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ILHA DO FOGO
CARACTERIZAÇÃO,
DIAGNÓSTICO E ANÁLISE
SWOT
Junho de 2011
Plano Director Municipal de São Filipe -
Índice
Introdução .......................................................................................................................................... 6
1.8.1Pesca ....................................................................................................................................... 48
1.8.5 Agro-Indústria....................................................................................................................... 62
1
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
2. FÍSICO-TERRITORIAIS
2.1 Aspectos Gerais da Morfologia Urbana........................................................................... 79
Uso do Solo............................................................................................................................ 82
Saneamento .................................................................................................................................... 93
Lixo ..................................................................................................................................................... 96
Energia .............................................................................................................................................. 99
Segurança...................................................................................................................................... 107
3. FÍSICO-AMBIENTAIS
3.1 Aspectos Geográficos, Geomorfológicos e Geotectónicos ..................................... 111
7 – Bibliografias consultadas
ANEXO
Índice dos Quadros
QUADRO 1- EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE, CABO VERDE E S. FILIPE ...................................................................... 14
QUADRO 2 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DE S. FILIPE (1970-2010) ................................................................................. 14
QUADRO 3 - TAXAS MÉDIAS (%) DE CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO NO CONCELHO DE S. FILIPE (1970 – 2010) ........................ 15
QUADRO 4 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE EM CABO VERDE, ILHA DO FOGO E NO CONCELHO DOS S. FILIPE (1940 –
2010) ......................................................................................................................................................... 15
QUADRO 5 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR LUGARES DE RESIDÊNCIA EM 2000............................................................ 16
QUADRO 6 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO SEGUNDO AS PRINCIPAIS LOCALIDADES-1970-2000 ........................... 17
QUADRO 7 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE POR SEXO E GRUPO ETÁRIO EM 2000 ............................................... 17
QUADRO 8 – GRUPOS FUNCIONAIS NO MUNICÍPIO DE S. FILIPE ........................................................................................ 21
QUADRO 9 – ÍNDICES DE DEPENDÊNCIAS NO MUNICÍPIO DE SÃO FILIPE .............................................................................. 23
QUADRO 10 – ÍNDICES DA DINÂMICA POPULACIONAL ..................................................................................................... 24
QUADRO 11 - 1º CENÁRIO - CRESCIMENTO LENTO (0.8%.A.A) ........................................................................................ 26
QUADRO 12 - 2-º CENÁRIO - CRESCIMENTO MÉDIO (PROJECÇÃO DO INE E CÁLCULOS) ........................................................ 26
QUADRO 13 - 3º CENÁRIO - CRESCIMENTO RÁPIDO ( 2,5% AO ANO) ................................................................................ 27
QUADRO 14 - INDICADORES DA EDUCAÇÃO NO CONCELHO DE S. FILIPE ............................................................................. 28
QUADRO 15 - NÚMERO DE JARDINS E EFECTIVOS 2008/2009 ........................................................................................ 29
QUADRO 16 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS E TURMAS DO ENSINO BÁSICO INTEGRADO (ANO LECTIVO 2008/2009) .................. 30
QUADRO 17 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS E TURMAS DO ENSINO SECUNDÁRIO (ANO LECTIVO 2008/2009) ........................... 30
QUADRO 18 - DISTRIBUIÇÃO DOS INSCRITOS PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL, POR CONCELHO EM 2008 .............................. 31
QUADRO 19 - DISTRIBUIÇÃO DOS INSCRITOS PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL, POR FREQUESIA EM 2008 .............................. 31
QUADRO 23 - PESSOAL DO HOSPITAL REGIONAL, 2009)................................................................................................. 36
QUADRO 24 - INFRA-ESTRUTURAS DE SAÚDE ................................................................................................................ 37
QUADRO 26 - TAXA DE ACTIVIDADE NO CONCELHO DE S. FILIPE....................................................................................... 41
QUADRO 27 - TAXA DE DESEMPREGO NO CONCELHO DE S. FILIPE..................................................................................... 41
QUADRO 28 - TAXA DE DESEMPREGO NO CONCELHO D E S. FILIPE POR GRUPO ETÁRIO ......................................................... 41
QUADRO 29 - TAXA DE DESEMPREGO POR GRUPOS ETÁRIOS E SEXO CONCELHO DE S. FILIPE ................................................. 42
QUADRO 32 - S. FILIPE. EFECTIVOS DE BOTES, MOTORES E RECURSOS HUMANOS DA PESCA ARTESANAL EM 2005 ..................... 49
QUADRO 34 - POPULAÇÃO AGRÍCOLA POR SEXO ............................................................................................................ 53
QUADRO 35 - RELAÇÃO DAS ÁREAS IRRIGADAS NO CONCELHO DE S. FILIPE ......................................................................... 53
QUADRO 36 - PARCELAS POR REGIME AGRÍCOLA ........................................................................................................... 56
QUADRO 37 – ÁREA CULTIVÁVEL EM SEQUEIRO SEGUNDO A CLASSE DE ÁREA ...................................................................... 56
QUADRO 38 - ÁREA CULTIVÁVEL EM REGADIO SEGUNDO A CLASSE DE ÁREA ........................................................................ 57
QUADRO 39 - EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA SEGUNDO MEIO URBANO E RURAL........................................................................... 57
QUADRO 40 -EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NO PIB EM %. .......................................................................... 64
QUADRO 42 - PROCURA TURÍSTICA ............................................................................................................................ 67
QUADRO 45 - NECESSIDADE ENERGÉTICA PARA O MUNICÍPIO ......................................................................................... 100
QUADRO 46 - Nº MÍNIMO DE EFECTIVOS DA POLICIA NECESSÁRIA ................................................................................... 107
QUADRO 47 - ÁREAS DISCRIMINADAS EM FUNÇÃO DO DECLIVE ...................................................................................... 118
QUADRO 48 – ÁREAS COM POTENCIAL PARA EDIFICAÇÃO NO CONCELHO DE S. FILIPE ........................................................ 120
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Caracterização e Diagnóstico
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Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
NOTA:
Equipa Técnica:
Doutor Alberto Mota Gomes
Doutor Claudio Furtado
Doutora Andreia Moassab
Dr. Geraldo Almeida
Dr Hamilton Fernandes
Dr Romualdo Correia
Dr Luís Filipe Tavares
Dr Jaime Ferreira
Arqtº Francisco Duarte
Arqtº Helder Almeida
Engº Hermínio Ferreira
O Coordenador da Equipa,
Francisco Duarte
5
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
Introdução
De acordo com o Decreto-Legislativo nº 1/2006 de 13 de Fevereiro, o Plano
Director Municipal é o instrumento de planeamento que rege a organização
espacial e que tem como missão principal identificar os interesses públicos que se
propõe proteger e dispõe, em especial, sobre:
a) A delimitação das áreas urbanas e peri-urbanas;
b) A qualificação das áreas não urbanizáveis;
c) O traçado esquemático da rede viária e das redes de infra-estruturas
urbanísticas;
d) A localização dos principais equipamentos públicos;
e) A delimitação das áreas a abranger por plano de desenvolvimento urbano
e por plano detalhado e ditará as regras de crescimento urbano, a
localização de distintas zonas: turísticas, económicas, de reserva natural,
etc.
6
Caracterização e Diagnóstico
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7
Caracterização e Diagnóstico
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Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
1.CONDICIONANTES SÓCIO-ECONÓMICAS
“Depois de ter jazido longos anos no mais censurável esquecimento, tem sido
contemplado nestes últimos tempos com algumas obras”, lê-se no documento, que
acrescenta que “é natural que essa dinâmica tenha ganho um certo ritmo, pois, só
assim se compreende que algumas poucas dezenas de anos depois, a Vila tenha
sido elevada a Cidade, dado o lugar que ocupava entre as restantes Vilas da
província”.
