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Sinalização Telefônica

A sinalização entre sistemas é definida pela ITU – T como sendo a troca de

informações de controle , gerência e supervisão da rede de comunicações , através de

protocolos específicos, sendo dividida em Sinalização de Assinante, Acústica, de Linha e

de Registrador.

1. Sinalização de Assinante.

Representa os sinais de discagem do assinante, enviados a central local..

Estes sinais no registrador da central local definem o número do assinante B

completo ( internacional, nacional, local ) e a categoria do chamador ( assinante comum,

telefone público, terminal de dados, manutenção da central, etc.).

Todos estes dados serão usados pela central local para a tarifação e pelas outras

centrais para o encaminhamento ao longo da cadeia comutadora.

A forma como esses sinais são enviados para a central local depende do tipo de

aparelho ( telefone, fax ou modem ) utilizado.


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Os Aparelhos Telefônicos podem ser Analógicos ( decádicos ou multifrequencial )

ou Digitais.

a) Os aparelhos analógicos transmitem na linha sinais de freqüência na faixa de 300

a 3400 Hz ( canal de voz ). Esta faixa de freqüência é padronizada mundialmente e permite

uma inteligibilidade da voz em torno de 90% .

Os Aparelhos Decádicos permitem o envio das informações numéricas à central

telefônica, através de dispositivo mecânico ( disco datilar ) ou oscilador eletrônico

( teclado ), que geram um trem de pulsos ( PULSE ) , através da abertura e fechamento de

“loop”, atuando sobre a linha tantas vezes quanto for o numero discado ou teclado.

Norma americana ( 40ms + 60ms ) e inglesa ( 33ms + 66ms )

A . telefone no gancho ( 0 mA )
B . telefone fora do gancho ( 25 mA )
C . fechamento do contato de curto circuito ( 37,5 mA )
D . número discado ou teclado
E . retorno ao estado de repouso

Os Aparelhos Multifrequencial surgiram com a evolução das centrais telefônicas,

onde a sinalização multifrequencial consiste no envio das informações numéricas à central

através da combinação de 2 freqüências ( DTMF - Dual Tone Mute Frequency )

pertencentes ao canal de voz ( 300 a 3400 Hz ).


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Exemplificando, ao se teclar “5 “ temos o envio das freqüências 770 Hz e 1336 Hz

simultaneamente.

Algumas vantagens do teclado multifrequencial são a velocidade de operação e a

maior imunidade a distorções ( frequência x amplitude ) devido as características da linha.

Em contrapartida este tipo de teclado depende da central telefônica estar equipada

com dispositivos que reconheçam essa sinalização, enquanto que os teclados decádicos são

universalmente aceitos por qualquer central.

Alguns aparelhos telefônicos, hoje em dia, trazem a possibilidade de operar nos dois

sistemas através da seleção por uma simples chave no próprio telefone.

b) Os Aparelhos Digitais digitalizam o sinal de voz e de sinalização, enviando-os

através de um canal PCM para a central.

Apresentam teclado estendido que permite recursos ( atendimento de diversas

chamadas, serviços de emergência e informativo, etc. ) oferecidos pelas redes RDSI.

Considerando a taxa de amostragem de 8 KHz e a codificação de 8 bits de um canal

de voz, necessitamos de uma taxa de transmissão ( 8 bits x 8 K ) igual a 64 000 bps.


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Segundo a equação de Shannon, o par trançado telefônico ( categoria 1 ) suporta em

condições excelentes até 28 800 bps, tornando impossível a utilização de aparelhos digitais

a nível de assinante. Analisando as perdas no par trançado, temos :

Para uma transmissão analógica ( 300 – 3400 Hz ) as perdas são pequenas ( 1 a 2

dB/Km ); enquanto para uma transmissão digital as perdas aumentam para taxas de

transmissão maiores. Por exemplo, 1 Mbps --- fmin = 1MHz --- perdasmin = 20 dB/Km .

2. Sinalização Acústica

Consiste em uma série de sinais audíveis ( acústicos ) emitidos da central para o

assinante, indicando sobre a conexão a ser efetuada.


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- Tom de Discar : Informa que a discagem pode ser iniciada.

- Toque de Chamada : Indica que há uma chamada direcionada ao assinante.

- Supervisão de Chamada : É o sinal enviado ao assinante chamador para indicar

que o Sinal de Ring ( toque de chamada ) está sendo enviado ao assinante

chamado.

- Tom de Ocupado : Indica assinante ocupado, congestionamento, fim da

temporização de discagem, defeito e acesso negado ( categoria ).

- Tom de Número Inacessível : Indica que a chamada não pode ser completada.

