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VIGILÂNCIA SANITÁRIA
ALIMENTOS, MEDICAMENTOS, PRODUTOS E SERVIÇOS DE INTERESSE À SAÚDE
Guia Didático
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S U M Á R I O
INTRODUÇÃO 6 / 12
O que é vigilância sanitária – Como funciona o Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária – O que faz – Os direitos do consumidor: a quem recorrer.
ALIMENTOS 13 / 34
As doenças veiculadas por alimentos – Como produzir alimentos saudáveis
e quem garante isso – Como conservar – Segurança alimentar – Para que
serve o rótulo e o que observar nele – Direitos e responsabilidades dos con-
sumidores: onde e como reclamar e denunciar.
MEDICAMENTOS 35 / 62
Automedicação, nunca mais – Publicidade de medicamentos – Quem recei-
ta e como é a relação com o paciente – Genéricos e tipos de medicamentos
– Cuidados ao tomar, guardar e descartar medicamentos – A bula –
Medicamentos fornecidos pelo SUS – O papel da vigilância sanitária –
Direitos e deveres dos consumidores: onde e como reclamar e denunciar.
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Vigilância Sanitária
Guia didático
© Copyright 2007
Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
SUPERVISÃO – ANVISA
Gerência Geral de Alimentos: Ana Virgínia de Almeida Figueiredo, Ângela Karinne
Fagundes de Castro, Karem Gomes Modernell, Laura Misk de Faria, Paula Roberta
Mendes, Reginalice Maria da Graça Bueno, Rodrigo Martins Vargas, Thalita Antony
de Souza Lima
Gerência Geral de Medicamentos: Mariângela Torchia do Nascimento
Ouvidoria: Ana Paula Ferrari Lemos Barros, Reginaldo Muniz Barreto (2004 - 2006)
Gerência Geral de Saneantes: Tânia Costa Pich
Gerência Geral de Cosméticos: Josineire Melo Costa Sallum, Christiane da Silva
Coelho, Êrica de Sousa Matos, Ana Cleire Ferreira O. G. Araújo, Luciana Silva Machado
Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde: Flávia Freitas de Paula Lopes,
Sâmia de Castro Hatem, Chiara Chaves Cruz da Silva, Denise Regina Horn, Ericka
França de Araújo, Karla de Araújo Ferreira, Suzie Marie Teixeira Gomes
Assessoria de Comunicação: Tânia Regina Aguilar
Assessoria Técnica: Edson Donagema, Fernanda Moreira Coura
Centro de Gestão do Conhecimento Técnico Científico: Vera Maria Borralho
Bacelar, Kleber Henrique Silva, Claudia Spinola Leal Costa
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A P R E S E N TA Ç Ã O
É com grande satisfação que trazemos O manual divide-se em quatro capítulos: Medicamentos,
a público o “Vigilância Sanitária – Alimentos, Alimentos, Serviços de Interesse à Saúde e Produtos de
Medicamentos, Produtos e Serviços de Interesse à Saúde. Relaciona produtos e estabelecimen-
Interesse à Saúde”. Esta publicação é um tos com o consumidor e esclarece o papel dos órgãos de
dos frutos da parceira que a Agência Vigilância Sanitária (nos níveis municipal, estadual e
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) federal) como mediadores dessa relação. Servirá como
e o Instituto Brasileiro de Defesa do suporte para o trabalho do professor com os alunos em
Consumidor (Idec) estabeleceram visan- sala de aula na abordagem do tema.
do a disseminação de informações sobre Essa parceria mostra como a defesa do consumidor e
um campo específico da Saúde, a vigilân- a vigilância sanitária devem caminhar juntas para o be-
cia sanitária, para o maior número possí- nefício da sociedade. Consideramos o lançamento desta
vel de pessoas. publicação uma poderosa ferramenta para que a atual e
Consideramos a escola, os professores e as novas gerações compreendam melhor a importância
os alunos como um conjunto privilegia- da vigilância sanitária e dos direitos do consumidor no
do e único, campo fértil para aquelas ins- seu cotidiano e que o consumo de bens e produtos de
tituições que procuram trabalhar por trans- saúde, quando necessário, seja feito de forma mais cons-
formações na percepção de temas que ciente. Assim, esperamos que os nossos novos parceiros
venham a melhorar a vida em sociedade. nessa empreitada, aqueles que ora recebem este manual,
No caso em questão, a disseminação de façam bom uso dele.
informações de caráter educativo abar-
cadas pela vigilância sanitária é entendida
pela Anvisa e pelo Idec como importante
para despertar a população para conceitos,
orientações e comportamentos que virão
contribuir para a prevenção de agravos e Dirceu Raposo de Mello Marcos Vinicius Pó
riscos à saúde. Diretor-Presidente da Anvisa Coordenador Executivo do Idec
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INTRODUÇÃO
Todos os anos são registrados no Brasil milhares de tratamento de doenças, serviços médicos,
casos de intoxicação, seja pela ingestão de alimentos hospitalares, odontológicos, estéticos e vá-
contaminados, de medicamentos, uso de agrotóxicos, rios outros. O objetivo da vigilância sani-
produtos de limpeza doméstica, de uso veterinário e tária é evitar a comercialização ou oferta
outras substâncias químicas. No ano de 2003, foram de produtos e serviços inadequados, que
82.716 casos, dos quais apenas 15,1 mil tiveram cura possam acarretar riscos para o consumidor.
confirmada; outros 416 deixaram seqüelas e 530 termi- Ainda que o controle sanitário seja
naram em óbito, segundo dados do Sistema Nacional de essencial e eficaz, não se pode afirmar que
Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox). ele seja capaz de prevenir todos os riscos.
O maior número de intoxicações foi provocada por São tantos os fatores envolvidos na pre-
medicamentos, com 28% dos casos registrados. Em venção de doenças e outros problemas de
segundo lugar estavam os produtos usados na higiene consumo que torna-se impossível garantir
doméstica (os chamados saneantes), como água sanitária segurança absoluta.Apesar das leis e da fis-
e desinfetantes, com 6,8 mil casos; e na seqüência vinham calização, ainda há fornecedores que atuam
os agrotóxicos, com 5,9 mil casos; e os produtos quími- de forma irregular, na clandestinidade,
cos industriais, com 4,5 mil. Os produtos que causaram desrespeitando normas de higiene, falsifi-
o maior número de mortes foram os agrotóxicos de uso cando ou adulterando produtos, enganando
agrícola, com 30,9% dos óbitos, seguidos pelos medica- ou omitindo informações importantes
mentos, com 24,2%. Outro dado alarmante: o número para a segurança do consumidor.
de intoxicações por agrotóxicos agrícolas e domésticos Para combater esse tipo de problema, é
somados aos produtos de uso veterinário e raticidas preciso que a população atue em parceria
praticamente dobrou nos últimos oito anos, passando de com a vigilância sanitária, fiscalizando, recu-
7,8 mil em 1995 para 14.064 em 2003. sando produtos e serviços inadequados ao
As intoxicações são apenas um exemplo dos vários consumo e denunciando práticas ilegais.
problemas de saúde pública que podem ser ocasionados Em contrapartida, é fundamental que a
pelo consumo de certos tipos de produtos e serviços. vigilância sanitária mantenha o consumi-
Por esse motivo, é necessário que todos esses produtos e dor informado sobre os itens que ofere-
serviços sejam seguros e que a população seja informa- cem risco e sobre como evitá-los. Desse
da sobre como utilizá-los, de forma a evitar riscos para modo, o consumidor será capaz de fazer
sua saúde. Esse controle é uma responsabilidade do boas escolhas, rejeitando produtos e
Estado, partilhada entre as três esferas de governo – serviços de origem e eficácia duvidosas, e
União, Estados e Municípios –, e é executado pelos de lidar de forma adequada com esses
órgãos de vigilância sanitária. produtos, tomando os cuidados necessá-
Para garantir a qualidade e a segurança de uma ex- rios durante a manipulação, o preparo, o
tensa lista de produtos e serviços oferecidos à população, armazenamento ou a conservação.
a vigilância sanitária desenvolve diversas atividades que O consumidor deve estar consciente
abrangem todos segmentos do mercado direta ou indi- de que certos produtos precisam de uma
retamente relacionados à saúde. São os setores de ali- atenção especial. Os registros do Sinitox
mentos, medicamentos, saneantes (como cloro, insetici- de 2003 mostram que as maiores vítimas
das, raticidas etc.), equipamentos para diagnóstico e de intoxicações foram crianças menores
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introdução
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vigilância sanitária
maus-tratos na Clínica Santa Genoveva, contratada pelo Como parte integrante do SUS, a vigi-
SUS no Rio de Janeiro. lância sanitária é responsabilidade com-
Para sanear o sistema e devolver sua credibilidade, o partilhada entre as três esferas de governo:
governo decidiu transformar a Secretaria em uma autar- União, Estados e Municípios. A Anvisa
quia, com independência financeira e mais autonomia atua no âmbito federal estabelecendo nor-
para definir regras e disciplinar o mercado, principal- mas gerais, de alcance nacional. Os Esta-
mente a indústria farmacêutica, que historicamente dos também podem estabelecer normas
sempre exerceu fortes pressões sobre o governo. A para suplementar a legislação nacional,
Anvisa, criada por medida provisória aprovada pelo cuja aplicação fica restrita ao seu território.
Congresso Nacional no dia 13 de janeiro de 1999, foi Os Municípios, por sua vez, podem suple-
constituída como uma autarquia, com independência mentar a legislação nacional e estadual, de
administrativa e autonomia financeira, vinculada ao Mi- forma a atender às necessidades e priori-
nistério da Saúde. É comandada por uma diretoria cole- dades locais. Os órgãos de vigilância sanitá-
giada formada por cinco membros, um dos quais é o ria municipais são a instância mais próxima
presidente.Todos são nomeados pelo Presidente da Re- da população e à qual o cidadão deve recor-
pública, com aprovação do Senado Federal, para um rer prioritariamente sempre que precisar es-
mandato de três anos. clarecer dúvidas ou denunciar irregularidades.
A receita da Anvisa provém principalmente das taxas A vigilância sanitária também trabalha
e multas, dotações no orçamento da União, incorpo- em conjunto com setores de outros mi-
ração de bens apreendidos de infratores e recursos pro- nistérios envolvidos em questões que têm
venientes de convênios. As ações da agência estão sujei- a ver com saúde, como o do Trabalho; da
tas ao controle da sociedade, que é feito por meio de Previdência Social; da Agricultura; do Abas-
audiências e consultas públicas e pelo Conselho Consultivo. tecimento e da Reforma Agrária; do Meio
De acordo com a Portaria nº 1565, de 26 de agosto Ambiente; da Educação e do Desporto;
de 1994, a vigilância sanitária e a vigilância epidemio- da Ciência e Tecnologia; da Indústria, Co-
lógica (que trata da prevenção de doenças e agravos mércio e do Turismo e das Relações Exte-
transmissíveis ou não, como dengue, malária, febre ama- riores; e o Departamento Nacional de De-
rela, diabetes, hipertensão, obesidade etc.) atuam em con- fesa do Consumidor, da Secretaria Na-
junto e integram a Vigilância em Saúde, uma área de atua- cional de Direito Econômico do Minis-
ção do SUS voltada exclusivamente à prevenção de doenças. tério da Justiça.
Denúncias sobre problemas sanitários devem ser encaminhadas aos centros de vigilância
sanitária municipais, que são responsáveis pelas ações locais. Caso não haja um centro em
seu município, pode-se recorrer ao centro de vigilância sanitária estadual. Se encontrar difi-
culdades, entre em contato com a Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde, que responde
pela coordenação das ações em vigilância sanitária nos Estados e Municípios. Uma relação
completa dos endereços dos postos da Anvisa em fronteiras, portos e aeroportos, dos
órgãos estaduais e municipais de vigilância sanitária e das secretarias de Saúde estaduais e
municipais está disponível em http://www.anvisa.gov.br/institucional/enderecos/index.htm
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introdução
O QUE FAZ A VIGILÂNCIA SANITÁRIA? cionadas à saúde, como a produção de alimentos, bebidas,
Muitas vezes o serviço que a vigilância medicamentos, saneantes, cosméticos, aparelhos e instru-
sanitária presta à sociedade passa desper- mentos de uso médico, odontológicos etc. A vigilância
cebido, mas ele faz parte do nosso dia-a- sanitária também atua no setor de prestação de serviços
dia e é de suma importância. Na nossa ro- relacionados à saúde, como os oferecidos em hospitais,
tina diária, estamos constantemente con- clínicas e consultórios médicos, odontológicos, terapêu-
sumindo produtos e utilizando serviços ticos, estéticos e outros. Isso inclui tanto os estabeleci-
que precisam ser seguros. Mas como saber mentos particulares como os da rede pública, mantidos ou
se isso realmente acontece? Como pode- conveniados ao SUS. Para garantir a qualidade de todos
mos saber, por exemplo, se as empresas esses produtos e serviços dirigidos à população, a vigilância
adotam medidas de higiene adequadas? É sanitária desenvolve uma série de atividades:
exatamente para dar essa garantia que a
vigilância sanitária trabalha. Sua função é • Estabelece normas e regulamentos
controlar todas as etapas e processos das ati- Para disciplinar os diversos segmentos do mercado sob
vidades direta ou indiretamente rela- vigilância sanitária em todo o país, a Anvisa estabelece
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vigilância sanitária
normas específicas para cada tipo de produto ou serviço número, que deve estar presente no rótulo
que pode ter algum impacto para a saúde da população. ou na embalagem, indica que o produto
Essas normas são obrigatórias para todos os envolvidos está dentro das normas e que sua comer-
no setor produtivo. Elas definem, por exemplo, quais cialização está autorizada.
aditivos químicos podem ou não ser usados em alimen-
tos e em que quantidades, que tipo de embalagem deve • Fiscaliza
ser usado para boa conservação do produto, que infor- A Vigilância Sanitária também tem pode-
mações devem estar presentes nos rótulos para orientar res para fiscalizar os estabelecimentos e
o consumidor na hora da compra etc. Há também re- aplicar multas sempre que encontrar algu-
gulamentos que especificam como deve ser o processo ma irregularidade. Os fiscais da vigilância
de produção na indústria. Eles são conhecidos como sanitária municipais e estaduais visitam
Boas Práticas de Fabricação e visam padronizar processos regularmente as empresas que produzem,
e procedimentos para garantir a qualidade do produto transportam, armazenam, comercializam
final. Existem Boas Práticas para vários tipos de produ- produtos ou prestam serviços relaciona-
tos, como alimentos e medicamentos. De modo geral, as dos à saúde. Eles verificam, por exemplo,
Boas Práticas têm como objetivo garantir que as insta- se o processo de produção está de acordo
lações, os profissionais, a higienização local, as matérias- com as Boas Práticas de Fabricação; se os
primas, os equipamentos, o controle de qualidade, o resíduos (lixo) recebem tratamento ade-
armazenamento, o transporte e outros processos sejam quado; se há riscos ambientais ou para o
realizados de acordo com padrões de higiene, segurança trabalhador; se as condições de distri-
e qualidade. buição e circulação (meios de transporte) são
adequadas; se o local de comercialização
• Concede ou cancela registro de produtos e apresenta boas condições de higiene; a
autorizações de funcionamento de empresas responsabilidade técnica e a capacitação do
Algumas empresas que exercem atividade de interesse pessoal envolvido; a propaganda; a quali-
para a saúde precisam de uma autorização de funciona- dade do produto final mediante análises etc.
mento expedida pela Anvisa para funcionar. Para conce- Caso haja alguma irregularidade, a empresa
der a autorização, a vigilância sanitária avalia se a atividade terá de pagar multa ou, dependendo da
é permitida e de interesse da sociedade, se a empresa é gravidade, poderá ter sua licença de funcio-
legalizada e se tem capacidade técnica, se o local é con- namento suspensa ou mesmo cancelada.
veniente etc. Caso a autorização seja concedida, a em-
presa poderá então solicitar a licença para o estabeleci- Se você encontrar problemas sani-
mento. Para conceder essa licença, conhecida popular- tários em estabelecimentos comer-
mente como “alvará de funcionamento”, a vigilância faz ciais, consultórios, clínicas e hospi-
uma inspeção local para avaliar as condições sanitárias tais públicos ou privados, denuncie à
das instalações, a capacitação técnica e operacional e a vigilância sanitária do seu município.
capacitação profissional dos responsáveis. Para consultar a lista de endereços,
Do mesmo modo, em muiros casos, quando a empresa acesse www.anvisa.gov.br.
deseja colocar produtos no mercado, precisa de um nú-
mero de registro. Para obter esse registro, o produto deve
atender a normas e padrões quanto a formulação, subs- • Monitoração de propaganda
tâncias permitidas/proibidas, validade dos ensaios clíni- A Anvisa mantém um programa perma-
cos controlados (no caso dos medicamentos); informes nente de monitoração de propagandas de
de bulas, rótulos, embalagem, peças publicitárias etc. Esse produtos sujeitos à vigilância sanitária. O
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introdução
objetivo é proteger o consumidor contra sicos mais importantes do ser humano. No Brasil, exis-
mensagens publicitárias que possam tem várias leis que tratam do assunto.A mais importante
iludir, enganar, confundir ou induzir o de todas, a Constituição Federal, diz o seguinte: “A
consumo indiscriminado de certos produtos saúde é um direito de todos e dever do Estado, garanti-
ou substâncias que coloquem a sua saúde do mediante políticas sociais e econômicas que visem à
em risco. A monitoração é especialmente redução do risco de doença e de outros agravos e ao
importante no caso dos medicamentos. A acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
propaganda sempre tem como objetivo promoção, proteção e recuperação” (C.F., at. 196).
aumentar a venda dos produtos, porém, o Nesse artigo da Constituição há dois pontos impor-
remédio não é um produto como outro tantes a observar. O primeiro é que todo cidadão tem
qualquer. Mesmo os analgésicos e outros direito a receber tratamento de saúde quando necessitar
medicamentos de venda livre podem ser e que este deve ser oferecido gratuitamente pelo Estado.
prejudiciais quando tomados sem acom- O segundo ponto, e que representa um avanço da atual
panhamento médico. Como no Brasil a Constituição em relação às anteriores, é que o Estado
propaganda de certos medicamentos é passa a ser o responsável pela proteção à saúde, isto é,
permitida, é importante evitar a veicu- pela prevenção por meio de ações de vigilância sanitária
lação de mensagens publicitárias que pos- e pela defesa do consumidor. No artigo 200 da mesma
sam incentivar a automedicação ou o lei foi estabelecido que o Sistema Único de Saúde
consumo indiscriminado. (SUS) deveria, entre outras atribuições, “controlar e fis-
calizar procedimentos, produtos e substâncias de inte-
• Atua em portos, aeroportos resse para a saúde e participar da produção de medica-
e fronteiras mentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados
A presença da vigilância sanitária em por- e outros insumos; executar as ações de vigilância sani-
tos, aeroportos e fronteiras é fundamental, tária e epidemiológica, bem como as de saúde do traba-
pois essas são áreas estratégicas para a pro- lhador; fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido
pagação de agentes causadores de doenças o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e
de um país para outro, que podem ser águas para o consumo humano; participar do controle e
transportados por pessoas ou mercadorias. fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de
Por isso, para importar ou exportar pro- substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos”.
dutos é preciso ter uma autorização da Para proteção do consumidor, a Constituição tam-
Anvisa. Para os viajantes, são exigidos cer- bém determinou a criação de uma legislação específica,
tificados de vacinação, dependendo da re- para tratar do assunto de forma completa e sistematizada.
gião para a qual estão viajando (informa- Graças a essa determinação, nasceu a lei n0 8.078, de 11
ções sobre vacinas obrigatórias podem ser obti- de setembro de 1990: o Código de Defesa do Consu-
das no sítio da Anvisa ou nos portos e aeropor- midor (CDC). Nele estão descritos os principais direitos
tos do país). Quando ocorre uma epidemia dos consumidores e as obrigações dos fornecedores –
grave em algum país, a vigilância sanitária fabricantes, comerciantes, importadores, distribuidores,
fica alerta e monitora todos os passageiros prestadores de serviços etc. O CDC veio reforçar a legis-
que chegam da região afetada, para evitar lação existente de proteção e defesa da saúde, reafirman-
que a doença se espalhe. do a responsabilidade dos fornecedores pela qualidade
dos produtos e serviços. Definiu como acidente de con-
sumo, passível de indenização, todo e qualquer dano
OS SEUS DIREITOS sofrido pelo consumidor em decorrência da utilização
A proteção da saúde é um dos direitos bá- de produto ou serviço. Dessa forma, se uma pessoa com-
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vigilância sanitária
pra um alimento contaminado e adoece após o con- Sempre que se sentir lesado, pode recor-
sumo, necessitando consultar um médico ou ser hospi- rer aos Procons municipais, que fornecem
talizado, tem direito a ser indenizada pelo fornecedor. orientação e ajudam a solucionar proble-
As normas impostas pelo CDC obrigaram as empresas mas de consumo (veja os endereços em
a adotar uma série de medidas para dar mais segurança www.mj.gov.br/portaldoconsumidor).
ao consumidor. Além de padrões mais rígidos de con- Além dos Procons, o consumidor tam-
trole de qualidade, o código impôs regras para os rótulos bém pode buscar informações nas organi-
dos produtos, tornando obrigatórias todas as informações zações civis de defesa do consumidor, como
necessárias ao consumo adequado e seguro, como os in- o Idec (www.idec.org.br).
gredientes presentes na composição, o nome e o endere- Denúncias de fraude ou negligência con-
ço do fabricante, o carimbo do SIF (Serviço de Inspeção tra a saúde do consumidor devem ser en-
Federal), se for de origem animal, ou do Ministério da Saú- caminhadas à Anvisa (www.anvisa.org.br)
de, se for de origem vegetal, a data de fabricação, o prazo ou aos órgãos estaduais ou municipais de
de validade e advertências quanto à presença de substâncias vigilância sanitária (os endereços podem ser
que podem causar alergias ou outros problemas de saúde. localizados no sítio da entidade).
