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NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº.

xx/xx,
OAB/UF XX.XXX Bairro xxxxxxx,
Cep xxxxxxxx,
Cidade xxxxxxx. - Estado.

Email: advogado@mail.com.br
Fone: (XX) XXXXX.XXXX

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DR. (A) JUIZ(A) DE DIREITO DO __JUIZADO ESPECIAL CÍVEL/VARA


CÍVEL DA COMARCA DE ____________/ESTADO

PEDIDO LIMINAR

FULANO DA SILVA, CPF nº. xxx.xxx.xxx-xx, nacionalidade, estado civil,


profissão, com endereço na Rua xxxxxxxxxx, nº. xxxx, Bairro xxxxxxxxxx,
cidade de xxxxxxxxxx, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência,
por seu procurador signatário, instrumento de mandato em anexo, propor
a presente,

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C PEDIDO DE


ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Em face de XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX S/A, pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº XX.XXX.XXX/0001-00,
com sede na Avenida XXXXXXX, XXXX, na cidade de XXXXXXXXXXX/XX, que
deverá ser citada na pessoa de seu representante legai, pelos motivos de
fato e de direito, que passa expor:

I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

Inicialmente, destaca o requerente que não possui condições de arcar


com custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio, conforme
demonstra o documento 2 (em anexo), razão pela qual faz jus ao benefício da gratuidade da
justiça, nos termos da Lei 1.060/50, o que requer desde já.

1|P á g i n a
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II. DOS FATOS

O requerente vem sendo compelido pela empresa requerente desde o


ano de 20XX, sob a alegação de que está estaria em débito no montante de R$ XX,XX
(XXXXXXXXXX reais e XXXXXXX centavos).

Objetivando ser mais específico imperioso destacar que o autor, ao tentar


efetuar compras, restou surpreendido com a notícia de que estaria com débito pendente junto à
empresa demandada. Tal fato lhe causou estranheza de imediato, tendo em vista que não jamais
comprou qualquer mercadoria nessa empresa.

Para sanar este equívoco o demandante tentando solucionar o problema


entrou em contato com o SPC, que buscor contato com a emrpesa demandada, a qual informou
que os registros estariam corretos.

Ademais, na época da suposta compra o autor estava residindo em outra


cidade, sendo que laborava durante o dia (CTPS em anexo) e estudava durante a noite
(comprovante do curso em anexo).

Por conseguinte, resta evidente que o requerente não realizou a suposta


compra, assim como sequer esteve na cidade do estabelecimento da requerida na data da citada
negociação. A inclusão realizada pela demandada foi equivocada, sendo que veio a causar
diversos constrangimentos ao autor.

Além do abalo por ter sido negada a compra de produtos em duas


oportunidades e por ter que procurar esclarecer o que de fato estava acontecendo, o requerente
também restou prejudicado na medida em que teve a necessidade de realizar um empréstimo
com a empresa XXXXXXXXXXX, sendo que lhe foi fornecido um valor ínfimo justamente por estar
inscrita no SPC.

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O que deve ficar claro é que a inscrição promovida pela loja


XXXXXXXXXXXXX gerou uma série de prejuízos ao demandante, inclusive a dificuldade para
realizar empréstimos, além de fazer com o baixo valor do empréstimo fizesse com que este não
conseguisse honrar seus compromissos.

Enfim, o que merece destaque é que a autor NÃO estava em XXXXXXX no


dia XX.XX.20XX e NÃO realizou nenhuma compra no estabelecimento da empresa requerida.

Por esta razão que o requerente vem a juízo pleitear a retirada da


inscrição referente a XXXXXXXXXXXXXXXXX, assim como a condenação da mesma a título de
Danos Morais, tendo em vista que a inscrição no rol dos inadimplentes gerou uma série de
prejuízos para o autor.

2. DAS PRELIMINARES

2.1. Da Retirada do Nome do Requerente do Rol dos Cadastros dos


Devedores com relação a Empresa Demandada e da Inversão do Ônus da Prova

Noutro sentir, vem o requerente respeitosamente pleitear de forma


liminar a retirada do seu nome do rol de inadimplentes com relação a NOME DA EMPRESA, assim
como a inversão do ônus da prova, tendo em vista a verossimilhança de suas alegações e a sua
flagrante hipossuficiência.

