MANUAL DE TECNOLOGIA DO
CONCRETO
1
MANUAL DE TECNOLOGIA DO CONCRETO
Goiânia, GO
2014
2
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do editor.
Impresso no Brasil
3
À minha esposa e companheira Maria Isaias da Silva
4
SUMÁRIO
LISTA DE EQUIVALÊNCIAS 8
1 INTRODUÇÃO 9
Definições 11
Evolução Histórica do Concreto 12
Algumas Características do Concreto 13
Análise Estatística da Resistência do Concreto 18
Evolução do Controle de Qualidade do Concreto 18
2 MICROESTRUTURA E PROPRIEDADES DO CONCRETO 20
Considerações Iniciais 20
Resistência/Idade do concreto 20
Resistência à Tração/Resistência à Compressão 21
Evolução da Resistência do Concreto e Algumas Propriedades Importantes 22
3 CIMENTO 24
Composição Química 24
Hidratação dos Compostos do cimento 25
Microestrutura da Pasta 25
4 AGREGADOS 30
Generalidades 30
Granulometria 30
Características dos Agregados 31
Substâncias Deletéreas 33
Produção de Agregados 38
5 ÁGUA 41
Generalidades 41
Água do Mar 41
Águas Residuais 43
Conclusão 43
6 MATERIAIS CIMENTÍCIOS 44
Escórias de Alto-forno 44
Cinzas Volantes 44
Pozolanas – NBR 12653 45
Cinza de Casca de Arroz 46
Sílica Ativa 46
7 ADITIVOS 47
Classificação dos Aditivos 48
Contribuição dos Aditivos na Tecnologia do Concreto 48
Evolução dos Aditivos 49
Contribuição das Adições Minerais na Durabilidade do Concreto 49
Aditivos Redutores da Retração 52
8 DOSAGEM 54
Composição da Mistura Sólida 54
Método das Misturas Sucessivas 54
Métodos de Dosagens 55
Concreto para Barragens 61
Concreto Compactado a Rolo- CCR 68
Concreto de Alto Desempenho – CAD 72
Concreto com Pó Reativo – CPR 76
5
Concreto de Cimento e Polímeros 80
Concreto para Blocos 82
Concreto Projetado 89
9 CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS 89
Introdução 89
Características das Principais Fibras 89
Propriedades do concreto Reforçado com Fibras 89
Considerações Finais 94
10 EVOLUÇÃO DAS TEMPERATURAS NO CONCRETO 95
Considerações Gerais 95
Técnicas de Redução do Efeito Térmico 95
Concreto não Refrigerado 96
Concreto Refrigerado 96
Elevação das Temperaturas do Concreto 97
11 FISSURAÇÃO E RUPTURA 99
Considerações Gerais 99
Módulo de Elasticidade 99
Ruptura 104
12 FABRICAÇÃO E CONTROLE DO CONCRETO 105
Fabricação 105
Controle de Qualidade 116
13 DETERIORAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO 119
Definição 119
Causas da Deterioração 119
Conclusões 126
14 AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO 128
Introdução 128
Compatibilidade Entre Materiais 128
Sistema em Concreto 129
Significado da Pesquisa 130
Demolição 131
Preparo da Superfície do Substrato 132
Testes de Aderência 132
Reparos de Fissuras 133
Conclusão 134
15 VANTAGENS DO USO DO CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO PARA PLANEJAR E EXECU-
TAR REPAROS EM ESTRUTURAS 135
Introdução 135
O CAD na Recuperação de Estruturas Deterioradas 136
Passividade da Armadura 138
Carbonatação 138
Penetração de Cloretos 139
Difusão de Oxigênio 139
Resistividade Elétrica 140
Conclusão 141
REFERÊNCIAS 142
LISTA DE EQUIVALÊNCIAS
6
Kgf = 9,807 Newtons (N)
Tensão Pa = N/m²
MPa = N/mm²
109 = giga (G)
106 = mega (M)
103 = quilo (K)
102 = hecto (h)
10 = deca (da)
0,1 = deci (dm)
0,01 = centi (cm)
10-3 = mili (mm)
10-6 = micro (µ)
10-9 = nano (nm)
0,1 nanômetro (nm) = 1 angstrom (Å)
INTRODUÇÃO
7
O concreto faz parte da evolução do homem e está presente em todas as obras
projetadas para a melhoria das condições de vida da humanidade. Seria muito difícil
imaginar o progresso se não fizéssemos uso do concreto. Para enfatizar a importância do
concreto na vida desse planeta, basta verificar que um dos parâmetros de medidas do
progresso das nações é o consumo per capita do concreto. Já se planejou o uso do
concreto para a construção de bases planetárias com o intuito de oferecer condições de vida
humana em outros planetas.
A partir da avaliação da qualidade do concreto, adotam-se novas metodologias
para adequá-la às exigências das obras atuais, que são projetadas com os recursos da
informática e exigem melhor desempenho dos materiais estruturais.
Um processo mais refinado facilita o reconhecimento das propriedades do
concreto bem como seu conhecimento na estrutura da obra. Dentro desta ótica, verifica-se a
necessidade de conceber uma metodologia que nos dê melhor condição para interpretar os
resultados obtidos na avaliação.
Previsões de Mudanças
Ações Positivas
Um programa global de pesquisa, a nosso ver, seria mais indicado, visto que
toda a comunidade científica teria condições de participar. Nesse programa estudar-se-ia o
comportamento das estruturas mais importantes, ainda em uso, permitindo desenvolver
métodos de reparos e conservação. Esses métodos, abertos a inovações posteriores,
deverão ser divulgados para uso dos interessados. Em relação às estruturas de pontes,
elevados e barragens já existe extensa bibliografia, resultante de pesquisas realizadas nos
Estados Unidos. Nessas investigações revelou-se o seguinte:
Todos esses itens devem ser bem avaliados pelos especialistas ao montarem
um plano de recuperação e manutenção de uma estrutura.
Muitas ações positivas deverão ser concebidas nos próximos anos, habilitando
profissionais em projetos avançados, em execução e manutenção. Uma ação positiva
imediata é a reformulação dos cursos de engenharia, visando formar profissionais
contextualizados em uma nova realidade.
10
1 ESTUDOS PRELIMINARES
Definições
A mistura deve ter características que permitam seu processamento com certa
facilidade nos misturados disponíveis, e ser transportada, lançada e compactada sem
ocorrer a segregação dos materiais. Os aditivos conferem, entre outras, as seguintes
propriedades ao concreto:
A = 65 + 30 e
Onde:
d = diâmetro máximo em mm
A = volume de água em litros
e = volume de agregado
Consistência
12
O ensaio mais corrente para medir a consistência do concreto é o do cone de
Abrams, normalizado pela NBR NM 67 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). A grandeza da consistência é medida pelo abatimento do tronco do cone do
concreto após a retirada da fôrma. A deformação do concreto pode ocorrer por
desagregação da parte superior do tronco de cone ou por deformação plástica, sendo válida
somente no segundo caso.
A reologia do concreto fresco está muito influenciada pela reologia dos grãos
finos constituintes das pastas. As pastas são misturas de partículas de aglomerantes e
água. Sabe-se que essas suspensões são corpos de Bingham, cujo comportamento é
representado pela equação:
F–f=V
Onde:
F = Aɳ
Onde:
ɳ = viscosidade dinâmica
13
de repulsão entre as partículas. Se a diferença for nula ou negativa, a resistência crítica de
plasticidade desaparece e a suspensão se comporta como um corpo newtoniano,
eventualmente dotado de “dilatância”, que significa: susceptível de tornar-se rígido sob os
efeitos de cisalhamento.
Essas hipóteses só são válidas para suspensões sem gases. Quando existe ar
incorporado à mistura, provavelmente se aplicam em parte os conceitos teóricos.
Onde:
14
Trabalhabilidade
Homogeneidade
Onde:
p = pressão intrínseca
φ = ângulo de atrito
Essa relação simplificada é muito utilizada para explicar os conceitos
fundamentais do fenômeno. A pressão intrínseca é igual à pressão intergranular.
