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Venda e Consumo de Estupefacientes – Estudo de caso da área de jurisdição da 6ª

Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Província de Maputo

Bruno Begos Macita Casimiro1 & Rodrigues Nhiuane Cumbane2

Resumo
O estudo aborda a venda e consumo de estupefacientes na área de jurisdição da 6ª
Esquadra da PRM na Província de Maputo entre 2012 e 2015 e tem como objectivo identificar os
locais com maior incidência histórica de ocorrência de crimes de venda e consumo de
estupefacientes; descrever os factores que condicionam a distribuição espacial do crime em
análise e traçar o perfil sociodemográfico dos indivíduos neste crime. A pesquisa seguiu uma
abordagem mista combinando os métodos qualitativo e quantitativo tendo usado a revisão
bibliográfica, pesquisa documental, entrevista semi-estruturada e o inquérito como técnicas e
instrumentos para a recolha de dados. Numa amostragem não aleatória intencional seleccionou-se
78 pessoas sendo 70 da comunidade e 8 da autoridade pública. O estudo concluiu que Patrice
Lumumba é o bairro com maior concentração de casos de venda e consumo de estupefacientes
com destaque a cannabis sativa, enquanto o bairro do Infulene apresenta um índice reduzido. As
escolas, as barracas, os locais de diversão nocturna e seus arredores são os lugares preferenciais
para o crime. A má interpretação de certos filmes e referências de figuras de música e da
indústria cinematográfica, a pobreza associada à ganância pelo ganho fácil explicam a
vulnerabilidade dos indivíduos ao cometimento do crime analisado. Os indivíduos que mais se
envolvem no crime estudado são jovens, estudantes e desempregados.

Palavras-chave: Venda, Consumo e Substâncias estupefacientes.

Abstract

The study addresses the sale and consumption of narcotic drugs in the area of jurisdiction of the
6th PRM Police Station in Maputo Province between 2012 and 2015 and aims to identify the sites
with the highest historical incidence of crimes of sale and consumption of narcotic drugs;

1
Licenciado em Ciências Policiais pela ACIPOL
2
Doutor em Território, Risco e Políticas Públicas pela Universidade de Lisboa, Mestre em Administração Pública
pelo ISAP e Licenciado em Ciências Policiais pela ACIPOL. manyune@gmail.com
describe the factors that condition the spatial distribution of the crime under analysis and outline
the sociodemographic profile of individuals in this crime. The research followed a mixed
approach combining the qualitative and quantitative methods using bibliographical review,
documentary research, semi-structured interview and the survey as techniques and instruments
for the collection of data. In an intentional non-random sampling, 78 people were selected, 70
from the community and 8 from the public authority. The study concluded that Patrice Lumumba
is the neighborhood with the highest concentration of cases of drug sales and consumption,
especially cannabis sativa, while the neighborhood of Infulene has a low rate. Schools, stalls,
nightlife venues and their surroundings are the preferred places for crime. The misinterpretation
of certain films and references of music figures and the film industry, poverty associated with
greed for easy gain explain the vulnerability of individuals to the commission of the crime
analyzed. The individuals most involved in the crime studied are young people, students and the
unemployed.
Keywords: Sale, Consumption and Narcotic substances.

