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Auto-organização e Complexidade: Evolução e Desenvolvimento do


Pensamento Rogeriano

Book · January 2011

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1 author:

João Hipólito
Universidade Autónoma de Lisboa Luís de Camoes
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João Hipólito

Auto-organização
e Complexidade:
Evolução e Desenvolvimento
do Pensamento Rogeriano

Organização de Odete Nunes


Ficha Técnica

Título
Auto-organização e Complexidade: Evolução e Desenvolvimento do Pensamento Rogeriano

Autor
João Hipólito

Organização
Odete Nunes

Editora
EDIUAL – Universidade Autónoma Editora
CEU – Cooperativa de Ensino Universitário, C. R. L.
Rua de Santa Marta, n.º 56 – 1169‑023 Lisboa

Coordenação Editorial
Madalena Mira
Pedro Freire

Capa
Sersilito

Design | Composição Gráfica


Sersilito - Maia

ISBN
978-989-8191-20-5

Depósito Legal
319945/10

HIPÓLITO, João

Auto-organização e complexidade: evolução e desenvolvimento do pensamento Rogeriano/


João Hipólito; org. Odete Nunes. – Lisboa : EDIUAL, 2011. -176 p.

ISBN 978-989-8191-20-5

CDU 1 59.9
316.6
Índice

Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Capítulo I – A Abordagem Centrada na Pessoa em Portugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Capítulo II – A Importância de Carl Ransom Rogers na Psicologia . . . . . . . . . . . 23


A Trajectória de Carl Rogers . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
A Terapia Centrada no Cliente e a Abordagem Centrada na Pessoa . . . . . . . . 34
A Difusão do Pensamento de Rogers nas Ciências Humanas . . . . . . . . . . . . . . . 39
O Enquadramento de Carl Rogers na Psicologia Actual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

Capítulo III – O Papel das Respostas de Compreensão Empática . . . . . . . . . . . . . 49

Capítulo IV – A Terapia Centrada no Cliente e seus Limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

Capítulo V – A Terapia Centrada na Família . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79


O Grupo Família e o Grupo Terapêutico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
A Família como Grupo Terapêutico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
A Terapia Centrada na Família . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82

Capítulo VI – A Terapia Centrada na Pessoa e a Abordagem do Corpo


pelo Relaxamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
O Quadro Teórico e a Prática Terapêutica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Indicações Terapêuticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Descrição Sumária da Prática Clínica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Capítulo VII – A Terapia Centrada na Pessoa e a Abordagem do Corpo
pelo Psicodrama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

Capitulo VIII – Abordagem Centrada e a Pedagogia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113

Capítulo IX – A Dinâmica dos Grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

Capítulo X – O Problema da Toxicodependência Visto


numa Perspectiva Holística na Pessoa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

Capítulo XI – Abordagem Centrada, Pedagogia, Relação de Poder e Ética . . . . . 137

Capítulo XII – Desenvolvimento Psico-Afectivo – Implicações Psicopatológicas 147

Posfácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163

Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172

Índice Remissivo de Autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173


Agradecimentos

Este livro foi amadurecendo ao longo dos anos a partir das minhas reflexões
pessoais, de conferências, de comunicações e artigos escritos, muitas vezes, na
sequência de seminários realizados ou da sua supervisão, por mim orientada.
Foi, também, a integração das aprendizagens decorridas, da minha formação
como psicoterapeuta no campo da Terapia Centrada no Cliente/Abordagem
Centrada na Pessoa, do contacto com Carlos Caldeira no início do meu percurso,
da maturidade profissional alcançada no convívio com Carl Rogers, John Shlien,
Barbara Broadley, Nat Raskins, Fred Zimring, Natalia Rogers, e outros mestres
e colegas, que possibilitaram ser o que sou hoje.
Não posso, no entanto, deixar de mencionar aqueles que durante a minha
passagem pela formação na corrente psicanalítica, posteriormente abandonada
para reencontrar a minha congruência interna, me ensinaram ferramentas que
após de repensadas e recontextualizadas no quadro da Terapia Centrada no
Cliente se tornaram instrumentos, não só importantes, mas indispensáveis no
decorrer da prática profissional. Saliento, em primeiro lugar, Madalena Rambert
e, seguidamente, nomeio René Henny, René Diatkine, Michel Sapir, Edmond e
Micheline Gilléron, Hubert Auque, Paul Lemoine e Luc Kauffmann, entre outros.
Também colegas mais novos estimularam o aprofundamento constante
do meu pensamento ao longo de todos estes anos, através das suas reflexões
e questionamentos. É com prazer e reconhecimento que menciono os nomes
de Odete Nunes, Fernanda Santos, Marco Paulino, Francisco Moniz Pereira,
Guimarães Lopes, Anne Marie Marin-Blanc, R. Laroche, Michel Voirol e, mais
recentemente, Rute Brites, Mónica Pires, Tito Laneiro, Paula Pires, Ana Ribeiro,
Brissos Lino, assim como, os colegas dos seminários de Psicopatologia que
8 Auto-organização e Complexidade: Evolução e Desenvolvimento do Pensamento Rogeriano