A Ilha do Fogo “ foi a segunda Ilha de Cabo Verde a ser povoada. O seu
povoamento foi motivado pelas necessidades agrícolas (de aumentar as áreas de
cultivo), principalmente, e de criação de gado da Ilha de Santiago, com vista a
servir o comercio internacional. A Ilha foi povoada essencialmente com pessoas
oriundas de Santiago”1.
O documento mais antigo que se conhece referente à ilha do Fogo é a carta régia
de 13 de Dezembro de 1460, doando ao infante D. Fernando as ilhas do Atlântico
até então identificadas. Entre outras, aponta: “ Sam Jacobo e Felipe y da ylha
dellas mayas e da ylha de Sam Christovam e de ylha Lana…”
O primeiro centro urbano terá sido o de São de Filipe, por ter acesso ao mar, e os
restantes terão situado nos terrenos favoráveis à agro-pecuária, portanto a uma
cota elevada, já que o litoral da ilha sempre foi árido.
1
Plano de desenvolvimento urbano de São Filipe
10
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
Em relação ao seu povoamento, este ter-se-ia verificado ainda antes de 1493, pois
a relação de entrega de alguns objectos de culto divino a essa ilha deixa pressupor
isso, na medida em que existia uma Igreja2. Esta tese é defendida por vários
autores que subscrevem a ideia de que já nas primeiras décadas dos anos
quinhentos ela tinha sido habitada, uma vez que, segundo Fontoura da Costa, por
volta de 1504 as cartas de arrendamentos faziam alusão tanto às recolhidas na
ilha de Santiago como na vizinha ilha do Fogo.
Porém, por volta de 1572, S. Filipe tinha cerca de 200 fogos, e S. Lourenço à volta
de 90 fogos, contabilizando um total de 2600 almas, tomando em conta que em
cada um dos fogos ou agregado familiar podiam existir em média 9 pessoas.
2
Brasio, Pe António – Monummenta, Vol. I, Doc 90 pp. 675-76
11
Caracterização e Diagnóstico
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O algodão terá sido introduzido nos primeiros anos do século XVI, portanto o
primeiro e principal produto agrícola destinado à exportação, ao qual se juntaram a
vinha, cana-de-açúcar, tabaco e café, para além de muito milho, feijão de diversos
tipos, legumes vários e frutas diversificadas.
O café foi introduzido a partir do século XIX. Outras culturas de natureza industrial
e com peso na economia da ilha foram a “purgueira”, o rícino, o amendoim e o
“carapate”. A “purgueira” dominava toda a zona desde o nível do mar até 1500 m
de altitude, e o óleo dela extraído era exportado e usado na iluminação da cidade
de Lisboa ou no fabrico do sabão de terra muito utilizado no consumo local e
exportado para a Guiné.
A pecuária também foi uma actividade de destaque, pois a ilha chegou a exportar
animais vivos, muito couro e peles de cabras.
O Município de São Filipe situa-se na parte sul da ilha do Fogo, a 14º 51' de
Latitude Norte e 24º 31' de Longitude Oeste. Fogo faz parte do grupo das ilhas de
Sotavento conjuntamente com as ilhas de Santiago, Maio e Brava (Fig 1).
12
Caracterização e Diagnóstico
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O município de São Filipe tem uma área aproximada de 224.9 Km2, com um
perímetro estimado de 73.158 km o que corresponde a quase 50% dos 476 Km2
da área total da Ilha. Situa-se a 60 milhas marítimas da Cidade da Praia, o que
corresponde a 25 minutos de vôo e a 9 milhas da Ilha Brava, equivalentes a 60
minutos de barco. Foi elevado à categoria de cidade em 12 de Julho de 1922.
Contou na altura com influência política do cidadão Abílio de Macedo, figura esta
que tem passado despercebida de todos. Actualmente, o concelho está dividido
em duas Freguesias: São Lourenço a Norte de Ilha e Nossa Senhora da Conceição
a Centro.
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Caracterização e Diagnóstico
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2
Concelho 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
2010
Cabo Verde 181740 149984 199902 270999 295703 341491 434625 491.575
S. Filipe 23022 17582 25615 29412 30978 33902 23.127 22.228
Fonte: INE: Censos Demográfico de 1970,1980, 90, 2000 e 2010
3
Os dados demográficos disponíveis até o ano 1990 referem-se a toda a ilha do Fogo, uma vez que apenas
existia um único municpio. O Censo de 2000 apresenta dados desagregados para os Municipios de S. Filipe e
Mosteiros, tendo em conta a criação desse último. Significa que os dados de 2000 englobam informações
demográficas para os actuais municípios de S. Filipe e Santa Catarina.
14
Caracterização e Diagnóstico
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0.9
Mulheres 15695 16817 6.7 18039 6.7 14476 -24.6 12151 -19.1 12110 -
0.3
Fonte: INE: Censos Demográfico de 1980, 90, 2000 e 2010 e projecção demográfica
Quadro 3 - Taxas médias (%) de crescimento demográfico no Concelho de S. Filipe (1970 – 2010)
Anos
Concelho 1970/80 1980/90 1990/2000 2000/2010
S. Filipe 5 8.6 -21.6 -20.4
Cabo Verde 0.9 1.5 2.4 15.6
Fonte: Recenseamentos gerais da população (1940 – 2010 e projecções demográficas)
Quadro 4 - Evolução da população residente em Cabo Verde, Ilha do Fogo e no Concelho dos S. Filipe
(1940 – 2010)
Anos
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
S. Filipe - - - 19172* 19844* 21090* 23090 22.228
Fogo 23022 17582 25615 29412 30978 33902 37421 37.051
C. Verde 181740 148331 199902 270999 295703 341491 434625 491.575
Fonte: INE: Censos 1980, 90, 2000 e 2010 * Excluindo dados referentes às freguesias de Nossa Senhora da Ajuda e Santa
Catarina e que deram origem aos Municípios de Mosteiros e Santa Catarina do Fogo respectivamente nos anos 1991 e
2005.
15
Caracterização e Diagnóstico
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16
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
17
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
Figura 2 - Pirâmide de Idades (Freguesia de São Lourenço) Figura 3 - Pirâmide de Idades (Freguesia de N.S. Conceição)
18
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
As Relações de masculinidade
Em regra nascem mais rapazes do que raparigas (por cada 100 raparigas nascem
105 rapazes), tese esta que se confirma para o município e freguesia de Nossa
Senhora da Conceição mas que não se verifica na freguesia de São Lourenço onde
existe uma igualdade (Fig. 5, 6 e 7), partindo do censo de 2000.
Por outro lado é também regra que a mortalidade é mais precoce no sexo
masculino do que no feminino. No entretanto, outros factores como as migrações
(normalmente com incidências em determinados grupos etários contribuem para o
desequilíbrio entre os dois sexos tanto a nível do município como a nível das
freguesias.
Figura 5 - Relação de masculinidade (N.S. Conceição) Figura 6 - Relação de masculinidade (São Lourenço)
19
Caracterização e Diagnóstico
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Percentagem de Jovens
Para além de medir a importância da juventude é também um indicador do
envelhecimento na base da pirâmide de idades. Na freguesia de Nssa. Sra da
Conceição a juventude representa 41.4 % contra os 46.9% na freguesia de São
Lourenço. Para o município estima-se que cerca de 44% da população é jovem.
Percentagem de Idosos
Mede a importância dos idosos e o envelhecimento no topo da pirâmide de idades.
No caso presente é de 7.0% para Nossa Senhora da Conceição, 7.5% para São
Lourenço e de 7.2% para todo o município de São Filipe.
21
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
Índice de Juventude
Compara a população jovem com a idosa. Também dá ideia acerca do
envelhecimento da população. Para o caso de estudo, o que se pode concluir é
que a população juvenil no município de São Filipe é aproximadamente seis vezes
superior à população idosa. Isto é, em cada 100 idosos tem-se 610 jovens.
22
Caracterização e Diagnóstico
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Índice de Longevidade
Como medida de envelhecimento demográfico e pelo valor obtido leva-nos a
concluir que São Filipe tem um índice de envelhecimento de 48.7%, valor mais ou
menos representativo para as duas freguesias.
