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Junho 2019

DOSSIÊ TEMÁTICO - Manutenção e reparação


de veículos automóveis, motociclos e
ciclomotores

Gabinete de Desenvolvimento Económico e Empresarial – GDEE


Dossiê Temático - Manutenção e reparação de veículos automóveis, 1
motociclos e ciclomotores

Índice

1- Definição e Enquadramento da Atividade Económica ..................................................2

2- Processo de Licenciamento ...................................................................................................3

3- Requisitos Específicos – Gestão de Resíduos/Ambiental..................................................4

3.1- Gestão de Fluxos Específicos de Resíduos .......................................................................7

3.2 - Informação a constar nas viaturas usadas .....................................................................9

3.3 - Controlo metrológico dos equipamentos de medição ..............................................9

3.4 - Rotulagem de Pneus ........................................................................................................ 10

3.5 - Equipamentos sob pressão (ESP) ................................................................................... 11

3.6- Embalagens de aerossóis ................................................................................................. 11

3.7- Cumprimento de deveres especiais do exercício da atividade ............................. 12

4- Requisitos Especiais de exercício – Oficinas de adaptação e reparação de


veículos automóveis utilizadores de gases de petróleo liquefeito (GPL e gás natural
comprimido e liquefeito (GN) ................................................................................................. 13

4.1- Conformidade de montagem e adaptação GPL ou GN dos veículos ................. 14

4.2- Registo das adaptações ou reparações efetuadas ao sistema de alimentação


de GPL ou GN em veículos ...................................................................................................... 14

4.3- Identificação de veículos ligeiros que utilizem GPL ou GN ....................................... 15

4.4 - Formação e título Profissional de Mecânico de auto/gás e Técnico de auto/gás


....................................................................................................................................................... 16

4.5- Seguro de Responsabilidade Civil para as oficinas que adaptem ou reparem


veículos utilizadores de GPL ou GN ........................................................................................ 18

4.6- Requisitos das instalações ................................................................................................ 18

5- Procedimentos gerais aplicáveis aos estabelecimentos comerciais e de serviços 19

6- Fiscalização ............................................................................................................................. 20

7- Legislação aplicável ............................................................................................................. 20

8- Sites úteis .................................................................................................................................. 22

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motociclos e ciclomotores

1- Definição e Enquadramento da Atividade Económica

A manutenção e reparação de veículos automóveis, motociclos e ciclomotores –


normalmente designada como oficinas automóveis está cada vez mais a proliferar no
nosso país. Contudo, apesar da maioria destes profissionais utilizarem as suas
habilidades e conhecimentos no tratamento das viaturas dos seus clientes, abrir um
negócio destes requer muito mais que a sua profissionalização, ou seja, tem fortes
implicações ao nível ambiental de que devem conhecer!

Segundo a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas – REVISÃO 3 (Decreto


– Lei nº 381/2007 de 14 de novembro), a atividade desenvolvida pelas oficinas
automóveis poderá ter enquadramento nos seguintes códigos de atividades
económicas (CAE):

CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis


Esta atividade compreende a manutenção e a reparação (mecânica, elétrica e
eletrónica, etc.) de veículos automóveis (ligeiros e pesados) e de suas partes e peças.
Inclui as atividades de lavagem, polimento, pintura, tratamento anti - ferrugem,
reparação, substituição ou instalação (de pneus, para brisas, vidros, rádios, jantes,
etc.).

Não inclui:

· Recauchutagem de pneus (CAE 22112);

· Manutenção e reparação de motociclos (CAE 45402);

· Assistência a veículos automóveis na estrada (CAE 52212);

· Recolha de automóveis em garagem (CAE 52213);

· Inspeção de automóveis (CAE 71200).

As oficinas que procedam à adaptação e reparação de veículos automóveis


utilizadores de gases de petróleo liquefeito (GPL) e gás natural comprimido e liquefeito
(GN) também lhes é aplicado o CAE 45200, contudo devem respeitar um conjunto de
outros procedimentos para a sua legalização, que irão ser abordados neste
documento.

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motociclos e ciclomotores

Alertamos ainda, para outro tipo de oficinas também a ter em conta, que são as que
se destinam a outros tipos de veículos que não os automóveis, como sejam os
motociclos e os ciclomotores, em que para estas oficinas o código de atividade
aplicável é o CAE 45202 – Manutenção e Reparação de motociclos, de suas peças e
acessórios. Esta atividade compreende somente a manutenção e reparação de
motociclos e de ciclomotores, suas peças e acessórios.
Não inclui:
· Manutenção e reparação de bicicletas (95290);

2- Processo de Licenciamento

- Instalações

Uma vez que se trata de exercer uma atividade económica, esta deve ser exercida
em estabelecimento devidamente licenciado para o efeito, ou seja, as instalações
devem ter Autorização de Utilização/Alvará para Serviços, emitido pela câmara
municipal competente, nos termos do Regime Jurídico da Urbanização e da
Edificação (RJUE).

- Exercício da atividade
Atualmente o acesso a uma diversidade de atividades económicas encontram-se
disciplinadas no Decreto-Lei nº 10/2015, de 16 de janeiro, designado de Regime
Jurídico de acesso e exercício de atividades de comércio, serviços e restauração
abreviado de RJACSR. Assim, também no âmbito, deste regime incluem-se aqui os
estabelecimentos de exploração de oficinas de manutenção e reparação de veículos
automóveis, motociclos e ciclomotores, bem como as oficinas de adaptação e
reparação de veículos automóveis utilizadores de gases de petróleo liquefeito (GPL) e
gás natural comprimido e liquefeito (GN), identificadas na lista IV do Anexo I, deste
diploma.
Nesta conformidade, antes de se proceder à abertura de uma oficina, o RJACSR veio
definir que é necessário proceder à submissão de um formulário designado de Mera
Comunicação Prévia – MCP no Balcão do Empreendedor, de forma online. Para este
efeito, deve aceder ao balcão único eletrónico designado <Balcão do
Empreendedor> através do link:
https://eportugal.gov.pt/inicio/espaco-empresa

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Como este procedimento decorre de forma eletrónica necessita possuir o cartão do


cidadão ou leitor, ou ainda o certificado digital e autenticar-se no portal
https://bde.portaldocidadao.pt/evo/Login.aspx.

