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PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2012

“POLUIÇÃO SONORA: UM PROBLEMA AMBIENTAL QUE MERECE ATENÇÃO


NO ÂMBITO ESCOLAR”

Autor Otilia Chmilouski Taraciuk

Disciplina/Área Biologia

Escola de Implementação do Colégio Estadual Padre Chagas – Ensino


Projeto e sua localização Fundamental e Médio.

Município da escola Guarapuava - PR

Núcleo Regional de Educação Guarapuava

Professor Orientador Drª Ana Lúcia Crisostimo

Instituição de Ensino Superior UNICENTRO

Relação Interdisciplinar Português, História, Física.

Palavras-chave Educação Ambiental; Poluição Sonora;


Ambiente Escolar.

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo Alunos da 1ª série do Ensino Médio.


O som é a parte fundamental das atividades dos seres
Resumo
vivos e dos elementos da natureza. Cada um tem um
significado específico, conforme as espécies dos seres vivos
que os emitem, ou que conseguem percebê-los. Os seres
humanos são os que mais produzem sons para se comunicar
e se relacionar. Utilizam-se da voz, palmas, assobios, gritos,
e instrumentos causadores de barulho/ruído tornando-se um
inimigo em potencial, nos últimos tempos.
No ambiente escolar a poluição sonora tornou-se um
fator constante percebido através das reclamações por parte
dos docentes, funcionários e alunos que, não possuem
privacidade nas suas aulas, devido a interferências de outras
turmas através de gritos, barulhos de carteiras, voz alta do
professor, barulho nos corredores de instrumentos de
limpeza, etc.
O principal objetivo da pesquisa é: ”Desenvolver o
Conteúdo Estruturante – Biodiversidade a partir de uma
investigação do problema de Poluição Sonora”.
Após o aprofundamento do tema com os alunos em sala
de aula, será realizada a parte prática no período vespertino
com a comunidade escolar, sendo: a verificação da pressão
sonora (NPS); o Tempo de Reverberação (TR); sondagem
das dificuldades enfrentadas no cotidiano devido à poluição
sonora; conscientização da comunidade escolar sobre o tema
quanto aos efeitos nos seres humanos e, como fator de
desequilíbrio ambiental.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE

OTILIA CHMILOUSKI TARACIUK

POLUIÇÃO SONORA:
UM PROBLEMA AMBIENTAL QUE MERECE ATENÇÃO NO ÂMBITO ESCOLAR

GUARAPUAVA

2012
OTILIA CHMILOUSKI TARACIUK

POLUIÇÃO SONORA:
UM PROBLEMA AMBIENTAL QUE MERECE ATENÇÃO NO ÂMBITO ESCOLAR

Produção Didático-Pedagógica – Unidade


Didática – do Programa de Desenvolvimento
Educacional na área de Biologia apresentado à
Universidade Estadual do Centro-Oeste –
UNICENTRO.

Orientadora: Drª. Ana Lúcia Crisostimo.

GUARAPUAVA

2012
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

IES VINCULADA: UNICENTRO

PROFESSOR PDE: Otilia Chmilouski Taraciuk

ÁREA/DISCIPLINA PDE: Biologia

NRE: Guarapuava/PR

PROFESSOR ORIENTADOR IES: Drª Ana Lúcia Crisostimo

TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE: Educação Ambiental.

TÍTULO: Poluição sonora: um problema ambiental que merece atenção no âmbito


escolar.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................8

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................10


2.1 EFEITOS DA POLUIÇÃO SONORA NA SAÚDE ............................................14
2.2 EFEITOS SOBRE O RENDIMENTO NO TRABALHO.....................................15
2.3 EFEITOS DOS RUÍDOS EM PLANTAS E ANIMAIS .......................................15
2.4 EFEITOS SOBRE A COMUNICAÇÃO ............................................................16
2.5 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................16

3 ATIVIDADES.........................................................................................................21
3.1 ATIVIDADE 1...................................................................................................21
3.1.1 Modalidade..............................................................................................21
3.1.2 Local........................................................................................................21
3.1.3 Objetivos .................................................................................................21
3.1.4 Justificativa ..............................................................................................21
3.1.5 Metodologia.............................................................................................22
3.1.6 Sondagem Por Meio de Questões Semiabertas .....................................25
3.2 ATIVIDADE 2...................................................................................................28
3.2.1 Modalidade..............................................................................................28
3.2.2 Local........................................................................................................28
3.2.3 Áreas de Conhecimento Envolvidas........................................................29
3.2.4 Objetivos .................................................................................................29
3.2.5 Justificativa ..............................................................................................29
3.2.6 Metodologia.............................................................................................29
3.2.7 Experimento 1: Vibração Sonora.............................................................29
3.2.8 Experimento 3: Classificação do Som. ....................................................30
3.2.9 Experimento 2: Propagação do som .......................................................31
3.3 ATIVIDADE 3..................................................................................................31
3.3.1 Modalidade.............................................................................................32
3.3.2 Local........................................................................................................32
3.3.3 Áreas de conhecimento envolvidas. ........................................................32
3.3.4 Objetivos. ...............................................................................................32
3.3.5 Justificativa ..............................................................................................32
3.3.6 Metodologia.............................................................................................33
3.4 ATIVIDADE 4..................................................................................................36
3.4.1 Modalidade..............................................................................................36
3.4.2 Local........................................................................................................36
3.4.3 Áreas de conhecimento envolvidas .........................................................36
3.4.4 Objetivos .................................................................................................36
3.4.5 Justificativa ..............................................................................................36
3.4.6 Metodologia.............................................................................................37
3.5 ATIVIDADE 5..................................................................................................37
3.5.1 Modalidade..............................................................................................37
3.5.2 Local........................................................................................................37
3.5.3 Áreas de Conhecimento Envolvidas........................................................37
3.5.4 Objetivos ................................................................................................38
3.5.5 Justificativa ..............................................................................................38
3.5.6 Metodologia.............................................................................................39
3.6 ATIVIDADE 6...................................................................................................40
3.6.1 Modalidade..............................................................................................41
3.6.2 Local........................................................................................................41
3.6.3 Áreas de Conhecimento Envolvidas........................................................41
3.6.4 Duração...................................................................................................41
3.6.5 Objetivos .................................................................................................41
3.6.6 Justificativa ..............................................................................................41
3.6.7 Metodologia.............................................................................................42
3.6.8 Questionamento ......................................................................................42
3.7 ATIVIDADE 7..................................................................................................44
3.7.1 Modalidade..............................................................................................44
3.7.2 Público-Alvo ............................................................................................44
3.7.3 Local........................................................................................................44
3.7.4 Objetivos .................................................................................................44
3.7.5 Justificativa ..............................................................................................45
3.7.6 Metodologia ............................................................................................45
3.8 ATIVIDADE 8..................................................................................................47
3.8.1 Modalidade..............................................................................................47
3.8.2 Local........................................................................................................47
3.8.3 Público-Alvo ............................................................................................47
3.8.4 Duração...................................................................................................47
3.8.5 Objetivos .................................................................................................48
3.8.6 Justificativa ..............................................................................................48
3.8.7 Metodologia.............................................................................................48

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................50

5 REFERÊNCIAS.....................................................................................................51
8

1 INTRODUÇÃO

A escola é um ambiente de formação de cidadãos e, portanto, é o lugar onde


a cidadania deve ser praticada. A partir dela constroem-se cidadãos que
reconheçam seus direitos e deveres.
Para tanto, a presente proposta pedagógica têm por objetivo apresentar
atividades que auxiliem no processo ensino/aprendizagem, utilizando métodos e
técnicas ativas que exijam a participação do mesmo na aquisição e elaboração dos
conhecimentos.
A Educação Ambiental é um processo participativo, onde o aluno atua
ativamente no diagnóstico dos problemas ambientais e busca as soluções.
Bem como, a Educação Ambiental contribui para a formação de cidadãos
conscientes para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de modo
comprometido com a vida, com o bem estar de cada um, da sociedade local e
global.
A Educação Ambiental busca valores que conduzam a uma convivência
harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta.
Conforme as DCEs (Diretrizes Curriculares da educação Básica – Biologia),
para a abordagem da Educação Ambiental têm a diretiva do Conteúdo Estruturante
– Biodiversidade e os Conteúdos Específicos – Dinâmica dos Ecossistemas:
relações entre os seres vivos e a interdependência com o ambiente, bem como, a
interferência humana para as modificações do ambiente. Conforme:

“Sem conteúdo não há ensino, qualquer projeto educativo acaba se


concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos sujeitos que se
educam. Referindo-se estas afirmações ao tratamento científico do ensino,
pode-se dizer que sem formalizar os problemas relativos aos conteúdos não
existe discurso rigoroso nem científico sobre o ensino, porque estaríamos
falando de uma atividade vazia ou com significado à margem do para que
serve”. (SACRISTÁN, 2000, p. 120).

Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do


mundo, no tempo e no espaço, a escola oferecerá meios efetivos para que cada
aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua consequência
para consigo, para sua própria espécie, para outros seres vivos e o ambiente.
Assim, é necessário enriquecer o Conteúdo Estruturante – Sistemas
9

Biológicos (que abordam a constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos, as


relações entre os seres vivos e suas características específicas de funcionamento)
apresentado nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, como também,
ampliar a perspectiva multidisciplinar e interdisciplinar da Educação Ambiental para
se abordar as interfaces das ciências voltadas ao cotidiano do estudante, no que diz
respeito ao meio em que ele está inserido e no contexto escolar, permeando todas
as disciplinas.
Com a temática de Educação Ambiental será facilitada a compreensão
fundamental à comunidade escolar dos problemas existentes, da presença humana
no ambiente, da sua responsabilidade e do seu papel crítico como cidadãos de um
país e de um planeta.
10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Pedagogia Dialógica considera fundamentais as interações comunicativas,


em que as pessoas são ouvidas com a intenção de encontrar um objetivo comum e
se põem de acordo para estabelecer os seus planos de estudos e ação.
Considerando um dos conceitos-chave de Bakhtin, existe uma característica
dialógica na linguagem. A comunicação é a essência da linguagem e neste âmbito,
a presença de um caráter dialógico aponta que o diálogo é um conceito-fonte,
irradiador e organizador de discursos.

O diálogo é uma forma clássica de comunicação verbal. Cada réplica, por


mais breve e fragmentada que seja, possui um acabamento específico, que
expressa a posição do locutor, sendo possível responder, sendo possível
tomar, com relação a esta réplica uma posição responsiva. (BAKHTIN,
1986, p.72. apud BRAIT, 2006, p.116).

A reciprocidade entre eu e o outro, presente em cada discurso, compreende


o verdadeiro diálogo, sendo que o discurso de um sujeito apresenta-se de forma
acabada, provocando a resposta do outro.
O diálogo é uma interação verbal, uma alternância de vozes e faz parte não
apenas da comunicação em voz alta de pessoas colocadas face a face, mas de todo
tipo de comunicação verbal e não verbal. (MARCHEZAN. In BRAIT, 2006, p.117).
Utilizando os conceitos de Mikhail Bakhtin, nas DCEs, (PARANÁ, 2008), verificamos
que:

Para ele, o contexto histórico estrutura o interior do diálogo da corrente da


comunicação verbal entre os sujeitos históricos e os objetos do
conhecimento. Trata-se de um dialogismo que se articula à construção dos
acontecimentos e das estruturas sociais, construindo a linguagem de uma
comunidade historicamente situada. Neste sentido, as ações dos sujeitos
históricos produzem linguagens que podem levar a compreensão dos
confrontos entre conceitos e valores de uma sociedade. (PARANÁ, 2008, p.
32).

Para que uma Educação Ambiental possa ser considerada emancipadora


ela deve promover através do diálogo uma transformação plena, o que significa
englobar as múltiplas esferas da vida planetária e social, inclusive a individual.
Sobre Educação Ambiental dialógica Paulo Freire, explica:
11

[...] ação e reflexão, de tal forma solidárias, em uma interação tão radical
que, sacrificada, ainda que em parte, uma delas, se ressente,
imediatamente, a outra. Não há palavra verdadeira que não seja práxis. Daí
que dizer a palavra verdadeira seja transformar o mundo (FREIRE, 1992 p.
77).

No processo de delimitação dos contornos de uma educação ambiental as


ideias de Paulo Freire exerceram uma profunda influência na consolidação de uma
nova maneira de pensar e de fazer a educação ambiental, comprometida,

Não apenas [com] mudanças culturais que possam conduzir à ética


ambiental, mas também as mudanças sociais necessárias para construção
de uma sociedade ecologicamente prudente e socialmente justa;
incentivando não apenas a ação individual na esfera privada, mas também
a ação coletiva na esfera pública. (LOUREIRO, 2004, p. 16).

Loureiro descreve a Educação Ambiental Emancipadora, também conhecida


como: Educação Ambiental Crítica, Educação Ambiental Popular e Educação
Ambiental Transformadora:

A educação ambiental definida no Brasil [...] vê a educação como elemento


de transformação social inspirada no diálogo, no exercício da cidadania, no
fortalecimento dos sujeitos, na superação das formas de dominação
capitalistas e na compreensão do mundo em sua complexidade e da vida
em sua totalidade. Diálogo entendido em seu sentido original de troca e
reciprocidade, oriundo do prefixo grego dia, tornando-se a base da
educação. (Loureiro, 2004, p. 23-24).

Hoje, a crise e as questões ambientais se impõem perante a sociedade e,


uma das formas para instigar a sociedade a refletir sobre o que está acontecendo é
a Educação Ambiental. A partir dela, abre-se um espaço para repensar práticas
sociais.
Conforme BRASIL (1999), Lei nº 9795, 27 de abril de 1999. Artigo. 1º A
Educação Ambiental é o processo, por meio do qual, o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente. É também de uso comum do povo,
essencial à qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Existe, na natureza, um equilíbrio biológico entre todos os seres vivos.
Nesse sistema em equilíbrio os organismos produzem substância que são úteis para
outros e assim sucessivamente. Normalmente, o desequilíbrio é provocado pelo
homem, que pode ser o desmatamento desmedido, queimadas criminosas,
12

exploração de minerais com contaminação do solo, da água, do ar.


Outra situação que incomoda é a poluição. A poluição é essencialmente
produzida pelo homem e está diretamente relacionada com os processos de
industrialização e a consequente urbanização da humanidade. Estes são os dois
fatores contemporâneos que podem explicar claramente os atuais índices de
poluição. Os agentes poluentes são os mais variáveis possíveis e, eles são capazes
de alterar a água, o solo, o ar, etc.
Poluição é, portanto, uma agressão à natureza, ao ambiente em que o
homem vive. Os tipos de poluição provocados pelo ser humano são da água, do
solo, do ar, poluição visual, térmica, sonora, entre outras.
Um exemplo de poluição, que não têm recebido a devida atenção é a
Poluição Sonora que no entendimento de Sirvinskas (2005), é a emissão de ruídos
indesejáveis de forma continuada e em desrespeito aos níveis legais que, dentro de
um determinado período de tempo, ameaçam a saúde humana e o bem-estar da
coletividade.
De acordo com o inciso III do art. 3º da Lei nº 6.938/81, conceitua-se a
poluição sonora como:

“A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta


ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
população; b) criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições
estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em
desacordo com os padrões ambientais estabelecidos”. (FARIAS, 2007, p. 2)

A poluição sonora é um impacto ambiental, que consiste em qualquer


modificação introduzida no ambiente capaz de alterar o equilíbrio do sistema
ecológico.
Uma questão que merece respeito é o esclarecimento do conceito de
poluição sonora que se diferencia entre som e ruído. Sirvinskas (2005), afirma que o
som é agradável e harmonioso e que o ruído é desagradável e irregular.
Fiorillo (2006, p. 116) entende que som é qualquer variação de pressão (no
ar, na água...) que o ouvido humano possa captar, enquanto ruído é o som ou o
conjunto de sons indesejáveis, desagradáveis, perturbadores.
O critério de distinção é o agente perturbador, que pode ser variável,
envolvendo o fator psicológico de tolerância de cada indivíduo.
13