Esses conceitos estão sendo empregados na equação de Bingham, para
escoamento de fluidos viscosos e plásticos. O escoamento só se inicia quando a tensão
aplicada atinge o ponto crítico ou a tensão de cisalhamento. Em analogia com a equação de
Bingham, podemos escrever a seguinte equação para o concreto:
f - fo = ηD
Onde:
15
O gráfico da equação de Bingham será da forma a seguir: Conforme o exposto,
podemos afirmar que a melhor trabalhabilidade será definida pelos parâmetros da tensão
critica e da viscosidade.
A2
A1
Segregação
Resistência mecânica
16
A resistência mecânica do concreto é conseguida a partir de especificações de
materiais e composição, de forma a obter um produto final que atenda aos requisitos de uma
boa técnica. Os testes para medir a resistência do concreto são realizados dentro de
padrões prefixados, de modo que a resistência especificada tenha variação pequena dentro
da amostragem efetuada para verificação. Sendo o concreto um composto de vários
materiais, cada um tem suas variações, que contribuem para os resultados da resistência do
concreto. Na prática, as variações são introduzidas durante a dosagem, mistura, transporte,
concretagem e cura. Somam-se às variações já citadas, as ocorridas nos ensaios de
resistência que são devidas a falhas humanas e às próprias dos equipamentos empregados.
A aceitação dos resultados de um concreto depende do tipo de controle de qualidade
adotado dentro das limitações do projeto.
A resistência tem como fator fundamental a relação água/cimento (A/C).
Considera-se que, para uma mesma relação A/C, a resistência é igual para qualquer traço
dosado dentro do critério da tecnologia corrente do concreto.
Os principais fatores que influem na variação da resistência do concreto são:
17
meio da erosão superficial de materiais sólidos em suspensão no meio aquoso, da
cavitação, do transporte de veículos etc.
A resistência ao desgaste superficial (abrasão) depende, basicamente, do
agregado, pois a pasta de cimento é pouco abrasiva.
18
Testes de durabilidade durante e após a construção;
Monitoramento das estruturas para observação a longo prazo;
Testes convencionais com equipamentos atuais.
19
2 MICROESTRUTURA E PROPRIEDADES DO CONCRETO
Considerações Iniciais
Resistência/Idade do Concreto
20
Evolução da Resistência do Concreto e Algumas Propriedades Importantes
Deformações
O concreto sofre deformações por efeito de carga: uma imediata, que
dependendo da intensidade, será elástica e terá possível recuperação caso alivie o
carregamento; e, outra, deformação plástica (permanente). A deformação gradual com o
tempo de carregamento é a fluência.
Existem ainda deformações sem efeito de carga, como a retração por secagem
térmica.
Maturidade
Expansão
Água capilar – água livre nos poros de 5 mm a 50 mm, cuja renovação poderá causar a
retração do sistema.
Água adsorvida – água que está próxima à superfície interna dos poros, estando sujeita
à força de atração. As moléculas desta água estão fisicamente adsorvidas às paredes
dos poros. A perda da água adsorvida causa retração por secagem.
Água interlamelar – água associada à estrutura do Silicato de Cálcio Hidratado (C-S-H).
Essa água está ligada por pontes de hidrogênio ao gel de C-S-H. A perda da água
interlamelar causa retração muito elevada e, às vezes, desastrosa à estrutura do
concreto.
Água quimicamente combinada – é a água que faz parte dos produtos hidratados do
cimento e que não é liberada na secagem. Essa água só será eliminada quando os
produtos forem decompostos por elevadas temperaturas.
Fluência do concreto
Valores da fluência
Recuperação da fluência
Somente uma parte da fluência é recuperada. Esse fenômeno pode ser atribuído
a uma deformação elástica retardada do agregado que é totalmente recuperável.
Retração térmica
Resistência ao Impacto
Ainda não está bem definida a influência do agregado miúdo, mas já se sabe
que areia fina geralmente reduz a resistência ao impacto, por exemplo, o concreto
conservado em água tem menor resistência do que o concreto seco.
3 CIMENTO
24
A cal e a sílica são os principais componentes do cimento.
Onde:
A = Al2O3
C = Ca
F = Fe2 O3
S = SiO2 = silica
C3S = silicato tricálcico
C2S = silicato dicálcico
C3A = aluminato tricálcico
C4AF = ferroaluminato tetracálcico
Ŝ = SO42+ = ions sulfatos
H = H2O
Microestrutura da Pasta
Segundo Francisco de Assis Basílio (1974, p. 6-7), cada obra deve especificar o
calor de hidratação máximo permitido, tendo em vista o projeto e as condições ambientes.
A substituição de parte do cimento por escória de alto-forno ou por pozolana é
um processo de se reduzir o calor de hidratação, porque apesar de a escória e a pozolana
gerarem calor de hidratação, este será inferior ao desprendido pelo cimento, acarretando
menor elevação na temperatura do concreto.
Esses cimentos são especificados pela ABNT como cimento portland pozolânico
e cimento portland de alto-forno.
Nano-cimento
Já a partir de 2007, centenas de pesquisas sobre o nano-concreto e micro-cimento, cujos
grãos em torno de 5 microns e mais o nano-tubos de carbono formam um compósito com
várias aplicações em componentes de construção e na eletrônica. O National Science
Foundation (NSF) apoiou projeto de pesquisa que sintetizou componentes de cimento
portland e comparou suas propriedades com o cimento comercial através de microscopia
eletrônica de varredura (MEV) e raios X (XRD), onde se avaliou a morfologia e estrutura dos
silicatos tri e di-cálcico e também óxido de cobre que foram encontrados no cimento
sintetizado. Testes de hidratação verificaram que o nano-cimento tinha uma velocidade de
hidratação maior que o cimento comercial. Mantendo as mesmas características de
compatibilidade com vários tipos de fibras, incluindo as de carbono, pode-se moldar em
várias formas complexas, curadas e revestidas com outros nano-materiais. Como
componentes eletrônicos servem para fabricar sensores de elevadas temperaturas. Outra
grande aplicação será na área de revestimentos de proteção de estruturas de concreto.
27
28
4 AGREGADOS
Generalidades
Granulometria
29
dos grãos dos agregados graúdos estão retidos na peneira de malha 4,8 mm.
As peneiras para análise granulométricas dos agregados estão especificadas na
NBR 7211 da ABNT e também dá as faixas de granulometria para os agregados miúdos e
graúdos.
Além das faixas granulométricas, o módulo de finura dá uma idéia da graduação
do agregado, embora um mesmo módulo de finura possa representar várias distribuições
granulométricas. O módulo de finura é bastante útil na verificação da constância dos
agregados, sendo, portanto, um instrumento de controle de qualidade do material.
Parâmetros físicos
Massa unitária do agregado solto (δ) – massa do sólido por unidade de volume;
V= Vv = 1 -
Substâncias Deletéreas
Material pulverulento
Impurezas orgânicas
Outras impurezas
33
Reação álcali-agregado
Reação álcali-sílica
Reação álcali-silicato
Reação álcali-carbonato
36
Produção de Agregados Britados
Tipos de rochas
Extração
A céu aberto, quando a jazida aflora a superfície; nessa situação, a extração é mais
Econômica e oferece condições de segurança e eficiência;
Subterrânea, quando a jazida é profunda; a exploração é feita através de poços e
galerias.
Preparo da pedreira
37
Seguem-se as demais etapas dos serviços de britagem e de separação dos
agregados por classificação.
Leis de fragmentação
Onde:
S = nova superfície
T = trabalho empregado
38
Figura 1 – Planta de britagem. Fonte: WWW.google.com.br/search. acessado em 03/02/2014.
39
5 ÁGUA
Generalidades
Água do Mar
A água do mar com concentração máxima de sais até 30.000 ppm pode ser
empregada para concretos sem armaduras ou em estruturas de pequena importância. A
água do mar acelera a resistência do concreto nos primeiros dias e, aos 28 dias, é sempre
menor, em relação a concreto com água de boa qualidade.
Águas de reuso de esgotos domésticos devem ser avaliadas para verificar se
atende aos requisitos da NBR 15900-1.
40
Cor – a cor deve ser comparada qualitativamente com a água potável que deve ser
clara e incolor;
Odor – não deve apresentar cheiro forte;
Ácidos – devem ser inodora e sendo de outras fontes não devem apresentar cheiro forte
após a adição de ácido clorídrico;
Material orgânico - a cor da água deve ser mais clara ou igual a solução padrão após a
adição de NaOH.