23
Caracterização e Diagnóstico
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Índice de Maternidade
Este indicador, na ausência de outros dados como nascimentos, é útil para aferir a
evolução da fecundidade. Para São Filipe, em cada 100 mulheres em período de
reprodução cerca de 54 estão reproduzindo (54.2%). A supremacia vai para a
Freguesia de São Lourenço com 62.3% contra os 49.1 da freguesia de Nssa.Sra.
da Conceição.
Índice de Tendência
Mede a dinâmica demográfica. No caso do município de São Filipe, tem-se o valor
de 84.5 %. Pode-se concluir que está iniciando um processo de declínio de
natalidade e de envelhecimento.
Índice de Potencialidade
Compara as duas metades da população em idade reprodutiva. O resultado obtido
mostra que existe uma ligeira vantagem para as mulheres reprodutoras na primeira
metade do período de reprodução do que na outra segunda metade ou seja 1.12
vezes mais. Comparando as duas freguesias verifica-se que na freguesia de São
Lourenço existem mais mulheres reprodutoras na segunda metade do período de
reprodução o que poderá indiciar a existência de fuga das jovens raparigas para os
centros mais urbanos.
24
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
Como se pode ver pela leitura dos quadros 11, 12 e 13, nos cenários 1 e 2, a
população do município chegaria, em 2022, a 27.738 e 28.708 respectivamente.
De referir, desde logo, que o primeiro cenário parece ser pouco factível tendo em
conta, por um lado, o crescimento natural que, em termos médios, baixando a taxa
de fecundidade mas também a de mortalidade, conhecerá uma queda, mas fluxos
populacionais internos, resultados designadamente dos investimentos públicos e
privados farão com que o Município seja recipiendário de populações de outros
municípios.
25
Caracterização e Diagnóstico
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26
Caracterização e Diagnóstico
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Pontos fortes:
Pontos fracos:
Ameaças:
Oportunindade:
1.4 Educação
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Caracterização e Diagnóstico
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Constata-se, ainda, uma forte taxa de alfabetização. Com efeito, 96% da população
com idade compreendida entre os 15 e 24 anos são alfabetizados e 75% entre os
15 e os 49 anos.
29
Caracterização e Diagnóstico
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Quadro 16 - Distribuição dos alunos e turmas do Ensino Básico Integrado (Ano lectivo 2008/2009)
Efectivos Turmas
Ano de Estudo Feminino Masculino Total Simples Composta
Total
Fogo 30132 3598 3730 288 87 301
S. Filipe 1825 2204 4029 174 60 180
Santa Catarina 497 545 1042 45 6 51
Mosteiros 810 849 1659 69 1 70
Fonte: GEP-MEES
Os alunos de S, Filipe estavam distribuídos por 180 turmas, sendo 174 simples e 6
compostas.
Quadro 17 - Distribuição dos alunos e turmas do Ensino Secundário (Ano lectivo 2008/2009)
Efectivos Turmas
Ano de estudo Feminino Masculino Total
Fogo 1820 1762 3582 103
Santa Catarina 191 164 355 12
Mosteiros 434 408 842 22
S. Filipe 1195 2270 2385 69
Fonte: GEP- MEES
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Caracterização e Diagnóstico
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Quadro 18 - Distribuição dos inscritos para a formação profissional, por concelho em 2008
Quadro 19 - Distribuição dos inscritos para a formação profissional, por frequesia em 2008
Freguesias Quantidade de inscritos
São Lourenço 20
N.S da Conceição 89
Total 109
Fonte: Centro de Emprego e Formação Profissional da Região Fogo e Brava
31
Caracterização e Diagnóstico
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De registar ainda que, por um lado, cerca de 48,6% dos inscritos possuem o 12º
ano de escolaridade e que, por dificuldades de aceder ao ensino superior,
procuram alternativas locais em termos de formação profissional e, por outro,
15,3% e 12% respectivamente possuem o 8º e o 10º ano de escolaridade,
significando que não tiveram condições de prosseguir os estudos secundários,
aparecendo, aqui também, a formação profissional como alternativa de formação e
de mais fácil acesso ao mercado de trabalho.
32
Caracterização e Diagnóstico
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Pontos fortes:
Pontos fracos:
Ameaça:
33
Caracterização e Diagnóstico
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Oportunidade:
Dinâmica actual:
Perspectivas de evolução:
1.5 Saúde
Com efeito, dados do QUIBB 2007 mostram que 83,7% dos utentes estão
satisfeitos com os serviços de saúde, situando-se, por conseguinte, a insatisfação
em cerca de 16,3%.
Dados sobre a mortalidade geral no concelho de S. Filipe (quadro 19) mostram que
ela era de 5,4‰ em 2007, ligeiramente superior à média nacional, estimada na
altura em 5,3‰.
34
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
No que diz respeito aos óbitos infantis (quadro 20), constata-se que em S. Filipe, o
número representou cerca de 4,1% dos óbitos nacionais, sendo quase triplo em
relação a Mosteiros e quase seis vezes de Santa Catarina do Fogo. Esta diferença,
no entanto, deve ser relativizada tendo em conta, por um lado, a população de S.
Filipe em relação aos outros concelho da ilha e uma eventual distorção estatística
se se considerar que é na cidade de S. Filipe que se encontra o Hospital Regional,
centro de referência para a região Fogo-Brava, podendo os óbitos ser registados
como sendo deste municipio quando as crianças são naturais e residentes em
outros municipios.
35
Caracterização e Diagnóstico
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36
Caracterização e Diagnóstico
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Os postos de saúde localizados nos demais povoados têm cumprido suas funções
no que concerne à infra-estrutura instalada. No entanto, a população tem criticado
os horários de atendimento, extremamente restritos.
37
Caracterização e Diagnóstico
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Pontos fortes:
Pontos fracos:
Ameaça:
Dinâmica actual:
38
Caracterização e Diagnóstico
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De acordo com os dados do QUIBB 2007, cerca de 49% dos agregados familiares
do concelho possuem terras cultiváveis.
No que diz respeito ao acesso aos serviços de saúde, 64,6% têm acesso a um
serviço a uma distância de menos de 30 minutos e a taxa de satisfação rondava,
em, 2007, na ordem dos 90.1%.
39
Caracterização e Diagnóstico
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Caracterização e Diagnóstico
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Caracterização e Diagnóstico
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Já, entre 25-64 anos, a incidência do desemprego cai para 11,3%, significando
uma diferença de vinte e dois pontos percentuais. Aqui também, o facto de os
jovens não possuírem uma formação técnica e profissional e ao facto de não
poderem apresentar no mercado de trabalho, cada vez mais competitivo e
segmentado, trunfos que resultam de experiências profissionais anteriores
permitem compreender a forte incidência do desemprego, a que se acresce o facto
da economia cabo-verdiana ter vindo a criar empregos num ritmo significativamente
inferior á quantidade de força de trabalho que, anualmente demanda o mercado de
trabalho.
42
Caracterização e Diagnóstico
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Em 2006, o Produto Interno Bruto da ilha atingiu cerca de 5.983 contos, ou seja,
uma contribuição de 5.6% para a formação da riqueza nacional.
A solução para o crescimento da população activa tem sido emigração, a qual, nas
situações de retorno, algumas vezes, tem também constituído um problema social.
43
Caracterização e Diagnóstico
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Devido à crise financeira internacional o volume das remessas para a ilha tem
diminuído mas continua a ter um peso significativo.
Concelho de São Filipe – 2.320 Kva, Santa Catarina – 588 Kva e Concelho dos
Mosteiro – 156 Kva.
44
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
Esta situação tem sido agravada pelo crescimento da população na área urbana,
decorrente do êxodo rural, pelo aumento dos estabelecimentos comerciais, pelo
uso de matérias não biodegradáveis, pela criação de animais nos centros urbanos
e nas povoações e pela fraca capacidade de resposta dos serviços de
saneamento.
