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DE
HISTÓRIA
2º Ano
INSTITUTO SUPER
Agradecimentos
Autor
Edição Beira
Tiragem XXXXX
Gráfica XXXXX
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
3
Índice
Visão geral 10
Bem-vindo à Disciplina/Módulo de História das Ideias
Políticas II ............................................................................ 10
Objectivos do Módulo .......................................................... 10
Quem deveria estudar este módulo ...................................... 11
Como está estruturado este módulo ..................................... 11
Ícones de actividade ............................................................. 13
Habilidades de estudo ........................................................... 13
Precisa de apoio? .................................................................. 14
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .................................... 15
Avaliação .............................................................................. 15
1.1.3. Características 21
1.8. A paz 24
2. Positivismo 32
2.6.1. Montesquieu 35
2.7. Voltaire 42
Socialismo 61
3.18. Marxismo 71
Sumário ................................................................................ 72
Exercícios.............................................................................. 73
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................... 73
Socialismo no Estado 74
Crise do Socialismo 82
Democracia Liberal 88
Democracia Socialista 94
Democracia Radical 98
Visão geral
Objectivos do Módulo
Este módulo de História das Ideias Políticas II, para estudantes do 2º ano
do curso de licenciatura em História, à semelhança dos restantes do
ISCED, está estruturado como se segue:
Páginas introdutórias
Um índice completo.
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática
ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de auto-
avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os
exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros exercícios
teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades práticas
algumas incluindo estudos de caso.
Outros recursos
Comentários e sugestões
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Habilidades de estudo
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior.
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como
falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio
ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, SMS, E-mail, se
tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação.
Avaliação
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.
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Introdução
Específicos
Introdução
todos são filhos do mesmo Deus, nenhuma diferença de natureza existe entre
eles.
1.1.3. Características
Entre os numerosos cultos de origem oriental que se difundiram no seio do
império romano, a religião cristã impôs-se no final da antiguidade. Vinha na
sequência de uma tradição judaica, amplamente espalhado no império e cujas
comunidades actuaram como passadores no processo da sua difusão. Quer os
judeus quer os cristãos traziam de novo o princípio de um Deus único e revelado
e também de um conhecimento todo ele contido num única livro – A Bíblia a
base de toda a reflexão cristã da idade média, tanto no oriente como no
ocidente.
a garantia à vida, etc; Terceiro: surgi com os primeiro doutrina dores cristãos,
uma concepção inteiramente nova do poder político quer quanto à sua origem
- a partir de agora entender-se-á que todo o poder vem de Deus (S.Paulo,
Epistola aos romanos, 13,1), - quer quanto ao sentido do seu exercício o poder
passara a ser visto não como um direito próprio dos governante ou como pura
autoridade do estado sobre os cidadãos, mas sobre tudo como função posta ao
serviço do bem comum da qual resultam para o seu titular mais deveres do que
direito e menos privilégios do que responsabilidade; Quarto: a criação de uma
igreja universal, incumbida de defender e propagar a fé cristã de origem a
problemática, até então desconhecida das relações entre a igreja e o estado.
Nasce em Tagaste, na Numídia (Norte de África) e vive entre 354-430 (séc. IVe
V). A sua inspiração mais forte foi sem dúvida a de Platão: muitos o consideram,
mesmo, um neo-platónico.
Santo Agostinho considera haver duas Cidades – a cidade celeste ou Civitas Dei,
comunidade dos homens que vivem segundo o espírito e buscam a Justiça; e a
cidade terrena, ou Civitas Diaboli, conjunto dos homens que vivem segundo a
carne a para satisfação dos seus prazeres. Uma é a cidade dobem, outra a cidade
do mal. Ambas estão em luta permanente, uma contra a outra, e ambas
disputam a posse do mundo. A vida presente é uma luta, um combate
quotidiano: só na vida futura haverá paz autêntica e duradoira. Daí que o Estado,
em si mesmo, não possa ser considerado a priori como bom ou mau: tudo vai
dos que o governam. Se o Estado é governado por homens que praticam o bem
e amam a Deus, é bom e trabalha para a cidade celeste; se o governam aqueles
que praticam o mal e ignoram ou hostilizam Deus, é mau e concorre para a
Cidade Terrena.
Santo Agostinho entende que todo o poder vem de Deus e, por conseguinte,
considera que o Estado é um instrumento ordenado por Deus: é mesmo “um
dom de Deus aos homens”. Daí resultam 2 consequências: A primeira é que o
dever de obediência é absoluto: não há limitações ao Poder dos governantes,
não há espaço para justificação da desobediência ou para quaisquer formas de
resistência dos governados.
A segunda consiste em que os homens não podem distinguir entre bons e maus
governantes, entre formas de governo justas e injustas (como fazia Aristóteles):
a todos se deve, por igual, obediência. Numa palavra: o Estado deve ser duro e
repressivo; o cidadão deve aceitar passivamente a autoridade do Poder. E não
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1.8. A paz
A Igreja devia ser, assim, uma verdadeira escola de civismo. Mas houve dois
factores que formariam o “agostinianismo político”, ou a doutrina da
supremacia da Igreja sobre o Estado:- O primeiro foi a doutrina de Santo
Agostinho favorável à intervenção do Estado contra as seitas heréticas, na
medida em que defender ser dever oEstado punir com as suas leis os hereger –
funcionando assim na prática como “braço secular” da Igreja, e aceitando as
definições da verdade religiosa dadas por esta -, não há dúvida de que contribuiu
poderosamente para acentuar a ideia de subordinação do Estado à Igreja.- O
segundo factor foi a própria concepção da Cidade de Deus, como algo de
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Para S. Tomás de Aquino, o mundo e o homem foram criados por Deus. Mas a
actuação não se esgotou nesse primeiro momento genético: continua todos os
dias a exercer-se, pois Deus governa o mundo. E o que são as leis? De acordo
com S. Tomás, “a lei é uma ordem de razão imposta para o bem comum e
promulgada por aquele que tem a seu cargo uma comunidade”. Para o
Aquinatense, há quatro espécies de leis – a lei eterna, a lei natural, alei humana
e a lei divina:- A lei eterna é a lei geral do universo estabelecida por Deus para
todos os seres por ele criados. Se a lei é uma ordem da razão emanada do
soberano que governa uma comunidade, então, como o mundo é governado
pela providência divina, toda a comunidade do universo se rege pela razão de
Deus.- A lei natural, por sua vez, é a participação dos seres criados na razão
estabelecida pela lei eterna.