A verossimilhança é mais que um indício de prova, tem uma aparência de


verdade. Por outro lado, a hipossuficiência é a diminuição de capacidade da pessoa, diante da
situação de vantagem econômica da empresa fornecedora.

No caso em tela resta evidente que houve um equívoco por parte da


demandada ao inscrever o nome do autor do cadastro de inadimplentes. E tal assertiva mostra-
se verdadeira na medida em que resta claro que na época da suposta compra o auto estava
laborando em XXXXXXXXXXXXX, assim como estudando no período noturno.

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Por conseguinte, respeitosamente requer seja o nome da autora retirado


do cadastro de inadimplentes, SOMENTE no que concerne a empresa ora demanda, sob pena de
fixação de multa diária.

A questão do ônus da prova, por sua vez, também é de relevante


importância, visto que a sua inobservância pode vir a acarretar prejuízos aos que dela se sujeitam.

Levando-se a efeito o disposto no artigo 333 do Código de Processo Civil,


provas são os elementos através dos quais as partes tentam convencer o Magistrado da
veracidade de suas alegações, seja o autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, seja o réu
quanto ao fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Lembrando que estas
deverão ser indicadas na primeira oportunidade de se falar aos autos, ou seja, petição inicial e
contestação.

Tecidas tais considerações, reportemo-nos ao Processo Civil em que só


ocorre a inversão quando, a critério do juiz, se for verossímil a alegação, ou quando for a parte
hipossuficiente, constatando-se a inversão do “onus probandi”.

O art. 6º do CDC, por sua vez, refere que são direitos básicos do
consumidor “a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo regras ordinárias de experiências”.

Da exegese do artigo vislumbra-se que para a inversão do ônus da prova


se faz necessária a verossimilhança da alegação, conforme o entendimento do Juiz, ou a
hipossuficiência do autor.

Portanto, são 02 (duas) as situações, presentes no artigo em tela, para a


concessão da inversão do ônus da prova, quais sejam: a verossimilhança e (ou) a hipossuficiência.

A relevância da inversão do ônus da prova está em fazer com que a


pessoa de boa-fé torne-se mais consciente de seus direitos e o fornecedor mais responsável e
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garantidor dos bens que põe no comércio, assim como as compras que de fato são efetivadas em
seu estabelecimento comercial.

Nesse sentido é o entendimento do Tribunal de Justiça do Estado do Rio


Grande do Sul, conforme veremos:

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. COBRANÇA


INDEVIDA. INSCRIÇÃO INDEVIDA. DANO MORAL
CONFIGURADO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA
OPERADORA LOCAL DE TELEFONIA COM A OPERADORA DE
LONGA DISTÂNCIA. I. Aplica-se ao caso a inversão do ônus
da prova, conforme art. 6º, VIII, do Código de Defesa do
Consumidor, visto que há relação de consumo. II. À ré
incumbia a demonstração dos fatos modificativos,
extintivos ou impeditivos do direito do autor, nos termos do
art. 333, II, do CPC, ônus do qual não se desincumbiu. III. A
inscrição em cadastros de inadimplentes decorrente de
débito cuja regularidade não foi comprovada é conduta ilícita
geradora de dano moral. (...) (Apelação Cível Nº
70030166128, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 27/08/2009)

Portanto, haja vista a existência da verossimilhança das alegações da


requerente e da existência da hipossuficiência da mesma, esta faz jus a inversão do ônus da prova
a seu favor, assim como a retirada do seu nome do cadastro de inadimplentes, SOMENTE no que
concerne a NOME DA EMPRESA, o que desde já requer.

3. DO MÉRITO
3.1 Do Direito

Com relação ao mérito, a pretensão da demandante encontra guarida na


Constituição Federal de 1988, no Código Civil de 2002 e, principalmente, no Código de Defesa do
Consumidor.

O art. 931 do Código Civil estabelece que “ressalvados outros casos


previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem
independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação”.