Outra possibilidade ao dispor é através do apoio mediado – serviço disponibilizado


pelo Município de Santa Maria da Feira no GAU – Gabinete de Atendimento Urbano
para a submissão dos pedidos – MCP (instalação, modificação e encerramento) em
que lhe é cedida automaticamente a planta de localização do seu estabelecimento.
Este serviço está sujeito ao pagamento de uma taxa no valor de € 47,00€.

Nota.: alerta-se ainda, para o facto, de que este procedimento de


comunicação/submissão da MCP serve tanto para iniciar a exploração de uma
oficina de manutenção e reparação de veículos automóveis, motociclos e
ciclomotores, em estabelecimento, bem como para iniciar a exploração de oficina de
adaptação e reparação de veículos automóveis utilizadores de gases de petróleo
liquefeito (GPL) e gás natural comprimido e liquefeito (GN). Porém, como se tratam de
serviços distintos, estes estão devidamente diferenciados no formulário da MCP ver p.e
no Ponto B (nº 16 ou nº 19, respetivamente), assim como o Ponto E – ( nº 18 ou 19);
Ponto H – ( nº 27).

Depois de devidamente submetida a Mera Comunicação Prévia e procedido ao


pagamento da taxa associada, é conveniente ter uma cópia deste formulário, bem
como o respetivo comprovativo de pagamento, pois estes constituem os documentos
válidos e que atestam que foi cumprido o dever de comunicar a abertura do seu
estabelecimento.

3- Requisitos Específicos – Gestão de Resíduos/Ambiental

Nos dias de hoje, a gestão ambiental de uma oficina obriga a que sejam tidos em
conta uma série de requisitos ambientais decorrentes da legislação aplicável. Por
muito pequena que seja a oficina os resíduos que produz têm de ser bem geridos.
Estas obrigações a que os produtores de resíduos estão sujeitos derivam da
transposição para a ordem jurídica interna da Diretiva do Parlamento Europeu e do
Conselho relativa aos Resíduos. Na qual, o Regime Geral de Gestão de Resíduos, refira-
se ao Decreto - Lei nº 178/2006, de 5 de setembro e suas sucessivas alterações,

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estabelecem os princípios desta atividade obrigatória para as empresas do setor


automóvel.
Assim sendo, ao abrigo deste regime, as empresas do setor devem reduzir a produção
e a perigosidade dos resíduos que produzem. Necessitam também de efetuar a
segregação na origem por tipo, sendo que cada tipo deve ser acondicionado num
contentor diferenciado e expedido de forma individualizada (utilizando inclusive uma
GAR – guia eletrónica de acompanhamento de resíduos - por tipo de resíduo).
Não é permitido misturar resíduos, pelo que deve ser promovida a sua separação pois
trata-se de uma contra - ordenação ambiental muito grave. As empresas devem
transportar os resíduos segundo as regras definidos e encaminhá-los para destinos
finais licenciados cumprindo todos os procedimentos administrativos obrigatórios. Mais
se reforça que, em termos legais, o abandono de resíduos não é permitido, bem como
o seu transporte, armazenamento, valorização e eliminação por entidades não
licenciadas ou unidades não autorizadas. Segundo o nº 1 do artigo 10-A do Decreto –
Lei nº 73/2011, de 17 de junho, qualquer produtor de resíduos é responsável pelo seu
encaminhamento apropriado.

Os principais resíduos produzidos numa oficina auto são os seguintes:


•Óleos usados;
•Mistura de hidrocarbonetos;
•Filtros de óleo/gasóleo;
•Amortecedores;
•Diluentes usados;
•Lamas de destilação de solventes;
•Lamas de pintura;
•Aerossóis usados;
•Embalagens várias;
•Desperdícios contaminados;
•Baterias;
•Fluídos de refrigeração;
•Pilhas várias;
•Para-brisas;
•Catalisadores;
•Para-choques;
•Para-choques com propileno, sem metal;
•Pneus;

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•Madeira;
•Sucata ferrosa e não ferrosa;
•Papel/cartão;
•Plásticos;
•Calços de travão.

A saber ainda que as oficinas têm ainda a obrigatoriedade de manter atualizados


todos os registos relativos ao tipo de quantidade de resíduos produzidos, bem como os
armazenados, transportados, tratados, valorizados ou eliminados. Esta deve também
indicar a sua origem, destino e identificação da identidade da operação efetuada.

Assim sendo e pelo facto de gerarem resíduos perigosos, como por exemplo: baterias,
óleos, embalagens vazias de tintas, entre outros, todos estes resíduos terão de ser
informados através de registo eletrónico no Mapa Integrado de Registo de Resíduos
(MIRR) que corresponde ao registo de dados que se encontra previsto no artigo 48º do
Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de setembro, na sua redação atual - Regime Geral da
Gestão de Resíduos (RGGR) constituído pela informação prevista no artigo 49º do
mesmo diploma.