I_Introdução
Desde os tempos mais remotos, a história da humanidade tem testemunhado o uso de
drogas para vários fins, desde o consumo por prazer até para fins terapeutas. O cenário persistiu
ao longo dos séculos, sendo responsável pela toxicomania dos consumidores e crescimento da
criminalidade gerada pelo fluxo de venda e consumo de drogas.
Escohotado (1996) faz referência da utilização medicinal de ópio na Civilização Grega,
para acalmar os enfermos, descrevendo também que, na Civilização Romana, era frequente fumar
flores de cânhamo (marijuana) em reuniões para incentivar o aproveitamento das mesmas.
Acrescenta que, ao longo dos séculos XII, XIII e XIV verificou-se o aumento do uso de ópio por
parte dos médicos como droga terapêutica no Ocidente e no século XIX verifica-se um interesse
crescente por todo o tipo de drogas psicoactivas, por parte de farmacêuticos, médicos, escritores,
filósofo e artistas em diferentes lugares do planeta.
A criminalidade no mundo vem atingindo dimensões que deixam a população numa
situação de aflição, insegurança, situação que condiciona o exercício e gozo dos direitos e
liberdades dos cidadãos e desafia as autoridades policiais.
Este artigo aborda a venda e consumo de substâncias estupefacientes num estudo de caso
da área de jurisdição da 6ª Esquadra da PRM na Província de Maputo de 2012 a 2015. Na
pesquisa fez-se o levantamento dos locais onde ocorre a venda de estupefacientes nos bairros de
Infulene A, São Damaso e Patrice Lumumba, uma vez que a venda de drogas, para além de per
si, constituir um tipo legal de crime, tem contribuído para a ocorrência de outros eventos
criminais naqueles bairros.
A mediatização de casos de venda e consumo de estupefacientes na Província de Maputo
desperta sentimento de insegurança nas populações locais.
De acordo com os informes do Comando Provincial da PRM de Maputo, a provívia
regista uma tendência crescente de presumíveis vendedores e consumidores de substâncias
estupefacientes nos bairros sob sua jurisdição manifestando comportamentos intimidatórios e até
actos de agressões, principalmente nas escolas.
O Relatório apresentado por Reismin e Lalá (2012), refere que a criminalidade e a
violência estão a alastrar-se para dentro das escolas manifestando-se em forma de roubos e
agressões. Uma das causas avançadas pelos inquiridos é o consumo de substâncias psicoactivas
nas escolas. As bebidas alcoólicas de baixo custo como a Tentação, o Boss entre outras drogas
como, a cannabis sativa (soruma) são as drogas mais usadas.
O anexo de Reismin e Lalá (2012), mostra que,
(…) o crime, com destaque ao violento, vem crescendo em cerca de 15% ano. Fora dos dados oficiais, há
uma percepção (53.17% dos 12.000 inquiridos) de que cerca de 10 crimes violentos são cometidos por dia em cada
um dos bairros das grandes cidades, particularmente em Maputo, Matola, Beira e Nampula, os quais por várias
razões não são participados às autoridades formais da administração de justiça, conforme indica uma pesquisa
realizada pela Força Moçambicana para a Investigação de Crime e Inserção Social (FOMICRES) em 2010.
Os relatórios do Comando Provincial da PRM e do Gabinete Central de Prevenção e
Combate a Drogas mostram que, do ano 2010 até ao princípio do segundo semestre do ano 2013,
517 cidadãos nacionais e 6 estrangeiros foram indiciados em Maputo pela prática de venda de
drogas. O Relatório de 2015 da 6ª Esquadra da PRM da Província de Maputo mostra que durante
o ano em referência registou-se 8 casos relacionados com a venda de estupefacientes. Apesar dos
relatórios diários da polícia mostrarem a prevalência de venda de estupefacientes, são ainda
escassos estudos que exploram a dimensão espácio-temporal que permitam uma melhor
visualização dos bairros com maior susceptibilidade a identificação dos factores condicionantes a
este tipo de crime. Em suma, não se conhece a real dimensão da situação criminal atinente à
venda e consumo de estupefacientes na área de jurisdição da 6ª Esquadra.
Num estudo exploratório, de 17 de Agosto a 05 de Dezembro de 2015, na 6ª Esquadra da
PRM da Província de Maputo, constatou-se casos de apreensão de estupefacientes, que
supostamente se encontravam à venda, com maior incidência da cannabis sativa. Este facto
cativou o proponente desta pesquisa a fazer um estudo aprofundado sobre este facto, visto que a
venda dessas substâncias exerce uma significativa influência sobre a situação criminal gerando
graves consequências para a sociedade. A venda de estupefacientes é um crime tipificado à luz do
nº 1 do art. 33, da Lei nº 3/97, de 13 de Março, onde se estatui que,
Todo aquele que, sem estar autorizado, cultivar, produzir, fabricar, preparar, extrair, oferecer, puser à venda,
vender, distribuir, comprar, ceder ou por qualquer título receber, proporcionar a outra pessoa, transportar, importar,
exportar, fazer transitar ou detiver, será punido com a pena de 16 a 20 anos de prisão maior.
O estudo conduzido na área de jurisdição da 6ª Esquadra da PRM da Província de Maputo
visa identificar os locais com maior incidência histórica de ocorrência de crimes de venda e
consumo de estupefacientes; descrever os factores que condicionam a distribuição espacial deste
crime; e traçar o perfil sociodemográfico dos indivíduos que se envolvem neste crime.