Todos os seres têm em si impressa uma inclinação natural para os seus próprios
fins. Por isso o homem participa na razão eterna pela qual se inclina
naturalmente ao ordenamento dos seus actos para os seus fins. E tal
participação da criatura racional na lei eterna é oque se chama lei natural. Mas
a lei natural contém essencialmente um preceito fundamental: fazer o bem e
evitar o mal. Compete seguidamente aos homens, através da razão, extrair dela
todas as consequências.- Daí a necessidade da lei humana, que é imposto pela
razão para aplicar a regra essencial da lei natural, que manda fazer o bem e evitar
o mal.- Finalmente a lei divina é constituída pelas normas que Deus
expressamente formulou para orientar a lei humana sobre questões essenciais.
O bem comum pressupõe e exige que todos e cada um dos homens possam não
apenas viver, mas viver bem. A ideia de felicidade individual, ou de bem-estar
individual tem origem em Aristóteles e é uma ideia fundamental no conceito de
bem comum de S. Tomás de Aquino.
S. Tomás de Aquino entende, como não podia deixar de ser, que todo o poder
vem de Deus. E explica: “ a sociedade é uma exigência da natureza; para viver
em sociedade é necessária uma autoridade que comande em ordem ao bem
comum; logo, a autoridade é uma exigência da natureza. Mas todas as exigências
da natureza procedem de Deus, seu autor; ora a autoridade é uma exigência da
natureza; logo, a autoridade procede de Deus”. Até aqui S. Tomás de Aquino
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
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Do ponto de vista histórico, enfim, o passado mostra que os países sem rei
sempre viveram na discórdia e sempre andaram à deriva, como designadamente
na história de Roma. Pelo contrário, as cidades e países governados por um rei
gozam de paz, florescem em justiça e vivem felizes na abundância das riquezas.
Mas, por razões práticas, acrescenta que o regime ideal não deve ser uma
monarquia pura. Para ele, é necessário associar à responsabilidade do governo
não só as elites, capazes de, pela sua inteligência, pelos seus conhecimentos,
pelos seus méritos, assegurar uma boa gestão dos negócios públicos, mas
também, no tocante às decisões fundamentais sobre a vida colectiva, toda a
população, todo o povo.
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
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Para S. Tomás de Aquino tal como o governo por um rei é o melhor regime,
assim também o governo por um tirano é a pior forma de governo: Primeiro, um
poder que seja unido é mais eficiente do que outro que seja dividido. Assim, da
mesma forma que é melhor um poder produtor de bem ser unido, é mais nocivo
que um poder produtor de mal seja unido do que dividido. Por isso, a tirania é
pior do que a oligarquia, e esta é pior do que a democracia. Segundo, o que torna
um regime injusto é o facto de serem prosseguidos os interesses pessoais do
governante em detrimento do bem-estar da comunidade. Ora, servindo a tirania
para satisfazer apenas os interesses de um homem só, é aí que se fica mais longe
(mais longe ainda do que naoligarquia) da satisfação dos interesses de todos.
Terceiro, é bom que um bom governo seja unido e forte, mas é mau que um mau
governo seja forte e unido. Por consequência, de todas as formas injustas de
governo, a democracia é a mais tolerável, e a tirania é a pior.- Quarto, a tirania
não há apenas satisfação de interesses pessoais do tirano em prejuízo dos
interesses do povo e do país: há também opressão dos súbditos. E tudo isso
acontece porque “não há lei” e portanto nada é seguro, tudo é incerto. Quinto,
o tirano semeia a discórdia entre os seus súbditos. Como vive permanentemente
no receio de uma revolta, o tirano divide para reinar. Sexto, a tirania gera o medo
dos cidadãos perante o poder. Ninguém se sente livre ou seguro. Sétimo, e em
consequência de tudo isto, o tirano não consegue normalmente assegurar uns
países forte perante os inimigos exteriores.
Em regra, o tirano é forte perante os seus súbditos, mas fraco perante os seus
inimigos. S. Tomás de Aquino conclui que o tirano, dominado cegamente pelas
paixões e incapaz de actuar segundo a razão, não difere em modo nenhum de
uma besta; nem é diferente ser sujeito a um tirano ou ser sujeito a um animal
selvagem.
No entanto, seria errado inferir neste esquema que Erasmo confere aos
príncipes uma situação privilegiada. Para ele não há dois cristianismos, um para
os príncipes e outro para o comum das pessoas. A religião de todos deve ser
conforme ao ideal evangélico. O príncipe, por estar situado mais acima, deve
superar os outros pelas suas virtudes, prudência e integridade. A lei do sacrifício
impõe-se-lhe como a todos os cristãos. Se tenciona seguir Cristo, deve carregar
a sua cruz. Não pode escapar à lei comum. Estamos assim longe de Maquiavel
que constrói uma moral especial para o príncipe e o coloca acima da moral
universal; e igualmente longe dos absolutistas, que fazem com que a conduta
dos poderosos escape a qualquer espécie de controlo terrestre.
O primeiro, a seu ver, consiste em ser pacífico. Ao passo que Maquiavel, e muitos
dos seus seguidores, glorificam o príncipe quando este se apodera de novas
terras para reinar sobre elas. Erasmo condena as conquistas em vários dos seus
adágios característicos. O evangelho é um evangelho de paz; por isso o primeiro
dever do príncipe é não fazer a guerra. Dirigida a Carlos V ou a Francisco I, esta
linguagem parece muito ingénua. No entanto, aos olhos de Erasmo, é sábia, pois
aumentar as possessões não constitui vantagem para um príncipe. Mais lhe
valeria restringi- las, pois ser-lhe-ia mais fácil fazer reinar a justiça e a paz num
território menos vasto. Proporcionaria ao seu povo maior prosperidade.