Com o objetivo de uma maior simplificação, maior eficiência e simplicidade no


contacto entre os cidadãos e os serviços da Agência Portuguesa do Ambiente (APA),
é utilizado o SIRER, ou seja, um sistema integrado de registo eletrónico de produção e
gestão de resíduos, suportado pela Plataforma SiliAmb (Sistema integrado de
Licenciamento do Ambiente, anteriormente SIRAPA) para preenchimento do MIRR.
Para obter apoio no esclarecimento de dúvidas relacionadas com o SILiAmb, bem
como agendar atendimento presencial, em dia e hora previamente definidos pode
recorrer ao link apoiosiliamb.apambiente.pt

NOTA: O preenchimento do mapa de registo de resíduos é obrigatório pela parte do


produtor, com a identificação dos códigos LER (Lista Europeia Resíduos - Decreto Lei
nº209/2004 de 3 de março. De referir que a Lista Europeia de Resíduos, LER, foi alterada
e publicada pela decisão 2014/955/UE, da Comissão, de 18 de dezembro, que altera
a decisão 2000/532/CE, da Comissão, de 3 de maio, referida no artigo 7.º da diretiva
2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de novembro, diz respeito a
uma lista harmonizada de resíduos que tem em consideração a origem e composição
dos resíduos. Esta decisão é obrigatória e diretamente aplicável pelos Estados
membros. Assim, desde 1 de junho de 2015 passou a aplicar-se diretamente a decisão

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motociclos e ciclomotores

referida, no que diz respeito à classificação LER, e consequentemente, foi revogado o


anexo I da portaria n.º 209/2004, de 3 de março.
O MIRR deve ser preenchido e submetido anualmente até ao dia 31 de março do ano
seguinte ao do ano a que reporta. Assim, por exemplo, a submissão do MIRR do ano
2019 deve ser efetuado até ao dia 31 de março de 2020, salvo se houver alguma
alteração.

Para além do referido anteriormente, existe uma diversidade de obrigações a que


todos produtores de resíduos estão abrangidos, podendo inclusive estar sujeitos a
regimes jurídicos de cariz ambiental e dada a complexidade desta temática,
aconselhamos a contactar diretamente as entidades envolvidas como sejam a
Agência Portuguesa do Ambiente (APA), assim como a consulta da respetiva CCDR
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) que no caso de
projetos localizados no nosso concelho devem reportar-se à do Norte, ou seja à CCDR-
N . Contudo e porque se tratam de questões sensíveis com fortes implicações que se
devem acautelar sob pena de sofrerem contraordenações ambientais, optamos por
abordá-las / enumerá-las, de uma forma sucinta.

3.1- Gestão de Fluxos Específicos de Resíduos

A Gestão de fluxos específicos de resíduos, conforme prevê o Decreto – Lei nº 152-


D/2017, de 11 de dezembro, destacando-se aqui as consequências da não
observância das regras relativas aos óleos, baterias e acumuladores para veículos
automóveis, pneus, veículos em fim de vida, designadamente no que se refere:
- A colocação no mercado nacional de produtos pelo produtor sem que tenha
associado um sistema de gestão de resíduos;
- Incumprimento das obrigações relativas ao acondicionamento e armazenagem de
resíduos;
- Incumprimento da obrigação de descriminação na fatura do ecovalor.

Links com informação disponibilizada pela APA, útil e relativa a cada item referido:
Óleos
Perguntas Frequentes ÓLEOS LUBRIFICANTES USADOS (OU)
Baterias e acumuladores para veículos automóveis, pneus
Perguntas Frequentes Resíduos de Pilhas e Acumuladores (RP&A)
Pneus

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Perguntas Frequentes Pneus Usados

Veículos em fim de vida


Face à publicação do Decreto-Lei n.º 152-D/2017, de 11 de dezembro, algumas
questões poderão sofrer alterações. A leitura deste documento de perguntas
frequentes não dispensa, por agora, a leitura do referido Decreto-Lei, sendo que a
APA informa que procederá à sua alteração com a maior brevidade possível.

FAQ VFV

A título de recomendação alerta-se que o incumprimento de um simples requisito


pode originar a aplicação de coimas pelo que se impõe o cumprimento de todos os
requisitos. Assim sendo, e para que se possa fazer a transição entre não cumprir e o
cumprir, é necessário de facto, fazer alguns investimentos e assumir custos recorrentes,
mas a adoção de medidas de redução do risco fazem com que os custos a
médio/longo prazo sejam inferiores.
Medidas simples que podem reduzir o risco ambiental associado à atividade,
traduzindo-se em poupanças, conforme exemplificamos no quadro abaixo.

Medidas Potenciais Poupanças


Utilize contentores para resíduos bem Evita pagar resíduo não contaminado a
identificados e dar formação a todos os preço de contaminado; Evita
intervenientes na gestão de resíduos para contaminações desnecessárias de
que a separação seja feita resíduos não perigosos;
adequadamente;
Utilize um depósito para óleos usados Evita contaminações de solo e de águas
adequados (aéreo com bacia de subterrâneas;
retenção ou parede dupla e sonda de
nível);
Utilize bacias de retenção na Evita contaminações de solo;
armazenagem de produtos/consumíveis
líquidos;
Se fizer lavagens, instale um separador de Evita contaminações de solo e de águas
hidrocarbonetos bem dimensionado e subterrâneas;
licencie a sua descarga;
Impermeabilize o solo nas zonas passiveis. Evita contaminações de solo.
de sofrer derrames

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3.2 - Informação a constar nas viaturas usadas

Neste item, deve ser tido em consideração o disposto no Decreto – Lei nº 74/93, de 10
de Março, que se refere à venda de automóveis ligeiros de passageiros, motociclos e
ciclomotores em estado de usados, e quando se atue no exercício do comércio,
atividade esta, que por vezes complementa/coabita com a das oficinas automóveis. E
neste caso é necessário assegurar aos potenciais interessados o conhecimento prévio
de informações que possam influenciar a sua decisão de aquisição, as quais devem
ser prestadas nos locais de exposição para venda dos mesmos.

