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Título: ALTERAÇÃO DE POSICIONAMENTO REMUNERATÓRIO. OPÇÃO GESTIONÁRIA. SISTEMA


INTEGRADO DE GESTÃO E AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (SIADAP).
AVALIAÇÕES RELEVANTES

Data: 30-05-2019 Parecer N.º: 47/2019

Informação N.º: I05731-2019-DSAL

Solicitou o Município de ..... a esta Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional a emissão de parecer
jurídico sobre o assunto acima mencionado, pelo que, na sequência do que nos foi superiormente determinado,
cumpre à Divisão de Apoio Jurídico agir em conformidade.

Eis as questões, tal como se encontram formuladas no pedido de parecer:

O Orçamento de Estado para 2019 veio permitir as valorizações e acréscimos remuneratórios resultantes dos
seguintes atos: alteração obrigatória de posicionamento remuneratório já contemplada no artigo 18.° do OE para
2018; alterações gestionárias de posicionamento remuneratório e atribuição de prémios de desempenho.

No que se refere as alterações obrigatórias de posicionamento remuneratório, os serviços de Recursos Humanos


do Município não tem qualquer dúvida em relação aos pontos a somar, porquanto a legislação é clara: o n.° 2 do
artigo 16.° do OE para 2019 menciona que "relevam para o efeito, os pontos ainda não utilizados que o
trabalhador tenha acumulado durante o período de proibição de valorizações remuneratórias".

No que se refere a alteração de posicionamento remuneratório por opção gestionária, atento o disposto no n.° 3
do referido artigo 1 6.°, e considerando que é intenção do município aplicar a todas as carreiras e categorias de
trabalhadores que reúnam os requisitos legais, a alteração de posicionamento remuneratório por Opção
Gestionária no presente ano, surgem-nos algumas dúvidas de relativa importância, para as quais solicitamos
parecer jurídico, nomeadamente:
- Considerando que o n.° 2 do artigo 156.° da LTFP refere que "...são elegíveis para beneficiar de alteração do
posicionamento remuneratório os trabalhadores do órgão ou serviço, onde quer que se encontrem em exercício
de funções, que, na falta de lei especial em contrario, tenham obtido, nas últimas avaliações do seu desempenho
referido às funções exercidas durante o posicionamento remuneratório em que se encontram:
a) Uma menção máxima;
b) Duas menções consecutivas imediatamente inferiores às máximas; ou
c) Três menções consecutivas imediatamente inferiores às referidas na alínea anterior; desde que
consubstanciem desempenho positivo", pergunta-se:
- A um técnico superior que alterou o posicionamento remuneratório em 2018 em virtude de deter 14 pontos
acumulados durante o período de proibição de valorizações remuneratórias, sobraram 4 pontos correspondentes
à avaliação de relevante obtida no biénio 2015/2016. Por via da avaliação atribuída em 2019, relativa ao biénio
2017/2018, obteve novo relevante. Pelo facto do trabalhador deter em 2019 "duas menções consecutivas
imediatamente inferiores às máximas", pode o mesmo usufruir da opção gestionária?

É entendimento dos serviços de Recursos Humanos desta autarquia que, de acordo com o mencionado artigo
156.°, a menção de relevante obtida em 2015/2016 pelo trabalhador não releva para acumulação com a avaliação
de 2017/2018 para efeitos de opção gestionária, uma vez que, em regra, as avaliações que relevam para efeitos
de alteração de posicionamento remuneratório são as obtidas durante o mesmo posicionamento remuneratório, e
que a única excepção que o legislador parece admitir em relação à utilização dos pontos sobrantes apenas
contempla as alterações obrigatórias de posicionamento remuneratório, estipulada no n.° 2 do artigo 16.° do OE
para 2019.
De referir que o n.° 3 do mesmo artigo em relação à opção gestionária, apenas remete para o artigo 158.° da
LTFP, e não menciona qualquer excepção. Assim sendo, e no entender dos serviços, os 4 pontos sobrantes do
trabalhador apenas serão utilizados quando, por acumulação com a avaliação do biénio 2019/2020, perfizer os 10
pontos necessários para uma alteração de posicionamento obrigatório.