Área de Estudo
O trabalho foi realizado na área de jurisdição da 6a Esquadra da Província de Maputo, sita
no bairro do Infulene, cidade da Matola, “A”. Para além do bairro do Infulene “A”, a área de
jurisdição da 6a Esquadra compreende os bairros Patrice Lumumba, São Damâso, Singathela,
Acordos de Lusaka e Vale do Infulene.
Segundo o Mapa Operativo da 6a Esquadra (2008), a área de jurisdição é de 16 km2 de
superfície, com cerca de 97.766 habitantes.
Do ponto de vista operativo a 6a Esquadra estabelece os seguintes limites: Norte-7a Esquadra,
através do bairro Ndlavela; Sul-5a Esquadra, através do bairro Trevo; Este-7a Esquadra, através
do bairro T-3 (Unidade “D”); e a Oeste-5a Esquadra, através do bairro da Machava-Sede.
A escolha desta área deveu-se ao facto de um dos autores desta pesquisa ter tido práticas
pré-profissionais naquela esquadra em 2015, no âmbito do curso de Licenciatura em Ciências
Policiais, tendo constatado vários casos relacionados com a venda de estupefacientes envolvendo
jovens e crianças.

Quadro teórico
O quadro teórico escolhido para este artigo compreende as teorias de mercado, da
toxicomania ou do consumidor de drogas e a do controlo social.
A teoria de mercado basea-se na síntese da teoria microeconómica que estuda as
interacções que ocorrem nos mercados. Neste sentido, segundo Hodgson (1994, p.178) “o
mercado é visto como uma espécie de ordem natural e normal que consiste na agregação de
negociação entre indivíduos”. Para o caso em apreço, de acordo com Samuelson e Nordhaus
(2005) o mercado comporta vários elementos com destaque para a procura e a oferta.
Sendo assim, a procura é demonstrada pela quantidade de bens procurados em virtude de
seu preço ou seja, quanto maior for o preço de um artigo, mantendo-se o resto constante, menos
unidades as pessoas pretendem comprar e quanto menos é o preço do mercado, mais unidades são
adquiridas. Enquanto a oferta de um mercado envolve particularmente as condições em que as
empresas produzem e vendem os seus bens (...) quando se considera a oferta, no resto que se
mantém constante incluem-se os custos de produção, os preços dos bens relacionados e as
políticas governamentais, (Samuelson e Nordhaus, 2005).
Para Hodgson (1994, p.177) existem mercados negros ou ilegais que o próprio facto de
serem ilegais significa que têm de existir mecanismos cuidadosamente concebidos para o
estabelecimento de contactos, a admissão de participante e o desenvolvimento de confiança em
que ninguém fará participação às autoridades.
Da mesma forma, Samuelson e Nordhaus (2005) referem que “o mercado da droga,
independentimente da sua natureza, pode ser avaliado segundo os mesmos princípios, ainda que
seja um mercado ilegal”. A tipologia dos agentes económicos nele presente, seus objectivos,
decisões e efeitos são similares aos de muitos outros mercados. Esta ideia é partilhada por Kopp
(1997, p.6) o qual salienta que o carácter clandestino da distribuição de drogas origina mercados
paralelos, onde a procura e a oferta são moldadas pelas circunstâncias específicas do
funcionamento dos mesmos.
Por seu turno, a teoria da toxicomania ou teoria do consumidor de drogas, refere que a
toxicomania significa uma solução de ruptura ou uma formação de ruptura, isto é, uma solução de
compromisso e formação do incosciente.Então, enquanto estiver em equilíbrio de prazer com a
droga, o toxicodependente não procura a análise (Beneti, 1996).
Assim, Kopp (1997, p.64) refere que a procura de drogas aumenta independentimente do
preço devido a toxicomania dos consumidores.
A dependência do toxicodependente refere-se a uma “necessidade” a ser satisfeita, que
constantemente produz dor, inclusive corporal. Quando essa dor aparece, o toxicodependente fica
impedido de outros investimentos no mundo, inclusive da possibilidade de amar. A dor cria um
circuito que realiza a actividade de ligação directa e causa um empobrecimento do resto da vida
psíquica (Freud,1981).
Neste contexto, a droga se enquadra na vida psíquica do toxicodependente,
materializando-se como uma operação de montagem, que por sua vez constitui uma tentativa
estruturante para a solução possível. Manifesta-se como forma de auto-medicação, ou mesmo
uma tentativa de auto-conservação paradoxal. Deste modo, as diferentes funções na vida psíquica
do toxicodependente podem ser assumidas pela droga. É notável a diferença entre os usuários de
drogas e os toxicodependentes, uma vez que o uso de drogas pode se designar sintoma da
toxicodependência.
Petit (1990) citado por Olievenstein (1990) faz referência a três momentos relacionados
com a toxicodependência: o momento da perda do efeito inicial, o momento em que o sujeito fala
desta perda, e o momento da “lua-de-mel” situado entre esses dois tempos. Acrescenta o autor
que, ao contrário do que se pode pensar, não é o momento de “flash” que os sujeitos
toxicodependentes procuram ao se drogar, mas aquele no qual o efeito da droga desaparece. Pode
se assumir que é comum um toxicodependente se recusar a realizar actividades socialmente
assumidas como relevantes: estudos, trabalho, lazer, etc. Estas são, geralmente actividades
importantes e muito valorizadas ao nível familiar e também pela sociedade em geral. Ao romper
com isso, o toxicodependente deixa-os em falta e, ao mesmo tempo, deixa-se em falta.
Deste modo, como afirma Kopp (1997), os toxicodependentes devido a sua inclinação
para drogas já não podem ser considerados normais mas sim irracionais. Esta tese repousa na
ideia de que, uma vez transposto o passo da primeira experiência, o consumidor de drogas
perderia toda a vontade própria, pois as substâncias estupefacientes que o consumidor absorve o
impelem a consumir mais. Assim, o indivíduo responderia já não aos sinais transmitidos pelos
preços mas unicamente a uma necessidade irrepreensível do consumo, estaria assim na origem do
aumento de quantidades procuradas.
Esta teoria torna-se relevante para o estudo na medida em que o uso de drogas apresenta-
se como comportamento irracional de procura que não levaria em conta nem os efeitos nefastos
sobre a saúde nem a pressão orçamental que pesa, no entanto, sobre todos os consumidores.
Finalmente, na teoria do Controlo Social, Bobbio (2003) faz a distinção entre duas formas
de controlo: externo e interna. A primeira forma de controlo (externa) refere-se às ferramentas de
intervenção directa que são chamadas quando o indivíduo não se dispõe à uniformidade do
comportamento geral. Nesse ponto, são utilizadas sanções, punições ou outras formas de
intervenção para garantir que o sujeito se submeta ao contexto. Exemplificando, temos o caso da
polícia e as leis que ela deve garantir que sejam seguidas. Neste sentido, a polícia tem o dever e o
poder, legitimados pelo Estado, de garantir que as acções dos indivíduos não fujam às
delimitações da lei. Tendo em mente o exemplo, podemos afirmar que a polícia é apenas uma
ferramenta de aplicação dos mecanismos de controlo externo.
As sanções e as punições, por exemplo, podem ser aplicadas pelo próprio grupo social ou
sociedade em que estamos inseridos. A exclusão social é o mais claro exemplo de sanção que
uma sociedade pode infligir a alguém. Ao não se vestir de acordo com o que se estabelece como
aceitável, por exemplo, estamos todos sujeitos a julgamentos e podemos ser considerados agentes
de subversão social. Ademais, a privação de direitos, interdições físicas ou mesmo a reclusão
(aprisionamento) são todas formas de controlo externas. (idem)
Pelo contrário, a área de controlo interno está associada ao que o meio social consegue
interiorizar, isto é, tornar uma ideia, pensamentos ou qualquer outra característica, parte da
consciência de um indivíduo. Normas e valores específicos desse meio social, considerados
indispensáveis para a própria ordem social, são introduzidos ao processo de construção da
identidade do sujeito, que passa a delimitar suas acções de acordo com esse conjunto normativo.
Como esclarece Bobbio, o controle interno é aquele que não ameaça uma pessoa externamente,
mas age por meio de sua própria consciência. (Bobbio, 2003)
O controlo é dependente de um processo de socialização bem construído. Sendo essa
socialização realizada de forma suficiente, o indivíduo passa a tornar-se vigia de seus próprios
comportamentos. O teórico social Foucault (1999) dedicou sua obra “Vigiar e punir” para o
entendimento das formas de controlo social externas e internas. Segundo o autor, a construção do
sujeito útil e submisso à ordem estabelecida é possível apenas por meio de processos
disciplinadores, nos quais o corpo e a mente do sujeito são moldados de acordo com o que se
pede no meio social. Para entender esse fenômeno, Foucault voltou-se para a observação de
instituições disciplinadoras, como a escola e os quartéis, onde os indivíduos que ali permanecem
vivem sob o controlo da instituição. O produto desse processo, quando bem-sucedido, seria um
sujeito útil ao seu contexto social.
Tendo em conta as abordagens dos dois autores, o controlo social pode ser considerado
um conjunto entre formas externas de intervenção no comportamento do sujeito desviante (como
é o caso do vendedor ou o consumidor de estupefacientes que é detido pela polícia) e um
processo de construção de uma consciência guiada pelas regras e normas de uma sociedade.
De acordo com Hirschi (1969) apud Giddens (2004, p.217), um dos autores mais
conceituados desta teoria, refere que os seres humanos são fundamentalmente egoístas que
tomam decisões calculadas sobre envolver-se, ou não, na actividade criminal, pesando todos os
riscos e benefícios envolvidos nessa mesma acção. Neste sentido, as pessoas diante de uma
oportunidade conducente a prática de um acto criminal, agem racionalmente assumindo todos os
riscos da sua acção em caso de serem descobertas.
Contudo, esta teoria sustenta que o comportamento dos indivíduos que se envolvem na
venda e consumo de estupefacientes constitui um reflexo do conflito entre os impulsos que o
conduzem à prática destas actividades e os mecanismos físicos e sociais que se tornam relevantes
na medida em que as formas de controlo exercem uma força sobre a nossa individualidade, de
forma que quase sempre delimitamos nossas ações de acordo com o que aprendemos ser certo ou
errado.
Das três teorias levantadas apurou-se que a teoria de mercado aborda a venda e consumo
de estupefacientes no âmbito da facilidade na aquisição das substâncias, a teoria da toxicomania
aborda esta questão na vertente de uma necessidade a ser satisfeita constantemente e a teoria do
controlo social refere-se no âmbito da oportunidade que o indivíduo tem para a escolha e decisão
em enveredar por esse comportamento desviante, assumindo as possíveis repreensões a nível
social ou estatal. As três teorias são aplicáveis na análise do tema em debate.

