Você está na página 1de 56

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Versão junho de 2011


PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 6
2 INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE SÃO JOS É DA TAPERA .............. 8
2.1 DESCRIÇÃO HISTÓRICA ....................................................................... 8
2.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO .................................................................... 9
2.3 ASPECTOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS ....................................... 10
2.3.1 Dados da Prefeitura ..................................................................................... 10
2.3.2 Atividades econômicas ................................................................................ 10
2.4 ASPECTOS GEOGRÁFICOS E AMBIENTAIS .................................. 12
2.4.1 Geomorfologia ............................................................................................. 12
2.4.2 Clima ........................................................................................................... 12
2.4.3 Geologia ...................................................................................................... 12
2.4.4 Solo ............................................................................................................. 13
2.4.5 Vegetação ................................................................................................... 13
2.4.6 Hidrografia (disponibilidade hídrica) ............................................................ 13
2.5 ASPECTOS SOCIAIS E URBANOS .................................................... 15
2.5.1 População.................................................................................................... 15
2.5.2 IDH .............................................................................................................. 15
2.5.3 Educação..................................................................................................... 15
2.5.4 Religião........................................................................................................ 17
2.5.5 Energia elétrica ............................................................................................ 17
2.5.6 Telefonia ...................................................................................................... 17
2.5.7 Infra-estrutura .............................................................................................. 17
2.5.8 Saúde .......................................................................................................... 17
3 ESTUDO DEMOGRÁFICO .......................................................................... 19
4 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA EXISTENTE ............................................ 23
4.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............................................................... 23
4.1.1 Qualidade da água bruta ............................................................................. 24
4.1.2 Captação e elevatória de água bruta ........................................................... 26
4.1.3 Sistema implantado originalmente (antigo).................................................. 27
4.1.4 Sistema existente (atual) ............................................................................. 28
4.1.5 Estação de tratamento de água ................................................................... 31
4.1.6 Adutora de água tratada .............................................................................. 32
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

4.1.7 Reservatório ................................................................................................ 32


4.1.8 Rede de distribuição .................................................................................... 32
4.1.9 Ligações domiciliares .................................................................................. 32
4.1.10 Qualidade da água distribuída ..................................................................... 33
4.1.11 Dados comerciais ........................................................................................ 33
4.1.12 Conclusões .................................................................................................. 34
4.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO .............................................................. 35
4.2.1 Conclusões .................................................................................................. 35
5 OBJETIVOS E METAS ................................................................................ 36
5.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............................................................... 36
5.1.1 Demandas de água ..................................................................................... 36
5.1.2 Metas de curto, médio e longo prazo. ......................................................... 38
5.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO .............................................................. 39
5.2.1 Contribuições de esgoto .............................................................................. 39
5.2.2 Metas de curto, médio e longo prazo. ......................................................... 41
6 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES ..................................................... 43
6.1 INVESTIMENTOS EM ABASTECIMENTO DE ÁGUA ..................... 43
6.1.1 Investimentos de curto, médio e longo prazo .............................................. 43
6.1.2 Previsão orçamentária de curto, médio e longo prazo ................................ 44
6.2 INVESTIMENTOS EM ESGOTAMENTO SANITÁRIO ..................... 46
6.2.1 Investimentos de curto, médio e longo prazo .............................................. 46
6.2.2 Previsão orçamentária de curto, médio e longo prazo ................................ 47
7 MECANISMOS DE AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA ................................... 48
7.1 INDICADORES DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 48
7.2 INDICADORES DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 50
8 AÇÕES DE EMERGÊNCIA / CONTINGÊNCIA ...................................... 51
9 MECANISMOS DE ACOMP ANHAMENTO DO PLANO ........................ 53
10 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E REFERENCIADA ....................... 54
11 AGRADECIMENTOS .............................................................................. 56
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Localização do município de São José da Tapera no estado de Alagoas. .... 9


FIGURA 2 Malha rodoviária entre a Capital e São José da Tapera - Vias de acesso. . 10
FIGURA 3 Mapa Geológico ........................................................................................... 13
FIGURA 4 Domínios Hidrogeológicos de Alagoas. ...................................................... 14
FIGURA 5 Gráfico de crescimento logarítmico da pop. urb. de São José da Tapera. .. 20
FIGURA 6 Gráfico de crescimento linear da pop. urbana de São José da Tapera. ...... 20
FIGURA 7 Gráfico de crescimento geométrico da pop. urb. de São José da Tapera. .. 20
FIGURA 8 Gráfico de crescimento exponencial da pop. urb. de São José da Tapera. . 21
FIGURA 9 Sistema Coletivo da Bacia Leiteira .............................................................. 24
FIGURA 10 Captação D`água, Pão de Açúcar ............................................................. 27
FIGURA 11 Vazão média e % de cobertura do sist. de abast. d’água. ......................... 38
FIGURA 12 Contribuição média e % de cobertura do sist. de esg. sanitário. ............... 41
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

LISTA DE TABELA

TABELA 1 Lavoura Permanente 2008 ............................................................................ 10


TABELA 2 Lavoura Temporária 2008 ............................................................................. 11
TABELA 3 Rebanho e produção pecuária do município de São José da Tapera ........... 11
TABELA 4 Evolução da população de São José da Tapera ........................................... 15
TABELA 5 Evolução e composição do IDH. ................................................................... 15
TABELA 6 Evolução do percentual de analfabetos em São José da Tapera.................. 16
TABELA 7 Rede escolar do município de São José da Tapera ...................................... 16
TABELA 8 Serviços de saúde do município de São José da Tapera .............................. 17
TABELA 9 Evolução da População de São José da Tapera ........................................... 19
TABELA 10 Taxas de crescimento da população de São José da Tapera ..................... 19
TABELA 11 Estimativa da evolução da população urbana de São José da Tapera. ..... 21
TABELA 12 Principais características da água bruta do Rio São Francisco ................... 25
TABELA 13 Principais características da água distribuída em São José da Tapera. ..... 33
TABELA 14 Dados comerciais do sist. de abast. de água de São José da Tapera. ....... 33
TABELA 15 Demandas e volume de reserva para a área urb. de São José da Tapera. 37
TABELA 16 Contribuições de esgoto para a área urbana de São José da Tapera. ....... 40
TABELA 17 Previsão orçamentária do sistema de abastecimento de água. .................. 45
TABELA 18 Previsão orçamentária do sistema de esgotamento sanitário. .................... 47
TABELA 19 Ocorrências e ações de contingência do sistema de abast. de água. ......... 51
TABELA 20 Ocorrências e ações de contingência do sistema de Esgot. Sanitário. ....... 52
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

1 APRESENTAÇÃO
Este Plano de Saneamento Básico (PSB) tem por finalidade dar o
embasamento técnico para a confecção do Plano Municipal de Saneamento (PMS),
no que diz respeito ao abastecimento de água e esgotamento sanitário do município
de São José da Tapera, em conformidade com o previsto no artigo 19 do capítulo IV
da Lei Federal 11.445/07.
O documento foi elaborado pela Secretaria Municipal de Infra-Estrutura de
São José da Tapera a partir de levantamentos de campo realizados com o apoio da
equipe técnica da CASAL – Companhia de Saneamento de Alagoas, procurando-se
definir critérios para implementação de políticas públicas que promovam a
universalização do atendimento e a eficácia das intervenções propostas.
O PMS deve ser utilizado pelo município para acompanhar o contrato
programa previsto para ser firmado com a CASAL para integrar o plano de bacias;
para elaborar Leis, Decretos, Portarias e Normas relativas aos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, e deverá ser revisado a cada 4
anos, ou, quando houver alteração do Plano Diretor Municipal, na implantação de
novos sistemas produtores de água ou na implantação de novos sistemas de
tratamento dos esgotos.
Desta forma este Plano prevê a implantação de instrumentos norteadores de
planejamento relativos a ações que envolvam a racionalização dos sistemas
existentes, obtendo-se o maior benefício a um menor custo, sendo apresentado de
onze capítulos, incluindo a apresentação.
O capítulo dois aborda os principais aspectos, que caracterizam a localidade
em estudo e no terceiro estão reunidos os estudos demográficos que embasaram as
projeções e orçamentos. O capítulo quatro apresenta o diagnóstico do sistema de
abastecimento de água e esgotamento sanitário existente, apontando as
necessidades de melhorias. No quinto capítulo estão apontadas as metas de curto,
médio e longo prazo a serem alcançadas durante o período do PD, e no sexto
capítulo estão descritas as ações, projetos e programas necessários para que as
metas traçadas sejam atingidas, com as respectivas estimativas orçamentárias.
Os capítulos sete e oito abordam respectivamente, o mecanismo de avaliação
do PSB e as ações de emergência/contingência. E finalizando, os capítulos nove,

6
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

dez e onze mostram os mecanismos de acompanhamento do plano, a bibliografia


utilizada no seu desenvolvimento e por fim os agradecimentos.

7
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

2 INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE SÃO JOSÉ DA


TAPERA

2.1 DESCRIÇÃO HISTÓRICA


No local onde hoje se ergue a cidade de São José da Tapera, havia em 1900
apenas uma fazenda, de propriedade da família Maciano, e a residência de Antônio
Francisco Alves, conhecido popularmente como Antônio Massuá. Eles foram desse
modo, os primeiros habitantes daquelas terras, chegando à região alguns anos
depois Afonso Soares Vieira, oriundo de Pão de Açúcar, que ali instalou uma casa de
comércio. Unindo seus esforços de empreendedores, os pioneiros resolveram criar
uma feira, que teve grande aceitação e atraiu inúmeros agricultores da
circunvizinhança para se estabelecerem no novo núcleo em formação. Foi quando
começaram a proliferar casas de taipa (taperas), aumentando sua população. Uma
capela oferecida a São José, naquela época, permitiu a nomeação definitiva do
burgo que dava seus primeiros passos: São José da Tapera.
O povoado teve grande desenvolvimento, baseado, sobretudo, na
agropecuária e no comércio. Em 1955, aparece na divisão administrativa do Estado
como vila, pertencente a Pão de Açúcar. Em 1957, conquista sua independência
política pela Lei nº 2.084, de 24 de dezembro. Sua instalação oficial se deu em 1º de
janeiro de 1959. No movimento pela emancipação, destacaram-se Eulina Paiva
Mazoni, José de Oliveira Fontes, Ernesto Hoffmann Pereira, Antônio Alves de Abreu
e Elói Rodrigues Lima. Depois da emancipação assumiram a administração
municipal, em caráter provisório, Elói Rodrigues de Lima e Antônio de Souza Barros,
no período 1959-1962. O primeiro prefeito eleito foi Luís da Silva Maia, que governou
de 1962 a 1966.
O cristianismo está presente em São José da Tapera desde sua gênese. Uma
das primeiras providências do pioneiro Afonso Soares Vieira foi a construção de uma
capela, oferecida a São José. A primeira missa da comunidade foi celebrada antes
mesmo da construção da capela pelo então pároco de Pão de Açúcar, padre José
Soares Pinto. O nome deste sacerdote foi dado, mais tarde, à rua onde foi celebrado
aquele ato religioso.

8
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

2.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO


O município de São José da Tapera está localizado na Mesorregião do Sertão
Alagoano (Figura 1), limitando-se ao norte com Senador Rui Palmeira e Carneiros,
ao sul com Pão de Açúcar, ao leste com Olho D’Água das Flores e Monteirópolis e
ao oeste com Piranhas. Possui uma área de 520 Km2 (IBGE 2007) e se encontra
distante de Maceió 220Km, tendo como principais vias de acesso as rodovias BR-
316, AL-130, AL-220 e BR-101. A Figura 2 ilustra essa descrição. Sua altitude
máxima é a Serra do Xitroá, com 452m. Tem coordenadas geográficas de 09 o33’28”
de latitude sul e 37o22’51” de longitude oeste.