realizei em Paris. Agradeço, particularmente, a Lucília Tibério o cuidado que


depositou na revisão minuciosa do texto.
Mas, não há dúvida, que este livro nunca teria sido publicado sem a insistência
da minha mulher e colaboradora Profª. Doutora Odete Nunes que se propôs
a realizar a morosa tarefa de recolha, de organização, de coordenação e de
correcção dos múltiplos documentos que estão na base deste livro. Sem o seu
empenhamento incansável somente restariam documentos esparsos, vivências
partilhadas e a memória dos que comigo participaram nesta viajem ao longo
dos anos.
Quero, também, agradecer à Prof.ª Doutora Isabel Leal a sua gentileza em
escrever o prefácio deste livro. Tem sido ao longo dos anos, uma amiga e uma
colega que, para além das diferenças que nos distinguem relativamente aos
modelos teóricos que aderimos, sempre valorizou mais o que tínhamos em
comum – a amizade e o respeito que nos liga.

Lisboa, 17 de Julho de 2009.

João Hipólito
Prefácio

Para lá de todas as origens, que possibilitam construir uma história dos


conceitos e ajudar-nos a perceber que as grandes emergências, por mais originais,
criativas e inovadoras que sejam, têm dívidas ao passado, a Psicologia que sempre
fez parte do quotidiano humano e tem nos Clássicos referências incontornáveis,
teve no entanto de esperar até ao século XX para sair da bruma e se afirmar
como ciência e como profissão.
Um dos mais importantes nomes dessa revolução no mundo do conhecimento
e das ciências ditas humanas foi Carl Rogers. Considerado por alguns como o
mais importante psicoterapeuta do século XX, por outros como o mais marcante
psicólogo, estou tentada a dizer que foi necessário esperar por ele, para que, a
enunciação de Lightner Witmer de 1896 sobre o que deveria ser a psicologia
clínica, ganhasse corpo.
De facto, até aí, a psicologia clínica, que se pretendia afirmar em oposição
à prática de laboratório, numa função essencialmente prática e socialmente
empenhada, era apenas um projecto em devir, já que, a prática quase exclusiva
dos psicólogos neste domínio se restringia a medição de funções e ao diagnóstico.
A psicoterapia, essa, era pertença da psicanálise, um modelo europeu, fechado
e incrustado quase exclusivamente nos meios psiquiátricos.
Deve-se a Rogers, aquilo que hoje parece ser consensual na prática da psi‑
cologia clínica em todo o mundo: o facto de a intencionalidade psicoterapêutica
estar presente na intervenção psicológica, e de não só se usarem técnicas que
funcionam mas, se saber quando e como as usar, em função dos contextos e
das pessoas concretas envolvidas na interacção e sempre à luz de uma filiação
filosófica que permite exprimir, à partida, a própria mundovisão.
10 Auto-organização e Complexidade: Evolução e Desenvolvimento do Pensamento Rogeriano