Dados e Métodos
A pesquisa combinou a abordagem qualitativa com a qualitativa e buscou capitalizar as
vantagens de cada linha na recolha e análise de dados.
A população alvo do estudo compreende duas categorias, onde a primeira é composta por
pessoas da Administração Pública, como é o caso dos Agentes da PRM, membros do Gabinete
Provincial de Prevenção e Combate à Droga, Professores das Escolas, e ainda os Secretários dos
bairros: Infulene A, São Damaso e Patrice Lumumba; e a segunda parte que é composta pelos
habitantes destes Bairros.
Dividiu-se a população por partes de modo a fazer uma selecção de um certo número de
elementos em cada parte de forma não aleatória. Assim, tendo em conta o carácter exploratório
da pesquisa, cingiu-se numa amostragem não aleatória intencional que consiste na selecção
baseada no conhecimento sobre a população e o propósito do estudo, uma vez que a selecção tem
como foco os elementos da população geral que pelo cargo ocupado exercem as funções de
líderes de opinião na comunidade (Costa, N. 1977, p.43). Sendo assim, entrevistou-se o
Comandante da Esquadra, o Director do Gabinete Provincial de Prevenção e Combate à Droga na
Província de Maputo (GPPCD), os Directores das Escolas Secundárias S. Francisco de Assis
(ESSFA), de São Damâsso (ESSD) e do Infulene (ESI); os Secretários dos bairros: Patrice
Lumumba, S. Damâsso e Infulene “A”, pessoas capazes de fornecer dados de qualidade para a
pesquisa.
De modo a escolher as pessoas para responder aos questionários, dividimos a população
por três partes: vendedores de bebidas alcoólicas, uma vez que existe uma complementaridade
entre o consumo de álcool e de estupefacientes, logo, haverá uma complementaridade também na
venda de bebidas alcoólicas e de estupefacientes; alunos de 6ª a 12ª classe, sendo que alguns
destes se encontram envolvidos na venda e no consumo de drogas, e os transeuntes. Foram
seleccionados vinte (20) vendedores de bebidas alcoólicas, dos quais cinco (5) do mercado de
Patrice Lumumba, dez (10) vendedores de bebidas caseiras e cinco (5) na paragem de viaturas da
Coca-cola; dez (10) alunos em cada escola: Secundária S. Francisco de Assis; Secundária de S.
Damâso e Secundária de Infulene “A”, e vinte (20) peões em função da sua disponibilidade. Os
peões seleccionados foram interpelados nas ruas dos bairros e ainda em algumas paragens dos
transportes rodoviários. Os vendedores de bebidas alcoólicas foram abordados nos seus postos de
venda e os alunos nas respectivas escolas em que frequentam, de acordo com a disponibilidade.
Para operacionalizar a pesquisa, foram utilizadas as seguintes técnicas: revisão
bibliográfica, análise documental, entrevista semi-estruturada e inquérito. A multiplicidade destas
técnicas permitiu o cruzamento de informações, a fiabilidade e validade dos dados recolhidos,
para além do fornecimento de uma visão abrangente sobre o tema em análise. Os dados foram
analisados com recurso à interpretação do conteúdo e à estatística descritiva.