FIGURA 1 Localização do município de São José da Tapera no estado de Alagoas.

9
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

FIGURA 2 Malha rodoviária entre a Capital e São José da Tapera - Vias de acesso.

2.3 ASPECTOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS

2.3.1 Dados da Prefeitura

Prefeito: Jarbas Pereira Ricardo


Vice- prefeito: Suelinton Pinto Fontes
Partido: PSDB
Endereço: Rua do Comércio, 209, Centro
Cep: 57.445-000
Telefone: (82) 3622-1111 Fax: (82) 3622-1152
Data de Emancipação: 24/12/1957

2.3.2 Atividades econômicas


Com um numeroso plantel de bovinos, o município faz parte da Bacia Leiteira. As
principais atividades econômicas do município são: comércio, serviços, agropecuária e
atividades de extrativismo vegetal e silvicultura.
As Tabelas a seguir mostram as principais fontes econômicas do município de
acordo com levantamentos feitos pelo IBGE.

TABELA 1 Lavoura Permanente 2008


TIPO DE LAVOURA QUANTIDADE
10
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Castanha de caju - Quantidade produzida 16 Tonelada


Castanha de caju - Valor da produção 13 Mil Reais
Castanha de caju - Área plantada 42 Hectare
Castanha de caju - Área colhida 42 Hectare
Castanha de caju - Rendimento médio 380 Quilogramas por Hectare
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

TABELA 2 Lavoura Temporária 2008


TIPO DE LAVOURA QUANTIDADE
Algodão herbáceo (em caroço) - Quantidade produzida 9 Tonelada
Algodão herbáceo (em caroço) - Valor da produção 8 Mil Reais
Algodão herbáceo (em caroço) - Área plantada 42 Hectare
Algodão herbáceo (em caroço) - Área colhida 42 Hectare
Algodão herbáceo (em caroço) - Rendimento médio 214 Quilogramas por Hectare
Feijão (em grão) - Quantidade produzida 904 Tonelada
Feijão (em grão) - Valor da produção 1.220 Mil Reais
Feijão (em grão) - Área plantada 1.640 Hectare
Feijão (em grão) - Área colhida 1.640 Hectare
Feijão (em grão) - Rendimento médio 551 Quilogramas por Hectare
Mandioca - Quantidade produzida 280 Tonelada
Mandioca - Valor da produção 48 Mil Reais
Mandioca - Área plantada 35 Hectare
Mandioca - Área colhida 35 Hectare
Mandioca - Rendimento médio 8.000 Quilogramas por Hectare
Milho (em grão) - Quantidade produzida 1.366 Tonelada
Milho (em grão) - Valor da produção 587 Mil Reais
Milho (em grão) - Área plantada 2.000 Hectare
Milho (em grão) - Área colhida 1.980 Hectare
Milho (em grão) - Rendimento médio 689 Quilogramas por Hectare
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

TABELA 3 Rebanho e produção pecuária do município de São José da Tapera


Rebanho Quantidade
Bovinos - efetivo dos rebanhos 24.500 cabeças
Eqüinos - efetivo dos rebanhos 1.150 cabeças
Asininos - efetivo dos rebanhos 440 cabeças
Muares - efetivo dos rebanhos 120 cabeças
Suínos - efetivo dos rebanhos 3.020 cabeças
Caprinos - efetivo dos rebanhos 1.300 cabeças
Ovinos - efetivo dos rebanhos 10.000 cabeças
Galos, frangas, frangos e pintos - efetivo dos rebanhos 55.000 cabeças
Galinhas - efetivo dos rebanhos 10.200 cabeças
Vacas ordenhadas – quantidade 4.100 cabeças
Leite de vaca - produção – quantidade 7.013 Mil litros
Ovos de galinha - produção – quantidade 63 Mil dúzias
Mel de abelha - produção – quantidade 9.535 Kg
Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

11
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

2.4 ASPECTOS GEOGRÁFICOS E AMBIENTAIS

2.4.1 Geomorfologia
O município de São José da Tapera está inserido uma parte de sua área na
unidade geoambiental da Depressão Sertaneja, que representa a paisagem típica do
semi-árido nordestino, caracterizada por uma superfície de pediplanação bastante
monótona, relevo predominantemente suave-ondulado, cortada por vales estreitos,
com vertentes dissecadas. Elevações residuais, cristas e/ou outeiros pontuam a linha
do horizonte. Esses relevos isolados testemunham os ciclos intensos de erosão que
atingiram grande parte do sertão nordestino. A maior parte de sua área está inserida
na unidade geoambiental do Planalto da Borborema, formada por maciços e outeiros
altos, com altitude variando entre 650 a 1.000 metros, apresentando relevo
geralmente bastante movimentado, com vales profundos e estreitos. Ainda, a leste,
se insere na unidade ambiental das Superfícies Dissecadas Diversas (cerca de
20%), que apresenta relevo bastante movimentado com altitudes variando entre 650
e 1.000 metros.
São José da Tapera situa-se, predominantemente, sobre rochas do
embasamento constituídas pelo Complexo Migmatítico-Granítico e sobre as
magmáticas ácidas que compõem o Maciço Pernambuco-Alagoas. Apresenta relevo
pediplanado, onde as rochas mais frágeis foram intemperizadas e os detritos
transportados para as áreas mais baixas. As rochas mais resistentes dão origem a
morros isolados ou a cristas assimétricas.

2.4.2 Clima
As temperaturas médias são sempre superiores a 23 oC, alcançando em
janeiro e fevereiro médias máximas de 28oC, e nos meses de junho a agosto,
mínimas próximas de 23oC. As temperaturas máximas, durante o verão, são
superiores a 35oC e as mínimas, no inverno, chegam a 19 oC. A precipitação anual,
em torno de 700 mm, é mal distribuída ao longo do ano.

2.4.3 Geologia
O município de São José da Tapera encontra-se geologicamente inserido na
Província Borborema, abrangendo rochas do embasamento gnáissico-migmatítico,
datadas do Arqueano ao Paleoproterozóico e a seqüência metamórfica oriunda de
eventos tectônicos ocorridos durante o Meso e NeoProterozóico. A Província está

12
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

aqui representada pelos litótipos das suítes Chorrochó, Peraluminosa Xingó e


Salgueiro/Terra Nova (Figura 3).

FIGURA 3 Mapa Geológico


Fonte: Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea. 2005

2.4.4 Solo
Com respeitos aos solos, nos patamares compridos e baixas vertentes do
relevo suave ondulado ocorrem os Planossolos, mal drenados, fertilidade natural
média e problemas de sais; topos e altas vertentes, os solos Brunos não Cálcicos,
rasos e fertilidade natural alta; topos e altas vertentes do relevo ondulado ocorrem os
Podzólicos, drenados e fertilidade natural média e as elevações residuais com os
solos Litólicos, rasos, pedregosos e fertilidade natural média.

2.4.5 Vegetação
A vegetação é basicamente composta por Caatinga Hiperxerófila com trechos
de Floresta Caducifólia.

2.4.6 Hidrografia (disponibilidade hídrica)

13
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Águas Superficiais
O município de São José da Tapera está inserido na bacia hidrográfica do Rio
São Francisco. É banhado a W, pela sub-bacia do Rio Ribeira do Capiá, e seus
principais afluentes são: Riacho das Cacimbas, Cipó do Leite, da Camisa, Gavião,
do Lopes e Pariconha. Na porção Central, o município é atravessado pelo Riacho
Grande. Na porção E, é banhado pelo Rio Boqueirão. O padrão de drenagem é do
tipo dendrítico em toda a porção E, e do tipo pinado, uma variação do tipo dendrítico,
na porção W do município. Todo esse sistema fluvial deságua no Rio São Francisco.

Águas Subterrâneas
A área do município em estudo está inserida no Domínio Hidrogeológico
Fissural: Subdomínio Rochas Metamórficas: caracterizado por rochas do
embasamento cristalino regionalmente representadas por granulitos do Grupo Girau
do Ponciano e pelos complexos gnaíssico-migmatítico e migmatítico granítico
(Arqueano), rochas vulcano-sedimentares, compostas por quartzitos, micaxistos,
gnaissese metavulcânicas diversas do Grupo Macururé e ortognaisses
(Proterozóico). Figura 4.

FIGURA 4 - Domínios Hidrogeológicos de Alagoas.


Fonte: Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea. 2005

14
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

2.5 ASPECTOS SOCIAIS E URBANOS


A maior movimentação do município acontece em suas principais festividades:
a festa do Padroeiro, São José (19 de março) e a de Nossa Senhora das Dores (15
de setembro), quando há grande circulação de visitantes dos municípios vizinhos.

2.5.1 População
A evolução da população total do município de São José da Tapera está
apresentada na Tabela 4, onde se observa que em 2010 era de 30.140 habitantes,
de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2010). Percebe-se ainda que a zona
urbana teve nas duas últimas décadas taxas positivas de crescimento populacional.

TABELA 4 Evolução da população de São José da Tapera


População
Ano
rural urbana total
1970 18.313 1.444 19.757
1980 21.367 3.423 24.790
1991 21.050 6.363 27.413
1996 20.653 7.161 27.814
2000 18.301 9.261 27.562
2007 19.108 10.951 30.059
2010 18.479 11.661 30.140
Fonte: IBGE, CENSO 2010.

2.5.2 IDH
Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,53 (Tabela 5)
segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2000).

TABELA 5 - Evolução e composição do IDH.


FATORES 1991 2000
Educação 0,310 0,610
Longevidade 0,430 0,570
Renda 0,360 0,400
Municipal 0,370 0,530

2.5.3 Educação

No que diz respeito à educação o índice de analfabetismo tem diminuído,


como pode ser observado na Tabela 6.

15
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

TABELA 6 Evolução do percentual de analfabetos em São José da Tapera


FAIXA ETÁRIA 1991 2000
% 7 a 14 anos analfabetas 75,87 38,17
% 10 a 14 anos analfabetas 66,37 21,10
% 15 a 17 anos analfabetas 61,80 21,03
% acima de 15 anos analfabetas 69,68 50,25
% 18 a 24 anos analfabetas 62,80 32,54
% acima de 25 anos analfabetas 74,90 38,92

No âmbito da educação, de acordo com dados do IBGE, o município possui a


seguinte rede escolar, quantificados os docentes, as matrículas e os
estabelecimentos:

TABELA 7 Rede escolar do município de São José da Tapera


MATRÍCULAS, DOCENTES E REDE ESCOLAR QUANTIDADE
Matrícula - Ensino fundamental - 2008 10.202 Matrículas
Matrícula - Ensino fundamental - escola pública estadual - 2008 508 Matrículas
Matrícula - Ensino fundamental - escola pública municipal - 2008 9.178 Matrículas
Matrícula - Ensino fundamental - escola privada - 2008 516 Matrículas
Matrícula - Ensino médio - 2008 1.516 Matrículas
Matrícula - Ensino médio - escola pública estadual - 2008 1.250 Matrículas
Matrícula - Ensino médio - escola privada - 2008 266 Matrículas
Matrícula - Ensino pré-escolar - 2008 298 Matrículas
Matrícula - Ensino pré-escolar - escola pública municipal - 2008 244 Matrículas
Matrícula - Ensino pré-escolar - escola privada - 2008 54 Matrículas
Docentes - Ensino fundamental - 2008 444 Docentes
Docentes - Ensino fundamental - escola pública estadual - 2008 34 Docentes
Docentes - Ensino fundamental - escola pública municipal - 2008 383 Docentes
Docentes - Ensino fundamental - escola privada - 2008 27 Docentes
Docentes - Ensino médio - 2008 54 Docentes
Docentes - Ensino médio - escola pública estadual - 2008 37 Docentes
Docentes - Ensino médio - escola privada - 2008 17 Docentes
Docentes - Ensino pré-escolar - 2008 15 Docentes
Docentes - Ensino pré-escolar - escola pública municipal - 2008 12 Docentes
Docentes - Ensino pré-escolar - escola privada - 2008 3 Docentes
Escolas - Ensino fundamental - 2008 47 Escolas
Escolas - Ensino fundamental - escola pública estadual - 2008 3 Escolas
Escolas - Ensino fundamental - escola pública municipal - 2008 43 Escolas
Escolas - Ensino fundamental - escola privada - 2008 1 Escolas
Escolas - Ensino médio - 2008 3 Escolas
Escolas - Ensino médio - escola pública estadual - 2008 2 Escolas
Escolas - Ensino médio - escola privada - 2008 1 Escolas
Escolas - Ensino pré-escolar - 2008 6 Escolas
Escolas - Ensino pré-escolar - escola pública municipal - 2008 5 Escolas
Escolas - Ensino pré-escolar - escola privada - 2008 1 Escolas

16
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Fontes: IBGE: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -
Censo Educacional 2008.