Sumário
O bem comum pressupõe e exige que todos e cada um dos homens possam não
apenas viver, mas viver bem. A ideia de felicidade individual, ou de bem-estar
individual tem origem em Aristóteles e é uma ideia fundamental no conceito de
bem comum de S. Tomás de Aquino.
Exercícios
1. Qual o fim do estado segundo o pensamento político de são Tomas de Aquino.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Bibliografia
3. AMARAL, Diogo Freitas; História das ideias políticas, Vol II, Lisboa:
Editora Almedina, 2001.
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
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2. Positivismo
Introdução
Objectivos
A partir de meados do século XV, entra-se numa nova fase da história da Europa
– a fase do Renascimento, que dá início á chamada Idade Moderna. Conhece-se
os seus aspectos fundamentais. Por um lado, dá-se uma atenuação muito forte
do espírito religioso global e envolvente que marcou a Idade Média, e uma clara
acentuação do humanismo e dos valores profanos, com um certo resvalar para
o paganismo, num quadro geral de restauração da cultura greco-romana e dos
traços característicos da Antiguidade Clássica, e da ruptura com a Idade Média.
Tudo o que é humano passa a ser mais importante do que o divino. Por outro
lado, assiste-se á afirmação da supremacia do poder civil sobre as autoridades
religiosas, e ao fortalecimento do poder real.
Por último, cumpre chamar a atenção para que é durante esta fase - cerca de
um século depois do seu início – que se produz esse grande terramoto da história
europeia que é a Reforma protestante, seguida da Contra – reforma católica –
acontecimentos que dividem a Europa cristã em países católicos e protestantes,
com inevitáveis implicações políticas.
2.6.1. Montesquieu
"A noção de monarquia clássica comanda o devir político dos países franceses
entre 1450 e 1789: ela corresponde a um Antigo Regime muito "alongado" que
se escoa, e depois se esborra, em paz ou furor, desde o fim das Guerras dos Cem
Anos até o declínio do reinado de Luís XVI.” Em termos históricos, o Absolutismo
Político se encontra vinculado à implantação de um estado centralizado
politicamente com a consequente implantação de uma "racionalização"
burocrática do aparelho administrativo dos Estados Nacionais europeus surgidos
a partir do século XIV d. C. Tais Estados Nacionais possuem como forma política
de governo a Monarquia, usualmente conhecida como Monarquia Absolutista.
A partir de uma leitura atenta desta sua magnum opus, podemos concluir que
Montesquieu foi um dos precursores do método comparativo-indutivo
actualmente empregado tanto pela Ciência Política quanto pela História Política.
O Espírito das Leis inicia-se com uma teoria geral das leis, a qual constitui a base
da filosofia política de Montesquieu.
Por outro lado, como autêntico aristocrata, desagrada-lhe a ideia de o povo todo
possuir poder. Por isso estabeleceu a necessidade de uma Câmara Alta no
Legislativo, composta por nobres.
Daí Comte reservar a cada seu seguidor a função de apóstolo, de divulgador das
suas ideias, todos eles dedicados ao sacerdócio da humanidade. Formou-se ao
seu redor, a partir de então, uma pequena seita de excêntricos discípulos que
passaram a cultuá-lo como uma espécie de messias dos tempos científicos: um
Cristo da era da ciência.
Comte funda todo o seu sistema sobre a lei dos três estados que a humanidade
percorre sucessivamente. Ao estado teológico e guerreiro segue-se o estado
metafísico e jurídico, e depois o estado positivo e científico.
Assim, mais uma vez, Comte subordina a dinâmica a uma estática, subordina o
progresso à ordem; o progresso é um mero deslocamento, um mero
aperfeiçoamento de estruturas que são perenes e imutáveis.
O século XIX já atingiu este estádio e Comte não é bastantes para essa doutrina
retrógrada que, na proposta ver altamente ridícula, preconiza hoje, como
solução possível para anarquia intelectual, a quimérica reinstalação social dos
mesmos são princípios cuja inevitável de cretude levou a esta anarquia”. O
espírito positivo que em dois séculos cresce mais do que ao longo de todo o seu
percurso anterior, já não permite outra unidade mental além da que resultaria
do seu ascendente universal.
Isso seria possível, segundo Comte, à medida que o conjunto social, orientado
pelo poder espiritual positivista formasse um forte movimento de opinião
pública no sentido de mostrar aos detentores do capital a sua origem e o seu
objetivo social, não permitindo que a riqueza social fosse gestada em prejuízo
da massa proletária, cabendo a esta última limitar suas pretensões às
possibilidades econômicas de cada período.
A sociedade pensada pelo positivismo teria então uma outra visão sobre o
mundo do trabalho. Pois, procurava torná-lo parte organicamente harmoniosa
de uma ordem na qual o poder e a riqueza se concentravam nos detentores do
capital, na classe contraditória à do trabalho.
2.7. Voltaire
Enfim, a soberania é exercida pelo povo através da vontade geral. E esta não é
alienável. Por consequência a vontade geral pode a todo o tempo mudar de
governo. Os governantes são simples depositários, são comissários não são dono
do povo: são seus funcionários, por isso o povo pode destitui-los sempre que
quiserem. Quando a revolução francesa destitui o rei, o condena a morte e o
executa, não está senão a por em prática as ideias de Rousseau.
A melhor constituição será, pois aquele em que o poder executivo estiver unido
ao legislativo: quem faz as leis sabe melhor que ninguém como elas deve ser
interpretados e executados.
A partir destas premissas familiares, seria muito fácil compreender que T. More
edificasse uma defesa da propriedade e procurasse tornar proprietários todos
os seus utópicos. Na história das ideias, família e propriedade estão o mais das
vezes ligadas. Aos olhos dos sociólogos, família e bem de família apresentam-se
como elementos que devem necessariamente coincidir e sustentar-se entre si.
A posição de T. More é completamente diferente. O povo da utopia é um povo
de amigos; ora, segundo a fórmula platónica, entre amigos tudo deve ser
comum. Aquilo que Platão considerava um ideal entre amigos deve sê-lo
também entre os cristãos. A fraternidade cristã deve levar à comunidade cristã.