Resultados e Discussão
Após a colecta de dados, a fase seguinte é a apresentação e discussão dos resultados.
Segundo Gil (1999, p.169) a análise tem como objectivo organizar e sumariar os dados de forma
a possibilitar o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação.

Factores condicionantes do crime de venda de estupefacientes


A globalização e a pobreza podem explicar, em parte, a ocorrência do crime estudado.
Olhando para os efeitos da globalização, nas escolas existem alunos que consomem
estupefacientes realçando que, “quero sentir o que Wiz Khalifa sente quando fuma soruma” e
outros “quero fazer bolas de fumo no ar que o Rick Ross faz”. Nesse contexto, os vendedores de
estupefacientes estão sempre lá, na busca dos alunos com este tipo de conduta pois quem ja se
encontra viciado tem de alimentar sempre aquele vício.
A forte pressão demográfica que se faz sentir particularmente nas áreas de menor
desenvolvimento conduz a taxas de desemprego elevadas e trabalhos mal remunerados como se
constatou no inquérito feito aos peões onde das 20 pessoas inquiridas, maior parte destas se
encontra numa situação de desempregadas, algumas já se envolveram na venda de
estupefacientes e outras ja foram aliciadas a vender drogas de modo a ganhar dinheiro.
Portanto, o desemprego e os baixos salários são factores de natureza económica que
levam os indivíduos à venda de estupefacientes, na tentativa de melhorar a sua situação
financeira.
De acordo com o Director do Gabinete Provincial de Prevenção e Combate à Droga na
Província de Maputo,
(…) a venda ilícita de estupefacientes, precursores e preparados ou outro de efeitos similares, é uma das
manifestações do crime organizado transnacional, que se tem esforçado em fixar as suas raízes no nosso país, com
particular destaque para as grandes cidades, onde Matola é uma delas. (Em entrevista com o Director do GPPCD).
O comandante da 6ª Esquadra da PRM na Província de Maputo sustentou ainda o
desemprego e a falta de ocupação da maior parte dos jovens constituem factores que contribuem
para a proliferação da venda e consumo de estupefacientes nos bairros sob sua jurisdição, com
mais enfoque para os bairros Patrice Lumumba, S. Damasso e Infulene “A”. Esta posição
converge com o pensamento de Fernandes (1998, p.110) ao afirmar que,
(…) nos países subdesenvolvidos onde proliferam áreas com condições desfavoráveis, com a natural
promiscuidade disso decorrente, verifica-se um elevado índice de desemprego que vai provocar nas camadas sociais
um contigente muito grande, dentre outros, viciados, traficantes e consumidores de drogas.
Davidoff (1989, p. 385) sustenta que a pobreza aumenta a probabilidade das pessoas
agirem de forma agressiva, visto que a dificuldade económica pode ter efeitos que remetem, à
prática de actos criminais. Significa que o desejo de adquirir e não dispor de meios para
satisfação desta necessidade pode levar o indivíduo a enveredar por comportamentos
delinquentes.
Por sua vez Guiddens (2004, p. 333), posiciona-se com os argumentos acima expostos ao
sustentar que os adultos de muitas famílias pobres são forçadas a ter múltiplos trabalhos para
sobreviver, uma situação que produz um contínuo “stress”, ansiedade e ausência de casa. Por
consequência, a socialização e educação das crianças é enfraquecida, o empobrecimento social
geral da comunidade, significa que existem poucas oportunidades para os pais recorrerem a
outras famílias ou parentes para obterem apoio.
A resolução nº 15/2003 de 4 de Abril que aprova a Política e Estratégia de prevenção e
combate à Droga (PEPCD) e os dados do Gabinete Provincial de Prevenção e Combate a Droga
na Província de Maputo, referem que naquela província os estupefaciêntes mais consumidos são
a cannabis sativa, o haxixe, o mandrax, a cocaína, a heroína e a morfina. Este facto é partilhado
por Buvana e Ventura (2011), ao afirmarem que em Moçambique, as drogas cultivadas são a
cannabis sativa, denominada “suruma”, de cultivo tradicional da população e de consumo quase
cultural e o tabaco. As outras drogas entram no País por meio das redes de tráfico de drogas. A
longa linha costeira, com muitas ilhas e sem marinha militar, facilita a movimentação de drogas.
O Gabinete Provincial de Prevenção e Combate à Droga na província de Maputo está a
promover palestras nas escolas como forma de prevenir o primeiro contacto da droga nas
crianças, como afirma o Director:
“O gabinete tem efectuado palestras nas escolas, igrejas, nas instituições públicas e privadas, bem
como nas comunidades, em geral, com vista a desencorajar o consumo não só de estupefacientes mas de
drogas em geral”. (Em entrevista com o DGPPCD).
Acrescenta ainda o Director:
“Na Matola há crianças menores de 18 anos drogadas. Também, temos recebido queixas de
famílias que já não encontram soluções para com os seus parentes e a maior parte das crianças atendidas
são provenientes de Matola A e F”. (Em entrevista com o DGPPCD).
Várias brigadas do GPPCD deslocam-se para diversas escolas da Província de Maputo, a
fim de realizar palestras e outras actividades desportivas com vista a prevenir e combater o
contacto com as drogas e outros estupefacientes, como afirma o Director:
“(…) temos feito palestras nas instituições de ensino e outras, inclusive nas comunidades
referindo o facto da venda e consumo de drogas estarem a se traduzir no aumento da violência, da
criminalidade e dos casos de infeção do vírus HIV/SIDA (...)”. (Em entrevista com o DGPPCD).

