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TRATAMENTO DE ÁGUA
Grupo:
Geraldo Bantim Guimarães
Sheila Bárbara Ferreira Silva
Ricardo Silva Coelho
Abril de 2021
Sumário
2
Lista de Figuras
3
Lista de Tabelas e Quadro
4
1. TRABALHO 1 – PLANO DE AMOSTRAGEM PARA CONTROLE E
VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DE ÁGUA
O município escolhido foi Conselheiro Pena. Sendo uma cidade localizada na região
leste de Minas Gerais com uma área delimitada de 1 483,884 km² e população de
23.240 habitantes (IBGE, 2017). A agropecuária é a principal atividade econômica da
cidade. Os principais produtos alimentícios produzidos são café, arroz, feijão e milho.
Entretanto é a pecuária de corte e leiteira que se destaca na cidade, com quase 77 mil
cabeças de gado (ACCPENA, 2021). Além da sede, Conselheiro Pena possui 5 distritos:
Barra do Cuieté, Cuieté Velho, Penha do Norte, Ferruginha e Bueno. A figura 1
apresenta a demarcação dos limites do município.
5
A sede principal de Conselheiro Pena possui seu abastecimento administrado pela
prefeitura da cidade através do Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), uma
autarquia municipal, e com apoio técnico da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
A proposta deste trabalho é elaborar um plano de amostragem para controle e para a
vigilância da qualidade da água de Conselheiro Pena através de um Plano de Segurança.
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coletas dentro da Estação de Tratamento de Água e na rede de distribuição do município
bem como as justificativas para as escolhas.
Quadro 1: Pontos de coletas de amostras na estação de tratamento de água e a justificativa para as escolhas realizadas.
7
diretamente na tubulação de descarga da ETA sem passar por tratamento. No ano de
2015, devido ao rompimento da barragem de Mariana, todas as ETA que capitavam
água no Rio Doce ficaram sem operação. Além dos problemas dos possíveis
contaminantes presentes na água, as ETAs não suportaram a água bruta com valores tão
altos de turbidez usando o agente coagulante sulfato de alumínio, mais frequentemente
usado (Globo, 2015).
O próximo ponto de coleta dentro da ETA é na saída do decantadores antes de
entrar nos filtros rápidos. Este ponto permite identificar o desempenho das operações de
coagulação, floculação e decantação. Valores muito alto de turbidez na saída do
decantador tem como consequência uma rápida saturação dos filtros rápidos, tornando-
os ineficientes para remoção. A saturação rápida dos filtros obriga um maior número de
retrolavagens dos mesmos. Esse ponto de amostragem irá permitir uma melhor
avaliação para correção de possíveis faltas de conformidades. Para isso, é preciso que os
operadores sempre realizem Jartestes, visando encontrar melhor condições de operação.
A coleta após o filtro rápido é importante para avaliar a eficiência e desempenho de
remoção dos filtros. A exigência da portaria de consolidação do Ministério da Saúde n°
5, Anexo XX é que o valor do padrão de turbidez pós-filtração em filtro rápido não
ultrapasse 0,5 NTU.
A coleta na saída da ETA é realizada para verificar o desempenho global de todas
as operações e etapas empregadas na estação, além de verificar que a água está dentro
das conformidades exigidas pela legislação. Comparar este ponto com o ponto de coleta
da água bruta permite avaliar a eficiência de tratabilidade da água pela estação.
As coletas nas saídas dos tanques de abastecimento são feitas para verificar as
condições de condicionamento da água dentro destes reservatórios. Resultados em não
conformidade com a legislação implicam na necessidade de vistoria e limpeza destes
tanques.
A amostragem para análise da qualidade da água também é realizada na rede de
distribuição de água da cidade. A figura 2 mostra a imagem da cidade de Conselheiro
Pena. Nessa imagem foi possível identificar os pontos de coleta para amostra na rede de
distribuição. Desde de 2013, após recorrentes problemas para capitação de água do Rio
Doce, foi realizado o projeto de construção da adutora do Córrego João Pinto, na
Cachoeira dos Andrades, com aproximadamente 14 quilômetros tubulação, ligando-a a
Estação de Tratamento de Água de Conselheiro Pena. Uma obra de 4 milhões de reais
(Globo, 2015).
8
Figura 2: Imagem da cidade de Conselheiro Pena.
Fonte: Google imagens
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O quadro 2 apresenta os pontos de coletas das amostras e os motivos para suas
escolhas.
