O Transtorno Específico da Escrita (disortografia) é uma alteração na
planificação da linguagem escrita, como redação, ortografia e gramática, porém essa alteração não interfere no aspecto cognitivo do educando, tem como característica a não fixação ou a dificuldades de memorizar regras ortográficas, também estão relacionados aos sintomas de substituição, inversões e omissão de palavras, alteração no segmento das palavras, apoio na oralidade e dificuldade na produção textual. Podemos dizer que a disortografia é uma dificuldade viso-perceptiva e também linguístico-perceptiva por haver uma desconexão perceptual no fonografêmico (codificação) que acaba convertendo tal palavra em uma escrita errônea segundo Fernandez 2010. A disortografia classifica-se com ocorrências contínuas de erros ortográficos, erros com palavras como “b” e “p”, “v” e “f” ou vice versa. Então estima-se que o mau funcionamento do aparelho viso-perceptivo pode desencadear a disortografia, por estar diretamente interligada ao aparelho auditivo, que por sua vez favorece a neuro-cognição uma conversão de fonema-grafema. No entanto, substituições de grafemas por dificuldades de natureza auditiva (e.: capelo/cabelo, guarta/guarda, amico/amigo, máxica/mágica, etc), não são esperados em nem um grau de escolaridade, pois já denotam um desvio no processo da escrita e devem ser encaminhados a um profissional para um encaminhamento adequado, como a um fonoaudiólogo, que poderá identificar com maior precisão o que está por trás desta dificuldade de leitura e escrita (perda auditiva leve, distúrbios da fala, desvios de atenção, alterações psicomotoras, imaturidade, etc). Até o 2º, 3º ano é comum que as crianças façam confusões ortográficas porque a relação com sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo , porém após estas séries, se as trocas ortográficas persistirem repetidamente, é importante que o professor esteja atento já que pode se tratar de uma disortografia.
ALGUNS SINAIS/SINTOMAS CARACTERÍSTICOS DA DISORTOGRAFIA
Constante trocas de grafemas: faca/vaca, chinelo/jinelo, porta/borta Confusão de sílabas: comeram/comerão Adições: televisão; Omissões: cadeira/cadera, prato/pato Fragmentações: em saiar, a noitecer Inversões: pipoca/picoca; Textos muito curtos Palavras com letras amontadas ou palavras ligas umas nas outras Frases desorganizadas Falta de ordenação da escrita pelo uso de parágrafos, travessões, pontuação e acentuação Outro fator intrínseco é a baixa consciência fonológica, que está diretamente ligada à linguagem da escrita.
ESTRATÉGIAS PARA PAIS E PROFESSORES
Utilizar material multissensorial para estimular seus sentidos, especialmente o tato
e a audição O professor deve certificar-se de que compreende o que a criança precisa e ajustar o material ao estilo de aprendizagem dela; Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e provas; Construir palavras com letras, blocos ou peças de madeira; Dar um tempo mais abrangente para o aluno realizar as atividades, também facilitará o aprendizado; Acreditar na capacidade que a criança tem de aprender; Estimular a memória visual da criança por meio de quadros com letras do alfabeto, número, famílias silábicas; Utilizar exercícios de trava-língua, promovendo a consciência fonológica da criança. Brincadeiras, jogos ou movimentos corporais com parlendas (a parlenda melhora a memorização) e músicas; Realizar provas orais como recurso extra aos alunos que obtém a escrita comprometida, ou auxiliar o aluno na leitura no momento da avaliação, para eu o mesmo tenha um entendimento do conteúdo solicitado; Demarcar a palavra errada e pedir ao aluno que procure em um dicionário; Corrigir periodicamente os cadernos para não haver fixação errônea.