45
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe -
Como se pode verificar pelo Quadro 31, 187 empresas estão ligadas ao comércio a
retalho de produtos alimentares, materiais de construções onde encontramos, com
um volume de vendas na ordem dos 651.607 contos, o qual emprega um total de
375 pessoas, seguido de bares e discotecas com um número de 52, com um
volume de vendas na ordem dos 39.556 contos, empregando 94 pessoas, mais as
pequenas indústrias de fabricação de mobiliário de madeira e outras actividades
como restaurantes, salões de belezas, estabelecimentos hoteleiros, panificação e
pastelaria etc.
46
Caracterização e Diagnóstico
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Pontos fortes:
Pontos fracos:
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Caracterização e Diagnóstico
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Ameaças:
Dinâmica actual:
Perspectivas de evolução:
1.8.1Pesca
48
Caracterização e Diagnóstico
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Quadro 28 - S. Filipe. Efectivos de Botes, motores e recursos humanos da pesca artesanal em 2005
Total Cabo
Verde 1029 765 264 74% 3087
Fonte: Divisão de Estatística do INDP/Set/06
49
Caracterização e Diagnóstico
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Pontos fortes:
Qualidade do pescado;
Existência diversificada do pescado;
Importante fonte de criação de empregos;
Potencialidade da pesca desportiva e da pesca submarina.
Pontos fracos:
Dinâmica actual:
Perspectiva de evolução:
1.8.2 Agricultura
50
Caracterização e Diagnóstico
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Caracterização e Diagnóstico
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fixação de fruteiras têm constituído uma aposta forte nos últimos anos, registando-
se uma média de cerca de 47.000 plantas por ano (ver quadro 32).
Nas áreas agrícolas predominam terras férteis de origem vulcânica, com presença
de microclimas e pluviosidade satisfatória no contexto nacional, representando
oportunidades ecológicas de particular valor para o aumento da produção de
determinados produtos típicos da ilha em regime pluvial ou irrigado (café, uva,
vinho, maçã, entre outras frutas diversas, feijões, hortícolas, etc). A pluviosidade é
muito variável de ano para ano e em regra as precipitações têm carácter torrencial,
sendo a média anual de 344 mm.
52
Caracterização e Diagnóstico
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De acordo com o Quadro 34, referente à população agrícola por sexo, no município
de S. Filipe o número de Homens que praticam agricultura representa 48,6%, valor
inferior ao número de mulheres que praticam a agricultura, com uma percentagem
na ordem dos 51,3%, de acordo com Recenseamento Geral de Agricultura/MAAP –
GEP.
Segundo o RGA 2004, a área cultivável do Fogo (quadro 34), totaliza cerca de
70.145 litros, correspondendo a 15,8% do total nacional e cerca de 14,7% da
superfície total da ilha. Os Concelhos de S. Filipe e Santa Catarina detêm cerca
82,6% da área cultivável do Fogo. Em relação ao estado do solo, cerca de 3,9%
encontra-se fortemente erodido e 31,19% é pedregoso. A área cultivável de
sequeiro e regadio corresponde a 69.857 litros e 278 litros, respectivamente.
Tipo
Nº de de
Ordem Agricultor Zona Concelho Sexo Agua Total
1 António dos Santos Jardim S. Filipe m A 3432
2 Domingos Lopes G. Gomes Patim S. Filipe m A 7401
53
Caracterização e Diagnóstico
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54
Caracterização e Diagnóstico
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A (agua p/ agricultura)
C (agua p/ consumo)
CC (agua das chuvas para rega de compensação)
55
Caracterização e Diagnóstico
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No Quadro 38, verifica-se que ainda dentro das áreas cultiváveis de regadio,
segundo a classe de áreas por litro, em S. Filipe, maior incidência encontra-se na
Classe de área cultivável de 1 – 5 litros, com uma área de 153 Litros
correspondendo a 55,1%, seguido da Classe de área de 6 -10 Litros com uma área
de 30 Litros representando 0.9%. De seguida vem a Classe da área de 11-20 Litros
com um valor 27 Litros ou seja 10.8%.
57
Caracterização e Diagnóstico
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1.8.3 Pecuária
58
Caracterização e Diagnóstico
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Constata-se que a criação de gados tem por objecto a melhoria da dieta alimentar
e a resolução de problemas socioeconómicas principalmente para as famílias
residentes no meio rural.
1.8.4 Silvicultura
59
Caracterização e Diagnóstico
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Pontos fortes:
Pontos fracos:
60
Caracterização e Diagnóstico
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produção;
Gestão deficiente das áreas silvopastoris;
Reduzida dimensão da equipa técnica;
Reduzido número de unidades de transformação pecuária e agrícola;
Insuficientes pontos de abeberamento de gado;
Dinâmica actual:
61
Caracterização e Diagnóstico
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1.8.5 Agro-Indústria
Antes utilizava-se métodos tradicionais que ainda é utilizado por alguns produtores,
mas agora utiliza-se métodos sofisticados onde a rentabilidade é maior, com
melhor qualidade e é praticamente exportado na sua totalidade.
Pontos fortes:
Existência de uma dinâmica comercial forte baseada em produtos diversos;
Existência de várias agências bancárias;
Aptidão da população para o comércio (espírito empreendedor);
Nova unidade agro-industrial.
Pontos fracos:
Reduzida dimensão do mercado principal;
Fiscalização deficiente;
Reduzido número de caixas automáticas no concelho;
62
Caracterização e Diagnóstico
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Ameaças:
Oportunidades:
Perspectivas de evolução:
1.8.6 Turismo
63
Caracterização e Diagnóstico
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ANO 1991 1992 1994 1996 1997 1998 1999 2000 2003 2005 2006 2008
% turismo no PIB
1,4 1,5 2,2 2,2 3,25 3,4 3,55 3,86 5,6 10,2 11 13%
Fonte: Cabo Verde-Investimentos.
Verifica-se que peso do turismo no Fogo decresceu entre 2001 e 2004, não sendo
possível aferir da sua evolução no último ano. Em 2001 representava 8% do total
64
Caracterização e Diagnóstico
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De acordo com os dados apurados pelo inquérito para “análise das características
do movimento turístico em Chã das Caldeiras”, revela um crescimento de demanda
turística na ilha do Fogo, face a media nacional, com um crescimento médio de
67%/ano. O vulcão continua a destacar-se como ex-libris da ilha, seguido pelo
conjunto histórico-patrimonial da Cidade de São Filipe.
4
www.ine.cv
65
Caracterização e Diagnóstico
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2007
Crescimento
2004 2005 2006
1º Semestre médio anual
Total (estimativa)
ENTRADAS 184.738 1.824 233.548 3.408 280.582 4.038 156.215 3.934 347.144 8.742 29,3 126,4
DORMIDAS 865.125 4.127 935.505 6.880 1.368.018 7.510 660.516 7.315 1.402.369 15.531 20,7 92,1
ESTADIA
MEDIA 4,68 2,26 4,01 2,02 4,88 1,86 4,23 1,86 4,04 1,78
Fonte: INE censo 2007
66
Caracterização e Diagnóstico
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A oferta na Ilha é ainda incipiente, a todos os níveis, embora seja visível a atracção
que o Fogo exercerá sobre os investimentos externo nacional. Representava, em
2004, 6,5% dos estabelecimentos turístico e 1,9% da capacidade de alojamento do
arquipélago.
67
Caracterização e Diagnóstico
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68
Caracterização e Diagnóstico
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feitos com pedra do vulcão, músicas tradicionais, entre outras actividades, que
constituem um património cultural, catalisador do potencial turístico do município.
Tipo de Estabelecimento
Hotéis Aldeamentos Residenc
Hotéis Pensões Pousada Total
Apartamentos Turísticos ial
Fogo 2 7 2 1 1 2 14
Cabo
42 53 8 12 9 48 172
Verde
Quarto
Fogo 54 40 22 14 6 12 148
Cabo
4.470 500 84 295 418 517 6.359
Verde
Camas
Fogo 99 56 45 24 12 24 260
Cabo
8.676 878 125 490 738 801 11.708
Verde
Fonte: INE cálculos Banco de Cabo Verde
De acordo com o Quadro 43, no Fogo ainda predominam as pensões (7), com 40
quartos, e um total de 56 camas, tendo na Ilha apenas (2) Hoteis, com 54 quartos,
um total de 99 camas; (2) Pousadas com 22 quartos, e um total de 24 camas e (1)
Aparthotel com 14 quartos e um total de 24 camas.