Afixação da informação
Estas informações devem constar obrigatoriamente de documento escrito, assinado
pelo vendedor ou intermediário, que será afixado no veículo, de modo visível, de
forma a permitir uma fácil leitura pelo interessado, sendo o respetivo duplicado
entregue ao comprador no momento da compra e venda.
Pode consultar mais informação acedendo a este link da ASAE sobre Venda de
automóveis ligeiros de passageiros, motociclos e ciclomotores usados.

3.3 - Controlo metrológico dos equipamentos de medição

Neste ponto será descrito o procedimento sujeito ao controlo metrológico, o qual


compreende uma ou mais das seguintes operações:

a) Aprovação de modelo;

b) Primeira verificação;

c) Verificação periódica;

d) Verificação extraordinária.

Entenda-se aqui os equipamentos normalmente utilizados nas oficinas tais como,


analisador de gases (equipamento que permite efetuar a medição direta da
quantidade de determinados compostos químicos resultantes da combustão de
motores de ignição por faísca libertados no sistema de escape), assim como o
opacímetro (aparelho destinado a medir o grau de opacidade dos gases de escape
emitidos pelos motores a diesel), entre outros.
Aplica-se aqui o Decreto - Lei nº 291/90, de 20 de setembro, conjugado com a Portaria
nº 962/90, de 9 de Outubro.

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3.4 - Rotulagem de Pneus

O Decreto – Lei nº 70/2016, de 3 de novembro vem executar na ordem jurídica


nacional interna o disposto no Regulamento (CE) n.º 1222/2009, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 25 de novembro de 2009, relativo à rotulagem dos pneus,
no que respeita à eficiência energética e a outros parâmetros essenciais.
Nesta conformidade, convém ter em conta os seguintes aspetos:
- Falta de aplicação pelo fornecedor do autocolante e rótulo exigidos;
- Existe desconformidade do formato do autocolante e do rótulo aplicado;
- Ausência, incorreção ou incompletude da informação declarada no material
técnico promocional e no sítio da internet do fornecedor;
- Não conservação pelo fornecedor da documentação técnica durante o período
estabelecido;
- Não observância pelos distribuidores de pneus da exigência relativa ao autocolante
ou ao rótulo;
- Não prestação pelo distribuidor de pneus da informação exigida ou sua inexatidão;
- Ausência da informação requerida nas faturas;
- Não prestação pelo fornecedor e distribuidor de veículos da informação exigida ou
sua inexatidão;
- A informação prestada pelo fornecedor, requerida nos artigos 4º, 5º e 6º do
Regulamento ter sido obtida através de métodos de ensaio diferentes dos
estabelecidos no artigo 7º do Regulamento;
- Não estar disponibilizada em língua portuguesa a informação relativa ao material
técnico promocional;
- Falta de disponibilização numa língua facilmente compreensível pela autoridade de
fiscalização da documentação técnica solicitada;
- Falta de inclusão no material técnico promocional da informação constante do
artigo 6º do Regulamento.

Nota: ainda sobre este ponto, informamos que a Autoridade de Segurança Alimentar e
Económica – ASAE realizou, a nível nacional, uma operação de fiscalização da
rotulagem de pneus, designadamente no que se refere às classes C1, C2 e C3, com
vista à verificação da conformidade dos produtos disponibilizados no mercado no que
se refere às informações constantes na rotulagem, cobertas por legislação de
harmonização da União, dando cumprimento ao programa de fiscalização do
mercado 2018. Esta informação encontra-se disponível no link ASAE fiscaliza
comercialização de pneus e instaura 28 processos de contraordenação.

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3.5 - Equipamentos sob pressão (ESP)

Os equipamentos sob pressão e conjuntos destinados a conter um fluido a pressão


superior a 0,5 bar, e também os recipientes sob pressão simples destinados a conter ar
ou azoto, estão sujeitos a licenciamento antes da sua entrada em funcionamento,
conforme determina o regulamento aprovado pelo Decreto-Lei n.º 90/2010, de 22 de
julho. O licenciamento inicia-se com o registo do equipamento, seguindo-se a
autorização prévia de instalação, quando aplicável, e finalmente a autorização de
funcionamento.
No que se refere à existência deste tipo de equipamentos nas oficinas automóveis
verifica-se quando estas:
- Possuem ESP/RAC (recipiente de ar comprimido) sujeito a uma PS¹ (pressão máxima
admissível, bar) x V² (volume interno total do recipiente, litros) > 3000 bar x litro;
- Em caso afirmativo, se tem autorização de funcionamento (licenciamento).

Nota: A utilização de ferramentas acionadas a ar comprimido facilita muito o trabalho


de mecânicos e demais colaboradores das oficinas, mas pode constituir um risco em
termos de ambiente e segurança para os profissionais e também para os clientes.
Caso os equipamentos sob pressão não estejam em boas condições de
funcionamento.