O teor de cloretos em Cl- não deve exceder aos limites da tabela 3 a seguir:
Sulfatos – o teor de sulfato ensaiado de acordo com a NBR 15900-7, expresso SO42+
não deve exceder à 2000 mg/litro.
Álcalis – o teor determinado Segundo a NBR 15900-9, equivalente alcalino de óxido de
sódio não deve exceder a 1500 mg/litro.
As águas ácidas que podem ser empregadas nas misturas do concreto não
devem ter pH inferior a 3. Recomenda-se verificar sua influência nas armaduras, quando o
pH for inferior a 5,0 principalmente nos concretos protendidos.
41
Águas Residuais
Conclusão
42
6 MATERIAIS CIMENTÍCIOS
Escórias de Alto-forno
Tratamentos
Resfriamento ao ar;
Resfriamento à água.
Se a escória for bem granulada, terá boa atividade com a cal. A propriedade de
hidratação, quando na presença de cal, formando o C-S-H secundário.
“O teor de escória no cimento portland de alto-forno deve estar entre 25% e 65%
da massa total”.
Cinzas Volantes
Cinzas volantes são as cinzas das centrais térmicas. Nas centrais modernas
utilizam-se carvões pulverizados. As principais características físicas das cinzas volantes
são
43
Vantagens e desvantagens do uso de cinzas volantes no cimento
Vantagens:
Desvantagens:
Pozolanas – NBR-12653
Atividade pozolânica
44
determinações do procedimento da NBR-5752.
A atividade pozolânica se caracteriza pela reação da sílica e alumina ativa com a
cal, formando os silicatos e aluminatos de cálcio.
O método mais prático de caracterizar o efeito pozolânico é realizar os ensaios
mecânicos com o cimento sem pozolana e comparar com os resultados do cimento mais
pozolana, permitindo uma melhor avaliação dos resultados da atividade pozolânica.
Sílica Ativa
Sílica ativa é uma cinza colhida nos filtros eletrostáticos dos forros de produção
do ferro sílico.
A sílica ativa é altamente reativa com cal. As partículas são esféricas,
proporcionando uma concentração de 50.000 grãos para cada grão de cimento. A atividade
da sílica ativa no concreto será:
A resistência no concreto se eleva muito com a sílica ativa pela maior formação
de C-S-H.
45
7 ADITIVOS
Os ácidos orgânicos de massa molecular baixa e sais solúveis com base fraca
são aceleradores, como o formiato de cálcio HCOOH + Ca++. Os retardadores geralmente
são os ácidos orgânicos de cadeias longas de hidrocarbonetos.
A trietanolamina N(CH2 – CH2 OH)3 , em porcentagem de 0,1 a 0,5% aacelera a
formação da etringita e retarda a hidratação do C3S, reduzindo o desenvolvimento da
resistência inicial do concreto.
Os elementos tensoativos são constituídos de moléculas orgânicas de cadeia
longa, tendo uma extremidade hidrófila (que atrai água) e outra hidrófoba (que repele água).
A extremidade hidrófila contém um ou mais grupos polares, tais como (-COO-, SO3- ou –
46
NH3+ ).
Os tensosativos incorporadores de ar, geralmente, contêm sais de resinas de
madeira, materiais protéicos, ácidos graxos e alguns detergentes sintéticos. A incorporação
indesejada de ar é combatida com um desincorporador, usualmente o fosfato de tributilo.
Os aditivos à base de lignossulfonato aumentam a retração, enquanto os outros
desse tipo não mostram nenhum efeito.
Os plastificantes tensoativos geralmente contêm sais derivados de ácidos
lignossulfonados, ácidos carboxílicos hidroxi- lados e polissacarídeos ou a combinação dos
três.
Os superplastificantes são a base de sais sulfonados e melamina ou
condensados de naftaleno-formaldeído. São tensoativos de massa molecular elevada
(20.000 a 30.000), com grande número de grupos polares. Quando esse aditivo for
adsorvido pelo cimento, confere carga negativa, reduzindo tensão superficial da água de
amassamento e produzindo a fluidez da mistura.
Os aditivos superplastificantes
Estes aditivos são do tipo de lignosulfonato com propriedades que vão além da
redução da água e não interferem na pega, na resistência inicial e no entrelaçamento dos
componentes do concreto. Tem ainda os carboxilatos que também possuem alto
desempenho na redução da água de amassamento.
A substituição do cimento por cinza volante e ou sílica ativa tem sido muito
usado nos concretos de alto desempenho.
48
Para a sílica ativa ou fumo de sílica, ainda existem poucas normas para
regulamentar seu uso no concreto. A ASTM C1240- 93 estabelecem os requisitos para o
uso da sílica ativa (SA) no concreto, embora a ASTM C618-94 a exclua. Acreditamos que,
em breve, haverá vasta regulamentação sobre esse novo aditivo.
A cinza volante (CV) é adequada para combater a reação álcali-sílica e o ataque
de sulfatos. Tais propriedades são conferidas ao concreto pela atividade pozolânica,
reduzindo a sua permeabilidade e, dessa forma, reduzindo também a penetração de
agentes agressivos. A SA é um tanto mais eficaz, porque reage preferencialmente com os
alcalis.
Apesar de ser o mesmo produto da reação dos álcalis do cimento e da sílica do
agregado, ela se processa de forma muito mais rápida, fixando os produtos alcalinos do
cimento e, como consequência, produzindo uma reação não expansiva. A escória de alto-
forno também é muito eficaz no combate à reação álcali-sílica.
A sílica ativa, em virtude do seu alto grau de finura, produz uma atividade
pozolânica mais rápida, permitindo maior elevação da resistência do concreto na sua idade
inicial. O concreto com SA desenvolve uma resistência inicial muito alta. Já ficou
comprovado o alto desempenho da combinação de CV e SA contra os agentes agressivos.
Ozyldinim e Halstead (nov./dez. 1994, p. 587-594) usaram combinações de CV e SA em
concretos com resistências relativamente altas, empregando cimento tipo II e tipo III da
ASTM.
Nas duas séries de testes, substituíram 30% e 35% de CV mais 5% de SA no
cimento. Esses teores apresentaram resistência satisfatória no concreto aos 28 dias e baixa
permeabilidade em relação ao traço de referência. Essas misturas tinham fatores A/C 0,40 e
0,45. A idéia de usar A/C nesses valores deu-se em razão de 0,40 ser próprio para
concretos dos tabuleiros das pontes e 0,45 dos concretos de seus pavimentos.
Nessas misturas estudadas, os teores de ar estavam entre 6,2% a 7,5% e,
abatimentos entre 85 mm e 100 mm. Os valores da resistência à compressão ficaram acima
de 27,6 MPa.
Ficou evidenciado nessa pesquisa que os concretos com cimento tipo III (de alta
resistência inicial) apresentaram maior resistência entre 1 e 7 dias, em relação ao concreto
de referência, porém não cresceram muito aos 28 dias.
O cimento tipo II (moderado calor de hidratação) – com substituições
cimento/cinza de 65/30 e 60/35 e mais 5% de SA não apresentou nos concretos variações
significativas em relação ao traço base.
No tocante à permeabilidade e à difusão de cloretos em função das várias
condições de cura, verificaram-se os comportamentos a seguir:
49
O cimento tipo II apresentou maior permeabilidade a cloretos nas misturas com A/C =
0,45, reduzindo a permeabilidade para concretos com A/C = 0,40.
O cimento tipo III teve comportamento diferente, dando melhores resultados para os
concretos com os dois fatores A/C = 0,40 e 0,45, indistintamente.
Retração plástica;
Retração térmica;
Retração autógena;
Retração por carbonatação.
Ingredientes da mistura;
Umidade relativa;
Projeto e execução das obras.
51
principalmente nas peças com restrição à deformação. Nas estruturas protendidas, a
instabilidade dimensional traz perda de protensão que se não for bem avaliada no projeto,
poderá complicar a estabilidade da peça. As fissuras de retração afetam o módulo de
deformação e a deformação lenta. Quanto à durabilidade, as fissuras de retração permitem
acesso de oxigênio, umidade etc.