Outro ponto importante para a proteção do consumi- Casos de propaganda enganosa ou abu-
dor foi a proibição de mensagens publicitárias abusivas siva de produtos ou serviços de interesse à
ou enganosas – aquelas que induzem o consumidor a saúde devem ser denunciados à Anvisa e
cometer erros. Por exemplo, mensagens que levam a pensar ao Conselho Nacional de Auto-regulamen-
que determinado produto pode substituir uma alimen- tação Publicitária (www.conar.org.br).
tação balanceada ou que estimulam o uso de remédios
sem orientação médica. O controle das mensagens publi-
citárias é especialmente importante quando são destinadas Telefones úteis:
a crianças, pois elas geralmente não têm o discernimento • Disque-Saúde: 0800-611997
necessário para julgar o que é bom ou não para sua • Disque-Medicamentos: 0800-6440644
saúde e por isso são mais vulneráveis aos apelos da mídia. • Disque-Intoxicação: 0800-7226001
• Ouvidoria da Anvisa
Para informações sobre acesso aos serviços assis- Tels.:(61) 3448-1235 e (61) 3448-1464;
tenciais do SUS, consulte a cartilha do Idec O SUS Fax: (61) 3448-1144
pode ser o seu melhor plano de saúde, disponível Endereço: Anvisa Unidade 1 / SEPN
em www.idec.org.br. Q. 515, Bloco B, Ed. Ômega, 4º andar
Brasília, DF, CEP 70.770-502
Se você deparar com uma propaganda na TV, Formulário para denúncia e solici-
rádio, mídia impressa ou internet cuja mensagem tação (Anvis@tende):
possa ser considerada enganosa ou abusiva, www.anvisa.gov.br/ouvidoria
denuncie ao Conar (Conselho Nacional de Auto- e-mail: ouvidoria@anvisa.gov.br
regulamentação Publicitária (www.conar.org.br),
aos órgãos de defesa do consumidor e à Anvisa
(www.anvisa.gov.br).
A QUEM RECORRER
Atualmente o consumidor conta com diversos organis-
mos que podem auxiliá-lo na defesa de seus direitos.
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1. OS ALIMENTOS PODEM
tomas. E foram todos parar no pronto-socorro.
Ninguém esperava terminar a festa assim. Feliz- TRANSMITIR DOENÇAS?
mente, tudo acabou bem. Depois de medicados,
todos melhoraram e puderam ir para casa. Mas
uma pergunta ficou no ar: o que teria acontecido
para toda aquela gente adoecer ao mesmo tempo?
Os médicos do hospital público de Mirante tinham
o diagnóstico: todas aquelas pessoas haviam comi-
do algum alimento contaminado.
No dia seguinte, não se falava em outra coisa na
cidade. Todos desconfiavam de que a torta de fran-
go estava contaminada. Naldo ficou desesperado.
Disse que os ingredientes eram frescos e de boa qua-
lidade, que fez tudo com muito cuidado, como sem-
pre fazia, e que não teve nenhuma intenção de es-
tragar a festa daquelas pessoas. Será que não po-
deria ser uma indisposição ou outra comida qualquer?
Para tirar tudo a limpo, os médicos acionaram o
pessoal da Secretaria de Saúde. Uma equipe foi até
o restaurante Fogueirinha enquanto outros agentes
foram entrevistar os doentes e demais participantes
da festa, para saber tudo o que eles haviam comido. “Não estou me sentindo bem. Deve ter
No restaurante, a equipe de vigilância sanitária
notou que dois funcionários que ajudaram a desfiar
sido alguma coisa que eu comi.” Se você ouvir
o frango tinham pequenos cortes infeccionados nas essa frase de alguém que se queixa de indis-
mãos. Ficaram sabendo também que, antes de ir para posição seguida de vômitos, dores abdominais
a geladeira, o frango tinha ficado umas três horas e diarréia, é muito provável que essa pessoa
em temperatura ambiente. Além disso, as tortas tenha contraído uma doença transmitida
prontas tinham sido levadas do restaurante para a por alimento (DTA). Os sintomas podem
barraca umas duas horas antes de começar a festa,
aparecer algumas horas ou até mesmo alguns
quando o calor ainda era intenso. Os agentes cole-
taram sobras da torta e levaram para analisar no dias depois que a pessoa ingeriu um alimen-
laboratório. Só assim eles descobririam o que real- to contaminado, dependendo do tipo de
mente causou o mal-estar em todos. contaminação (veja o período de incubação das
Alguns dias depois, o pessoal da vigilância esta- DTAs na tabela da página 17).
va de volta com o resultado do exame. Eles infor- Na história da Torta da Festa Junina, a
maram que uma bactéria chamada estafilococos contaminação foi causada por uma bactéria
tinha sido encontrada no recheio da torta. Mas
como será que aquela bactéria foi parar lá?
chamada Staphylococcus aureus, ou simplesmente
Havia algumas hipóteses... Algum ingrediente estafilococos, que é muito comum e pode estar
poderia estar contaminado ou algum procedimento presente nas mãos e na garganta das pessoas,
errado, durante o preparo ou a conservação, teria mesmo que elas não estejam doentes. Outros
causado a contaminação. Essas coisas são desagra- microrganismos, vermes e produtos tóxicos
dáveis e também muito perigosas, mas podem acon- (inseticidas e outros agrotóxicos usados na
tecer em qualquer lugar onde se prepara, vende,
lavoura, por exemplo) também podem causar
transporta ou guarda alimentos: numa indústria, num
restaurante como o de Naldo, numa lanchonete, contaminação alimentar.
numa padaria e até mesmo em nossa casa. Por isso Mesmo em países desenvolvidos, as doenças
é importante que todo mundo saiba como evitar transmitidas por alimentos são um sério pro-
esse tipo de problema. E isso é o que você vai ficar blema de saúde pública e preocupam as auto-
sabendo ao ler as questões das próximas páginas.
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alimentos
ridades. No Brasil, as DTAs são muito umidade suficiente para a multiplicação dos micror-
comuns, mas só nos casos mais graves a ganismos, sendo portanto perecíveis;
pessoa afetada procura o serviço médico • nutrientes – assim como os alimentos são fonte de
ou a vigilância sanitária para comunicar o nutrientes para nosso desenvolvimento, eles também
fato. Segundo o Ministério da Saúde, entre têm essa função para os microrganismos.
1999 e 2005, foram registrados 4.092 sur- Os locais onde os microrganismos se encontram mais
tos com 78.172 pessoas atingidas. Destas, facilmente são:
47 morreram. As preparações mistas e os • o solo
alimentos que levam ovos em sua com- • a água
posição, principalmente a maionese, foram • os animais domésticos, marinhos, o gado (bovino,
os que mais causaram doenças. suíno etc.), as aves etc.
• os insetos e as pragas domésticas (baratas, moscas,
ratos, camundongos etc.)
COMO OS ALIMENTOS SE CONTAMINAM? • as pessoas (nas mãos, unhas, no cabelo, na garganta,
A contaminação de um alimento pode ocor- nos ferimentos, nas roupas etc.)
rer em qualquer uma das várias etapas da • o lixo e a sujeira em geral
cadeia de produção. No caso da torta ser- Existem três grandes grupos de microrganismos:
vida na festa junina, há duas cadeias envol- • Os bons, que são utilizados inclusive para produção
vidas: a dos produtos vegetais – como a fa- de alimentos, como queijos, iogurtes e algumas bebidas.
rinha de trigo e o óleo de soja – e a dos pro- • Os maus ou deteriorantes, que estragam os alimen-
dutos de origem animal – os ovos e a carne tos, deixando-os com odor e aparência desagradável.
de frango. Assim, uma simples torta é resul- Os microrganismos desse tipo normalmente não são
tado de um complexo processo de produção. responsáveis por transmitir doenças, pois dificilmente
A contaminação dos alimentos pode ser as pessoas consomem um alimento que tem aparên-
classificada em três tipos: contaminação cia de estragado.
biológica, contaminação química e con- • Os perigosos, que não alteram o sabor nem a apa-
taminação física. rência dos alimentos e, quando ingeridos, podem oca-
sionar sérias doenças. Foram microrganismos desse gru-
Contaminação biológica po que contaminaram a torta vendida na festa junina.
Ocorre quando microrganismos indese-
jáveis, como bactérias, fungos, vírus ou
parasitas (como vermes), estão presentes
no alimento.
Os microrganismos, também conhecidos
como micróbios ou germes, não são visí-
veis a olho nu, são amplamente distribuídos
e representam os principais contaminantes
biológicos dos alimentos. Para sobreviver
e se multiplicar, eles precisam de:
• calor – os microrganismos prejudiciais
à saúde preferem temperaturas próxi-
mas à do nosso corpo;
• água e umidade – a maioria dos ali- Contaminação química
mentos apresenta quantidade de água e Os alimentos podem ser contaminados por produtos
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Contaminação física
Ocorre quando materiais estranhos como
pedaços de metal, madeira, pregos, lâmi-
nas, vidros, pedras, ossos estão presentes
no alimento. Esses materiais podem causar
danos físicos a quem os consumir, como
feridas na boca e dentes quebrados.
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Fonte: Manual Integrado de Prevenção e Controle das Doenças Transmitidas por Alimentos
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) – Ministério da Saúde (MS)
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mais, passa pela industrialização, distribuição e comer- utilizado no recheio. Para produzir ali-
cialização, e termina na casa do consumidor. Para um mentos seguros, as indústrias devem man-
alimento ser seguro, é preciso um cuidado rigoroso ter um rígido controle de qualidade em
em todas as etapas de produção, do campo até a todas as fases de produção: comprar boas
hora do consumo. matérias-primas, usar métodos adequados
Para garantir a segurança dos alimentos, a vigilância de processamento, estocagem e distribui-
sanitária estabelece um conjunto de medidas de higiene, ção para o comércio.
chamadas Boas Práticas. Essas normas são obrigatórias O mesmo acontece com os estabeleci-
em todas as cadeias de produção e têm a finalidade de mentos que comercializam alimentos. Esses
proteger a saúde do consumidor. locais precisam selecionar bem os seus for-
necedores, manipular com todo o cuida-
do os alimentos que preparam e armaze-
NO CAMPO ná-los de forma adequada, para que eles
A produção de um alimento seguro começa no campo. não sejam contaminados.
O agricultor deve tomar alguns cuidados com o solo, Para garantir a segurança dos alimen-
com a escolha de sementes adequadas para o local em tos, a vigilância sanitária estabelece normas
que está plantando e com a qualidade da água que usa específicas para a indústria e o comércio.
na irrigação. Isso aumenta a saúde das plantas, diminui a Os agentes da vigilância também fiscali-
necessidade do uso de agrotóxicos e reduz as chances de zam esses estabelecimentos, para verificar
contaminação por agentes patogênicos (que causam doen- se as regras estão sendo respeitadas. Boa
ças). Assim, o agricultor consegue plantas mais fortes, parte dessas normas diz respeito à higiene
maior produção e alimentos mais saudáveis. do local, dos utensílios e dos funcionários
Depois do plantio e da colheita, é preciso cuidar do que manipulam alimentos.Você sabia, por
armazenamento ou da estocagem. Os grãos, como o exemplo, que pessoas com diarréia ou
arroz, o feijão e o trigo, podem ser armazenados durante com cortes profundos ou infeccionados
meses, mas se forem estocados em locais úmidos, há nas mãos não podem, em nenhuma hipó-
grande possibilidade de crescimento de fungos ou bolo- tese, trabalhar no preparo de alimentos?
res. O bolor produz toxinas prejudiciais à saúde. Os grãos Quando essa regra é desrespeitada, há uma
também podem ser atacados por carunchos ou ratos, por grande chance de a bactéria ou outro mi-
isso o armazenamento requer muitos cuidados. crorganismo passar do corpo do doente
Outra etapa importante após a colheita é o trans- para o alimento. Na nossa história, vimos
porte. Os alimentos podem ser levados do campo para a que Naldo permitiu que manipuladores
venda direta ao consumidor ou entregues a um dis- com ferimentos nas mãos desfiassem o
tribuidor. Também podem ir para uma indústria, onde frango. Por causa dessa negligência, a torta
serão processados, beneficiados e embalados. Cada tipo de Naldo tornou-se um produto inseguro
de alimento exige cuidados especiais, para evitar que para o consumo.
estraguem ou sejam contaminados durante a viagem.
EM CASA
NA INDÚSTRIA E NO COMÉRCIO Assim como nas indústrias, restaurantes,
Atualmente, grande parte dos alimentos passa por lanchonetes etc., lidar com alimentos em
processos de industrialização. Para fazer sua torta, Naldo casa também exige cuidados. Em primei-
utilizou vários produtos industrializados: a farinha de ro lugar, é preciso ter muita atenção na
trigo, a gordura vegetal, o sal e provavelmente o frango hora da compra dos ingredientes. Uma
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comida segura e saudável se faz com ali- perecíveis que são guardados sob refrigeração, como
mentos frescos, livres de contaminação. iogurtes, queijos e carnes. Organize-se para que o
Veja o que é importante observar... tempo entre a compra dos alimentos perecíveis e seu
armazenamento em casa não ultrapasse duas horas.
... na hora da compra • Carnes pré-embaladas e congeladas, encontradas
•Verifique se o estabelecimento comer- normalmente em supermercados, devem ser manti-
cial apresenta adequadas condições de das em refrigerador, freezer ou balcão frigorífico.
conservação dos alimentos. A limpeza Quando esses equipamentos estão fora da temperatu-
e a organização do ambiente são fato- ra correta, ou quando são desligados à noite, formam
res importantes. água no chão, o que indica que os produtos não
•Veja se os atendentes e manipuladores foram conservados na temperatura ideal.
estão vestidos de forma adequada à ati- • Observe se os alimentos congelados estão firmes e
vidade que exercem. Os que manipulam sem sinais de descongelamento, como acúmulo de
alimentos devem usar touca, e o unifor- líquido ou gelo por fora da embalagem.
me deve estar limpo e bem conservado. • No caso de carnes e aves, verifique se a embalagem
• Observe se os produtos estão acondi- não está gotejando. No caso de ovos, confira se não
cionados em prateleiras limpas e orga- estão quebrados ou rachados.
nizadas. Se encontrar produtos empilha- • Não compre produtos de origem animal se não
dos no chão, não compre. Alimentos tiverem o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF)
congelados e refrigerados devem ficar do Ministério da Agricultura ou do serviço de
armazenados na temperatura recomen- inspeção estadual ou municipal.
dada pelo fabricante, por isso é impor- • Ao escolher peixes, observe se a pele está firme,
tante conferir o termômetro do refri- úmida e sem manchas. Os olhos devem ser brilhantes
gerador, freezer ou balcão frigorífico. e salientes. As escamas têm de ser brilhantes e estar
• Certifique-se da qualidade dos pro- unidas e presas à pele. As brânquias (guelras) podem
dutos.Verifique o prazo de validade, a variar do rosa ao vermelho intenso, mas devem ser
identificação do fabricante e as condi- brilhantes e sem viscosidade.
ções da embalagem. Se ela estiver viola- • No transporte dos alimentos, evite colocá-los em
da, amassada ou rasgada, não compre. No locais quentes, por exemplo, próximo ao motor do
caso das latas, não compre nem utilize carro ou expostos ao sol.
aquelas que estiverem enferrujadas, estu- • Guarde os alimentos perecíveis na geladeira ou no
fadas ou com qualquer outra alteração. freezer o mais rápido possível.
• Nos produtos não embalados ou acon- Fonte: Guia Alimentar para a População Brasileira •
dicionados em embalagens transparen- Promovendo a Alimentação Saudável – Ministério da Saúde – Secretaria
tes, que permitem ver seu conteúdo, de Atenção à Saúde – Coordenação-Geral da Política de Alimentação
observe se os alimentos apresentam alte- e Nutrição – Brasília – DF 2005
ração na cor, na consistência, no aspec-
to e se há presença de matérias estranhas. ... durante o preparo e a conservação
• Siga a ordem correta de compra: pri- Muitos casos de contaminação alimentar ocorrem du-
meiro, os alimentos não perecíveis, co- rante o preparo e/ou a conservação dos alimentos em
mo arroz, farinha, feijão; segundo, os casa. Para evitar esse tipo de problema, a Organização
alimentos perecíveis que são armazena- Mundial de Saúde (OMS) formulou um conjunto de
dos congelados, como massas e carnes regras básicas, com cinco pontos-chave para a produção
congeladas ou sorvetes; por último, os de alimentos seguros.Veja o que fazer:
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Se a água usada para irrigar a plantação • antes, durante e depois de preparar alimentos ou de
estiver contaminada, os produtos colhidos comer;
poderão causar verminoses e outras doenças. • após manipular alimentos crus, especialmente carnes;
A água potável também precisa estar • depois de ir ao banheiro, assoar o nariz, de mexer
disponível para lavar frutas, verduras e legu- com dinheiro, atender ao telefone, remover o lixo,
mes,para cozinhar,preparar sucos,lavar uten- brincar com animais etc.
sílios, fazer gelo, lavar as mãos com freqüên-
cia durante o preparo dos alimentos etc.
COMO LAVAR AS MÃOS
COMO TORNAR A ÁGUA SEGURA
Quando a água não for fornecida por um
sistema público de abastecimento eficien-
te, ela deve ser purificada. Isso pode ser As mãos devem ser lavadas
feito de duas formas: com a fervura ou a cuidadosamente com água
adição de cloro. limpa e sabão.
O cloro geralmente é distribuído nos
postos de saúde na forma de hipoclorito
de sódio. Deve ser utilizada uma gota de
hipoclorito de sódio para cada litro de água. Esfregue bem a palma e o
Depois de adicionar o produto à água, é dorso das mãos, sem esquecer
preciso agitar bem e deixar repousar por os espaços entre os dedos.
30 minutos. Uma boa lavagem de mãos
Outra opção é a fervura. Para isso, basta pode levar 30 segundos. De-
colocar a água em uma panela limpa e pois, enxugue-as com uma toa-
fervê-la durante cinco minutos. lha limpa.
A água tratada pelo cloro ou por fer-
vura deve ser armazenada em recipiente lim- É importante manter as unhas
po e bem tampado, em local fora do alcan- limpas. Para isso, o ideal é
ce de animais. Só assim ela poderá ser usada esfregá-las com uma pequena
com segurança no preparo de alimentos. escova. Pesquisas indicam que
50% (ou metade) das pessoas
Para preparar alimentos, use somen- se esquecem de lavar as mãos
te água potável, a mesma que se usa ao sair do banheiro.
para beber.
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• Não permita que animais, inclusive os domésticos, te- COMO GUARDAR SEM ESTRAGAR?
nham acesso aos locais onde são preparados os alimentos. Na tabela de doenças transmitidas por ali-
• Mantenha os alimentos cobertos e tampe os reci- mentos (DTA) da página 17, vimos os
pientes onde eles são preparados ou armazenados. principais microrganismos causadores de
• Deixe a lixeira sempre tampada e remova o lixo contaminação e onde eles são mais facil-
com freqüência. Isso evita que os animais sejam atraí- mente encontrados. Em certos tipos de
dos para os locais onde são preparados os alimentos. alimento, os microrganismos encontram
• Mantenha o local sempre limpo e arejado. os nutrientes ideais para crescer e se mul-
• Se for necessário, utilize apenas inseticidas de uso tiplicar. Eles se multiplicam rapidamente
doméstico aprovados pela vigilância sanitária, ou seja, se, além dos nutrientes, encontrarem tam-
que passaram por uma avaliação toxicológica, e sem- bém condições favoráveis de umidade e
pre de acordo com as informações do fabricante. temperatura.A temperatura ideal para isso
Não adquira produtos clandestinos. Fique atento às varia de um microrganismo para outro,
pessoas alérgicas a esse tipo de produto. mas a maioria se desenvolve bem a 37ºC
(temperatura do corpo humano).
Para garantir a conservação dos alimen-
LIMPEZA É FUNDAMENTAL tos, especialistas no assunto definiram uma
Sujeira e restos de comida são um excelente esconderijo faixa de temperatura que ficou conhecida
para microrganismos. Por isso, o ambiente e os objetos como zona de perigo. Essa faixa com-
usados para preparar alimentos precisam ser rigorosa- preende as temperaturas entre 5ºC e 60ºC.
mente limpos. Uma boa limpeza é feita com água limpa Isso quer dizer que, para um alimento ficar
e sabão. O cuidado deve ser redobrado na limpeza dos a salvo da contaminação, ele deve ser con-
utensílios e equipamentos que entram em contato direto servado bem frio – abaixo de 5ºC – ou
com os alimentos, ainda mais se eles foram usados na bem quente – acima de 60ºC. Ficar de olho
preparação de produtos de origem animal, como carnes, na temperatura é fundamental para pre-
leite e ovos.Veja mais estas dicas: venir doenças transmitidas por alimentos.
• As superfícies que entram em contato com os ali- De volta à nossa história, percebemos
mentos, como bancadas de cozinhas, devem ser man- mais um erro cometido por Naldo e seus
tidas em bom estado de conservação, sem rachaduras, ajudantes. O recheio de frango e depois as
trincas e outros defeitos que favoreçam o acúmulo de tortas prontas ficaram um bom tempo em
líquido e sujeira. temperatura ambiente, antes de ser con-
• Depois de lavar os utensílios, deixe-os secar natu- sumidas. Exatamente na zona de perigo.
ralmente ou utilize panos de prato limpos. Não uti-
lize o pano de secar a louça para enxugar as mãos. Os
panos de prato, panos de pia e esponjas devem ser
trocados freqüentemente. COMER FORA DE CASA
•Toda vez que retirar pequenas porções para experimen- Quando vamos a um restaurante, pizzaria,
tar o alimento que está sendo preparado, lave a colher bar ou lanchonete é muito importante
que levou à boca antes de colocá-la na panela novamente. ficar atento às condições de higiene do
local. Um lugar limpo e organizado, com
Acondicione corretamente o lixo em sacos, cestos funcionários uniformizados, demonstra
ou latas com tampa, em local separado da área de cuidado com a qualidade dos alimentos.A
preparo dos alimentos. Após o manuseio do lixo, atenção deve ser ainda maior quando o
não se esqueça de lavar as mãos. alimento é comercializado em uma bar-
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raquinha, trailer ou carrinho, seja na rua, falta de condições apropriadas para a conservação dos ali-
seja em festas organizadas em locais públi- mentos. Se eles não forem mantidos sob refrigeração ou
cos. Em geral esse tipo de comércio não aquecimento, devem ser preparados e servidos de imediato.
tem boa infra-estrutura e está mais sujeito O estado de saúde das pessoas que manipulam ali-
a apresentar problemas. mentos é outro fator importante.Verifique se estão com
Uma das dificuldades nesses locais é o tosse ou resfriado, pois nessas condições podem conta-
abastecimento de água potável para lava- minar os alimentos que estão sendo preparados ou ven-
gem das mãos e utensílios. Se a barraca didos. Se encontrar alguma irregularidade, procure outro
não tiver um sistema alternativo de abas- local para se alimentar.
tecimento, o risco de contaminação será Em muitas cidades, a legislação dá ao consumidor o
muito alto. Outro problema comum é a direito de conhecer a cozinha dos estabelecimentos. Nesse
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caso, os visitantes devem tomar os mesmos cuidados O consumidor final também tem a sua
adotados pelos manipuladores, como usar touca e aven- cota de responsabilidade pela segurança
tal.Veja mais dicas no quadro abaixo: dos alimentos que utiliza.Afinal, é em casa
que a maioria das pessoas faz grande parte
O QUE OBSERVAR ANTES DE COMER de suas refeições.Você sabia que a maioria
1. As pessoas que manipulam alimentos estão limpas, dos surtos de doenças transmitidas por ali-
com os cabelos presos e protegidos por redes ou mentos registrados no país ocorreu nas
toucas, sem adornos (anéis, pulseiras, relógio)? residências? Apesar disso, é em casa que
2. Os manipuladores lavam constantemente as mãos podemos ter o maior controle sobre a
com água e sabão? Usam luvas descartáveis e higiene no preparo dos alimentos.
utensílios limpos para pegar os alimentos prontos?
