerando-se a
média geométrica dos N indicadores críticos e a média aritmética dos M indicadores não
críticos, conforme equação 1, a seguir.
Equação 1
30
Modelo de Avaliação de Risco
4
Aula
Potencial (MARP) e Roteiro Objetivo
de Inspeção (ROI)
O valor de risco potencial varia entre o valor mínimo 0,007 e máximo igual a 1. O fato de o
valor mínimo não ser zero reflete a concepção de riscos intrínsecos às tecnologias,
processos e produtos, pois, por maior que seja o controle de riscos, a função Rp nunca será
zero. Por melhor que seja o sistema de controle de riscos, sempre haverá um risco
potencial mínimo.
Fique sabendo
Na primeira formulação do MARP os
indicadores de controle de risco eram
avaliados subjetivamente na escala de
zero a cinco, em que zero era o
inexistente ou inadequado, 1 era
sofrível, 2 representava uma situação
razoável, mas que ainda não atendia
integralmente às exigências da
legislação, 3 era tido como bom e
representava o cumprimento da
legislação sanitária, 4 e 5 eram
situações ótima e excelente,
respectivamente, e eram
selecionadas quando superavam o
estabelecido na legislação20.
31
Modelo de Avaliação de Risco
4
Aula
Potencial (MARP) e Roteiro Objetivo
de Inspeção (ROI)
MARP/ROI
32
Modelo de Avaliação de Risco
4
Aula
Potencial (MARP) e Roteiro Objetivo
de Inspeção (ROI)
33
Modelo de Avaliação de Risco
4
Aula
Potencial (MARP) e Roteiro Objetivo
de Inspeção (ROI)
No exemplo da Figura 2 observa-se um ROI para UTI, sendo a primeira coluna a numeração
do indicador, a segunda coluna a descrição do indicador, a terceira coluna a criticidade do
indicador (NC – Não Crítico e C – Crítico), a quarta coluna deve ser preenchida com a
classificação do indicador entre 0 e 5 (ou NA- Não se Aplica, se for o caso), entre a quinta e
a décima coluna estão as descrições das possíveis condições encontradas e a última
coluna indica a legislação específica que determina cada indicador e, em geral, seu
conteúdo esta transcrito na coluna 8 (item de valor 3).
A determinação da criticidade de um
indicador é fundamental no cálculo do risco
potencial e determinante na indicação da
aceitabilidade (Aceitável, Tolerável ou
Inaceitável). Conforme indicado na equação
1, os indicadores críticos são calculados com
uma média geométrica, ou seja, pela raiz
enésima do produto dos N indicadores
críticos. Isso significa que, se apenas um
indicador crítico for classificado como zero (a
condição verificada do indicador no serviço
está descrita na quinta coluna, item de valor
0), independente de todos os outros
indicadores, a média será zero e,
consequentemente, o expoente da equação 1
também será zero, levando o risco potencial
ao seu valor máximo (RP= e0=1) indicando,
consequentemente a interdição do serviço.
34
Modelo de Avaliação de Risco
4
Aula
Potencial (MARP) e Roteiro Objetivo
de Inspeção (ROI)
Importante
Sendo assim, é muito importante
avaliar a pertinência de classificar um
indicador como crítico, pois um
indicador critico é capaz de
determinar a interdição de um
serviço, independente de todos os
outros. Por isso, essa criticidade deve
ser avaliada para cada setor/serviço, a
exemplo do indicador “Sistema
Elétrico de Emergência” que é
classificado como Crítico na UTI e não
crítico em serviços de
radiodiagnóstico. Outro exemplo são
os aventais plumbíferos, que devem
ser classificados como críticos em
serviços de hemodinâmica e não
críticos em serviços de radiografia.
35
Modelo de Avaliação de Risco
4
Aula
Potencial (MARP) e Roteiro Objetivo
de Inspeção (ROI)
36
Modelo de Avaliação de Risco
4
Aula
Potencial (MARP) e Roteiro Objetivo
de Inspeção (ROI)
Durante uma inspeção com os clássicos roteiros binários conforme/não conforme, por
exemplo, a verificação que um serviço possui um médico com especialização, atuando
como Responsável Técnico (RT), mas não possuindo designação formal, pode ser
classificado como conforme ou não conforme, a depender de quem está realizando a
inspeção, além de poder igualar essa situação (ausência do termo de designação) com a
situação de inexistência da responsabilidade/atuação (inexistência do RT). Com o ROI, é
possível graduar as não conformidades, bem como as conformidades, estimulando os
serviços a realizarem melhorias contínuas.
37
Modelo de Avaliação de Risco
4
Aula
Potencial (MARP) e Roteiro Objetivo
de Inspeção (ROI)
Essa figura é uma representação gráfica, gerada no Excel®, dos valores obtidos após a
aplicação do Roteiro Objetivo de Inspeção (ROI) em uma inspeção sanitária realizada em
Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
38
Modelo de Avaliação de Risco
4
Aula
Potencial (MARP) e Roteiro Objetivo
de Inspeção (ROI)
39
Síntese
Vimos ainda que o MARP utiliza como indicadores os próprios itens da legislação sanitária
específica de cada serviço, que podem ser classificados como críticos, calculados por
média geométrica, ou não críticos, calculados por média aritmética.
