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BANCO CENTRAL 15/09

Índice Knewin Monitoring

Valor Econômico | Nacional (Capa - 15/09/2020)


Capa do Dia 12

Valor Econômico | Nacional (Empresas - 15/09/2020)


Rumo antecipa hoje R$ 5,1 bi em outorgas à União 13

Valor Econômico | Nacional (Política - 15/09/2020)


Seminário mostra falta de diálogo entre Maia e Guedes sobre tributária 14

Valor Econômico | Nacional (Política - 15/09/2020)


Andrea Jubé - Dom Quixote contra a reforma tributária 15

Valor Econômico | Nacional (Brasil - 15/09/2020)


Cerco avança sobre Amazônia e agricultura 16

Valor Econômico | Nacional (Brasil - 15/09/2020)


Com novas regras, venda de armas em 2020 já supera a de todo o ano passado 17

Valor Econômico | Nacional (Política - 15/09/2020)


Turma do STJ julga recurso de Flávio Bolsonaro 18

Valor Econômico | Nacional (Política - 15/09/2020)


Bolsonaro efetiva Pazuello; Segurança pode não sair 19

Valor Econômico | Nacional (Brasil - 15/09/2020)


IBC-Br tem alta modesta, mas 3º tri deve ser forte 20

Valor Econômico | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Pautas espinhosas e divisão no Supremo desafiam Fux 21

Valor Econômico | Nacional (Brasil - 15/09/2020)


‘Identidade digital única’ está a caminho, afirma secretário 22

Valor Econômico | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Por Dalton Luiz Dallazem - Pode o Brasil adotar o modelo dos EUA de tributar renda? 23

Valor Econômico | Nacional (Empresas - 15/09/2020)


Anatel mantém na Justiça cálculo de concessões 24

Valor Econômico | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Francisco Gaetani e Virgilio Almeida - A nova geopolítica digital e o Brasil 25

Valor Econômico | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Por Rana Foroohar - Alimentos, próxima crise ‘subprime’ 26
Valor Econômico | Nacional (Empresas - 15/09/2020)
Governo Trump vai analisar acordo da Oracle com TikTok esta semana 27

Valor Econômico | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Cartas de Leitores 28

Valor Econômico | Nacional (Legislação & Tributos - 15/09/2020)


Recuperação extrajudicial de empresas 29

Valor Econômico | Nacional (Especial - 15/09/2020)


Falta política pública para o turismo no Rio, diz Roberto Medina 30

Valor Econômico | Nacional (Finanças - 15/09/2020)


Mercado exige prêmio maior por títulos públicos 31

Valor Econômico | Nacional (Finanças - 15/09/2020)


Ibovespa sobe e dólar tem baixa com exterior positivo e IBC-Br 32

Valor Econômico | Nacional (Finanças - 15/09/2020)


Wall Street começa a semana em alta após sequência de perdas 33

Valor Econômico | Nacional (Finanças - 15/09/2020)


Bradesco cria carteira para ‘bancarizar’ e integrar serviços 34

Valor Econômico | Nacional (Finanças - 15/09/2020)


Retomada da economia depende de compromisso fiscal, afirma Citi 35

Valor Econômico | Nacional (Finanças - 15/09/2020)


Brandão deve assumir BB a partir do dia 21 36

Valor Econômico | Nacional (Finanças - 15/09/2020)


BNDES poderá emitir LCA para reforçar crédito ao agronegócio 37

Valor Econômico | Nacional (Finanças - 15/09/2020)


Fed se reúne sob pressão após mudar estratégia para inflação 38

Valor Econômico | Nacional (Valor Investe - 15/09/2020)


Número de ‘day traders’ dobra no ano 39

Valor Econômico | Nacional (Valor Investe - 15/09/2020)


Daniel Pegorini - Crédito privado: oportunidade e estímulo a economia 40

O Estado de S. Paulo | Nacional (Capa - 15/09/2020)


Capa do Dia 41
O Estado de S. Paulo | Nacional (Política - 15/09/2020)
Servidor candidato pode custar R$ 1 bi 42

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Por Renda Brasil, equipe econômica quer congelar aposentadorias e pensões 44

O Estado de S. Paulo | Nacional (Espaço Aberto - 15/09/2020)


Em defesa da autonomia das universidades 47

O Estado de S. Paulo | Nacional (Espaço Aberto - 15/09/2020)


Aprimorar a parceria com as Santas Casas é vital para o SUS 49

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


ANA CARLA ABRÃO - Pegadinha? 51

O Estado de S. Paulo | Nacional (Notas e Informações - 15/09/2020)


O evangelho bolsonarista 53

O Estado de S. Paulo | Nacional (Notas e Informações - 15/09/2020)


Férias de dois meses 55

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Câmara poupa R$ 440 mi com reforma 57

O Estado de S. Paulo | Nacional (Notas e Informações - 15/09/2020)


Concessão descabida 59

O Estado de S. Paulo | Nacional (Notas e Informações - 15/09/2020)


Fórum dos Leitores 61

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Governo estuda como 'imunizar igrejas de tributos 63

O Estado de S. Paulo | Nacional (Política - 15/09/2020)


ELIANE CANTANHÊDE : E se Joe Biden vencer? 66

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


DEMI GETSCHKO - Presságios e alertas 68

O Estado de S. Paulo | Nacional (Política - 15/09/2020)


Maioria dos partidos indica apoio ao fim da reeleição 70

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Bradesco lança carteira digital para atrair os 'sem banco 72
O Estado de S. Paulo | Nacional (Política - 15/09/2020)
COLUNA DO ESTADÃO - Celso Russomanno e a agenda de Bolsonaro 74

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


TikTok se alia à Oracle para seguir nos EUA 76

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


coluna do broadcast 77

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Editorial Econômico - Desemprego na OCDE diminui, mas ainda é alto 79

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


BERNARD APPY - Os municípios na reforma tributária 80

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


PEDRO FERNANDO NERY - O auditor de costumes 82

O Estado de S. Paulo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Prévia do PIB do BC tem alta de 2,15% em julho 84

O Estado de S. Paulo | Nacional (Especial - 15/09/2020)


DIRETO DA FONTE 86

Folha de S. Paulo | Nacional (CAPA - 15/09/2020)


Capa do Dia 88

Folha de S. Paulo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Um degrau abaixo 89

Folha de S. Paulo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Frente de devastação 91

Folha de S. Paulo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Vida em Vênus? 92

Folha de S. Paulo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Lula não pode ser 'cancelado' 93

Folha de S. Paulo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Pelé não é o Pantera Negra 94

Folha de S. Paulo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Stalin em Ipanema 95
Folha de S. Paulo | Nacional (Tendência e Debates - 15/09/2020)
Desafios para o país nopós-pandemia 97

Folha de S. Paulo | Nacional (Tendência e Debates - 15/09/2020)


Outro mundo é necessário; outro Brasil é preciso 99

Folha de S. Paulo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


PAINEL DO LEITOR 101

Folha de S. Paulo | Nacional (Poder - 15/09/2020)


PAINEL 103

Folha de S. Paulo | Nacional (Poder - 15/09/2020)


Celso Russomano se declara candidato em SP com apoio de Bolsonaro 105

Folha de S. Paulo | Nacional (Cotidiano - 15/09/2020)


Com troca de comando, Polícia Rodoviária Federal ganha afagos de Bolsonaro 110

Folha de S. Paulo | Nacional (Saúde - 15/09/2020)


Etiqueta sexual na infância 113

Folha de S. Paulo | Nacional (Saúde - 15/09/2020)


Elegemos o ensino a mais dispensável das atividades 115

Folha de S. Paulo | Nacional (Poder - 15/09/2020)


Preconceito anacrônico 117

Folha de S. Paulo | Nacional (Ciência - 15/09/2020)


Atuou em prol da justiça e da igualdade aos vulneráveis 119

Folha de S. Paulo | Nacional (Mercado - 15/09/2020)


Governo quer cortar R$ 10 bi em auxílio para idosos e pobres com deficiência 121

Folha de S. Paulo | Nacional (Mercado - 15/09/2020)


Inflação é maior para o pobre do que para o rico 124

Folha de S. Paulo | Nacional (Mercado - 15/09/2020)


PAINEL S.A. 125

Folha de S. Paulo | Nacional (Mercado - 15/09/2020)


Evangélicos e oposição veem votos para derrubar veto a dívidas de igrejas 127

Folha de S. Paulo | Nacional (Mercado - 15/09/2020)


Bolsa avança 1,94%, e dólar cai para R$ 5,276 131
Folha de S. Paulo | Nacional (Mercado - 15/09/2020)
Em ritmo menor, atividade cresce 2,15% em julho, diz BC 132

Folha de S. Paulo | Nacional (Mercado - 15/09/2020)


PIB dos países do G20 tem queda recorde de 6,9% no 2- trimestre 133

Folha de S. Paulo | Nacional (Mercado - 15/09/2020)


Redução drástica no funcionalismo pode gerar quase R$ 2 tri 134

Folha de S. Paulo | Nacional (Agrofolha - 15/09/2020)


Mauro Zafalon - Apesar do preço recorde, 71% da venda de arroz fica abaixo do custo de 135
produção

Folha de S. Paulo | Nacional (Mercado - 15/09/2020)


Cecília Machado - Data venia 137

Folha de S. Paulo | Nacional (Ilustrada - 15/09/2020)


MÔNICA BERGAMO 139

Folha de S. Paulo | Nacional (Ilustrada - 15/09/2020)


Manuela Cantuária - Postando na pandemia 141

Folha de S. Paulo | Nacional (Ilustrada - 15/09/2020)


João Pereira Coutinho - Quatro exigências e um funeral 143

O Globo | Nacional (Capa - 15/09/2020)


Capa do Dia 145

O Globo | Nacional (Sociedade - 15/09/2020)


A HORA DA CIÊNCIA - Covid-19 e seus enigmas 146

O Globo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


MÍRIAM LEITÃO - Política externa contra o Brasil 148

O Globo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Indicador de atividade do BC avança 2,15% em julho 150

O Globo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Fundeb impede maior transferência para estados 151

O Globo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Governo precisa cortar gastos para manter teto 152

O Globo | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Despesas com servidor podem cair R$ 1,7 trilhão em 20 anos 154
O Globo | Nacional (Economia - 15/09/2020)
PENSE GRANDE 156

O Globo | Nacional (Segundo Caderno - 15/09/2020)


PATRÍCIA KOGUT 159

O Globo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


As relações perigosas de Crivella 161

O Globo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Bolsonaro avança no projeto de demolir a diplomacia brasileira 163

O Globo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


MERVAL PEREIRA - A política por trás 164

O Globo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


CARLOS ANDREAZZA - De mal (Toffoli) a pior (Fux)? 166

O Globo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


JOSÉ CASADO - Nova maioria bolsonarista 168

O Globo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


CLÁUDIO FRISCHTAK - O longo prazo 169

O Globo | Nacional (País - 15/09/2020)


2020, DE OLHO EM 2022 171

O Globo | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


BERNARDO MELLO FRANCO - Diplomacia da submissão 173

O Globo | Nacional (Rio - 15/09/2020)


ANCELMO GOIS 174

O Globo | Nacional (Rio - 15/09/2020)


PARA INSPIRAR OS CANDIDATOS 177

O Globo | Nacional (Segundo Caderno - 15/09/2020)


LEO AVERSA - Vax in Rio 181

O Globo | Nacional (Mundo - 15/09/2020)


ONU alerta para crescente influência militar no Brasil 183

Correio Braziliense | Nacional (Capa - 15/09/2020)


Capa do Dia 185
Correio Braziliense | Nacional (Política - 15/09/2020)
Guedes rejeita fundo; Maia, a CPMF 186

Correio Braziliense | Nacional (Política - 15/09/2020)


Dívida das igrejas, um pecado menor 188

Correio Braziliense | Nacional (Política - 15/09/2020)


ONU vê excesso de militares no governo 190

Correio Braziliense | Nacional (Política - 15/09/2020)


Nas entrelinhas 192

Correio Braziliense | Nacional (Política - 15/09/2020)


TCU reprova 7 mil gestores 194

Correio Braziliense | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Aposentados podem pagar pelo Renda Brasil 196

Correio Braziliense | Nacional (Economia - 15/09/2020)


Economia incerta com reforma 198

Correio Braziliense | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Sem jeitinhos 200

Correio Braziliense | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Hábito da leitura 201

Correio Braziliense | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Mão grande 202

Correio Braziliense | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


1920: um rei na capital federal 204

Correio Braziliense | Nacional (Opinião - 15/09/2020)


Quando o futuro chega sem avisar 206

Band (SP) | São Paulo (Noticias - 14/09/2020)


BC está lançando cédula de 200 208

Record (SP) | Nacional (Jornal da Record - 14/09/2020)


TCU entregou ao TSE uma lista com 7 mil nomes 209

Record News (SP) | Nacional (Boletim JR - 15/09/2020)


Prévia do PIB tem alta de 2,15% em julho 210
TV Justiça | Rio de Janeiro (Noticias - 14/09/2020)
TCU entrega lista de gestores irregulares 211

Globo News | Nacional (Edição das 10h - 14/09/2020)


Prévia do PIB aponta queda acumulada de 5,77% em 2020 212

Globo News | Nacional (Edição das 18h - 14/09/2020)


BC lança prévia do PIB 214

Multclipp | Nacional (Noticias - 15/09/2020)


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Valor Econômico/Nacional - Capa
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Capa do Dia

Capa do Dia

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Capa do Dia

12
Valor Econômico/Nacional - Empresas
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

Rumo antecipa hoje R$ 5,1 bi em outorgas à União

Autor: Daniel Rittne

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -


TCU, Banco Central - Perfil 2 - Tribunal de Contas da
União, Banco Central - Perfil 3 - TCU, Banco Central -
Perfil 3 - Tribunal de Contas da União

13
Valor Econômico/Nacional - Política
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto

Seminário mostra falta de diálogo entre Maia e Guedes sobre tributária

Autor: Lu Aiko Otta e Raphael Di Cunto De Brasília

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Produto Interno Bruto, Banco Central - Perfil 1 - Paulo
Guedes

14
Valor Econômico/Nacional - Política
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Andrea Jubé - Dom Quixote contra a reforma tributária

Autor: Andrea Jubé

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 1 - Paulo
Guedes

15
Valor Econômico/Nacional - Brasil
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Cerco avança sobre Amazônia e agricultura

Autor: Assis Moreira

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

16
Valor Econômico/Nacional - Brasil
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

Com novas regras, venda de armas em 2020 já supera a de todo o ano


passado

Autor: Alessandra Saraiva e Gabriel Vasconcelos

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Ipea

17
Valor Econômico/Nacional - Política
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - COAF

Turma do STJ julga recurso de Flávio Bolsonaro

Autor: Luísa Martins e Isadora Peron De Brasília

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


COAF

18
Valor Econômico/Nacional - Política
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Bolsonaro efetiva Pazuello; Segurança pode não sair

Autor: Fabio Murakawa e Marcelo Ribeiro De Brasília

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Banco Central, Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Bacen, Banco
Central - Perfil 2 - Banco Central, Banco Central - Perfil
3 - Banco Central, Banco Central - Perfil 3 - Banco
Central do Brasil

19
Valor Econômico/Nacional - Brasil
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

IBC-Br tem alta modesta, mas 3º tri deve ser forte

Autor: Anaïs Fernandes e Estevão Taiar

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Banco Central, Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Bacen, Banco
Central - Perfil 2 - Banco Central, Banco Central - Perfil
3 - Banco Central, Banco Central - Perfil 3 - Banco
Central do Brasil

20
Valor Econômico/Nacional - Opinião
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Pautas espinhosas e divisão no Supremo desafiam Fux

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

21
Valor Econômico/Nacional - Brasil
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - Reforma Administrativa

‘Identidade digital única’ está a caminho, afirma secretário

Autor: Fabio Graner

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -


Reforma Administrativa

22
Valor Econômico/Nacional - Opinião
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Por Dalton Luiz Dallazem - Pode o Brasil adotar o modelo dos EUA de
tributar renda?

Autor: Por Dalton Luiz Dallazem

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

23
Valor Econômico/Nacional - Empresas
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

Anatel mantém na Justiça cálculo de concessões

Autor: Rafael Bitencourt

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -


TCU, Banco Central - Perfil 2 - Tribunal de Contas da
União, Banco Central - Perfil 3 - TCU, Banco Central -
Perfil 3 - Tribunal de Contas da União

24
Valor Econômico/Nacional - Opinião
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Francisco Gaetani e Virgilio Almeida - A nova geopolítica digital e o


Brasil

Autor: Francisco Gaetani e Virgilio Almeida

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

25
Valor Econômico/Nacional - Opinião
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Por Rana Foroohar - Alimentos, próxima crise ‘subprime’

Autor: Por Rana Foroohar

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

26
Valor Econômico/Nacional - Empresas
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Steven Mnuchin

Governo Trump vai analisar acordo da Oracle com TikTok esta semana

Autor: Demetri Sevastopulo e James Fontanella-Khan

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Steven Mnuchin

27
Valor Econômico/Nacional - Opinião
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Cartas de Leitores

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Banco Central, Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Bacen, Banco
Central - Perfil 2 - Banco Central, Banco Central - Perfil
3 - Banco Central, Banco Central - Perfil 3 - Banco
Central do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Copom

28
Valor Econômico/Nacional - Legislação & Tributos
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Recuperação extrajudicial de empresas

Autor: Jorge Lobo

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

29
Valor Econômico/Nacional - Especial
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - Gestão Pública

Falta política pública para o turismo no Rio, diz Roberto Medina

Autor: Bruno Villas Bôas e Francisco Góes Do Rio

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -


Gestão Pública

30
Valor Econômico/Nacional - Finanças
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Mercado exige prêmio maior por títulos públicos

Autor: Victor Rezende De São Paulo

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Banco Central, Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Bacen, Banco
Central - Perfil 1 - Selic, Banco Central - Perfil 2 - Banco
Central, Banco Central - Perfil 3 - Banco Central, Banco
Central - Perfil 3 - Banco Central do Brasil

31
Valor Econômico/Nacional - Finanças
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Ibovespa sobe e dólar tem baixa com exterior positivo e IBC-Br

Autor: Marcelo Osakabe, Marcelle Gutierrez e Victor


Rezende De São Paulo

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Banco Central, Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Bacen, Banco
Central - Perfil 1 - Fed, Banco Central - Perfil 1 - Federal
Reserve, Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno
Bruto, Banco Central - Perfil 1 - Selic, Banco Central -
Perfil 2 - Banco Central, Banco Central - Perfil 3 - Banco
Central, Banco Central - Perfil 3 - Banco Central do
Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Copom

32
Valor Econômico/Nacional - Finanças
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Bolsa de Valores

Wall Street começa a semana em alta após sequência de perdas

Autor: Gabriel Roca, André Mizutani e Rafael Vazquez


De São Paulo

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Bolsa de Valores, Banco Central - Perfil 1 - Produto
Interno Bruto

33
Valor Econômico/Nacional - Finanças
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Bradesco cria carteira para ‘bancarizar’ e integrar serviços

Autor: Talita Moreira De São Paulo

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Banco Central, Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Bacen, Banco
Central - Perfil 2 - Banco Central, Banco Central - Perfil
3 - Banco Central, Banco Central - Perfil 3 - Banco
Central do Brasil

34
Valor Econômico/Nacional - Finanças
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

Retomada da economia depende de compromisso fiscal, afirma Citi

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Reforma da Previdência

35
Valor Econômico/Nacional - Finanças
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Brandão deve assumir BB a partir do dia 21

Autor: Fabio Graner De Brasília

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Banco Central, Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Bacen, Banco
Central - Perfil 2 - Banco Central, Banco Central - Perfil
3 - Banco Central, Banco Central - Perfil 3 - Banco
Central do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Paulo
Guedes, Banco Central - Perfil 1 - Roberto Campos
Neto

36
Valor Econômico/Nacional - Finanças
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

BNDES poderá emitir LCA para reforçar crédito ao agronegócio

Autor: Rafael Walendorff De Brasília

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Banco Central, Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
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Valor Econômico/Nacional - Finanças
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Fed se reúne sob pressão após mudar estratégia para inflação

Autor: James Politi e Colby Smith Financial Times

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38
Valor Econômico/Nacional - Valor Investe
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Selic

Número de ‘day traders’ dobra no ano

Autor: Weruska Goeking De São Paulo

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Selic

39
Valor Econômico/Nacional - Valor Investe
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Daniel Pegorini - Crédito privado: oportunidade e estímulo a economia

Autor: Daniel Pegorini

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Político-Econômico - Colunistas

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O Estado de S. Paulo/Nacional - Capa
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Capa do Dia

Capa do Dia

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Capa do Dia

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Capa do Dia

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O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - Reforma Administrativa

Servidor candidato pode custar R$ 1 bi

mais candidatos a vereador sejam lançados devido ao


fim das coligações proporcionais. Até 2018, a
distribuição das cadeiras no Legislativo levava em conta
votos obtidos pela coligação de que o partido fazia
parte. Agora, o cálculo é feito a partir da votação
recebida por partido, de forma isolada.

"Sabemos que a democracia tem custos, mas a questão


é: por que esse custo precisa ser tão grande?",
questionou Botelho. Para ele, trata-se de um problema
alguns conseguirem concorrer em uma condição mais
vantajosa do que outros. "Como estamos falando de
reforma administrativa nesse momento, talvez seja a
hora de repensar o privilégio de um servidor público
poder concorrer mantendo o salário durante o período",
disse.

O número pode ser maior, já que o levantamento levou


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em conta apenas os salários dos servidores no trimestre
Autor: Elizabeth Lopes Paulo Beraldo anterior à eleição, embora algumas funções públicas
permitam o afastamento por mais tempo.
Servidores públicos que tiram licença remunerada para
concorrer nas eleições podem custar até R$ 1 bilhão Os pesquisadores identificaram que, em 2016, os
para os cofres públicos, segundo estudo. Para chegar servidores públicos eram 16,7% dos candidatos -
ao número, o professor-doutor Fernando Botelho, da 82.614 num universo de 496 mil registros de
Faculdade de Economia da USP, e o cientista político candidaturas. Os salários deles somados correspondem
Humberto Dantas levantaram quanto o Estado gastou a 27% do total de dinheiro que circulou oficialmente no
com funcionários públicos que se candidataram em primeiro turno, estimado em R$ 2,5 bilhões, de acordo
2016 e traçaram uma projeção para este ano. com o estudo, e à metade do valor de doações de
pessoas físicas naquele ano.
Todo servidor que tem intenção de concorrer à eleição
deve se afastar do cargo três, quatro ou seis meses A cidade com mais candidatos servidores em 2016 foi
antes do pleito (o prazo depende da função que exerce Manaus: 262, ao custo de R$ 4,1 milhões. Em seguida
e do cargo a que está disputando). No período, segundo vem o Rio de Janeiro, com 248 - o custo foi de R$ 4,7
a legislação, ele continua recebendo os vencimentos de milhões. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País,
forma integral. A ideia da licença para atividade política, foram 165 os servidores candidatos em 2016. O custo
prevista na Lei da Inelegibilidade, é evitar que o foi de R$ 2,6 milhões.
emprego público dê alguma vantagem ao candidato.
"Não estamos questionando o direito de o funcionário
O estudo revela que, em 2016, a prática custou R$ 700 público se filiar a um partido e de disputar votos. Mas
milhões para o erário. Os pesquisadores avaliam que, manter seus vencimentos não é uma forma de financiar
para este ano, o montante deve ficar, pelo menos, R$ campanhas? Se tal fato ocorresse na iniciativa privada,
300 milhões maior em razão da probabilidade de que qual a chance de isso se configurar como financiamento
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
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Banco Central - Perfil 2 - Reforma Administrativa

empresarial de campanha? O que existe de diferente no


servidor público?", indaga o estudo.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -


Reforma Administrativa

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O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
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Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

Por Renda Brasil, equipe econômica quer congelar aposentadorias e


pensões

acima de um salário mínimo, não havendo uma regra


simples e direta. O benefício hoje sendo de R$ 1.300,
no ano que vem, ao invés de ser corrigido pelo INPC,
ele seria mantido em R$ 1.300. Não haveria redução,
haveria manutenção", disse.

Procurado pelo Estadão, o Ministério da Economia não


quis se manifestar.

Neste ano, o salário mínimo e todos os benefícios


atrelados a ele foram corrigidos em 4,7%. Já quem
recebe aposentadoria e pensão acima do piso teve
reajuste de 4,48%. Pela proposta da área econômica,
todos os benefícios previdenciários ficam congelados no
valor atual, independentemente da inflação ou do
aumento salarial do período.

Depois que o presidente Jair Bolsonaro disse não às


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mudanças no abono salarial (benefício de um até um
Autor: Adriana Fernandes salário mínimo pago a quem ganha até dois pisos), no
Farmácia Popular, que distribui gratuitamente remédio,
A área econômica do governo tenta emplacar a e no seguro-defeso (benefício pago aos pescadores no
aprovação no Congresso da desvinculação do salário período em que a atividade é proibida), o espaço
mínimo dos benefícios previdenciários e o orçamentário para irrigar recursos para o Renda Brasil,
congelamento, por dois anos, de aposentadorias e pensa- do para ser a marca social do governo, ficou
pensões para abrir espaço no Orçamento de 2021 ao mais difícil. A ideia é incluir a desvinculação das
Renda Brasil, programa que o presidente Jair Bolsonaro aposentadorias e pensões do salário mínimo na
quer criar até o final do ano para substituir o Bolsa Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do pacto
Família. Ao 'Estadão, o presidente da Câmara, Rodrigo federativo que tem como relator o senador Márcio Bittar
Maia (DEM-RJ), disse que concorda com o (MDB-AC).
congelamento, mas restrito a quem ganha mais de um
piso. Aliado do governo, Bittar quer apresentar o relatório
com o Renda Brasil ainda esta semana, mas já avisou
A medida atingiria tanto quem ganha um salário mínimo que só vai incluir se tiver o apoio do presidente. Tabelas
(hoje, em R$ 1.045), como quem recebe acima disso e da equipe econômica com os diferentes impactos da
permitiria, inclusive, benefícios menores que o piso - o medida foram encaminhadas ao relator. Waldery
que é proibido atualmente. A informação foi dada pelo Rodrigues disse que o congelamento está sendo
secretário especial de Fazenda do Ministério da debatido com os ministérios da Casa Civil e da
Economia, Waldery Rodrigues, ao G1. "A desindexação Cidadania, mas ponderou que Bolsonaro ainda não deu
que apoiamos diretamente é a dos benefícios o aval para enviar a medida ao Congresso.
previdenciários para quem ganha um salário mínimo e

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O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
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Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

A medida é polêmica por mexer com a renda dos "O benefício(da Previdência) hoje sendo de R$ 1.300,
aposentados, principalmente depois da reforma da no ano que vem, ao invés de ser corrigido pelo INPC,
Previdência, e ainda não tem consenso pela viabilidade ele seria mantido em R$ 1.300. Não haveria redução,
política. Lideranças políticas têm sinalizado, no entanto, haveria manutenção."
que a chance de aprovação aumenta porque a medida
de arrocho visa garantir mais recursos para a população Waldery Rodrigues
mais pobre do País.
SECRETÁRIO ESPECIAL DE FAZENDA DO
A favor. Rodrigo Maia disse que é favorável ao não MINISTÉRIO DA ECONOMIA
reajuste para quem ganha o benefício acima do salário
mínimo, por dois exercícios. Mas não concorda com a ENTREVISTA
desvinculação para quem recebe um salário mínimo de
aposentadoria, pensão ou outro benefício previdenciário Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados
(auxílio-doença e salário-família, por exemplo). Segundo
Maia, seria muito difícil aprovar a desvinculação para 'Isso abriria espaço fiscal nos próximos dois anos
quem ganha o piso e permitir benefícios menores.
O sr. defende congelar aposentadorias e pensões?
De acordo com o presidente da Câmara, congelar os
benefícios previdenciários para quem ganha acima do Acima do primeiro salário mínimo. Mas uma suspensão
mínimo abriria espaço de aproximadamente R$ 20 por dois anos para que possa ajudar a organização do
bilhões em 2021 e R$ 40 bilhões em 2022, pelo Orçamento público. Uma coisa provisória. Até porque
crescimento abaixo da inflação de despesas uma coisa permanente teria muita dificuldade em
previdenciárias vinculadas ao mínimo. Para Maia, essa passar. Os benefícios de um mínimo ficariam corrigidos.
medida é necessária para a manutenção do teto de É difícil passar. Tem que se construir o texto. Se o
gastos, regra constitucional que atrela o crescimento governo vai enviar isso ou não vai, é uma decisão do
das despesas à inflação. Outra medida que tem que ser governo pelo Senado. Isso abriria espaço fiscal nos
tomada para a preservação do mecanismo, segundo próximos dois anos para que tenhamos condições de
ele, é a redução da jornada e dos salários dos garantir o teto de gastos e resolver, no pós-pandemia, o
servidores públicos. problema dos informais e dos que ficaram fora do
mercado de trabalho e que vão precisar de uma renda.
Para o diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI),
Felipe Salto, dificilmente a questão da correção dos O sr. também defende a redução da jornada e dos
benefícios até um salário mínimo avançaria em um salários dos servidores?
contexto de distorções tremendas no RH do Estado."O
financiamento de medidas sociais adicionais, a exemplo Eu sempre defendi isso durante a pandemia. Hoje no
da Renda Brasil, pode requerer cortes de outros gastos. Brasil não pode, num momento de crise fiscal, reduzir o
Sob a vigência do teto de gastos, é o que tende a salário e a jornada do servidor (em função de decisão
acontecer. A questão é política. É importante, contudo, do STF).
começar as medidas de ajuste pelo andar de cima,
incluindo o combate aos privilégios que remanescem no Não é possível acionar medi- das de ajuste antes de o
serviço público", disse Salto, especialista em finanças teto de gastos estourar?
públicas.
Praticamente impossível. Na verdade os gatilhos
Manutenção deveriam estar vinculados a um porcentual antes de
chegar no estouro no teto. Não tem muito caminho a
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
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Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

não ser tentar resolver antes que chegue no limite de


estourar o teto de gastos. Nenhuma saída, como está
sendo colocada, vai resolver o problema. Apenas vai
gerar uma insegurança jurídica, política e econômica. É
melhor o Senado aprovar logo a PEC (que antecipa o
acionamento desses gatilhos) e encaminhar para a
Câmara para promulgar até o fim do ano. Para que
tenhamos dois anos de tranquilidade para que os efeitos
de aprovação das reformas tributária, administrativa e
previdenciária possam ser sentidos ao longo dos
próximos três a quatro anos.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Reforma da Previdência

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O Estado de S. Paulo/Nacional - Espaço Aberto
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Em defesa da autonomia das universidades

diminuíram em relação aos previstos pelo Estado. As


três universidades enfrentaram dificuldades financeiras,
superadas por medidas duras de contenção dos gastos.
No caso da USP, de 2015 a 2019 os repasses foram
reduzidos em 4,63% do previsto.

A instituição incentivou a demissão voluntária de 15%


do quadro total de servidores técnicos e administrativos
e também cortou 30% das despesas de custeio e de
investimentos. Em janeiro de 2020, depois de esforço
sistemático nos últimos seis anos, a USP conseguiu
recuperar o equilíbrio financeiro.

Assim, com a variação dos repasses, a universidade


necessita ter reserva financeira para sobreviver e supor
que ela represente superávit financeiro é não
compreender o funcionamento do sistema. Com a
autonomia, a instituição pode planejar a utilização
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otimizada dos recursos. Da mesma forma, a reserva
Autor: Vahan Agopyan financeira possibilita manter as atividades básicas em
períodos de crise, permitindo aos gestores replanejar o
A autonomia financeira conquistada pelas três trabalho.
universidades estaduais paulistas - USP, Unesp e
Unicamp - por meio do Decreto 29.598, de fevereiro de É importante ressaltar que, em razão da pandemia, o
1989, encontra, de tempos em tempos, resistência em efeito da redução da arrecadação refletiu-se
instâncias governamentais, resultado de informação imediatamente nos recursos recebidos pelas
incorreta ou insuficiente. universidades.

Há a impressão de que, com a autonomia, as No primeiro semestre deste ano, o valor repassado à
instituições podem gastar os recursos a seu bel-prazer. USP teve redução de R$ 494 milhões, 14,4% inferior ao
Ao contrário, os gestores têm a responsabilidade de orçado, obrigando-a a reprogramar suas atividades.
administrar as universidades com os recursos Como o comprometimento com os recursos humanos
disponíveis, o que inclui o pagamento dos salários dos (ativos e aposentados) era em torno de 85% antes da
ativos e dos aposentados. Como em qualquer pandemia, os gestores dispunham apenas da parcela
organização séria, as despesas devem ser compatíveis restante para fazer os reajustes e necessitaram fazer
com a receita. uso das reservas financeiras, já exauridas por quase
uma década de arrocho, bem como de receitas próprias,
Os recursos repassados às universidades estaduais que têm valor reduzido.
paulistas são 9,57% do que Estado arrecada com o
ICMS e a flutuação do imposto recolhido se reflete Somos acusados de reservar parcela das receitas para
diretamente nos repasses. Nos últimos anos, quando a bancar os recursos humanos, numa "ação corporativa".
arrecadação foi reduzida significativamente por causa Nessa observação há, pelo menos, três inverdades. A
da instabilidade na economia, os repasses mensais primeira é a suposta "generosidade" nos reajustes. De
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

2015 a 2019, enquanto a inflação acumulada foi de adotados. Acrescenta-se a isso o fato de o Estado
30,13% (IPC-Fipe), os reajustes acumulados somaram contar com a Fapesp, que assegura a possibilidade de
14,55%, menos da metade da inflação nesse realizar pesquisas de grande envergadura, sem riscos
quinquênio e aquém dos concedidos pelo próprio de descontinuidade.
governo do Estado para diversos setores. Esses
reajustes a menor foram decorrência da redução do "Excelência das públicas paulistas resulta de rígidos
ICMS no período e da responsabilidade das instituições princípios de governança e mérito"
de se adequarem aos ditames da autonomia.
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Há, também, suposição de que os salários são Econômico - Colunistas
elevados. Apenas a título de ilustração, um candidato
com o título de doutor pode concorrer a uma vaga de
professor doutor em dedicação exclusiva na USP, na
Unesp e na Unicamp para receber um salário bruto de
R$ 10.830,94. Parece elevado para a média brasileira,
mas esse é o valor pago a um profissional que
continuou estudando de oito a dez anos após sua
graduação, geralmente com pós-doutorado no País e no
exterior, e é inferior ao de seus colegas que
ingressaram em outras áreas do serviço público e ao
dos que atuam na iniciativa privada.

Por essa razão, vários jovens talentosos preferem


seguir carreira no exterior ou em universidades federais
ou particulares brasileiras. Curiosamente, nossas
coirmãs federais não têm autonomia total, os salários de
seus docentes são definidos e pagos diretamente pelo
governo Federal, mas com valores mais generosos.

Felizmente, a USP, pela tradição e infraestrutura para o


ensino e a pesquisa, ainda consegue atrair esses
talentos.

Mais um aspecto de crítica é que as universidades


estaduais paulistas reservam parcela muito grande das
receitas para os recursos humanos, cerca de 90% do
orçamento nos últimos anos, insinuando que somos
improdutivos. Nas universidades do exterior, utilizadas
como comparação, não se inclui o pagamento dos
aposentados. No caso da USP, a massa salarial dos
aposentados representa quase 30% do total.

A excelência das universidades públicas paulistas, além


de ser consequência de sua autonomia, resulta dos
rígidos princípios de governança e meritocracia
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Aprimorar a parceria com as Santas Casas é vital para o SUS

destinados ao sistema público e em quase mil


municípios do Brasil as Santas Casas e os hospitais
sem fins lucrativos são os únicos equipamentos de
atendimento público à população.

A parceria, no entanto, está ameaçada. Desde 2015,


182 instituições sem fins lucrativos paralisaram as
atividades e fecharam 9.500 leitos. O motivo foi
principalmente o subfinanciamento dos serviços
prestados ao SUS, que remunera há vários anos
somente 60% do custo real do que é entregue. Serviços
que, aliás, custam em média oito vezes menos que os
realizados por hospitais públicos federais. Resumindo,
aproximadamente 10% de toda a rede sem fins
lucrativos não suportou os sucessivos prejuízos da
parceria com o SUS e faliu.

Além dos valores, o SUS remunera a rede sem fins


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lucrativos a partir de uma tabela de procedimentos e
Autor: Mirocles Véras valores de incentivos contratados com gestores
estaduais e municipais, sem considerar porte,
A pandemia está servindo para extinguir todos os complexidade e abrangência regional das instituições. É
argumentos que ainda restavam contra o Sistema Único um problema de gestão, enfim.
de Saúde (SUS). Hoje está mais do que evidente que
um sistema público e universal é indispensável para a Esse enredo continua em cena, pressionando outras
saúde e a segurança sanitária do País e que, em vez de instituições e pondo em risco a própria existência do
questionar sua existência, é preciso buscar meios para SUS. Não é possível ter uma rede pública sem o
torná-lo ainda mais eficiente. Nesse sentido, as Santas volume, capilaridade e expertise em alta complexidade
Casas e os hospitais sem fins lucrativos são parte oferecidos pelo sistema sem fins lucrativos. Essa
fundamental da solução. estrutura foi condicional para a criação e é também para
a continuidade do SUS. Não é opinião, é fato.
Parceiras de primeira hora, essas instituições tornaram
possível a criação do SUS com a disposição da sua Também é preciso lembrar que essas instituições geram
infraestrutura de atendimento. Sem seus hospitais e mais de 1 milhão de empregos, proporcionando renda a
profissionais seria inviável até pensar numa rede pública estimados 4 milhões de pessoas. Além disso, são
para toda a população. A presença dos parceiros centros de excelência em ensino e pesquisa e grandes
privados, portanto, tirou o projeto do papel e ainda hoje formadores de médicos, enfermeiros e dos demais
sustenta esse incrível empreendimento. profissionais da área da saúde.

A rede sem fins lucrativos é responsável por 43% de Rever os termos da parceria é urgente, começando pela
todas as internações hospitalares (mais de 5 milhões) e remuneração. Obviamente, é necessário mais dinheiro,
70% dos atendimentos de alta complexidade no SUS. mas é preciso também reformar o modelo. Avaliar
Dos 189 mil leitos de sua rede, 130 mil (69%) são resultados com indicadores de produção, financeiros e
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Espaço Aberto
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

de qualidade. Colocar a eficiência e resolutividade como empreendimento na área de saúde do mundo.


prioridade e garantir o melhor aproveitamento dos
recursos. Tem de ter mais, sim, mas principalmente "É fundamental preparar a estrutura para a demanda
deve ser melhor. represada que vai chegar em breve"

Na mesma linha, é hora de reorganizar o sistema. Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Reestruturar a rede com regionalização, hierarquização Econômico - Colunistas
e escalabilidade na prestação de serviços. Integrar com
a saúde suplementar, fortalecendo operadoras
filantrópicas já existentes e estimulando a criação de
novas, que vão garantir atendimento numa rede
nacional de hospitais. E, ao mesmo tempo, desenvolver
a estrutura regulatória desse sistema. Unir as unidades
numa estratégia de gerenciamento de custos com, por
exemplo, uma central única de compras. Investir em
educação e pesquisa e na criação de protocolos para
integrar os profissionais de saúde em todo o País.

As Santas Casas e os hospitais sem fins lucrativos


trabalham há tempos num novo modelo de organização
dos serviços de saúde, pela integração das instituições.
O projeto Santas Casas em Rede propõe avanços na
gestão para proporcionar mais qualidade e eficiência à
assistência e, por consequência, melhor aproveitamento
dos recursos no financiamento de todo o sistema.

É importante que todos os envolvidos na formulação e


execução das políticas públicas de saúde avaliem as
sugestões, contribuam com ajustes e participem da
implantação das melhorias. Medidas nesse sentido são
urgentes e é preciso assumir a responsabilidade o mais
rápido possível.

A pandemia mostrou que o Brasil tem um sistema de


saúde consistente, mas que necessita de
aperfeiçoamentos para seguir adiante e não sofrer
retrocessos. É fundamental preparar a estrutura para
novas crises e ainda para suportar a grande demanda
represada que vai chegar aos hospitais em breve.

Há muitos desafios pela frente, portanto, como é da


natureza de uma realização do tamanho do SUS. As
Santas Casas e os hospitais sem fins lucrativos estão
prontos para enfrentá-los com a mesma disposição que
tinham no dia da criação do SUS, o maior
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
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ANA CARLA ABRÃO - Pegadinha?

É no Art. 39 da Constituição que se define que "a União,


os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
instituirão, no âmbito de sua competência, regime
jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das
fundações públicas". Ou seja, institui-se o RJU, mas
abre-se a porta para que sejam os diversos planos de
carreira os instrumentos de definição de atribuições e de
características dos cargos. Hoje mais de 100 mil leis
formam essa teia jurídica complexa, mas muito mais
homogênea na forma do que se imagina. São essas que
definem salários iniciais elevados, promoções e
progressões automáticas e aceleradas, consolidando
privilégios e blindagens que deformaram a máquina
pública no Brasil.

Na estabilidade, por outro lado, se assenta o princípio


da continuidade e da independência no serviço público.
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É ela que protege o servidor público de interferências
Autor: ANA CARLA ABRÃO que possam gerar prejuízo às políticas de Estado ou de
pressões oriundas de administradores que visem outros
O projeto de emenda constitucional de reforma interesses que não público. No Brasil, a estabilidade do
administrativa apresentado pelo governo tem como servidor público é adquirida por meio de sua aprovação
ponto de partida a discussão sobre a amplitude da em concurso público, seguida da nomeação para o
estabilidade no Brasil. Tema extremamente importante e cargo de provimento efetivo e confirmada após três
que precisa ser enfrentado para dar maior racionalidade anos de efetiva execução das atividades previstas
e funcionalidade à máquina pública brasileira. Mas (estágio probatório) e de sua aprovação em avaliação
começar por ele é iniciar a discussão pelo final e exigirá de desempenho que ateste a adequação e
disciplina do Congresso para evitar empacar justamente competência. Além disso, o servidor possui estabilidade
aí, no início. Considerando que o tema está envolto em relativa e pode perder o cargo por sentença judicial
uma cortina de definições opacas, abandonado no meio transitada em julgado; por processo administrativo ou
de um mar de carreiras que se dizem todas típicas de por situações em que o ente federado apresente
Estado, corremos o risco de piorar ao invés de avançar. excesso de despesa com pagamento de pessoal,
conforme definido na Lei de Responsabilidade Fiscal. O
Sempre que se fala em custo da máquina pública e desligamento de servidor estável por baixo desempenho
gestão de pessoas no setor público surge a discussão também é possível e foi introduzido por meio de
sobre estabilidade. Estendida a todos os servidores Emenda Constitucional, aprovada em 1998. Hoje, nada
públicos efetivos a partir da Constituição Federal de disso acontece. Mas não por falta de previsão
1988, que instituiu o Regime Jurídico Único (RJU), a constitucional.
estabilidade consegue ser, a um só tempo e a depender
de quem a analisa, a vilã e a heroína do setor público Agora, com a PEC 32/2020, corremos o risco de não
brasileiro. Não é nem uma coisa, nem outra. avançar se o tema da estabilidade embaçar discussões
muito mais prementes como a regulamentação da
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avaliação de desempenho ou a proibição de promoções Reforma Administrativa


e progressões automáticas, ambas dependentes
apenas de projetos de lei a serem apresentados pelo
Executivo. Esses são dispositivos já presentes na CF e
que podem ser apreciados em paralelo pois de nada
dependem do texto final do projeto de emenda
constitucional apresentado.

Mas além da possibilidade de ficarmos presos numa


discussão infindável de quem é e quem não é carreira
de típica de Estado entre as mais de 100 mil atuais, há
risco também de retrocessos. O que parece ser um
pequeno (mas potencialmente desastroso) contrabando
quase passou desapercebido - não fosse o olhar atento
de Carlos Ari Sundfeld. O projeto propõe uma nova
redação ao Art. 41, que trata da perda de cargo pelo
servidor estável e inclui o Art. 41-A que, em seu inciso II
item b), define que lei específica irá regulamentar as
condições de perda dos vínculos dos servidores em
carreiras típicas de Estado, enquanto o servidor não
houver adquirido estabilidade. Ora, ora. Ou temos aqui
um caso de erro crasso de redação - criando uma
contradição - ou a esperteza de alguém quis garantir
que a estabilidade das carreiras típicas de Estado seja
absoluta, blindada inclusive da demissão por baixo
desempenho.

Ao abrir uma caixa de Pandora, colocando a discussão


de estabilidade na frente de discussões mais simples e
o governo pode levar o Congresso ao impasse. Afinal,
enquanto a luta for a de se manter na categoria de
servidor do Estado pegando carona na pegadinha da
estabilidade absoluta, o tempo passa e andamos para
trás ao invés de andar para frente. Melhor será que o
presidente desengavete logo alguns projetos da Fase II
e deixe o Congresso fazer o trabalho que ele não quis
fazer: o de uma reforma administrativa ampla e para
todos.

ECONOMISTA E SÃ"CIA DA CONSULTORIA OLIVER


WYMAN. O ARTIGO REFLETE EXCLUSIVAMENTE A
OPINIÃO DA COLUNISTA

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 2 -
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
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O evangelho bolsonarista

absurdo em condições normais, mas que se tornaria


especialmente ofensivo diante do quadro de penúria
fiscal e de despesas crescentes com a pandemia de
covid19. O presidente o fez, mas apenas parcialmente -
manteve uma anistia a multas aplicadas pela Receita
Federal pela não quitação de tributos sobre a chamada
"prebenda", nome que se dá ao pagamento que
ministros de ordens religiosas recebem, entendido como
remuneração direta ou indireta. Uma lei de junho de
2015 isentou os religiosos desse tributo, e o dispositivo
sancionado por Bolsonaro perdoa todas as autuações
feitas antes daquela data. Uma dádiva.