Borges (1976, p. 23), defende que o ruído é uma violência à audição com
verificação de lesões físicas.
O art. 2º da Lei nº 10.625/2002 de Curitiba, conhecida como Lei da Poluição
Sonora, classifica respectivamente em seus incisos I e II o som como a vibração
acústica capaz de provocar sensações auditivas e o ruído como o som capaz de
causar perturbação ao sossego público ou efeitos psicológicos e fisiológicos
negativos em seres humanos e animais.
De acordo com estudo do Ministério do Meio Ambiente da França citado por
Machado, O som é devido a uma variação da pressão existente na atmosfera. O
ruído é um conjunto de sons indesejáveis ou provocando uma sensação
desagradável. Som e ruído são caracterizados por grandezas físicas mensuráveis às
quais são associadas grandezas ditas fisiológicas, que correspondem à sensação
auditiva.
É importante destacar que se o ser humano apreende o meio ambiente e a
própria realidade através de seus sentidos, é também por meio desses sentidos que
a poluição é detectada.
Ela difere bastante da poluição do ar, da água, do solo quanto aos seguintes
aspectos: não é fácil encontra-la na fonte, ela é produzida ao mesmo tempo em
muitos lugares; não deixa resíduo, assim que interrompida; não há interesse em
reclamar e exigir políticas acerca do ruído; a legislação é falha e desconhecida pela
maioria.
O som é o fenômeno acústico que consiste a difusão das ondas sonoras
elaboradas a partir de um corpo que vibra em determinado meio material elástico e
especial. O ruído é uma percepção sonora não desejada, que invade o lar, o laser
ou o trabalho e que gera desconforto, mal-estar e perda da produtividade e da
saúde.
Para dimensionar a intensidade de alguns ruídos podem-se utilizar valores
tabelados. (Quadro 1).
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Sensação Fonte de ruído Intensidade

Foguete decolando 200 Db


Dor auricular/danos à Tiro de Fuzil 150 Db
audição. Avião decolando perto 140 Db
Avião decolando-30m 130 Db

Desconfortável Sirene policial 110 Db

Muito Intenso Motocicleta 90 Db

Aspirador de pó 70 Db
Intenso
Conversa normal 60 Db
Escritório calmo 50 Db
Audível
Pernilongo 40 Db

Silencioso Interior da Biblioteca 30 Db

Bastante Silencioso Cochicho 20 Db

Inaudível Silêncio 0 Db

Quadro 1: Intensidade Sonora.


Fonte: Eduardo Leite do Canto (2004).

2.1 EFEITOS DA POLUIÇÃO SONORA NA SAÚDE

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que o início do estresse


auditivo se dá sob exposição acima de 55 Db (decibéis). A partir disso iniciam-se as
alterações mentais e emocionais, que são aquelas interligadas a saúde física do
indivíduo. A falta dela leva ao consumo de tranquilizantes, ansiolíticos, provoca
transtornos obsessivos compulsivos (TOC) e muitas vezes afastamento do trabalho
ou aposentadoria por invalidez.
Também, os ruídos aumentam a pressão sanguínea, o ritmo cardíaco e as
contrações musculares. São capazes de interromper a digestão, as contrações do
estômago, o fluxo da saliva e dos sucos gástricos. Provocam maior produção de
adrenalina e outros hormônios, aumentando no sangue, fluxo de ácidos graxos e
glicose. Em caso de estresse crônico, tem sido constatados efeitos psicológicos,
distúrbios neurovegetativos, náuseas, cefaleias, irritabilidade, instabilidade
emocional, redução da libido, ansiedade, nervosismo, hipertensão, perda/aumento
15

de apetite, etc.

2.2 EFEITOS SOBRE O RENDIMENTO NO TRABALHO

Tem sido observado que em certos tipos de atividades, como as de longa


duração e que requerem contínua e muita atenção, um nível acima de 90 Db afeta
desfavoravelmente a produtividade, bem como a qualidade do produto. Calcula-se
que um indivíduo precisa gastar 20% de energia extra para realizar a tarefa sob
efeito de um ruído perturbador.
Souza (1992) relata que em São Paulo, a poluição sonora e o estresse
auditivo são a terceira causa de maior incidência de doenças do trabalho, ficando
atrás de doenças articulares e agrotóxicos.

2.3 EFEITOS DOS RUÍDOS EM PLANTAS E ANIMAIS

Segundo os zoólogos, as maiores dificuldades de adaptação dos animais ao


cativeiro decorrem principalmente do barulho artificial das grandes cidades. Em
contrapartida, comprova-se que nos locais de muito ruído é mais acentuada a
presença de ratos e baratas, agentes potenciais de transmissão de doenças.
Também, as vibrações sonoras dos motores de aviões provocam a mudança de
postura das aves e diminuição de sua produtividade e preservação da espécie.
Pesquisadores dos EUA, estudando os efeitos dos ruídos sobre as plantas,
fizeram uma experiência com as do gênero Coleus, possuidoras de grandes folhas
coloridas e flores azuis. Doze dessas plantas, submetidas continuamente ao ruído
de 110 Db, após seis dias apresentaram a redução de 47% em seu crescimento por
causa, segundo os cientistas, da estridência persistente, que as fez perder grande
quantidade de água através das folhas.
16

2.4 EFEITOS SOBRE A COMUNICAÇÃO

Um dos efeitos do barulho facilmente notado é sua influência sobre a


comunicação oral. O barulho provoca o mascaramento da voz. Esse tipo de
interferência atrapalha a execução ou o entendimento de ordens verbais, avisos e
instruções.
Além disso, o excesso de ruído e a necessidade da elevação da voz causam
a disfonia no final do dia de trabalho. O uso incorreto da voz devido ao ruído elevado
machuca as pregas vocais causando doenças, como a laringite, pólipos, cistos,
leucoplasia e outras.

2.5 LEGISLAÇÃO

De acordo com as normas estabelecidas pela OMS e padrões


internacionais, o ambiente adequado para uma sala de aula deve ser claro, bem
dividido, ventilado e sem interferência de ruídos externos, no qual as falas ressoem
de maneira inteligível para todos os presentes.
No Brasil, não existe norma específica que estabeleça as condições
acústicas necessárias para que uma sala de aula seja adequada. A regra disponível
mede apenas o nível de pressão sonora e estabelece os valores aceitáveis de ruído
ambiente em uma sala desocupada. Já em países como Alemanha, EUA, Inglaterra,
Japão, as normas estabelecem parâmetros mínimos baseados no Tempo de
Reverberação (TR), no ruído de fundo e, nos EUA, no ruído máximo de ar-
condicionado.
Conforme Zannin (2005), nos casos de altos índices de Tempo de
Reverberação (TR), os ruídos são amplificados e o professor tem de aumentar a voz
para ultrapassar a poluição sonora. Isso resulta em professores cansados e alunos
desinteressados.
Segundo Ferreira (2005), a sala de aula adequada precisa ter vidros e
paredes duplos, materiais absorventes – como a madeira – e esquadrias de
qualidade, além de um planejamento com bons materiais e mão-de-obra qualificada.
Para Magrini (1995), apesar de todos saberem os efeitos da poluição
17