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O art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, em raciocínio


análogo dispõe que “o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o
importador, respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização ou riscos”.

Da simples leitura dos supramencionados artigos, conclui-se que a


responsabilidade das empresas prestadoras de serviço quando causadores de danos é puramente
objetiva, isto é, ocorre independentemente de culpa desta.

A responsabilidade civil objetiva tem como fundamento o risco e consiste


na obrigação de indenizar o dano produzido por atividade exercida no interesse do agente e sob
seu controle, sem que haja qualquer indagação sobre o comportamento do lesante, fixando-se no
elemento objetivo, isto é, na relação de causalidade entre o dano e a conduta de seu causador 1.

Os referidos artigos servem apenas para elucidar a espécie de


responsabilidade da empresa ré, tendo em vista que através dos documentos juntados aos autos
resta evidente que esta decaiu em culpa ao lesar o autor em decorrência de um equívoco quanto
a suposta compra que NUNCA ocorreu.

Todavia, tendo o Código de Defesa do Consumidor adotado o sistema de


responsabilidade objetiva, é salutar a existência de uma teoria unitária, fundada essencialmente
no que o consumidor mais deseja: qualidade e responsabilidade.

Por todo o exposto, é medida que se impõe o imediato cancelamento do


registro no cadastro de inadimplentes, devendo a cobrança indevidas referente a NOME DA
EMPRESA ser cancelada e, posteriormente, rescindido o mencionado contrato, com a devida
indenização por danos morais.

1
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, pág. 49.
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3.2. Do Flagrante Dano Moral

Quanto aos Danos Morais, mister salientar que serão indenizáveis as


invectivas que efetivamente atingem e aviltam a intimidade, a vida privada, a honra, a dignidade e
a imagem da pessoa.

No caso sub judice, além do abalo por ter sido negada a compra de
produtos em duas lojas e por ter que procurar esclarecer o que de fato estava acontecendo, o
requerente também restou prejudicado na medida em que teve a necessidade de realizar um
empréstimo com a empresa XXXXXXXXXX, sendo que lhe foi fornecido um valor ínfimo justamente
por estar inscrito no SPC.

O que deve ficar claro é que a inscrição promovida pela loja XXXXXXX
gerou uma série de prejuízos a demandante, inclusive a dificuldade para realizar empréstimos,
além de fazer com o baixo valor do empréstimo fizesse com que este não conseguisse honrar seus
compromissos.

Com relação a configuração do Dano Moral nas relações de consumo,


existe uma vasta legislação que regula essa matéria, inclusive de ordem constitucional,
justamente para restringir a atuação das empresas quando se deparam em contratos com
consumidores hipossuficientes.

A Constituição Federal dispõe em seu art. 5º, inciso X que “são invioláveis
a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

O Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, expressa que são direitos
básicos do consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos e o acesso aos órgãos judiciários e administrativos,com vistas à
prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais (...)”.

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O art. 6º, VI do CDC autorizou a reparação efetiva de quaisquer danos,


não discriminando o dever de reparar dano moral ou patrimonial. Tanto o vício por inadequação
ou por quantidade pode causar dano de ordem moral, como ocorre no caso em tela, onde houve
um erro grosseiro de adequação de seus serviços ao cancelar o contrato e continuar durante
quase meio ano enviando os boletos com ameaça de inserção em órgão de proteção ao crédito.

Ademais, no vertente caso esta configurado o dano chamado “in re ipsa”.


Este tipo de dano deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a
ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma presunção natural que decorre
das regras de experiência comum.

Neste caso, a obrigação emana do fato da empresa ter lançado em nome


do requerente uma compra sem que O mesma jamais a tivesse efetuado. Por conseguinte,
provado o fato básico, isto é, o ponto de apoio, provado está o dano, suporte fático do dever de
reparar o dano.