2.5.4 Religião
Predomina a Católica. A Paróquia de São José, sob a jurisdição eclesiástica
da Diocese de Palmeira dos Índios, foi fundada a 31 de outubro de 1993 pelo bispo
diocesano, Dom Fernando Iório Rodrigues.

2.5.5 Energia elétrica


A Eletrobrás/AL é a empresa responsável pela distribuição de energia do
município.

2.5.6 Telefonia
A ELETROBRÁS/AL é a empresa responsável pelo município.

2.5.7 Infra-estrutura
No município de São José da Tapera existe 01 Agência do Banco do Brasil e
01 agência dos correios instalados.

2.5.8 Saúde
Atualmente a rede de saúde pública é de pequeno porte e não dispõe de
hospital. Possui apenas 11 estabelecimentos de saúde sendo 10 Unidades
ambulatoriais e 01 estabelecimento com internação público que possui 19 leitos,
como discriminado na Tabela 4.

TABELA 8 Serviços de saúde do município de São José da Tapera


SERVIÇOS DE SAÚDE 2005 QUANTIDADE
Estabelecimentos de Saúde total 11 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde público total 11 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde público municipal 11 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde com internação total 1 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde sem internação total 10 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde com internação público 1 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde sem internação público 10 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde com especialidades com internação total 1 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde com especialidades sem internação total 1 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde geral sem internação total 9 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde com especialidades com internação
1 estabelecimentos
público
Estabelecimentos de Saúde com especialidades sem internação
1 estabelecimentos
público
Estabelecimentos de Saúde geral sem internação público 9 estabelecimentos

17
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Estabelecimentos de Saúde SUS 11 estabelecimentos


Estabelecimentos de Saúde único total 11 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde único público 11 estabelecimentos
SERVIÇOS DE SAÚDE 2005 QUANTIDADE
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde total 19 leitos
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde público total 19 leitos
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde público
19 leitos
municipal
Raio X até 100mA 1 equipamentos
Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial total 10 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com
10 estabelecimentos
atendimento médico em especialidades básicas
Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com
1 estabelecimentos
atendimento médico em outras especialidades
Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com
4 estabelecimentos
atendimento odontológico com dentista
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência total 1 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Pediatria 1 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência
1 estabelecimentos
Obstetrícia
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência
1 estabelecimentos
Psiquiatria
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Clínica 1 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Neuro
1 estabelecimentos
Cirurgia
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Cirurgia
1 estabelecimentos
Buco Maxilofacial
Estabelecimentos de Saúde que prestam serviço ao SUS Ambulatorial 10 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde que prestam serviço ao SUS Internação 1 estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde que prestam serviço ao SUS Emergência 1 estabelecimentos
Fonte: IBGE, Assistência Médica Sanitária 2005; Malha municipal digital do Brasil: situação em 2005. Rio de
Janeiro: IBGE, 2006.

18
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

3 ESTUDO DEMOGRÁFICO
A população da cidade de são José da Tapera era, segundo o CENSO do
IBGE realizado em 2000, de 27.562 habitantes, sendo 13.685 homens e 13.877
mulheres, perfazendo uma densidade demográfica de 53,04 hab/Km 2. São 9.261 os
habitantes da zona urbana (33,60%) e 18.301 os da zona rural (66,40%).
Já a contagem de 2010 aponta uma população de 30.140 habitantes,
enquanto que a do ano 2007 era de 30.059 habitantes (Tabela 09).

TABELA 9 Evolução da População de São José da Tapera


População
Ano
rural urbana total
1970 18.313 1.444 19.757
1980 21.367 3.423 24.790
1991 21.050 6.363 27.413
1996 20.653 7.161 27.814
2000 18.301 9.261 27.562
2007 19.108 10.951 30.059
2010 18.479 11.661 30.140
Fonte: IBGE, CENSO 2010.

Assim, os dados do IBGE apontam que a população do município de São


José da Tapera vem crescendo ao longo dos últimos anos, com exceção do ano
2000 tendo apresentado em 2000 uma taxa negativa de 0,23% ao ano, como pode
ser observado na Tabela 10. Observa-se também que tal crescimento deve-se
provavelmente ao êxodo rural, tendo em vista que a população urbana apresentou
crescimento considerável ao longo dos anos e a população rural apresentou taxas
decrescentes para esse mesmo período, com exceção dos anos 1980 e 2007.

TABELA 10 Taxas de crescimento da população de São José da Tapera


ANO POP. URB. TX.CRESC. POP. RURAL. TX.CRESC. POP. TOT TX.CRESC.
1970 1.444 18.313 19.757
1980 3.423 9,01% 21.367 1,55% 24.790 2,30%
1991 6.363 5,80% 21.050 -0,14% 27.413 0,92%
1996 7.161 2,39% 20.653 -0,38% 27.814 0,29%
2000 9.261 6,64% 18.301 -2,98% 27.562 -0,23%
2007 10.951 2,42% 19.108 0,62% 30.059 1,25%
2010 11.661 2,12% 18.479 -1,11% 30.140 0,09%

Aos dados do IBGE dos anos de 1970, 1980, 1991, 1996, 2000, 2007 e 2010,
foram aplicados ajustes ao modelo logarítmico, linear, geométrico e exponencial
19
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

aplicando o método dos mínimos quadrados e calculando o coeficiente de correlação


(Figuras 5 a 8). Estes ajustes foram feitos para estimar o crescimento populacional
São José da Tapera, para o período de alcance do plano de saneamento de 30
anos, com início no ano de 2011 e término em 2040.

FIGURA 5 Gráfico de crescimento logarítmico da pop. urb. de São José da Tapera.

FIGURA 6 Gráfico de crescimento linear da pop. urbana de São José da Tapera.

FIGURA 7 Gráfico de crescimento geométrico da pop. urb. de São José da Tapera.

20
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

FIGURA 8 Gráfico de crescimento exponencial da pop. urb. de São José da Tapera.

Foi adotado o modelo linear uma vez que este apresentou o coeficiente de
correlação mais próximo de 1 (R2 = 0,990), indicando melhor ajuste. Aplicando a
equação ajustada aos dados de população do IBGE, foi estimada a população do
plano de saneamento no que diz respeito ao abastecimento de água e esgotamento
sanitário, para o alcance de projeto de 30 anos com início em 2011, como mostrado
na Tabela 11. Nesta Tabela verifica-se que a população urbana estimada para São
José da Tapera em 2011 é de 11.778 habitantes, e para o ano de 2040 é de 19.376
habitantes.

TABELA 11 Estimativa da evolução da população urbana de São José da Tapera.

ANO logarítmico linear geométrico exponencial


2011 11.768 11.778 10.458 14.559
2012 12.027 12.040 10.920 15.319
2013 12.286 12.302 11.401 16.118
2014 12.545 12.564 11.903 16.959
2015 12.804 12.826 12.427 17.844
2016 13.062 13.088 12.974 18.775
2017 13.321 13.350 13.545 19.754
2018 13.579 13.612 14.140 20.785
2019 13.838 13.874 14.762 21.869
2020 14.096 14.136 15.410 23.010
2021 14.354 14.398 16.086 24.211
2022 14.612 14.660 16.792 25.474
2023 14.870 14.922 17.528 26.803
2024 15.127 15.184 18.297 28.201
2025 15.385 15.446 19.098 29.672
2026 15.642 15.708 19.934 31.220
2027 15.899 15.970 20.807 32.849
2028 16.157 16.232 21.717 34.563
21
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

ANO logarítmico linear geométrico exponencial


2029 16.414 16.494 22.666 36.366
2030 16.670 16.756 23.657 38.263
2031 16.927 17.018 24.690 40.259
2032 17.184 17.280 25.768 42.359
2033 17.440 17.542 26.892 44.569
2034 17.697 17.804 28.065 46.894
2035 17.953 18.066 29.288 49.341
2036 18.209 18.328 30.564 51.915
2037 18.465 18.590 31.895 54.623
2038 18.721 18.852 33.283 57.473
2039 18.977 19.114 34.731 60.471
2040 19.232 19.376 36.241 63.626

22
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

4 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA EXISTENTE


4.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Na zona rural o abastecimento de água é de responsabilidade do município.
Em 2005 o Ministério de Minas e Energia registrou a presença de 19 pontos d’ água,
sendo 17 poços tubulares e 02 de fontes naturais, alguns localizados em terrenos
públicos e outros em áreas particulares. Com relação à qualidade das águas dos
pontos cadastrados, o referido levantamento faz menção à predominância de água
salina nos poços analisados, acrescentando que na utilização dos mesmos 23,50%
destinam-se a dessedentação animal, 11,80% consumo doméstico primário e
secundário, 5,90% consumo doméstico primário, secundário e recreação, 17,60%
consumo doméstico secundário e dessedentação e 41,20% não tiveram uso definido.
Com relação à zona urbana, atualmente a cidade de São José da Tapera tem
seu sistema de abastecimento de água operado pela Companhia de Saneamento de
Alagoas – CASAL, por meio de um sistema que capta água no rio São Francisco,
que atende a cerca de 75,38% da população urbana. O restante da população
urbana utiliza fontes alternativas de abastecimento de água.
A cidade de São José da Tapera faz parte do Sistema Coletivo da Bacia
Leiteira (Figura 9) que utiliza como manancial o rio São Francisco, com captação em
Pão de Açúcar que possui outorga concedida pela Agência Nacional de Águas –
ANA através da Resolução nº 782/2010 com validade até o ano 2021, vazão máxima
de captação 2.937,0 m³/h, sendo 223,24 m³/h destinado a dessedentação animal e
2.713,76 m³/h para abastecimento humano.
O sistema coletivo da bacia leiteira foi projetado em 1964 pela Fundação
Serviço de Saúde Pública – FSESP, e executado pela Companhia de Abastecimento
de Água e Saneamento do Estado de Alagoas – CASAL, a partir de 1967.
O projeto inicial previa captação no Rio São Francisco, e construção de 90.73
Km de adutoras em tubos de ferro fundido, com diâmetro variável de 200 a 450 mm,
abastecendo sete cidades: Belo Monte, Jacaré dos Homens, Batalha, Major Isidoro,
Monteirópolis, Olho D’Água das Flores e Santana do Ipanema.
A partir da adutora tronco, foi previsto a construção de sub-adutoras para
abastecimento de outras comunidades. Desta forma o sistema passou a atender as
cidades de: Ouro Branco, Maravilha, Olivença, Senador Rui Palmeira, Carneiros,
Olho D’Água das Flores, Major Isidoro, Jaramataia, Batalha, São José da Tapera,

23
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Monteirópolis, Jacaré dos Homens, Palestina e Belo Monte, perfazendo um total de


18 cidades.
Além das cidades mencionadas, o sistema, através de derivações nas
adutoras, atende aos povoados de: Areias, Fazenda Nova, Poço da Cacimba,
Caboclo, Gato, Piaus, Sobradinho, Farias do Meio, Pau Preto, Lagoa das Araras,
Pedrão, Logradouro, Samambaia, Capelinha, Lagoa dos Tanquinhos, Caititu, Pau
Ferro, Alto da Madeira, Vila Santo Antônio, Meiruz, Lagoa de Pedra, Machado,
Fazendinha, Juazeiro, Saúde de Cima, Timbaúba, Dionel, Funil, Pau de Ferro (II),
Saúde de Baixo, Fazenda Nova (II), Pedreiras, Serra das Mãos e São Marcos.
O projeto inicial foi desenvolvido para uma vazão máxima de 190 l/s. Com a
ampliação do número de comunidades a serem servidas, bem como o abastecimento
rural ao longo das adutoras, o sistema passou a trabalhar com a vazão de 267,03 l/s.

