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I Simpósio sobre Exposição Ocupacional a Radiações Ionizantes no Brasil

Princípios Básicos das Radiações


Ionizantes

DSc. Lidia Vasconcellos de Sá 2019


A RADIAÇÃO FAZ PARTE DA NOSSA VIDA

80% da exposição à radiação é proveniente de


fontes naturais e apenas 20% de fontes artificiais
feitas pelo ser humano, principalmente de
aplicações da radiação na medicina

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História

Wilhelm Marie Curie Henri


Conrad (1867–1934) Becquerel
Roentgen radioatividade (1852–1908) Primeira radiografia em 1986
(1845-1923) de elementos experimentos da mão da esposa de Roentgen
descobre o naturais com filmes
raios X em fotográficos
1895

Dr. Edwin Frost (1866-1935) primeiro


diagnóstico com raios X em 1896
História

Mihran Kassabian (1870-1910) meticulosamente fez


anotações e fotografou suas mãos durante progressiva
necroses e uma series de amputações, esperando
coletar dados que fossem uteis após sua morte
Radium Girls
1917: Com a 1ª guerra declarada, centenas de norte-
americanas da classe trabalhadora correram para as
fábricas onde pintariam relógios e mostradores militares
com o elemento químico rádio, descoberto por Marie Curie
em 1989

1922: Primeira morte

1927: reconhecimento do efeito nas trabalhadoras


Em 1898, Pierre e Marie Curie anunciavam, a
partir de compostos de urânio, a descoberta de
um material altamente radioativo, que
chamaram de RADIUM. Era constituído de três
tipos de raios; um deles foi chamado de RAIOS
GAMA, com menor energia, porém maior
capacidade de penetração

Nas duas décadas seguintes, vários eventos aconteceram:

 produção de fontes poderosas de RX e Raios Gama;


 gramas de Rádio forma isoladas;
 E. O. Lawrence e colaboradores iniciaram o desenvolvimento do acelerador
linear, que levou à invenção de Cíclotrons;
 os riscos do uso da radiação foram reconhecidos e regras forma
estabelecidas e a ICRP (International Commission on Radiological
Protection) publicou seu primeiro relatório em 1928;

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Necessidade de realizar estudos
dos efeitos das radiações ionizantes

Classificação
dos tipos de
radiação

Definir
grandezas
para
quantificar Efeitos
causas e biológicos
efeitos causados pela
radiação

Mecanismos de
Proteção contra
efeitos não
desejados
CLASSIFICAÇÃO

Radiação é energia que viaja sob a forma de partículas de alta velocidade


(radiação de partículas) ou ondas (radiação eletromagnética)

A radiação de partículas ocorre quando um átomo instável (ou radioativo) se


desintegra.

A radiação eletromagnética (EM), por outro lado, não tem massa e viaja pelas
ondas. A radiação EM pode variar de energia muito baixa para energia muito alta,
e chamamos esse espaço de espectro eletromagnético.

Dentro do espectro EM, existem dois tipos de radiação

- ionizantes
- não ionizantes

8
CLASSIFICAÇÃO

9
UNEP BOOK
CLASSIFICAÇÃO

RADIAÇÃO IONIZANTE é a radiação que possui energia suficiente para ionizar


átomos e moléculas, ou seja é capaz de arrancar um elétron de um átomo ou
molécula.

O termo radiação ionizante refere-se a partículas capazes de produzir


ionização em um meio.

Pode ser

 diretamente ionizante: partículas carregadas como elétrons,


pósitrons, prótons, alfas
 indiretamente ionizante: aquela sem carga, como fótons (raios X e gama)
e nêutrons

A energia mínima típica da radiação ionizante é cerca de 10 eV.

RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE como, por exemplo, ondas de rádio, luz visível,
ou radiação ultravioleta, não tem energia suficiente para arrancar os elétrons
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TIPOS DE RADIAÇÃO IONIZANTE

• ALFA: NÚCLEO DE HÉLIO = 2 PROTONS + 2 NEUTRONS


CARGA POSITIVA, ALTA IONIZAÇÃO ESPECÍFICA

CORPUSCULARES • BETA: ELÉTRON COM CARGA NEGATIVA OU POSITIVO


MASSA 1/7000 DA PARTÍCULA ALFA
MENOR IONIZAÇÃO ESPECÍFICA

• RAIOS X

• GAMA
ELETROMAGNÉTICA
SEM MASSA E SEM CARGA
ALTO PODER DE PENETRAÇÃO NA MATÉRIA
APLICAÇÕES DA RADIAÇÃO IONIZANTE

 Instalações de irradiação INDÚSTRIA

 Reatores nucleares
 Instalações de produção de radioisótopos
 Teste de materiais (fontes seladas) MEDICINA PESQUISA

 Teste de materiais (dispositivos de raios X)


 Aparelhos radiológicos e de radioterapia (medicina, pesquisa)
 Radionuclídeos não selados (medicina, pesquisa)
 Transporte
 .......
COMÉRCIO SERVIÇOS

SEGURANÇA

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APLICAÇÕES DA RADIAÇÃO IONIZANTE

 Radiografia industrial  Medicina Nuclear


 Radiografia Beta  Diagnóstico Médico
 Fluorescência de raios X  Braquiterapia
 Captura de elétrons  Teleterapia
 Análise de captura de nêutrons  Irradiação para cross-linking
 e ativação
Esterilização
 Medidor gama por backscatter
 Termalização de nêutrons  Detectores de fumaça

 Absorção gama seletiva  Mantas de lanterna


 RTG

EQUIPAMENTOS EMISSORES DE RADIAÇÃO IONIZANTE

FONTES NÃO SELADAS EMISSORAS DE RADIAÇÃO IONIZANTE

FONTES SELADAS EMISSORAS DE RADIAÇÃO IONIZANTE 13


APLICAÇÕES DA RADIAÇÃO IONIZANTE

INDÚSTRIA

MEDICINA PESQUISA

COMÉRCIO SERVIÇOS

SEGURANÇA

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EXPOSIÇÃO DO OPERADOR

 Irradiação ou exposição externa: exposição do corpo humano à fontes de


radiação externas ao mesmo

 Irradiação interna: resulta da entrada de material radioativo no corpo humano


através de ingestão, inalação, ferimentos ou por absorção direta da pele

EXPOSIÇÃO EXTERNA EXPOSIÇÃO INTERNA


Contaminação
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PENETRAÇÃO OU ALCANCE

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PENETRAÇÃO OU ALCANCE

LET

Linear Energy Transfer


Transferência linear de Energia

Deposição de Energia no unidade de


percurso

LET = dE/dx
E: energia
x: distância

Alto LET: Partículas alfa, beta e nêutrons

Baixo LET: Raios X, Gama


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EFEITO BIOLÓGICO
RBE

Relative Biological Effectiveness


Eficácia Biológica Relativa

Na radiobiologia, a eficácia biológica relativa é a razão da eficácia biológica de


um tipo de radiação ionizante em relação a outra, dada a mesma quantidade de
energia absorvida

A RBE é um valor empírico que varia dependendo das partículas, energias


envolvidas e quais efeitos biológicos são considerados relevantes

RBE = Dx/Dr

Dx: Dose absorvida para a radiação x


Dr: Dose absorvida para a radiação r que
causa o mesmo efeito biológico de Dx

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O QUE A RADIAÇÃO PODE FAZER AO CORPO HUMANO
Exposição da Célula

Sem Alteração

A radiação
atinge o núcleo
da célula
Mutação no DNA
APÓS EXPOSIÇÃO DA CÉLULA

Mutação Célula viável


reparada

Célula não viável


Morte celular

Mutação no DNA Câncer?


Célula
sobrevive com
mutação
O QUE A RADIAÇÃO PODE FAZER AO CORPO HUMANO
MORTE CELULAR
Radiosensibilidade

 RS = Probabilidade de uma célula,


tecido ou órgão sofrer um efeito por
unidade de dose

 Bergonie e Tribondeau (1906): “LEI RS”:


RS será maior se a célula:
 é altamente mitótica
 é não diferenciada
RADIOSENSIBILIDADE (RS)

ALTA RS MÉDIA RS BAIXA RS


Medula Pele Músculo
óssea
Mesoderma Ossos
Baço
Órgãos Sistema
Glândula
(fígado, nervoso
Vascular coração,
pulmão…)
Linfonodos