3. O funcionário do caixa que recebe dinheiro, car-
tões ou outras formas de pagamento não toca nos O PAPEL DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA
alimentos? Nas sociedades modernas o ser humano
4. O local de preparo é ventilado, organizado e limpo? está cada vez mais distante da produção
5. As comidas prontas para consumo são conser- dos alimentos que consome. Para saber
vadas bem quentes (65˚C, isto é tão quente que como um alimento foi produzido e se é
poderia queimar suas mãos) ou bem frias (5˚C, adequado para nosso consumo, depen-
como dentro de uma geladeira)? demos de informações e da atuação dos
Se as respostas forem SIM, huuumm, este local órgãos governamentais responsáveis por
parece bom... fiscalizar o setor produtivo. Esses órgãos
atuam onde o consumidor não pode ir:
no campo, nas indústrias, nas empresas
que armazenam, transportam, distribuem
e comercializam alimentos. A vigilância
sanitária e outros órgãos do governo,
como os serviços de inspeção da área de
agricultura, têm esse papel.
A vigilância sanitária promove o con-
trole sanitário dos alimentos, estabelecendo
as regras a serem cumpridas, avaliando as
3. QUEM É RESPONSÁVEL POR condições higiênicas e tecnológicas da ca-
GARANTIR ALIMENTOS SEGUROS? deia de produção e monitorando a quali-
dade dos alimentos disponíveis no merca-
Todos os envolvidos na cadeia de produção de alimen- do, por meio de análises laboratoriais.
tos são responsáveis pela segurança dos alimentos. Os Além disso, informa a população sobre a
produtores do campo devem garantir a produção de ali- qualidade dos alimentos e as condições de
mentos isentos de resíduos de agrotóxicos, fertilizantes e higiene dos estabelecimentos alimentares
drogas veterinárias. Nessa etapa, o governo também é res- e sobre a forma correta de escolher e pre-
ponsável, pois cabe a ele orientar e fiscalizar os produtores. parar os alimentos em casa. Para isso, a
A indústria e o comércio, por sua vez, têm o dever de vigilância sanitária investe na conscienti-
fornecer alimentos seguros. E vários órgãos governamentais zação do consumidor, tornando-o cada
dividem a responsabilidade de orientar e fiscalizar a ativi- vez mais exigente quanto à segurança dos
dade desses estabelecimentos. produtos que chegam à sua mesa.
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1. Denominação de venda:
indica a verdadeira natureza e
característica do produto.
7. Modo de conservação,
quando necessário.
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POR QUE ESSAS INFORMAÇÕES apresentadas em forma de tabela (veja a página 30),
SÃO IMPORTANTES ? mostram o valor nutricional dos componentes do pro-
Em primeiro lugar, porque nos ajudam a duto e nos ajudam a escolher os que são mais saudáveis.
identificar os produtos. Esse é o caso do Assim, podemos optar, por exemplo, por alimentos
item denominação de venda, que apre- com menos gorduras saturadas e trans – que preju-
senta a natureza e as características do dicam o coração e a circulação sanguínea – e com mais
produto. Por exemplo: biscoito água e sal fibras, que melhoram o funcionamento do intestino.
ou biscoito recheado sabor morango. Da mesma forma, as advertências obrigatórias aju-
Os rótulos também trazem informa- dam a identificar substâncias presentes no alimento que
ções sobre a composição dos produtos. podem fazer mal a algumas pessoas ou prejudicar sua
Ao ler a lista de ingredientes, o consu- dieta. É o caso dos portadores de diabetes, que não
midor pode descobrir, por exemplo, que podem consumir açúcar; dos hipertensos, que precisam
um fabricante usa leite no preparo de um evitar o sal; e de outras pessoas que têm algum tipo de
produto e outro fabricante não. Esse dado restrição alimentar.
é fundamental para pessoas que querem Os dados do fabricante também são importantes,
consumir alimentos com mais cálcio ou para que o consumidor possa acionar o responsável pelo
para aquelas que têm alergia ou intolerân- produto em caso de necessidade. Quando é detectado
cia a componentes do leite. Na lista de um problema de fabricação, o número do lote facilita a
ingredientes, a indústria também declara identificação e, se necessário, o fabricante pode recolhê-lo
os aditivos que foram utilizados no pre- do mercado.
paro, isto é, os conservantes, corantes,
edulcorantes e outras substâncias empre-
gadas para modificar as características quí- O QUE É PROIBIDO
micas, físicas, biológicas ou sensoriais do Além das informações obrigatórias, a legislação brasileira
alimento.Antes de serem autorizados para também determina o que os rótulos dos alimentos não
emprego nos alimentos, os aditivos são podem conter. São proibidas quaisquer informações que
submetidos a uma avaliação toxicológica possam enganar ou induzir o consumidor a cometer um
e somente são permitidos aqueles com erro. Por exemplo, as embalagens de leite em pó não
segurança de uso comprovada. podem apresentar imagens ou frases que induzam a subs-
Outra informação indispensável é o tituição do leite materno na alimentação dos bebês.Tam-
prazo de validade. Não compre produtos bém são proibidas expressões que levem as pessoas a pensar
com prazo de validade vencido ou muito que determinado alimento, por conter vitaminas ou outras
próximo do vencimento. Hoje em dia é substâncias, seja capaz de prevenir, aliviar ou tratar doenças,
comum os supermercados fazerem ofertas melhorar o desempenho físico, dar mais energia etc.
de alimentos que estão quase vencidos.
Então, muito cuidado com essas ofertas.
O item conteúdo líquido indica qual LIGHT OU DIET. QUAL A DIFERENÇA?
é o peso (gramas ou quilos) ou o volume Por serem palavras em inglês, muitas pessoas têm dificul-
(mililitros ou litros), já descontado o peso dade para compreender o que são e para que servem os
da embalagem. Essa informação nos ajuda alimentos diet e light.
a comprar a quantidade mais adequada para Os alimentos dietéticos ou diet são feitos para as pessoas
nosso consumo, nem mais, nem menos, e que precisam restringir o consumo de algum tipo de nutri-
também a comparar preços. ente. Por exemplo, as geléias para dietas com restrição de
As informações nutricionais, que são açúcar são classificadas como diet e podem ser consumidas
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por pessoas diabéticas. Mas atenção, nem sempre os pro- Porção é a quantidade média do ali-
dutos diet têm menos calorias que os tradicionais. O cho- mento que deve ser consumida em
colate diet, por exemplo, leva adoçante em vez de açúcar. cada ocasião. Neste caso a porção é
Por outro lado, contém mais gordura do que o choco- de 1 copo ou 200 ml).
late tradicional, e por isso seu valor energético é maior.
Os alimentos leves ou light são os que apresentam A coluna de Valores Diários, ou % VD,
baixas quantidades absolutas de energia ou de algum indica o porcentual de valor energéti-
nutriente. Em ambos os casos, é importante ler o rótu- co ou de nutrientes que a porção do
lo e avaliar a real vantagem do produto, já que são geral- alimento representa em uma dieta de
mente mais caros que os convencionais. 2.000 kcal. Analisando o exemplo, o
leite integral fornece 6% do valor ener-
gético, enquanto o leite desnatado
PARA ENTENDER A TABELA NUTRICIONAL fornece 4%. Embora tenha maior valor
LEITE DESNATADO energético, o leite integral contém
Informação Nutricional uma quantidade considerável de gor-
Porção 200 ml (1 copo) dura saturada.
Quantidade por porção % VD (*) Atenção: o valor diário não é uma reco-
Valor energético 74 kcal = 311 kJ 4 mendação, pois as necessidades nutri-
Carboidratos 9,8 g 3 cionais variam de uma pessoa para
Proteínas 6,4 g 8 outra, em função de diversos fatores.
Gorduras totais 1g 2
Gorduras saturadas 0g 0 Valor energético é a energia total
Gorduras trans 0g - produzida pelo alimento após o con-
Fibra alimentar 0g 0 sumo. Quilocaloria (kcal) e quilojoules
Sódio 100 mg 4 (kJ) são as unidades utilizadas para
* % Valores Diários com base em uma dieta de 2.000 kcal medir o valor energético.
ou 8.400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou
menores dependendo de suas necessidades energéticas Proteínas são componentes dos ali-
mentos necessários para a manuten-
LEITE INTEGRAL ção e o desenvolvimento das nossas
Informação Nutricional células e tecidos.
Porção 200 ml (1 copo)
Quantidade por porção % VD (*) Carboidratos são substâncias pre-
Valor energético 118 kcal = 496 kJ 6 sentes nos alimentos que fornecem
Carboidratos 9,0 g 3 energia para as células do corpo.
Proteínas 6,3 g 8
Gorduras totais 6,4 g 12 Gorduras totais são a soma de todos
Gorduras saturadas 4,1 g 19 os tipos de gordura presentes no ali-
Gorduras trans 0g - mento: saturadas, trans e outras gor-
Fibra alimentar 0g 0 duras não declaradas. As gorduras
Sódio 94 mg 4 saturadas, quando consumidas em
* % Valores Diários com base em uma dieta de 2.000 kcal excesso, aumentam o risco de doen-
ou 8.400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou ças do coração. As gorduras trans
menores dependendo de suas necessidades energéticas estão presentes em margarinas, gor-
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duras vegetais hidrogenadas e em pro- alimentação é altamente calórica e ela pratica pouca ou
dutos preparados com esses ingredi- nenhuma atividade física e mental. Nesse caso, o orga-
entes. Deve ser consumida na menor nismo vai acumulando sobras de energia, que se deposi-
quantidade possível, pois também tam em várias partes do corpo em forma de gordura.
aumentam o risco de doenças cardía- Por outro lado, se a alimentação não é capaz de fornecer
cas. Como elas não são necessárias a quantidade de energia necessária, as doenças começam
ao funcionamento do organismo, a a aparecer. No caso das crianças, o desenvolvimento e o
tabela não apresenta o porcentual na aprendizado também são prejudicados. A necessidade
coluna do %VD. energética (calórica) diária varia de uma pessoa para
outra, dependendo da sua altura, do seu peso, da idade,
Fibra alimentar é a parte dos alimen- do sexo e das atividades que ela pratica.
tos vegetais que não é digerida. Os A energia dos alimentos ficou popularmente conhe-
alimentos com alto teor de fibras auxi- cida como caloria. Mas, no estudo do metabolismo dos
liam no funcionamento do intestino. alimentos, as unidades de medida utilizadas são a qui-
localoria (kcal) e o quilojoule (kJ). É assim que os rótu-
O sódio é um mineral cuja maior fonte los indicam a informação sobre a energia dos alimentos.
é o sal e os alimentos industrializados Nosso corpo transforma em energia os carboidratos,
que levam sal na receita, como enlata- as gorduras e as proteínas, que são componentes dos ali-
dos e embutidos. A ingestão elevada mentos. A água, as vitaminas e os minerais que também
de sódio pode aumentar o risco de fazem parte dos alimentos não fornecem calorias para o
pressão alta. Prefira alimentos com corpo. Assim, os alimentos com muita água, como fru-
baixo %VD de sódio tas e verduras, têm menos calorias. Os refrigerantes são
uma exceção, porque têm muito açúcar (carboidrato).
31
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Tabela 2 - Energia média dos alimentos colesterol, que se acumula nos vasos san-
Alimento Quantidade Energia guíneos e pode causar problemas no cora-
tomate 1 unidade 16 kcal ção. As gorduras trans também aumentam
alface 1 pé 18 kcal o mau colesterol, e ainda por cima dimi-
melancia 1 fatia 33 kcal nuem o bom colesterol, aquele que ajuda
pãozinho 1 unidade 62 kcal o corpo a se livrar do mau colesterol. Por
maçã 1 unidade 78 kcal isso essas gorduras são ainda mais nocivas
sorvete de massa 1 bola 80 kcal ao organismo do que as gorduras saturadas.
sabor chocolate As gorduras trans estão presentes nas
banana 1 unidade 85 kcal margarinas, nas gorduras vegetais sólidas e
laranja 1 unidade 88 kcal pastosas. Também são encontradas na
ovo grande 1 unidade 93 kcal composição de vários alimentos industria-
refrigerante 1 lata 149 kcal lizados, como biscoitos, bolos, doces, sal-
batata frita 100 g 238 kcal gados, sorvetes e alimentos de fast food. E
salgadinho de pacote 1 pacote de 100 g 448 kcal aí está o perigo da gordura trans: ela está
(conchinha) oculta nos produtos industrializados e nós
a consumimos sem saber.
Para o consumidor avaliar o tipo e a
quantidade de gordura que está ingerin-
VER TELEVISÃO ENGORDA? do, é necessário consultar os rótulos dos
Vários estudos médicos têm mostrado que as pessoas que alimentos, pois elas podem estar em ali-
passam muitas horas na frente da TV tendem a apresen- mentos que aparentam ser pouco gordu-
tar mais peso. Se a pessoa passa a maior parte do dia sen- rosos, como os biscoitos água e sal e cream
tada, provavelmente vai gastar pouca energia e arma- cracker (veja no gráfico a quantidade de gor-
zenar a excedente no corpo em forma de gordura. dura presente em vários tipos de biscoito).
O hábito de assistir à TV pode também influenciar Desde agosto de 2006, todas as indús-
nos hábitos alimentares da pessoa, já que ela fica cons- trias são obrigadas a declarar na tabela nu-
tantemente exposta ao bombardeio das propagandas de tricional do rótulo dos alimentos a quan-
alimentos. Em um estudo feito no Brasil em 2002, os tidade de gorduras totais, saturadas e trans.
pesquisadores observaram que quase um terço de todas
Porcentagem média de gorduras
as propagandas da TV eram de alimentos. Destas, cerca
por tipo de biscoito
de 60% apresentavam alimentos que contêm gorduras, 30
óleos e açúcar, ou seja, fornecem muitas calorias. Por-
tanto, cuidado com a TV. 25
20
COMO SABER QUE TIPO DE GORDURA
ESTAMOS CONSUMINDO ? 15
As gorduras são as principais fontes de energia para o
corpo e ajudam na absorção de vitaminas A, D, E e K, 10
além de melhorar o sabor dos alimentos.
As gorduras saturadas são em geral provenientes de 5
alimentos de origem animal, como carnes, ovos e leite.
Quando ingeridas em excesso, elas aumentam o mau 0
Recheados Waffer Salgados Água Cream Maria
e sal cracker
32 gordura total (%) gordura saturada (%) gordura trans (%)
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alimentos
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• em 2004, a taxa de reciclagem de emba- latas no Brasil naquele ano vieram de material
lagem cartonada ou longa vida no Brasil foi reciclado (Abralatas – Associação Brasileira dos
de 22%, próximo a 35 mil toneladas, enquan- Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade).
to a taxa mundial é de 16% (Cempre – Com- • o Brasil é considerado líder mundial de re-
promisso Empresarial para Reciclagem – 2004). ciclagem de latas de alumínio, superando paí-
• só em 2004 o Brasil reciclou aproximada- ses como Japão e Estados Unidos. Esse “suces-
mente 9 bilhões de latas de alumínio, o que so” está diretamente relacionado com a cole-
representa 121 mil toneladas, sendo 95,7% ta por catadores de material para reciclagem,
da produção nacional de latas. Com isso, que, em grandes centros urbanos, tornou-se
mais de 45% das chapas produzidas para fonte de renda para muitos desempregados.
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MEDICAMENTOS
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vigilância sanitária
PUBLICIDADE DE
final da publicidade: “Este medicamento é con-
MEDICAMENTOS
tra-indicado em caso de suspeita de dengue”.
Foi então que dona Ofélia se lembrou dos sin-
Podemos identificar alguns fatores que fize-
tomas da dengue, dos casos ocorridos na cidade
ram com que dona Ofélia aceitasse o medica-
e pensou que talvez ela também fosse uma víti-
mento sugerido pelo balconista: a confiança
ma do mosquito da dengue, o Aedes aegypti.
no profissional, que sempre a atende na far-
Ansiosa, ela ligou para seu filho Abel. Contou
mácia, e a influência da publicidade na TV.
o que se passara e decidiu consultar um médico
Assim como dona Ofélia, todos nós somos
que conhecia muito bem, o dr. Cid. O profissional
“seduzidos” pela publicidade. Seu poder é
já amigo de dona Ofélia constatou, pelos sin-
imenso, exercendo influência decisiva em
tomas, que de fato se tratava de dengue, mas,
nosso comportamento, ainda que muitas
felizmente, na sua forma menos perigosa, a
vezes não tenhamos consciência disso.
dengue clássica. Ao saber que sua paciente esta-
Em matéria de remédios, a indústria far-
va tomando um medicamento à base de ácido
macêutica investe muito, mas muito dinheiro
acetilsalicílico, deu-lhe um “puxão de orelhas”
mesmo para veicular seus anúncios na TV, no
pelo uso de medicamento sem prévia consulta,
rádio, nos jornais etc. Assim, somos constan-
alertando-a para os riscos dessa atitude:
temente expostos a mensagens que podem
“Em caso de dengue, não devem ser usados
nos induzir a pensar que os medicamentos só
medicamentos à base de ácido acetilsalicílico e
têm efeitos benéficos e que podem curar ou
antiinflamatórios, pois podem aumentar o risco
eliminar a dor instantaneamente. Em alguns
de hemorragias. Por isso, dona Ofélia, não é
casos, os slogans dos anúncios são tão enfáticos
recomendável tomar medicamentos – nem
que ficam armazenados por um longo tempo
mesmo os que não precisam de prescrição médi-
em nossa memória. Quem não se lembra de
ca – antes de um diagnóstico. E o diagnóstico
alguns deles?
tem que ser feito pelo médico, e não pelo bal-
Inúmeros estudos indicam que a publici-
conista da farmácia, muito menos pelo tele-
dade leva à venda exagerada de medicamen-
fone!”, enfatizou o médico.
tos, sendo em grande medida responsável pela
Imediatamente, dona Ofélia substituiu o
automedicação e o uso irracional de remédios.
remédio indicado pelo balconista da farmácia
As conseqüências são gastos desnecessários e
pelo tratamento indicado pelo seu médico:
impactos na saúde devido aos efeitos colate-
muito líquido (água, chás, sucos, soro caseiro),
rais ou reações adversas, resistência microbiana,
repouso e só tomar os medicamentos receitados
prolongamento da doença.
por ele para aliviar os sintomas.
No Brasil, é permitida a veiculação de
Passado o susto, dona Ofélia percebeu que
peças publicitárias para divulgação de medica-
nunca é tarde para aprender. Essa situação muito
mentos isentos de prescrição,também chama-
grave lhe ensinou várias lições: além de ter no-
dos medicamentos de venda livre – aqueles
ções sobre os medicamentos para utilizá-los cor-
que podem ser vendidos sem receita médica
retamente, nada de automedicação. É também
e que não possuem tarja preta ou vermelha
preciso saber como agir diante de problemas
na embalagem. Geralmente são aqueles cuja
provocados pelos medicamentos e não se deixar
função é aliviar sintomas leves e passageiros,
seduzir pela publicidade, uma das grandes por-
como dores de cabeça, prisão de ventre, febre,
tas de entrada dos medicamentos em nossas casas.
assaduras, congestão nasal, azia etc. Foi assim que
Mesmo medicamentos muito usados e aparente-
dona Ofélia caiu no erro da automedicação.
mente inofensivos podem ser bem perigosos.
Ela achou que, pelo fato de a receita médica
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medicamentos
não ser obrigatória, o remédio não faria mal Como vemos na notícia (abaixo, à esquerda), nem
à sua saúde. Mas as coisas não são bem assim. sempre os direitos dos consumidores são respeitados.
Embora a legislação brasileira autorize Estudos dão conta de que o nível de desrespeito à lei é
esse tipo de publicidade, ela impõe algu- grande. Uma pesquisa que coletou 100 peças publici-
mas regras que devem ser observadas pelas tárias de medicamentos entre os meses de outubro de
empresas farmacêuticas. A mais impor- 2002 e julho de 2003 concluiu que 100%, ou seja, todas
tante delas é garantir a informação com- descumpriam, em algum ponto, a legislação.
pleta, correta e clara, inclusive sobre as Grande parte das peças publicitárias carece de infor-
contra-indicações. É proibido induzir o mações sobre contra-indicações ou sugere ausência de
consumidor a erro ou a se comportar de efeitos colaterais, faz comparações que não se baseiam
forma prejudicial à sua saúde, por exemplo, em estudos científicos, relaciona o uso do medicamen-
estimulando-o a consumir um medica- to à beleza, ao desempenho físico ou sexual ou ainda diz
mento sem necessidade. Essas regras são respeito a produto sem registro. Nada disso é permitido
baseadas em direitos assegurados pelo Có- pela lei brasileira.
digo de Defesa do Consumidor. Como a história da dona Ofélia mostrou, mesmo
A Anvisa – Agência Nacional de Vigi- sem perceber, somos influenciados pela publicidade. Em
lância Sanitária, vinculada ao Ministério geral, as peças publicitárias passam uma idéia de que é só
da Saúde, tem a importante missão de tomar que a dor vai embora, e que nada de mal irá acon-
monitorar e fiscalizar as publicidades que tecer! Mas a automedicação é perigosa, por isso é recomen-
não cumprem as exigências legais, impondo dável ficar atento para não adquirir remédio simples-
multas às empresas farmacêuticas infratoras. mente porque viu o anúncio na TV. A melhor maneira
Entre 2002 e agosto de 2005, a agência é buscar sempre a orientação de um profissional e refle-
aplicou cerca de R$ 12,7 milhões em tir bem antes de comprar, seja qual for o medicamento.
multas referentes a 451 casos de ilegali-
dades na promoção de medicamentos.
PUBLICIDADE DIRIGIDA AOS MÉDICOS E DENTISTAS
Os cidadãos não são os únicos alvos da publicidade de
medicamentos. A indústria farmacêutica também tem
ASPIRINA DEVE MUDAR estratégias de marketing voltadas aos médicos e dentistas,
PROPAGANDA NA TV isto é, aos profissionais habilitados para receitar remédios.
