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Agrupamento de Escolas Abade de Baçal

EFA – Nível Secundário


Curso de Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário

Área de Competência – Chave: Cultura, Língua e


Comunicação
Formando:
Núcleo gerador – Culturas de DR II – Contexto
Urbanismo e Mobilidade Profissional
Tema: “O Património Rural e Urbano/Migrações” Data:

Competência:
Intervir em contextos profissionais considerando a ruralidade ou urbanidade que os envolvem e
procurando retirar daí benefícios para a integração socioprofissional.
O mundo profissional sofre evoluções, advindas de alterações económicas, sociais e políticas. Assim,
também o meio rural e urbano refletem as mesmas, caracterizando-se sobretudo pelo êxodo dos habitantes
do primeiro em direção ao segundo. O motivo: procura de melhores condições de vida.
Portugal tem também vivido essa realidade, pois assistiu-se a uma fuga do interior para o litoral ou dos
pequenos para os grandes meios, muitas das vezes à procura de oportunidades de trabalho, de melhores
serviços de saúde, de educação e acesso à cultura, etc. Valorizou-se a cidade em desprimor do meio rural.
Hoje, felizmente, assistimos a um retrocesso dessa situação. A perspetiva é outra, começa a revalorizar-se a
província, as raízes ancestrais e culturais de cada um; ao contrário de há alguns anos, (re)valoriza-se,
(re)qualifica-se o que antes se desprezava, nomeadamente em termos de turismo. Associado a esta
valorização da identidade local/regional surgem também atividades de lazer, de turismo e profissionais, que
projetam dentro e fora do território nacional o que de melhor se faz em cada uma delas. Mas também a nível
urbano surgem novas formas de animação, de dinamização e divulgação do património.

Cultura: Sou capaz de atuar tendo em conta o potencial de oportunidades laborais


resultantes da progressiva atenção dada pelas políticas locais à valorização do
património rural e urbano enquanto fator de desenvolvimento e qualificação dos
territórios.

Proposta de trabalho:

1- As autarquias (Câmaras Municipais e Juntas de freguesia), quer sejam rurais quer urbanas, dão
cada vez mais valor, e tentam divulgar o mais possível, o seu património cultural; Refira o que
entende por “Património Cultural” e procure identificar possibilidades de emprego relacionadas com
esta área.
RESPOSTA:
2- Como o património urbanístico e cultural se degrada com o tempo, é necessário reconstruí-lo,
restaurá-lo e cuidá-lo; procure saber na página da Internet da Câmara Municipal de Bragança (ou
outra) o que foi feito, está a ser feito ou está projetado nesse domínio (2, 3 exemplo).
RESPOSTA:

3- O turismo cultural está em crescimento por todo o lado e isso fez surgir um novo mercado de
emprego; faça um pequeno levantamento de instituições de ensino portuguesas que se dedicam a
formar e profissionalizar pessoas nesta área.
RESPOSTA:

Língua: Sou capaz de atuar em contextos profissionais diferenciados regionalmente,


identificando sotaques ou regionalismos, através do uso da língua portuguesa e/ou língua
estrangeira, no sentido de uma melhor integração socioprofissional.

Proposta de trabalho:

1. Leitura do texto.
Crónica do falar lisboetês

De súbito, o homem do quiosque de Lisboa a quem eu pedira os meus jornais habituais interpelou-me: – O
senhor é do Norte, não é? Respondi-lhe que não, que nasci na Bairrada e resido há quase 40 anos em
Coimbra. Fitou-me, perplexo. Logo compreendi que do ponto de vista de Lisboa tudo o que fique para cima
de Caneças pertence ao Norte, uma vaga região que desce da Galiza até às portas da capital. Foi a minha vez
de indagar porque me considerava oriundo do Norte. Respondeu de pronto que era pela forma como eu
falava, querendo com isso significar, obviamente, que eu não falava a língua tal como se fala na capital, que
para ele, presumivelmente, não poderia deixar de ser a forma autorizada de falar português. Foi a primeira
vez que tal me aconteceu. Julgava eu que falava um português padrão, normalmente identificado com a
forma como se fala «grosso modo» entre Coimbra e Lisboa e cuja versão erudita foi sendo irradiada desde o
século XVI pela Universidade de Coimbra, durante muitos séculos a única universidade portuguesa. Afinal,
via-me agora reduzido à patológica condição de falante de um dialecto do Norte, um desvio algo assim
como a fala madeirense ou a açoriana. Na verdade – logo me recordei –, não é preciso ser especialista para
verificar as evidentes particularidades do falar alfacinha dominante. Por exemplo, «piscina» diz-se
«pichina», «disciplina» diz-se «dichiplina». E a mesma anomalia de pronúncia se verifica geralmente em
todos os grupos «sce» ou «sci»: «crecher» em vez de «crescer», «seichentos» em vez de «seiscentos», e
assim por diante… O mesmo sucede quando uma palavra terminada em «s» é seguida de outra começada
por «si» ou «se». Por exemplo, a expressão «os sintomas» sai algo parecido com «uchintomas», «dois
sistemas» como «doichistemas». Ainda na mesma linha, a própria pronúncia «de Lisboa» soa tipicamente a
«L'jboa». Outra divergência notória tem a ver com a pronúncia dos conjuntos «-elho» ou «-enho», que soam
cada vez mais como «-ânho» ou «-âlho», como ocorre por exemplo em «coelho», «joelho», «velho»,
frequentemente ditos como «coalho», «joâlho» e «valho». Uma outra tendência cada vez mais vulgar é a de
comer os sons, sobretudo a sílaba final, que fica reduzida a uma consoante aspirada. Por exemplo: «pov» ou
«continent», em vez de «povo» e «continente». Mas essa fonofagia não se limita às sílabas finais. Se se
atentar na pronúncia da palavra «Portugal», ela soa muitas vezes como algo parecido com «P'rt'gâl». O que é
mais grave é que esta forma de falar lisboeta não se limita às classes populares, antes é compartilhada
crescentemente por gente letrada e pela generalidade do mundo da comunicação audiovisual, estando por
isso a expandir-se, sob a poderosa influência da rádio e da televisão. Penso que não se trata de um
desenvolvimento linguístico digno de aplauso. Este falar português, cada vez mais cheio de «chês» e de
«jês», é francamente desagradável ao ouvido, afasta cada vez mais a pronúncia em relação à grafia das
palavras e torna o português europeu uma língua de sonoridade exótica, cada vez mais incompreensível já
não somente para os espanhóis (apesar da facilidade com que nós os entendemos), mas inclusive para os
brasileiros, cujo português mantém a pronúncia bem aberta das vogais e uma rigorosa separação de todas as
sílabas das palavras. A propósito do português do Brasil, vou contar uma pequena história que se passou
comigo. Na minha primeira visita a esse país, fui uma vez convidado para um programa de televisão em
Florianópolis (Santa Catarina). Logo me avisaram de que precisava de falar devagar e tentar não comer os
sons, sob pena de não ser compreendido pelo público brasileiro, que tem enormes dificuldades em
compreender a língua comum, tal como falada correntemente em Portugal. Devo ter-me saído airosamente
do desafio, porque, no final, já em «off», o entrevistador comentou: «O senhor fala muito bem português.»
(queria ele dizer que eu tinha falado um português inteligível para o ouvido brasileiro). Não me ocorreu
melhor e retorqui: – Sabe, fomos nós que o inventámos... Por vezes conto esta estória aos meus alunos de
mestrado brasileiros, quando se me queixam de que nos primeiros tempos da sua estada em Portugal têm
grandes dificuldades em perceber os portugueses, justamente pelo modo como o português é falado entre
nós, especialmente no «dialecto» lisboetês corrente nas estações de televisão. Quando deixei o meu solícito
dono do quiosque lisboeta do início desta crónica, pensei dizer-lhe em jeito de despedida, parafraseando
aquele episódio brasileiro: – Sabe, a língua portuguesa caminhou de norte para sul... Logo desisti, porém.
Achei que ele tomaria a observação como uma piada de mau gosto. Mas confesso que não me agrada a ideia
de que, por força da força homogeneizadora da televisão, cada vez mais portugueses sejam «colonizados»
pela maneira de falar lisboeta. E mais preocupado ainda fico quando penso que nessa altura provavelmente
teremos de falar em inglês para nos entendermos com os espanhóis e – ai de nós! – talvez com os próprios
brasileiros...
. ...............................................Vital Moreira (in «Público» de 4 de Janeiro de 2000)

4- A língua também faz parte do património cultural de um povo e uma língua varia consoante a
região onde é falada; procure num dicionário de regionalismos transmontanos 15 palavras/ expressões
que sejam específicas desta região.
RESPOSTA:

5- Leia com atenção os dois textos que se seguem; o primeiro é um texto utilitário e o segundo é
literário; diga por que razão se designam dessa maneira, falando nomeadamente das suas intenções.
RESPOSTA:

Texto 1:

Design
Lisboa, a mais bonita
A capital portuguesa foi a vencedora dos Wallpaper Design Awards, triunfando na categoria de Melhor
Cidade. Entre os vários argumentos de peso apresentados pelo júri para atribuir o galardão estão o Museu de
Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), o novo terminal de cruzeiros, a Trienal de Arquitetura e a edição
inaugural da feira de arte ARCOLisboa.
Jornal “Dica da Semana” de 02/02/2017

Texto 2:

As Rosas

Quando à noite desfolho e trinco as rosas


É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.

Sophia de Mello Breyner Andresen

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