FIGURA 9 Sistema Coletivo da Bacia Leiteira

4.1.1 Qualidade da água bruta


As principais características da água bruta do Rio São Francisco coletadas
no município de Pão de Açúcar estão apresentadas na Tabela

24
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

TABELA 12 Principais características da água bruta do Rio São Francisco


RESULTADOS
PARÃMETRO UNIDADE PERÍODO: 2003- 2010
MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA
pH 6,4 7,9 7,5
Cor mg Pt/L 0,0 110,0 22,2
Turbidez mg SiO2/L 1,3 51,9 10,6
Cond. Específica µhms/cm 44,4 287,0 75,8
Acidez mg/L CaCO3 6,0 28,0 11,9
-
Alcalinidade OH mg/L CaCO3 0,0 0,0 0,0
-2
Alcalinidade CO3 mg/L CaCO3 0,0 0,0 0,0
`
Alcalinidade HCO3 mg/L CaCO3 28,0 44,0 33,7
Dureza Total mg/L CaCO3 22,0 70,0 32,3
Dureza (Carbonatos) mg/L CaCO3 22,0 44,0 29,7
Dureza (N/Carbonatos) mg/L CaCO3 0,0 26,0 2,7
Cálcio mg/L CaCO3 16,0 34,0 23,0
Magnésio mg/L CaCO3 0,0 36,0 9,3
-
Cloretos mg/L Cl / 5,0 65,0 12,9
Sílica mg/L SiO2 0,8 5,5 2,8
-2
Sulfato mg/L SO4 0,0 2,5 0,5
Amônia mg/L N 0,0 0,2 0,0
Nitrato mg/L N 0,0 0,3 0,1
Nitrito mg/L N 0,0 0,0 0,0
Ferro Total mg/L Fe 0,0 1,6 0,3
+
Sódio mg/L Na 0,0 37,9 8,8
+
Potássio Mg/L K 0,0 7,8 2,4
CO2 (Graficamente) mg/L CO2 0,8 27,2 3,8
Sólidos Totais mg/L 18,0 228,0 71,4

Conforme a Resolução nº 357/2005 do CONAMA pode-se fazer os seguintes


comentários a cerca da qualidade da água bruta considerando o período e as
análises mostradas na tabela 12:
O valor do pH e da turbidez estão de acordo os valores máximos
estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 para os mananciais
classe 2, cujos limites são 6,0 a 9,0 e 100uT, respectivamente.
A cor apresentou o valor máximo de 110,0 mg.Pt/L e encontra-se acima dos
padrões de classificação estabelecidos pela resolução, que são de 75
mg.Pt/L. Os sólidos dissolvidos apresentam-se como o responsável
constituinte pela coloração na água que tem como origem natural a
decomposição da matéria orgânica, o ferro e o manganês. Os valores
superiores a 25 uC usualmente requerem a coagulação química seguida por
filtração.
A dureza é baixa (< 50 mg/L CaCO3), característica de água mole e a
alcalinidade a bicarbonatos apresentou valor máximo de 44,0 mg.CaCO3/L,
mas o resolução referida acima não faz referência a estes parâmetros. A
importância da determinação da alcalinidade está relacionada ao controle do
25
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

tratamento da água no que se refere à coagulação, a redução da dureza e a


prevenção da corrosão em tubulações.
O teor de sulfatos, cloretos, sólidos totais, nitrato e nitrito estão abaixo do valor
estabelecido pela CONAMA 357/2005 para mananciais classe 2.
O ferro total de 1,6 mg/L Fe encontra-se acima dos padrões estabelecidos
pela CONAMA 357/2005 para mananciais classe 2, cujo valor é 0,3 mg/L, o
que pode requerer o uso de pré-cloração na água bruta. Entretanto, antes de
seu uso regular devem-se quantificar nos períodos de estiagem e chuva os
ácidos precursores dos trihalometanos, para que se faça uma pré-cloração
segura, pois caso sejam detectados (ácidos fúlvicos, ácidos húmicos, etc.)
outro método de oxidação de ferro deve ser adotado.
Para os demais parâmetros a Resolução 357/2005 não faz referência.

4.1.2 Captação e elevatória de água bruta


O manancial abastecedor da cidade de São José da Tapera e de todo o
Sistema Coletivo da Bacia Leiteira, é o Rio São Francisco, cuja vazão é da ordem de
2.000 m3/s.
A captação do sistema localiza-se na margem esquerda do Rio São Francisco,
próximo à cidade de Pão de Açúcar (FIGURA 10). A tomada d’água foi posicionada a
montante do Morro do Cristo, no local onde a encosta avança para dentro do rio,
minimizando-se os riscos de assoreamento. Para a realização deste trabalho, os
autores visitaram, em maio de 2006, à captação, acompanhados da equipe técnica
da CASAL.

26
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

FIGURA 10 Captação D`água, Pão de Açúcar

4.1.3 Sistema implantado originalmente (antigo)


O sistema existente, conhecido como Sistema Coletivo da Bacia Leiteira,
compreende na captação de água o Rio São Francisco tratando-a convenientemente
em Estação de Tratamento de Água situada em Belo Monte, e através de Estações
Elevatórias e adutoras, distribui a água para 18 municípios do sertão Alagoano.
A captação no Rio São Francisco é feita através de tubulações em ferro
fundido interligadas a um poço de tomada situado nas margens do mesmo, e através
de sistema de bombeamento, eleva a água para a Estação de Tratamento,
adquirindo padrões de potabilidade exigidas para o atendimento humano.
O tratamento utilizado para potabilidade de água, compreende os processos
de: floculação, decantação, filtração e desinfecção. As instalações da Estação de
Tratamento tem capacidade para tratar um volume de 23.072 m3 diário, o que
corresponde a uma vazão de 267,03 L/s.
Após tratamento, a água vai para um reservatório localizado nas
proximidades, com volume útil de 3.000 m3. Este reservatório tem dupla finalidade,
atender a demanda da cidade de Belo Monte, e servindo de poço de sucção para o
abastecimento das demais cidades interligadas ao sistema.
Do reservatório situado em Belo Monte, a água é aduzida para a cidade de
Jacaré dos Homens distante 22,83 Km, através de tubulação em ferro fundido de
diâmetro 18”, precisando no trecho de duas Estações Elevatórias para vencer um
desnível geométrico de 111 metros, além das perdas da carga na tubulação. A
primeira Elevatória está localizada no Morro do Salgado, elevando a água para um
reservatório intermediário Mota (1.500 m3), para em seguida ser recalcada até a
cidade de Jacaré dos Homens.
Após a Elevatória Mota, a adutora apresenta derivação para a cidade de
Palestina, e os povoados de Meiruz, Lagoa de Pedra, Machado, Pau Ferro, Caititu,
Alto da Madeira e Vila Santo Antônio. Na cidade de Palestina, a água é
acondicionada em reservatório elevado com capacidade para 50 m 3, e os demais
povoados dispõem apenas de chafarizes.
Na chegada a Jacaré dos Homens, a água atinge o reservatório apoiado de
3.750 m3, de onde através de dois conjuntos elevatórios distintos direciona a água
para os ramos do sistema: Jacaré Olho D’Água e Jacaré – Batalha. Este reservatório

27
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

além de servir de pulmão para as cidades mais a jusante do sistema, atende a


cidade de Jacaré dos Homens.
O ramo direito do Sistema Coletivo atende aos municípios de Batalha,
Jaramataia, Major Isidoro e Cacimbinhas, enquanto o ramo esquerdo atende aos
municípios de Monteirópolis, Olho D’Água das Flores, São José da Tapera,
Carneiros, Sem. Rui Palmeira, Olivença, Santana do Ipanema, Dois Riachos, Poço
das Trincheiras, Maravilha e Ouro Branco.
A seguir, é apresentado o trecho da adutora correspondente ao município de
São José da Tapera.

Olho D’Água das Flores – São José da Tapera


Este trecho funciona por gravidade, a partir do reservatório de distribuição
situado em Olho D’Água das Flores, se desenvolvendo por 11,09 Km, abastecendo
no percurso o povoado de Piau. A interligação da adutora em São José da Tapera é
feita em reservatório elevado com capacidade para 200 m 3, distribuindo então para
cidade.

4.1.4 Sistema existente (atual)


Em virtude da necessidade de ampliação e reforço do sistema coletivo da
Bacia Leiteira, foi realizada a implantação da adutora Pão de Açúcar / Olho d’Água
das Flores que adicionou uma vazão de 815 l/s ao sistema, possibilitando assim
torná-lo uma obra de uso múltiplo (irrigação e abastecimento d’água) que quando
concluído possibilitará a irrigação das atividades agrícolas, bem como abastecimento
para o consumo humano e animal de 19 municípios, dezenas de povoados e
centenas de propriedades rurais, beneficiando uma população de aproximadamente
300.000 habitantes da zona do polígono da seca em Alagoas.
Denominação:
Ampliação e Reforço do Sistema de Abastecimento d’Água da Bacia Leiteira
do Estado de Alagoas (Adutora pão de Açúcar / olho d’Água das Flores – 1º e 2º
etapas)

Localização:
Abrange os municípios Pão de Açúcar, Palestina , Olho d’Água das Flores,
São José da Tapera, Monteirópolis, Jacaré dos Homens, Batalha, Belo Monte,
Jaramataia, Major Isidoro, Cacimbinhas, Olivença, Dois Riachos, Santana do

28
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Ipanema, Poço das Trincheiras, Maravilha, Ouro Branco, Carneiros e Senador Rui
Palmeira.

Características Técnicas Principais:


Adutora tronco (100% concluída):
Vazão: 815 L/s
Diâmetro: 700 mm
Extensão: 30,70 km (Pão de Açúcar / Olho d’Água das Flores)
Captação: Em Tubulão cravado em rocha, 03 (três) bombas de eixo vertical de
1.300 cv cada, está situada no Rio São Francisco no Município de Pão de Açúcar
Estações Elevatórias: 02 (duas) Elevatórias, a primeira constituída de 03 (três)
bombas de eixo horizontal e 1.300 cv cada e a Segunda é constituída de 03 (três)
bombas de eixo horizontal e 1.100 cv cada.
14 (quatorze) TAU’s (tanque de amortecimento unidirecional), uma VRL (válvula
de retenção em linha), 60 ventosas e 63 descargas.
Reservação: 02 (dois) Reservatórios de 1.250 m³ cada (em Olho d’Água das
Flores).

Sub-Adutoras principais:

Olho d’Água das Flores / Batalha, em ferro dúctil, diâmetro 400 mm, 10,3 km de
implantação e 3,3 km de substituição de tubos danificados, Sistema de Controle de
Pressão e Vazão constituído de: V.R.P.A 1 e V.R.P.A. 2 (válvulas de reduções de
pressão de adutora), Quebra-Carga, Interligações e macro medição em Jacaré
Homens, Interligações, macro medição e um reservatório de 1.250 m³ em Batalha
(100% concluída).

Adequação da Sub-Adutora Batalha / Jaramataia / Major Isidoro / Cacimbinhas,


com a construção de duas Estações Elevatória, uma em Batalha (2 bombas de 125
cv) e outra em Major Isidoro (2 bombas de 50 cv), um Booster entre Jaramataia e
Major Isidoro (2 bombas de 75 cv e 2 de 25 cv), um Stad-Pipe, implantação de
ventosas e descargas, retirada de vazamentos e substituição de tubos danificados
(100% concluída) .