Gônadas

Cristalino

Linfócitos
EFEITO

Resumindo
os efeitos... DIRETO INDIRETO

DANO REPARO
PRIMÁRIO

MORTE
CELULAR CÉLULA
MODIFICADA

DANO NO
ÓRGÃO CÉLULA CÉLULA
SOMÁTICA GERMINATIVA

MORTE DO
ORGANISMO LEUCEMIA FEITOS
CÂNCER HEREDITÁRIOS

EFEITOS EFEITOS
DETERMINÍSTICOS ESTOCÁSTICOS
EFEITOS DETERMINÍSTICOS

Probabilidade de morte
celular

100%

Dose (mSv)
EFEITOS ESTOCÁSTICOS

São aqueles em que a probabilidade de ocorrência é proporcional à dose de


radiação recebida, sem a existência de limiar

Há várias controvérsias sobre o tema de efeitos em exposições a baixas


doses e baixas taxas de dose, mesmo abaixo dos limites estabelecidos em
normas e recomendações de radioproteção. Entre os efeitos mais estudados
destaca-se o câncer

As controvérsias se baseiam principalmente no fato de que não há marcação


para se diferenciar uma doença que tenha sido radioinduzida de sua
incidência normal na população em estudo

Se definem probabilidades de ocorrência e fatores de risco para estimativas


populacionais

O conceito de detrimento utilizado em radioproteção envolve a combinação


da probabilidade de ocorrência, severidade (gravidade) e tempo para a
manifestação de um determinado dano
CONSIDERAÇÕES

 A radiação ionizante representa um risco

 É necessário limitar e restringir as doses individuais

 Isso requer a implantação de um sistema de proteção que


assegure que as doses recebidas sejam baixas

 Quantidades e unidades específicas são necessárias de


forma a expressar o risco da exposição à radiação,
estabelecer limites e conduzir as atividades de proteção
em cada prática
COMO QUANTIFICAR O RISCO?

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GRANDEZAS DOSIMÉTRICAS

Se dividem em:
ATIVIDADE
(Bq)
 físicas
 de proteção
 operacionais
DOSE
EXPOSIÇÃO
ABSORVIDA
(mR/h)
(Radio)atividade (física) (Gy)

Medida da taxa de desintegração


nuclear (decaimento) de um
determinado radioisótopo A = DN/DT
DOSE
A unidade no SI é o Bequerel (Bq) ou DOSE EFETIVA
EQUIVALENTE
uma desintegração por segundo (s-1) (Sv)
(Sv)

Unidade tradicionalmente
denominada Curie, onde
1 Ci ou 3,7.1010 Bq
QUANTIDADES

Fator Fator
Dose
de peso Dose de Dose
Absorvida
média da Equivalente peso Efetiva
Fonte dentro Emissão
ou fora do radiação do tecido
corpo DT(Gy) HT(Sv) E(Sv)
Órgão ou wR Órgão ou wT
Tecido Tecido

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TIPOS DE EXPOSIÇÃO

Exposição Ocupacional - Todas as exposições de trabalhadores derivadas


de seu trabalho

Exposição Médica - Exposição de pacientes como parte de seu próprio


tratamento ou diagnóstico médico ou odontológico; por pessoas, outras que
não as ocupacionalmente expostas, enquanto voluntárias na ajuda e suporte
a pacientes; por voluntários em um programa de pesquisa biomédica
envolvendo sua exposição

Exposição do público - Exposição de membros do público proveniente de


fontes de radiação, excluindo qualquer exposição médica ou ocupacional e a
radiação natural do local, mas incluindo exposições de práticas e fontes
autorizadas e de situações de intervenção

Exposição potencial - Exposição cuja ocorrência não pode ser prevista com
certeza, mas que pode resultar de um acidente envolvendo diretamente uma
fonte de radiação ou em consequência de um evento ou de uma série de
eventos de natureza probabilística
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RISCO
ICRP
Período de
Efeito População Probabilidade
Exposição
Efeitos População Tempo de vida 1 %/Sv (todas as
hereditários gerações)
Câncer fatal População Tempo de vida 5 %/Sv

Câncer fatal População Idade 18-65 4 %/Sv

Detrimento População Tempo de vida 7,3 %/Sv

Detrimento População Idade 18-65 5,6 %/Sv

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Por que necessitamos da
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA ?
O que a radiação pode causar?

 Morte
 Queimaduras na pele
 Catarata
 Infertilidade
 Câncer
Quem deve ser protegido?