Quadro 2: Pontos de coletas na rede de abastecimento de Conselheiro Pena e a justificativa para escolha.
10
das condições da água devido à perda
de pressão.
Para escolha dos pontos foram analisados três critérios. O primeiro critério foi a
escolha de localizações com grande fluxo de pessoas geralmente equipamentos públicos
e localidades com pessoas com maior vulnerabilidade, o que permite indicar uma
grande representatividade de consumidores que fazem uso da água. Para isso foram
escolhidos pontos em escolas da cidade, centros comerciais, penitenciária, rodoviária e
hospital. O segundo critério foi analisar os locais que identifiquem pontos iniciais,
intermediários e finais da rede de distribuição de modo a verificar a qualidade da água
em toda a rede de distribuição. Dessa forma, escolhemos pontos em bairro distribuídos
em toda a cidade. Por fim, o terceiro critério foi a escolha de locais da cidade em pontos
altos para verificar a influência da perda de carga (pressão) na qualidade da água.
Pontos redundantes foram desconsiderados, o que totalizou 50 pontos em todo o sistema
de distribuição da rede da cidade de Conselheiro Pena.
A análise da qualidade da água em pontos de distribuição da rede é necessária para
que as características da água sejam monitoradas em todos a rede. Mediante qualquer
sinal de não conformidade, é necessário realizar medidas corretivas. Os principais
parâmetros monitorados na distribuição da rede são o cloro residual, a turbidez e as
análises microbiológicas.
De acordo com o Ministério da Saúde, é obrigatório a manutenção do cloro livre
residual de no mínimo 0,2 mg.L-1 em qualquer ponto de abastecimento do sistema,
sendo também recomendado um valor máximo de 2,0 mg.L -1 de cloro residual. O cloro
é um forte oxidante, no decorrer da sua distribuição na rede de abastecimento ocorre o
seu decaimento devido a sua reação com matéria orgânica presente na água e/ou por sua
volatilidade (Silva, 2012). Sua reação com a matéria orgânica pode formar subprodutos
como os trihalometanos (THMs), prejudiciais à saúde humana. O ministério da saúde
limita o valor máximo de 2,0 mg.L-1 de cloro residual para garantir o padrão
organoléptico de potabilidade da água, limitando os trihalometanos totais em até 0,1
mg.L-1 (Brasil, 2017). Elevadas concentrações de cloro para atingir valores aceitáveis no
final de rede pode desagradar os consumidores devido a problemas de gosto e odor,
então é recomendado que se administre o cloro de forma a utilizá-lo em quantidade
mínimas, capazes de garantir a desinfecção e cumprir o mínimo residual ao logo de toda
a rede de abastecimento, em especial nos pontos de finais de redes e de maior elevação.
11
Em caso de insuficiência de cloro residual livre no final das redes, dever-se-á ajustar a
cloração na ETA e/ou proceder com nova adição em pontos estratégicos da própria rede.
A turbidez é provocada por partículas sólidas em suspensão, como argila e matéria
orgânica, que forma os coloides e provocam interferência na propagação da luz na água,
sendo um importante parâmetro de qualidade da água. Altos valores de turbidez na água
de abastecimento podem levar o decaimento mais rápido do cloro residual e tornar a
desinfecção menos eficaz, uma vez que essas partículas sólidas suspensas podem servir
de proteção para microrganismos patogênicos.
Uma outra análise muito importante é a análise microbiológica para verificar a
presença de microrganismos patogênicos. Testes são realizados para identificar a
presença de coliformes totais e E. Coli. Caso identificada sua presença, utiliza-se de
técnicas de contagem para quantificação dos microrganismos presente nas amostras. Em
termos de qualidade bacteriológica, a ausência de coliformes totais e E. Coli são
suficientes e indicados para demostrar a eficiência do tratamento operando na faixa de
cloro residual entre 0,2 a 0,5 mg.L -1 (OMS, 1995). Entretanto, para avaliar a qualidade
do tratamento em termos virológicos e parasitológicos, somente essas metodologias não
são suficientes, fazendo necessário outras metodologias para sua identificação. Parasitas
como cistos de Giardia e ooscitos de Crytosporidium apresentam resistência elevada à
cloração. Tanto vírus quanto esses parasitas são essencialmente removidos na fase de
filtração. Para tratamento de vírus é recomentado, de forma genérica, que a cloração
apresente um teor mínimo de 0,5 mg.L-1, tempo de contato de 30 minutos e pH < 8,0. Já
para o tratamento de cistos e ooscitos de protozoários, recomenda-se turbidez pós-
filtragem de 0,5 NTU; sendo ideal uma média < 0,2 NTU.