Por esse motivo, T. More abandona a posição tradicional dos aristotélicos e dos
escolásticos, para quem a propriedade individual era um elemento capital da
liberdade, preferindo-lhe as teses de A República. Platão havia desdenhado fazer
leis para os povos que recusam a comunidade de bens. Aquele grande génio,
tinha previsto facilmente que o único meio para organizar a felicidade pública
era a aplicação do princípio de igualdade.
Sumário
Comte idealizou para o devir uma sociocracia gerências por um Estado-maior de
sábios e tecnocratas, aliados aos industriais, que tratariam à política o espaço
das paixões humanas com as frias leis das ciências naturais. A sociologia ocuparia
no futuro o lugar mais importante na hierarquia do conhecimento. Comte faz,
também, uma distinção entre o indivíduo e o colectivo.
Exercícios
1. Explique positivismo de Comte referenciando a lei dos três estados que a
Exercicios de auto-avaliação
Resolva os exercícios indicados.
Sumário
Introdução
Objectivos
A Marcha sobre Roma foi uma vasta manifestação fascista, com característica de
golpe de estado, ocorrida em 28 de Outubro de 1922 na capital da Itália,
com o afluxo na cidade de dezenas de milhares de militantes fascistas que
reivindicavam o poder político no reino. Este evento representou a ascensão ao
poder do Partido Nacional Fascista (PNF) e o fim da democracia liberal, pela
nomeação de Benito Mussolini como chefe de governo pelo Rei Vítor Emanuel
III.
O fascismo perpétua-se com uma Nação submissa, sem espíritos críticos, sem
vontades individuais, mas com “uma alma colectiva”. Os ideais fascistas, eram
inculcados, primeiramente, nos jovens, pois considera-se que as crianças, antes
de pertencerem às famílias, pertenciam ao Estado.
Corporativismo era uma doutrina que vinha de século anteriores, mas que no
final do século XIX tinha sido recuperada pela doutrina social da igreja.
Mussolini vai lançar mão dessa doutrina, depurada de alguns dos elementos
acentuados pelo pensamento católico, e faz dela a doutrina oficial do Estado
italiano. Tratado de Latrão (1929) As relações políticas entre a Igreja Romana e
o Estado Italiano não foram fáceis desde o processo de unificação da Itália
no século 19, principalmente por que o papado não aceitava perder o
poder político sobre os antigos Estados Pontifícios.
Em 1929, Mussolini discreta a abolição da câmara dos reptados e põe nos seu
lugar a Câmara dos Fascistas e das corporações: era a abolida o sufrágio
individual, muito criticado por ser o sufrágio típico da democracia parlamentar,
e que agora ficava substituído pelo sufrágio corporativo ou institucional.
Sumário
Fascismo como uma ideologia política social tinha como objectivo, livrar a Itália
dos problemas que se vivia naquela comunidade, nisto, os grupos sócias
apoiaram o partido fascista, este chegado ao poder tornou-se totalitário,
eliminando todos os partidos, sob a direcção de único partido criou um estado
nacional fascista. Criou bases de apoio para garantir a execução do programa do
partido. Um dos aspectos particulares fora o corporativismo, que eliminou os
sindicatos.
Exercícios
1. Explique em que contexto emerge o regime fascista na Itália?
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
Objectivos
É dentro desta ideia que Hitler escreve o seu livro Mein Kampf, que
surpreendentemente constitui um grande sucesso de livraria na Alemanha,
chegando a ter uma tiragem de 6 milhões de exemplares.
Escreve ele nesse livro a dada altura: Os povos que renunciam a manter
a pureza da raça renunciam, ao mesmo tempo, à unidade da sua alma. A
perda da pureza do sangue destrói a felicidade interior, abaixa o homem
para sempre, e as respectivas consequências, corporais e morais. Daqui
retirava Hitler a consequência de que os homens de um mesmo sangue
devem pertencer ao mesmo Reich. E acrescentava: a minha missão e fazer
triunfar, contra todas as leis falsas e artificias, uma lei natural e sagrada: a da
comunidade do sangue.
Sumário
Hitler perseguiu todos seus opositores através da polícia política, desenvolveu a
indústria de armamento, que empregou muita gente, implantou uma educação
ao jovem no molde ideológico nazi, considerou a raça mais pura seria a do ariano
que deveria impor-se sobre as restantes. Nota-se que a exaltação do
nacionalismo alemão.
Exercícios
1. Explique em que contexto emerge o regime nazista na Alemanha?
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
55
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
Bibliografia básica
RECAMA, Dionísio Calisto. História de Moçambique, África e Universal. Maputo:
Faculdade de direito-UEM, 2006.
Introdução
Trinta anos depois de ter morrido, Charles de Gaulle é "o personagem mais
célebre da História da França", seguido por Napoleão e por Luís XIV.
No que toca a este assunto, a concepção gaullista esta mais próxima da doutrina
socialista do que da concepção revolucionaria. A designação pelo conjunto
do corpo eleitoral tem carácter instrumental. Para ser valida deve
corresponder ao bem comum do povo. Há portanto uma legitimidade
anterior à eleição e superior a esta, porque legalidade e legitimidade podem
estar sociologicamente dissociada.
Em contra partida é certo e sábio que o voto definitivo das leis e dos orçamentos
deve regressar a uma assembleia eleita por sufrágio universal e directo. É preciso
também atribuir a uma segunda assembleia, e com uma composição
diferente, a função de examinar publicamente o que a primeira apreciou,
formular emendas, propor projectos. Tudo aponta para instituições de uma
segunda câmara, cujos membros serão, no essencial eleito pelos conselhos
gerais e municipais, ao mesmo tempo que a base será alargada pela
introdução de representantes das organizações económicas, familiares, e
intelectuais, para que se faça ouvir, dentro do próprio estado, a voz da grande
actividade do país.
Contraria ao direito positivo não há duvida que esta exegese anunciava uma
inversão da dados, tornando-se o processo referendário a regra para os
assuntos importantes, e só conservando o poder legislativo uma actividade
residual.
Assim se satisfaria a que parece ter sido a última aspiração de Charles de Gaulle:
antes de mais nada, é como o próprio povo que o seu mandatário e guia devem
manter-se em contacto directo. É assim com efeito, que a nação pode
conhecer em pessoas o homem que exacta em sua frente, discernir os laços
que a unem a ele, estar a par das suas ideias, dos seus actos, dos seus projectos,
das suas preocupações e esperança.