Sobre este assunto aconselha-se a consulta da página do Instituto Português da


Qualidade – IPQ no link
http://www1.ipq.pt/pt/assuntoseuropeus/licenciamentos/esp/Pages/esp.aspx

Legislação disponível na página da ASAE sobre os equipamentos sob pressão.


https://www.asae.gov.pt/legislacao1/ambiente-e-seguranca/equipamentos-sob-
pressao.aspx

3.6- Embalagens de aerossóis

Neste ponto, deve-se ter conhecimento do previsto pelo Decreto-Lei nº 61/2010, de 9


de junho, com as alterações introduzidas pelos Decretos – Leis nºs 62/2014, de 24 de

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abril e 137/2017, de 8 de novembro que se referem às regras a que devem obedecer a


colocação no mercado das embalagens aerossóis.
Assim sendo, é de todo relevante a verificação que a existência de embalagens de
aerossóis colocadas no mercado obedecerem ao cumprimento das prescrições
constantes do Anexo do diploma e das inscrições de rotulagem obrigatórias, e que
estas estejam de forma visível, legível, durável e em língua portuguesa, por forma a
não ter qualquer problema.

3.7- Cumprimento de deveres especiais do exercício da atividade

E para concluir, depois de descriminadas algumas das principais áreas sensíveis, a que
as oficinas automóveis estão sujeitas, p. ex. num momento de fiscalização pelas
entidades competentes, convém ainda mencionar alguns dos diplomas específicos,
ao qual também deverá ser dado um cuidado especial, nomeadamente:

– Observância das regras relativas à Classificação, Rotulagem e Embalagem de


Substâncias e Misturas, de acordo com o Regulamento (CE) nº 1272/2008, do
Parlamento e do Conselho, de 16 de dezembro, executado pelo Decreto-Lei nº
220/2012, de 10 de outubro.
Nota: Diretiva (UE) n.º 2016/2037 da Comissão, de 21 de novembro de 2016, que altera
a Diretiva n.º 75/324/CEE, do Conselho o que legisla a pressão máxima admissível das
embalagens aerossóis e a fim de adaptar as suas disposições de rotulagem ao
Regulamento (CE) n.º 1272/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à
classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e misturas. Altera o Decreto-Lei
n.º 61/2010, de 9 de junho, no sentido de aumentar a pressão máxima admissível das
embalagens aerossóis com propulsores não inflamáveis.

– Observância das regras relativas aos Gases Fluorados com efeito de estufa, dando
cumprimento ao Regulamento (UE) nº 517/2014, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 16 de abril, executado pelo Decreto-Lei nº 145/2017, de 30 de novembro.
As pessoas singulares ou coletivas que exploram estabelecimentos onde são
efetuadas manutenções e assistências técnicas a sistemas de ar condicionado, que
contêm gases fluorados com efeito de estufa, instalados em veículos a motor, devem:
. Recorrer a técnico detentor de Atestado de Formação emitido por Organismo de
Validação da Formação, de acordo com o previsto no artigo 12.º do Decreto-Lei n.º
145/2017, de 30 de novembro, para proceder às intervenções técnicas no sistema.

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. Proceder à recuperação para efeitos de reciclagem, regeneração ou destruição dos


gases fluorados com efeito de estufa, sempre que adequado, a ter lugar antes da
eliminação final desse sistema e, durante a respetiva assistência técnica e
manutenção.
Recomenda-se, que muito embora não sendo obrigatório, que as pessoas singulares
ou coletivas que exploram estabelecimentos, onde são efetuadas manutenções e
assistências técnicas a sistemas de ar condicionado, que contêm gases fluorados com
efeito de estufa, instalados em veículos a motor, procedam à comunicação anual de
dados à APA, indicando a quantidade de cada gás fluorado com efeito de estufa
que tenham instalado, a quantidade de cada gás fluorado com efeito de estufa que
tenham recuperado para efeito de recarga e a quantidade de cada gás fluorado
com efeito de estufa que tenham recuperado para efeito de regeneração e
destruição, todas expressas em quilogramas. Para tal deverá ser utilizado o Formulário
online para a Comunicação de Dados, cujo manual de preenchimento se
disponibiliza.

Anexos:
 Manual de preenchimento do Formulário de Comunicação de Dados ao
abrigo do Artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 145/2017.

- Observância das regras relativas às Substâncias que empobrecem a camada de


Ozono, dando cumprimento ao Regulamento (CE) nº1005/2009, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 16 de setembro, executado pelo Decreto – Lei nº 85/2014,
de 27 de maio.
Para mais informação sobre a proteção da camada de ozono, consulte o link
https://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=83 na página oficial da APA.

- Observância das regras relativas à Prevenção e combate ao furto e recetação de


metais não preciosos com valor comercial, quando aplicável, conforme a Lei nº
54/2012, de 6 de setembro, a qual define os meios de prevenção e combate ao furto
e de recetação de metais não preciosos com valor comercial e prevê mecanismos
adicionais e de reforço no âmbito da fiscalização da atividade de gestão de resíduos.

4- Requisitos Especiais de exercício – Oficinas de adaptação e reparação


de veículos automóveis utilizadores de gases de petróleo liquefeito (GPL
e gás natural comprimido e liquefeito (GN)

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Para além dos requisitos já referenciados, aplicáveis à maioria das oficinas automóveis,
existem ainda uma serie de requisitos especiais que se aplicam às oficinas que
procedam à adaptação e reparação de veículos automóveis utilizadores de gases de
petróleo liquefeito (GPL e gás natural comprimido e liquefeito (GN), de acordo com o
RJACSR, já referido (Decreto-Lei nº 10/2015, de 16 de janeiro). Deste modo, as oficinas
que procedam a esta adaptação dos veículos devem ter em conta o seguinte:

4.1- Conformidade de montagem e adaptação GPL ou GN dos veículos

- Devem garantir a conformidade de montagem da adaptação a GPL ou GN com as


prescrições técnicas fixadas, no Regulamento ECE/ONU nº 67 ou no Regulamento
ECE/ONU nº 110 da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa, e ainda
de acordo com a Portaria nº 207-A/2013 de 25 de junho, por forma a garantir que a
adaptação efetuada não introduz uma diminuição nas condições de segurança do
veículo.