As tabelas 1 e 2 apresentam as frequências de amostragem na entrada e saída do
sistema de tratamento bem como na rede de abastecimento de Conselheiro Pena. Os
números de amostragens atendem aos Anexos 12 e 13 da portaria de consolidação de N°
5, Anexo XX. O plano de Amostragem foi feito para que a cidade atendesse as
condições de uma cidade com mais de 50 mil habitantes e menos de 250 mil.
Tabela 1: Número de amostras e frequência para o controle da qualidade da água de sistema de abastecimento, para
fins de análises físicas, químicas e de radioatividade, em função do ponto de amostragem para Conselheiro Pena.
Parâmetro Entrada do tratamento Saída do tratamento Sistema de distribuição
(reservatório e rede)
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N° de Frequência N° de Frequência N° de Frequência
Amostras Amostras Amostras
(duplicata) (duplicata) (duplicata)
Cor 1 A cada 2 horas 1 A cada 2 horas 38 Mensal
Turbidez 1 A cada 2 horas 1 A cada 2 horas 38 Semanal
Cloro residual - - 1 A cada 2 horas 38 Semanal
pH 1 A cada 2 horas 1 A cada 2 horas DA DA
Fluoreto - - 1 A cada 2 horas DA DA
Gosto e odor 1 Trimestral 1 Trimestral DA DA
Produtos 1 Trimestral 1 Trimestral 4(1) Trimestral
secundários da
desinfecção
Demais 1 Semestral 1 Semestral 1(4) Semestral
parâmetros (2)(3)
(1) As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de detenção da água no
sistema de distribuição; (2) A definição da periodicidade de amostragem para o quesito de radioatividade será
definida após inventário inicial, realizado semestralmente no período de 2 anos, respeitando a sazonalidade
pluviométrica. (3) Para agrotóxicos, observar o disposto no parágrafo 5º do artigo 41 da PORTARIA Nº 2.914/2011.
(4) Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e, ou, no
manancial, à exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da distribuição;
DA: Dispensa análise.
Tabela 2: Tabela de número mínimo de amostras mensais para o controle da qualidade da água de sistema de
abastecimento para fins de análise microbiológicas de Conselheiro Pena.
Parâmetro Entrada do tratamento Saída do tratamento Sistema de distribuição
(reservatório e rede)
N° de Frequência N° de Frequência N° de Frequência
Amostras Amostras Amostras
(duplicata) (duplicata) (duplicata)
Coliforme totais 1 Semestral 4 Semanais 50 Semanais
Echerichia coli 1 Semestral 4 Semanais 50 Semanais
(uni./100mL)
Protozoários (1) 1 Semestral - - - -
Cryptosporidium
spp. (Oocistos/L)
Protozoários (1) 1 Semestral - - - -
Giárdia spp.
Vírus (2) 1 Semestral - - - -
Clorofila-a (3)
1 Semestral - - - -
Cianobactérias (4)
1 Semanais - - - -
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Cianotoxinas (5) 1 Semanal 1 Semanal quando DA DA
quando nº de nº de
cianobactérias ≥ cianobactérias ≥
20.000 20.000
células/mL células/mL
(1) Deverá ser monitorado caso a captação seja em manancial superficial e tenha sido identificada média geométrica
anual igual ou superior a 1.000 Escherichia coli/100mL; (2) Recomenda-se monitorar caso a captação seja em
manancial superficial; (3) Recomenda-se monitorar caso a captação seja em manancial superficial, como indicador de
potencial aumento da densidade de cianobactérias; (4) Deverá ser monitorado em frequência mensal caso a captação
seja em manancial superficial. Se a concentração encontrada for superior a 10.000 células/mL, a frequência deve ser
alterada para semanal (5) Deve-se realizar análise em frequência semanal quando a densidade de cianobactérias
exceder 20.000 células/mL. DA: Dispensa Análise.
14
(uni./100mL)
Produtos 1 Trimestral 1 Trimestral 1 Trimestral
secundários da
desinfecção
Demais 1 Semestral 1 Semestral 1 Semestral
parâmetros
A prática atual empregada para controle de qualidade da água tem sido voltada para
atender as conformidades das informações apresentadas em monitoramentos que
indicam valores quantitativos de normas estabelecidas. Infelizmente, este tipo de
metodologia é criticado devido sua limitação por ser lenta, complexa e dispendiosa.
Tendo em vista essas deficiências, a OMS através das suas recomendações para
qualidade de água acatadas pela nova portaria legislativa propõe a aplicação de
estratégias de avaliação e gestão de riscos para o controle da qualidade da água para
consumo humano envolvendo uma abordagem preventiva de proposta de controle ao
longo de todo o sistema de abastecimento público do início ao fim da operação.
Sendo assim, foi proposto um sistema elaborado e implementado denominado Plano
de Segurança de Água (PSA). A figura 4 apresenta a proposta de funcionamento de um
Plano de Segurança da Água. O PSA busca compreender o sistema de abastecimento de
água de forma global de modo a garantir o fornecimento de água e obedecendo aos
requisitos de qualidade; monitorar toda a cadeia de abastecimento de água de modo a
assegurar a qualidade; e um plano de gestão e comunicação com objetivo de atender as
documentações de avaliação e monitoramento do sistema com descrições de operações
em condições normais ou em casos de situações excepcionais (Bensoussan et al. 2015).
15
Fonte: (Bensoussan et al. 2015)
Para avaliação do sistema foram elaboradas duas escalas de ocorrência de risco para
avaliação. A tabela 4 envolve a escala de probabilidade de ocorrência de risco e a tabela
5 envolve a severidade de ocorrência de risco. Juntando as duas tabelas, gerou-se uma
matriz de classificação de risco formado por riscos moderados, elevados e extremos
(tabela 6).
Probabilidade Severidade
de ocorrência Insignificante pequena moderada grande catastrófica
Quase certa 5 10 15 20 25
Muito provável 4 8 12 16 20
Provável 3 6 9 12 15
Pouco provável 2 4 6 8 10
Raro 1 2 3 4 5
Prioridades: verde (moderado); amarelo (elevada); vermelho (extrema).
16
De acordo com a tabela 6 de matriz de classificação de risco, valore de 1 a 5 são
moderados, de 6 a 12 são elevados e de 15 a 25 são catastróficos. Avaliando a literatura,
valores catastróficos são classificados com letalidade de mais de 10% da população,
porém nosso plano de segurança não espera este tipo de condicionante para tratar algo
como catastróficos. Dessa forma, foi proposto uma nova classificação que envolve a
nocividade para população e o tempo de desabastecimento da população. Quantificada a
avaliação de risco dentro de todo o sistema operacional, foram levantados possíveis
eventos perigosos dentro do sistema de abastecimento conforme o quadro 3.
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Quadro 3: Eventos perigosos dentro do sistema de abastecimento água.
Componentes do
Eventos perigosos
sistema
Descarte de produtos químicos (hidrocarbonetos, fertilizantes ou pesticidas)
Descargas de águas residuais (domésticas e industriais) acidentais ou não
acidentais
Manancial de captação
Matéria fecal proveniente da agropecuária
Floração de algas.
Variações sazonais climáticas (cheias e secas) e desastres naturais
Processos unitários de tratamento inadequados ou equipamento deficiente
Incapacidades no controle de processos de tratamento
Deficiências na dosagem de produtos químicos
Tratamento de água
Utilização de produto (reagentes químicos) e materiais não certificados ou
contaminados
Formação de subprodutos da desinfecção
Reservatórios e aquedutos não cobertos.
Acesso não autorizado de pessoas e animais.
Curto circuito hidráulico em reservatórios/zonas mortas
Ligações clandestinas.
Sistema de distribuição Crescimento de microrganismos em biofilmes e sedimentos.
Operações inadequadas de reparação, manutenção e limpeza de reservatórios
Residual de cloro inadequado.
Formação de subprodutos da desinfecção.
Deterioração da qualidade da água nos reservatórios
18
Figura 5: Árvore de decisão para identificação de pontos críticos de controle .
Fonte: (Vieira e Morais, 2005)
19
MANANCIAL
Árvore de
Caracterização do risco
Eventos Perigosos Perigo Decisão Medidas de controle
Probabilidade Severidade Classificação Respostas PCC
Recebimento de lixiviado
Microrgânicos Construção e monitoramento de
oriundo de domésticas
patogênicos e subst. fossas sépticas para população a
lixeiras e/ou aterros
Químicas perigosas montante do ponto de captação.
sanitários.
Microrgânicos
Lançamento ou derrame Controle das atividades humanas
patogênicos e subst.
acidental dentro dos limites da bacia
Químicas perigosas
hidrográfica.
