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ÓLEOS
COMBUSTÍVEIS
MARÍTIMOS
Informações Técnicas
1 Gasolina de aviação
Informações Técnicas (versão 1.0)
ÓLEOS COMBUSTÍVEIS MARÍTIMOS
Índice
1- DEFINIÇÃO E COMPOSIÇÃO 4
2- PRINCIPAIS APLICAÇÕES 4
4.1.2. Viscosidade 5
4.1.3. Escoamento 5
5- PRODUÇÃO 9
8- INFORMAÇÕES ADICIONAIS 10
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10
Versão dez/2019
Este material é sujeito a atualizações sem aviso prévio. A última versão está disponível no endereço:
http://sites.petrobras.com.br/minisite/assistenciatecnica/
1 - DEFINIÇÃO E COMPOSIÇÃO
2 - PRINCIPAIS APLICAÇÕES
Os óleos combustíveis marítimos (MF) e o Diesel necessários aos óleos combustíveis industriais. O
Marítimo (DMA) são utilizados em motores principais, diesel marítimo é utilizado prioritariamente nos
de grandes dimensões, nos sistemas de propulsão de sistemas auxiliares de geração de energia ou de
navios de grande porte. São motores de combustão emergência dessas embarcações. Entretanto, pode
interna que operam segundo o ciclo Diesel e, por isso, ser utilizado em motores principais, de propulsão, em
apresentam requisitos de qualidade diversos daqueles embarcações de médio e pequeno porte.
Os óleos combustíveis marítimos podem ser: das emissões (scrubbers), enquanto a ISO 8217:2010
recomenda a adoção dos valores indicados pela IMO
• Óleos bunker ou MF, que são comercializados em em função da área de circulação (global de 3,5%
diversos tipos, classificados de acordo com a máximo nas áreas de controle de emissões (ECAs), de
viscosidade cinemática a 50 °C, desde o MF 10 até o 0,1%, e 0,5% a partir de 2020, ou aqueles definidos
MF 700. As diversas faixas de viscosidade atendem às por especificações nacionais mais restritivas, como
necessidades dos motores, com base nas na Califórnia, Estados Unidos;
temperaturas possíveis de se aquecer o óleo na
instalação que o utiliza. Além da diferença nos • O Diesel Marítimo, também denominado MGO ou
valores das viscosidades, a massa específica, os DMA, possui requisitos de especificação diferentes
teores de água, vanádio, sódio, alumínio + silício, dos MF’s. A viscosidade cinemática e a massa
resíduo de carbono e teor de cinzas também específica são inferiores às observadas para o MF 10,
distinguem os óleos combustíveis marítimos. Com deve atender propriedades como, por exemplo, o
relação ao teor de enxofre, a ANP indica, em índice de cetano, estabilidade à oxidação e
consonância com a IMO (Organização marítima aparência. Com relação ao teor de enxofre, a
mundial), em sua RANP 52/2010 até o início de 2020, Resolução ANP n°52 de 2010, especifica para os
para os óleos residuais um valor de 3,5% e, após 1° destilados 0,5% e enquanto que a norma ISO 8217
de janeiro de 2020, por meio da RANP 789/2019, um indica que seja limitado em 1,5% para o MGO, sendo
teor máximo de 0,5% de enxofre para os sistemas de que a partir de 1° de janeiro de 2020, será 0,5%S.
propulsão que não possuem sistemas de abatimento
O MGO possui os mesmos requisitos de qualidade do constante que opera conforme o ciclo Diesel, o
óleo diesel, diferindo em dois aspectos: FCA/FIA (fuel combustion analyser), em alguns casos
é utilizado como alternativa ao CCAI e como critério
Por ser utilizado em motores de maiores para avaliação da qualidade de ignição do óleo
dimensões e mais lentos (menor rotação), sua bunker. Entretanto o fabricante descontinuou sua
exigência de qualidade de combustão, produção, mas está disponível em alguns laboratórios
avaliada pelo número de cetano é menor do
ao redor do mundo, inclusive na Petrobras
que no caso do óleo diesel automotivo;
Por outro lado, por ser armazenado em O resíduo de carbono indica a tendência à formação
ambiente mais confinado (navios) possui de depósitos no motor, o que pode acarretar uma
requisito de segurança no armazenamento característica de combustão pobre. Normalmente,
(ponto de fulgor ≥60°C) mais crítico do que o
está diretamente relacionado ao teor de asfaltenos,
do óleo diesel.