Locais com maior incidência de ocorrência de crimes da venda e consumode estupefacientes


O consumo de álcool e outras drogas é feito nas proximidades das escolas ou nos locais de
diversão nocturna, mercados, principalmente nos locais de venda e consumo de bebidas
alcoólicas.
Segundo os dados obtidos no campo de pesquisa 55% dos alunos ja foram aliciados a
vender drogas em troca de valores monetários, focando-se nas escolas Secundárias. Esta
actividade também é exercida nos mercados onde 65% dos vendedores de bebidas alcoolicas
afirmam ter sido aliciados a vender drogas ilegais nos seus estabelecimentos em troca de valores
monetários.
De facto, tanto para os vendedores, peões e ainda os alunos, o nível do crime está
estritamente relacionado com o desemprego e os baixos rendimentos que suscitam de mais de um
emprego para suprir as necessidades que lhes apoquentam, acabando por se envolver em actos
ilícitos como a venda de estupefacientes.
Os resultados obtidos demonstram que tanto nas escolas, como nos mercados,
principalmente nos postos de venda e consumo de bebidas alcoólicas incluindo as de fabrico
caseiro há ocorrência de inúmeros casos criminais relacionados com a venda e consumo de
estupefacientes. Deste modo, os vendedores de estupefacientes recorrem aos locais onde se
verifica a concentração de população apotencial, avaliam os riscos e os benefícios na alocação
dos seus produtos.
O estudo apurou-se que o consumo de estupefacientes está aliado a crenças ou concepções
de que estas substâncias constituem uma fonte de energia para o trabalho.
Os dados recolhidos no campo de pesquisa mostram que o nível de venda e consumo de
drogas, na Província de Maputo registou um aumento no primeiro trimestre do ano 2014, se
comparado ao igual período de 2013 (Relatórios do GPPCD). Dado que, no primeiro trimestre do
ano 2014 deram entrada no gabinete 768 casos contra 734 de 2013.
Olhando para o primeiro semestre do ano 2015, se comparado com o mesmo período do
ano 2012, verifica-se um grande crescimento na venda e consumo de estupefacientes
especificamente dodo que no primeiro semestre do ano 2015 verificaram-se 379 casos contra 294
de 2012 (Relatórios do GPPCD).
Como consequência de consumo de drogas ilícitas, o Director explicou que há um grande
número de cidadãos que sofre de perturbações mentais. As pessoas com estes problemas são
enviadas para o Hospital Psiquiátrico de Infulene.
Perfil dos vendedores de estupefacientes

Em relação ao perfil dos vendedores de substâncias estupefaciêntes os dados mostram que