Turismo Cultural;
Turismo Cientifico – associado à vulcanologia – eventos, reuniões, e.t.c;
Excursão (em relação às outras ilhas, principais destinos turístico);
Turismo desportivo;
Turismo rural;
Eventos.
No que tange as ofertas turísticas é importante sublinhar que desde ponto de vista
conceptual a ilha do Fogo em geral, e o município de São Filipe em particular,
ainda não se consolidaram em um atractivo turístico, visto que carecem de infra-
estruturas e serviços que satisfazem os ensejos dos turísticas nacionais e
estrangeiros que visitam a ilha.
70
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
O turismo baseado na natureza é entendido como uma das formas do ser humano
gozar, na natureza, os melhores momentos de lazer, sem contudo a perturbar e
contaminar. A Natureza é assim um espaço físico onde se pode estudar, desfrutar
e apreciar a paisagem e a vegetação natural, seguindo um processo de
conservação que pressuponha a minimização da degradação ambiental.
Os trabalhos de campo realizados pelo INIDA e por Leyens entre 1997 e 2002 e
recentemente em Novembro de 2006 demonstraram que existem na Ilha do Fogo,
zonas nomeadamente a área da antiga cratera, Montinho e Bordeira cobertas com
uma vegetação, em parte única para Cabo Verde. As encostas de lavas e jorras
vulcânicas, cobertas de verde da vegetação indígena constituem um quadro
paisagístico único não só para Cabo Verde como também para o Planeta. Esses
71
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
A paisagem da cratera de Chã das Caldeiras com o vulcão Pico do Fogo faz
parte da mais impressionante aventura da natureza em Cabo Verde. Subir o Pico
exige certa condição e segurança de marcha e se deve ir acompanhado de um
guia.
Uma excursão para relaxar e banhar está a Ponta de Salinas perto da zona de
São Jorge. Directamente no mar se encontra grutas e rochas protegem da
rebentação do Atlântico. Esta praia durante os fins de semana é um dos preferidos
pontos de encontro da população.
O centro histórico de São Filipe – Bila Baxo – conserva o seu carácter através das
suas casas patrício – os sobrados – da era colonial portuguesa. Algumas destas
casas já se encontram renovadas, outras a borda de ruínas estão a esperar de ser
descobertas por um amante. Elas brilham um orgulho e uma dignidade que
também se pode encontrar nos habitantes de hoje.
72
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Pontos fortes:
Pontos fracos:
Ameaças:
Oportunidade:
Perspectivas de evolução:
74
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
A ilha do Fogo, tal como as outras ilhas do arquipélago, possui uma característica
própria, resultado das mobilidades sociais e culturais, inter e extra ilha,
características dos países insulares resultante da colonização europeia.
Mobilidades essas, que ao longo do tempo, contribuíram para a formação da
identidade cultural cabo-verdiana. Essa identidade é heterogénea e diversificada,
pois, cada ilha e cada aglomerado populacional possuem as suas características
próprias, algo que enriquece a cultura cabo-verdiana.
É notório no município:
Pontos fortes:
Pontos fracos:
Ameaças:
77
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Dinâmica Actual:
Pontos fracos:
Ameaças:
Dinâmica actual:
Oportunidade:
78
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
2. FÍSICO-TERRITORIAIS
A sede municipal tem uma malha urbana regular na sua parte mais central (Bila
Baixo - centro histórico) e bastante irregular com algumas ruas em terra batida nas
zonas mais periféricas (Ver Fotos 1 e 2).
Foto 1 - Uma zonas periférica ( terra batida) Foto 2 - Uma boa organização da malha urbana
79
Caracterização e Diagnóstico
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Foto 3 - Uma rua com passeio estreito Foto 4 - Uma rua sem passeio
- sobrados;
80
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Os lotes antigos ocupados com casas baixas, de fronte para ruas estreitas, vêm
sendo ocupados com casas de dois a três andares, sem qualquer aumento das
suas dimensões ou alargamento da via. Uma vez que as construções não
apresentam recuo frontal, não será possível a longo prazo prever uma
readequação do sistema viário.
No que diz respeito ao conjunto edificado, nota-se que algumas edificações com
maior volumetria se encontram a jusante de outras de menor volumetria
interrompendo a circulação do ar e obstruindo a vista para o mar de enorme valor
paisagístico (Foto 7).
81
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Uso do Solo
Usos urbanos;
Usos Silvo pastoril;
Usos Agrícola;
Usos industriais;
Usos residenciais.
Em relação ao concelho de São Filipe, a utilização dos solos para fins urbanos
confina-se à região litoral, sector sul/oriental. A cidade, localizada na região litoral
árida, tende a expandir em todas as direcções, excepto para oeste que é limitada
pelo mar. Quanto ao padrão de usos do solo urbano não há um modelo com
zonamento bem definido. Verifica-se uma mistura de usos residencial, comercial,
82
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Foto 9 -Cais do Vale dos Cavaleiros Foto 10 - Uma aterragem no Aeroporto de S. Filipe
83
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
No espaço rural, o uso dos solos é maioritariamente para fins agrícolas. Nessa
categoria inclui tanto a utilização dos solos para a agricultura de sequeiro (uso
predominante), agricultura de regadio, que aparece pontualmente em alguns vales
nas regiões de baixa altitude situado perto do litoral-sul, junto às povoações.
A precipitação tem uma influência decisiva na utilização dos solos nas zonas rurais.
No estrato árido do concelho de São Filipe sobressaem a ocupação de solos com
Prosopis juliflora. Essa ocupação característica do sector sul/oriental destina-se
quer à protecção dos solos como também a diversos consumos.
84
Caracterização e Diagnóstico
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Património Histórico–Arquitectónico
5
CARREIRA António, Cabo Verde – «Formação e Extinção de uma Sociedade Escravocrata (1460-
1878)», 2ªed., Instituto Cabo-Verdiana do Livro, Lisboa, 1983.
85
Caracterização e Diagnóstico
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6
http://whc.unesco.org/en/tentativelists
86
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Questões Estruturais
São Filipe está a 25 minutos de vôo da Cidade da Praia, com uma frequência
diária, no horário da manhã e no final da tarde aos domingos. Neste momento, a
companhia marítima de navegação Cabo Verde Fast Ferry, possui uma linha
regular que cobre as cidades da Praia, S.Filipe ( Vale dos Cavaleiros) e o Porto de
Furna, melhorando significativamente a circulação de pessoas e bens. Com a Ilha
da Brava nesse momento a ligação é limitada. Todavia, existem pequenas
embarcações três vezes por semana, que minimizam o isolamento da Brava. As
ligações marítimas com a cidade da Praia e restantes ilhas do país são irregulares
e insuficientes para criar uma dinâmica económica e comercial, o que provoca
grandes estrangulamentos à produção agrícola e pecuária da ilha.
87
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
O trajecto até ao município dos Mosteiros faz-se por estradas pavimentadas com
paralelipípidos, distando as duas sedes municipais em cerca de uma hora de carro.
Com relação a Santa Catarina o trajecto é um pouco menor, cerca de 45 minutos
de carro. Ambos os trajectos estão em boas condições de trânsito. No entanto, são
necessárias manutenções pontuais em termos de piso, perfis e correcções de
traçado e protecção de encostas.