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Como devemos então proceder no caso em apreço, bem como nos demais em situação semelhante?

Informando:

1. A Lei nº 35/2014, de 20 de Junho,(1) aprova em anexo a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP).
Na economia da presente informação, são de considerar as seguintes disposições desta Lei:

Artigo 156.º
Regra geral de alteração do posicionamento remuneratório
1 - Os trabalhadores com vínculo de emprego público podem ver alterado o seu posicionamento remuneratório na
categoria para a posição remuneratória imediatamente seguinte àquela em que se encontram, nos termos do
presente artigo.
2 - São elegíveis para beneficiar de alteração do posicionamento remuneratório os trabalhadores do órgão ou
serviço, onde quer que se encontrem em exercício de funções, que, na falta de lei especial em contrário, tenham
obtido, nas últimas avaliações do seu desempenho referido às funções exercidas durante o posicionamento
remuneratório em que se encontram:
a) Uma menção máxima;
b) Duas menções consecutivas imediatamente inferiores às máximas; ou
c) Três menções consecutivas imediatamente inferiores às referidas na alínea anterior, desde que
consubstanciem desempenho positivo.
3 - Os trabalhadores a que se refere o número anterior são ordenados, dentro de cada universo, por ordem
decrescente da classificação quantitativa obtida na última avaliação do seu desempenho.
4 - Em face da ordenação referida no número anterior e até ao limite do montante máximo dos encargos fixado
por cada universo, nos termos dos n.ºs 2 e 3 do artigo 158.º, é alterado o posicionamento remuneratório do
trabalhador, salvo o disposto no número seguinte.
5 - Não há lugar a alteração do posicionamento remuneratório quando, não obstante reunidos os requisitos
previstos no n.º 2, o montante máximo dos encargos fixado para o universo em causa se tenha previsivelmente
esgotado, no quadro da execução orçamental em curso, com a alteração relativa a trabalhador ordenado
superiormente.
6 - Para efeitos do disposto nas alíneas b) e c) do n.º 2, são também consideradas as menções obtidas que
sejam superiores às nelas referidas.
7 - Há lugar a alteração obrigatória para a posição remuneratória imediatamente seguinte àquela em que o
trabalhador se encontra, quando a haja, independentemente dos universos definidos nos termos do artigo 158.º,
quando aquele, na falta de lei especial em contrário, tenha acumulado 10 pontos nas avaliações do desempenho
referido às funções exercidas durante o posicionamento remuneratório em que se encontra, contados nos
seguintes termos:
a) Seis pontos por cada menção máxima;
b) Quatro pontos por cada menção imediatamente inferior à máxima;
c) Dois pontos por cada menção imediatamente inferior à referida na alínea anterior, desde que consubstancie
desempenho positivo;
d) Dois pontos negativos por cada menção correspondente ao mais baixo nível de avaliação.
8 - Na falta de lei especial em contrário, a alteração do posicionamento remuneratório reporta-se a 1 de janeiro do
ano em que tiver lugar.

Artigo 157.º
Regras especiais de alteração do posicionamento remuneratório
1 - O dirigente máximo do órgão ou serviço pode, ouvido o Conselho Coordenador da Avaliação ou o órgão com
competência equiparada, alterar o posicionamento remuneratório de trabalhador para a posição remuneratória
imediatamente seguinte àquela em que ele se encontra, mesmo que não se encontrem reunidos os requisitos
previstos no n.º 2 do artigo anterior, desde que o trabalhador tenha obtido a menção máxima ou a imediatamente
inferior e se inclua nos universos definidos para a alteração de posicionamento remuneratório nos termos e limites
do artigo anterior.
2 - O dirigente máximo do órgão ou serviço pode, ouvido o Conselho Coordenador da Avaliação ou o órgão com
competência equiparada, determinar que a alteração do posicionamento na categoria de trabalhador se opere

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para qualquer outra posição remuneratória seguinte àquela em que ele se encontra, desde que o trabalhador
esteja incluído no universo de trabalhadores incluídos para alteração de posicionamento remuneratório e nos
termos e limites fixados no artigo anterior.
3 - O disposto no número anterior tem como limite a posição remuneratória máxima para a qual tenham alterado o
seu posicionamento os trabalhadores que, no âmbito do mesmo universo, se encontrem ordenados
superiormente.
4 - As alterações do posicionamento remuneratório previstas no presente artigo são fundamentadas e tornadas
públicas, com o teor integral da respetiva fundamentação e do parecer do Conselho Coordenador da Avaliação ou
do órgão com competência equiparada, por publicação na 2.ª série do Diário da República, por afixação no órgão
ou serviço e por divulgação em página eletrónica, sendo ainda aplicável o disposto no n.º 8 do artigo anterior.