cuja presença compromete a nebulização e
Para o MF, os principais requisitos de qualidade são os combustão do óleo bunker e do óleo industrial e
seguintes: provoca a precipitação de “borras” por
incompatibilidade com outras substâncias presentes
Ser facilmente nebulizado para favorecer a no óleo.
sua vaporização, permitindo sua queima com
o mínimo de emissões de particulados;
Escoar adequadamente nas temperaturas de 4.1.2. Viscosidade
armazenamento e manuseio;
Minimizar o desgaste de peças do motor; A viscosidade é uma característica de vital
Minimizar emissão de poluentes; importância para a aquisição e uso dos óleos
Apresentar características de segurança em combustíveis marítimos, visto que sua escolha
seu manuseio e estocagem sem risco de depende das restrições no armazenamento,
inflamabilidade. manuseio, assim como da disponibilidade do sistema
de aquecimento para atingir a viscosidade necessária
para injeção no motor. Quanto mais viscoso for o
4.1. Principais Características de Qualidade do
óleo, maior será a temperatura a que ele deve ser
Óleo Combustível Marítimo aquecido para atender o valor requerido para injeção
no motor.
4.1.1. Qualidade de ignição
4.1.3. Escoamento
Esse requisito se constitui na principal diferença
conceitual em relação aos requisitos de qualidade do Os óleos combustíveis devem escoar à temperatura de
óleo industrial. Apesar de não ser controlada sua utilização, sem que ocorra a cristalização e
diretamente no óleo bunker, é um item fundamental deposição de parafinas nas tubulações. Isto é
de qualidade do produto, devido ao seu uso no controlado por meio do ensaio de ponto de fluidez.
motor Diesel. Tal característica é indicada, não Apenas óleos com pontos de fluidez menores do que
mensurada, pelo CCAI (calculated carbon as temperaturas ambientes podem ser transportados
aromaticity index), que é função da viscosidade e por oleodutos e estocados em tanques sem
densidade, sendo que essas duas propriedades são aquecimento.
controladas no óleo bunker.
Os óleos combustíveis marítimos não devem conter O manuseio dos óleos combustíveis, em geral, deve
sedimentos inorgânicos nem orgânicos, que podem se oferecer condições corretas de segurança, o que é
depositar nos bicos dos injetores, obstruindo a sua avaliado por meio do ensaio do ponto de fulgor. Essa
passagem e causando erosão. Isto é obtido por meio característica permite também avaliar a
do controle do teor de cinzas, resíduo, água e contaminação do óleo bunker com produtos mais
sedimentos. leves (ponto de fulgor abaixo da especificação).
5 - PRODUÇÃO
A matéria-prima básica para produção dos óleos Desta forma, a matéria-prima para produzir esses
bunker é o resíduo da destilação a vácuo, ao qual óleos, deve ser fabricada de acordo com as
devem ser adicionados diluentes para acerto da especificações, e diferente daquela usada para
viscosidade, em função do tipo de óleo desejado. óleos combustíveis industriais.
8 - INFORMAÇÕES ADICIONAIS
O uso adequado do óleo bunker propiciará aos seus eliminar a água e sedimentos que possam ter
usuários evitar gastos excessivos com combustível decantado;
e com a manutenção dos equipamentos e sistemas Realizar inspeção e limpeza periódicas dos
de combustão, além de atender aos requisitos de tanques de armazenamento de modo a garantir
segurança. Para que se possa tirar o máximo a manutenção da qualidade do combustível;
proveito desse combustível, recomenda-se a Verificar a necessidade de aquecimento das
adoção dos seguintes cuidados: linhas de transferência de óleo bunker em
função da sua viscosidade e da temperatura
Realizar as manutenções periódicas ambiente de modo a evitar obstrução da linha;
especificadas pelo fabricante do motor; No caso de armazenamento do óleo bunker a
Caso seja necessário usar o óleo bunker temperaturas superiores a 100 °C, a presença de
estocado por um longo período de tempo, água pode acarretar o fenômeno conhecido
realizar os ensaios de especificação do produto como “boil over” devido à vaporização rápida
para atestar a qualidade do produto. O tanque da água e provocar acidentes e danos
de armazenamento deverá ser drenado para ambientais.
9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[c] ISO 8217:2010BRASIL, N. Í. e Colaboradores. Processamento de Petróleo e Gás. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e
Científicos Ltd., 2ª Edição, 2014.
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