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CAPTAÇÃO DE AGUA BRUTA
Árvore de
Caracterização do risco
Eventos Perigosos Perigo Decisão Medidas de controle
Probabilidade Severidade Classificação Respostas PCC
Microrgânicos Restringir atividades potencialmente
patogênicos e poluidoras na área de captação
através de isolamento
Eventos meteorológicos substancias
associados à ocorrência de Químicas perigosas
precipitação Estabelecer mecanismos que visam
Altos índices de
estabilizar a qualidade da água em
turvação e matéria
termos de vazão e presença de
orgânica
materiais em suspensão (ex. tanque
Microrgânicos de estabilização na adutora)
Pratica de depredação, patogênicos e
vandalismo ou sabotagem substancias Estudar e estabelecer correlações
Químicas perigosas entre os níveis de precipitação e
Microrgânicos impactos para as etapas subseqüentes
Lançamento de esgotos patogênicos e (Geração de gráficos de análise)
domésticos substancias
Químicas perigosas Promover a inspeção sanitária na
área de captação
Falhas mecânicas, elétricas
Falta de água
ou estruturais
Elaborar e programar planos de
contingência para situações de
imprudência ou imperícia humana,
Falhas mecânicas, incidentes inesperados e eventos
elétricas ou estruturais naturais
Falta de água
causadas por eventos
naturais Operar com reservatórios em níveis
alto e gerar mecanismos de alerta
para racionalização de água para
população
Fonte: Adaptado (Silva, 2013)
21
COAGULAÇÃO/ FLOCULAÇÃO/SEDIMENTAÇÃO
Árvore de
Caracterização do risco
Eventos Perigosos Perigo Decisão Medidas de controle
Probabilidade Severidade Classificação Respostas PCC
Contaminação do Operar com produtos devidamente
coagulante devido à Substâncias certificados, assim como organizar
inadequada operação de químicas perigosas um programa de garantia da
estocagem qualidade na recepção de insumos
Doseamento incorreto do utilizados.
Desempenho
coagulante (pH, tempo de
inadequado na Elaborar e cumprir um programa de
contato e espécie de
remoção de sólidos manutenção e calibração de
coagulante)
maquinas e equipamentos assim
Descontinuidade do
Presença de como promover o treinamento de
doseamento de coagulante
partículas em recursos humanos.
devido à falhas mecânicas,
suspensão
elétricas ou estruturais. Operar sistema que permita ações de
Doseamento incorreto do controle de processos de forma mais
Presença de sólidos próxima possível do tempo real.
floculante (pH, tempo de
em suspensão
mistura, agitação)
Incentivar a realização de Jartestes e
Defeito ou mau a construção de gráficos (turbidez x
Incorreta aferição volume de floculante).
funcionamento dos
da turbidez
turbidímetros
Inadequação na
Mau funcionamento
remoção de
hidráulico do decantador
turbidez
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FILTRAÇÃO
Árvore de
Caracterização do risco
Eventos Perigosos Perigo Decisão Medidas de controle
Probabilidade Severidade Classificação Respostas PCC
Controle deficitário da taxa Monitoramento da turbidez na saída
Altos índices de
de filtração (altura da dos decantadores visando verificar o
sólidos em
coluna d’água e velocidade desempenho das operações
suspensão
de filtração) anteriores.
Carreira de filtração e
lavagem incorreta dos Turbidez elevada Determinar um plano de operação
filtros dos filtros em função da qualidade a
Aumento na carga da vazão da água a ser tratada.
de microrganismos
Recirculação inadequada
patogênicos (cistos Controlar a periodicidade de lavagem
da água de lavagens dos
e oocistos) e dos filtros assim como a água
filtros
substancias utilizada para retrolavagem dos
químicas perigosas filtros.
23
24
DESINFECÇÃO
Árvore de
Caracterização do risco
Eventos Perigosos Perigo Decisão Medidas de controle
Probabilidade Severidade Classificação Respostas PCC
Fazer registros das dosagens.
Dosagem incorreta de Microrganismos
desinfetante patogênicos
Garantir a existência de um plano de
Tempo de contato água e Microrganismos manutenção de máquinas e
desinfetante não suficiente patogênicos equipamentos.
Interrupção da dosagem de
Microrganismos
desinfetante devido a falhas Garantir o controle de qualidade dos
patogênicos
diversas. agentes de desinfecção empregados.
Monitoramento da ETA e da
distribuição através de análise
microbiológicas.