Isto acontece quando a linha do assinante chamado está com defeito ou quando

o número do assinante não existe ou foi modificado.

No caso de Aparelhos Digitais, a sinalização digital entre central e assinante é feita

através da técnica BSA ( Burst Signalling Adapter – Adaptador de Sinalização Burst ) ,

onde as informações são enviadas na forma de rajadas , em full-duplex , a cada 125s.

Um Burst é um pacote de 12 bits, onde ( 8 bits para canal de voz ( PCM ) , 1 bit de

sinalização , 2 bits de dados e 1 bit para sincronismo ) . A velocidade de transmissão é de :

64 Kbps ( voz ), 16 Kbps ( dados ) e 8 Kbps ( sinalização ).


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3. Sinalização de Linha

A Sinalização de Linha compreende aos sinais de conexão e supervisão da linha

entre os juntores das centrais dos assinantes envolvidos, isto é, a disponibilidade dos

troncos.

3.1 Tipos de Sinais de Linha :

- Sinal de Ocupação de Juntor :

É um sinal para frente para levar ao juntor IT à condição de ocupação.

- Sinal de Atendimento :

É um sinal para trás para indicar que o assinante B atendeu a chamada.

- Sinal de Desconexão é dividido em 4 etapas:

a) Sinal de Desligar para Frente : Indica que o assinante A terminou a conversação.

b) Sinal de Desligar para Trás : Indica que o assinante B desligou.

c) Sinal de Confirmação de Desconexão : É um sinal para trás, que indica a

liberação do juntor de entrada IT, em resposta ao sinal de desligar para frente.

d) Sinal de Desconexão Forçada : É um sinal para trás, que provoca após um certo

tempo, a desconexão forçada do juntor de entrada ( IT ) , pois o assinante B

desligou.

- Sinal de Bloqueio :

É um sinal para trás que provoca o bloqueio do juntor de saída.


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- Sinal de Tarifação :

É um sinal para trás para iniciar a tarifacao na central do assinante A.

- Sinal de Recamada :

É um sinal enviado para frente que solicita a recamada do assinante B.

3.2 Formas de Sinalização de Linha

a) Corrente Continua “ LOOP “ :

É representada pela presença de corrente elétrica com intensidade e sentido que

variam de acordo com o tipo de sinal, sendo utilizada entre centrais eletromecânicas

interligadas por linhas físicas de curta distancia, onde os juntores eram interligados a 2 fios.

Nome do Sinal Sentido do Sinal Lado Saída Lado Entrada


“Livre” Alta Resistência Alimentação nos fios A e B
Ocupação Para Frente Baixa Resistência Alimentação nos fios A e B
Atendimento Para Trás Baixa Resistência Inversão da polaridade
“Conversação” Baixa Resistência Mantém a mesma polaridade invertida
Tarifação Para Trás Baixa Resistência Inversão da polaridade por um período de
150ms30ms
Desligar para Trás Para Trás Baixa Resistência Inversão da polaridade, voltando à
polaridade da fase 1
Desconexão Forçada Para Trás Baixa Resistência Interrupção da alimentação por um período
Menor que 1 K de 600ms120ms, após o que retorna
conforme fase 1
Desligar para Frente Para Frente Obs. 1 Mantém a polaridade invertida
Recamada Para Frente Obs. 2 Alimentação nos fios A e B
Bloqueio Para Trás Alta Resistência Interrupção da alimentação
Acima de 20 K

Obs 1: Abertura do enlace por um período 50ms, e em seguida é fechado com alta resistência.
Obs 2: Abertura do enlace por um período de 150ms30ms, e em seguida é fechado com baixa resistência.
Neste caso um sinal para trás é feito através da inversão da polaridade da
alimentação do enlace, enquanto um sinal para frente é feito através da variação do valor da
resistência do enlace, conforme indica a figura abaixo :
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b) E+M Pulsada:

Nas centrais analógicas interligadas a longa distancia, esta sinalização consiste

de pulsos ( 0 a – 48 V ), respectivamente de curta duração ( 150 ms ) e de longa duração

( 600 ms ), onde os juntores eram interligados a 6 fios.

O envio da sinalização é feita através do fio M ( Mouth – foz ) e a recepção da

sinalização através do fio E ( Ear – audição ).

Juntor de Saída Juntor de Entrada

TX RX

RX TX

M E

E M

Quando a sinalização E&M pulsada for utilizada para entroncamentos digitais, os

pulsos são convertidos em bits de sinalização, e serão transmitidos no intervalo de tempo

do canal 16 ( TS 16 ), onde um pulso de curta duração representa uma seqüência de bits 1;

enquanto um pulso de longa duração representa uma seqüência de bits 0.