Não é preciso ler a Bíblia para saber que se trata de


uma imoralidade - além de uma ilegalidade. Basta
consultar o Código Tributário Nacional, cujo artigo 144
mantém multas e autuações mesmo que a lei que as
determinou seja posteriormente alterada ou revogada.
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Foi essa singela constatação - a de que havia um
Em célebre passagem da Bíblia (Mateus 22:17-21), o "obstáculo jurídico incontornável", segundo nota da
próprio Cristo aconselha a pagar os impostos em dia: Secretaria Geral da Presidência - que fez Bolsonaro
"Dai, pois, a César o que é de César, a Deus o que é de acatar a necessidade de vetar parcialmente as
Deus". Religioso como diz ser, o presidente Jair manobras para privilegiar escandalosamente os donos
Bolsonaro deve conhecer essa prédica, mas de igrejas evangélicas que o apoiam. Só a igreja
aparentemente se esqueceu dela ao defender a criação pertencente à família do deputado David Soares, autor
de "instrumentos normativos" para permitir que do "jabuti", deve algo em torno de R$ 38 milhões à
entidades religiosas, já isentas do pagamento de União.
impostos, deixem de pagar também contribuições, como
a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e a Mas a fé move montanhas. Enquanto se via obrigado a
previdenciária. cumprir o que determina a lei - reconhecendo que, se
não o fizesse, incorreria em crime de responsabilidade,
A defesa da isenção total para igrejas foi feita depois com risco inclusive de impeachment -, o presidente
que Bolsonaro se viu na contingência de, muito a Bolsonaro estimulava os deputados a ignorá-la,
contragosto, vetar um "jabuti" incorporado ao Projeto de derrubando seu próprio veto. "Confesso. Caso fosse
Lei 1.581/2020, que trata de acordos para pagamento deputado ou senador, por ocasião da análise do veto
de precatórios entre a União e seus credores. Se que deve ocorrer até outubro, votaria pela derrubada do
sancionado pelo presidente, o tal quelônio que a mesmo (sic)", declarou o presidente nas redes sociais,
Câmara desavergonhadamente aprovou anistiaria R$ 1 desmoralizando de vez o instituto do veto presidencial
bilhão em débitos tributários das igrejas, segundo fundamental no processo legislativo. Bolsonaro
cálculos da equipe econômica. prometeu ainda que apresentará "nesta semana" uma
proposta de emenda constitucional para determinar
O Ministério da Economia, obviamente, recomendou a "uma possível solução para estabelecer o alcance
Bolsonaro que vetasse esse dispositivo, que já seria adequado para a imunidade das igrejas nas questões
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tributárias".

Há tempos o presidente Bolsonaro vem pressionando a


Receita Federal a, segundo suas palavras, "resolver o
assunto" das dívidas tributárias das igrejas, tema de
grande interesse da bancada evangélica. Diante da
resistência dos técnicos do Fisco, que preferem a
ortodoxia da lei à heterodoxia do evangelho
bolsonarista, restou articular a aprovação legislativa de
alguma manobra que facilitasse o drible nas obrigações
fiscais das igrejas e de seus donos. O problema é que
essa caridade com chapéu alheio, além de ser acintosa
em tempos de pandemia, só se presta a alimentar a
base de apoio de Bolsonaro com vista à sua reeleição, o
único projeto claro de sua Presidência até o momento.

Já os brasileiros comuns - religiosos ou ateus -


continuarão obrigados a pagar seus impostos em dia,
sem a menor possibilidade de perdão - que, no Brasil de
Bolsonaro, está reservado somente a uns poucos
eleitos.

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Férias de dois meses

carreira, a Constituição consagraria o que chamam de


"simetria funcional".

No final do ano passado, por exemplo, quando a equipe


econômica acenou com a possibilidade de pôr fim a
férias de 60 dias em todos os setores da administração
pública, restringindo-as a 30 dias, o procuradorgeral da
República, Augusto Aras, foi um dos que mais se
opuseram. Na época, ele distribuiu nota oficial alegando
que a carga de trabalho dos membros do Ministério
Público é "desumana" e afirmando que, se eles
tivessem as férias de 60 dias suprimidas, o mesmo
tratamento deveria ser aplicado a todas as demais
categorias jurídicas do Estado, inclusive a magistratura.

Ao ratificar o corte pela metade do período de férias dos


procuradores da Fazenda, contudo, os ministros da
mais alta Corte do País ignoraram argumentos como os
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de Aras e dos líderes sindicais das demais corporações
Num intervalo de poucos meses, o Supremo Tribunal jurídicas estatais. Pela ordem constitucional em vigor,
Federal (STF) tomou duas decisões que chamam a "não há direito adquirido contra regime jurídico" do
atenção. Por um lado, a mais alta Corte do País funcionalismo, disseram eles.
assegurou que a reforma administrativa recém-
proposta pelo Executivo ao Congresso não colocará em O caso dos procuradores da Fazenda Nacional é antigo.
risco um dos mais conhecidos penduricalhos da Há anos a corporação questiona a constitucionalidade
magistratura - o direito a 60 dias de férias por ano. Por de uma lei ordinária aprovada em 1997, que acabou
outro lado, ela ratificou um corte pela metade no período com a concessão de férias de 60 dias tanto para a
de férias dos procuradores da Fazenda Nacional, que categoria quanto para os advogados da União. Em
até agora gozavam da mesma prerrogativa da 2005, ao julgar feito impetrado pelos procuradores da
magistratura. Fazenda, o Superior Tribunal de Justiça, a última
instância da Justiça Federal, alegou que é pacífico, na
A decisão causou perplexidade e indignação entre as doutrina e na jurisprudência, o entendimento de que não
corporações jurídicas do Estado, que classificaram há direito adquirido dos servidores públicos em matéria
como contraditória a ação do Supremo nessa matéria. como férias. Os advogados da União também
Há décadas procuradores da Fazenda, promotores de recorreram contra essa lei, mas sua ação ainda não foi
Justiça e advogados e defensores públicos - categorias julgada. Contudo, depois que o Supremo declarou a
que sempre estiveram entre as mais bem remuneradas constitucionalidade da lei de 1997 no caso dos
da administração pública - defendem com unhas e procuradores, dificilmente o STF mudará de
dentes o princípio da isonomia funcional, especialmente entendimento.
em matéria de equiparação de vencimentos e
benefícios. Segundo eles, embora essas carreiras Derrotados no âmbito judicial, os membros das demais
estejam distribuídas entre os Três Poderes, que gozam carreiras jurídicas do Estado, que sempre tiveram
de autonomia administrativa e têm diferentes planos de enorme poder de pressão no Congresso, ainda podem
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tentar reverter a situação no plano político,


pressionando os congressistas a rejeitar os artigos da
reforma administrativa que limitam as férias de todos
os servidores públicos a 30 dias, com exceção de juízes
e membros do Ministério Público. Se terão sucesso, é
outro caso.

Essa discussão, que envolve um privilégio incabível,


pois os trabalhadores da iniciativa privada só têm direito
a 30 dias de férias, dá a dimensão de como é complexo
e cheio de contradições o processo de modernização da
ultrapassada administração pública brasileira. Os
magistrados do STF, que são encarregados de aplicar a
Constituição e promover o controle constitucional das
leis, agiram certo quando rejeitaram a pretensão dos
procuradores da Fazenda. Mas erraram feio quando
deixaram de estender para seus colegas de toga e para
os membros do Ministério Público a mesma e correta
decisão que tomaram com relação aos procuradores da
Fazenda.

"Benefício que garantiu a seus membros a Justiça


restringe para outras carreiras jurídicas"

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Câmara poupa R$ 440 mi com reforma

serviços prestados para a sociedade e o exercício dos


mandatos dos deputados.

"Estamos mudando a estrutura da Câmara. Os


mandatos são provisórios. Nós queremos na estrutura
permanente uma maior eficiência do gasto", afirmou.

A Câmara tem hoje um quadro de 3,8 mil cargos, com


2,7 mil sendo ocupados por servidores efetivos. "Vamos
cortar de cara 1 mil e poderemos cortar mais ainda no
futuro", disse o diretor-geral da Câmara, Sérgio
Sampaio. Segundo ele, a Câmara não vai mais repor
esses postos para não haver a "tentação" de ter a
ocupação dos cargos do quadro maior. A redução dos
500 cargos comissionados será feita na virada da
legislatura, daqui a dois anos.

A proposta reformulação foi feita com o apoio da


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consultoria Falconi. A reforma exigirá aprovação de um
Autor: Adriana Fernandes projeto de lei, sete projetos de resolução, atos da mesa
(que funcionam como decreto) e portarias.
A reforma administrativa da Câmara dos Deputados
prevê uma economia de R$ 440 milhões por ano, Uma das áreas afetadas, por exemplo, será a de saúde,
segundo cálculos obtidos pelo 'Estadão. A proposta, que em função do fechamento do ambulatório. Serão
será apresentada pela mesa diretora, estabelece um mantidos apenas serviços de emergência, perícia e
corte de 1 mil cargos efetivos e 500 comissionados que saúde laboral.
atendem às lideranças e seus gabinetes.
Metas. O diretor da Câmara disse que a expectativa é
A reforma da Câmara corta também o salário de que o modelo de acompanhamento de metas para a
ingresso do analista legislativo de R$ 24,7 mil para R$ avaliação do desempenho individual de cada funcionário
13,8 mil. O salário inicial do técnico legislativo cairá de sirva de referência para todo o serviço público. Apesar
R$ 16,4 mil para R$ 9,2 mil. Hoje, o salário bruto (antes de prevista, a avaliação de desempenho individual não
dos descontos) médio dos servidores da Câmara é de funciona na prática. O servidor acaba subindo
R$ 28 mil. automaticamente de nível na carreira.

A ideia é implementar um sistema de avaliação de Hoje, segundo análise do Ministério da Economia, o


desempenho dos servidores e aumentar o tempo para processo de aferição da performance não funciona:
os servidores subirem na carreira, de 10 para no mínimo numa escala de 0 a 10, a nota média atribuída aos
25 etapas. servidores pelos colegas é 9,8. Na prática, a avaliação
entre pares foi convertida em mera formalidade.
Ao Estadão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia,
disse esperar começar a aprovar os projetos da reforma "Teremos um estrutura moderna e diferenciada de
da Casa a partir de outubro para a modernização dos avaliação de desempenho", diz Sampaio. A avaliação
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será associada à progressão na Carreira por um tempo


mais prolongado. Pe- lo modelo, a mesa diretora
passará a estratégia com a meta que vai querer
reforçar, que será transformada em programas de
trabalho para todas as áreas.

Além das suas atribuições cotidianas, o servidor terá


que contribuir com essas metas numa participação
definida caso a caso com a chefia. Haverá requisitos
para o servidor assumir função comissionada.

Um núcleo central de recursos humanos vai


acompanhar esse processo ao longo do ano e definir
correções para que as metas sejam atingidas.

Ainda não há consenso na redução do número de


cargos comissionados (os chamados secretários
parlamentares) que os parlamentares têm direito para
trabalharem nos seus gabinetes e nos seus Estados de
origem.

Hoje, cada um dos deputados recebe uma verba de R$


111,67 mil por mês para a contratação entre oito e 25
servidores, com salários que variam de um pouco acima
do mínimo (hoje, R$ 1.045) até R$ 16 mil. Encargos
trabalhistas como 13º, férias e auxílio-alimentação são
bancados com recursos da Câmara. Há também uma
cota também para atividade parlamentar que varia de
R$ 30 mil a R$ 45 mil, dependendo do Estado pelo qual
foi eleito. Em 2019, a Câmara custou R$ 5,8 bilhões
para os cofres públicos.

Eficiência

"Estamos mudando a estrutura da Câmara. Os


mandatos são provisórios. Nós queremos na estrutura
permanente eficiência."

Rodrigo Maia

PRESIDENTE DA CÂMARA

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Concessão descabida

Ministério da Agricultura, contrário à medida pelos


prejuízos óbvios que ela representa para o setor
sucroalcooleiro do Brasil. Não é a primeira vez que o
chanceler Ernesto Araújo, menos conhecido por sua
defesa dos interesses do País do que pela admiração
que demonstra ter pelo presidente Trump, sai vitorioso
na arbitragem do presidente Bolsonaro quando sua
agenda se contrapõe à da ministra Tereza Cristina.

A contrapartida para a concessão brasileira, expressa


em uma declaração conjunta assinada pelos governos
do Brasil e dos Estados Unidos, nada mais é do que
uma vaga promessa de "discussões orientadas" a fim
de chegar a um "arranjo" futuro que aumente a
presença do açúcar brasileiro no mercado norte-
americano. A ministra da Agricultura só votou
favoravelmente à renovação da isenção do tributo sobre
o etanol exportado pelos Estados Unidos em
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decorrência desse compromisso. Mas note o distinto
No dia 11 passado, a Câmara de Comércio Exterior do leitor que em troca de uma concessão real nada mais
Ministério da Economia (Camex) renovou por mais 90 houve do que uma promessa de tratativas que podem
dias a isenção do imposto de importação do etanol dos ou não levar a bom termo o tal "arranjo".
Estados Unidos (20%) dentro da cota de 187,5 milhões
de litros (62,5 milhões de litros por mês). Este volume Há muitos anos o Brasil tenta obter dos Estados Unidos
de combustível deverá abastecer primordialmente os redução ou isenção de tributos para exportar açúcar,
Estados da Região Nordeste. sem sucesso. Nada impede que isso ocorra agora, mas
o histórico de negociações entre os dois países não é
Nada explica melhor a decisão do governo federal, favorável ao pleito brasileiro. A nova rodada de
contrária ao melhor interesse nacional, do que a negociações, que também envolverão o comércio de
inabalável vontade do presidente Jair Bolsonaro de não milho, deverá durar 90 dias, mesmo prazo de isenção
contrariar o presidente Donald Trump. Em um momento tributária sobre a cota de importação de etanol
crítico de sua campanha pela reeleição, Trump norteamericano.
pressionou e obteve de Bolsonaro uma importante
concessão comercial, sem oferecer à sua contraparte A pandemia de covid-19, como é sabido, reduziu
brasileira qualquer retribuição concreta. O presidente drasticamente o número de veículos em circulação por
dos Estados Unidos busca obter o apoio dos produtores todo o País. Consequentemente, os produtores
rurais da região do "cinturão do milho", matéria-prima do brasileiros de cana-de-açúcar mantêm enormes
etanol fabricado naquele país. estoques de etanol e têm pressionado o governo,
sobretudo a ministra Tereza Cristina, para avançar com
A renovação da isenção tributária sobre o etanol as negociações para exportação de açúcar para os
norteamericano expôs mais um conflito entre o Estados Unidos como forma de compensação. A
Ministério das Relações Exteriores, favorável à dificuldade para o progresso desta negociação reside no
prorrogação do prazo (vencido no final de agosto), e o fato de que a produção de açúcar nos Estados Unidos é
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feita a partir da beterraba, o que submete o governo


norte-americano às pressões do lobby de outro grupo
de produtores, ao contrário do Brasil, que produz tanto o
etanol como o açúcar a partir da cana-de-açúcar.

Nada indica que essa pressão irá arrefecer no futuro


próximo. Caso ocorra e os Estados Unidos, de fato,
reduzam ou eliminem o imposto sobre o açúcar
exportado do Brasil, será uma grata surpresa. Mas, ao
menos por ora, enquanto Donald Trump colhe os louros
por mais uma conquista comercial - nem sequer dá para
chamar de "negociação" -, Jair Bolsonaro submete,
mais uma vez, o interesse nacional à sua inabalável
disposição de se alinhar acriticamente aos interesses de
Donald Trump, mais até do que aos interesses dos
Estados Unidos, o que já seria por si só inaceitável.

"EUA obtêm um ganho comercial real, e Brasil fica com


vaga promessa de compensação "

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Fórum dos Leitores

em se tratando do atual Ministério do Meio Ambiente,


não se poderia esperar nenhuma ação positiva. Como
esperar do mundo civilizado consideração e respeito por
um governo que demonstra tamanha inércia e tanta
incompetência?

TOMÁS ARRUDA TOMASARRUDA@TERRA.COM.BR


SÃO PAULO

Tudo em chamas

Tristeza, choque e revolta são as emoções despertadas


pelas imagens expostas no Estado de ontem. Agonia
dos animais, prejuízos para os fazendeiros e perdas
ecológicas incalculáveis. E onde está o governo
federal? O presidente sorridente viaja pelo País fazendo
política por sua reeleição. Assim como não agiu com
relação à pandemia, ausenta-se também no tocante aos
Clique aqui para abrir a imagem
incêndios que assolam o País. Deve pensar: "Não sou
Devastação ambiental bombeiro". Até onde vão a incompetência, o despreparo
e, principalmente, a irresponsabilidade e a falta de
Crimes contra o Pantanal qualquer sentimento de solidariedade dessa pessoa?
Pobre Brasil ...
Além de todos os crimes que vêm sendo cometidos
contra a Floresta Amazônica, presenciamos o desastre HELEO POHLMANN BRAGA
no Pantanal, onde já foram destruídos mais de 17% das HELEO.BRAGA@HOTMAIL.COM RIBEIRÃO PRETO
reservas florestais e da riquíssima biodiversidade, sem
paralelo no mundo. Tudo isso sob a vista do desgoverno Dolorosa resignação
federal, que somente após três meses do início desta
temporada de incêndios devastadores aparenta dar Ontem, lendo sobre esse outro desastre que caiu sobre
sinal de oferecer uns tostões para auxílio à compra de o nosso país, fiquei com lágrimas nos olhos pela
combustível para algum avião de socorro. Qualquer expressão de fé em Deus - "que seja feita Sua vontade"
governo responsável teria desde o começo desta crise - de um velho fazendeiro cercado pelo fogo e
horrenda coordenado e mobilizado todos os recursos no impossibilitado de salvar o seu rebanho. MIKA KROK
âmbito federal e estadual, de outros Estados também, MIKAKROK@GMAIL.COM SÃO PAULO
para debelar os principais focos de incêndio, auxiliar no
resgate possível da fauna e providenciar suporte Economia
humano para os voluntários que estão corajosamente
lutando para salvar esse bioma. Os recursos humanos e Visão do produtor
de logística das Forças Armadas deveriam ter sido
postos à disposição dos órgãos de proteção ambiental Atribuir alguma responsabilidade ao produtor rural pela
nesse combate, esse, sim, de importância vital para alta sazonal do arroz é miopia. Nunca é demais lembrar
preservação dos nossos mais importantes biomas. Mas que o agricultor também é consumidor e nos últimos
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anos foi castigado com repetidas secas, custos


elevados e margens baixas, cada vez mais apertadas Retomada verde
pela extensa cadeia até o varejo. Com rentabilidade no
vermelho, a área plantada recuou. A alta do dólar Muito se tem falado sobre a retomada verde da
favorece as exportações e, nesse sentido, o caminho do economia pós-covid, mas nas discussões e nas
grão está seguindo apenas as regras naturais de livre plataformas eleitorais não se vê menção à substituição
mercado, com o produtor tendo a chance tão somente acelerada da podre frota de ônibus da cidade de São
de recuperar parte das perdas acumuladas. Soma-se a Paulo por veículos elétricos. Todos sabem que os
isso o aumento do consumo interno neste período de ônibus a diesel são responsáveis por parcela
pandemia, que se fez refletir nos preços. Há décadas a desproporcional da poluição do ar na capital. E com um
produção nacional garante a oferta doméstica e ponto de ônibus terminal plantado pela Prefeitura em
simultaneamente gera excedentes exportáveis. O frente de nosso prédio residencial posso atestar que
reequilíbrio dos preços virá com o ingresso da nova também são responsáveis por tremenda poluição
safra, que começa a ser plantada. O problema não é de sonora, acima do aceitável. Que candidato a prefeito
política agrícola, mas, sim, macroeconômica. terá coragem de defender essa mudança?

CESARIO RAMALHO DA SILVA, produtor rural, FABIO OLMOS F-OLMOS@UOL.COM.BR SÃO PAULO
presidente institucional da Abramilho
RO.LUIZ.MENDES@GMAIL.COM SÃO PAULO Crack na Paulista

O negócio da fé Venda e consumo de álcool e drogas, por menores de


idade, em plena luz do dia, naquele que já foi um dos
Milagres mais charmosos espaços da Avenida Paulista, entre a
Augusta e a Consolação. Uma nova cracolândia se
Milagre no Executivo: o presidente Jair Bolsonaro veta o forma no túnel J. R. Fanganiello Melhem, de acesso à
perdão de dívidas de igrejas com a União. Milagre no Dr. Arnaldo. Lixo e dejetos humanos depositados por
Legislativo: parlamentares podem derrubar o veto de passantes, usuários e moradores de rua trazem o triste
Bolsonaro. Milagre para as igrejas: continuar com a cheiro do descaso e da decadência da região. Mas
mamata das isenções. Milagre para os fiéis: continuar quem se importa? Enquanto os órgãos públicos e a
pagando, rezando e esperando. população paulistana fazem vista grossa, o monstro se
agiganta ...
CARLOS GASPAR CARLOS-GASPAR@UOL.COM.BR
SÃO PAULO ROGÉRIO ADAS AYRES DE OLIVEIRA
ROGERIO.ADAS@UOL.COM.BR SÃO PAULO
Livres de impostos
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Sugestão para os brasileiros cansados de pagar Econômico - Colunistas
impostos e mais impostos e ver poucos privilegiados
isentos: abram uma pessoa jurídica com a atividade de
igreja e coloquem todos os seus bens e rendimentos
nela. O Legislativo isentou, o presidente vetou, mas
sugeriu ao Congresso a derrubada do veto! MOYSES
CHEID JUNIOR JR.CHEID@GMAIL.COM SÃO PAULO

Em São Paulo
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Governo estuda como 'imunizar igrejas de tributos

ministro da Economia, Paulo Guedes, precisa do apoio


da bancada evangélica para a aprovação dos projetos
de interesse da agenda econômica. Está descartada a
inclusão da proposta pela reforma tributária pelo atrito
que poderia dar a todos os outros setores, que já vêm
fazendo lobby contra as propostas que estão em
tramitação por considerarem que vai ter aumento dos
impostos que já pagam.

A bancada evangélica, por sua vez, tem se articulado


para incluir na reforma, que tem o objetivo de simplificar
a cobrança de impostos, a ampliação do alcance de sua
imunidade tributária para qualquer cobrança incidente
sobre propriedade, renda, bens, serviços, insumos,
obras de arte e até operações financeiras (como
remessas ao exterior). A avaliação de tributaristas, no
entanto, é que a medida não daria às igrejas salvo-
conduto para continuar driblando a fiscalização para
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distribuir lucros disfarçados de renda isenta. O próprio
Autor: Adriana Fernandes Jussara Soares /Rafael presidente, porém, deixou claro que não aceita as
Moraes Moura multas dadas pelo Fisco. Um movimento semelhante ao
que fez com as multas do Ibama e do ICMbio na área
Apesar das críticas, a imunidade total às igrejas, como ambiental.
defendeu o presidente Jair Bolsonaro ao vetar parte do
perdão de dívidas dos templos, deve ser enviada numa "A PEC é a solução mais adequada porque, mesmo
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) própria ou com a derrubada do veto, o TCU já definiu que as leis e
incluída em um texto já em tramitação, segundo apurou demais normativos que instituírem benefícios tributários
o 'Estadão/Broadcast. O Palácio do Planalto está e outros que tenham o potencial de impactar as metas
definindo o melhor instrumento para encaminhamento fiscais somente podem ser aplicadas se forem
da proposta, mas a meta é encontrar a solução antes da satisfeitas às condicionantes constitucionais e legais
votação do veto, prevista para outubro. mencionadas", escreveu o presidente. Na postagem, o
presidente diz que por força da Lei de Diretrizes
Hoje, as igrejas têm imunidade constitucional contra a Orçamentárias e da Lei de Responsabilidade Fiscal
cobrança de impostos, mas a proteção não alcança as (LRF) foi obrigado a vetar dispositivo que isentava as
contribuições, como a CSLL (sobre o lucro líquido) e a igrejas da CSLL para que evite um quase certo
previdenciária. Nos últimos anos, a Receita Federal "processo de impeachment".
identificou manobras dos templos para distribuir lucros e
remuneração variável de acordo com o número de fiéis Em nota divulgada na noite de domingo, a Secretaria-
sem o devido pagamento desses tributos - ou seja, Geral da Presidência da República afirmou que
burlando as normas tributárias. Bolsonaro se mostra favorável à não tributação de
templos e que, apesar dos vetos, o governo vai propor
O assunto é delicado porque a Receita Federal e "instrumentos normativos a fim de atender ajusta
integrantes da equipe econômica são contrários, mas o demanda das entidades religiosas", sem citar quais.
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Para evitar insegurança jurídica, técnicos ouvidos pelo Responsabilidade Fiscal (LRF), esclareceu o presidente,
Estadão também avaliam que será preciso mexer na "sou obrigado a vetar dispositivo que isentava as igrejas
Constituição. Isso porque a Constituição diz que não é da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL), tudo
possível cobrar impostos, mas não fala de para que eu evite um quase certo processo de
contribuições, como a CSLL e a previdenciária. impeachment".

Em uma publicação em rede social, na noite do Postura. Em nota divulgada no domingo, a Secretaria-
domingo, Jair Bolsonaro defendeu que o próprio veto Geral da Presidência da República afirmou que
seja derrubado no Congresso Nacional. Segundo o Bolsonaro se mostra favorável à não tributação de
presidente, ao contrário dele, os parlamentares não templos e que, apesar dos vetos, o governo vai propor
teriam que se preocupar com as implicações jurídicas e "instrumentos normativos a fim de atender a justa
orçamentárias de seus votos. demanda das entidades religiosas", sem citar quais.

"Confesso, caso fosse Deputado ou Senador, por Para Roberto Dias, professor de Direito Constitucional
ocasião da análise do veto que deve ocorrer até da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio
outubro, votaria pela derrubada do mesmo", disse o Vargas (FGV-SP), não há crime de responsabilidade na
presidente. postura de Bolsonaro.

Solução PEC "A PEC é a solução mais adequada "No fundo, como a derrubada do veto é uma
porque o TCU já definiu que as leis e demais normativos prerrogativa do Parlamento, dizer que, se fosse
que instituírem benefícios tributários e outros que deputado, votaria pela derrubada é uma forma de dizer
tenham o potencial de impactar as metas fiscais para o Parlamento que ele deve exercer a sua
somente podem ser aplicadas se forem satisfeitas competência que tem, conforme a previsão
condicionantes constitucionais e legais." constitucional. Mas mostra mais uma faceta das
contradições de um presidente que quer, ao mesmo
Jair Bolsonaro NO FACEBOOK tempo, agradar o mercado com políticas de austeridade
e não estremecer o apoio que tem da bancada da
Especialistas veem apenas manobra política Bíblia", comentou.

Especialistas ouvidos pelo Estadão avaliam que o O professor criminalista Davi Tangerino, da FGV-SP,
presidente Jair Bolsonaro fez uma "manobra política", concorda. "O ato em si não configuraria crime de
mas não cometeu propriamente um crime, ao defender responsabilidade. Bolsonaro joga para a base,
nas redes sociais a derrubada do próprio veto dado a escondendo-se atrás de desculpa jurídica e,
uma parte do perdão a dívidas de igrejas. A medida indiretamente, culpando o Congresso; a mensagem é:
havia sido aprovada pelo Congresso. "Confesso, caso 'estou de mãos amarradas. O que não é verdade, do
fosse deputado ou senador, por ocasião da análise do ponto de vista legal", afirmou.
veto que deve ocorrer até outubro, votaria pela
derrubada do mesmo", afirmou o presidente na sua Na avaliação da professora de Direito Penal da FGV-SP
página no Facebook no último domingo. Raquel Scalcon, Bolsonaro está "jogando para o
Congresso decidir". "À primeira vista, à luz dos fatos
Na postagem, Bolsonaro explicou que sancionou o conhecidos, eu não vejo como crime especificamente. É
dispositivo que confirma a isenção da contribuição muito mais uma estratégia, manobra política. Bolsonaro
previdenciária dos pagamentos feitos para os religiosos lavou as mãos, tira um pouco da responsabilidade dele
e autoriza a anulação de multas impostas. Mas, por e joga pra torcida. Ele perde um pouco o ônus, é mais
força da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei de uma jogada política do que algo que significasse um
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crime", disse.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -


TCU, Banco Central - Perfil 3 - TCU, Banco Central -
Perfil 1 - Paulo Guedes

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ELIANE CANTANHÊDE : E se Joe Biden vencer?

regiões, entre países e nos próprios países. Ambos


tendem a criticar a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e,
por que não?, a própria ONU e seus organismos de
direitos humanos e meio ambiente.

Se é para apostar, o presidente também vai entrar em


questões internas, para dizer ao mundo, via ONU, que o
Brasil é um sucesso no combate à pandemia, no
controle das queimadas e na recuperação econômica. A
covid-19 já praticamente acabou, ok? E é mentira o que
os brasileiros, os EUA, a Europa e o planeta sabem e os
satélites confirmam: que as queimadas cresceram mês
a mês na Amazônia e estão dizimando a fauna do
Pantanal.

O mundo poderá, assim, assistir ao vivo e em cores a


aliança entre Bolsonaro e Trump, inclusive contra a
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realidade. O último lance foi o Planalto ceder à Casa
O que pretende o presidente Jair Bolsonaro ao abrir, na Branca e manter por mais três meses a isenção de
próxima terça-feira, por videoconferência, a Assembleia- tarifas para o etanol americano, prejudicando os
Geral da ONU? Defender os interesses nacionais, ou produtores brasileiros, mas ajudando o apoio dos
fazer o jogo dos Estados Unidos? Seguir a regra americanos a Trump em 3 de novembro. Indiretamente,
internacional de não ingerência em assuntos políticos sem saber ou querer, o setor de etanol do Brasil está
de outros países, ou reforçar nas entrelinhas a pagando um preço para reeleger o republicano.
campanha à reeleição de Donald Trump? Badalar o
Brasil e seu enorme potencial, ou o seu governo e ele E a lista de favores de Bolsonaro a Trump, contra o
próprio? Brasil, não para aí. Essa decisão, contrária aos
interesses nacionais e ao Ministério da Agricultura, não
Essas perguntas podem parecer sem sentido, pois os foi pragmática, foi ideológica, e não é nova nem única.
presidentes de todas as democracias usam os palcos O Brasil já tinha aceitado também uma cota de 750 mil
internacionais para defender os interesses dos seus toneladas de trigo americano sem Tarifa Externa
países. Mas tudo é peculiar com Bolsonaro, inclusive na Comum (TEC) do Mercosul.
política externa. Para piorar as coisas - e as
expectativas - Trump falará logo depois do "amigo" Mais: o ministro Paulo Guedes havia lançado o
brasileiro. Ora, ora, se não vai pintar uma dobradinha brasileiro Rodrigo Xavier para disputar a presidência do
entre os dois, a um mês e meio da eleição americana... Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas
foi surpreendido duplamente: quando Trump anunciou
O tema da assembleia-geral deste ano é candidato próprio, seu assessor Mauricio Claver-
multilateralismo, o que ajuda o pas-de-deux, com Trump Carone, e quando o Planalto e o Itamaraty passaram a
e Bolsonaro metendo o sarrafo em organizações trabalhar pela candidatura americana e contra o
internacionais fundamentais para reduzir a adiamento da decisão para depois da eleição à Casa
desigualdade, ainda mais aguda na pandemia, entre Branca.
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Além de ser mais uma derrota de Guedes, o que é só


detalhe, essa manobra tem potencial explosivo. Rompe
a tradição de que os EUA não entram no rodízio para a
vaga, promove um assessor de Trump sem saber se ele
fica ou não na Casa Branca. E o grande temor é de que
os EUA, com ajuda do Brasil, usem o BID como
instrumento de pressão para jogar os países da América
Latina contra a China.

E o que dizer de Bolsonaro seguindo Trump, passo a


passo, na pandemia? É uma "gripezinha", não precisa
máscara, não ao isolamento social, está "no fim"
(quando nem tinha chegado à metade), a culpa é dos
governadores e a cloroquina é a salvação da lavoura.
Tudo errado, tudo copiado, e deixa não uma
interrogação, mas um grito no ar: e se Joe Biden
vencer?

"Na ONU, Bolsonaro vai fazer dobradinha com Trump e


listar os 'sucessos do Brasil"

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 1 - Paulo
Guedes

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Cenário Político-Econômico - Colunistas

DEMI GETSCHKO - Presságios e alertas

passaram a ser um atrativo. Como diria o Barão de


Itararé, pode ser um sintoma de que "há algo no ar,
além dos aviões de carreira"...

Outro paralelo com 1984 é a tendência crescente a se


interferir na linguagem diária. Sob diversos pretextos
tenta-se mexer na língua que usamos, não da forma
natural, dinâmica, com que as línguas mudam, mas
compelindo "para o bem geral". Vem à mente a
"novilíngua" de Orwell. Não apenas pensamentos se
expressam por linguagem, mas a própria linguagem
modela os pensamentos e, se queremos impedir um
pensamento "inadequado", devemos atuar sobre a
linguagem para que esse pensamento não possa
sequer ser produzido. ".o objetivo principal da novilíngua
e estreitar o campo do pensamento. Assim
conseguiremos tornar o "crime de pensamento"
praticamente impossível, porque não haverá palavras
Clique aqui para abrir a imagem
para expressá-lo". Eliminar as complexidades e
Autor: DEMI GETSCHKO sutilezas da linguagem acaba por estropiar a própria
capa- cidade humana de raciocinar.
A Lei Geral de Proteção de Dados está sendo ativada
nos próximos dias. É um bom augúrio; afinal, riscos à A conexão com a Internet não está distante. Basta
privacidade já estavam descritos em Lucas, 12:3 "...o associar o poder de aplicativos que instalamos, aos
que vocês disseram nas trevas será ouvido à luz do dia, montes e sem muito cuidado, em nossos dispositivos.
e o que vocês sussurraram aos ouvidos dentro de casa, Eles tem a capacidade potencial de vasculhar não
será proclamado dos telhados". apenas o que fazemos enquanto os utilizamos, mas
nossas ações em geral. Acresça-se a eles a inteligência
Há obras que assombravam nosso futuro, como 1984 , artificial! Não é, claro, posicionar-se contra as
Admirável Mundo Novo , Revolução dos Bichos e facilidades e o conforto que trazem, mas alertar para
outras. Mas hoje o que pode ser mais preocupante é a uma análise crítica e vigilante sobre possíveis "efeitos
"normalização" de alguns dos seus conceitos. colaterais". Com o teletrabalho que a Covid pôs em
tanta evidência, há no mercado diversos aplicativos que
Talvez elas estivessem mais próximas da verdade do se destinam a "controlar a produtividade" dos
que da ficção. Quando, por exemplo, começou a moda funcionários que trabalham de casa. Afinal, como saber
de programas na TV que exibiam o dia a dia de quantas horas, de fato, dedicaram à jornada remota? E
participantes fechados em ambiente controlado, estilo alguns dos aplicativos não se restringem apenas a
"grande irmão", imaginou-se que poderia haveria uma tentar definir o tempo de início e término da atividade,
reação a esse monitoramento. Ele, além de monitorar mas conseguem detectar se estamos nos "distraindo"
os atos dos enclausurados, estimulava hipóteses sobre com outras atividades locais da rede. Vários permitem,
o que eles estariam ideando. Ocorreu o contrário: por exemplo, que se tire, de tempos em tempos, cópia
tornaram-se campeões de audiência. Os riscos à da tela de nosso dispositivo, e sequer informam disso.
privacidade, ao invés de escandalizar o cidadão, Pode haver um "grande irmão" silenciosamente
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

instalado no computador que usamos. Com todo um


elenco de álibis para esse tipo de vigilantismo, uma
clara violação de direitos, poderia passar despercebida,
em segundo plano A funesta previsão orwelliana segue:
"cada livro será reescrito, cada pintura refeita, cada
estátua e rua renomeadas e cada data alterada". Em
Oceania, alterar o passado é uma possibilidade. "Quem
controla o passado controla o futuro, e quem controla o
presente, controla o passado".

Há ficções que assombravam o futuro, mas talvez


estivessem mais perto da verdade

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

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Nacionais
Maioria dos partidos indica apoio ao fim da reeleição

fechada e ainda precisa ser discutida internamente nos


partidos.

Apenas três dos líderes de bancada consultados pela


reportagem defenderam manter a atual regra -
Solidariedade, PSOL e Patriota -, e outros três
preferiram não se posicionar (MDB, PT e PP). O PROS,
o PSC e o PSD não responderam.

"A reeleição não é direito adquirido", disse Molon. "Da


mesma forma que a emenda da reeleição valeu
imediatamente quando foi aprovada, aplicando-se a
Fernando Henrique, extinta ela se aplica imediatamente
a quem quer que esteja no mandato", completou ele.
Molon não propôs, porém, o aumento do tempo de
mandato, de quatro para cinco anos, como sugeriu o ex-
presidente. "Isso é outra discussão, para ser feita em
outro momento", alegou.
Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Camila Turtelli Daniel Weterman Emilly Behnke / Não é de hoje que o tema é polêmico. "O Congresso
brasília está atrasado no debate sobre a reforma política. Acho
que deveríamos caminhar para ter mandato de cinco
Prometido pelo presidente Jair Bolsonaro ainda na anos, sem reeleição", afirmou Arnaldo Jardim (SP), líder
campanha de 2018, o fim da reeleição para cargos no do Cidadania, concordando com a proposta de FHC.
Executivo tem o apoio de líderes de 15 dos 24 partidos
representados na Câmara e no Senado, segundo Maior bloco de partidos da Câmara, com 205
levantamento do Estadão/Broadcast. O assunto, deputados, o Centrão se divide sobre o assunto no
esquecido por Bolsonaro após eleito, voltou a ganhar momento em que se discute a reeleição para o
força depois que o ex-presidente Fernando Henrique comando da Câmara e do Senado. Enquanto no PTB,
Cardoso admitiu, em artigo no Estadão, ter errado ao no Republicanos e no PL a opinião é favorável a acabar
dar aval à medida, que lhe permitiu ficar oito anos no com a reeleição no País, o líder do Solidariedade,
poder. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) deputado Zé Silva (MG), defende manter a regra atual.
para proibir a recondução de presidentes, governadores Já no Progressistas, o presidente da legenda, senador
e prefeitos foi apresentada na semana passada pelo Ciro Nogueira (PI), ficou em cima do muro.
deputado Alessandro Molon (RJ), líder do PSB.
"Acho que isso pode até ser revisto, mas não para os
Para ser aprovada, uma PEC precisa de 308 votos na atuais ( governantes ). Seria uma violência tirar o direito
Câmara e 49 no Senado. Embora em maioria, as de quem já está permitido na Constituição. Se tiver de
bancadas dos líderes de 15 partidos que apoiam a haver alguma mudança, é para 2026", afirmou o
medida não atingem esse patamar. Ao todo, senador, que, em entrevista ao Estadão, no mês
representam 302 deputados e 40 senadores. Alguns passado, antecipou seu apoio à reeleição de Bolsonaro,
líderes ponderam também que, apesar de pessoalmente em 2022. O partido de Ciro Nogueira se aproximou do
favoráveis ao fim da reeleição, a questão não está Palácio do Planalto nos últimos meses, quando passou
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central do Brasil Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

a ocupar cargos no governo e a integrar a base aliada cargo, mas sempre negou a prática.
no Congresso.
Desde então, todos os presidentes que lhe sucederam
O "toma lá, da cá" para continuar no poder é justamente foram reeleitos. Embora Bolsonaro tenha prometido, em
um dos problemas apontados pelo senador Jorginho 2018, propor o fim da reeleição, ele próprio já admitiu
Melo (SC), líder do PL no Senado, ao defender o fim da concorrer novamente. Agora, credita sua decisão à falta
reeleição. "Hoje, o prefeito senta na cadeira, cria uma de uma discussão no Congresso para mudar a regra do
secretaria, dá um carguinho para o partido lá. Muitas jogo.
vezes ele não queria fazer aquilo, mas faz, pensando na
reeleição." Em 2015, a Câmara chegou a aprovar o fim da
reeleição em uma PEC relatada por Rodrigo Maia
Oposição. A exemplo do Centrão, a oposição também (DEM-RJ), hoje presidente da Casa. A medida, porém,
está dividida sobre o assunto. O PT, que tem a maior não avançou no Senado, que alterou o texto da
bancada da Câmara (53 deputados) e reelegeu dois proposta.
presidentes nos últimos anos, não quis se posicionar.
No PSOL, porém, a líder Sâmia Bomfim (SP) defendeu Benéfica aos presidentes, a emenda que liberou a
a norma em vigor. "No geral, pode-se dizer que não reeleição no Executivo também favoreceu governadores
consideramosa regra atual abusiva, pois, se garantido o e prefeitos, que costumam enfrentar mais dificuldades
processo eleitoral democrático, não é um problema para prolongar seus mandatos. Em 2018, dos 20
querer dar continuidade num projeto político de quatro governadores que tentaram a reeleição, metade
anos, se a população optar assim", argumentou. conseguiu. Na última disputa municipal, em 2016, o
índice de prefeitos reeleitos foi de 47%, segundo dados
O líder do PDT, Wolney Queiroz (PE), por sua vez, do Tribunal Superior Eleitoral.
classificou como casuísmo a emenda que liberou a
reeleição, em 1997. "A disputa torna-se desigual e a Na Câmara, além da PEC apresentada por Molon, que
maioria dos governantes, ao se eleger para o primeiro prevê impedir a reeleição já para os atuais
mandato, passa a ter como foco a sua reeleição. O governadores, o líder do Podemos, Léo Moraes (RO),
parâmetro desses governos deixa de ser o interesse disse que vai propor uma medida semelhante, mas com
público e passa a ser o interesse eleitoral", observou. validade apenas a partir de 2026.

A possibilidade de reeleição no Executivo não estava Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


prevista na Constituição de 1988, mas foi aprovada em Econômico - Destaques Jornais Nacionais
1997 pelo Congresso, com apoio de FHC, que no ano
seguinte conquistou mais quatro anos de mandato ao
derrotar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas. No
artigo intitulado Reeleição e crises, em que faz o "mea-
culpa" pela medida, o ex-presidente diz que melhor
seria um mandato apenas, mas de cinco anos, em vez
dos atuais quatro. "Tinha em mente o que acontece nos
Estados Unidos (onde a recondução é permitida) . Visto
de hoje, entretanto, imaginar que os presidentes não
farão o impossível para ganhar a reeleição é
ingenuidade", afirmou fHc no texto publicado no último
dia 5. À época, ele chegou a ser acusado de comprar
votos no Congresso para assegurar sua recondução ao
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Bradesco lança carteira digital para atrair os 'sem banco

De acordo com o executivo, há uma parcela muito


grande no Brasil de pessoas sem conta em banco - e
esse é o foco da empresa e de onde deve vir o
crescimento almejado. "O Bitz serve muito bem como
um produto para entrantes no mercado financeiro. É
mais uma agregação do que uma oferta a clientes
atuais", explicou.

O banco disse ter uma meta agressiva para o Bitz - e


não descarta aquisições para acelerar o processo. Duas
compras já estão na mesa, com a meta de agregar mais
tecnologia ao produto e atrair mais clientes. Segundo
Zimmermann, o fato de a empresa estar sediada no
InovaBra vai ajudar nessa missão. "Queremos comprar
pelo expertise, gostamos do grupo de executivos dessa
empresa", explicou.

Além do depósitos de dinheiro e da realização de


Clique aqui para abrir a imagem
pagamentos, o Bitz permitirá ao cliente transferências,
Autor: Fernanda Guimarães recebimentos, recarga de celular, pagamentos via QR-
Code, assim como compras online. A carteira será
Para se fortalecer diante do crescimento da onda digital aceita na rede de mais de 1,5 milhão de maquininhas da
no mundo financeiro, o Bradesco lançou ontem a Bitz, Cielo distribuídas pelo País. As pessoas jurídicas,
sua carteira digital, de olho nos brasileiros que ainda empresas e vendedores cadastrados ao serviço
não têm conta em banco. A meta é que a nova poderão enviar links de pagamento aos clientes.
empresa, que terá estrutura separada do banco,
alcance uma fatia entre 20% e 25% do mercado de Aposta. O Bradesco vai investir na nova empresa R$
carteiras digitais em três anos. 100 milhões, nos primeiros 12 meses de operação.
Eventuais aquisições não estão incluídas nesse
A sede da nova companhia ficará distante da tradicional montante. "Decidimos fazer como uma empresa
sede do Bradesco - a Cidade de Deus, em Osasco. Ela separada do banco, justamente para estar no mundo
estará localizada no InovaBra Habitat, o berço de das fintechs. Com a velocidade e flexibilidade de
startups do Bradesco, nas proximidades da Avenida sermos uma empresa apartada, queremos viver o
Paulista, em São Paulo. mundo das fintechs de forma completa", disse
Zimmermann, em coletiva de imprensa.
A novidade chega dois meses antes do lançamento
oficial do PIX, solução de pagamentos instantâneos do A rentabilidade da nova companhia virá de receitas com
Banco Central, que promete uma revolução para o comissões de vendas feitas no aplicativo, operações de
setor de meios de pagamento no Brasil. "O PIX se torna recarga do celular, saque feito por meio do cartão Bitz
uma oportunidade gigante para o Bitz funcionar bem", na Rede 24 horas, além de remuneração por transação
afirma Curt Zimmermann, recrutado para ficar à frente do cartão Bitz, por exemplo.
do Bitz Serviços Financeiros.
Os serviços de tecnologia do novo produto serão
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prestados pela Cielo, da qual o Bradesco é controlador


junto com o Banco do Brasil.

Vantagens

"Com a velocidade e flexibilidade de sermos uma


empresa apartada, queremos viver o mundo das
fintechs de forma completa."

Curt Zimmermann

EXECUTIVO RESPONSÁVEL PELO BITZ SERVIÇOS


FINANCEIROS

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do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Bacen, Banco
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COLUNA DO ESTADÃO - Celso Russomanno e a agenda de Bolsonaro

» Ainda dá? A prioridade do Republicanos é oferecer a


vice de Russomanno para uma composição com outro
partido. Chapa pura, só se não tiver acordo mesmo. O
problema é que há poucas opções disponíveis na praça
nesta reta final das convenções partidárias.

» Alvo. A confirmação de mais uma candidatura


Russomanno complica a vida de Covas no primeiro
turno. A tendência é de que ele seja alvo de quase
todos os candidatos, incluindo Andrea Matarazzo (PSD)
e Filipe Sabará (Novo), críticos da administração do
tucano na capital.

» Alvo 2. Por falar em Bruno Covas, o prefeito tem


apanhado (de mata-mosquitos) nas redes sociais da
zona oeste paulistana, tradicional reduto do PSDB. A
região sofre com a infestação dos pernilongos oriundos
Clique aqui para abrir a imagem
do Rio Pinheiros.
Autor: ALBERTO BOMBIG
» Fechou. Marco DiPreto, jornalista e ativista do
Jair Bolsonaro apresentou uma agenda básica a Celso movimento negro, será o vice de Marina Helou em São
Russomanno para a eleição na capital paulista. O Paulo. A Rede terá chapa pura na capital. Ele é porta-
presidente gostaria de ver o deputado do Republicanos, voz do partido no qual milita desde a fundação e foi
se ele mantiver a decisão da candidatura (antecipada membro do Conselho da Comunidade Negra do Estado
pela Coluna), defendendo bandeiras do "bolsonarismo e da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial.
2.0" na campanha. A receita eleitoral inclui discurso
forte na segurança, na linha "bandido bom é bandido » Caçada. O Movimento Popular Socialista do PSB
morto", nos costumes, na defesa da "família" (contra o enviou comunicado a todos os filiados do partido
aborto, por exemplo) e pancada na "esquerda", com o orientando que eles façam uma caçada a bolsonaristas
centro, claro, incluído, nos "comunistas" e nos "traidores dentro da legenda e os denunciem à direção partidária.
do Bolsonaro".
» Caçada 2. "Fiquem atentos a qualquer desvio político
» Vá... Estrategistas de Bolsonaro têm dito a de qualquer candidato a vereador, vice-prefeito e
Russomanno que, se adotar essa agenda, ele pode se prefeito em qualquer município do País ou a qualquer
considerar no segundo turno. Ah, também tem sido declaração de apoio a esse governo assassino por parte
aconselhado a atacar a imprensa profissional e focar a de qualquer candidato do PsB", diz a nota.
campanha nas redes sociais.
» Genérico. De acordo com o secretário do MPS, Acilino
» ...por mim. Se Russomanno topar, centrará fogo em Ribeiro, a nota não é dirigida a nenhum candidato em
Boulos, Jilmar Tatto, Márcio França e Bruno Covas pela específico, mas aos "grotões do País".
esquerda e em Joice Hasselmann, ex-aliada do
presidente, pela direita. » click. O movimento Direitos Já! faz novo ato virtual
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Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

pela democracia hoje (15/09), às 18h, com a


participação, entre outros, do pensador português
Boaventura Santos.