29
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Olho d’Água das Flores / Santana do Ipanema, em ferro dúctil, diâmetro 500, 400
e 350 mm, 18,5 km de extensão e um reservatório de 1.250 m³ em Santana do
Ipanema (100% concluída, exceto reservatório).

Sub-Adutoras de Ramificações (a executar):

Santana do Ipanema / Poço das trincheiras / Maravilha / Ouro Branco, em


ferro dúctil, diâmetro 400, 350 e 250 mm, 30,4 km de extensão, duas estações
elevatória uma em Santana do Ipanema (3 bombas de 90cv) e outra em Poço das
Trincheiras (3 bombas de 100 cv), um reservatório de 400 m³ em Maravilha e outro
de 500 m³ em Ouro Branco.

Santana do Ipanema / Povoado Areias / Dois Riachos, em ferro dúctil,


diâmetro 250 e 75 mm, 17,9 km de extensão, uma estação elevatória em Santana do
Ipanema (3 bombas de 90cv), um reservatório de 400 m³ em Dois Riachos.

Olho d’Água das Flores / Carneiros / Senador Rui Palmeira, em ferro dúctil,
diâmetro 300 e 250 mm, 21,8 km de extensão, uma estação elevatória em Olho
d’Água das Flores (3 bombas de 90cv), um reservatório de 250 m³ em Carneiros e
um de 350 m³ em Senador Rui Palmeira.

Olho d’Água das Flores / São José da Tapera, em ferro dúctil, diâmetro 300
mm, 11,5 km de extensão e um reservatório de 750 m³ em São José da Tapera.

Derivação para Olivença, em ferro dúctil, diâmetro 250 mm, 9,8 km de


extensão e um reservatório de 250 m³ em Olivença.

Derivação para Povoados Agreste / Sobradinho / Farias / Pau Preto / Ovelhas


/ Lagoa das Araras, em ferro dúctil, diâmetro 150, 100 e 75 mm, 16,2 km de
extensão, uma estação elevatória (2 bombas de 30cv) e um reservatório de 300 m³
no Povoado Agreste.

Derivação para Povoados Gameleiro e Pedrão, em ferro dúctil, diâmetro 100


mm, 4,3 km de extensão e um reservatório de 50 m³ no Povoado Pedrão.

30
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Derivação para Povoados Travessão / logradouro, em ferro dúctil, diâmetro


100 e 75 mm, 4,4 km de extensão.

Derivação para Povoados Samambaia / Tanquinhos / Toco da Aroeira /


Capelinha / Fazendinha, em ferro dúctil, diâmetro 150, 100 e 75 mm, 18,7 km de
extensão e um reservatório de 150 m³ no Povoado Capelinha (Adutora 61% e
reservatório 100% concluídos).

Estação de Tratamento d’Água (a executar):

Estação de Tratamento água de convencional com capacidade para 620 L/s, situada
no município de Olho d’Água das Flores.

Rede de Distribuição (a executar):

Será ampliada a rede de distribuição d’água dos seguintes municípios: Pão de


Açúcar, Palestina Olho d’Água das Flores, São José da Tapera, Monteiropolis,
Jacaré dos Homens, Batalha, Belo Monte, Jaramataia, Cacimbinhas, Olivença, Dois
Riachos, Santana do Ipanema, Poço das Trincheiras, Maravilha, Ouro Branco,
Carneiros e Senador Rui Palmeira.

Irrigação:

Irrigação de 8 hectare no Povoado de Meiruz (100% concluída), município de


Pão de Açúcar, 84 hectare no município de São José da Tapera (a executar) e
64 hectare no município de Olho d’água das Flores (a executar), totalizando
156 hectare todos ao longo da adutora tronco Pão de Açúcar / Olho d’Água
das Flores.

4.1.5 Estação de tratamento de água


A água do Sistema Coletivo da Bacia Leiteira, captada em Pão de Açúcar,
recebe apenas cloração para ser distribuída à população.
Considerando que a água do Rio São Francisco, durante a maior parte do
ano, apresenta características físico-químicos, dentro dos padrões de potabilidade,
podemos aceitar o tratamento implantado.

31
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

4.1.6 Adutora de água tratada


A adutora que abastece a cidade de São José da Tapera, foi construída em
tubos de ferro fundido, nos diâmetros de 150mm e 125mm, interligando por
gravidade, o reservatório de 1.250 m3 do Sistema Coletivo ao reservatório de
distribuição da cidade, cobrindo uma extensão de 11.000 m, conforme tabela abaixo:

Tabela : Adutora de Água Tratada


Diâmetro (mm) Extensão (m)

125 2.730

150 8.270

Considerando a carga disponível, em torno de 71 m, uma tubulação de ferro


fundido, coeficiente de rugosidade de 110, o máximo que se pode obter, é uma
vazão de 11 L/s, insuficiente para atender a cidade e as comunidades rurais.

4.1.7 Reservatório
O atual reservatório da cidade de São José da Tapera, construído em
concreto armado, elevado, funciona por compensação, com volume de 200 m3.
O reservatório implantado, além de não atender as necessidades da cidade no
que tange à reservação, também já não atende mais, em termos de cota, a totalidade
da cidade, indicando a necessidade de se construir um novo reservatório em cota
mais elevada, e, provavelmente dividir a cidade em duas zonas de pressão.

4.1.8 Rede de distribuição


A rede de distribuição que se encontra em operação na cidade, foi implantada
em tubos e ferro fundido e PVC, nos diâmetros de 50 mm a 150 mm, perfazendo um
total de 14.085 m.

4.1.9 Ligações domiciliares


Segundo dados do IBGE (2007) o número de domicílios urbanos existentes
em São José da Tapera no ano de 2007 (IBGE) era de 2.887, e segundo dados da
CASAL existem apenas 2.176 ligações ativas de água, sendo necessário a
implantação de mais 711 ligações.
32
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

4.1.10 Qualidade da água distribuída


As principais características da água atualmente distribuída pelo sistema
operado pela CASAL estão apresentados na Tabela 13.

TABELA 13 Principais características da água distribuída em São José da Tapera.


PARÃMETRO UNIDADE V.M.P. RESULTADO
(03/02/2010)
pH 6,0 – 9,5 7,06
Cor mg Pt/L 15,0 3,00
Turbidez mg SiO2/L 5,0 2,15
Condutância específica µhms/cm *** 65,00
Acidez mg CaCO3/L *** 32,00
-
Alcalinidade HCO3 mg CaCO3/L *** 34,00
Dureza total mg CaCO3/L 500,0 26,00
Dureza (carbonatos) mg CaCO3/L *** 26,00
Dureza (não carbonatos) mg CaCO3/L *** 0,00
Cálcio mg CaCO3/L *** 24,00
Magnésio mg CaCO3/L *** 2,00
-
Cloretos mg Cl /L 250,0 14,00
Sílica mg SiO2/L *** 5,30
-2
Sulfatos mg SO4 /L 250,0 1,30
Amônia mg N/L 1,5 0,00
Nitratos mg N/L 10,0 NR
Nitritos mg N/L 1,0 0,00
Ferro total mg Fe/L 0,3 0,17
+
Sódio mg Na /L 200,0 NR
+
Potássio mg K /L *** NR
CO2 (graficamente) mg CO2/L *** 6,01
Sólidos totais mg/L 1.000,0 258,00

Segundo os resultados apresentados na tabela 13 verifica-se que os valores


dos parâmetros pH, cor, dureza, cloretos, sulfatos, amônia, nitrito e sólidos totais
estão em conformidade com os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria
518/2004 do Ministério da Saúde para águas destinadas ao consumo humano.
Para os demais parâmetros a Portaria 518/2004 não faz referência.

4.1.11 Dados comerciais


A evolução dos principais dados comerciais do sistema de abastecimento de
água de São José da Tapera, operado pela CASAL, está apresentados na Tabela
14.

TABELA 14 Dados comerciais do sist. de abast. de água de São José da Tapera.


Mês Ano Qtd. Economias Qtd. Ligações Vol. faturado de água
Unidades: unid. unid. m3
JAN 2008 3.037 2.865 35.302
FEV 2008 3.070 2.894 36.385
MAR 2008 3.110 2.923 33.027
ABR 2008 3.151 2.964 33.655
MAI 2008 3.132 2.934 33.547
33
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

JUN 2008 3.202 3.004 35.281


JUL 2008 3.223 3.025 34.437
AGO 2008 3.231 2.978 34.437
SET 2008 3.248 2.991 35.723
OUT 2008 3.300 3.034 36.022
NOV 2008 3.326 3.060 35.881
DEZ 2008 3.354 3.088 35.298
Mês Ano Qtd. Economias Qtd. Ligações Vol. faturado de água
Unidades: unid. unid. m3
JAN 2009 3.383 3.117 38.528
FEV 2009 3.411 3.145 37.425
MAR 2009 3.427 3.161 35.979
ABR 2009 3.425 3.187 37.512
MAI 2009 3.474 3.209 35.785
JUN 2009 3.487 3.222 34.853
JUL 2009 3.495 3.230 35.042
AGO 2009 3.522 3.257 36.340
SET 2009 3.531 3.266 37.053
OUT 2009 3.573 3.309 37.827
NOV 2009 3.605 3.321 38.356
DEZ 2009 3.621 3.357 38.390
JAN 2010 3.663 3.399 39.170
FEV 2010 3.687 3.423 39.956
MAR 2010 3.705 3.442 37.532
ABR 2010 3.731 3.468 38.276
MAI 2010 3.642 3.379 37.205
JUN 2010 3.750 3.487 38.287
JUL 2010 3.666 3.403 36.207
AGO 2010 3.786 3.523 38.727
SET 2010 3.792 3.529 38.342
OUT 2010 3.818 3.555 39.654
NOV 2010 3.871 3.608 42.435
DEZ 2010 3.912 3.649 39.733

4.1.12 Conclusões
No que diz respeito ao abastecimento de água a sede do município conta com
sistema público operado pela CASAL, em regime contínuo, havendo razoável
incidência de vazamentos.
Conforme se pode verificar no diagnóstico, para a zona urbana de São José
da Tapera, o reservatório implantado, além de não atender as necessidades da
cidade no que tange à reservação, também já não atende mais, em termos de cota,
a totalidade da cidade, indicando a necessidade de se construir um novo reservatório
em cota mais elevada, e, provavelmente dividir a cidade em duas zonas de pressão.
Quanto ao sistema de distribuição e reservação este necessita ser ampliado, assim
como também implantadas novas ligações domiciliares.

34
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Na zona rural, a população difusa utiliza sistema alternativo de abastecimento


de água (que não é operada pela CASAL), geralmente provenientes de poços rasos,
e muitas vezes salinizados. Desta forma torna-se imprescindível uma campanha
educativa de técnicas alternativas adequadas de abastecimento de água na zona
rural.

4.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO


A zona urbana de São José da Tapera não dispõe de rede coletora nem
estação de tratamento de esgotos. As alternativas existentes são o conjunto fossa
séptica/sumidouro ou simplesmente fossas negras.

No meio rural, as alternativas são fossas/sumidouros, fossas negras,


lançamento a céu aberto, nos córregos ou nas lagoas, nos quintais, em valas, etc. É
importante ressaltar que, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (2005)
apenas 59,4 % dos domicílios possuem banheiros ou sanitários, os demais não
dispõem de instalações sanitárias.

4.2.1 Conclusões
Conforme se pode verificar no diagnóstico, para a zona urbana de São José
da Tapera, não existe sistema de esgotamento sanitário implantado, sendo
necessária a realização de estudo para análise da viabilidade técnica e econômica
da alternativa de tratamento a ser empregada, evidenciando os vários fatores que
irão influenciar na escolha das opções tecnológicas, tais como, disponibilidade de
área, qualidade desejada para o efluente tratado, da legislação referente ao local. O
lançamento de efluentes “in natura” nos recursos hídricos resulta além de vários
problemas sócio-ambientais, em impactos significativos sobre a vida aquática e o
meio ambiente como um todo.

Na zona rural, a população difusa utiliza sistema alternativo de esgotamento


sanitário (que não é operado pela CASAL), geralmente fossas negras, mas em sua
maioria os esgotos são lançados a céu aberto. Assim torna-se imprescindível uma
campanha educativa de técnicas alternativas adequadas de esgotamento sanitário
na zona rural.
35
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

5 OBJETIVOS E METAS

5.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA


Segundo dados da CASAL, atualmente a cobertura do abastecimento de água
na zona urbana de São José da Tapera é de cerca de 75%, e o objetivo é que, ao
final do plano, 100% dessa população seja atendida, com investimentos realizados a
curto, médio e longo prazo.

Quanto às perdas no referido sistema de abastecimento de água, esta é de


40%. No Plano pretende-se reduzir-la linearmente até que, em final de Plano, esse
índice seja de 25%, abaixo da média brasileira em sistemas urbanos de
abastecimento de água.

Visando alcançar o objetivo propostos para universalização dos serviços de


abastecimento de água, como preconizado na Lei 11.445/2007, foram estabelecidas
em função do diagnóstico realizado, as demandas de água prevista para a cobertura
da população ao longo do período de alcance do PD, e as metas de curto, médio e
longo prazo.

5.1.1 Demandas de água


Para o cálculo das demandas foram utilizadas as equações:

Qmáxhor = p.q.K1.K2.P/86.400
Qmáxdia = p.q.K1.P/86.400
Qméd. = p.q.P/86.400

Em que: Qméd = vazão média, L/s


Qmáxdia = vazão máxima diária, L/s
Qmáxhor = vazão máxima horária, L/s
p = população, hab
q = consumo per capita de água = 120 L/hab.dia
K1 = coeficiente de reforço para o dia de maior consumo = 1,2
K2 = Coeficiente de reforço para a hora de maior consumo = 1,5
P = Perdas no sistema de abastecimento de água

O consumo per capita de 120 L/hab.dia foi adotado com base nas
informações de consumo já existente, tanto para o distrito de São José da Tapera
36
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

como para outras localidades do município, cujos sistemas de abastecimento de


água também são operados pela CASAL.

Além das demandas foi calculado, também, o volume de reservação


necessário ao longo do Plano, de acordo com o recomendado pela Norma Brasileira
(NB-594), ou seja, para adução contínua que o volume a ser armazenado deverá ser
igual ou maior a 1/3 do volume distribuído no dia de maior consumo.

Adotando-se esses valores, e utilizando as equações e parâmetros


anteriormente mencionados, foram obtidas as vazões, máxima diária, máxima
horária, média diária e volume de reserva, apresentadas na Tabela 16.

TABELA 15 Demandas e volume de reserva para a área urb. de São José da Tapera.
Ano População Cobertura Perda Qméd Qmáx.dia Qmáx.hor VolReserva

(%) (%) (L/s) (L/s) (L/s) (m3)


2011 11.778 76,2% 40,0% 17,45 20,94 31,41 603
2012 12.040 77,0% 39,5% 17,96 21,56 32,34 621
2013 12.302 77,8% 39,0% 18,48 22,18 33,27 639
2014 12.564 78,7% 38,4% 19,00 22,81 34,21 657
2015 12.826 79,5% 37,9% 19,53 23,44 35,15 675
2016 13.088 80,3% 37,4% 20,06 24,07 36,11 693
2017 13.350 81,1% 36,9% 20,59 24,71 37,07 712
2018 13.612 81,9% 36,4% 21,13 25,35 38,03 730
2019 13.874 82,8% 35,9% 21,67 26,00 39,00 749
2020 14.136 83,6% 35,3% 22,21 26,65 39,98 768
2021 14.398 84,4% 34,8% 22,76 27,31 40,96 787
2022 14.660 85,2% 34,3% 23,31 27,97 41,95 806
2023 14.922 86,0% 33,8% 23,86 28,63 42,95 825
2024 15.184 86,9% 33,3% 24,42 29,30 43,95 844
2025 15.446 87,7% 32,8% 24,97 29,97 44,95 863
2026 15.708 88,5% 32,2% 25,54 30,64 45,96 883
2027 15.970 89,3% 31,7% 26,10 31,32 46,98 902
2028 16.232 90,2% 31,2% 26,67 32,00 48,00 922
2029 16.494 91,0% 30,7% 27,24 32,68 49,03 941
2030 16.756 91,8% 30,2% 27,81 33,37 50,05 961
2031 17.018 92,6% 29,7% 28,38 34,06 51,09 981
2032 17.280 93,4% 29,1% 28,96 34,75 52,12 1.001
2033 17.542 94,3% 28,6% 29,54 35,44 53,17 1.021
2034 17.804 95,1% 28,1% 30,12 36,14 54,21 1.041
2035 18.066 95,9% 27,6% 30,70 36,84 55,26 1.061
2036 18.328 96,7% 27,1% 31,28 37,54 56,31 1.081
2037 18.590 97,5% 26,6% 31,87 38,24 57,37 1.101
2038 18.852 98,4% 26,0% 32,46 38,95 58,43 1.122
2039 19.114 99,2% 25,5% 33,05 39,66 59,49 1.142
2040 19.376 100,0% 25,0% 33,64 40,37 60,55 1.163

37
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Pela Tabela 15 verifica-se que as vazões e o volume de reserva de água de


final de plano (2040), com 100% da população urbana atendida, são:
Qmáxhor = 60,55 L/s
Qmáxdia = 40,37 L/s
Qméd. = 33,64 L/s
Vresv. = 1.163m3

5.1.2 Metas de curto, médio e longo prazo.


As metas para atendimento aos objetivos propostos foram assim classificadas:
Curto prazo: Emergenciais para melhoria do atendimento da população atual,
com implantação prevista para os próximos 5 (cinco) anos.
Médio prazo: Necessários a expansão do sistema para atender a população
que cresce ao longo do período de alcance do Plano, com implantação prevista entre
6 (seis) e 20 (anos).
Longo prazo: Imprescindíveis a universalização para população de final de
Plano, com implantação prevista após 21 (vinte e um) anos.

A Figura 11 ilustra a população atendida (% de cobertura) e a vazão média do


sistema coletivo, a serem atingidos ao longo do Plano Básico de abastecimento de
água.

curto prazo médio prazo longo prazo

FIGURA 11 Vazão média e % de cobertura do sist. de abast. d’água.

Legenda: % de cobertura; vazão média

38
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Curto Prazo
As metas de curto prazo visam ampliar o sistema coletivo de abastecimento
de água para atender a população prevista até o ano de 2016 (13.088 habitantes),
com cobertura de 80,30% e vazão média de 20,06 L/s. Os demais habitantes seriam
atendidos por meio de soluções alternativas.

Médio Prazo

As metas de médio prazo visam ampliar o sistema coletivo de abastecimento


de água para atender a população prevista até o ano de 2031 (17.018 habitantes),
com cobertura de 92,6% e vazão média de 28,38 L/s. Os demais habitantes seriam
atendidos por meio de soluções alternativas.

Longo Prazo

As metas de longo prazo visam ampliar o sistema coletivo de abastecimento


de água para atender a população até o ano de 2040 (19.376 habitantes), com
cobertura de 100% e vazão média de 33,64 L/s.

5.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO


Atualmente não existe cobertura de esgotamento sanitário (rede e tratamento)
na zona urbana. O objetivo é que, ao final do plano, 50% dessa população seja
atendida, com investimentos realizados a curto, médio e longo prazo.

Dessa forma, visando alcançar o objetivo da universalização dos serviços de


esgotamento sanitário, como preconizado na Lei 11.445/2007, foram estabelecidas
em função do diagnóstico realizado, as contribuições de esgoto, o percentual de
cobertura da população ao longo do período de alcance do PD, e as metas de curto,
médio e longo prazo.

5.2.1 Contribuições de esgoto


Para o cálculo das contribuições de esgoto foram utilizadas as equações:

Qmáxhor = P.q.K1.K2.C/86.400
Qmáxdia = P.q.K1.C/86.400
Qméd. = P.q.C/86.400
Qmin. = P.q. K3.C/86.400

39
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Em que: C = coeficiente de retorno = 0,8


K3 = coeficiente de vazão mínima = 0,5

Adotando-se esses valores, e utilizando as equações e parâmetros


anteriormente mencionados, foram obtidas as contribuições máxima diária, máxima
horária, média diária e mínima diária, apresentadas na Tabela 16.

TABELA 16 Contribuições de esgoto para a área urbana de São José da Tapera.


Cobertura Qméd Qmáx.dia Qmáx.hor Qmín
Ano População
(%) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s)
2011 11.778 0,0% - - - -
2012 12.040 0,0% - - - -
2013 12.302 0,0% - - - -
2014 12.564 1,2% 0,17 0,20 0,30 0,08
2015 12.826 1,2% 0,17 0,21 0,31 0,09
2016 13.088 2,9% 0,42 0,50 0,75 0,21
2017 13.350 4,5% 0,67 0,81 1,21 0,34
2018 13.612 6,2% 0,94 1,13 1,69 0,47
2019 13.874 7,9% 1,21 1,46 2,18 0,61
2020 14.136 9,5% 1,50 1,80 2,70 0,75
2021 14.398 10,0% 1,60 1,92 2,88 0,80
2022 14.660 13,0% 2,12 2,54 3,81 1,06
2023 14.922 16,0% 2,65 3,18 4,78 1,33
2024 15.184 19,0% 3,21 3,85 5,77 1,60
2025 15.446 22,0% 3,78 4,53 6,80 1,89
2026 15.708 25,0% 4,36 5,24 7,85 2,18
2027 15.970 28,0% 4,97 5,96 8,94 2,48
2028 16.232 31,0% 5,59 6,71 10,06 2,80
2029 16.494 34,0% 6,23 7,48 11,22 3,12
2030 16.756 37,0% 6,89 8,27 12,40 3,44
2031 17.018 40,0% 7,56 9,08 13,61 3,78
2032 17.280 41,1% 7,89 9,47 14,21 3,95
2033 17.542 42,2% 8,23 9,88 14,81 4,11
2034 17.804 43,3% 8,57 10,29 15,43 4,29
2035 18.066 44,4% 8,92 10,71 16,06 4,46
2036 18.328 45,6% 9,28 11,13 16,70 4,64
2037 18.590 46,7% 9,64 11,57 17,35 4,82
2038 18.852 47,8% 10,01 12,01 18,01 5,00
2039 19.114 48,9% 10,38 12,46 18,69 5,19
2040 19.376 50,0% 10,76 12,92 19,38 5,38

40
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Pela Tabela 16 verifica-se que as vazões de contribuição de esgoto de final


de plano (2040), com 50% de atendimento da população urbana pelo sistema
coletivo público, são:

Qmáxhor = 19,38 L/s


Qmáxdia = 12,92 L/s
Qméd. = 10,76 L/s
Qmin. = 5,38 L/s

5.2.2 Metas de curto, médio e longo prazo.


As metas para atendimento aos objetivos propostos para o sistema de
esgotamento sanitário de São José da Tapera foram assim classificadas:
Curto prazo: Emergenciais para elaboração de projeto e início da execução do
sistema coletivo de esgotamento sanitário, com implantação prevista para os
próximos 10 (dez) anos.
Médio prazo: Necessários a expansão do sistema para atender a população
que cresce ao longo do período de alcance do Plano, com implantação prevista entre
11 (onze) e 20 (anos).
Longo prazo: Imprescindíveis para atingir os objetivos propostos para
atendimento da população de final de Plano, com implantação prevista após 21
(vinte e um) anos.

