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Volume 02 - Historia Da OAB - Luta Pela Criação e Resistências PDF
Volume 02 - Historia Da OAB - Luta Pela Criação e Resistências PDF
L ut a Pel a C r i a ç ã o e R e s i s t ê n c i a s
\ C
Z
- V
Rubens A p p ro b a to Machado
Presidente da OAB
2.3.4. A Defesa do Projeto de Criação da OAB pelo Deputado Silveira da M o tta_ 109
C onclusão_____________________________________________________________ 235
Anexo Especíal II - Biografia dos Parlam entares que Atuaram nos Projetos sobre a
Criação da OAB ________________________________________________________ 304
APRESENTAÇÃO
Em suma, o lAB, agora com o novo nom e de lOAB, não obstante os esforços
e tentativas de m u itos de seus associados, com o se verá nesta obra, não foi o
criador da Ordem dos A dvogados do Brasil.
C APÍTU LO I
A Advocacia no Brasil Im pério
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V o lu m e 2 Lu ta p o l a ( j - i a ç ã o c R e s i s t ê n c i a s
13
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
14 •àB
V o lu n u ’ 2 L u l. i C n . K ã o c Rcsi.'Ic’ i u ins
•àB 75
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
76 •àB
Volume 2 l uta })ela C r i . \ j u c Kt-sislêncicis
Aos presidentes das Relações compete conceder licença para que advogue homem,
que não é formado, nos lugares onde houver falta de bacharéis formados, que
exerçam este ofício, precedendo para isso exame na sua presença}^
“ CLIB, p a rte 1 , 1824, p. 7-36. S o b re as eleições n o Im p é rio , ver BASTOS, Ana M a r ta R.: Católicos e Cidadãos.
Rio d e Janeiro; L u m e n Juris, 1998.
" BASTOS, A urélio W an d e r. O Ensino Jurídico no Bm sil. Rio d e Janeiro: L u m en Juris, 2000. E a in d a . C riação
d os C u rso s Juríd ico s n o Brasil. C â m a ra d o s D e p utad o s. Rio de Janeiro: FCRB, 1977.
^ S o b re este te m a v er m in u c io s o e stu d o d e B ast os, A u rélio W an d e r “O E sta d o e a fo rm a ç ã o d o s c u rríc u lo s
ju ríd ico s n o B rasil”, in: O s Cursos jurídicos e as Elites Políticas Brasileiras, C âm ara d o s D e p u ta d o s , Brasília,
1878, p. 13-64, 0 5 C ursos Jurídicos no Brasil, C âm ara d o s D e p u tad o s e F u n d a ç ã o C asa d e R ui B arbosa,
Brasília, 1977.
” CLIB, 1828, p a rte I, p. 47-50. Ver ta m b é m BASTOS, A u rélio W and er: A organização e criação do S uprem o
Tribunal de Justiça no Brasil, op. cit.
•Al 77
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
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\u lL in ic 2 l . u l a p e l . ) C r i . i c ã o V R e s i s i õ n c i.is
O prom otor público não pode encarregar-se de defesa de algum réu, porque o
exercício d a profissão de advogado, em causas crimes, se não p o d e bem
combinar com o desempenho das atribuições que lhe são marcadas nos artigos.
37, 73, 74, 238, 241, 279, 329 e 335 do Código de Processo Criminal.
» CLIB, p a rte I, 1831, p. 52-53.
» CLIB, p a rte II. 1833, p. 2-19.
CLIB, D ecisões, p a r te 1, 1834, p .l5 9 .
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______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
20 O ál
Voiuine 2 Luta |)ola Criac^ào c Resistônc ias
p residente da p rovín cia de Pernam buco, d eixou claro que u m bacharel não
p o d ia ser im p e d id o de advogar por n ã o estar de p o sse da sua carta de
bacharel, d ev id o ao fato de, na form atura, ter in su ltad o o presidente d o ato
e os dem ais lentes, e te n d o dessa form a deixado de cum prir o s rituais de
p raxe. N e ste s c a s o s , s e g u n d o este a v iso , d e v e r ia a p e n a s a p lic a r -s e as
d isp o siç õ e s disciplinares d os estatutos dos cursos ju rídicos d o Im pério, de
7 de n ovem b ro de 1831, não cabendo as n orm as p u n itivas previstas para
advogados'’®.
Som ente em 1842, com o Regulamento n° 143, de 15 de março (que regulou
a execução da parte civil na Lei n° 261, de 3 de dezembro de 1841), através do
item 11 do artigo 15, é que se definiram as práticas processuais relativas às penas
e multas em que porventura incorressem os advogados^’ . Em 1836 com eçaram a
surgir as primeiras restrições ao licenciamento para cidadãos advogarem com
base no já com entado Decreto do 3 de janeiro de 1833. Sobretudo porque, segundo
se depreende do Aviso n- 25, de agosto de 1836, do ministro da Justiça ao presidente
da Relação do Rio de Janeiro não se vinha cum prindo o art. 7^ § 5® do Decreto de
1833. Segundo o m encionado aviso de 1836:
sendo tantas e tão repetidas licenças concedidas com tão manifesta infração
do art. 7^ §5^ do Decreto de 3 de janeiro de 1833, V. S. deverá sobrestar em
concedê-las como tem feito, nem renová-las aos licenciados logo que os prazos
p o r que foram concedidas as de quem gozam.
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______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
os seus títulos de novas nomeações, e provim entos, sem que m ostrem ter pago
im posto [...j [poderia ser suspenso do exercício] [...]p o isse m essepagamento
se não po d em julgar legitim am ente providos*^.
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\'()luiT)l' 2 l.ula Cl iac.U) c Rvsislúni i.i^
para tal. É o caso, por exem plo, das Decisões 507, de 10 de outubro de 1837,
e n° 296, de de abril de 1841, que declararam:
Este texto indica que muitos buscavam pagar os m encionados impostos com o
meio de fugir às limitações estabelecidas pela legislação que regulamentava o e)ffircício
da advocacia. Entretanto, se os avisos mostram a inviabilidade desta solução com o
forma de fugir à legislação vigente, não significam que na prática tenham sido
impedidos de advogar em alguma situação. Verifica-se, inclusive, que se firmou
uma posição administrativa sobre a obrigatoriedade do pagamento dos impostos.
É o que se pode concluir por m eio da Decisão n° 302, de 25 de m aio de 1841, do
presidente do Tribunal do Tesouro Público Nacional respondendo a ofício do
inspetor de Tesouraria de Alagoas, em que esclarece não caber isenção de impostos
de escritórios de advogados, nem de tabeliães e escrivães a pretexto algum, nem
mesmo o da indigência, que não é presumível nos que de tais empregos subsistem^^.
Além destes avisos, a Lei n“ 243, de 30 de novembro de 1841, que fixou a
despesa e orçou a receita para os anos de 1842-43, estabeleceu por m eio do § 5“,
parte I, que nas cidades do Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Maranhão os
advogados não formados, mas providos vitaliciamente, deveriam pagar sessenta
mil-réis de im posto anual para exercer a profissão. Nas demais cidades do Império
o m esm o im posto foi fixado em trinta mil-réis. Aqueles que fossem providos
temporariamente, m esm o com provimento inferior a um ano, pagariam dois mil
réis por ano'*’.
Essa lei explicita um a questão que até agora não estava evidente, o u seja,
além d o s ad vog ad os fo r m a d o s, que obtiveram o títu lo n o Brasil o u no
estrangeiro, os provisionados classificavam-se em “vitalícios” e “tem porários”
Tudo leva a crer que os prim eiros fossem aqueles que obtiveram a provisão
antes do Decreto de 3 de janeiro de 1833 (anteriormente com entado),eos temporários
aqueles que exerciam a profissão com base nos requisitos fixados a partir deste decreto.
CLIB, D ecisões, 1837, p. 353 e CLIB, D ecisões, t. IV, c a d e rn o 3®, 1841, p. 28.
” CLIB, D ecisões, t. IV, c a d e rn o 4“, 1841, p. 35.
CLIB, p a rte I, t. IV, seção 30*, 1841, p. 84.
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______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
24 màM
V o lu m e 2 L u ta })()!,1 Cri.K^.U) c R e s i s t ê n c i a s
Pedro II, em 7 de agosto de 1843. Este m esm o ato dispunha que será tam bém
subm etido à Im perial aprovação o regulamento interno (regimento, sic) de que
tratam os referidos estatutos.^^
O processo de fundação do lAB se inicia com a convocação dos advogados
da capital em 1843 pelo conselheiro d o Supremo Tribunal de Justiça, Francisco
Alberto Teixeira de Aragâo^'*, em sua residência para fundarem o Instituto dos
Advogados Brasileiros. Nesta ocasião, o conselheiro pronunciou as seguintes
palavras:
Temos a m aior satisfação de poder annunciar aos nossos leitores que há poucos
dias houve um a reunião de distinctos advogados brasileiros nesta corte, com
0 fim de organisarem um a associação, como ou tr’ora alguns delles tinham
projectado
AVISO D E 7 D E A G O ST O DE 1843
A provando os Estatutos do Instituto dos Advogados Brasileiros
" Revista do In s titu to dos Advogados Brasileiros (E dição fac-sim ilar d a Revista do In s titu to dos Advogados
Brasileiros - a n o I e II - 1862, 1863), an o s XI - 1977, n ú m e ro especial.
^ Veja C a rta d o Dr. A n to n io P ereira P in to d e 18 d e ju lh o d e 1870 ao D r. José d a Silva - a cerca d a fu n d a ç ão d o
I n s titu to d a O rd e m d o s A dvogados. Revista do In stitu to da O rdem dos Advogados, t. 8®, a n n o 1871, p. 212
a 214. Veja ta m b é m G azeta dos Tribunaes, 1“ a n n o - 22 d e agosto d e 1843, p. 4.
" G azeta dos Tribunaes, 1° a n n o , 9 d e ju n h o d e 1843, n" 41, p, 1.
Ata da 3® Sessão d o In s titu to d os A dv o g ad os B rasileiros e m 22 d e s e te m b ro de 1843. R evista do In s titu to dos
A dvogados Brasileiros (E dição fac-sim ilar da Revista do In stituto dos A dvogados Brasileiros - a n o s I e II -
1862, 1863), a n o XI - 1977, n ú m e ro especial.
” C ria d o e m 1828, v er B a s t o s , A u rélio W ander. A criação e organização do S u p rem o Tribunal de lustiça no
Brasil. C asa d e Rui B a rb o sa /C â m a ra d o s D e p u tad o s. 1978.
Revista do In s titu to dos A dvogados Brasileiros (E dição fac-sim ilar d a Revista do In s titu to dos Advogados
Brasileiros - ano s I e II - 1862, 1863), a n o XI — 1977, n ú m e ro especial.
• á l
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______________ Histó ria-da
Ordem dos Advogados do Brasil
O LIV EIR A , / o l o G u a lb e rto de. H istória dos Ó rgãos d e Classe dos Advogados. São Pau lo , In d u s tria Gráfíca
B entivegna E d ito ra Lida., 1968, p. 221 e 222.
“ Veja A nexo II.
G azeta dos Tribunaes, 1“ a n n o , 9 d e ju n h o d e 1843, n® 41, p. 1.
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V()kinK‘ I u L i p e l , I ( I icK. j n L’ K i ' s i s k ' n i i . i h
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______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
PORTARIA D E 15 D E M A IO D E 1844
Approvando o Regimento Interno do Instituto
Este R egim ento Interno do lAB de 1844, sem elhantem ente ao Estatuto
português, n o seu art. 2 “ m uito claramente dispunha:
28 •à i
V o k in u ' 2 l.utci p c L i C ri.i(,ã () c K c s i s t r n c i . i s
Revista do In stitu to dos Advogados do Brasil: Eàií;àofac-s']m \hr da Revista do Instituto da O rdem dos Advogados
do B r a s il- A n o s I e II - 1862, 1863, p. 7/9. Secretaria d o E stad o d o s N egócios d a Ju stiça, em 7 d e agosto
de 1843. Presidente: Joâo C a rn e iro d e C am p o s.
™Revista do In stitu to dos Advogados do Brasil: Edição fac-sim ilar da Revista do In stitu to da O rd em dos Advogados
do Brasil - A n o s 1 e 11 - 1862, 1863, p, 10-231. Secretaria d e E sta d o d o s N e g ó cio s d a lu s tiç a , em 15 d e
m a io d e 1844. Presid en te: João C a rn e iro de C am pos.
•Al 29
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
conhecimentos tradicionais.^^ Por outro lado, este R egim ento tam bém se refere
aos m em bros supranumerários, que, da m esm a forma, vierem n o futuro a se
inscreverem e que não tiverem dois anos de prática n o foro, cuja inscrição será
em livro separado, po rém num erado e rubricado-, sen d o q ue estes m esm o s
supranum erários poderão vir a se transformarem em m em bros efetivos ao fim
d e cada ano, c o n fo rm e segue:
30 màM
V o lu m e 2 I liL i ( K ' l a ( ' r i > u ,U) r R c s iS l è tK . ias
N o acto da matricula e antes de assignar o termo de que trata o art. 2°, prestará
0 advogado, m em bro effectivo, o seguinte juram ento sobre os Evangelhos, que
terá 0 presidente, fazendo-se disso no termo expressa menção: ‘J uro ser fiel a
constituição, ao Im perador e aos deveres do meu m inistério’.
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______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
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\'o lu n K ‘ 2 l u l a p e l a ( j i a c . U ) c R u ^ i s t c n c ia s
a. O Selo
A Lei n.° 317 de 1843” , que fixava a despesa e a receita para o s exercícios
dos anos de 1843-1844-1845, regulou a forma de arrecadação, o valor do im posto
a ser pago por aqueles que detinham diplom as científicos e literários (art. 1 2 ),
Art. 12.
§ ^ - Ao selo fixo ficam sujeitos:
2® - A s cartas e diplom as que conferirem títulos, tratamento, nobreza, brasão,
condecorações honoríficas, privilégio ou outra qualquer mercê; as despensas
de qualquer natureza que sejam; as licenças de qualquer espécie, inclusive
p ara jogos lícitos; os diplomas científicos e literários. E o respectivo selo será
de UOQO a 100$000.
A r t 25. Esta receita será efetuada com produto de renda geral arrecadada
dentro do exercício d a presente lei, sob os títulos abaixo designados:
§4^ - M atrículas dos cursos jurídicos, e das escolas de medicina, e venda de
cartas de bacharéis.
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______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
O D ecreto n° 681/50, em seu art. 44, que versa sobre diplom as científicos
e literários, estabelecia:
Art. 73.
Carta de doutor ou bacharel fo r m a d o .............................................. 25$000
D ito de advogado do C onselho de E sta d o .......................................25$000
D ito de solicitador o u Procurador de Causas ante Tribunais e Juízos da
Corte, Bahia, Pernambuco e M ara n h ã o..................................... 15S000
34 «41
V o Iliu k ' 2 I . Li t. i p c l . i ( r i . i L j u L' la s
b. Os Impostos
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______________ H istó ria da
Ordem dos Advogados do Brasil
[...] porque o imposto é lançado sobre o Escritório pelos lucros, que nele se
procura obter como advogado, e não pela utilidade que ela p ode prestar ao
Promotor. [...}
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V o lu m e 2 l-uta p o la C r i . i t à c ; o R esi^-tê iu ias
[...] são sujeitos ao im posto sobre escritórios de advogados todos aqueles que,
apesar d e residirem fora das cidades e vilas e não terem nelas escritórios de
advocacia, tra ta m de causas forenses ou sejam bacharéis fo rm a d o s ou
provisionados, quer assinem quer não os papéis do foro, quer exerçam
advocacia pública, quer particularm ente [...]
•Ál 37
______________ Historia da
O rdem dos Advogados do Brasil
Seção 9® - Licenças
Art. 48.
Licença para advogar concedida a indivíduo que não seja form ado, não
sendo vitalícia, por cada a n o ......................................................... 5$000
Licença para advogar concedida a indivíduo que não seja form ado em
Direito nas academias d o Império o u sendo-o em Universidade estrangeira
............................................................................................... 50$000
Seção 9® - Licenças
Art. 78.
Licenças para advogar:
C oncedida a indivíduo que não seja formado, não sendo vitalícia, por cada
a n o ....................................................................................................... 5 $000
C oncedida vitaliciam ente a indivíduo que não seja form ado em Direito
o u q ue o seja em universidade, faculdade o u a cad em ia estrangeira
................................................................................................50$000
38
V o k im i' 2 lu la C iia tà o f.' ia s
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______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Art. 1°. Os solicitadores do núm ero das Relações, os con tín u os e os oficiais
de Justiça delas serão, de agora em diante, providos pelos presidentes das mesm as
Relações.
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V o lu m e 2 I ula p e la C r i a u u ) <? Resistências
[...] 0 im perador [...] houve p o r bem decidir [...] - Q uanto à 3 ' [dú vida],
que deve adm itir-se a servirem no Tribunal do Comércio os solicitadores
nom eados pelos presidentes das Relações, para que se não m ultipliquem tais
empregados [...}.
[...] não devem haver solicitadores especiais de 2 ‘*instância, devendo ser estes
empregos servidos conjuntamente com o de solicitador de instância, sendo,
entretanto, m antidos em seus direitos aqueles que até hoje fora m providos de
outra maneira...os solicitadores perceberão os vencimentos que preferirem
m as não acumularão. [...]
•Al 41
______________ História da
Ordem dos A dw gados do Brasil
N ota-se, tam bém , que alguns decretos versavam sobre a vestim enta e boa
con duta d o s m em bros. O D ecreto n° 393, de 23 de no vem b ro d e 1844^**,
concedeu aos m em bros d o Instituto dos A dvogados Brasileiros da Corte o uso
42 9 àM
V o liin io 2 1 L i l a [ ) ( . ' l a C n a u u ) <: K r s i s i r m ia s
•4 1 43
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
qual são obrigados a pagar direitos; à autoridade, perante quem hajam servir,
só cabe exigir a apresentação quando não esteja provado por fo rm a regular
que já fo i cumprido esse dever.
44 •àM
V n lu n ii' 2 l.Lita pci,I C r ia ç ã o v Rcsislú ncia s
45
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
b. O s A dvogados e os SoUcitadores
46
V o íu fiu ’ 1 I u l . i | K ‘ la CricU, j o l \ i ' > i s t ( ' t x ia s
47
______________ Historia da.
O rdem dos Advogados do Brasil
a. As Incompatibilidades
48
V o lu m e 2 1 Litii p c la C r ij( , ã u c R csistú n i ias
[...] Fiz presente [ao imperador] a representação de O lim pio Carneiro Veriato
Catão, na qual depois de relatar os inconvenientes, que em baraçavam a
marcha da Justiça no termo de Santa M aria de Baependy, p o r tom ar a si o
ju iz m unicipal dele, o bacharel Aleixo Ferreira Tavares de Carvalho, a defesa
de m uitas causas como advogado, concluía pedindo que se declarasse ao mesmo
que não lhe era lícito advogar no distrito de sua jurisdição: e tom ando [o
imperador] em consideração a dita representação, a resposta do ju iz suplicado,
a informação do chefe de Polícia, e a de V. Ex. no ofício de n ° 3 8 de 2 de maio
próxim o passado, ordenou-m e que declarasse a V. Ex., para ser presente ao
referido ju iz municipal, que suposto ele tenha m ostrado em sua resposta que
as causas de que se encarregou, estavam compreendidas na exceção que f a z a
Ordenação Livro 3° tit. 28 § 2°, [segundo esse título, é lícito aos juizes advogar
e procurar em ju ízo em se tratando de causas próprias ''ou das pessoas a que
eles forem suspeitos”] porque já ele era suspeito para julgá-las p o r m otivos
anteriores à sua posse do cargo, to d a via não é m enos certo que aquela
Ordenação subsiste ainda, e não foi revogada pelo § 3®do artigo 129 do Código
C rim in al, que p u n in d o com o prevaricadores, os que p o r afeição, ódio,
contemplação, ou interesse pessoal, aconselham algum as das partes, que
perante eles litigam, não teve certamente em vista p e rm itir o exercício da
advocacia aos juizes nem isentá-los das penas em que incorrem quando por
outros m otivos menos reprovados deixam de cum prir a Lei, em cujo caso
ficaram p o r conseqüência os que infringirem aquela Ordenação, que não foi
derrogado p o r legislação alguma posterior, nem era possível que o fosse, em
razão dos graves inconvenientes que resultariam em se perm itir indistintam ente
aos juizes o exercício da advocacia. [...].
Essa incom patibilidade não alcançava aos advogados que se achavam nas
funções de juiz de Paz, conform e o Aviso n° 453 do M inistério da Justiça ao
presidente da província do Rio de Janeiro, de 11 de dezem bro de 1857"^:
•à M 49
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
[...} Fica aprovado o ato pelo qual essa presidência, em solução à consulta
fe ita pelo delegado d e polícia do term o de Bragança, declarou não haver
50 màM
\'() lu m c 2 1 u l a | U ' l a ( . ' r i d í d o c R e s i s t e m uís
51
______________ História da.
Ordem dos Advogados do Brasil
[Ao imperador] foi presente uma representação do bacharel Augusto José Castro
e Silva, que se queixou contra o ato dessa presidência, declarando ao Juízo
Municipal do termo de Niterói que não devia considerar no número de bacharéis
que efetivamente exercem advocacia, aqueles que, sendo oficiais das Secretarias
de Estado, estão p o r este em prego m a te ria lm e n te im p o ssib ilita d o s de
desempenhar os deveres do oficio de advogado.
[...] houve p o r bem, p o r sua imperial resolução de 2 8 de fevereiro último,
m a n d a r d eclarar esta in co m pa tibilid a de, im p o r ta n d o u m obstáculo à
confiança das partes, e um a limitação da liberdade garantida pelo art. 179 §
24 d a Constituição ['‘N enhum Gênero de trabalho, de cultura, indústria ou
comércio p o d e ser proibido, uma vez que não se oponha aos costumes públicos,
à segurança, e saúde das cidadãos.”], [...].
b. Os Im pedim entos
52 Q 4 I
V o lu m e 2 l.u ta p e l. i Criac^cU) e R e s is tê n c ia s
A sim ples leitura destes avisos e despachos m uito bem d em onstram que o
exercício com patível da advocacia com funções públicas (e até privadas ou
clericais) geravam u m grande sistema de vantagens e benefícios difíceis de serem
d e s m o n ta d o s , a ssim c o m o o s p r ó p r io s im p e d im e n t o s eram frágeis e
53
______________ Históda da.
Ordem dos Advogados do Brasil
viabilizavam situações m uito especiais para advogar. Este quadro com binado,
c o m o não é difícil de se deduzir, representou um a grande resistência interna,
co m o veremos, à construção de um a OAB disciplinarm ente au tôn om a e com
poderes de controle sobre as práticas profissionais.
54 9 àB
\ '( ik in i( ’ 2 I.Lila C 'lM i.id (■ Rt^-istriu i.i-.
[...] houve por bem, por sua imediata e imperial resolução de 26 do corrente, decidir
que um d^ensor de um réu perante o júri tem direito às r^eridas custas, embora
não seja advogado provisionado, visto ser essa a inteligência do art. 51 doregimento,
combinado com o art. 99 da lei de 3 de dezembro de 1841 [...].
55
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
56
V 'o k in x ' 2 I Litci |)C 'l ,i C ric H iK ) 0 R e sislc n c ia s
57
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
C APÍTU LO II
O Projeto Montezuma
58 •àM
I.Lit,I pc'ia C r i j ( , j ( j Ro'r-istOiui.is
’ A ctas das Sessões o u C o n fe re n cias d o In stitu to . Sessão d o In s titu to e m 14 d e a b ril d e 1850. O p . cit.
* A nais d o S e n a d o d o Im p é rio , p. 41 a 45. Sessão e m 3 d e ju lh o d e 1850. P resid ên cia d o Sr. b a rã o d e M o n te
San to . S u m á rio - O rd e m d o dia. - Loterias. A provação. - E sta tu to s p a ra o s c u rs o s ju ríd ic o s e p a ra as
escolas d e m e d ic in a . D iscu rso s d o s Srs. B aptista d e O liveira, M an o e l Felizardo, H o lla n d a C avalcanti,
C o sta Ferreira, e S a tu rn in o . - Bancos p rovinciais. Ratificações. A p ro v ação . - P re te n s ã o das co n v ertid a s
d o re c o lh im e n to d o Rego. D iscu rso d o s Srs. Maya e H o lla n d a C avalcanti.
^ O u seja, e x a ta m e n te u m a n o e d u r a n te c in c o sessões: 3 de ju lh o d e 1 8 5 0 ,2 d e s e te m b ro d e 1 850,12 d e m aio
d e 1851, 5 d e ju n h o d e 1851 e 3 d e ju lh o d e 1851.
* Actas das Sessões o u C o n fe re n cias d o In stitu to . Sessão d o In s titu to e m 23 d e ja n e iro d e 1851. Revista do
In stitu to dos Advogados Brasileiros (E dição fac-sim ilar d a Revista do In s titu to dos Advogados Brasileiros-
a n o s 1 e II - 1862, 1863), a n o XI — 1977, n ú m e r o especial.
' Revista do In stitu to dos A dvogados Brasileiros (E dição fac-sim ilar d a Revista do In s titu to dos Advogados
Brasileiros - a n o s I e II - 1862, 1863), a n o XI - 1977, n ú m e ro especial.
“ F rancisco Ig n acio d e C a rv a lh o M o re ira (b a rã o d e Penedo). Veja b reve bio g rafia e m A nexo Especial.
®A nais d o S en ado d o Im p é rio , p. 41 a 45. Sessão e m 3 d e ju lh o d e 1850. O p . cit.
59
______________História da
Ordem dos Advogados do Brasil
apresentado não por M ontezum a o u por Carvalho Moreira, mas, com o de praxe
legislativo, pelo senador M anoel Alves Branco (Alves Branco). N o texto dos
Anais do Senado do Im pério podem os subtrair as seguintes palavras do senador
apresentando o referido projeto:
P r o je t o DE 1 8 5 0 "
60 •4 1
V o lu n u ’ 2 Lut.i pcici Cii.ic^ão (■ Rc'sisrêncijis
• à t
67
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
62
\ ' ( ) l u n i r -1 I.Lit,I [ X ’ I .i C'n.it-K) (■ R c sistrn c ids
" o a rtig o 150 d o C ó d ig o C rim in a l te m a seguinte redação: Solicitar o u seduzir m u lh e r que peran te o empregado
litigue, ou esteja culpada o u accusada, requeira ou tenha algum a dependencia: Penas. N o gráo m a x im a -
dezesseis m ezes d e suspensão do emprego, além das m ais e m que tiver incorrido. N o gráo m édio - dez m ezes
de suspensão do emprego, além das m ais e m que tiver incorrido. N o gráo m in im o - q u a tro m ezes de suspensão
idem , idem . S i o q ue c o m m e tte r este crim e fô r ju iz de facto: Penas. D e prisão p o r dous m ezes, além das m ais
e m que incorrer. {JüNioi^ A raújo Filgueira (o i^ .). Código C rim ina l do Im pério do Brasil, e d ita d o p o r E d u ardo
e H e n riq u e L a e m m e rt, R io d e Janeiro, 1876, In: 162.jpg" h ttp ://w w w .liph i5.com /bu5cadorcodiyo/F iles/
p a gin a 162.jpg. E dição E letrô n ic a fac-sim ilar. O rganização d e J anaina P e rray o n Lopes (fo to g ra fo u os
orig in ais e o rg a n iz o u o léxico p a ra b u sca) e D u rv a l d e Souza Filho co n c e b e u o siste m a d e busca.
” 0 A rt. 264 d o C ó d ig o C rim in a l diz o seg uinte: julgar-se-ha crim e d e estellionato (A ): $ 1° A alheação de bens
alheios com o proprios, ou a troca das cousas, que se deverem entregar, p o r outras diversas (B );§ 2 ” A alheação,
locação (199), aforam ento o u arrendam ento (200) d a cousa propria, já alheada, locada, aforada o u arrendada
a outrem , ou alheação da cousa p ro p ria especialm ente hypothecada a terceiro (2 0 1 );§ 3 ° A h y p o th e c a especial
da m e sm a cousa a diversas pessoas, não chegando o seu valor p a ra p a g a m e n to de todos os credores
hypothecarios; § 4 " E m g e ra l, todo e qualquer artificio fra u d u le n to pelo q u a l se obtenha de o u trem toda a sua
fo r tu n a o u p a rte delia, ou quaesquer titulos (202) (203): Penai. N o gráo m a x im a —seis annos de p risão com
trabalho e m u lta de 2 0 % do valor das cousas sobre que versar o estellionato. N o gráo m édio - tres ann os e tres
mezes de prisão id e m e m u lta d e 12 + % do valor da cousa sobre que versar o estellionato. N o gráo m in im o
- seis m ezes de p risão idem e m u lta de 5 % do valor da cousa sobre que versar o estellionato. (Ibid.).
• á l
63
______________ H is to ria d a
Ordem dos Advogados do Brasil
64
V o lu m e 2 l . u t .1 p c k i C r i a ç ã o v R e s is té n c ia b
B ulletin d cs Lois, n ° 3 3 2 . D é cret Im p e rial c o n te n a n t Réglem ente s u r l ’exercice d e la P ro fession d ’A voc at.e t
la discipline d u B a rre a u (n° 6.177). A u palais desT uileries, le 14 D é ce m b re 1810, p . 569 a 577. M ais tarde
são p u b lic a d o s m ais trê s te xtos legislativos q u e tra ta m d o m e sm o a ssu n to , c o m e n ta n d o , c o m p le ta n d o
o u m o d ific a n d o este D e creto. O p rim e ir o texto te m a d a ta d e 20 d e n o v e m b ro d e 1822, R a p p o rt a u Roi
su r Vordre des avocats (In fo rm e d o Rei sobre a O rd e m d o s A dvogados); o s e g u n d o texto é d e 10 d e
sete m b ro d e 1830, O rdo nna nce d u R oi contenant les dispositions s u r Vexercice de la profession d ’avocat
( O rd e m d o Rei c o n te n d o as d ispo sições so b re o exercício d a profissão d e a d v o g ad o ); o terc e iro e ú ltim o
texto é d e 22 d e m a rç o d e 1852, N . 3839 - D écret r e la tif a u x Elections d u B arreau (D e c re to relativo as
Eleições d o Barreau).
Veja o q u e d iz o d e p u ta d o Fig ueira d e M ello, in; A nnaes d o P a rla m e n to B razileiro - G a m a ra d o s srs.
D e p u tad o s. Terceiro a n n o d a O ita v a Legislatura, Sessão d e 1851. C olligidos p o r A n to n io Pereira Pinto.
T om o segund o. Rio d e Janeiro. l y p o g r a p h ia d o H . ]. Pinto. 1878. Sessão d e 27 d e agosto d e 1851: Discussão
d o p ro je c to d o se n a d o so b re o In s titu to dos A dvogados, vol. II, p. 710 e 714.
65
______________História da
O rdem dos Advogados do Brasil
verem os m ais adiante. N o Senado afirm ações sem elh antes ta m b ém eram
difundidas. R eferindo-se ao dispositivo que trata das m edidas disciplinares que
no projeto, ainda em debate n o Senado, tinha co m o redação o § 5° do art.
afirm ou o Sr. Dantas:
(...) Esta disposição foi tirada da lei do instituto dos advogados de França, mas lá
vem acompanhada de dedarações indispensáveis. Como está aqui e perigosa; os
advogados entendem que ficam com um juízo privativo para os seus crimes,
entendem que em vista deste artigo nenhum tribunal nenhum juízo lhes pode
impor penas. A lei do instituto dos advogados de França dá estas mesmas atribuições
aos conselhos quanto às penas, mas tem um artigo que diz- ‘Estas penas disciplinares
não prejudicam qualquer pena que em virtude das leis se possa impor ao advogado
que ultrajar as partes, que atacar o governo representativo, que injuriar o juiz, etc.]
porque os advogados entenderam que em virtude da anterior disposição não havia
tribunal algum que lhes pudesse im p o r penas.
'^Art. 4°. São atribuições dos Conselhos Disciplinares e A dm inistrativos: (...) $5®. Aplicar as m edida s disciplinares
autorizadas pela lei e regulamentos do governo, a saber: além de quaisquer outras, a advertência, a repreensão,
e bem assim o interdito geral ou local, e a expulsão da ordem , o u da classe dos procuradores judiciais, precedendo
nestes dois últim os casos deliberação do instituto em sessão pa ra essef i m convocada, e dando recurso suspensive
para a relação do distrito, In: A nais d o S enado d o Im p é rio , p. 41 a 45. Sessão e m 3 d e ju lh o d e 1850.
P residência d o Sr. b a rã o d e M o n te Santo. O p. cit.
” A n a is do Senado d o Im pério, p. 6 6 a 80. Sessão d e 5 d e ju n h o d e 1851: Presidencia do sr. C ândido José de
A raújo Vianna. Sum ario: Segunda discussão do projeto creando institutos da O rd em dos Advogados. Discursos
dos srs. L im p o d e Abreu, D. M ano el M aya, Lopes G am a, C avalcanti de Lacerda, e D antas.
'‘ Anrtaisdo Parlamento B ra zikirv -C a m a ra d o s Srs. Deputados. Sessão de27 d e agosto d e 1851, p. 710 a 714. O p.cit.
6 6
\'c i!u n K ‘ 2 I ul.t })c'lct ( n a ç ,io c K í-^istcn cia s
seus dispositivos, dispõe sobre o que se poderia historicam ente identificar com
os propósitos do exercício da advocacia na França, que em d o cu m en to de Estado
traduzia alguns de seus ideais.
67
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
dispersos pronunciam entos n o final de 1850, início de 1851. Todavia, tal projeto
não assum e esta exposição preliminar de m otivos, m uito em bora M ontezum a
em vários dos seus discursos, inclusive n o discurso de fundação d o lAB, e o no
q u e fora d is tr ib u íd o en tre o s m e m b r o s da C â m a r a , t e n h a e x p o sto a
im portância e as benesses de um a ordem dos advogados n o Brasil.
Observação tam bém significativa é que o projeto brasileiro de 1850/51
propõe a criação de u m Instituto da Ordem dos A dvogados Brasileiros com
sede nas capitais o nde houvesse Relações - esta questão de se criar um a Ordem
direta m en te o u u m In stitu o da O rdem p erm eará o s d ebates e projetos
posteriores - o texto propõe tam bém a criação de um conselho disciplinar e
administrativo trazendo, assim, no seu cerne a questão da instituição com o
corpo disciplinar, foco central das questões futuras de organização. O decreto
francês em linha sem elhante dispõe:
68
V o lu m e 2 L u l a |)cl<i C riac ^ .io c R e s is tê n c ia s
• á l 69
______________História da
Ordem dos Advogados do Brasil
O Senador Sr. A lves Branco, após seu p eq u en o d iscu rso in tro d u tó rio à
apresentação d o projeto q ue propõe a criação da O rdem , lê o projeto sem
m ais com en tários. D o is m eses d epois, em 2 de setem bro de 1850,^^ o Senado
tem u m p rim eiro debate sobre o projeto. D ebate que c o m eça co m o Sr.Maya
(José da Silva M aya), p rim eiro -secretá rio d o S enad o, a fir m a n d o qu e o
projeto precisava ser am adurecido. Ele acreditava ser im p o ssív el atender o
seu artigo 1°:
0 S r. M aya: - (...)Para que à prim eira vista se reconheça que este projeto
não f o i suficientem ente m e d itad o basta ler a gigantesca disposição do
prim eiro a r t i g o , e m que se d iz que em cada uma das províncias do império
haja um instituto d a ordem dos advogados. Isto d á a entender que não se
atendeu ao que é o Brasil, quantos são os advogados que se acham nas
diferentes províncias. Poderia haver um instituto dos advogados no Rio de
Janeiro, na B ahia, e talvez em Pernam buco; m as creio que m esm o no
M aranhão o não poderia haver, e m u ito menos nas outras províncias do
império.
Portanto, julgo necessário que este projeto seja a d ia d o enquanto vai a um a
comissão, que, exam inando-o m aduram ente, proponha as em endas de que
ele m uito precisa p a ra ser eficaz a sua utilidade.
É apoiado 0 seguinte requerimento:
“P roponho o a d ia m e n to d a discussão do p ro je to p a ra ser re m e tid o à
comissão de legislação. - M a ya ” (Ibid.)
" A nais d o S e n a d o d o Im p é rio , p, 453 a 465. Sessão em 2 d e s e te m b ro d e 1850. P resid ê n cia d o Sr. barã o d e
M o n te Santo. S u m ário: N o va organização d o c o rp o d ip lo m á tic o : 3» discussão. D iscurso dos Srs. Baptista
d e O liveira, P a u lin o , e M aya. Aprovação. - Sub venção ao te a tro d e S. P ed ro d e A lcântara: 1« discussão.
D iscurso d o Sr. C le m en te Pereira. A d ia m e n to .- P e rm is s ã o à irm a n d a d e d a C a n d e lá ria pa ra p o s s u ir u m a
casa. D iscurso d o Sr. V isconde d e A brantes. A provação. - In s titu to d o s advogad os: 2‘ discussão, Discursos
d o s Srs. M aya, Alves B ranco, e D antas.
" Art. Fica criado nas capitais das p rovíncias do im pério u m in stitu to com o titu lo d e Institutoda ordemdos
ADV0G.4006, do qual serão m em bros todos os que na província exercem legalm ente a advocacia. O in stitu to
da capital do im pério com preenderá tam bém a província do R io de Janeiro, in: Anais d o S enad o d o Im p é rio ,
p. 41 a 45. Sessão e m 3 d e Julho d e 1850. O p. cit.
70 •ái
1 lAiti! p i'l.i ( ri.ttã o (’ R o ís tê n c iits
•Al 71
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
72
V o lu m e 2 Lu ta p e l a C r i a ç ã o o R e s i s tê n c i a s
de cinco anos de estudo não lhe é bastante o título d a academ ia para advogar,
é necessário ainda que vá ser criado, p o r espaço de dois anos, de um advogado,
e advogar a in d a um ano para p o d e r ser prom otor, ou ju iz m u n ic ip a l
Entretanto d iz o nobre senador que me precedeu que o projeto vai acabar
com 0 m onopólio que se tem feito na advocacia, quando o projeto, a meu ver,
é que vem estabelecer o monopólio, porque, segundo ele, não poderá advogar
nem mesmo aqueles que têm um titulo passado p o r um a academia, sem o
EXEQUATUR de um advogado, ou do instituto; além do que, revoga disposições
criminais, porque o instituto fica com faculdade de impor multas, de suspender
advogados, procuradores, etc., e como está o projeto tem m uitas disposições
revogatórias da legislação civil e criminal. A té lembro ao nobre senador que
esse projeto vai colocar as academias abaixo de um advogado, e chamo a meu
favor 0 argum ento do nobre senador. Q uando se tratava da criação da ju n ta
de higiene p ú b lica , o nobre sen ador disse que esse estabelecim en to ia
subordinar um a corporação como a câmara municipal, ou um a instituição
pública como a academ ia de medicina, a um a porção de médicos; m as eu
digo que agora ainda se f a z pior, vai-se sujeitar a academ ia jurídica a um
advogado. Traz um bacharel um a carta de form atura, é obrigado a ser criado
d e um advogado p o r dois anos, e está sujeito ao atestado que ele lhe passar; ãe
sorte que se o advogado quiser tem a faculdade de penitenciá-lo, obrigando-
0 a praticar m ais dois anos, ou pelo tempo que quiser.
Eu entendo que o projeto deve limitar-se a conservar as prerrogativas reais
ou pessoais dos advogados ao menos aquelas que vão de acordo com a
constituição... favorecê-los, organizar um a espécie de m ontepio para suas
famílias; mas, d a r ao instituto atribuição de organizar o foro, dar-lhe a ação,
além da que tem sobre os advogados, sobre os procuradores e escrivães, acho
isto m uito perigoso e subversivo da boa justiça, e é o q u e f a z presentem ente o
projeto. Sou de parecer que ele vá à comissão, e que ela não atenda só a este
art. 1 m as a todo o projeto, porque ele tende a alterar várias disposições civis
e criminais. (Ibid.)
73
______________História da
Ordem dos Advogados do Brasil
74
X 'o k in u ' 2 l.ulci pc’ki C n a t. 'io e R i s i s l c i x ij s
75
______________ H istó ria da
Ordem dos Advogados do Brasil
B oletim d o In s titu to d a O rd e m d o s Advogados Brasileiros {nova série) n ú m e r o 6, vol. IIIA, 1927 {segunda
pa rte ). Rio d e Janeiro, Im p ren sa Nacional, 1931. Ulysses B randão: Os presidentes do in stitu to dos Advogados,
desde sua fundação.
76 •Al
V o Iliu kí 2 L u ta p c i a C r i a ç ã o e R c s i s t õ n c i a s
A pós este intróito, a com issão apresenta suas em endas, assinadas pelo Sr.
Maya e por Cavalcanti de Lacerda.
77
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
78
V u lu in i' 2 Liil.i |)cl(i C r i.iu u i i; Rcsisiêix icts
79
______________História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Art. 10. Os advogados, ainda que não estejam inscritos, poderão propor e
defender as causas de que os encarregarem nos juízos de prim eira instância:
apesar porém de não inscritos serão sujeitos à inspeção do conselho disciplinar,
que poderá requerer perante o ju iz de direito da respectiva comarca, p o r meio
do p rom otor público, que sejam processados para se lhes im parem as penas
em que incorrerem.
Art. 11 Som ente os inscritos serão adm itidos a advogar perante as Relações e
m ais tribunais superiores, e do comércio, e poderão ser nomeados advogados
do conselho de estado.^°
80 màM
V o lu m e 2 L u fn p ( 'L i O i . K ^ ã o o R e s is tê n c ia s
• á B 81
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
...será justo que o conselho administrativo da O rdem possa sem recurso algum
im por um a suspensão p o r largo tem po a um advogado? Pode esta pena ser
m ais incômoda, m ais gravosa para o advogado do que um a m u lta de 20$000,
30$000 ou 50$000; semelhante m ulta é um a p en a p or certo m ais benigna do
que u m a suspensão p o r dois anos, um ou ainda menos... (Ibid.)
Propõe por fim um a emenda, prontam ente aceita pela assem bléia dos
senadores, que atendia as suas reivindicações:
82 •à l
V 'o k im c 2 I III,I C r i a c . K ) (' Rc’s i s t r n i ias
A redaçao final do projeto que foi enviado à Câmara dos Deputados foi a seguinte:
83
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
84
Voknue 1 Lu In p e l a ( c K c s is tc n c i.is
85
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasíí
o a rtig o 150 d o C ódigo C rim in a l te m a seguinte redação: Solicitar ou seduzir m u lh e r que perante o empregado
litigue, ou esteja culpada o u accusada, requeira ou tenha algum a d e p etid enáa : Penas. N o gráo m a x im o -
dezesseis m ezes d e suspensão do emprego, além das m ais e m q u e tiver incorrido. N o gráo m é d i o - d e z m ezes
de suspensão d o emprego, além das m ais e m q u e tiver incorrido. N o gráo m in im o - q u a tro m ezes de suspensão
idem , idem . S i o que c o m m e tte r este crim e fô r ju iz de facto: Penas. D e prisão p o r dous mezes, além das m ais
em que incorrer. E o a rt. 264 d o C ódigo C rim in a l diz o seg uinte; Julgar^se-ha crim e de estellionato (A ): §
1“ A atheação de bens alheios com o proprios, ou a troca das cousas, que se deverem entregar, p o r outras
diversas (B );§ 2 ”A alheação, locação (199), aforam ento o u a rrendam ento (200) da cousapropria, já alheada,
locada, aforada ou a rrendada a outrem , ou alheação da cousa propria especialm ente hypothecada a terceiro
(201); § 3 “A hypotheca especial da m esm a cousa a diversas pessoas, nüo chegando o seu valor p ara pagam ento
de todos os credores hypothecarios; § 4" E m geral, todo e q u alqu er artificio fr a u d u le n to pelo q u a t se obtenha
de o u trem toda a sua fo r tu n a o u p a rte delia, o u quaesquer títulos (202) (203): Penas. N o gráo m a x im a -s e is
annos d e prisão com trabalho e m u lta de 2 0 % do valor das cousas sobre q u e versar o estellionato. N o gráo
m édio - tres annos e tres m ezes de prisão id em e m u lta d e 12 + % do valor da cousa sobre q u e versar o
estellionato. N o gráo m in im o - s e is m ezes de prisão idem e m u lta de 5 % do valor da cousa sobre q u e versar
0 estellionato. ( J ü n i o r , A raújo Filgueira (org.). C ódig o C rim in a l d o Im p é rio d o Brasil, e d ita d o p o r E dua rd o
e H e n riq u e L a em m ert, Rio d e Janeiro, 1876, In; \62.)p$” http://www.liphis.com/buscadorcodigo/Files/pagina
I62.jpg. E dição E letrô n ic a fac-sim ilar.
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V 'o iu iiu ' J 1 u l a p c ' k t ( i ia i. à n t ’ l \ í ‘> i > ! ê i K I.1 S
outros artigos e allegações, que forem feitas por outrem sob pen a de
suspensão por seis m eses, e de multa de cem m il reis pela primeira vez, do
dobro pela segunda, e de expulsão da Ordem pela terceira.
Nas m esm as multas, suspensões, e perda de O fficio pela terceira vez,
incorrerão os Escrivães, que continuarem [os] feitos com vista á Advogados,
que apenas assignarem, e não forem os proprios, que tratarem das causas.
Artigo 16° N ã o he perm ettido aos Advogados e solicitadores:
§ 1° Fazer avença co m as partes, para haverem certa quantia, o u cousa,
vencendo lhes a dem anda.
§ 2° Comprar dem andas antes ou depois de intentadas.
§ 3° Intervir nellas com o procurador em causa propria.
§ 4° Fazer qualquer contracto sobre o direito que alguem possa ter n’ellas.
A rtigo 17° O s A dv o g a d o s e solicitad ores, q u e in frin g irem o A rtigo
antecedente, alem de nullidade que acom panhará taes convenções, sem
em bargo de quaesquer clausulas que contenhão, serão suspensos por hum
anno, e p a d r ã o a multa de cem m il reis pela primeira vez. N a reincidencia
pagarão a de duzentos m il reis, e nunca mais poderão advogar n em solicitar,
nem substabelecer as procurações que tiverem.
N as m esm as multas incorrerão os que lavrarem as escripturas publicas,
o u escreverem os escriptos particulares das referidas convenções, e bem
assim as testem unhas e todas as pessoas e interessados, que nas ditas
escripturas e escriptos particulares de qualquer m o d o intervieram.
Artigo 18° H u m anno depoes da promulgação desta Lei só poderão obter
Provisão de solicitadores os cidadãos Brazileiros, m aiores de vinte e cinco
a n n o s, e b em morigerados^' que forem en cam in h ad os e plenam ente
approvados pelo C onselho DiscipUnar e Adm inistrativo d o districto, em
que residirem, o u por Advogados nom eados pelo m esm o C onselho. O
exam e versará sobre tudo o que for concernente ao processo civil e criminal
de prim eira e segun da Instancia, tanto n o fóro c o m m u m , c o m o no
privilegiado, qualquer que seja a sua natureza. Serão isentos de exam e os
graduados em Direito pelas Academias d o Império.
Artigo 19° Os Escrivães e Secretários dos Tribunaes não confiarão autos,
sentenças, ou outros papeis judiciário, nem subm inistrarão inform ações
sobre os seus term os, senão ás próprias partes, o u aos procuradores por
87
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
88 màM
V o lu m e 1 Lute) | X ' L i C r i . i ç à o c R c s i s t è n c i c i s
•àB 89
______________ Hisfória Ha
Ordem dos Advogados do Brasil
Francisco G ê d e A caiba e M o n te z u m a
(V isconde d e J e q u itin h o n h a ), 1843 - 1851.
90
\'(ilL im c 2 L u la p c l . i C n a c . u ) (' K i s i s i c i x las
97
______________História da
O rdem dos Advogados do Brasil
A rtig o 7* Os In stitu to s e m seus Regim entos internos, que não terão execução sem approvação do Governo,
marcarão as jo ta s de entra d a para a O rdem , e as contribuições m ensaes dos seus m em bros, assim com o as
beneficencias, á (jue segundo as circum nstancias terão direito as viuvas e descendentes legaes dos Advogados
pobres. O s m esm os In stitu to s á n em h u m a pessoa poderão conferir o titulo de m e m b ro honorário da O rdem .
In: C D -R O M C â m a r a d o s D e p u ta d o s : C e n tro d e D o c u m e n to s e In fo rm a ç õ e s — C O A R Q : Seção de
D o c u m e n to s Históricos. “ Proposição d o Senado criando e m cada u m a das Relações d o Im pério o ‘In stituto
d a O rd e m d o s A dvogados’. 5 d e ju lh o d e 1851”. Brasília, ab ril d e 2003.
Artigo I 1 ‘’ S6 pod erá obter Provisão p a ra advogar[:j p rim eiro o cidadão Brazileiro, graduado e m D ireito pelas
A ca d em ia s do Im pério. Segundo o cidadão Brazileiro, graduado e m D ireito p o r A cadem ias estrangeiras,
provando ter praticado dous annos com Advogado do Paiz, e o obtendo inform ação desufflciencia e m oralidade
do C onselho D isciplinar e A d m in istra tiv o do d istricto em que residir. Terceiro o cidadão Brazileiros não
graduado e m D ireito, c m a io r de v in te cinco anno$, que p ro var ter praticado q u atro annos com A dvogado do
Paiz, e obtiver inform ação desufflciencia e m oralidade do C onselho D isciplinar e A dm in istra tivo do districto,
e m que p reten d er advogar, havendo fa lta de Bacharéis form ados, que se d ed iq u e m á a d v ogada no lugar,
o n d e a qu iser exercer. Q u a lq u er Provisão de A dvogado pagará cincoenta m il reis, e será passada com a
clausula de d u ra r e m q u a n to o Provisionado b em servir. (Ibid.)
92 •à l
V o lu m e 2 L u la p c k i C r i i i ç . U ) c R c s is tô n c ia s
m àM 93
______________ H istória da
Ordem dos A dw gados do Brasil
O Sr. H e n r iq u e s : - ( ...) O art. 14, Sr. presidente, não póde também merecer o
meu assentimento, porque diz na segunda parte que os que não podem ser advogados
também não podem ser solicitadores (...) O advogado é umjurisconsulto que aconselha
e auxilia de direito as partes litigantes, e o solicitador é apenas um procurador que se
limita a diligenciar; seu mesmo nome está indicando o que die é: qual a razão pois por
que 0 projecto nivella o advogado com o solicitador ?
O Sr. C a rva lh o M o reira : - Quem disse isso ao nobre deputado ? Lêa o artigo.
O S r. H e n r iq u e s (d e p o is d e ler)^^: - O art. 14 declara, na segunda parte,
que os que não podem ser advogados tam bém não pod em ser solicitadores; e daqui
resulta certam ente a exactidão da proposição que em itti.
O Sr. H en riq u es: - F in a lm e n te, Sr. p resid en te, con sid ero o p ro jecto o dioso e
in ju sto ; p o r q u e n o to q u e n e n h u m a d isp osiçã o elle te m q u e re sp eite a d ire ito s
a d q u irid o s. O títu lo d e a d vo g a d o é hoje e n tre n ós o u v ita líc io ou tem p o rá rio , e
c o n s e g u in te m e n te d e v e m o s su p p ô r q u e h a ja a lg u n s a d vo g a d o s vita lício s, cujos
” Art. 14° disp óe o seguinte: N ã o poderão ser Advogados: os fallidas julgados d e m á fé, 2 “* os condem nados par
crim es de falsidade, perjúrio, peculato, prevaricação, peita, concussão, irregularidade de conduct», e pelos dos
Artigos 150 e 264 do Codigo C rim inal, 3" o que tiver perdido o officio p o r erro que comettesse. O s que não
p o d e m ser Advogados la m b e m não p o d e m ser solicitadores, salvo no seu próprio feito, o u n o dos seus ascendentes
ou descendentes, e affins nos m esm osgráos (Ibid.). A redação d o art. 150 d o C ód igo C rim in a l é a seguinte:
Solicitar ou seduzir m u lh er que perante o empregado litigue, ou esteja culpada o u accusada, requeira ou tenha
algum a dependencia: Penas. N o g rá o m a x im o —dezesseis m ezes d e suspensão d o em prego, além das m ais e m
que tiver incorrido. N o gráo m édio - dez m ezes de suspensão do emprego, além das m ais e m que tiver incorrido.
N o gráo m in im a - q u a tro mezes de suspensão idem , idem. S i o que com m etter este crim e fô r ju iz de fa d o :
Penas. D e prisão p o r dous mezes, a lém das m ais e m que incorrer. E o a rt. 264 d o C ó d ig o C rim in a l diz o
seguinte: juigar-se-ha crim e de esteiUonato (A): § 1” A alheação de bens alheios com o proprios, ou a troca das
cousas, que se deverem entregar, po r outras diversas (B); § 2 “ A alheaçào, locação (199), aforam ento ou
arrendam ento (200) da cousa propria, já alheada, locada, aforada o u arrendada a outrem , ou alheaçào da
cousa propria especialmente hypothecada a terceiro (201); $ 3 “ A hypotheca especial d a m esm a cousa a diversas
pessoas, não chegando o seu valor para pagam ento de todos os credores hypothecarios; $ 4 “ E m geral, todo e
qualquer artificio fra u d u len to pelo qual se obtenha de ou trem toda a sua fo r tu n a ou p arte delia, ou quaesquer
títulos (202) (203): Penas. N o g rá o m a x im o - seis annos de prisão com trabalho e m u lta de 20% do valor das
cousas sobre que versar o esteiUonato. N o g rá o m é d io -tr e s annos e tr e s mezes de prisão idem e m ulta de 12 +
% do valer da cousa sobre que versar o esteiUonato. N o g rá o m in im o - seis mezes de prisão idem e m u lta de 5%
do valor da cousa sobre que versar o esteiUonato. (JüNiOR, A raújo Fíigueira (org.). C ó dig o C rim inal d o im pério
d o B rasil, e d ita d o p o r E d u a rd o e H e n r iq u e L a e m m e rt, R io d e la n e iro , 1876, In: 162.jpg” h ttp :!/
yvww.liphis.com/buscadorcodigo/Files/pagina I62.jpg. Edição Eletrônica fac-similar.
94 •àB
Volume J I Lila ))cl<i ( t i d c . U ) R c s i s i O n c . ias
^ A rtigo 4° N a p rim eira organisação do C onselho os m em bros de que deve ser com posto, e que ficão acim a
declarados, serão nom eados tia capital do Im p é rio pelo M inistro d a justiça, e nas outras capitaeSy d e que
trata o A rtigo l^ l.j pelos Presidentes de Província e servirão p o r h u m anno, tom ando posse no dia nove do
mês de Janeiro seguinte á sua nom eação. (Ibid.)
^ 0 d e p u ta d o se refere a o a rt. 19 d o d e creto francês d e 1810; A rt. 19, O s conselhos de disciplina serão fo rm a d o s
da m a n eira seguinte: A ordem dos advogados será convocada pelo seu b â to n n ie r e nom eará, n a pluralidade
dos sufrágios de todos os advogados inscrito no quadro e presentes, u m n ú m e ro duplo de candidatos p ara o
conselho de disciplina. Esses candidatos serão sem pre escolhidos d e n tre os dais terços m ais antigos n a ordem
do quadro. Essa lista de candidatos, será transm itida, pe/o b â to n n ie r ao nosso procurador geral p ró xim o da
nossa corte, que nom eará, sobre a d ita lista, os m em bros do conselho de disciplina, levando e m conta os
núm eros d eterm inados a seguir.
• à i
95
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
que deve assistir aos advogados á política que dom inar na côrte e nas províncias.
O Sr. C a rv a lh o M o re ir a : - É s ó a prim eira nomeação.
O Sr. H e n ríq o e s: - M a s que inconveniente haveria em que na prim eira
nom eação fossem os m em bros dos conselhos eieiWi y e la assembléia geral dos
advogados ? Podião reunir-se os advogados matriculados debaixo da presidencia
do mais velho delles ou de uma autoridade qualquer, p o r exemplo, do presidente
da relação, e proceder-se a essa eleição, não se tornando desta sorte dependente da
nomeação do governo da côrte, o que será revestir a advocacia das cores da política
que dom in ar n o p a iz, (...).
A rtigo 15° N e n h u m A dvogado a ssig m rá requerim entos, m em órias, libellos, contrariedades, replicas, tréplicas,
razões finaes, o u quaesquer outros artigos e allegações, q u e fo rem fe ita s p o r o u trem sob p e n a d e suspensão
po r seis meses, e de m u lta de cem m il reis pela prim eira vez, do dobro pela segunda, e de expulsão da O rdem
pela terceira. N as m esm as m ultas, suspensões, e p erda de O fficio pela terceira vez, incorrerão os Escrivães,
q u e c o n tin u a rem [osj fe ito s com vista á Advogados, q ue apenas assignarem, e não fo r e m os proprios, que
tratarem das causas. (Ibid,)
96
V o lu m e 2 L u l a p c i a ( .'l i c i i ã o ( ‘ R i ’ s i s l ( - ' t ) c i a s
“ A rtigo 9° S ã o attribuiçõesdos Conselhos Diíciplinares e Adm inistrativos: (...)§ 5° AppUcar adm inistrativam ente
as seguintes m edidas disciplinares, quando autorizadas p o r L a , e Regulamentos do Governo, a saber: Advertencia,
reprehenção, m ulta até duzentos m il reis, interdicto geral ou local, e expulsão da O rdem , ou da Classe dos
solicitadores, precedendo nos dous últim os casos, e no de m u lta p o r m ais de cincoenta m il reis, audiência dos
denunciados o u arguidos, e deliberação do In stitu to em Sessão p a ra esse fim convocada; e havendo recurso
suspensivo para a Relação. Ibid. Este art. 9° foi resultado d o d eb ate n o S enado (veja A nais d o S enado d o
Im pério, p. 66 a 80. Sessão d e 5 d e ju lh o d e 1851. O p.cit., p. 73 e 74). O p ro je to origin al n ã o tin h a a m u lta de
200$ (du z e n to s m il-reis), esta foi a p ro p o s ta de em e n d a d o se n a d o r L im po d e A breu aceita pe lo senado.
• à l 97
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Ao fim dos seus argum entos o Sr. Henriques faz u m requerim ento que
será peça de discussão e votação ao longo das três outras sessões de discussão
do projeto de criação da Ordem.
98 qám
V 'o lu n ic 2 I.lit.) p d a ( 'I'i,K /H ) V K o i s l ê n c i.is
99
______________ Histó ria da.
Ordem dos Advogados do Brasil
100
V o k im e 2 L iiti! p c l i i Ciicic^ãd c K e s i s t ê n c ii i s
A nn aes d o P a rla m e n to B razileirc - C a m a ra dos srs. D eputados. Terceiro a n n o d a O ita v a Legislatura. Sessão
d e 28 d e ag osto d e 1851: S u m m ario . E x pe d ie n te - In stitu to d a o rd e m d o s advogados. D iscu rsos d o s Srs.
Zacharias, M aciel M o n te iro , A ra ú jo Lima e Silveira d a M o tta. Vol. H, p. 729 a 733.
Q ue, e n tre ta n to , n ã o p o d e m o s a firm a r q u e fosse p le n a m e n te consciente.
•á l 101
______________História da
Ordem dos Advogados do Brasil
D ito isto, cita um a das disposições que considera inaplicável: a incom pa
tibilidade com o s em pregos amovíveis:
Esta discussão, fortalecida pela posição do Sr. Araújo Lima, não apenas
tem u m efeito conjuntural, mas traduz com n ítid a clareza u m d o s m ais
im portantes fenôm enos da formação do Estado brasileiro: a superposição entre
o exercício de funções públicas e privadas. Aliás, este não é u m fen ôm en o
institucional brasileiro, m as da história das instituições no m undo. Todavia, os
seus efeitos são desastrosos para a organização do Estado e a prestação eficiente,
em especial, com o é o caso do serviço jurisdicional. A confusão entre o público
102 9A I
\'()[u ilK ' 2 Liit.i C r ic t ( .< u ) c K c ' s i s lc ' i K las
e o privado - e nas áreas jurídicas e judiciais o fenôm eno prospera com facilidade
- perm ite a privatização de decisões públicas o u vice-versa, sempre, todavia,
sobrepondo os interesses privados. O seccionam ento da advocacia das funções
de Estado foi im p rescin d ível e essencial à a u to n o m ia da advocacia e da
transparência dos atos do poder público.
Voltando às considerações do Sr. Araújo Lima. O deputado combate também o
dispositivo que trata da incompatibilidade da função de advogado com a de solicitador.
O Sr. A r a u jo Lima: - 0 projecto tam bém determ ina que os advogados não
possão ser solicitadores, o que prova que os seus autores não sabem o que se
passa nofôro dessas pequenas localidades, porquanto fóra das grandes capitaes
quasi sempre o advogado é solicitador ao mesmo tempo...
O Sr. C a rv a lh o M o re ir a : - M as isso é bom?
O Sr. A r a u jo Lima: - N ão entrarei já prontam ente na questão se é bom ou
não, m as sem p re p o n d e ra r e i que não vejo que d a h i resultem graves
inconvenientes para o serviço publico, e quaesquer que sejão elles, cumpre
m uito attender ás circunstancias locaes para que se não fação leis que são
inexequiveis. (Ibid.)
É interessante observar que o Sr. Araújo Lima não se diz contra o projeto
(tal qual o Sr. H enriques, m ais tarde, n o debate de 30 de agosto), m as a favor de
em endá-lo:
Esta consideração, é verdade, mostra que o projecto deve ser emendado e não
rejeitado, mas eu, que acredito pouco em emendas formuladas em cima da perna,
que ordinariamente vejo que as matérias que não são discutidas com toda a
madureza no seio das commissões não têm aquella sabedoria que é conveniente
aos actos do poder legislativo, coherente com meus princípios, entendo que o
projecto deve ser remettido ás commissões mencionadas no requerimento que se
discute, para que seja reconsiderado e devidamente modificado. (Ibid.)
•àM 103
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
104
V o lu m e 2 I Il i a p c id Ci'iac^.io e R e s is tê n c ia s
o que dem onstrou a história m oderna é que o papel dos jurisconsultos se estendia
para a construção da nova ordem; e a liberdade, a segurança individual e a
propriedade - os direitos individuais enfim - estavam intim am ente vinculados
à lei e ao seu conhecim ento.
Esta situação não poderia ter deixado de influir na construção d o Estado
nacional brasileiro e, m uito especialmente, nos debates sobre a criação da Ordem
dos A dvogados do Brasil. Neste sentido, na Câmara dos D eputados - tendo
com o interlocutores os deputados Silveira da M otta (José Inácio Silveira da
M otta) e Carvalho Moreira - Araújo Lima coloca a questão central e motivadora
daqueles que estavam contra a criação de um a ordem d o advogados brasileiros:
a questão da “liberdade profissional”. D iz o deputado, con clu in d o u m dos seus
argumentos: ...isto é, p re sto in teiro assenso o q u e está fo r a d a a lça d a d os Srs.
D e p u ta d o s estabelecer a o rd e m dos advogados.... Silveira da M otta pergunta o
porquê. Araújo Lima responde:
105
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
706
V o lu n u ' 2 1 üUt |) ( ‘ l,i O i a ç j o c‘ Kc'sislrnc las
E completa:
N estes trechos citados há o entendim ento do Sr. Araújo Lima do que ele
cham a de liberdade profissional. Entendem os, entretanto, que este discurso - o
cerne retórico da resistência à criação da Ordem - tam bém funciona c o m o um
obstáculo à regulam entação daqueles que advogavam sem a devida form ação
acadêmica, os rábulas. O dicionário Aurélio®^ define “rábula” com o os Advogados
de lim itada cultura e chicaneiro. Indivíduo que fala muito, m as não conclui nem
prova nada. Indivíduo que advoga sem possuir o diploma.^^
107
______________História da
Ordem dos Adwgados do Brasil
108 « ▲B
V o lu m e 2 l.Líta |k.'Íl 1 ( ri.ic^ào c k c s i b t c n t ias
disse tanta cousa contra essa profissão na Inglaterra, patenteou tanto os vidos
que a infeccionavãoy que em verdade os que aprofessão o olhão com horror...
O Sr. Silveira da M cíita : - Com horror para Bentham! Quem?
O Sr. A ra ü io Lima: - Os advogados da Inglaterra.
O Sr. Silveira da M o tta : - Com muito respeito.
O Sr. A r a ü jo L im a : - Sou capaz de apresentar ojuizo de escriptores muito notáveis,
como seja o Sr. Joseph Rey, de Grenoble, que diz que os advogados olhão com
horror para Bentham. Por conseguinte, estou convencido, repito, de que se houvesse
instituto da ordem de advogados na Inglaterra, e Bentham fosse advogado, elle
teria sido excluído de exercer essa profissão, de adquirir p or ella meios de
subsistência (...). (Ibid.)
109
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
110 9àM
V o lu m e 2 I I l i a p r i l l C j i a c ã i ) c R c s i s t c n i i .i s
classejudiciaria tem tal ou qual organisação; mas a classe dos advogados não tem
organisação alguma. E essa organisação da classe dos advogados é de summa
importando, não só para ella mesma, como para aquelles cujos direitos essa classe
se encarrega de d^ender. Nós sabemos que a classe dos advogados está espalhada
por esse nosso vasto império, á mercê muitas vezes de um rabula de aldêa. (Ibid.)
Era bastante com um , e até m esm o compreensível, que num vasto país - e
num país que a 29 anos tinha conquistado sua independência, tendo toda a sua
legislação vinculada a Portugal, tendo, portanto, em m ãos a grande tarefa de criar
suas próprias leis - que indivíduos, sem a devida formação se alastrasse, em especial
no interior do país. Tal acontecia com muitas profissões inclusive com a medicina,
com o lembrou o deputado Góes Siqueira. Silveira da Motta, entretanto, faz uma
ressalva à lembrança de Góes Siqueira, argumentando que o tratamento do charlatão
da medicina é diferente do da advocacia, ...porque os medicos têm muito mais protecção
do que os advogados..., pois, segundo o deputado, u m m édico estrangeiro chegando
em uma aldeia onde exista um profissional da medicina, este profissional pode
pedir, com o apoio da lei, que a Câmara Municipal verifique se o medico estrangeiro
passou pelo exame de sujficiencia.
777
______________História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Silveira da M otta continua sua fala, agora m ais diretam ente atacando a
idéia de “liberdade profissional” levantada por Araújo Lima:
112
V o lu m e 2 L u la pelci ( j i a ( , ã í > e K c s i s iõ n c i a s
Mas o que p ode significar esse silêncio ? Ataca-se com veemência o projeto
- tanto na sessão de 27 de agosto, quanto nesta que transcrevemos e nas outras
duas o>ntudo só se levantam algumas poucas vozes com a m esm a dedicação,
força e convicção dos que são contra o projeto. Podem os supor dois m otivos,
entre vários outros possíveis, para esse silêncio: o primeiro seria a pouca convicção,
daqueles que se diziam a favor do projeto, dos benefícios que uma ordem dos
advogados traria para o Brasil, podem os m esm o supor que outros interesses
estavam em jogo, já que m uitos dos deputados, especialmente os m em bros do
lAB, exerciam a advocacia. Em outras palavras, estes que se diziam a favor do
projeto, concordavam com os argumentos contra a criação da Ordem, portanto
não queriam e não podiam contra-argumentar. A segunda hipótese, possivelmente
a mais verdadeira, se vincula às resistências e à ampla penetração política dos
profissionais práticos. A definição explícita do leque geral do problema exige,
todavia, u m diagnóstico de causas m ais profundas, o que se presum e pelos
pronunciam entos e sua hermenêutica, mas não ostensivamente se verifica.
N a verdade, o contexto geral das discussões, principalm ente dos opositores
do projeto, é um roteiro ideológico (máscaras argumentativas) para encobrir e
desviar os verdadeiros propósitos dos '‘contra-a-ordem ” A própria temática
co n stitu cio n a l, trazida ao debate, soa m al-arranjada, em q u e, “liberdade
profissional” aparece ccm o indicação similar de “liberdade de indústria” e não
113
______________ História_da
Ordem dos Advogados do Brasil
O Sr. H en riq u es: - (...) O nobre deputado por S. Paulo {Silveira da MotaJ, que
ultim am ente fallou combateu a conveniencia do adiam ento com argumentos
deduzidos d a organisação constitucional entre nós; disse que tendo sido já o
projecto bem discutido no senado, escusado era tratar-se aqui mais da sua
utilidade. Este argumento, se procedesse, provaria de mais; provaria então que
escusado era que na camara tem poraria tivesse o projecto de que se trata
discussão alguma; provaria até a inutilidade, a desnecessidade mesmo de uma
segunda camara (Apoiados.); m as creio que o nobre deputado não contestará a
conveniencia de um a segunda cam ara, não quererá expô r o p a iz aos
inconvenientes eperigos que um a só camara legislativa póde ojferecer. (Ibid.)
114
V o lu m e 1 l . l lK l (X'1.1 C l ' i . K . l O I' l \ t ' s i ^ k ’' I K Í . i S
E, claro, o Sr. H enriques não poderia deixar passar a questão dos rábulas,
levantada na sessão anterior:
#Àm 115
______________ Historia da
Ordem dos Advogados do Brasil
O projecto tam bem tem 0 defeito grave d e crear um instituto, ordem dos
advogados, dando-lhe no art. o p o d e r deliberante; m as não desenvolve
esse m esm o poder, não m ostra em que elle consista, não lhe estabelece bases,
não lhe põe limites alguns; d iz somente que o instituto de advogados tem 0
p o d e r deliberante, e nada mais. Parece-me que 0 projecto, dando ao instituto
de advogados p or elle creado 0 poder deliberante, devera m ostrar em que este
poder consistia, devera estabelecer limites ao m esm o poder. Mós sabemos
quanto 0 poder tende de ordinário a exceder as raias de suas atribuições;
entretanto não limitando, como 0 projecto não lim ita, o p o d er deliberante do
116 •Al
V o lu m e I Lufc) pc’la C r iiiç ã o e R csislê n ci.is
instituto de advogados, não seria para receiar que esse instituto excedesse
esse poder, abusasse mesmo delle. Eu noto apenas que a respeito do poder
deliherante o a r t 5^^“ do projecto incum be ao in stitu to de proceder ao
alistam ento dos advogados, e o art. 7°’’^ o marcar a jo ia da entrada para a
ordem. Ora, consistirá o po der deliberante da ordem em alistar os advogados,
em m arcar as joias? Se consiste, não vale a pena a creação de semelhante
ordem. (O p. cit.)
•ái 777
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
Sr. presidente, como os nobres deputados, fautores do projecto que entra em discussão,
se compromettem no interstício da segunda para terceira discus0o a formular e
apresentar emendas que salvem o projecto dos viáos e defétos em que elle labora, e
nisto se cifrem os meus desejos a esse respeito, peço a retirada do adiamento que tive
a honra de offerecer á camara com o protesto de offerecel-o de novo, e de combater
0 projecto com todas as forças ao meu alcance, quando os nobres deputados, como
eu não espero, não satisfação ao seu com prom ettim ento. ’ ’
Por outra razão ainda, Sr. presidente, julgo que o projecto deve ser submettido
ao exame de um a commissão especial; e vem a ser que elle tem sido arguiào ãe
estabelecer sob a apparencia de organisação, um monopolio contra o preceito
claro da constituição; monopolio que m e parece resultar indirectamente das
A n n a es d o P a rla m e n to Brazileiro - C a m a ra d o s srs. D e p u ta d o s . T erceiro a n n o d a O ita v a Legislatura. Sessüo
d e 2 d e s e te m b ro d e 1851; C o n tin u a a discussão d o a d ia m e n to ao p ro je c to n. 43 v in d o d o sen a d o , sobre
o in s titu to d a o r d e m d o s adv ogados, vol. II, p . 810 e 814.
" O Sr. H e n riqu es éum rábula? Daí s e u g ra n d e em p e n h o ? N a biografia d e S a c ra m e n to Blake (op . cit.) n ã o há
referência à profissão d e advogado, o q u e n ã o q u e r d izer q u e n ã o o fosse. P o d e m o s ta m b é m s u p o r algo
m ais n o b re q u e justifique seu e m p e n h o : o Sr. A n tonio José H e n riq u e s con vic tam en te e desinteressadam ente
acredita q u e esta b rig a n d o p o r u m a causa justa.
118 •ài
V o liin n ' 1 \ iiU i p c l j C jia u lo (' K e - ' i ^ l r n c i.is
• ▲I 779
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
(...) Sr. presidente, noto que a ordem dos advogados, como está estabelecida
no projecto, exactamente se assemelha ás corporações de officios; é o systema
dessas corporações applicado á advocacia. Nas corporações de ojftcios havia
um a mestrança autorisada para a d m ittir e excluir todos aquelles que nessas
corporações devem ser adm ittidos ou deltas devem ser escolhidos; é o que
exactam ente se dá no projecto (A poiados), p o is que crea um conselho
adm inistrativo e disciplinar, que é exactam ente a mestrança na classe dos
advogados, conselho que está autorisado a a d m ittir e excluir os advogados
que entender como depois mostrarei. Nas corporações de ojftcios existia o que
chamão fm anças, isto é, um a quantia que se pagava p a ra ser a d m ittid o na
corporação; exactamente essa finança tam bém está estabelecida pelo projecto,
ainda que debaixo de outro nome, porque não se p ó d e advogar sem pagar-se
um a jo ia e um a patente, isto é, um tributo lançado sobre as provisões que
hoje se tornão de absoluta necessidade ain d a m esm o p a ra os bacharéis
form ados. Existe ainda outra analogia com relação ao aprendisado das
corporações de officios; ninguém, como se sabe, podia pertencer a ellas, isto é,
abrir casa de officios, sem servir ao mestre um certo numero de annos; da
m esm a sorte, pelo projecto, ninguém, excepto os bacharéis form ados, póde,
sem servir gratuitam ente a um advogado provisionado p o r espaço de quatro
annos, quero dizer, sem praticar com elle durante esse tempo, ninguém, digo,
póde ser adm ittid o a exame para advogado. (Ibid.)
120 9àM
V o lu m e ' 2 L ü l. i p c ic i C r i a ç . i í ) c R o s i s l c r u ias
•áb 121
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
têm grande clientella, sem duvida não se im portarão com essas despezas,
porque poderão fazêl-as; m as o bacharel que sahe da academia, que acaba de
fazer grandes dispendios, e que tem ainda d e fazer logo 300$ de despezapara
se habilitar...
O S r . C arvalho M oreira : - 300$ como?
O Sr. B/^nd£/ím d e M e llo : - 200$ a 300$000.
O Sr. C arvalho M oreira : - N em 60$000.
O S r . B andeira de M ello : ~ E se a mestrança p e d ir um a joia de 200$? Uma
m ensalidade de 10$? Em quanto vem a im portar no fim do anno?
O S r. C a r v a lh o M o r e ir a : - Q ual 200$ A h i uns 20$000.
O Sr. B andeira de M ello : - Então para que se estabelece um monte-pio,
cujos contribuintes são os advogados? Se essas joias não forem importantes,
esse m onte-pio de nada poderá servir.
O S r . C arvalho M oreira : - O nde é que está isso.
O Sr. B andeira de M ello : - Pois não está aqui m onte-pio para d a r de comer
ás viuvas dos advogados?
O S r . C arvalho M oreira : - N ão está tal.
O Sr. B andeira de M ello : - Se o projecto não d iz m onte-pio, estabelece cousa
semelhante (Lê): “$7® Os institutos marcarão as joias de entrada para a ordem
e as attribuições mensaes dos seus membros, assim como as beneficencias a
que segundo as circunstancias terão direito as viuvas e descendentes legaes
dos advogados pobres”.
O S r . C arvalho M oreira : - E isto é m o n te-p io ?
O S r . B andeira de M ello : - D ê o nobre deputado o nom e que quizer, ha de
ser sempre um a instituição que tenha p o r fim fa zer essas beneficencias ás
viuvas dos advogados (Apoiados.). Lembrei-m e de cham ar-lhe monte-pio;
que nom e quer que lhe dê? Caixa de beneftcencia? Pois seja um a caixa de
beneficencia; m as p a ra dar~se algu m resultado, essas jo ia s de v e m ser
importantes. Ora, pergunto eu, não se monopolisa a advocacia, quando se
exige essa finança a esses que não têm ainda seu credito, com o advogado,
assás estabelecido, que não sabem se serão felizes ou não, na carreira que
pretendem tentar, a esses que p o r ventura querem obter somente as habilitações
necessarias para os empregos públicos que exigem a pratica d o fôro? Isto é
incontestável. Fecha-se a po rta dofóro a m uita gente. (Ibid.)
122 9AB
\'()lunK' J I .Li t. i ( 'n a t . ' io ( ‘ R c'xislriicicts
mAB 123
______________ Históri&da.
Ordem dos Advogados do Brasil
O deputado ainda lança outros argumentos que, segundo sua visão, provam
que um a ordem dos advogados cria o m o n o p ó lio da advocacia. O prim eiro é
um questionam ento dos critérios do conselho administrativo^® para determinar
aqueles que não são graduados dos que têm ou não suficiência de moralidade
para exercerem a advocacia.
O segundo argum ento é sobre a incompatibilidade:
124
V o lu m e 2 L u l a p e l a C r i a ç ã o o R e s i s tê n c i a s
O terceiro argum ento contra é sobre o que ele cham a de rigor de pureza:
(...) nós vemos que os condemnadoSy depois que têm cum prido as penas, não
ficão inhabilitados para os cargos públicos (Apoiados.); um ou outro caso se dá
de inhabilidade perpetua; fóra desses casos rarissimos, o empregado publico,
tendo cumprido a sentença, póde ser de novo empregado (...) Com o épois que
um homem, que um advogado condemnado p o r concussão, p o r peculato, póde
ficar perpetu am ente p rivad o do direito de advogar, quando elle p óde ser
empregado publico, quando o governo o póde aproveitar? (...) ...um homem
que fo i condemnado a uma pena, ainda mesmo dessas que infamão no conceito
publico, não deve ficar aos olhos da lei inutilisado, menospresado para sempre,
porque faltar-lhe-ha então o estimulo para reentrar nas vias da honra e da
dignidade; o desanimo, o esmerecimento se apoderará delle, se a lei nunca o
rehabilitar, se elle nunca o suppuzer arrependido, corrigido. E a pressumpção
legal não é a correcção do delinqüente depois do cumprimento da pena?. (Ibid.)
125
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil ]
com o jurisconsulto é fundam ental para resguardá-lo da força leviatânica do
Estado, m esm o do Estado m ín im o e m relação ao indivíduo desprotegido.
A importância da Ordem dos Advogados se coloca exatamente neste contexto:
organizar contra o m onopólio do Estado os profissionais comprometidos com a
defesa dos direitos e dos cidadãos. Este novo m odelo de organização da vida civil,
principalmente se manifesta na virada dos anos 1800, imediatamente às conquistas
civis da Revolução Francesa, e, em n osso caso, da independência do Brasil, que,
trouxe n o seu bojo, a difícil articulação entre o Estado autoritário, representado
no poder m oderado (poder real) e os direitos civis, representados pelas garantias
dos direitos individuais e seus primeiros instrum entos processuais.
Aparentem ente a discussão sobre a criação da O rdem seria um a simples
discussão sobre a organização de um instituto c o m finalidades m ais amplas ou
mais restritas. Mas na verdade é um a discussão, em prim eiro lugar, sobre a
natureza e essência da advocacia e, em segund o, é u m a discussão sobre o
fortalecim ento da sociedade em relação ao Estado, é um a discussão sobre a
re d e fin iç ã o d o s d ir e ito s e liberd ad es in d iv id u a is frente o s p o d e r e s d os
governantes. Por estas razões os advogados se organizavam c o m o agentes dos
novos direitos civis consolidados após a Revolução Francesa em relação ao poder
político hipertrofiado dos reis e governantes. F en ôm en o que, n o Brasil, não era
dessem elhante, mas que devido às resistências autoritárias do Estado brasileiro
e seus com prom issos de sustentação jurídica, social e econ ôm ica não prosperou
c o m a vitahdade e o apoio renovador do Estado francês.
Por estas e tantas outras razões é que as d iscu ssõ es sobre o projeto
originariam ente preparado por M ontezum a não prosperou n o senado e foi
adiado na Câmara d os D eputados à espera de arquivamento.
126
' v 'u lu n 'iu 1 Lü U i |K 'l.i C'ri,u,ri() (■ K i . 's is t r n c i a s
realidade temo que não sefaça mais nada neste anno senão tom ar o tempo
com esta questão, e p o r isso peço o encerram ento d o a d ia m e n to para,
desembaraçados desses tropeços de adiamento, poderm os entrar com vento e
p o pa nesta discussão. (Rtsadas.)
D ando-se p o r encerrada a discussão, é approvado o adiamento. (Ibid.)
Estas palavras finais dão a exata dim ensão d o p osicionam ento da Câmara
dos D eputados sobre o Projeto n° 43, originário d o senado, e prelim inarm ente
preparado no lAB: ficava a matéria adiada dado o volum e de direitos envolvidos
na questão. M u ito s foram os arg u m en to s visíveis, m as a m p líssim a foi a
h e r m e n ê u tic a q ue ju stific o u o s a rg u m en to s c o n trá rio s e as resistên cias
institucionais à criação da Ordem dos Advogados do Brasil.
N ã o obstante, o leque de argum entos resistentes ao andam ento d o projeto
não são bastante, nem profundos, e, na verdade, de superficiais, não se consegue
efetuar um a am pla herm enêutica política ou social.
7 2 7
______________ História da.
Ordem dos Advogados do Brasil
CAPÍTULO III
Os Projetos Nabuco de Araújo e Saldanha M arinho
de Criação da Ordem dos Advogados no Império
O Sr. Dr. Perdigão Malheiros, como relator da commissão nom eada para
rever o projeto de lei relativo á organisação da O rdem dos Advogados no
Império, lê o parecer da commissão (...).
‘ R evista do In stitu to dos Advogados Brasileiros (E dição fac-sim ilar d a Revista do In s titu to dos Advogados
Brasileiros - a n o s 1 e II - 1862, 1863). A n o X I - 1977, n ú m e r o especiaJ.
' T erceiro p re sid en te d o lAB. Veja breve bio grafia n o Anexo Especial.
^ Actas das Sessões o u C onfe re ncias d o In s titu to (p a rte segu nda ). Sessão d e 17 d e m a rç o d e 1853. Revista do
In stitu to dos Advogados Brasileiros (Edição fac-sím ilar d a Revista do In s titu to dos Advogados Brasileiros -
a n o s l e I I - 1 8 6 2 . 1 8 6 3 ).A no X I - 1977, n ú m e r o especial.
128
V o k im c 2 I L i ta C r ia ç ã o v R u ^ isiú n cia s
* Actas das Sessões o u C o n fe re n cias d o In s titu to {parte s egund a ). Sessão d e 9 d e m a io d e 1853. Revista do
In stitu to dos A dvogados Brasileiros (E dição fa c -s im ila rd a R evista do In stitu to das A dvogados B ra sileiros-
a n os I e II - 1862, 1863). A n o XI - 1977, n ú m e ro especial.
* Actas das Sessões o u C onfe re ncias d o In s titu to (p a rte seg u n d a ). Sessão d e 10 d e n o v e m b ro d e 1853. O p .c it.
^ A ctas das Sessões o u C o n fe re n cias d o In s titu to (p a rte segunda). Sessão d e 29 d e n o v e m b ro d e 1853, O p. cit.
' Q u in to p re sid en te d o lAB. Veja breve biografia n o A nexo Especial.
‘ Sexto p re sid en te d o lAB. Veja breve biografia n o A nexo Especial.
®Sétim o p re s id e n te d o lAB. Veja bre v e biog rafia n o A nexo Especial.
•4B 129
______________ H isto ria d a
Ordem dos Advogados do Brasil
(...) O Dr. presidente declara que o actual Sr. ministro da Justiça, já como
m em b ro d a O rd em dos A dvogados, j á com o ju risc o n su lto distincto, e
u ltim a m en te no alto cargo que exerce de m inistro d a Coroa, tem dado
demonstrações inequívocas de apreço, em que tem o Instituto, e que um a prova
de interesse e favor do mesmo acaba de ser dado p or elle, apresentando á
consideração do corpo legislativo um projetcto d e lei sobre a O rdem dos
Advogados, tendo sido ouvido previam ente sobre tal assempto a Conselho
d'Estado.
Que propõe que o Instituto confira ao actual Sr. ministro da fustiça o título de
seu presidente honorário, havendo já o precedente d e se [sic] hover conferido
igual titulo ao Sr., Visconde de Jequitinhonha [M ontezuma] que, como é sabido,
desde o principio da creação da Ordem, mostrou p o r ella o mais vivo interesse.
A moção é unanim ente approvada.
Levanta-se a sessão ás 8 horas d a noite.''
130
Volum e 2 Luta pela Criação e Resistências
J o & I T r tO M A Z N a ^ü C -O s t A t^ A ü J O
1 8 6 6 /) 8^-5
131
______________ História, da.
Ordem dos Advogados do Brasil
Após esta apresentação, o m inistro da Justiça, que dali a quatro m eses será
eleito presidente do lAB, faz a leitura do projeto’'*.
132 •Al
V o lu m t-’ 2 L u ta p c l i i C r i a ç ã o e R c ^ i s l c n c i a s
•4B 133
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
734 «4B
\'( ) Iu n i( .' 2 L u I,I p u i c i C r i a c . i o c K(.'sistc’ i x ' i a s
C o m o s c a r g o s d e a g e n te s d e c o m m e r c io e c o m a p r o f is s ã o de
com m erciante.
C o m a cura de almas.
§ 5° N ã o p o d em ser advogados ou solicitadores:
Os fallidos co m culpa o u fraude.
Os c o n d e m n a d o s p o r c rim e d e falsidade, perjúrio, p e c u la to , peita,
concussão, prevaricação, furto, roubo, estellion ato, irregularidade de
conducta, m oeda falsa, ou pelo crime do art. 150 d o codigo criminal.'^
O s que tiverem perdido o officio por erro nelle com m ettido.
$ 6 ° N e n h u m advogado assignará requerim entos, m em órias, libellos,
contrariedades, replicas, tréplicas, razões finaes, o u quaesquer outros
o a rt igo 150 d o C ó d ig o C rim in a l te m a seguin te redação; Solicitar ou seduzir m u lh e r que p erante o empregado
litigue, o u esteja culpada o u accusada, requeira ou tenha algum a dependencia: Penas. N o gráo m a x im o -
dezesseis m ezes de suspensão do emprego, além das m ais e m q ue tiver incorrido. N o gráo m éd io - d ez m ezes
de suspensão do emprego, além das m ais e m que tiver incorrido. N o gráo m in im o - q u a tro m ezes de suspensão
idem , idem . Si o q u e ca m m e tte r este crim e fô r ju iz de facto: Penas. D e prisão p o r dous mezes., além das mais
em que incorrer. {]0u \o ^ A raú jo Filgueira (org.). Código C n'm m a/í/o/m pérío<fo flraii/, e d ita d o p o r E dua rd o
e H e n riq u e L a e m m e rt, Rio d e Janeiro, 1876, In: I62.jpg" http://w w w .liphis.com /buscadorcodigo/Files/
p a g in a I62.jpg. Edição E letrô n ic a fac-sím ilar. O rgan iz aç ã o d e Janaina P e rra y o n L o pes (fo to g ra fo u os
o riginais e o rg a n iz o u o léxico p a ra busca) e D u rv a l de Souza Filho c o n c e b e u o s istem a d e busca.
135
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
artigos e allegações que forem feitas por outrem , sob pena de suspensão
por seis mezes, e de multa de 100$ pela primeira vez, do dobro pela segunda,
e d e expulsão da Ordem pela terceira.
Nas mesmas multas, suspensões, perda de ofRcio pela terceira vez, incorrerão
os escrivãos que continuarem feitos com vista a advogados que apenas
assignarem e não forem os proprios que tratarem das causas.
§ 7° Nas comarcas em que não houver solicitadores pertencentes ao quadro
do Instituto servirão os que forem provisionados pelo presidente da relação,
sob proposta do chefe da Ordem, perante o qual os pretendentes farão exames.
Ficão mantidas as provisões dos advogados e solicitadores não formados
por to d o o tem po pelo qual forão ellas concedidas.
§ 8 ° Os escrivães e secretários dos tribunaes não confiarão autos, sentenças,
o u outros papes judiciários, nem subm inistrarão inform ações sobre os
seus term os, senão ás próprias partes, o u n o s procuradores por ellas
constituídos, e que exercerem as funcções de advogado ou de solicitadores
na form a desta lei.
§ 9^ Serão inviolavelm ente cum pridas as obrigações das leis vigentes,
relativas ás obrigações dos advogados e solicitadores, as quaes serão
transcriptas n o regulam ento que o governo der para execução desta lei.
As m ultas im postas pela lei vigente ficão elevadas ao triplo, m as não
excederão a 200SOOO.
§ 10. Pela matricula do advogado, n o quadro do Instituto, será devido o
em o lu m en to a 20 $0 0 0 .
Pela matricula d o solicitador, lOSOOO.
Pela provisão de advogado o u so licita d o r n ã o graduado em direito,
conform e o $ 7*^, pagará aquelle 50$ e este 25$000.
As multas em que incorrerem os advogados e solicitadores, e o em olum ento
da matricula e provisões farão parte da renda do Instituto.
Art. 6° As partes não podem constituir nas causas civis senão os advogados
ou solicitadores inscriptos nos quadros do Instituto o u provisionados pelo
presidente da relação.
§ 1° Nas causas crimes perante o jury a parte pôde livremente constituir a
pessoa em quem tiver confiança.
§ 2° N enhum réo, sob pena de nullidade, será condem nado sem ser assistido
por u m advogado nom eado pelo presidente d o jury, se a parte o não escolher.
136 « ▲I
V o lu m e 2 L u ta p e l a C riv it^ ào c R e s i s tê n c i a s
137
_ — _______ Histórialda.
Ordem dos Advogados do Brasil
Art. 6 ")As partes não podem constituir nas causas civis senão os advogados ou
solicitadores inscriptos nos quadros do Instituto ou provisionado pelo presidente
da Relação
§ 2°: Nenhum réo, sob pena de nulidade, será condemnado sem ser assistido por
um advogado nomeado pelo presidente do jury, se a parte o não escolher. Para a
nomeação o ju iz se entenderá com o chefe da Ordem ou com o seu delegado.
24. O conselho de disciplina fará o necessário para a defesa dos pobres, pelo
estabelecimento de um escritório de consultoria gratuita, que se form ará uma
vez p or semana.
A s causas que esse escritório acreditará justas, serão p o r ele enviadas, com o
seu parecer, ao conselho de disciplina, que as distribuirá aos advogados, por
turno d e função.
Q ueremos que o escritório tenha a m aior atenção a essas consultorias, afim
de que elas não se tornem um assunto vergonhoso que impeça seu reembolso
das despesas da instância.
138
V o lu m e J I uta pcKi ( ' l i j c à o (' K ( s is ! r n ( las
•At 139
______________ Históriaxla
Ordem dos Advogados do Brasil
Nas muitas sem elhanças entre os dois projetos, existe um a que deve ser
ressaltada: art. 18 do projeto de 1851 e art. 5°, § 7° do projeto de 1866:
É fundam ental ressaltar que o exam e para advogar já era previsto m uitos
a n o s antes pela Lei de 28 de setem bro d e 1828^® q u e em seu art. 2°, §7°
740 «ál
V o lu m e 2 Lula p c lc i C t ia u t o o Rcslsrencias
determinava: com pete aos presidentes das Relações conceder licença, m ediante
exame, p a ra que advogue hom em não form ado, nos lugares onde houver fa lta de
bacharéis form a d o s (...)•
A diferença entre o s projetos e a lei é que esta tratava dos que queriam
advogar, e o s projetos propu nham que tam b ém o s solicitadores prestassem
exam es para exercer a função. D ispositivo que não existia na legislação, já que
o D ecreto n° 358 de 21 de dezem bro de 1844^^ (c o m a ementa; O rden a que os
solicitadores do num ero, continuos e oficiaes de ju stiça das Relações sejam
providos pelos presidentes das mesmas relações) som ente definia com o exigência:
asprovanças de idoneidade na form a das leise, claro, o p agam ento das taxas ao
governo.
A inda analisando com parativam ente os projetos de 1851 e o de 1866,
devem os tam b ém ressaltar a questão das incom patibilidades entre o exercício
da advocacia e certos em pregos e /o u funções. N o projeto de 1866, a relação
dos em pregos e fu nções incom patíveis com a advocacia é b em m en o r do que
n o projeto de 1851, acrescido de um detalhe: a in com p atibilidade entre o
advogado e o solicitador, que o Sr. H enriques c o n d en o u n o projeto de 1851,
não se encontra n o projeto de 1866. É im portante, tam bém , ressaltar que a
incom patibilidade da advocacia co m certos cargos e fu nções não era um a
novidade legislativa trazida p elo projeto de 1851, c o m o , talvez, deixe entender
as críticas feitas p elo Sr. H en riques e seus colegas deputados.^® Todavia,
ressalte-se que a legislação, ao lo n g o dos oitenta e sete anos de luta para criar
a O rdem dos A dvogados (1 8 4 3 /1 9 3 0 ), estabelecia que certos cargos e funções
não deveriam ser acu m ulados c o m o exercício da advocacia. Esta leitura, que
se verifica inclusive nas O rdenações, é anterior à data do prim eiro projeto de
criação da O rdem , basta que se observe o Aviso n° 62 do m inistro d a Justiça ao
presidente da província de M inas Gerais de 2 8 de agosto de 1843 qu e declara
que aos juizes não é p e rm itid o o exercício da advocacía^"^. Ou^ ainda, a
C oleção das Leis d o Im p é rio d o Brasil (1822-1889), t. VII, p a rte II, secção 42, p. 266.
Coleção das Leis d o Im p é rio d o Brasil (1822-1889), Decisões, t. VI, p a rte 1,1844, p, 266.
A q u estão das in c o m p a tib ilid a d e s é ta m b é m u m d isp ositivo p re sen te n o d e c re to francês, c o m o já tiverm o s
a o p o r tu n id a d e d e m o s tra r: Art. 18. A profissão de advogado é incom patível: l" corn todos os cargos da
ordem judiciária, exceto aquela de suplente; 2° com as funções de p refeito e de subprefeito; 3° com aquelas de
oficial, de n otório e d e procurador judicial; 4° com os empregos de penhores e aqueles de agente contábil; 5 “
com todas as espécies de negócio. São excluídas q uaisquer pessoas que fiz e re m trabalho d e ag ente de afazeres.
C oleção das Leis d o Im p é rio d o Brasil (1822-1889), t. VI, 1843, p. 79-80.
141
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
142
V (jIl]iiu ' 2 1 L iL i p c l i i C j i . K c U ) ( ’ K o ^ i s l r m . i a s
" Ver A r a ü i o , Rosalina C o rrê a de. O Estado e o Poder Judiciário no Brasil. 2 ' ed.. R io d e lan eiro; L u m e n lu ris,
2003._______________________________________________________________________________________________
143
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
144 9àM
V olum e 2 l.uLi pe l.i CricKiU) 0 Ki'SistciK.ins
Estas observações inclinam -se para dem onstrar que a criação da Ordem
dependia m esm o da redefinição do Poder ludiciário, assim com o da própria
estrutura decisória do Estado brasileiro.
#àm 145
______________ H istória da
O rdem dos Advogados do Brasil
lo a q u im S a ld a n h a M a r in h o , 1873 - 1892.
146 GAB
I iil.i p f l . i (’ K t^ - is lrix i.is
... Observa [e-se] que as iàéas contidas no projecto são absolutamente aceitaveis,
embora ao depois seja elle concertado como parecer á camara. Em todo o caso,
cumpre que alguma providencia seja tom ada neste sentido... (Ibid.)
Assim co m o o projeto anterior, este tam bém é som ente lido, não há debate.
Veja a integra d o projeto:
Projecto 1880 - N . 95
9àM 147
_____________ Kistóría_da,
O rdem dos Advogados do Brasil
148 OAI
V o ksiiK ' 2 1III,] pel,I Criatcit) o Kcsislcncias
749
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
150
V'()I(.ini(’ -I I u l. i [ i i ' ia (Y icic.'tn K r s i s l c n c ias
« ▲1 151
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
152 «4B
V u Il i h i c 2 L u ta )X ‘ Ia C r i a ç ã o c R c s i s i ê n c i a í
Art. 40. C ada instituto n o seu regim ento intern o marcará as joias de
entrada, as c o n tr ib u iç õ e s m en sa es e seu s m e m b r o s, as presta ções
extraordinarias; o program m a de sua revista e creação de sua biblioteca,
das conferencias publicas, m ethodos e form a de discussão; as attribuições
dos m em bros do conselho, forma de processo e julgam ento para applicaçào
de penas disciplinares.
Art. 41. São mantidas todas as honras e prerogatives de que actualm ente
gozam os advogados.
Art. 42. As multas im postas pela legislação vigente ficam elevadas ao triplo,
mas não poderão exceder de 2005000.
” N A U K tL . José. N ovo D icionário Jurídico Brasileiro (tira g em s u p le m e n ta r da 8 ' edição acrescida d e a p ê n d ice
c o m atu a liz aç ã o d e ve rb e te s d e a c o r d o c o m a C o n stitu iç ã o d e 1988). São Paulo: íc o n e . 1989.
•Ai 153
______________ Historia da
Ordem dos Advogados do Brasil
154
V 'o lL in ic 2 I Lita | ) c l a ( T i.ic ^ ã í) ( ’ R t ' s i s i O n t ia s
A da ta c o rre ta é 23 d e n o v e m b ro d e 1844.
" A nnaes d o P a rla m e n to Brazileiro. C â m a ra d o s D e p u tad o s. Terceiro A n n o d a d e c im a -se tim a legislatura.
Sessão d e 1880. O p. cit.
" Coleção das Leis d o Im p é rio d o Brasil (1822-1889), p a rte II, t. VII, secção 39, 1845, p. 224.
Sua e m e n ta diz; Concedendo aos m em b ro s do In stitu to dos Advogados Brasileiros, n ’esta côrte, o uso de veste
talar, e a faculdade de terem assento, n o exercido de seu ofiicio, d en tro dos cancellos dos tribunaes. O p. cit.
**No a rt. 35 d o D ecreto Francês d e 1810, e n c o n tra m o s dispo sitivo se m e lh a n te : Os advogados portarão a
batina de sua grade de licenciado ou de doutor; os inscritos no quadro serão situados no interio r do parquet.
Eles sustentarão d e p é e cobertos; m a s eles se descobrirão quando fo r e m fa z e r suas conclusões, ou lerem peças
do processo.
A nn aes d o P a rla m e n to Brazileiro. C â m a ra d o s Srs. D e p u ta d o s . Terceiro A n n o d a d e c im a - s e tim a legislatura.
Sessão d e 1880. O p. cit.
#Á # 155
______________ Hi<;fnría da
Ordem dos Advogados do Brasil
756 •4 1
V o k im e 2 l.uta p e la Criac.vU.! e Rci^istôneias
Este exam e consistirá nas m esm as provas pelas quais passa o bacharel em
Direito que aspira ao grau de doutor.
Veja A nexo I.
7 5 7
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
158 •àB
V o lu m e 1 I u t a p e l , I ( I t i . t i ã o V R e s i s t ê i K . i<is
" Morigeradcr. Q u e te m b o n s c o stu m e s o u v i d a exem plar. H o la n d a, A urélio B u arq u e de. D ic io n á rio d a língu a
p o rtu g u e sa.
C D -R O M d a C â m a r a dos D e p u ta d o s . O p. cit.__________________________________________________________
•à l 159
______________ H istó ria da
O rdem dos Advogados do Brasil
* o p rim e ir o sec retário d o lAB. Sá V ianna (M a n o e l Álvaro d e Souza Sá V ia n n a), e m se u R elatório d e 1896,
p. 5 a 8, refere-se a u m p ro je to e n v ia d o à C o m issã o d e Justiça d a C â m a r a dos d e p u ta d o s e m 1895, u m
p ro je to d e fe n d id o pe lo D e p u ta d o E d u a rd o R am os. Fizem os a b u s c a d e tais d o c u m e n to s , en c o n tra m o s
os p ro n u n c ia m e n to s d o d e p u ta d o E d u a rd o R am o s, m as n a d a foi e n c o n tra d o so b re este s u p o s to projeto
d c c ria ç ã o <áa O rd e m .
160
V o lu m e 2 Lu la p c io CriaccUj v Kcsis tôncia s
...0 in gresso no fo r o d e um e n o r m e b a ta lh ã o d e e x - p r e s id iá r io s e
com erciantes fa lid o s, os quais, sobraçando seus p a p e is nos corredores
palacianos, ia m p o n tilh a n d o a advocacia de abusos e chicanas da p io r
espécie. A inexistência de laços gregários entre os profissionais d o D ireito
dificu ltava a in d a m ais um a proftlaxia m oral do m eio, d esprestigiado
crescentem ente p o r elementos inescrupulosos e sem idon eidade m oral p a ra
0 exercício d a grave profissão (p. 15 e 16).
Àquele tempo não havia egresso das penitenáárias ou comerciante falido que
não se julgasse com o direito de sobraçar uma pasta e afrontar o pretório no
exercido d a mais degradante rebulice. A consciência coletiva repelia os intrusos,
mas seus malefícios desmoralizavam o ambiente a tal ponto que a função do
advogado era suspeitada como de traficantes irresponsáveis. Os advogados dignos
sofriam a concorrência dos aventureiros ousados e não havia meios de evitar a
intoxicação cau sada no m eio social pelos elem entos claudicantes, que
prosperavam à sombra de generalizada irresponsabilidade (p. 239).
767
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
762
\'t)lu tn c 2 I u l a p e l a C i i a c ã c i c K c v i s t c n c ias
•à l 163
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Rui Barbosa foi o elo de transição política d o Im pério para a República, e com o
advogado e jurista arquitetou o m od elo republicano federativo brasileiro.
O problem a, na verdade, tem duas vertentes: a proibição corporativa
remanescente das corporações medievais e a necessidade profissional do diploma
para advogar, na form a dos conhecim entos apreendidos na escola e não na
prática profissional.
F inalm ente, trata-se a questão corporativa d os ad vogad os c o m o u m
conflito político-profissional. N a verdade, o Estado resistia aos advogados com o
corporação política e não co m o corporação profissional. O tem po m ostrou
que a organização c o m o corporação profissional era im prescindível à ação
política para alcançar os objetivos profissionais. A sociedade m oderna, na
e x te n siv a luta p o r n o v o s d ir e ito s in d iv id u a is , c o le tiv o s e d ifu so s , tem
dem onstrado que a ação profissional tem um a am pla dim ensão política e a
dim ensão política, na verdade, é um a m obilização profissional.
164
V o lu m e 2 L u ta p e l a C r i a q u u c R e s i s tê n c i a s
íevísf/i tio In s titu to dos Advogados Brazileiros. C o n te n d o : D o u trin a - Legislação - Ju ris p ru d ê n c ia - Actas
das C o n fe re n d a s d o In s titu to so b a R edação d a Respectiva C o m m issã o . Rio d e Janeiro; TypograpJiia
U nião, 1884, p. 231-244. Rio d e JanC iro, 30 d e ju n h o d e !883. Presidente: S aldanha M a r in h o e secretário
Dr. Silva Costa.
•Al 165
______________ H istória da
Ordem dos Advogados do Brasil
A escravidão, como sabemos, não era apenas um m odo de produção, era também
um a ordem político-jurídica secularmente estabelecida. Para Rui Barbosa,
contudo, a ordem escravista não era apenas ineficiente, injusta e moralmente
condenável, como se dizia até então, era simplesmente “ilegal” Esendo ‘HlegaF,
d evia ser c o m b a tid a com a aplicação dura d a lei. M as com o p o d ia ser
considerada “ilegal” um a instituição que fazia parte, desde tempos imemoriais,
da ordem estabelecida? O acadêmico Rui Barbosa, do alto de seus vinte anos,
form ulou uma prim eira resposta para esse difícil problema. Rui permaneceu
fiel a essa resposta p o r toda a vida. Para ele, em síntese, “um a porção imensa da
propriedade servil existente entre nós (mais de um terço), além de ilegítima,
como toda a escravidão, é também ilegal (...)”
Para ele [Rui Barbosa], pagar indenização aos proprietários — fosse em
dinheiro ou tem po d e serviço, como aconteceu na maioria dos países — parecia
totalm ente inaceitável. Era o mesmo que com pactuar com a pirataria. Era,
m oralmente, um a espécie de cum plicidade com o próprio crim e que se queria
combater. Se a escravidão era mesmo um roubo, então não havia p o r que
indenizar os proprietários. Se é que se possa fa la r em proprietários.^^
SILVA, E d u ardo : A s Cam élias do Leblon e a Abolição da Escravatura: u m a investigação de história cultural.
São Paulo: C o m p a n h ia das Letras, 2003, págs. 52/53 e 56/57.
766 •Al
\'()lu n u ' 2 l.ut.i p c k i C i ia c .u ) c R c s i ^ t ú n i i j s
Aqui está, senhores, o porquê vos eu digo e redirei que, com a abolição da legalidade
e da liberdade no Brasil, abolição agora a pouco mais ou m enos consumada, se
enceta, para nós, para este Instituto, uma existência bastarda, precária, irreal, a
existência de um organismo num meio a ele hostil e com ele incompatível.
Os advogados, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na França, na Bélgica, na
Itália, em toda a parte, nunca deixaram de sentir esse laço de solidariedade
vital entre a sua classe e o governo da lei, a preservação das garantias liberais, a
observância das constituições juradas. N em vírgula ao elaborar a brasileira, os
juristas, os advogados que nela trabalhamos é que, pela nossa preponderância
na sua composição, não se exagerará, dizendo que a fizemos, nos devíam os da
linha, que a nossa educação jurídica nos traçava, que ela nos im punha,
mostrado-nos a associação inseparável do gênio do novo regimen, cuja carta
redigimos, com um a organização da justiça, capaz de se contrapor aos excessos
do Governo e aos das maiorias legislativas, uns e outros dez vezes mais arriscados
e am iudados nas repúblicas do que nas monarquias, nas federações do que nas
organizações unitárias, no presidencialismo do que no parlamentarismo.^
Art. 8 * Nesta prim eira organisação do quadro, poderão ser m embros effectivos
os advogados que, achando-se nas circunstâncias do art. 1° do presente
regimento, estiverem em ejfectivo exercido de advocacia, qualquer que seja o
tem po de pratica, com tanto que se matriculem no prazo de 60 dias, contados
da approvação deste regzme«fo.(Regulamento de 1844).
Parágrafo 1° do art. 2° - Para ser adm ittido no Instituto deve o candidato ter
bons costumes, provar com documentos que tem praticado no foro p o r três
“ C A R M O , L aura e o u tra s . Discursos no In stitu to dos Advogados Brasileiros. Rio d e Janeiro: Edições C asa de
R ui B arbosa, 2002, pág. 58.__________________________________________________________________________
•Al 167
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
168 9à!Ê
V o lu m e 2 L u ta p e l a C'ri<i(,à(> c R e s i s t ê n c i a s
Muito embora este Estatuto de 1883 não abra qualquer espaço para se rediscutir
a denominação do lAB, o Regulamento deste Estatuto, promulgado em 1888 passa
a se referir ao Instituto dos Advogados Brasileiros com o Instituto da Ordem dos
Advogados Brasileiros. C om o já observamos, esta é a mais significativa modificação.
N esta lin h a de d isc u ssã o h erm e n ê u tic a é im p o r ta n te n o ta r q u e o
Regulamento prom ulgado em 1888^ no seu artigo P n ã o volta a repetir o termo
Instituto d os Advogados Brasileiros, mas se refere a Instituto da O rdem dos
A dvogados Brasileiros. Este Regulamento, denom inado Instituto da Ordem dos
A dvogados Brasileiros, assim dispõe no seu artigo 1°:
R evistado In stitu to dos A dvogados Brazileiros, to m o XXII, 1888, pág. 276-287. R io d e Janeiro, 6 de d e zem b ro
de 1888. Presidente: lo a q u im S aldanha M a rin h o e S ecretário D r. José d a Silva Costa,____________
169
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
170
V 'o lu n ic 1 l.Lila p i ' l , ) C r i a ç ã o c R o i s t O i K . i a s
C APÍTU LO IV
A República e a Criação da O rdem dos Advogados
Brasileiros
171
______________História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Declara o m odo por que deve ser conferido o gráo de bacharel nas Faculdades
de Direito da República
O Generalissimo M anoel Deoãoro da Fonseca, Chefe do Governo Provisório
da República dos Estados Unidos do Brazil, constituído pelo Exército e Armada,
em nome da Nação, resolve que o gráo d e bacharel nas Faculdades de Direito
da República seja conferido, na form a determinada pelo art. 92 dos estatutos
approvados por decreto rf 1386 de 28 de abril de 1854 e pelos arts. 8 7 a 91 do
regulamento complementar approvado pelo decreto rf 1568 de 24 de fevereiro
de 1855, menos na parte referente ao juramento; ficando assim revogado o
decreto rf 4260 de 10 de outubro de 1868.
' FO N TE : P U B C L B R 1893 VOOl PAG 000026 C O L !. C oleção d e Leis d o Brasil. Ver ta m b é m B a stos .A u rélio
W ander, O ensino ju rídico no Brasil, op. cit.
7 7 2 • 4 1
V okim c 2 l u t a p c l i i C j i a ( , ã o c R t - s i s t ô i u i<is
D e qu alqu er form a, vale con siderar que ao não fixar o d isp o sitiv o
constitucional sobre a relevância do saber jurídico, ficava aberta a possibilidade
de m inistros d o Suprem o não serem bacharéis ou doutores em Direito.
N este sentido, destacam os o Decreto n“ 848, de 11 de outubro de 1890,
que organizava a Justiça Federal e fixava regras de natureza processual para os
advogados, conform e disp om os a seguir:
Art. 371. D everão ser assignadas p o r advogado as petições iniciaes das causas
e todos os articulados e allegações, que se fizerem nos autos, salvo não
havendo advogado no auditorio, ou não querendo prestar-se ao patrocínio
d a causa nenhum dos que houver, ou não sendo ellesda confiança d a parte.
Art. 373. N enh um advogado poderá, sob qualquer pretexto, reter autos em
seu poder, fin d o o term o assignado ou legal, pelo qual lhe tiverem ido com
vista ou em confiança, sob p en a de perda, p a ra seu constituinte, do direito
de que não tiver feito uso no refererido termo, além de p a g a r todas as
despezas que p a ra a cobrança dos autos se fizerem .
173
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Art. 379. A s dilações são continuas, e o seu curso não se suspende nem
interrom pe p o r ferias supervenientes, salvo si estas absorverem m etad e da
dilação.
774 máB
V o lu m e 2 l.Lila p c i . I ( l i i t u u i V K c s i s t c n c u i s
175
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
176
V o lu m e 2 L u t a p c k i ( ' r i a c ã o e R c sisté n cicis
7 7 7
______________ Historia da
O rdem dos Advogados do Brasil
a assistenda judiciaria dos pobres no civil e no crime no Districto Federal (...). Deve-
se tão im portante serviço ao Instituto dos Advogados.... O jornal Cidade do Rio de
10 de fevereiro de 1897’^, tam bém não econom iza elogios ao Instituto: Si o governo
attendeu a este serviço que a tantos annos reclama a sua attenção, é isso devido
principalm ente ao henemerito Instituto da Ordem dos Advogados Brazileiros.
Sá V ian na, o ilustre prim eiro-secretário do In stitu to da O rdem dos
A dvogados Brasileiros, n o Relatório dos Trabalhos e Ocorrências do ano de
1897, aproveita a boa repercussão da criação da Assistência Judiciária para
lembrar os benefícios de uma O rdem dos Advogados:
178 •à l
V'liluntc 2 I.L i l a p e la C.iictcão v Ki-sislòiK ins
N. 8 - Em 19 de abril de 1897
Sobre o exercício da profissão de advogado
" o In s titu to estava so b a p residência d e A ugusto Alvares d e A zevedo. Veja bre v e b io g ra fia n o A n exo Especial.
•4 1 7 7 9
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
180
V o Il iiih ' 2 LuLi |)L'la C r i a c õ o c R c s is tciicia s
Declarou S. Ex. “que no seu Aviso não cogitou, nem lhe com petia declarar
se a liberdade profissional do art. 72, § 24 da Constituição depende ou
in d ep en d e d e h abilitações p révia s d o in d iv id u o qu e va e exercer u m a
profissão, isso pertence ao poder legislativo, que ain d a não se pronunciou
sobre a especie. Intervindo com relação á portaria de 5 de Janeiro, fel-o em
vista de um caso concreto, como consta do A viso de 19 do m ez de Abril, e
fu n da n d o-se em du as razões principaes: 7", que a m esm a p o rta ria versa
sobre m ateria a dm in istrativa e nada tem com a funcção de julgar, o que
caracterisa a independencia das au to rid ades ju diciarias; 2 ", p o rq u e o
presidente da Côrte de Appellação, que a expedio, baseou-se em avisos do
M inistério da Justiça para autorisar que simples escrivães suspendessem (a
tanto eqüivale) do exercido de advogar a individuos que se a havam no
goso e posse d'essa profissão. Se o presidente da Côrte de Appellação não
tivesse in voca do os avisos do governo p a ra fu n d a m e n ta r o seu acto,
naturalm ente 0 governo não teria tomado conhecimento da m esm a portaria;
mas, tendo-o feito, a este com petia declarar, como declarou, que os seus
avisos não autorisam a suspensão da advocacia aos que j á a exerciam nos
termos perem ptorios da m esm a p o rta ria ’?^
‘*Collecçâo das L eisdo Brasil. Decisões d o G overno (M inistério da Iusti<;aeN egodos I n t e r i o r e s ) - 1897, p. 21 e 22.
‘’ A h istó ria é c o n ta d a p o r Sá V ia n n a e m R elatório d o lO AB de 1897, p. 12 a 15.
R elatório d o lO A B de 1897, p. 12 a 15.
D iário Oficial, 4 d e m a io de 1897, a n o XXXVI, 9° da R epública, n» 119, p. 2033.
181
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
o quanto era presente a problem ática d o que eles cham avam de “liberdade
profissional”
Esta discussão em torno do Aviso de 19 de abril de 1897 pretende retomar
a velha discussão imperial, que se apoiara n o art. 179, XIV da Constituição
Imperial^^ que dava sustentação argumentativa às resistências para se criar uma
Ordem dos Advogados com estrutura corporativa. O texto constitucional de 1891,
todavia, co m o já ressaltamos, abriu significativamente as interpretações imperiais
e permitiu um a definição da liberdade profissionaP^ que o texto imperial não
consagrava. Entretanto, o parlamento republicano e a administração imperial
faziam um a leitura restritiva do texto constitucional republicano, com o objetivo
de interpretar à luz do texto im perial u m fundam ento herm enêutico com o
resistência e esvaziamento dos projetos imperiais para a construção da OAB.
Esta percepção interpretativa durante a República influiu decisivam ente
nas lim itações do papel do lOAB na defesa dos interesses da categoria e nos
pronunciam entos parlamentares sobre os projetos de criação da OAB.
Tendo e m vista um a apreciação m elhor da extensão desta questão dentro
do C ongresso brasileiro no final do século XIX, é, para tanto, interessante
ressaltar os debates na C onstituinte de 1891, quando da discussão do art. 72, o
prim eiro da Seção II sobre a Declaração de Direitos:
182
\'()IUIT1L‘ 2 1 u l . i p c ’ I.i C ri.II,I t ) V Krxixiúni i as
(...) Parece-me, Sr. Presidente, que assim com o a liberdade esp iritu a l está
assente no projecto constitucional, sobre bases contradictorias, p o is ao
lado do principio se creou o embaraço ao seu exercício, tam bem , em relação
á liberdade in du stria l, o projecto é ím m en sam en te falho.
N ã o encontro no art. 72 disposição algum a que consagre a plena liberdade
de profissão, a p le n a lib erd a d e in du strial; não sei p o r q u e razão as
activídades praticas empregadas nas industrias, que são o grande elemento
tem poral das sociedades m odernas, não d evam fic a r resguardadas pelas
gara n tias constitucionaes.
(...) Q u a n d o m e refiro ás industrias, Sr. Presidente, com prehendo na
m in h a expressão as proftssões de toda natureza; e neste p on to, p a ra ser
in te ir a m e n te logico e in te ira m e n te franco, d e v o d iz e r qu e acceito o
p rin c ip io a té as suas extrem as consequencias, d even do sa h ir desta Casa
consignada na lei organica do p a iz a proscripção do pro p rio p rivilegio
acadêmico, que a in d a actua sobre o espírito pu blico com o preconceito
fu n d a m e n te arraigado.
183
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
A análise que até agora desenvolvem os dem onstra que um a com preensão
restritiva da Constituição Imperial de 1824 foi o m otivo jurídico que sensibilizou
aqueles que, politicam ente, por diversas razões reagiam à criação da OAB e
negavam ao próprio lAB imperial competências para a defesa o u regulamentação
da categoria. Da m esm a forma, guardadas as diferenças de linguagem , este
entendim ento im perial com prim iu as aberturas constitucionais republicanas e
fund am en tou os argum entos parlamentares e da im prensa que resistiam à
criação da OAB e negavam ao lOAB republicano atribuições para a defesa da
classe dos advogados, reconhecendo-lhe, apenas, com petências para estudar o
direito e prom over a assistência judiciária.
Em 1 9 0 1 após tantos incidentes n o Império, um acontecim ento realçou
institu cion alm en te esta questão: a defesa da profissão de advogado e suas
prerrogativas pelo lOAB. O juiz Eneas Galvão do Tribunal Civil e Criminal
pretendeu obrigar o advogado Pedro Carvalho de M oraes a falar de pé. O
Instituto, tom ando conhecim ento, form ou um a c om issão para estudar o caso.
O Parecer de 2 de dezem bro de 1901 desta com issão foi publicado no Relatório
dos Trabalhos e Ocorrências do Instituto. Embasado am plam ente na legislação
vigente, o Instituto dirigiu reclamação ao C onselho Suprem o contra o juiz. O
C onselho Supremo, ainda que resolvesse pela ilegitim idade (o ofendido foi o
advogado, m as quem apresentou queixa foi o Instituto), a prerrogativa foi
conservada tornando-se m ais tarde lei federal.
D ia n te d este in c id e n te , n ã o p o d e m o s nega r a v a n ç o s n o p ro cesso
com p reen sivo destas questões, m esm o porque já estava a sociedade m ais
am adurecida para reconhecer a im portância dos advogados e a necessidade de
se respeitar suas prerrogativas. A m aior evidência desta situação é exatam ente a
decisão supra-referida em que o C onselho Suprem o de juizes entende que o
o In s titu to estava so b a p re sid ên c ia d e Jo ão Evangelista Sayão B ulhões d e C arvalho . Veja breve biografia no
A nexo Especial._____________________________________________________________________________________
184 •Al
V o lu n u ' 2 L iit.i |X ‘ lci C r i . i ç . l i ) e K c s i s t é n c i a s
Essa m esm a orientação poderia ser tam bém identificada, com superficiais
m odificações, no anterior Estatuto de 1910^% conform e o parágrafo ú n ico do
seu artigo 1 °:
O Instituto tem p o r fim : O estudo do direito pa trio e das reformas que devam
ser introduzidas em nossa legislação, a assistência judiciária e a defesa dos
interesses da classe dos advogados.
•á l 185
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
as reações à criação da Ordem estavam visíveis, muito embora mais visíveis se tom em
com a promulgação dos Estatutos republicanos de 1910 e 1917, quando então, se
criara um Conselho da Ordem, mas que na verdade não tinha as finalidades de uma
Ordem dos Advogados, com o mais tarde veio a ser criada.
N a verdade, não é m u ito d ifícil reconhecer q ue na im p o ssib ilid a d e
parlamentar de se criar a Ordem dos Advogados, o próprio R egim ento Interno
do lAB (co m o aconteceu em 1888, n o alvorecer da República) transform ou o
Instituto dos Advogados Brasileiros (lAB) em Instituto da Ordem dos Advogados
Brasileiros (lO A B ), absorvendo não propriam ente as com p etên cias, m as a
denom inação que se procurava dar à Ordem nos antigos projetos imperiais. Da
m esm a forma, a criação do C onselho da Ordem n o lOAB - com presidente e
regim en to in tern o próprios e com p etên cias específicas para a defesa dos
superiores interesses da classe dos advogados, seu prestígio e a dignidade da
profissão - não representaram maiores garantias para a ação disciplinar do lOAB,
nem ao m enos m aior eficácia na defesa das prerrogativas d o advogado.
O Estatuto d o Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros, de 21 de
dezem bro de 1928^^, quando era presidente Levi Carneiro, retom ou a discussão
n u m aspecto m ais programático, com o prescreve n o seu artigo 1 °:
N o que diz respeito aos mem bros, o Estatuto do Instituto da Ordem dos
A dvogados Brasileiros de 1928 diferencia os seus m em bros com o:
186 « ▲I
\ 'illu m e .1 1 u t.i p i'i. i (' K c s i s t c ' i u i.is
•à l 187
______________ História d a
Ordem dos Advogados do Brasil
Estabelece regras a que deve obedecer a discriminação das taxas de sello que
a União e os Estados podem decretar.
« FO N TE: PUB CLBR, 1899, vol. 1, p. 13, col. 1. C oleção d e Leis d o Brasil.
188 «4B
V o lu m e 1 1 u t i l p c k i C r i d w i ) (.' R c s i s t c i u i a s
CA P ÍTU LO I - D o Imposto
Art. L° O imposto de sello éproporcional ejvco (lei n. 317, de 21 de outubro de 1843,
art. 12); recahe sobre os contractos e actos mencionados nas tabellas juntas, A e B ,e
0 seu pagamento se fará por meio de estampilhas^^ ou por verbas de repartições
arrecadaáora^^, salvas as exceções deste regulamento.
§ 8.° Diplomas Scientificose outros conferidospor estabelecimentos de ensino superior
FO N TE; PUB CLBR, 1900, vol l . p , 100, col. 1. C oleção d e Leis d o Brasil.
” Art. 17. Para a rre c ad a ç ã o d o im p o s to haverá estam p ilh as, cujos valores, fo rm a to e signaes característicos
serão fixados pe lo M in istro da Fazenda (FO N T E: PUB CLBR, 1900, vol. 1, p. 108, col. 1. C oleção de Leis
d o Brasil.
” Art, 30. D evem se selar p o r verba; 1.° O s papéis n ã o su jeito s ao sello d e estam pilha; 2.° Aquelies e m qu e se
n ã o e m p re g a r o sello d e esta m p ilh a p o r n ã o ha v er dessa espécie n a estação fiscal d o m u n ic íp io [...]. 3.°
Os títulos cu jo im p o s to e x c e d e rã o m a rc a d o n a estam p ilh a d e m a i o r valor, si o c o n tr ib u in t e nã o preferir
o m o d o de p a g a m e n to fa c u lta d o n o art. 20; 4.° O s passados fora d o Brazil e nos C o n s u la d o s nas nações
estran geiras l...]. 5.° O s q u e in c o rre re m e m revalidação o u m u lta ; 6.° O s das n o m e a çõ e s.
189
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Observação:
A s a p o stila s nos títu lo s scien tificos co n ferid o s p o r e sta b e le cim e n to s
estrangeiros, facultando aos titulados o exercício da profissão no Brazil,
pagarão o sello estabelecido para os diplom as passados na República.
190
V o lu m i’ 2 L . l i I j p e l . i ( r i . l L j ( i v R c s i ^ t e i K . ios
FO N TE: PUB CLBR. 1893, vol. 1, p. 26, col. 1. Coleção d e Leis d o Brasil.
FO N TE: PUB CLBR, 1893, vol. 1, p, 627, col. 1. C oleção d e Leis d o Brasil.
^ FO N TE: PUB CLBR, 1910, vol. 2, p. 1029, col. 1. C oleção d e Leis d o Brasil.
FO N TE: PUB CLBR, 1918, vol. 2, p. 203, col. 1. C oleção d e Leis d o Brasil.
191
______________ Historia da
Ordem dos Advogados do Brasil
192 9AB
V o lu m e .’ 2 I u(.i |X 'la Cri.Tç.io c Rcsistcncins
CAPÍTULO V
Os Projetos Republicanos de Criação da O rdem dos
Advogados
193
______________ H istoria da
Ordem dos Advogados do Brasil ]
O barão de Loreto, seis dias depois da nom eação, apresentou o anteprojeto
de criação da Ordem que foi discutido pelo lOAB durante seis reuniões seguidas,
vindo a ser aprovado em 27 de outubro de 1 9 0 4 / Q uanto ao Palácio da Justiça,
em 6 de outubro d o m esm o ano, o anteprojeto já estava pronto (ibid.). N ão
obstante a prontidão do lOAB, os anteprojetos ficaram congelados, e som ente
dali a dez anos, ou seja, em 1914, o m esm o texto de criação da Ordem seria
retom ado, revisto e apresentado ao Congresso.
194 màB
V olum e 2 Luta p e l a C riae.u j c Kcsistências
Art. 16. Para ser adm ittido no quadro da Ordem dos Advogados é necessário:
1°, ser cidadão brazileiro;
2°y estar isento de culpa e pena;
3°, ter 0 curso de direito em qualquer das Faculdades da Republica ou ser
G R A D U A D O POR U N IV E R S ID A D E E ST RA N G E IRA , O FFIC IALM EN TE RE C O N H E C ID A ;
195
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
‘ Art. 34. C om pete priva tiva m e n te ao Congresso N acional (...). Inc. 34, decretar as leis orgânicas p a r a a execução
com pleta d a Constituição.
° B astos . A urélio W ander. O ensino jurídico no Brasil. 2* ed-. R io de Janeiro: L u m e n Juris, 2000.____________
796 •Al
V (jk m u ' 2 1 u fa pcici C r i a ç ã o e R e s i s tc n c i a s
5 . 4 . O S u b s t i t u t i v o a u r e l i n o Leal
197
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Seria inutil estar repetindo exemplos para provar o que aqui visa a Commissão,
isto é: que o diploma ou certificado de habilitação não póde nem deve ter a
força intrinseca sufficiente para, só por si, conduzir ao exercido da actividade
judicial, porque nas nossas próprias leis encontramos apoio, sinão para a
profissão de advogado, mas para o cargo da magistratura e do ministério publico.
O dec. n. 9.263 de 28 de dezembro de 1911, no art. 13 § 2°, não perm itte a
investidura no cargo de ju iz de direito senão áquelles que tiverem ‘seis anos,
pelo menos, de exercido em cargo de judicatura, ministério publico ou na
advocacia^ O art. 14, § 2°, relata ainda a prova de Hdoneidade moral e a
capacidade judiciaria para o cargol Os pretores sópódem ser nomeados ‘dentre
os juristas com quatro annospelo menos de tirocionio no ministério publico ou
advocacia] com a mesma exigencia de prova relativa á capacidade judidaria. O
procurador geral ha de ser buscado ineluctavelmente ‘entre os juristas com oito
198
V o k in u ’ 2 L u ta p e k i C i ici(,cU) c R c s is I cmk i.is
O parecer levanta tam bém outro argum ento contra o valor puro e sim ples
do diplom a co m o sendo o suficiente ao exercício da advocacia: ...a falta de cunho
pratico de que se ressente o estudo do direito. Aurelino Leal, relator do parecer
que estam os analisando, afirma que o curso de Direito n o país é, na verdade,
precário.
Por outro lado, a creação da Ordem dos Advogados não contraria o principio
da liberdade profissional, ainda mesmo que a nossa constituição o houvesse
consagrado. Sobre este ponto, a discussão está feita. N ão vê a Commissão
differença algum a entre o § 2 4 do art. 72 da constituição da Republica: “é
g a ra n tid o o livre exercido de qualquer profissão moral, intellectual e
É garantido o livre exercido de qualquer profissão moral, intelectual e industrial”. S e n a d o Federal, Subsecretaria
d e In form açõ es, w w w .senado.gov.br./legbras/. M aio de 2003.
N e n h u m genero de trabalho, de cultural, industria, ou commercio póde ser prohibido, u m a vez que não se
o ppon ha aos c ostum es públicos, á segurança, e saude dos c/(ia</fl05” w w w .P resid e n c ia d a R ep u b lica -
co n stitu íç ão - ia24_arqtiivo5/)egisla_arquivos/.,. M aio d c 2003.________________________________________
199
______________ Historiada,
Ordem dos Advogados do Brasil
D O S C ID A D Ã O S .'^
SAUDE. (Ibid.)
Cam inhando para a conclusão de seus argum entos, o Relator ainda afirma:
200
V o lu m e 2 L u la p e l a C i i.ic^ào c R c s ií^ tcn c ia s
(...) M esm o entre os povos que mais extremessem pela liberdade, assim é. Na
Suissa, os cantões têm “o direito de organizar a advocacia, como profissão
especial, de m odo correspondente ás exigencias do bem publico” (Salis; Le
droitfed. Suisse; vol. II; p. 683).
Nos Estados Unidos, não menos. “Ha certas artes eprofissões em que a segurança
do publico, relativamente á vida, saude ou propriedade, é inteira e visceralmente
dependente da posse, p o r aquelles que os praticam , de um certo graó de
habilidade, competencia ou educação technica... Este principio se applica aos
cirugiões, advogados (attorneys a t law)" (Black; Const. Law; pag. 353).
201
______________História da
Ordem dos Advogados do Brasil
U m a outra m odificação que o parecer relata ter feito foi acrescentar a pena
de m ulta e substituir o cancelam ento definitivo da inscrição pelo temporário,
delim itan d o assim , à O rdem a p u n ição de caráter disciplinar. Entendia a
com issão que a gravidade que requer um a suspensão indefinida da profissão
seria de âm bito da justiça com um .
O substitutivo colocava a assistência judiciária c o m o um a atividade da
Ordem dos A dvogados sem a intervenção do Estado, pois
A com issão amplia o que o projeto de 1904 chama, nos seus artigos 4° e
9°, parágrafo ú n ic o , de p ratica forense no escriptorio de um advogado.'^
C olocando esta prática não só no âm bito distrital, mas, e tam bém federal, já
que o intuito deve ser facilitar-lhes o conhecimento das duas liturgias processuaes
(Ibid., p. 26).
A o final, em seu sexto item, a com issão retoma a defesa do projeto de
criação da Ordem , com batendo a idéia, tam bém corrente na época, de que a
Ordem seria u m privilégio e uma afirmação de u m preconceito de classe.
202
V o lu m e 1 L li Ui |) c I<i C n a ç i l o c K c ^ i h t c t i c i i i s
Individualmente, nenhum de nós terá outra vantagem que não seja, dadas
certas condições patentes do nosso fóro e innumeras outras latentes que
constituem grande ameaça á ordem e á bôa fé publica, a de sanearmos o
scenario d a nossa actividade, e elevarmos o nivel d a justiça.
N ão se redigiu no substitutivo um codigo de favores. N o fundo, o que se fez foi
systematizar o direito existente. 5ó a creação da Ordem é nova; mas a idéa não
descança menos na logica da nossa eurythmia jurídica, porque, como mostrou
a Commissão o motivo que fa z exigir condições de capacidade para a investidura
de ju iz é precisamente o mesmo que autorisa a adopção de iguaes medidas para
o exerdcio da profissão de advogado. Nem mais nem menos. (Ibid.)
203
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
S u b s t it u t iv o A u r e l in o L eal
A nte P r o íe t o d e 1904
S u b s t it u t iv o de 1914
204 •à l
V o lu m e 1 Lutci pc'Ici ( ' r i a c ã o o R c s i s i c n c i a s
alumnos no ensino pratico’. A inda para facilitar o seu objectivo, lembrou que
‘chegados ao 4° anno, p u d e sse m os e stu d a n te s ser a d m ittid o s com o
solicitadores...''^.
5 .6 . O S u b s titu tiv o A lf r e d o P in to
205
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
206 •Al
V o lu n u ' J L u ta pc'la C riac^ã o c R c s i s i c n i ins
P r o j e t o A l f r e d o P i n t o ^”
207
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Projecto
N. 2 6 -1 9 1 6
O Congresso Nacional decreta:
208
V o lu m e 2 L u ta pol<i C n .K ^ à o (' R c sis tê n ci< is
209
______________ H istoriada
Ordem dos Advogados do Brasil
210
\'()lu n ic 2 U iia (ji.K .à o R ('s i> irn c 'ic is
Art. 2'’ São requisitos essenciaes para inscripção no quadro da O rdem dos Advogados (...) 2® Ser gradu ado em
Scieiicias jurídicas e sociaes p o r u m a das Faculdades officiaes o u equiparadas da Republica. Ibid., p. 179.
O u m e sm o sua e x tin ç ã o , Já q u e o p ro je to an alisad o (1916) exige g r a u a ca d ê m ic o id ê n tic o ao d o adv og ad o.
Sen.uio Federal, Su bsecretaria d e Info rm a çõ e s, w w w .senado.gov.br., m a io d e 2003.
In s titu to d a O r d e m d o s A d vo gad o s Brasileiros. Parecer d a C o m m is sã o d e Justiça e Legislação s o b re o
Projecto d a C reação d a O r d e m dos Advogados. Rio de Janeiro. Typ. d o Jornal d o C o m m e rc io , de R odrigues
& C , 1914. p. 1 a 42
A C o n stitu iç ão Brasileira d e 1891 d isp õ e n o a rt. 55: O Poder Judiciário da União tem p o r órgão u m S up rem o
Tribunal Federal, com sede na capital da República, e tantos ju ize s e tribu nais federais, distribuídos pelo
pflís, f)iiaiito o congresso creor. A C o n stitu iç ã o F ederal n ã o p ro p r ia m e n te in c o rp o ro u n a e s tr u tu ra judiciária
os trib u n a is d a s Relações. Ver A h a ü i o , Rosalina C o rrê a de. O Estudo e o Poder Judiciário no Brasil. 2“ ed.,
Rio d e Janeiro: L u m e n Juris, 2003.___________________________________________________________________
211
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
D iante deste últim o projeto enviado pelo Instituto para o Congresso surge
um a pergunta: H á alguma mudança, na essência da proposta, deste projeto de
1916 em relação ao projeto d e 1851? Ou, ainda, nestes sessenta e sete anos entre
o prim eiro projeto e este de 1916, entre as refutações do Sr. ít n r iq u e s (1851),
recorrentes ao longo dos anos, e de seus colegas, modificaram o presente projeto
analisado?
212 •àM
V o lu m e 2 L u ta p o l a C r i a ( , a o c R c s i s t c n c i a s
O argum ento do Sr. Henriques era simples. A taxa que a O idem cobraria
acumularia c om as taxas das provisões cobradas pelas Províncias e pela Corte o
que seria um a despesa enorm e, especialm ente para os que não viviam na Corte,
onde a clientela era grande.
Todos os projetos d e criação da Ordem tiveram o cuidado em não afrontar
a legislação vigen te, inclusive as leis, d ecretos e avisos que tratavam do
provisionam ento do exercício da advocacia e dos solicitadores, assim co m o as
taxas, tributos e em olu m en tos estatais. O substitutivo de 1914 não foi exceção.
C ontudo, o projeto de 1916, estrategicamente, não trata do assunto, certamente
deixando para a form ulação do estatuto o referido dispositivo. Em resumo, em
nenhum projeto este dispositivo foi mudado.
O Sr. H enriques não entende qual possa ser o prejuízo que existe nos
funcionários públicos amovíveis (os não vitalícios, os suscetíveis de transferência)
de exercerem a advocacia. Acha até m esm o que para alguns - com o os procuradores
fiscais, os promotores públicos entre outros - seria excelente que fossem advogados,
pois ficariam mais aptos para uma defesa dos interesses públicos.
Tanto o projeto de 1914 quanto de 1916, assim com o todos os anteriores,
tinham, inelutavelmente, o dispositivo criticado pelo deputado. Na verdade a
•à i 213
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
214 «4B
V 'o k im c 2 L u la |)(.'la ( ' l i.iL.ao c R c s i ^I c i k las
275
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
276 «41
V o lu m e 1 L u ta p e l a C riac^ào c K c s i s t c n c i a s
Art. 26. Quando um membro da Ordem commetter qualquer dos crimes a que se
refere o art. 2 0 9do Cod. Pen., o Conselho procederá ao respectivo inquérito e remettel-
0 'á ao ministério publico para esclarecer a sua acção. Nem inquérito, o inculpado
será admittido a defender-se da imputação criminosa.
•4 1 2 7 7
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
213 • ▲I
V o lu m e 1 L u fa pc'la C r i a ç ã o v. R i ' s i s i c n c i J b
Declaro ter votado contra o projeto n° 26, p o r julgar que o m esm o institue
um privilegio p a ra a O rdem dos Advogados no D istricto Federal, contrario
ao regimen republicano vigente.
Rio, 22 de novembro de 1916 - Soares dos Santos^^
•4 1 219
______________Historia da
Ordem dos Advogados do Brasil
220
volum e J. L u ta p o l a C r i a ç ã o c R e s is tê n c ia s
2 27
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
...pondera que vê com pezar ser eliminada do projecto a disposição que exigia
para fazer parte da Ordem a condição de ser brasileiro ou estrangeiro naturalizado,
declarando que opportunamentefará uma declaração nesse se n tid o ”.
5 .1 0 . O Ú lt im o In c id e n te R e p u b lic a n o s o b re a C ria ç ã o da O A B
TU D O DEPEND E D O Sr. R a Y M U N D O DE M i r A N D A .
222
V o lllllK ? L c iL i [)C'í<i ( c K c N o f r r K ia s
223
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
224
V o lu m e 2 Luta pola Criai,.Io o Resistcncias
E conclui:
•à l 225
______________ Historia da
O rdem dos Advogados do Brasil
226
V iilu m c J L u t a |)(' l.t ( j i a c i i o R c^ i s tO n ci a s
#à# 2 2 7
______________ H}i=;tória da
Ordem dos Advogados do Brasil
C APÍTULO VI
Revolução de 1930 e a Criação
/ \
228 9àB
V o lu m e 2 Lutíi pelcT Criac^ão o Rcsistêncids
' E statutos e R egim en tos do In s titu to d a O rd e m d o s A dvogados Brazileiros. Rio d e Janeiro; T ypog. D o Jornal
d o C o m n ie rc io R o drigu es & C., 1931. R io de Janeiro, 31 d e d e z e m b ro d e 1928. Presid ente: Levi C arn eiro ,
1° Secretario: P h ilad e lp h io A zevedo e 2" Secretario: H a ro ld o Valladão.
2 2 9
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
230 •áM
V o lu m e 2 Llií.í pela C r iiit ã o r R('<i4('iit las
231
______________ História da_
Ordem dos Advogados do Brasil
E prossegue:
232
V o lu m e i Luta pcia C riação c Resisicntias
Estes argumentos não apenas repetem os anteriores, mas tam bém reforçam
as linhas de resistências à criação da OAB.
D e qualquer forma, não podem os fugir da verificação que, se o Estado
imperial resistia à criação da OAB, de certa forma adm itindo as dificuldades
im postas pelos advogados provisionados e pelos funcionários de Estado que
tam bém exerciam a advocacia, por outro lado, foi ainda o Estado revolucionário
de 1930 que acedeu à ação dos advogados bacharéis e doutores que demandavam
a imprescindível organização da OAB.
Neste contexto, resta demonstrar que estes decretos estatuintes evoluíram
na proposta de sistematização do exercício da atividade da advocacia definindo
a q u e les que e sta v a m p r o ib id o s e im p e d id o s de p ro cu ra rem em ju ízo,
principalm ente evitando a sobreposição entre as funções públicas e privadas,
assim co m o aqueles que ferissem as condutas juridicamente proibidas. N o que
se refere à adm issão, o estatuto era bastante claro ao exigir que o profissional
fosse bacharel ou doutor em direito, m uito embora ainda remanescesse no texto
o reconhecim ento da atividade de alguns provisionados.
Nesta linha, os capítulos que tratam dos direitos e deveres dos advogados
provisionados e solicitadores m uito claramente dispõem que são direitos dos
advogados: 1. Exercer os atos de sua profissão, de conform idade com as leis e os
regulam en tos aplicáveis, a ssim c o m o exp licita n o n o v o o r d e n a m e n to as
prerrogativas d o advogado e as faltas n o exercício da profissão.
Evoluindo, também, significativamente em relação aos textos regulamentares
e projetos anteriores, os novos decretos definem as penalidades disciplinares e
dispõem que o poder de punir os advogados provisionados e solicitadores
233
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
234 •áB
V o k im e 2 Lul.i p c i. i Crici<,ã() c Rcsis rcncia s
CONCLUSÃO
235
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
236
V o lu m e 2 Lula pcLi C riação e Resistências
237
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
238
\'()lu n ir 2 L u ! . i p t' l< i { ' r i a c ^ ã o c R c s i s t r n i i.is
ÍN D IC E O N O M Á S T IC O
•ál 239
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
240
V o lu m e 2 L u ta p e l a C i i a ( , ã o e R e < is tê n i iab
241
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
242
V o lu m e Lutci | X ' ! a C i i a c . ' i o v R c s i s t r i u i.i>.
BIBLIOGRAFIA
Fonte Primária
#Á # 243
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Coleção das Leis do Império do Brasil (1822-1889), Decisões, t. VI, parte 1 ,1844.
Coleção das Leis do Império do Brasí/(1822-1889), parte II, t. VII, secção 39.
Coleção das Leis do Império do Brasil (1822-1889), t. VII, parte 2°, secção 42.
Coleçãodas l^is do Império do Brasil {l8 2 2 -\8 8 9 ),i. XVI,parte II, 1853.
244 «ài
V o lu n u ’ 2 L u t.i p c ( a (.'riac cio o K c s i s t ô n c l a s
Coleção das Leis do Império do Brasil Decisões., t. IX. Caderno II> 1846.
AàB 245
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Coleção das Leis do Império do Brasil, Decisões, t. IV, caderno 3°, 1841, p. 28.
Coleção das Leis do Império do Brasil, D ecisões, t. IV, caderno 4°, 1841.
246
V'oluint- J I-Lll.T | K ‘ l j C lic K .à o K o I sU mU I.1>
Coleção das Leis do Império do Brasil, Decisões, t. XXXI, parte II, 1868.
•4B 247
_______________ História da_______________________________________
Ordem dos Advogados do Brasil______________________________________________
Coleção das Leis do Império do Brasil, t. XIII, aditamento ao caderno 10°, 1850.
Coleção das Leis do Império do B rasil t. XIII, parte II, seção 15®, 1850.
Colleção das Leis do Império do Brasil t. VII, parte 2°, secção 42=.
Colec0o das Leis do Império do Brazil de 1880, parte I, t. XXVII - parte II, t. XLIII.
Collecção das Leis do Império do Brasil (1822-1889), t. VII, 2“ parte, secção 42^.
248
V o lu m e 1 Lul<i pe l,I (j'icK^ao o kc'si.strtK ias
•àB 249
_______________ História da_______________________________________
O rdem dos Advogados do Brasil______________________________________________
http://www.mj.gov.br
PUB CLBR 1893 VOOl PAG 000026 COL 1 Coleção de Leis do Brasil.
PUB CLBR 1893 VOOl PAG 000026 COL 1 C oleção de Leis do Brasil.
250 #4#
V o lu m e 2 Luta |)ela C ri.i(,A (i r R csis lcn i ias
PUB CLBR 1899 VOOl PAG 000013 COL I Coleção de Leis do Brasil.
PUB CLBR 1900 VOOl PAG 000100 COL 1 Coleção de Leis do Brasil.
PUB CLBR 1900 VOOl PAG 000108 COL 1 Coleção de Lsis do Brasil.
PUB CLBR 1910 V 002 PAG 001029 COL 1 Coleção de Leis d o Brasil.
PUB CLBR 1918 V 002 PAG 000203 COL 1 Coleção de Leis do Brasil.
•àM 251
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
252 màM
V o lu m e ' 2 L u l a f i i ' i a ( ‘ ri.K ^ão o R o s i s t c n c i n s
BIBLIOGRAFIA
fonte secundária
B a s t o s , Ana Marta R.: Católicos e cidadãos. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1998.
253
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Joaquim Nabuco (1849-1910) Minha Formação. lO ed., Ed. UNB: Brasília, 1981.
254 ttà i
Vokm u' 2 L l i I . i [)<“la ( r i c K . ã o v R t ' s i s t o i u i.is
•à l 255
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
A NEXO I
Decreto de 14 de dezem bro de 1810
' Espaço a n tig a m e n te reservado p a ta o b a n c o d o s a d vo gado s nas salas d e a ud iên cia, ta m b é m c o m o significado
d e O R D E M D O S AD V O G A D O S,
256 «àl
V o lu m e 2 Lula p d a Criação o Rcsistcncias
TÍTULO 1»
D is p o s iç o e s g e r a is
TÍTULO II
Do Q U A DR O DOS A D V OG A D O S, E DE SUA RECEPÇAO E INSCRIÇÃO
•àM 257
i
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
8. Cada ano, após a entrada das cortes ou dos tribunais, os quadros serão
reim pressos com os adicionais e m udanças que as circunstâncias acharem
necessárias.
258 ttà i
V o lu m e 2 L u la p c 'la C r i . \ j o v R c s í s I ô i k ia s
estágio perto de um a das ditas cortes; e, para estar inscrito no quadro perto de
um tribunal de primeira instância, ter feito o m esm o tem po de estágio diante
um dos tribunais de primeira instância.
O estágio p ode ser feito em diversas cortes o u tribunais, m as sem poder
ser interrom pido por mais de três meses.
259
______________ H istó ria rla
Ordem dos Advogados do Brasil
TITULO III
D os CO NSELHOS DE DISCIPLINA
260
V o lu m e 2 L u to pcHc) C r i j ( , ã u c R c s i s l ê n c i a s
261
______________ Históriajda
Ordem dos Advogados do Brasil
Reprimir,
Interditar durante um tem po que não poderá exceder a u m ano,
Excluir ou riscar do quadro.
28. Se u m advogado com ete um a falta grave, que pareça exigir que ele seja
riscado do quadro, o conselho de disciplina só pronunciará após ter ouvido ou
cham ado ao m enos três vezes, com oito dias de intervalo, o advogado acusado,
que poderá pedir um período de quinze dias para se justificar; esse período não
poderá lhe ser recusado.
30. Será dado conhecim ento, no mais breve período, ao nosso grande-juiz
m inistro da Justiça, por nossos procuradores, dos pareceres, deliberações e
julgam entos intervindos sobre a interdição e sobre a exclusão dos advogados.
31. Todo o advogado que, após ter sido duas vezes suspenso o u proibido
de suas funções, seja por interrupção o u julgamento, seja por forma disciplinar,
incorrendo na m esm a pena um a terceira vez, será, de direito, riscado do quadro.
32. Nas sedes onde o núm ero de advogados não exceder o núm ero de
vinte, as funções do conselho de disciplina serão preenchidas pelo tribunal.
Q uando ele estimar que haverá lugar à interdição o u à exclusão, ele pegará o
262
Viilunic J I I I Id |)C'l,i ( ' r i a c . i o (' Kc'^i>t('ti( i.i<
parecer por escrito do bâtonnier, ouvirá o acusado nas formas prescritas pelos
artigos 2 6 ,2 7 e 28, e pronunciará salvo apelo.
TÍTULO IV
D o s D IREITOS E D O S DEVERES DOS ADVOGADOS.
263
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
toda suposição nos fatos, de todas as surpresas nas citações, e outros m eios
ruins, m esm o de todos os discursos inúteis e supérfluos.
D efen d erem o-os das injúrias e das ofensas entre as partes o u de seus
defensores, proibim os que prossigam com qualquer fato grave contra a honra e
a reputação das partes, a m enos que a necessidade da causa o exija e que eles a
tenham expresso e por escrito de seus clientes o u representantes de seus clientes;
as penalidades serão conform e está dito pelo art. 371 do C ódigo Penal.
41. O advogado nom eado para defender u m acusado não poderá recusar
sua função, sem que prove os m otivos da recusa o u im pedim ento.
264 9ÁU
Volume; 2 Lut<i pela Oicição c Rcsistôncias
43. Os advogados farão menção dos seus honorários baseados nas suas
consultas, m em ó rias e seus textos, eles tam bém darão um recibo de seus
honorários para as suas argum entações orais.
Bulletin des Lois, n° 332. D écret Imperial con ten an t R églem en te sur
Texercice de la Profession d'Avocat, et la discipline du Barreau (n° 6.177). Au
palais des Tuileries, le 14 Décembre 1810, p. 569 a 577.
2 6 5
______________ História da.
Ordem dos Advogados do Brasil
ANEXO II
Es t a t u t o d a A s s o c i a ç ã o d o s A d v o g a d o s d e L i s b o a
266 9àM
X 'o lu in c 2 L l i I . i p e l , I C ric K ,.u ) c R i ' s i s t r n i ias
Art. 8 ° Esta associação poderá fazer as suas sessões todas as tardes, qualquer
que seja o num ero presente dos socios. As sessões serão sem pre publicas.
Art. 9® D as sessões fará o secretario a acta, que contenha so m en te as
decisões, e as principaes razões em que ellas se fundaram.
Art. 10. A associação recebe» por intervenção de seu presidente, quaesquer
consultas que se lhe dirigirem, vindo anonymas: a decisão será m otivada e
assignada pelo presidente, secretario e advogado que a votaram. O honorário
devido por estas decisões será taxado pela mesa, e reverterá para o cofre da
associação.
Art. 11. A associação empregará todos os m eios conducentes a prom over
a empresa de um a Gazeta dos auditorios; m as esta empresa será distincta e
separada da associação dos advogados.
Art. 12. Tudo o mais que pertence á direcção e econom ia da associação
será regulado no seu regimento interno.
Art. A ddicional. Os presentes estatutos continuarão a reger, salvas as
em endas que de futuro se lhe fizerem.
•4 1 267
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
ANEXO III
A n t e - pro jeto B a r ã o d e L o r e t o
CAPITULO I
D is p o s iç õ e s P r e l im in a r e s
CAPITULO II
D os A d v o g a d o s e d o s S o l ic it a d o r e s
S e c ç Ao I
C o n d iç õ e s daI in sc r iç a o n o Q u a d r o d o s A d v o g a d o s
268 9àM
V o lu m e 2 L u tii p c l . i C r i a ç ã o e R o s i s tc n c i a s
Se c ç à o II
C o n d iç õ e s d a I n s c r ip ç ã o n o Q u a d r o d o s So l ic it a d o r e s
S ecçào III
D as I n c o m p a t ib il id a d e s
S ecçào IV
D os DIREITOS E DEVERES D O S ADVOGADOS E DOS SOLICITADORES
269
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
CAPITULO III
D a O rdem dos A dvogados
Secção I
C o m p o s iç ã o d a O rdem
Secção II
D a A ssem bléa G eral d a O rdem
270
V o lu U K ' 2 L il t . I ( j i . x à o (' K ( ‘S i s l ê n ( ia?
S e c ç Ao I I I
Do C onselho da O rdem
#à# 2 7 7
______________ H istória da
Ordem dos Advogados do Brasil
Secção IV
D o P r esjd en t e da O rdem
2 7 2 «41
V d I u iiu ' 2 Lula ( X ' l a C r ia ç ã i) c Rcsib tcncia s
CAPITULO IV
D as I n s c r ip ç o e s nos Q uadros
CAPITULO V
D is po siç õ e s T r a n s it ó r ia s
Art. 22. Publicada a presente lei, serão formados pelo Instituto da O rdem
dos Advogados Brasileiros quadros especiaes dos advogados e dos solicitadores
provisionados que n o Districto Federal exercitarem as profissão conform e as
leis e regulam entos em vigor. O Instituto fará inscrever uns e outros nesses
quadros. D epois de concluida a inscripção, se convocará extraordinariamente,
por intervenção do presidente do Instituto, uma Assembléa geral dos advogados
inscriptos, afim de procederem á eleição do C onselho da Ordem. A este Conselho
caberá prom over a organização definitiva delia.
Art. 23. A inscripção dos actuaes solicitadores no quadro especial indicado
no artigo p reced en te poderá, d ep o is de fin d o o te m p o da p ro v isã o, ser
annualm ente renovada, por deliberação do C onselho da Ordem.
Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1904.
B a rã o de L o re to , relator.
In g le z de S o u za, com restricção.
E u g e n io d e B a rr o s , com restricção.
EMENDAS
273
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
Substitua-se a palavra - profissões - dos arts. 1°, 2°, 7°, e outros - pela
palavra - funcções.
Rio, 20-10-04. - Vilella dos Santos
CAPITULO II
Secçao I
Art. 5® acrescente-se no final do n. 2®“que forem graduados em Direito”.
Secçao II
Art. 6° Supprima-se: “o n. 2 do art. 4® que será substituido pela simples
exigencia de não estar condem nado por crime que diga com a bôa fama e honra”.
S ecçao IV
Art. 9° A crescente-se logo depois de: “os advogados - a Partícula e - e a
palavra - solicitadores”.
Paragrapho unico - acrescente-se depois de - “dos advogados e o quadro
dos solicitadores” e depois do “o art. 4 n. 4 ” e o art. 6 ®“levando o verbo referir
ao plural “a que se referem”
Art. 10. Redija-se da segu in te forma; “o s ad vogad os e solicitadores,
residentes em um Estado, deverão estar inscriptos em quadro especial da Ordem,
para serem a d m ittid o s a advogar e solicitar perante o s ju izes federaes da
respectiva secção.”
CAPITULO III
S ecçao II
Art. 14. Supprima-se o n. 3®, ou então substitua-se pelo seguinte: “Determinar
annualmente as épocas em que a Ordem se deve reunir, em sessões publicas para
discutir e resolver todas as questões concernentes á doutrina e pratica do Direito”.
274
\'()lunu' 2 I ulJ |)C ’ l.i (j c> Rc’sistc’fU ids
S ecção III
Art. 18. substitua-se a palavra - inculpado, por qualquer um a das seguintes:
“accusado”, “culpado”, “criminado”, ou outra que exprima o pensam ento do artigo.
CAPITULO V
D is p o s iç õ e s T r a n s it ó r ia s
2 7 5
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
A NEXO IV
Projeto Nogueira Jaguaribe (1906)
Projecto 2 9 8 - 1906
Regula o exercício da advocacia
^ Art. 34. C om pete priva tiva m en te ao Congresso N acional (...). Inc. 34, decretar as leis orgânicas p a ra a execução
com pleta da Constituição.___________________________________________________________________________
2 7 6
V o lu m e 2 L u l a |)ol.i C r i a ç ã o o R e s i s tê n c i a s
2 7 7
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
A N E XO V
PROJETO CELSO BAYMA
278
V o lu n it' 2 [ ut.i j H ‘la C r i a t . H ) c R i\-i< lc n c i,is
§ unico. A este con selh o com p ete gerir o p atrim on io da O rdem , resolver
to d o s os a ssu m p tos que e n te n d a m co m a ad m in istra ção e e c o n o m ia da
corporação.
Art. 8 ° Nas reuniões d o conselho adm inistrativo deverão estar presentes
pelo m en o s 5 dos seus m em bros com tanto que n’elle figurem o presidente,
secretario geral e thesoureiro.
A rt. 9 ° O P r e sid e n te rep resen ta a O r d e m e m to d a s as in sta n c ia s
judiciarias.
§ 1° Preside ás assem bléas geraes ordinarias e ás extraordinarias.
§ 2° Autoriza o pagam ento das despezas de accordo c o m o resolvido
com o co n selh o e ordena as urgentes.
§ 3° D esigna q u em sirva interinam ente na adm inistração o u conselho
por falta dos respectivos m em bros.
§ 4® Superintende tod os os serviços.
Art. 10. Os secretários e dem ais m em bros da adm inistração e conselho
terão suas attribuições fixadas pelo regim ento in tern o da O rdem .
Art. 11. O presidente será substituido em suas faltas e im p ed im en to s
pelo vice-presidente e, na falta d ’este, pelos m em bros do co n selh o na ordem
de suas collocações.
DAS ASSEMBLÉAS
Art. 12. A assem bléa geral da O rdem reun e-se em sessão ordinaria e
extraordinaria.
Art. 13. A votação poderá ser nom inal, sym bolica o u por escrutinio secreto.
Art. 14. C om pete á assembléa geral:
1° Eleger annualmente o presidente e mais membros da administração e conselho;
2° Organizar o regim ento interno;
3° Autorizar a alienação e acquisição de bens.
Art. 15. Para validade da sessão é necessário que intervenha mais de metade
dos m em bros da Ordem.
O ccorrendo 2° convocação, é valida a sessão com a presença de 1/5 dos
m em bros, e, n o caso de 3* convocação, basta a presença de 20 advogados.
« là l 2 7 9
______________ Histó ria da
Ordem dos Advogados do Brasil
D O S M EMBROS DA O RDEM
Art. 16. Para ser admittido no quadro da Ordem dos Advogados é necessário:
1 ®, ser cidadão brazileiro;
2 ®, estar isento de culpa e pena;
3°, ter o curso de direito em qualquer das Faculdades da Republica o u ser
GR ADUADO POR U N IV E R S ID A D E ESTRANGEIRA, O FFICIALM ENTE REC O N H E C ID A ;
4®, ter exercido consecutivam ente a advocacia por espaço nunca inferior a
dous annos.
Art. 17. As inscripções d os advogados n o s respectivos quadros serão
solicitadas em requerim entos acom panhados dos docum entos com probatórios
das cond ições exigidas na presente lei.
Art. 18. D a decisão que recusar a inscripção cabe recurso para assembléa
geral da Ordem.
Art. 19. Só os advogados inscriptos no quadro teem direito de exercer a
profissão perante os juizes e tribunaes do D istricto Federal e a Justiça Federal
da U nião n o m esm o districto.
MEMBROS HONORÁRIOS
MEMBROS CORRESPONDENTES
Art. 24. Para ser adm ittido m em bro correspondente são exigidas as mesmas
con dições que se exigem para os m em bros titulares, m en os a de nacionalidade.
§ unico. O processo para a adm issão é o consignado no art. 16.
280 màM
V o lu m e 2 1 uUi |) c l a C r i j ç ã o o K o s i s tô n e i a s
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
281
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
ANEXO VI
Substitutivo Áurelino Leal (1914)
CAPITULO I
S ecçâo I
Da O rdem dos A dvogados
SECÇÂO II
D os Q uadros da O rdem e da I n sc r ipç ã o dos M em bros
282 9àM
V 'o litm c ' 2 Lut<t jiclct C'nat.'n) c- K i - s i ^ t c í K i c i s
•áB 283
______________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
S ecçào III
D as I n c o m p a t ib il id a d e s
S ecção I V
D os D í r e / t o s £ D e v e r e s dos A dvogados
284
V o lu m e 2 Lu ta p e l a C r i a ç ã o c R c s i s i c n c i a s
CAPITULO II
S ecçao I
D a A ssem bléa G eral
285
______________ Histó ria da
Ordem dos Advogados do Brasil
S ecçao II
D o C onselho da O rdem
286
\'()kiiiK ' 2 L u l . i [ K ‘ l a ( j ictccK) e R v s i s t c t K i.is
•àB 287
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
inquérito e rem ettel-o-á ao ministério publico para esclarecer a sua acção. Nesse
inquérito, o inculpado será adm ittido a defender-se da im putação criminosa.
Art. 27. Os juizes e tribunaes continuarão a exercer o poder disciplinar
sobre os advogados e solicitadores quando as íalias forem com m ettidas em
audiência. Em taes casos, o C onselho da O rdem não poderá proferir outra pena
pelo m esm o facto.
S e c ç Ao III
D o P r e s id e n t e da O rdem
CAPITULO III
S ecçao U n ic a
D a A s s is t ê n c ia J u d ic ia r ia
Art. 30. A legislação vigente sobre a assistência judiciaria, que será prestada
tam bém perante a justiça federal, passará toda para a O rdem dos Advogados,
in cum bind o á respectiva Assem bléa Geral eleger, ao m esm o tem po os seus
funccionarios, aquelles a que se referem os arts. 5 e 7 do decreto n. 2.457, de 8
de fevereiro de 1897.
288
V o lu m e 2 Lu ta p e l a ( ' t i . K ^ ã o c R e s i s t ê n c i a s
CAPITULO IV
Secção Unica
D o patrim onio da O rdem
CAPITULO V
Secção Unica
D a Beneficencia da Ordem
CAPITULO VI
D isposições Geraes
•à l 2 8 9
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
290 «41
\ '( ) l u n ic 1 1ula |)C 'l.i C r i a c . H ) v Rc si s tO nc ia s
ANEXO VII
Projeto M au ricio de Lacerda
291
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
292
V o k im c 2 Luta pela C riação c Rcsistcncias
A N E XO ESPECIAL I
B r e v e B i o g r a f i a d o s P r e s id e n t e s
D O In s t i t u t o d o s A d v o g a d o s B r a s i l e i r o s
DE M o n t e z u m a a L evi C A r n e i r o ^
M ontezuma
' E xtra ído d o artigo d e Ulysses B rand ão: “O 5 presiiieittes do Instituto dos Advogados, desde siin fuiidação",
p u b lic a d o n o B ole tim d o Iiístitu to da O r d e m d o s Advogados Brasileiros (no va série) n ú m e r o 6, vol.
IllA, 1 927 {segunda p a rte ), R io de Janeiro, Im p ren s a N acio nal, 1931; c d o livro o rg a n iz a d o p o r Picanço,
Aloysio Tavares ScF euraZ, Sérgio: Ex-Presidentef do Instituto dos Advogados Brasileiros, desde M onlezuitia:
tríi(,os biográficos, Rio d e Janeiro, lAB, 1988.
293
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
C a r v a lh o M o r e ir a
C a e ta n o S oares
294 màB
\'i)lLinX' 2 1 u la I'x 'la C'ri-K.ãt) (■
T e ix e ir a d e F reita s
U r b a n o P essôa
•à l 295
______________ História d a
Ordem dos Advogados do Brasil
Foi deputado em 1838, reeleito até 1848 quando, por força da ascensão do
Partido Conservador, deixou a Câmara. Entretanto, perm aneceu no Rio de
Janeiro, ab an donou a magistratura e dedicou-se à advocacia.
Foi m agistrado, parlamentar, jornalista e ad vogado, faleceu em 7 de
dezem bro de 1870.
P íiR D IG A O M a LH EI RO S
N a b u c o d e A r a ú )o
José Thom az Nabuco de Araújo nasceu na Bahia em 1813 e foi um dos alunos
das primeiras turmas a se formarem no curso jurídico de Olinda em Pernambuco.
Já em 1836 era prom otor público da capital de Pernam buco, em 1838 foi
m em bro da Assembléia Provincial, e m 1840 Juiz de direito de Pau d ’Alho, em
1842 juiz do Cível no Recife e deputado e m 1843, saindo pela primeira vez de
Pernam buco e instalando-se na Capital.
Em 1851 foi presidente da província de São Paulo até 1852 quando foi reeleito
deputado. Foi convidado para a pasta da Justiça em 6 de setembro de 1853, onde
trabalhou com afinco e sem descanso. Em 1857 tornou-se senador do Império.
Junto com Teixeira de Freitas fez o contrato para a redação do C ódigo
Civil Brasileiro. C om a desistência de Teixeira de Freitas foi contratado para
2 9 6 9ÀM
V o lu m e 2 Luta pela Crij<;Ão c Rcsistências
assumir o trabalho que não finalizou por causa de sua saúde debilitada. D eixou
contudo, vasto material.
Q uando m inistro da Justiça não esqueceu dos advogados, o seu Instituto e
a luta pela criação da O rd em , apresen tan d o, ele m e s m o , à C âm ara dos
D eputados, u m projeto de criação da O rdem do A dvogados do Brasil.
Em 18 de outubro de 1866, Nabuco de Araujo, foi eleito presidente do 1AB
(o sétim o presidente), cargo que exerceu até 10 de novem bro de 1873. Em 19 de
m arço de 1878, N abuco de Araujo faleceu.
S a ld a n h a M a r in h o
2 9 7
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
T orres N etto
M a c h a d o P ortella
Á lvares d e A z e v e d o
298 9àM
V o lu m e 1 Luln ( j i a ç ã o c Rcsistênci.is
B u lhões de C arvalho
Inglez de S ouza
S il v e ir a J u n i o r
299
______________ História da.
Ordem dos Advogados do Brasi)
A i -f r e d o P in t o
R uy B arbosa
300
V olum e 2 Luta pcin C>ia(,ào e Rosistóncias
R o d rig o O cta v io
C arvalho M o u r ã o
' P ic a n ç o , Aloysio Tavares & F erraz, Sérgio: Ex-Presidentes do In s titu to dos Advogados Brasileiros, desde
M o n tezu m a : traços biográficos. Rio d e Janeiro, lAB, 1988.
•Al 301
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
A lfred o B ernardes
S á F r e ir e
’ P ic a n ç o , Aloysio Tavares & F erraz, Sérgio: '"Ex-Presidentes do In stitu to dos Advogados Brasileiros, desde
M o n tezu m a : traços biográficos", Rio d e Janeiro, lAB, 1988.
* C a rv a lh o M o u rã o , n o v a m e n te eleito, foi o v igésim o p re sid en te d o lAB.
’ P i c a n ç o , Aloysio Tavares & F e r r a z , Sérgio: "Ex-Presidentes d o In stitu to dos Advogados Brasileiros, desde
302 •àm
V o lu m e 1 L u fn p c l . i (. ri.i çõc) e Rc‘> i s tc n c i a s
tribuno foi eleito Senador, em 1916, Miícíades abriu m ão de sua cadeira, na Câmara
Alta, para não ter qualquer contato com o antigo cliente” (p. 158).^
L ev i C a r n e ir o
•A l 303
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
A N E XO ESPECIAL II
Biografia dos Parlamentares
(que atuaram nos projetos sobre a criação da OAB)
304 QàM
V o lu m e 2 L u ta ()c !a C ri.K ^ ã o c R e s is tê n c ia s
305
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
A n to n io F ra n cisco de P a u u H ouanda C a v a l c a n t i de A l b u r q u e r q u e
306
V o lu m e 1 L u t a [x .‘ la C i i a c ^ â o c R e s i s t ê n c i a s
A n t ô n io P a u l in o L im po de A b r e u {v i s c o n d e de A baeté) - Nasceu em 22 de
setembro de 1798 em Lisboa, Portugal e faleceu em 14 de setem bro de 1883 no
Rio de Janeiro. Bacharelou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. C om o
juiz de Fora da Vila de São João dei Rei, foi escolhido, por ocasião da visita de D.
Pedro I para regularizar as rendas das Forças Armadas e m anter a segurança da
Vila. C o m o presidente da província de M inas Gerais em 1832, conseguiu
pacificar os ân im os e os m otins políticos com habilidade e tino administrativo.
C om o ministro da Justiça, im pediu o alastramento da Guerra dos Farrapos,
assim com o na Pasta dos Estrangeiros, a política do Prata (1836). Na campanha
da M aioridade (1840), teve um a atuação entusiástica e dinâm ica. C o m o líder
do m ovim en to revolucionário de 1842, foi preso e deportado para Lisboa,
regressando ao Brasil em junho de 1843. Em 1846, ao assum ir a Pasta dos
Estrangeiros, teve atividade brilhante com relação ao tráfico de escravo, questão
307
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
308 9àM
V olunic 2 Luta p e la C ria ç ã o c R esisiências
9ÀM 309
_________________H is tó r ia da
Ordem dos Advogados do Brasil
310 ttá i
V o liin u ' 2 I ula p e la (.ricK^ào u k o i s i r i K ias
• ▲I 311
______________ Historia da
Ordem dos Advogados do Brasil
312
V (jlum c 2 Lut . i |Dcl,i ( j i a C j ã o c R e s i s t ê n c i a s
313
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
314
V o lu m e 2 Luf.i pela ( riação e Resistências
9ÁM 315
______________ História da.
Ordem dos Advogados do Brasil
3T6 @4#
V o lu m e 2 L u ta p e la C r ia ç ã o e R e s is tê n c ia s
•à l 317
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
318
V o lu m e 1 L u t a ()o ía ( riac^ào v R ('S iM ô n ri< i5
Bibliografia Consultada
319
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
320 •Al
Volum e 2 Luta pela Criaçao e Resistências
321
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
322
Volume 2 Luta pela Criação c Resistências
Provável sede d o lAB. P réd io s d o século XIX, atu ais n°‘45 e 41 d a R u a d a C o n stitu iç ão - R io d e Janeiro
•àM 323
______________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Silogeu. F o to : E u g e n io N ovaes.
324
Volum e 2 Luta pc‘la Criação e Resistências
325
' GPÂf i l CÂ f O i r O f l A