É bastante comum médicos e dentistas receberem a
A partir do próximo domingo, a indús- visita de propagandistas e ganharem amostras grátis dos
tria química alemã Bayer deverá alterar pu- laboratórios farmacêuticos. Esse é um meio de informar
blicidade de televisão em que sugere aos e atualizar os profissionais sobre os novos produtos lan-
consumidores o uso de dois comprimidos çados no mercado. Mas até que ponto essas informações
do analgésico aspirina para combate a dores publicitárias podem influenciar os profissionais na pres-
no corpo. A determinação é da Fundação crição dos medicamentos a seus pacientes? O natural é
Procon-SP, que alega que a própria bula que esses profissionais procurem mais informações sobre
do medicamento recomenda dosagem o remédio alvo da publicidade, pesquisando em outras
inferior a um comprimido para pacientes fontes que não o próprio laboratório interessado. Que
a partir de 12 anos. Com base nisso, a enti- estudem e acompanhem os resultados do uso desses
dade considerou que essa indicação da Bayer medicamentos para poder compará-los às promessas da
em peças publicitárias pode induzir a po- publicidade, além de pesquisar outras alternativas.
pulação a se automedicar. (Agência Estado) Em outras palavras, o profissional deve ampliar seu
(Fonte: Correio Braziliense – Brasília,
25 de abril de 2002) 37
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conhecimento sobre os medicamentos e não se satisfa- ser consumido pelo paciente, com a
zer apenas com as informações prestadas pela empresa respectiva dosagem e duração do trata-
farmacêutica. mento. É a conhecida receita médica ou
odontológica.
Esse é um dos problemas que podem
RESPONSABILIDADE ocorrer com os medicamentos isentos de
A legislação brasileira não admite nem publicidade enga- prescrição. O caso da dona Ofélia é um
nosa, nem publicidade abusiva. É proibido, por exem- exemplo do perigo que é tomar remédio
plo, induzir o consumidor a erro, veicular informação por conta própria: ela foi orientada a se
falsa ou omitir informação relevante sobre o medica- tratar com um medicamento aparente-
mento ou ainda provocar situações que levem o cidadão mente inofensivo, mas prejudicial para a
a se comportar de forma prejudicial à sua saúde ou à sua doença que de fato ela tinha: a dengue.
segurança. Essas regras, estipuladas pelo Código de Defesa
do Consumidor, devem ser cumpridas por todos os la-
boratórios farmacêuticos.
A empresa farmacêutica que desrespeitar essa lei
estará cometendo uma infração administrativa e penal, e
poderá ser punida de várias formas. A primeira delas é a
obrigação de fazer uma “contrapropaganda”, isto é, uma
nova publicidade para corrigir o erro da anterior, des-
fazendo o malefício causado, na medida do possível. A
outra punição é a prisão do responsável, em regime de
detenção, pelo período de um mês a dois anos, con-
forme o caso, além do pagamento de multa. E se a publi-
cidade resultar em algum tipo de dano, os cidadãos lesados
poderão recorrer à Justiça para pedir uma indenização.
Como se vê, a responsabilidade das empresas farma-
cêuticas na publicidade de seus produtos é muito grande.
Juntos, podem ser responsabilizados o profissional que Os medicamentos cuja venda exige a
elaborou a publicidade enganosa ou abusiva e até mesmo apresentação de receita médica são classi-
os veículos de comunicação que a publicaram. ficados como tarjados. De acordo com as
normas de vigilância sanitária, tais me-
dicamentos devem apresentar tarjas em
QUEM RECEITA MEDICAMENTO seus rótulos:
• Tarja vermelha – indica os medica-
Dona Ofélia começou a tomar um medicamento mentos que só podem ser vendidos
sugerido pelo balconista da farmácia, por telefone. Ela sob prescrição médica. Além da tarja,
começou seu tratamento sem passar antes por uma con- devem conter os dizeres: Venda sob
sulta, exame ou mesmo uma conversa com um médico, prescrição médica. Dependendo das
confiando no seu velho conhecido da farmácia e na substâncias que contiver, pode ser incluí-
lembrança do comercial da TV. Isso está correto? do dentre os medicamentos controlados.
Claro que não. Os únicos profissionais habilitados • Tarja preta – indica os medicamen-
para prescrever medicamentos são os médicos e os den- tos que, além da necessidade de pres-
tistas. A prescrição é o ato de definir o medicamento a crição, contêm substância entorpecen-
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medicamentos
te ou que causa dependência física ou sável, podendo ser realizada sob nome genérico ou
psíquica. Devem também apresentar os comercial.
dizeres: Venda sob prescrição médica Mas, afinal, o que são medicamentos genéricos? E
e Pode causar dependência física ou como se diferenciam dos medicamentos de referência?
psíquica. Todo medicamento de tarja O medicamento de referência, também conhecido
preta é um medicamento controlado. como medicamento de marca, é um produto inovador,
ou seja, antes dele não existia outro com as mesmas carac-
terísticas e destinação. É registrado na Anvisa, após com-
provação científica de sua eficácia, segurança e qualidade.
MEDICAMENTOS CONTROLADOS Ao formular um medicamento original, o laborató-
A tarja vermelha ou preta na embala- rio pode patentear sua criação. Isso significa que durante
gem de alguns medicamentos indica 20 anos a fórmula do remédio é sua propriedade exclu-
que eles contêm substâncias capazes siva e não pode ser usada, copiada ou vendida sem sua
de causar dependência física ou psí- autorização – com algumas raras exceções.
quica ou ainda causar graves danos ao O medicamento genérico tem a mesma fórmula e
organismo de quem os consome sem produz os mesmos efeitos no organismo que o medica-
o devido acompanhamento médico. mento de referência. Por isso, os genéricos podem subs-
Por isso, essas substâncias requerem tituí-los com o mesmo resultado terapêutico, tanto no
um controle especial, diferenciado e aspecto da eficácia quanto no da segurança do tratamento.
rigoroso, feito pela vigilância sanitária. O medicamento genérico é identificado pelo nome
Esse controle é feito por meio de re- de seu princípio ativo – principal substância que com-
gras específicas de fabricação, comer- põe o medicamento e produz os efeitos terapêuticos.
cialização, transporte, embalagem, pres- Não possui nome comercial ou de fantasia e, na embala-
crição e fiscalização. Uma dessas regras gem, possui uma tarja amarela, sobre a qual é impressa
diz respeito às tarjas obrigatórias no uma letra “G”, bem evidente, e a inscrição
rótulo. Dessa forma, esses medicamen- Medicamento Genérico.
tos só podem ser adquiridos mediante
a apresentação de receita médica. Além
disso, na maioria dos casos, pode ser
exigida uma receita especial – a noti-
ficação – e cópia, porque uma via, com
o nome, identificação (RG ou CPF) e
endereço do consumidor terá de ficar
retida na farmácia ou drogaria.
MEDICAMENTOS GENÉRICOS
Nas unidades do SUS, os profissionais
têm a obrigação de prescrever os medica-
mentos pela denominação genérica. Já
nos serviços privados de saúde, a pres-
crição fica a critério do médico respon-
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medicamentos
indicação do tratamento correto. Se dona sionais é imensa. Devem sempre optar pelo produto
Ofélia tivesse consultado seu médico, dr. mais eficaz para o tratamento, considerando não apenas
Cid, em vez de seguir a indicação do bal- a doença em foco, mas levando em conta também ou-
conista da farmácia, certamente não teria tros males ou deficiências do paciente e os efeitos colate-
recebido uma receita que poderia até ter rais dos medicamentos.
agravado a sua saúde. Uma pesquisa recente mostra que nem sempre isso
Por isso, a responsabilidade desses profis- acontece.Veja esta notícia:
ANTIBIÓTICOS EM EXCESSO
Tosse, resfriado, dor de garganta? Hora de to- freqüência muito superiores ao ritmo de pro-
mar um antibiótico. Para muitos, esta tem sido a dução de novos medicamentos.
alternativa há tempos. Algo que se tornou tão “Se olharmos para a história do uso de anti-
rotineiro – e muitas vezes os próprios médicos bióticos nos últimos 60 anos estaremos vendo
contribuem com a tendência – que tem levado praticamente a história da resistência das bac-
não apenas à automedicação, mas ao surgimento térias. A segunda está a apenas um ou dois anos
de tipos preferidos, como se tais medicamentos da primeira. Tão logo surge um novo antibióti-
fossem meros doces ou refrigerantes. co, os microrganismos começam a desenvolver
“A necessidade de antibióticos para tratar res- resistência a ele. Se não fosse pelo fato de que te-
friados simples é absolutamente zero. Para bron- mos criado cada vez mais medicamentos, teríamos
quite, menos de 10%. Gargantas inflamadas talvez hoje um problema sem solução”, afirma Wilde.
precisem em 10% ou 15% dos casos”, afirma o O cientista explica que, mesmo que os
médico Jim Wilde, da Faculdade de Medicina da antibióticos sejam utilizados apenas quando real-
Geórgia, nos Estados Unidos. mente necessários, as bactérias encontrarão ma-
Wilde é o principal pesquisador de um pro- neiras de resistir a eles. Mas a diferença é que, nesse
jeto, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde cenário, o período de eficiência seria muito maior,
(NIH), que tem como objetivos investigar a ex- sobrando mais tempo para o desenvolvimento de
tensão do uso indevido de antibióticos e educar novas drogas.
especialistas em saúde e o público em geral sobre Wilde acredita que, se nenhuma medida drás-
os problemas que esse exagero pode provocar. tica for tomada, a maioria dos antibióticos – ne-
“De 90% a 95% de todas as infecções são cessários para tratar de estados graves como menin-
virais ou bacterianas simples, como no ouvido gite ou pneumonia – pode se tornar inútil em
ou nos seios da face”, disse Wilde em comunicado 50 anos.“Trata-se de um assunto federal. Estamos
da faculdade norte-americana. Mesmo assim, se- realmente em perigo caso não controlemos o uso de
gundo o estudo, mais da metade dos pacientes nos antibióticos. Pode soar alarmista, mas não é”, afirma.
Estados Unidos costuma ingerir antibióticos de O pesquisador lembra que em países em
espectro antibacteriano para problemas causados desenvolvimento, onde a falta de médicos e
por vírus, como gripe, resfriado ou bronquite. especialistas em saúde acaba levando a um uso
De acordo com o pesquisador, a situação é ainda mais indiscriminado de antibióticos do
tão grave que “a guerra contra as bactérias está que nas nações mais ricas, o perigo é ainda
sendo perdida”. O ponto mais preocupante é maior. “Em diversas regiões, está se tornando
que a proliferação de microrganismos resistentes comum o pesadelo de infecções comuns que já
aos antibióticos tem ocorrido em velocidade e não têm mais tratamento disponível”, disse.
(Fonte: http://www.agencia.fapesp.br, 05/01/2005)
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vigilância sanitária
Algumas informações ajudam o médico ou o dentista • Como atua o medicamento e se ele vai
a prescrever um medicamento. Por isso, o paciente deve curar ou somente aliviará os sintomas;
responder a todas as perguntas feitas por esses profissionais. • De que forma e quando deve ser
E mesmo que o médico não pergunte, o paciente deve tomado;
tomar a iniciativa de informar. Por exemplo, é impor- • Como saber se o medicamento está
tante o profissional saber do paciente: atuando e o que se deve fazer se não
• Se é alérgico a algum tipo de medicamento ou a estiver atuando, por quanto tempo se
outras substâncias, como mofo, poeira e perfume; deve tomá-lo e se pode parar de tomar
• Se utiliza algum outro medicamento; antes do prazo, em caso de se sentir bem;
• Se usa bebida alcoólica ou algum tipo de droga; • Quais são os efeitos colaterais ou
• Se pratica esportes; indesejáveis mais comuns, se há algum
• Como é sua alimentação; efeito colateral mais sério e o que se
• Se há casos de doenças na família, como hiperten- deve fazer se sentir efeitos colaterais;
são, diabetes e outras; • O que deve fazer se esquecer de to-
• Se foram notadas alterações no ciclo menstrual; mar o medicamento uma ou mais vezes;
• Se a paciente está grávida ou em fase de amamentação. • Se é possível usar outros medicamen-
tos ao mesmo tempo, tomar bebidas
Algumas dessas informações podem até não ter rela- alcoólicas, se há alimentos que devem
ção direta com a doença a ser tratada, mas são impor- ser evitados e se é possível dirigir du-
tantes para que o médico opte pelo medicamento mais rante o tratamento;
adequado, evitando qualquer risco para o paciente. Por • Se o medicamento causa dependência;
exemplo, a utilização de antibióticos conjuntamente com • O que acontecerá se decidir não uti-
pílulas anticoncepcionais pode fazer com que esta perca lizar o medicamento;
seu efeito, deixando as mulheres desprotegidas contra • Quais são as alternativas ao tratamen-
uma gravidez indesejada. to medicamentoso.
Da mesma forma, ao prescrever um antiinflamatório,
o médico deve saber se o paciente apresenta problemas A RECEITA
estomacais, pois esse tipo de medicamento pode provo- A receita médica ou odontológica
car dores e queimações. Outro exemplo são os anti-his- deve necessariamente ser legível e
tamínicos, medicamentos para combater alergias, que compreensível, e precisa conter:
geralmente causam sonolência devido à sua ação no sis- • O nome e o endereço do paciente;
tema nervoso central. O uso dessas substâncias por pes- • O nome do medicamento, a quan-
soas que trabalham dirigindo ou operando máquinas tidade e a forma de utilização;
deve ser discutido com o médico para evitar o risco • A data, a assinatura e o número de
de acidentes. registro do médico ou dentista no
Durante a consulta, é importante que o paciente órgão profissional competente;
esclareça todas as dúvidas que tiver sobre os medica- • O endereço e o telefone de quem
mentos receitados. Ele poderá perguntar, por exemplo: a prescreveu.
• Qual o nome do medicamento e quais são seus
princípios ativos; O paciente deverá sanar qualquer
• Se o medicamento está sob nome de marca ou de dúvida sobre a receita no momento
fantasia e se existem opções de genéricos mais baratas; em que esta é feita, mas, se ainda
• Se é possível utilizar o medicamento no caso de restar alguma, deverá esclarecê-la
gravidez ou amamentação; diretamente com quem a passou.
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medicamentos
CUIDADOS AO TOMAR,
GUARDAR E DESCARTAR Uma boa saúde é condição essencial para realizarmos
as atividades cotidianas e para termos uma vida digna.
Quando o assunto é o uso de medica- Para manter a saúde, o ser humano cada vez mais reco-
mentos, a primeira atitude que devemos nhece a importância de uma alimentação adequada e da
tomar é refletir sobre sua real necessidade: prática de esportes. Outras atividades chamadas “alterna-
precisamos mesmo? Por que precisamos? tivas” também têm sido mais e mais procuradas para
O que fazer para não precisar mais? combater o estresse e outros desequilíbrios que afetam
o corpo e a mente.
Mesmo tomando todas as medidas que sabemos ser
NOSSOS HÁBITOS benéficas para a saúde, ninguém está livre de precisar de
"Que teu alimento seja teu remédio" medicação para tratar um problema ou mesmo para
(Hipócrates, 400 a.C.) realizar um exame diagnóstico.
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medicamentos
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cado nos casos de reumatismo e para prevenir proble- tempo leva para começar a fazer efeito;
mas cardíacos, se usado na vigência de certas viroses • As indicações do medicamento:
infantis, pode precipitar uma lesão hepática grave. para quais doenças deve ser utilizado;
• Os riscos do medicamento: as
Fonte: entrevista disponível no sítio do dr. Drauzio Varella contra-indicações, as precauções, as ad-
(www.drauziovarella.com.br), realizada com o dr.Anthony Wong, vertências, as interações com outros
médico pediatra e toxicologista do Hospital das Clínicas da medicamentos, alimentos, bebidas e
Universidade de São Paulo. como influenciam em resultados de
exames laboratoriais;
• O modo de uso: as doses, o tempo
LEIA A BULA de tratamento, como usar o medicamen-
Outro cuidado que o paciente deve ter ao usar um to para doenças ou situações especiais.
medicamento é ler atentamente as informações pre- • As reações adversas: qualquer efeito
sentes na bula, principalmente quanto às interações do prejudicial ou indesejável que pode
produto com outros medicamentos ou com alimentos e aparecer após o uso de um medicamen-
bebidas, em especial as alcoólicas, para evitar alteração na to, classificado de acordo com a fre-
atuação do mesmo. Caso o paciente não entenda qual- qüência com que ocorre ou gravidade;
quer informação da bula, deve buscar esclarecimentos • A conduta em caso de superdo-
com seu médico ou dentista, que lhe prescreveu o sagem: o que fazer e quais são os sin-
medicamento, ou ainda com um farmacêutico. tomas de intoxicação pelo medicamento;
Na bula do medicamento devem constar várias in- • Os cuidados de conservação e uso:
formações. Uma parte dela é reservada às características como deve ser guardado e qual o prazo de
do medicamento: validade após a abertura da embalagem.
• O nome de marca: nome pelo qual o medica-
mento é conhecido (se for de marca); A bula também deve informar: o nú-
• O nome genérico do princípio ativo: nome da mero do registro na Anvisa; farmacêutico
substância contida no medicamento; responsável e respectivo número de ins-
• A forma como foi feito: comprimido, drágea, crição no Conselho Regional de Farmá-
cápsula, injetável, xarope, pomada, creme etc; cia da Unidade Federativa; nome comple-
• A forma de administração: por exemplo, uso tópi- to, número do Cadastro Nacional de Pessoa
co (aplicado na pele), via oral (pela boca), via nasal (pe- Jurídica – CNPJ e endereço do fabricante
lo nariz), via intramuscular (aplicado no músculo) etc; e do titular do registro; telefone do Servi-
• Quantidade de unidades da embalagem: por ço de Atendimento ao Consumidor – SAC.
exemplo, caixa com 30 comprimidos, embalagem
com 3 ampolas, caixa com 1 bisnaga de 20 g etc.;
• As restrições para faixa etária: quem pode usar o OUTROS CUIDADOS AO
medicamento; adulto ou criança, ou ambos; TOMAR MEDICAMENTOS
• A composição: as substâncias contidas no medica- • Se, durante o tempo de tratamento, o
mento e suas quantidades. paciente perceber novos sintomas ou
sentir que seu problema não está sendo
Outra parte da bula deve se destinar às informações resolvido, deve buscar esclarecimentos
aos pacientes, devendo constar: com o médico ou o dentista para rever
• A ação do medicamento: como atua no organis- a dosagem ou encontrar outra solução
mo para produzir o resultado esperado e quanto de tratamento;
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medicamentos
• Não tomar medicamentos aconselha- de decoração ou qualquer outro lugar sem segurança.
dos pelo seu vizinho ou amigo, apenas • Guardar de acordo com as recomendações da
tomar medicamentos quando prescritos embalagem ou da bula. O local onde será guardado
ou indicados por médico ou dentista; deve ser arejado, sem umidade, longe do sol ou fonte
• Plantas medicinais e medicamentos de calor.
homeopáticos também possuem efeitos • Não descartar as bulas, porque contêm informações
colaterais e contra-indicações, e tam- essenciais para o tratamento adequado, bem como
bém só devem ser tomados sob orien- para orientar os profissionais de saúde em casos de
tação médica; intoxicação, de superdosagem ou outra situação em
• Bebês, mulheres grávidas ou em que haja necessidade de primeiros socorros. Caso ela
período de amamentação, mais ainda tenha sido descartada, é possível obter os textos das
que as demais pessoas, não devem tomar bulas via internet, no portal Bulário Eletrônico
medicamentos sem receita médica; (www.bulário.bvs.br).
• Não tomar medicamento com • Ter atenção redobrada quanto à validade dessas sobras.
data de validade vencida; • Não reaproveitar a embalagem de um produto para
• Não tomar medicamentos de frascos guardar outro, porque, por mais bem lavada ou limpa
que tenham perdido o rótulo, pois há que ela seja, poderá manter resíduos que contaminam
o perigo de se enganar no medica- a nova substância nela colocada. Além disso, como as
mento que irá tomar; informações do frasco são do produto anterior, isso
• Não tomar medicamento diante das pode causar confusão quando do uso do produto
crianças, pois elas tendem a imitar o armazenado.
comportamento dos adultos sem a
noção do perigo;
• Não dizer às crianças que remédio é
doce ou gostoso. Isso pode estimulá-las
a tomar remédios sem necessidade.
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vigilância sanitária
A verdade é que existe pouca informação disponível que necessitam de medicamentos e ainda
para os cidadãos sobre o assunto. O descarte aleatório de um bem a si próprio, pois evita a tentação
medicamentos pode causar diversos danos ao meio da automedicação.
ambiente e à saúde pública. Isso porque os medicamentos
nada mais são que compostos químicos, ou seja, um
conjunto de substâncias químicas que, se descartadas em
lixões ou nos rios, podem causar a contaminação do
solo ou das águas em que são jogados ou depositados. ALUNOS ARRECADAM
Podem ainda provocar a intoxicação de pessoas desa- MAIS DE 5 MIL MEDICA-
visadas que entram em contato com esses restos. MENTOS VENCIDOS
O problema do descarte de medicamentos é tão
grave que foi criada uma norma pelo Conselho Alunos do 4º ano de Farmácia rea-
Nacional do Meio Ambiente – Conama para estabele- lizaram entre os dias 20 de março e 8 de
cer a responsabilidade dos fabricantes de medicamentos maio a tradicional campanha que arrecada
– que são resíduos considerados de risco químico – de medicamentos vencidos na cidade. O curso
dar a seus produtos tratamento e destinação final especí- faz esse trabalho desde a primeira turma.
ficos, em locais previamente licenciados pelo órgão Uma tradição que passa de turma para turma.
ambiental competente. Segundo o prof. Élcio Rivelino
Além da norma do Conama, a Anvisa também possui Rodrigues, diretor do curso, mais de
regras sobre como deve ser feito o descarte de medica- 5.100 medicamentos foram recolhidos e
mentos e outros resíduos de serviços de saúde pelas destinados ao descarte adequado. Cada
entidades prestadoras de serviços, dentre as quais, as medicamento contém em média 10 com-
drogarias e farmácias e os distribuidores de produtos far- primidos, o que totaliza 51 mil unidades
macêuticos. em risco. Esses medicamentos (inadequa-
As normas criadas pela Anvisa deixam claro que há dos), quando armazenados pela popula-
determinados medicamentos que precisam de tratamen- ção, acarretam grandes riscos como con-
to especial ao ser descartados, pois oferecem risco à taminação ambiental, uso incorreto e uso
saúde e ao meio ambiente. acidental, especialmente por crianças.