Por conseguinte, por ter havido um profundo desgaste por parte do


consumidor, além de não ter sido seu problema resolvido até o presente momento, mister que
exista uma condenação com o intuito de inibir a requerida a agir desta maneira com outros
clientes.
Nesse sentido entendem os Tribunais:

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. INSCRIÇÃO DO


NOME NO SERASA POR DÍVIDA INEXISTENTE. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
RAZOABILIDADE. 1. A indevida inscrição do nome da consumidora nos
cadastros de proteção ao crédito ultrapassa o mero dissabor, gerando
inconteste abalo moral e justificando a reparação do dano daí decorrente
e oriundo do agir indiligente da prestadora de serviços. 2. Na fixação da
indenização pelo dano moral cabe ao juiz nortear-se pelo princípio da
razoabilidade, estabelecendo-a em valor nem tão grande que se converta
em fonte de enriquecimento, nem tão pequena que se torne inexpressiva.
3. Em decorrência do princípio da causalidade aquele que deu causa à
propositura da ação deve responder pelos honorários advocatícios.
Recurso da ré desprovido, provido o apelo adesivo da autora. (TJ-SP - APL:
00143239820128260451 SP 0014323-98.2012.8.26.0451, Relator: Felipe
Ferreira, Data de Julgamento: 22/09/2014, 26ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 23/09/2014)

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APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - DÍVIDA


INEXISTENTE - INSCRIÇÃO INDEVIDA NO CADASTRO DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO - SPC/SERASA - DEVER DE INDENIZAR - RESPONSABILIDADE
OBJETIVA - VALORAÇÃO DO DANO - RAZOABILIDADE. A inscrição do nome
do consumidor em cadastro desabonador ao crédito, em razão de dívida
inexistente, constitui causa de dano moral puro, gerador do dever de
indenizar, o qual não depende da existência de reflexos patrimoniais, nem
da prova dos incômodos sofridos. Ao fixar valor da indenização deve-se ter
em conta as condições do ofendido, do ofensor e do bem jurídico lesado.
A indenização deve proporcionar à vítima satisfação na justa medida do
abalo sofrido, sem enriquecimento ilícito, produzindo, no causador do mal,
impacto suficiente para dissuadi-lo de igual e semelhante atentado. (TJ-
MG - AC: 10515100010963001 MG , Relator: Newton Teixeira Carvalho,
Data de Julgamento: 22/05/2014, Câmaras Cíveis / 13ª CÂMARA CÍVEL,
Data de Publicação: 30/05/2014)

RESPONSABILIDADE CIVIL. BANCO. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SPC. DÍVIDA


INEXISTENTE. DANOS MORAIS IN RÉ IPSA. QUANTUM INDENIZATÓRIO
ADEQUADO AOS FINS QUE SE PRESTA. SENTENÇA MANTIDA. NEGADO
SEGUIMENTO AO RECURSO. (Recurso Cível Nº 71003712122, Primeira
Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Carlos Eduardo Richinitti,
Julgado em 23/08/2012) (TJ-RS - Recurso Cível: 71003712122 RS , Relator:
Carlos Eduardo Richinitti, Data de Julgamento: 23/08/2012, Primeira
Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
18/09/2012)

Em assim sendo, postula a condenação da ré no que se refere aos Danos


Morais causados ao autor.

3.3 .Do Quantum Debeatur

O Dano Moral é aquela ação ou omissão que afeta a paz interior de cada
um. Atinge o sentimento de cada pessoa, a paciência, o bem-estar, a honra, enfim, tudo aquilo
que não tem valor econômico, mas que lhe cause angústia, transtorno, que tira sua tranqüilidade.

Por isto, lesados os direitos de personalidade do consumidor e sendo


responsabilizados objetivamente os causadores, é corolário lógico a indenização pelo dano moral.

A indenização por dano moral, portanto, tem caráter satisfativo-punitivo.


Satisfativo quando a verba condenatória satisfaz a vítima de forma plena, isto é, o quantum é

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adequado e efetivo; punitivo quando a condenação seja suficiente a dissuadir o ofensor de novas
ações ilícitas2.

Fazendo um balanceamento dessas duas características, devemos chegar


a um quantum, que no presente caso deverá seguir a concepção subjetiva, isto é, deve haver uma
aferição in concreto, a qual visa avaliar, concretamente, a satisfação na busca dos prejuízos reais
alegados pela vítima.