Artigo 158.º
Alteração do posicionamento remuneratório por opção gestionária
1 - O dirigente máximo do serviço, de acordo com as verbas orçamentais previstas, estabelece as verbas
destinadas a suportar os encargos decorrentes de alterações do posicionamento remuneratório na categoria dos
trabalhadores do órgão ou serviço.
2 - A decisão referida no número anterior fixa, fundamentadamente, o montante máximo, com as desagregações
necessárias, dos encargos que o órgão ou serviço se propõe suportar, bem como o universo das carreiras e
categorias onde as alterações do posicionamento remuneratório na categoria podem ter lugar.
3 - O universo referido no número anterior pode ainda ser desagregado, quando assim o entenda o dirigente
máximo, em função:
a) Da atribuição, competência ou atividade que os trabalhadores integrados em determinada carreira ou titulares
de determinada categoria devam cumprir ou executar;
b) Da área de formação académica ou profissional dos trabalhadores integrados em determinada carreira ou
titulares de determinada categoria, quando tal área de formação tenha sido utilizada na caracterização dos postos
de trabalho contidos nos mapas de pessoal.
4 - Para efeitos do disposto nos números anteriores, as alterações podem não ter lugar em todas as carreiras, ou
em todas as categorias de uma mesma carreira ou ainda relativamente a todos os trabalhadores integrados em
determinada carreira ou titulares de determinada categoria.
5 - A decisão é tornada pública por afixação no órgão ou serviço e divulgação em página eletrónica.

2. Por sua vez, a Lei nº 66-B/2007, de 28 de dezembro, estabelece o Sistema Integrado de Gestão e Avaliação
do Desempenho na Administração Pública (SIADAP),(2) de onde destacamos, com interesse para a matéria, os
seguintes preceitos:

Artigo 41.º
Periodicidade
1 - A avaliação do desempenho dos trabalhadores é de caráter bienal, sem prejuízo do disposto na presente lei
para a avaliação a efetuar em modelos adaptados do SIADAP.
2 - A avaliação respeita ao desempenho dos dois anos civis anteriores.

Artigo 42.º
Requisitos funcionais para avaliação
1 - No caso de trabalhador que, no ano civil anterior ao da realização do ciclo avaliativo, tenha constituído relação
jurídica de emprego público há menos de seis meses, o desempenho relativo a este período é objeto de avaliação
conjunta com o do ciclo seguinte.
2 - No caso de trabalhador que, no biénio anterior, tenha relação jurídica de emprego público com, pelo menos,
um ano e o correspondente serviço efetivo, independentemente do serviço onde o tenha prestado, o desempenho
é objeto de avaliação nos termos do presente título.
3 - O serviço efectivo deve ser prestado em contacto funcional com o respectivo avaliador ou em situação
funcional que, apesar de não ter permitido contacto directo pelo período temporal referido no número anterior,
admita, por decisão favorável do Conselho Coordenador da Avaliação, a realização de avaliação.
4 - No caso previsto no n.º 2, se no decorrer do biénio anterior e ou período temporal de prestação de serviço
efetivo se sucederem vários avaliadores, o que tiver competência para avaliar no momento da realização da
avaliação deve recolher dos demais os contributos escritos adequados a uma efetiva e justa avaliação.