88
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Foto 16 - Cais do Vale dos Cavaleiros Foto 17 - Edificio de atendimento dos passageiros
Pontos fortes:
Pontos fracos:
Dispersão do povoamento;
Fraca hierarquização da rede urbana;
Fraca hierarquização da malha viária;
Diminuição da população em alguns povoados;
Inexistência de zonas urbanizadas destinadas à habitação social e de
tipologia tradicional;
Baixo controlo no crescimento de alguns povoados e inexistência de
89
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
programas de habitação;
Crescimento desorganizado em alguns povoados;
Ocupação excessiva dos lotes (falta de recuos, avanço sobre passeios);
Ausência de passeios;
Falta de delimitação das ruas, passeios e lotes;
Novas construções em desarmonia com o conjunto urbano (quebra de
gabarito; bloqueamento da paisagem);
Aumento da densidade urbana desproporcional à infra-estrutura instalada;
Ameaça:
Oportunidades
Aprovação do EROT;
Aprovação de projectos e licenciamento para construção de moradias na
zona centro e áreas expansão;
Grande procura de lotes para construção de habitação própria;
Reordenamento de alguns povoados.
Perspectivas de evolução:
90
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Questões Sectoriais
Abastecimento de Água
Existem estudos sobre a capacidade aquífera da Ilha do Fogo que afirmam ser
possível utilizá-la sem colocar em causa os níveis de carga dos lençóis. Nesse
momento a exploração está muito abaixo da capacidade da ilha. Contudo o maior
problema encontra-se na profundidade do furo para se alcançar o lençol.
O nível médio pluviométrico anual está entre 200 mm e os 500 mm, suficiente para
o abastecimento da população e para um desenvolvimento económico sustentado,
com a agricultura a utilizar as modernas técnicas de rega. A Ilha do Fogo apresenta
dos maiores índices de pluviosidade do país.
91
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
A maioria das zonas do município não possui água canalizada sendo abastecidas
por água das chuvas, insuficientes para o ano todo o que acarreta a necessidade
do abastecimento por camião auto-tanque.
Pontos fracos:
Reduzido número de
nascentes;
Grande profundidade dos recursos hídricos subterrâneos;
Reduzida percentagem de água infiltrada;
Escassez de cursos de água no território;
Ausência de infra-estruturas de drenagem e armazenamento das águas
pluviais;
Inexistência de cursos de água permanente;
Inexistência de um sistema de tratamento de águas residuais;
Avultados custos de exploração.
Ameaças:
92
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Perspectivas de evolução:
Saneamento
Cerca de 50,5% dos habitantes tinham como modo de evacuação das águas
residuais “ redor das casas”, bastante superior à média nacional estimada em
31,6%; Cerca de 26,6% dos habitantes jogavam as águas residuais na “natureza,
ligeiramente inferior à média nacional (27,3%).
Se é verdade que não existe uma rede pública de esgoto em numa localidade do
munípio, deve-se, contudo, registar que 65,6% dos agregados familiares estão
ligados à fossa séptica, sete pontos percentuais superior à média nacional (58%).
Ainda de com acordo com os dados do QUIBB 2007, cerca de 65,5% da população
do municipio tinha acesso a casa de banho com retrete, superior à média nacional
93
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Foto 18 - Animais soltos (Zona Rural) Foto 19 - Animais soltos (Parque do Aeroporto)
A ilha do Fogo, particularmente o Concelho de São Filipe, foi uma das ilhas
afectadas pela epidemia da dengue, que assolou o país. Tratando-se de uma
doença que, para além de outros factores, se associa também à mobilidade das
pessoas torna-se difícil estabelecer uma correlação directa entre as condições de
salubridade do meio e o número de ocorrências. De todo o modo, a questão do
tratamento das águas residuais tem que ser devidamente acautelada, pois, pode
ser uma potencial fonte de propagação dos mosquitos vectores de algumas
doenças contagiosas.
Resíduos Sólidos
O vazamento de resíduos a céu aberto nos arredores de são Filipe constitui um dos
aspectos do saneamento que merece atenção especial.
Como se pode ver pela leitura do quadro 44, a forma predominante de evacuação
dos resíduos sólidos em S. Filipe é o uso de contenttores, a que seguem a
colocação ao redor das casas (24,7%) e na natureza (23,1%). Esta situação coloca
como preocupação a questão ambiental e de saúde pública.
95
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Lixo
A questão do lixo, tanto no que diz respeito à colecta quanto à destinação final, é
prioritária em São Filipe.
96
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Um outro tipo de resíduo cujo aumento tem sido observado nos últimos anos são
os entulhos gerados pela construção civil. Restos de materiais como blocos, betão,
pedaços de madeira, ferro e outros que são encontrados nas bermas das estradas
que dão acesso ao Vale dos Cavaleiros e à praia de Nossa Senhora, mas também
nas novas áreas de expansão nomeadamente, Alto Xaguate e Xaguate Cima. É de
se referir também a falta de sanitários públicos e de caixotes de lixos nas praias.
97
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Pontos fortes:
Pontos fracos:
Ameaças:
Oportunidades:
98
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Energia
Com relação ao consumo doméstico, principalmente aquele destinado à
alimentação, dados do QUIBB 2007 demostram que muitas famílias continuam a
utilizar a lenha, em detrimento do gás, para a confecção dos alimentos. O alto
preço do gás aliado ao alto índice de pobreza tem mantido a lenha como principal
combustível doméstico, o que implica, ademais, forte impacto ambiental com o
desmatamento de muitas áreas florestadas.
Com a nova localização dos geradores em São Filipe na estrada do porto de Vale
de Cavaleiros e com o aumento da potência para 4250 Kva, espera-se minimizar
os problemas actuais verificados na distribuição. Espera-se que as necessidades
venham a ser supridas no curto/médio prazo com a instalação de uma potência de
10.000 kva previsto para um prazo de 4/5 anos.
99
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Pontos fortes:
Pontos fracos:
Ameaças:
Irregularidade de abastecimento de combustíveis para funcionamento das
centrais;
Forte dependência aos combustíveis fósseis;
Oportunidades:
100
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Recursos Paisagísticos
O município de São Filipe conta com inúmeros recursos paisagísticos de potencial
turístico: a zona de Fonte Bila, Salinas, bem como o próprio património histórico
edificado. A flora e fauna típicos, juntamente com a população e a sua arquitectura
compõem um conjunto significativo de atracção turística a nível nacional e
internacional.
Merece destaque o centro histórico de São Filipe, cujo casario formado por
sobrados dá ao município condições de exploração de seus aspectos históricos.
101
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Pontos fortes:
Pontos fracos:
Ameaças:
Mudança Climática;
Turismo de massa.
Perspectivas de evolução:
Habitação
No meio rural, bem como nas zonas urbanas principais e secundárias e demais
aglomerados populacionais, há dificuldades na obtenção da casa própria, apesar
dos moradores possuírem os terrenos, sobretudo em conseqüência do baixo poder
económico.
Pontos fortes:
Pontos fracos:
103
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Oportunidades:
Perspectivas de evolução:
104
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
105
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Por sua vez, o Plano Ambiental Municipal acrescenta o aumento de outras áreas
verdes a serem detalhadas no PDM:
No que diz respeito ao lazer cultural, há uma única sala de projeção de filmes,
pouco utilizada pela população devido à baixa qualidade de oferta (exibição
frequente de filmes antigos e desinteressantes para o público local).
Abastecimento Alimentar
106
Caracterização e Diagnóstico
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Segurança
Pelo quadro acima, verifica-se que existe um déficit de elementos o que chama
atenção para o futuro.
107
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
A falta de iluminação pública nocturna, sobretudo nos novos bairros é outro ponto
fraco que colabora para a insegurança da população.
Indústria
Neste momento, a CMSF definiu uma zona industrial ( Xaguate -EMPA). Uma vez
que são planos e loteamentos antigos, anteriores à expansão da cidade em
direcção ao porto, essa zona parece estar um pouco desfasada da realidade.