52
8 DOSAGEM
53
52-55).
Dentro do grande número de curvas granulométricas existentes, é a curva de
Fuller uma das mais importantes e dela derivam outras, como a de Bolomey etc. É a
seguinte a equação curva de Fuller:
Onde:
Métodos de Dosagens
Considerações gerais
Método do INT
54
O método INT é de autoria de Lobo Carneiro, consistindo na fixação do fator A/C
em função da resistência do concreto ou de sua durabilidade. Outro parâmetro utilizado é o
fator água/sólidos, baseado na Lei de Lyse.
A fórmula a seguir nos dá o valor da massa de agregado por quilo de cimento,
que é o traço unitário cimento: agregado (1:m).
m= -1
DMáx. = 25 mm
slump = 2,5 cm a 5 cm
A/C = 0,50
56
Tabela 6 – Cálculo do traço de concreto
Materiais Massa kg/m³
Cimento 356
Água 178
Areia 661
Brita 1168,8
Ar 1,5% --
57
Tabela 9 – Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do concreto, Segundo a
ABNT NB 1/2011
Classe de agressividade (tabela 17)
Concreto Tipo
I II III IV
CA ≤0,65 ≤0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45
Relação A/C em massa
CP ≤0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45
CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C 40
Classe de conc. NBR 8953
CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40
Com ar incorporado 59 50 42 37 33 30 28 24
Sem ar incorporado 61 53 45 41 36 33 31 28
58
Tabela 12 – Teor aproximado de ar incorporado e teor de agregado miúdo por m³ de concreto.
Diâmetro máximo do agregado % de ar incorporado % de areia por volume de grãos
total do agregado
9,5 8 60
12,5 7 50
19 6 42
25 5 37
38 4,5 34
50 4 30
76 3,5 28
152 3 24
150 (seixo) 18 20 19 21 20 22 21 23
100 (brita) 25 27 26 28 27 29 28 30
100 (seixo) 23 25 24 26 25 27 26 28
59
temperatura de hidratação e as variações de volume. Deve-se empregar dosagem de
consume mínimo de cimento e adições minerais para reduzir a retração térmica e hidráulica
provocada pelo aglomerante.
Dosagem
Cimento tipo CP IV
Resolução:
Volume de água = 163 l (tabela 11)
Fator água/cimento:
A/C = 0,50 em função do grau de agressividade
A/C = 0,60 (cimento CP IV-32, tabela 9)
considerando-se uma queda na resistência do concreto de 12,5% devida à incorporação
de ar).
Dos dois fatores A/C, toma-se o de menor valor 0,50.
60
– Cimento
– = 326 kg
Ar:
% de ar na tabela 12 = 4,5
Volume total de ar no m³ de concreto = 45 litros
Volume de pasta de cimento = volume de cimento + volume de água + volume de ar = 105,1
+ 163 + 45 = 313,1 litros
Volume total de agregado = 1000 – 313,1 = 686,9 litros
Teor de agregado miúdo no agregado total = 34% (Tabela 12)
Volume de agregado miúdo = 686,9x0,34 = 233,5 litros
Massa de agregado miúdo = 233,5x 2,63 = 614,1 kg
Agregado graúdo:
Volume de sólidos = 686,9 – 233,5 = 453,4 litros
Massa do agregado graúdo = 453,4x2,68 = 1215,1 kg
O traço unitário será:
Ar:
61
VC + A + Ar = 92 + 145 + 45 = 282 l
Areia:
Agregado graúdo:
Esse método permite dosar misturas com diâmetro máximo superior a 3’’,
empregando é o mesmo roteiro de dosagem que já foi abordado, o teor de agregado miúdo
pode ser da tabela 12, e procedendo a ajustagem do volume de argamassa no laboratório.
62
Y = [ 1 – (d/D)n]x100
Onde:
Onde:
Va = volume de grãos do agregado
Varg = volume total de argamassa por m³ da mistura
S = % de agregado miúdo no volume total de agregado
O fator A/C máximo permitido em função do tipo de obra está na tabela 32; em
função da resistência de compressão, está na tabela 33. Conhecido o fator A/C, pode-se
transformá-la no fator A/C + POZ, conforme a equação:
A/(C + POZ) = 3,1/[3,1(1 – P) + ϒpP]
Onde:
X = fator água/cimento
P = teor de pozolana
63
ϒp = massa específica da pozolana
Onde:
A = teor de ar na mistura
a = teor de ar medido na fração inferior a 1½” (38 mm)
R = relação entre o volume de material acima de 1½” com o volume total da mistura
Vc+p =
)
Onde:
O cálculo dos volumes das frações dos agregados será feito conhecendo-se as
porcentagens de cada agregado, no volume total de grãos graúdos, a serem utilizadas.
Dados:
fc28 = 21 MPa
Com a resistência aos vinte e oito dias, o fator água/cimento na tabela 10 é 0,65 para o CP
II -32
Em função do grau de agressividade III na tabela 10, o fator água/ cimento = 0,55
Cimento:
Massa específica = 3,1 kg/dm³
Pozolana:
Massa específica = 2,4 kg/dm³
Areia:
Massa específica = 2,64 kg/dm³
Módulo de finura = 2,8
65
Brita:
Diâmetro máximo = 100 mm
Massa específica = 2,72 kg/dm³
Areia:
% de areia na tabela 14 = 29
logo, o volume de areia será calculado pela fórmula:
Agregado graúdo
Brita (50 a 100 mm) = 585x0,45x2,72 = 716,4 kg
Brita (25 a 50 mm) = 585x0,30x2,72 = 477,36 kg
Brita (4,8 a 25 mm) = 585x0,25x2,72 = 397,8 kg
Propriedades do CCR
O reduzido consumo de cimento dá ao CCR um comportamento próprio com
aspecto diferente do concreto convencional. A mistura se apresenta com aspecto úmido-
seco, sem nenhuma trabalhabilidade aparente.
66
A trabalhabilidade é medida por meio do ensaio denominado tempo de vibração,
que consiste em colocar o concreto em um recipiente cilíndrico de 24,2 cm, retirar o excesso
sem vibrar e colocar um disco metálico de 23 kg, ligando à mesa vibratória até que se forme
uma película de argamassa na superfície superior. O tempo decorrido desde o início da
vibração até o aparecimento da argamassa é denominado tempo de vibração ou cannon
time. A mesa de vibração utilizada nesse ensaio é a mesma do aparelho de Vebe.
O teor de umidade do concreto pode ser determinado na argamassa passando
na peneira de malha 4,8 mm e secando-se na chapa. A massa unitária do concreto fresco
poderá ser determinada no próprio recipiente de 9,2 l enchendo-o com concreto, colocando
o contrapeso vibrando por 120 segundos e fazendo as seguintes pesagens:
Dosagem do CCR
67
consumo de cimento passa de 100 a 135 kg/m3 (1:20 a 1:15) e para outros agregados o
cimento deve estar entre 85 a 115 kg/m3 (1:24 a 1:18).
Não se aconselham misturas maiores que 1:24, devido às dificuldades na
homogeneização e no comprometimento da durabilidade do CCR.
O teor d’água é outro parâmetro importante a ser determinado de forma a
conferir a trabalhabilidade adequada à sua compactação na obra. A experiência tem
mostrado que o teor d’água é próximo de 6% em relação à massa da mistura seca.
A composição dos agregados é outro dado importante na fixação do traço. A
prática tem recomendado utilizar misturas com diâmetro máximo de 38 mm, embora não se
façam objeções de se usarem agregados maiores ou menores.
O agregado miúdo deve ser bem graduado, sem deficiência de finos. O teor
desse agregado pode ser determinado por tentativas, avaliando-se a influência do teor de
areia na relação pasta: argamassa na resistência à compressão do concreto e na
trabalhabilidade. O teor de areia, segundo estudo de Furnas, varia de 40 a 44%.
Resolução:
68
Camada de base e revestimento;
acostamento não revestido 12-20 150-225
Fonte: Andrade et al., 1989.