 Trabalhadores
 Pacientes
 Membros de suas famílias
 Público em geral
 Meio ambiente
Como proteger?

JUSTIFICAÇÃO

PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA

OTIMIZAÇÃO LIMITAÇÃO
DE DOSE
RADIOPROTEÇÃO
FINALIDADE

 Evitar o surgimento dos efeitos determinísticos mantendo as


doses abaixo dos limites aplicáveis e assegurando que se
tomem todas as medidas possíveis para reduzir a indução de
efeitos estocásticos

 Proporcionar um nível adequado de proteção para as pessoas,


sem limitar indevidamente práticas benéficas

 Ajustar a realização de uma prática com o fim de maximizar o


benefício líquido para o indivíduo ou para sociedade
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RADIOPROTEÇÃO

 Justificação
Qualquer atividade envolvendo radiação ou exposição deve ser
justificada em relação a outras alternativas e produzir um benefício
líquido positivo para a sociedade

 Otimização
O projeto, o planejamento do uso e a operação de instalação e de fontes
de radiação devem ser feitos de modo a garantir que as exposições
sejam tão reduzidas quanto razoavelmente exequível, levando-se em
consideração fatores sociais e econômicos (ALARA)

 Limitação da Dose Individual


As doses individuais de trabalhadores e de indivíduos do público não
devem exceder os limites anuais de dose equivalente e de dose efetiva
estabelecidos em Norma
JUSTIFICAÇÃO

 O uso de radiação não é justificada se não há benefício

 Todas as aplicações devem ser justificadas

 Isso implica: todas, mesmo as menores exposições são


potencialmente danosas e o risco deve ser menor do que o
benefício
OTIMIZAÇÃO

 Quando a radiação é usada, a exposição deve ser otimizada para


minimizar qualquer possibilidade de detrimento

 Otimização é “fazer o melhor que se pode sob condições


eficientes”

 Necessário estar familiarizado com as técnicas de otimização e


aplicações da radiação ionizante
Limites de dose

Corpo inteiro Extremidades Pele Cristalino

Trabalhadores
18+ 50* 500 500 50*
(anual)
Trabalhadores 100 mSv em 100 mSv em
- -
18+ média 5 anos 5 anos
Aprendiz 16/17 6 150 150 20

Público 1 50 50 15

*Otimização deve assegurar que a maioria dos trabalhadores recebam dose


abaixo de 20 mSv por ano. Circunstâncias que levem trabalhadores a
receber doses acima de 20 mSv por ano devem ser notificadas ao regulador

Regulador pode decidir que uma média de cinco anos não é necessária e
estabelecer o limite de dose anual em 20 mSv.

Público inclui os embriões e fetos, ou crianças em amamentação


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LIMITES E RESTRIÇÃO DE DOSE

 Limite de Dose é um dos três princípios de proteção


introduzidos pelo ICRP e pelo GSR. São fixados limites de dose
pela ICRP, recomendados pela IAEA e reforçados pelas leis e
normas locais (CNEN e ANVISA)

 Restrição de Dose é usada em um processo de otimização e


planejamento. As restrições podem ser alteradas de forma a se
buscar a solução ótima a um problema. Estabelecida pelo
responsável pela prática (fonte) durante o processo de
licenciamento
PRÁTICAS
Importante

Aquelas atividades humanas


DOSE

que adicionam exposição


aos níveis de radiação de
Prática fundo que ocorre
normalmente, ou que
Nível aumentam a probabilidade
Existente dessa exposição
Doses médias de Radiação de Fundo (BG)

DOSES MÉDIAS MUNDIAIS

Fonte Dose efetiva Intervalo


(mSv por ano) (mSv por ano)

Exposição externa
Raios cósmicos 0,4 0,3-1,0
Radiação gama terrestre 0,5 0,3-0,6

Exposição Interna
Inalação 1,2 0,2-10
Ingestão 0,3 0,2-0,8

Total 2,4 1–10


RISCO AO FETO

 Existem riscos associados a gestação, mas são relacionados


ao estágio da mesma e a dose absorvida

 Os riscos são maiores durante a organogênese e no início da


gestação, diminuindo no segundo semestre e mais ainda no
terceiro trimestre

Maior
Menor Menor
risco
risco risco

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De onde vêm as recomendações de
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA ?
Não - governamental