» Transição. A Secretaria de Governo da Presidência


lança amanhã (16/09) o Guia do Prefeito Mais Brasil
com informações para as atuais administrações sobre
como deixar a casa arrumada para os substitutos.

» Histórico. O documento foi produzido pela Secretaria


Especial de Assuntos Federativos da Segov. As
orientações são gerais e específicas para os gestores, e
não beneficiam candidatos ou partidos, diz o governo.

COM MARIANA HAUBERT

» SINAIS PARTICULARES. Bruno Covas, prefeito de


São Paulo

PRONTO, FALEI!

Marco Feliciano Deputado federal (Republicanos-SP)

"A Receita, sob administração petista, forçou uma


interpretação maluca da lei para perseguir as religiões
cristãs por meio de tributação ilegal."

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Econômico - Colunistas

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TikTok se alia à Oracle para seguir nos EUA

uma fatia do TikTok nos EUA. Caso seja aprovada, a


operação vai favorecer o fundador da Oracle, Larry
Ellison, que é próximo a Trump. O passo chama a
atenção pois, no início do imbróglio, foi sugerida
parceria semelhante entre a ByteDance e a Microsoft,
algo que a Casa Branca não permitiu.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Steven Mnuchin

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A Oracle confirmou ontem que fechou acordo para ser


parceira de tecnologia da empresa chinesa ByteDance,
dona do TikTok, nos EUA. O acordo, que ainda precisa
ser aprovado pelo governo americano, é uma medida
para evitar o banimento da rede social no país, ao
mesmo tempo em que agrada o governo chinês, por
não ser uma aquisição forçada do aplicativo.

A operação pode salvar o TikTok de ser desativado nos


EUA o app é acusado pelo governo de Donald Trump
de ser uma ameaça à segurança nacional. Segundo
Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos EUA, a
proposta deve ser revisada ainda nesta semana.
Mnuchin não deixou claro se a Oracle compraria fatia
majoritária nas operações da TikTok nos EUA como
parte do acordo - algo que foi visto como parte essencial
para resolver o problema, quando foi proposto que a
Microsoft se aliasse à rede social chinesa.

Veterana do mercado de software, a Oracle forneceria


infraestrutura de nuvem e cuida- ria dos dados do
TikTok. A possível aliança fez as ações da empresa
subirem 4,3% na bolsa de valores ontem. Segundo a
agência Reuters, a Oracle também negocia comprar
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
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coluna do broadcast

mudança - e que faz toda a diferença às aéreas - foi a


diluição dos atuais acionistas, que será menor do que
previa a proposta inicial do banco. Pela estrutura da
operação, a diluição será da ordem de 15% no fim do
processo. Antes, o BNDES tinha proposto diluição de
30%.

Custo. O custo do financiamento é CDI mais 4% ao ano,


mais o bônus de subscrição negociado em Bolsa. São
esses bônus que provocam a diluição. Agora, a Azul
precisa estruturar a operação junto aos bancos, para
poder levar os papéis ao mercado e executar a
transação.

Chegou. As diretorias da Gol e da Azul já vinham


trabalhando sobre uma proposta preliminar do BNDES
há algumas semanas. A novidade é que o banco, pela
primeira vez, entregou a proposta formal vinculante a
Clique aqui para abrir a imagem
uma das aéreas. Os debates com a Gol estão em fase
Autor: FERNANDA GUIMARÃES, MARIANA DURÃO anterior ao da Azul. A estimativa, contudo, é que essa
CRISTIAN FAVARO E CYNTHIA DECLOEDT oferta formal chegue ainda nesta semana.

BNDES pode fazer proposta de ajuda à Gol esta Outro lado. Procurada, a Gol se limitou a dizer que está
semana concluindo a avaliação quanto a essa oportunidade de
financiamento. Já o BNDES não comentou.
Depois da Azul, a Gol está perto de receber a proposta
de financiamento desenhada pelo Banco Nacional de Novo filão. A Ã"rama, plataforma de investimento
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em voltada às pessoas físicas, se estrutura para ampliar
conjunto com um sindicato de bancos privados, para negócios no crédito a empresas, seguindo tendência
uma linha de crédito de R$ 2 bilhões. Desse total, 60% nessa indústria. O modelo se baseia em intermediação,
serão garantidos pelo banco de fomento, 10% pelas com a Ã"rama fazendo a ponte entre companhias e
instituições financeiras privadas e os 30% restantes instituições financeiras na operação de crédito. A
serão captados em uma oferta pública junto a garantia desse empréstimo são os investimentos feitos
investidores. A transação será feita por meio de um pela empresa na plataforma, o que barateia o custo da
título híbrido, formado por papéis de dívida atrelados a operação. Um plano piloto está em andamento e a
bônus conversíveis em ações. A operação foi formatada expectativa é que o serviço esteja disponível no início
para ajudar as companhias aéreas, que sofreram o do ano que vem. Os principais cliente serão empresas
baque da pandemia em suas operações. Inicialmente, a que tenham faturamento mínimo de R$ 150 milhões.
previsão era de que o socorro chegasse a R$ 3 bilhões
por empresa. Mais. A Ã"rama vem ampliando seus negócios e a
entrada da Sulamérica, que adquiriu 25% de
Água. Na noite de domingo, a Azul anunciou que participação na instituição este ano, tem ajudado. Outro
recebeu uma proposta final do BNDES. A principal plano em andamento é o de prestação de serviços
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

financeiros a investidores, com a oferta de cartão de


crédito e pagamentos.

Onda. O fato de estar próxima da Sulamérica abre a


possibilidade de ampliar a distribuição de seus produtos.
Pelo menos parte dos 36 mil corretores da Sulamérica
podem se interessar pelo negócio de investimento.
Hoje, a Ã"rama tem 234 profissionais ligados à sua
plataforma e deve fechar o ano com 300. Também está
oferecendo aos agentes autônomos a plataforma no
modelo white label, no qual o profissional fica livre para
exibir a sua própria marca para o cliente. A Ã"rama
cresceu este ano, até agosto, 85% em relação a todo o
ano de 2019. A expectativa é que feche 2020, com
receita entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões.

Tela. A venda de celulares e smartphones triplicou e a


inscrição em cursos e aulas online aumentou 224%
desde o início da quarentena, segundo levantamento do
Cuponomia, site de cupons de descontos e cashback
que reúne mais de 2 mil lojas, entre eles os principais
competidores do mercado. Outros setores que
dobraram vendas no período foram informática (126%),
farmácias e utilidades domésticas (118% cada).

Proteção. O segmento de seguro habitacional


apresentou alta de 6,9% de janeiro a julho de 2020,
quando comparado ao mesmo período de 2019.
Segundo dados colhidos pela Superintendência de
Seguros Privados (Susep), o volume de prêmios do
segmento até julho foi de R$ 2,57 bilhões, ante
arrecadação de R$ 2,41 bilhões nos primeiros sete
meses do ano passado.

Em casa. O volume de prêmios do seguro habitacional


ficou em R$ 384 milhões no último mês de julho, com
aumento de 10,6% em relação a junho, quando a
receita foi de R$ 366 milhões.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 1 -
Instituições Financeiras

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Editorial Econômico - Desemprego na OCDE diminui, mas ainda é alto

evolução do emprego nos Estados Unidos, a maior


economia do mundo.

Oscilações muito mais amplas do que a dos países


europeus vêm sendo observadas no mercado de
trabalho norte-americano (e também no canadense). A
taxa de desemprego nos EUA subiu de 3,5% em
fevereiro para 14,7% em abril, no auge do impacto da
pandemia. Desde então, vem caindo, mas ainda
continua muito alta, de 10,2% em julho, quase o triplo
da observada no início do ano.

Além da diversidade do impacto da pandemia sobre o


mercado de trabalho por país e por região, há diferença
também de seu efeito negativo sobre o emprego de
acordo com a idade dos trabalhadores. Já prejudicados
em condições normais, os trabalhadores jovens (de 15 a
24 anos) foram mais atingidos pelo desemprego do que
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os trabalhadores com mais de 25 anos. A taxa de
O desemprego, efeito econômico-social mais notável da desemprego entre os jovens passou de 11,7% para
pandemia de covid-19, começa a arrefecer nos países 17,7% entre o primeiro e o segundo trimestres deste
ricos. Embora continue alta, especialmente nos Estados ano, enquanto a dos demais trabalhadores variou de
Unidos, a taxa de desemprego está diminuindo nos 4,6% para 7,3%.
países da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em julho, a taxa Nos países não filiados à OCDE, a covid-19 agravou
baixou para 7,7%, ante os 8,0% de desempregados em outros problemas que afetam o mercado de trabalho,
junho. Apesar da redução, a taxa continua 2,5 pontos entre os quais a informalidade, a baixa qualificação da
porcentuais maior do que a de fevereiro, antes de a mão de obra e dificuldades de crescimento econômico.
pandemia atingir duramente o mercado de trabalho em
todo o mundo. Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
O desempenho é bastante diversificado entre os países
que fazem parte da organização. Na Zona do Euro, por
exemplo, ele vem aumentando ininterruptamente desde
abril. Mas o aumento é lento, pois alcançou 7,9% em
julho e tinha sido de 7,7% em junho e de 7,3% em
fevereiro. Está apenas 0,6 ponto porcentual acima do
nível de antes da pandemia.

Nas sete maiores economias do mundo, a variação foi


de 4,1% em fevereiro para 7,4% em julho, bem mais
intensa do que a observada na média de todos os
países da OCDE. Essa discrepância foi provocada pela
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

BERNARD APPY - Os municípios na reforma tributária

ao ISS. Nas operações intermunicipais, o ISS seria


cobrado de forma centralizada por meio de um comitê
gestor, sendo destinada parcela equivalente à alíquota
mínima para o município de origem e a diferença entre a
alíquota interna e a alíquota mínima para o município de
destino, após uma transição de dez anos.

A proposta do Simplifica Já nasceu de uma


preocupação dos grandes municípios com os efeitos da
substituição do ISS pelo IBS, que incide sobre uma
base ampla de bens e serviços e cuja receita é
distribuída proporcionalmente ao consumo. Parte da
preocupação deve-se à potencial perda de receita de
alguns municípios que são grandes arrecadadores de
ISS. Parte se deve à percepção de que a receita do ISS
tende a crescer mais que a receita do IBS, por causa da
tendência de aumento da participação dos serviços no
PIB.
Clique aqui para abrir a imagem

Autor: BERNARD APPY A preocupação dos grandes municípios é


compreensível, mas o Simplifica Já não é a solução
Nas últimas semanas tem ganhado destaque no debate adequada. O principal problema da proposta é que ela
sobre a reforma tributária uma proposta desenvolvida tem um impacto muito negativo sobre o crescimento. A
pelos grandes municípios conhecida como Simplifica Já. manutenção da segmentação entre a tributação de
Tal proposta, consolidada na Emenda 144 à PEC 110, mercadorias e de serviços inevitavelmente leva a
mantém a separação entre o ICMS (estadual) e o ISS incidências cumulativas que afetam negativamente o
(municipal), divergindo das propostas da Câmara (PEC investimento e as exportações. Adicionalmente,
45) e do Senado (PEC 110), que propõem unificar o mantêm-se algumas importantes distorções do sistema
ICMS, o ISS e tributos federais (PIS, Cofins e IPI) num atual, como a menor tributação da construção em
único Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). alvenaria comparativamente à construção com
estruturas pré-fabricadas, o que reduz a produtividade.
Pela proposta do Simplifica Já, o ICMS passaria a ter
legislação nacional unificada e seria cobrado de forma A consequência é que o custo social da proposta é
centralizada, por meio de um comitê gestor. A alíquota muito superior ao benefício dos grandes municípios. Em
incidente nas transações interestaduais seria reduzida 15 anos, os municípios ganhariam no máximo 0,4% do
progressivamente, em até cinco anos, de modo a que PIB de receita, enquanto a redução do PIB,
no final da transição o ICMS fosse cobrado no destino. relativamente ao que resultaria da aprovação da PEC
45, seria de pelo menos 3%.
Já no caso do ISS, a proposta também sugere unificar
nacionalmente a legislação, estabelecendo uma Adicionalmente, apesar do nome, o Simplifica Já resulta
alíquota mínima e uma alíquota máxima do imposto. num sistema mais complexo que o do IBS previsto na
Cada município deveria definir uma única alíquota PEC 45. Enquanto neste último haveria apenas um
interna, que seria aplicável a todos os serviços sujeitos imposto e um sistema de cobrança, no Simplifica Já
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

haveria pelo menos três tributos (incluindo um federal) e


três regimes diferenciados de cobrança.

Por fim, um dos grandes problemas do Simplifica Já é


que ele mantém o perfil não cooperativo do federalismo
brasileiro, ao abrir - equivocadamente - um espaço de
disputa entre municípios e Estados pela base tributária.
Ao manter a segmentação entre o ICMS e o ISS, perde
não apenas a sociedade como um todo, mas perdem os
próprios municípios, cuja receita depende hoje mais da
parcela municipal (cota parte) do ICMS que do ISS.

A preocupação dos grandes municípios com o impacto


da reforma tributária é pertinente. Mas a solução não é
a que estão propondo. Há alternativas em discussão
que contemplam as preocupações desses municípios
sem prejudicar a sociedade e sem esgarçar ainda mais
o federalismo fiscal brasileiro. Soluções são construídas
pelo diálogo, e não por modelos que desconsideram os
interesses da sociedade e dos demais entes da
Federação.

Preocupação é compreensível, mas o Simplifica Já não


é a solução adequada

DIRETOR DO CENTRO DE CIDADANIA FISCAL

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

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Cenário Político-Econômico - Colunistas

PEDRO FERNANDO NERY - O auditor de costumes

equiparação com carreiras de nome parecido, mas que


ganham muito mais - elevando seu custo.

O ministro da Educação criaria graduações e pós-


graduações em globalismo em todas as universidades
federais, com milhares de vagas por ano e ensejando a
contratação correspondente de professores
concursados. O ministro do Meio Ambiente emplaca
também um novo curso em todas elas, o de
ambientalismo de resultados.

O ministro das Relações Exteriores consegue ainda


mais, a criação da Universidade Federal da Integração
com o Visegrado - Univil. Além dela, para facilitar a
cooperação com os novos aliados, são criados dezenas
de diplomas de letras/tradução em polonês, checo,
eslovaco e húngaro.

Clique aqui para abrir a imagem


Já os novos agentes da Força Nacional pelo Nascituro
Autor: PEDRO FERNANDO NERY tentam enquadrar um amplo leque de condutas como
apologia ao aborto. Ainda, inspirado por Trump, o
Muitas análises sobre a reforma administrativa se governo cria a quarta força das FFAA, a Força Espacial,
concentram no risco de fazê-la sob o atual governo. sediada em Alcântara.
Para alguns, ela permitiria que o presidente na prática
acabasse com órgãos relevantes que o desagradam, e Insatisfeita com estes rumos, a população elege já no 1°
que perseguisse servidores simplesmente por opinarem turno Guilherme Boulos como presidente da República.
contra ele. Um risco do atual arranjo, porém, é ignorado:
o das políticas dos atuais governantes serem Ele prometera desfazer todas estas medidas mas, sem
irreversíveis, ao menos para o erário. maioria no Congresso, não consegue sequer
reorganizar as estruturas criadas. Também não pode
Façamos um exercício de imaginação nos próximos demitir os auditores federais de costumes ou os novos
parágrafos. Imagine que o presidente consiga por professores e servidores das universidades. Por isso,
medida provisória criar um órgão novo e pioneiro. fica sem os bilhões que precisava para cumprir suas
Atendendo a pleitos da ministra Damares, contrata promessas de campanha.
milhares de novos auditores federais para trabalhar ali.
É a carreira de auditor federal de costumes. Tentou ao menos colocar em outras atividades o grande
contingente de servidores, mas eles derrotam o governo
Esse auditor azucrina a vida da população aplicando na Justiça: entende-se haver "desvio de função". Os
inéditas e rigorosas interpretações para as normas servidores, além de estáveis, têm o direito de trabalhar
legais existentes. Seu foco vai do consumo de bebida com o que foram contratados para fazer.
alcoólica em público à produção audiovisual a que
crianças possam sofrer exposição. Os auditores O presidente Boulos quer cumprir sua principal
federais de costumes rapidamente conquistam promessa de campanha: erradicar o desemprego. O
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

programa Emprego Universal é baseado na visão de


que o Estado deve funcionar como empregador de
última instância, oferecendo vagas, ainda que parciais,
para desempregados trabalharem em atividades que
exigem baixa qualificação mas são importantes para a
sociedade. A proposta empolgou os eleitores.

O Emprego Universal, mesmo desidratado pela falta de


dinheiro, contratou milhares para atuar no cuidado a
crianças ou idosos em centros comunitários; fazer
reparos na manutenção das cidades; e atuar no
reflorestamento. Mas o principal programa do presidente
é derrubado no Judiciário: sindicatos de servidores da
educação, enfermagem, conservação/limpeza urbana e
de carreiras do meio ambiente processam o governo por
"burla ao concurso público" - com razão. Não pode o
Emprego Universal contratar os desempregados para
atribuições que são consideradas desses concursados.

Os exemplos anteriores são propositadamente


extremos, mas ilustram dificuldades dos mandatários,
incluindo governadores e prefeitos, em empreender
seus planos de governo. É muito difícil desfazer ações
de outras administrações ou usar a folha de pagamento
do Estado de forma mais inclusiva - ainda que essas
medidas sejam sufragadas pela maioria da sociedade.

O arranjo atual é insustentável: há pouco espaço para


novas políticas públicas porque o orçamento é ocupado
pelos resquícios de políticas anteriores. Servidores
contratados previamente não podem ser desligados,
frequentemente têm direito a aumentos salariais
automáticos com o tempo e parte deles ainda têm
regras de aposentadoria favorecidas. Até movimentá-los
pode ser difícil (mesmo se o Congresso extinguir seu
órgão/cargo por lei). Algum tipo de reforma
administrativa é necessária para tornar o Estado mais
permeável às atualizações nas demandas do eleitorado.
Uma boa reforma prestigia a própria democracia.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 2 -
Reforma Administrativa

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Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Prévia do PIB do BC tem alta de 2,15% em julho

"As revisões do BC reforçam a questão de não


mudarmos a nossa projeção para o PIB, porque
esperávamos alta de 3,0% ante uma base um pouco
menor", resume Pedroso. Ele manteve estimativa de
alta de 6,0% no PIB do terceiro trimestre em relação ao
segundo.

Pedroso explica que a continuidade do processo de


flexibilização das medidas de distanciamento social
deve sustentar uma retomada nessa intensidade.
"Estamos chegando ao fim de setembro sem retrocesso
na reabertura, e isso vai acabar favorecendo
principalmente o setor de serviços", afirma.

De acordo com o economista, a tendência é de


continuidade de uma recuperação gradual, com melhora
progressiva no setor de serviços. Para o quarto
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trimestre, com a queda do valor do auxílio emergencial
Autor: Eduardo Rodrigues de R$ 600 para R$ 300 mensais, além de uma base de
comparação menos depreciada, Pedroso espera
O nível de atividade da economia brasileira cresceu pelo crescimento de 3,50% no PIB. Em 2020, a economia
terceiro mês seguido em julho, segundo números deve ceder 5,60%, segundo o analista.
divulgados ontem pelo Banco Central.
Para os economistas João Maurício Lemos Rosal e
O índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado Homero Guizzo, da Guide Investimentos, o crescimento
uma "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), do IBC-Br de julho deixou o indicador 6,5% abaixo do
apresentou crescimento de 2,15% em julho, na nível de fevereiro. Com o resultado, seriam necessários
comparação com o mês anterior. O número foi quatro meses consecutivos com crescimentos marginais
calculado após ajuste sazonal, uma espécie de de 2,0% para que o índice retornasse ao nível pré-
"compensação" para comparar períodos diferentes. pandemia, calculam. "Essas ponderações deveriam ser
feitas antes de chegar à conclusão de que estamos
O resultado, porém, ficou abaixo do esperado pelos testemunhando uma recuperação em "V sustentável. O
analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que caminho de volta à atividade pré-covid é uma subida
projetavam alta de 3,30%. pedregosa, íngreme, que logo vai enfrentar a redução
dos pagamentos do auxílio emergencial", escrevem os
Mas, segundo Carlos Pedroso, economista-chefe do analistas em relatório.
Banco MUFG Brasil, o número abaixo do previsto se
deu pela revisão do dado de junho: o Banco Central Os resultados do IBC-Br, neste ano, refletem os efeitos
revisou o crescimento naquele mês de 4,89% para da pandemia de covid-19, sentidos com maior
5,32%. O dado de maio também foi revisado, de alta de intensidade na economia nos meses de março e abril.
1,59% para 1,86%. Sem as mudanças, o número de De maio em diante, os números mostram o início de
julho seria de 3,54%, diz. uma reação.
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
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Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Focus. Os economistas do mercado financeiro


melhoraram sua estimativa para a queda do PIB neste
ano, que passou de 5,31% para 5,11%.

A expectativa faz parte do boletim de mercado,


conhecido como relatório "Focus", também divulgado
ontem pelo BC. Os dados foram levantados na semana
passada em pesquisa com mais de 100 instituições
financeiras.

Alta e tombo

5,32% Foi a alta revisada do IBC-Br em junho (antes,


4,89%). Mudança impactou resultado de julho 5,11% é o
tombo previsto para o PIB neste ano, apura Focus, do
BC

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Banco Central, Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Bacen, Banco
Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto, Banco Central
- Perfil 2 - Banco Central, Banco Central - Perfil 3 -
Banco Central, Banco Central - Perfil 3 - Banco Central
do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Instituições
Financeiras

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O Estado de S. Paulo/Nacional - Especial
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

DIRETO DA FONTE

Há também testes em Taiwan - que negocia com a


Dasa. A Moderna e Johnson e Johnson também devem
ser testadas no Brasil.

Gol de placa?

Há quem torça, no Corinthians, para que uma proposta


da Globo, que inclui adiantamento de direitos de
transmissão, vingue.

Já, já

A novela da candidatura de Marcelinho Carioca a


vereador pelo PSL está próxima do fim. Ao que se
apurou, ele será aceito pela legenda, após racha entre
as lideranças na questão.

O ex-jogador não desperta, por exemplo, o entusiasmo


Clique aqui para abrir a imagem
de Joice Hasselmann, candidata à prefeita.
Autor: SONIA RACY
POLAROID
Guerra na veia
Nelson Baskerville dirigiu à distância (ele em sua casa
Há corrida grande entre empresas, bem como estados, em São Paulo) atriz Helena Cerello (em sítio no interior)
sobre quem será o primeiro a entregar a vacina da na peça O Peso do Pássaro Morto, que entrou em
covid-19 no Brasil. Entre tantas opções, circula pergunta temporada online. "É um trabalho de criação muito forte
silenciosa, quase politicamente incorreta, de entre nós. É fascinante descobrir novas formas de se
investidores. comunicar". A peça fica em cartaz até o dia 22.

Quanto os laboratórios vão ganhar com a vacina? Pelo NA FRENTE


que se apurou, o custo unitário estimado por algumas
indústrias seria baixo, de algo como US$ 2,00. Mas há - O Pantanal precisa de ajuda privada. A Comitiva
uma empresa americana dizendo que consegue vender Esperança lista, em suas redes sociais, mais de oito
por US$ 50,00. organizações que estão unindo forças para quem quiser
doar..
Guerra 2
- Drauzio Varella e Cleber Firmino pilotam live, hoje,
Uma das opções mais avançadas é a sobre cuidados com a saúde mental na pandemia.
AstraZeneca/Oxford, que sofreu uma breve interrupção, Iniciativa das Drogarias SP e Pacheco.
mas já retomou o processo. Em São Paulo, quem está
na disputa é a chinesa Sinovac e Butantã. Bahia e - PremieRpet está usando a #AdoteUmCV no LinkedIn
Paraná apostam na russa Sputnik. para divulgar o currículo de pets para adoção. O
objetivo da ação é dar mais visibilidade para a adoção
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O Estado de S. Paulo/Nacional - Especial
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

responsável. Daniela e a outra filha, a advogada Fabiana, também se


recuperam da enfermidade.
- O Instituto Brasil-Israel promove debate com Karina
Caladrin e Leonel Caraciki, sobre os acordos entre Todos atravessam o isolamento juntinhos em São
Israel, Bahrein e Emirados Árabes. Hoje, pelo Zoom. Paulo, passando o tempo com jogos de tranca e
assistindo a seriados no streaming, como Casa de
Há seis anos no interior de SP, Natasha Serigatto Papel e The Crown.
comemora, ao lado da sócia, Bianca Arcangeli (à
direita), a chegada do Abdômen Lacrado à capital. Se a ...filho
pandemia deixar, a dupla pretende abrir ainda este mês
seu primeiro espaço de estética. Escolheram o bairro do Quem acabou mesmo isolado foi Cauê Macris - que por
Itaim. enquanto, escapou dessa.

Unidos... Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas
O chamado corredor cultural da Paulista - que inclui
instituições como o IMS, Masp, Sesi, Japan House,
Casa das Rosas e Itaú Cultural - apresenta hoje à
Prefeitura, de maneira virtual, um protocolo unificado de
reabertura.

É esperado que possam abrir já na próxima fase do


plano SP. Teatros devem ficar de fora.

...venceremos

A exceção da avenida é o Sesc, que já está aberto para


as funções essenciais, e agora elabora protocolo
individualizado para a retomada de suas atividades
ligadas à cultura.

Enquanto isso, no Rio, o MAM reabriu sábado


renovado: foi o primeiro a fazer uma chamada aberta -
movimento iniciado pelo diretor Fabio Szwarcwald para
escolher seus diretores artísticos. Elegeram Keyna
Eleison e Pablo Lafuente.

Pai, mãe e tia...

Parte da família Macris, contagiada pela covid-19, está


dando um bom exemplo. Rafael Macris pulou a
convenção no fim de semana - a que oficializou sua
candidatura para a prefeitura de Americana. O pai,
Vanderlei Macris, 70 anos, passou pelo hospital por
precaução, mas teve alta no dia seguinte. A mulher
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Folha de S. Paulo/Nacional - CAPA
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Cenário Político-Econômico - Capa do Dia

Capa do Dia

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Capa do Dia

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Capa do Dia

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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Um degrau abaixo

região, Claver-Carone foi uma imposição de um Trump


cada vez mais acossado em busca de sua reeleição.

Em entrevista a esta Folha, Claver-Carone afirmou que


gostaria de ver sobrepostas ações do BID às do
programa De Volta às Américas, do governo em
Washington.

Tal iniciativa visa tirar empresas americanas da China e


trazê-las para países próximos dos EUA, por meio de
incentivos diversos.

Não que elas estejam fazendo fila: pesquisa da Câmara


de Comércio Americana em Xangai mostrou que 70%
de suas filiadas pretendem ficar na China, apesar da
instabilidade que a pandemia trouxe e que a Guerra Fria
2.0 movida por Trump vai manter, segundo creem.

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Ao Brasil coube o patético papel de abaixar novamente
Apoio a americano no BID e isenção tarifária para a cabeça aos desígnios do ídolo do presidente Jair
agradar Trump apequenam ainda mais o Itamaraty Bolsonaro. O BID é instrumento importante, tendo
emprestado US$ 35,3 bilhões de 2008 a 2019 a
Uma regra não escrita nos conclaves do Vaticano governos e empresas brasileiras.
estabelece que um papa nunca deve ser norte-
americano. O motivo, a concentração de musculatura Mas a altivez de rede social do Itamaraty sob Ernesto
para aquela que já é a mais poderosa nação do mundo. Araújo e seu padrinho Eduardo Bolsonaro limitou-se a
chancelar a manobra.
De forma mais explícita, as Nações Unidas não podem
ser lideradas por um cidadão dos Estados Unidos ou Araújo também foi ativo proponente da manutenção da
dos outros quatro membros do Conselho de Segurança, isenção de alíquota de importação para uma nova cota
seu órgão decisório supremo. de etanol americano, para alegria dos produtores do
chamado cinturão do milho, que em 2016 apoiaram
O que dizer de um órgão com grande importância para Trump.
a economia do quintal geopolítico dos EUA, o BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento)? A decisão, contra a qual protestou o setor agropecuário
brasileiro, fica mais indefensável por ter vindo após a
Desde a sua fundação, em 1959, o órgão tem a redução da cota de importação de aço do Brasil pelos
presidência ocupada por um latino-americano. Mas no EUA.
sábado (12), foi eleito para a função o norte-americano
Mauricio Claver-Carone, indicado por Donald Trump. Tal alinhamento, para endossar a aliança com Trump,
Um dos "falcões" da Casa Branca, assessor só aumentará o preço a ser pago em eventuais
presidencial para o Hemisfério Ocidental e defensor de negociações na hipótese de vitória do candidato Joe
agressivas políticas contra regimes de esquerda na Biden em novembro. Dificilmente o democrata, um
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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
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pragmático, mudaria os termos das concessões


oferecidas de bandeja por Bolsonaro.

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Econômico - Colunistas

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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
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Frente de devastação

dotação para R$ 1,65 bilhão. Quase um terço disso (R$


513 milhões) depende de crédito extra que o Planalto
precisa aprovar no Congresso. No ICMBio, o recuo é de
12,8%, para R$ 609 milhões --43% sob arbítrio dos
parlamentares. Reina a incerteza.

Tais cortes enfraquecem órgãos já combalidos pelas


investidas de Salles. Para começar, o ministro
desorganizou as instituições destituindo várias chefias,
deixando-as vagas ou preenchendo-as com quadros
militares e policiais.

Funcionários gabaritados se aposentam e deixam de


ser substituídos, pois não se realizam concursos e
nomeações. Muitos dos que estão treinados para atuar
contra incêndios e desmate ficam impedidos de
trabalhar por integrarem grupos de risco para a Covid-
19.
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Diante de tragédias ambientais, desmonte de Ibama e O moral das equipes declina em meio a
ICMBio se agrava com cortes para 2021 desautorizações e punições para quem se destaca no
cumprimento de ações previstas em lei, como a
O Pantanal, maior planície alagável do planeta, está em destruição de equipamentos de garimpeiros e
chamas, como se vê diariamente na TV. O madeireiros.
desmatamento avança na Amazônia, como se observa
por satélites, e deve destruir mais floresta em 2020 do Para cumular a escalada de desprestígio, Bolsonaro
que no primeiro ano sob Jair Bolsonaro, quando já dera entregou às Forças Armadas, na pessoa do vice-
um salto. presidente Hamilton Mourão, o combate à destruição.
Operações militares teatrais, caras e de baixa eficácia,
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e seu põem no ostracismo especialistas do Ibama e do
presidente colhem os frutos da frente ampla de ICMBio.
devastação que lideram em Brasília. O primeiro flanco
se fixou na desidratação dos institutos federais de General e ministro parecem mais imbuídos de fazer
preservação, Ibama (licenciamento ambiental e prevalecer a narrativa de que há uma campanha
fiscalização) e ICMBio (conservação). difamatória contra o Brasil. Atribuem-se missões de
relações públicas, recorrendo a inverdades para
No último lance para manietar as autarquias, apertaram fortalecer seu ponto de vista.
o torniquete financeiro. Em 2021, seus orçamentos
terão cortes significativos, reduzindo ainda mais a Enquanto desconversam, ardem Amazônia, Pantanal e
capacidade para proteger os biomas nacionais mais cerrado.
ameaçados: floresta amazônica, cerrado e Pantanal.
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
No caso do Ibama, o talho é de 4%, encolhendo a Econômico - Colunistas
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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Vida em Vênus?

esperar. Em cinco ou dez anos, alguma potência


espacial enviará uma sonda a Vênus, com o objetivo de
analisar amostras de nuvens que possam conter
indícios mais diretos. Se tivermos muita sorte,
encontrarão um venusianozinho.

Mesmo que não encontremos nada, não haverá motivos


para abalar a crença de que a vida microbiana é
abundante no Universo. Afinal, os elementos e as
reações que possibilitaram seu surgimento na Terra
estão presentes em toda parte.

E quanto à vida inteligente? Aí complica. Como mostrou


Peter Ward, a ocorrência de vida multicelular depende
não só de química, mas de uma combinação de fatores
astrofísicos e geológicos que tende a torná-la muito
mais rara.

Clique aqui para abrir a imagem


No nosso caso, incluíram um eixo de inclinação de 23,5
Autor: Hélio Schwartsman graus; campo magnético; placas tectônicas; uma lua
maciça; e até a proximidade com Júpiter, que funciona
são paulo Nas ficções científicas e nas telas, a como um aspirador de pó espacial, evitando que corpos
descoberta de vida extraterrestre costuma ser retratada celestes errantes se choquem contra nós. Tiramos o
de forma épica, através de primeiros contatos com bilhete premiado.
formas de vida exuberantes, frequentemente marcados
por ameaças existenciais contra nossa espécie. "Klaatu helio@uol.com.br
barada nikto" (os cinéfilos entenderão a referência).
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
O mundo real tende a ser menos dramático. O anúncio Econômico - Colunistas
de que uma molécula detectada em Vênus traz marcas
de vida microbiana, em que pese a possibilidade de
conter a resposta para uma questão fundamental, que é
saber que não estamos sós no Universo, gera uma
situação bem menos romântica.

Cientistas passarão os próximos meses e anos bolando


teorias que expliquem o surgimento de fosfina por
processos não biológicos que poderiam ocorrer na
química venusiana. Se tiverem êxito, ahipótese de
termos detectado vida sai enfraquecida; se não tiverem,
é corroborada.

Quem gosta de respostas mais assertivas terá de


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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Lula não pode ser 'cancelado'

Passados quase dois anos de um governo que afronta a


democracia dia sim, outro também, não deixa de
surpreender que tenha vindo do ministro Edson Fachin
a constatação de que a candidatura de Lula em 2018
teria "feito bem à democracia". A postulação foi barrada
pelo Tribunal Superior Eleitoral com base na lei da Ficha
Limpa porque Lula já havia sido condenado em segunda
instância no caso do tríplex.

O PT ganhou quatro das oito eleições para presidente


desde a redemocratização e ficou em segundo lugar
nas outras quatro. Em 2018, recebeu 47 milhões de
votos.

Independentemente das convicções e afinidades


políticas de cada um de nós, é preciso reconhecer que
um partido com essa representatividade não pode ser
excluído do debate público. E Lula não pode ser
Clique aqui para abrir a imagem
"cancelado". A esparrela dos "dois extremos" é uma
Autor: Cristina Serra trapaça informativa e cognitiva sobre a qual parte
relevante da imprensa brasileira precisa fazer
Brasília No vídeo que gravou para as redes sociais no autocrítica.
dia da Independência, Lida deu a partida para 2022. O
ex-presidente percebeu a movimentação do adversário Lula está de volta. E isso é uma boa notícia para a
no terreno que lhe é (ou era ?) favorável, o Nordeste. E democracia.
está ciente das agruras do PT em ter candidatos
competitivos e/ ou estabelecer alianças para as eleições Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
municipais que se aproximam. Econômico - Colunistas

É muito difícü saber, hoj e, se o petista conseguirá


candidatar-se a qualquer cargo que seja, considerando
a corrida de obstáculos nos tribunais. Um dos maiores
entraves é o julgamento do pedido de suspeição de
Sérgio Moro, o juiz-acusador que o tirou do jogo na
eleição de 2018 e virou ministro da "justiça" da extrema
direita violenta que nos governa.

O julgamento sobre a suspeição de Moro na Segunda


Turma do STF começou em dezembro de 2018 e
empacou no "perdido de vista" feito por Gilmar Mendes.
O desfecho afigura-se imprevisível com a aposentadoria
do ministro Celso de Mello daqui a mês e meio.

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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
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Pelé não é o Pantera Negra

(craque contra o qual pesa o fato de não ter conquistado


uma Copa do Mundo para a Argentina; o brasileiro
ganhou três) e Maradona ocupariam degraus acima
dele na galeria dos maiores deuses da bola. "Pão ou
pães, é questão de opiniães", diria Riobaldo - e não há
espaço aqui para entrar nessa discussão infinita.

Outros gostariam que Pelé, ao longo da carreira, tivesse


tomado atitudes como as de John Carlos e Tommie
Smith no pódio na Olimpíada do México, em 1968:
punhos fechados contra o racismo. Não adianta: Pelé
não é o Pantera Negra. Ou qualquer outro super-herói:
está doente, recluso, enfrentando um problema crônico
nos quadris.

O escritor João Antônio costumava dizer que "Pelé, a


gente admira; Garrincha, a gente ama". Talvez. O que
sei é que me sinto meio triste, como se o reinão tivesse
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jogado nada diante do meu time.
Autor: Álvaro Costa e Silva
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
rio de janeiro Meninos, vi Pelé no Maracanã. Uma vitória Econômico - Colunistas
do Santos sobre o Botafogo, 3 a 0, em 1974. Aos 33
anos, ele comeu abola, deixou o seu, ajudou Edu e
Nenê a fazer os outros, provando que podería ter ido ao
Mundial da Alemanha disputado naquele ano. Foi como
se o rei do futebol soubesse que aquele garoto
embasbacado estava na arquibancada só para vê-lo.
Saí feliz do estádio, o único dia em que isso aconteceu
depois de uma derrota do meu time.

Daqui a pouco, no dia 23 de outubro, Pelé fará 80 anos.


Confesso que esperava mais barulho, desde já, em
torno da data redonda. Claro que não faltarão
homenagens mil (ou 1.281, umaparacadagolmarcado).
O Museu do Futebol, em São Paulo, está preparando
uma exposição, totalmente audiovisual, para atrair um
público mais jovem. Não queria estar na pele do curador
Gringo Cardia, que terá de selecionar fotos e vídeos
comgols, dribles, passes, arrancadas, socos no ar.

Mas hoje a tabelinha entre Pelé e o Brasil já não


funciona tão bem. Para as novas gerações, Messi
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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
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Stalin em Ipanema

quando mobilizadas por procedimentos que dialogavam


com a arte erudita eram alçadas e erigidas.

Esses opostos mobilizados não eram, porém, as


oposições superficiais da conjuntura - a oposição entre
o nacional-popular da canção de protesto e a futilidade
cheia de estrangeirismos da música comercial,
supostamente alienada - , mas as contradições
estruturais da vida social brasileira.

Na política, também, Caetano não se deixou capturar


pela oposição dicotômica entre o autoritarismo da
ditadura militar e aquele das diferentes experiências
socialistas, adotando uma posição contracultural de
inclinação liberal.

É justamente essa posição que Caetano revê na


entrevista.
Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Pablo Ortellado Bial mostra um trecho do filme em que Caetano diz que,
ao contrário do que alegavam seus perseguidores na
Caetano Veloso esteve no centro de uma nova ditadura, nunca havia defendido as experiências
controvérsia, semana passada, quando, em entrevista socialistas. Nesse momento, ressalta que, passados
ao programa do Bial, reviu sua posição crítica aos dois anos da gravação, não pensa mais assim, porque
regimes socialistas registrada no belíssimo havia sido persuadido pela obra de Domenico Losurdo.
documentário "Narciso em Férias".
Losurdo é um dos principais responsáveis pela amai
A força estética da obra de Caetano e do tropicalismo onda revisionista sobre o legado de Stalin. Sua obra
sempre esteve alicerçada na articulação de opostos, um reconhece as violências do stalinismo, mas as justifica e
procedimento que herdou do modernismo paulista. as contemporiza, comparando-as com violências que
teriam sido maiores na modernização capitalista.
Por meio da citação, da paródia e da colagem, sua obra
combinou o arcaico e o moderno, o tradicional e a Na entrevista, Caetano diz que sua nova posição não é
vanguarda, o nacional e o estrangeiro, o artístico e o reação polarizada à ascensão da direita, mas a obra de
comercial. Losurdo consiste justamente naredenção dos campos
de concentração, dos assassinatos políticos e da
O resultado dessas combinações não foi apenas uma perseguição aos dissidentes por meio da comparação
síntese, mas uma espécie de promoção, na qual o com o regime adversário.
Brasil moderno, "fora do lugar", se reencontrou, se
reconciliou com o Brasil profundo e arcaico, levando-o Depois de denunciar com firmeza o autoritarismo da
adiante. ditadura militar num depoimento oportuno, Caetano se
rendeu à irresponsabilidade narcísica, incensando o
O mesmo se deu com a música comercial ou brega que stalinismo.
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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
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Alguém esconda o espelho.

po.ortellado@gmail.com

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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Desafios para o país nopós-pandemia

vencer desafios e buscar o crescimento sustentado da


economia, para melhorar qualidade de vida e o acesso
da população à saúde, à educação e ao lazer, com
trabalho, renda, dignidade e liberdade.

Precisamos agir rápido e com muita determinação. Não


temos o direito de esperar por uma segunda pandemia.
Todos â?"cidadãos, empresas, governosâ?" devemos
deixar de lado o egoísmo, prestar atenção às demandas
coletivas e buscar a união em torno de um projeto
consistente de retomada da economia, que possibilite
ao país superar as consequências negativas da Covid-
19 e se adaptar ao chamado "novo normal".

A crise atual provocou algumas reflexões sobre a


economia globalizada. A recente falta de insumos e
equipamentos na área de saúde mostrou a necessidade
de os países terem uma ampla base de produção para
Clique aqui para abrir a imagem
assegurar o suprimento das cadeias industriais, manter
Autor: Robson Braga de Andrade empregos e gerar riquezas. Ficou claro que não
podemos produzir tudo, mas também não podemos
Reformas tributária e administrativa devem tramitar depender de um ou dois fornecedores nem de um ou
simultaneamente dois clientes.

De uma hora para outra, a pandemia da Covid-19 O novo cenário confirmou que a ciência, a pesquisa e a
mudou nossos hábitos e nos obrigou a rever planos e tecnologia são as garantias da nossa sobrevivência. Por
prioridades. Em 2019, as principais discussões em todo isso, cresceu a necessidade de investimentos
o mundo giravam em torno do futuro do trabalho e das constantes e robustos em inovação e desenvolvimento
previsões de que a automação eliminaria empregos e tecnológico.
transformaria a vida das pessoas. Imaginávamos que
teríamos tempo para encontrar respostas adequadas a Aumentou, igualmente, a importância de uma educação
esses e outros desafios. básica e profissional de qualidade, que assegure um
futuro melhor para os jovens e fortaleça o espírito
Entretanto, no início de 2020, o novo coronavírus nos coletivo e o compromisso ético com o país.
mostrou uma dura realidade. A busca por soluções para
preservar vidas passou a ser a prioridade das O ambiente mais complexo do pós-pandemia requer,
prioridades. E, em meio à mais grave crise sanitária e ainda, a ampliação da produtividade e da
econômica da história recente, nos deparamos com competitividade da indústria e dos demais segmentos.
uma série de adversidades, muitas até então Um passo decisivo é a aprovação de reformas
desconhecidas. estruturantes, sobretudo a tributária e a administrativa.

Apesar das dificuldades, não podemos ficar paralisados. É imprescindível fazer uma reforma tributária que
É necessário ter coragem para enfrentar fragilidades, simplifique o sistema de arrecadação de impostos,
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

aumente a base de contribuição, reparta a carga de


forma equânime entre os diversos setores e que dê
transparência sobre os tributos incidentes sobre
produtos e serviços.

É imperioso, também, reformar o Estado brasileiro, por


meio de uma reforma administrativa que reduza e
racionalize os gastos públicos, e que melhore a
qualidade e a eficiência dos serviços prestados à
população. Políticas públicas precisam ter metas de
desempenho e avaliação precisa de custos e benefícios,
para assegurar a efetividade nas ações e na aplicação
de recursos públicos.

A revisão do modelo de tributação será o norte para a


modernização do Estado. Por isso, é essencial que as
reformas tributária e administrativa tramitem
simultaneamente no Congresso Nacional, para que, ao
final, tenhamos um Estado menos pesado e um sistema
tributário simplificado, possibilitando ao Brasil iniciar um
novo ciclo de desenvolvimento.

Hoje, o foco principal deve ser a preservação da saúde


e da vida das pessoas. Temos, entretanto, que trabalhar
para a construção de um futuro de mais prosperidade,
qualidade de vida, inclusão social e paz para todos os
brasileiros.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 2 -
Reforma Administrativa

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Folha de S. Paulo/Nacional - Tendência e Debates
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Outro mundo é necessário; outro Brasil é preciso

No campo político, a pandemia tem aprofundado o


estresse das democracias, que se encontravam
pressionadas pela desigualdade e pelo desemprego
gerados pelo modelo neoliberal em crise. Por aqui, o
governo parece apostar no medo e na morte para
agredir as instituições e intentar um golpe que elimine
resistências ao fascismo oficializado.

Vivenciamos crises que se retroalimentam: sanitária,


econômica, social, democrática, ambiental e, também,
uma profunda crise humanitária e civilizatória.
Sobrevivemos num mundo irreconhecível, de espelhos
quebrados.

Enganam-se, contudo, aqueles que consideram que


essa é uma crise originada por um novo vírus. A causa
última da crise está em seres humanos contaminados
Clique aqui para abrir a imagem
por velhas ideias e por políticas adoecidas. Na verdade,
Autor: Rogério Carvalho ela é causada pelo carcomido modelo neoliberal,
associado à "financeirização" extrema do capital.
Vivemos crises multidimensionais, sobrevivemos num
mundo irreconhecível O capitalismo desregulado e "financeirizado" vem
corroendo as bases econômicas, sociais e políticas das
A humanidade vive um dos momentos mais dramáticos democracias. Não há democracia que se sustente sem
de sua história. A pandemia de Covid-19 e a crise distribuição de renda, Estado de bem-estar social
econômica projetam insegurança sobre o futuro da robusto, classe média numerosa e classes
nossa civilização. À medida em que as mortes se trabalhadoras plenas de direitos. Mas as políticas
avolumam, avolumam-se também os desempregados, neoliberais que beneficiam uma pequena minoria, sob o
os trabalhadores precarizados, os desassistidos de pseudoargumento técnico de que são as escolhas
direitos e de serviços públicos, os pobres e os possíveis, erodem os pilares fundamentais das
miseráveis. democracias.