- A conformidade da adaptação à utilização de GPL ou GN e o correto


funcionamento de cada veículo são atestados por um certificado emitido pela
oficina, de acordo com a Portaria nº 116-A/2015 de 29 de abril.
A violação do referido constitui contraordenação grave, punível com coima de
acordo com:

a) Tratando-se de pessoa singular, de €1 200,00 a €3 000,00;


b) Tratando-se de microempresa, de €3 200,00 a €6 000,00;
c) Tratando-se de pequena empresa, de €8 200,00 a €16 000,00;
d) Tratando-se de média empresa, de €16 200,00 a €32 000,00;
e) Tratando-se de grande empresa, de €24 200,00 a €48 000,00.

4.2- Registo das adaptações ou reparações efetuadas ao sistema de alimentação de


GPL ou GN em veículos

As oficinas devem manter um registo atualizado de todas as adaptações ou


reparações efetuadas ao sistema de alimentação de GPL ou GN em veículos, o qual
pode ser solicitado a todo o tempo pelo IMT, I.P., ou por qualquer entidade
fiscalizadora.

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Dossiê Temático - Manutenção e reparação de veículos automóveis, 1
motociclos e ciclomotores 5

A violação do referido constitui contraordenação leve, punível com coima de acordo


com:
a) Tratando-se de pessoa singular, de €300,00 a €1 000,00;
b) Tratando-se de microempresa, de €450,00 a €3 000,00;
c) Tratando-se de pequena empresa, de €1 200,00 a €8 000,00;
d) Tratando-se de média empresa, de € 2 400,00 a €16 000,00;
e) Tratando-se de grande empresa, de €3 600,00 a €24 000,00.

4.3- Identificação de veículos ligeiros que utilizem GPL ou GN

Todos os veículos automóveis que utilizem GPL ou GN como combustível devem ser
devidamente identificados. Os modelos de vinhetas/dísticos identificadores constam
da Portaria nº 196-B/2015, de 2 de julho. Compete às entidades que exercem as
atividades de fabrico, adaptação e reparação de veículos movidos a GPL ou GN
disponibilizar os elementos de identificação dos veículos.
A falta do dístico ou vinheta implica o pagamento de uma coima de valor entre 60 e
300 euros. A instrução e a decisão dos processos de contraordenação cabe à
Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

- Identificação dos veículos que usam GPL


Os veículos de matrícula portuguesa que utilizem sistemas de alimentação a GPL
devem exibir a seguinte identificação, que consta do anexo I da portaria:

- Para as categorias M1 e N1 – vinheta identificadora afixada no canto inferior direito


do para-brisas (modelo1).
- Para as categorias M2, M3, N2 e N3 – Dístico identificador a ser colocado na
carroçaria, na metade direita do painel da retaguarda (modelo2).
Nestes veículos deve ser anotado no certificado de matrícula a menção “GPL - Reg.
67”, referência de que a instalação GPL está conforme com o Regulamento ECE/ONU
n.º 67 da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa.
Os veículos de matrícula portuguesa que já utilizem sistemas de alimentação a GPL
aprovados em inspeção técnica anteriores a 10-07-2013 devem ter afixado à
retaguarda o dístico identificador de acordo com o modelo 3 agora definido.

- Identificação dos veículos que usam GN

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Dossiê Temático - Manutenção e reparação de veículos automóveis, 1
motociclos e ciclomotores 6

Os veículos de matrícula portuguesa que utilizem sistemas de alimentação a GN


devem exibir a seguinte identificação, que consta do anexo II, da portaria supra
referida:
- Para as categorias M1 e N1 – vinheta identificadora afixada no para-brisas (modelo1).
- Para as categorias M2, M3 N2 e N3 – dístico identificador (modelo2)

Nestes veículos deve ser anotado no certificado de matrícula a menção “ GN — Reg.


110”, referência de que a instalação GN está conforme com Regulamento ECE/ONU
n.º 110 da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa.
Os veículos de matrícula portuguesa que já utilizem sistemas de alimentação a GN
aprovados em inspeção técnica anterior a 10-07-2013 devem ter afixado à retaguarda
um dístico identificador de acordo com o modelo 3 agora definido.

4.4 - Formação e título Profissional de Mecânico de auto/gás e Técnico de auto/gás

As oficinas devem assegurar que os técnicos e mecânicos de auto/gás possuem a


formação e título profissional legalmente exigível para o exercício das atividades de
instalação e reparação dos veículos à utilização do GPL ou GN, nos termos da Lei nº
13/2013, de 31 de janeiro.

Neste contexto, compete ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes, IP (IMT), regular


o exercício deste grupo de profissionais, cabendo-lhe, entre outras, a atribuição de
conferir os respetivos títulos profissionais, atribuição essa que, no entanto, pode ser
delegada em organismos e associações terceiras que detenham conhecimentos
técnicos nessa área.

Ao mecânico de auto/gás compete executar o fabrico, a adaptação e reparação


dos diversos componentes dos sistemas de GPL e GN, assim como a afinação dos
motores dos veículos automóveis.
Os interessados em obter título profissional para o exercício da atividade de mecânico
de auto/gás devem reunir os seguintes requisitos:
a) possuir formação adequada na área da mecânica ou mecatrónica automóvel,
designadamente através de:
1.Curso de mecânica ou mecatrónica automóvel, constante do Catálogo
Nacional de Qualificações da Agência Nacional para a Qualificação, I. P.;

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Dossiê Temático - Manutenção e reparação de veículos automóveis, 1
motociclos e ciclomotores 7

2.Certificação profissional obtida em processo de reconhecimento, validação


e certificação de competências, de mecânica ou mecatrónica automóvel;
3.Outra formação adequada na área da mecânica ou mecatrónica
automóvel, aceite por despacho do presidente do conselho diretivo do IMT, I.
P;
4.Experiência superior a três anos em mecânica automóvel demonstrada
através da apresentação de curriculum vitae, acompanhado por declaração
das respetivas entidades empregadoras que corrobore a experiência
desenvolvida.

b)por fim, verificados todos os requisitos anteriores, os candidatos terão ainda de


frequentar, com aproveitamento, cursos de formação adequados à especialidade de
mecânico de auto/gás.