A tabela ilustra os sinais da sinalização E&M pulsada .

Sinal Duração dos pulsos Sentido


Ocupação Curto Para Frente
Atendimento Curto Para Trás
Desligar para trás Longo Para Trás
Desligar para frente Longo Para frente
Confirmação de desconexão Longo Para Trás
Desconexão forçada Longo Para Trás
Bloqueio Permanente Para Trás
Tarifação Curto Para Trás
Recamada Curto Para Frente
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c) E+M Continua ou R2 Analógica :

Associa-se a cada estado do juntor a presença ou ausência de um sinal contínuo,

isto é, do potencial de terra. No caso de entroncamento digital, o potencial terra continua

sendo identificado como a presença do valor “1” no bit correspondente ao canal M ou E.

A tabela a seguir ilustra as possíveis combinações de sinalização E&M contínua.

Nome do Sinal Sentido do Sinal Canal M Canal E


“Livre” Ausente Ausente
Ocupação Para Frente Presente Ausente
Atendimento Para Trás Presente Presente
“Conversação” Presente Presente
Tarifação Para Trás Presente Ausente
Desligar para Trás Para Trás Presente Ausente
Desligar para Frente Para Frente Ausente Presente
Confirmação de desconexão Para Trás Ausente Ausente
Bloqueio Para Trás Ausente Presente

O sinal de tarifação corresponde à retirada do potencial de terra um período de 150  30ms.


d) R2 Digital :

Este sistema utiliza dois canais de sinalização para frente ( a f e bf ... front ) e dois

canais de sinalização para trás ( ab e bb ... behind ), com as seguintes características:

 Canal af - indica a condição do juntor de saída.

 Canal bf - indica a ocorrência de falhas no juntor de saída.

 Canal ab - indica as condições do enlace.

 Canal bb - reflete as condições do juntor de entrada.

Fase da Chamada Nome do Sinal Sentido do Sinal af bf ab Bb


Tronco Livre *** 1 0 1 0
Ocupação do Ocupação Para Frente 0 0 1 0
Confirmação Para Trás 0 0 1 1
Tronco
Chamada em Progresso 0 0 1 1
Atendimento de Chamada Sinal de Para Trás 0 0 0 1
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Atendimento
“Conversação” 0 0 0 1
Tarifação Sinal de Tarifação Para Trás 0 0 1* 1
Desligar para Trás Para Trás 0 0 1 1
Desligar para Frente Para Frente 1 0 X** 1
Confirmação de Para Trás 1 0 1 1
Desligamento desconexão
da Desconexão Para Trás 0 0 0 0

Chamada Forçada
Situações Confirmação de Para Frente 1 0 0 0

desconexão Forçada
Especiais Sinal de Bloqueio Para Trás 1 0 1 1
Sinal de Falha Para Frente 1 1 1 0

* Este bit deve permanecer em “1” durante um período de 150ms30ms


** Este bit pode ser “0” se o assinante chamador desligar antes do assinante chamado e “1” em caso contrário.
*** Retirada de fone do gancho

Estes bits são transmitidos no intervalo de sinalização ( IT 16 ) do enlace PCM.

Lembrando que cada IT é composto de 8 bits, os bits 1 e 2 do canal 16 serão

utilizados para transmissão de sinalização do canal “n”, enquanto que os bits 5 e 6 serão

utilizados para transmissão de sinalização do canal “n+16”, conforme mostra a tabela :

Quadro\Bit af/ab 1 bf/bb 2 3 4 af/ab 5 bf/bb 6 7 8


0 0 0 0 0 1 A 1 1
1 1 1 0 1 16 16 0 1
2 2 2 0 1 17 17 0 1
3 3 3 0 1 18 18 0 1
4 4 4 0 1 19 19 0 1
5 5 5 0 1 20 20 0 1
6 6 6 0 1 21 21 0 1
7 7 7 0 1 22 22 0 1
8 8 8 0 1 23 23 0 1
9 9 9 0 1 24 24 0 1
10 10 10 0 1 25 25 0 1
11 11 11 0 1 26 26 0 1
12 12 12 0 1 27 27 0 1
13 13 13 0 1 28 28 0 1
14 14 14 0 1 29 29 0 1
15 15 15 0 1 30 30 0 1

4. Sinalização de Registrador
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É uma sinalização entre centrais onde os dados armazenados no registrador da

central local serão usados em cada ponto de comutação até o destino, para o

estabelecimento de uma conexão.

Estes dados se referem às informações como tipo ( assinante comum, telefone

publico, modem, telefonista ) e identificação dos assinantes envolvidos.