As propostas de Rogers que foram pensadas em função de um extenso


leque de situações: psicoterapêuticas, formativas, pedagógicas, centradas em
indivíduos mas também em grupos, continuam a ser hoje de uma modernidade
surpreendente.
De facto, diferentemente de outras perspectivas que foram pensadas de forma
muito especifica para responder a situações muito particulares ou que foram
sendo elaboradas ao longo de décadas por sucessivas gerações de psicólogos
ou psicoterapeutas, o método de Carl Rogers é, em si mesmo, um estrutura
organizada, acessível e flexível de aceder ao Outro e ao mundo em quaisquer
circunstâncias.
A sua perspectiva não-directiva, a que foi chegando ao longo de diferentes
experiências pessoais e profissionais, teve na época, como ainda tem hoje, um
sentido verdadeiramente revolucionário já que descola dos modelos e dos poderes
instituídos a capacidade transformadora. Ainda que de forma não deliberada,
ao perspectivar o Homem como uma totalidade que interage como um todo,
com o ambiente, com as suas tendências actualizantes e auto-reguladoras,
devolve-lhe o poder de dirigir-se a si próprio e reorganizar a sua concepção
do Ego. Nesse sentido, foi um percursor da actual ideia de responsabilidade
individual, ao invés de se inscrever na clássica perspectiva, típica do seu tempo,
do indivíduo destituído de recursos, sobre o qual se exercem forças e poderes
exteriores a si que, por se apresentarem sob a capa da cientificidade, podem ser
mais objectivos correctos ou eficazes.
Da sua não-directividade, traduzida na recusa em guiar ou imprimir uma
direcção qualquer nas suas intervenções, decorre necessariamente as concepções
de psicoterapia centrada na pessoa, uma vez que toda a atitude do terapeuta
se dirige para o testemunho de confiança na capacidade de auto-direcção do
seu cliente, na linha, aliás, das formulações humanistas em que filosoficamente
se filia, e que genericamente consideram que o indivíduo tem a capacidade de
experimentar conscientemente os factores da sua inadaptação psicológica.
A sua extensa, fulgurante e encantatória obra, marca uma geração e cria nas
ciências humanas um movimento que se vai propagando e ganha adeptos em
todo o mundo, apesar da própria atitude de Rogers que, numa parte substancial
da sua vida se mostra avesso a institucionalizar a sua própria “Escola”.
Ainda assim, nos anos sessenta o seu pensamento e a sua obra chegam a
Portugal.
Prefácio 11

O livro que agora o Professor João Hipólito nos apresenta começa exacta‑
mente por nos dar a conhecer as figuras e as circunstâncias que introduziram
os trabalhos de Carl Rogers entre nós, numa época em que o país era ainda
um lugar fechado ao mundo e em que as ideias, os livros e as dinâmicas de
pequenos grupos, altamente motivados, foram uma fonte preciosa de estimulo
intelectual e de despertar afectivo e social.
Escusou-se a falar de si mesmo, na sua participação nesse verdadeiro movi‑
mento formativo que, para alguns de nós foi apenas uma breve fase de passagem
mas, para ele, acabou por ser o momento inaugural de um já extenso percurso
profissional de enorme intimidade com o pensamento de Carl Rogers.
O livro que agora põe à nossa disposição, começa pois com essa evocação
histórica e continua depois, capitulo a capítulo, desenvolvendo as ideias orien‑
tadoras desta perspectiva. Primeiro de uma forma geral e, em seguida, de forma
cada vez mais especifica nos desdobramentos e nas aplicações concretas que o
modelo de Rogers e a experiência, o engenho e arte do próprio Professor João
Hipólito, desenvolveram ao longo dos anos. Por um lado, as referidas a contextos
específicos como sejam as famílias, os grupos e as comunidades terapêuticas e,
por outro, a técnicas de diferentes origens que se mostraram úteis no trabalho
terapêutico e compatíveis com a abordagem centrada como sejam as técnicas
psicodramáticas ou as abordagens corporais pelo relaxamento.
Esperado há muito, é um livro que acrescenta ao que é acessível pelos escritos
directos de Rogers, a experiência única e singular de um homem que enquanto
professor, psicoterapeuta, formador e supervisor tem feito sua a enorme e dif ícil
tarefa de manter vivo e actuante o pensamento emérito de Carl Rogers.

Belas, 13 de Setembro de 2009.