Fonte: Adaptado (Silva, 2013)
25
FLUORETAÇÃO E CORREÇÃO DO pH
Árvore de
Caracterização do risco
Eventos Perigosos Perigo Decisão Medidas de controle
Probabilidade Severidade Classificação Respostas PCC
Contaminação do reagente Garantir a qualidade dos produtos
Substancias
(corretor de pH e/ou químicos utilizados assim como seu
químicas perigosas
agentes de fluoretação). armazenamento e estocagem.
Preparo e dosagem
Nível de pH fora
incorreta de produto Fazer registros dos cálculos das
padrão de operação
corretor de pH dosagens.
Preparo e dosagem
Níveis de flúor
incorreta de agentes de Promover a constante calibração e
incorretos
fluoretação. manutenção dos dosadores.
Interrupção de preparo e
Dosagem incorreta Garantir que o sistema seja capaz de
dosagem devidos a falhas
de flúor e pH responder de imediato às variações
diversas.
de qualidade da água.
Fonte: Adaptado (Silva, 2013)
26
ARMAZENAMENTO DE ÁGUA TRATADA
Árvore de
Caracterização do risco
Eventos Perigosos Perigo Decisão Medidas de controle
Probabilidade Severidade Classificação Respostas PCC
Programar ações que impeçam a
Infiltração e/ou vazamento Quantidade de água invasão de pessoas e a ação de
de água insuficiente vândalos
Microrganismos
Ações de vandalismos e patogênicos e
depredações substâncias
químicas perigosas
Fonte: Adaptado (Silva, 2013)
27
DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA TRATADA
Árvore de
Caracterização do risco
Eventos Perigosos Perigo Decisão Medidas de controle
Probabilidade Severidade Classificação Respostas PCC
Vazamento de água na rede Elaboração de protocolo para
Desabastecimento manutenção de rede
de distribuição
Microrganismos Utilizar sistemas de alerta para
patogênicos, vazamentos na rede
Rupturas na rede de
substâncias
distribuição
químicas perigosas Garantir cloro residual sobretudo em
e turvação reparos ou instalações
Prática de limpeza e
Microrganismos
desinfecção inadequadas Garantir a existência de planos de
patogênicos
durante reparo na rede manutenção e calibração de
Degradação da qualidade Microrganismos equipamentos
da água no reservatório patogênicos
Microrganismos
Variações de pressão patogênicos e
turvação
Microrganismos
patogênicos e
Contaminação cruzada
substâncias
químicas perigosas
Substancias
Degradação da tubulação
químicas perigosas
Fonte: Adaptado (Silva, 2013)
28
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
GLOBO. Córregos que abastecem cidade de Minas secam e viram 'trilhas de terra'.
Disponível em: < http://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/2015/02/corregos-que-
abastecem-cidade-de-minas-secam-e-viram-trilhas-de-terra.html> Acesso em:
02/04/2021.
29
SABESP. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. Disponível em:<
http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=47>. Acesso em:
02/04/2021.
SILVA, Plínio Carlos da. Avaliação dos sistemas de vigilância e controle de qualidade
da água nos termos da portaria MS nº 2914/2011, com vistas à implantação do Plano de
Segurança da Água. Rio de Janeiro, 2013. Dissertação (mestrado) – Programa de
Engenharia Ambiental, Escola Politécnica e Escola de Química, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013
30
2. TRABALHO 2 – ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA
Este trabalho teve como objetivo determinar o Índice de Qualidade de Água (IQA) e
Índice de Qualidade de Água Bruta (IQAB) no Rio Doce a montante da antiga captação
de água da Estação de Tratamento de Água de Conselheiro Pena.
31
2.2.2 Turbidez
Segundo Macêdo (2004), todas as impurezas da água, com exceção dos gases
dissolvidos, contribuem para a carga de sólidos presentes nos recursos hídricos.
32
2.2.6 Nitrogênio total
2.2.8 Temperatura
33
dos parâmetros bacteriológicos, e são um importante indicador de contaminação fecal
para a qualidade das águas.
As amostras de água foram coletadas na região do baixo Rio Doce nas proximidades
da cidade de Conselheiro Pena antes do ponto de captação de água da Estação de
Tratamento de Água da cidade até 2013. As amostras foram coletadas nos meses de
janeiro, abril, julho e outubro de 2011.
Figura 6: Local do ponto de coleta da água do Rio Doce a montante do antigo ponto de capitação de água da ETA de
Conselheiro Pena.