Pontos fortes:
Pontos fracos:
Ameaças:
108
Caracterização e Diagnóstico
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Oportunidades:
Transporte colectivo
Pontos fortes:
Pontos fracos:
Ameaças:
109
Caracterização e Diagnóstico
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Oportunidades:
Perspectivas de evolução:
Turismo
Tendo em vista ampliar a infra-estrutura turística em São Filipe, o PEM fez uma
série de sugestões a serem detalhadas neste PMD: (1) percursos pedonais de
interesse ecológico; (2) rede de miradouros; (3) parque de campismo.
110
Caracterização e Diagnóstico
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3. FÍSICO-AMBIENTAIS
111
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Heleno (2003, apud Orlando Ribeiro, 1960) assegura que a parte inferior das
encostas da ilha é menos íngreme que a superior, situando-se a fronteira
morfológica nos 1200-1500 m de altitude. Abaixo deste nível, encontram-se lavas
basálticas bastante fluídas, alternando com raros piroclastos.
O contorno litoral é formado por arribas verticais de erosão marinha (Foto.27), com
excepção de três zonas correspondentes a plataformas de lavas (fajãs) no NE, SE
e NW da ilha, limitadas no interior por arribas fósseis (Ribeiro, 1960; Day et al.,
1999).
113
Caracterização e Diagnóstico
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114
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Machado (1964, p.11) observa que: «não obstante a falta de precipitação » do lado
ocidental ocorrem linhas de água de grande dimensão que permite a mobilização
de grande volumes de água quando ocorre a precipitação. Esse aspecto deve ser
levado em devida atenção nos planos de ordenamento das bacias hidrográficas.
115
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Os declives mais fortes estão relacionados não só com as encostas dos cones
vulcânicos, mas também com o entalhe da rede hidrográfica, comandada a partir
das linhas divisórias de águas dos pontos de maiores altitudes.
O sector mais a sul/oriental nas altitudes mais baixas apresenta, do ponto de vista
morfológico, declives menos acentuados, dominando as superfícies onduladas
entrecortadas pelos vales relativamente pouco profundos se comparadas aos vales
dos sector norte.
117
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
118
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Pontos fortes:
Diversidade de formas de relevo: achadas, arribas litorais, ravinas e
desfiladeiros, cones, vulcânicos, etc;
Património geológico e geomorfológico, resultante de formações eruptivas
de diferentes idades;
Exploração dos recursos minerais, nomeadamente os de origem vulcânica,
para construção, calcetamento e cobertura de estradas;
Recursos minerais de origem vulcânica
Pontos fracos:
Rocha mãe acessível em quase todo o território, dada a aridez climática, a
falta de vegetação e a reduzida espessura dos solos;
Extracção e exploração pouco disciplinada de areias, provocando profundas
alterações na paisagem e gerando problemas de desequilíbrio ecológico;
Erosão generalizada e degradação das estruturas morfológicas existentes.
Dinâmica actual:
Degradação das praias devido ao processo de extracção de inertes;
Continuação do processo de erosão.
Perspectivas de evolução:
Continuação de exploração de inertes;
Necessidade de regulamentação relativa à exploração de inertes e estudos
sobre a sustentabilidade e localização de zonas para a sua exploração.
119
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
120
Caracterização e Diagnóstico
Plano Director Municipal de São Filipe
Figura 1332 - Carta Negativa à edificação a) Figura 1433 - Carta Negativa à edificação b)
Pontos fortes:
Pontos Fracos:
Ameaças:
Êxodo rural;
Mudança de expectativas pessoais e profissionais da população jovem;
Baixa capacidade de armazenamento e escoamento dos produtos
Dinâmica actual:
Especulação/açambarcamento fundiários;
Perspectivas de evolução:
Zona Árida
122
Caracterização e Diagnóstico
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Zona Semi-Árida
Esta zona é parecida com a zona árida mas apresenta maior densidade de
cobertura e de espécies de portes maiores e menos xerófitas. Também é notória
uma maior ocupação em termos de superfície.
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Zona Sub-húmida
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Caracterização e Diagnóstico
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Importa frisar que sobressaem no andar árido Prosopis juliflora, planta introduzida,
e gramíneas diversas. Na vertente Ocidental/norte de São Filipe, esse andar
termina junto da localidade de Santo António, enquanto que no sector Sul, o andar
árido atinge maiores altitudes.
Em jeito de conclusão, importa referir que nas latitudes medianas a baixa ocorre a
vegetação introduzida, como sejam prosopis juliflora nas zonas áridas e semi-
áridas e fruteiras nas zonas sub-húmidas e húmidas.
Fauna
Os estudos já realizados assguram que a fauna caracteriza-se por ser pobre, quer
no concernente à diversidade, quer no que se refere à quantidade.
Contudo, confirma existir 8 espécies dessas duas famílias no Fogo, das quais 6
são endémicas, 1 espécie de lagartixa, Mabuya fogoensis fogoensis tem a sua
existência limitada ao Fogo. Duas das espécies de lagartixa estão na Lista
Vermelha (SCHLEICH 1996). Dados mais exactos sobre o tamanho e a
propagação das populações não existem actualmente.
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3.5 Clima
Cabo Verde está inserido numa vasta zona de climas do tipo árido e semi-árido que
atravessa a África desde o Atlântico ao mar Vermelho e se prolonga pela Ásia
(Barbosa, 1958, p.19; Amaral, 1964, p. 24; Ferreira, 1987, p. 113).
A ilha de Fogo, situada na região sul do arquipélago, insere-se dentro dessa faixa
que se caracteriza por ter um clima de caracteristica semi-árida. Em função da
queda pluviométrica pode considerar-se a existência de duas estações bem
definidas, que se relacionam directamente com o movimento anual aparente do sol
entre os trópicos e a subsequente migração latitudinal da zona de convergência
inter-tropical (CIT).
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Os valores mais baixos ocorrem no litoral, como se verifica em São Filipe e Patim,
que, em média, no período em análise beneficiaram de menos de 150 mm por ano.
Pontos fortes:
Elevados valores de insolação;
Excelente micro-clima para agricultura em particular nas zonas altas;
Boa captação de ventos alísios (vento carregado de humidade) por parte
das vertentes voltadas para norte;
Presença de mancha de água (espelho do mar) contribuíndo para
manutenção e aumento da quantidade de humidade no ar;
Aproveitamento do albedo (nas zonas baixas) em decorrência da presença
da extensão da água do mar;
Existência de brisas de encosta, brisa do mar e brisa da terra;
Pontos fracos:
Baixa precipitação em zonas de cota inferior;
Alta variação climática, ou seja, amplitude térmica diurna (Chã das
Caldeiras) dada a sua localização mais elevada;
Aquecimento por motivos da natureza de cobertura do solo por causa da cor
escura que potencia maior absorção das radiações solares em detrimento
da sua absorção solar.
Ameaça:
Por ultimo mas não menos importante a teve-se o cuidado de analisar como estava
estruturado o município administrativamente para melhor se compreender as
dinâmicas e dissonâncias do processo de desenvolvimento local.
Pontos fortes:
Pontos fracos:
Dinâmica Actual:
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Caracterização e Diagnóstico
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7 – Bibliografias consultadas
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ANEXO
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Caracterização e Diagnóstico
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pelos meridianos de 22º42’ (ilhéu Baluarte, ilha da Boa Vista) e 25º22´ (Ponta Chã
de Mangrado, ilha de Stº Antão), de longitude Oeste de Greenwich.
Cabo Verde fica situado numa região elevada do actual fundo oceânico, que faz
parte da “Crista de Cabo Verde” (Cape Verde Rise), e que na vizinhança das ilhas
corresponde a um domo com cerca de 400 km de largura (Lancelot et al., 1977).
Presume-se que um domo daquelas dimensões representa um fenómeno
importante, possivelmente relacionado com descompressão e fusão parcial (Le
Bas, 1980) que forneceria a fonte dos magmas que originaram as ilhas (Stillman
et al., 1982). As ilhas se teriam implantado por um mecanismo do tipo hot-spot, de
acordo com alguns autores.
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Fig.