Isabel Pereira Leal


Capítulo I
A Abordagem Centrada na Pessoa em Portugal

Pela primeira vez, em 1967, o pensamento de Carl Rogers começa a ser


difundido em Portugal graças ao contacto que alguns psiquiatras portugueses
tiveram com trabalhos franceses que se referiam às suas ideias, nomeadamente,
A Orientação Não-Directiva de Pagés (1976) e um artigo publicado na Encyclo-
pédie Médicaux-Chirurgicale (1968). Posteriormente, Caldeira1 e Lalande2,
ambos assistentes em Psiquiatria na Faculdade de Medicina de Lisboa, tiveram
directamente acesso a obras do próprio Carl Rogers.
Nessa época, em Portugal, o meio psiquiátrico estava bastante próximo da
filosofia alemã, cujas ideias muito contribuíram para o desenvolvimento do
estudo da Antropologia e da Antropologia Médica, em particular. O contacto
de Caldeira e Lalande com o pensamento de Rogers impressionou-os tanto ao
nível filosófico, relativamente à sua tendência existencialista, como em relação
ao seu empenho na psiquiatria social.
Carlos Caldeira escreve, então, vários artigos que possibilitaram a difusão
do pensamento de Rogers. Simultaneamente, Lalande, em 1972, traduz e é
publicado em português o livro Grupos de Encontro da autoria de C. Rogers
(1970). É significativo ser esta a obra escolhida para primeira tradução, pois dá
indício das preocupações que um círculo de interessados tinha relativamente à
psiquiatria comunitária e ao trabalho com grupos.
Em 1968, Caldeira parte para o Brasil com o objectivo de leccionar a disciplina
de psicopatologia, na Universidade da Amazónia. Neste país, vê-se confrontado
com uma problemática social muito séria, a dos desfavorecidos, ainda mais

1
Carlos Caldeira – Doutor em Medicina, Psiquiatra, foi docente na Faculdade de Medicina de Lisboa.
2
Joaquim Lalande – Médico Psiquiatra.
14 Auto-organização e Complexidade: Evolução e Desenvolvimento do Pensamento Rogeriano

deserdados que os de Portugal. No Verão de 1969, por motivos pessoais, Caldeira


volta a Lisboa e toma a seu cargo a direcção de um serviço universitário de
psiquiatria hospitalar. Foi nesta altura que começou a nossa colaboração pois
o trabalho desenvolvido como interno voluntário, nesse hospital, permitiu-nos
estabelecer relações.
As condições de trabalho eram miseráveis. O Hospital Júlio Matos de Lisboa
tinha sido construído com um espírito aberto e, no princípio do século XX,
era uma instituição de prestígio. No entanto, em 1969, estava quase em ruínas,
não obstante ser considerado o grande hospital do sector. Este sector estava
subdividido, tendo a nossa equipa a responsabilidade de uma zona muito pobre,
meio urbana, meio infra-urbana, com características de “bairro de lata”.
Ao nível do efectivo dos membros da equipa, acontecia que o absentismo e a
necessidade de um segundo emprego para poderem sobreviver, aumentavam em
muito a carga do pessoal de enfermagem e, paralelamente, reduzia a presença
efectiva do pessoal de cuidados no espaço terapêutico.
Perante esta situação, o Prof. Caldeira sentia-se embaraçado, pois, apesar
de não ter meios para trabalhar, existia nele uma profunda preocupação pelo
Outro e pelo seu desenvolvimento pessoal. Estava verdadeiramente empenhado
na utilização dos princípios da Abordagem Centrada na Pessoa no âmbito da
terapia individual, da terapia de grupo e da formação pedagógica.
Nos finais de 1969, em resultado do seu dinamismo, formou-se uma comu‑
nidade terapêutica no hospital. Apesar de ser, claramente, inspirada nas ideias
preconizadas pela Abordagem Centrada na Pessoa, na altura designada ainda
por Abordagem Não-Directiva, Caldeira imprimiu uma intervenção original
no trabalho desenvolvido nesta comunidade. Logo na primeira sessão todas as
pessoas do serviço foram convidadas a estar presentes, desde o pessoal auxiliar
ao professor catedrático, passando pelos doentes. A comunidade foi criada
com consciência plena de que as pessoas presentes, as únicas interessadas,
se interrogavam sobre o que iriam fazer. Consensualmente, desejavam uma
mudança fundamental no seu funcionamento e na sua maneira de estar, mas
não podiam contar com nenhuma ajuda, nomeadamente meios suplementares
ou apoio exterior.
Algum tempo depois de a comunidade terapêutica estar em funcionamento
no hospital, começaram a verificar-–05d)-260

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