Fonte: (Google maps)
34
2.4 Cálculo Índice de Qualidade da Água (IQA) e do (IQAB)
n
IQA ou IQAB=∏ qiw i
i =1 Eq. 1
em que,
IQA: Índice de Qualidade das Águas, um número entre 0 e 100;
qi: qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100, obtido da respectiva
“curva média de variação de qualidade”, em função de sua concentração ou medida.
wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em
função da sua importância para a conformação global de qualidade.
Sendo que:
n
IQA ou IQAB=∑ wi=1
i=1 Eq. 2
em que,
n: número de variáveis que entram no cálculo do IQA.
Foram estabelecidas curvas de variação da qualidade das águas de acordo com o
estado ou a condição de cada parâmetro. Estas curvas de variação, sintetizadas em um
conjunto de curvas médias para cada parâmetro, bem como seu peso relativo
correspondente. Os pesos (qi) utilizados no cálculo do IQA são estabelecidos pela
CETESB (2008) e são mostrados na Figura 7.
35
Figura 7: Curvas Médias de Variação de Qualidade das Águas.
E os respectivos pesos (w), que foram fixados em função da sua importância para a
conformação global da qualidade da água (tabela).
36
Tendo-se os valores das concentrações, selecionou-se a equação representativa das
curvas de qualidade do NSF mais adequada dentro da faixa de valores para cada
parâmetro (IGAM, 2004) e calculou-se as respectivas notas individuais qi (q1 a q9). A
partir dos cálculos efetuados, determinou-se a qualidade das águas por meio do índice
de qualidade da água, variando em uma escala de 0 a 100.
Na tabela a seguir são apresentadas as classificações do IQA variando desde ótima
até péssima.
Tabela 9: IQA calculado para mês de janeiro de 2011 a montante da captação de água da ETA da cidade Rio Doce.
37
Tabela 10: IQA calculado para mês de abril de 2011 a montante da captação de água da ETA da cidade Rio Doce.
Tabela 11: IQA calculado para mês de julho de 2011 a montante da captação de água da ETA da cidade Rio Doce.
Tabela 12: IQA calculado para mês de outubro de 2011 a montante da captação de água da ETA da cidade Rio Doce.
38
Os resultados do IQA indicaram que a água no ponto analisado apresenta uma
classificação como boa. Dois parâmetros devem ser analisados com mais detalhes:
Coliformes Termotolerantes e turbidez. Estes parâmetros foram os que tiveram menores
notas, entretanto, os valores de coliformes termotolerantes apresentam valores muito
ruins, com resultados 90 vezes maiores que o limite máximo para classe que se encontra
o Rio Doce, Classe II. Estes resultados indicam uma alta contaminação possivelmente
de esgotos sanitários e fezes de animais. Para contornar estes resultados serão
necessárias medidas de controle sanitário ao longo de todo o percurso da bacia na
região. Vale lembrar que a população de gado somente da cidade de Conselheiro Pene é
3 vezes maior que a de pessoas, ou seja, é necessário dar uma importância para o
controle sanitário das fezes desses animais para evitar que alcancem as águas que
abastecem o rio.
Um outro parâmetro que apresentou valores baixos foi a turbidez. Este parâmetro é
de extrema importância para o abastecimento de água, uma vez que valores muitos altos
exigem maior consumo de coagulantes e atuação de controle para retomada de operação
em condições ideais. Os valores de turbidez encontrados então dentro dos limites
máximos na classificação do rio, entretanto é comum que os valores de turbidez
ultrapassem esses valores em períodos de chuva na região devido ao revolvimento de
materiais sedimentados no fundo e ao carreamento de sólidos para o rio. Em 2015
houve o derramamento de rejeito de barragem de mineração da empresa Samarco no
Rio Doce. Durante algum período foram encontrados valores de turbidez altos e que
impediam o funcionamento das ETAs de toda a região afetada.
Os resultados dos IQAB encontrados nas amostras coletadas no Rio Doce estão
apresentados a seguir nas tabelas 13 a 16. Os resultados do IQAB indicaram uma
classificação diferente dada pelo IQA, sendo a água neste ponto classificada como
razoável. Apesar do peso para presença de coliformes termotolerantes (E. Coli) ter
reduzido para o IQAB, os novos parâmetros analisados como Fe, Mn e algas
contribuíram para redução da qualidade da água. A presença de algas, Mn e Fe geram
problemas na operação da estação de tratamento de água e por isso foram adicionados
no IQAB. A turbidez permaneceu nessa análise, porém com um peso maior, o que
também fez com que os resultados finais reduzissem. A presença de grande quantidade
39
algas pode ser indicativo da presença de nitrogênio e de toxinas produzidas por estes
organismos. A presença de Mn e Fe em valores muitos altos pode provocar gostos
indesejáveis, mancha em roupas e desenvolver cor e turbidez na água.