Aumenta a desigualdade que separa quem pode Vivemos a crise de um modelo insustentável: no que
praticar o isolamento e aqueles que são obrigados a tange à estabilidade do crescimento, pois promove
arriscar suas vidas para sobreviver. crises recorrentes; no que se refere à promoção do
bem-estar social, uma vez que aumenta a desigualdade
As cadeias produtivas estão desestruturadas. A e a exclusão; no âmbito ambiental, já que cria a
recessão é profunda e se estenderá por vários anos. necessidade de um crescimento predatório e
consumismo voraz. Mais grave ainda, insustentável no
No caso do Brasil, conduzido por um governo que se relaciona à democracia.
desumano e irresponsável, já se projeta queda do PIB,
que poderá se aproximar de dois dígitos. É essa insustentabilidade multidimensional que está na
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

origem da presente crise. Precisamos não apenas de


um novo governo, mas de outro modelo, que aponte
para uma sociedade soberana, justa, solidária,
sustentável, igualitária e profundamente democrática.

No início deste século, afirmávamos que "outro mundo é


possível". Combatíamos a ideia de que as únicas
políticas viáveis eram as políticas neoliberais, opção
ideológica travestida de ciência.

Agora, afirmamos que outro mundo é necessário, que


outro Brasil é preciso.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

PAINEL DO LEITOR

("'Se Deus quiser, vamos derrubar', diz líder da bancada


evangélica sobre veto de Bolsonaro"). O apoio desse
curral aos planos de Guedes só vai até a altura do bolso
e do interesse econômico do empreendimento gospel.

Leonardo Ferreira Farias Cunha (Brasília, DF)

Todos os políticos, sem exceção, votam de acordo com


os benefícios que podem auferir. Não querem nem
saber quanto custa o estrago, são da filosofia, primeiro
eu, segundo eu e depois, lá no final, se não houver
outro jeito, o povo.

Maria Irene de Freitas (Rio de Janeiro, RJ)

Mais uma vez, Bolsonaro dá de goleada na mídia e na


oposição. Ele veta, mas pede para o Legislativo
derrubar. Aí, como fez com o auxílio na pandemia, ele
Clique aqui para abrir a imagem
vende ao povo que era contra as isenções e agrada a
Vida extraterrestre sua turma (os dirigentes das igrejas) com o perdão,
enquanto tira das pessoas comuns direitos e benefícios
O fantástico da exploração espacial está na sociais. E os mais pobres e a classe média, ingênuos,
possibilidade de cenários novos já exaustivamente perdem e batem palmas ao "mito".
trabalhados na Terra. Um novo cenário para ciência
está colocado. Não se sabe qual o mais fantástico. Talvanio Jose de Oliveira (Varginha, MG)
Acredito que com a expectativa de vida, mas não
necessariamente ("Vida em Vênus?"). O Estado é laico. Qualquer ação em contrário é
inconstitucional. Além disso, a anistia é amoral, uma
Décio Ceballos (São José dos Campos/SP) vergonha. Cadeia para quem abusa da fé do povo.
Incluso aí o presidente.
O nível técnico da descoberta é muito grande para que
os mortais comuns dimensionem a sua importância Lucia Caetano (São Paulo,SP)
("Molécula detectada em Vênus pode indicar vida
microbiana extraterrestre"). Racismo

Adilson Roberto Meneghelli (Porto Velho, RO) O racismo no Brasil é apenas mais uma das faces â?"a
mais gritanteâ?" do controle da classe dominante sobre
Perdão a igrejas as demais, que tem suas raízes ainda nos tempos do
Brasil-Império. E conta com a blindagem das políticas
O presidente sabe que não deve sancionar por razões públicas protecionistas ao sistema financeiro, no qual
óbvias, todavia transfere a responsabilidade para a suas fortunas estão muito eternamente bem guardadas
bancada evangélica que está zero preocupada em ("Racismo não é esporte").
quitar as dívidas das igrejas ou em fazer o ajuste fiscal
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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Gil Carlos Dias (Belo Horizonte, MG) cabe ao Congresso discutir, aperfeiçoar etc. Simples
assim . Por que Thiago Amparo, que só sabe criticar,
Não foi Neymar quem disse que não é negro? Neymar é não dá sugestões para os deputados melhorarem o
imaturo, perpetuador de preconceitos e de baixo nível. projeto?
Mesmo assim o racismo deve ser punido. Mesmo para
quem como ele "não se sente negro" ("Espanhol Jackson de Moura Ferro Silva (Itajaí,SC )
acusado de racismo por Neymar já teve discussão com
Messi"). Sobre a reportagem "Salários vitalícios ainda beneficiam
Judiciário e cargos nos estados", vitaliciedade é
Felipe Araújo Braga (Caieiras, SP) proteção constitucional concebida aos membros da
magistratura e do MP para que atuem com
Reforma política independência, sem receio de contrariar interesses. Não
há relação com benefícios previdenciários ou pensões
O editorial "Estancar a sangria" lembra que "as práticas vitalícias, previstas para cargos políticos e
fraudulentas indicam verdadeiras deformações no comissionados. Já a aposentadoria é concedida após
sistema político brasileiro". Uma reforma política ampla longo período de contribuições, nada tendo a ver com
é imprescindível para aperfeiçoamento do processo e as inconstitucionais pensões vitalícias às quais a
garantir servidores qualificados nas funções de governo. matéria se refere.
Propostas dormem no Congresso porque o modelo
atual oferece excesso de privilégios aos parlamentares. Manoel Murrieta, presidente da Frentas (Frente
Associativa da Magistratura e Ministério Público)
Nelson Frederico Seiffert (Florianópolis, SC)
#UseAmarelo pela Democracia
Reforma administrativa
Quando o astro rei também homenageia a democracia.
É impressionante como a Folha e outros veículos estão
ultrapassando todos os limites do bom senso para Ronaldo Mota (Rio de Janeiro, RJ)
justificar políticas completamente surreais. Criar um
título defendendo destruir o funcionalismo público e Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
mostrar números grandes para chamar atenção é um Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 2 -
atentado à inteligência do leitor ("Redução drástica no Reforma Administrativa
funcionalismo pode gerar economia de quase R$ 2
trilhões em 20 anos")

Rodrigo Nazareth Muniz (Rio de Janeiro, RJ)

Texto perfeito, a começar pelo título "Guedes, o


açougueiro gourmet". Thiago Amparo, novamente, nos
apresenta um artigo brilhante: análise cuidadosa e
consistente dos nossos dias sombrios. Parabéns!
Queremos mais.

Maria Celina Christiani (São Paulo, SP)

O governo fez um projeto de reforma administrativa e


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Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
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Banco Central - Perfil 2 - TCU

PAINEL

Economia. Guedes advogou pelo veto por lima


tecnicalidade jurídica, segundo auxiliares do ministro.

mensagem Bolsonaro já avisou que apresentará uma


proposta de emenda constitucional para se retratar com
os religiosos.

contesta O senador Jaques Wagner (PT-BA) fez uma


representação ao TCU pedindo para suspender a
decisão do governo de prorrogar, por mais 90 dias, a
cota de importação de etanol dos EUA com tarifa zero.
Ele quer que o Ministério da Economia apresente
estudos que justifiquem a medida - a desconfiança é
que Bolsonaro tenta ajudar Donald Trump se reeleger.

tour Na tentativa de vitaminar a proposta de reforma


tributária que tramitana câmara, os deputados
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP) e
Clique aqui para abrir a imagem
Rodrigo Maia (DEM-RJ) tentam convencer prefeitos de
Autor: Camila Mattoso grandes cidades de que não vão perder com a reforma
tributária.
Ao vento
taokey Secretários de Saúde não chegaram a
Insatisfeito com o veto de Jair Bolsonaro a projeto de lei comemorar a decisão do presidente de efetivar o
que perdoava dívidas de instituições religiosas com o general Eduardo Pazuello na pasta, mas ficaram
fisco, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) afirma aliviados, segundo relatos ao Painel. Eles diziam ter
que três dias antes o presidente disse a ele ser receio de que Bolsonaro escolhesse um dos defensores
favorável à proposta. Segundo o parlamentar, às 8I130 fervorosos do uso da cloroquina contra a Covid-19 na
de quinta-feira (10), no Rio, Bolsonaro contou que havia pandemia.
acordado Paulo Guedes às 5I1 da manhã pedindo
informações, e que o ministro havia consentido com o juntos Em julho, o Painel mostrou que o militar tinha
projeto que interessa às igrejas. apoio da maioria dos gestores dos estados.

costas "Fomos surpreendidos com a decisão de gênero A chapa dos candidatos Bruno Covas (PSDB) e
domingo. Esse veto é de uma infantilidade jurídica... Ricardo Nunes (MDB) será uma das poucas que terá
desde quando instimição religiosa tem fins lucrativos?", dois homens na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
questiona Sóstenes. Segundo ele, nem André
Mendonça (Justiça) nem José Levi do Amaral masculino Guilherme Boulos (PSOL, com Luiza
(Advocacia-Geral da União) viram ilegalidade na Erundina), Arthur do Vai (Patriota, com Adelaide de
proposta. Oliveira), Filipe Sabará (Novo, com Marina Helena),
Andréa Matarazzo (PSD, com Marta Costa) e Joice
lados A AGU informou que não apresentou pedido de Hasselmann (PSL, com IvanSayeg) serão chapas
veto, mas recomendou que fosse ouvido o Ministério da mistas. Jilmar Tatto (PT) e Orlando Silva (PC do B)
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Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

definiram que terão vices mulheres. Márcio França TCU, Banco Central - Perfil 3 - TCU, Cenário Político-
(PSB) terá Antonio Neto (PDT) como vice. Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 1 - Paulo
Guedes
feminino Mara Gabrilli (PSDB) teve o nome defendido
por membros do PSDB que defendiam uma chapa
tucana com Covas. No entanto, o prefeito preferiu
privilegiar um nome da coligação e a senadora também
tem dito que não aceitaria.

flash Caso tenha sucesso em seu pedido de desfiliação


do Solidariedade, a ex-senadora Marta Suplicy poderá
aparecer no material de campanha de Bruno Covas
(PSDB). Ela solicitou a saída do partido após
divergência em relação a seu apoio ao tucano: o
Solidariedade endossará Márcio França (PSB).

figa Os petistas torcem para que a desfiliação não


ocorra. A campanha de Jilmar Tatto terá como
estratégia exaltar os feitos das gestões do PT na
cidade, muitos deles criados na administração de Marta
(20012004) à frente da prefeitura.

doação Pleiteando novos concursos, o diretor-geral da


Polícia Federal, Rolando de Souza, tem demonstrado
insatisfação com o empréstimo de servidores do órgão
para outras pastas. Segundo informações via Lei de
Acesso, 194 funcionários estão fora da PF.

brother O Ministério da Justiça concentra o maior


número: 64 policiais. O quadro amai da Polícia Federal
é de 10.726 cargos ocupados.

TIROTEIO

"Bolsonaro será lembrado pela preocupação em


promover o acesso a armas em detrimento do acesso
ao arroz"

De Paulo Teixeira (PT-SP), deputado federal,


comparando projetos para facilitar o acesso a
armamentos e as medidas contra a alta dos alimentos

com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -


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Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central do Brasil Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais
Celso Russomano se declara candidato em SP com apoio de Bolsonaro

"Vou oficializar minha candidatura na convenção, na


quarta [16] . Tenho um grande recall de outras
eleições", disse ele, que negociava para compor com a
campanha à reeleição de Bruno Covas (PSDB).

A entrada do deputado no pleito embaralha a sucessão


de Covas, que já conta com 13 postulantes oficializados
por suas legendas, e acirra o caráter de disputa
nacionalizada na capital paulista.

A convenção do Republicanos está marcada para as


14b e será realizada na forma de uma reunião virtual,
devido à pandemia do coronavírus.

Russomanno, que é apresentador de TV e atua na área


de defesa do consumidor, largou como favorito nas
eleições de 2012 e de 2016, mas acabou em terceiro
Clique aqui para abrir a imagem
lugar.

O parlamentar esteve com Bolsonaro em três ocasiões


ao longo dos últimos dias. Questionado sobre algum
acerto com o presidente, afirmou: "Está claro que ele
[Bolsonaro] vaime apoiar".

Isso já começou na prática. O Planalto negocia com o


presidente do PSL, Luciano Bivar, uma intervenção no
diretório municipal do partido em São Paulo para retirar
a candidatura da deputada Joice Hasselmann, desafeta
da família Bolsonaro, à prefeitura.

A ideia é reforçar a chapa de Russomanno. Como


Bolsonaro negocia voltar ao PSL, sigla pela qual se
elegeu e que deixou em 2019, ter um pé em São Paulo
é vital.

O motivo é o governador João Doria (PSDB), que


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construiu uma aliança entre seu partido, o MDB e o
são paulo O deputado federal Celso Russomanno DEM, além de outros sete, em torno da candidatura à
(Republicanos-SP) afirmou à Folha nesta segunda-feira reeleição do tucano Bruno Covas.
(14) que será candidato a prefeito de São Paulo e que
conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem A costura é ampla, envolvendo o apoio da trinca à
partido). candidatura de Baleia Rossi (MDB- SP) à sucessão de
105
Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
terça-feira, 15 de setembro de 2020
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Nacionais

Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara. Por PSC) e o senador fluminense Flávio (ex-PSL).
ora, o MDB ficou também com a vaga de vice de Covas,
na figura do vereador Ricardo Nunes. O partido nasceu em 2005 e é o braço político da Igreja
Universal do Reino de Deus.
Se o arranjo vingar, o objetivo final é a formação do que
Covas chamou de frente pela democracia, ou seja, uma Ainda de acordo com Russomanno, as conversas com o
aliança contra Bolsonaro. O DEM ficaria com a PSDB se encerraram, o que é confirmado por tucanos.
candidatura à sucessão estadual de Doria, com o atual
vice de Doria, Rodrigo Garcia. Até o último momento, a ideia era que o Republicanos
fizesse parte da chapa, indicando Russomanno ou outro
O governador disse trabalhar para que isso se configure nome como vice.
numa candidatura em 2022, sem naturalmente dizer o
óbvio, que é seu o nome que ele espera ver na urna Mas o deputado chegou a lançar sua pré-candidatura
eletrônica. em agosto, estimulado pelo Planalto, o que acabou
fechando portas com os tucanos.
A negociação no PSL avançava até esta segunda,
quando um tuíte de Eduardo Bolsonaro (PSUSP) Com isso, cargos da sigla na gestão municipal de Covas
criticando um candidato do partido por usar o nome de foram desocupados.
seu pai em Boa Vista paralisou as tratativas.
O secretário de Habitação da gestão Covas, João
Segundo Russomanno, ainda estão pendentes detalhes Farias, indicado do Republicanos, deixou o governo e
sobre como se dará a participação de Bolsonaro em sua puxou a fila de saídas voluntárias e exonerações.
campanha - ou seja, se haverá um aceno explícito.
Já os cargos do partido no governo Doria devem ser
Até aqui, o presidente dizia que seria neutro no primeiro mantidos. Eles se reuniram na semana passada.
turno dos pleitos municipais.
Às vésperas do fim do prazo dado pela Justiça Eleitoral
Nesta segunda, voltou a dizer que vai ficar de fora das para as convenções - que acaba nesta quarta, dia do
eleições e não quis gravar vídeos para evitar aparecer evento do Republicanos - , essa definição era a única
como padrinho de algum précandidato, mas fez uma peça importante que faltava no xadrez eleitoral
ressalva em relação a São Paulo. paulistano.

"Talvez, já que está gravando, talvez a gente converse A candidatura de Russomanno era vista com ceticismo
sobre São Paulo, viu, ô Foco do Brasil [canal do entre adversários.
YouTube que fazia a filmagem] ", afirmou.
Agora, a legenda trata sua postulação como certa.
Russomanno se dizpróximo de Bolsonaro. "Eu estou "Nossa campanha é forte, sólida. Não tem volta", disse
direto com ele porque sou vice-líder do governo no Marcos Alcântara, presidente municipal do
Congresso. Ele é meu amigo. Só pela amizade é Republicanos. A vaga de vice deve ser da sigla.
evidente que tenho o carinho dele. Essa amizade vai
fazer com que ele esteja comigo na campanha." O deputado é visto como a opção mais competitiva para
Bolsonaro em São Paulo. Outros nomes ligados ao
Partido que compõe o chamado centrão, o bolsonarismo, como Levy Fidelix, do PRTB do vice-
Republicanos integra a base governista e abriga dois presidente Hamilton Mourão, e Marcos da Costa, do
dos filhos do presidente, o vereador carioca Carlos (ex- PTB de Roberto Jefferson, são considerados de baixa
106
Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
terça-feira, 15 de setembro de 2020
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Nacionais

densidade eleitoral.
---
Como a criação da Aliança pelo Brasil não foi viabilizada
a tempo do pleito municipal, bolsonaristas ficaram sem Entrada de deputado põe a tática do presidente à prova
um candidato próprio na cidade e têm opções
espalhadas por várias legendas. Russomanno vira nome do Planalto, e eleição ganha ar
de prévia para 2022
Além de Fidelix e Costa, o campo
dadireitareúnepostulantes como Joice, Arthur do Vai ANÁLISE
(Patriota) e Filipe Sabará (Novo), que querem também o
voto de conservadores críticos ao presidente. Igor Gielow

O impacto da entrada de Russomanno na briga eleitoral são paulo "Até onde sei, o presidente se pronunciou
foi minimizado por adversários, que também dizendo não apoiar ninguém para prefeituras. [...] Essa
relativizaram a possibilidade de o rival receber apoio de conduta não condiz com o que queremos para o Brasil."
Bolsonaro abertamente.
A frase, tuitada nesta segunda-feira (14) pelo deputado
No PSDB, a leitura é de que Russomanno representa federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para desautorizar
um risco por aparecer bem nas pesquisas, mas avaliam o uso da imagem do seu pai pelo candidato a prefeito
que nacionalizar a campanha não será um bom de Boa Vista Antônio Nicoletti (PSL), resume bem a
caminho. Enquanto o deputado conta com Bolsonaro, tática familiar de tentar influenciar a eleição de
Covas vai insistir em falar somente da cidade. novembro com o mínimo de riscos.

Costa diz que seu partido, o PTB, também é da base do Ela será posta à prova no Rio, onde há uma aliança mal
governo federal. "Há laços que unem o PTB ao disfarçada com o impopular prefeito Marcelo Crivella
presidente. Ele, inclusive, já foi filiado ao partido", (Republicamos), mas principalmente São Paulo, no
afirma. caso de ser para valer o lançamento da candidatura do
deputado federal Celso Russomanno (também do
"Continuo acreditando que a aliança de 2018, Republicanos).
vencedora, incluindo Bolsonaro e Mourão, vai
prevalecer", afirmou Fidelix. Já Sabará lembrou o Tudo indica que sim, tanto que o tuíte atrapalhou uma
favoritismo frustrado de Russomanno. "Não creio que o articulação do Palácio do Planalto para tirar a deputada
presidente vá apoiá-lo diretamente. Eu não faria isso, federal Joice Hasselmann da corrida e levar o PSL a
porque Russomanno já demonstrou que é cavalo apoiar Russomanno.
paraguaio." Carolina Linhares, Joelmir Tavares, Artur
Rodrigues e Igor Gielow Até aqui, o eleitorado realmente bolsonarista está órfão
na maior cidade do país, isso para não falar na faixa
"Eu estou direto com ele [Bolsonaro] porque sou vice- maior de frequência onde ele se encontra,
líder do governo no Congresso. Ele é meu amigo. Só conservadora.
pela amizade é evidente que tenho o carinho dele. Essa
amizade vai fazer com que ele esteja comigo na Esse eleitor colocou João Doria e Bruno Covas, do
campanha" PSDB, no comando da cidade em 2016 de forma
consagradora. A votação de Bolsonaro em 2018 na
Celso Russomano pré- candidato a prefeito pelo capital mostrou o fôlego da onda.
Republicanos
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Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central do Brasil Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

O desgaste do presidente no poder reduziu o escopo ponto, o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB).
bolsonarista dessa fatia de votantes, mas é certo que
quem o deixou não virou petista. Em entrevista concedida domingo (13 ) à Folha, ele não
se mostrou ostensivamente interessado em associar-se
Aliás, não virou adepto do PSOL, para ser mais preciso. a esse eleitorado.
Os primeiros movimentos indicam que Guilherme
Boulos irá repetir o que fez Marcelo Freixo no Rio em Parte disso se deve à sua origem na centro-esquerda
2016 e engolir o espaço do PT. Se terá gás para ir ao partidária, mas também ao fato de que sua candidatura
segundo turno, essa é outra questão, mas o caminho é está inserida no projeto maior de Doria, que é buscar a
bem mais acidentado para o petista Jilmar Tatto. Presidência em 2022.

Assim, o campo está aberto. Se ficar na disputa, Joice Isso aglutinou PSDB, DEM e MDB, mas também
já não pode usar a grife que a ajudou a se eleger em partidos que são da base bolsonarista - a máxima de
2018. Um séquito de nanicos que se dizem que toda política é local nunca deve ser esquecida.
bolsonaristas terá de lutar contra sua estatura antes de
qualquer coisa. Russomanno estava nos planos de Covas até o fim, e
podería ter indicado o vice na chapa do tucano. Agora,
Márcio França (PSB) está tentando operar uma mágica colado à figura de Bolsonaro, que estimulou sua
estranha, de reter o apoio que teve contra D oria na dis candidatura, traz um indisfarçável sabor de prévia para
putapara o governo estadual na cidade, quando o o embate de 2022.
tucano surfou o voto BolsoDoria, ao mesmo tempo que
se apresenta palatável ao bolsonarista que o rejeitou Naturalmente, como o próprio prefeito disse, em ultima
antes. instância o eleitor municipal quer saber de buraco de
rua e vaga nas creches.
Andréa Matarazzo (PSD) fez acenos aos bolsonaristas,
mas de forma contida. Mas não é possível ignorar o caráter de uma disputa
que vê a formação da tal frente anti-Bolsonaro de um
Sobrou então o coringa Russomanno, que é visto como lado e o representante do centrão defendendo, quem
"cavalo paraguaio" nos meios políticos da capital, ou diria, o presidente, do outro.
seja, aquele que sempre saina frente e perde no final.
Isso é incógnita, mas ele é quem melhor encarna a Isso, mais do que qualquer tuíte disfarçando mal a
figura do candidato de Bolsonaro. tática, é o que pode azedar a tentativa de Bolsonaro de
buscar jogar sem se arriscar.
Segundo estrategistas de algumas campanhas, isso não
é necessariamente bom. A melhora da avaliação de [...] A disputa em SP vê a tal frente anti-Bolsonaro de
Bolsonaro é geral no país, mas São Paulo sempre foi um lado e o representante do centrão defendendo o
um foco de insatisfação mais agudo. presidente do outro

Mas parece certo, hoje, que não há espaço para uma Candidatos e pré- candidatos em São Paulo
volta à dicotomia PSDB-PT, que marcou a política
paulista na após o ocaso do malufismo. Há um mercado CONFIRMADOS
de centrodireita a ser explorado.
Andréa Matarazzo (PSD)
O papel mais complexo fica para aquele que é apontado
por estrategistas como estruturalmente o favorito nesse Antônio Carlos Silva (PCO)
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Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
terça-feira, 15 de setembro de 2020
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Nacionais

Arthur do Vai (Patriota)

Bruno Covas (PSDB)

Filipe Sabará (Novo)

Guilherme Boulos (PSOL)

Jilmar Tatto (PT)

Joice Hasselmann (PSL)

Levy Fidelix (PRTB)

Márcio França (PSB)

Marcos da Costa (PTB)

Orlando Silva (PC do B)

Vera Lúcia (PSTU) PRÉ-CANDIDATOS*

Celso Russomanno (Republicanos)

Marina Helou (Rede)

Vivian Mendes (UP) *Até a conclusão desta edição

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Destaques Jornais Nacionais

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Folha de S. Paulo/Nacional - Cotidiano
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Com troca de comando, Polícia Rodoviária Federal ganha afagos de


Bolsonaro

ministro Sérgio Moro (Justiça), que rompeu com o


Planalto em abril. O presidente se irritou com a
divulgação, pela gestão de Furtado, de uma nota oficial
que lamentava a morte de um policial pelo novo
coronavírus.

Alçou ao posto Eduardo Aggio de Sá, que integrou a


equipe de transição do governo e ganhou a sua
simpatia ao atuar como assessor na Presidência,
lidando com temas como a facilitação da posse de
armas.

Menos de uma semana depois da troca, o presidente


assinou decreto que autorizou a convocação de 609
candidatos excedentes do último concurso para a PRF,
em 2018.

Os aprovados na seleção pleiteavam a contratação ao


Clique aqui para abrir a imagem
governo havia dois anos e até passaram a fazer
Autor: Fábio Fabrini, Daniel Carvalho e Constança plantões na portado Palácio da Alvorada para
Rezende convencer Bolsonaro.

Desde que seu comando foi trocado, há quatro meses, Numa dessas ocasiões, o presidente admitiu que estava
a PRF (Polícia Rodoviária Federal) caiu nas graças de atrasando a sanção do projeto de lei de socorro a
Jair Bolsonaro, passando a ganhar do presidente estados e municípios, com regra restritiva a novas
recorrentes homenagens e favores não concedidos a contratações, para atendê-los.
outros órgãos.
Os novos policiais, com salário inicial de R$ 9.800,
O mandatário elogia a corporação com frequência, estão no curso de formação e o presidente já anunciou
divulga em suas redes sociais as operações feitas por mais incorporações de pessoal.
patrulheiros e visita postos às margens de rodovias, até
de helicóptero, para fazer selfies e gravar vídeos. Numa transmissão ao vivo na internet, afirmou no fim de
agosto que haverá novo concluso para a PRF, "de modo
Apesar da situação fiscal do país, Bolsonaro driblou as que seus quadros continuem cumprindo com seu
orientações do Ministério da Economia para contratar no dever".
vos policiais e melhorou suas condições de
aposentadoria. Corporação e Ministério da Justiça, ao qual está
subordinada, enviaram ao Ministério da Economia o
Os gestos se tornaram mais frequentes a partir de 22 de pedido formal de autorização para selecionar 2.634
maio, quando o presidente demitiu o então chefe da policiais. A proposta é formar três turmas, que
instituição, Adriano Marcos Furtado - indicado pelo ex- começariam a atuar em 2022. Segundo o órgão, elas
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Folha de S. Paulo/Nacional - Cotidiano
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vão repor vagas que estão abertas. quando Bolsonaro aumentou o poder de investigação da
PRF com uma portaria que auto- riza a força a atuar
A Folha enviou questionamento ao Planalto sobre as para além das estradas, "em áreas de interesse da
medidas de Bolsonaro em favor da PRF. A Secretaria União", em operações conjuntas com o Ministério
de Comunicação pediu que a demanda fosse Público e a Receita Federal.
encaminhada à corporação, que não respondeu.
Os acenos mais contundentes à corporação se deram a
Em 17 de junho, Bolsonaro tomou medida que melhorou partir da nomeação de Aggio de Sá. Integrante da PRF
as condições de aposentadoria de cerca de 4.000 desde 2005, com formações em direito e em cursos da
integrantes da PRF e de outras carreiras do setor. Em Escola Superior de Guerra, do Ministério da Defesa,
solenidade no Planalto, assinou parecer vinculante da Aggio é considerado um quadro técnico.
AGU (Advocacia-Geral da União) que assegura aos
policiais civis da União (rodoviários, federais, legislativos Chegou ao governo Bolsonaro na transição, a convite
e civis do DF), ingressos na carreira a partir do fundo do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, então
complementar de Previdência dos servidores ministro da Secretaria de Governo, e depois subchefe-
(Funpresp), criado em 2012, o direito de se aposentar adjunto de Assuntos Federativos.
com integralidade e paridade.
Após Santos Cruz deixar o Planalto em junho de 2019,
Como inativos, eles passam agora a receber o último Aggio se tornou assessor especial do ministro da
salário da ativa e a ter os mesmos reajustes dos Secretaria Geral, Jorge Oliveira. Na pasta, cuidava de
profissionais que continuam em serviço. projetos como a facilitação da posse de armas. Nesse
período, ele participou de alguns despachos do ministro
Até então, a AGU entendia que se aplicava àquele com o presidente e aproximou-se de Bolsonaro.
grupo de policiais o teto do regime geral de Previdência
(R$ 6.100), cabendo a eles contribuir para o Funpresp Em conversa reservada, um ministro atribui a satisfação
para complementar o valor. do presidente ao aumento das apreensões de drogas
nas rodovias. Já autoridades da área de segurança, que
Vice-presidente da Fena PRF (Federação Nacional dos são ou foram próximas a Bolsonaro, dizem que ele faz
Policiais Rodoviários Federais), Marcelo Azevedo diz apenas um aceno a seu público cativo.
que o parecer pacificou uma posição que já vinha sendo
adotada pela Justiça em várias decisões que, contudo, Os afagos à PRF incluem postagens como a da quarta
não haviam transitado em julgado. Com isso, criou um (9), no Instagram, em que celebrava a Operação
ambiente de mais segurança jurídica. Tamoio, deflagrada nas estradas, com apreensão de
vários bens de criminosos.
Aos policiais que ingressaram na carreira após 12 de
novembro do ano passado, aplicam-se as regras da Também se verificam nas agendas recentes. Em 6 de
nova reforma da Previdência. junho, ele pousou de helicóptero em uma blitz na BR-
020, em Planaltina, entorno de Brasília. Por cerca de
Azevedo afirma que o prestígio da PRF não é fenômeno uma hora, tempo em que provocou aglomerações,
recente, mas fruto das plataformas de campanha de conversou e fez vídeos com os policiais.
Bolsonaro, que prometeu em 2018 valorizar a
segurança pública e a atividade policial. Em 24 de julho, em tratamento contra a Covid-19,
discursou remotamente no aniversário de 92 anos da
De fato, houve demonstração de apreço pela PRF ainda corporação. "A gente não vê um presidente da
durante a gestão de Moro, em outubro do ano passado, República participar de uma solenidade da PRF", diz
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Azevedo, da Fena PRF.

Atualmente, há ao menos sete policiais rodoviários


cedidos pela PRF para trabalhar na Presidência, seis
com vínculo iniciado em 2019 ou 2020, durante o
governo Bolsonaro.

Azevedo diz que, fora os pleitos que estão sendo


atendidos, há uma sinalização no governo pela
equiparação do salário dos agentes da PRF (R$ 9.800)
com os da Polícia Federal (R$ 12,5 mil).

AGRADOS DO PRESIDENTE À PRF EM 2020

BLITZ 6.jun Presidente pousa de helicóptero em uma


blitz na BR-020, em Planaltina, entorno de Brasília. Por
cerca de uma hora, tempo em que provocou
aglomerações, conversou e fez vídeos com os policiais

FESTEJO

24.ju( Em tratamento contra a Covid19, discursou


remotamente no aniversário de 92 anos da corporação.

"A gente não vê um presidente da República participar


de uma solenidade da PRF", diz Azevedo, da FenaPRF

OPERAÇÃO

9.set Post no Instagram, em que celebrava a Operação


Tamoio, deflagrada nas estradas, com apreensão de
vários bens de criminosos

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Reforma da Previdência, Banco Central - Perfil 2 -
Funpresp

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Etiqueta sexual na infância

sua vez, vivem o dilema de como falar para os filhos


tirarem a mão das partes pudendas em público sem se
sentirem a tia Lydia de "O Conto da Ai a" ou a ministra
Damares.

Voltemos à etiqueta. No Brasil, usamos garfo e faca, no


Japão, usa-se hashi. Não há mérito nessas escolhas,
apenas hábitos e convenções. Entre os ianomâmis,
estar nu é habitual e transar na maloca próximo aos
filhos não é grande coisa. Entre nós, o hábito é o pudor
na vestimenta e no sexo. Aprendi com uma mulher
boliviana que o parto em sua comunidade tradicional é
doméstico, mas não sem roupa. Por outro lado, mostrar
os seios para amamentar o filho em público é habitual.
Ao chegar no Brasil a confusão estava/eita: aqui,
durante o parto a mulher fica nua, enquanto que mostrar
o seio ao amamentar causa comoção. Acreditar que
nosso jeito de lidar com o assunto seja "o" jeito é de um
Clique aqui para abrir a imagem
bairrismo fenomenal.
Autor: Vera Iaconelli
Não se assuste com a precocidade dos filhos. É desde
A difícil tarefa de introduzir o assunto sexo bebês que eles descobrem o prazer de tocar aspartes
sensíveis -Freud levou muitas bordoadas ao revelar
Imaginemos dois tipos depois. De um lado, os herdeiros isso. Cabe aos adultos o ingrato papel de dizer o que
da revolução sexual dos anos 1960, de outro, os que pode e o que não pode, e isso leva o singelo nome de
pularam esse capítulo da história e aterrissaram em educar. Preparar o filho para o mundo significa informar,
2020 sem escalas. infindáveis vezes, que não tocamos certas partes do
corpo em público. Não significa que haja algo de errado
Dividi-los assim é injusto e caricatural mas espero que com o corpo ou com o prazer que obtemos dele, mas
me perdoem o artifício para falar sobre etiqueta sexual que temos costumes.
com crianças pequenas. Os pais que foram abduzidos
direto dos anos 1950 seguem a cartilha adotada pelo Sem grande drama, basta dizer que não se enfia a mão
governo: "O que eu não falo não existe". Eles tendem no nariz nem nas calças em público, pois se trata de um
afazer ameaças, dizendo que se mexer no pipi elevai combinado. Na fase em que ficam muito fissurados com
cair ou será cortado clássico freudiano- , vão nascer os prazeres sexuais do corpo, vale insistir nas
pelos nas mãos, espinhas nos braços. Meninas ouvem alternativas como brincar, ler, conversar.
que é feio se tocarem, que as pessoas vão parar de
gostar delas, temas que na adolescência criam o Para quem busca garantias de que colocar limites na
terreno para o tabu da virgindade e outras sandices. exposição e manipulação do corpo na criança não será
Isso para ficarmos apenas nas ameaças verbais, traumático para a sexualidade dela, sinto ter que dizer
abstraindo outras violências. que o buraco é bem mais embaixo.

Os pais menos aterrorizados com a sexualidade, por A criança pode não saber o porquê, mas percebe
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

inconscientemente que determinados assuntos deixam


os adultos mais constrangidos ou excepcionalmente
afetados. Seja sexo, alimentação, sono, aparência,
higiene, escola ou o que for, filhos são atraídos por
atitudes inconsistentes que apontam nossos enigmas
cabeludos. Se sexo é um problema para os pais, isso
vai entrar como ruído na conversa. Se não, será só mais
uma queda de braço para saber quem manda mais no
corpo, o sujeito ou a civilização. Como não há sujeito
sem civilização, a resposta é que se trata de uma
negociação perene, não isenta de traumas.

Uma dica. Quando a criança não quiser mais que você


lhe dê banho, respeite. Os limites de acesso ao corpo
infantil são para os adultos também.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

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Folha de S. Paulo/Nacional - Saúde
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Elegemos o ensino a mais dispensável das atividades

Os argumentos usados pelo prefeito Bruno Covas


defendendo a manutenção das escolas fechadas são
sanitários. Segundo Covas, a volta às aulas seria
arriscada, pois um inquérito sorológico demonstrou que
"apenas" 20% dos alunos já foram infectados.

Em estudo recente, pesquisadores da Universidade de


Oxford, em colaboração com brasileiros do Instituto de
Ciências Biomédicas da USE estimaram que a
imunidade coletiva ao novo coronavírus possa ser
atingida com cerca de 20% de infectados. Ou seja, é
possível que já haja alto nível de imunidade coletiva nos
alunos da rede municipal, reduzindo a transmissão.

Outro argumento usado por Covas é que 70% das


infecções dos alunos da rede municipal foram
assintomáticas e não seriam, portanto, detectadas por
Clique aqui para abrir a imagem
medidas de controle de entrada, como checagem de
Autor: Daniel Youssef Bargieri e Roberto R. Moraes temperatura.
Barros
De fato, um estudo recente publicado na Nature
Há décadas os debates políticos encontram raro Medicine demonstrou que 71% das infecções em
consenso no discurso sobre a necessidade de crianças até nove anos são assintomáticas. O que
desenvolvermos um sistema de educação de qualidade. Covas omite, talvez por ignorar, é que em outros grupos
Ainda que historicamente a prática não confirme, ao da população a proporção de infecções assintomáticas
menos o discurso nos iludia sobre um suposto é muito próxima e, ainda assim, esses grupos já
reconhecimento da sociedade e da classe política de retomaram ao menos parcialmente suas atividades.
que melhores condições sociais dependem de
educação. O mesmo estudo relatou que, nos adultos, 73% das
infecções em pessoas entre 20 e 29 anos são
Seis meses após o início da pandemia do novo assintomáticas; 67% em pessoas entre 30 e 39 anos;
coronavírus, no entanto, as escolas continuam 60% empessoas entre 40 e 49 anos; e até 51% na
comportas fechadas e alunos afastados, embora, de queles entre 50 e 59 anos.
acordo com o Plano SP de retomada consciente das
atividades, a maioria dos setores já tem permissão para Enquanto 7 milhões de pessoas com idade entre 20 e
funcionar, inclusive bares e restaurantes, academias e 59 anos da cidade de São Paulo (dados da Fundação
salões de beleza. Seade) já circulam pela cidade, cerca de 2,5 milhões de
alunos matriculados no ensino básico (dados do IBGE)
Na prática, elegemos o ensino como a mais dispensável estão impedidos de frequentar as escolas.
de todas as nossas atividades. Se historicamente o
discurso ainda tratava de nos iludir, hoje nem mesmo Outro dado importante nessa conta é que pessoas até
ele ensaia alguma defesa da educação pelo futuro. 19 anos são duas vezes mais resistentes à infecção do
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que pessoas com idade acima de 20 anos. Ou seja, Professor e pesquisador do Instituto de Ciências
matematicamente a abertura de bares, restaurantes, Biomédicas da USP; Professor e pesquisador da Escola
academias, shoppings centers e salões de beleza Paulista de Medicina (Unifesp)
"libera" a circulação de um número maior de
assintomáticos, e ainda de pessoas mais suscetíveis à Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
infecção, do que a abertura das escolas. Econômico - Colunistas

O discurso contra a abertura das escolas pelo zelo


sanitário não é apenas contraditório com a abertura de
outras atividades como também é tecnicamente
discutível. Pesquisadores do London School of Hygiene
&Tropical Medicine concluíram em trabalho recente que
o fechamento das escolas contribui pouco para o
controle do novo coronavírus, assim como já havia sido
relatado pela análise de dados do surto de Sars (outro
coronavírus) no início do século.

Não deveria haver, portanto, discordância entre o


argumento sanitário e o social (aqueles apresentados
por Denis Mizne, da Fundação Lemann, em entrevista à
Folha). Não há mais como sustentar tecnicamente a
manutenção das escolas fechadas.

As decisões a respeito da abertura das escolas têm


ignorado os estudos científicos mais recentes. A
educação básica deveria ter tido prioridade no plano de
reabertura, como ocorreu em diversos outros países nos
quais frequentemente nos espelhamos. A prefeitura
precisa esclarecer quais dados estão embasando sua
decisão de manter as escolas fechadas, prejudicando
toda uma geração de crianças.

No início de 2020, antes de sermos assolados pela


pandemia, foram divulgados os primeiros resultados do
índice de Desenvolvimento da Educação Paulista (Idep),
que mede o desempenho dos alunos em matemática,
língua portuguesa e ciências. A maior parte das escolas
de ensino fundamental da rede municipal de São Paulo
ficou abaixo da meta, revelando desempenho
insatisfatório dos alunos.

Resultados como esse deveriam ensejar alguma


intensificação dos esforços pela melhoria do sistema de
educação municipal, no discurso e na prática.

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Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
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Preconceito anacrônico

inferior: "O país dos francos é situado na parte fria ao


norte do mundo. O clima natural desta terra produziria,
naturalmente, pessoas burras e ignorantes como
animais, e muitos, como os eslavos, não têm religião e
se vestem com peles". Sua obra permanece como um
esforço pioneiro e muito rico de pensamento
sociológico.

"Podemos ler os escritos de Hume e aprender sobre


eles no devido contexto, mas não há motivo para que o
prédio mais alto do campus deva receber seu nome",
diz a estudante Elizabeth Lund no abaixo-assinado que
motivou a mudança do nome. Não há motivo para
homenagear um dos maiores filósofos da História e
orgulho da Escócia? Assim como europeus atuais
podem ignorar o preconceito de Ibne Caldune e honrá-lo
por sua grandeza, qualquer pessoa pode admirar o
pensamento de Hume.
Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Joel Pinheiro da Fonseca Uma sociedade que não tem coragem de homenagear
os seus melhores porque eles não foram perfeitos está
Tentativa de apagar pensadores por suas limitações nos fadada a decair sob o peso da mediocridade. Se hoje
empurra para tribalismo estreito temos condições de avaliar os erros e bairrismos do
passado, é graças ao esforço intelectual de gigantes
A Universidade de Edimburgo, na Escócia, decidiu como David Hume.
mudar o nome da torre David Hume, que homenageia
um dos maiores filósofos de todos os tempos (e também Com efeito, Hume muniu a humanidade (toda ela, em
escocês). O crime de Hume, previsivelmente, é não ter todos os continentes) de argumentos que muito
sido um progressista do século 21. As passagens estão contribuíram para vencer velhos preconceitos que se
lá e não restam dúvidas: Hume era racista, acreditava apresentavam como verdades inquestionáveis. A
que os brancos eram intelectualmente superiores. fragilidade de nosso pensamento indutivo, a brutal
distância que separa fatos e valores. O pensamento de
Ocorre, contudo, que as diferenças entre raças não são Hume, ousado até para os padrões atuais em sua
um tema central de Hume. Pelo contrário, aparecem em disposição de colocar em xeque certezas e
notas laterais irrelevantes para sua contribuição ao pressuposições, é um verdadeiro ácido contra as
pensamento e que jamais o ocuparam longamente. certezas.
Eram, ademais, bastante comuns em sua época.
Quando um erro ou crime é muito difundido em uma
O racismo, diga-se de passagem, não foi privilégio época, não cabe condenar um indivíduo apenas por tê-
apenas de brancos europeus. Exemplos de preconceito lo repetido. Cabe, aí sim, celebrar aqueles que,
racial em outros povos são vários. Vejam o racismo do superando as limitações comuns de seu tempo, viram
estudioso islâmico Ibne Caldune â?"século 14â?" que mais longe. Como no caso de um dos melhores amigos
se referia dessa maneira a um povo supostamente de Hume â?"e também escocêsâ?", o pai da economia,
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Adam Smith.

"A Fortuna jamais exerceu de forma tão cruel seu


império sobre a humanidade do que quando sujeitou
aquelas nações de heróis ao refugo das cadeias da
Europa, a malditos que não possuem nem as virtudes
dos países de onde vieram, nem daqueles para onde
vão, e cuja leviandade, brutalidade e baixeza os
expõem com justiça ao desprezo por parte dos
vencidos", escreveu Smith, em "Teoria dos Sentimentos
Morais".

Se, pela primeira vez na história da humanidade, uma


sociedade aboliu a escravidão e condena o racismo e o
etnocentrismo, foi também graças ao pensamento de
iluministas como Hume, Smith e outros. O processo que
os busca apagar por suas limitações nos empurra para
um tribalismo ainda mais estreito. Fora do discurso
progressista não há salvação.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

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Folha de S. Paulo/Nacional - Ciência
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Atuou em prol da justiça e da igualdade aos vulneráveis

Amir Khair começou a carreira na Petrobras e passou


por algumas empresas até entrar na política, na gestão
do PT, como secretário de Planejamento em Diadema.

Foi secretário de Finanças da cidade de São Paulo na


gestão de Luiza Erundina (19891992). Na mesma
época, presidiu a Associação Brasileira dos Secretários
de Finanças.

Para a Assembléia Legislativa de São Paulo, criou um


sistema de acompanhamento de gestão fiscal. Também
foi consultor financeiro para as prefeituras de Guarulhos
(SP), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA), entre
outras.

Publicou dois livros em vida; outros três devem sair em


breve. Além disso, participou indiretamente de outras
obras.
Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Patrícia Pasquini Abandeira da transparência a favor da ética o colocava


como referência para a imprensa em assuntos
AMIR KHAIR (1940-2020) relacionados a finanças públicas.

Até o último dia de vida, Amir Khair dedicou seus "Ele tinha uma capacidade intelectual incrível. Não era
conhecimentos em favor da igualdade, da justiça e da apenas um crítico, um teórico. Fazia análises dos
inclusão social e econômica. problemas e apresentava as alternativas e soluções. Ele
foi bem-sucedido na área pública e na área privada,
Ao lado do homem público - era engenheiro eletrônico pelo idealismo e pelo desejo de melhorar o país,
formado no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e sobretudo aos mais vulneráveis", diz Renato.
mestre em Finanças Públicas pela FGV (Fundação
Getúlio Vargas) - , que sabia combinar Atualmente, gerenciava páginas em redes sociais para
harmoniosamente os números, a inteligência e as divulgação de idéias na política e finanças públicas e
soluções para grandes problemas financeiros, como os colaborava para a campanha do PSOL à Prefeitura de
juros altos e lucros bancários, vivia um ser humano São Paulo, chapa que reúne Guilherme Boulo s a sua
alegre, de ótima conversa, com muitos amigos e amiga Luiza Erundina, como sua vice.
generoso.
Amir morreu no dia 11 de setembro, aos 80 anos.
Carioca, com a bola em campo, era flamenguista. No Dormiu e não acordou. Deixa dois filhos e dois netos.
quesito talento, as teorias políticas dividiam espaço com
o aeromodelismo. Seu filho, o defensor público Renato 7° DIA
Isnard Khair, 50, lembra que ele tinha em casa uma
oficina para o hobby. EDUARDO BASSIT

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Folha de S. Paulo/Nacional - Ciência
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Nesta terça (15/9) às 18h30, Paróquia N. S. Aparecida,


Moema (SP). Nesta quarta (16/9) às 18h30,
www.facebook.com/ paroquiastoagostinho

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

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Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
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Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

Governo quer cortar R$ 10 bi em auxílio para idosos e pobres com


deficiência

pandemia do coronavírus e estão em processo de


abertura gradual desde esta segunda-feira (14).

As reavaliações começariam ainda em 2020 e se


prolongariam por um ano e meio.

O auxílio, equivalente a um salário mínimo (R$ 1.045), é


pago a idosos acima de 65 anos e portadores de
deficiência que devem estar dentro de um limite de
renda familiar per capita de até um quarto de salário
mínimo (ou seja, R$ 261,25).

Porém, na visão do governo, há brechas que concedem


o benefício a quem potencialmente não tem direito.

