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FRATURAS EM CERÂMICA:

QUAL A
MELHOR
RESPOSTA
As falhas de restaurações cerâmicas ainda são um dilema na rotina
clínica de profissionais da Prótese Dentária. Mesmo com a evolução
dos materiais, conhecer as causas das falhas e saber como evitá-las
continua sendo a melhor solução para obter sucesso na reabilitação.

Por

Paulo Francisco Cesar Renata Marques de Melo Marinho Rodrigo Othávio de Assunção e Souza
Mestre, doutor e livre-docente Cirurgiã-dentista, doutora em Prótese Mestre e doutor em Odontologia
pela Faculdade de Odontologia e pesquisadora do Instituto de Ciência Restauradora pela Unesp São José
da Universidade de São Paulo; e Tecnologia de São José dos Campos, dos Campos; Professor adjunto
Professor associado do Unesp. da disciplina de Prótese Fixa da
departamento de Biomateriais e Universidade Federal do Rio Grande do
Biologia Oral, da Fousp. Norte (UFRN).

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A
s fraturas em reabilitações cerâmicas, sejam no interagem com as moléculas do próprio material na ponta do
material de revestimento estético ou de infraes- defeito e este se propaga lentamente até que não resista mais
trutura, estão entre as principais falhas relatadas e a fratura aconteça.
pelos estudos clínicos que avaliam a longevidade de Dentre as origens dos defeitos está o problema no pro-
restaurações cerâmicas (facetas, inlays, onlays, co- cessamento do material cerâmico ainda na indústria. Não é
roas e próteses parciais fixas). Lascamentos, trincas e quebras incomum encontrar porosidades em blocos cerâmicos para
são sempre muito desagradáveis, tanto para o paciente quanto CAD/CAM que são oriundas de problemas de sinterização de
para o profissional, já que na maioria das vezes a substituição fábrica. Outro defeito comumente observado em peças total-
da prótese é o procedimento eleito para reparar este tipo de mente cerâmicas, segundo Cesar, são riscos e trincas oriundos
falha. Apenas fraturas de pequena extensão na cerâmica de do desgaste por pontas diamantadas ou brocas multilaminadas
cobertura podem ser reparadas com resina composta. Neste que entram em contato com a estrutura cerâmica no momento
caso, o condicionamento da superfície com ácido fluorídrico da usinagem em sistemas CAD/CAM.
5-10% seguido da silanização e aplicação do sistema adesivo Também, tem-se relacionado um defeito ao processa-
deve ser realizado previamente ao reparo da área fraturada mento em laboratório: os poros provenientes da estratificação
com resina composta. de porcelanas e vitrocerâmicas. O método de aplicação dessa
Paulo Francisco Cesar, livre-docente em Biomaterias e camada de cerâmica de recobrimento é relativamente empí-
Biologia Oral, lembra que a fractografia é a ciência que estuda rico e sofre muita influência do operador, assim, é frequente o
as superfícies de fratura dos materiais com o objetivo de iden- surgimento de poros devido à insuficiente compactação dos
tificar as causas da falha. Embora ela já venha sendo usada pós de porcelana no momento da aplicação. “Esses poros não
na Engenharia de Materiais há muitos tempo, foi apenas nos são eliminados durante a sinterização da porcelana em forno
anos 1990 que os pesquisadores de Odontologia começaram e a literatura mostra que eles podem atingir tamanhos sur-
a aplicá-la para compreender as falhas ocorridas em restau- preendentemente grandes, da ordem de alguns milímetros”,
rações dentárias. justifica Cesar.
As técnicas fractográficas se baseiam na premissa de O processamento das restaurações cerâmicas pelo prote-
que toda fratura de um componente cerâmico tem origem em sista na clínica é outro fator que pode levar a defeitos ou diminuir
algum tipo de falha microscópica pré-existente. “No caso das seu tempo de vida. Uma das falhas mais comuns neste caso
restaurações dentárias totalmente cerâmicas, as cargas mas- são riscos deixados no momento do ajuste oclusal, que podem
tigatórias aplicadas pelo paciente se traduzem em tensões que atingir profundidades relativamente grandes. Além disso, pelo
se concentram ao redor dos defeitos existentes na microestru- fato de se encontrarem justamente na região de contato oclusal,
tura do material. Quando o nível de tensão ao redor do defeito acabam gerando altos níveis de tensões que levam o material à