Tabela 13: IQAB calculado para mês de janeiro de 2011 a montante da captação de água da ETA da cidade Rio Doce.
Tabela 14: IQAB calculado para mês de abril de 2011 a montante da captação de água da ETA da cidade Rio Doce.
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Tabela 15: IQAB calculado para mês de julho de 2011 a montante da captação de água da ETA da cidade Rio Doce.
Tabela 16: IQAB calculado para mês de outubro de 2011 a montante da captação de água da ETA da cidade Rio
Doce.
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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
IGAM - Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Relatório de monitoramento das águas
superficiais na Bacia do Rio Doce.
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3 TRABALHO 3 – MUDANÇA NOS PADRÕES DE POTABILIDADE DAS
ULTIMAS TRÊS PORTARIAS BRASILEIRAS
No trabalho 3 foram analisadas as mudanças na legislação com relação ao parâmetro
de turbidez.
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turbidez para a água filtrada torna-se mais rigoroso e incorpora-se a abordagem de
Avaliação Quantitativa de Risco Microbiológico (AQRM).
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Quadro 1 – Comparativo da evolução dos padrões de turbidez da USEPA
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enfatize que, idealmente, a turbidez pré-desinfecção deva ser tão reduzida quanto 0,1
uT.
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Dois estudos/experimentos foram desenvolvidos com o objetivo de contribuir
com a discussão sobre o emprego de indicadores da remoção de oocistos de
Cryptosporidium (em particular a turbidez) por meio dos processos de tratamento de
água estudados. Esses trabalhos foram realizados pela UFMG por meio da COPASA e
pela UFV. O conjunto dos resultados permitiu observações importantes:
(i) nos dois projetos envolvendo filtração rápida as remoções de oocistos de
Cryptosporidium e de turbidez apresentaram valores absolutos próximos (log de
remoção);
(ii) estes dois projetos reuniram evidências de que a produção de água filtrada com
baixa turbidez constitui medida preventiva, em ambos os casos valores inferiores a 0,5
uT ou mesmo 0,3 uT;
Em suma, há subsídios para inferir que valores de turbidez efluente de 1,0 uT e
2,0 uT, respectivamente para a filtração rápida e lenta, não constituem barreira de
proteção efetiva no que diz respeito a remoção de oocistos de Cryptosporidium
(PADUA, 2009).
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Tabela 18 Frequência mínima de amostragem para controle de qualidade da água de
sistema de abastecimento
48
valor máximo permitido de 1,0 uT para água filtrada por filtração lenta, o que outrora,
na portaria 518/2004 era apenas uma recomendação.
O parágrafo segundo indica, ainda, que quando a média aritmética da
concentração de oocistos de Cryptosporidium spp. for maior ou igual a 3,0 oocistos/L
no(s) pontos(s) de captação de água, recomenda-se a obtenção de efluente em filtração
rápida com valor de turbidez menor ou igual a 0,3 uT em 95% (noventa e cinco por
cento) das amostras mensais ou uso de processo de desinfecção que comprovadamente
alcance a mesma eficiência de remoção de oocistos de Cryptosporidium spp ) (BRASIL,
2011; BRASIL 2017).
O parágrafo terceiro, recomenda que os 5% (cinco por cento) das amostras que
podem apresentar valores de turbidez superiores ao VMP o limite máximo para
qualquer amostra pontual deve ser menor ou igual a 1,0 uT, para filtração rápida e
menor ou igual a 2,0 uT para filtração lenta.
Ainda no parágrafo terceiro o atendimento do percentual de aceitação do limite de
turbidez deve ser verificado mensalmente com base em amostras, preferencialmente no
efluente individual de cada unidade de filtração, no mínimo diariamente para
desinfecção ou filtração lenta e no mínimo a cada duas horas para filtração rápida.
Em todas as amostras coletadas para análises microbiológicas, deve ser efetuada
medição de turbidez e de cloro residual livre ou de outro composto residual ativo, caso o
agente desinfetante utilizado não seja o cloro. A tabela 4 mostra as metas progressivas
mostrada abaixo demonstra as exigências de remoção por etapas conforme a
implementação da Portaria:
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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
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