Em uma das frentes, o governo quer tornar mais rígida a


avaliação sobre o critério de renda.

Clique aqui para abrir a imagem


Uma das mudanças do decreto é que a rede do INSS
Autor: Fábio Pupo e Thiago Resende vai poder acessar um sistema integrado de dados, que
inclui informações de usuários de regimes
Brasília O governo Jair Bolsonaro (sem partido) planeja previdenciários e beneficiários de pro- gramas sociais.
endurecer regras e revisar quase 2 milhões de
benefícios destinados a idosos e pessoas carentes com O decreto determina que serão consideradas corretas
deficiência. as informações declaradas no CadÚnico (o Cadastro
Único, que reúne dados de inscritos em programas
Com as medidas, a serem tomadas por decreto, o sociais). Quem omitir informação ou prestar informação
governo busca uma economia que chegaria a R$ 10 falsa ficará sujeito a penas previstas em lei.
bilhões por ano.
Com o aperto na avaliação de renda e uma
A iniciativa está sendo preparada em conjunto pelos regulamentação mais clara sobre o tema, o governo
Ministérios da Cidadania e da Economia, conforme espera também reduzir os benefícios concedidos pela
relatos ouvidos pela Folha. Justiça, responsáveis por mais de um terço dos novos
pagamentos.
O objetivo, segundo membros do governo, é endurecer
a regulamentação ligada à avaliação dos critérios do A maior demanda em decisões nos tribunais está
BPC (Benefício de Prestação Continuada). justamente relacionada à flexibilização do critério de
renda.
O governo prevê começar a revisão alguns meses após
a reabertura das agências do INSS (Instituto Nacional Em outra frente, o governo pretende reavaliar a
do Seguro Social), que foram fechadas por causa da deficiência de beneficiários para eliminar pagamentos a
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Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

quem pode retornar ao mercado de trabalho. despesas com o BPC.

O perito médico pode atualmente deixar de afirmar se a Com isso, a expectativa é atender a 5 milhões de
deficiência tem caráter de longo prazo, em casos pessoas, dos quais 2,2 milhões de idosos e 2,8 milhões
inconclusivos, o que abre caminho para conceder de beneficiários com deficiência.
benefícios a quem tem condições reversíveis no curto
prazo. Os gastos em 2020 vêm subindo em relação ao ano
passado, quando, pela primeira vez, houve um recuo na
Por isso, a revisão encerraria os pagamentos a quem cobertura do benefício (4,63 milhões de pessoas). A
tem condições de voltar ao trabalho. Os técnicos explicação foi a fila de espera por análise dos pedidos
argumentam que a lei já prevê revisão acada dois anos no INSS.
nos benefícios, mas que isso só foi feito uma única vez
no caso dos deficientes. As discussões de mudanças no BPC ocorrem enquanto
o governo pretende eliminar despesas para abrir espaço
Na visão do governo, a concessão do BPC tem caráter orçamentário no teto de gastos para encaixar a
temporário e não gera direito adquirido. Por isso, afirma expansão do Bolsa Família, que o governo vem
que as medidas têm amparo legal. chamando de Renda Brasil.

De acordo com os cálculos dos técnicos, a revisão pode O programa de transferência de renda precisaria de
cancelar pelo menos 50 mil benefícios por mês. pelo menos R$ 20 bilhões amais do que recebe hoje
(R$ 32,5 bilhões, em 2020).
Outro ponto da medida é acelerar o período de defesa
por parte de quem tiver o benefício questionado. Nesse Recentemente, a equipe econômica apresentou a
caso, a ideia é usar mecanismo similar ao de uma lei de Bolsonaro a alternativa de eliminar o abono salarial.
2019 que acelerou a cassação de benefícios irregulares Mas ele se declarou contrário à medida. "Não posso
na Previdência. tirar de pobres para dar para paupérrimos", disse
Bolsonaro no mês passado.
Naquele caso, o beneficiário com indício de
irregularidade é notificado (pessoalmente, pela rede Por ser um decreto presidencial, a revisão nos
bancária, pelos Correios ou pela internet) para se benefícios apessoas carentes (BPC) não precisa passar
defender dentro de 30 dias no caso de trabalhador pelo Congresso.
urbano e 60 dias para morador rural.
Desde o ano passado, o governo sofre derrotas no
Caso a defesa seja considerada insuficiente pelo INSS, Congresso quando tenta alterar as regras de concessão
ou caso o beneficiário não apresente a defesa, o do benefício assistencial, por exemplo, durante as
pagamento fica suspenso. discussões da reforma da Previdência.

Somando a revisão de benefícios por critério renda Além disso, o Congresso chegou a derrubar um veto de
(cruzamentos dedados) e por aplicação de instrumento Bolsonaro e, assim, ampliou a cobertura do BPC para
de aferição da deficiência com a redução das pessoas, elevando o limite de renda familiar per capita
concessões judiciais, a economia com a iniciativa ficaria de até um quarto de salário mínimo para até meio
acima de R$ 5 bilhões já em 2021. Em 2022, já salário mínimo (ou seja, R$ 522,50). Mas isso foi
passariam de R$ 10 bilhões. barrado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Para 2021, o governo reservou R$ 64,7 bilhões para A revisão no BPC tem apoio do presidente da Câmara
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Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em artigo Atualmente, os valores de aposentadorias e pensões
publicado na Folha, ele listou uma série de medidas são reajustados de acordo com o salário mínimo, ou
para sustentar o teto de gastos. seja, anualmente. Como a Constituição determina o
reajuste do salário mínimo pelo menos pela inflação, os
"A instituição de auditoria e maior rigor nas regras de benefícios também são reajustados pelo menos pela
concessão do Benefício de Prestação Continuada, inflação.
aposentadoria rural, seguro-defeso e de outros
benefícios previdenciários e assistenciais, para excluir As aposentadorias de maior valor seguem outra regra.
fraudes e benefícios indevidos, também teria impacto
substancial, a exemplo dos ganhos observados nas Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
recentes auditorias do auxílio-doença", escreveu Maia. Reforma da Previdência

_____

Economia defende 2 anos sem reajuste para


aposentados

São Paulo | UOL - O secretário Especial de Fazenda do


Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que a
equipe econômica defende que benefícios
previdenciários, como aposentadorias e pensões, sejam
desvinculadas do salário mínimo. A informação consta
em entrevista do secretário ao G1.

Na prática, isso congelaria os benefícios, deixando-os


sem reajustes. Esse congelamento abriria espaço no
Orçamento para financiar o programa Renda Brasil, que
o governo planeja lançar no lugar do Bolsa Família.
Rodrigues explicou que seriam congeladas tanto as
aposentadorias no valor de um salário mínimo quanto
as mais altas, por um período de dois anos.

"A desindexação que apoiamos diretamente é a dos


benefícios previdenciários para quem ganha um salário
mínimo e acima de um salário mínimo, não havendo
uma regra simples e direta [de correção]. O benefício
hoje sendo de R$ 1.300, no ano que vem, em vez de
ser corrigido pelo INPC, ele seria mantido em R$ 1.300.
Não haveria redução, haveria manutenção" disse.

O secretário confirmou que a ideia está sendo debatida


com os ministérios da Casa Civil e da Cidadania, mas
disse que o governo ainda não fechou nenhuma decisão
sobre o tema.

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Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
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Banco Central - Perfil 1 - IPCA

Inflação é maior para o pobre do que para o rico

ricos. No ano, boa parte dessas altas está concentrada


em itens como arroz (19,2%), feijão (35,9%), leite (23%)
e ovos (7,1%), de acordo com o lpea.

No mesmo mês, a queda nos preços das mensalidades


escolares favoreceu as famílias de maior renda.

De acordo com o instituto, à exceção do segmento de


renda mais alta, todas as demais faixas apresentam
tuna trajetória de inflação em aceleração em 12 meses.

Para os mais ricos, o indicador está em 1,54%; para os


mais pobres, em 3,20%, mais que o dobro. Nas faixas
de renda intermediária, a inflação varia de 2,06% a
2,87% no período.

O estudo divide as famílias em seis faixas de renda.


São consideradas com renda muito baixa aquelas com
Clique aqui para abrir a imagem
menos de R$ 1.650,50 por mês.
Autor: Eduardo Cucolo
É classificada como renda alta aquela maior que R$
São Paulo - A aceleração dos preços de alimentos e 16.509,66.
outros produtos essenciais prejudicou as famílias mais
pobres, que registram inflação de 1,53% na sua cesta Também o IBGE aponta inflação maior para os mais
de consumo no s oito primeiro s meses do ano. pobres. Até agosto, o INPC, que aufere o custo de vida
das famílias com renda até cinco salários mínimos, sobe
O preço da cesta das famílias mais ricas, por outro lado, 1,16%, ante 0,70% do IPCA.
ficou praticamente estável, com ligeira deflação de
0,07%, por causa da queda nos preços dos serviços. Os Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
cálculos são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica IPCA, Banco Central - Perfil 1 - Ipea, Banco Central -
Aplicada). Perfil 2 - deflação

"Evidencia-se uma pressão altista vinda dos alimentos


no domicílio - que formam o grupo de maior peso na
cesta de consumo das famílias mais pobres - e uma
queda nos preços dos serviços, cujo alívio é bem mais
intenso sobre o orçamento das famílias mais ricas",
afirma a instituição no relatório "Inflação por faixa de
renda - Agosto/2020".

Em agosto, por exemplo, a alta dos alimentos e bebidas


teve impacto de 0,20 ponto percentual para os mais
pobres e de 0,05 ponto percentual na cesta dos mais
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

PAINEL S.A.

William Klein, da consultoria Hoper, também vê uma


aquisição como opção para a Cogna. "Foram anos de
hegemonia da Kroton como maior grupo educacional do
mundo. Seria a primeira perda do posto [se a Yduqs
levar a Laureate]. O mais crítico é que ela não vinha
tendo bons resultados, além da expectativa de número
de matriculados decrescente", diz ele.

Ensino

Análise da Hoper com dados de 2019 aponta que, se a


Yduqs se unir à Laureate, o resultado será um gigante
com receita líquida estimada em R$ 6 bilhões, quase
12% de participação de mercado e 770 mil alunos. Com
a Ser, seriam R$ 3,6 bilhões, 6,4% de participação, e
422 mil alunos.

Peru
Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Joana Cunha com Filipe Oliveira e Mariana O icônico desfile do Dia de Ação de Graças da loja de
Grazini departamento Macys em Manhattan não terá público ao
vivo neste ano. O evento de 2020, que será a 94ª
Páreo edição da parada, vai ser veiculado pela TV por causa
da pandemia.
Na análise de um especialista do mercado de ensino
superior brasileiro, a disputa entre as gigantes Ser Feriado
Educacional e Yduqs (ex-Estácio) pela Laureate no país
ainda guarda surpresas. A avaliação é que a Cogna (ex- A Macys, porém, diz que todas as tradições serão
Kroton), líder do setor, não deve ficar parada sob o risco mantidas. Promete um desfile com balões gigantes,
de ver ameaçado o seu primeiro lugar no ranking, caso carros alegóricos e os anúncios da temporada de fim do
a Yduqs vença a corrida. Elá quem acredite que a ano feitos por um Papai Noel.
Cogna poderia olhar em volta e enxergar a Uniasselvi
como um alvo interessante neste momento. Sorte

O bom filho Donos de lotéricas estão esperando da Caixa uma


posição sobre o futuro da Lotex, a loteria instantânea
Lembrando que a Uniasselvi era uma importante conhecida como raspadinha, que o governo vendeu ao
operação de ensino a distância da Kroton até 2015, consórcio da IGT com a Scientific Games, há quase um
quando foi vendida para Carlyle e Vinci, o negócio seria ano.
interessante neste momento de foco no digital.
Azar
Aula
Segundo a Febralot (associação dos lotéricos), até hoje,
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

a Caixa não informou com clareza se os lotéricos capital paulista. Para a empresa, o caos econômico
poderão vender o produto em suas unidades recebendo instaurado na pandemia se compara ao da Segunda
comissão. Guerra. Procurado pela coluna, o IBC não comenta.

Prêmio VOCÊ VEM SEMPRE AQUI?

Jodismar Amaro, presidente da Febralot, diz que enviou O aplicativo de namoro Inner Circle vai barrar a
carta ao banco pedindo uma resposta, mas não conversa fria. A partir desta terça-feira (15), fica proibido
recebeu. Procurada pela coluna, a Caixa não se começar uma troca de mensagens na plataforma
manifestou. dizendo apenas "oi". Quando alguém tentar escrever a
palavra, o corretor automático do bate-papo vai
Calculadora substituir por uma boa cantada, afirma a empresa.

Cerca de 5.700 das 18 mil empresas que em 2019 Timidez


fizeram acordo no programa de parcelamento de dívidas
do ICMS com o estado de São Paulo ficaram sem pagar Segundo o Inner Circle, os usuários precisam se
entre março e julho. esforçar mais para iniciar o papo. Cerca de 30% das
tentativas de conversa que começam com "oi" ou
Devo, não nego saudações parecidas não têm resposta. O concorrente
Tinder já teve iniciativa semelhante. Em maio, lançou
Pelas regras do programa, as empresas inadimplentes cartões com perguntas curiosas para serem colocados
perdem as condições especiais de pagamento, mas com as fotos do perfil.
desta vez, por causa da pandemia, o governo paulista
vai permitir que elas mantenham as condições Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
combinadas e negociem as novas parcelas em atraso. Econômico - Colunistas

Máscara

O IBC (Instituto Brasileiro de Coaching), empresa de


treinamento de profissionais que diz ter atendido mais
de 1 milhão de pessoas em 27 países, foi à Justiça
pedir reajuste em alguns contratos por causa da
pandemia.

Isolamento

Em ação contra a Telefônica, pede a rescisão de um


contrato mensal em torno de R$ 5.000, dizendo que a
capacidade de pagamento ficou prejudicada por causa
das medidas de restrição aos cursos e eventos.

Respiração

Em outra frente, o IBC quer reduzir pela metade o


aluguel de R$ 160 mil em um imóvel na zona sul da
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Evangélicos e oposição veem votos para derrubar veto a dívidas de igrejas

O texto, aprovado p ela Câmara em julho e pelo


Senado, em agosto, altera lei de 1988 que instituiu a
CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido).

O dispositivo vetado excluía templos de qualquer


denominação religiosa da lista de pessoas jurídicas
sobre as quais a contribuição incidia e anulava as
autuações da Receita que descumprissem a premissa.

Ao vetar o item, Bolsonaro argumentou que buscava


evitar incorrer em crime de responsabilidade, em
justificativa alinhada com a interpretação da equipe
econômica.

Se abrisse mão da receita bilionária, o presidente


precisaria apontar uma fonte de financiamento para
compensar a renúncia a esses recursos.

Clique aqui para abrir a imagem


"O crime de responsabilidade é em relação a isso.
Autor: Danielle Brant, Isabella Macedo e Fábio Pupo Como ele vai aprovar a norma que fere a Lei de
Diretrizes Orçamentárias?", questiona o advogado
Brasília - Representantes da bancada evangélica Douglas Mota, sócio de direito tributário do escritório
começaram nesta segunda-feira (14) ase articular para Demarest. "A Constituição prevê imunidade de cobrança
tentar derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem de impostos. A CSLL é uma contribuição. A imunidade
partido) ao dispositivo que anulava dívidas de igrejas não abrange contribuição."
com a Receita Federal, em renúncia que se aproximaria
de R$ 1 bilhão. Apesar da justificativa, Bolsonaro fez questão de acenar
para sua base evangélica. Ele afirmou que, se fosse
Mesmo a oposição admite, nos bastidores, que pode deputado ou senador, "por ocasião da análise do veto
haver pressão nas bancadas para derrubar o veto. Na que deve ocorrer até outubro, votaria pela derrubada do
votação da emenda que determinou a anulação das mesmo".
dívidas, só PSOL e Rede votaram integralmente contra
o texto. Na Câmara, a articulação para a derrubada do veto teve
início nesta segunda. Presidente da frente parlamentar
O dispositivo vetado por Bolsonaro foi inserido em um evangélica, o deputado Silas Câmara (Republicanos-
projeto sobre litígios com a União por emenda AM) disse ter recebido com surpresa a notícia do veto.
apresentada pelo deputado David Soares (DEM-SP).
Ele é filho de R.R. Soares, fundador da Igreja "Todos os grandes advogados tributaristas do Brasil,
Internacional da Graça de Deus, uma das principais incluindo Ives Gandra Martins, gravaram vídeos e
devedoras. fizeram matérias afirmando que o projeto não precisava
ser objeto de veto, porque a matéria era plenamente
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Banco Central - Perfil 2 - TCU

constitucional." igrejas e o presidente vetou apenas parcialmente, mas o


trecho liberado é considerado inócuo.
Câmara afirmou que, hoje, seu "sentimento é de
derrubada do veto, com certeza". Já se o Congresso derrubar o veto de Bolsonaro, a
situação é considerada complexa.
"Temos voto para derrubar o veto. Somos 130
deputados e deputadas. E p osso te garantir que o O entendimento do TCU (Tribunal de Contas da
resultado de 340 votos que tivemos na Câmara [na União) é que não pode haver criação de despesas ou
aprovação da emenda] se repete facilmente na matéria." diminuição de receitas sem que haja uma medida
compensatória, o que até agora não foi feito.
Autor da emenda, Soares avaliou que Bolsonaro
recebeu uma orientação jurídica "míope". "Quem lê o Por isso, até que se indique uma fonte de
texto vê claramente que estamos totalmente balizados compensação, a lei sobre igrejas deve ser considerada
com o ordenamento jurídico já existente, e segundo o ineficaz.
entendimento já aplicado pela Corte Suprema."
Em outra frente, para tentar contornar a controvérsia
Na oposição, o discurso oficial é que a decisão de legal futuramente, Bolsonaro afirmou que pretende
Bolsonaro tem de ser mantida. enviar uma PEC (proposta de emenda à Constituição),
ainda nesta semana, para encontrar uma "possível
"Tem de ser cobrada a dívida das igrejas", diz Enio Verri solução para estabelecer o alcance adequado para a
(PR), líder do PT na Câmara. Para ele, o presidente imunidade das igrejas nas questões tributárias".
quis "ficar de bem com o mundo evangélico, a base
social dele". Para Mota, do Demarest, uma alternativa seria revogar
o dispositivo que prevê imunidade tributária aos templos
"Para nós, não se trata apenas de ser base do de qualquer culto na Constituição e inserir um novo item
Bolsonaro ou não. Nós achamos que é imoral esse tipo ampliando esse beneficio para outros tipos de tributos,
de isenção." como contribuições sociais.

Outros líderes veem resistência ao assunto. "Ou vem o Supremo e decide isso, dizendo que
nenhuma instituição sem finalidade lucrativa tem de
Sâmia Bomfim (PSOL-SP), líder do partido na Câmara, pagar CSLL, ou coloca na legislação", afirma.
disse ter dúvidas sobre a manutenção do veto, após a
repercussão negativa. Porém, ressaltou que há Já o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) descarta a
congressistas que querem obter apoio de líderes necessidade de uma PEC. "O Supremo já decidiu. Se
religiosos nas eleições municipais. aprovar a PEC, a Receita vai arrumar outro jeito de
tributar", diz.
Mesmo com as declarações do presidente a favor da
derrubada do veto, o líder do governo na Câmara, _____
Ricardo Barros (PP-PR), disse que vai atuar para
manter a decisão de Bolsonaro. "Vamos propor uma 'Se Deus quiser, vamos derrubar, diz líder da bancada
solução até a hora da votação, mas vou trabalhar para
que o veto seja mantido." Anna Virgínia Balloussier

Na equipe econômica, o veto foi bem recebido. Os Rio de Janeiro - A bancada evangélica no Congresso se
técnicos recomendaram veto total aos artigos ligados às reunirá na tarde desta terça (15 ) para discutir o que
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Banco Central - Perfil 2 - TCU

fazer após o presidente Jair Bolsonaro vetar o perdão a Ribeiro para o Ministério da Educação, e nada. Sugeriu
dívidas de igrejas. Estão bravos com aquele que nomes para o STF, enquanto Bolsonaro, que defende
sempre teve apoio incondicional da frente? alguém "terrivelmente evangélico" para a corte, é
simpático ao atual ministro da Justiça, o presbiteriano
Poucos o tomam por Judas. Outros acreditam que ele André Mendonça.
deu um jeito de não se indispor com o ministro da
Economia, Paulo Guedes, contrário à anistia que "Não existe melindre nenhum", diz Sóstenes Cavalcante
poderia relevar passivos de igrejas com a União que (DEM-RJ), representante da igreja de Malafaia na
superam R$ 1 bilhão. Câmara. "Essa relação é como o próprio presidente
define, um casamento, tem dias que são ruins. Ninguém
Líder do grupo, Silas Câmara (Republicanos-AM) diz fica satisfeito com um veto desses."
que, caso a bancada conclua que o melhor caminho é
reverter a decisão presidencial no Congresso, não deve Para Cavalcante, "politicamente, [apauta da equipe
ter grandes dificuldades. "Se Deus quiser, vamos econômica] é um desastre para o governo, mas vamos
derrubar." resolver no Parlamento".

Não só Deus: são 194 apoiadores oficiais da frente e "O motivo que levou o presidente a votar assim, nós
130 deputados "frequentadores de fato de igrejas", além desconhecemos. Se for para agradar Paulo Guedes é
de 14 senadores. "Se cada um conseguir um voto no simples, que [o ministro] garanta a eleição dele em
seu estado, já foi o veto." Para a rejeição do veto é 2022. Não acredito nisso. O segmento religioso é muito
necessária a maioria absoluta dos votos de deputados e fiel para [Bolsonaro] dar mais valor a Guedes."
senadores, ou seja, 257 na Câmara e 41 no Senado.
Um deputado comparou a bancada ao cão que ladra,
Em grupo de WhatsApp com congressistas evangélicos, mas não morde. Eles vão pressionar, mas se o
segundo Silas Câmara, os humores são por essa Congresso não restabelecer a anistia, aceitarão a
solução. derrota sem romper com Bolsonaro.

A b anca da viu num post publicado no domingo (13) por "Devemos entender que existe a Lei de
Bolsonaro um aceno do presidente a seus interesses: Responsabilidade Fiscal, e pra cima do presidente
"Confesso. Caso fosse deputado ou senador, por viriam todas as baterias contra", diz Marco Feliciano
ocasião da análise do veto que deve ocorrer até (Republicanos-SP). "Manda o bom senso que ele vete e
outubro, votaria pela derrubada do mesmo". deixe a queda do veto para o Parlamento. Não vejo
motivo para rompimento nem acredito em bravatas."
Não fosse isso, haveria mais receio de brigar pela
anistia. Para deputados evangélicos com quem a Folha "Como ele vai aprovar a norma que fere a Lei de
conversou, Bolsonaro não quis escancarar para Guedes Diretrizes Orçamentárias? A Constituição prevê
que apoia o perdão às dívidas. imunidade de cobrança de impostos. A CSLL é uma
contribuição. A imunidade não abrange contribuição"
Corre nos bastidores que um nome em particular estaria
melindrado com o presidente e por isso estaria disposto Douglas Mota
a bater mais na questão das dívidas: o pastor Silas
Malafaia, aliado de primeira hora, que agora estaria sócio de direito tributário do escritório Demarest
tendo demandas ignoradas.
"Temos voto para derrubar o veto. Somos 130
Exemplo: foi contra a nomeação do pastor Milton deputados e deputadas. E posso te garantir que o
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Banco Central - Perfil 2 - TCU

resultado de 340 votos que tivemos na Câmara [na


aprovação da emenda] se repete facilmente na matéria"

Silas Câmara

deputado (Republicanos- AM) e presidente da frente


parlamentar evangélica

"Para nós, não se trata apenas de ser base do


Bolsonaro ou não. Nós achamos que é imoral esse tipo
de isenção"

Enio Verri

deputado (PT-PT), líder do partido na Câmara)

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TCU, Banco Central - Perfil 2 - Tribunal de Contas da
União, Banco Central - Perfil 3 - TCU, Banco Central -
Perfil 3 - Tribunal de Contas da União, Banco Central -
Perfil 1 - Paulo Guedes

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Bolsa avança 1,94%, e dólar cai para R$ 5,276

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Bolsa de Valores

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São Paulo - A Bolsa de Valores brasileira voltou a


fechar acima dos too mil pontos nesta segunda-feira
(14). O Ibovespa, principal índice acionário do país,
encerrou o dia em alta de 1,94%, aos 100.274 pontos.

O primeiro pregão desta semana foi marcado pelo


ambiente corporativo doméstico e pelo maior otimismo
nos mercados internacionais, diante de sinais de avanço
no desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus
e notícias sobre fusões e aquisições no exterior - como
o acordo entre o braço americano da TikTok e a Oracle.

Por aqui, os investidores também mantiveram o


ambiente macroeconômico e corporativo no radar,
colocando os holofotes nos papéis da Yduqs, que
entrou na briga com a Ser pela compra da Laureate.

No exterior, o S&P 500 e o Dow Jones encerraram com


altas de 1,27% e 1,18%, respectivamente. O índice de
tecnologia Nasdaq fechou com ganhos de 1,87%.

O dólar caiu abaixo dos R$ 5,30. Amoeda americana


teve desvalorização de 1,12%, para R$ 5,2760.

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Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Em ritmo menor, atividade cresce 2,15% em julho, diz BC

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Autor: Larissa Garcia

Brasília - A atividade econômica cresceu 2,15% em


julho, segundo o indicador IBC-Br do Banco Central
divulgado nesta segunda (14). O ritmo de crescimento
diminuiu em relação aos 4,89% de junho.

A tendência de recuperação, observada desde maio,


permanece, mas ainda não foi suficiente para alcançar
os patamares registrados antes da pandemia.

Na comparação com julho de 2019, houve queda de


4,89%. No acumulado do ano, retração de 5,77%. Já
nos últimos 12 meses, o índice mostrou que- da de
2,90%.

O IBC-Br mede a atividade econômica do país e é


divulgado desde março de 2010. Ele foi criado para
auxiliar em decisões de política monetária, já que não
existe outro dado mensal de desempenho do setor
produtivo.

O indicador leva em conta o desempenho dos principais


setores da economia: indústria, agropecuária e serviços.
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Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto

PIB dos países do G20 tem queda recorde de 6,9% no 2- trimestre

financeira, no primeiro trimestre de 2009.

A China, que saiu antes do confinamento e cresceu


11,5% no segundo trimestre, recuperou os -10% do
primeiro quarto. Descontado o país asiático, as outras
17 economias encolheram, na média, 11,8% (não há
números disponíveis para Argentina e Arábia Saudita).

Os países mais atingidos foram a índia (-25,2%) e o


Reino Unido (-204%). O PIB também caiu drasticamente
no México (-17,1%), na África do Sul (-16,4%), na
França (-13,8%) e na Itália (-12,8%).

Coréia do Sul e Rússia tiveram os menores recuos: -


3,2% no segundo trimestre, na comparação com o
trimestre anterior.

O Brasil registrou queda igual à da Alemanha, de 9,7%.


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Autor: Ana Esteia de Sousa Pinto Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Produto Interno Bruto
Bruxelas - Com a exceção da China, todos os países do
G20 (grupo das maiores economias do mundo) tiveram
queda do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo
trimestre, por causa da pandemia.

Foi a maior queda da história do grupo, segundo


comparação divulgada nesta segunda (14) pela OCDE:
na média, a economia do G20 encolheu 6,9% em
relação ao primeiro trimestre deste ano e 9,1% na
comparação com o segundo trimestre do ano passado.

A redução foi muito maior que a registrada no primeiro


trimestre, de 3,5% sobre o trimestre anterior e 1,7%
ante o primeiro trimestre de 2019.

O tombo recorde coincide com o momento de maior


número de mortes por coronavírus na maior parte dos
países do G20, em abril deste ano. Grande parte deles
adotou confinamento durante quase todo o trimestre.

A queda de 6,9%em um trimestre é também o


quádruplo da redução de 1,6% no auge da crise
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Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

Redução drástica no funcionalismo pode gerar quase R$ 2 tri

mais provável, em especial, se supusermos um contexto


de continuidade dos esforços de digitalização e
automação de serviços públicos", diz o estudo.

As medidas são debatidas na reforma administrativa


de forma menos ampla. O projeto apresentado pelo
governo prevê economia de R$ 300 bilhões em dez
anos, com o fim das progressões automáticas de
carreira e gratificações por tempo de serviço, e abre
caminho p ara o fim da estabilidade em grande parte
dos cargos.

O pacote atinge futuros servidores dos três Poderes na


União, estados e municípios, mas preserva categorias
específicas. Juízes, procuradores, promotores,
deputados e senadores serão poupados nas mudanças
de regras.

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De acordo com o estudo, apenas medidas rígidas para
Autor: Júlia Moura servidores federais que possuem estabilidade -
aprovados em concurso público que tomaram posse no
São Paulo - Medidas rígidas de disciplina fiscal podem cargo e que já contem com três anos de trabalho - , os
gerar uma economia de R$ 1,751 trilhão em 20 anos, chamados de estatutários, como juízes, gerariam
segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa economia de R$ 527 bilhões em 20 anos.
Econômica Aplicada) publicado nesta segunda-feira
(14). Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Ipea, Banco Central - Perfil 2 - Reforma Administrativa
Nesse caso, a reposição de servidores, excluindo
militares, da União, dos estados e dos municípios que
se aposentam seria de apenas 50%. Em dez anos,
seriam R$ 816 bilhões economizados.

O cenário descrito como "pouco plausível" pelo estudo


leva em conta um congelamento dos salários por dois
anos, sem reajustes acima da inflação no futuro como
compensação, e a redução de 30% do salário inicial
médio dos novos ingressantes. Também dobra-se o
tempo requerido para que os novos entrantes cheguem
ao topo de carreira.

Segundo os pesquisadores, porém, o corte na taxa de


reposição dos servidores pela metade só é sustentável
caso seja possível ampliar a produtividade. "Isso parece
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Folha de S. Paulo/Nacional - Agrofolha
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Mauro Zafalon - Apesar do preço recorde, 71% da venda de arroz fica


abaixo do custo de produção

do arroz gaúcho destinado aos mercados interno e


externo, é uma radiografia da comercialização da safra
gaúcha de arroz.

Só em julho e agosto os produtores tiveram uma média


melhor de remuneração, com a saca atingindo R$ 72.

Nesses dois meses, foram feitas 29% das negociações


do total de janeiro e agosto. O preço do arroz ganhou
força mesmo a partir da segunda quinzena do mês
passado.

Conforme os dados de negociação da CDO, 71% das


negociações foram feitas com valores de até R$ 62 por
saca. Quem fez vendas antecipadas para pagar custos
não se beneficiou da recente alta.

Conforme dados do Irga (Instituto Rio Grandense do


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Arroz), os custos de produção na safra 2019/20
Autor: Mauro Zafalon atingiram R$ 64,70 por saca.

A saca de arroz continua com preços elevados e está Acompanhamento do setor pelo Cepea e pela CNA
sendo negociada, em média, a R$ 103 neste mês no (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)
Rio Grande do Sul, de acordo com pesquisa do Cepea mostrou que a atividade teve prejuízo nas cinco safras
(Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). de 2014/15 a 2018/19. Os piores momentos ocorreram
em 2017/18 e 2018/19.
Neste ano, a saca do cereal atingiu preços recordes e
chegou a ser comercializada com alta de 120% no Em 2018, o setor foi afetado pelos baixos preços
campo, em relação aos valores do fim de 2019. internos. Em 2019, os problemas vieram dos efeitos
climáticos. Já nesta safra de 2019/20, o produtor deverá
O produtor, no entanto, aproveitou pouco dessa alta. obter lucratividade de R$ 1.533 por hectare, de acordo
Conforme dados da CDO (Taxa de Cooperação e com o Cepea.
Defesa da Orizicultura) , 29% das vendas realizadas
entre janeiro e agosto o correram no primeiro trimestre, Os que anteciparam as vendas neste ano para ajustar
quando o valor da saca estava inferior a R$ 50. as contas - exatamente os com maiores dificuldades
financeiras - receberam valores menores pelo produto.
No segundo trimestre, a movimentação dos negócios foi
maior, atingindo 42% do volume total deste ano, a um Pelos dados da CDO, foram comercializadas 6 milhões
preço médio de R$ 59 por saca. de toneladas de janeiro a agosto. O forte da colheita
ocorre de março a abril, quando o país apanha 97% do
A CDO, uma taxa obrigatória paga no beneficiamento arroz semeado.
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Folha de S. Paulo/Nacional - Agrofolha
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Os detentores do restante da safra, ainda não


comercializada e que está nas mãos dos produtores
com maior poder de negociação, vão obter preços
recordes do produto.

O Rio Grande do Sul produz 70% do arroz brasileiro, e


neste ano a safra ficou próxima de 8 milhões de
toneladas.

O movimento da balança comercial perdeu força neste


mês. As exportações de arroz em casca caíram para 32
mil toneladas, 53%menos do que no mesmo mês de
2019.

Já as importações somaram 27 mil toneladas na


primeira quinzena deste mês. O cereal foi adquirido no
exterior por US$ 402 por tonelada, em média. Com a
retirada da tarifa de importação, as compras externas
devem aumentar nas próximas semanas.

O preço do arroz ganhou força devido ao aumento da


demanda interna e externa. As vendas externas
somaram 1,47 milhão de toneladas até agosto, com as
importações atingindo apenas 571 mil toneladas.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

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Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Cecília Machado - Data venia

economia.

No caso do Judiciário, as despesas alcançaram R$ too


bilhões em 2019, 1,5% do PIB, dos quais 90% são
gastos com recursos humanos (Justiça em Números,
2020). Em perspectiva comparada, a alocação de
recursos ao Poder Judiciário é elevada, já que países
como França e EUA destinam em tomo de 0,2% do PIB
para essa atividade.

Relativo aos outros Poderes, o salário médio do


Judiciário é três vezes maior que os salários do
Executivo e do Legislativo (Atlas do Estado Brasileiro,
2019), guiado principalmente pela destinação de
recursos que é dada aos magistrados, já que o custo
médio mensal é de R$ 51 mil para eles, comparado a
R$ 16 mil para os servidores do próprio Judiciário.

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A extrema concentração de salários próximo ao teto
Autor: Cecília Machado remuneratório inviabiliza qualquer tipo de promoção por
desempenho dos magistrados. Vale lembrar que o
Não há justificativa razoável para deixar os magistrados salário inicial de um juiz federal recém-empossado foi
de fora da reforma administrativa de R$ 32 mil em 2019 e corresponde a 81% do salário
de um ministro do STF. Não surpreende a constante
Cecília Machado pressão pelas verbas indenizatórias como forma de
salário.
Economista, é professora da EPGE (Escola Brasileira
de Economia e Finanças) da FGV Talvez haja entendimento de uma já elevada
produtividade dos magistrados.justificando o
O encaminhamento da proposta de reforma recebimento do teto remuneratório, mesmo em início de
administrativa ao Congresso trouxe necessária carreira. O Justiça em Números de 2020 dá ênfase ao
discussão sobre a adequação dos serviços prestados aumento de 13% da produtividade média do magistrado
pelo Estado às demandas da população. Ampla gama no último ano, atingindo o maior valor da série histórica,
de carreiras foi considerada, incluindo o funcionalismo com média de 2.107 processos baixados por
nas suas esferas municipais, estaduais e federais, e em magistrado.
todos os Poderes.
Com a máxima venia, cabe análise contraditória. O
Curiosamente, a proposta abriu exceções, mantendo número de processos baixados é medida superestimada
intactas as regras de algumas carreiras específicas, da resolutividade judicial, pois inclui processos reme
como juízes, desembargadores, procuradores e tidos para outros órgãos judiciais ou instâncias
promotores. Essas categorias têm participação superiores. Ou seja, processos que não foram
relevante no Orçamento público, e suas atividades são propriamente resolvidos. Mais correto seria considerar o
de enorme importância para a sociedade e para a mesmo processo ao longo de toda a sua "vida" incluindo
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informações sobre a taxa de reforma das decisões


contestadas. Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 2 -
Ademais, causa espécie associar o resultado de todo o Reforma Administrativa
Judiciário apenas aos magistrados.já que amplas
estruturas administrativas de suporte também estão
envolvidas.

O Judiciário conta com apenas 18 mil magistrados, mas


tem o apoio de 270 mil servidores e 160 mil auxiliares. A
produtividade do magistrado poderia ser muito mais
bem mensurada pela avaliação de suas sentenças em
comitê externo, incluindo aferição das horas trabalhadas
em sistema de ponto, informação que a categoria
recusa fornecer à sociedade.

Por outros indicadores, mais amplos, a eficiência do


Judiciário não parece ser expressiva. A taxa de
congestionamento - o percentual de processos que
ficaram represados sem solução- é de 69%. A
redundância decisória também é alta. Os percentuais de
recursos dirigidos ao órgão que teve sua decisão
contestada ou encaminhados à instância superior foram
ambos de 11%.

Na Justiça do Trabalho, a recorribilidade a instâncias


superiores chega a 51%. Isso sem contar a baixa taxa
de resolução de conflitos em instâncias inferiores: 1 a
cada 4 casos iniciados nas Varas do Trabalho chega ao
Tribunal Superior do Trabalho. O tempo médio que um
caso ganha sua primeira decisão é substancial,
alcançando 57 meses nas Varas Estaduais.

Ao que tudo indica, nosso Judiciário é composto por


magistrados de baixa capacidade resolutiva, apesar de
amplo escopo decisório. Amorosidade e a redundância
da Justiça são prova evidente de enorme desperdício de
recursos no setor.

Não há justificativa econômica (nem ética) razoável para


deixar os magistrados de fora da reforma
administrativa. Afinal, magistrados são servidores
públicos como todos os demais outros. A sociedade
como um todo ganha com Judiciário menos burocrático,
mais rápido e menos imprevisível.
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Folha de S. Paulo/Nacional - Ilustrada
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MÔNICA BERGAMO

um impeachment. E disse ter "certeza de que os líderes


do governo" vão apoiar a derrubada da medida.

Nada disso

"Não há perdão de dívidas. Tentamos diminuir o estrago


provocado pelas gestões petistas, que
instrumentalizaram a Receita Federal com fins
políticos", diz ele.

Agenda

A ministra Damares Alves, da Mulher, da Família e dos


Direitos Humanos, vai procurar o Google para discutir a
erotização infantil em vídeos publicados no YouTube.

colo

Clique aqui para abrir a imagem


Um dos vídeos citados como exemplo mostra um
Autor: MÔNICA BERGAMO com Bruno B. Soraggi, funkeiro mirim cantando "senta o meu colo e tira a roupa
Bianka Vieira e Victoria Azevedo que eu vou te botar com força".

O BOI E A BOIADA Alerta

A proposta de Jair Bolsonaro de apresentar uma PEC A comissão de juristas da Câmara dos Deputados, que
(proposta de emenda constitucional) prevendo isenção elabora um projeto de lei sobre proteção de dados na
tributária para as igrejas assustou líderes da cúpula da esfera criminal, entregou um oficio à mesa diretora do
Câmara dos Deputados contrários ao benefício. Eles Parlamento contra um dos artigos da lei das fake news
temem que a proposta vingue - e que, além disso, a já aprovada no Senado: o que obriga aplicativos como o
bancada evangélica derrube o veto do presidente a um WhatsApp a guardar por três meses todas as
perdão bilionário de dívidas tributárias das organizações mensagens que tenham sido encaminhadas em massa
religiosas. para os usuários.

Boiada 2 Alerta 2

Ou seja: em vez de trocar uma coisa pela outra (manter A ideia do artigo 10 é conseguir rastrear o caminho
o veto do presidente e aprovar a PEC), há o risco, delas até chegar ao autor de eventuais fake news.
concreto, de abancada aprovar as duas medidas. Embora seja uma tentativa de combater a
desinformação, os juristas acreditam que a ação pode
Motivo ser "extremamente invasiva".

O deputado e pastor Marco Feliciano divulgou um vídeo Lupa


afirmando que Bolsonaro só vetou o perdão para evitar
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"A intenção é boa. Mas não se pode, por outro lado,


colocar toda a população sob vigilância", diz Laura Um servidor disse à coluna que nem nos anos 1970 a
Schertel Mendes, professora de Direito Civil da Funarte teve um presidente militar. Segundo ele, há um
Universidade de Brasília (Unb) e relatora da comissão. temor entre os funcionários da instituição de um
aparelhamento militar no comando da política nacional
Em massa para as artes.

Se o artigo for aprovado na Câmara, que analisa o Cofrinho


projeto do Senado, "haverá interceptação massificada
de mensagens, atingindo pessoas que não cometeram O youtuber Thiago Nigro está preparando o livro "Como
crimes", completa ela. Cuidar do Seu Dinheiro", sobre educação financeira
para crianças, que terá ilustrações em quadrinhos de
Assinatura Maurício de Sousa. Ele será lançado em novembro pela
editora Harper Collins e sua pré-venda começa nesta
A comissão é presidida pelo ministro Nefi Cordeiro, do semana.
STJ (Superior Tribunal de Justiça), e integrada pelo
ministro Antônio Saldanha (FGV) e por Heloísa Estellita QUARENTENA
(FGV), Davi Tangerino (UERJ), Tércio Sampaio Ferraz
(USP) e Jacqueline Abreu (USP) , Ingo Sarlet (PUC-RS) "Vamos começar a semana com muita força e
e Humberto Fabretti (Mackenzie), entre outros. animação, gente!" escreveu a apresentadora Sabrina
Sato (1). A cantora Rita Lee (2) compartilhou foto em
Juntos que aparece com o seu cachorro. A atriz Leticia Colin
(3) postou selfie usando máscara. "Ao trabalho", disse
Uma rede de entidades LGBTs, entre elas a Aliança
Nacional LGBTI+ e a ABGLT, se articula para atuar Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
como amicus curiae (amigo da corte) contra o Hospital Econômico - Colunistas
Oswaldo Cruz (SP), que se recusou a aceitar a doação
de sangue de um jovem homossexual.

Contramão

O caso ocorreu em 11 de junho deste ano, após o STF


(Supremo Tribunal Federal) considerar inconstitucional
a restrição à doação por gays e bissexuais. O hospital
diz que só recebeu o ofício para mudança de
procedimento um dia após o incidente.

Troca-troca

A nomeação do coronel da reserva do Exército


Lamartine Barbosa Holanda na segunda (14) para
comandar a Funarte (Fundação Nacional de Artes)
gerou preocupação entre os servidores.

Troca 2
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Manuela Cantuária - Postando na pandemia

viagens -e não é throwback.

Abuse da hashtag #autocuidado ao exibir seu novo


corte de cabelo ou aquele dique no espelho da
academia. Sob a benção do #autocuida- do, tudo é
permitido.

No Twitter: O inferno são os outros, que não seguem as


regras de isolamento social. Mostre que você é o único
ser humano do planeta a respeitar a quarentena. O
diferentão, raro, singular e precioso presentinho de
Deus, merecedor de uma medalha de honra ao mérito
entregue pelas mãos de Drauzio Varella.

Deixe de lado a sua fé na humanidade e capriche na


combinação de notícias desastrosas, para que os seus
seguidores não se esqueçam da crise sanitária,
ambiental, econômica e política que estamos
Clique aqui para abrir a imagem
atravessando. Para deixar a timelineum pouco mais
Autor: Manuela Cantuária leve, opte por memes da Jojo Todynho.

O antigo normal volta com força no feed do Instagram No Facebook: Fique à vontade para postar o que quiser,
ou não postar nada, ninguém se importa. O tribunal do
Manuela Cantuária Facebook está em recesso por tempo indeterminado.

Roteirista e escritora, faz parte da equipe do canal Porta No TikTok: Se você tem mais de 25 anos e costuma
dos Fundos postar no TikTok, reflita um pouco sobre os rumos que
sua vida está tomando e procure se alongar antes de
Em tempos de pandemia, as redes sociais se tornaram reproduzir os desafios.já que algumas coreografias mais
nossa principal forma de interação com o resto do parecem um projeto de destruição em massa de
mundo. O resultado ?Uma avalanche de gafes e meniscos.
cancelamentos que poderiam ter sido facilmente
evitados. Outra dica importante é evitar o espinhoso tema da
produtividade. O aplicativo não é apropriado para
Pensando nisso, a coluna traz um guia de etiqueta que ostentar seu terceiro idioma ou sua horta vertical.
responde à fatídica pergunta: como se portar nas redes Quanto mais tempo você perder decorando um
sociais? monólogo da Inês Brasil, melhor.

No Instagram: Prepare-se para viver uma utopia onde Viu como é simples? Complicado mesmo é interagir
todos são felizes, bronzeados e vacinados contra a pessoalmente seguindo todos os protocolos de
Covid. Saem as selfies de máscara e entram as selfies segurança. Caso tenha interesse em um guia de
com o rosto coladinho ao de amigos. O antigo normal etiqueta para interações fora da internet, acesse o site
volta com força no feed, em registros na praia ou da Organização Mundial da Saúde.
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Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


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João Pereira Coutinho - Quatro exigências e um funeral

Eu prefiro dizer: adeus, arte. Não é grave. Fora de


Hollywood, haverá cinema em abundância para
consumir. Como diria Humphrey Bogart, teremos
sempre Paris.

Só estranho a forma eufórica como a medida foi


recebida pelos profissionais da sétima arte, eles que
serão as primeiras vítimas da nova ortodoxia.

Será que não entendem que a existência de um código


ideológico sancionatório é uma ameaça à liberdade
criativa? E que dificilmente encontrarão trabalho.pelo
menos nos grandes estúdios, se não se submeterem ao
chicote da "diversidade"?