acústica e, inobstante haver Leis Municipais, legislação específica e até outros


projetos isolados, de nada adiantam, se a fiscalização dos órgãos competentes,
notadamente das Prefeituras, continuar inoperante.
Ao pensar a respeito da Poluição Sonora, chega-se aos seguintes
questionamentos: Como se ouve os sons? Por que duas orelhas? Por que algumas
pessoas ficam surdas? Existem sons que as pessoas que têm a audição perfeita
não são capazes de ouvir? Raramente essas perguntas são feitas no dia-a-dia,
apesar da frequência que são vistas reportagens ou notícias sobre a sobrecarga de
ruído que o mundo industrializado e capitalista produz.
No entanto, é comum ouvir queixas das pessoas que estão com problemas
relacionados ao barulho (labirintite, depressão, dor de cabeça, gastrite nervosa,
pressão alta, ansiedade, sonolência, insônia, irritabilidade, redução de produtividade,
etc.).
O som é captado pelo pavilhão auditivo (orelha) que têm formato que ajuda
captar as ondas sonoras e direcioná-las até o ouvido médio, onde se encontra a
membrana timpânica. As vibrações da membrana timpânica promovem o movimento
de três pequenos ossos (martelo, bigorna e estribo) onde existem sensores
especializados para captar estímulos e enviá-los ao cérebro.
Duas orelhas porque quando uma fonte sonora está posicionada de um dos
lados da sua cabeça, as ondas sonoras produzidas chegam primeiro à orelha que
está voltada para a fonte. O cérebro é capaz de perceber essa ligeira diferença e,
com base nela, avaliar a direção do som.
É importante saber que o conjunto formado por martelo, estribo e bigorna
(Figura 1) consegue amplificar as vibrações sonoras em cerca de 40 vezes. O
cérebro interpreta os impulsos nervosos enviados através do nervo vestibulococlear
e é capaz de reconhecer a altura (grave/agudo), a intensidade (Db) e o timbre(fonte
do som).
18

Figura 1: Tubo Auditivo.


Fonte: Domínio Público.

Ainda para Magrini (1995), o ouvido é o único sentido que jamais descansa,
sequer durante o sono. Com isso, os ruídos urbanos são motivos a que, durante o
sono, o cérebro não descanse como as leis da natureza exigem. Desta forma, o
problema dos ruídos excessivos não é apenas de gostar ou não, é, nos dias que
correm uma questão de saúde, a que o Direito não pode ficar indiferente.
Segundo o relatório publicado em 2007 pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), por meio da revista “New Scientist”, a poluição acústica é uma das principais
causas de morte no planeta. Conforme o levantamento, 210 mil mortes anuais
provocados por ataques cardíacos seriam resultado direto ou indireto de exposição a
níveis sonoros superiores a 50 decibéis.
Conforme os dados do IBGE-Censo demográfico/2006, há no Brasil 5,7
milhões de pessoas totalmente surdas e 883.079 pessoas com grande dificuldade
de ouvir apesar de usarem o aparelho auditivo.
Normalmente associamos perdas auditivas a pessoas com idade avançada.
No entanto, apesar do fator idade ser importante, há muitas outras causas para além
do próprio processo natural de envelhecimento.
Ao nascer o ser humano têm aproximadamente 40.000 células ciliadas. Este
número vai diminuindo à medida que envelhecemos. O processo afeta, sobretudo a
19

sensibilidade às frequências superiores a 1000hz. Essa situação poderá ser


agravada caso não respeitemos as recomendações quanto aos limites máximos de
exposição à poluição sonora.
A norma Regulamentadora n° 15 (NR-15), da Portaria MTB n°3.214/78
Brasil, 1978) estabelece os limites de exposição a ruído contínuo. Esses limites
podem ser consultados no quadro 02:

Nível de ruído Db Máxima exposição diária permissível

85 Db 08 horas
86 Db 07 horas
87 Db 06 horas
88 Db 05 horas
89 Db 04 horas e 30 minutos
90 Db 04 horas
91 Db 03 horas e 30 minutos
95 Db 01 hora e 45 minutos
Nível de ruído Db Máxima exposição diária permissível
100 Db 01 hora
105 Db 30 minutos
110 Db 15 minutos
115 Db 07 minutos
Quadro 2: Limites de Tolerância (LTs) para ruído contínuo ou intermitente.
Fonte: NR-15.

A perda total ou parcial da capacidade de ouvir sons pode ser, basicamente,


de dois tipos. Pode estar ligada a problemas na orelha média, que amplifica os sons
recebidos, ou na orelha interna, que percebe os estímulos sonoros e envia ao
cérebro. No primeiro caso, o uso de aparelhos auditivos eletrônicos pode ajudar a
melhorar a audição. Tais aparelhos são dispositivos que captam o som, amplificam-
no e o enviam à membrana timpânica. Eles são constituídos por um microfone, um
amplificador e um alto-falante, todos de tamanho bem pequeno.
Em alguns casos de distúrbios na orelha média, técnicas cirúrgicas também
têm sido usadas com sucesso para solucionar o problema. Já quando há problemas
na cóclea (orelha interna), são os sensores que captam estímulos sonoros e os
enviam ao cérebro que não funcionam adequadamente. Nesse caso, a solução é
20

mais difícil.
Há várias causas para a surdez. Infecções na orelha e algumas doenças
contagiosas como caxumba, meningite, rubéola e sífilis podem eventualmente
prejudicar a audição. Em alguns casos, o envelhecimento afeta a audição devido
redução gradual do funcionamento da cóclea. No entanto, a poluição sonora é a
grande responsável pela surdez temporária ou permanente nos indivíduos.
Ruído com intensidade de até 55 Db não causam nenhum prejuízo ao
ouvido. Ruídos de 56 Db a 75 Db podem incomodar, embora sem causar malefícios
à saúde e ruídos acima de 76 Db poderão ocasionar traumas auditivos. Já um ruído
de 140 Db pode destruir totalmente a membrana timpânica.
O ser humano consegue ouvir sons com frequências na faixa de 20hz a
20.000 Hz. As ondas com frequência abaixo de 20hz são chamadas de infrassom e
não são captados por nossa orelha. O mesmo acontece com as frequências acima
de 20.000 Hz, que correspondem ao que se denomina ultrassom.
Apesar de não conseguirmos escutar o ultrassom, ele é útil ao ser humano.
É utilizado pelos navios um aparelho chamado sonar que serve para determinar a
profundidade marítima.
Outra função muito importante o ultrassom exerce na Medicina. Nos exames
por ultrassonografia é possível investigar órgãos que não são visíveis em
radiografias, como o fígado, o coração, o útero e os ovários. Essa técnica também
possibilita acompanhar a gravidez e a saúde do feto, sem expô-lo aos raios X.
O ultrassom é utilizado para exames em vegetais, principalmente nos de
grande porte e plantadas nos centros urbanos. Isso se deve ao fato de que muitas
árvores urbanas estão doentes e suscetíveis a quebras durante as tempestades,
causando danos à rede elétrica, às residências e aos transeuntes.
21

3 ATIVIDADES

3.1 ATIVIDADE 1

Socialização do projeto junto à comunidade escolar: direção escolar,


professores, equipe pedagógica, funcionários e grêmio estudantil

3.1.1 Modalidade

Palestra.

3.1.2 Local

Sala de Reuniões do Colégio Estadual Padre Chagas – EFM

3.1.3 Objetivos

• Conscientizar à Comunidade Escolar sobre a poluição sonora e seus


efeitos nos seres vivos.
• Sondar por meio de um questionário com questões semiabertas junto à
Comunidade Escolar, sobre as dificuldades enfrentadas no cotidiano
escolar devido à poluição sonora no ambiente.

3.1.4 Justificativa

A partir do pressuposto de que se faz necessária uma educação ambiental


crítica, política, popular, consequentemente dialógica o presente trabalho, vêm com
essa finalidade. Educação Ambiental dialógica é, essencialmente, uma educação
que capacita os seres humanos para a compreensão e resolução de questões
22

ambientais, a partir de um embasamento estruturado, centrada numa eco práxis,


pretendendo a sustentabilidade em bases que consideram o movimento popular
como sujeito central das ações.

Mudar a linguagem faz parte do processo de mudar o mundo. A relação


entre linguagem-pensamento-mundo é uma relação dialética, processual,
contraditória (FREIRE, 1994 p. 68).

Nesse encontro, sugere-se a apresentação das justificativas, objetivos


gerais e específicos, a metodologia utilizada, como ainda, a motivação da
participação do envolvimento de todo o colegiado.

3.1.5 Metodologia

Para a socialização da proposta que trata da poluição sonora escolar


sugere-se que o assunto seja abordado através de uma palestra, que segundo a
definição de Eventos Científicos, palestra é evento caracterizado pela apresentação
de um tema, por um especialista, a um grupo de pessoas com interesses comuns.
Após a apresentação, deverá ser aberta a possibilidade para
questionamentos cujo objetivo é informar e atualizar o público sobre um determinado
assunto, com a duração mínima de uma hora.
Os slides a seguir, foram elaborados para a socialização da temática Poluição
Sonora para a Comunidade Escolar.
23

HISTÓRICO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

• Decreto: Brasil (06 de maio de 1824),


POLUIÇÃO SONORA proibia: “ruído permanente e abusivo da
chiadeira dos carros dentro da cidade
Professora: Otilia Chmilouski Taraciuk

HISTÓRICO HISTÓRICO

• Após II Guerra Mundial: reestruturação • Devido à industrialização o Planeta


do sistema econômico internacional, sofreu um processo gradual de
necessidade de encontrar um aquecimento;
desenvolvimento sustentável. • Houve ameaças à camada de ozônio;
• A década de 60: tempo de otimismo, de • Formaram-se desertos;
progresso, de esperança em um futuro • Poluição de todas as formas e em todos
melhor e de ideias cada vez mais os lugares.
internacionais.

POLUIÇÃO TIPOS DE POLUIÇÃO

• Poluição é qualquer degradação das •Solo;


condições ambientais e do habitat de •Atmosférica;
uma coletividade. é uma perda da •Água;
qualidade de vida em decorrência de •Visual;
mudanças ambientais. •Sonora.

CONCEITO DE SOM CONCEITO DE RUÍDO

O som é definido como uma onda mecânica O ruído é algo inoportuno, indesejável, que
que se propaga de forma circuncêntrica em pode prejudicar a percepção de um sinal ou
meios que tenham massa e elasticidade gerar desconforto. Trata-se de um atributo
sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos. qualitativo/quantitativo.

POLUIÇÃO SONORA POLUIÇÃO SONORA

É qualquer alteração das propriedades • É o terceiro maior tipo de poluição


ambiental e uma das principais causas de
físicas do ambiente, causada por som puro
morte.
ou conjunto de sons, admissíveis ou não, • Não é fácil encontrá-la na fonte, é
que direta ou indiretamente seja nociva à produzida ao mesmo tempo em muitos
lugares: “não deixa resíduos assim que
saúde, segurança e ao bem estar. interrompida”.
24

POLUIÇÃO SONORA COMO MEDIR O RUÍDO?

OMS: Limite de tolerância ao ruído • Através de um instrumento


de 55dB durante o dia e 40 dB chamado DECIBELÍMETRO.
durante a noite.

EFEITOS DOS RUÍDOS EM ANIMAIS EFEITOS DOS RUÍDOS EM PLANTAS

• Dificuldades de adaptação dos animais • Plantas do gênero Coleus.


ao cativeiro artificial das grandes cidades.
• Locais de muito ruído possuem mais • 12 plantas submetidas ao intenso
ratos e baratas.
• As vibrações sonoras dos motores de
ruído (110dB) tiveram seu
aviões inibem a reprodução e crescimento reduzido em 47%.
preservação das espécies.

EFEITOS DA POLUIÇÃO SONORA: EFEITOS DA POLUIÇÃO SONORA:


SAÚDE SAÚDE

• Alterações mentais e emocionais: TOC, • Os ruídos interrompem a digestão, as


ansiedade, estresse, etc. contrações do estômago, o fluxo da
• Os ruídos aumentam a pressão
sanguínea, o ritmo cardíaco e as saliva e dos sucos gástricos.
contrações musculares. • Surdez parcial ou definitiva.

EFEITOS DA POLUIÇÃO SONORA: BRASIL


SAÚDE
• IBGE-Censo demográfico/2006: 5,7

• Os ruídos interrompem a digestão, as milhões de pessoas totalmente surdas e


contrações do estômago, o fluxo da 883.079 pessoas com grande dificuldade
saliva e dos sucos gástricos.
de ouvir apesar de usarem o aparelho
• Surdez parcial ou definitiva. auditivo.

EFEITOS SOBRE A COMUNICAÇÃO EFEITOS SOBRE A COMUNICAÇÃO

• O barulho provoca o mascaramento da • O excesso de ruído e a necessidade da


elevação da voz causam a disfonia no
voz. final do dia de trabalho.
• Atrapalha a execução ou o entendimento • O uso incorreto da voz devido ao ruído
elevado machuca as pregas vocais
de ordens verbais, avisos e instruções; causando doenças, como a laringite,
pólipos, cistos, leucoplasia e outras.
25

EFEITOS DA POLUIÇÃO SONORA:


TRABALHO
LEGISLAÇÃO
• Ruídos de longa duração exigem
contínua atenção. Acima de 90 dB a De acordo com a OMS o ambiente
produtividade e a qualidade do produto adequado para uma sala de aula deve ser
são afetados. claro, bem dividido, ventilado e sem
• O trabalhador precisa gastar 20% de interferência de ruídos externos, no qual as
energia extra para realizar a tarefa sob falas ressoem de maneira inteligível para
efeito de um ruído perturbador. todos os presentes.

LEGISLAÇÃO NO BRASIL LEGISLAÇÃO EM OUTROS PAÍSES

Não existe norma específica que Em países como Alemanha, EUA,


Inglaterra, Japão, as normas estabelecem
estabeleça as condições acústicas
parâmetros mínimos baseados no Tempo
necessárias para que uma sala de de Reverberação (TR), no ruído de fundo e,
aula seja adequada. nos EUA, no ruído máximo de ar-
condicionado.

Nesta data aplicar-se-á um questionário sobre problemas/soluções para subsidiar as


ações do projeto.

3.1.6 Sondagem Por Meio de Questões Semiabertas

1. Assinale a questão abaixo quanto a sua função no Colégio:


( ) Direção
( ) Professor(a)
( ) Professor Pedagogo
( ) Agente Profissional I
( ) Agente profissional II

2. Há quanto tempo trabalha neste estabelecimento de ensino?


( ) menos de 1 ano.
( ) entre 1 e 5 anos.
( ) entre 5 e 10 anos.
( ) entre 10 e 20 anos.
( ) há mais de 20 anos.
26

3. Você já participou de algum trabalho sobre Educação Ambiental desenvolvido


neste Colégio?
( ) sim ( ) não
Mencione os referidos trabalhos e o papel que desempenhou:
________________________________________________________________
________________________________________________________________

4. Em sua opinião qual é o grau de importância que você atribui para um Projeto
de Educação Ambiental (dê a nota de zero a cinco):
( ) zero ( ) um ( ) dois ( ) três ( ) quatro ( ) cinco.
Justifique a sua resposta: ___________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

5. Você percebe algum problema ambiental de poluição sonora neste Colégio que
atrapalha o desempenho do seu trabalho?
( ) sim ( ) não

6. Se a sua resposta foi sim, marque por grau de relevância (de zero à cinco) os
itens a seguir:
( ) falta de privacidade durante as aulas devido a proximidade das salas;
( ) salas improvisadas/impróprias para o processo ensino/aprendizagem;
( ) dificuldade de concentração para realização de alguma tarefa devido ao
barulho.
( ) muito barulho provocados por vizinhos e trânsito.
( ) barulho causado por alunos, voz alta de docentes e barulho de
equipamentos de limpeza.
( ) outros______________

7. Ao final de um dia de trabalho como você se sente: (atribua uma nota de zero a
cinco conforme o grau de relevância).
( ) muito disposto e satisfeito.
( ) levemente cansado.
27

( ) muito cansado.
( ) muito cansado e insatisfeito.
( ) irritado e/ou estressado.

8. Com que frequência, ao final de um dia de trabalho, você apresenta alguns dos
problemas a seguir: (atribua uma nota de zero a cinco).
( ) dor de cabeça, dor de estômago, dor de garganta.
( ) irritabilidade, desânimo, cansaço.
( ) hipertensão, ansiedade, estresse.
( ) apresenta sonolência ou insônia.
( ) perda do apetite/aumento do apetite.
( ) necessidade de isolamento.