torna-se crítico (chamado de tenacidade à fratura), uma trinca fratura. “Assim, os clínicos devem ficar atentos ao bom polimen-
principal se propaga de modo catastrófico (sem aviso prévio), to intraoral para não deixar defeitos deletérios nas superfícies
levando à fratura da peça”, explica Cesar. das restaurações cerâmicas, as quais são pouco tolerantes a
Dessa forma, a análise fractográfica realiza uma varredura defeitos superficiais em áreas com altos níveis de tensão, como
minuciosa de todas as superfícies de fraturas geradas após a a região posterior da cavidade bucal”, revela Cesar.
falha para identificar sua origem. No caso da Odontologia, a Ainda, é essencial adicionar que os pacientes também
identificação do tipo de defeito e sua localização são de suma podem causar defeitos críticos nas restaurações totalmente
importância, pois somente assim será possível avaliar os re- cerâmicas – muitos deles relacionados a hábitos parafuncionais
sultados e trabalhar na solução de problemas. ou eventos isolados, como impacto. Pacientes com bruxismo
por exemplo, exibem na superfície oclusal das suas restaura-
DE ONDE SURGEM AS FRATURAS ções cerâmicas, áreas danificadas relativamente extensas, que
Renata Marques de Melo Marinho, pesquisadora do Insti- se caracterizam por múltiplas microtrincas, que se agrupam
tuto de Ciência e Tecnologia de São José dos Campos, afirma formando regiões defeituosas e acumuladora de altos níveis
que as fraturas ocorrem porque as cerâmicas odontológicas de tensão. Muitas vezes essas áreas de dano oclusal estão
são materiais essencialmente frágeis, isto é, de todas as pro- associadas aos defeitos gerados por pontas diamantadas, re-
priedades que possuem, a capacidade de resistir à propagação sultando em defeitos ainda maiores. “No caso de reabilitação de
de trincas é baixa, já que mesmo o mais homogêneo dos ma- pacientes com hábitos parafuncionais, é importante proteger as
teriais tem defeitos. Assim, com as cargas e a umidade a que restaurações cerâmicas com placas acrílicas para evitar danos
estão submetidas no ambiente bucal, as moléculas de água superficiais ao longo do tempo”, lembra Cesar.
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Dessa forma, de acordo com Renata, a melhor maneira para vítreo entremeado por matriz resinosa surgiram com a proposta
aumentar a longevidade das restaurações cerâmicas é seguir de conter a propagação de trinca com essa dualidade de com-
protocolos que impeçam a geração de defeitos importantes, tanto posição. “Além da evolução dos próprios materiais, a forma de
em tamanho como em geometria, ou que aumentem as tensões processamento, com tecnologia CAD/CAM, colaborou para o
dentro do material. “Nesta perspectiva, deve-se evitar ajustes aumento do uso de restaurações monolíticas e diminuição de
com pontas grosseiras, jateamentos com partículas grandes problemas técnicos, como a introdução de defeitos (bolhas)
(110 µm), espessuras muito finas de materiais em áreas de devido à aplicação manual da porcelana”, comenta.
grande esforço e quantidade de material sem o devido suporte.
Estas regras precisam ser observadas para todos os materiais DESEMPENHO
cerâmicos, mas, quando se trata de restaurações compostas Conforme descrito em estudos, a probabilidade de suces-
por mais de um tipo material, como as zircônias revestidas com so de uma coroa total confeccionada em dissilicato de lítio é
porcelana, cuidados adicionais, como o uso de protocolo lentos maior quando comparada a uma coroa com coping em zircônia
de resfriamento, evitam as tensões residuais térmicas que am- e similar a uma coroa metalocerâmica. “É indiscutível que a
plificam as tensões em torno de um defeito”, alerta. fratura da cerâmica de cobertura (chipping) em próteses com
infraestrutura de zircônia tem sido uma falha muito frequente
TIPOS DE CERÂMICAS relatada pelos estudos clínicos, com prevalência de até 54%”,
Segundo Rodrigo Othávio de Assunção e Souza, doutor afirma Assunção e Souza.
em Odontologia Restauradora, um aspecto fundamental diz Então, atualmente, é possível confeccionar próteses mo-
respeito à seleção racional do material cerâmico de acordo com nolíticas em zircônia translúcida, graças à evolução microes-
a situação clínica. Atualmente, o mercado odontológico dispo- trutural desse material. A última geração de zircônia se destaca