O ponto, ao contrário do que imaginam os novos


zelotes, não está em gostar ou desgostar da real
diversidade. Muito menos em gostar ou desgostar da
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justiça que ela deseja promover. Pessoalmente, prefiro
Autor: João Pereira Coutinho viver numa sociedade mais pluralista e justa a viver
numa tribo homogênea e radicalmente iníqua.
Novo código do Oscar atenta contra liberdade artística e
não sobrevive a fatos O ponto é outro: tentar impor uma única concepção do
mundo em matéria artística não é um gesto pluralista ou
João Pereira Coutinho justo. É uma repetição das tristes experiências estéticas
do século 20.
Escritor, doutor em ciência política pela Universidade
Católica Portuguesa Lemos as diretrizes da Academia, em particular a
determinação de que a trama do filme deve se centrar
Parece um filme de Hollywood. Não é um filme de em minorias raciais, sexuais ou étnicas, e lembramos de
Hollywood. A partir de 2024, só haverá indicação ao imediato os prêmios da velha União Soviética. Quem
Oscar de melhor filme para obras que promovam a não respeitasse os cânones do realismo social, podia
"diversidade". dizer adeus a uma carreira. Ou, então, optar pelo exílio,
antes que a Sibéria batesse à porta.
Existem quatro exigências que a Academia divulgou. Os
filmes devem obedecer apelo menos duas. Não vou Com o fascismo, a mesma coisa. Quantos artistas e
cansar o leitor com seu conteúdo. escritores "decadentes" não tiveram de abandonar a
Aiemanha porque se recusavam a aceitar as imposições
Simplificando, da trama aos atores, dos diretores aos do ministro Goebbels em busca de uma cultura
técnicos, sem esquecer os roteiristas, a ideia é atingir finalmente ariana?
um determinado porcentual de representação das
minorias. Caso contrário, adeus Oscar. Eis a moral da história: a verdadeira arte é sempre
destruída quando apolítica mete a pata.
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Folha de S. Paulo/Nacional - Ilustrada
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

jamais seria premiado pelo simples motivo de que


Mas o novo código de Hollywood não é apenas um jamais seria produzido.
atentado à liberdade artística. É uma exibição de virtude
que não sobrevive a certos fatos. Reacionários de esquerda ou de direita entendem que a
arte deve servir à política do momento. Eu prefiro uma
Um deles lida com a relação cada vez mais próxima arte que sirva a individualidade de um criador.
entre Hollywood e Pequim. Informa a revista Economist
que, em 2005, a Chi na representava US$ 275 milhões Se essa individualidade se preocupa com minorias,
no faturamento da indústria de cinema. Em 2019, maiorias ou extra terrestres, é de secundária
representou US$ 10 bilhões. De igual forma, o número importância. Últimas modas nunca salvaram medíocres
de salas de cinema no país passou de 4.000 para 70 mil artistas.
no mesmo período. Depois do mercado americano, o
mercado chinês é o segundo pulmão da indústria. Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
Isso significa, em termos práticos, que o regime
ditatorial de Pequim tem uma palavra importante, e por
vezes decisiva, sobre o conteúdo dos filmes americanos
que são exibidos na China.

Não falo apenas da proscrição de temas heréticos,


como Tiananmen, Taiwan e Tibete (nenhum dos
grandes estúdios se atreve a tocar nesses três Ts).

Falo de conteúdos mais anódinos, como cenas de


nudez ou representação de figuras sacras, que são
cortados com diligência e cobiça pela mesma indústria
que gosta de vender virtude aos outros.

Se a defesa da "diversidade" é para levar a sério, será


preciso recordar que a China não é 0 melhor parceiro
em matéria de democracia e direitos humanos? E,
falando de minorias, será preciso lembrar 0 triste
destino da minoria uigur, que apodrece nos campos de
concentração de Xinjiang?

Pelos vistos, é preciso: a Disney esteve em Xinjiang


para filmar "Mulan", o blockbuster sino-americano de
2020. Estranhamente, não escutou nada e não viu
nada.

Parafraseando George Orwell, todas as minorias são


iguais, mas algumas são mais iguais do que outras. Se,
por delirante hipótese, houvesse um filme sobre as
tributações dos muçulmanos uigures na China, ele até
poderia cumprir todas as diretrizes de Hollywood. Mas
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Capa do Dia

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Econômico - Capa do Dia

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O Globo/Nacional - Sociedade
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A HORA DA CIÊNCIA - Covid-19 e seus enigmas

se está imune ao erro sistemático. Porém, mesmo


diante de uma hipótese científica, cada instante é único
e não volta jamais. Na esfera pessoal, é isso que nos
confronta com a solidão, que nada mais é do que o
resgate das nossas próprias vidas. Ou o cansaço dela,
face ao impossível. Ou o quase inalcançável, esperado
há tanto tempo. A lucidez e o paradoxo são
perturbadores.

E nessa dialética temos a impressão, especialmente


nesse período epidêmico, de que estamos longe de
encontrar uma confortável harmonia entre a informação
verdadeira e a sua absorção social como tal.

Permanecem instigantes indagações no meio científico,


com pouco impacto na opinião pública até agora,
possivelmente suplantadas pelos vieses cognitivos que
levam à negação da pandemia.
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Autor: Margareth Dalcolmo Entre essas, a tão instigante pergunta sobre a


reinfecção, após ter passado pela doença.
Já são cerca de 29 milhões de casos e 918 mil mortes
por Covid-19 no mundo, conforme divulgado pela Não está demonstrado haver reinfecção em curados,
Organização Mundial da Saúde. Enquanto isso, no além do caso de Hong Kong no qual se demonstrou que
Brasil, que ultrapassou vários países com sua pesada a pessoa, um homem jovem, efetivamente se
carga epidemiológica, presenciamos mais um fim de contaminara com um genoma viral da China e, mais
semana de grandes aglomerações. Isso se dá a partir tarde, com um europeu, porque viajara à Espanha.
de aberturas autorizadas pelas prefeituras, baseadas
em modelos teóricos que, sujeitos a análises realistas O estudo seminal da revista "Nature" descrevendo que
da taxa de transmissibilidade regional e local, não imunidade em assintomáticos duraria no máximo três
seriam recomendáveis. meses, favorecendo a reinfecção, se mostra consistente
com os casos recentemente descritos e sob análise
Presenciamos novamente esse comportamento coletivo, inclusive no Brasil. A velocidade com a qual viemos
difícil de se definir ou adjetivar, que lotou praias e gerando conhecimento e respostas certamente nos
balneários, bares e áreas de lazer, destacando o ajudará nesse sentido.
negacionismo ao qual muitos de nós já nos referimos
em manifestações jornalísticas, científicas e até Outro grupo de questões sobre as quais se debruçam
médicas. Diferentemente do que definem os modelos grupos de pesquisadores de excelência diz respeito a
normativos, seres humanos fogem do padrão racional, alternativas terapêuticas para a doença, em suas
sobretudo diante de situações ameaçadoras. diferentes fases de evolução. Estudos clínicos
adequados e controlados vão em breve responder de
Mesmo na ciência, onde experimentos devem ser modo definitivo sobre a utilidade ou não de vários
repetidos muitas vezes para serem demonstrados, não fármacos candidatos ao tratamento da Covid-19.
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O Globo/Nacional - Sociedade
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Entretanto, esse tempo necessário à geração das


chamadas evidências de boa qualidade segue
revelando ainda o uso inadequado e sem sentido dos
diversos medicamentos que vêm sendo oferecidos
quase compulsoriamente a milhares de pessoas no
Brasil. São apresentados sob pretexto de "tratamento
precoce", em embalagens que denominamos
"saquinhos da ilusão" e que seguramente, em ano de
eleições municipais, poderão auxiliar objetivos políticos
nada recomendáveis.

"Diferentemente do que definem os modelos, seres


humanos fogem do padrão racional, sobretudo diante de
ameaças"

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

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Cenário Político-Econômico - Colunistas

MÍRIAM LEITÃO - Política externa contra o Brasil

apresenta tudo como se fosse a expectativa de um


ganho futuro que nunca vem, diz, por exemplo, que
cedeu no álcool porque no futuro vai ganhar no açúcar.

O Brasil ficou contra o Brasil no BID. Foi exatamente


isso que aconteceu. O governo já havia apresentado a
proposta de um candidato brasileiro, mas a submissão
foi tanta que assim que o governo americano
apresentou o nome dele o Itamaraty e o Ministério da
Economia aderiram imediatamente. Detalhe : desde a
sua fundação, o banco é dirigido por um latino-
americano. Faz parte das normas não escritas nas
instituições multilaterais que o BID sempre é dirigido por
um país da região.

Essa quebra de regras imposta por Trump foi tão


acintosa que revoltou líderes europeus. O representante
da União Européia para a política externa Josep Borrell
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enviou a todos os países que têm capital na instituição
Autor: Com Álvaro Gribel (de São Paulo) uma proposta de adiamento da escolha para depois das
eleições americanas. Vinte e dois ex-governantes da
A subserviência aos Estados Unidos, marca maior da América Latina assinaram uma carta defendendo esse
política externa do governo Bolsonaro, produz prejuízos adiamento. Mas os Estados Unidos impuseram seu
concretos. Os americanos reduziram as cotas na candidato e seu calendário. O governo brasileiro foi
exportação brasileira de aço. O Brasil não apenas atrás, como um cachorrinho, com o rabinho entre as
aceitou, mas premiou o país, mantendo as cotas de pernas.
importação de etanol americano sem tarifa. Cedeu
também quando retirou o nome brasileiro e aderiu ao Maurício Claver-Carone, o candidato de Trump, foi
candidato americano, que foi eleito neste fim de semana eleito no dia 12 de setembro, com os votos do Brasil e
para presidir o Banco Interamericano de da Colômbia, mas sem os votos de Argentina, México e
Desenvolvimento. Um americano no BID é fato inédito Chile, e sem o apoio dos países europeus, que votam
na história da instituição. No caso do etanol, o governo porque têm capital no banco. Trump impôs à América
quis beneficiar a campanha de Donald Trump à Latina a quebra de uma tradição de seis décadas, e
reeleição, só que em detrimento dos interesses dos com a ajuda brasileira. Além de aceitar passivamente
produtores do Brasil. ser atropelado e aderir ao atropelador, o governo
brasileiro ficou mal com países da região.
Quando se fala que uma política externa independente
é a que pensa nos interesses do Brasil em primeiro No caso do etanol, o governo decidiu manter por mais
lugar, isso não é apenas retórica. Há efeitos concretos. três meses a cota de importação de 187,5 milhões de
A subserviência tem um preço. Quando um governo se litros sem tarifa. O tempo foi escolhido para favorecer
deixa dominar por uma visão ideológica, o país como Trump junto a produtores de milho, a matéria-prima do
um todo perde. Nesses três casos o Brasil teve etanol deles. Ouvido pelo "Estadão", o presidente da
prejuízos, e os Estados Unidos, vantagens. O governo Unica, Evandro Gussi, disse que os estoques aqui neste
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momento estão 43% acima do mesmo nível do ano


passado. Se fosse dentro de uma política de abertura
comercial seria louvável. Mas é por um período
específico, para ajudar o presidente americano em sua
campanha, justamente ele que tem tomado decisões
protecionistas em relação ao Brasil. O Itamaraty
costuma ceder e soltar uma nota se elogiando. Trata
concessão como se fosse conquista.

Nas questões conceituais, a política externa erra na


área ambiental, política e de direitos humanos. O Brasil
se aliou a países fundamentalistas islâmicos contra os
direitos da mulher. Em artigo recente na "Folha",
Jacqueline Pitanguy alertou que no Conselho de
Direitos Humanos da ONU o Brasil ficou junto de Arábia
Saudita, Qatar, Afeganistão, Bahrein, Egito numa
resolução que condenava a discriminação da mulher e
estabelecia o "acesso às informações e métodos
contraceptivos". Ela lembra que nesses países árabes a
mulher é cidadã de segunda classe.

A Constituição brasileira condena qualquer


discriminação de gênero, portanto, a política externa
brasileira é inconstitucional na área de direitos da
mulher. Na economia, trai os interesses econômicos do
próprio país. A diplomacia do governo Bolsonaro se
divorciou do Brasil.

"A diplomacia brasileira ofende a Constituição ao votar


contra direitos da mulher e produz prejuízos na
economia "

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

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Indicador de atividade do BC avança 2,15% em julho

Nas últimas semanas, dados mensais têm indicado uma


retomada mais rápida que a esperada. As vendas no
varejo, por exemplo, avançaram 5,2%, segundo o IBGE.

Mas outros setores, como a indústria, não estão tão


bem, diz o economista-chefe da Necton, André Perfeito:
- Não será uma recuperação muito rápida. (Marcello
Corrêa)

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Banco Central, Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
do Brasil, Banco Central - Perfil 1 - Bacen, Banco
Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto, Banco Central
- Perfil 2 - Banco Central, Banco Central - Perfil 3 -
Banco Central, Banco Central - Perfil 3 - Banco Central
do Brasil

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A economia brasileira cresceu 2,15% em julho, frente ao


mês anterior, segundo o índice de Atividade Econômica
do Banco Central (IBCBr), divulgado ontem. O
indicador é considerado uma espécie de "prévia do
PIB", mas segue metodologia diferente da usada pelo
IBGE, responsável pelo índice oficial.

É a terceira alta seguida desde a queda de 9,37% em


abril, considerado o pior momento da crise econômica
causada pela pandemia de Covid-19. Mas o número
veio abaixo da expectativa do mercado, de alta de 3,4%,
segundo projeções compiladas pela Reuters.

O resultado também mostra uma desaceleração: em


junho, a alta havia sido de 5,32%.

Para o ano, economistas do mercado preveem queda


de 5,11% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo
estimativas compiladas no Boletim Focus, do Banco
Central, também divulgado ontem. Na semana anterior,
projetava-se retração de 5,31%.

No acumulado do ano, o IBC-Br tem queda de 5,77%.

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Fundeb impede maior transferência para estados

como itens agrícolas.

Governadores e prefeitos alegam que a ideia de


transferir a cobrança de impostos para o local onde os
produtos são consumidos vai gerar perdas que
deveríam ser compensadas. ( Marcello Corrêa )

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Paulo Guedes

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem


que a ampliação dos recursos da União para o Fundeb,
que financia a educação básica, inviabiliza a execução
de projetos que tem por objetivo aumentar as
transferências federais para os cofres estaduais e
municipais.

A declaração foi dada durante reunião virtual com


prefeitos promovido pela Confederação Nacional dos
Municípios. No encontro, Guedes criticou a proposta de
criar um novo fundo para compensar possíveis perdas
de arrecadação numa eventual reestruturação do
sistema tributário do país.

- Não podemos ficar esperando que um dê garantia


para o outro. Nós vamos juntos nesse caminho da
prosperidade. Nós podemos dividir os recursos. Nós
tínhamos R$ 300 bilhões para isso. O Fundeb levou R$
250 (bilhões) e a Lei Kandir levou os outros R$ 50
(bilhões) - disse Guedes, se referindo também ao
acordo para encerrar uma disputa judicial com estados
sobre a chamada Lei Kandir, que instituiu em 1998 a
isenção do pagamento de ICMS, o principal tributo
estadual, sobre as exportações de produtos primários,
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Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Governo precisa cortar gastos para manter teto

O teto de gastos foi criado em 2016 e prevê que as


despesas primárias (que excluem o pagamento de
juros) não podem crescer mais que a inflação do ano
anterior, fechada em junho.

Por essa regra, o limite fixado para o ano que vem é de


R$ 1,485 trilhão. Mas as contas da IFI indicam que os
gastos sujeitos à trava fiscal alcançarão R$ 1,506
trilhão, o que exigiría o ajuste.

Fazer esse tipo de ajuste é difícil porque a maior parte


do Orçamento é de despesas obrigatórias, como o
pagamento de aposentadorias e salários de servidores.

Sem mudanças estruturais, restaria ao governo cortar


nas despesas livres, o que inclui o custeio da máquina e
podería levar à paralisação da prestação de serviços
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públicos, alerta a IFI.
Autor: MARCELLO CORRÊA
Na avaliação da instituição, faltou ao projeto
O governo terá que cortar R$ 20,4 bilhões em despesas orçamentário a previsão do risco de rompimento do teto.
para cumprir o teto de gastos no ano que vem, segundo
projeções da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada "O ideal seria observar, pelo menos, que o quadro do
ao Senado. PLOA (projeto orçamentário), uma vez incrementado
pelo provável gasto com o novo programa social (Renda
A equipe econômica acredita que com as despesas Brasil), já levaria à necessidade de contenção de gastos
projetadas para o próximo ano, de acordo com a discricionários. Essa contenção, por sua vez, na prática,
proposta orçamentária apresentada no mês passado, será difícil de se realizar em prejuízo de áreas e
será possível cumprir a regra fiscal. políticas essenciais, colocando a política fiscal em um
nítido dilema", aponta o relatório.
Na avaliação da IFI, a previsão feita pela equipe do
ministro da Economia, Paulo Guedes, subestima A equipe econômica defende a aprovação de medidas
despesas. Os benefícios previdenciários, por exemplo, que reduzam os gastos obrigatórios para abrir espaço
estimados em R$ 704,4 bilhões pelo governo, devem no teto sem inviabilizar o custeio da máquina pública.
chegar a R$ 731,3 bilhões, nas contas da entidade.
R$ 20,4 bilhões em cortes Despesas de 2021 foram
A instituição aponta ainda que os gastos livres - ou subestimadas, aponta estudo da IFI
discricionários, no jargão técnico - também foram
subestimados. ParaalFI, essas despesas devem ficar R$ 26,9 bilhões a menos na Previdência Estudo mostra
em R$ 123,2 bilhões, enquanto o governo reservou R$ que estimativa para gastos com benefícios está abaixo
108,4 bilhões para essa área, que inclui investimentos e do que deve ser realizado
o custeio da máquina pública.
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Despesas com servidor podem cair R$ 1,7 trilhão em 20 anos

José Ronaldo Souza, diretor de estudos e políticas


econômicas do Ipea, explicou que, à exceção do
congelamento dos salários, as medidas citadas no
estudo estão relacionadas a um possível conjunto de
ações da reforma administrativa, que vão afetar novos
servidores e, por isso, levarão um tempo maior para
terem algum efeito. Ele reforçou que o levantamento é
apenas um exercício, dadas as incertezas quanto ao
futuro.

- O importante é que, quanto antes as medidas


entrarem em vigor, mais rápido será o impacto fiscal.

O diretor-adjunto do Ipea, Marco Cavalcanti, explicou


que os cenários levam em conta taxas de reposição de
servidores de 90% para nível superior e 50% para nível
médio, com a perspectiva de aumento da produtividade,
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para evitar que os serviços públicos fiquem
Autor: ELIANE OLIVEIRA comprometidos. A redução do salário inicial seria de
30% e o tempo de carreira seria dobrado.
Medidas de controle de gastos de pessoal - como o
congelamento de salários por dois anos, a redução da IMPACTO RELEVANTE
taxa de reposição de servidores que deixaram o setor
público, a diminuição do salário médio dos funcionários Ana Carla Abrahão, economista especializada em
entrantes, o alongamento das carreiras e a reforma finanças públicas, disse que não conhece em detalhes o
administrativa encaminhada este mês ao Congresso - estudo do Ipea, mas afirmou que as projeções de
poderão gerar uma economia de R$ 1,3 trilhão a R$ economia não a surpreendem.
1,752 trilhão nos cofres da União, dos estados e dos
municípios nos próximos 20 anos, segundo estudo do - Na medida em que você tem congelamento de
Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). salários, congelamento de concursos e a eliminação
desses dispositivos que geram crescimento vegetativo
Em dez anos, a economia somaria R$ 816 bilhões. da folha, o impacto de fato é muito relevante - disse.

O levantamento, denominado "Ajustes nas despesas de Ana Carla defendeu a incorporação dos atuais
pessoal do setor público: cenários exploratórios para o servidores na reforma administrativa. Com isso, os
período 2020-2039", tem por objetivo subsidiar as efeitos das mudanças começarão a ser sentidos com
discussões sobre como reduzir os gastos com os maior brevidade.
servidores públicos. Mas os números não são exatos,
devido a uma série de fatores, entre os quais a - Isso só reforça o impacto e a necessidade de termos a
precariedade dos dados fornecidos por alguns estados incorporação dos servidores atuais na reforma, para
e a dependência de um conjunto "amplo e incerto de garantir que números como esse sejam economizados
condicionantes econômicas, políticas e legais". já, e não daqui a 20 anos .
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Banco Central - Perfil 1 - Ipea

O especialista Raul Velloso questionou alguns pontos


do estudo do Ipea.

Segundo ele, os gastos com pessoal estão caindo em


termos reais. Por isso, o ideal seria perguntar se esse
cenário vai se manter, em razão de medidas tomadas
antes, e não por conta de medidas apontadas no
estudo, como o congelamento de salários por dois anos,
alongamento da carreira para novos entrantes, menor
taxa de reposição de servidores em geral e queda do
salário inicial.

- Se há tantas dúvidas quanto à União, quando se


chega aos estados, as incertezas são ainda maiores em
um horizonte de dez anos ponderou Velloso.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Ipea, Banco Central - Perfil 2 - Reforma Administrativa

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Cenário Político-Econômico - Colunistas

PENSE GRANDE

policial branco nos EUA, em maio). E parceria com o


Sistema B (que reúne empresas dispostas a atuar para
solucionar problemas sociais e ambientais), que vai
ajudar a chegar a PMEs desse ecossistema.

Há mais interesse das empresas?

As empresas estão mais engajadas em falar sobre


igualdade racial, mais receptivas, só que dentro da
bolha dessas que já pensavam em sustentabilidade e
tentam fazer um investimento para também falar de
igualdade racial. Mas surgem consultas inéditas. Fomos
procurados por uma produtora de audiovisual. Vai
submeter um projeto à Lei Rouanet e quer abordar a
pauta racial desde a concepção. Após Floyd, tivemos 5
consultas nesses moldes.

E alcança a gestão das empresas?


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UMA COLUNA SOBRE PEQUENOS E MÉDIOS Começam discussões sobre mulheres negras no
EMPREENDEDORES conselho das empresas. Fui convidada a integrar um
projeto de uma start-up de um aplicativo de comida. Até
ENTREVISTA Luana Génot/ fundadora do id_br para buscar capital internacional, a aprovação passa
cada vez mais pelo filtro de diversidade.
'IGUALDADE RACIAL NAS EMPRESAS SÃ" COM
META PRAZO E INVESTIMENTO E há diferença no perfil racial das lideranças de grandes
e PM Es?
Abraçar a igualdade racial dentro do negócio ainda é
discussão inicial na maior parte das pequenas e médias Quanto mais sobe na linha de faturamento e geração de
empresas, diz LuanaGénot, fundadorado Instituto emprego, menos negra é a linha de comando. O
Identidades do Brasil , que atua para reduzir a micronegócio é negro. Mas as PMEs olham o tema de
desigualdade racial no mercado de trabalho, e colunista forma cada vez mais propositiva. A pressão por
de Ela, do GLOBO. Esta mudança, diz, só vem com transformação sobre as grandes vai levar muitas
mela, prazo e investimento. E, sim, traz ganhos à pequenas a fazerem, porque entra um diferencial
empresa e à sociedade. competitivo.

A discussão sobre inclusão racial cresce nas pequenas Mas houve avanços recentes em diversidade, certo?
empresas?
Diversidade é diferente de inclusão. Igualdade racial é
Napandemia, lançamos o Sejaantirracista.org, sobre tentativa de convencimento das empresas. Se metade
adoção de práticas antirracistas no dia a dia, para do Brasil não está inserido no mercado, eu não estou
transformar indignação em algo prático (pós- falando com essas pessoas. No que tange a metas
assassinato do cidadão negro George Floyd por um concretas, o que temos é pouco.
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faturas nos bancos. A estratégia é ampliar o acesso


Start-ups são mais atuantes nesse sentido? dessas empresas a operações de capital de giro com
taxas mais competitivas. Cerca de dez mil fornecedores,
Não é porque um negócio tem viés tecnológico que será a maior parte PMEs, poderão aderir. "O novo programa
próigualdade. São velhos problemas com novas faz parte de uma agenda de soluções financeiras que
roupagens. A solução é única: definir metas, prazos e busca trazer robustez à cadeia de suprimentos, para
investimentos. Se tenho dez pessoas na equipe e vou que possamos implementar nossos projetos de forma
contratar cinco, tenho de ter a meta de que elas serão mais ágil e econômica", antecipa a diretora de Finanças
negras. Esse planejamento é viável: investir nessa da Petrobras, Andréa Marques de Almeida.
equipe e comunicar melhor. Há soluções simples e
baratas para trazer esses talentos. As empresas e o Espetinhos no varejo...
setor público têm de montar iniciativas para incentivar a
população negra, para ajudar no projeto financeiro do A franquia Espetto Carioca, de bares e restaurantes,
país. inaugurou o frigorífico Carioca Foods, em São Paulo,
projeto de R$ 5,2 milhões. A unidade de 1.500m2,
INTERNACIONALIZAÇÃO ACELERADA capaz de produzir 155 toneladas de carne ao mês, vai
abastecer as 32 lojas e permitir a personalização de
A OBr.global oferecerá mentoria gratuita a inscritos na produtos. A marca vende espetinhos congelados numa
Rio Info 2020, que começa hoje. Empreendedores que rede de supermercados e quer crescer no varejo. "Havia
fizerem diagnóstico pelo site da aceleradora com demanda por pacotes de meio quilo, que saem mais do
pontuação acima de 50% em três quesitos participam que os de um quilo. Agora, fazemos os dois", diz o
de pitch e conversa com investidor-anjo do Vale do diretor comercial Bruno Gorodicht. Antes, tudo dependia
Silício. de um parceiro.

Soluções em energia ... e novidades à mesa

O Grupo EDF, multinacional francesa de energia, lança Trabalhar com hambúrgueres e cortes especiais nas
o EDF Pulse Brasil 2021. franqueadas e aumentar o fornecimento para
restaurantes de bandeiras diversas são outros objetivos.
A chamada busca projetos de serviços de transição A equipe do Carioca Foods tem 33 pessoas e deve
energética e novos usos da eletricidade para vencer bater 40 até o fim do ano. A previsão é que o frigorífico
desafios em cidades e nas indústrias. As inscrições fature de R$ 7 milhões a R$ 10 milhões ainda em 2020.
podem ser feitas de 2 de novembro a 8 de janeiro de Para a rede, a receita deve subir 20% sobre os R$ 79
2021 pelo site da premiação, que dará ao vencedor de milhões de 2019. Em três meses, serão abertas quatro
cada categoria (Smart City e Smart Factory) R$ 20 mil. unidades: Rio, Itabuna (BA), Juazeiro do Norte (CE) e
Eles poderão ainda apresentar suas soluções ao EDF São Paulo.
Pulse Croissance, fundo de investimento e incubadora
de empresas do grupo. Coronavírus traz os restaurantes sem salão

Ou firmar parceria para desenvolver projetos no Brasil. Companhias passam a fazer expansão com foco em
delivery
Petrobras cria programa
De pizza a hambúrgueres, empresas de gastronomia
A Petrobras vai criar o programa "Mais Valor" para sua vêm investindo no formato conhecido como dark kitchen
rede de fornecedores e antecipar pagamento de suas durante a pandemia para crescer. São restaurantes sem
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salão, voltados apenas para entrega. A pizzaria Trattoria Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Carioca inaugurou sua primeira unidade com esse perfil Econômico - Colunistas
em Botafogo, na Zona Sul do Rio. O bom desempenho
impulsionou um plano de expansão: a expectativa é
que, em 2021, a empresa tenha novos pontos de
delivery na Zona Sul e na Barra da Tijuca. Em paralelo,
trabalha para abrir uma fábrica de massas artesanais
com distribuição em supermercados. "O investimento
inicial foi de R$ 100 mil. Para o plano de expansão, a
projeção é de R$ 150 mil", explica Vitor Salamoni, sócio
da Trattoria.

A Hamburgueria Bob Beef também aposta no formato. A


empresa, que registrou 80% do seu faturamento em
entregas nos últimos meses, está injetando R$ 250 mil
na abertura de três unidades, que vão funcionar
dedicadas ao delivery. A previsão é que esses espaços
sejam inaugurados entre este mês e dezembro. "Com
toda a mudança de consumo que a pandemia trouxe,
tomei a decisão de apostar em operações mais enxutas.
Essas aberturas comprovam que estamos no caminho
certo", diz o empresário Samir Almeida.

NA PRÁTICA

Empresa supera pandemia com estratégia digital de


divulgação

A Blant Cosméticos, de produtos para unhas e com


base em Goiânia, ganhou aceitação entre a classe
Unhas. Especialidade da Blant A depois que passou a
usar o Instagram. Na pandemia, para dar saída ao
estoque de um lançamento, a marca fechou a fábrica e
focou em divulgação, com envio de cortesias para
influenciadoras digitais. Com isso, a demanda no e-
commerce e nas farmácias aumentou. Pesquisa de
Ipsos e Deloitte com mil pequenos negócios mostrou
que 73,1% dos que têm perfil no Instagram alcançaram
um nicho de clientes ao qual não chegariam sem a rede
social. Após um primeiro semestre de queda na receita
em relação a 2019, de julho para cá, a Blant registra alta
de 2,19%: R$ 977 mil contra 956 mil. Três operários
foram contratados no retomo às atividades. Agora, eles
são 18.

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PATRÍCIA KOGUT

Em 1986, ela coube a Patrícia Pillar. Na versão de 2006


da trama, a misteriosa figura ficou a cargo de Isis
Valverde. Foi a estreia dela na televisão. Na época, o
diretor, Ricardo Waddington, realizou muitos testes
antes de chegar a essa escolha. E a Globo manteve o
mistério até a véspera de a personagem levantar
finalmente o véu que escondia seu rosto.

Ela andava coberta desde criança por causa de uma


promessa feita pela mãe. Foi um sucesso. Como todo
mundo sabe, Isis fez uma carreira bonita na
teledramaturgia depois disso. Vale lembrar também que
a própria Cristiana Oliveira, antes de "Pantanal", tinha
participado de apenas uma novela na Manchete. Juma
mudou tudo na vida dela.

E você, leitor, do que gostaria? Tem uma enquete no


nosso perfil no Instagram, @colunapatriciakogut.
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Autor: PATRÍCIA KOGUT ,Anna Luiza Santiago, Thayná Histórica


Rodrigues, Gabriela Antunes e Gabriel Menezes
Renata Sorrah é entrevistada por Edney Silvestre para a
CRÍTICA edição especial de 70 anos da TV brasileira do "Globo
repórter". Entre outros assuntos, ela falou sobre Nazaré
Todo mundo dá seu palpite na escalação do time Tedesco, a vilã de "Senhora do destino". A personagem
até hoje rende memes na internet e é dona da frase : "O
A fervura nas redes sociais em torno do remake de tempo só te valoriza"
"Pantanal" não parece baixar nunca. Há torcidas por
essa ou por aquela atriz no papel de Juma Marruá (na Família
versão de 1990 da TV Manchete, foi Cristiana Oliveira) .
De acordo com uma pesquisa do Google para a coluna, Antonio Pitanga e Branca Messina (no ar em "A
muitos internautas querem Lucy Alves, Giullia Buscacio, divisão") nas gravações de "Amor de 4 + 1", do Canal
Vanessa Giácomo, Julia Dalavia e Isis Valverde. Brasil. A série é uma continuação de "Amor de 4" e tem
Fernanda Torres aparece nessa lista em oitavo lugar, na previsão de lançamento para este ano. Pitanga
frente de Grazi Massafera e Débora Nascimento. A interpretará o namorado da tia de Elisa (Branca), vivida
cada sugestão postada seguem-se réplicas, tréplicas por Ângela Vieira.
etc. Há quem argumente que seria bom se uma
desconhecida fizesse a personagem. Se todo brasileiro NOTA 10
é, como dizem, um técnico de futebol, todo noveleiro
também se acha um especialista. Para "Babylon Berlin",que tem três temporadas no
Globoplay. A ótima série alemã se passa nos anos 1920
O acalorado debate faz pensar em Ana do Véu, e mistura aventuras policiais com romance. É aquele
personagem de outra história de Benedito Ruy Barbosa. show de figurinos e cenografia.
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


NOTA 0 Econômico - Colunistas

Para a "Dança dos famosos", que foi um tal de tirar e


pôr a máscara.E fizeram saudações com os
cotovelos,OK,mas seguidas de conversas de uma
pessoa em cima da outra.Ou seja: a dança dos
perdigotos.

Nas onze

Criador de "Amor e sorte", no ar na Globo, Jorge


Furtado já está trabalhando na supervisão de um novo
roteiro, agora para o Globoplay. Trata-se de uma série
original de ficção ambientada no universo de eSports,
com autoria de Tiago Rezende. É uma parceria com a
Casa de Cinema de Porto Alegre.

Não vai mais dar para colar

Começaram ontem nos Estúdios Globo as gravações da


sexta temporada da "Escolinha do Professor
Raimundo". O cenário do humorístico teve de passar
por uma mudança porque haverá uma distância grande
entre os alunos.

Metalinguagem

Namorados na vida real, Gabriel Godoy e Bruna Guerin


vão contracenar em "Salve-se quem puder". O ator será
ele mesmo, escalado para a novela da qual a
personagem dela, Petra, participa na ficção.

Para quem puder

A previsão para as últimas gravações de "Salve-se


quem puder" é 5 de janeiro. Dependendo do avanço dos
trabalhos, os atores poderão ser liberados antes das
festas de fim de ano.

De estimação

Jacqueline Sato apresentará o "Encantadores de pets".


O programa estreia sábado, na Band.

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O Globo/Nacional - Opinião
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As relações perigosas de Crivella

sala na Cidade das Artes, na Barra, onde, diz o MP,


recebia malas de dinheiro.

Era ele, segundo a denúncia, quem decidia as dívidas


prioritárias que a prefeitura deveria saldar, à base de
propinas. De acordo com o MP, intermediava contratos,
fazia nomeações para cargos importantes - como o
irmão, Marcelo Alves, na presidência da Riotur - ,
exonerava funcionários e interferia em decisões
técnicas - em 2018, mandou suspender a demolição de
parte da casa do senador Romário, na Barra,
determinada pela Secretaria de Urbanismo.

Alves conseguiu até o que parecia improvável: que


Crivella, conhecido por desprezar o carnaval,
intercedesse para evitar o rebaixamento do Império
Serrano e da Grande Rio em 2018. Em mensagem
enviada ao doleiro Sérgio Mizrahy - que fez delação
Clique aqui para abrir a imagem
premiada - , Alves deixa claro seu poder na prefeitura:
Ainda que feitas em período eleitoral, são graves as "Assim, todos viram que quem manda sou eu e ponto. A
denúncias de corrupção dentro da prefeitura caneta é minha, não de A ou B, e sim só minha".

Não se pode ignorar a possibilidade de motivação As investigações mostram que ele tinha intimidade com
política ao analisar a proliferação, em período eleitoral, Crivella, seu vizinho no Condomínio Península, na
de operações policiais contra candidatos ou pré- Barra. Entre maio de 2016 e março deste ano, eles
candidatos, como ocorreu nos últimos dias com o trocaram, pelo cálculo do MP, 1.949 mensagens.
prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos). Crivella Crivella chegou a ligar para um dos celulares de Alves
não é o único a ter de enfrentar os tentáculos da Justiça durante uma operação, em março. Desligou ao perceber
às vésperas da eleição - Cristiane Brasil (PTB) e que não falava com ele - do outro lado da linha estava
Eduardo Paes (DEM) também foram alvos de um delegado. Na última quinta-feira, mandados de
operações. Para além da eventual estranheza que a busca e apreensão foram cumpridos na sede da
coincidência de calendário cause, é preciso avaliar cada prefeitura, no Palácio da Cidade e na casa de Crivella,
ação pelo próprio mérito. cujo celular foi apreendido. Num despacho da
desembargadora Rosa Helena Guita, que autorizou a
E, no mérito, são graves as denúncias do Ministério Operação Hades, ela ressalta que "a subserviência do
Público do Rio que apontam o empresário Rafael Alves prefeito a Rafael Alves é assustadora". Muita coisa
como operador de um esquema que se estendia a mais ainda pode vir à tona.
de 20 órgãos da prefeitura carioca, atingindo setores
essenciais como Saúde e Educação. De acordo com as Crivella precisa prestar contas dessas relações
investigações, o apoio financeiro a Crivella na eleição espúrias, inaceitáveis não só à Justiça, mas também à
de 2016 transformou Alves em aliado influente nos população, refém de infindáveis esquemas de
bastidores. Embora não ocupasse cargo no município, corrupção, em que os recursos do Erário são drenados
mandava e desmandava no governo Crivella. Tinha até por organizações criminosas. Que o esquema tenha
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sido descoberto em período pré-eleitoral não significa


que deva passar impune.

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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Bolsonaro avança no projeto de demolir a diplomacia brasileira

Clinton), de que a política externa argentina fosse uma


"relação carnal" com os Estados Unidos. O presidente
brasileiro pode aprender uma lição daquela diplomacia
exótica: a economia argentina soçobrou, sem contar
com qualquer ajuda especial do amigo do Norte.

A aproximação às cegas de parceiros internacionais,


estimulada à base de afinidades pessoais e ideológicas,
não costuma dar bons resultados. Bolsonaro, filhos e
seu grupo foram evidentemente logrados por Trump no
negacionismo da Covid-19, como prova a entrevista
concedida em março pelo presidente americano ao
jornalista Bob Woodward. Nela, Trump diz que
minimizava a doença para não causar pânico.
Bolsonaro foi na conversa e ainda terminou catequizado
pela lorota da cloroquina. Pelos números oficiais.
Estados Unidos e Brasil lideram o ranking de mortes
pelo novo coronavírus (194 mil e 132 mil).
Clique aqui para abrir a imagem

Apoio a americano no BID quebra tradição, desperta Entre os efeitos colaterais da subserviência ao
reação de parceiros e aumenta isolamento do Brasil ultraconservadorismo trumpista, está a classificação às
pressas, pelo Itamaraty, de telegramas enviados a
O governo Bolsonaro avança no projeto de demolição diplomatas na ONU com instruções para trabalharem
da política tradicional do Itamaraty: não subordinação pela proibição do aborto e contra propostas não
aos Estados Unidos e equidistância diplomática. Foi discriminatórias de mulheres e meninas. O PSOL pediu
decisivo o apoio brasileiro para que, pela primeira vez o material em 3 de agosto. O Itamaraty teria até 2 de
em 60 anos, um americano assuma a presidência do setembro para responder. Quando chegou o prazo, os
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). É, na telegramas foram remetidos, já classificados como
gestão Bolsonaro, o ápice da subserviência ao interesse "reservados".
americano.
Cada uma dessas ações fere preceitos constitucionais,
Nascido na Flórida de pais cubanos, Maurício Claver- entendimentos do STF e a tradição da diplomacia
Carone, linha-dura do trumpismo pinçado no mercado brasileira. O governo vai assim executando seu projeto
financeiro, teve 66,8% de apoio do capital votante da obscurantista e se afastando do mundo moderno,
instituição financeira multilateral, numa eleição em que democrático, progressista. Quer Trump vença ou não
se abstiveram parceiros de peso como Argentina, Chile em novembro, o atrelamento automático aos interesses
e México - recado claro de insatisfação com o americanos é uma armadilha para o Brasil.
alinhamento automático do Planalto à Casa Branca e
prova de que a atitude do Brasil equivale a renunciar a Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
qualquer liderança relevante no continente. Econômico - Colunistas

É como se Bolsonaro repetisse a intenção de Carlos


Menem, revelada no final dos anos 1990 (gestão Bill
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O Globo/Nacional - Opinião
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MERVAL PEREIRA - A política por trás

eles ou seus representantes relações de dependência


ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração
de interesse público".

Por incrível que pareça, regredimos no debate político à


época em que religião e política se misturavam, sem o
necessário firewall. O mais vergonhoso é que os artigos
sobre as dívidas das igrejas foram incluídos num projeto
que falava de precatórios para financiar recursos para o
combate à Covid-19 pelo deputado federal David
Soares, filho do missionário R.R. Soares, fundador da
Igreja Internacional da Graça de Deus, uma dissidência
da Igreja Universal do Reino de Deus, de seu cunhado
Edir Macedo.

Esse tipo de manobra é chamada de "jabuti". E


largamente utilizada pelos mais diversos governos para
resolver questões que nada têm a ver com o teor do
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projeto em si, até de medidas provisórias. Como o
Autor: MERVAL PEREIRA Congresso não rejeita esse tipo de ilegalidade e, como
agora, se aproveita dela em benefício próprio, seguimos
Foi o vice-presidente Hamilton Mourão quem adiante como se nada houvesse.
candidamente definiu a situação: a decisão econômica é
fácil, mas "tem política por trás disso". Falava do debate A proposta, porém, era inviável juridicamente. O
sobre a posição do presidente Bolsonaro a respeito de presidente Bolsonaro relutou muito, mas acabou
uma lei aprovada pelo Congresso que anistiava multas cedendo à pressão do Ministério da Economia, cujos
e dívidas previdenciárias de igrejas evangélicas. técnicos advertiram que o gasto a mais com a anistia -
cerca de R$ 1 bilhão poderia gerar um processo de
O presidente acabou vetando parcialmente o projeto, no impeachment, pois não há previsão no Orçamento para
que se refere às contribuições sobre lucros das igrejas, ele, o que é proibido por lei.
mas sancionou a isenção sobre os salários dos
pastores, chamada "prebenda", que ganhou na Mas o presidente deu um golpe político inédito,
linguagem popular o sentido de "sinecura". enviando aos congressistas, por mensagens do Twitter,
estímulos para que derrubem seu próprio veto. Na
No Brasil, o catolicismo era a religião oficial do Estado, postagem, Bolsonaro explicou que, devido à Lei de
que a subvencionava, e as demais religiões eram Diretrizes Orçamentárias e à Lei de Responsabilidade
proibidas pela Constituição de 1824. A separação entre Fiscal (LRF), foi "obrigado a vetar dispositivo que
a Igreja e o Estado foi efetivada por decreto em 7 de isentava as igrejas da Contribuição sobre o Lucro
janeiro de 1890 e oficializada na Constituição de 1891. Líquido (CSLL), tudo para que eu evite um quase certo
processo de impeachment".
A Constituição de 1988 proíbe aos entes federativos
"estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná- O governo vai propor "instrumentos normativos a fim de
los, embaraçar-lhes o funcionamento, ou manter com atender a justa demanda das entidades religiosas",
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anunciou o Palácio do Planalto. Só um presidente sem


noção do cargo que ocupa, e de suas
responsabilidades, pode incentivar políticos a derrubar o
veto dele mesmo. É o famoso "autogolpe", desta vez
parlamentar.

Bolsonaro não sancionou a lei porque sabe que é um


escândalo, que a sociedade não aceita, e, como houve
uma reação muito forte, acabou vetando e criou essa
situação estranha. Além de incentivar sua própria
derrota no Congresso, o que seria a derrota do
equilíbrio fiscal e da separação do Estado da Igreja,
Bolsonaro quer que o Congresso crie uma verba
especial para isentar as igrejas de impostos e promete
mandar uma emenda constitucional para transformar
em lei esse absurdo.

Igrejas devem ser taxadas pelos produtos que criam -


filmes, livros, canções gospel - , efeitos dos cultos
religiosos que geram lucros formidáveis. O veto à
cobrança de impostos sobre os salários dos que atuam
nas celebrações é discutível, mas eles deixam de pagar
impostos sobre bens particulares que estão em nome
das igrejas. Essa é a distorção da lei que pretendem
aprovar.

"Presidente deu golpe político inédito, enviando aos


congressistas estímulos para que derrubem seu próprio
veto"

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CARLOS ANDREAZZA - De mal (Toffoli) a pior (Fux)?

Poucos constrangimentos públicos serão mais


vergonhosos do que a maneira como as partes se
acostumaram a usar os plantões judiciários no STF,
sabedores de como se manifestaria cada uma das
eminências a respeito dos temas de interesse - e
aproveitando a janela para obter a canetada do
plantonista da vez.

Esse recurso oportunista foi explorado ao estado da arte


na gestão de Toffoli. Gestão que tem como marca maior
aquele inquérito viciado, dito das fake news, de cujo
bojo sairia, entre outras arbitrariedades, a censura à
revista "Crusoé". Toffoli foi o formulador de um inquérito
em que o tribunal é vítima, investigador e julgador.
Inquérito que deriva de o ministro ser um agente político
com poderes de juiz.

Um juiz que, presidindo o Supremo, tinha agenda, claro,


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de agente político; e que, manipulando regimentos para
Autor: CARLOS ANDREAZZA além do estado de direito, e tendo Alexandre de Moraes
como infantaria, alcançou o objetivo: tocar o terror nos
Poderá não ser ruim a presidência de um ministro ruim? milicianos bolsonaristas e baixar o ânimo do discurso
Toffoli nunca foi um bom; jamais um guardião da golpista de Bolsonaro. O STF agindo como polícia para
Constituição. Nem jurista respeitável. Tampouco um enfrentar milícia. A curto prazo: com sucesso.
garantista, categoria na qual vai incluído. Talvez seja a
própria definição individual da biruta em que se Sou pessimista, porém, sobre o futuro. Ou não se deve
transformou o Supremo, corte constitucional que tem imaginar esse precedente de força autoritária nas mãos
orientado sua posição ao ritmo e ao norte dos ventos de de um André Mendonça, ou de um Marcelo Bretas,
ocasião - a própria definição dos dois anos de Toffoli à qualquer dos dois terrivelmente bolsonarista? Não nos
frente do STF. esqueçamos: somos governados pelo ressentimento.

Período que poderia ser ilustrado pelo modo como - E, então, Fux; que quer ser, como presidente do STF, o
defendendo, com ardor, o sigilo de dados fiscais - o que nunca foi como membro do tribunal. Um conflito
então presidente do Supremo mandou suspender casos insolúvel, sua prática trombando com o prometido, e
criminais baseados em informações de órgãos de que resultaria na dubiedade de seu discurso de posse;
controle e, pouco depois, de repente, afrouxando a que fala em a Constituição sair fortalecida da crise em
convicção, voltou atrás. Também ele, Toffoli, "editor de curso, como se fosse possível fortalecê-la arquitetando
um país inteiro", entre os maiores responsáveis pelo puxadinhos de direito criativo como os que têm
recrudescimento da febre monocrática que converteu caracterizado os votos do ministro.
aquela corte em matriz da insegurança jurídica no Brasil
e, pois, numa espécie de tribunal de pequenas causas A legitimidade e a autoridade das respostas do
políticas e fulanizadas. Supremo às nossas incertezas estão desacreditadas
porque, não raro, oferecidas sem fundamento na
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Constituição. Estão em xeque porque togados como A efetividade da Constituição é tanto maior quando
Fux julgam-se ressignificadores - editores, segundo respeitada a Constituição.
Toffoli - do que vai escrito na Carta. Um texto, de acordo
com o novo presidente do tribunal, ora a ser preservado, Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
ora ressignificado. Um balanço degenerante, que Econômico - Colunistas
convida ao direito da opinião pública, aquele que joga
pra galera; que faz justiceiros, heróis, mitos e picaretas;
que desmonta o que deveria ser edifício de
autocontenção.

Não dá para ser militante e guardião da Constituição. O


STF tem de se afastar de palanque e de guilda. Se o
lava-jatista Fux quer ser, como presidente, o que jamais
foi como ministro, terá de aposentar a fluência
monocrática com que tem se imposto; e, por exemplo,
jamais matar no peito novamente algo como a
manutenção, por anos, de auxílio-moradia a
magistrados. Também ele responsável por intervenção -
em 2018 promotora de censura, aquela que impediu
que o ex-presidente Lula, então preso, desse uma
entrevista à "Folha".

A combinação entre memória e lógica duvida de que


Fux possa ser um combatente do "ativismo judicial" -
porque isso significaria combater a si mesmo. Mas
mudarei de opinião se o ministro souber explicar qual é
a regência, sob a gramática da Constituição, de uma
"corte eminentemente constitucional", como define o
Supremo, ante um tal "sentimento constitucional do
povo" - sendo necessário, primeiro, explicar o que seria
tal coisa.