9. Analisando a questão (08), alguma vez você já procurou ajuda médica para
tratar do problema?
( ) sim ( ) não
Qual foi o motivo? _________________________________________________

10. Quanto ao processo ensino/aprendizagem, como você avalia o silêncio intra e


ou extraclasse? Justifique.
( ) relevante ( ) pouco relevante ( ) nada relevante
28

Organização Prévia do Conteúdo – Contextualização da Temática

No Colégio Estadual Padre Chagas – EFM de Guarapuava/PR, segundo o Projeto


Político Pedagógico (PPP) e a Proposta Pedagógica Curricular (PPC), justifica-se o
início das atividades/conteúdos sobre Biodiversidade na 1ª série do Ensino Médio de
Biologia a partir de conceitos relacionados à Disciplina.
Essa diretiva é devida às atividades de Educação Ambiental, desenvolvidas pelos
estudantes ao longo do Ensino Médio.
Assim que, abordados os Níveis de Organização dos Seres Vivos: Célula – Tecidos –
Órgãos – Sistemas – Organismo/Indivíduo – Populações – Comunidades –
Ecossistemas – Biosfera, enfatizam-se os níveis relacionados aos estudos da Ecologia.
Quando do estudo sobre populações e demais níveis que constituem o Conteúdo
Estruturante Biodiversidade, abordam-se as relações ecológicas harmônicas e
desarmônicas.
Então, dá-se o enfoque aos desequilíbrios ambientais naturais e artificiais (provocados
pelo homem).
Faz-se necessário ressaltar, que esse tema (poluição sonora) poderá ser trabalhado
nas três séries do Ensino Médio, conforme conteúdo abordado. Como por exemplo: 2ª
série – Órgãos dos Sentidos; na 3ª série: Fisiologia do Sistema Nervoso; e também, em
outras disciplinas, como por exemplo, em Física no estudo de Ondulatória.

3.2 ATIVIDADE 2

Conceito de som e ruído.

3.2.1 Modalidade

Aula Prática – Visualização da onda sonora.

3.2.2 Local

Laboratório de Biologia e Física.


29

3.2.3 Áreas de Conhecimento Envolvidas

Biologia, Física e Português.

3.2.4 Objetivos

• Visualizar a propagação da onda sonora.


• Diferenciar o som do ruído.

3.2.5 Justificativa

As aulas práticas de laboratório têm como finalidade dar uma visão geral do
material em um nível mais alto de abstração, salientando as relações importantes.
Assim, segundo Ausubel (2000), novas ideias e informações podem ser
aprendidas e retidas na medida em que conceitos ou proposições relevantes
estejam adequadamente claros no cognitivo do indivíduo.

3.2.6 Metodologia

Aula prática em laboratório sobre observação dos movimentos das ondas


sonoras e a propagação do som.

3.2.7 Experimento 1: Vibração Sonora

• Material necessário:
I. Tesoura sem ponta.
II. Balão de borracha.
III. Fita adesiva.
IV. Cola.
30

V. Cartaz ou parede clara.


VI. Lata de refrigerante (aberta dos dois lados e com as bordas
Material necessário);
VII. Uma tigela de vidro (preferencialmente transparente);
VIII. Relógio Despertador Comum. Ou um celular);
IX. Fita adesiva;
X. Seringa com agulha fina;

• Procedimentos:
1. Programar do despertador para os próximos 5 minutos.
2. Cobrir o despertador com a tigela de vidro e vedar com a fita adesiva.
3. Com a seringa, retirar o ar restante da tigela (deixando o mais
próximo do vácuo o possível).
4. Esperar o despertador tocar.

• Questionamentos
1. Descreva o que ocorreu no experimento.
2. Por que não possível ouvir o despertador tocar?
3. A partir do experimento, pesquise em que meios o som se propaga.

3.2.8 Experimento 3: Classificação do Som.

• Material Necessário:
I. Aparelho de som
II. Diferentes sons gravados em pen drive.
III. Decibelímetro

• Procedimentos:
1. Tocar diversos sons e ruídos, medir sua intensidade com o
decibelímetro.
2. Pedir para que os alunos classifiquem os sons como ruído ou não, e
descrevam as sensações percebidas.
31

3. Lanterna.
4. Espelho 4cm².

• Procedimentos
Monta-se uma estrutura onde a latinha é fixada com fita adesiva. Coloca-se
um balão em uma das aberturas, colando um pequeno espelho do lado de fora do
balão. Com isso, aponta-se uma lanterna para a parede. Quando alguém fala ou
bate palmas perto da extremidade da latinha o reflexo do espelho se movimenta.

• Questionamentos
1. Que tipo de fenômeno foi observado durante o procedimento?
2. Qual a importância do espelho para o experimento?
3. Por que o reflexo do espelho se movimenta quando emitimos algum
som dentro da lata?

3.2.9 Experimento 2: Propagação do som

1. Ação causada por eles.

Sugestão de Pesquisa:
Os alunos poderão pesquisar
sobre eco, infrassom,
ultrassom, pregas vocais, etc.

3.3 ATIVIDADE 3

A percepção do meio-ambiente ao longo do tempo.


32

3.3.1 Modalidade

Pesquisa: Histórico sobre educação ambiental.

3.3.2 Local

Sala de aula – 2h/a.

3.3.3 Áreas de conhecimento envolvidas.

Biologia, História, Português.

3.3.4 Objetivos.

• Identificar cronologicamente a preocupação do homem com o ambiente.


• Elencar os principais problemas provocados pela industrialização ao
longo do tempo.

3.3.5 Justificativa

A exploração do tema pela mídia sobre poluição do ambiente é uma


constante. No entanto, apenas alguns tipos de desequilíbrios são explorados. Outros
parecem não causar danos a nenhum ser vivo ou são irrelevantes. É importante
conhecer, questionar e repensar sobre o assunto.
No contexto de Bakhtin (Marchezan, 2006, p. 123), a palavra diálogo se
refere a uma reação do eu ao outro como uma reação da palavra a palavra de
outrem, nesta perspectiva, a palavra não é passiva, mas faz parte da atuação dos
sujeitos sociais, vinculada a situações e falas passadas e antecipadas.

“O diálogo é identificado na relação entre interlocutores, inclusive autor e


leitor, diferentes sujeitos sociais que em espaços e tempos diversos, tomam
ou tem a palavra representada, resignificada. O ponto de vista dialógico
orienta o estudioso a considerar o enunciado, o texto como vozes e
compreender com quais deve dialogar”. (Marchezan, 2006, p.128-129).
33

Os alunos são capazes de construir o conhecimento através da orientação


do professor numa relação dialógica com as informações levantadas a partir de um
questionamento. Neste contexto, a pesquisa como metodologia, leva o aluno a
desenvolver-se criticamente reforçando sua autonomia.

3.3.6 Metodologia

Para o desenvolvimento dessa atividade o(a) professor(a) poderá


apresentar através de slides utilizando a TV pendrive, nos quais abordará alguns
tipos de poluição ambiental, como: lixo, poluição do ar, poluição térmica.
A seguir, a sugestão é a distribuição de diversos quadros, nos quais os
educandos deverão identificar outros tipos de poluição ambiental, pesquisar sobre o
assunto e na próxima aula socializar.
Nessa aula, poderá ser utilizada a dinâmica de formação de grupos
direcionada a partir dos pedaços do quebra-cabeça, onde o aluno retira de dentro de
uma caixa uma parte da figura e procura os demais para construção da gravura com
o respectivo questionamento no verso.
O quebra-cabeça poderá conter figuras, como por exemplo:

• Questões referentes à
figura:

1. Como é o nome do
instrumento montado no
quebra-cabeça?

2. Qual é a sua função e


importância?

Figura 2: Decibelímetro
Fonte: Cristoffer do Valle (2012)
34

• Questões referentes à
figura:

1. Qual o tipo de problema


ambiental está
representado no quebra-
cabeça?

2. Analise e discuta com o


grupo sobre o tema
representado pela figura.
Figura 3: Poluição sonora no lar
Fonte: Cristoffer do Valle (2012)

• Questões referentes à
figura:

1. Analise e discuta com o


grupo sobre o tema
representado pela figura.