BASE CIENTÍFICA
ICRP
Princípios
Recomendações

International Commission on Radiological Protection

Governamental

UNSCEAR IAEA
Fontes e Efeitos Standards

United Nations Scientific Committee on the Effects of Atomic Radiation International Atomic Energy Agency

Analisa os avanços na compreensão científica dos mecanismos pelos quais os efeitos na


saúde induzidos pela radiação podem ocorrer, Essas avaliações forneceram base científica
utilizada pela ICRP no desenvolvimento de recomendações sobre proteção contra radiações
e para agências relevantes no sistema da ONU (IAEA) na formulação de padrões
internacionais de proteção
Relação ICRP x IAEA
RECOMENDAÇÕES ICRP IAEA NORMAS BÁSICAS
1958 – Publication 1 1962
1966 – Publication 9 1967
1977 – Publication 26 1982
1990 – Publication 60 1996
2007 – Publication 103 2011

Denominado “novo BSS”

Introduz as recomendações
da ICRP 103 de 2007

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RECOMENDAÇÕES DE PROTEÇÃO RADIOLÓGIA

Safety Series
International Basic Safety Standards for
Protection against ionizing Radiation and for
Safety of Radiation Sources – BSS 115 - 1996

Brasil ainda adota o BSS, mas atualizou os


limites de dose

IAEA Safety Standards Series - General Safety


Requirements Part 3 - GSR Part 3 - 2014
Radiation Protection and Safety of Radiation
Sources: International Basic Safety Standards

Estabelece os novos requisitos em conformidade


com ICRP 103 de 2007, inclusive limites de dose
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IAEA GSR Part 3
Situações de Situações de Situações de
exposições exposições de exposições existentes
planejadas emergência
 Atividades e  De acidentes, atos  Estão presentes
operações planejadas maliciosos ou outro quando se requerem
 As medidas de evento inesperado decisões sobre a
segurança podem ser  Requer ação imediata necessidade de
planejadas controle
 Se pode tomar
antecipadamente medidas de  Exposição a radiação
 Podem ser restritas prevenção e de fundo natural
desde o início mitigação prévias  Radioatividade
 Essencialmente o  Ações para restringir residual de práticas
mesmo que as exposições passadas não
"práticas" tomadas depois de controladas, ou
um acidente depois de uma
situação de
exposição de
emergência
Exposições ocupacionais podem ocorrer em qualquer situação de
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exposição
IAEA GSR Part 3

Situações de Situações de Situações de


exposições planejadas exposições de exposições
emergência existentes
JUSTIFICAÇÃO
 As práticas (fontes) devem  Ações de proteção  Ações de proteção
estar justificadas justificadas justificadas

OTIMIZAÇÃO
 Doses individuais e  Medidas de proteção a  Medidas de proteção
coletivas, e a probabilidade serem otimizadas a serem otimizadas
de exposições potenciais  Uso de níveis de referencia  Uso de níveis de
para ALARA de dose referencia de dose
 Uso de restrições de dose
LIMITAÇÃO DE DOSE
 Dose dos trabalhadores  Limites de dose para  Sem limites de dose
sujeitas a limites de doses trabalhadores de
individuais emergência
 Valores guias de dose
(acima dos limites) para
tarefas específicas, p.ex.,
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salvar vidas
COMO NOS PROTEGEMOS?

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PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO

 Minimizar o tempo em
um campo de radiação

 Maximizar a distância
da fonte de radiação

 Usar blindagem
sempre que possível
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO

Tempo de exposição

Métodos para minimizar o tempo:


 Planejar e discutir a tarefa a ser realizada com antes de entrar
na área
 Usar apenas o número de trabalhadores necessários para a
tarefa
 Disponibilizar todos os itens, acessórios e objetos que irá
utilizar antes de entra na área
 Realizar ensaios e exercícios (simulado)
 Nunca passar muito tempo em uma área controlada
 Trabalhar eficientemente, mas rapidamente
 Faça o trabalho certo na primeira vez
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO

Tempo de exposição

A sinalização impõe restrições de acesso e de permanência


CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS

 Áreas Controladas – cuidados necessários para:


• Controlar exposições planejadas em operação normal
• Prevenir disseminação de contaminação
• Restringir exposições potenciais
• Monitoramento individual

 Áreas Supervisionadas – onde é necessário manter as


condições sob revisão:
• Monitoramento individual deve ser avaliado
• Revisão de exposições para reclassificação, caso
necessário
Area
Controlada

Area
Supervisionada
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO

Um símbolo...

a mesma
mensagem...