) )
A/C = A% x =6x = 1,32
Teor de ar = 5%
69
Teor d’água = 6,1%
Teor de areia = 40%
Relação cimento: agregado = 1:20
Massa unitária = 2.700 kg/m³
Cimento = 121,2 kg
Areia = 969,6 kg
Brita de 19 mm = 581,76 kg
Brita de 38 mm = 872,64 kg
Água = 155,14 l
70
Os superplastificantes tornam possível a redução do fator A/C (água) cimento de
0,40 até 0,24 na prática, com misturas perfeitamente viáveis para aplicação dentro das
técnicas dispo- níveis nos atuais canteiros de obras.
Agregados
Os agregados devem ser escolhidos com muito mais cuidado do que para os
concretos convencionais e devem ter um diâmetro máximo inferior a 20 mm, devido às
tensões diferenciais na interface agregado-pasta que provocaria microfissuração. O
agregado miúdo deverá ter módulo de finura entre 2,7 a 3,0 devido à maior quantidade de
finos na composição, oriundos do consumo elevado de aglomerante.
A composição agregado miúdo/graúdo difere dos concretos convencionais
porque as curvas teóricas de composição foram idealizadas para concretos com consumo
de cimento em torno de 300 kg/m³. Segundo Canovas (1996) a relação agregado
graúdo/agregado miúdo seria de 1,5.
Nas experiências com brita de 19 mm, a relação foi de 2,5.
Dosagem
71
Tabela 18: Resistência × Fator (água/materiais cimentícios), com aditivo super- plastificante
Fator (a/mc) em função do D do agregado graúdo em mm
Resist. à Comp.
9,5 12,7 19 25
(MPa)
28 dias 0,5 0,48 0,45 0,43
48
56 dias 0,55 0,52 0,48 0,46
28 dias 0,44 0,42 0,4 0,38
55
56 dias 0,48 0,45 0,42 0,4
28 dias 0,38 0,36 0,35 0,34
62
56 dias 0,42 0,39 0,37 0,36
28 dias 0,33 0,32 0,31 0,3
69
56 dias 0,37 0,35 0,33 0,32
28 dias 0,3 0,29 0,27 0,27
76
56 dias 0,37 0,31 0,29 0,29
28 dias 0,27 0,26 0,25 0,25
83
56 dias 0,3 0,28 0,27 0,26
Fonte: Canovas, 1996.
Densidade = 1,21
Líquido castanho.
72
Diâmetro máximo = 4,8 mm
Massa unitária solta = 1,59 kg/dm³
Massa unitária compactada = 1,70 kg/dm³
Massa específica = 2,61 kg/dm³
Brita calcária
Y = (1 - √ )x100
73
Para calcular o traço do concreto de alto desempenho, adota-se o seguinte
procedimento:
Inicialmente calcula o volume de argamassa a partir das composições
granulométricas dos agregados que só funciona para concretos com a relação A/C acima de
0,50. Seguindo o procedimento do cálculo do concreto convencional e considerando que a
água para mistura com aditivo superplastificante, adotou-se que a água de amassamento
será de 172 litros ou quilos por m³ de concreto, tem-se que:
Aglomerante = = 344 kg
Aglomerante = = 696,4 kg
Teor de ar = 2%
Volume de pasta = 446,2 litros
Sílica ativa (10%) = 69,64 kg
Cimento (90%) = 626,76 kg
Volume de agregado miúdo = 658,4 – 446,2 = 212,2 litros
Areia natural = 212,2x0,1x 2,64 = 56,02 kg
Areia artificial = 212,2x 0,41x2,61 = 221,5 kg
Agregado graúdo (brita) = 942,54 kg
Agua = 195 kg
Super plastificante (0,005) = 3,13 kg
Traço unitário final será:
74
(c:sa:an:aa:b:a/c:sp): 0,11 :0,10 :0,35 : 1,50 : 0,311 : 0,005
Cimento
O cimento portland comum tem sido o mais indicado e o mais utilizado nas
pesquisas, embora Bonneau et al. (1997) tenham utilizado um cimento equivalente ao tipo II
da ASTM para obtenção do CPR 200 e 800 MPa . O cimento não deve ter baixo teor de C A
e a finura não deve ter valor muito alto. O ideal é que a finura Blaine deva estar entre 260 e
280 m²/kg. O melhor cimento para o CPR deve ter, ainda, maior valor do módulo de sílica.
Também o cimento com velocidade convencional de pega é bom para este tipo de concreto.
A sílica ativa deve ter um Blaine entre 14 e 18 m²/g, sendo a melhor relação
SA/cimento 0,23 a 0,25. Uma parte da SA tem atividade química com certos componentes
do cimento. A função da sílica ativa no concreto será:
Areia
Pó de quartzo
Superplastificante
Onde:
CM= EMP
D = diâmetro máximo do agregado
δ = massa unitária do agregado
v = volume do agregado na mistura
78
Impregnação de um concreto convencional, já endurecido, por um monômero, seguido
de polimerização, é o concreto impregnado por polímero (CIP).
O polímero é introduzido na mistura dos ingredientes do concreto, é o concreto
modificado (CMP).
79
após 28 dias, ela é com- parável ao concreto convencional. As principais vantagens da
modificação do concreto são
80
resiste aos ácidos e aos álcalis e são estáveis aos solventes orgânicos. Já o cloreto de
vinila-vinilideno resiste aos ácidos, aos álcalis e à maioria dos solventes orgânicos.
Concluindo, podemos considerar o concreto modificado com polímero como um
bom produto para recuperação de estruturas e para muitos tipos de obras em ambientes
agressivos.
Dmáx = 9,5 mm
Mf = 3,6 a 3,85
Y = (1 - √ )x100
Onde:
Y = % retida na peneira
d = diâmetro da peneira
D = diâmetro máximo da mistura dos agregados.
O modulo de finura teórico = 3,87
81
Agregados:
Areia artificial de micaxisto:
Masa específica = 2,6 kg/dm³
Massa unitária = 1,5 kg/dm³
Módulo de finura = 3,24
Brita 0 de micaxisto:
Massa específica = 2,6 kg/dm³
Massa unitária = 1,5 kg/dm³
Módulo de finura = 5,5
Brita 0 = 26,2%
Areia artificial = 73,8%
Tomando-se o traço em volume:
1: 8
Traço em volume:
1: 5,91: 2,10
82
Cimento = 192,15 kg = 3,84 sacos
Areia = 1418,06 kg = 0,95 m³
Brita 0 = 503,4 kg = 0,335 m³
Água = 169,1 kg
Obs.: O traço deve ainda ser ajustado em função da máquina de moldagem dos
blocos. O teor de umidade da mistura deve ser definida em função da coesão na formação
de um bolo com a mão, na prática, quando o bolo de argamassa ficar coeso ao abrir a mão,
o teor da água estará em condição de moldagem dos blocos. Em laboratório fazes o teste
de remoldagem, a máquina para ensaio de consistência de concreto sem abatimento, no
slump concrete. O ensaio consiste em encher a fôrma tronco-cônica usada para o ensaio de
abatimento do concreto (slump), da mesma forma que se procede no ensaio de abatimento.
Após a moldagem, retira-se o molde e liga a máquina que vai vibrar o concreto, devendo-se
cronometrar o tempo de vibração que o concreto passa da forma troncônica para a
cilíndrica, observando quando a pasta inicia a aflorar na superfície do concreto. O tempo de
vibração apropriado para moldagem de bloco deve estar entre 20 a 24 segundos.
Considerando-se que o traço 1:8 em volume foi ajustado, para outros traços com
os materiais de mesma origem, deve-se manter o mesmo teor de argamassa seca e calcular
as outras misturas.
O teor de argamassa seca será:
Teor de argamassa =
= 0,76
Areia = 9,26
Brita = 3,24
A/C = 0,09x(1 + 12,5) = 1,21
O traço em massa será: 1: 9,26 : 3,24 : 1,21.
Da mesma forma, o traço 1:12 em volume ficará:
- Traço em massa: 1: 15
Traço decomposto nos agregados:
83
Traço em massa: 1 : 11,16 : 3,84 : 1,6.
Traço em volume: 1 : 8,93 : 3,1
Com os mesmos materiais, pode-se fazer uma correlação outros traços, que
será uma relação linear.
Concreto Projetado
Sistema de mistura
Nesse processo, a mistura é entregue ao sistema que apenas bombeia com alta
velocidade até a projeção. Esse sistema não dá bons resultados.