2. Qual é a relação que


existe entre estudar e
aprender num ambiente
silencioso?

Figura 3: Silêncio em sala de aula


Fonte: Cristoffer do Valle (2012)
35

• Questões referentes à
figura:

1. Analise e discuta com


o grupo sobre tema
representado pela
figura.

2. Qual é o grau de
relevância que esse
assunto representa
para o ser humano?
Por quê?

Figura 4: Poluição sonora nas ruas


Fonte: Cristoffer do Valle (2012)

• Questões referentes à
figura:

1. Analise e discuta com o


grupo sobre tema
representado pela figura.

2. Relacione os profissionais
que sofrem a interferência
sonora nos ambientes de
trabalho.
Figura 6: Problemas causados pela poluição sonora nos
seres humanos.
Fonte: Cristoffer do Valle (2012)

Sugestão
Esse jogo, chamado de “quebra-cabeça” poderá ser construído com gravuras
de revistas, jornais ou apresentando textos sobre o tema de interesse a fim de,
formar grupos de discussão de modo aleatório.
36

3.4 ATIVIDADE 4

A importância do silêncio para a homeostase.

3.4.1 Modalidade

Exploração dos vídeos sobre o som e poluição sonora.

3.4.2 Local

Sala de Aula – 2h/a.

3.4.3 Áreas de conhecimento envolvidas

Biologia, História, Português.

3.4.4 Objetivos

• Verificar a importância do som no cotidiano e a sua propagação.


• Sensibilizar-se quanto à poluição sonora e a importância do silêncio.

3.4.5 Justificativa

A utilização de vários eletrodoméstico-eletroeletrônicos sonoros faz com que


os cidadãos não percebam a interferência do barulho sobre o funcionamento do
corpo humano e a importância do SILÊNCIO não é valorizada para a promoção da
homeostase.
37

3.4.6 Metodologia

Para o desenvolvimento dessa atividade os sugere-se que os alunos


assistam aos vídeos abaixo e a partir destes elaborem uma análise sobre o uso
consciente do som e dos equipamentos eletrônicos.

a) Ondas sonoras:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php
?id=10533.

b) Poluição Sonora:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php
?id=14818.

c) Uso de fones de ouvido:


http://www.youtube.com/watch?v=1-1UmMJRaXo

3.5 ATIVIDADE 5

Pressão sonora e tempo de reverberação.

3.5.1 Modalidade

Verificação do nível de pressão sonora e reverberação.

3.5.2 Local

Sala de Aula – 2h/a.

3.5.3 Áreas de Conhecimento Envolvidas

Biologia, Física, Português.


38

3.5.4 Objetivos
• Verificar o nível de pressão sonora na sala de aula com o decibelímetro.
(Figura 7).
• Experimentar o desconforto provocado pela reverberação durante a aula
de Biologia.

Figura 7: Decibelímetro.
Fonte: Cristoffer do Valle (2012).

3.5.5 Justificativa

Percebe-se que, mesmo analisando tabelas (quadro 1) sobre níveis de


pressão sonora as quais demonstram estudos feitos sobre o desconforto ou danos
ao ser humano, os educandos não concebem a intensidade se esta não for
comprovada através de um medidor.
Outra situação não compreendida é a reverberação. O que é? Como e
quando acontece? É prejudicial ou desconfortável.
39

Sensação Fonte de ruído Intensidade


Dor Foguete decolando 200 Db
auricular/danos à Tiro de Fuzil 150 Db
audição. Avião decolando perto 140 Db
Avião decolando-30m 130 Db
Desconfortável Sirene policial 110 Db

Muito Intenso Motocicleta 90 Db

Intenso Aspirador de pó 70 Db
Conversa normal 60 Db
Audível Escritório calmo 50 Db
Pernilongo 40 Db
Silencioso Interior da Biblioteca 30 Db

Bastante Cochicho 20 Db
Silencioso
Inaudível Silêncio 0 Db
Quadro 2: Intensidade Sonora.
Fonte: Eduardo Leite do Canto (2004).

3.5.6 Metodologia

Para o desenvolvimento dessa atividade os alunos poderão utilizar-se do


instrumento de medida do som, chamado decibelímetro seguindo os seguintes
passos:
• Com o máximo de silêncio na sala de aula será feita a medição por um
período de cinco minutos e anotado o valor numa tabela fornecida pela
professora.
• Em seguida com a explicação da professora sobre o assunto será feita
outra medição de som por mais cinco minutos e anotado o valor.
• Será repetida a medição várias vezes com a aula percorrendo
normalmente.
• Para entender o que é Reverberação a professora deixará o rádio ligado
numa estação qualquer num volume razoável (55 Db) enquanto explica o
conteúdo ou designa alguma atividade.
40

• Então, desligado o som os estudantes escreverão sobre a sensação de


ficarem expostos à reverberação.
• A partir dessa aula, as demais atividades do projeto serão realizadas em
contra turno no período vespertino com a participação dos alunos da 1ª
Série do Ensino Médio.
• Após as atividades propostas os alunos farão um painel, na sala de aula,
com os conceitos de poluição sonora, conforme a figura 8.

Figura 8: Mapa Conceitual.


Fonte: Otilia Chmilouski Taraciuk (2012) .

3.6 ATIVIDADE 6

Pressão Sonora e Reverberação no Ambiente de Estudo.


41

3.6.1 Modalidade

Verificação do nível de pressão sonora e reverberação.

3.6.2 Local

Colégio Estadual Padre Chagas – EFM – período vespertino.

3.6.3 Áreas de Conhecimento Envolvidas

Biologia, Física, Português.

3.6.4 Duração

20h/a para coleta de dados.

3.6.5 Objetivos

• Verificar o nível de pressão sonora em diversos espaços do Colégio em


dias sem aula e nos dias com aulas com o auxílio do decibelímetro.
• Registrar em vídeo os alunos durante os intervalos de lanche e verificar o
nível de pressão sonora no decibelímetro.
• Sondar junto aos educandos o nível de conhecimento e percepção da
presença de ruído durante as aulas.

3.6.6 Justificativa

A sugestão é que a partir das atividades realizadas na sala durante as aulas


42

de Biologia os estudantes coloquem em prática os conhecimentos sobre poluição


sonora verificando se há poluição sonora como fator ambiental no estabelecimento
de ensino fazendo a coleta de dados conforme proposto no projeto.

3.6.7 Metodologia

Durante uma semana a professora e os alunos da 1ª série do Ensino Médio


farão as medições de ruído em diversos ambientes do colégio a cada 50 minutos
(1h/a).
Durante o intervalo de aula que é servido o lanche aos estudantes, as
medições de propagação do som serão feitas junto com a filmagem do processo.
Coletados os dados e editados os vídeos produzidos, será feita a verificação de
ruído no sábado (quando não há alunos no estabelecimento) conforme rege a
Legislação Brasileira para a verificação de ruído nas salas de aula.
Outro procedimento será a aplicação de um questionário para os estudantes
do período vespertino, cuja intenção é verificar o nível de conhecimento e
consciência sobre Poluição Sonora.
Observação: para análise desses dados podem ser utilizados os registros
feitos pela equipe pedagógica quanto ao motivo da solicitação para sair antes do
término das aulas.

3.6.8 Questionamento

1. Há quanto tempo você estuda no Colégio Estadual Padre Chagas – EFM?


( ) menos de 1 ano ( ) entre 01 e 02 anos ( ) 03 anos ou mais

2. Você gosta de estudar nessa escola?


( ) sim ( ) não
Por quê? _________________________________________________

3. Como você avalia essa escola quanto ao ambiente:


( ) bom para estudar ( ) ruim para estudar ( ) não sei responder
43

4. Marque com X as questões que lhe incomodam na hora de estudar no


Colégio:
( ) barulho na sala de aula;
( ) barulho nos corredores ;
( ) professor(a) e colegas falando alto;
( ) barulho das outras salas;
( ) outros motivos: _________________________________________

5. Quando você consegue prestar atenção na aula e entender o conteúdo:


( ) quando há silêncio na sala;
( ) quando há silêncio na sala e corredores;
( ) o barulho não atrapalha.