Sumário
As decisões de De Gaulle referentes à política internacional, à OTAN e à
sua oposição à Inglaterra, tinham como principal objectivo o
restabelecimento da França a uma situação preponderante na Europa,
defendendo ao mesmo tempo sua independência nacional, exageradamente
subordinada, em sua maneira de pensar, à hegemonia americana.
Exercícios
1. Descreva o nacionalismo combatido de Charles de Gaule.
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
60
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
Bibliografia básica
MOORE, Jr. Barrington (s/d) As origens sociais da ditadura e da democracia –
senhores e camponeses na construção do mundo moderno, Lisboa, Edições
Cosmos.
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
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Socialismo
Introdução
Foi no século XIX que surgiram as primeiras ideias socialistas dos tempos
modernos, embora não possamos esquecer que houve, muito antes,
importantes precursores do socialismo moderno, tais como Platão ou Thomas
Morus. Mas o socialismo moderno nasce na Europa do século XIX,
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
62
Devemos igualmente ter presente que a eclosão das ideias socialistas não foi
apenas determinada por conjunto de factos e situações da vida real: também se
inseriu, logicamente, na evolução do movimento de ideias que caracterizou a
Europa primeira metade do século XIX. Este movimento foi marcado pela
transição do racionalismo para o romantismo, do culto da natureza para o culto
da ciência, do iluminismo para o positivismo; do fixismo tradicional para o
evolucionismo darwinista, do racionalismo intelectual para o socialismo
científico do catolicismo conservador ou liberal para o catolicismo social. O
socialismo inscreve-se, naturalmente, neste clima intelectual de mudança.
Alias, como acentua Andre Piettre, não deve esquecer – se que uma grande
parte dos temas do socialismo europeu do século XIX já se encontravam nas
ideias e nos actos da revolução Francesa: esta, embora burguesa em
grandes medidas, endeusaria a razão e o progresso, considerara as leis como
instrumento da felicidade humana, combater as classes privilegiada e
proclamara-las além da liberdade – os valores de igualdade e da fraternidade.
Para outros ainda, o socialismo identifica-se com justiça social - o que não
passa de uma aproximação grosseira, porque o socialismo e apenas uma das
formas possíveis de procura atingir a justiça social, havendo outras igualmente
legítimas (por ex., a social-democracia, a democracia cristã, o neoliberalismo,
etc.).
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
63
Sumário
Socialismo termo novo do século XIX, que apareceu para opor ao capitalismo,
usado neste século pelos filósofos ingleses, franceses entre outros, criticando
veementemente o sistema capitalista.
Exercícios
1. Explique o contexto da origem do socialismo.
3. Defina o socialismo.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Saint Simon e Charles Fourier são apologista dum socialismo sem estado,
que desenvolva em direcção da felicidade colectiva humana, pois são utópicos,
estabelecendo um socialismo em que o estado não existiu. Enquanto Simon
aborda a sociedade constituída por varias fábricas, estando na direcção, os
directores e trabalhadores os que executam o projecto, Fourier e prevê
uma sociedade constituída por falanstério.
Este foi o primeiro a perceber que o conflito de classes estava relacionado com
a economia e que seria nas mãos dos trabalhadores que o futuro seria
construído, mas guiados por alguém.
Sumário
Para Simon só a sociedade industrial poderia acabar com a crise que a sociedade
passava. Este autor ainda marca a ruptura com o Antigo Regime. Para Saint-
Simon, a Política era agora a ciência da produção, porém a Política vê seu fim
com a justiça social.
Exercícios
1. Quais são os ideais do socialismo sem estado de Saint Simon?
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
Introdução
O sistema estatal é intrinsecamente mau e não pode ser corrigido. Que procura
combater os seus abusos, agrava-os ainda mais.
Quanto ao Estado, não tem que intervir. Não aparece em lado nenhum.
Numa sociedade bem organizada, deve limitar-se, pouco a pouco, a só se
representar a si próprio, a nada. Criadas estas condições, o princípio de
autoridade tende a desaparecer. O Estado, a coisa pública, república, assenta na
base para sempre inabalável do direito e das liberdades locais corpo rativas e
individuais, cujos mecanismos resulta a liberdade nacional. O governo, para
dizer a verdade, já não existe.
3. Crítica dos Preconceitos Ideológicos e Morais - Uma das suas facetas mais
conhecidas pela sua crítica irreverente à sociedade. Com a sua crítica demolidora
dos preconceitos sociais pretendem destruir todas as condicionantes mentais
que possam impedir o indivíduo de ser livre e de se assumir como tal;
Para fazer a revolução não se deve esperar que todos os operários estejam
organizados. Isso seria impossível, dadas às condições do proletariado; e
felizmente não é necessário. Mas é preciso que ao menos haja os núcleos, em
torno dos quais possam rapidamente agrupar-se as massas, apenas se libertem
do peso que as oprime.
3.18. Marxismo
O contraste explosivo provocado pelo confronto entre a burguesia, cada vez
mais rica e reduzida, e o proletariado, cada vez mais pobre e mais numeroso,
irá explodir por força da luta de classe, quando suar aquilo a que Marx chama a
hora da liquidação social: é a tese catastrófica que prevê e preconiza a fatalidade
histórica da destruição do capitalismo.
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
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Sumário
Proudhon refere que o Estado, não tem que intervir. Não aparece em lado
nenhum. Numa sociedade bem organizada, deve limitar-se, pouco a pouco, a só
se representar a si próprio, a nada.
Exercícios
1. Proudhon afirma que sociedade é o movimento perpétuo, não precisa
que a fortifiquem, nem que lhe marquem o compasso. Contém em si a sua mola,
sempre tensa, e o seu pêndulo.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
Socialismo no Estado
Introdução
A colaboração entre Marx e Engels que se inicia está longe de ser apenas
um projecto de formulação teórica. Os dois fundadores do comunismo
moderno procuram, de imediato, um terreno prático onde materializar as
concepções que estão elaborando. Com esse intuito, vinculamse a uma
organização revolucionária alemã socialista conhecida como a Liga dos Justos,
nome que indica a influência da revolução francesa de 1789 e os movimentos
revolucionários burgueses de então, mas vinculada à nascente classe
operária alemã. No primeiro congresso da Liga realizado em Londres (Junho
de 1847), Engels advogou sua transformação em Liga Comunista.