De explicação não carece o óbvio: o populismo judicial


foi fator decisivo para que nos afundássemos nesta
depressão. Aquele direito colhido em manifestações de
rua que, em vez de aperfeiçoar, dinamitou o
financiamento empresarial de campanhas eleitorais ;
sem medir as consequências, sem considerar o que
viria no lugar. Registro também que, simplificadas,
afirmações como a que cito a seguir - do discurso de
Fux - estão na boca daqueles marginais que pedem
intervenção no STF: "A efetividade da Constituição é
tanto maior quando se alia ao sentimento constitucional
do povo".

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JOSÉ CASADO - Nova maioria bolsonarista

e prefeitos, pela fragilidade do país na pandemia. No


rastro do seu negacionismo já se contam 132 mil
mortos.

Há, porém, claro respaldo a Bolsonaro, ancorado na


expectativa de continuidade da ajuda. Os pobres temem
desemprego e fome na crise do pós-pandemia.

É armadilha política porque, sem caixa, o governo terá


de escolher beneficiários, dividindo a nova maioria. Mas
dá a Bolsonaro a chance de se apropriar de um tema, a
desigualdade, monopolizado pela oposição.

A retórica sobre a concentração de renda foi eficiente


para o PT nas umas. Os resultados dos governos
petistas, porém, ficaram limitados: os beneficiários do
Bolsa Família representam só 21% da pobreza "visível"
no auxílio emergencial (66 milhões). Lula focou no
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assistencialismo, descartou um programa amplo de
Autor: JOSÉ CASADO renda básica (não contributiva), como sugeria o ex-
senador Eduardo Suplicy, entre outros.
O relógio marcava 0h32m do 1º de abril quando Jair
Bolsonaro escreveu um dos seus primeiros tuítes: "O Bolsonaro quer seu "Bolsa-farelo (família)". Não propõe
Bolsa-farelo (família) vai manter esta turma no Poder". ir além, reduzir a desigualdade nem ajudar "invisíveis" a
Comentava a saída de Dilma Rousseff da Casa Civil viver por conta própria. Como diz o sociólogo Paulo
para se candidatar à sucessão de Lula. Delgado, em ensaio recém-publicado, "por não cultivar a
arte do respeito, é o governo que mantém o pobre
Nove anos depois, Bolsonaro está criando o próprio fraco".
"Bolsa-farelo (família)". Acredita ser a melhor cartada
para viabilizar a reeleição em 2022. Numa trapaça da Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
história, repete Lula, que, em 2005, driblou os efeitos do Econômico - Colunistas
mensalão e abriu caminho ao novo mandato com o
Bolsa Família.

Desde julho, o Planalto recebe pesquisas indicando a


formação de nova maioria (um terço) na base eleitoral
bolsonarista. E composta por pobres, beneficiários do
"auxílio emergencial", residentes em pequenas e
médias cidades do Norte e do Nordeste. Substitui a fatia
do eleitorado de classe média, perdido nas metrópoles.

É adesão com discernimento. Quase metade


responsabiliza o presidente, mais do que governadores
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O Globo/Nacional - Opinião
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CLÁUDIO FRISCHTAK - O longo prazo

leniência com a ilegalidade destruidora dos nossos


biomas.

Não devemos ter ilusão; o Estado brasileiro será mais, e


não menos demandado nos próximos anos para prover
educação, saúde e segurança. O que talvez seja menos
claro é que esses serviços absorverão volume
crescente de recursos fiscais, e estes dependerão do
crescimento da economia. Exatamente pela estagnação
econômica na década - e pela destruição das contas
públicas no primeiro governo Dilma - , chegamos a uma
situação de conflitos distributivos que se cristalizam na
discussão da regra fiscal do teto dos gastos, única
âncora que impede a economia adernar e encarar o
abismo. Uma economia que não cresce apenas acirrará
essas tensões; no limite favorecerá os extremismos.
Necessitamos impulsionar a produtividade nos próximos
anos e décadas.
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Autor: CLÁUDIO FRISCHTAK O melhor investimento é em educação de qualidade,


começando pela primeira infância; no longo prazo, trará
O nosso país emergirá da pandemia mais pobre, com os mais elevados retornos, como James Heckman e
uma queda da renda per capita de 6%; mais desigual, outros já demonstraram. O segundo melhor - se bem
com o fim do auxílio emergencial e os ajustes que planejado e executado - é em infraestrutura, onde
deverão encolher a oferta de emprego no mercado investimos pouco: 1,7% do PIB em 2019, quando
formal; e fiscalmente mais frágil. Não será fácil encarar necessitamos de um mínimo de 4% do PIB ao ano por
o futuro e evitar a tentação populista, seja de direita ou mais de duas décadas para modernizar o setor. Mas
de esquerda. O ciclo político curto e o instituto da também não investimos bem - basta lembrar as mais de
reeleição não ajudam. Pensar no longo prazo - com o 14.400 obras paralisadas e financiadas pelo governo
ruído político com que se convive - é quase um ato de federal.
fé; não pensar é nos condenar à mediocridade. Não
temos escolha. Voltar-se para o longo prazo implica estabelecer
objetivos claros, ainda que alcançáveis somente ao
Os desafios são claros: primeiro, aumentar a longo dos amos. Reduzir em 3% a 4% do PIB o custo
produtividade como condição para sustentar o logístico do Brasil, hoje acima de 12% do PIB e o maior
crescimento, pois, no longo prazo, conforme Paul dentre economias continentais, demanda investimentos
Krugman, produtividade é tudo, ou quase tudo. em todos os modais, ampliando de forma significativa a
Segundo, reduzir a desigualdade e a pobreza, num país participação de ferrovias - além de hidrovias e
marcado pelo legado da escravidão, dominado por uma cabotagem - na matriz de transportes. No caso de
elite desde sempre voltada para ganhos cartoriais e ferrovias, houve avanços com a antecipação da
privilégios corporativos e que, historicamente, pouco renovação das concessões. Novos erros devem ser
caso fez da educação. E, terceiro, garantir a evitados, a exemplo da Transnordestina, obra pública
sustentabilidade, contendo o ímpeto predador e a travestida de concessão. E é imperativo aliviar a carga
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O Globo/Nacional - Opinião
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regulatória desse e de outros segmentos de


infraestrutura, assim como reduzir as barreiras à
entrada. Aqui, a agenda legislativa é essencial para dar
maior segurança jurídica e previsibilidade regulatória.

Temos um longo caminho; mas outros países com


maiores dificuldades que o Brasil já o trilharam,
reformando o Estado, modernizando a economia em
bases sustentáveis e promovendo a redução da
desigualdade - e a civilidade nas esferas pública e
privada.

"Uma economia que não cresce, no limite, favorecerá os


extremismos. Necessitamos impulsionar a
produtividade"

Cláudio Frischtak é economista

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O Globo/Nacional - País
terça-feira, 15 de setembro de 2020
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2020, DE OLHO EM 2022

Porto Alegre, onde os petistas vão apoiar a comunista


Manuela DÁvila. No Rio, um possível acordo ainda está
sendo negociado. O governador do Maranhão, Flávio
Dino, é apontado como candidato do PCdoB em 2022 e
o PT, apesar de declarações recentes do ex-presidente
Lula, dificilmente abrirá mão de ter um nome na disputa
pelo Planalto.

NOVO BLOCO

O quadro também mostra como PDT e PSB


conseguiram colocar de pé, em parte, o projeto de
aproximação de olho na construção de uma chapa
presidencial encabeçada por Ciro Gomes. As duas
siglas estarão juntas em cinco das maiores capitais. Em
Fortaleza, no Ceará, reduto de Ciro, o PDT terá o
candidato a prefeito José Sarto e o PSB indicou o vice,
Elcio Batista , apesar da aliança contar com outras cinco
Clique aqui para abrir a imagem
legendas, entre elas o PSDB. Em Recife, o candidato do
Autor: SÉRGIO ROXO E GUILHERME CAETANO PSB será o deputado João Campos, filho do ex-
opais@oglobo.com.br SÃO PAULO governador Eduardo Campos, e a vice será Isabela de
Roldão, do PDT, que em nome da aliança barrou o voo
Na reta final do período de convenções partidárias, as solo do deputado Túlio Gadêlha.
definições das candidaturas e alianças eleitorais nas
capitais têm servido como uma espécie de ensaio do Do outro lado do tabuleiro, PSDB e DEM manterão a
cenário projetado para a disputa presidencial de 2022. parceria histórica em seis capitais, entre elas São Paulo
Apesar dos casos em que a conjuntura local permite e Rio, as duas maiores cidades do país. Os tucanos
acordos que dificilmente serão repetidos na corrida pelo retiraram a candidatura de Paulo Marinho no Rio e se
Planalto, o quadro mais amplo indica os caminhos que uniram ao DEM de Eduardo Paes para disputar a
devem ser traçados pelos partidos que pretendem cadeira de Marcelo Crivella (Republicanos) .
enfrentar o presidente Jair Bolsonaro.
Já em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB)
As coligações fechadas nas dez maiores capitais do conseguiu atrair para sua chapa não só o DEM, como
país apontam para alguns fenômenos: a força da também o MDB que ficará com o posto de vice, com o
tradicional aliança entre PSDB e DEM, com a vereador Ricardo Nunes. Pretendente ao Planalto em
aproximação do MDB; o afastamento entre PT e 2022, o governador João Doria disse que "após as
PCdoB; e a parceria entre PSB e PDT como um bloco eleições deste ano teremos uma indicação mais clara
alternativo aos petistas na esquerda. Os partidos têm da força dessa união, que, no plano nacional, integra
até amanhã para realizar suas convenções e pode PSDB, MDB e DEM". O tucano sonha em encabeçar
haver mudanças nas chapas até o registro das uma chapa com as três siglas.
candidaturas, em 26 de setembro.
Os três partidos estão juntos em apenas mais uma
Aliados históricos, PT e PCdoB só estarão juntos em capital: Salvador. A coligação na capital baiana, porém,
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O Globo/Nacional - País
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central do Brasil Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

abre outro caminho para o DEM. Com participação de


ACM Neto, presidente nacional da sigla, foi costurada a
indicação de Ana Paula Matos (PDT) para Service de
Bruno Reis (DEM).

- O fato de os dois partidos estarem unidos pode


significar algo para o futuro? Claro que sim. Se não
fizesse sentido, não estaríamos juntos agora - disse
ACM Neto, ontem, após a convenção que homologou a
candidatura de Reis.

Ao participar virtualmente da convenção do PDT de


Salvador, Ciro Gomes elogiou o DEM e defendeu a
construção de um centro político como alternativa
eleitoral em 2022, numa frente mais ampla contra a
polarização entre PT e Bolsonaro:

- Vai valer como uma semente de uma construção que


não é fácil, mas necessária para o Brasil - disse Ciro.

"Após as eleições deste ano teremos uma indicação


mais clara da força dessa união, que, no plano nacional,
integra PSDB, MDB e DEM"

João Doria, governador de São Paulo

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Destaques Jornais Nacionais

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O Globo/Nacional - Opinião
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BERNARDO MELLO FRANCO - Diplomacia da submissão

Fundado em 1959, o BID sempre foi presidido por um


latinoamericano. Um acordo entre os países reservava a
vice-presidência aos EUA. Desta vez, Trump resolveu
ignorar a regra e indicou um ex-assessor para chefiar o
banco. O Brasil já havia lançado candidato, mas voltou
atrás e traiu os vizinhos para apoiar a manobra.

Em plena Semana da Pátria, o Itamaraty festejou a


eleição do americano Maurício Claver-Carone. Mais um
gesto de submissão a Trump, que já debochou dos
esforços de Bolsonaro para imitá-lo.

Além de humilhar a diplomacia brasileira, a


subserviência demonstra falta de visão estratégica. O
republicano aparece em desvantagem nas pesquisas
para a eleição de novembro. Se o democrata Joe Biden
chegar lá, seu partido deve incentivá-lo a retaliar o
capitão.
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Autor: BERNARDO MELLO FRANCO No sábado, o Ministério das Relações Exteriores


afirmou que a vitória de Clever-Carone honrou "valores
Na semana passada, Jair Bolsonaro aproveitou o comuns e fundamentais às Américas". A nota ajudará a
feriado da Independência para fazer mais um contar a história do desmanche do Itamaraty na gestão
pronunciamento na TV. "Naquele histórico 7 de do bolsonarista Ernesto Araújo.
setembro de 1822, às margens do Ipiranga, o Brasil
dizia ao mundo que nunca mais aceitaria ser submisso Outras páginas terão que ser escritas mais tarde. O
a qualquer outra nação", disse. Dom Pedro guardaria a governo alterou a classificação de papéis para esconder
espada se soubesse o que fariam com seu brado instruções que aproximaram o Brasil de teocracias
retumbante. islâmicas na ONU. Os telegramas ficarão em sigilo até
2025.
Desde a vitória do capitão, o Brasil diz ao mundo que
aceita ser submisso à Casa Branca. Outros governos já "Para agradar Trump, o bolsonarismo tem jogado no lixo
haviam se ajoelhado diante dos EUA, mas nem a décadas de política externa independente. A
ditadura militar foi tão servil nas relações com o país. vassalagem acaba de se repetir na disputa pelo
comando do BID"
Para agradar Donald Trump, Bolsonaro tem jogado no
lixo décadas de política externa independente. Em vez Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
de defender o interesse nacional, a diplomacia brasileira Econômico - Colunistas
passou a defender o interesse de Washington. A
vassalagem acaba de se repetir na disputa pelo
comando do Banco Interamericano de
Desenvolvimento.

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O Globo/Nacional - Rio
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ANCELMO GOIS

Sem calote na DP

Na última sexta, uma situação inusitada chamou a


atenção do delegado Antenor Lopes Martins Júnior, da
14ªDP (Leblon). Depois de prender um homem por
porte ilegal de arma, um advogado chegou à delegacia
com uma. . . maquininha de cartão de crédito! O moço
explicou que estava cansado de tomar calote dos
clientes depois de soltá-los e resolveu ter o
equipamento sempre à mão - e o pagamento de
honorários garantido. Ah, bom!

Amazônia em chamas

Depois de Natura, Danone, Eletrobras e Suzano, agora


a Vale aderiu ao Call to Action, da Business for Nature.
Trata-se da união de organizações e empresas que
visam influenciar governos e lideranças mundiais a
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adotarem medidas para reverter a perda da natureza
Autor: ANCELMO GOIS nesta década, como vem ocorrendo na Amazônia, e a
adesão da agenda de biodiversidade.
Os sem-computador
'Cem milagres
Em pleno século XXI, o Brasil ainda tem 16% das suas
escolas sem computador, 6% sem esgoto e 3% sem A Globo Livros lança, em outubro, a biografia da
energia ou água. Esses percentuais são mais pianista tcheca Zuzana Ruzickova (1927-2017), a
preocupantes nos 5% de municípios com menor gasto primeira pianista a gravar as obras completas de
por aluno (média de R$ 3.051 ao ano). Nessas redes, a Johann Sebastian Bach. Ruzickova também ficou
proporção das unidades que não têm computador chega conhecida por ter sobrevivido a três campos de
a 37%, as sem esgoto são 17%, as sem energia concentração e, ainda, aos desmandos do governo
totalizam 10% e as sem água alcançam 7%. As contas comunista da Tchecoslováquia. "Cem milagres" foi
são do pesquisador Lucas Melo, da área de educação escrito por Wendy Holden, autora de, entre outros livros,
da consultoria Idados. "Os bebês de Auschwitz".

Bolsonaro no trem A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

Enquanto a vacina para a Covid-19 não chega, já tem Não se trata, naturalmente, como na fábula de George
cloroquina no trem. Outro dia, a carteia era vendida por Orwell.de uma intentona de animais. Mas veja só: no
R$ 10 no ramal de Deodoro. Como se sabe, muitas último sábado, uma cobra apareceu na casa de lvete
pesquisas garantem que a cloroquina não tem efeito Sangalo, na Praia do Forte, litoral norte da Bahia. O
sobre o novo coronavírus. Mas Bolsonaro, do alto de marido da cantora, Daniel Cady, postou um vídeo da
sua experiência como paraquedista, receita. "linda visitante", avisando que ela tinha sido devolvida à
mata.
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

"lockdown", o carioca pode dizer "trancou".


Aliás, foi a segunda cobra a aparecer na casa da artista
este ano. A outra foi em abril. Agora se o cidadão pensa nas "fake news", ainda não
há saída, a não ser que a gente dê uma torcidinha na
O fato é que, em tempo de pandemia, os bichos estão língua do colonizador: "fuck news". Porque as intenções
mais soltos. A leitura dos jornais nos últimos meses delas (e deles) são sempre as piores."
prova isso. Em Salvador, onde mora a querida Ivete,
442 animais silvestres foram resgatados, até o fim de Geraldo Carneiro, escritor, membro da ABL
agosto, pelo Grupo Especial de Proteção ou pela
Guarda Civil Municipal (GCM): um aumento de mais de ATRÁS DO PÃO NOSSO DE CADA DIA
100% em relação ao mesmo período de 2019.
Veja como o setor de eventos vive no corredor da morte
Antes da flexibilização, enquanto a maioria de nós se em tempos de pandemia. Até agora, 26 empresas de
escondia em casa para nos proteger da Covid-19, os todo o país se habilitaram para fazer o réveillon no Rio,
animais aproveitaram as ruas praticamente vazias e este ano sem fogos e aglomeração. No passado, a
silenciosas para circular mais livremente pelas cidades, disputa era entre quatro ou cinco produtoras.
aparecendo em lugares antes dominados pelos seres
humanos. Não faltam exemplos. Aqui e alhures, como 'É proibido proibir
as ovelhas que invadiram a estrada que leva ao
aeroporto em Istambul (Turquia), ou os leões-marinhos Caetano Veloso, 78 anos, é fiel à quarentena imposta
no centro comercial de Mar del Plata, na Argentina. pela Covid-19. Saiu uma vez para ir ao dentista.

No Rio, em julho, uma capivara foi vista passeando pela Também tem fugido das lives. Mas fez uma exceção ao
Praia do Leblon. Perseguida, tentou se esconder na aceitar participar do debate sobre democracia e
água e foi capturada dentro do mar (foto). Por fim, ainda liberdade de expressão promovido pela Associação
teve o caso da Ema, certamente comunista, que deu Nacional dos Procuradores da República. Vai falar dos
uma bicada no presidente Jair Bolsonaro. Outra, virou reflexos de regimes antidemocráticos na liberdade de
as costas para o capitão e saiu correndo quando ele expressão, a partir da própria experiência. O compositor
exibiu uma caixa de cloroquina para ela. Pelo visto, as foi preso, ao lado de Gilberto Gil, entre 1968 e 1969,
emas sabem das coisas durante a ditadura militar. O encontro será dia 23, às
19h, pela TV ANPR e pelo Canal Caetano Veloso,
Telma Alvarenga ambos no YouTube.

Língua carioca Violência doméstica dispara

"O Rio é hoje conhecido por abrigar. modéstia à parte, Quando o assunto é violência doméstica, os números
alguns dos piores políticos do Brasil. Com as exceções sempre preocupam. Mais que dobrou o total de prisões
de sempre. Em compensação, o "carioquês" continua em flagrante convertidas em preventivas em todo o
criando alternativas para a língua brasileira. Por Estado do Rio. Foram 155 detenções em agosto contra
exemplo, em sínteses notáveis como "demorou", 74 ocorrências em julho. Em 2020, já são 874 registros.
"lacrou" e "partiu". Os dados são do TJ do Rio.

Talvez o Rio também possa oferecer tradução para a Negócio do Oriente


língua de nossos penúltimos colonizadores, idolatrados
aqui nos subúrbios do Ocidente. Se eles dizem Sábado, uma fila com mais de 80 pessoas, no 4º piso
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O Globo/Nacional - Rio
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do shopping Rio Sul, rodava os corredores e chegava


ao estacionamento. Era por causa da abertura da loja
Daiso. Trata-se da rede conhecida por seus artigos
"made in Japan".

Em rede nacional nos EUA

Sobe a estrela do coleguinha Pedro Andrade, 41 anos,


carioca radicado em Nova H York, onde participa do
programa "Manhattan Connection" da GloboNews. Foi
contratado pela Vice como âncora de um programa que
irá ao ar em rede nacional americana, por meio de três
canais de TV. A primeira temporada explora o aspecto
humano da nossa Amazônia e será exibida em março
de 2021.

ZONA FRANCA

A MEDRIO Check up, que completa 30 anos, em


parceria com a PriceWaterhouseCoopers, iniciou a
implantação da Segurança Cibernética a fim de evitar
ataques de hackers em sua rede.

O GRUPO Solum lançou a plataforma Beegin, que


conecta PMEs e investidores.

OLIVIA Fürst tomou posse como presidente da


Comissão Especial de Práticas Colaborativas da OAB
Nacional.

A FÁBRICA de Bolo Vó Alzira lança seu app próprio


(voalzira.online).

MEDIA Talks debate, hoje, às llh, "Novo ciclo do


jornalismo à luz dos impactos da pandemia".

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Econômico - Colunistas

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PARA INSPIRAR OS CANDIDATOS

luz das eleições municipais, em novembro deste ano,


uma lista com as principais idéias será enviada aos
candidatos à Prefeitura do Rio, ao fim das discussões.

GASTOS COM PESSOAL

No debate de abertura, mediado por Maria Fernanda


Delmas, editora executiva de O GLOBO e Extra, sete
convidados discutiram o futuro econômico do Rio:
Armando Castelar, coordenador de Economia Aplicada
do Ibre/FGV; André Clark, CEO da Siemens Energy
Brasil; Cristiana Beltrão, fundadora do grupo
gastronômico Bazzar; Cristiane Schmidt, secretária de
Economia de Goiás; Jean Caris, sócio-diretor da
Cidadis; Mayara Santiago, pesquisadora do Ibre/FGV ; e
Paulo Tafner, pesquisador da Fipe/USP.

Um dos principais consensos foi a necessidade de uma


Clique aqui para abrir a imagem
reforma da estrutura administrativa da prefeitura para
Autor: GLAUCE CAVALCANTI E CAROLINA NALIN* reduzir gastos com pessoal e abrir espaço para ampliar
granderio@oglobo.com.br investimentos e serviços em favor dos cariocas. Mais de
70% da receita vão para o pagamento de servidores
O prefeito ou prefeita que assumir, em 1º de janeiro, a ativos e inativos.
cidade do Rio terá o desafio de ajustar e dar
transparência às contas públicas para investir mais em Paulo Tafner frisou a importância de governantes
serviços de qualidade e criar o ambiente adequado para enfrentarem a questão, reduzindo benefícios excessivos
a atração de negócios capazes de gerar mais e e comunicando melhor a importância da reforma
melhores empregos. Economistas e empresários administrativa.
concordam que isso é essencial para o desenvolvimento
sustentado do Rio de Janeiro, a redução da - Eu mostrei em Goiás que, de cada R$ 10 que você
desigualdade e o combate à corrupção. pagava de imposto, R$ 8 iam para pessoal, R$ 1,50
para manutenção básica, água, luz. E sobrava lá na
Essa foi a principal conclusão do evento "Crescimento ponta, para o cidadão, menos de R$ 1. Você paga
sustentado - Os desafios fiscal, econômico e de gestão", imposto de R$ 10 e recebe R$ 1 de volta. Não pode
o primeiro da série de lives sobre os principais desafios estar feliz - disse ele. - Se nada for feito, todo o
da capital fluminense na "Semana Rio 2020 - Um orçamento será consumido para pagar pessoal. O
seminário Reage, Rio!". Até sexta-feira, dia 18, outros pagador do imposto o faz para ter bens e serviços. Se
temas urgentes para o Rio estarão em pauta. nada acontecer, caminhamos para um blecaute fiscal.

O evento tem realização do GLOBO, do Extra, do Cristiane Schmidt, economista e secretária de Economia
Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) e do de Goiás, dividiu com os participantes sua experiência à
Rio 2020, com o apoio da Fecomércio RJ e marca o frente do ajuste fiscal que conduz no estado, que teve a
lançamento das propostas do Movimento Rio 2020. À colaboração de Tafner. E sublinhou que não há como
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reduzir injustiças sociais sem contas arrumadas. parte da mão de obra de seus restaurantes em
comunidades carentes e tem histórias de ótimo
- Ajuste fiscal nunca será um fim em si mesmo. É um desempenho após investir na capacitação das pessoas:
meio para prover política pública para toda a população.
E é importante especialmente no Rio, onde há - Não reconhecer as comunidades como força
desigualdade extremamente elevada. O foco é como empreendedora e cultural significa limitar o crescimento
crescer e gerar oportunidade para quem não teve disse do Rio pela metade. Significa olhar para a metade como
ela, que sugeriu estrutura municipal enxuta, com no grande parte do problema, e acredito que ela seja boa
máximo sete secretarias. parte da solução.

Para Armando Castelar, o esforço para garantir um Ela afirmou que o Rio "é uma marca". Atribuiu à imagem
ambiente favorável para o desenvolvimento sustentado da cidade parte do sucesso de seu negócio na
da economia do Rio deve passar pela boa gestão e exportação de gêneros alimentícios que chegam a
continuidade dos serviços públicos. Se o município está outros países com a inscrição "Made in Rio de Janeiro".
em desordem, a cidade também fica, reduzindo sua
capacidade de atrair investimentos e gerar empregos. No evento, foi discutida a necessidade de modernização
Tafner lembrou que a cidade perde profissionais institucional, com desburocratização e meios para
qualificados para outras cidades, como São Paulo ou do ampliar a participação da sociedade nas escolhas do
exterior, por falta de oportunidades e problemas que poder público.
afetam a qualidade de vida, como a violência.
- A pandemia demonstrou que as novas tecnologias têm
- Um ativo que o Rio tem e é pouco lembrado é a mão potencial imenso para a prefeitura criar programas de
de obra qualificada. Quase 80% têm ao menos o ensino engajamento com o cidadão - disse Jean Caris,
médio completo, e um terço tem nível superior, o que economista à frente da consultoria Cidadis.
está bem acima da média nacional. Quando comparado
com São Paulo, no entanto, essas pessoas ganham André Clark, da Siemens Energy, afirmou que o Estado
menos no Rio. Precisamos trabalhar para gerar precisa reduzir a ineficiência na execução de projetos e
melhores salários para esses trabalhadores e atrair aprimorar o relacionamento com as empresas, que
empresas - disse Castelar. definiu como "complexo e pouco transparente". E frisou
que soluções passam pelas contas públicas: - O
IMAGEM COMO 'MARCA balanço fiscal desorganizado é gerador de corrupção, é
muito perigoso isso disse, ressaltando que a
O economista da FGV defendeu três focos para este descontinuidade entre mandatos prejudica a
objetivo: o setor de energia (petróleo e energia elétrica), previsibilidade.
expandir a área de cultura e avançar na área de start-
ups e tecnologia. Mayara Santiago, pesquisadora de - O setor privado não investe pensando no próximo
Economia Aplicada do IBRE/FGV, observou a prefeito, mas nos próximos 30 anos. É preciso leis e
importância de contemplar a redução de desigualdades regulações de longo termo.
na estratégia: - O ajuste fiscal, feito com transparência,
atrai investimentos e ajuda trabalhadores em situação O executivo destacou o papel simbólico do Rio:
mais vulnerável. O Rio tem um grande número de
vulneráveis e uma taxa de desemprego alta, que só - O Rio saindo dessa situação de desesperança será
aumentou durante a pandemia. um grande exemplo para o Brasil. E a imagem, o
símbolo do país, para o bem e para o mal. O mundo
A empresária Cristiana Beltrão, contou que recruta boa quer que o Rio dê certo. (*Estagiária sob supervisão de
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Alexandre Rodrigues) - Londres virou uma das capitais com mais restaurantes
com estrelas Michelin do inundo. Foi um objetivo bem-
O que aprender com o 'hub lisboeta e o 'fish and chips sucedido para atacar a vocação - avaliou a empresária.

Debatedores destacam planos de reorientação das Ela citou ainda experiências de cidades dos EUA e da
vocações econômicas que reinventaram capitais e Nova Zelândia, que se reinventaram valorizando seu
regiões em outros países patrimônio natural para o turismo ambiental, outro
potencial do Rio: - Por que não investimos no turismo
Economistas e empresários afirmam que não falta pedestre? O Caminho de Santiago (na Espanha) leva
inspiração ao Rio. André Clark, da Siemens Energy, 400 mil pessoas por ano àquela região. No pós-
disse no evento que há outras cidades, no Brasil e fora, pandemia, as pessoas estão buscando isso. É a cara do
que podem ser exemplo no desafio de revitalização Rio.
econômica e modernização da gestão pública.
____
O economista Armando Castelar citou Lisboa, que tem
se destacado pelo crescimento do turismo e por um ACOMPANHE OS DEBATES NOS SITES E CANAIS
ambiente favorável à atração de novos negócios, DIGITAIS DE O GLOBO E EXTRA, DE 14 A 18 DE
principalmente ligados à tecnologia. Em comum com o SETEMBRO
Rio, ele destacou a mão de obra qualificada, com a
presença de universidades e centros de pesquisa: SEGUNDA, 10H

- O ambiente de negócios tem de ser aprimorado com Crescimento sustentado - Desafios fiscal, econômico e
um conjunto de atividades para que empresas e mão de de gestão
obra se interessem por estar aqui.
HOJE,10H
A empresária Cristiana Beltrão também mencionou o
ecossistema empreendedor da capital portuguesa, que Educação e Juventude - Como garantir o protagonismo
se tomou um hub de inovação e empreendedorismo juvenil Mediação: Josy Fischberg (editora assistente).
digital na Europa, como um exemplo: Debatedores: Beatriz Pantaleão (Gol de Letra), Edu
Carvalho (jornalista), Murilo Duarte (Favelado
- Temos a vocação para ser a capital da tecnologia no Investidor), Sérgio Guimarães Ferreira (economista),
Brasil, a exemplo do que aconteceu em Lisboa, que fez Teca Pontual (especialista em política educacional) e
um trabalho focado, multiplicando centros de Wilson Risolia (Fundação Roberto Marinho).
empreendedorismo, com políticas de inovação.
QUARTA, 10H
Para Cristiana, o Rio precisa inciar a descoberta de sua
vocação, assim como fez Londres para o turismo. Ela Urbanidade - A busca por sustentabilidade, mobilidade,
contou como dirigentes da capital inglesa constataram saneamento, saúde e habitação
que a falta de uma identidade para a gastronomia local
para além do fish and chips fazia turistas optarem por QUINTA, 10H Cidadania e Segurança - O combate à
outros destinos europeus. Do diagnóstico, nasceu o violência sem a perda de direitos SEXTA, 10H Baía de
programa Taste Britain, com incentivos para a cadeia de Guanabara e entorno - O potencial econômico e os
alimentação do produtor rural aos realities shows de desafios ambientais de um símbolo do estado
culinária.
SEXTA, 15H
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O Globo/Nacional - Rio
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Economia criativa e 'soft power- A capital cultural


recupera sua vocação

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Reforma Administrativa, Banco Central - Perfil 2 -
Gestão Pública

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O Globo/Nacional - Segundo Caderno
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

LEO AVERSA - Vax in Rio

Palácio da Cidade —recebeu o segundo caminhão no


dia 22 e, já dando sua primeira carteirada, exigiu a dose
inaugural para si mesmo. Na verdade, as vacinas já
haviam chegado em dezembro a uma clínica particular
da Barra, onde o valor de dez mil reais por dose incluía
open bar na entrada, um quarteto de cordas tocando
música sertaneja no VaccinationLounge e um
cercadinho VIP na saída, com aglomeração liberada.
Houve também uma vacinação —pirata —em
novembro, em Rio das Pedras, com o produto secreto
de um sigiloso laboratório de Ciudad dei Este, as
vacinas Xputinik 4 e 1/2. A milícia local, sempre sensata
e justa, cobrou cem reais de cada morador pela
Xputinik. Quem não quis tomar teve que pagar
duzentos.Infelizmente o medicamento apresentou
alguns efeitos colaterais inconvenientes,como óbito
súbito e coma irreversível,detalhes irrelevantes que não
alteraram o sucesso da empreitada: os dez moradores
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que tomaram e sobreviveram não contraíram mais a
Autor: LEO AVERSA Covid-19.

Após traçar uma coxinha do fundo da geladeira, Já as vacinas oficiais contra a Covid-19 foram
temperada com uma mostarda um tanto quanto vencida, distribuídas nos Centros Transitórios do Barbosinha, os
tive um sonho estranho que, percebi depois, foi uma CTBs, que eram os antigos hospitais de campanha,
premonição. Sim, vi o futuro. Sim, Mãe Dináh, você já reciclados com novas propinas. Por dentro os CTBs
tem um sucessor: o pai Dináh tá on. lembravam muito o antigo Detran da Francisco Bicalho:
quem chegava, precisava entrar em várias filas até tirar
O primeiro carregamento chegou ao Rio em janeiro de uma guia, que devia ser paga — a vacina era grátis,
2021. Devia aparecer no dia 20, dia do padroeiro da mas a seringa não — no Itaú, mas na agência de
cidade, mas o caminhão foi sequestrado na Avenida Paquetá. Depois da guia paga, bastava entrar em outras
Brasil e desviado para a comunidade do Rato Molhado, filas para —finalmente —ser imunizado. Quem não
onde as caixas com vacinas foram recebidas com tiros tivesse uma semana livre para passar no CTB, podia
para o alto, ao menos dessa vez. O evento, desenrolar com um dos despachantes oficiais, os
acompanhado pelo Globocop, foi transmitido ao vivo Guardiões do Barbosinha, que ofereciam maneiras
para o mundo todo, algo que encheu a cidade de disruptivas de obter a vacina, mediante o pagamento de
orgulho. Metade das vacinas foi oferecida como brinde uma taxa simbólica de mil reais. A Prefeitura até lançou
aos assinantes da gato-net local, a outra distribuída um app para facilitar o atendimento, mas —
—democraticamente — entre as diversas facções misteriosamente — ele só funcionava em Blackberrys e
cariocas. Mais orgulho. Nokias.

O novo prefeito, Barbosinha da Portaria — o vencedor A vacinação terminou no meio de fevereiro, a tempo de
da eleição de 2020 foi preso e o cargo acabou entregue liberar o carnaval. A grande novidade foi a Covid-20.
ao único ficha limpa na linha sucessória, o porteiro do
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O Globo/Nacional - Segundo Caderno
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Nesse ponto o sonho começou a ratear. Agora não sei


se Covid-20 era um vírus novo ou um bloco alternativo
em Santa Teresa. 0 Pai Dináh tá off.

A vacinação terminou no meio de fevereiro, a tempo de


liberar o carnaval. A grande novidade foi a Covid-20

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

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O Globo/Nacional - Mundo
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - Tribunal de Contas da União

ONU alerta para crescente influência militar no Brasil

governo federal estão ocupados por militares ou


policiais militares.

Em seu discurso de abertura da sessão do conselho,


em Genebra, Bachelet fez ainda um apelo para que as
autoridades “adotem medidas contundentes para
garantir que toda a tomada de decisões seja baseada
nas contribuições e nas necessidades de todo o povo
brasileiro”, e denunciou os ataques contra jornalistas e
ativistas:

—No Brasil, estamos recebendo relatos de violência


rural e despejos de comunidades sem terra, além de
ataques contra defensores dos direitos humanos e
jornalistas, com o assassinato de ao menos 10
defensores dos direitos humanos confirmados neste ano
—disse a alta comissária, que também destacou a
gravidade da situação no cenário latino-americano. —A
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contínua erosão de organismos independentes para a
Autor: GENEBRA consulta e a participação comunitária também é
preocupante.Ela se refere a um decreto de abril de
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos 2019, em que Bolsonaro determinou mudanças e até a
Humanos, Michelle Bachelet, alertou ontem para o extinção de órgãos colegiados criados antes de sua
crescente envolvimento militar nos assuntos públicos e gestão. A medida foi vista como limitadora da
na aplicação da lei no Brasil. As vésperas do discurso participação civil no debate público.
do presidente Jair Bolsonaro na abertura do debate na
Assembléia Geral da ONU, a ex-presidente chilena Pelas regras do Conselho, o governo brasileiro terá até
denunciou também ataques contra ativistas e jornalistas amanhã para responder. No próximo dia 22, Bolsonaro
no país. abrirá o debate na Assembléia Geral da ONU. Em razão
da pandemia, os líderes gravarão vídeos para o evento,
— No Brasil, assim como no México, em El Salvador e em vez de se reunirem na sede da ONU em Nova
em outros lugar es, estamos vendo um aumento do York.Em seu discurso, Bachelet lista violações de
envolvimento militar nos assuntos públicos e na direitos humanos em 25 países, e também disse estar'
implementação da lei. Por mais que reconheça o preocupada com o grave impacto da pandemia de
desafiador contexto de segurança, qualquer uso das Covid-19 no continente americano, destacando a
Forças Armadas na segurança pública deve ser urgência de “abordar as profundas desigualdades de
estritamente excepcional, com fiscalização efetiva. desenvolvimento na região”. A ex-presidente chilena
citou a questão racial nos EUA, dizendo que casos
O governo brasileiro tem hoje oito ministros militares ou recentes de mortes de homens negros pela polícia
com formação militar. “trazem à tona, mais uma vez, a necessidade de ações
urgentes e profundas para combater o racismo
Além disso, de acordo com o Tribunal de Contas da sistêmico e a discriminação racial”.
União, cerca de 2,8 mil cargos comissionados do
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O Globo/Nacional - Mundo
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Banco Central - Perfil 2 - Tribunal de Contas da União

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -


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Tribunal de Contas da União

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Correio Braziliense/Nacional - Capa
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Cenário Político-Econômico - Capa do Dia

Capa do Dia

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Capa do Dia

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Capa do Dia

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Correio Braziliense/Nacional - Política
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Guedes rejeita fundo; Maia, a CPMF

Em recado aos estados, o ministro disse que é preciso


"ter juízo" e andar "juntos no caminho da prosperidade,
apostando que o Brasil vai crescer", em vez de "ficar
esperando que um dê garantia para o outro". E lembrou
que, se o Brasil voltar a crescer nos próximos anos, a
arrecadação também vai crescer, aumentando o bolo a
ser dividido com os estados por meio do imposto único.
"Tudo que conseguirmos daqui para a frente vamos
dividir. Só não podemos garantir o que não temos",
insistiu Guedes.

Má distribuiçãoTambém participante do seminário, o


presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) alertou
para a importância da reforma tributária e, mais uma
vez, criticou a intenção do governo de criar a CPMF,
uma contribuição que, segundo ele, pesará sobre os
mais pobres e só beneciaria a União. "A reforma
tributária vem na linha de organizar todos os cinco
Clique aqui para abrir a imagem
tributos sobre bens e serviços, IPI, PIS/Cofins, ICMS e
Autor: Marina BarbosaLuiz Calcagno ISS, garantindo que a base passe ser a base de todos
os municípios, estados e União. Cada um na sua
alíquota", explicou. "É uma reforma muito importante
para a federação. E mais importante ainda para o
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reagiu mais ambiente de negócios, pois simplifica os impostos que
uma vez, ontem, à proposta para que a União crie um geram maior volume de litígio tributário e insegurança
fundo para compensar as perdas que os estados e os jurídica para o investidor", destacou.
municípios podem sofrer com a reforma tributária.
Conforme salientou, tal medida quebraria o país. Antes de Maia falar, o presidente da CNM, Glademir
Aroldi, havia se pronunciado no mesmo sentido. Para o
A proposta de criar esse fundo partiu dos estados, que ex-prefeito de Saldanha Marinho, a arrecadação no
projetam perdas de arrecadação quando os impostos Brasil é mal distribuída. Ele destacou a necessidade de
estaduais e federais se fundirem em um imposto único - uma distribuição na faixa de 33% para estados, 33%
- daí por que querem ser ressarcidos pelo governo para municípios e 33% para a União, e falou na
central. Segundo Guedes, a "União não é um saco sem necessidade de criar "um fundo de compensação para
fundo", algo que, de antemão, o coloca contrariamente a estados e municípios para evitar perdas na
qualquer forma de compensação por perdas. "A União arrecadação, especialmente no período da transição" do
pode quebrar e vai faltar dinheiro para todo mundo, sistema atual para o constituído após a reforma. "A
porque vamos entrar em uma rota de implosão fiscal", expectativa de prefeitos é que, posteriormente, a
afirmou o ministro, em live da Confederação Nacional arrecadação se eleve, por conta do aumento do PIB",
de Municípios (CNM). Ele ainda classificou a ideia como disse. Aroldi também afirmou que não seria correto
"imprudente". "A União não pode dar garantias se ela apresentar o ISS como único imposto com participação
mesmo não pode se garantir", reforçou. dos municípios.

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Correio Braziliense/Nacional - Política
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Maia afirmou, também, que o imposto sobre transações


financeiras, apelidado de nova CPMF, não será pautado
enquanto ele estiver na Presidência da Câmara, até
dezembro. "Agora mesmo, voltou ao debate a nova
CPMF. Quer dizer, além de ser um imposto muito ruim,
ainda vai se pensar em um imposto que concentra toda
a receita na União. Ainda bem que eu acho que têm
poucas chances de ser recriada, pelo menos esse ano,
em que estou na presidência da Câmara. Esse imposto
é regressivo, cumulativo, não é bom e tributa mais os
mais simples", criticou o parlamentar.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Paulo Guedes

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Correio Braziliense/Nacional - Política
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

Dívida das igrejas, um pecado menor

medida.

O presidente tem pressa em encontrar uma solução. Os


evangélicos, os principais beneficiados pelo perdão das
dívidas, são parte importante de seu eleitorado e apoio
político. A iniciativa de vetar o trecho causou surpresa a
parlamentares. Principal responsável pelo trecho
inserido no projeto de lei, o deputado federal David
Soares (DEM-SP), filho do missionário R.R. Soares,
líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, afirmou
que o chefe do Executivo foi mal assessorado.

"Isso (o perdão da dívida de igrejas e templos) foi


votado por ampla maioria dos parlamentares. Ninguém
estava ali inocentemente. É um perdão de lançamentos
fiscais que são ilegais. O presidente da República foi
mal orientado juridicamente. A base de sustentação do
argumento dele não se sustenta. O perdão não
Clique aqui para abrir a imagem
compromete a responsabilidade fiscal. Lançar aquilo
Autor: LUIZ CALCAGNOINGRID SOARES como parte do orçamento é uma irresponsabilidade.
Quem vendeu isso para o presidente foi inocente",
reclamou.

Poucas são as chances de manutenção do veto O demista afirma que igrejas e templos nunca
presidencial ao perdão a dívidas de igrejas e templos. A reconheceram a Contribuição Social sobre o Lucro
frente parlamentar evangélica, que conta com 220 Líquido (CSLL) sobre os templos de qualquer culto
parlamentares de quase todos os partidos, se reúne como justa, e que a questão já foi judicializada. "Desde
hoje para debater as estratégias para a derrubada do 2008, temos problemas dessa natureza. Mudaram as
veto. E a permeabilidade é a maior força do grupo, que regras do jogo no meio do jogo. Um ataque às
tem, entre os integrantes, desde o líder do Centrão, instituições religiosas e de forma predominante às
Arthur Lira (PP-AL), até deputados petistas como evangélicas. Qual é o animus da Receita Federal em
Benedita da Silva (RJ) e Airton Faleiro (PA), ligado à cima de ação da administração interna das instituições?
Igreja Católica. Os débitos somam quase R$ 1 bilhão. A Receita quer controlar o que a igreja dá de auxílio a
padres? A igreja decide o que paga administrativamente
O presidente da República, que retirou o dispositivo ao para o padre ou pastor. É uma questão interna",
sancionar a Lei nº 14.057/2020, publicada no Diário argumentou.
Oficial da União (DOU) de ontem, que disciplina o
acordo com credores para pagamento com desconto de Antes da publicação do veto no DOU, Bolsonaro
precatórios federais, também está determinado a sanar adiantou a decisão nas redes sociais. Afirmou que a
a questão. Nem que seja por Proposta de Emenda à medida era necessária para evitar que respondesse a
Constituição (PEC), conforme afirmou em uma rede um processo de impeachment por crime de
social. Mas Bolsonaro também deixou claro a alternativa responsabilidade fiscal. "A PEC é a solução mais
de vetar o projeto e pedir ao Congresso para derrubar a adequada porque, mesmo com a derrubada do veto, o
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Banco Central - Perfil 2 - TCU

TCU já definiu que 'as leis e demais normativos que


instituírem benefícios tributários e outros que tenham o
potencial de impactar as metas fiscais somente podem
ser aplicadas se forem satisfeitas as condicionantes
constitucionais e legais mencionadas'", publicou o
presidente.

O presidente da frente parlamentar Evangélica, Silas


Câmara (Republicanos-AM) também se disse surpreso,
segundo ele, "pela quantidade de especialistas que
afirmam ser legítima e constitucional a matéria e sem
envolvimento com responsabilidade fiscal". Questionado
sobre quem apoiaria a derrubada, ele disse que é cedo.
"Mas, se for para derrubar o veto, teremos os votos,
pode acreditar", garantiu.

O PSol foi o único partido que votou integralmente


contra o socorro. "Por mais que a maioria das bancadas
tenham votado a favor, a repercussão negativa
constrange. E muita gente se sentirá pouco à vontade
de derrubar o veto. Por um lado, são um setor
significativo no apoio eleitoral. Por outro, o calendário
dificulta a votação e articulação de projetos. Estamos
com temas significativos como pacote anticrime, BPC, e
fica difícil construir apoio sobre pauta polêmica", avaliou
a líder da legenda na Câmara, Sâmia Bomfim (SP).

A base de sustentação do argumento dele (do


presidente) não se sustenta. O perdão não compromete
a responsabilidade fiscal. Lançar aquilo como parte do
orçamento é irresponsabilidade

David Soares (DEM-SP), deputado federal

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TCU, Banco Central - Perfil 3 - TCU

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Banco Central - Perfil 1 - Davos

ONU vê excesso de militares no governo

Bachelet ainda denunciou os crescentes relatórios de


aumento da violência no campo, ataques a jornalistas e
defensores de direitos humanos, além da diminuição
dos espaços para consulta da sociedade civil e de
comunidades para tomada de decisões. Ela
acrescentou que, na América Latina, um "número
alarmante" de ativistas e repórteres continuam a ser
"intimidados, atacados e mortos", sobretudo aqueles
envolvidos com temas como meio ambiente e direito à
terra.

"No Brasil, estamos recebendo relatórios de violência


rural e expulsão de comunidades sem-terra, assim
como ataques a defensores de direitos humanos e
jornalistas, com ao menos 10 mortes este ano. A
continuada erosão de conselhos independentes de
consultas e participação das comunidades é também
Clique aqui para abrir a imagem
preocupante. Apelo às autoridades para que tomem
Autor: Ingrid Soares medidas firmes que garantam decisões fundamentadas
nas contribuições e necessidades do povo brasileiro",
exortou.