Mas essas regras não resolvem o descarte pelos Através da campanha realizada, os
cidadãos após o consumo dos medicamentos. Não tem alunos contribuíram para a prevenção de
sido dada muita atenção a esse problema grave e as pes- acidentes com medicamentos e, princi-
soas não sabem direito o que fazer. Uma saída para o palmente, para a conscientização da po-
problema é a conscientização da população para a ne- pulação sobre o descarte adequado.
cessidade do descarte correto e a implementação de Um outro projeto, ainda em fase de
postos de coleta. estudo, tem como objetivo a arrecadação
Segundo o Sinitox – Sistema Nacional de Infor- de medicamentos (utilizáveis) para serem
mações Tóxico-Farmacológicas, o melhor a fazer é doados em núcleos assistenciais. A idéia é
despejar os restos de remédios ou os vencidos no vaso que os alunos visitem clínicas, farmácias e
sanitário ou na pia – sem as embalagens. Estas devem ser consultórios médicos para recolher
bem lavadas antes do descarte na lixeira adequada. amostras grátis que serão, primeiramente,
E vale lembrar que as sobras de medicamentos que classificadas pelos alunos sob supervisão
não serão mais utilizadas, mas que ainda estejam no pra- dos professores farmacêuticos e depois
zo de validade, podem ser doadas a instituições filantró- disponibilizadas para núcleos ainda a
picas. Essa atitude representa uma colaboração àqueles serem definidos.
medicamentos
vigilância sanitária
medicamentos
A notícia trata de um problema que camentos para mal de Alzheimer, mal de Parkinson,
não é novidade para ninguém: nem sem- doença de Gaucher, osteoporose e esclerose múltipla
pre a lista completa de remédios oferecidos fazem parte dessa lista.
pelo governo é encontrada nos postos de Mesmo nos casos em que o cidadão precisa de
atendimento. Uma pesquisa realizada pelo medicamentos não incluídos na Rename ou nas listas
Idec em 2002 também confirmou que o estaduais ou municipais, ou no Programa de Medica-
nível de desabastecimento é significativo: mentos Excepcionais, o Idec entende que é direito do
apenas 54% de 61 medicamentos básicos cidadão pleitear a medicação, desde que: 1) não exista
estavam disponíveis em centros de saúde produto alternativo que conste da relação do governo;
de 11 grandes cidades do Brasil. 2) o medicamento indicado tenha eficácia comprovada;
Isso é muito sério, porque, além de e 3) seja indispensável ao tratamento.
agravar a situação do doente, encarece o
tratamento e conseqüentemente custa mais
para os cofres públicos, ou seja, para o pró- COMO CONSEGUIR UM
prio governo. Assim, quanto maior o in- MEDICAMENTO PELO SUS
vestimento com o tratamento básico, Para saber onde obter seus medicamentos, o cidadão deve
menores serão os gastos com internações perguntar no serviço de saúde onde é assistido ou procu-
no futuro. rar a Secretaria Municipal de Saúde da sua cidade.
Para se ter uma idéia, o Programa Os governos locais podem organizar esse serviço de
Nacional de DST/Aids divulgou, no iní- formas distintas, mas, em regra, os medicamentos são
cio de 2003, dados de 20 anos de combate oferecidos aos pacientes nos postos onde são atendidos.
à epidemia.Afirmou que em cinco anos o A exceção fica por conta dos medicamentos utilizados
país evitou 358 mil internações e econo- para o tratamento de determinadas doenças, como a aids
mizou cerca de 2,2 bilhões de dólares e distúrbios mentais, que são oferecidos em serviços de
com a assistência a pessoas com aids entre saúde específicos.
1996 e 2002, sendo 1,23 bilhão econo- O medicamento deve ser fornecido sempre, não
mizados com internações e tratamentos importando se foi prescrito por médico particular ou da
de doenças oportunistas. rede pública. Mas, na prática, muitos postos de saúde
têm orientação de fornecer apenas medicamentos pres-
critos em receituário do serviço público e desde que tal
REMÉDIOS PARA CASOS ESPECIAIS serviço tenha sido prestado dentro da área de abrangên-
Paralelamente à Rename funciona o pro- cia da sua unidade. Esta é a recomendação do próprio
grama dos medicamentos excepcionais ou Ministério da Saúde: “O paciente só pode ter acesso a
de alto custo. São assim chamados aqueles esses medicamentos nas unidades de saúde do seu
medicamentos de uso contínuo e caros, município se forem receitados pelo médico durante
cuja aquisição governamental é feita em uma consulta”. A explicação é que a demanda maior,
caráter excepcional, individual, e com re- vinda de atendimentos prestados por planos de saúde ou
cursos financeiros independentes daqueles consultas particulares, dificulta a organização do serviço,
destinados aos medicamentos da Rename, gerando falta ou sobra de remédios.
utilizando critério especial para dispen- Os postos do SUS possuem dispensários (em vez de
sação. Esses medicamentos estão incluídos drogarias ou farmácias), onde são fornecidos os medica-
no Programa de Medicamentos Excepcio- mentos prescritos. Existem vários profissionais de saúde
nais do Ministério da Saúde e também são (enfermeiros, dentistas, médicos) que devem dirimir
distribuídos pelo SUS. Por exemplo, medi- dúvidas do usuário. Seria ideal que esse profissional fosse
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DIREITO DE ARREPENDIMENTO
As compras feitas pelo telefone, pela inter-
net, em espaços públicos, em casa ou no
trabalho, chamadas genericamente de com-
pras a distância, colocam os cidadãos em
situação de maior exposição e fragilidade,
qualquer que seja o produto ou serviço
ofertado. Em se tratando de medicamento,
os malefícios podem ser graves. Por isso, o
Código de Defesa do Consumidor assegura
um prazo de arrependimento para o
consumidor de até sete dias com relação às
compras feitas a distância. Esse prazo é con- MANIPULAÇÃO É MOTIVO
tado a partir da efetiva entrega do produto. DE PREOCUPAÇÃO
A opção pelos medicamentos manipulados deve levar
em conta os seguintes pontos críticos:
MEDICAMENTOS MANIPULADOS • O processo de concessão de registro aos medica-
São aqueles preparados para atender a uma mentos manipulados é feito a partir da coleta de
prescrição médica específica, com dose e evidências na tentativa de garantir a segurança, eficá-
quantidade adequadas para as necessidades cia e qualidade dos produtos.
do paciente. Tanto os medicamentos ho- • Não há exigência de estudos que demonstrem a
meopáticos quanto os alopáticos e os fito- eficácia e segurança dos medicamentos antes do uso.
terápicos podem ser manipulados.As defi- • A eficácia e segurança do medicamento ficam a
nições desses tipos de medicamento serão mercê da habilidade do farmacêutico, da adequação dos
apresentadas mais adiante. equipamentos e do uso de compostos apropriados.
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O grande entrave para o sucesso dessa medida é que função ativar o sistema imunológico, que
os laboratórios farmacêuticos não têm o dever de ofe- tem a ver com as células brancas do
recer seus medicamentos de forma fracionada, e as far- sangue. São as vacinas e as imunoglobulinas.
mácias e drogarias não são obrigadas a dispensar o pro- A imunização tem se mostrado um
duto de maneira fracionada. Assim, para funcionar, o meio eficiente para o controle de diversas
programa depende da boa vontade da indústria farma- doenças infecciosas causadas por bactérias,
cêutica, das farmácias e drogarias. De qualquer forma, vírus ou toxinas.
como já existem alguns medicamentos fracionados à Há ainda os homeopáticos e os
disposição, vale a pena o paciente solicitar ao seu médi- fitoterápicos, que são obtidos exclusiva-
co que informe na prescrição a quantidade exata neces- mente a partir de plantas medicinais (ex-
sária para o tratamento. trato, tintura, óleo, cera, suco e outros de-
rivados de droga vegetal), enquanto os
homeopáticos podem derivar de plantas,
OS DIFERENTES TIPOS DE MEDICAMENTO animais ou minerais.
Aprendemos ou recordamos aqui diversas definições rela- O farmacêutico homeopata transfor-
cionadas aos medicamentos, como genéricos, similares, ma essas substâncias em medicamentos
tarja vermelha, isentos de prescrição, entre vários outros. homeopáticos por meio de uma técnica
Tudo o que falamos sobre os perigos da publicidade e especial chamada dinamização. Essa técni-
da automedicação, a necessidade de se tomar adequada- ca libera as propriedades medicinais da
mente os remédios, seguindo à risca a prescrição médi- substância original. Existem aproximada-
ca ou odontológica e tudo o mais é válido para qualquer mente duas mil substâncias cujos efeitos
medicamento. Mesmo assim, vale a pena saber um pouco específicos no corpo foram testados.
sobre os tipos de medicamento existentes. Para a homeopatia, as doenças decor-
A grande maioria dos remédios a que temos acesso é rem do desequilíbrio das forças do orga-
de ação química, isto é, contêm substâncias que eliminam nismo, razão pela qual ela busca o trata-
os sintomas e as manifestações da doença.Apesar de apre- mento do paciente como um todo, e não
sentar um resultado mais rápido, em geral, esse tipo de apenas da parte doente, reequilibrando-o.
medicamento não ataca as causas ou a origem das doenças. Muita gente confunde, mas não são me-
Esses medicamentos são chamados alopáticos e dicamentos ou tratamentos homeopáticos
podem ser encontrados nos postos de distribuição da as essências florais, os medicamentos antro-
rede pública e nas farmácias e drogarias. Estão nessa ca- posóficos, a cromoterapia, a aromaterapia,
tegoria os medicamentos de referência, os genéricos e os a acupuntura, o reiki, a iridologia, o shiatsu,
similares, de venda livre ou tarjados. dentre outros.
Surgida no século XVIII, a homeopa-
REFERÊNCIA tia passou a ser reconhecida no Brasil pelo
DE VENDA Conselho Federal de Medicina em 1980.
ALOPÁTICOS GENÉRICOS LIVRE A partir dessa data também se iniciaram
OU TARJADOS os primeiros tratamentos homeopáticos pelo
SIMILARES sistema público de saúde por alguns Esta-
dos e Municípios. Mas foi com a implan-
tação do SUS que houve um avanço na
Além dos alopáticos, existem outros tipos de medica- adoção da homeopatia na rede pública.
mento cujos componentes agem de forma diferente. O Em 2006, foi aprovada a Política
medicamento imunobiológico é aquele que tem por Nacional de Práticas Integrativas e Com-
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plementares (PNPIC), por meio da qual registrado na Anvisa, basta verificar se existe um número
se inclui a homeopatia, a acupuntura, a em sua embalagem que sempre se inicia com o número
fitoterapia e o termalismo no Sistema 1 e pode conter 9 ou 13 dígitos, por exemplo:
Único de Saúde. Essa Política, de caráter 1.0222.0022.002-2.
nacional, recomenda às Secretarias de Saúde
dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios a implantação e implemen- Autorização de funcionamento
tação das ações e serviços relativos às Prá- Todas as empresas que realizam atividades relativas à
ticas Integrativas e Complementares. produção de medicamentos (como, fabricar, transfor-
Essas definições, bem como os demais mar, sintetizar, embalar, importar, exportar, armazenar,
aspectos desenvolvidos neste capítulo, de- distribuir), precisam de uma autorização de funciona-
monstram que o universo dos medica- mento concedida pela Anvisa. As empresas farmacêuti-
mentos é tão complexo quanto relevante. cas, as farmoquímicas e as farmácias (públicas e priva-
Por isso, eles têm que ser rigorosamente das) e ainda as importadoras e distribuidoras que co-
monitorados pelo governo. mercializam substâncias e medicamentos controlados
necessitam de uma autorização especial.
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nados ao transporte dos produtos são fiscalizados pela O recolhimento é uma medida de sus-
vigilância sanitária, de forma a garantir o cumprimento pensão da comercialização do produto
das respectivas boas práticas e demais exigências da le- devido a defeitos relativos à qualidade,
gislação vigente. segurança ou eficácia detectados poste-
A publicidade de medicamentos também está sujeita à riormente à sua colocação no mercado.
fiscalização, para impedir a veiculação de informações ina- Independentemente da iniciativa da em-
dequadas,fraudulentas e práticas antiéticas de comercialização. presa farmacêutica, a Anvisa pode deter-
minar o recolhimento de medicamento
com indícios suficientes ou comprovação
Farmacovigilância de desvio de qualidade, podendo ainda
Os órgãos da vigilância sanitária têm o dever de acom- delegar essa função às vigilâncias sanitárias
panhar efeitos adversos e outros problemas que possam estaduais e do Distrito Federal.
surgir em decorrência do uso de medicamentos, seja no
tocante à segurança, à eficácia ou à relação risco/bene-
fício de um produto. Isso é feito por meio da farma- Outras atribuições
covigilância, que quer dizer a ciência de detecção, ava- Além das atribuições já mencionadas, a
liação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos ou vigilância sanitária também desenvolve
quaisquer problemas relacionados aos medicamentos. pesquisas clínicas em seres humanos, que
Cidadãos, profissionais de saúde e principalmente as servem para validar o uso de novos me-
empresas devem notificar suspeitas de reações adversas dicamentos e tratamentos. Para garantir a
e/ou desvio de qualidade dos medicamentos, em espe- ética, integridade e dignidade das pessoas
cial quando se trata de reações graves, óbito, risco de submetidas às pesquisas é preciso muito
morte, hospitalização, prolongamento da hospitalização, rigor. O controle desses estudos é feito
anomalia congênita e incapacidade persistente ou per- pela Anvisa e pela Conep – Comissão
manente e reações não descritas na bula. Essa infor- Nacional de Ética em Pesquisa – instância
mação é tão importante para a segurança de todos que do Conselho Nacional de Saúde. Cada
a Anvisa solicita que a mera suspeita de que o medica- qual cumpre papel diferente na avaliação
mento possa ser a causa da reação adversa seja notifica- da pesquisa.
da. No sítio da agência existem instruções sobre como Outra função importante é a anuência
fazer uma notificação, que pode ser enviada por e-mail prévia à concessão de patentes. Como
ou correio. já vimos, a patente confere ao seu deten-
tor direitos exclusivos de exploração de
seu objeto por 20 anos. Por isso, é preciso
Recall uma avaliação muito criteriosa para
O fornecedor de produto ou serviço no Brasil é obri- impedir a concessão de patente para me-
gado a informar imediatamente consumidores e autori- dicamentos e processos farmacêuticos que
dades competentes se, depois de colocá-lo no mercado, não preencham os requisitos legais.
tiver conhecimento de sua periculosidade. A informa- Desde 2001, a Anvisa é responsável por
ção deve ser feita por meio de anúncios publicitários de analisar os pedidos de patentes de medica-
modo a atingir todos os potenciais lesados. mentos. Somente depois de sua aprovação
No caso dos medicamentos, essa medida é extrema- é que o Instituto Nacional de Propriedade
mente essencial, assim como é imprescindível retirar o Intelectual – Inpi pode conceder registro a
produto perigoso das prateleiras das farmácias e droga- uma patente de medicamento ou proces-
rias e dos postos de saúde. so farmacêutico.
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medicamentos
Idec. O SUS pode ser seu melhor plano de Fundação Oswaldo Cruz: www.fiocruz.br
saúde, 2003. • Sinitox: http://www.fiocruz.br/sinitox
HAI - Health Action International apud HAI - Health Action International: www.haiweb.org
International Seminar on Inproving Ministério da Saúde: www.saude.gov.br
Drug Information Systems in Risco Biológico: www.riscobiologico.org
Developing Countries. Report, German Sobravime: www.sobravime.org.br
Foundation for International
Development/OMS – Genebra,
Berlim, 28 maio – 3 junho de 1995. LEGISLAÇÃO BÁSICA CONSULTADA
Ministério da Saúde e Conselho Nacio-
nal das Secretarias Municipais de Saúde • Lei nº 6.360/76 – dispõe sobre a Vigilância Sanitária
– Conasems. O SUS de A a Z. a que ficam sujeitos medicamentos, drogas, insumos
farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e
Nascimento, Álvaro César. “Ao persis-
outros produtos
tirem os sintomas, o médico deverá ser
consultado” Isto é regulação?, Sobravime: • Lei nº 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor
São Paulo, 2005. • Lei nº 9.279/96 – Lei de Patentes
Ramos, Carla Luiza Job; Targa, Maria • Lei nº 9.787/99 – Lei dos Genéricos
Beatriz Mostardeiro; e Stein, Airton
Tetelbom. Perfil das intoxicações na in- • Decreto nº 79.094/77 – regulamenta a Lei nº
fância atendidas pelo Centro de Infor- 6.360/76
mação Toxicológica do Rio Grande do • Portaria nº 3916/98 – Política Nacional de
Sul (CIT/RS). Caderno de Saúde Medicamentos
Pública, Rio de Janeiro, jul-ago,
• Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, e Portaria
2005.
nº 6, de 29 de janeiro de 1999, ambas do Ministério
da Saúde – aprovam o Regulamento Técnico sobre
substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial
SÍTIOS CONSULTADOS
• Resolução RDC nº 10, de 2 de janeiro de 2001, da
American Association of Poison Anvisa – aprova o Regulamento Técnico para
Control Centers: www.aapcc.org Medicamentos Genéricos
Anvisa: www.anvisa.gov.br • Resolução RDC nº 17, de 24 de fevereiro de 2000,
• Bulário eletrônico de medicamentos: da Anvisa – dispõe sobre o registro de medicamentos
http://bulario.bvs.br/ fitoterápicos
• Glossário de definições legais: • Resolução RDC nº 33, de 19 de abril de 2000, da
h t t p : / / w w w. a n v i s a . g o v. b r / Anvisa – aprova o Regulamento Técnico sobre Boas
medicamentos/glossario/index.htm Práticas de Manipulação de Medicamentos
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P R O D U T O S
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onda de frio, o que fez Solange supor que os dois Solange, Fatiminha, sua filha de 4 anos,
haviam pegado um resfriado. Logo em seguida foi ela e sr. Natanael.
própria quem teve tosse. O marido e os dois filhos A médica explicou para Solange que
quase não sentiram, pois passavam a maior parte do ela não deveria mais comprar os produ-
tempo fora de casa. Mas quando a filha começou a tos da perua do sr. Cirilo, pois não se
apresentar também uma irritação na pele e seu sogro sabe qual a composição nem a origem
queixou-se de coceira nos olhos, Solange resolveu pro- desses produtos. “O barato sai caro”,
curar a Unidade de Saúde, onde já era conhecida por disse a dra. Sueli. Os produtos do sr. Cirilo
levar a filha para fazer inalação. Conversando com a mé- parecem iguais aos outros, mas não são.
dica e explicando o problema, os três foram examinados. Solange entendeu o que a médica tinha
Sr. Natanael, sogro de Solange, lembrou que “a explicado sobre como verificar no rótulo
tosse começou com o cheiro de pinho”, fato que fez a do produto informações importantes,
médica inteirar-se com Solange sobre o produto. Solange como as instruções de uso e o registro
contou que havia comprado um desinfetante novo da na Vigilância Sanitária. Solange perce-
perua do sr. Cirilo, e que todo mundo na rua que ela beu também que assim ela estaria pro-
morava estava usando. A médica logo entendeu que tegendo sua família e evitando, pelo
se tratava de um produto vendido sem controle ou menos em parte, alguns problemas pro-
registro. Sr. Cirilo certamente não sabia do perigo do vocados por produtos químicos. Apesar
produto. Ele nunca teve a intenção de causar proble- de o orçamento familiar não permitir fazer
mas naquela vizinhança, onde era conhecido de todos uma compra suficiente do produto ori-
havia muitos anos. A médica explicou que se tratava de ginal, Solange aprendeu com a dra. Sueli
uma reação alérgica ao produto e que Solange deve- a reduzir a quantidade usada, de tal modo
ria parar de usá-lo por um tempo. Ela prescreveu uma que a casa continuou limpa.
medicação para minimizar os sinais e aliviar os sintomas. Solange sentiu-se culpada pelo que
Depois de 15 dias sem usar o produto e tomando a aconteceu com as pessoas de sua família
medicação, os sintomas diminuíram. Após um mês, e com ela mesma, mas depois viu que não
eles retornaram à Unidade de Saúde e passaram pela era sua culpa. Compreendeu e reconheceu
mesma médica, que constatou a diminuição dos sin- que, com mais informações, é possível evi-
tomas e uma melhora significativa do estado de saúde de tar problemas e ter uma vida mais saudável.
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muitas vezes colocando em risco a saúde do consumidor. É muito fácil identificar um produto
Os saneantes clandestinos são vendidos por ambu- saneante. Basta observar se o rótulo da
lantes em caminhões e peruas, de porta em porta, como embalagem contém todas as informações
fazia o sr. Cirilo, mas podem também ser encontrados necessárias sobre o produto. Observe se o
em lojas que revendem produtos e artigos para limpeza produto apresenta:
geral. Normalmente os produtos estão acondicionados • Nome do fabricante ou importa-
em embalagens reaproveitadas de refrigerantes, sucos e dor (com endereço, telefone e nome
outras bebidas. do técnico responsável pelo produto);
Não existe nenhuma vantagem em comprar produ- • A frase “Produto Notificado na
tos saneantes clandestinos. O consumidor está sendo Anvisa/MS” ou “número do re-
enganado. É certo que ele paga pouco, mas o produto gistro no Ministério da Saúde”;
não limpa nem mata os microrganismos. Pior: pode • A frase “Antes de usar leia as
causar sérios danos à saúde humana e, como disse a dra. instruções do rótulo”;
Sueli, o barato sai caro. • Aviso sobre os perigos que o produ-
Produtos comercializados sem passar pela avaliação to possa trazer;
do Ministério da Saúde são considerados clandestinos. • O telefone do SAC – Serviço de Aten-
Portanto, quando o consumidor encontrar um produto dimento ao Consumidor da empresa;
nessas condições, deve denunciar. • Se estiver escrito no rótulo “proibi-
da a venda direta ao público” ou
“uso profissional”, o produto só po-
derá ser utilizado por profissional
habilitado.
O consumidor deve observar ainda se
o rótulo está rasgado ou descolado da
embalagem, manchado ou com letras muito
miúdas, que dificultem a leitura. Veja na
ilustração um exemplo de rótulo correto.
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CUIDADOS PARA COMPRAR, • Sol, chuva e umidade são fatores que podem alterar
USAR E ARMAZENAR ou mesmo danificar produtos saneantes; portanto
• Nunca compre inseticidas, raticidas, armazene-os em locais arejados e ao abrigo da luz.
mata-baratas ou repelentes que não pos-
suam embalagem própria e rótulo com
informações sobre o produto e o fabri- O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE COM SANEANTES
cante; um exemplo desse tipo de pro- 1. Cuidar primeiro da pessoa acidentada.
duto clandestino é o conhecido popu- 2. Seguir as orientações de socorro descritas no
larmente como “Chumbinho”, “Mão- rótulo do produto.