nibiliza diversos materiais restauradores cerâmicos, os quais pelo elevado grau de translucidez, podendo ser utilizada para
variam conforme o grau de translucidez (estética) e resistência. confecção de coroas unitárias anteriores e posteriores, próteses
No geral, as cerâmicas mais estéticas, também conhecidas fixas de até três elementos, inlays/onlays e até mesmo facetas
como cerâmicas vítreas (feldspáticas, feldspáticas reforças laminadas e lentes de contato cerâmicas. “A grande vantagem
com leucita, fluorapatita, dissilicato de lítio e silicato de lítio desses materiais é a possibilidade de obter estética e resistência
reforçada com zircônia) são as menos resistentes (feldspáticas/ (500-800 MPa) com pouca espessura, isto é, com pouco des-
fluorapatita: 100-120 MPa, dissilicato/silicato de lítio: 350-400 gaste do elemento dentário (0,3-0,5 mm para as cerâmicas de
MPa), estando indicadas para restaurações parciais (facetas, zircônia HT e 0,3-0,8 mm para as UT) em relação às cerâmicas
lentes de contato e inlay/onlay) e coroas unitárias. de dissilicato de lítio. Além disso, elimina-se a fratura da cerâ-
Ainda para esta classe de materiais cerâmicos, a espes- mica de cobertura, já que toda a prótese é confeccionada em
sura da restauração é um fator importante quando se fala em zircônia”, explica Assunção e Souza.
longevidade. Assunção e Souza ressalta que esses materiais Visando combinar os benefícios da cerâmica vítrea e da
apresentam maior resistência, e, consequentemente, menor resina composta, uma nova classe de material restaurador de-
risco à fratura quando são empregados com espessura entre nominada de cerâmica infiltrada por polímero foi desenvolvida
1,5-2 mm, isto em regiões de maior carga mastigatória (oclusal em 2013 e recebeu o nome comercial de Vita Enamic (Vita Zahn-
de pré-molares e molares). Já em situações clínicas de facetas fabrik). Segundo o doutor em Odontologia Restauradora, esse
laminadas e lentes de contato, esses mesmos materiais cerâmi- material consiste em 86% de cerâmica feldspática e 14% de
cos podem ser utilizados com sucesso em pequenas espessuras resina, uma combinação que resulta em uma estrutura híbrida
(< 0,5 mm). “Por outro lado, as cerâmicas cristalinas (por exem- com redes interpenetrantes de cerâmica e polímero. Dentre as
plo, a base de zircônia) são as mais resistentes (> 900 MPa), principais vantagens apresentadas são a razoável friabilidade,
sendo indicadas principalmente para situações clínicas de baixo módulo de elasticidade, boas características estéticas,
grande demanda mecânica, como próteses parciais fixas sobre além de melhor facilidade na usinagem e menor risco de fratura
dentes e implantes, no segmento anterior ou posterior. Apesar comparado às cerâmicas de dissilicato de lítio.
de sua elevada resistência, fraturas da cerâmica de cobertura
e até mesmo da infraestrutura de zircônia também têm sido REVERTENDO O PROBLEMA
relatadas pela literatura”, confirma. A análise fractográfica de restaurações cerâmicas não é
Renata acrescenta que, com o objetivo de aumentar a uma tarefa simples, pois as peças recuperadas na clínica pre-
tenacidade à fratura, os materiais extremamente frágeis – feitos cisam ser estudadas de forma bastante completa em nível mi-
apenas de feldspato natural – foram dando espaço a materiais croscópico para que nenhuma hipótese sobre a origem da falha
com mais de uma fase (vítrea e cristalina), como os de dissi- seja descartada erroneamente. “Além disso, nem sempre é pos-
licato de lítio e as aluminas infiltradas por vidro. As zircônias, sível recuperar todos os pedaços fraturados e, muitas vezes, é
particularmente, tornaram-se populares pela capacidade de au- necessário trabalhar com réplicas obtidas a partir de moldes
mentar a tenacidade à fratura, como resultado da transforma- realizados na cavidade bucal. A boa limpeza das peças recu-
ção dos grãos tetragonais em monoclínicos ao sofrerem injúria peradas e dos moldes obtidos é essencial para que sujidades
mecânica. Por fim, as cerâmicas com conteúdo essencialmente não impeçam a visualização da origem da falha”, detalha Cesar.
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Quadro 1. Fratura em próteses de zircônia versus fatores relacionados: orientações para minimizar os riscos