4.1 Formas de Sinalização de Registrador

a) Pulsos Decádicos :

Foi utilizado nas Centrais Passo a Passo de Comando Indireto, onde a

quantidade de pulsos transmitidos correspondia a um algarismo.

b) Multifrequencial Compelida ( MFC ) :

A comutação MFC é realizada através de pares de freqüências, divididas em

freqüências para frente ( freqüências altas – 1380 a 1980 Hz ) e freqüências para trás ou de

resposta ( freqüências baixas – 540 a 1140 Hz ), espaçadas entre si de 120 Hz.

É dito Compelido pois ao se enviar um sinal para frente, para se enviar um novo

sinal para frente, aguarda-se a recepção do sinal para trás. Caso exceda o limite de tempo

permitido pela temporização dos equipamentos, a chamada será interrompida.

Apesar das freqüências usadas na comutação MFC estarem posicionadas dentro

da faixa de voz ( 0,3 a 3,4 KHz ), não são ouvidas pelos usuários, uma vez que estas estão

presentes apenas no estabelecimento da chamada. Quando acontece de ouvirmos as


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freqüências MFC durante a conversação, é devido ao vazamento por diafonia entre as

linhas adjacentes. Abaixo temos os sinais formados pela combinação de freqüências.

Sinais Para Sinais Para 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15


Frente Trás
1380Hz 1140Hz X X X X X
1500Hz 1020Hz X X X X X
1620Hz 900Hz X X X X X
1740Hz 780Hz X X X X X
1860Hz 660Hz X X X X X
1980Hz 540Hz X X X X X

Para aumentar a capacidade de sinalização dos sinais para frente e para trás, cada

par de freqüências apresenta dois significados diferentes.

O conjunto de sinais para frente é dividido em grupos I e II, onde os sinais do Grupo

1 são relacionados com informações numéricas e de seleção; enquanto os sinais do Grupo II

são relacionados com a categoria dos assinantes e com os tipos de equipamentos utilizados.

SINAL SINAIS PARA FRENTE


GRUPO I GRUPO II
1 Algarismo 1 Assinante comum
2 Algarismo 2 Assinante com tarifação imediata
3 Algarismo 3 Equipamento de teste
4 Algarismo 4 Telefone público local
5 Algarismo 5 Operadora
6 Algarismo 6 Comunicação de dados
7 Algarismo 7 TP interurbano
Assinante comum – serviço internacional
8 Algarismo 8 Comunicação de dados - serviço internacional
9 Algarismo 9 Assinante com prioridade – serviço internacional
10 Algarismo 0 Telefonista - serviço internacional
11 Inserção de supressor de eco na origem Assinante com facilidade de transferência
12 Solicitação recusada Reserva
13 Reserva Reserva
14 Inserção de supressor de eco no destino Reserva
15 Fim de número Reserva
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O conjunto de sinais para trás é dividido em grupos A e B, onde os sinais do Grupo

A referem-se as solicitações para possibilitar o estabelecimento da conexão; enquanto os

sinais do Grupo B são relacionados com o estado e tipo do assinante chamado.

SINAL SINAIS PARA TRÁS


GRUPO A GRUPO B
1 Enviar o próximo algarismo Assinante livre com tarifação
2 Enviar o primeiro algarismo Assinante ocupada
3 Passagem para o grupo B Assinante com número mudado
4 Congestionamento Congestionamento
5 Enviar categoria e identidade do assinante chamador Assinante livre sem tarifação
6 Reserva Assinante livre com tarifação
7 Enviar o algarismo N-2 Nível ou número vago
8 Enviar o algarismo N-3 Assinante com defeito
9 Enviar o algarismo N-1 Reserva
10 Reserva Reserva
11 Enviar a indicação de trânsito internacional Serviço Internacional
12 Enviar dígito de discriminação Serviço Internacional
13 Enviar indicação do registrador internacional de origem Serviço Internacional
14 Serviço Internacional Serviço Internacional
15 Congestionamento na central internacional Serviço Internacional

A passagem de um grupo para outro, isto é de I para II e vice-versa, ou de A para B

e vice-versa, é comandado por um dos sinais reservados para este fim.

As sinalizacoes entre centrais ( de linha e de registro ) podem ser feitas por canal

associado ou canal comum.

Na sinalizacao por canal associado a conversacao e a sinalizacao propriamente dita,

trafegam em um mesmo enlace, usando a multiplexacao FDM ( centrais analógicas ) ou

multiplexacao TDM ( centrais digitais ).

Na sinalizacao por canal comum as sinalizacoes de varias chamadas trafegam em

um enlace comum, porem independente do enlace de conversacao. Este tipo de sinalizacao

é usada hoje atraves da sinalizacao SS7 .