Após a morte de Marx (1883), Engels dará continuidade ao trabalho político que,
juntamente com Marx havia impulsionado. Neste período, acompanhava sete
jornais diários e 22 semanários em mais de 10 línguas. O resultado será a
fundação da II Internacional em 1889, onde os marxistas predominarão sobre
os socialistas. Neste momento, Engels será a maior autoridade política do
movimento operário. No entanto, fará questão, como no próprio discurso no I
Congresso da nova internacional de se colocar apenas como um colaborador de
Marx, a quem atribuiu, com enorme modéstia, a quase totalidade do papel
criador nesta admirável associação intelectual e política.
Marx e Engels foram os primeiros a explicar, nas suas obras científicas, que o
socialismo não é uma invenção de sonhadores, mas o objectivo final e o
resultado necessário do desenvolvimento das forças produtivas da sociedade
actual.
A figura do Estado também era central nas ideias desse alemão. A função
social que o poder estatal deveria desempenhar, convergia para a
centralização e o controle das relações entre os indivíduos. Segundo dizia, o
Estado deveria determinar a qualidade e o preço dos produtos, do que se deduz
que o Estado supervisiona constantemente a produção e que os cidadãos,
em parte patrões, estão igualmente em parte a serviço da administração
pública.
Aqui o Estado surge como uma entidade reguladora dos conflitos e das
contradições, sem, todavia, representar nenhuma classe social. Portanto, ele
assume um carácter de neutralidade diante da sociedade, pronto a satisfazer
as necessidades de todos. Um outro ponto importante, é que, o sistema
impulsionador da emancipação dos indivíduos deveria conter-se em âmbitos
nacionais, ou seja, o internacionalismo não possui maior significado em sua
obra.
Para Lassalle (1969), uma das principais reivindicações que se colocava para
o movimento progressista da Alemanha, referia-se a implantação de uma
Constituição Democrática. Durante o período das revoluções europeias das
décadas de 1830 e 40, em especial, no caso alemão, boa parte das
insurreições possuía como meta prioritária a instalação de uma Constituição
que contemplasse a maioria dos cidadãos, ou melhor dizendo, o sufrágio
universal.
Em seu texto Que é uma constituição? Lassalle (1969) além de tentar explicar
conceitualmente o significado desse conjunto de leis e normas de uma
determinada nação, busca também demonstrar que ela é uma importante
maneira do Estado resolver e pacificar os problemas sociais de uma realidade
nacional, revelando assim suas consequências para a vida prática dos
homens. Além disso, o autor propõe que a Constituição não se funda
somente sob uma simples formulação jurídica, pois na verdade a sua
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
78
Como até agora foi possível perceber, o caminho seguido pelo movimento
socialista alemão de tendência lassalleana defendia além de uma actuação
política, também um socialismo, limitados ao espaço territorial da Alemanha.
O estado deve ser governado, não por quem ganha eleições, mas
por quem merece governá-lo e por quem quer governá-lo. O
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
80
Com todas estas funções, o estado cresce para proporções nunca dantes vista
em nenhum país do mundo, e em uma poderosa vasta máquina burocrática é
implantada no país.
Lenine idealiza um estado aberto a livre expressão e opinião das bases, dos
operários e camponeses, dos soldados e marinheiros, dos trabalhadores, dos
proletários.
Sumário
O fracasso da revolução de 1848, permitiu a que o manifesto marxista
ganhasse campo entre a classe operária, onde apelava que os operário de tudo
mundo a unir-se, Marx e Engels começam por construir o socialismo científico,
que aborda a ditadura do proletariado na passagem do capitalismo ao
socialismo.Com a morte de Marx, karl kautsky vai optar por uma passagem
gradual do capitalismo ao socialismo pelas vias eleitorais e parlamentares,
criticando a ditadura marxista.
Exercícios
1. Descreva o decurso e a importância da revolução de 1848 na Europa.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
Bibliografia básica
AMARAL. Diogo Freitas, História das ideias políticas, vol II, Porto: editora
Livrara Almeia:, 1997.
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
82
Crise do Socialismo
Introdução
Porém, a revolta como concebe Camus, ela se torna positiva quando o revoltado
toma consciência da profundidade da sua afirmação ao dizer ‘não. A revolta
camusiana é positiva porque não nega a vida, mas sim, clama por uma existência
plena, digna e feliz.
Carles Fourier, para quem "o homem é feito para a felicidade e o mundo seria
incompreensível se a felicidade do homem não devesse realizar-se um dia" ,
pensa que o comunismo utópico assinala uma enorme desinibição erótica. A
Sorbonne de Maio leva uma vida de falanstério. "Todos os c idadão vivem em
comum num palácio cujos edifícios se agrupam em estrelas em voltado centro
Corredores abrigados e galeria de venda são as ruas desta estranha cidade.
Será este núcleo a cumprir, com o apoio dos camponeses, a primeira etapa
revolucionária: a da democracia contra a tirania de Baptista, que se opunha a
todas as reformas.
Fidel Castro começa por afirmar não somos comunistas … acreditamos que
o povo precisa de liberdade, de garantias individuais, de liberdade de empresa,
em fim, de todo os outros direitos do homem, mas que antes de mais tem
direitos a viver, a trabalhar e a comer decentemente …somos democratas
sinceros.
A revolução cubana, segundo chefe Che Guevara, não será jamais um satélite de
ninguém. Jamais poderia autorizar; pois foi a partir da sua própria experiência e
através de uma vias original que os revolucionário sul-americano aderiram ao
marxismo.
Sumário
Para os revolucionários de esquerda todas as injustiças e desigualdades têm
como causa única as contradições concretas da sociedade capitalista, que
precisam sofrer uma ruptura pela acção dos homens, dentro do processo
histórico. Dentre as correntes utópic as fourismo Procura, com efeito,
a grande lei, segundo a qual qualquer sociedade deve ser organizada para se
ajustar à harmonia do mundo, cuja descoberta deve revolucionar as
concepções da política e da moral. Enquanto proudhonismo, a utopia
comunista fórmulas: fazer desaparecer, reabsorver, reduzir a nada, usar, incluir,
excluir o estado.