Traços
84
O traço deverá ser estabelecido adequadamente para a concretagem que se
pretende realizar. Propomos alguns dados, a seguir, que servirão de ponto de partida para
fixar um traço:
O teor de cimento deverá estar entre 350 a 400 kg para aproximadamente 1.500 kg de
agregado;
O teor de aditivo deve estar entre 2% a 5% do peso do cimento;
O fator água/cimento deverá estar entre 0,35 a 0,40;
O tempo de mistura do material seco deve ser o mais rápido possível e deve-se obter
uma boa homogeneização;
O início da pega deve estar entre 0,5 a 2,0 minutos e o fim da pega de 10 a 12 minutos;
A resistência à compressão em 10 horas deverá ser de 5 MPa e, em 24 horas, de 10
MPa, em corpos de prova cúbicos.
Cura
Concreto translúcido
85
O concreto translúcido é uma invenção do arquiteto húngaro Aron Lesonczi
também denominado de transconcreto. Este material é uma alternativa para arquitetura para
fachadas e para paredes interiores como decorações, dando um toque diferente para
permitir entrada da luz natural.
O transconcreto apresenta as mesmas características do concreto convencional
e mais a transparência. Esta propriedade lhe confere o status de ecologicamente correto por
permitir economia de energia com aproveitamento de luz solar. É um material que resiste
até 400 MPa sendo também maleável e impermeável. Ainda é muito caro devido ao custo
das fibras óticas.
A mistura para o transconcreto deve ser autoadensável para maior facilidade de
preenchimento dos moldes. O teor de fibras óticas é de 5%. As fibras são colocadas em
fileiras de modo transversal a duas superfícies principais da peça. A espessura da parede
não importa muito porque as fibras tem eficácia de transmissão de luz para até 20 metros de
espessura. Segundo seu criador, as fibras podem ser empregadas até nas estruturas
principais porque não tem efeito negativo no concreto.
86
Figura 4 : Bloco de transconcreto. Fonte: WWW.google.com.br/search. acessado em 10/02/2014.
Figura 5: Blocos mostrando uma imagem do outro lado e uma peça apoiada num piso. . Fonte:
WWW.google.com.br/search. acessado em 10/02/2014.
87
9 CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS
Introdução
O concreto reforçado com fibras surge no balcão dos novos materiais destinados
a projetos de execução e reparos de estrutura. Esse novo produto é o resultado da mistura
do concreto e das fibras para melhorar e conferir maior desempenho mecânico. O maior
benefício observado nas matrizes reforçadas com fibras está relacionado com seu
comportamento após a fissuração, deixando de ocorrer a ruptura brusca.
A fibra de aço é produzida com aço de baixo carbono, atingindo uma resistência
acima de 1.000 MPa. Encontram-se no mercado fibras de aço com ganchos nas
extremidades e seção circular, e fibras onduladas e seção retangular.
A fibra de polipropileno é constituída por um fio de multifilamentos, formando um
cabo com 120 filamentos. O cabo é cortado em segmentos de comprimento médio de 40
mm. Sua massa específica é aproximadamente 0,91 g/cm3. Temos também a fibra de
poliéster que é fornecida sob a forma monofilar de baixo grau de finura.
Como alternativa, existem ainda as fibras naturais de amianto, muito
empregadas para fabricação de chapas ondula- das para coberturas e planas para paredes.
As fibras vegetais também oferecem algumas vantagens para determinados tipos de
aplicações.
As fibras de carbono surgem com grande sucesso na recuperação de estruturas
de concreto devido à sua baixa densidade e facilidade da aplicação.
Os nano-tubos de carbono também é mais um sucesso são bastante versáteis
na tecnologia de novos compósitos para estruturas.
88
podem até mesmo reduzir as propriedades aqui citadas, contribuindo com a capacidade de
carga dinâmica, ductilidade e resistência ao impacto. O emprego de fibras reduz muito o
risco de fissuração na retração por secagem da matriz, mesmo quando se empregam fibras
de baixo módulo de deformação como as de plásticos e de vegetais.
Materiais
Concreto
89
moldadas e curadas segundo procedimentos da NBR 5738. A melhor forma de vibrar o
concreto reforçado com fibra é na mesa vibradora, devido à baixa trabalhabilidade da
mistura.
Esse ensaio de flexão consiste na aplicação de cargas nos terços médios do vão
da viga bi-apoiada, conforme NBR 12142. Por outro lado, para a determinação da
tenacidade, deve-se utilizar procedimentos da ASTM C 1018 (EUA) ou JSCE SF-4 (Japão),
os quais são específicos para concretos reforçados com fibras.
De acordo com a ASTM, a tenacidade é determinada por meio de índices
calculados em relação à primeira fissura, contu- do o valor da deflexão calculada pode variar
muito em função do equipamento utilizado na execução do ensaio (Regattieri, 1966).
Na norma japonesa, a tenacidade é calculada diretamente pela área do
diagrama carga-deflexão até a deflexão máxima (1/150), no caso de 1 = 450, a deflexão
máxima será de 3 mm.
A resistência à tração máxima na flexão é calculada pela formula seguinte:
fe = (JSE 8.2)
90
l = 450 mm b = 150 mm h = 150 mm
fe = x Tb
fu = xP
Pisos industriais;
Concreto projetado (túneis, estabilização de taludes e shafts);
Concreto refratário;
Aeroportos;
Concretos pré-moldados (somente armadura secundária)
Bases de máquinas;
Pisos sobre estacas.
Fibras de carbono
91
As recuperações de estruturas de concreto têm passado por várias etapas de
procedimentos inovadores e as fibras de cabono é uma que surge com mais vantagens na
execução.
Nano-materiais
92
Figura 6 - Apresenta três tipos principais de nanotubos de carbon.
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422007000700037&script=sci_arttext
Considerações Finais
O concreto reforçado com fibras é sem dúvida um novo material com grande
potencial de uso na construção civil.
Muitas dúvidas sobre a durabilidade serão solucionadas nas próximas pesquisas
e observações nas obras já realizadas. Deverão ser implementados critérios mais
adequados de projetos e controle tecnológico para o CRF, por se tratar de um novo material
que exige um novo enfoque e muitas de suas propriedades ainda serão melhor avaliadas.
93
10 EVOLUÇÃO DAS TEMPERATURAS NO CONCRETO
Considerações Gerais
94
c) Recobrimento das superfícies das camadas com material isolante, durante um certo
tempo.
Concreto Não-Refrigerado
Concreto Refrigerado
95
Processos de refrigeração
Pré-resfriamento;
Pós-resfriamento;
Combinados.
Cimento
Pozolanas
Agregados
Onde:
K = condutibilidade térmica;
c = calor específico;
= densidade.
97
11 FISSURAÇÃO E RUPTURA
Considerações Gerais
Módulo de Elasticidade
98
Módulo de ruptura – coeficiente da carga no limite de ruptura pela deformação
correspondente:
Onde:
99
Obs.: se fcm não for conhecida, deve-se substituir por fck + 8, onde fck é a
resistência característica à compressão.
Para concretos com resistência à compressão entre 42 e 83 MPa, o módulo de
deformação poderá ser calculado por:
Rm = 800 µ/m
U = 50%
Dmax = 200 mm
n = 0,3
ft = 3 MPa
mo= 80.000 MPa
será:
Rt = = 375 x 10-6
100
Verificamos que a deformação da retração hidráulica é menor que a máxima
permissível para o concreto, daí se conclui que a retração hidráulica não provoca fissura
nesse concreto.
Considerações
Onde:
υ = coeficiente de Poisson
ft = resistência de tração
M = módulo de ruptura
h = profundidade da fissura Exemplo
ft = 3 MPa
M = 100.000 MPa
υ = 0,3
101
)
l= = xh
Onde:
Exemplo
Rt = = 375 x 10-5
102
Ruptura
103
12 FABRICAÇÃO E CONTROLE DO CONCRETO
Fabricação
Materiais
104
Outro instrumento de grande utilidade no canteiro é o manual de procedimento,
contendo todas as providências a serem tomadas dentro do controle tecnológico. Esse
manual deve ser distribuído a todos os funcionários encarregados da execução e do
controle.