A Figura 12 ilustra a população atendida (% de cobertura) e a vazão média de


contribuição do sistema coletivo, a serem atingidos ao longo do Plano Diretor de
esgotamento sanitário.

curto prazo
médio prazo longo prazo

FIGURA 12 Contribuição média e % de cobertura do sist. de esg. sanitário.

Legenda: % de cobertura; vazão média


41
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Curto prazo

As metas de curto prazo visam projetar e dar início a execução do sistema


coletivo de esgotamento sanitário para atender a população prevista para até o ano
de 2021, com cobertura de 10 % e vazão média de 1,60 L/s. Os demais habitantes
serão atendidos por meio de soluções individuais do tipo fossas sépticas e
sumidouros.

Médio Prazo

As metas de médio prazo visam ampliar o para o sistema coletivo de


esgotamento sanitário para atender a população prevista até o ano de 2031 com
cobertura de 40% e vazão média de 7,56 L/s. Os demais habitantes serão atendidos
por meio de soluções individuais do tipo fossas sépticas e sumidouros.

Longo Prazo

As metas de longo prazo visam ampliar o para o sistema coletivo de


esgotamento sanitário para atender a população prevista até o ano de 2040, com
cobertura de 50% e vazão média de 10,76 L/s. Os demais habitantes serão
atendidos por meio de soluções individuais do tipo fossas sépticas e sumidouros.

42
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

6 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES


Para atingir as metas estabelecidas no item 5, foram propostos investimentos
de curto, médio e longo prazo, visando à implantação e/ou adequação dos sistemas
existentes. Os investimentos de curto prazo são aqueles que já possuem projetos e
encontra-se em fase de tramitação para viabilização dos recursos financeiros, ou por
parte do Governo do Estado de Alagoas ou do Governo Federal via FUNASA. Os de
médio prazo são aqueles para os quais existem projetos, mas ainda não possuem
fonte de recursos. E os de longo prazo são aqueles para os quais não existem
projetos nem fontes de recurso.

6.1 INVESTIMENTOS EM ABASTECIMENTO DE ÁGUA


No que diz respeito ao abastecimento de água existem os programas, projetos
e ações foram assim classificados:

Curto prazo: Ações ou projetos já elaborados e/ou em fase de


aprovação/implantação, de caráter emergencial para atender a população atual e as
metas de curto prazo, com implantação prevista para os próximos 5 (cinco) anos.
Médio prazo: Ações ou projetos que serão necessários a expansão do
sistema para atender a população prevista nas metas de médio prazo, com
implantação programada entre 6 (seis) e 20 (anos).
Longo prazo: Ações ou projetos para atingir as metas de longo prazo, com
implantação prevista após 21 (vinte e um) anos.

6.1.1 Investimentos de curto, médio e longo prazo


Curto prazo
Os Programas, projetos e ações previstos para implantação de curto prazo são:

Atuar na melhoria das unidades operacionais da Unidade de Negócios da


Bacia Leiteira – UNBL (E.E.’s, redes, adutoras e reservatórios). Obra com valor
estimado de R$ 850.000,00 (oitocentos e cinqüenta mil reais).

Implantar uma nova estação de tratamento de água para atender a toda


região abastecida pelo Sistema Coletivo da Bacia Leiteira. Obra com valor
estimado de R$ 3.00.000,00 (três milhões de reais).

Implementar Programa de prevenção, controle e redução de perdas.


43
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Implementar rede e ligações domiciliares no valor de R$ 177.937,94.

Implantar Programa de educação sanitária e ambiental, visando o uso racional


da água, tanto para a população urbana quanto rural.

Atuar em campanhas de uso responsável e de técnicas alternativas de


tratamento caseiro e cuidados com a água para a população rural difusa, visto
que essa comunidade que não tem acesso a água do sistema publico de
abastecimento, para evitar problemas causados por doenças de veiculação
hídrica.

Médio prazo
Os Programas, projetos e ações previstos para implantação de médio prazo são:
Elaborar Projeto e executar obra de ampliação de rede, de volume de reserva
e do número de ligações domiciliares, previstos no projeto de curto prazo no valor
de R$ 672.441,28.

Consolidar Programa de prevenção, controle e redução de perdas.

Consolidar o Programa de educação sanitária e ambiental.

Implantar Programa de Proteção de mananciais priorizando o manancial


utilizado para abastecimento.

Longo prazo
Os Programas, projetos e ações previstos para implantação de longo prazo são:
Elaborar Projeto para revisão e ampliação do sistema de abastecimento de
água, contemplando a ampliação da estação de tratamento de água (ETA),
ampliação da rede de distribuição, do volume de reserva e das ligações
domiciliares no valor de R$ 3.480.021,36.

Atuar na implantação do Projeto de revisão e ampliação do sistema de


abastecimento de água de São José da Tapera.

Consolidar o Programa de proteção de Mananciais.

6.1.2 Previsão orçamentária de curto, médio e longo prazo


A estimativa orçamentária previsão para os investimentos de curto, médio e
longo prazos estão apresentados na Tabela 17.

44
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

TABELA 17 Previsão orçamentária do sistema de abastecimento de água.


Curto prazo
FONTE DE
DISCRIMINAÇÃO VALOR
RECURSO
Obra de melhoria das unidades operacionais da
Unidade de Negócios da Bacia Leiteira (E.E.’s, R$ 850.000,00 A definir
redes, adutoras e reservatórios).
Obra de implantação de uma nova estação de
tratamento de água para atender a toda região R$ 3.000.000,00 A definir
abastecida pelo Sistema Coletivo da Bacia Leiteira
R$ 177.937,94
Implantação de rede e ligações domiciliares A definir

Programa de prevenção, controle e redução de


R$ 10.000,00 CASAL
perdas
Programa de educação sanitária R$ 10.000,00 A definir
Campanhas de Técnicas alternativas R$ 10.000,00 A definir
TOTAL R$ 4.057.937,94
Médio prazo
FONTE DE
DISCRIMINAÇÃO VALOR
RECURSO
Elaborar Projeto e executar obra de ampliação de
rede, de volume de reserva e do número de R$ 672.441,28
A definir
ligações domiciliares, previstos no projeto de curto
prazo.
Programa de prevenção, controle e redução de
R$ 30.000,00 CASAL
perdas
Programa de educação sanitária R$ 30.000,00 A definir
Campanhas de Técnicas alternativas R$ 30.000,00 A definir
Programa de proteção de mananciais R$ 180.000,00 A definir
TOTAL R$ 942.441,28
Longo prazo
FONTE DE
DISCRIMINAÇÃO VALOR
RECURSO

Projeto e obra de ampliação do sistema de R$ 3.480.021,36


A definir
abastecimento de água de São José da Tapera.

Programa de prevenção, controle e redução de


R$ 20.000,00 CASAL
perdas
Programa de educação sanitária R$ 20.000,00 A definir
Campanhas de Técnicas alternativas R$ 20.000,00 A definir
Programa de proteção de mananciais R$ 120.000,00 A definir
TOTAL R$ 3.660.021,36

45
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

6.2 INVESTIMENTOS EM ESGOTAMENTO SANITÁRIO


No que diz respeito ao esgotamento sanitário os programas, projetos e ações
foram assim classificados:

Curto prazo: Ações ou projetos de caráter emergencial para atender a


população atual e as metas de curto prazo, com implantação prevista para os
próximos 10 (dez) anos.
Médio prazo: Ações ou projetos que serão necessários a expansão do
sistema para atender a população prevista nas metas de médio prazo, com
implantação programada no período entre 11 (onze) e 20 (anos).
Longo prazo: Ações ou projetos para atingir as metas de longo prazo, com
implantação prevista após 21 (vinte e um) anos.

6.2.1 Investimentos de curto, médio e longo prazo


Curto prazo
Os Programas, projetos e ações previstos para implantação de curto prazo são:
Projetar e iniciar as obras do sistema de esgotamento sanitário.

Implantar programa de educação sanitária e ambiental, visando à importância


da disposição adequada dos efluentes sanitários.

Atuar em campanhas de disposição adequada e de técnicas alternativas de


tratamento caseiro de esgoto, incluindo o reúso da água e seus cuidados,
voltados a população rural difusa, visto que essa comunidade que não tem
acesso ao sistema público de esgotamento sanitário, para evitar problemas
causados por doenças de veiculação hídrica.

Médio prazo
Os Programas, projetos e ações previstos para implantação de médio prazo são:
Atuar na implantação da rede coletora de esgotos e do número de ligações
domiciliares.

Consolidar o Programa de educação sanitária e ambiental.

Implantar Programa de Proteção de mananciais priorizando o manancial que


recebe os esgotos tratados.

Longo prazo
Os Programas, projetos e ações previstos para implantação de médio prazo são:

46
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Elaborar Projeto para revisão e ampliação do sistema de esgotamento sanitário,


contemplando a ampliação da estação de tratamento de esgoto (ETE), ampliação
da rede coletora e das ligações domiciliares.

Consolidar programa de proteção de mananciais.

6.2.2 Previsão orçamentária de curto, médio e longo prazo


A estimativa orçamentária prevista para os investimentos de curto, médio e
longo prazos estão apresentados na Tabela 18.

TABELA 18 Previsão orçamentária do sistema de esgotamento sanitário.


Curto prazo
DISCRIMINAÇÃO VALOR FONTE DE RECURSO
Projeto e obra de esgotamento sanitário
R$ 5.400.000,00 A definir
de São José da Tapera.
Programa de educação sanitária R$ 20.000,00 A definir
Campanhas de Técnicas alternativas R$ 20.000,00 A definir
TOTAL R$ 5.440.000,00
Médio prazo
DISCRIMINAÇÃO VALOR FONTE DE RECURSO
Obra de implantação de rede coletora e
R$ 1.100.000,00 A definir
ligações domiciliares.
Programa de educação sanitária R$ 20.000,00 A definir
Campanhas de Técnicas alternativas R$ 20.000,00 A definir
Programa de proteção de mananciais R$ 120.000,00 A definir
TOTAL R$ 1.260.000,00
Longo prazo
DISCRIMINAÇÃO VALOR FONTE DE RECURSO
Projeto e obra de ampliação do sistema de
esgotamento sanitário de São José da R$ 1.500.000,00 A definir
Tapera.
Programa de educação sanitária R$ 20.000,00 A definir
Campanhas de Técnicas alternativas R$ 20.000,00 A definir
Programa de proteção de mananciais R$ 120.000,00 A definir
TOTAL R$ 1.660.000,00

47
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

7 MECANISMOS DE AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA


Uso de indicadores para avaliação dos serviços de abastecimento de água de
esgotamento sanitário é um importante instrumento de gestão. Desta forma, a
avaliação sistemática dos sistemas em operação assim como também dos
programas, projetos e ações propostos, devem ser consubstanciadas por meio de
elaboração de relatórios periódicos, estruturando-se e implantando-se os indicadores
utilizados pelo Sistema Nacional de Informações de Saneamento – SNIS,
apresentados nos itens 7.1 e 7.2.