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Exercícios
1. Qual é o significado que tem a revolta no pensamento existencialista de
Camus?
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
Bibliografia básica
THIBAULT, Pierre, (1981) O período das ditaduras 1918-1947, Lisboa,
Publicações D. Quixote.
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
88
Democracia Liberal
Introdução
Objectivos
Foi uma perturbação económica que veio revelar esta crise do liberalismo, por
isso ela assumiu a princípio a aparência de um debate de especialistas que
confrontam as suas ideias acerca dos meios de remediar uma depressão
económica.
Defende desta forma a sociedade livre: Uma sociedade livre é aquela em que as
desigualdades da condição dos homens, das suas retribuições e das suas
posições sociais se não devem a causas extrínsecas e artificiais, a violência
física, a privilégio legais, a prerrogativas particulares, a fraude, a abusos e a
exploração. Lippmann contenta-se com afirmar que existe uma lei suprema,
superior presente em todos os povos civilizados. É graças a esta nova forma de
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
89
lei natural que poderá ser criada uma associação fraternal entre homens
livrem e iguais. Trata-se no fundo de saber se os
homens serão tratados como pessoas invioláveis ou como simples coisa das
quais se pode dispor
“.
A participação política;
Os direitos fundamentais;
O pluralismo político;
Princípio da maioria;
Organizacional separação de funções, e
A representação política.
A participação política em uma democracia representativa , é expressa em
sufrágio universal, a possibilidade de ser eleito para um cargo público e de
acesso aos partidos políticos. Na democracia semi-direta é expresso nas
instituições deste sistema, como o referendo, plebiscito, ou revogação. A
democracia também implica a existência de liberdades e igualdades, é
necessário reconhecer, regular e garantir um conjunto de direitos
fundamentais ou essenciais e inerentes aos seres humanos.
que o debate das opiniões tenha termo, pois é preciso adoptar decisões e fazer
possível a função de governar, é imperativo ir ao que se denomina
Aceitação do princípio maioritário. Que se adopte como decisão e valha
como vontade estatal, a que reúna o maior
número de sufrágios.
Este princípio parte do suposto da igualdade das vontades das pessoas, de que
nenhuma tem um valor superior a outra. E sua fundamentação racional reside
em que este princípio permite reduzir ao mínimo a quantidade de pessoas que
possam discrepar da vontade estatal.
Surge então uma das críticas mais serias à democracia: o seu formalismo.
Nicolas Berdiaeff declara-a indiferente a direcção e a essência da vontade do
povo a quem, conhecendo-lhe apenas o princípio formal, põe acima de tudo e
não quer subordinar a nada.
Sumário
O princípio fundamental de que a soberania reside no povo. A forma como isso
se traduz nosistema político é o fato de que o povo elege seus governantes,
ao invés de ser de tais impostossem consultar a sua vontade. Graças ao
mecanismo constitucional, a opinião soberana pode impor os pontos de vista
acerca do bem público; Aceitação do princípio maioritário em democracia, faz
com que se adopte como decisão e valha como vontade estatal, a que reúna o
maior número de sufrágios. Este princípio parte do suposto da igualdade das
vontades das pessoas, de que nenhuma tem um valor superior a outra.
Exercícios
1. Analise as dificuldades que emanam no liberalismo.
É claro que a Filosofia não trabalha com imposições. Uma máxima muito válida
na Filosofia é a de que o filósofo só aceita “a força do argumento, e não o
argumento da força”.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
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Bibliografia básica
TOUCHARD, Jean (2003). História das ideias políticas. Vol I (Da Grécia ao fim da
idade média); vol II (Do renascimento ao iluminismo), vol III (Da revolução
americana ao Marxismo); Vol IV (Do liberalismo aos nossos dias); 3a edição,
Portugal: Europa - América.
PRÉLOT, Marcel e Lescuyer, Georges (2000). História das ideias políticas, Vol I
(Mundo antigo ao absolutismo; Vol II (Do liberalismo ao constitucionalismo
democrático), Lisboa: Editorial Presença
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Democracia Socialista
Introdução
Entretanto, a ideia socialista do proletário age, pela sua sublimidade e pela sua
compreensão de uma democracia incerta, contra um capitalismo terrível, mas
enredado em inúmeras contradições. Graças a ela, o proletário transformado,
erguido ao papel da grande classe humana, ganha direitos sobre a democracia.
A medida que o regime de uma nação vai sendo mais democrático, tornam-se
mais difícil o golpe de mão e as revoluções imprevisíveis e ocasionais. Em
primeiro lugar, o recurso a força para ser menos desculpável a consciência
comum quando todos podem exprimir livremente os seus agravos e
contribuir em pé de igualdade para o andamento dos assuntos públicos.
Depois as classes com posses estão informadas da amplitude do
descontentamento do povo, e as classes proletárias medem forças das
resistências e amplitudes dos obstáculos. Assim, a burguesia é
Léon Blum não recusa a priori a ideia de ditadura do proletariado, isto é, o livre
poder de um ou vários homens tomarem todas medidas exigidas por uma
situação concreta – mas pretender decidir antecipadamente da sua forma é
pura contradição.
Tendo recusado a solução soviética, Leon Blum insiste nas duas possibilidades
tradicionalmente discutidas pelo socialismo francês: a hipótese da conquista
total do poder e a táctica reformista da participação ministerial.
Pode situar-se por meios violentos, mas de preferência por meios legais.
Em qualquer caso, implica uma ruptura com a ordem anterior e uma fase
da transição ditadura do proletariado no sentido restrito que Leon Blum dá a
expressão ou simplesmente férias da legalidade. A participação no poder
consiste, pelo contrário na detenção consentida e controlada pelo partido, de
uma ou várias pastas num ministério burguês. Ora em 1925-26 Leon Blum e
a maioria dos partidos consideram que não estão preenchidas as condições
para a conquista e que nos tempos mais próximos, há poucas hipóteses de que
isso aconteça.