Ao técnico de auto/gás compete controlar a execução material das atividades de


fabrico, adaptação e reparação de automóveis movidos a GPL e GN, assim como
verificar os materiais e componentes utilizados e o cumprimento das normas
regulamentares.
Por sua vez, os interessados em obter título profissional para o exercício da atividade
de técnico de auto/gás devem cumprir os seguintes requisitos:
(a) ter mais de 18 anos;
(b) possuir a escolaridade mínima obrigatória ou certificação de competências que
dê essa equivalência;
Devendo ainda ter formação adequada na área da mecânica ou mecatrónica
automóvel, designadamente:
1. Ter um curso de mecânica ou mecatrónica automóvel, constante do
Catálogo Nacional de Qualificações da Agência Nacional para a
Qualificação, I. P.;
2. Certificação profissional obtida em processo de reconhecimento, validação e
certificação de competências, de mecânica ou mecatrónica automóvel;
3. Ter ainda outra formação adequada na área da mecânica ou mecatrónica
automóvel, aceite por despacho do presidente do conselho diretivo do IMT, I.
P.;
4. Ter experiência superior a três anos em mecânica automóvel demonstrada
através da apresentação de curriculum vitae, acompanhado por declaração
das respetivas entidades empregadoras que corrobore a experiência
desenvolvida.

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Dossiê Temático - Manutenção e reparação de veículos automóveis, 1
motociclos e ciclomotores 8

Verificados todos estes requisitos, tal como é exigido aos candidatos a mecânicos de
auto/gás, os candidatos terão ainda de frequentar, com aproveitamento, cursos de
formação adequados à especialidade de técnico de auto/ gás.
Os cursos de formação requeridos para a obtenção do título de mecânico ou técnico
de auto/gás, devem ser obrigatoriamente reconhecidos pelo IMT, IP.
A falta destes títulos profissionais dá lugar à aplicação de sanções de €500 a €2000.

O IMT, I.P., organiza e mantém atualizado o registo das entidades que exercem a
atividade de formação. A lista destas empresas encontra-se disponível em
https://bit.ly/2QkqHzn.

4.5- Seguro de Responsabilidade Civil para as oficinas que adaptem ou reparem


veículos utilizadores de GPL ou GN

As oficinas que prestam este tipo de serviços devem dispor de um seguro de


responsabilidade civil, garantia financeira ou instrumento equivalente válido para
cobrir eventuais danos materiais e corporais, sofridos em caso de acidente resultante
das ações relativas à instalação ou reparação dos veículos. O valor mínimo obrigatório
é de €600 000,00, sendo este valor atualizado em cada ano civil.
A violação do referido constitui contraordenação grave, punível com coima de
acordo com:
a) Tratando-se de pessoa singular, de €1 200,00 a €3 000,00;
b) Tratando-se de microempresa, de €3 200,00 a €6 000,00;
c) Tratando-se de pequena empresa, de €8 200,00 a €16 000,00;
d) Tratando-se de média empresa, de €16 200,00 a €32 000,00;
e) Tratando-se de grande empresa, de €24 200,00 a €48 000,00.

4.6- Requisitos das instalações

As instalações afetas à instalação ou reparação dos componentes inerentes à


utilização do GPL ou GN em veículos devem dispor de ventilação natural através de
aberturas ao nível do teto e solo que permitam o rápido escoamento para o exterior
de eventual fuga de gases;

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Dossiê Temático - Manutenção e reparação de veículos automóveis, 1
motociclos e ciclomotores 9

Não são permitidas operações de instalação e de reparação em instalações situadas


abaixo do nível do solo, em veículos cuja instalação a GPL não esteja em
conformidade com as prescrições técnicas fixadas no Regulamento ECE/ONU nº 67 da
Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa.
As instalações devem dispor de um medidor de concentração de gás, dotado de
sistema de alarme e devidamente calibrado.

5- Procedimentos gerais aplicáveis aos estabelecimentos comerciais e de


serviços

Relativamente a este ponto e como se tratam de vários procedimentos, aos quais ao


disponibilizar no seu espaço, deve proceder à sua regularização. Para este efeito, e
por forma a consultar cada um destes itens, listados abaixo, sugere-se a consulta do
Dossiê Temático Geral – Comércio e Serviços
- Licenciamento de publicidade;

- Ocupação de Espaço Público:

- Serviços de Metrologia (aferição de pesos e medidas);

- Direitos de Autores – (licença SPA) e Direitos Conexos – (Licença Passmúsica);

- Certificado de Eficiência Energética dos Imóveis;

- Registo de marca;

- Segurança e Saúde no Trabalho;

- Requisitos Gerais;

- Afixação de Preços;

- Horário de funcionamento;

- Livro de reclamações;

- Informação obrigatória sobre as entidades de RAL – Resolução Alternativa de Litígios;

- Lei do tabaco

- Permanência de animais em estabelecimentos comerciais;

- Acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada ou reduzida;

- Sistema de videovigilância;

- Segurança contra incêndios em edifícios;

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Dossiê Temático - Manutenção e reparação de veículos automóveis, 2
motociclos e ciclomotores 0

- Dísticos – Obrigações de informação aos consumidores.