Branca” ou “Era Rato”. 3. De modo geral, siga as seguintes medidas de socorro:
• Os raticidas na forma líquida são a. Em caso de ingestão – não provoque vômito,
proibidos. procure o serviço médico mais próximo;
• Guarde os saneantes longe dos alimen- b. Em caso de contato com os olhos – lave-os
tos, bebidas, medicamentos e cosméticos. com muita água limpa, se não solucionar o pro-
• Mantenha os saneantes fora do alcan- blema, procure o serviço médico mais próximo.
ce de crianças e animais. Suas embala- c. Em caso de contato com a pele – lave com
gens são coloridas e acabam atraindo a muita água limpa e tire a roupa contaminada pelo
atenção das crianças e animais, poden- produto, se for o caso; procure o serviço médico
do provocar acidentes graves. mais próximo.
• As embalagens dos produtos saneantes d. Em caso de inalação em excesso – levar a pes-
devem ser inutilizadas e descartadas, de soa para um local aberto e ventilado; se surgirem
preferência em sistema de coleta sele- sinais de intoxicação (mal-estar, tontura, dificul-
tiva de lixo (separadas do lixo orgâni- dade para respirar, tosse), procure ajuda médica.
co). Isso ajuda a diminuir a contami- 4. Sempre que possível, leve o rótulo do produto
nação do solo nos aterros sanitários, para o médico. Isso o ajudará a tomar as medidas e
onde é depositado o lixo das cidades. adotar o tratamento da forma mais rápida e eficaz.
• Não misture um produto saneante
com outro qualquer. Se o fizer, veri-
fique se essa indicação consta do rótulo.
Algumas misturas feitas em casa, com a
intenção de intensificar o poder de lim-
peza e/ou desinfecção, podem causar
reações químicas explosivas ou emitir
vapores tóxicos, pela ação das substân-
cias misturadas equivocadamente.
• Embalagens de aerossóis não devem
ser, de forma nenhuma, perfuradas, dani-
ficadas ou jogadas no fogo, com a in-
tenção de destruir a embalagem.
• Utensílios domésticos (copos, xícaras
ou colheres) só podem ser utilizados
como medida para produtos saneantes
se forem reservados apenas para essa fi-
nalidade ou se forem muito bem lava-
dos após o uso. 67
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as unhas de Larissa em busca de algo anormal. Não viu uma vez que estes são mais seguros, pois
nada, mas mesmo assim resolveu levá-la a um dermato- consideram possíveis casos de ingestão aci-
logista o quanto antes. O médico alertou Márcia de que dental e são submetidos a testes de segu-
sua filha não deveria utilizar esmaltes indicados para rança antes de serem comercializados. Esses
adultos. Informou que existem produtos específicos para testes garantem uma redução nos riscos
crianças, mais seguros e que podem ser facilmente de alergia.
removidos com água e sabonete. As mães presentes à reunião se mani-
Conforme orientação do dermatologista, Márcia festaram, também preocupadas. Muitas
disse a Lindomar que Larissa não deveria mais pintar as tinham filhas pequenas que, como Larissa,
unhas com esmaltes de uso adulto e lembrou que ela começavam a se interessar por esmaltes e
havia começado a pintá-las porque sua amiguinha da outros cosméticos. Cilene narrou um fato
escola certo dia apareceu com as unhas coloridas. recente que deixou todas ainda mais preo-
Chegaram à conclusão de que o assunto deveria ser le- cupadas. Seu filho Diego, de 18 anos, foi a
vado para a professora, pois outras meninas poderiam um cabeleireiro para “fazer umas luzes”,
estar expostas aos riscos decorrentes do uso de esmaltes um procedimento que consiste em aplicar
para adultos. um produto que tira a cor do cabelo, pro-
No dia seguinte, quando Márcia passou pela escola duzindo mechas mais claras.Vários artistas
para apanhar a filha, encontrou-se com a professora estão usando e seu filho resolveu imitá-
Denise. Explicou o assunto e ouviu dela a sugestão de los. O cabeleireiro explicou que o cabelo
discuti-lo na reunião de pais e mestres, que estava mar- de Diego era muito crespo e que seria
cada para o sábado daquela mesma semana. necessário alisá-lo antes de descolorir. O
Na reunião, como sempre, poucos pais estavam pre- produto empregado para fazer o alisa-
sentes. Márcia falou sobre a notícia que o marido ouvi- mento provocou uma forte irritação no
ra na televisão e até mostrou um recorte que tirou de couro cabeludo, a ponto de deixá-lo in-
um jornal sobre o tema. Quando utilizado em crianças, flamado. Segundo a mãe de Diego, o mé-
o esmalte de uso adulto apresenta um risco adicional: dico que o assistiu disse que foi aplicada
algumas meninas têm o hábito de levar os dedos à boca uma substância indevida que provocou a
e, com isso, o produto entra em contato com a língua e irritação e a queda dos cabelos.
a mucosa, o que pode acarretar outros problemas. A partir desses relatos, a professora
Márcia repassou aos pais todas as informações recebidas Denise sugeriu que um profissional da vi-
do dermatologista e acrescentou que as crianças só gilância sanitária do município fosse con-
devem utilizar esmaltes destinados ao público infantil, tatado. “Talvez um especialista no assunto
possa esclarecer mais coisas sobre outros
cosméticos que nós ou nossos filhos e fi-
lhas estamos usando, quais os riscos e que
cuidados devemos ter”, disse Denise.Todos
os presentes concordaram, e Márcia ficou
de localizar esse profissional. Como seu ma-
rido trabalha num hospital municipal, po-
deria obter mais facilmente essa informação.
Lindomar conseguiu falar com o res-
ponsável pela vigilância sanitária e mar-
cou uma reunião para o sábado seguinte.
A divulgação ficou por conta das mães
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que na reunião. Luiz Mário aproveitou o caso de Diego tos que são utilizados. E alertou: “Ao
e explicou que o formol, que é normalmente utilizado procurar um salão de beleza para ali-
em produtos de higiene e cosméticos como conservante sar o cabelo, verifique se os produtos
(para evitar a contaminação do produto), é permitido a utilizados são permitidos pela Anvisa.
uma concentração de até 0,1% para produtos de higiene Se não forem produtos registrados,
oral, 0,2% para outros cosméticos e, excepcionalmente, até não os utilize.”
5% para produtos destinados ao endurecimento de unhas. A professora Denise pediu a Luiz
Quando utilizado indevidamente, como ocorreu no Mário que falasse um pouco sobre as
caso de Diego, o formol pode ter efeitos nocivos ime- medidas de prevenção. Ele falou, então,
diatos à saúde, como: sobre o trabalho da vigilância sanitária.
• Irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação Começou com a questão da necessidade
do couro cabeludo e conseqüentemente a queda do ca- de registro dos produtos.
belo, quando o formol entra em contato com a pele; A Anvisa é o órgão competente para a
• Irritação, ardência e lacrimejamento, quando o for- concessão de autorização de funciona-
mol entra em contato com os olhos; mento para as indústrias cosméticas e re-
• Ardência, coriza, coceira, falta de ar, tosse e dor de gistro para os produtos. Cada indústria
cabeça, quando o formol entra em contato com as deverá ter um responsável legal e um
vias áreas superiores (por inalação). responsável técnico com habilitação e ca-
A longo prazo, pode causar boca amarga, dores de pacitação nas técnicas de produção, tendo
barriga, enjôos, vômitos, desmaios e feridas na boca, na- conhecimento sobre toxicologia das subs-
rinas e olhos. Nas condições e concentrações previstas tâncias, química, microrganismos patogê-
na legislação, o formol não causa danos à saúde. nicos e responder pela elaboração das
Todos os alisantes, importados ou nacionais, devem boas práticas de fabricação e prestação de
ter seu registro na Anvisa. As substâncias permitidas serviços, entre outras responsabilidades.
nesses produtos são:
• Tioglicolato de Amônio O QUE FAZER ANTES DE USAR
• Hidróxido de Sódio (soda) UM ALISANTE
• Hidróxido de Potássio
• Hidróxido de Cálcio • Observe as advertências e restri-
• Hidróxido de Lítio ções de uso. Por exemplo, não apli-
• Carbonato de Guanidina/Hidróxido de Guanidina car se o couro cabelo apresentar irri-
tação ou lesões; manter fora do
Nenhum produto registrado na Anvisa contém for- alcance de crianças;
mol com a função de alisante. O que se sabe é que, com • Respeite a indicação de uso profis-
a moda do alisamento de cabelos (escova progressiva, es- sional. Alguns produtos devem ser
cova francesa, alisamento japonês, escova definitiva), o aplicados apenas por cabeleireiros
formol passou a ser adicionado em produtos capilares porque sua aplicação requer uma
com o objetivo de alisar os cabelos. Isso é muito grave. preparação específica que apenas o
Essa substância não pode ser passada na pele e muito profissional está habilitado a fazer.
menos no couro cabeludo, pois resulta em danos irrever-
síveis aos olhos e aos cabelos e também pode causar fe-
rimentos nas vias respiratórias. Luiz Mário lembrou que a indústria
O técnico da vigilância esclareceu ainda que os méto- cosmética e da moda colocam para a
dos de alisamento não são registrados, apenas os produ- sociedade padrões de beleza que nem
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plicou pra que serve. É que eu não imagi- foi até a sala dos professores e Fernanda pôde atendê-lo.
nava... Deixa pra lá”, disse Renan, com o “Vamos ver, Renan, por onde a gente vai começar”,
rosto vermelho. disse a professora. Ela começou então a falar sobre o dia-
“Acho que se você tem mais dúvidas betes. Disse que a doença requer muito controle e muita
sobre isso deve falar com seu pai ou com colaboração do paciente. Alguns fatores causam o dia-
a sua professora de biologia, certamente betes e um deles está relacionado com a falta de produção
ela explicará com mais propriedade”, acon- de insulina, pelo pâncreas. Sem a insulina, o corpo não
selhou a mãe. consegue metabolizar o açúcar e ele se acumula no san-
Renan também quis saber para que gue. O aparelho que faz o teste para medir a quantidade
servia aquele aparelho com a bolinha de de açúcar no sangue que Renan viu na caixa de medica-
borracha. Sueli explicou que era o aparelho mentos com o nome fantasia Glicomed, na verdade
de medir pressão. Como o pai tem pressão chama-se glicosímetro.
alta, precisa controlar essa doença, por
causa do coração. Com o aparelho em
casa fica mais fácil e não é preciso ir sem-
pre ao posto de saúde. “O aparelho é di-
gital e muito fácil de usar”, disse Sueli.
Jéssica estava um pouco melhor e todos
foram almoçar. Sueli, então, se preparou
para ir à escola. Deixou para o filho a
tarefa de cuidar da irmã. E disse que, se
precisassem de alguma coisa, era só tele-
fonar para a escola.
Renan entendeu tudo que a mãe ex-
plicou, mas não estava satisfeito. Queria
saber mais. No dia seguinte, quando che- O glicosímetro é um aparelho manual que mede o
gou à escola, foi procurar a professora de açúcar a partir de uma gota de sangue extraída da ponta
biologia. Ele tinha algumas dúvidas, e do dedo do paciente. A gota de sangue é colocada em
como gostava muito da professora de uma fita de teste que é inserida no glicosímetro. O apa-
biologia, foi direto falar com ela. relho então analisa a fita e calcula a glicemia.
Renan explicou o que tinha ocorrido O paciente diabético tem uma tarefa muito impor-
com sua irmã e justificou sua ausência, tante, para toda a vida, já que a doença não tem cura: é
pois ela estava gripada. No decorrer da a automonitorização da glicemia. Em outras palavras,
conversa falou sobre os aparelhos, as isso significa verificar constantemente o nível de açúcar
doenças, a camisinha, enfim, contou toda no sangue para controlar a doença e evitar as compli-
a conversa que teve com a mãe. Renan cações. O diabetes não impede que as pessoas levem
pediu, então para a professora explicar uma vida normal, mas para isso é preciso que elas sigam
melhor todos aqueles aparelhos. todas as orientações médicas quanto a dietas e controle
A professora Fernanda percebeu que da doença. Infelizmente no Brasil muitos pacientes
Renan tinha muita curiosidade sobre o ainda sofrem com a falta de informação sobre a doença
assunto, e preferiu marcar uma outra hora e de condições para comprar o aparelho e ter um
para conversar, depois da aula, para que estoque de fitas para o teste.
pudessem ter mais tempo. Assim, Renan Quem mora em São Paulo e no Distrito Federal foi
foi para sua classe. Depois da aula, Renan beneficiado com leis estaduais que obrigam o poder
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público a fornecer os insumos – glicosímetro e fitas • Fazer a limpeza das superfícies óticas
reagentes – para pacientes que queiram e estejam capa- de alguns glicosímetros.
citados para fazer a automonitorização. Existe também Ao adquirir um glicosímetro em lojas
um projeto de lei federal, já aprovado no Senado, com especializadas ou farmácias deve-se obser-
parecer favorável do Ministério da Saúde, e agora em var se o aparelho apresenta manual de ins-
tramitação na Câmara dos Deputados, que obriga o truções e ficar atento aos seguintes dados
SUS – Sistema Único de Saúde a fornecer esses mate- na embalagem:
riais aos pacientes diabéticos. Somente a equipe de saú-
de da unidade básica de saúde ou profissionais da rede • Registro da Anvisa
particular de saúde é que podem orientar de forma ade- • Nome do fabricante
quada e capacitar os portadores de diabetes para a auto- • Responsável técnico
monitorização da glicemia. Mesmo com as leis estaduais • SAC – serviço de atendimento ao
e o projeto de lei federal, ainda não existe uma definição cliente
sobre o assunto para a compra de tiras reagentes e glicosí- Mesmo que o aparelho seja importa-
metros para a automonitorização domiciliar da glicemia. do, todas as informações da embalagem
Alguns estudos mostram que as pessoas diabéticas devem estar em português.
devem fazer o teste de glicemia nas seguintes situações: Além do controle, muitos pacientes
precisam também de medicação. Nos casos
• Em jejum em que é preciso aplicar insulina, o pa-
• Antes das refeições ciente precisa de informações corretas so-
• Após as refeições bre o procedimento. As orientações de-
• Antes de deitar vem ser passadas pela equipe médica que
• De madrugada cuida do paciente.
Ao adquirir em farmácias o kit de se-
Porém, as pesquisas indicam que isso não é feito pela ringa e agulha para aplicação da insulina,
maioria dos pacientes. Em média as pessoas com dia- é importante verificar na embalagem:
betes testam a glicemia pouco mais de uma vez ao dia
(de acordo com pesquisa da American Diabetes Asso- • Registro da Anvisa
ciation). Além disso, a automonitorização exige alguns • Nome do fabricante
cuidados, pois uma leitura errada feita no glicosímetro • Responsável técnico
pode causar sérios problemas. Em casa, a família que • SAC – serviço de atendimento ao
cuida do paciente diabético deve: cliente
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Renan estava perplexo com tanta in- aquele aparelho com a bolinha de borracha que ele viu
formação. “Puxa! Não pensei que tivesse quando procurava o termômetro. A professora explicou
tantas coisas para se verificar antes de com- que se tratava de um aparelho de pressão arterial. Ele
prar um produto!” Como disse a profes- serve para controlar uma doença chamada hipertensão
sora, não basta o governo aplicar leis, dar arterial. “E o jeito certo de falar não é ‘tirar a pressão’,
informações, nós temos que fazer a nossa e sim medir a pressão”, explicou a professora.
parte também. Esse tipo de aparelho também precisa de registro e
E já que a conversa estava tão boa, fiscalização da vigilância sanitária. Deve apresentar ma-
Renan quis saber também pra que servia nual de instruções e, se for importado, as informações
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devem estar traduzidas. Também devem ter o selo de não irá oferecer riscos à sua saúde, mas
certificação do Inmetro – Instituto Nacional de Me- dadas algumas condições a substância pode
trologia, Normalização e Qualidade Industrial. causar danos sérios à saúde da família.
O termômetro que a mãe de Renan usou para Casos recentes de envenenamento por
medir a temperatura da irmã é outro instrumento que mercúrio envolveram crianças pequenas
requer cuidados e controle desde a fabricação até a sua expostas ao mercúrio derramado num
comercialização. O Inmetro regulamenta todos os as- tapete. Os sintomas incluíram apatia, irri-
pectos de fabricação dos termômetros clínicos de mer- tabilidade, hipertensão, perda de peso,
cúrio em vidro. A vigilância sanitária também emite o suor, sensibilidade à luz e eczema. Al-
registro do produto. Isso é importante porque o ter- gumas dessas crianças precisaram de meses
mômetro usado para medir a febre também pode repre- de tratamento até voltar a se sentir bem.
sentar um risco à saúde da família. Funcionários da saúde pública em todo o
Termômetros de mercúrio são feitos de vidro do país têm relatado um aumento constante
tamanho de um canudinho, com um líquido prateado e de ligações efetuadas por pais preocupados
esbranquiçado no interior. Esse líquido é o mercúrio, com o fato de terem quebrado acidental-
uma substância tóxica que pode causar mal tanto a seres mente seus termômetros de mercúrio.
humanos quanto à vida selvagem. O mercúrio afeta o
cérebro humano, a espinha dorsal, os rins e o fígado. Ele
prejudica a habilidade de sentir, ver, saborear e mover.
Pode causar formigamento nos dedos das mãos e dos
pés, dormência ao redor da boca e cegueira.
A exposição ao mercúrio por um tempo prolongado
pode resultar em sintomas progressivamente piores e
que levam a alteração da personalidade e até ao estado
de coma. Pesquisas revelam que populações de vida sel-
vagem, especialmente as aves do gênero Gavia, estão
apresentando os efeitos do envenenamento por mer-
cúrio, por causa da contaminação do meio ambiente por
atividades como o garimpo para extração de minérios.
Por isso, deve-se ter cuidado ao manusear um ter-
mômetro clínico de mercúrio em casa, para evitar que
ele se quebre e o mercúrio escorra.
Muitas vezes, os pais não limpam o mercúrio derra-
mado por não saber que seu termômetro se quebrou, ou
que o mercúrio foi derramado em uma rachadura no
chão ou foi absorvido pelo tapete. Se o mercúrio vazar
de um termômetro e não for limpo, ele evapora com-
pletamente e pode até alcançar níveis perigosos de con-
taminação no ambiente doméstico. O maior risco está
relacionado à exposição do mercúrio em um ambiente O QUE FAZER SE O SEU TERMÔMETRO DE
interno, pequeno e mal ventilado. Até mesmo a mais MERCÚRIO QUEBRAR ?
diminuta quantidade de mercúrio precisa ser tratada Imediatamente depois do derramamen-
como um assunto sério. to mantenha todas as pessoas e animais
Na maioria dos casos, a quebra de um termômetro longe da área onde ocorreu o derrama-
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mento. Para minimizar a evaporação do coloque a fita adesiva contaminada num saco plástico
mercúrio, desligue quaisquer aquecedores junto com o conta-gotas, o papel duro e as luvas. Marque
e ligue o ar-condicionado ou abra as janelas. o saco como refugo (lixo) de mercúrio. Coloque o saco
Nunca use o aspirador para limpar um e o recipiente selado em um segundo saco. Marque-o
derramamento de mercúrio. O mercúrio como refugo (lixo) de mercúrio e procure a instituição da
irá não só contaminar o seu aspirador, mas sua cidade que trata de resíduos perigosos para se orientar
o calor do motor irá fazer com que ele eva- sobre a maneira mais apropriada para fazer o descarte.
pore, espalhando-o ainda mais pela casa. Em um tapete ou carpete, o local contaminado
Da mesma maneira, nunca use uma vassou- por mercúrio deve ser cortado e removido. Este local
ra para limpar o mercúrio. Isso só fará com juntamente com todos os itens usados para fazer a lim-
que o mercúrio seja distribuído em bo- peza devem ser colocados num saco plástico. Marque-o
lhas menores e irá contaminar a vassoura. como refugo de mercúrio e ligue para a instituição da
Junte os materiais necessários antes sua cidade que trata de resíduos perigosos para saber
de começar a fazer a limpeza. Estes incluem qual a maneira apropriada para fazer o descarte.
luvas, um conta-gotas e dois pedaços fir- Em uma pia com água o mercúrio irá para o
mes de papel ou cartolina, dois sacos plás- fundo. Remova a maior quantidade possível de água
ticos, uma bandeja ou caixa grande, fita sem tocar o mercúrio e depois remova o mercúrio com
adesiva ou fita para embalagem, uma um conta-gotas. Coloque em um recipiente de boca
lanterna e um recipiente com boca larga. larga, feche a tampa e sele-a com fita adesiva. Marque-o
Lembre-se de que qualquer ferramenta como refugo de mercúrio e ligue para a instituição da
usada para a remoção deve ser considera- sua cidade que trata de resíduos perigosos para fazer o
da contaminada e descartada juntamente descarte de maneira apropriada.
com o mercúrio. Não toque no mercúrio. Em um ralo, o mercúrio ficará retido no cotovelo
Remova jóias e relógios das suas mãos, da pia.Trabalhando com uma bandeja por baixo, remo-
pois o mercúrio irá se ligar ao metal. Co- va o cotovelo e derrame o conteúdo em um recipiente
loque as luvas, de preferência luvas de plás- de boca larga. Feche a tampa do recipiente e sele-o com
tico, para minimizar o contato com o mer- fita adesiva. Marque-o como refugo de mercúrio e ligue
cúrio.Use a lanterna para localizar o mercú- para a instituição da sua cidade que trata de resíduos
rio. A luz irá refletir nas bolhas de mer- perigosos para obter informações sobre a maneira apro-
cúrio, facilitando sua localização. priada para fazer o descarte.
Limpe o derrame. Superfícies diferen-
tes requerem procedimentos diferentes pa- Renan ouviu tudo com muita atenção. Agora ele só
ra a limpeza. tinha mais uma pergunta e, com o rosto vermelho, falou
Em uma superfície dura ou em tecido em voz baixa: “E a camisinha, também precisa de tudo
de malha fina e apertada, use papel duro isso? Eu queria saber mais sobre o assunto. Na caixa de
para empurrar as bolhas de mercúrio de medicamentos lá de casa tinha algumas, e minha mãe
maneira que se juntem. Use o conta-gotas falou que era dela e do meu pai”.
para aspirar as bolhas de mercúrio ou, tra- Tranqüilamente, a professora foi esclarecendo tudo
balhando sobre uma bandeja para apanhar que Renan queria saber. Ela começou explicando que a
quaisquer derrames, levante as bolhas com camisinha também é um produto que tem controle por
um pedaço de papel duro. Cuidadosa- parte da vigilância e que é preciso saber como usá-la,
mente coloque o mercúrio no recipiente porque, se colocada de forma errada, ela não cumpre o
de boca larga. Recolha qualquer bolha de seu papel de proteger contra doenças sexualmente trans-
mercúrio remanescente com fita adesiva e missíveis e evitar uma gravidez indesejada.