Para ter uma base do valor que deve ser imputado a ré, necessário tomar
como parâmetro a jurisprudência adotada pela Justiça em todo o país, em casos idênticos ao que
ora se discute:

JUIZADO ESPECIAL. REPARAÇAO CIVIL. DANO MORAL. CÓDIGO DE DEFESA


DO CONSUMIDOR. CONTRATO FRAUDULENTO. DÍVIDA INEXISTENTE. SPC.
INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DE TERCEIRO. DANO MORAL IN RE IPSA.
INDENIZAÇÃO DEVIDA. ARBITRAMENTO. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDAE. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
(...)
3.A FIXAÇÃO DA INDENIZAÇÃO SEGUNDO OS REQUISITOS ESTABELECIDOS
PELA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA NÃO ENSEJA MODIFICAÇÃO EM SEDE
DE REVISÃO. ADEMAIS, O VALOR ARBITRADO (R$ 5.000,00) ESTÁ MUITO
AQUÉM DOS 50 SALÁRIOS MÍNIMOS ESTABELECIDOS COMO O TETO
MÁXIMO PARA HIPÓTESES SEMELHANTES. 4.RECURSO CONHECIDO E NÃO
PROVIDO. 5.DECISÃO PROFERIDA NA FORMA DO ART. 46 DA LEI 9.099/95,
SERVINDO A EMENTA COMO ACÓRDÃO. 6.CONDENO O RECORRENTE NO
PAGAMENTO DAS CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, OS QUAIS FIXO
EM 10 % (DEZ POR CENTO) DO VALOR DA CONDENAÇÃO. (TJ-DF - ACJ:
20131110026797 DF 0002679-17.2013.8.07.0011, Relator: LUÍS GUSTAVO
B. DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 22/10/2013, 1ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, Data de Publicação: Publicado
no DJE : 30/10/2013 . Pág.: 245)

Em assim sendo, por todos os prejuízos que foram demonstrados e


provados pelo demandante, postula a fixação dos Danos Morais no montante de R$ 5.000,00
(cinco mil reais) reais, evitando assim que a empresa pratique novamente fatos análogos e
satisfaça os dissabores experimentados pelo demandante.

2
CARNEIRO, Odete. Da responsabilidade civil por vício do produto e serviço, pág. 37.
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4. Dos Pedidos

Diante do exposto, respeitosamente requer a Vossa Excelência o que


segue:
Liminarmente:

1. a retirada do seu nome do cadastro de inadimplentes, no que


concerne a NOME DA EMPRESA.

No Mérito:

a) Seja determinada a citação da requerida, na pessoa de seu


representante legal, para que conteste, se for caso, a presente ação,
sob pena de revelia;

b) Seja determinada a inversão do ônus da prova e a retirada do nome


do autor do rol dos inadimplentes no que concerne a NOME DA
EMPRESA;

c) Seja determinada a produção de todos os meios de provas em direito


admitidos, em especial o envio de OFÍCIO ao SPC para que informe a
situação do autor desde o ano de 20XX, com o intuito de demonstrar
que o autor restou inscrito de forma equivocada no rol dos
inadimplentes;

d) Ao final, seja julgada totalmente procedente a presente ação, para


condenar a ré a título de Danos Morais no montante de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), assim como seja confirmada a liminar acima
postulada;

e) Seja ainda, a ré condenada ao pagamento das custas e honorários


sucumbenciais.

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f) A concessão do benefício previsto no artigo 6°, inciso VIII do CDC, no


que tange à inversão do ônus da prova, em favor do Requerente;

g) Requer ainda, a produção de prova por todos os meios em direito


admitidas, especialmente documental, bem como pelo depoimento
pessoal do representante legal da Ré e outras que se fizerem
necessárias.

h) Em tempo, requer sejam cadastrados no registro deste processo no


sistema o procurador XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, OAB/ESTADO
XXX.XXX, expedindo-se todas intimações em nome deste, sob pena de
nulidade.

Dá a causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Termos em que pede deferimento.

CIDADE, DATA

ADVOGADO
OAB

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