Em qualquer parte do
mundo...
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO

Distância

Métodos para manter a distância da fonte de radiação:

 O trabalhador deve estar tão longe quanto possível da fonte


de radiação
 Para fontes pontuais, a taxa de dose é proporcional ao
inverso do quadrado da distância. Se você dobrar a distância,
a taxa de dose reduz a 1/4. Se você triplicar a distância, a taxa
de dose reduz a 1/9
 Familiarize-se com as condições radiológicas da área
 Durante trabalhos prolongados, mova-se para áreas com
menores taxas de dose
 Use acessórios de manuseio remotos quando possível
(pinças)
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO

Blindagem

Uso apropriado
 A blindagem reduz a quantidade de dose de radiação ao
trabalhador. Diferentes materiais protegem o trabalhador de
diferentes tipos de radiação
 Utilize compartimentos blindados (glove box) quando
possível
 Utilize óculos de proteção para proteger os olhos da
radiação beta, quando aplicável
 Deve ser lembrado que a colocação/localização da
blindagem pode na verdade aumentar a dose total (homem-
hora envolvido na colocação, Bremsstrahlung etc)
Caixa de luvas com exaustão Vidro plumblífero
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO

Monitoração Individual

 Todos os trabalhadores de áreas controladas devem portar


dosímetros individuais (Norma CNEN-NN-3.01)
 Todos os trabalhadores que manipulam fontes não seladas
devem portar dosímetros individuais (BSS/GSR)
 O laboratório prestador do serviço de dosimetria deve ser
autorizado pela CNEN
 Os resultados devem ser entregues 1 mês após a troca
do dosímetro
 Controle das doses de investigação, de limite anual e
acumulada em 5 anos
MONITORAÇÃO INDIVIDUAL

Externa

Novo limite de dose equivalente anual para o cristalino!


Brasil não possui dosimetria de cristalino instituída formalmente
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MONITORAÇÃO INDIVIDUAL

Interna
Contador de corpo inteiro
Sistema de detecção NaI(Tl) 3”x3”

65
MONITORAÇÃO INDIVIDUAL

Interna
Bioanálise in vitro
Sistema de Detecção HPGe da Camberra (GX 3018) do Laboratório de
Bioanálise do IRD (in vitro)

66
<

Laboratórios Certificados pelo CASEC/IRD/CNEN

LABORATÓRIOS DE DOSIMETRIA INDIVIDUAL CERTIFICADOS PELO CASEC/IRD/CNEN UF


CDTN - Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear / CNEN - Serviço das
MG
Radiações Aplicadas à Saúde - SERAS
ELETRONUCLEAR - Eletrobrás Termonuclear S.A.-Serviço de Monitoração Individual
RJ
Externa
IFUSP - Instituto de Física da Universidade de São Paulo-Laboratório de Dosimetria SP
IPDR - Instituto Paulista de Dosimetria das Radiações Ltda SP
IRD - Instituto de Radioproteção e Dosimetria / CNEN-Serviço de Monitoração Individual
RJ
Externa-Laboratório de Dosimetria de Fótons
Laboratório de Proteção Radiológica - DEN / UFPE PE
METROBRAS - METROLOGIA DAS RADIAÇÕES IONIZANTES LTDA-Laboratório de
SP
Dosimetria Pessoal.
PRO-RAD Consultores em Radioproteção SS Ltda RS
SAPRA LANDAUER - Serviços de Assessoria e Proteção Radiológica SP
TEC-RAD Tecnologia em Radioproteção Ltda SP

http://www.ird.gov.br/index.php/casec

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MONITORAÇÃO DE ÁREA

De área: Sonda Geiger Muller


Externa ou interna

De contaminação: Sonda Pancake

Monitoração periódica

Identificador de radionuclídeos

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CULTURA DE SEGURANÇA

A maioria dos documentos de proteção radiológica tratam


especificamente de cultura de segurança ou de sistemas de garantia
da qualidade. Algumas citações dizem que:

 ...”deve-se fomentar uma atitude baseada na segurança entre todos


os envolvidos em uma prática”...