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S E R V I Ç O S
DE INTERESSE À SAÚDE
Beleza!
C
ompletar 15 anos representava chateada quando o sr. André disse que farmácia não é
muito para Camila. Ela imaginava lugar para colocar piercing nem para fazer tatuagem.
uma série de regalias. Seus pais Mas logo se animou quando o farmacêutico começou
prometeram uma festa. Muito simples, a contar um pouco da história da tatuagem.
pensou Camila: “Vou começar pela esco- “Você sabia que a tatuagem pode ter surgido com
lha do meu presente!”. os homens das cavernas? Pois é. Eles davam muito
Camila queria colocar um piercing no valor às cicatrizes, marcas de lutas e conquistas, e se
umbigo e fazer uma tatuagem nas costas, pintavam para declarar guerra, além de outros enfei-
e assim foi falar com o sr. André da far- tes que colocavam no corpo”, disse o sr. André. “No
mácia. Estabelecido no bairro havia muitos entanto, o valor da tatuagem passa da glória à dis-
anos, o farmacêutico era uma pessoa de criminação. Como é o caso dos presidiários e de algumas
confiança e estava sempre disposto a categorias profissionais, a exemplo dos marinheiros. Da
ajudar as pessoas. Além disso, ele enten- mesma forma, a história do piercing e adornos em geral
dia de injeções, curativos, essas coisas... se perde no tempo. As civilizações antigas já usavam...”
“Quem sabe ele não colocaria o piercing Camila ouvia com muita curiosidade. O sr. André
no meu umbigo!”, pensou Camila. não era a pessoa certa para colocar o piercing, mas
O sr. André riu do pedido de Camila. ele se dispunha a ajudá-la. Explicou que colocar um
Depois, calmamente explicou que a lei piercing ou fazer uma tatuagem envolve alguns riscos.
não permite que as farmácias ofereçam E ela precisava saber de muitas outras coisas antes de
esse serviço. De início, Camila ficou meio se decidir.
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serviços
OS RISCOS À SAÚDE
A aplicação de tatuagem e piercing causa
pequenas lesões na pele e pode provocar
sangramentos. Por isso, cuidado com re-
comendações como a de colocar plástico
no curativo, usar essa ou aquela pomada
sem prescrição médica. A esta altura das explicações do farmacêutico, Camila
Embora não seja o normal, podem já havia compreendido que o presente que escolhera
surgir complicações, como a presença de não era algo tão simples. Não como um sapato ou uma
pus, mau cheiro, contágio de doenças. Essas roupa, que ela poderia simplesmente voltar à loja e tro-
complicações são chamadas agravos à saú- car por outro modelo ou escolher outra cor. E se o tra-
de, e podem ser sérias e até levar à morte. balho não fosse bem-feito? E se ela tivesse alguma com-
A contaminação pelo vírus da aids é plicação? Era importante esclarecer todas as dúvidas.
outra grande preocupação, mas não deve
ser a única; a hepatite e o tétano, por exem- Como escolher um bom desenho para a tatuagem?
plo, são recorrentes em locais que não Na hora de escolher um desenho, é bom pensar
atendem às exigências dos órgãos sanitá- que ele poderá ser visto por várias pessoas e que
rios. A disseminação dessas doenças en- é praticamente definitivo. Converse com as pes-
contra campo fértil em locais clandestinos soas que gostam de você, peça a opinião delas.
que aplicam tatuagens e piercings. Este é Outra dica fundamental é ir a um estúdio de sua
um dos motivos por que as pessoas porta- confiança. Um bom profissional poderá ajudá-lo a
doras de tatuagens são proibidas de doar escolher um desenho que tenha a ver com a sua
sangue por um período, que pode esten- personalidade.
der-se em até 12 meses.
O risco de uma séria infecção, como a Fazer tatuagem dói?
que levou à morte em 2006 uma adoles- Dói, sim. Algumas pessoas sentem mais dor do
cente em Sorocoba, interior de São que outras. E também há lugares do corpo que
Paulo, também deve ser considerado.Após são mais sensíveis, como o cotovelo, o pé, o tor-
ter colocado o piercing no umbigo com a nozelo, a parte interna do braço. Por isso, converse
ajuda de uma amiga, a adolescente sofreu antes com o profissional e avalie qual a melhor
uma infecção abdominal. Quando foi so- área do corpo para a sua tatuagem.
corrida em um hospital, a infecção já havia
se espalhado por todo o corpo, e a adoles- Existe idade para fazer tatuagem?
cente não resistiu. Em geral, a idade mínima para fazer uma tatuagem
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é 18 anos. Antes disso, só com autorização dos pais. cia!”, disse. “Agora eu entendo. Farmácia
é loja de remédios, não é sr. André?”
É possível pegar aids fazendo tatuagem? Com a tranqüilidade de sempre, o sr.
A chance de alguém contrair aids fazendo uma tat- André disse que mais uma vez Camila
uagem é muito baixa, mas, como alertam os médi- estava enganada. Explicou que as farmá-
cos, ela existe. Por isso é importante que o profis- cias são estabelecimentos de saúde que
sional respeite todos os métodos de assepsia. vendem, podem manipular (fabricar) e
Assim, o risco é quase zero. Já o perigo de trans- fracionar medicamentos. São diferentes
missão do vírus da hepatite C é mais alto, o que das drogarias, que só podem vender os
pode acarretar uma hepatite crônica e cirrose, medicamentos industrializados de
doenças graves que atacam o fígado. maneira fracionada ou em embalagens
convencionais.
A cor da pele interfere na tatuagem? A diferença está na possibilidade de
Um bom tatuador leva em conta diversos aspectos. manipular medicamentos, ou seja, somen-
A cor da pele é um deles. Ele irá escolher um dese- te as farmácias podem ter pequenos labo-
nho e tonalidades de cor que combinam com você. ratórios para produzir medicamentos de
acordo com uma receita do médico ou
Quem fez tatuagem pode tomar sol? dentista. É o que se chama de “aviar uma
É importante evitar o sol antes e depois de fazer a receita”, como é o caso das farmácias de
tatuagem. Antes, porque sua pele pode descascar manipulação ou magistrais.
e ficar fraca. Depois da aplicação, deve-se usar um Apesar dessa diferença, tanto as farmá-
protetor solar no local e evitar que a tatuagem cias como as drogarias devem atender às
fique exposta. mesmas exigências sanitárias. Por exemplo,
devem ter uma área específica, separada
Qual é a melhor época para fazer uma tatuagem? do balcão de vendas, para aplicar injeções,
A melhor época é o inverno e o outono. Nesses ter sempre um farmacêutico de plantão, por
meses mais frios você terá mais facilidade para evi- todo o período em que o estabelecimento
tar os fatores que podem causar complicações para estiver aberto, apresentar a identificação
a sua saúde, como o sol, a água do mar e da piscina. correta com o nome desse profissional etc.
Como bom profissional o sr. André
Se eu mudar de idéia, posso remover a tatuagem? ressaltou: “A ausência do farmacêutico,
Sim. Existe uma técnica com laser que apaga ou responsável técnico pelo estabelecimento,
enfraquece o desenho da tatuagem. Dependendo deve ser denunciada ao Conselho Regio-
do desenho, podem ser necessárias até dez sessões. nal de Farmácia do Estado. Os conselhos
Mas saiba que essa técnica só pode ser feita por são responsáveis pela ética profissional e
um médico. Outra alternativa é cobrir a tatuagem muitas vezes atuam em conjunto com
com outro desenho, o que pode ser feito pelo órgãos públicos como a Anvisa – Agência
próprio tatuador. Nacional de Vigilância Sanitária, pela me-
lhoria da qualidade de vida e pela dimi-
nuição dos riscos e dos agravos à saúde.”
FARMÁCIA NÃO É LOJA DE REMÉDIOS Sobre os medicamentos, o farmacêutico
A certa altura da conversa com o sr. André, Camila explicou que são produtos diferenciados,
começou a rir sozinha. E saiu com essa: “Que tolice a que dependem de prescrição (receita)
minha achar que poderia fazer uma tatuagem na farmá- médica ou odontológica. Mesmo os de
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venda livre, que por lei podem ser comer- FARMÁCIA NA INTERNET
cializados sem receita, não devem ser con- O comércio eletrônico é uma tendência mundial que
sumidos sem critério. A auto-medicação, também afetou o setor farmacêutico.As farmácias virtuais
tomar remédio por sua conta e risco, é devem cumprir as mesmas exigências sanitárias de insta-
responsável por muitas intoxicações. lações, armazenamento e venda de medicamentos que
não dependem de prescrição médica ou odontológica.
Infelizmente, esse tipo de venda tem se desviado das
condições próprias de um estabelecimento de saúde, que
devem promover, proteger e ajudar na recuperação da
saúde do cidadão.Veja a notícia abaixo.
25/4/2006
RIO – Remédios de tarja preta, como inibidores
de apetite e antidepressivos, e até receitas azuis –
necessárias para a compra de medicamentos contro-
lados – estão sendo vendidos indiscriminadamente a
jovens na Internet.Vendedores e compradores com-
O LIXO DAS FARMÁCIAS
binam preços e a entrega dos produtos em sítios, blogs
O ambiente de um estabelecimen-
e salas de bate-papo chamados pró-ana, que reúnem
to de saúde deve ser controlado pa-
vítimas de anorexia.A doença é encarada como “esti-
ra que a higiene seja percebida, por
lo de vida”, como O DIA mostrou neste domingo.
isso não se encontram farmácias ou
“Vender esses medicamentos controlados indis-
drogarias com carpete. O piso deve
criminadamente na Internet é crime e uma irres-
ser lavável (piso frio) para diminuir o
ponsabilidade”, diz José Augusto Sini de Camargo,
risco de contaminação.
gerente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
O descarte de lixo pelas farmácias e
(Anvisa). Segundo ele, o órgão fará levantamento na
drogarias também deve seguir cer-
grande rede para tornar mais rigoroso o combate ao
tas regras, tanto para compor o con-
comércio de medicamentos emagrecedores.
trole de qualidade como um todo,
O DIA entrou em contato com vendedores que
seguindo normas técnicas, por exem-
oferecem, pela Internet, inibidores de apetite reco-
plo, como para resguardar a saúde
mendados para tratar casos graves de obesidade. Com
dos trabalhadores que fazem a cole-
uma linguagem típica da rede, uma universitária
ta. A Prefeitura é responsável pela
responde ao interesse de uma possível compradora.
coleta e pelo destino final do lixo, de
“Tu pode depositar na minha conta, mas tenho
acordo com o tipo de material que
de saber o end. que mando para vc para saber quanto
apresenta. No caso dos estabeleci-
fica por sedex 10. O sedex deve ser +/- uns R$6,00.
mentos de saúde, o lixo pode conter
Só n sei se tenho como mandar ainda hj, pois pre-
medicamentos vencidos, algodão
ciso de tua resposta e end. O portador do correio
usado, agulhas contaminadas e ou-
vem aqui tds os dias por volta das 15:30”, diz, após
tros resíduos que não podem ser
informar o número da conta bancária.
misturados ao lixo comum.
Segundo Paula Melin, especialista em distúrbios
alimentares da Associação de Psiquiatra do Rio, os
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realidade e ao exercício da cidadania, como é o caso do podem colocar a saúde dos pacientes e
acesso aos serviços de saúde. profissionais em risco, para direcionar me-
Além do trabalho da vigilância sanitária, existem didas de prevenção, que vão desde a manu-
hoje no país algumas instituições não-governamentais tenção de um ambiente limpo e saudável
que também avaliam a qualidade e emitem certificados até os cuidados na administração de medi-
aos estabelecimentos. A ONA – Organização Nacional camentos e na realização de cirurgias.
de Acreditação, foi reconhecida pelo Ministério da Saúde A vigilância sanitária também precisa
e pela Anvisa como operadora do Sistema Brasileiro de saber o que está acontecendo nos hospi-
Acreditação.A avaliação feita pela ONA verifica itens de tais de todo o país – que tipo de infecções
segurança exigidos pela legislação sanitária vigente. ocorrem mais e as suas causas. Assim é
possível planejar ações que ajudem a dimi-
nuir os riscos. Para isso, a Anvisa mantém
DIREITOS E DEVERES uma rede de informações denominada
É bom saber que todos temos direitos como ci- Sinais – Sistema Nacional de Informação
dadãos. Mas também temos deveres a cumprir. para o Controle de Infecção em Serviços
Um deles é participar da construção de normas de Saúde. Qualquer hospital, público ou
que resguardem nossa saúde. Pergunte a seus pais privado, pode fazer parte dessa rede. Basta
se eles conhecem o trabalho da Vigilância Sani- que eles se cadastrem e participem da
tária do município e se participam do Conselho construção de um banco de dados nacio-
Municipal de Saúde. Ir às reuniões para apresen- nal a partir do envio pela Internet de infor-
tar propostas ou mesmo reclamações é uma forma mações referentes às infecções hospitalares.
de contribuir para a melhoria dos serviços de O controle e a prevenção são funda-
saúde para toda a comunidade. mentais para evitar casos recorrentes de
Os cidadãos também podem participar das con- contaminação que podem levar pacientes
sultas e audiências públicas que a Anvisa pro- à morte, por exemplo durante procedi-
move para saber a opinião da população sobre as mentos complexos como a hemodiálise.
normas que estão sendo elaboradas. Consulte o Veja a notícia a seguir:
sítio da instituição (www.anvisa.gov.br) e veja quais
os temas abertos a discussão. Você pode enviar
sugestões e comentários via Internet. Participe!
3/4/2006
HEMODIÁLISE
CONTAMINA PACIENTES
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS EM SOROCABA
A grande variedade de doenças tratadas nos esta-
belecimentos de saúde, algumas contagiosas, e os pro- Desde o ano passado 123 pacientes
cedimentos ali realizados, como cirurgias, curativos etc., recebem água contaminada com bactérias
aumentam muito os riscos de contaminação nesses
locais. Para evitar problemas, é preciso adotar medidas SOROCABA - Os 123 pacientes da
de controle e prevenção de infecções.Todo hospital pú- unidade de hemodiálise do Conjunto
blico, filantrópico ou privado precisa ter um Programa Hospitalar de Sorocaba (CHS) estão
de Prevenção e Controle de Infecção, desenvolvido por recebendo água contaminada com bac-
profissionais como médicos, enfermeiros, farmacêuticos. térias desde o final do ano passado. Como
Esse programa deve identificar os pontos críticos que a contaminação não causava danos sen-
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serviços
vigilância sanitária
feitas pelo cidadão comum, 9% por empresas e 1,4% vários casos em que o Ministério Público
pelo governo. A maior parte acusava empresas de causar pode mover uma ação judicial em favor
problemas, devido a irregularidades na comercialização do cidadão. Por exemplo, para garantir
de produtos ou na prestação de serviços (76,7%). As uma vaga em hospital público, para agi-
denúncias apontavam risco sanitário individual e coleti- lizar o atendimento quando o paciente
vo e insatisfação na qualidade de alimentos (19,4%), me- corre risco de vida, para obrigar o Estado
dicamentos (18,7%), serviços de saúde (13,4%) e outros. a fornecer medicamentos, em casos de
Os usuários que procuraram a Ouvidoria reclama- falsificação de medicamentos, que é um
vam principalmente da fiscalização (42,4%), da quali- crime hediondo etc.
dade de produtos (13,5%) e das condições sanitárias de Um caso exemplar foi a decisão judi-
locais (11,4%). cial tomada em Brasília, pela 6ª Turma
Fonte: http://www.anvisa.gov.br/ouvidoria/novidades Cível da Vara da Fazenda Pública, em
agosto de 2005, determinando que o go-
verno do Distrito Federal fornecesse apa-
ANOTE relhos de órteses e próteses às pessoas com
Você também pode consultar o Ministério da Saú- deficiências. Embora o governo tivesse
de pelos seguintes telefones de discagem gratuita: alegado falta de recursos para atender à
• Disque Saúde: 0800-611997 solicitação do Ministério Público, o juiz
• Disque Medicamentos: 0800-6440803 decidiu em favor dos cidadãos, declarando
• Disque denúncias de abuso e exploração sexual que, por se tratar de um direito social, a
contra crianças e adolescentes: 0800-990500 saúde deve ser encarada pelo Estado co-
• SAC-SUS: 0800-6449000 mo prioridade orçamentária.
• Disque Saúde da Mulher: 0800-644 0803
• Disque Pare de Fumar: 0800-7037033 TRADUZINDO TERMOS MÉDICOS
O contato também pode ser feito pelo e-mail Enquanto conversava com o sr. André,
ouvidoria@saude.gov.br ou pela página Camila foi pensando também no
www.saude.gov.br/ouvidoria que já lera na Internet, quando bus-
cava informações sobre a colocação
de piercing e a aplicação de tatua-
gem. Tinha encontrado palavras meio
O MINISTÉRIO PÚBLICO E A JUSTIÇA complicadas no meio dos textos e
Como bem disse o sr.André a Camila, saúde é um direito lembrou-se da vez em que o avô foi
protegido pela Constituição Federal. Isso significa que, parar no hospital. O médico disse à
se alguém for desrespeitado, pode e deve reclamar. Em mãe dela que o avô fora vítima de
primeiro lugar, a reclamação deve ser feita à direção do um AVE. Ela ficou indignada porque
próprio estabelecimento onde o direito do cidadão foi não entendeu que se tratava de um
violado e à Secretaria Municipal de Saúde. Se o caso acidente vascular encefálico. A confu-
não for solucionado ou se a demora implicar prejuízo são só foi corrigida quando alguém
para a saúde do cidadão, ele poderá recorrer ao Minis- explicou que AVE era o que popular-
tério Público, um órgão que tem a missão de fiscalizar o mente se conhece como derrame.
cumprimento das leis e garantir os direitos dos cidadãos. “Os médicos falam de um jeito difí-
Quando há ofensa à sociedade, como maus-tratos e cil, nem sempre dá pra entender”,
risco à saúde, o Ministério Público investiga, busca provas, comentou Camila.
ouve testemunhas e até entra com ação na Justiça. Há O farmacêutico riu, mas pensou o
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serviços
quanto ela estava certa, e logo acres- Outro exemplo são os Doutores da Alegria, uma
centou: “Pensando nessas situações, ONG que atua para melhorar a realidade hospitalar. Os
o Hospital das Clínicas de São Paulo Doutores da Alegria trabalham para que o atendimento
elaborou um dicionário médico nos hospitais seja voltado ao cidadão, e não apenas à sua
para leigos, que explica em palavras doença. Isso é muito importante, porque as pessoas que
simples a linguagem técnica usada são internadas geralmente ficam muito estressadas e isso
pelos médicos”. acaba dificultando sua recuperação. Um atendimento
Para consultar o “Dicionário Médico mais humano, que promova o seu bem-estar emocional,
para o Público” basta acessar a pági- contribui para que elas se recuperem mais rapidamente,
na do Hospital das Clínicas de São tenham alta e possam voltar para suas casas.
Paulo na Internet. O endereço é
http://www.hcnet.usp.br/dicionario
/index.htm OS CUIDADOS DE SEMPRE
Seguindo o conselho do sr. André, Camila pesquisou e
juntou muita informação sobre os serviços de saúde.
Continuava interessada no seu presente: um piercing no
A PRESERVAÇÃO E A umbigo e uma tatuagem nas costas. Mas agora pensou
RECUPERAÇÃO DA SAÚDE que seria melhor, antes de qualquer coisa, fazer uma con-
sulta médica. Queria ter certeza de que estava tudo bem
A preservação e recuperação da saúde com a sua saúde, para evitar problemas. E também apro-
é a soma de várias medidas o Poder Público veitaria para tirar mais algumas dúvidas com o médico.
– União, Estados e Municípios –, da ini- O sr. André achou que foi uma ótima decisão. Con-
ciativa privada – hospitais particulares, sultar um médico é uma das regras básicas para manter
operadoras de planos de saúde – e tam- a saúde. Não é preciso estar doente, pelo contrário, essa
bém da iniciativa da própria sociedade. é a melhor maneira de prevenir doenças.
Atualmente existem muitas organiza- A saúde começa pela boca, com o que a pessoa se ali-
ções não-governamentais (ONGs), criadas menta e com a higiene. Escovar os dentes é muito impor-
e mantidas pela sociedade civil, dedicadas tante, mas só isso não basta. É preciso consultar regular-
a trabalhos que resgatam a cidadania. Um mente um dentista para avaliar a saúde dos dentes e da gen-
bom exemplo é o Idec – Instituto Brasi- giva. Numa consulta, um dentista pode até mesmo identi-
leiro de Defesa do Consumidor, que tem ficar um problema de saúde mais sério, como o diabetes.
como objetivo garantir que os direitos dos Uma avaliação clínica para verificar o peso e a altura,
consumidores-cidadãos sejam respeitados. e então comparar esses dados com a idade e os hábitos
Para isso, o instituto desenvolve uma série alimentares, é essencial para o desenvolvimento saudável.
de atividades: participa da elaboração de Um clínico geral irá examinar a saúde como um todo e
normas para melhorar a segurança e a qua- poderá encaminhar o caso para médicos especialistas,
lidade de produtos e serviços relacionados conforme indicar o diagnóstico.
à saúde; contribui para a construção de po- Um exame periódico com o oftalmologista é recomen-
líticas públicas; defende os usuários de pla- dado para proteger a visão.Adolescentes e mulheres devem
nos de saúde; atua para a melhoria dos ser- consultar um ginecologista; e todos os adolescentes e
viços oferecidos pelo SUS; divulga infor- homens, um urologista. Assim, pode-se também esclare-
mações e orienta o cidadão sobre seus direi- cer as dúvidas sobre a sexualidade! A orientação médica
tos; e, em alguns casos, entra com ações ju- é a melhor maneira de proteger a saúde. Só a informação
diciais coletivas em nome de seus associados. e os cuidados corretos podem assegurar a saúde sexual.
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vigilância sanitária
A saúde psíquica também merece atenção: o estresse, que seus resultados sejam confiáveis, são
muito comum atualmente inclusive entre crianças e ado- necessários equipamentos e instalações
lescentes, é apontado como uma das maiores causas de adequadas e uma equipe de profissionais
afastamento das pessoas de sua família, do seu trabalho habilitados.
ou dos estudos. Em algumas regiões do país é possível Além de exames, nesses locais também
encontrar profissionais especializados em doenças e agravos podem ser realizados procedimentos que
não transmissíveis. Essa equipe promove grupos de dis- ajudam a restabelecer a saúde ou a conter
cussão, elabora material educativo, eventos e outras o avanço de uma doença. Um exemplo é
atividades que visam preservar a saúde física e psíquica. a aplicação de radiação em pacientes que
Em certos casos, o médico ou o dentista poderá retiraram um tumor em uma cirurgia.
solicitar exames para ajudar a definir o diagnóstico. Os Nesses estabelecimentos, a vigilância
mais comuns são os exames de sangue, de urina, de fezes sanitária atua de forma a garantir que os
e as radiografias. Mas há outros bem mais complexos, procedimentos sejam feitos em boas con-
que mostram o estado dos órgãos dentro do corpo. Em dições de higiene, com equipamentos em
geral esses exames são feitos em laboratórios ou clínicas bom funcionamento, por profissionais trei-
especializadas, que também são estabelecimentos de saúde nados e em ambiente sempre adequado à
e devem obedecer a certos padrões definidos pela vi- boa qualidade do serviço. Isso é funda-
gilância sanitária. mental para que esses serviços sejam se-
guros e eficazes.
Além de fiscalizar os serviços, a vigi-
SE ESTÁ SUJO, CAIA FORA lância sanitária está constantemente elabo-
Seja um atendimento médico do SUS, seja de um rando normas e estabelecendo procedi-
plano de saúde ou de um profissional autônomo, mentos para aperfeiçoá-los. Um exemplo
as condições de higiene do local e dos profissio- é a norma publicada em fevereiro de 2006
nais de saúde devem ser as mesmas. Você já que estabelece padrões para os serviços de
reparou que sempre tem uma pia no consultório radioterapia. Segundo essa norma, a equi-
de um médico ou de um dentista? Essa é uma das pe de trabalho deve ser composta por um
exigências da vigilância sanitária, porque o profis- supervisor de proteção radiológica, médi-
sional deve lavar as mãos antes de examinar cada cos radioterapeutas, especialistas em física
paciente, para evitar a contaminação e a transmis- médica e técnicos em radioterapia, de acor-
são de doenças. Sujeira em estabelecimento de do com o número de pacientes novos
saúde é mau sinal. Não entre nessa. tratados por ano. Os instrumentos e aces-
sórios exigidos variam segundo o tipo de
tratamento realizado nos serviços e os
CONTROLE DE SERVIÇOS DE equipamentos utilizados para terapia
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO devem ser submetidos a um programa de
A ciência médica evoluiu muito nos últimos anos. E boa manutenção preventiva.Além disso, os equi-
parte desse avanço se deve ao aperfeiçoamento da tec- pamentos que forem considerados obso-
nologia voltada para o diagnóstico. Atualmente, existem letos pela comunidade científica devem
exames sofisticados, como o ultra-som, a tomografia e a ser desativados.
ressonância magnética, conhecidos como exames de O regulamento especifica ainda as atri-
imagem. Esses e vários outros exames são realizados em buições da equipe técnica, e os profissionais
serviços especializados, também conhecidos como ser- devem assinar um termo de responsabili-
viços de apoio ao diagnóstico e tratamento, e para dade junto à vigilância sanitária local.
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DE TATUAGEM
A SALÃO DE BELEZA 17/5/2006
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serviços
pode causar reações alérgicas, levando salão de beleza Mary´s Studio, estabelecimento tra-
às dermatites, debilitação da visão e dicional em Brasília, a indenizar a cliente em R$ 7
aumento do fígado. mil, conforme notícia do Tribunal de Justiça do
No caso da escova progressiva, depen- Distrito Federal, de 9 de maio de 2006. Como a
dendo da concentração do formol, pode consumidora já havia recebido R$ 1 mil, em de-
ainda causar queda dos cabelos. volução ao valor que pagou pelo serviço, o juiz
decidiu que ela não teria direito a danos materiais,
mas tão-somente a danos morais, por causa do
De olho na higiene abalo emocional sofrido em decorrência da perda
A higiene no salão de beleza é outro item do cabelo.
que deve ser observado. No mesmo am-
biente, passam várias pessoas e a manipu-
lação de produtos é grande. Os equipa- FORMIGAS, BARATAS
mentos são partilhados (lavatórios, escovas E OUTROS BICHOS
de cabelo e pentes, aventais, chinelos, ali-
cates de unha e cutícula, lixas, maca, Piercing, tatuagem, tintura no cabelo, escova progres-
cadeiras etc.), o que aumenta o risco. siva... Camila continuava indecisa. Mas, como ainda fal-
Nesses estabelecimentos, é necessário tavam 20 dias para o seu aniversário, ela tinha tempo
verificar a limpeza do local, se há venti- para pensar.
lação e iluminação adequada, se o piso é “Sabe de uma coisa, sr. André?”, disse Camila.“Acho
lavável (piso frio), se há pia para lavar as que vou começar a planejar meu aniversário de 15 anos
mãos (higienização do profissional), se os pela festa mesmo! O sr. é meu primeiro convidado! Vou
materiais usados são descartáveis ou se são fazer no quintal da minha casa, só que preciso acabar
submetidos a limpeza ou esterilização com umas formigas do jardim, já pensou se elas atacam
antes de serem usados.Toalhas, capas, len- a mesa de doces?”
çóis ou aventais de uso pessoal devem ser “Bom, já que eu tenho essa honra”, disse o sr.
trocados a cada atendimento. André, “posso te dar mais um esclarecimento...”
vigilância sanitária
escritórios, indústrias e estabelecimentos comerciais é saber como encontrar uma empresa con-
feito por empresas prestadoras de serviços de desratiza- fiável para acabar com as formigas do seu
ção e desinsetização. Atualmente existem várias dessas quintal.Viu que em cima do balcão havia
empresas no mercado, mas, para contratar esse tipo de um jornal e perguntou ao farmacêutico:
serviço, é preciso tomar alguns cuidados. “Os jornais sempre trazem muitos anún-
Antes de mais nada é preciso verificar se a empresa cios, mas será que dá pra confiar em tudo
está registrada na Vigilância Sanitária do Município, isto que está escrito nas propagandas?”.
é, se ela tem uma autorização de funcionamento do O sr. André parou, sorriu e disse: “In-
ponto de vista sanitário. felizmente, Camila, algumas empresas não
Em geral essas empresas cobram de acordo com a cumprem o que prometem. Mas nesse
área, por metro quadrado, e o tipo de praga a ser com- caso, você deve exigir os seus direitos”.
batido. São poucas as que se preocupam em levantar um
histórico de saúde da família e avaliar o ambiente da
casa. Por isso, não é raro que pessoas com bronquite ou PUBLICIDADE ENGANOSA OU ABUSIVA
asma venham a se intoxicar ou desencadear os sintomas Nem sempre a publicidade informa ade-
da doença após a aplicação de "venenos" pelas desinse- quadamente. Pior ainda, algumas vezes
tizadoras. Animais domésticos também podem sofrer a elas podem exagerar nas qualidades ou no
conseqüência do uso indiscriminado ou de doses ina- desempenho de um produto ou serviço,
dequadas desses produtos químicos. prometendo coisas que não podem ser
Para proteção da saúde das pessoas e dos animais de cumpridas, ou então mascarar ou omitir
estimação, é importante pedir à empresa que apresente riscos para a saúde dos consumidores. Esse
uma relação discriminando a quantidade e o produto tipo de publicidade é considerada
químico que será usado na desinsetização. Depois, entre enganosa, porque leva o cidadão a con-
em contato com a Vigilância Sanitária do Município e sumir de maneira equivocada.
denuncie se for identificada qualquer substância proibida. Existem ainda peças publicitárias que
É necessário observar ainda os prazos para aplicação podem induzir o consumidor a fazer coisas
dos produtos químicos: quanto tempo o ambiente deve que colocam em risco a sua saúde ou a
permanecer fechado, quando será permitido o retorno sua segurança. São aquelas que estimulam
da circulação de pessoas, como deve ser feita a ventilação a automedicação, recomendam um trata-
e qual a duração do efeito de esterilização. mento sem avaliar as condições de saúde
O período indicado para cada etapa deve ser infor- da pessoa ou ainda as que se aproveitam
mado pela desinsetizadora e respeitado. Algumas pessoas da falta de discernimento da criança. Uma
não esperam o tempo indicado para nova aplicação, o publicidade desse tipo é chamada abusiva.
que significa colocar em risco toda a família. Tanto a publicidade enganosa quanto a
Para mais informações sobre riscos de intoxicação, abusiva são proibidas pelo Código de De-
entre em contato com o Centro de Toxicologia de sua fesa do Consumidor.Assim, qualquer peça
região. Uma relação completa dos Centros de publicitária em televisão, jornal, rádio,
Toxicologia do Brasil pode ser acessada pela Internet, faixas ou out-door sobre serviços de saúde
em http://www.sbtox.org.br/centros.asp com essas características está sujeita à de-
núncia aos órgãos de defesa do consumi-
dor e à vigilância sanitária.
VERDADES E MENTIRAS É importante saber também que toda
publicidade, inclusive folhetos e encartes,
Depois das explicações do sr. André, Camila quis faz parte do contrato de prestação de
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serviços
serviços. Isso quer dizer que o fornecedor viços de interesse à saúde que são clandestinos ou aque-
tem a obrigação de cumprir tudo o que les que não cumprem as exigências legais faz parte do
foi prometido. Por isso, esses materiais exercício de cidadania.
impressos são documentos e devem ser A denúncia deve ser levada também ao promotor
guardados para servir de prova e responsa- público que atua no Município. Como fiscal da lei, o
bilizar o prestador de serviços pela publi- representante do Ministério Público irá analisar o fato e
cidade enganosa. poderá até solicitar que seja aberta uma ação penal.
Causar lesões corporais pela má prestação do serviço de
saúde pode caracterizar um crime.
NO FIM DA HISTÓRIA...
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GUIA DIDÁTICO
OBJETIVOS GERAIS
Ao final destas atividades as crianças deverão:
1. Apropriar-se de conhecimentos básicos sobre os
temas fundamentais de responsabilidade do serviço de
vigilância sanitária do país.
E
ste guia didático está estruturado
2. Perceber criticamente que a publicidade pode
em duas propostas de trabalho so-
levar a consumir alimentos, medicamentos, produtos e
bre os temas alimentos, medica-
serviços relacionados à saúde além das necessidades, de
mentos, produtos e serviços de saúde:
forma inadequada ou sem a segurança e a orientação
1. pesquisa e intervenção, tendo
médica necessárias.
como eixo a publicidade;
3. Adotar um comportamento adequado e racional
2. vivências por meio de jogos de
no que se refere ao consumo de alimentos, medicamen-
papéis.
tos, produtos e serviços relacionados à saúde, podendo
mesmo influenciar seus colegas, familiares e a comu-
nidade em geral a fazer o mesmo.
4. Diferenciar campanhas educativas de caráter
público, promovidas por diferentes instituições, com a
intenção de prestar um serviço público relevante nas
áreas de alimentação e saúde, de campanhas publicitárias
que visam apenas vender um produto ou serviço.
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guia didático
PUBLICIDADE NA TV
Emissora observada
Data e horário do início
da observação
Período da observação
Nome do alimento,
medicamento, produto
ou serviço e da empresa
anunciante
Conteúdo da mensagem Texto da mensagem
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guia didático
mensal, que traz matérias sobre assuntos o trabalho dos alunos: o que são alimentos diet e light? O
diversos, inclusive sobre medicamentos. que é gordura trans? Por que ela faz mal para a saúde?
Que alimentos anunciados na TV contêm gordura trans?
No Brasil, convivemos com dois problemas opostos
relacionados à alimentação, um causado pela falta e outro
pelo excesso de alimentos: subnutrição e obesidade.
Uma pessoa obesa pode ao mesmo tempo ser subnutri-
da? Quais são os gastos de energia que você tem ao
realizar suas atividades diárias? Que informações devem
constar dos rótulos dos alimentos?
Como se faz para garantir a qualidade dos alimentos
na sua produção? E na fase de armazenamento? Que
cuidados devem ser observados na compra dos alimen-
tos? E na hora de guardá-los? E no momento do con-
sumo? Que cuidados devem ser observados quando se
come fora de casa, em restaurantes, bares e barraquinhas?
Quando e como devemos lavar as mãos? Você já viu
algum programa na TV Educativa que ensine cuidados
de higiene? Quais são as bactérias mais comuns na
transmissão de doenças por alimentos e o que cada uma
delas causa?
Roteiros de pesquisa Você já ouviu em algum telejornal informações sobre
Os estudantes poderão também obter a Organização Mundial da Saúde – OMS? Qual é sua
informações e dados sobre os temas por função? Quais são as 10 Regras de Ouro da OMS para
meio de pesquisas de campo e entrevistas o preparo de alimentos seguros?
com os familiares, vizinhos, médicos e Desde quando passou a se falar em Segurança
agentes de saúde do serviço público da Alimentar e Nutricional? Qual é o conceito adotado no
região, médicos que residam ou tenham Brasil sobre esse tema?
clínica no bairro, farmacêuticos, agentes Em 1996, 180 países, incluindo o Brasil, assinaram a
sanitários, entre outros. Declaração de Roma para a Segurança Alimentar
É interessante construir em conjunto
com os alunos roteiros para a pesquisa e
para as entrevistas, de forma a buscar
informações e opiniões sobre os pontos
mais relevantes. A seguir, sugerimos algu-
mas questões que podem orientar as
pesquisas sobre cada um dos temas.
a) Alimentos
Neste tema é interessante observar
como os veículos de comunicação incen-
tivam o consumo de alimentos contra os
preceitos de segurança alimentar e nutri-
cional. Algumas questões podem orientar
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vigilância sanitária
Mundial. Os alunos devem ser estimulados a ler esse da ao público em geral. Algumas
documento. Quais são as metas mais importantes fixadas questões para orientar o trabalho são as
nessa Declaração? seguintes: quando voltada ao público
Na II Conferência Infanto-Juvenil para o Meio em geral, é permitida a publicidade de
Ambiente, realizada em Brasília em 2006 por cerca de qualquer tipo de medicamento? Que
700 estudantes, representando 12 mil escolas de todo o tipo de efeito prejudicial a publicidade
país, foi elaborada a “Carta das Responsabilidades – de medicamentos pode produzir?
Vamos Cuidar do Brasil”. Nela foram definidas nove Como a publicidade influencia as pes-
responsabilidades e ações. Duas delas referem-se à pro- soas, tanto positiva como negativa-
dução, consumo e reeducação alimentar. Essa carta pode mente, na hora da compra de um
ser encontrada na internet, no endereço eletrônico medicamento? Há algum controle do
www.conferenciainfantojuvenil.com.br. Peça para os governo sobre a publicidade de me-
alunos pesquisarem a carta ou forneça cópias para que dicamentos? Quem o exerce? As far-
eles a leiam. Promova com os alunos um debate sobre a mácias e drogarias podem fazer propa-
carta dos jovens e estimule-os a participar desse progra- ganda de remédio? E outras que você
ma de trabalho. queira acrescentar.
Esse grupo pode aproveitar os resulta-
dos da observação dos meios de comu-
b) Medicamentos nicação, material coletado por toda a
Sugerimos que as atividades de pesquisa sobre classe na etapa de pesquisa preliminar,
medicamentos sejam organizadas em quatro subtemas: no que se refere aos medicamentos.
automedicação, medicamentos genéricos, comporta- Podem repetir o procedimento, se for
mento dos cidadãos, cuidados ao comprar, tomar e o caso, e incluir uma avaliação das pro-
descartar os medicamentos e farmacovigilância. A classe pagandas quanto ao maior ou menor
pode ser organizada em quatro grupos de forma a grau de influência na compra do me-
cobrir esses temas, na medida do possível respeitando a dicamento e na automedicação.
escolha dos alunos.
• Medicamentos genéricos
• Automedicação O enfoque interessante neste tema é a
É interessante enfatizar os perigos da automedicação, qualidade e o menor preço dos medi-
assunto diretamente relacionado à publicidade dirigi- camentos genéricos. Algumas pergun-
tas a serem respondidas são: o que é
um medicamento genérico e como é
possível identificá-lo? Todos os medi-
camentos já têm uma versão genérica?
Por que uns têm e outros não? Qual é
a diferença entre medicamento genéri-
co e medicamento de referência? Um
pode substituir o outro? Quem garante
a qualidade e a eficácia dos genéricos?
Os médicos devem prescrevê-los?
Como tem sido a aceitação dos gené-
ricos no Brasil? E outras que você qui-
ser acrescentar.
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guia didático
Na pesquisa de campo, o grupo pode dos medicamentos, os alunos podem pedir aos pais
visitar uma ou mais farmácias da ou responsáveis uma ou duas embalagens de medica-
região para ter uma idéia da emba- mentos. Eles devem ser orientados a utilizar o mate-
lagem do genérico, de seus preços e rial com cuidado, pois terão que devolvê-los. Podem
poder compará-los com os chamados também, como no tema anterior, visitar farmácias
medicamentos de referência e com os próximas e conversar com o farmacêutico e aten-
de marca equivalentes. Poderão solici- dentes sobre: por que há embalagens que apresentam
tar ao farmacêutico os nomes e os pre- uma tarja e outras não? O que isso quer dizer? Por
ços de alguns medicamentos de refe- que em alguns há a advertência “Esse medicamento
rência e dos respectivos genéricos (cin- deve ser vendido com retenção de receita” e em ou-
co, por exemplo). tros não? As embalagens sempre apresentam a data
de validade do medicamento? O que significa o nú-
mero de registro do medicamento na Anvisa/
Ministério da Saúde? Em todos há indicação de um
Serviço de Atendimento ao Consumidor?
A partir dessas observações, os alunos podem repro-
duzir, com cartolina ou papelão, três ou quatro das
embalagens estudadas, uma de medicamento de ven-
da livre, outra de genérico, outra com tarja vermelha
e uma de tarja preta. A reprodução deve ter todas as
informações e detalhes importantes das embalagens
• Cuidados ao comprar, tomar e descartar originais.
medicamentos
Este tema está diretamente relacionado • Famacovigilância
com a segurança e a automedicação. O No desenvolvimento deste tema é interessante abor-
enfoque sugerido é a importância da dar os casos de intoxicação por medicamentos e os
receita médica, tanto no momento da recalls. Algumas perguntas orientadoras dessa pes-
compra como ao se tomar um medica- quisa: o que é recall de medicamento? Liste dois ou
mento, os perigos do uso indevido dos mais casos de medicamentos que tenham sido retira-
medicamentos e os cuidados ao des- dos do mercado pelo governo. O que deve fazer uma
cartá-los. pessoa se o medicamento que está tomando é reco-
As perguntas orientadoras da pesquisa lhido pelo governo? São comuns no Brasil casos de
são: é preciso receita médica para a intoxicação por medicamentos? Que medidas devem
compra de todos os medicamentos? ser tomadas quando alguém se intoxica por causa de
Qual a importância da receita médica? um medicamento?
Para que serve a bula de um medica- Os alunos podem ser orientados a buscar notícias e
mento? Como os medicamentos de- informações sobre dois casos famosos de recalls de
vem ser guardados? Por quanto tem- medicamentos: o caso do anticoncepcional Microvlar,
po? Que cuidados devem ser tomados “a pílula de farinha” do laboratório Schering, que
ao jogar fora um medicamento? A ali- aconteceu no final de 1998; e o caso do antiinfla-
mentação pode interferir no tratamen- matório Vioxx, do laboratório Merck Sharp &
to feito à base de um medicamento? E Dohme, que se iniciou em setembro de 2004.
outras que você quiser acrescentar. Eles podem consultar os jornais da época e, se con-
Para conhecer melhor a embalagem seguirem contato com um jornal da cidade, podem ir
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vigilância sanitária
d) Serviços de saúde
c) Produtos relativos à saúde
Aqui é interessante observar o poder
Nesta atividade é interessante enfocar a segurança
dos veículos de comunicação de criar
pessoal e ambiental no uso dos produtos de higiene,
padrões estéticos que influenciam princi-
limpeza e estéticos. Algumas perguntas orientadoras da
palmente crianças e jovens. Algumas per-
pesquisa vão a seguir: a preocupação exagerada com a
guntas podem orientar o trabalho de pes-
beleza pode ser prejudicial à saúde? Como alguns desses
quisa e reflexão: a publicidade, as novelas
produtos podem também ser nocivos ao meio ambiente?
e a mídia em geral criam um padrão de
Alguns produtos são apenas de limpeza e higiene,
beleza? Qual é esse padrão no mundo
outros são desinfetantes, outros ainda são para melhorar
ocidental? E no mundo oriental?
nossa aparência. Peça que os alunos façam uma pesquisa
O professor ou professora pode pedir
em casa, com a ajuda de adultos, sobre os produtos de
que os alunos pesquisem em revistas e
higiene, limpeza e estéticos que a família usa. Na opinião
outras fontes fotos e outras referências de
deles, quais são realmente necessários e quais são supérfluos?
padrão de beleza humana. Por exemplo,
Qual a área de maior risco para ocorrer acidentes em
de povos indígenas e outras culturas que
uma casa? Quais as medidas para se prevenir acidentes?
não são valorizadas pela publicidade, pela
Você sabe o que são produtos saneantes? No seu bair-
TV e a mídia em geral. Peça que os alunos
ro alguém vende saneantes clandestinos? Alguém compra
pesquisem sobre outras culturas que tam-
esses produtos, por serem mais baratos?
bém utilizam pinturas e adornos corporais.
Alguns desses produtos são perigosos se usados ina-
Pode-se levantar uma lista de povos de
dequadamente. Por que eles são perigosos? Qual o prin-
outras culturas e seus respectivos adornos,
cipal fator que leva esses produtos a serem mais ou me-
vestimentas, usos e costumes para com-
nos perigosos? Como devem ser usados e como devem
parar com os dominantes na nossa
ser guardados?
sociedade.
Na nossa cultura, quais os serviços de
saúde e beleza mais conhecidos? Os
alunos poderão fazer uma lista dos
serviços e classificar quais são necessários
e quais são supérfluos.
Sugira que os alunos façam um levan-
tamento no seu bairro sobre quantos e
quais são os estabelecimentos que prestam
esses serviços. A publicidade na TV e ou-
tras mídias alimentam o desejo de con-
sumo desses serviços?
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Conclusão
Após as atividades de pesquisa, os grupos
vão compartilhar os resultados com toda
a classe. Em seguida, é interessante realizar
um debate sobre a possibilidade de
mudança do comportamento individual,
da classe, da escola, da família e até mesmo
mudanças a serem sugeridas para a comu-
nidade.
Algumas questões podem orientar essa
discussão: o que cada um pode mudar nos
próprios hábitos e nos hábitos da família
para que o consumo de alimentos,
medicamentos, produtos e serviços rela-
tivos à saúde seja adequado e racional? O
que a escola pode fazer nesse sentido? E a
comunidade?
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vigilância sanitária
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