Tipo de
Fator relacionado Orientações para minimizar os riscos
fratura
Respeitar as dimensões mínimas do conector (área) determinadas pelo fabricante
Área do conector para cada situação clínica. No geral, uma área de pelo menos
9 mm2 é necessária para uma prótese fixa de três elementos.
Evitar áreas finas/pontiagudas da infraestrutura na região do conector,
Desenho da
mesmo que seja para melhorar a estética nas regiões proximais.
infraestrutura
Isto concentra tensões e favorece a fratura da cerâmica.
Fratura do
conector Respeitar a extensão da prótese de acordo com o tipo de zircônia.
Com zircônia convencional, confeccionar próteses com no máximo dois pônticos.
Extensão da prótese
Já com zircônia ultratranslúcida, confeccionar próteses com
no máximo um pôntico.

Cimentação temporária Próteses de zircônia não permitem realizar cimentação temporária.

Ajuste da infraestrutura Não realizar ajustes ou desgaste na zircônia após a sua sinterização.

Suporte da cerâmica de Confeccionar coping com formato anatômico (acompanhando a inclinação das
cobertura cúspides) para promover melhor suporte da cerâmica de cobertura (porcelana).
Forma e espessura Utilizar copings com formato anatômico modificado para aumentar o suporte da
coping porcelana nas áreas de maior espessura (proximais e lingual).
Espessura da cerâmica Trabalhar com a espessura de porcelana com o máximo de 2 mm, para que sua
de cobertura resistência não fique comprometida.
Dar preferência às cerâmicas prensadas para aplicação da cerâmica de cobertura.
Técnica de aplicação da
As cerâmicas aplicadas convencionalmente (técnica estratificada) incorporam mais
cerâmica de cobertura
Fratura da bolhas na cerâmica e favorecem falhas.
cerâmica de - Durante a queima da última camada da cerâmica de cobertura,
cobertura reduzir a velocidade de resfriamento do forno;
(chipping) Estresse residual - Utilizar a menor espessura de porcelana possível;
- Confeccionar a cerâmica de cobertura separadamente da zircônia
(rapid layer technology).
Técnica de ajuste da Realizar uma sequência de polimento adequada da porcelana
cerâmica de cobertura no consultório ou glazear a peça após ajustes.
Eliminar contatos prematuros e interferências oclusais, bem como ajustar a
Oclusão
intensidade dos contatos da prótese aos demais elementos dentários.
- Autocontrole e autopercepção por parte do paciente;
Parafunção
- Uso de placa miorrelaxante.
Tabela elaborada por Rodrigo Othávio de Assunção e Souza.

Quando a fractografia é realizada de forma apropriada, as finas ou, caso haja exposição do coping, jateadas com óxido
informações geradas podem ser devolvidas aos profissionais de alumínio com ou sem sílica. Depois devem ser silanizadas
responsáveis para que possam trabalhar no aumento do tempo e só então refeitas com resina composta. O uso do ácido
de vida as restaurações totalmente cerâmicas. hidrofluorídrico não é recomendado por ter alta toxicidade.
De acordo com Renata, o tipo de fratura mais comum em Já as restaurações com fratura catastróficas devem ser
cerâmica é o lascamento, que pode ser reparado com resina substituídas.
composta, dependendo da extensão. Em restaurações com Por fim, Assunção e Souza lembra que uso racional dos
mais de um tipo de material, como as zircônias revestidas, é materiais restauradores cerâmicos é a peça-chave para o
possível o reparo da fratura, mas isso pode ser dificultado pela sucesso clínico dos tratamentos restauradores com próteses
necessidade de tratar as superfícies dos dois materiais caso cerâmicas. O conhecimento adicional, no que diz respeito às
haja exposição do coping. Em caso de reparo, as superfícies indicações, propriedades mecânicas e aos fatores relaciona-
devem ser limpas (por exemplo, com pedra pome e água ou dos às fraturas em cerâmicas se faz necessário para minimizar
limpadores específicos), asperizadas com pontas dimantadas o risco de falhas na clínica diária.
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a b c

d e f

g h

A. Lentes de contato nos elementos 12, 11, 21 e 22, confeccionadas em cerâmica feldspática, evidenciando fratura de borda incisal da
cerâmica no elemento 11. B. Condicionamento com ácido fluorídrico 10% (60 s) seguido da lavagem e secagem com ar. C. Aplicação do silano
(2 min). D. Aplicação do sistema adesivo. E. Fotopolimerização do sistema adesivo (20 s). F. Inserção da resina composta para reparo da região
fraturada. G. Fotopolimerização da resina composta (20 s). H. Aspecto clínico final após realização do reparo. Caso clínico realizado por Rodrigo
Othávio de Assunção e Souza.

Sugestões de leitura
• Souza ROA. Novos materiais restauradores livres de metal. PróteseNews 2017;4(5):554-64.
• Baladhandayutham B, Lawson NC, Burgess JO. Fracture load of ceramic restorations after fatigue loading. J Prosthet Dent. 2015 Aug;114(2):266-71.
• Souza ROA, Miyashita E. Lentes de contato cerâmicas como alternativa para correção de giroversões e diastemas em área estética. PróteseNews 2014;1(1): 36-49.
• Naenni N, Bindl A, Sax C, Hämmerle C, Sailer I. A randomized controlled clinical trial of 3-unit posterior zirconia-ceramic fixed dental prostheses (FDP) with layered or pressed veneering ceramics: 3-year
results. J Dent. 2015 Nov;43(11):1365-70.
• Sax C, Hämmerle CH, Sailer I. 10-year clinical outcomes of fixed dental prostheses with zirconia frameworks. Int J Comput Dent. 2011;14(3):183-202.
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