6. Alguma vez você já pediu para ir embora porque durante a aula sentiu:
( ) dor de cabeça ; quantas vezes: ________
( ) dor de estômago; quantas vezes: _________
( ) dor de ouvido; quantas vezes: _______
( ) dor de garganta; quantas vezes: ________

7. Ao final de um dia de aula, como você se sente?:


( ) feliz e satisfeito;
( ) cansado;
( ) muito cansado;
( ) estressado;
( ) irritado;

8. Você costuma usar o fone de ouvido?


( ) sim ( ) não ( ) às vezes

9. Qual é o volume que você costuma ouvir o som?


( ) volume baixo;
( ) volume médio;
( ) volume alto;
44

( ) volume muito alto.

10. Você costuma fazer as tuas tarefas ou atividades escolares em que


ambiente:
( ) silencioso;
( ) com a TV/rádio ligados;
( ) ouvindo música;
( ) o barulho não atrapalha.

3.7 ATIVIDADE 7

Reengenharia a partir dos componentes do lixo eletrônico.

3.7.1 Modalidade

Oficina de reciclagem do lixo eletrônico – E-lixo.

3.7.2 Público-Alvo

Estudantes da 1ª série do ensino médio em contra turno.

3.7.3 Local

UNICENTRO ou laboratório do Colégio Estadual Padre Chagas - EFM.

3.7.4 Objetivos

• Conscientizar os estudantes sobre a importância da reciclagem e


45

destino correto dos componentes eletrônicos.


• Proporcionar oportunidades de socialização e manuseio dos recicláveis
eletrônicos.
• Apresentar possibilidades de reengenharia a partir dos componentes do
lixo eletrônico.

3.7.5 Justificativa

A importância de uma oficina dirigida de reaproveitamento está no fato


desta trazer economia na construção de projetos que contribuam para uma visão da
reengenharia de construção.
Estudos indicam que existe uma durabilidade significativa dos componentes
retirados do lixo eletrônico. Com a inovação tecnológica, a vida média de um
computador passa a ser menor que dois anos. E, o que se pretende questionar é o
destino dos mais de mil tipos de materiais que um computador possui.

3.7.6 Metodologia

A metodologia aplicada será em forma de oficina teórica e prática. Na


oportunidade os integrantes (estudantes da 1ª série do EM), receberão informações
sobre a teoria dos componentes eletrônicos através de uma apresentação em slides
e conteúdo em apostila sobre o manuseio das placas e peças eletrônicas.
Em seguida, aplicarão os conhecimentos na prática usando placas
retiradas do lixo eletrônico e ferramentas disponibilizadas pela equipe organizadora
da oficina. Os resultados possíveis são imensuráveis graças à quantidade de opções
onde podem ser aplicados os componentes eletrônicos.
Para tanto, é necessário ensinar corretamente o que são os
componentes presentes nas placas eletroeletrônicas e o que pode se construir
reutilizando-os, como exemplo: uma central de alarme de incêndio, um detector de
metal, um temporizador para lâmpada de corredor, sinalizador de saída de garagem
ou um sinalizador de ruído ambiental, como mostra a figura 9.
46

Figura 9: decibelímetro luminoso.


Fonte: Dejair Priebe Ferreira da Silva (2012).

Material Necessário para a construção do decibelímetro luminoso:


• Resistores
R1: 10KΩ
R2, R3: 22KΩ
R4: 100KΩ
R5, R9, R10: 56KΩ
R6: 5.6KΩ
R7: 560Ω
R8: 2.2KΩ
R11: 1KΩ
R12: 33KΩ
R13: 330Ω
• Condensadores:
C1: 100 Uf. Poliéster
C2: 10 Uf. Eletrolítico
47

C3: 470 Uf. Eletrolítico


C4: 47 Uf. Eletrolítico
• Semicondutores
IC1, IC2: LM741 Q1: 2N3906 PNP LED1: LED vermelho.
• Outros
SW1A, SW1B: Chave 2 4 polos posição.
MIC: microfone de eletreto miniatura B1:
Bateria de 9 v ou um 9 volts regulada clip 1 bateria de 9 volts.

3.8 ATIVIDADE 8

Conscientização da comunidade escolar à respeito da poluição sonora.

3.8.1 Modalidade

Palestras.

3.8.2 Local

Colégio Estadual Padre Chagas – Ensino Fundamental e Médio.

3.8.3 Público-Alvo

Turmas de 6°, 7°, e 8° anos – período vespertino.

3.8.4 Duração

08 h/a
48

3.8.5 Objetivos

• Conscientizar à Comunidade Escolar sobre a poluição sonora e seus


efeitos nos seres vivos.
• Apresentar os dados coletados e mostrar o vídeo dos alunos durante o
intervalo com as medições realizadas.
• Identificar a presença ou a ausência de ruído durante a permanência dos
alunos no colégio.
• Sensibilizar sobre a importância do silêncio para o raciocínio e
aprendizagem.

3.8.6 Justificativa

A conscientização de crianças e jovens, nas escolas, sobre o barulho


excessivo, bem como a sua educação sensorial a esse respeito, são necessidades
cujo atendimento não pode mais ser postergado, haja vista a Resolução nº002 do
CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) onde se estabelece introduzir o
tema “poluição sonora” nos cursos secundários da rede oficial e privada de ensino,
através de um Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora –
“SILÊNCIO”.
Um dos efeitos do barulho facilmente notado é sua influência sobre a
comunicação oral. O barulho provoca o mascaramento da voz. Esse tipo de
interferência atrapalha a execução ou o entendimento de ordens verbais, avisos e
instruções.

3.8.7 Metodologia

Para a execução dessa atividade os estudantes do período vespertino serão


chamados até o saguão do colégio (três turmas por vez). No total são 12 turmas.
No local será proferida uma palestra pela professora PDE auxiliada pelos
alunos da 1ª série do Ensino Médio. O conteúdo será compartilhado através de
49

slides produzidos pela professora, utilização de vídeos do site diaadiaeducacao e


teatro com mímicas.
Nesta data poderá ser lançado o desafio do SILÊNCIO. Este desafio é para
valorizar e experimentar momentos de silêncio, tão raros hoje em dia.

Figura 10: Desafio do Silêncio


Fonte: Cristoffer do Valle (2012)

No dia 07 de maio é comemorado o “Dia do Silêncio”. Cada pessoa escolhe


o motivo pelo qual silencia nesta data. A proposta é pela melhoria da qualidade de
vida no ambiente escolar. A intenção é fazer silêncio por uma semana e após este
período repetir o questionário anterior, analisar e comparar os dados.
Para que os estudantes possam acompanhar a medição de ruído será
construído um decibelímetro luminoso, pelos acadêmicos de Ciências da
Computação da UNICENTRO.
Esse medidor estará fixado no local visível (saguão) onde sempre há
pessoas circulando. Para tal, serão utilizadas lâmpadas LED retiradas das placas de
computador descartadas ou de outros equipamentos descartados.
50

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Educação Ambiental busca valores que conduzam a uma convivência


harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta.
O homem faz parte do reino animal pertencendo à classe dos mamíferos. Se
assim ele se perceber, verá que é parte integrante da natureza e que a educação
ambiental é de seu interesse.
Ele é afetado por todos os tipos de poluições sofrendo as consequências do
desequilíbrio ambiental, perdendo em qualidade de vida.
Pode-se estabelecer um paralelo entre a educação ambiental e respeito
mútuo. Não existe harmonia no ambiente se não houver respeito entre os habitantes
daquele local. Pensar em preservação das espécies é incluir a própria.
A poluição sonora é tão maléfica quanto à poluição dos rios, dos mares, do
solo, do aquecimento global, etc.
Sobre o mal estar provocado pelo barulho, Schopenhauer no século XIX
assim se expressou: “A preferência pelo ruído encontra-se na razão inversa da
inteligência do homem”.
51

5 REFERÊNCIAS

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