1.1.1
– Mapa de Cabo Verde e distribuição das ilhas nos três pedestais
Fonte: A Geologia do Arquipélago de Cabo Verde, J. Bacelar Bebiano, 1932., Adaptado por Alberto
da Mota
Gomes, José Manuel Pereira, Jeremias Alves Cabral , Celestino Afonso, Bila Santos
(2010)
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Tab. 1.1.1. – Agrupamento das ilhas e ilhéus que compõem a República de Cabo Verde.
Barlavento
Sotavento
Ilhas Ilhéus Ilhas Ilhéus
Santo Antão Boi Maio
S. Vicente Pássaros Santiago Santa Maria
Santa Luzia Branco Fogo
S. Nicolau Raso Brava Grande
Sal Rabo de Junco De Cima
Curral do Dadó Luís Carneiro
Fragata
Chano
Boavista Baluarte
Tab. 1.1.2 – Sinopse relativa à topologia das ilhas da República de Cabo Verde (adaptado de Bebiano, 1932).
Apenas a ilha de Santa Luzia não é habitada.
relevo submarino das ilhas do grupo de Sotavento aponta também para uma
orientação semelhante. Tais observações permitem concluir que os fenómenos
vulcânicos responsáveis pela formação das ilhas, desencadearam-se ao longo de
uma fractura de orientação E-W. Contudo, Burri (1973), defende a existência de
três fracturas principais:
outra, com direcção aproximada N-S que está na origem das ilhas
de Sal, Boa Vista e Maio,
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Caracterização e Diagnóstico
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140
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
Contrastando com estas ilhas, as orientais ou rasas (Sal, Boa Vista e Maio) e
a ilha de Santa Luzia, apresentam um relevo suave, com extensas áreas aplanadas
como são os casos da Terra Boa, na ilha do Sal, a Vila de Sal Rei, na Boa Vista e
as Terras Salgadas, na ilha do Maio. Na ilha do Maio, por exemplo, o ponto mais
elevado é o Monte Penoso, com a altitude de 436 m. No Sal e na Boa Vista são o
Monte Grande e o Monte Estância com 406 e 387 m, respectivamente e, em Santa
Luzia, a altitude máxima é de 395 m (Assunção, 1968).
142
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
143
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
Outros autores (Burke & Wilson, 1972) consideram ainda que a génese das
ilhas está associada a um mecanismo do tipo hotspot. Crough (1978) afirma “The
Cape Verde Rise (or Swell) ” é o resultado de um hotspot desenvolvido a partir de
plumas mantélicas. O mecanismo do hotspot surgiu da necessidade de se explicar
os fenómenos vulcânicos que ocorrem longe das fronteiras de placas tectónicas, ou
seja o vulcanismo intraplaca.
144
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
Fig.1.3.1. – Mapa parcial do Atlântico Norte, mostrando a situação das ilhas atlântidas.
Fonte: Vulcanismo das ilhas de Cabo Verde e das outras ilhas Atlântidas, Frederico Machado, 1965.
145
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
Fig. 1.3.2. – Enquadramento Tectónico dos Arquipélagos de Cabo Verde, Açores e Canárias.
Fonte: A erupção da Chã das Caldeiras (ilha do Fogo) de 2 de Abril de 1995, de António Brum da Silveira, António
Serralheiro, Ilídio Martins, José Cruz, José Madeira, José Munhá, José Pena, Luís Matias e Maria Luís Senos.
146
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
147
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
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Caracterização e Diagnóstico
Anexo
1 – Sedimentos Jurássicos
2 – Sedimentos Cretácicos
3 – Sedimentos Paleogénicos
4 – Complexo Eruptivo Interno Antigo (Paleogénico/Miocénico)
5 – Sedimentos Miocénicos
6 – Derrames Submarinos Miocénicos
7 – Depósitos Conglomerático-Brechóides (Miocénicos)
8 – Formações Traquíticas Miocénicas
9 – Complexo Eruptivo Principal (Mio-Pliocénico)
10 – Derrames Pliocénicos
11 – Cones de Piroclastos e Escoadas (Pliocénico-Quaternário)
12 – Sedimentos Plistocénicos
13 – Sedimentos e Piroclastos (Holocénicos)
II - Ilha do Fogo
2.1 - A Geologia
Os trabalhos de cartografia geológica da ilha do Fogo foram realizados pelos
geólogos portugueses Frederico Machado e Torre de Assunção foram publicados
em 1965, tendo a sequência estratigráfica que se descreve, da mais antiga
(2.1.1.1) à mais recente ( 2.1.1.4).
2..1.1 Sequência vulcano estratigráfico (da mais antiga, para a mais recente)
2.1.1.1 – Complexo antigo e sistema filoniano associado …….
2.1.1.2 Lavas anteriores à formação da Caldeira
2.1.1.3 – Lavas recentes (Posteriores A formação das Caldieras)
2.1.1.4 –Areias de Praia e Depósitos Torrenciais ou de Vertentes
149
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
De direcção N-S, esta falha foi sugerida por Bebiano (1932) e Machado e
Assunção (1965). “Na região Norte da Ilha, a arriba fóssil apresenta uma
irregularidade no seu traçado, observando-se uma curvatura brusca na área de
Fajãzinha – Mosteiros, que sugere um deslocamento daquela vertente com
componente horizontal do tipo direito. Ainda nesta área, a arriba mostra um
ressalto na sequência vulcânica exposta, com abatimento relativo do bloco Leste. A
análise geomorfológica desta região revela um padrão de drenagem caracterizado
por um conjunto de linhas de água de traçado rectilíneo, sugerindo controlo
estrutural por uma zona de falha de direcção N-S. No mesmo local existe um cone
de piroclastos, cuja edificação poderá estar na dependência daquela estrutura.
150
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
Fig. 2.3.1.1. – Esboço estrutural da ilha do Fogo (Brum da Silvira et al., 1997).
Monte Beco por um ressalto morfológico. Este degrau, voltado para SE e com
comando aproximado de 1,5 m, corresponde provavelmente, a uma escarpa de
falha directa relacionada com anteriores rupturas superficiais na falha do Monte
Beco.”
152
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
4. Falhas do Espigão
154
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
Madeira1 J., Silva, L.1 C. Brum da Silveira,2 A., Serralheiro,2 A. & Mota Gomes,
A.3).
3. Erupção de 1769
4. Erupção de 1785
5. Erupção de 1799
6. Erupção de 1816
7. Erupção de 1847
8. Erupção de 1852
9. Erupção de 1857
155
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
2. Depósitos aluviais
Fig. 2.3.1.1 - Carta Geológica da Ilha do Fogo. Erupções Históricas e Formações Enquadrantes.
Fonte: Torres, P.C.; Madeira, J.; Silva, L.C.; Brum da Silveira, A.; Serralheiro. A. & Mota Gomes. A. Rede de Vigilância
Geofísica do Vulcão do Fogo.
.
156
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
Folha 38
Poço com água ……………………………………. 1
Furos com água …………………………………….- 2
Nascente com água ……..…………………………. 3
157
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
Folha 39
Furos com água ……………………………………. 9
Furo sem água …………………………………… 1
Poços com água …………………………………… 2
Nascentes com água …………………………..…. 3
Reservatório …………………………………………2
Total ………………………….17
Folha 41/42
Furos com água ………………………………….. 9
Furos sem água …………………………………...5
Nascente com água ………………………….….25
Nascente sem água ………………………..……. 3
Reservatório c/Espelho ,,,…………………….... 6
Reservatório ………………………………..…….. 2
Total ………………………50
Folha 43
Furo com água ………………………………….. 1
Furo sem água ………………………………….. 1
Reservatório c/Espelho ………………………… 3
Reservatório …………………………………….., 5
Total ………………..….10
Folha 46
Furos com água ……………………………….. 6
Nascente com água ………………………..….. 1
Poços com água ……………………………….. 2
Reservatório…………………………………….. 2
Total…………..……. 11
158
Caracterização e Diagnóstico
Anexo
Folha 47
Furo sem água ……………………………..…. 1
Reservatório c/ Espelho…………………………1
Total …………………2
159
Caracterização e Diagnóstico