6- Fiscalização

As oficinas automóveis podem ser fiscalizadas por diferentes entidades que verificam,
em função das suas áreas de intervenção, nomeadamente, a:

- Guarda Nacional Republicana - GNR


- Autoridade de Segurança Alimentar e Económica - ASAE
- Câmara Municipal da área do estabelecimento;
- Autoridade para as Condições do Trabalho – ACT;
- Autoridade Tributária e Aduaneira – AT;
- Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, IP. – IMT, IP.
- Agência Portuguesa do Ambiente – APA;
- Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte- CCDR-N, entre
outras.

Ainda, neste âmbito da fiscalização, a ASAE dispõe de um documento denominado


de Fichas Técnicas de Fiscalização, as quais constituem procedimentos
documentados com o objetivo de uniformizar os critérios aplicados durante os
controlos oficiais. São dinâmicas e não abrangem toda a legislação específica
aplicada a cada sector de atividade, sendo utilizadas como documento de trabalho
pelos funcionários da ASAE, que possuem formação adequada para a avaliação
global do controlo efetuado. Entre estas fichas há uma específica para as oficinas
auto, na qual poderá encontrar os principais requisitos legais aplicáveis à instalação e
exploração deste tipo de estabelecimentos, acedendo ao link Oficina automóvel

7- Legislação aplicável

Decreto-Lei n.º 243/86, de 20 de agosto


Regulamento Geral de Higiene e Segurança do Trabalho nos Estabelecimentos
Comerciais, de Escritórios e Serviços.

Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro


Regime Jurídico da Segurança contra Incêndios.

Decreto-Lei n.º 10/2015, de 16 de janeiro

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Dossiê Temático - Manutenção e reparação de veículos automóveis, 2
motociclos e ciclomotores 1

Regime Jurídico de Acesso e Exercício de Atividades de Comércio, Serviços e


Restauração (RJACSR), republicado no seu anexo.

Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro


Regulamento Geral do Ruído em Edifícios, alterado pelo Decreto-Lei n.º 278/2007, de 1
de agosto, a Declaração de Retificação n.º 18/2007, de 16 de março retifica o DL n.º
9/2007, de 17 de janeiro.

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 setembro


Aprova o regime geral da gestão de resíduos, transpondo para a ordem jurídica
interna a Diretiva n.º 2006/12/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril,
e a Diretiva n.º 91/689/CEE, do Conselho, de 12 de dezembro.

Regulamento ECE/ONU R 67 PT.

Regulamento n.°67 da Comissão Económica para a Europa das Nações Unidas


(UNECE) — Prescrições uniformes relativas à homologação de: I. Equipamento
específico dos veículos a motor que utilizam gases de petróleo liquefeitos (GPL) nos
seus sistemas de propulsão; II. Homologação de um veículo equipado com
equipamento específico para o uso de gases de petróleo liquefeitos no seu sistema de
propulsão no que diz respeito à instalação desse equipamento.

Portaria n.º 207-A/2013 de 25 de junho


Aprova o Regulamento de Utilização, Identificação e Instalação de gás de petróleo
liquefeito (GPL) e gás natural comprimido e liquefeito (GN) em veículos.

Portaria n.º 116-A/2015 de 29 de abril


Aprova os modelos de certificado de conformidade da adaptação à utilização de
gases de petróleo liquefeito ou gás natural comprimido e liquefeito e o correto
funcionamento de cada veículo.

Portaria n.º 196-B/2015, de 2 julho


Aprova os modelos de vinhetas/dísticos identificadores, bem como anotação da
conformidade da instalação, dos veículos que utilizam gás de petróleo liquefeito (GPL)
e gás natural comprimido e liquefeito (GN) como combustível.

Deliberação n.º 2062/2015, de 10 de novembro

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Dossiê Temático - Manutenção e reparação de veículos automóveis, 2
motociclos e ciclomotores 2

Definição e aprovação do modelo dos títulos profissionais de mecânico de auto/gás e


de técnico de auto/gás.

Lei nº 13/2013, de 31 de janeiro


Estabelece o Regime jurídico para a utilização de gases de petróleo liquefeito (GPL) e
gás natural comprimido e liquefeito (GN) como combustível em veículos.

8- Sites úteis

Balcão do empreendedor

BIZFEIRA

Instituto da Mobilidade e dos Transportes, IP - IMT.IP

Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel -


ANECRA

Centro de Arbitragem do Setor Automóvel - CASA

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica – ASAE

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte - CCDR-N

Agência Portuguesa do Ambiente - APA

Instituto Português da Qualidade - IPQ

Nota: Dada a pertinência do tema abordado neste dossiê, seguem outros links para
acesso a outros contactos úteis, sob forma de listagens, nomeadamente:

- Lista de Operadores de resíduos (distrito de AVEIRO) que se encontra disponível no


Sistema de Informação do Licenciamento de Operações de Gestão de Resíduos
(SILOGR)

- Lista de entidades instaladoras e/ou reparadoras de veículos para utilização de GPL


Consulte aqui a Lista destas entidades

- Entidades formadoras em auto gás

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Dossiê Temático - Manutenção e reparação de veículos automóveis, 2
motociclos e ciclomotores 3

Observação: na elaboração deste dossiê, recorreu-se à consulta de legislação e das


entidades reguladoras e/ou competentes das matérias referenciadas e descritas. No
entanto, e porque a informação não é estanque e está em constante atualização,
aconselhamos sempre a um contato direto com as entidades referenciadas.

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