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Universidade Estácio de Sá

Engenharia de Petróleo

Renata Mello

GÁS LIFT
Rio de Janeiro, 07 de Outubro de 2020
A elevação natural utiliza apenas a própria energia do reservatório para elevar
os fluidos da zona produtora até a superfície. Porém em alguns casos essa pressão
não é suficiente para manter o poço com altos valores de produção, nesses casos é
preciso utilizar métodos para aumentar a energia ao fluido.
Uma das soluções para esses casos é o Gás Lift. Este método de elevação é
empregado não somente em poços sem surgência, mas também em poços que se
deseja aumentar a produção. Consiste basicamente na injeção de gás num
determinado ponto da coluna, reduzindo a densidade média dos fluidos produzidos.
Isto provoca uma diminuição no gradiente de pressão ao longo da tubulação e,
consequentemente, menor pressão requerida no fundo do poço resultando no
aumento da vazão de produção.
Embora existam variações, o esquema básico de um poço equipado para
produzir por gas-lift é mostrado na figura a seguir. Ao longo da coluna de produção
estão distribuídos alguns mandris de gas-lift contendo cada um uma válvula de gas-
lift. O gás é normalmente injetado através do espaço anular revestimento coluna de
produção e penetra na coluna por meio das válvulas especialmente desenhadas
para essa finalidade.

Os sistemas de gas-lift podem ser divididos em dois tipos: contínuo e


intermitente. O contínuo está intimamente ligado à gaseificação do fluido e a
consequente redução de sua densidade. O gás é injetado de forma controlada e
contínua.
Já o intermitente consiste no deslocamento de golfadas de fluido para a
superfície através da injeção cíclica de gás a alta pressão na base da golfada. Essa
injeção de gás é feita a intervalos de tempo bem definidos, e é normalmente
controlada por uma válvula na superfície chamada de válvula motora ou motor valve.
A escolha entre gas-lift contínuo (GLC) e intermitente (GLI) depende de
inúmeros fatores, sendo os principais o índice de produtividade (IP) e a pressão
estática (Pe), conforme mostra a tabela abaixo.

Para o GLC existem poucas variações em relação ao projeto de uma


instalação convencional. Para o GLI, entretanto, estão disponíveis pelo menos
quatro variantes utilizadas hoje na Petrobras: GLI convencional, GLI com pistão, GLI
com câmara de acumulação e pig lift.
A diferença básica entre os tipos de gás lift é o período de injeção do gás na
coluna. No gás lift contínuo o gás é injetado continuamente por uma válvula sempre
aberta, já no gás lift intermitente o gás é injetado em períodos de tempo por uma
válvula que se mantém fechada e só se abre no momento de injeção do gás.
O único equipamento adicional utilizado no GLI em relação ao GLC é a
válvula de pé. Instalada na extremidade inferior da coluna de produção, impede o
retorno de fluido para o interior da formação no momento da elevação da golfada.
Dentre os métodos de elevação artificial, o gas-lift contínuo é um dos
sistemas mais utilizados, principalmente em poços submarinos, devido a sua
robustez, simplicidade e capacidade de operar em largas faixas de vazão. É um
método muito versátil em termos de vazão (1 a 1700 m³/dia), de profundidade (até
2600 metros, dependendo da pressão do gás de injeção), e é propício para poços
que produzem fluidos com alto teor de areia, elevada razão gás-líquido, além de
exigir investimentos relativamente baixos para poços profundos.
Para o gás lift intermitente, normalmente sua aplicabilidade se restringe a
poços com baixa pressão de fundo (alto ou baixo IP) e poços com alta pressão de
fundo, mas baixo IP. Como consequência, este é um método aplicável a poços que
produzem baixas vazões.

Bibliografia
Apostila Petrobras – Gás Lift Continuo
(https://www.passeidireto.com/arquivo/43857219/gas-lift-continuo)
https://arquivos.info.ufrn.br/arquivos/2015163011def02402306600d14c82511/TCC_-
_2014.2_-_Joo_Maria_de_Gois_Junior.pdf
http://camposmarginais.blogspot.com/2012/03/o-metodo-gas-lift.html
http://www.petroleo.ufc.br/index.php?
option=com_content&task=view&id=389&Itemid=56

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