 Através de treinamento e do reconhecimento que a segurança é uma


responsabilidade de todos. Procedimentos, instruções e demais
requisitos administrativos não são suficientes para atingir um bom
nível de radioproteção. Todos devem considerar a segurança como
uma função cotidiana que deve ser cumprida
CULTURA DE SEGURANÇA

EXPOSIÇÕES POTENCIAIS

 Todas as exposições à radiação ocorrem de forma planejada.


Porém podem ocorrer falhas de equipamentos, falhas humanas ou
outros imprevistos que resultem em exposições maiores do que
aquelas planejadas. A esses eventos não planejados denominamos de
exposições potenciais

 As exposições potenciais devem ser consideradas como parte do


sistema de proteção radiológica, com o objetivo de prevenir. Isso
significa reduzir a probabilidade de ocorrências de sequência de
eventos que podem provocar um aumento da exposição à radiação.
Isto implica em manter a confiabilidade de sistemas, equipamentos e
procedimentos de trabalho
CULTURA DE SEGURANÇA
EXPOSIÇÕES POTENCIAIS

Sistemas de segurança devem ser projetados para evitar uma


situação de exposição potencial à radiação. Para isso eles
devem satisfazer requisitos básicos que são:

1) Redundância: dois ou mais dispositivos devem falhar para que


o sistema seja afetado (alarmes, indicadores visuais, Inter
travamentos etc.)

2) Diversidade: os dispositivos de segurança devem ser de


princípios físicos diferentes, ou de fabricantes diferentes

3) Independência: a probabilidade de falha de um não implique na


falha do outro
SEGURANÇA DE FONTES

 Análise de segurança - categorização


 Detalhes construtivos
 Prevenção de acidentes / minimizar consequências
 Responsabilidades operacionais

TECDOC-1344
CATEGORIZAÇÃO DE FONTES

Baseado no potencial de causar dano à saúde por efeitos


determinísticos

É determinada pela razão de atividade A/D, onde:

A = atividade da fonte em uma prática específica

D = porção de atividade dessa fonte que irá produzir consequências


com efeitos determinísticos

Inclui exposição interna e externa


CATEGORIZAÇÃO DE FONTES

CATEGORIA A/D

1 A/D ≥ 1000
2 1000 > A/D ≥ 10
3 10> A/D ≥ 1
4 1 > A/D ≥ 0,01
5 A/D < 0,01

Relacionado com as diferentes práticas


BRASIL CNEN

 NUCLEAR
 MINERAÇÃO E CICLO DO COMBUSTÍVEL
 INSTALAÇÕES RADIOATIVAS: sistema definido por práticas

 ÁREA MÉDICA: RT, MN, RAIOS X DIAGNÓSTICO é competência


da ANVISA
 ÁREA DE INDÚSTRIA: GAMAGRAFIA, MEDIDORES NUCLEARES,
ACELERADORES INDUSTRIAIS
 PESQUISA
 Brasil ainda não revisou a norma CNEN-NN-3.01 para introdução
dos novos conceitos da ICRP 103 e GSR Part 3, apenas introduziu
os novos limite de dose

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INSTALAÇÕES POR ÁREA

TRABALHADORES

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CNEN-NN-3.01 – DIRETRIZES BÁSICAS DE RADIOPROTEÇÃO

 Princípios Básicos
 Justificação
 Otimização
 Limitação da Dose
 Obrigações
 Titular
 Supervisor de Radioproteção
 Trabalhadores (IOE)
 Plano de Radioproteção
 Controles Básicos
* Áreas
* Trabalhadores
 Emergências e Intervenções
 Inspeções e Auditorias
Livreto UNEP para informação ao público em língua portuguesa - agosto/2017
http://www.unscear.org/unscear/en/publications/booklet.htm

Baseado nos principais relatórios científicos do Comitê Científico das Nações Unidas sobre
os Efeitos da Radiação Atômica (UNSCEAR) publicados nos últimos 25 anos. Pretende
expandir o conhecimento público sobre os níveis de exposição a radiações ionizantes e
possíveis efeitos associados. Fornece informações sobre ciências básicas relacionadas à
radiação (origem, quantidades e unidades), sobre os efeitos de radiação (nos seres
humanos e no meio ambiente) e as fontes de radiação (naturais e artificiais). Acidentes
também são abordados, inclusive o de Goiânia,
<

lidia@ird.gov.br

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