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5 - No caso de quem, no biénio anterior, tenha relação jurídica de emprego público com pelo menos um ano, mas
não tenha o correspondente serviço efetivo conforme definido na presente lei ou, estando na situação prevista no
n.º 3, não tenha obtido decisão favorável do Conselho Coordenador da Avaliação, não é realizada avaliação nos
termos do presente título.
6 - No caso previsto no número anterior releva, para efeitos da respetiva carreira, a última avaliação atribuída nos
termos da presente lei ou das suas adaptações, não incidindo sobre os trabalhadores abrangidos por esta medida
as percentagens previstas no n.º 1 do artigo 75.º
7 - Se no caso previsto no n.º 5 o titular da relação jurídica de emprego público não tiver avaliação que releve nos
termos do número anterior ou se pretender a sua alteração, requer avaliação do biénio, feita pelo Conselho
Coordenador da Avaliação, mediante proposta de avaliador especificamente nomeado pelo dirigente máximo do
serviço. de emprego público não tiver avaliação que releve nos termos do número anterior ou se pretender a sua
alteração, requer avaliação anual, feita pelo Conselho Coordenador da Avaliação, mediante proposta de avaliador
especificamente nomeado pelo dirigente máximo do serviço.

Artigo 50.º
Avaliação final
1 - A avaliação final é o resultado da média ponderada das pontuações obtidas nos dois parâmetros de avaliação.
2 - Para o parâmetro «Resultados» é atribuída uma ponderação mínima de 60 % e para o parâmetro
«Competências» uma ponderação máxima de 40 %.
3 - Por despacho do membro do Governo responsável pela área da Administração Pública, podem ser
estabelecidos limites diferentes dos fixados no número anterior em função de carreiras e, por despacho conjunto
com o membro do Governo da tutela, podem igualmente ser fixados outros limites diferentes para carreiras
especiais ou em função de especificidades das atribuições de serviços ou da sua gestão.
4 - A avaliação final é expressa em menções qualitativas em função das pontuações finais em cada parâmetro,
nos seguintes termos:
a) Desempenho relevante, correspondendo a uma avaliação final de 4 a 5;
b) Desempenho adequado, correspondendo a uma avaliação final de desempenho positivo de 2 a 3,999;
c) Desempenho inadequado, correspondendo a uma avaliação final de 1 a 1,999.
5 - À avaliação final dos trabalhadores é aplicável o disposto no n.º 12 do artigo 36.º

Artigo 51.º
Reconhecimento de excelência
1 - A atribuição da menção qualitativa de Desempenho relevante é objecto de apreciação pelo Conselho
Coordenador da Avaliação, para efeitos de eventual reconhecimento de mérito significando Desempenho
excelente, por iniciativa do avaliado ou do avaliador.
2 - A iniciativa prevista no número anterior deve ser acompanhada de caracterização que especifique os
respectivos fundamentos e analise o impacte do desempenho, evidenciando os contributos relevantes para o
serviço.
3 - O reconhecimento do mérito previsto no n.º 1 é objecto de publicitação no serviço pelos meios internos
considerados mais adequados.
4 - Para efeitos de aplicação da legislação sobre carreiras e remunerações, a avaliação máxima nela prevista
corresponde à menção qualitativa de Desempenho excelente.

3. O Orçamento do Estado para 2019 foi aprovado pela Lei nº Lei nº 71/2018, de 31 de dezembro (LOE 2019),
havendo a realçar o disposto no seu artigo 16º, cujo texto é o seguinte:

Artigo 16.º
Valorizações remuneratórias
1 - Para os titulares dos cargos e demais pessoal identificado no n.º 9 do artigo 2.º da Lei n.º 75/2014, de 12 de
setembro, em 2019 são permitidas as valorizações e acréscimos remuneratórios resultantes dos atos previstos
nos números seguintes.
2 - São permitidas alterações obrigatórias de posicionamento remuneratório, progressões e mudanças de nível ou
escalão, relevando, para o efeito, os pontos ainda não utilizados que o trabalhador tenha acumulado durante o
período de proibição de valorizações remuneratórias, e sendo o pagamento dos acréscimos remuneratórios a que
o trabalhador tenha direito por via de situações ocorridas em 2018 ou que ocorram em 2019 processado com o

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faseamento previsto para 2019 no n.º 8 do artigo 18.º da Lei do Orçamento do Estado de 2018, aprovada pela Lei
n.º 114/2017, de 29 de dezembro.
3 - São permitidas alterações gestionárias de posicionamento remuneratório, nos termos do artigo 158.º da Lei
Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua
redação atual, dentro da dotação inicial aprovada para este mecanismo, com aplicação do faseamento previsto
no número anterior.
4 - É permitida a atribuição de prémios de desempenho ou outras prestações pecuniárias de natureza afim, de 50
% do valor regulamentado dentro da dotação inicial aprovada para o pagamento de prémios de desempenho,
abrangendo preferencialmente os trabalhadores que não tenham tido alteração obrigatória de posicionamento
remuneratório desde 1 de janeiro de 2018.
5 - São também permitidas, em todas as carreiras que o prevejam, valorizações e acréscimos remuneratórios
resultantes de promoções, nomeações ou graduações em categoria ou posto superiores aos detidos, incluindo
nos casos em que dependam da abertura de procedimentos concursais para categorias superiores de carreiras
pluricategoriais, gerais ou especiais, ou, no caso das carreiras não revistas e subsistentes, incluindo carreiras e
corpos especiais, para as respetivas categorias de acesso, assim como de procedimentos internos de seleção
para mudança de nível ou escalão, que tenham despacho prévio favorável dos membros do Governo
responsáveis pela área em que se integra o órgão, serviço ou entidade em causa e pela área das finanças e
Administração Pública, com exceção dos órgãos e serviços das administrações regional e local, em que a
emissão daquele despacho compete ao presidente do respetivo órgão executivo das regiões autónomas e das
autarquias locais.
6 - No âmbito do subsistema de avaliação de desempenho dos serviços (SIADAP 1), os Quadros de Avaliação e
Responsabilização (QUAR) em todos os departamentos governamentais devem, para o ciclo de avaliação de
2019:
a) Garantir a introdução nos QUAR de todos os serviços, na dimensão eficiência, de um objetivo de
operacionalização atempada dos atos a que se refere o n.º 2;
b) Definir como indicador de monitorização a data de processamento da valorização remuneratória;
c) Estabelecer como meta o mês seguinte ao termo do processo de avaliação de desempenho do trabalhador
para 90 % dos trabalhadores;
d) Assegurar que a ponderação deste objetivo no eixo em que se insere representa no mínimo 50 % do mesmo,
não podendo ter um peso relativo no QUAR inferior a 30 %.
7 - A não observância do disposto no número anterior, assim como o não cumprimento da meta estabelecida para
o referido objetivo, para além de ter reflexos na avaliação de desempenho do serviço, releva para efeitos de
avaliação do desempenho dos dirigentes, nomeadamente a avaliação das respetivas comissões de serviço, em
particular para efeitos de ponderação da respetiva renovação.
8 - Aos trabalhadores de pessoas coletivas de direito público dotadas de independência decorrente da sua
integração em áreas de regulação, supervisão ou controlo, bem como aos titulares de cargos e demais pessoal
integrado no setor público empresarial, é aplicável o disposto nos respetivos instrumentos de regulamentação
coletiva de trabalho, quando existam.
9 - Os atos praticados em violação do disposto no presente artigo são nulos e fazem incorrer os seus autores em
responsabilidade civil, financeira e disciplinar.
10 - Para efeitos da efetivação da responsabilidade financeira a que se refere o número anterior, consideram-se
pagamentos indevidos as despesas realizadas em violação do disposto no presente artigo.

4. A Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), elaborou um conjunto de Perguntas


Frequentes sobre a aplicação da LOE 2019, disponíveis no seu sítio da Internet,(3) sobressaindo, no que ao caso
diz respeito, as nºs 2 e 3, cujo conteúdo se transcreve:

»2. Um trabalhador que tenha tido alteração obrigatória de posicionamento remuneratório em 2018, pode ter nova
alteração de posicionamento remuneratório em 2019?
Sim, se a soma dos pontos não utilizados na alteração de posicionamento remuneratório de 2018 (pontos
sobrantes) com os pontos correspondentes à avaliação do biénio 2017/2018 totalizar 10 pontos, ou se reunir o
número de menções qualitativas exigidas para alteração gestionária, neste caso sujeita à dotação orçamental
prevista para o respetivo universo.
Atualizado em : 14/feb/2019