A alta comissária da Organização das Nações Unidas Para rebatê-la, a representante brasileira no Conselho,
para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, criticou, a embaixadora Maria Nazareth Farani de Azevêdo,
ontem, o crescente envolvimento de representantes das salientou as ações econômicas do governo federal
Forças Armadas ou das polícias militares na gestão contra a covid-19, observando que tem garantido o
pública no Brasil, nos três níveis de governo. No acesso à saúde para 211 milhões de pessoas e que os
primeiro dia do Conselho de Direitos Humanos da ONU, pacotes emergenciais relacionados à pandemia já
ela salientou que essa tendência na América Latina consumiram US$ 106 bilhões de recursos da União. Ela
pode ser vista também no México e em El Salvador. também destacou que o número de casos do novo
coronavírus vem caindo no país, apesar das mais de
O governo de Jair Bolsonaro tem, atualmente, oito 130 mil mortes por conta do vírus -- no último domingo,
ministros militares ou com formação militar. E de acordo o país se tornou a nação do G-20 com o maior
com levantamento do Tribunal de Contas da União coeficiente de mortalidade pelo novo coronavírus, com
(TCU), aproximadamente 2,8 mil cargos comissionados 613,46 mortes por milhão de habitantes, de acordo com
do governo federal estão ocupados por militares ou os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
policiais militares, tal como o Ministério da Saúde -- no
qual o general Eduardo Pazuello será confirmado Discurso na ONUA ONU abre, hoje, a 75ª Assembleia
ministro, nos próximos dias, depois de meses de Geral entre chefes de Estado e de governo, e a
interinidade à frente da pasta. Nesse cálculo não entram tendência é de um ambiente hostil para Jair Bolsonaro.
as secretarias de segurança em estados, no Distrito A previsão é de que o presidente discurse na abertura
Federal e em municípios ocupadas por militares e PMs. da sessão, dia 22, uma semana após a solenidade de
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Banco Central - Perfil 1 - Davos

abertura do evento. Por conta da pandemia, ele e outros


líderes participarão do evento por videoconferência.

Bolsonaro deve enfatizar que o governo federal criou


uma grande camada de proteção social com o auxílio
emergencial, que, na visão do Palácio do Planalto,
impediu a economia brasileira de ser ainda mais
fragilizada por conta do surto do novo coronavírus.
Outro trecho do discurso do presidente focará na
resposta às críticas que o governo tem sofrido por conta
dos índices de queimadas na Amazônia e no Pantanal.

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Davos, Banco Central - Perfil 1 - G-20, Banco Central -
Perfil 2 - TCU, Banco Central - Perfil 2 - Tribunal de
Contas da União, Banco Central - Perfil 3 - TCU, Banco
Central - Perfil 3 - Tribunal de Contas da União, Banco
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Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Nas entrelinhas

objetivo das desonerações foi preservar os empregos


do setor. Desde a aprovação da prorrogação, o governo
manobra para evitar a votação do veto, que é muito
difícil de ser mantido. Mais do que, por exemplo, o
perdão das dívidas das igrejas evangélicas, que
Bolsonaro vetou no domingo, pedindo ao mesmo tempo
que seus aliados derrubassem o veto. A ambiguidade
do presidente da República nessa matéria vale também
para as desonerações, porque Bolsonaro já não
consegue esconder as dificuldades que tem para
contrariar seus eleitores em matéria de
responsabilidade fiscal.

O veto só não foi derrubado ainda porque o presidente


do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tem colaborado
com o Palácio do Planalto, evitando pautar a matéria.
Alcolumbre é candidato à reeleição no cargo, o que é
vedado pela Constituição, mas trabalha para emendá-la.
Clique aqui para abrir a imagem
A reeleição não é permitida na mesma legislatura.
Autor: por Luiz Carlos Azedo luizazedo.df@dabr.com.br Outros presidentes da Casa também tiveram a mesma
ambição, sem sucesso, até mesmo o ex-presidente
José Sarney, que foi o presidente do Senado o mais
poderoso desde a redemocratização. No momento, o
Base em desalinhoO Palácio do Planalto tenta ganhar grande pretexto para o adiamento são as convenções
tempo para reagrupar sua base parlamentar no eleitorais nos municípios, que de fato estão mobilizando
Congresso e evitar a derrubada do veto do presidente senadores e deputados.
Jair Bolsonaro à prorrogação da desoneração das
folhas de pagamentos de empresas de 17 setores da ImpostosA apreciação de vetos é prerrogativa da
economia, até o final de 2021. É mais ou menos como sessão conjunta do Senado e da Câmara. O líder do
convidar os perus para a festa de Natal, porque não é governo no Congresso, Eduardo Gomes, tenta
somente o presidente da República que está de olho na rearticular a base para manter o veto, com o discurso de
própria reeleição, os parlamentares federais estão com que é possível "um acordo que contemple aquilo que os
um olho nas eleições municipais e outro na preservação vários segmentos querem: que o país tenha uma
dos respectivos mandatos em 2022. Por essa razão, a recuperação econômica segura e que a desoneração
apreciação do veto foi adiada para a próxima semana, fique absolutamente resolvida porque isso mantém
numa articulação do líder do governo no Congresso, empregos". No fundo, o governo está meio desesperado
senador Eduardo Gomes (MDB-TO). diante da ameaça de derrubada dos vetos, por causa do
cobertor orçamentário curto. A equipe econômica
Os setores beneficiados pelas desonerações são os precisa de caixa para bancar o Renda Brasil, programa
mais atingidos pela pandemia, entre os quais os de call de transferência de renda anunciado por Bolsonaro, no
center, tecnologia da informação, transporte, construção valor de R$ 300, para substituir o Bolsa Família, o
civil, têxtil e comunicação, que empregam em torno de 6 legado social do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
milhões de trabalhadores com carteira assinada. O que chega ao máximo de R$ 205 quando beneficia
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Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

cinco pessoas na mesma família.

Por enquanto, não há dinheiro para viabilizar o projeto,


que é a menina dos olhos de Bolsonaro para sua
reeleição. Como o governo se recusa a cortar seus
gastos na escala necessária -- a reforma
administrativa proposta pelo ministro da Economia,
Paulo Guedes, tem pouco efeito de curto prazo --, a
equipe econômica recorre a subterfúgios do tipo a volta
da CPMF, o novo imposto sobre operações eletrônicas
proposto por Guedes, ou a recorrente tentativa de
transferir renda dos pobres para os mais pobres ainda,
para usar as palavras de Bolsonaro, como o
congelamento dos aumentos de aposentadoria por dois
anos, intenção anunciada ontem: todos os velhinhos
pagariam a conta da reeleição de Bolsonaro
antecipadamente. A proposta é marota porque permitiria
o aumento em setembro de 2022, ou seja, às vésperas
das eleições.

São duas propostas com difícil passagem pelo


Congresso, quando nada porque o presidente do
Senado, Davi Alcolumbre, se finge de morto, enquanto o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia(DEM-RJ), mais
uma vez bate de frente com o ministro Paulo Guedes e
anuncia que não apoia a criação do imposto: "Não dá
para criar novos impostos a cada crise, a gente tem de
olhar e voltar ao que estávamos discutindo", referindo-
se ao equilíbrio fiscal. "Pode ser mais fácil abrir um
espaço fiscal no orçamento para aumentar o
investimento púbico, mas isso é um ciclo vicioso",
completou. Segundo Maia, o país não foi capaz de
resolver os problemas da economia quando criou novos
impostos. Seria melhor debater "as reformas que
melhorem a qualidade do gasto público."

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Paulo Guedes, Banco Central - Perfil 2 - Reforma
Administrativa

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Banco Central - Perfil 2 - TCU

TCU reprova 7 mil gestores

De acordo com o TCU, a lista pode ser ampliada no


decorrer do processo eleitoral. Entre as contas
rejeitadas, a região Nordeste lidera a lista e aparece
com 2.924 nomes, seguida pelo Sudeste, com 1.685
gestores. O Norte tem 1.317 registros e o Centro-Oeste,
826 nomes. O Sul aparece com 582 pessoas.

Os dados referem-se aos últimos oito anos. O ministro


Barroso afirmou que os candidatos que se enquadrarem
na lei que impede a ascensão de corruptos aos cargos
eletivos devem ser impedidos. "A Lei da Ficha Limpa
impede que sejam candidatos aqueles que tenham suas
contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União,
nesse caso específico pela aplicação de verbas
federais. O presidente José Múcio Monteiro teve a
gentileza de trazer essa lista dos agentes públicos que
não podem se candidatar, que são inelegíveis por terem
Clique aqui para abrir a imagem
suas contas rejeitadas", explicou Barroso.
Autor: Renato Souza
O presidente do TSE acrescentou que o eleitor deve
O Tribunal de Contas da União enviou, ontem, ao avaliar bem seus candidatos. "Voto não é só um dever
Tribunal Superior Eleitoral, uma lista de 7.354 gestores cívico, é um privilégio de quem vive em uma democracia
que tiveram as contas reprovadas pela Corte e cujos para alguém escolher os melhores nomes. Em uma
dados devem ser utilizados na avaliação das democracia não existe 'nós' e 'eles'. Eles são quem nós
candidaturas para as eleições de novembro. O colocamos lá. Não desperdice seu voto", exortou.
levantamento foi entregue pelo presidente do TCU, José
Múcio Monteiro, ao ministro Luís Roberto Barroso, Critérios
presidente do TSE. A rejeição dos dados financeiros
não gera impedimento automático para concorrer no De acordo com a Lei da Ficha Limpa, para ficar
pleito municipal, mas as informações avaliadas pela impedido de se candidatar, por oito anos, o gestor deve
Corte eleitoral podem resultar no impedimento da ter suas contas rejeitadas em razão de irregularidade
candidatura. considerada "insanável" -- que configure ato doloso de
improbidade administrativa. O documento formulado
Para que um cidadão esteja apto a concorrer, um juiz pelo TCU não contempla avaliações de cortes de contas
eleitoral analisa se ele está em dia com as obrigações estaduais e municipais.
legais e se não está enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Um dos documentos avaliados é justamente a lista do As contas dos gestores são avaliadas até o fim do ano
TCU. O Ministério Público Eleitoral, partidos e demais pelo TCU e, com a inclusão de novos nomes, cabe à
candidatos podem solicitar análise do pedido de registro Justiça Eleitoral avaliar, no momento do registro da
de candidatura. A Corte eleitoral também é informada candidatura, quem está apto a concorrer. Caso algum
sobre gestores que não enviaram a prestação de nome listado deixe de se enquadrar nas práticas
contas. consideradas irregulares, o nome é excluído. Aos
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Banco Central - Perfil 2 - TCU

candidatos que se sentirem prejudicados, é possível


ingressar com recursos na Justiça. De acordo com o
TCU, o fato do acusado ressarcir os cofres públicos não
gera exclusão do nome do levantamento.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -


TCU, Banco Central - Perfil 2 - Tribunal de Contas da
União, Banco Central - Perfil 3 - TCU, Banco Central -
Perfil 3 - Tribunal de Contas da União

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Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Aposentados podem pagar pelo Renda Brasil

Porém, também atingiria um público sensível para os


planos de reeleição de Bolsonaro: os aposentados, os
pensionistas e os que vivem de benefícios como o
auxílio-doença. Segundo os dados do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS), aproximadamente 35 milhões
de brasileiros recebem algum benefício previdenciário e
cerca de 23 milhões ganham o equivalente ao salário
mínimo. Ou seja, um benefício que hoje é de R$ 1.045 e
continuaria nesse valor até o fim de 2022, pois passaria
dois anos sem receber nem a correção anual da
inflação, que é garantida ao mínimo.

Analistas e políticos questionam a viabilidade da


medida. "Se Bolsonaro não permitiu refocalizar o abono,
vai permitir desindexar a aposentadoria?", questionou
um técnico do próprio governo. A proposta da equipe
econômica também provoca polêmica no Congresso
Nacional. O assunto entraria nos debates sobre a
Clique aqui para abrir a imagem
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto
Autor: Marina Barbosa Federativo. Relator da PEC e também do Orçamento de
2021, o senador Márcio Bittar (MDB-AC) já disse que é
A equipe econômica quer propor o congelamento dos a favor da desindexação do salário mínimo, porém,
benefícios previdenciários, como aposentadorias e avisou que só vai incluir essa proposta no seu parecer
pensões, nos próximos dois anos. A medida seria uma se tiver o aval de Bolsonaro. Ele deve se reunir com a
forma de bancar o programa Renda Brasil, que deve equipe econômica amanhã para tratar do assunto.
substituir o Bolsa Família. Porém, ainda precisa do aval
do presidente Jair Bolsonaro. No mês passado, quando Vice-presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa
o ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu o fim da Renda Básica, o senador Alessandro Vieira
do abono salarial para gerar recursos ao novo (Cidadania-SE) é contra o congelamento das
programa, Bolsonaro disse que não iria tirar dos pobres aposentadorias e das pensões. "É difícil vincular um
para dar aos paupérrimos. programa de renda assistencial a um debate de direito
previdenciário, direito adquirido", avaliou. Ele lembrou
O congelamento poderia liberar R$ 58,5 bilhões do que a Constituição não permite que os benefícios
Orçamento, segundo os cálculos da equipe econômica, previdenciários sejam inferiores ao salário mínimo. E
mais ou menos o valor necessário para bancar um ressaltou que a frente já apresentou ao governo outras
benefício mensal de R$ 300 para os beneficiários do sugestões para financiar o Renda Brasil, sem tirar dos
Renda Brasil, como deseja Bolsonaro. E ainda atacaria mais pobres. Entre elas, a tributação do patrimônio dos
a principal fonte de despesa do governo federal: a mais ricos e a revisão dos fundos públicos.
Previdência Social, que, apesar da reforma, deve
consumir R$ 704,4 bilhões em 2021, quase a metade Espaço fiscal
das despesas previstas no Projeto de Lei Orçamentária
Anual (Ploa). O coordenador de Responsabilidade Fiscal da Frente da
Renda Básica, deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), disse
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Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

que o congelamento é viável, mas só se atingir apenas


quem ganha mais de um salário mínimo e garantir o
pagamento do mínimo aos segurados do INSS. "Se
quem ganha um mínimo continuar ganhando o mínimo e
o restante tiver uma trava por dois anos, eu acho viável
porque abre um espaço fiscal grande e, como a inflação
está baixa, a perda auferida seria pequena", analisou.

O ministro Paulo Guedes ainda não comentou


publicamente a proposta, que está sendo desenhada
pelos auxiliares. Ontem, porém, voltou a destacar o
peso que despesas obrigatórias como as da Previdência
têm no Orçamento e defendeu a desindexação, a
desvinculação e a desobrigação de receitas. Segundo
ele, essa é a forma de a classe política reassumir a
gestão do dinheiro público e conseguir manter as
despesas essenciais dentro do teto de gastos. "A
indexação não protege ninguém. Só nos jogou no
inferno mais rápido na época da hiperinflação", criticou
Guedes, em live com a Confederação Nacional dos
Municípios (CNM).

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Paulo Guedes

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Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

Economia incerta com reforma

posterior.

As projeções mais longas, porém, foram prejudicadas


pela falta de números completos em alguns entes. E os
próprios técnicos do Ipea consideram que "o cenário é
pouco plausível", dado que nem todas as medidas
precisam ser aprovadas pelo Congresso. "Muito
dificilmente, todas as mudanças vão acontecer", afirmou
o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do
Ipea, José Ronaldo Souza Júnior.

O especialista em contas públicas Gil Castello Branco,


secretário-geral da Associação Contas Abertas,
considera que o "estudo é válido, pois oferece as
primeiras estimativas sobre os efeitos da reforma, ainda
que dependendo de diversos fatores econômicos e
políticos".

Clique aqui para abrir a imagem


LimiteO economista Pedro Galdi, da Mirae Corretora,
Autor: VERA BATISTA reitera que o Estado chegou ao limite de gastos com
pessoal -- já que a União compromete 22% da despesa
primária com o funcionalismo, e os estados, 56,3% da
despesa e 76,1% da receita corrente líquida", segundo o
Em 10 anos, União, Estados e municípios podem Ipea. "Não acho que a previsão é de destruição de
economizar, com a reforma administrativa e outras vagas. Trata-se de mudança necessária. Mas a reforma
medidas de enxugamento da máquina, R$ 816 bilhões. administrativa deve sair do Congresso desidratada,
Em duas décadas, o impacto positivo para os cofres como aconteceu com a da Previdência", assinalou
públicos, em "um caso extremo", mais que dobra, para Galdi.
R$ 1,767 trilhão. O resultado, para os próximos 20 anos,
é a soma de economia potencial de R$ 1,040 trilhão nos Sandro Alex de Oliveira Cezar, presidente da
estados, R$ 527,06 bilhões na União, e mais R$ 200 Confederação Nacional dos Trabalhadores em
bilhões nos municípios. A análise faz parte da nota Seguridade Social (CNTSS) avaliou que o possível corte
técnica "Ajustes nas despesas de pessoal do setor de 50% no pessoal de nível médio "vai transformar o
público: cenários exploratórios para o período de 2020 a governo em um prestador de serviço sem contato com o
2039", do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada público". Ele lembrou que o atendimento inicial da
(Ipea). população, em hospitais, na Previdência e outros locais,
é sempre feito por profissionais de nível médio.
Foram simulados vários cenários, considerando taxa de
reposição de 90% para servidores de nível superior e de O presidente da CNTSS criticou a nota técnica do Ipea.
50% para nível médio, redução de 30% do salário inicial "São dados para corroborar as ideias do presidente da
dos novos admitidos e progressão mais lenta na República e da equipe econômica. Mas preparamos
carreira, bem como o congelamento dos vencimentos uma campanha para mostrar à sociedade -- e deixar
por dois anos (2020 e 2021) sem compensação que ela julgue -- porque um salário de R$ 39 mil para a
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Correio Braziliense/Nacional - Economia
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

elite é pouco e porque tem que jogar a culpa do


desajuste das contas no colo dos barnabés", afirmou. *Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo

Fim da estabilidade é risco, diz deputado Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Ipea, Banco Central - Perfil 2 - Reforma Administrativa
A reforma administrativa apresentada pelo governo
pode acabar com a estabilidade de diversas áreas do
funcionalismo. Diante disso, há quem defenda que a
proposta tem potencial para piorar a qualidade do
serviço público. É o caso do deputado federal Professor
Israel (PV-DF). Em entrevista ao CB.Poder -- parceria
do Correio Braziliense com a TV Brasília --, o
parlamentar criticou a reforma e defendeu que a
avaliação dos servidores seja feita de forma isenta.

"O servidor tem estabilidade para se manter imune a


certas pressões, mas ao mesmo tempo, abre mão de ter
um salário alto na iniciativa privada. Com a estabilidade,
vai dedicar a vida ao serviço público, se especializar
dentro da carreira e terá um limite de até onde pode
subir. Esse é o preço da estabilidade", argumentou.

Para ele, a proposta do governo desestrutura o Estado


brasileiro. O deputado alegou que países como a
Holanda adotaram medidas parecidas e decidiram voltar
atrás. Segundo ele, não adianta economizar se os
serviços públicos forem prejudicados.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa


Econômica Aplicada (Ipea), a reforma administrativa
pode economizar até R$ 816 bilhões em 10 anos. O
deputado afirmou que vê a estimativa com naturalidade,
pois uma reforma com foco em redução de custos deve
atingir esse resultado.

Professor Israel disse considerar positiva a avaliação de


servidores públicos, desde que feita de forma justa. Ele
argumentou que a ineficiência no serviço público, em
geral, é maior em cargos ocupados por indicação.
"Servidor tem de ser avaliado sim, mas sem
perseguição política. O governo faz um diagnóstico
correto do problema, mas apresenta uma solução
incorreta. A produtividade é pior nas prefeituras, por
exemplo, onde o prefeito indica a maior parte dos
cargos. Não é via concurso público", disse.
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Correio Braziliense/Nacional - Opinião
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Sem jeitinhos

Soares (DEM-SP) -- filho do fundador da Igreja


Internacional da Graça de Deus -- concede perdão às
dívidas tributárias de igrejas e templos, além de isenção
das contribuições previdenciárias.

Em outras palavras: as igrejas ganhariam triplamente.


Ficariam isentas do pagamento da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL), seriam anistiadas das
multas recebidas por não pagar a taxação e ainda
perdoadas pelo não pagamento da contribuição
previdenciária.

O presidente Jair Bolsonaro vetou parte do perdão das


dívidas constantes da proposição. Medida acertada,
sugerida pela equipe econômica. Como reconheceu
nota a Secretaria-Geral da Presidência da República,
"alguns dispositivos não atenderam as normas
orçamentário-financeiras e o regramento constitucional
Clique aqui para abrir a imagem
do regime de precatório".
Sociólogos afirmam que os povos têm marcas. Fruto de
fatos que lhes carimbaram a trajetória, tornam-se Embora fosse o esperado, pelas redes sociais, o
característica contra a qual parece inútil lutar. O traço -- presidente explicou que o veto se impunha para evitar o
tão natural que poucos se dão conta da cometimento de crime de responsabilidade. E sugeriu
excepcionalidade -- impera em diferentes níveis que o Congresso o derrube. Espera-se que não o faça.
políticos, econômicos e sociais. Entre os brasileiros,
chama-se jeitinho. O Brasil precisa reduzir as isenções, que aprofundam as
desigualdades e as injustiças que o afastam das
Tido por muitos como sinal de criatividade, é prática práticas republicanas. Se todos são iguais perante a lei,
cujas raízes remontam ao período colonial. Os pobres, o desafio é outro: pôr fim aos mais iguais. Sem jeitinhos.
impossibilitados de ascender socialmente, convidavam
poderosos para lhes batizar os filhos. O "compadre", Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
então, concedia um ou outro favor aos pais do afilhado. Econômico - Colunistas

Até o Congresso apelou para a esperteza. Na busca de


atalhos para obter vantagens particulares, criou o
"jabuti". São emendas estranhas ao que dispõe medida
provisória ou projeto de lei em tramitação. Como o réptil
que dá nome ao procedimento não sobe em árvore,
alguém o põe lá. O alguém é o deputado ou o senador.

Foi o que ocorreu com o Projeto de lei 1.581/2020. O


texto, aprovado em agosto, regulariza descontos em
pagamento de precatórios. Emenda do deputado David
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Correio Braziliense/Nacional - Opinião
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Hábito da leitura

taxação dos livros, prevista em 12%, na proposta de


reforma tributária apresentada pelo ministro Paulo
Guedes ao Congresso Nacional -- atualmente, os livros
são isentos de impostos. Isso acarretaria no aumento do
preço das obras, o que dificultaria o acesso aos mais
pobres e também a margem de lucro das livrarias, que,
já vivem um momento de crise. A tributação incide em
todo tipo de livro, da Bíblia aos didáticos.

Por mais que o estudo mostre essa redução na leitura,


também expõe que, diferentemente do que foi pensado
e dito por Guedes em relação ao consumo de livros, o
hábito de leitura das classes C, D e E, por mais que
ainda seja menor do que nas classes A e B, foi o menos
afetado. Ou seja, são as pessoas de mais baixa renda
que se mantêm firmes na leitura. E são exatamente
esses leitores que, caso a reforma seja aprovada com
essa parte referente aos livros, os mais impactados e os
Clique aqui para abrir a imagem
que poderão, na próxima pesquisa, estar na estatística
Autor: ADRIANA IZEL adrianaizel.df@dabr.com.br de queda.

Aprendi a ler e a escrever em casa, com o meu pai, Um país que não lê é um país que renega sua história.
numa das greves da rede pública do Distrito Federal. Os livros nos dão saber e, mais que isso, nos dão
Lembro que achei difícil. Mas não demorei a me esperança de imaginar dias e narrativas melhores do
interessar pelos livros. Neta de um escritor e afilhada de que as que vivemos. Numa pandemia, então, quem não
um leitor ávido, gostar de ler parecia um caminho quer se perder nas páginas de um bom livro?
natural. E foi. Mas a sede de leitura surgiu assim que
terminei o primeiro exemplar de Harry Potter. A partir Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
daí, já estava encantada pelo mergulho na imaginação Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 1 - Paulo
que um livro proporciona e pela ansiedade de chegar à Guedes
última página.

Por ter essa paixão pela leitura, seja de livro, seja de


jornais e revistas, fico sempre surpresa quando alguém
me diz não gostar de ler. Na última sexta-feira, fiquei
triste ao perceber que o hábito de leitura está caindo no
país. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo
Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural,
mostrou que, de 2015 a 2018, houve uma queda de
mais de quatro milhões de leitores, em sua maioria, das
classes A e B.

A pesquisa sai em meio à uma polêmica envolvendo a


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Correio Braziliense/Nacional - Opinião
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

Mão grande

O Secretário de Educação, Pedro Fernandes, não está


atrás das grades porque foi infectado pela covid-19.
Ficará em casa até se recuperar.

Enfim, no Rio, toda a cúpula da política local está


caminhando aceleradamente na direção do xilindró.
Verdade que o fenômeno não ocorre somente na antiga
Cidade Maravilhosa, hoje, dominada por traficantes de
drogas, milicianos e políticos corruptos. O ex-
governador Sérgio Cabral, grande ladrão, espécie de
ícone na especialidade, está condenado a quase 300
anos de reclusão. Ele mostrou-se frio, impetuoso,
objetivo na tarefa de assaltar os cofres cariocas. Foi
investidor obsessivo em joias, obras de arte, ouro,
títulos no exterior e manteve dinheiro em paraísos
fiscais.

O cenário no Rio de Janeiro é pavoroso. Mas os


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cariocas não possuem a exclusividade no quesito
Autor: ANDRÉ GUSTAVO STUMPFJornalista corrupção. Há profundas preocupações com o ocorrido,
por exemplo, no estado do Pará. O governador Helder
As polícias e o Ministério Público assumiram Barbalho comandou pessoalmente a compra dos
protagonismo inédito na política nacional. No Rio de respiradores para atender os infestados pelo vírus. Os
Janeiro, a cada dia, ocorre um espanto. O prefeito é poucos aparelhos que desembarcaram em Belém
acusado pelo Ministério Público. O governador está estavam fora das especificações. Não foram utilizados.
afastado por seis meses. O vice-governador também Em Santa Catarina, a situação também não é das mais
está às voltas com acusações pesadas. Um candidato a cristãs. No Distrito Federal, a cúpula da Secretaria de
prefeito está na condição de réu. Os cinco últimos Saúde foi afastada depois de uma operação de busca e
governadores estão presos ou estiveram na cadeia em apreensão. O ex-secretário está na Papuda.
tempos recentes. Foram atingidos personagens da
política carioca, como Cristiane Brasil, filha de Roberto Um divórcio no estado de Mato Grosso revelou o
Jefferson, que se apresentou voluntariamente aos descontrole orçamentário do estado. O desembargador
policiais. Está presa. Dirceu dos Santos, do TJMT, foi obrigado a dividir
recursos e bens com a ex-esposa, Maria Souza da
Confusão absurda. A regra básica na convivência entre Silva. O processo revelou que ele possui mais de R$ 18
os antagônicos no cenário carioca é a propina. Todo milhões em bens, fazendas, apartamentos, imóveis de
mundo mete a mão. O prefeito Marcelo Crivella, que é todos os tipos inclusive, um em Miami, Flórida. Outra
pastor evangélico de alto coturno, não se conteve curiosidade revelada no processo é a de que o salário
dentro da temperança sugerida nos sermões. Chegou médio dos desembargadores naquele estado situa-se
ao cúmulo de telefonar para seu secretário Rafael Alves em torno de R$ 50 mil, acima do teto constitucional. O
para saber da situação da operação de busca e que ocorre em quase todos os tribunais no país.
apreensão na Riotur. Quem atendeu ao telefonema foi o
delegado que estava executando a operação. Ridículo. Nesse cenário tumultuado e viciado em todo o país,
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Correio Braziliense/Nacional - Opinião
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Cenário Político-Econômico - Colunistas

surge nova figura. O ministro Luiz Fux, filho de judeus


que saíram da Romênia, assumiu aos 67 anos a
presidência do Supremo Tribunal Federal. É
considerado reservado, rigoroso e sensível à opinião
pública, um aliado da Operação Lava-Jato, que poderá
inaugurar fase mais dura no comando do tribunal. O
ministro sucede a Dias Toffoli, que impôs derrotas à
Lava-Jato durante a sua presidência, como a
paralisação de investigações com base em relatórios do
Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) e da Receita, além da determinação para que a
força-tarefa de Curitiba compartilhasse o banco de
dados com a cúpula da Procuradoria Geral da
República.

Na Vice-Presidência, estará a ministra Rosa Weber. O


tribunal será comandado na sequência por Luís Roberto
Barroso e Edson Fachin, relator da Lava-Jato. Fux é juiz
de carreira. Começou como promotor no Rio de Janeiro
e depois, em 1983, alcançou o Tribunal de Justiça do
Estado. Chegou ao Superior Tribunal de Justiça
indicado por Fernando Henrique Cardoso e ao Supremo
Tribunal Federal por decisão de Dilma Rousseff. Luís
Fux é pai de Rodrigo e Marianna Fux, ela
desembargadora do Tribunal de Justiça no Rio de
Janeiro. Ele, carioca da gema, intelectual, guitarrista,
faixa preta de jiu-jitsu, torcedor do Fluminense, conhece
bem a realidade política do estado. É boa novidade,
capaz de colocar a cidade do Rio de Janeiro no
caminho para retomar o título de Cidade Maravilhosa.

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1920: um rei na capital federal

A oferta de tal luxo ao líder de um pequeno país


europeu é menos surpreendente do que parece se
soubermos que, antes da guerra, a Bélgica era o
terceiro maior investidor no Brasil (e o é ainda hoje,
segundo o critério de controlador final do Banco
Central do Brasil). Como resultado da visita, a Belgo-
Mineira foi criada no ano seguinte e lançou a siderurgia
moderna do Brasil.

Mas, além da economia, no Rio, em Belo Horizonte e


em São Paulo, muitas das maiores mentes artísticas,
criativas e inovadoras do país estiveram envolvidas no
evento, com jóqueis, iatistas, aviadores, chefs,
ginastas... e 1.500 jogadores de futebol reunidos para
uma partida de exibição no estádio do Flu.

A galeria de retratos das celebridades da época


envolvidas durante o mês que durou a visita inclui Heitor
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Villa-Lobos, Donga e os Oito Batutas, os aviadores
Autor: PATRICK HERMANN Embaixador da Bélgica no Alberto Santos-Dumont e Edu Chaves, Raul
Brasil Pederneiras, o jovem Carlos Drummond de Andrade,
dezenas de virologistas e biólogos dos institutos
Há 100 anos, em 19 de setembro de 1920, a capital do Oswaldo Cruz/FioCruz e Butantã e o Jardim Botânico do
Brasil recebeu um soberano estrangeiro pela primeira Rio, que o rei e a rainha visitaram longamente.
vez: tratava-se do rei dos belgas, Alberto I. A visita de
Estado a convite do presidente Epitácio Pessoa Recebido no Parlamento e no STF, o rei se encontrou
permanece praticamente única na história diplomática com os grandes políticos da época -- entre eles, meia
mundial. O rei tornou-se Cidadão Honorário e Marechal dúzia de ex-presidentes e futuros presidentes. Grande
do Brasil e recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro amigo de Pessoa, que conhecera na Conferência de
do Sul. Ele inaugurou a Avenida Niemeyer, no Rio, um Versalhes, e do seu grande rival, o senador Ruy
viaduto, muitas ruas e escolas receberam seu nome e o Barbosa (que jantou com ele no último dia da visita), o
da esposa, a rainha Elisabeth. rei pôde agradecer a este e a outros que -- como seu
colega Irineu Machado -- trabalharam na defesa da
Durante paradas, revistas militares e desfiles nas ruas, Bélgica desde a invasão em 1914.
dezenas de milhares de soldados, marinheiros e
policiais saudaram o Rei-Soldado, herói da Grande O rei e a rainha passaram inúmeros dias na capital
Guerra na Europa. Incentivados pelos feriados federal e lá encontraram diversas vezes o governador
decretados para a ocasião, milhões de brasileiros foram Carlos Sampaio, mas eles não vieram ao Centro-Oeste
às ruas para ver o casal real passar, muitos também porque o DF ainda era a Guanabara. No entanto, os
correram para a praia de Copacabana para vê-los passos do geodesista belga Louis Ferdinand Cruls, que
nadando com maiôs -- atividade até então incongruente havia marcado a futura capital um quarto de século
para um burguês e para um rei. antes, interessaram ao monarca, que conheceu outros
"pioneiros", incluindo o engenheiro e explorador militar,
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o futuro marechal Cândido Rondon -- cujo amigo, Tasso


Fragoso, fora nomeado seu ajudante de campo.

Rondon, nas memórias, chama Alberto de "o homem


que salvou a civilização". Ao lado de Fragoso, o rei teve
como oficial de ligação na visita outro pai de Brasília: o
futuro marechal José Pessoa, que havia lutado na
Bélgica na 1ª Guerra Mundial com dois tenentes da
Missão Aché. Na ausência do Planalto Central, Alberto,
amante da natureza e fã de alpinismo (morreu, a
propósito, ao cair de uma falésia, em 1935), aproveitou
a estada para escalar paredões de montanhas de Minas
Gerais e dos estados do Rio e São Paulo.

Dizem que o alpinismo criou o único pequeno incidente


diplomático da viagem, no Rio, quando os anfitriões
mostraram ao rei a magnífica escadaria que haviam
esculpido para ele e a rainha na pedra do Morro da
Tijuca, e o rei respondeu que preferia escalar a encosta
da montanha. Dizem também que o rei se mostrou
fascinado pelos cavalos (era chamado de Rei-
Cavaleiro), pela feijoada e pela cachaça. Quanto às
paisagens do sertão central, amou-as tanto que
manteve, na parede do quarto no Palácio de Laeken, a
pequena tela Curtume, de João Vidal (trecho à beira da
Estrada de Ferro Central do Brasil), do pintor mineiro
Honório Esteves, recebida em Belo Horizonte.

(Informações sobre comemorações do centenário:


@embaixadadabelgica)

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Correio Braziliense/Nacional - Opinião
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Quando o futuro chega sem avisar

agentes em identificar riscos e oportunidades, bem


como em traçar estratégias aptas para o gerenciamento
de crises, setores da economia e da sociedade
duramente impactados pela pandemia conseguiram
garantir algum fôlego para o seu enfrentamento.

A aprovação da medida provisória do setor aéreo foi


exemplo da importância da troca de informações entre
setor privado e público. O texto foi discutido na Câmara
em curto espaço de tempo, com medidas de socorro às
companhias aéreas e às concessionárias de aeroportos,
entre elas, a preservação de empregos no setor e o
amparo aos consumidores.

A criação de linha de crédito para profissionais liberais,


como advogados, corretores e arquitetos, a fim de
mitigar as perdas financeiras causadas pela crise
sanitária foi mais um exemplo de adequação da política
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proposta pelo governo. Nesse caso, o Programa
Autor: CAROLINA VENUTO Advogada, é presidente da Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de
Associação Brasileira de Relações Institucionais e Pequeno Porte (Pronampe), com base em informações
Governa levantadas pelos profissionais de RIG para conferir
maior efetividade ao que foi proposto.
O mundo vive um período de quebra de paradigmas e
de adaptações em todos os setores. A pandemia do A aprovação histórica do Novo Marco do Saneamento,
coronavírus tornou-se grande divisor de águas, com que pode modernizar o setor e garantir o fornecimento
proporções e consequências ainda desconhecidas em de água e esgoto para 90% da população brasileira até
um século já marcado por grandes transformações no 2033, também pode ser exemplo de que foi possível
mundo do trabalho, na economia e na velocidade de realizar o entendimento entre público e privado, ainda
evolução das tecnologias. que de forma remota.

A área de Relações Institucionais e Governamentais Estamos avançando. O texto da primeira parte da


(RIG) também teve mudanças. Acostumados a atividade reforma tributária abriu a discussão de pauta muito
tradicionalmente presencial, de negociação, persuasão esperada e necessária para a retomada do
e participação ativa na formulação de leis, regulamentos desenvolvimento do país. Simplificação, redução de
e políticas públicas por meio de reuniões, encontros e custos, transparência, segurança jurídica, combate à
troca de informações, os profissionais de RIG se viram evasão e à sonegação e criação de mais empregos e
diante do enorme desafio de adaptar as ações a investimentos, por exemplo, são princípios esperados
ambientes virtuais e conversas remotas. com a reforma. E os profissionais de RIG se
movimentam pela aprovação do melhor texto possível.
Buscaram se adaptar e se capacitar, e mantiveram em
alta o diálogo técnico entre a iniciativa privada e o poder O lançamento do guia de Práticas Recomendadas para
público, essência da atividade. Graças ao preparo dos a atividade de RIG, elaborado em parceria com a
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Correio Braziliense/Nacional - Opinião
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), é


mais um passo da Abrig na regulamentação da
atividade de RIG e na direção de atividade cada vez
mais valorizada, técnica, acessível e democrática. Não
é fácil lidar com tamanha transformação e gerenciar
crises nas proporções que todos estão enfrentando
diante de um futuro que chegou sem avisar.

As tecnologias ajudam e são essenciais, o home office


veio para ficar, em muitas atividades, porém, nada
substitui a presença física quando o assunto é o diálogo
constante com os tomadores de decisão. As atividades
das comissões do Congresso garantem a participação
da sociedade, fundamental para a democracia. A
participação remota deve ser tão excepcional quanto as
outras medidas impostas para o enfrentamento da
pandemia e, caso se prolongue, prescindirá de
adaptações para garantir que o acesso seja amplo.

Seguimos firmes, lutando pela regulamentação da


atividade de relações institucionais e governamentais e
atuando intensamente, por meio da argumentação
técnica e empírica, na busca da construção de
entendimentos e da convergência de ideias, tendo como
base princípios de ética, transparência e integridade.
Somos parte ativa dos processos de decisão política
que vão contribuir para o desenvolvimento econômico e
social do Brasil. E nos orgulhamos disso.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-


Econômico - Colunistas

207
Band (SP)/São Paulo - Noticias
Banco Central do Brasil segunda-feira, 14 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

BC está lançando cédula de 200

O banco central está lançando a cédula de duzentos


reais essa novidade vem pra ajudar a movimentar a
economia.

E vem pra fazer parte de nossas vidas conheça os itens


de segurança da nova sede marca dágua número que
muda de cor.

Números contido e alto relevo.

Cédula de duzentos reais.

Um novo valor para os brasileiros governo federal.

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Banco Central

208
Record (SP)/Nacional - Jornal da Record
Banco Central do Brasil segunda-feira, 14 de setembro de 2020
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TCU entregou ao TSE uma lista com 7 mil nomes

TCU entregou ao TSE uma lista com 7 mil nomes

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209
Record News (SP)/Nacional - Boletim JR
Banco Central do Brasil terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Prévia do PIB tem alta de 2,15% em julho

O INSS diz que vai recorrer da decisão a prévia do


produto interno bruto divulgado pelo banco central
indicam que a economia cresceu dois vírgula quinze por
cento em julho.

É a terceira alta seguida Vanessa Lima.

Com a retomada das atividades esperava se um


crescimento maior de qualquer forma a alta indica que a
economia vem tendo uma recuperação gradual mesmo
assim.

Segundo o banco central a previsão é que chegue ao


final de dois mil e vinte com recuo de menos cinco
vírgula onze por cento e o império divulgou as projeções
das medidas.

Cais do governo só o congelamento dos salários pelos


próximos dois anos deve gerar uma economia de até
quinhentos bilhões de reais.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -


Banco Central

210
TV Justiça/Rio de Janeiro - Noticias
Banco Central do Brasil segunda-feira, 14 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

TCU entrega lista de gestores irregulares

TCU entrega lista de gestores irregulares

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Globo News/Nacional - Edição das 10h
Banco Central do Brasil segunda-feira, 14 de setembro de 2020
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Prévia do PIB aponta queda acumulada de 5,77% em 2020

O banco central divulgou agora há pouco o resultado


de julho por ips BR que o indicador considerado uma É até era esperada maior repasse um pouco melhor
prévia do pib oficial aqui no Brasil a gente se separou mas teve uma recuperação ou seja significa que eu o
aqui está ela aqui para você acompanhar com a gente Brasil depois de ter registrado é duas quedas seguidas.
então pelo terceiro mês seguido.
Por dois trimestres o primeiro trimestre segundo
A economia cresceu reduziu as perdas provocadas pela trimestre e um e mail no primeiro quase dez por cento
pandemia do novo coronel vírus entre junho e julho a da segunda entramos em recessão técnica dois
alta foi de dois vírgula quinze por cento isso de acordo períodos de três meses.
com indicador.
Com retração na nossa produção de bens e riquezas no
Apesar do resultado positivo em julho a economia ainda país.
está no vermelho em dois mil e vinte.
Agora a gente começa a sair dessa recessão e a
O e b se BR disse que a produção de bens e serviços expectativa é que no terceiro trimestre no quarto
no país acumula uma perda de cinco vírgula setenta e trimestre nós tenhamos crescimento é nesse período
sete por cento no ano em doze meses essa queda do comparado com um período de tempo.
pib chega a dois vírgula nove por cento.
Anterior.
O IP se BR é um indicador criado pelo banco central
pra medir a atividade econômica todos os meses e A gente comparar com ano passado vai continuar em
auxiliar decisões de política econômica do governo. retração o que que significa é que a gente vai fechar o
ano com todo um pouquinho menor do que estavam
O índice leva em consideração os principais setores da previstos.
economia como indústria serviços e agropecuária.
Hoje o mercado mesmo já reduziu um pouco mais essa
Pra analisar esses números divulgados agora há pouco previsão de tombo talento cinco vírgula um por cento.
a gente chama de volta ao nosso que.
A previsão de quanto à economia vai recuar deste ano
Valdo Cruz Valdo algum sinal de que a economia pode mas melhor não é não dá pra comemorar é mais alívio
estar começando aí a retomar o rumo tomar o caminho porque se você compara com é no início da pandemia
certo mais uma vez. muita gente prevendo que o tombo da economia
brasileira seria de oito a dez por cento.
Olha aquela alguns sinais a gente tem que tomar
cuidado se você observar ali é a alta de juro você teve E aí no meio dessa notícia que você pudesse ter uma
uma alta ali comparado como mês anterior mas não foi recuperação gradual mas com alguns problemas
tão significativa quanto a de junho. pontuais pontuais circunstanciais a inflação
principalmente por conta de preços de alimentos que
Contra o mês de maio claro que mas não estava no estão em alta.
fundo do poço ali da questão da pandemia então
realmente se teria uma recuperação um pouco mais Arroz feijão ou vários produtos em alta nesse momento.
forte o mês de junho e como junho e setembro
recuperação em julho. O por algumas razões aumento de exportação porque o
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Globo News/Nacional - Edição das 10h
Banco Central do Brasil segunda-feira, 14 de setembro de 2020
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dólar favorece. seguindo agora olha só com mais gente dentro de casa
o calor excessivo dos últimos dias o consumo de água
É é exportador neste instante e também por causa da aumentou bastante na região metropolitana de São
demanda interna né a uma medida positiva que foi Paulo.
auxílio emergencial acabou fazendo com que as
pessoas crassos a Deus comessem melhor.

E acabaram comprando mais alimentos nos Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
supermercados o preço também subiu e aí nesta Banco Central, Banco Central - Perfil 2 - Reforma
semana a que teremos reunião do comitê de política Administrativa
monetária é aí uma expectativa do banco central vai
cortar de novo os juros zero vinte cinco ponto percentual
a mais ou não.

Na última reunião do cupom ele deixou essa porta


aberta para a gente pode voltar a ter mais corte na taxa
de juros desde que tenha sinalizações de que a questão
na área fiscal vai ser um pouco mais equacionado.

Tivemos uma sinalização positiva que foi envio da


reforma administrativa mas agora essas pressões de
ou sobre os preços podem mudar a ideia do banco
central.

Mas aí é melhor a gente aguardar porque a está difícil


de gravar uma previsão se os juros vão continuar caindo
você vai ter uma parada agora o fato de que os juros
estão bem baixos.

Num país os momentos que favorece uma retomada do


crescimento da economia mas principalmente para
aquela volte a crescer mais fortemente está vendo aí.

Essa redução essa é esse começo gradual de


recuperação é preciso aprovar medidas que criem um
ambiente de segurança jurídica para investidores.

E estimulem que eles a pique em dinheiro no Brasil


essa questão ambiental por exemplo é algo que o Brasil
precisa resolver.

Se quer realmente atrair principalmente investimento


externo Raquel.

Waldo a gente conversa mais daqui a pouquinho vamos


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Globo News/Nacional - Edição das 18h
Banco Central do Brasil segunda-feira, 14 de setembro de 2020
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BC lança prévia do PIB

Por exemplo o presidente que reúne. seguinte que a gente consegue ver primeiro que foi um
crescimento abaixo do que eles estavam prevendo mais
Que reúne os fabricantes de calçados abre calçados o maio e junho foi acima e ele já tem informações de
Haroldo Ferreira me falou olha a gente vai participar da agosto.
maior feira de calçados internacional que acontece
agora no dia vinte. Que mostram dados melhores como é energia elétrica
com crescimento de uso eles vão acompanhando
Na Itália como é que eu vou fechar contratos sem saber números mais atualizados então o que eles é estão
quando que vai custar o calçado se voltar é a valer o vendo é que claramente.
imposto como era antes da desoneração o segmento de
calçados por exemplo que é um dos grandes A gente tenha uma recuperação bem heterogênea
empregadores no país. indústria e comércio com uma recuperação mais rápida
e o setor de serviços que uma recuperação mais lenta
Calcula que a carga tributária aumentem quinhentos e que é o que mais pesa na economia e o que mais
setenta milhões de reais pior é o setor de construção empregam que ainda está sofrendo muito com medo
conversei hoje como presidente da c b que que a das pessoas diz se contaminarem.
câmara brasileira da indústria de construção eu e ele
estava me falando o seguinte. Com a convide dezenove pra essa gente pegar esses
três meses de junho e somar dá mais ou menos a
Que eles lá na construção não consegue nem calcular o queda de abril pois é sem considerar que caiu em
valor do aumento de de arrecadação de tributos porque março quer dizer então essa recuperação.
eles dizem que não está claro.
Não há em agora você ainda está devendo muito né pro
Se o tributo novo valeria é em cima de construções que pro necessário pra gente retomar a patamares
já começaram ou não então você imagina o quanto que anteriores que já não eram os mais incríveis a também
esses empresários estão com dificuldade de planejar estão sua mulher é delicada né.
investimentos.

E o quanto que isso pesa contra ainda mais contra a


recuperação da economia vou trazer pra você a gente Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
vê a recuperação acontecendo mas é uma recuperação Banco Central
na tralha ainda em cima.

De uma recessão prevista muito forte para dois mil e


vinte muitas empresas em dificuldades a gente tem hoje
o dado do banco central que é uma espécie de prévia
do pib que é um dado mais amplo na do Ipe que o pib
oficial.

Mostrar no terceiro mês seguido de crescimento da


nossa economia.

O mês de julho tralha os analistas me disseram o


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