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EXEMPLOS DE SINALIZAÇÃO

Exemplo 1 : Chamada Local

No caso de uma chamada envolvendo apenas duas centrais locais, a central de


origem envia os dígitos discados pelo assinante chamador para a central destino. Para cada
dígito discado enviado, a central de destino envia um sinal para trás solicitando o envio do
próximo dígito. Assim que receber todos os dígitos, a central de destino solicita o envio da
categoria do assinante chamador, que após recebê-la, envia o sinal de fim de seleção,
finalizando a troca de sinalização. O sinal de fim de seleção indica à central de destino o
estado operacional do assinante chamado. Este sinal pode indicar, por exemplo, que o
assinante chamador está livre, que está ocupado, que o número discado não existe ou é um
número mudado, que a chamada deve ser tarifada ou outras informações. É através do sinal
de fim de seleção que a central de origem se orienta para dar prosseguimento à chamada.

Diagrama :
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Exemplo 2 : Chamada Regional com Multimedição

Neste caso a chamada passa por três centrais, ou seja, a central origem, uma central
trânsito local ou tandem, e a central destino. A central tandem é responsável pelo
encaminhamento da chamada para a central de destino. Para tanto, ela deve receber os
dígitos do assinante chamado até uma cifra com a qual ela possa identificar qual é a central
de destino da chamada. O funcionamento se baseia no seguinte princípio: A central de
origem ocupa um juntor destinado para a central tandem e começa a enviar os dígitos
discados pelo assinante chamador. Para cada dígito recebido, a sinal tandem envia um sinal
para trás solicitando o envio de mais um dígito, até que ela tenha recebido os dígitos
necessários para realizar a identificação da rota de saída que deverá ser tomada para a
chamada. Neste instante a central tandem ocupa um juntor de saída para a central de destino
e solicita à central de origem a retransmissão dos dígitos discados. Ao receber a solicitação
de retransmissão, a central de origem recomeça a enviar os dígitos discados. A tandem,
então comuta o áudio entre as centrais de origem e destino, estabelecendo a conexão que
poderá ser utilizada para cursar a conversação. É através deste caminho de áudio que os
sinais enviados pela central de origem chegam até a central de destino, e a central trânsito
fica transparente para as centrais de origem e destino.
Diagrama :
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Exemplo 3 : Chamada Regional com Bilhetagem

Neste caso, a chamada é tarifada por bilhetagem automática em uma central trânsito.
Isto significa que a central de origem deverá enviar a identificação do assinante chamador
para a central de bilhetagem, para que seja realizada a tarifação da chamada. Além disso, a
central trânsito deve receber a informação de fim de seleção do assinante chamado, de
forma a identificar o estado operacional do mesmo e decidir sobre a forma de tarifar a
chamada. Pelos motivos apresentados, observamos que é conveniente que a central trânsito
de bilhetagem assuma o controle da chamada. Neste caso, a central de origem não mais
troca informações de sinalização com todas as centrais envolvidas na chamada, mas
somente com as centrais tandem entre ela e a central de bilhetagem.
Consideremos um exemplo com três centrais, onde uma é a de origem, outra é a de
destino e entre elas existe um central trânsito responsável por bilhetar a chamada. Neste
caso, a central de origem, após ocupar o juntor de saída, envia o primeiro sinal
multifrequêncial para frente, correspondente ao primeiro dígito discado. A central trânsito
detecta este sinal e solicita o envio do próximo dígito. Este procedimento se repete até que
a central trânsito tenha informações suficientes para encaminhar a chamada para a central
de destino. Assim que obtém estas informações, a central trânsito ocupa o juntor de saída
para a central de destino e inicia o envio dos sinais multifrequênciais para frente. Ao
mesmo tempo, a central trânsito solicita à central de origem, a identificação do assinante
chamador. É importante observar que neste ponto aparecem as diferenças com relação ao
exemplo anterior, uma vez que a central de origem não mais troca sinalização com a central
de destino. Assim que terminar de receber a identificação do assinante chamador, a central
trânsito solicita os dígitos do assinante chamado que ainda não recebeu, e a cada sinal
recebido, envia o dígito correspondente para a central de destino. No final da sinalização,
recebe da central de destino o sinal de fim de seleção, que é enviado para a central de
origem. Após este sinal, o caminho de áudio é estabelecido e a chamada pode ser
completada.

O objetivo destes exemplos foi descrever a filosofia dos protocolos de


sinalização entre registradores. Os documentos normativos da Telebrás tratam um número
muito maior de casos que podem ocorrer na prática.

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