Além disso, o cálculo do preenchimento do ROI pode ser inserido em um sistema (por
exemplo, uma planilha em Excel® ou formulário eletrônico), tornando possível a
representação gráfica do MARP e permitindo a implementação de sistemas de informação
em vigilância sanitária. O infográfico interativo disponível nesta aula apresentou cada
componente de um ROI.
40
MÓDULO 3
Benefício potencial e
uma nova Vigilância
Sanitária
Introdução
Neste módulo buscamos
promover o conhecimento e a
reflexão sobre o conceito de
benefício potencial e sua
inserção no campo de atuação
em Vigilância Sanitária.
41
5
Aula
O Benefício e o Novo paradigma da
Regulação
42
5Aula
O Benefício e o Novo paradigma da
Regulação
Com relação à área de medicamentos, a avaliação de risco e benefício tem sido uma
ferramenta valorosa na regulação e, desde 2010, a avaliação dos benefícios e riscos
passaram a ser elementos centrais e simétricos, para a autorização de entrada de uma
nova droga no mercado, sendo o mais objetiva possível e dispondo de um nível suficiente
de confiança para demonstrar a qualidade, eficácia e segurança dos novos produtos,
através de estudos que passaram a ser denominados Análise de Benefícios e Riscos
(benefit risk analysis – BRA)23,26.
43
5
Aula
O Benefício e o Novo paradigma da
Regulação
44
5
Aula
O Benefício e o Novo paradigma da
Regulação
Importante
É necessário destacar que, apesar de a
mesma propriedade de uma
tecnologia poder dispor das
características de ser fonte de ganho e
perda, simultaneamente, o risco e o
benefício são independentes e assim
devem ser avaliados para que seja
possível a ponderação dos resultados
das duas avaliações.
45
5
Aula
O Benefício e o Novo paradigma da
Regulação
Assim, com base na simetria, pode-se redefinir o risco potencial como a possibilidade ou o
potencial de ocorrência de algum tipo de prejuízo para a saúde, considerando inclusive o
contexto econômico e social. Ao passo que o benefício potencial representa a
possibilidade ou o potencial de ocorrência de algum tipo de ganho para a saúde,
considerando inclusive o contexto econômico e social, e a saúde entendida como um
estado de bem-estar físico, mental e social.
46
5
Aula
O Benefício e o Novo paradigma da
Regulação
47
5
Aula
O Benefício e o Novo paradigma da
Regulação
O referencial regulatório atual, pode ser entendido como uma membrana impermeável
aos riscos. Todavia, no novo modelo regulatório, a legislação sanitária deve ser semelhante
a uma membrana semipermeável, que possibilite a maximização do acesso da sociedade
aos benefícios e a minimização dos riscos, conforme o desenho lógico, representado na
Figura 4, da representação do novo paradigma da avaliação e gerenciamento de benefícios
e riscos31.
48
5
Aula
O Benefício e o Novo paradigma da
Regulação
49
5
Aula
O Benefício e o Novo paradigma da
Regulação
Por fim, considerando que o paradigma do benefício potencial precisa ser introduzido no
Marco Legal vigente para que possa, depois, ser aplicado pelas VISAs, é importante
ressaltar que a abordagem do conceito do benefício neste curso tem como objetivo
apresentar aos profissionais de VISA a evolução teórica e prática do Modelo de Avaliação
de Risco Potencial, que passa a incorporar a noção do benefício.
Nesse sentido, como veremos no próximo curso desta trilha de aprendizagem, o Projeto
Nacional de Harmonização das Ações de Inspeção Sanitária em Serviços de Saúde e de
Interesse para a Saúde tem como objetivo inicial a criação de ferramentas e soluções para
o gerenciamento do risco sanitário, sendo que a abordagem do benefício será objeto de
estudos e práticas no futuro.
50
Síntese
Nesta aula vimos que as possibilidades de ganho identificadas na avaliação de uma nova
tecnologia podem ser associadas ao benefício, ao passo que as possibilidades de perda
são associadas ao risco. Risco e benefício são, portanto, independentes e desta forma
devem ser avaliados.
Vimos, por fim, que a implantação dessa nova abordagem, que considera a importância de
avaliar os benefícios potenciais, exige a renovação de conceitos e práticas e o rompimento
com o antigo paradigma de atuação em Vigilância Sanitária, centrado apenas no risco.
51
Glossário
AVALIAÇÃO DE RISCOS: “[…] é o uso de evidências objetivas para definir os efeitos à saúde
devidos à exposição de indivíduos ou populações a materiais ou situações perigosas.”
(p. 39)20.
52
Glossário
PÓS-MERCADO: momento que reúne as medidas adotadas pela vigilância sanitária para
controle e monitoramento do risco sanitário após a disponibilidade de produtos e serviços
para uso pelo cidadão/consumidor, compreendendo ações que verificam a execução de
normas regulatórias, assim como a mitigação do risco sanitário e a redução de assimetrias
e de falhas de acesso a produtos e serviços.
PRÉ-MERCADO: momento que reúne as medidas adotadas pela vigilância sanitária antes
da introdução de produtos e serviços no mercado para uso pelo cidadão/consumidor,
compreendendo processos tais como o licenciamento de fábricas e registros de produtos.
53
Glossário
54
Referências
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Referências
59
Autores
60
Anotações
61
62