Você está na página 1de 3

Mini Currículo: Maureen Lizabeth dos Reis

Curitibana, nascida e criada, filha de Máximo Francisco dos Reis e Lenira


Maria dos Santos Reis. Sou Psicóloga, PM Reformada e Prof. de História, sou a
quarta geração após a abolição, ou seja, livre. Mulher e negra, não tem como não
estar e ser do movimento, desde 1985, membro do ACNAP Associação Cultural e
Ação Popular dos Agentes de Pastoral de Negros, atualmente desde 2016 fazendo
parte da Diretoria do Instituto Afrobrasileiro do Paraná.
Desde muito cedo gostava de escrever, mas sem levar a sério, só escrever
por escrever. Ainda tentando e aprendendo a personificar a minha escrita, com mais
seriedade e maturidade, com coragem para expor.

PERMISSÃO (Maureen Reis, 10 Maio 2018)

Me permite, estar contigo nos bons momentos;


Me permite aprender com suas histórias;
Me permite, que eu esconda o meu sentimento de amor;
Me permite, que eu “agende” um horário...;
Me permite, um jantar e um bom vinho;
Me permite, que eu sinta teu corpo quente sem pudores;
Me permite, dormir de conchinha;
Me permite, que use seu chinelo;
Me permite, na manhã seguinte um café pra nós dois;
Me permite, rir de nossas discussões;
Me permite, viajar em teus braços;
Por que será, que eu permito? Não importa.
Me permita estar do seu lado.
O CORPO NEGRO (Maureen Reis, 2018)

Não é só um corpo
Quem o habita é seu dono e não quer sugestões.
Não é só um corpo
É um movimento, com a finalidade de ser.
Não é só um corpo
É uma manifestação, de alegria, de tristeza e decepções.
Não e só um corpo
É significado e significante, tem metas, tem destino
Não é só um corpo
É um proposito, que tem sonhos e ideais
Não é só um corpo
Quer ser visto, entendido e respeitado
Não e só um corpo
É visível, pois a invisibilidade é uma arma, para distanciá-lo dos privilégios
Não é só um corpo
Não quer mais ser exemplo, e nem estereótipo
Não é só um corpo
Quer que vejam e percebam sua humanidade.
Não é só um corpo.
NEGRA NEGRITUDE
Maureen dos Reis (13 Julho 2016)

Primeiro retiraram à força os nossos homens de nosso convívio;


Em seguida nos tiraram de nossas terras....
Nos sufocaram em porões lotados de tristeza e desesperança.
Depois nos arrancaram nossos filhos dos braços, e nos obrigaram a amamentar os
seus.
Violaram nossa intimidade e nosso amor próprio
Machucaram nossos corpos e ignoraram nossa alma
Isolaram nossa autoestima, a ponto do autodesprezo
Assim como a Fênix, renascemos com esse sofrimento intermitente e constante.
E renasce uma Mulher...a mulher negra,
tão forte e resistente quanto o ébano;
Poderosa como os fenômenos da natureza;
Feroz e corajosa como uma fêmea protegendo o seu filhote
Calejada, mas sem perder a ternura.
Inteligente, perspicaz que só tem quem tá cansado de apanhar
Guerreira tal qual Obá e Iansã, forte e destemida
E o resultado de toda essa trajetória são
Mulheres Negras, emancipadas e empoderadas.
São Marias, Benedictas, Helenas, Lauras, