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APLICABILIDADE DO MÉTODO SWOT NA CADEIA PRODUTIVA DO FUMO NO

RIO GRANDE DO SUL

Carine Dalla Valle


Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
carinedallavalle@gmail.com
Andrea Cristina Dorr
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
andreadoerr@yahoo.com.br
Laura Possani
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
laurapossani@gmail.com
RESUMO: A produção de fumo é apresentada, atualmente, como uma das alternativas econômicas de
geração de renda para muitas propriedades rurais, além de ser considerada de suma importância para a
economia do estado do Rio Grande do Sul. O estudo das cadeias produtivas tem-se caracterizado como
uma metodologia de análise para os mercados, tanto na questão econômica como estratégica. Para a
realização deste estudo foi utilizado à ferramenta “SWOT” (Strenghts, Weaknesses, Opportunities e
Threats) em atores centrais da cadeia produtiva do fumo, que são os produtores e a indústria
fumageira, com o objetivo de analisar os pontos fortes e fracos que o ambiente interno representa a
cada elo da cadeia produtiva, e compreender as oportunidades e ameaças que o ambiente externo
proporciona aos mesmos. Assim, a metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica, pesquisa
exploratória e de campo, sendo que os agentes estudados foram os produtores de fumo dos municípios
de Venâncio Aires, São Lourenço do Sul, Canguçu e Santa Cruz do Sul, no estado do Rio Grande do
Sul e à indústria fumageira: (beneficiamento) a empresa Souza Cruz, por ser considerada a líder em
volume de produção, localizada no município de Santa Cruz do Sul/RS. Após coletados e analisados
os dados, conclui-se que, a análise do ambiente interno e externo dentro de uma cadeia produtiva faz
entender o envolvimento dos atores e agentes inseridos nesta cadeia, dessa forma, o entendimento dos
fatores internos e externos aborda as ações e atitudes que influenciam a cadeia produtiva, bem como
os agentes inseridos nesta cadeia.

Palavras-chave: Cadeia Produtiva. Produção de Fumo. Planejamento Estratégico. Método SWOT.

ABSTRACT: Tobacco production is currently presented as one of the economic alternatives for
generating income for many rural properties, as well as being considered of great importance for the
economy of the state of Rio Grande do Sul. Was characterized as a methodology of analysis for the
markets, in the economic as well as the strategic question. For this study, the SWOT tool (Strenghts,
Weaknesses, Opportunities and Threats) was used in central actors of the tobacco production chain,
which are the producers and the tobacco industry, with the objective of analyzing the strengths and
weaknesses The internal environment represents each link in the productive chain, and understand the
opportunities and threats that the external environment provides to them. Thus, the methodology used
was the bibliographical research, exploratory and field research, and the agents studied were the
tobacco producers from the municipalities of Venâncio Aires, São Lourenço do Sul, Canguçu and
Santa Cruz do Sul, in the state of Rio Grande do Sul. Sul and the tobacco industry: (beneficiation) the
company Souza Cruz, for being considered the leader in volume of production, located in the
municipality of Santa Cruz do Sul / RS. After collecting and analyzing the data, it is concluded that the
analysis of the internal and external environment within a productive chain makes understand the
involvement of actors and agents inserted in this chain, in this way, the understanding of internal and
external factors addresses the actions and Attitudes that influence the productive chain, as well as the
agents inserted in this chain.

Key-words: Productive Chain. Smoke Production. Strategic planning. SWOT Method.


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1. INTRODUÇÃO

A produção de fumo é apresentada, atualmente, como uma das alternativas


econômicas de geração de renda para muitas propriedades rurais, além de ser considerada de
suma importância para a economia do estado do Rio Grande do Sul. Conforme o Sindicato da
Indústria do Fumo - Sindifumo (2012) a fumicultura é uma das atividades agroindustriais de
maior importância econômica e social na região Sul do Brasil. Em 704 municípios do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o tabaco é cultivado em 373 mil hectares, por 187
mil produtores integrados. Um universo de aproximadamente 742 mil pessoas participa desse
ciclo produtivo no meio rural, somando uma receita anual bruta de R$ 4,1 bilhões.
(SINDIFUMO, 2012).
De acordo com Conterato (2010) esta ampliação da produção decorre principalmente
de mudanças nas estratégias das multinacionais fumageiras que vislumbraram nos países
pobres ou em desenvolvimento amplas possibilidades de ampliação dos seus negócios; do
crescimento da demanda de consumo mundial concentrada principalmente nos países em
desenvolvimento; dos baixos custos da mão-de-obra aproveitando-se de ampla disseminação
da categoria social agricultor familiar e; da lucratividade que o fumo proporciona em
comparação a outros cultivos, ainda que seja alvo de controvérsia.
Nos últimos anos têm-se desenvolvido principalmente na região Sul do Brasil, com
destaque para o estado do Rio Grande do Sul, um aumento significativo no cultivo de plantas
para beneficiamento e exportação. Assim, ressalta-se para o cultivo do fumo nestas regiões,
pois apresentam algumas características que as tornam peculiares, especialmente por utilizar
estruturas de propriedades familiares na sua produção.
Citando o historiador Eric Hobsbawm (1996, “A Era dos Extremos”,), “não sabemos
ao certo o que virá a seguir, nem como será o próximo milênio, embora tenhamos certeza que
ele será moldado pelos eventos do século XX”. Como em tantos outros campos do
conhecimento, a colocação pode ser aplicada ao presente artigo. Não há como imaginar
possível sequência para os rumos da fumicultura sem olhar para os marcantes fatos que
compuseram sua evolução ao longo da história recente.
Dessa forma, a importância deste estudo se consolida através do aumento da
diversificação da propriedade rural, o aumento da mão de obra empregada, a ampliação da
produção do fumo nas pequenas propriedades rurais e na dinâmica de funcionamento da
cadeia produtiva, alterando as tradicionais áreas de produção e consumo do fumo.

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O conceito de cadeia produtiva, traduzido para o português do conceito de filière,


originário da escola de economia industrial francesa, vem sendo utilizado nas análises ligadas
ao setor rural. Preliminarmente, cabe destacar que quando se fala em agribusiness, complexo
industrial ou sistema agroindustrial refere-se ao todo, ao aspecto coletivo. Enquanto que
quando se fala em cadeia produtiva está se referindo a um produto em particular
(MICHELON, 1999).
Neste contexto, consideram-se atores que compõem uma cadeia produtiva: as
indústrias, os fornecedores de insumos e equipamentos, as unidades de beneficiamento ou
processamento, os produtores, a comercialização e o mercado consumidor, que juntos formam
um conjunto de agentes e atores econômicos e sociais que, interagindo entre si, atendem as
necessidades dos consumidores/clientes na aquisição de um determinado produto.
Para a realização deste estudo foi utilizado à ferramenta “SWOT” (Strenghts,
Weaknesses, Opportunities e Threats) que, segundo Kotler e Keller (2006), é um tipo de
ferramenta metodológica aplicável a qualquer assunto ou empresa, que possibilita a
caracterização deste segundo a análise de seu ambiente interno e externo, tornando possível a
definição de estratégias para o desenvolvimento da atividade e sua manutenção no mercado
competitivo.
Neste contexto, através deste estudo busca-se aplicar o método SWOT em atores
centrais da cadeia produtiva do fumo, que são os produtores e a indústria fumageira
(processadora), com o objetivo de analisar os pontos fortes e fracos que o ambiente interno
representa a cada elo da cadeia produtiva, e compreender as oportunidades e ameaças que o
ambiente externo proporciona aos mesmos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CONTEXTUALIZANDO CADEIAS PRODUTIVAS

O estudo das cadeias produtivas, atualmente, tem-se caracterizado como uma


importante metodologia de análise para os mercados, tanto na questão econômica como
estratégica. De acordo com Batalha (1997), o enfoque de análise de cadeias produtivas é uma
ferramenta que possibilita o acompanhamento de um produto desde sua entrega ao
consumidor final até o setor fornecedor de insumos. Implica no entendimento de como são
realizadas as atividades em cada agente participante do processo produtivo.

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A relação entre produtores de fumo e as indústrias processadoras no Brasil é baseada


no chamado sistema integrado de produção. Neste sistema, as indústrias fornecem as
sementes e assistência técnica, determinam o uso de insumos e agrotóxicos e, ao mesmo
tempo, garantem a compra do fumo em folha produzido pelos fumicultores “integrados”.
(VARGAS, 2004).
A definição de produção integrada é conhecida pelos produtores e agentes da cadeia
produtiva do fumo a cerca de cem anos. Para compreender melhor essa nova concepção, em
1918, foi implantada um modelo de integração entre a indústria e o produtor de fumo, na
região de Santa Cruz do Sul, região esta em que já se produzia e colhia uma das melhores
folhas de fumo do mundo.
O sistema integrado de produção consiste no estabelecimento de vínculos entre as
empresas e o universo de produtores de fumo em folha que se baseiam na exclusividade do
fornecimento e adoção dos padrões de produção estabelecidos pelas empresas. Por um lado,
as empresas repassam os insumos certificados e autorizados ao cultivo do fumo, prestam
assistência técnica quanto aos métodos de plantio através de agrônomos e técnicos agrícolas,
operam com a intermediação de financiamentos aos agricultores, são responsáveis pelo
transporte do produto da propriedade até as usinas de beneficiamento e garantem a compra
integral da produção (AFUBRA, 2010).
O modelo de sistema de produção integrada para a cultura do fumo foi adotado no
Brasil por dois motivos principais: do lado dos produtores, a necessidade da assistência
técnica e financeira e terem a certeza de venda do produto a preços de rentabilidade
aceitáveis; por outro lado, das empresas, a certeza do fornecimento da matéria-prima com
critérios sobre a quantidade e qualidade previamente especificados e previsão sobre os
parâmetros de custos aceitáveis para suas vendas (ADIL, 2003).
Dessa forma, compreender a cadeia produtiva do fumo torna-se complexa na medida
em que os atores integrantes dessa cadeia são agentes nacionais e internacionais. Para Silva
(2005), de uma forma simplificada, pode-se definir cadeia produtiva “como um conjunto de
elementos (‘empresas’ ou ‘sistemas’) que interagem em um processo produtivo para a oferta
de produtos ou serviços ao mercado consumidor”. Já Prochnik (2002), define cadeia produtiva
como: “[...] um conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo
transformados e transferidos os diversos insumos”, ou seja, para que se obtenha um produto
finalizado para o mercado consumidor, se faz necessária à integração dos diversos setores que
compõem a cadeia produtiva, com o fim de possibilitar a transformação ou transferência desse
produto no decorrer do processo.

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Através do sistema integrado, os agricultores adquirem das indústrias fumageiras os


insumos utilizados na produção e passa a vender sua produção diretamente a indústria,
eliminando os intermediários (SPIES, 2000). Dessa forma, visualiza-se a dependência do
produtor em relação à indústria na produção do fumo.
Portanto, a importância deste estudo se objetiva na construção de um aporte teórico
em que, com a aplicabilidade do modelo SWOT na cadeia produtiva do fumo auxiliará nas
futuras ações estratégicas para alavancar o desenvolvimento produtivo, bem como alocar
recursos através de políticas públicas direcionadas para a produção e integração dos agentes
da cadeia produtiva do fumo.

2.2 PRODUÇÃO DE FUMO NO BRASIL E NO RIO GRANDE DO SUL

A fumicultura é uma das atividades agroindustriais de maior importância econômica


e social na região Sul do Brasil. Atualmente, o Brasil é o segundo produtor mundial, sendo
superado pela China, contudo é o maior exportador desde o ano de 1993. Praticamente toda a
produção brasileira de fumo está concentrada nos três estados do Sul, que correspondem em
média de 98%, e o restante em Alagoas, Bahia, Paraíba, Ceará e São Paulo. A liderança da
produção cabe ao Rio Grande do Sul, que corresponde em média de 48%, Santa Catarina 29%
e o Paraná em torno de 21% (SINDITABACO, 2015).
De acordo com dados do DESER (2007) internamente, cabe destacar que a produção
de fumo no Sul do Brasil, se realiza em pequenas propriedades rurais com mão de obra
familiar localizadas em regiões de solo e clima favoráveis, e conta, em seu processo de
agroindustrialização, com crescente aperfeiçoamento tecnológico e intensa regulação de suas
relações de produção, apresentando altos índices de qualidade e de produtividade. Isto se deve
aos investimentos contínuos e as mudanças técnicas e organizacionais na produção e no
processamento do fumo, pelas indústrias multinacionais na região, a partir dos anos setenta.
Outro fator favorável à competitividade da produção e exportação brasileira é o baixo preço
pago aos produtores de tabaco pelas indústrias.
Alicerçado num sistema de produção integrada que assegura a compra de toda a safra
pelas indústrias, com remuneração acordada previamente, a cadeia produtiva do fumo é uma
das que maior oferece segurança e renda dentro da agricultura nacional. Essa verticalidade
evita prejuízos com a oscilação de mercado que afeta outras culturas e ajuda a dimensionar a
lavoura conforme a demanda.
O complexo agroindustrial do fumo no Brasil está instalado, principalmente, na
região Sul do país, onde a produção de tabaco é realizada por 187 mil famílias de agricultores

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em pequenas propriedades com área média de 16,4 ha, localizadas em 704 municípios nos três
Estados do Sul do Brasil, enquanto o processamento é realizado nas principais usinas e
unidades de compra de tabaco instaladas no território, empregando cerca de 30 mil pessoas,
entre trabalhadores efetivos e temporários (SINDITABACO, 2012).
Baseado na agricultura familiar, e na grande maioria dos casos em terrenos de
topografia acidentada, o fumo é um caso de sucesso nos pequenos estabelecimentos
brasileiros, seja pela rentabilidade, pela segurança de comercialização ou pela diversidade de
outras atividades econômicas que comporta.
A indústria fumageira nacional promove importante geração de renda, favorece a
arrecadação de impostos, além de oportunizar empregos (SILVA, 2007). A rentabilidade do
cultivo do tabaco o torna uma opção para o plantio em pequenas propriedades, sendo que
muitas vezes os fumicultores do Sul do Brasil são totalmente dependentes de tal atividade
para sua sobrevivência (OLIVEIRA et al., 2010).
Se por um lado é possível caracterizar a produção de fumo, por ser uma cultura que
gera renda e segurança, por outro, ela também apresenta vários danos e prejuízos, tanto para o
meio ambiente como para o ser humano. Para o meio ambiente pode-se citar a questão
ambiental com o uso de agrotóxicos, e para o homem afeta a saúde daqueles que trabalham
diariamente com a cultura, trazendo danos irreversíveis.
Ainda, destaca-se que na produção de fumo que há um elevado grau de subordinação
nas relações de trabalho e assimetria na distribuição dos lucros entre empresas e produtores
familiares. Em decorrência da escassa autonomia dos fumicultores, o que lhes dificulta a
inserção em outros nichos de mercado, sua atuação fundamenta-se, prioritariamente, no
cultivo do fumo (PRIEB, 2005).
As principais empresas de processamento de tabaco estão instaladas no Rio Grande
do Sul, na microrregião de Santa Cruz do Sul, principalmente nas cidades de Santa Cruz do
Sul, Venâncio Aires e Vera Cruz, onde se processam cerca de 80% da produção de tabaco do
Sul do Brasil. Ainda se destaca que as principais organizações políticas e sindicais das
empresas estão localizadas na região Sul, como o Sindicato das Indústrias de Tabaco –
SINDITABACO, dos produtores de tabaco, como são os casos da Associação dos
Fumicultores do Brasil – AFUBRA, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
- FETRAF – SUL, e o Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, organizado nos
principais municípios produtores de fumo.
De acordo com Silveira (2013) o funcionamento do complexo agroindustrial do
tabaco no Sul e sua regulação ocorrem através do desenvolvimento do sistema integrado de

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produção. Nele, as famílias de agricultores produtoras de tabaco, por meio de contrato


firmado com as empresas agroindustriais, comprometem-se em produzi-lo na quantidade e de
acordo com as exigências técnicas das empresas, e a entregarem toda a sua produção, em
troca da garantia das empresas em realizar o fornecimento de insumos, a assistência técnica, e
a intermediação de financiamento junto aos bancos. As empresas igualmente se
comprometem a realizar o transporte das propriedades rurais até as usinas ou postos de
compra das empresas, e, principalmente, a compra integral da produção.
Segundo Carvalho, Binotto e Pereira (2012) a empresa Souza Cruz, pioneira no
sistema integrado no Brasil, possui em média 80% (oitenta por cento) de toda a produção do
Sul do país, sendo a maior empresa do ramo. Estão instaladas ainda no Brasil empresas como
a “Philip Morris International”, “Universal Leaf Tabacos Ltda”, “Dimon do Brasil Tabacos
Ltda.”, “Continental Tobaccos Alliance (CTA)” e “Kannenberg e Cia. Ltda (CARVALHO J;
BINOTTO; PEREIRA, 2012)”.
Conforme o autor Dacorégio (2004), existe uma forte dependência dentro da cadeia
produtiva do fumo, que “envolve fabricantes de insumos e equipamentos, o produtor rural e
sua família, a fumageira integradora, os transportadores, os trabalhadores temporários da
safra, os trabalhadores das indústrias, os distribuidores, os varejistas e as instituições públicas
e privadas”. A assistência técnica aos agricultores é realizada através de reuniões e visitas as
propriedades pelos técnicos da indústria, onde são vistos a compra de insumos, verba de
custeio e investimento na safra, qualidade e quantidade da planta, área a ser plantada, e venda
posterior do produto.
Ao final da safra, o fumo é recolhido por transportadores autônomos (conduzida e
monitorada pela indústria fumageira) e levado indústrias de processamento, neste caso a
empresa Souza Cruz, localizada no município de Santa Cruz do Sul, no RS. Lá o produto é
classificado de acordo com as normas do Ministério da Agricultura, pesados e dependendo da
classificação e peso é calculado o valor a ser recebido pelo produtor, que pode acompanhar
esse processo estando livre para questionar e negociar caso não concorde com as atribuições
da empresa (ADIL 2003).
O preço a ser pago para o produtor, de acordo com sua classificação, é negociado
com o Sindicato da Indústria do Tabaco da Região Sul (SINDITABACO, 2015) e a
AFUBRA, com base em pesquisas realizadas pelas duas entidades e previamente acordadas.
Portanto, o estabelecimento do preço se dá pela variação dos preços dos insumos e demanda
do produto, estabelecendo um reajuste no valor pago na última safra.

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É necessário destacar que, em 2015, o Brasil atendeu aos mais exigentes padrões
internacionais, sendo o segundo maior produtor mundial de tabaco e líder em exportações
desde 1993, graças à qualidade e integridade do produto. Segundo dados do SindiTabaco
(2015) o tabaco representou 1,14% do total das exportações brasileiras, com US$ 2,19 bilhões
embarcados, referente à produção são mais de 692 mil toneladas registrada na safra 2014/15,
mais de 85% foi destinada ao mercado externo, apresentada na figura 01.

Figura 01: Exportação da produção de fumo

Figura 01: Exportação da produção de fumo no Brasil


Fonte: Sinditabaco (2015).

Cabe ressaltar alguns fatores relevantes que demonstram a redução na exportação,


segundo SindiTabaco (2015), se dá em virtude da redução da demanda, aumento da produção
em países africanos (vantagens tarifárias), redução global consumo de cigarros em 2013
(Convenção-Quadro), custo Brasil (taxas, infraestrutura e logística), crescente aumento custo
com mão de obra, energia e insumos e taxa cambial.

2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

A garantida de continuidade dos negócios frente ao cenário atual competitivo em que


as organizações estão inseridas, faz com que muitos gestores se apoiem no planejamento
empresarial, como uma estratégia de compreender as tendências e transformações do
mercado, assim, delinear ações estratégicas mais efetivas na busca de resultados no médio a
longo prazo.
O planejamento estratégico além de considerar a questão ambiental, é
operacionalizado de maneira sistêmica, pois lida com um conjunto de variáveis interagentes e
interdependentes, que deve consolidar um todo, levando em conta fatores controláveis e

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incontroláveis, na busca por resultados específicos (OLIVEIRA, 2008). O contexto social e


econômico apresentado atualmente é caracterizado por rápidas transformações, dentre elas
podemos destacar a evolução tecnológica, inovação, celeridade das informações, dinamismo
dos mercados, as políticas públicas e o constante comportamento dos consumidores.
Ao avaliar esta conjuntura de instabilidade, mudanças e desafios, Costa (2007)
descreve a gestão estratégica como sendo um processo de transformação organizacional,
liderado pela alta gestão da empresa, com ênfase no planejamento de ações futuras, que
envolve todos os colaboradores da organização, independentemente do nível hierárquico em
que atuam.
Corroborando com Costa, o autor Chiavenato (2000) coloca que o planejamento
estratégico é um método pelo qual uma organização deseja implantar uma determinada
estratégia de negócios, crescimento e desenvolvimento almejando os objetivos propostos. Este
planejamento estratégico pode ser a curto e longo prazo, e uma das técnicas utilizadas para
alavancar os objetivos propostos é a análise da Matriz de SWOT (CHIAVENATO, 2000).
Dessa forma, visualizando o âmbito estratégico, optou-se pelo método SWOT para
aplicação na cadeia produtiva do fumo, o qual é o objetivo deste estudo. Compreender os
pontos fortes e fracos no ambiente interno, e interpretar as ameaças e oportunidades geradas
pelo ambiente externo a cadeia produtiva.
2.3.1 MÉTODO SWOT

A importância de se analisar uma cadeia produtiva através do método SWOT se dá


pelo aporte estratégico e decisório que essa análise proporciona a organização. A análise
SWOT é uma combinação das forças e fraquezas de uma organização, ao mesmo tempo
também nas oportunidades e ameaças do mercado.
A origem segundo Fagundes (2010), modelo da "Matriz SWOT", surgiu na década
de 1960, em discussões na escola de administração, que começaram a focar a
compatibilização entre as "Forças" e "Fraquezas" de uma organização, sua competência
distintiva, e as "Oportunidades" e "Ameaças".
Os fatores que compõem o ambiente interno, forças e fraquezas, de uma cadeia
produtiva pertencem a ela, ou seja, são de seu domínio. Logo, os gestores de determinada
organização podem controlá-los, de modo que os pontos fortes devem ser salientados para um
melhor desempenho de competitividade da cadeia e os pontos fracos devem ser controlados
pela organização, buscando evitar que prejudiquem tal desempenho da cadeia produtiva.
Conforme Schultz, Copetti e Waquil (2011):

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A elaboração da matriz SWOT das cadeias produtivas agroindustriais permite


identificar os pontos em que uma cadeia produtiva pode obter vantagens
competitivas. Os cruzamentos entre os fatores externos e os fatores internos das
cadeias produtivas irão definir como estas poderão aproveitar os aspectos positivos
(oportunidades e forças) e como poderão neutralizar os aspectos negativos
(fraquezas e ameaças) para se tornarem mais competitivas.

Neste contexto, pode-se salientar que a aplicabilidade do método SWOT em cadeias


produtivas é fundamental para entender o mercado competitivo em que as organizações estão
inseridas, visto que o resultado obtido após sua execução poderá auxiliar na tomada de
decisão e ainda, desenvolver e empregar ações estratégicas para melhor posicionamento no
mercado.
Com a análise SWOT, os gestores podem entender melhor como pontos fortes
podem ser aproveitados para perceber novas oportunidades e compreender como as fraquezas
podem retardar o progresso ou ampliar as ameaças da organização. Além disso, é possível
postular caminhos para superar as ameaças e as fraquezas ou futuras estratégias, a partir da
análise SWOT (HELMS, 2010).
Contudo, compreende-se que o SWOT é visto pelos gestores como uma ferramenta
de diagnóstico, proporcionando maior visibilidade do seu negócio. Já para uma cadeia
produtiva, o uso desse método se torna mais decisivo e competitivo visto sua gama de atores
integrantes, favorecendo a aplicabilidade dessa análise. Portanto, optou-se pelo uso dessa
metodologia de análise por se enquadrar no estudo mais aprofundado de uma cadeia
produtiva, no caso o fumo, bem como a importância que essa análise é para o campo
estratégico e organizacional.

3. METODOLOGIA

O presente estudo tem como característica a pesquisa exploratória, sendo que o


objetivo é o aprimoramento de ideias ou a descoberta de instituições, sendo que seu
planejamento é bastante flexível, de modo que possa possibilitar a consideração dos mais
variados aspectos relativos ao fato estudado (GIL, 2009).
A estrutura metodológica do trabalho foi o levantamento de dados secundários,
sendo que também se utilizou da pesquisa bibliográfica para o embasamento do referencial
teórico, que segundo Gil (2009), é amplamente utilizado como técnica de investigação em
pesquisas exploratórias, podendo ser desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos.
Para o aporte teórico, foram consultadas referências bibliográficas sobre cadeias
produtivas, produção de fumo no Brasil e no Rio Grande do Sul, e planejamento estratégico,

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buscando a utilização do método de análise SWOT. A Análise SWOT é um instrumento


administrativo que permite discriminar os cenários interno e externo de uma organização,
levantando-se pontos fortes e fracos que correspondem a questões passíveis de solução no
ambiente interno; além das ameaças e oportunidades que embora sejam identificadas no
ambiente externo interferem diretamente na organização (KOTLER, 2000).
A coleta de dados primários junto aos atores integrantes da cadeia produtiva do fumo
se fez necessária como um complemento da pesquisa exploratória e bibliográfica realizadas, e
se deu através da pesquisa de campo com a realização de entrevistas semiestruturadas. Os
atores centrais envolvidos foram os produtores de fumo (escolhidos conforme sua produção e
representatividade) e indústria fumageira (Souza Cruz), isto significa que existem relações
muito próximas entre estes dois elos da cadeia, que vão desde a orientação de base técnica até
a comercialização da produção.
Sabe-se que os atores que integram a cadeia produtiva do fumo são compostos por
mais atores, porém, optou-se pela escolha destes dois atores principais da cadeia produtiva
visto a limitação de tempo e disponibilidade para aplicar a pesquisa.
Para a escolha dos produtores de fumo, utilizou-se o critério de representatividade.
Para tanto, faz-se necessário abordar inicialmente a produção cultivada no estado. O Fumo é
cultivado em 619 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o tabaco tem na
região Sul 98% da produção brasileira. Na safra 2014/2015 foram produzidas 692 mil
toneladas e, entre os municípios, o maior produtor foi Venâncio Aires (RS) com 20.316
toneladas; Canguçu (RS) com 19.942 toneladas; São Lourenço do Sul (RS) com 18.168 e
Santa Cruz do Sul (RS) com 14.593, de acordo com dados da Associação dos Fumicultores do
Brasil (AFUBRA, 2016).
Assim, o primeiro elemento da cadeia produtiva do fumo abordado para participar da
pesquisa foram os produtores de fumo dos municípios de Venâncio Aires, São Lourenço do
Sul, Canguçu e Santa Cruz do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. As famílias selecionadas
se deram através de indicação da Secretaria Municipal de Agricultura e a Emater de cada
município, onde foram escolhidas seguindo os critérios de produção e disponibilidade de
tempo para a pesquisa, dessa forma, cada município indicou duas propriedades rurais.
Para representar outro elo da cadeia produtiva do fumo foi escolhida à indústria
fumageira (beneficiamento) a empresa Souza Cruz, representando as demais empresas, e por
ser considerada a campeã em volume de produção. Para responder as pesquisas, por parte da
indústria, foram escolhidos técnicos e diretor de marketing e comunicação da empresa.
Porém, cabe ressaltar, que nem todos os técnicos responderam a mesma, e ainda, salientaram

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que eles não possuem muito conhecimento de como funciona a cadeia produtiva como um
todo, podendo limitar os dados da pesquisa.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através da metodologia de análise SWOT, considerada uma ferramenta importante


para que a organização consiga analisar e entender o ambiente no qual ela está inserida, o
autor Silva et al. (2012), destaca que a empresa, a partir do SWOT, consegue ter uma visão
clara e objetiva sobre quais são suas forças e fraquezas no ambiente interno e suas
oportunidades e ameaças no ambiente externo, seus tomadores de decisão conseguem elaborar
estratégias afim de obter vantagem competitiva e melhor desempenho organizacional.
Depois de realizada a pesquisa bibliográfica e exploratória com objetivo de
compreender a cadeia produtiva do fumo, apresenta-se a seguir a sistematização dos dados
que se deu por meio da análise SWOT, onde foi aplicado o questionário com perguntas
abertas sobre a visão de cada produtor sobre a produção de fumo. Na tabela 01 estão
representadas, na matriz SWOT, as principais citadas pelos produtores rurais:
Tabela 01: Análise SWOT - Visão dos produtores
Ambiente interno Ambiente externo
Pontos Fortes: Oportunidades:
- Minimização de riscos por meio do contrato de - Pouca área plantada/maior lucratividade;
integração; - Diversificação com outras culturas;
- Inserção familiar no negócio, elevando a renda - Aumento da demanda de produção;
familiar; - Garantia da venda do produto.
- Garantia de assistência técnica;
- Menor dificuldade na obtenção de
financiamentos;
Pontos Fracos: Ameaças:
- Pouco poder de negociação junto à empresa; - Falta de tecnologia;
- Uso de agrotóxicos prejudica a saúde; - Ser excluído do sistema de integração;
- Produtos cada vez mais exigidos com padrões - Envelhecimento da população;
de qualidade; - Falta de sucessão rural;
- Trabalho manual com pouca mecanização; - Legislação para diminuição da produção e
- Tarefa cansativa e rotineira; consumo do fumo;
- Dificuldade de obter outra renda; - A preocupação ambiental e adaptação às novas
- Dependência da indústria para compra e exigências por preservação.
venda;
Fonte: elaborado pela autora (2016).

A análise SWOT revela que, na visão dos agricultores, apesar da cadeia produtiva do
fumo apresentar fatores em potencial para seu desenvolvimento, no que se refere ao

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aproveitamento das oportunidades existentes, ela também revela uma grande sensibilidade ou
fragilidade da cadeia diante das ameaças externas e das próprias fraquezas internas.
Pode-se visualizar que, a partir da análise SWOT, os pontos a serem considerados de
maior relevância citados pelos agricultores foram à questão da saúde, o trabalho no fumo ser
manual e o envelhecimento da população do campo, fazendo com que futuramente a produção
possa ser afetada. Também é valido salientar que, a falta de autonomia perante a cultura do
fumo os torna dependentes da indústria, desde o fornecimento de insumos até a classificação
final do produto (preço colocado pela empresa fumageira).
Portanto, através da metodologia de análise SWOT pode-se visualizar os pontos
fortes e fracos da cadeia, na visão do agricultor, assim, conforme Vargas (2004) apud
Figueiredo (2008) a relação entre produtores de fumo e as indústrias processadoras é baseada
no chamado sistema integrado de produção onde as indústrias fornecem as sementes e
assistência técnica e garantem a compra do fumo em folha produzido pelos fumicultores
“integrados”. “Os produtores se comprometem com os padrões de volume, qualidade e custo
exigidos pelas empresas ao mesmo tempo garantem a exclusividade no fornecimento”
(FIGUEIREDO, 2008).
A dificuldade encontrada durante a realização da pesquisa foi à questão do tempo e
disponibilidade dos agricultores, seu conhecimento acerca da produção e onde ele se insere na
cadeia produtiva. Portanto, o ponto chave principal dessa análise frente a visão do agricultor
destacamos a busca por novas alternativas de renda que tragam melhor saúde para a
agricultura e que não seja tão sofrida como a do fumo.
Dando sequência na análise dos dados coletados, outro elemento central da cadeia
produtiva abordado foi à indústria fumageira, que após a análise dos dados, apresentam-se os
principais pontos fortes e fracos no ambiente interno, frente à visão da indústria fumageira –
Souza Cruz -, e as oportunidades e ameaças no ambiente externo. Para obter os dados, foi
realizado levantamento através de questionário aberto com os técnicos da empresa e diretores
responsáveis pela comunicação da empresa. É importante destacar que, nem todos os técnicos
realizaram a devolução da pesquisa, limitando alguns dados. Dessa forma, analisaram-se os
dados e posterior representados na matriz SWOT, conforme tabela 02:

Tabela 02: Análise SWOT - Visão da Indústria Fumageira – Souza Cruz


Ambiente interno Ambiente externo

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Pontos Fortes: Oportunidades:


- Objetivo de melhorar a sustentabilidade das - É considerada a cultura agrícola não
propriedades de seus fumicultores parceiros; alimentícia mais importante no mundo;
- A empresa Souza Cruz está na liderança do - Crescente demanda no consumo de fumo;
mercado nacional de fumo; - Agente econômico que faz com que a
- Programa de Trainee para futuros possíveis demanda e a oferta se encontrem;
funcionários, oferecendo cursos de engenharia, - Melhor distribuição de fumo no Brasil (do
direito e administração; ponto de vista de qualidade como capilaridade,
- A composição do cigarro da Souza Cruz segue melhorando a chegada aos pontos de venda);
absolutamente todas as regulações e restrições - O Brasil é o maior exportador de fumo do
impostas pela ANVISA; mundo;
- Investimento em pesquisas para criar um
produto que não ofereça riscos à saúde;
Pontos Fracos: Ameaças:
- Comunicação bastante limitada sobre alguma - Impactos causados por suas operações no
novidade ou inovação do produto; meio ambiente e na sociedade;
- Carência em estratégia de comunicação - Aumento da produção de fumo em países
utilizada para o público jovem; africanos;
- Pouca publicidade da empresa com seus - Abertura de novas empresas fumageiras;
consumidores; - Convenção-Quadro para controle do tabaco;
- Desemprego aumentando consideravelmente, - Ações governamentais para redução do
podendo acarretar impactos na empresa; consumo de fumo;
- Imposição de sucessivos aumentos de - Êxodo rural;
impostos; - Aumento da carga tributária;
- Contrabando e mercado ilegal;
Fonte: elaborado pela autora (2016).

A partir dos dados coletados, analisados e apresentados, podem-se visualizar os


aspectos relevantes citados pela empresa fumageira, visualizado na tabela 02, o aumento de
novos entrantes no mercado como países africanos, ações contra o consumo de cigarro,
contrabando e mercado ilegal foram citados com maior frequência na posição ameaça,
também se coloca a questão da responsabilidade social e ambiental como ponto forte da
empresa, a sustentabilidade nas propriedades rurais como pontos fortes. Nos fatores externos,
as oportunidades mencionadas foram que a empresa é a maior em distribuição do produto no
mercado nacional e internacional e elevação no consumo do cigarro.
O autor Dacorégio (2004) faz uma análise da distribuição da empresa Souza Cruz,
que detém cerca de 80% do mercado nacional de cigarros. A empresa atende por volta de
duzentos mil pontos de venda em todo o território nacional. O atendimento acontece através
das Centrais Integradas de Distribuição (CID), que estão localizadas em Porto Alegre (RS),
Curitiba (PR), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Recife (PE). A
empresa possui em torno de 900 veículos próprios e outros meios para chegar a cada ponto de
venda. A intenção da empresa na instalação de uma rede própria de distribuição possibilita
que ela tenha mais controle sobre todas as operações da produção e comercialização do fumo.

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Desta forma, a empresa tem todo o conhecimento sobre todas as etapas, desde as sementes até
ao consumidor final.
Portanto, a utilização da análise SWOT permitiu uma melhor compreensão da
funcionalidade da cadeia produtiva do fumo, no entendimento do produtor rural e da indústria
fumageira, apontando os pontos fortes e fracos – relacionados ao ambiente interno – e as
oportunidades e ameaças – no ambiente externo -, com o objetivo de relacionar as estratégias
a serem propostas pelos elementos estudados.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar da excessiva demanda de força de trabalho e do constante contato com


quantidade de agrotóxicos, a inexistência de alternativas economicamente viáveis para o
agricultor familiar buscar outras fontes de renda e qualidade de vida ainda o torna dependente
da fumicultura. Fialho (2006) notou que, para os agricultores familiares fumicultores, o
trabalho é pensado “no sentido da sobrevivência, de obrigação e de manutenção da família.
Referem um trabalho que fica no nível da necessidade, da manutenção das condições básicas
de vida e para a subsistência da família”.
Através da aplicabilidade do método SWOT, foi possível verificar os fatores
limitantes, por parte do agricultor, na produção de fumo, visto os riscos para sua saúde bem
como a dificuldade de inserir outras culturas que substituam a cultura. Além disso, a renda
obtida através do fumo os mantem dependentes da indústria fumageira, desde a venda dos
insumos, acesso a créditos, assistência técnica e a compra do produto, e, ainda, classifica o
produto e coloca o preço, fazendo que o agricultor não tenha autonomia pela própria
produção.
Dessa forma, embora a importância econômica da produção de tabaco continue
sendo enaltecida pela indústria do tabaco como um “remédio para todos os males” na geração
de emprego e renda, sobretudo em países de baixa renda, nenhuma nação pode mais deixar de
reconhecer que, pelo fato da saúde ser um tema central para o desenvolvimento sustentável, o
controle do consumo do tabaco precisa estar cada vez mais integrado às suas agendas de
desenvolvimento (OCDE &WHO, 2001).
Segundo Redin (2011) no estudo da influência dos fatores internos e externos na
escolha ou continuidade das estratégias de reprodução produtivas de ciclo curto (anual) da
agricultura familiar fumageira alerta que na agricultura, dispor de tecnologia não significa ter
maior eficácia no resultado final da produção, pois os fatores ambientais (clima) são
determinantes para bom desenvolvimento da produção agrícola.

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Torna-se importante salientar que o ambiente organizacional é tudo que envolve e


influenciam a empresa, seja internamente ou externamente. Alguns agentes agem diretamente
na empresa, tais como clientes, sociedade (população ao redor da empresa ou comunidades),
fornecedores, políticas públicas e outros agentes que estão ligados diretamente ao ambiente
organizacional (isso esses agentes são chamados de stakeholders e podem ser interno e
externo). “Organizações não surgem simplesmente”, destaca Richard Hall (2004) e então
complementa que “cada aspecto ambiental exerce um impacto diferente sobre uma
organização”.
Portanto, a análise do ambiente interno e externo dentro de uma cadeia produtiva faz
entender o envolvimento dos atores e agentes inseridos nesta cadeia, dessa forma, o
entendimento dos fatores internos, por exemplo, aborda as ações e atitudes que influenciam a
organização na tomada de decisões no ambiente empresarial, como trabalhadores,
administradores, cultura organizacional, tecnologia, estrutura organizacional e instalações
físicas. Dentro da propriedade rural, que é o primeiro elo da cadeia produtiva estudada, estão
inseridos no seu ambiente interno tudo que influencia as ações internas, desde a mão-de-obra,
capital, recursos naturais, enfim, o que pode interferir internamente a produção. Do outro
lado, do ambiente externo da propriedade, podemos citar os elementos que se encontram fora
dos limites da propriedade rural, como por exemplo, o mercado, a indústria, o clima, as
legislações, enfim, tudo aquilo que podem influenciar de fora para dentro da propriedade.
Analisado o ambiente interno e externo do agente agricultor, dentro da cadeia
produtiva do fumo, tem-se a indústria fumageira. O ambiente no qual ela está inserida, é
diferente do ambiente abordado anteriormente, pois os fatores influenciadores – interno e
externo – são mais complexos. No ambiente organizacional interno, os fatores observados
foram à questão do desemprego atual, o sucessivo aumento de tributação, atuação mais efetiva
na questão da sustentabilidade das propriedades, programa de trainee. No ambiente externo,
citamos a questão da entrada de novos concorrentes, aumento do consumo de fumo, legislação
antitabagista, saúde da população prejudicada, entre outros.
Assim, através deste estudo foi possível compreender a cadeia produtiva do fumo,
por meio da aplicabilidade da análise SWOT, onde o agricultor colocou o seu ponto de vista
acerca da produção de fumo, abordando aspectos positivos e negativos, limites e
potencialidades. Faz-se necessário construir pesquisas futuras a cerca da produção de fumo,
voltados aos entraves enfrentados pelos atores/agentes inseridos na cadeia produtiva. As
limitações e dificuldades encontradas para a realização deste estudo foi o limite de tempo para

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aplicar a pesquisa, bem como disponibilidade dos entrevistados em responder o questionário.


Dessa forma, limitou os dados, porém não afetou nos resultados apresentados.
Por fim, acredita-se que através da análise SWOT foi possível abordar questões
relevantes para a cadeia produtiva do fumo, abordando os principais elos da cadeia –
agricultor e indústria fumageira – com o intuito de compreender o ambiente organizacional
interno e externo no qual estão inseridos. Ainda, importante destacar a representatividade
econômica dessa cultura para o Brasil e para a Região Sul, apesar dos danos causados para o
agricultor, ela gera uma fonte de renda significativa para mantê-los no campo, considerando
por outro lado, as políticas públicas criadas para a diversificação produtiva nas propriedades
rurais.
Para a indústria fumageira, destaca-se a liderança nacional e internacional na
exportação de fumo, bem como a rentabilidade que ele gera. Porém, a preocupação ambiental
e com a saúde daqueles que – direta ou indiretamente – consomem ou produzem avança
consideravelmente nas pesquisas cientificas atuais, trazendo futuramente a seguinte
problemática – quais os benefícios e malefícios estamos dispostos a permitir?.

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