Agregados
Verificação da graduação;
Presença de impurezas;
Aspecto geral, comparado com os agregados já liberados.
Cimento
Água
Aditivos
105
Os aditivos serão restados segundo ensaios programados para verificar se
satisfazem às indicações de suas especificações. Por exemplo: um aditivo plastificante será
ensaiado em dosagens de acordo com as indicações do fabricante, a necessidade da
mistura e o tipo de obra. É importante comprovar se não há efeitos paralelos.
O emprego de incorporador de ar exige que se façam ensaios diários para
determinar a porcentagem de ar incorporado ao concreto. A dosagem deste aditivo deve ser
modificada, se for necessário, para manter o teor de ar dentro dos limites estabeleci- dos na
dosagem. Segundo o Manual do Bureau of Reclamation, a quantidade de ar incorporado
pelo aditivo deve ser no míni- mo de 2% e no máximo de 8%, variando segundo o diâmetro
máximo da mistura.
Concretagem
108
Figura 8: Central de concreto
109
Figura 9 – Caminhão betoneira sendo carregado. Fonte: WWW.google.com.br/google
search. Acessado em 04/02/2014.
110
importante, devendo ser realizado de acordo com o que recomenda a tecnologia.
As superfícies devem estar limpas, úmidas e tratadas, quando se fizer
necessário. Quando a superfície for uma rocha, remove-se a camada superficial e se
utilizam vários recursos para que a rocha seja mantida intacta até receber o concreto. Essa
proteção pode ser uma camada de argamassa ou de produtos químicos estabilizadores ou
betuminosos.
Nos trabalhos sobre o solo, a camada de apoio do concreto deve estar úmida.
Se o terreno for seco, deve ser umedecido até uma profundidade suficiente para não afetar
o concreto no período inicial de cura.
Nas superfícies drenantes, emprega-se papel alcatroado ou plástico para se
evitar a perda de água e de pasta no período inicial da concretagem e do endurecimento do
concreto.
Juntas de concretagem
Transporte
Concretagem de barragens
Lançamento
113
Figura 11 – Bombeamento do concreto. Fonte: arquivo cedido por Leonardo Valle
Pinheiro
A concretagem de tubulões submersos deve ser feita com emprego de
tremonhas, utilizando-se um concreto bem plástico, com um slump inicial entre 15 cm e 18
cm nas primeiras cama- das. Nas subsequentes, deve-se empregar concreto com slump
entre 19 cm e 21 cm. O teor de argamassa para esse concreto é superior ao dos outros,
devendo a porcentagem de areia, em volume, estar entre 40% e 50% do total de agregado.
O uso de incorporador de ar é conveniente para permitir a redução do teor de água de
amassamento e aumentar a impermeabilidade do concreto. Outros cuidados na
concretagem de tubulões é a manutenção de um fluxo contínuo e a permanência da
extremidade da tremonha sempre dentro do concreto, para evitar que ele se contamine pela
água do tubulão. Toda a camada que foi lançada primeiramente será eliminada do tubulão.
Tubulões à céu aberto deve ser concretado observando as regras de lançamento
do concreto com altura de queda livre máxima de 2,00 metros para evitar segregação. Na
figura 12 a seguir, apresenta a conclusão da concretagem de um tubulão a céu aberto.
114
Figura 12: conclusão da concretagem de um tubulão à CE aberto. Fonte: imagem cedida por
Leonardo Valle Pinheiro.
Adensamento
115
plástico. A revibração é mais aplicada para eliminar as fissuras provenientes da deformação
plástica do concreto e os efeitos da exsudação interna, e também nas juntas de concretos
das estruturas impermeáveis. Na figura 13 apresenta concretagem de uma laje.
Figura 13 – Concretagem de uma laje. Fonte:Arquivo cedido por Leonardo Valle Pinheiro.
Controle de Qualidade
116
Dentro dessas ideias gerais, poderemos atingir altos níveis de aperfeiçoamento
global sem as limitações burocráticas de técnicas que guardam o título de know-how
próprio, correndo o risco de se fazer o que para muitos já se tornou mera rotina.
Especificação da qualidade
117
As especificações – em sua forma primitiva, quando não existiam padrões de
medida – traziam as características especificadas com palavras, utilizando-se adjetivos,
porém a ambiguidade na interpretação quase sempre gerava polêmicas. Com a adoção de
especificações e o desenvolvimento de técnicas de medidas foi possível padronizar as
unidades de medidas.
O estabelecimento de uma especificação conduz a uma norma de qualidade, isto
é, à amplitude dos valores das propriedades de um determinado produto; valores esses
necessários e suficientes para que sua qualidade seja satisfatória.
Elaborar uma especificação constitui a primeira fase de um ciclo de controle de
qualidade. A especificação indica o que é necessário para se estabelecer uma norma. As
apreciações das normas e especificações da obra devem ser constantes e atualizadas
sempre que se fizer necessário.
118
13 DETERIORAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
Definição
Causas da Deterioração
2 Fe + 2 H2 O + O2 → 2 Fe2+ + 4 OH–
2+
2 Fe + 4 OH– → 2 Fe(OH)2 → ferrugem
ou
FeO . O (2)
2 Fe(OH)2 + H2 O + ½ O → 2 Fe(OH)3 → ferrugem
ou
Fe2 O3. H2 O(4)
Obs.:
(1) → Hidróxido ferroso fracamente solúvel
(2)→ Óxido ferroso hidratado expansivo
(3)→ Hidróxido férrico expansivo
(4)→ Óxido férrico hidratado (goetita) (expansivo)
119
A presença de Cl– no meio acelera a corrosão dos aços. Define-se o produto
da corrosão como a volta do metal à sua forma primitiva (minério). Isso quer dizer que a
corrosão é o inverso do processo de metalurgia. As condições necessárias para se
processar a corrosão – somente para a corrosão eletro- química – serão
Meio oxidante;
Metal + meio oxidante com maior energia;
Interface descoberta entre o meio e o metal;
Material metálico e meio condutor elétrico.
Corrosão eletroquímica
Os íons Cl- , S2- e outros, dissolvidos na água, produzem uma reação catódica:
H2 O + ½ O2 + 2e → 2 (OH)–
Fe ↔ Fe++ + 2e
Estado Estado de
Reduzido oxidação
120
A ação de agentes biológicos em meio alcalino, como é o caso do concreto,
– –
reduz o SO3 do cimento. Os íons de enxofre S , em presença de íons Fe++, formam o
sulfeto de ferro:
Ácidos:
Acético
Águas ácidas (pH <3,5)
Clorídrico (10%)
Nítrico Desagregação
Sulfúrico
Sulfuroso
Tânico
121
Carbonato de potássio em presença de
Sulfato de potássio
Cloretos de amônio, cobre, ferro,
Magnésio, mercúrio e zinco
Fluoreto de amônio (10%) Desagregação hidróxido de potássio
(>25%)
Hidróxido de sódio (>20%)
Nitrato de amônio, potássio e sódio sulfatos
Resistência ao sulfato
Foi visto que um maior teor de hidróxido de cálcio aumenta a formação de gipsita
causando perda da resistência da rigidez da pasta de cimento. Dados de resistência
desenvolvidos por Mehta, Pirtz e Polivka (apud Onyang, 1988), em argamassa de cimento
alítico com 9,3% e 6% de gipsita, indicaram uma significante perda de resistência com um
teor de 6% CaSO4 .2H2 O. De acordo com Bentur (apud Onyang, 1988), o efeito da gipsita
no cimento pode ser interpretado como perda de resistência do C3S, por interferir na
formação do gel C-S-H, no curso da hidratação do cimento. O acréscimo de gipsita faz
crescer a formação de gel, embora ocorra uma significante perda de resistência intrínseca.
124
Esse fenômeno foi muito bem caracterizado, podendo-se afirmar que o aumento
da gipsita faz perder a resistência do C-S-H pela substituição parcial de sílica por sulfato, na
matriz original de silicato de cálcio hidratado. Pode-se relacionar também com a relação de
sulfato e sílica.
Essa é outra indicação de que, a seu turno, crescendo com a relação C/S na
formação do gel de C-S-H, provocando sua queda de resistência.