maior parte são indivíduos carenciados, estudantes, jovens e desempregados sendo que a droga
mais predominante na venda é a cannabis sativa.
No entanto, segundo os dados recolhidos a partir dos inquéritos, 65% dos alunos tem
amizades com indivíduos que vendem estupefaciente, sendo vulneráveis ao aliciamento para a
entrada no cenário do crime. Estes alunos, olhando para o sucesso daqueles que exercem essa
actividade ilícita acabem se desviando e se submeterem ao crime.
Segundo o Comandante da 6ª Esquadra, as vendas verificam-se todos os dias e com maior
fluxo no período diúrno até as primeiras horas da noite e a faixa etária que mais se envolve na
venda é a de jovens com idades compreendidas entre 15 e 35 anos, com maior destaque para
jovens do sexo masculino.
De acordo com a Directora da Escola Secundaria S. Francisco de Assis:
“Maior parte dos casos os pais tem conhecimento do comportamento do filhos mas ficam na
espectactiva de que tendo saído de uma escola e se livrado de certas amizades o aluno não mais vai se
envolver nestes crimes. Outros casos são os próprios pais que vem se queixar pelo comportamento dos
seus educandos em casa que revela muita agressividade e quando investigados estão envolvidos às
drogas”. (Em entrevista com a Directora da ESSFA).
Os resultados da pesquisa mostram haver algum encobrimento dos pais aos filhos perante
estes actos, uma vez que não se preocupam com o futuro dos mesmos, tendo em conta as
consequências do consumo destas drogas, lhes importando apenas o facto de os filhos saírem de
casa para a escola, sem acompanhamento devido. Sendo assim, é difícil fazer o acompanhamento
do desenvolvimento do educando, uma vez que os pais assumem e não se preocupam com o
comportamento desviante de seus filhos, muito menos consideram a possibilidade de reabilitá-
los. Abundando assim na mente dos pais o espírito do princípio “laissez faire, laissez passer.”

Conclusões e Sugestões
O objectivo principal deste trabalho consistiu em analisar o problema de venda e consumo
de estupefacientes na área de jurisdição da 6ª Esquadra da PRM na Província de Maputo.
O estudo concluiu que a ocorrência do crime de venda e consumo de estupefacientes na
área de jurisdição da 6ª Esquadra é influenciada por razões de ordem económica e pela
globalização. Com efeito, o perfil de criminosos inclui maioritariamente jovens de sexo
masculino dos 15 a 35 anos de idade, desempregados ou com emprego de remuneração baixa e
economicamente vulneráveis. Portanto, a venda de estupefacientes é uma actividade exercida
como emprego por muitos jovens, isto é, por um lado o custo de vida lhes faz optar por este
caminho e por outro a influência de referências do mundo cinematográfico. Com efeito, através
da media ou revistas, muitas vezes, os jovens assumem e procuram imitar comportamentos dos
seus ídolos, de entre actores de filmes ou personalidades de música, acabando por se envolver no
consumo de estupefacientes.
Em relação à distribuição espacial de ocorrências do crime objecto de análise, verificou-se
que o bairro Patrice Lumumba apresenta um índice elevado de venda e consumo de
estupefacientes com destaque a cannabis sativa, enquanto o bairro do Infulene apresenta um
índice reduzido. A preferência pela cannabis sativa tem a ver com o custo e com a concepção
mitológica de que esta constitue fonte de energia física.
Assume-se ainda que a venda e consumo de estupefacientes não são feitos em qualquer
local, mas sim em lugares onde se verifica um permanente contigente populacional, isto é, onde
sempre se verificam indivíduos susceptíveis a compra e consumo dos mesmos como escolas e as
suas proximidades, locais de diversão nocturna e mercados compostos por barracas que se
dedicam à venda de bebidas alcoólicas.

Sugestões
Sugere-se que em futuros trabalhos de pesquisas científicas relacionadas com o problema da
venda e consumo de estupefacientes se explore mais bairros em que a maior parte da população
se encontre economicamente estável para ver o contraste;
Sugere-se ainda a criação de um sistema de mapeamento dos locais de venda e consumo de
estupefacientes de modo a facilitar o controlo dos mesmos pelas instituições policiais. Palestras
nas escolas e mercados e divulgação através dos medias na disseminação de informações sobre o
risco que os estupefacientes provocam no consumidor e na sua família ou comunidade;
É desejável um bom relacionamento entre as autoridades policiais e as comunidades locais
para que as mesmas possam participar na denúncia dos casos de venda e consumo de
estupefacientes. Do mesmo modo, é necessário melhorar a cooperação e coordenação com
diversas entidades e Forças de Defesa e Segurança no âmbito da prevenção e combate ao crime
da venda de estupefacientes.
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Legislação e outros documentos

Constituição da República de Moçambique (2004);


Decreto 54/2013 de 7 de Outubro;
Diploma nº 1/2001 de 10 de Janeiro;
Lei nº 3/1997 de 13 de Março;
Mapa operativo da 6ª Esquadra da PRM – Província de Maputo (2008);
Plano Quinquenal do Governo (2015-2019);
Relatório do Comando Provincial da PRM – Província de Maputo;
Relatório do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP 2010).
Relatório referente ao ano de 2010, 6ª Esquadra da PRM: Província de Maputo;
Relatório referente ao ano de 2015, 6ª Esquadra da PRM: Província de Maputo.

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