Leon introduz uma distinção capital que se tornara clássica no partido, mas que
no exterior não foi bem compreendida. Ao lado da conquista do poder, que seria
o fim do regime capitalista distingui em exercício de poder, no qual o partido
assume a direcção do governo dentro do capitalismo.
Sumário
Jaurès numa a transformação progressiva, em plena democracia e graças a
democracia, do regime capitalista em regime socialista ou seja, uma sociedade
ISCED-CURSO: História 20 Ano - Disciplina/Módulo: História das Ideias Politicas II
97
onde o trabalho será soberano, onde não haverá opressão, nem exploração,
onde os esforços de todos serão livremente harmonizados, onde a propriedade
social será a base e a garantia do desenvolvimento individual.
Léon Blum afirma que o livre poder de um ou vários homens tomarem todas
medidas exigidas por uma situação concreta, por um partido assente na
vontade e na liberdade populares, na vontade das massas, trata-se de uma
ditadura impessoal e não de uma ditadura exercida por um partido
centralizado.
Exercícios
1. Jaurés nunca foi marxista. Ele não estava de acordo com Marx sobre a
necessidade e a implacabilidade da luta de classes. Justifica a afirmação.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
Bibliografia básica
TOUCHARD, Jean (2003). História das ideias políticas. Vol I (Da Grécia ao fim da
idade média); vol II (Do renascimento ao iluminismo), vol III (Da revolução
americana ao Marxismo); Vol IV (Do liberalismo aos nossos dias); 3a edição,
Portugal: Europa - América.
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Democracia Radical
Introdução
Os governos que gerem, com ou sem mandato, a empresa social por conta da
colectividade não só tem um direito moral ao reconhecimento e ao respeito,
mas possuem também um verdadeiro crédito, exigível em nome da
sociedade, por força de uma obrigação natural que faz com que todos
devam concorrer para os encargo s da associação e para assegurar a sua
continuidade.
Sumário
Charles Renouvier afirma que a liberdade permite que o homem consiga aquilo
que os demais animais conseguem mediante aos instintos, na liberdade
confluem as melhores energias do homem, que são o conhecimento e a
vontade. O acto livre não é um acto cego, instintivo, todavia, é um acto da
vontade iluminada pela razão.
Exercícios
1. Caracterizar o pensamento de Charles Renouvier tendo em conta a
inserção social do homem na sociedade.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
Bibliografia básica
TOUCHARD, Jean (2003). História das ideias políticas. Vol I (Da Grécia ao fim da
idade média); vol II (Do renascimento ao iluminismo), vol III (Da revolução
americana ao Marxismo); Vol IV (Do liberalismo aos nossos dias); 3a edição,
Portugal: Europa - América.
16. PRÉLOT, Marcel e Lescuyer, Georges (2000). História das ideias políticas, Vol
I (Mundo antigo ao absolutismo; Vol II (Do liberalismo ao constitucionalismo
democrático), Lisboa: Editorial Presença
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Democracia Cristã
Introdução
Este direito deve ser reconhecido civilmente e protegido nos limites do bem
comum e da ordem pública. O exercício da liberdade não implica o direito de
dizer e fazer tudo. É falso pretender que o homem, sujeito da liberdade, se
baste a si mesmo tendo por fim a satisfação de seu próprio interesse no
gozo dos bens terrenos.
Sumário
A primeira democracia cristã surge com o grupo Lacordaire Ozanam, que
reivindicavam a não exigência da separação entre a igreja e o estado, pelo
contrário preconizavam o entendimento cordial entre o poder civil e o poder
espiritual, para a manutenção pacífica d regime do contracto; enquanto a
segunda democracia cristã esta adquiriu um carácter político preconizando
mais o aspecto da sociedade, apelando o papel do estado no apoio ao indivíduo,
o sindicato como o bem para melhorar a comunidade laboral.
Exercícios
1. Explique o processo de transição da democracia cristã, no que diz respeito
a primeira e a segunda democracia cristã?
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Resolva os exercícios indicados.
Referências Bibliográficas
1. AMARAL. Diogo Freitas, História das ideias políticas, vol I, Porto: editora Livrara Almedina,
2001.
2. AMARAL. Diogo Freitas, História das ideias políticas, vol II, Porto: editora Livrara Almeia:, 1997.
3. BENOT, Yves. Ideologia das Independências Africanas. Vol. II, Lisboa: Sá de Corta, 1981.
4. FREITAS, Gustavo. Vocabulário de História, 1ª edição, s/d;
5. CARPINTIER. Jean e LEBRUN. François; História da Europa, 3ª ediçao, Lisboa: editora Estampa,
2002.
6. KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra Vol II. 3ª ed. Publicações Europa - América, 1972.
7. MATTOSO, José (Dir) Historia de Portugal. O Estado Novo. Editorial Estampa. Lisboa. 1994
8. MOORE, Jr. Barrington (s/d) As origens sociais da ditadura e da democracia – senhores e
camponeses na construção do mundo moderno, Lisboa, Edições Cosmos.
9. PRELOT, M.; Lescuyer G. História das Ideias Políticas. Vol.II. Lisboa: Editorial Presença, 2001
11. READER, John. África Biografia de um Continente. Mira Sintra – EuropaAmérica, 1997.
12. RECAMA, Dionísio Calisto. História de Moçambique, África e Universal . Maputo: Faculdade
de direito - UEM, 2006.
13. REZENDE, António Paulo e DIDIER, Maria Thereza. Rumo da História Geral e do Brasil. Actual
Editora. Lisboa. 2001
14. THIBAULT, Pierre, (1981) O período das ditaduras 1918-1947, Lisboa, Publicações D. Quixote.
15. TOUCHARD, Jean (2003). História das ideias políticas. Vol I (Da Grécia ao fim da idade média); vol
II (Do renascimento ao iluminismo), vol III (Da revolução americana ao Marxismo); Vol IV (Do
liberalismo aos nossos dias); 3a edição, Portugal: Europa - América.
16. PRÉLOT, Marcel e Lescuyer, Georges (2000). História das ideias políticas, Vol I (Mundo antigo ao
absolutismo; Vol II (Do liberalismo ao constitucionalismo democrático), Lisboa: Editorial Presença.