O teor de ar incorporado ao concreto já é recomendado nas regiões sujeitas à
presença de sulfatos. Assumindo-se mais essa condição do teor de ar como novo parâmetro
de durabilidade do concreto pode-se afirmar que:
125
De acordo com Verbeck (apud Brown; Bates, 1983, p. 36-39), De acordo com
Verbeck (apud Brow: Bates, 1983, p.36-39), a hidratação do C2S produz o C-S-H menos
permeável se comparer ao mesmo produto de hidratação do C3 S. Essa teoria de Verbeck é
ainda confirmada por Takemoto e Uchikawa (apud Brown, 1983) segundo suas pesquisas
sobre cal e pozolana. Para se obter um concreto resistente aos sulfatos, é necessário lançar
mão de todas essas alternativas que visam impedir o ataque tanto por bloqueio quanto por
processo físico.
Sabe-se que, na história da aplicação de concreto resistente a sulfatos, desde
1904, começou-se a usar cimento de baixo teor de C3A e baixo fator água/cimento,
seguindo-se as especificações norte-americanas. Nos últimos anos, esses conceitos têm
sido revistos e novas teorias foram surgindo até se chegar à conclusão de que não basta
apenas reduzir o teor de C3A e o fator água/cimento para que o concreto resista
satisfatoriamente à ação do sulfato.
O teor de cimento também é outro parâmetro abordado por algumas
especificações. Existe uma fórmula que calcula o consumo mínimo de cimento em função
do diâmetro máximo da mistura, segundo a expressão a seguir:
C = 750/ √ kg/m³
C = consumo de cimento por metro cúbico de concreto
D = diâmetro máximo da mistura em mm.
Os dados dos estudos de Verbeck (apud Brown; Bates, 1983) indicam uma
significante redução na expansão do concreto com alto consumo de cimento, embora o teor
de C3 A seja de 11%.
Conclusões
126
14 AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO DE ESTRUTURAS DE
CONCRETO
Introdução
127
Variações volumétricas;
Saturação e secagem;
Reações químicas;
Módulo de deformação.
O Sistema em Concreto
O concreto ainda permanecerá por muitos anos como o melhor material para
estruturas. Estuda-se no ACI o tipo de concreto adequado para construção na Lua. Tal a
sua versatilidade, que ainda não se cogita a substituição desse material por outro
concorrente. Quando bem estudado e executado, o concreto incorpora todos os requisitos
exigidos para uma estrutura de alto desempenho. Uma boa durabilidade das obras de
concreto já não é segredo para o setor da construção. Para conferir um longo período de
vida útil ao concreto, devem-se considerar os seguintes fatores importantes:
128
Estado Atual
Significado da Pesquisa
Demolição
Processos de Demolição
130
Como vantagem, citamos apenas o custo.
O processo da talhadeira é utilizado apenas para pequenos reparos que não
justificam outros métodos. O método de pequenas explosões ainda é pouco difundido por
empregar técnica de manuseio de pequenos explosivos e exigir profundo conhecimento do
poder da explosão sem afetar o concreto sadio. É um trabalho que exige credenciamento
para operadores nos órgãos de segurança. A demolição por esse processo é rápida.
Apenas a habilidade é primordial para que seja aplicada.
Testes de Aderência
Fendilhamento;
Cisalhamento;
Tração direta.
Com os resultados destes testes, será avaliada a resistência de ligação dos dois
materiais, embora não representem a situação real da estrutura.
O teste mais recente consiste em cortar o material de recuperação, até se
chegar ao concreto velho, por meio de uma sonda rotativa, sem extraí-lo. A seguir, cola-se
uma placa circular com epóxi. A placa ou o disco deverá ter um dispositivo de ligação para
um aparelho que fará o teste de arrancamento. Esse equipamento é semelhante ao utilizado
131
para o teste de aderência de argamassa. Nesse teste, será observado o local do plano de
ruptura. A aderência funcionará muito bem se a ruptura ocorrer fora da superfície de ligação
dos dois concretos.
O Comitê 503 “Standart Specification for Repairing Concrete with Epoxy Mortars”
(apud Hindo, 1990, p. 46-48) estabelece que a resistência mínima de arrancamento seja de
0,69 MPa. Esse teste mede in loco a resistência de aderência de um reparo, levando-se em
consideração todas as interferências advindas da execução.
Reparos de Fissuras
Estrutural;
Não estrutural.
Avaliação do reparo:
Produto e condição de aplicação;
Compatibilidade do produto de injeção com o substrato;
Marca;
Nível e experiência dos operários.
132
Material e equipamentos:
Controle:
Retirada de testemunhos;
Resistência à compressão dos testemunhos;
Testes de permeabilidade dos selantes.
Conclusão
133
15 VANTAGENS DO USO DO CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
PARA PROJETAR E EXECUTAR REPAROS EM ESTRUTURAS
Introdução
Num projeto de reparo devem ser analisados os dois sistemas que formarão a
nova estrutura, incluindo-se considerações sobre a compatibilidade de suas propriedades,
tais como mudanças de volume (compatibilidade dimensional), comportamento sob tensões
e durabilidade.
As mudanças volumétricas diferenciadas poderão provocar fissuras pela indução
de tensões na ligação entre os dois materiais (substrato e material de recuperação). A
habilidade do material de reparo para resistir à fissuração dependerá dos seguintes fatores:
O material será bom para reparo se tiver valores de retração reduzidos bem
como o módulo de deformação compatível com o substrato. Estamos convictos de que o
concreto de alto desempenho (CAD) tem baixa retração e se compatibiliza com o concreto
convencional (CC).
A permeabilidade é outro fator importante a ser considerado aqui porque na
recuperação formará um sistema ligado a outro, o substrato. Também uma análise
eletroquímica do sistema reparo e substrato, embora difícil mas não impossível seria
interessante, porque as frequentes mudanças internas e externas provocarão alterações
físicas e químicas.
Na definição dos sintomas patológicos da estrutura deve-se conhecer bem sua
anatomia e levantar as seguintes questões:
135
Tabela 21: Variação do tempo de início da corrosão
136
concreto poderá explodir se a velocidade do aquecimento for de 1ºC/min contra 10ºC/min
para outros concretos. Outros fatores também influem na explosão do concreto pela
elevação de temperatura, como, por exemplo, o teor de umidade. O concreto com SA por
ser mais impermeável terá este fator contra a explosão por elevação de temperatura.
Passividade da Armadura
Já foi demonstrado por vários autores que a atividade pozolânica reduz o teor de
hidróxido de cálcio na pasta de cimento, quando o teor de SA cresce até 20% do peso do
cimento.
Glasser e Mann (apud Gjørv, 1995) confirmaram que 15% de SA fixa os álcalis
em silicatos hidratados. Depois de um período de três meses no curso da hidratação, o
hidróxido de cálcio e os demais álcalis serão reduzidos pela metade e a um terço
respectivamente, se comparado a um cimento sem sílica ativa. O teor de sulfato solúvel
também será reduzido pela metade. Concluem os autores que a baixa relação C/S de C-S-
H, formada nos concretos com SA, seja devida à fixação dos álcalis presentes na
hidratação.
Foi observado que, para substituição de 20% de cimento por SA, o pH da
solução saturada de hidróxido de cálcio baixou de 12,5% para 11,5% – aproximadamente
30% – sendo um resultado aceitável para se manter a passividade da armadura. De acordo
com Diamond (apud Gjørv, 1995), a redução do pH será menor para fatores água/cimento
mais baixos. Isso também permitirá controlar a carbonatação do concreto e a penetração de
cloretos, mantendo uma certa passividade da armadura.
Carbonatação
Penetração de Cloretos
Difusão de Oxigênio
Tuuti (apud Gjørv, 1995) observou que a difusão de oxigênio no concreto reduz-
se com o fator água/cimento. Dessas observações, conclui-se que a permeabilidade tem
efeito na velocidade de difusão de oxigênio. Por essa razão, a substituição de cimento por
138
sílica ativa reduz a difusão de oxigênio no concreto. Na tabela 51, apresentamos alguns
resultados da permeabilidade do concreto.
Todas as observações nos levam a concluir que a adição de SA é benéfica para
a redução da penetração de oxigênio no concreto.
Resistividade Elétrica
139
Conclusão
140
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