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»3. Os acréscimos remuneratórios a que o trabalhador tenha direito por força de alteração, obrigatória ou
gestionária, do seu posicionamento remuneratório, progressão e mudanças de nível ou escalão, estão sujeitos a
pagamento faseado?
Sim.
O pagamento desses acréscimos remuneratórios, devidos por via de situações ocorridas em 2018, ou que
ocorram em 2019, é processado de acordo com o faseamento previsto para 2019 na LOE 2018:
50% dos acréscimos de janeiro a abril de 2019;
75% dos acréscimos de 1 de maio a 30 de novembro de 2019;
100% a partir de 1 de dezembro de 2019 (artigo 16.º, n.ºs 2 e 3).
Note-se que, em 2019 já não é aplicável a percentagem de 25%, uma vez que esta evoluiu para 50% a partir de 1
de setembro de 2018, evoluindo ainda ao longo de 2019 para 75% em 1 de maio e para 100% a partir de 1 de
dezembro.
Atualizado em :1/apr/2019

5. A alteração de posicionamento remuneratório por opção gestionária voltou a ser possível, em virtude do
disposto no nº 3 do artigo 16º da LOE 2019, obedecendo à existência de dotação inicial aprovada para este
mecanismo, e ao faseamento previsto no número 2 do mesmo preceito. No resto, aplica-se o disposto nos artigos
156º a 158º da LTFP.

Assim, pode o órgão competente determinar a alteração gestionária dos trabalhadores que, dentro do universo
previamente definido, possuam, em matéria de avaliação de desempenho, uma menção qualitativa máxima, duas
menções consecutivas imediatamente inferiores às máximas, ou três menções consecutivas imediatamente
inferiores às referidas na alínea anterior, desde que consubstanciem desempenho positivo - cfr. artigos 156º, nºs
1 a 6, e 158º.

Reunidas a condições legais, e uma vez determinada pelo órgão competente, a alteração por opção gestionária
processa-se, em regra, para a posição remuneratória seguinte (em função da carreira ou categoria em que o
trabalhador está integrado), da tabela remuneratória única (TRU),(4) relativamente àquela em que o trabalhador
se encontra posicionado.

6. Aqui chegados, e dando resposta ao solicitado, deve dizer-se que, considerando o teor das FAQ acima
transcritas, segundo a leitura que delas fazemos, entende a DGAEP que é relevante, para efeitos de alteração de
posicionamento remuneratório por opção gestionária em 2019, a menção qualitativa não utilizada para a alteração
obrigatória de posicionamento remuneratório ocorrida em 2018 (por exemplo, a correspondente ao biénio
2015/2016),(5) a acrescer à menção qualitativa obtida no biénio 2017/2018.

__________
(1) Com a redação dada pela Declaração de Retificação nº 37-A/2014, de 19 de agosto, e pelas Leis nºs
82-B/2014, de 31 de dezembro, 84/2015, de 7 de agosto, 18/2016, de 20 de junho, 42/2016, de 28 de dezembro,
25/2017, de 30 de maio, 70/2017, de 14 de agosto, 73/2017, de 16 de agosto, 49/2018, de 14 de agosto, 71/2018,
de 31 de dezembro, e pelo Decreto-Lei nº 6/2019, de 14 de janeiro.
(2) Alterada pelas Leis nºs Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro; e 55-A/2010, de 31 de dezembro. Na
admi-nistração local autárquica, há que contar ainda com o Decreto Regulamentar n.º 18/2009, de 4 de setembro,
que procede à adaptação à Administração Autárquica do Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho na
Administração Pública (SIADAP).
(3) Vide FAQ's - LOE 2019, VALORIZAÇÕES REMUNERATÓRIAS, no endereço
https://www.dgaep.gov.pt/index.cfm?OBJID=b8a129f3-8eb7-4b56-932f-f084b9abab44&ID=66000000
(4) Aprovada pela Portaria nº 1553-C/2008, de 31 de dezembro.
(5) Alteração esta ocorrida nos termos e por força do artigo 18º da LOE 2018, aprovada pela Lei nº 114/2017,de
29 de dezembro.

Relator: António Carrilho Velez

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