7.1 INDICADORES DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA


Para o sistema de abastecimento de água os indicadores são:

Qualidade da água

Estes indicadores têm como objetivo avaliar a qualidade físico-química e


bacteriológica da água distribuída para verificar o atendimento aos padrões de
potabilidade da Portaria 518/2004 do MS. Os parâmetros avaliados serão: turbidez,
cloro residual e coliformes totais. Os indicadores mostrarão como a freqüência e o
resultado das analises desses parâmetros atendem aos padrões de potabilidade, e
serão expressos pelas seguintes equações:

Incidência das análises de cloro residual fora do padrão, %

IN075 = 100 x no de analises de cloro residual fora do padrão


no de análises de cloro residual realizadas

Incidência das análises de turbidez fora do padrão, %

IN076 = 100 x no de analises de turbidez fora do padrão


no de análises de turbidez realizadas

Incidência das análises de coliformes fora do padrão, %

IN084 = 100 x no de analises de coliformes totais fora do padrão


no de análises de coliformes totais realizadas

Índice de conformidade da quantidade de amostras de cloro residual, %

IN079 = 100 x no de analises de cloro residual realizadas


no mínimo de análises obrigatórias para cloro residual

48
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Índice de conformidade da quantidade de amostras de turbidez, %

IN080 = 100 x no de analises de turbidez realizadas


no mínimo de análises obrigatórias para turbidez

Índice de conformidade da quantidade de amostras de coliformes, %

IN085 = 100 x no de analises de coliformes totais realizadas


no mínimo de análises obrigatórias para coliformes totais

Perdas no sistema

Estes indicadores têm como objetivo avaliar o índice de perdas físicas e financeiras
no sistema, e serão expressas pelas seguintes equações:

Índice de perdas no faturamento, %

IN013 = 100 x volume de água disponibilizado - Volume de água faturada


Volume de água disponibilizada

Índice de perdas na distribuição, %

IN049 = 100 x volume de água disponibilizado – Volume de água utilizada


Volume de água disponibilizada

Índice de perdas por ligação, L/dia.lig

IN051 = volume de água disponibilizado – volume de água consumido


No de ligações ativas

Atendimento dos serviços

Estes indicadores têm como objetivo avaliar as paralisações dos serviços de água e
a duração dos serviços atendidos, e serão expressas pelas seguintes equações:

Índice de atendimento urbano de água, %

IN023 = 100 x População urbana atendida com abastecimento de água


População urbana do município

Economias atingidas por paralisações, economias/paralisação

IN071 = Quantidade de economias ativas atingidas por paralisações

49
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Quantidade de paralisações

Duração média das paralisações, economias/paralisação

IN071 = Duração das paralisações


Quantidade de paralisações

Duração média dos serviços executados, horas/serviço

IN083 = Tempo de execução dos serviços


Quantidade de serviços

7.2 INDICADORES DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO


Para o sistema de esgotamento sanitário os indicadores são:

Atendimento dos serviços

Estes indicadores têm como objetivo avaliar o atendimento dos serviços de água e a
duração do atendimento as solicitações dos serviços, e serão expressas pelas
seguintes equações:

Índice de atendimento urbano de esgoto, %

IN047 = 100 x População urbana atendida com esgotamento sanitário


População urbana do município

Duração média dos serviços de extravasamentos de esgoto, horas/extravasamento

IN077 = Duração dos extravasamentos registrados


Quantidade de extravasamento registrados

Duração média dos serviços executados, horas/serviço

IN083 = Tempo de execução dos serviços


Quantidade de serviços

50
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

8 AÇÕES DE EMERGÊNCIA / CONTINGÊNCIA


As obras e os serviços de engenharia em geral, e os de saneamento em
particular, são planejados respeitando-se determinados níveis de segurança
resultados de experiências anteriores expressos na legislação ou em normas
técnicas. As ações de caráter preventivo, em sua maioria, buscam conferir grau
adequado de segurança aos processos e instalações operacionais evitando
descontinuidades. Mas, como em qualquer atividade, sempre existe a possibilidade
de ocorrência de situações imprevistas.

O estabelecimento de níveis de segurança e, conseqüentemente, de riscos


aceitáveis é essencial para a viabilidade econômica dos serviços, pois quanto maior
os níveis de segurança maiores são os custos de implantação e operação.

A adoção sistemática de altíssimos níveis de segurança para todo e qualquer


tipo de obra ou serviço acarretaria um enorme esforço da sociedade para a
implantação e operação da infra-estrutura necessária à sua sobrevivência e conforto,
atrasando seus benefícios. Por outro lado o atraso desses benefícios, também
significa prejuízos à sociedade. Trata-se, portanto, de encontrar um ponto de
equilíbrio entre níveis de segurança e custos aceitáveis.

No caso dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário


estão identificados nas Tabelas 19 e 20 os principais tipos de ocorrências, as
possíveis origens e as ações a serem desencadeadas.

TABELA 19 Ocorrências e ações de contingência do sistema de abast. de água.


Ocorrência Origem Plano de Contingências
Falta d´água Inundação das captações de água com Verificação e adequação de plano
generalizada danificação de equipamentos de ação às características da
eletromecânicos / estruturas ocorrência
Deslizamento de encostas / Comunicação à população /
movimentação do solo / solapamento de instituições / autoridades / Defesa
apoios de estruturas com Civil
arrebentamento da adução de água Comunicação à Polícia
bruta Deslocamento de frota grande de
Interrupção prolongada no fornecimento caminhões tanque
de energia elétrica nas instalações de Controle da água disponível em
produção de água reservatórios
Vazamento de cloro nas instalações de Reparo das inst. danificadas
tratamento de água Implementação do PAE Cloro
Qualidade inadequada da água dos Implementação de rodízio de
mananciais abastecimento
Ações de vandalismo

51
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Ocorrência Origem Plano de Contingências


Falta d´água Deficiências de água nos mananciais em Verificação e adequação de plano
parcial ou períodos de estiagem de ação às características da
localizada Interrupção temporária no fornecimento ocorrência
de energia elétrica nas instalações de Comunicação à população /
produção de água instituições / autoridades
Interrupção no fornecimento de energia Comunicação à Polícia
elétrica em setores de distribuição Deslocamento de frota de
Danificação de equipamentos de caminhões tanque
estações elevatórias de água tratada Reparo das inst. danificadas
Danificação de estruturas de Transferência de água entre
reservatórios e elevatórias de água setores de abastecimento
tratada
Rompimento de redes e linhas adutoras
de água tratada
Ações de vandalismo

TABELA 20 Ocorrências e ações de contingência do sistema de Esgot. Sanitário.


Ocorrência Origem Plano de Contingências
1. Paralisação da Interrupção no fornecimento de energia Comunicação à
estação de elétrica nas instalações de tratamento concessionária de energia
tratamento de Danificação de equipamentos elétrica
esgotos eletromecânicos / estruturas Comunicação aos órgãos de
Ações de vandalismo controle ambiental
Comunicação à Polícia
Instalação de equipamentos
reserva
Reparo das inst. danificadas
2. Interrupção no fornecimento de energia Comunicação à
Extravasamentos elétrica nas instalações de bombeamento concessionária de energia
de esgotos em Danificação de equipamentos elétrica
estações eletromecânicos / estruturas Comunicação aos órgãos de
elevatórias Ações de vandalismo controle ambiental
Comunicação à Polícia
Instalação de equipamentos
reserva
Reparo das inst. danificadas
3. Rompimento de Desmoronamentos de taludes / paredes Comunicação aos órgãos de
coletores, linhas de canais controle ambiental
de recalque, Erosões de fundos de vale Reparo das instalações
interceptores e Rompimento de travessias danificadas
emissários
4. Ocorrência de Lançamento indevido de águas pluviais Comunicação à vigilância
retorno de em redes coletoras de esgoto sanitária
esgotos em Obstruções em coletores de esgoto Execução de limpeza
imóveis Reparo das inst. danificadas

Segundo dados da CASAL a mesma disponibilizará, seja na própria cidade ou


através do apoio de suas diversas unidades no Estado, os instrumentos necessários
para o atendimento dessas situações de contingência. Para novos tipos de
ocorrências que porventura venham a surgir a CASAL promoverá a elaboração de
novos planos de atuação.
52
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

9 MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO DO PLANO


O operador dos serviços de saneamento deverá elaborar relatórios gerenciais
contendo:

Como mecanismo de acompanhamento do Plano, o operador dos serviços de


abastecimento de água e esgotamento sanitário deve monitorar os sistemas e
elaborar relatórios gerenciais contendo as seguintes informações:

A evolução dos atendimentos em abastecimento de água, coleta de esgotos e


tratamento de esgotos, comparando o indicador com as metas do plano;

Plantas ou mapas indicando as áreas atendidas pelos serviços;

Avaliação da qualidade da água distribuída para a população, em conformidade


com a Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde;

Informações de evolução das instalações existentes no município, como por


exemplos, quantidade de rede de água e de esgotos, quantidade de ligações de
água e esgotos, quantidade poços, estações de tratamento de água,
reservatórios e suas capacidade, estações de tratamento, estações elevatórias de
esgotos, etc;

Balanço patrimonial dos ativos afetados na prestação dos serviços;

Informações operacionais indicando as ações realizadas no município, como por


exemplos, quantidade de analises de laboratório realizadas, remanejamentos
realizados nas redes e ligações de água e esgotos, troca de hidrômetros, cortes
da água, consertos de vazamento, desobstrução de rede e ramais de esgotos,
reposição asfáltica, etc.

Dados relativos ao atendimento ao cliente, identificando o tipo de solicitação,


separando a forma de atendimento (Call Center, Balcão de atendimento e outros);

Informações contendo Receitas, Despesas e Investimentos realizados por ano.

53
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

10 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E REFERENCIADA


Ministério de Minas e Energia. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação
Mineral - Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
– Diagnóstico do Município de São José da Tapera – Estado de Alagoas.
Recife. Ago/2005.

CASAL - Companhia de Saneamento de Alagoas. Relatórios Técnicos e


operacionais, 2010.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censos demográficos. 2010.

IBGE, Produção Agrícola Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Assistência Médica Sanitária


2005; Malha municipal digital do Brasil: situação em 2005. Rio de Janeiro:
IBGE, 2006.

IBGE - Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas


Educacionais - INEP - Censo Educacional 2008.

Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -


INEP - Censo da Educação Superior 2007.

SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Diagnóstico dos


Serviços de Água e Esgoto. Anexo B – Relação de Indicadores. Ministério das
Cidades. Brasília. 2007.

Enciclopédia Municípios de Alagoas – Instituto Arnon de Mello. 2ª. Edição. Maceió.


2008.

Wikipédia – A enciclopédia livre. São José da Tapera (Alagoas). Disponível em:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Sao José da Tapera_(Alagoas). Acessado em:
09/04/2010.

Google Maps Brasil. São José da Tapera – AL. Disponível em:


http://maps.google.com.br. Acessado em 09/04/2010.

Azevedo Netto, Miguel Fernadez Fernandez, Roberto Araujo, Acácio Eiji Ito . Manual
de Hidráulica - 8ª Edição - isbn. 8521202776. Editora : Edgar BLUCHER. 1998.

BRASIL. Portaria nº 518, de 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e


responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências.
Disponível em: http://www. ms.gov.br

ALAGOINHAS – Plano Municipal de Saneamento Ambiental de Alagoinhas.


Prefeitura Municipal de Alagoinhas (PMA) e Universidade Federal da Bahia
(UFBA). 2004
54
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

PATOS DE MINAS - Plano Municipal de Saneamento. Prefeitura Municipal de Patos


de Minas/MG. Disponível em: http://patosdeminas.mg.gov.br. acessado em
09/03/2009.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - Plano Municipal de Saneamento Básico. Prefeitura


Municipal de São José dos Campos/SP. Disponível em
http://sjc.sp.gov.br/saj/dowload. acessado em 09/03/2009.

BRASIL. LEI 11.445/2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento


básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de
maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de
1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.

ALAGOAS. LEI Nº 7.081 2009. Institui a política estadual de saneamento básico,


disciplina o consórcio público e o convênio de cooperação entre entes
federados para autorizar a gestão associada de serviços públicos de
saneamento básico, e dá outras providências.

BRASIL. Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a


classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento
de efluentes, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459

55
PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

11 AGRADECIMENTOS

A Prefeitura Municipal de São José da Tapera agradece ao corpo técnico da


Companhia de Saneamento de Alagoas – CASAL, pelas importantes contribuições
na elaboração do Plano de Saneamento Básico de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário de São José da Tapera.

Em, de Novembro de 2011.

Prefeitura Municipal de Tapera

56

Você também pode gostar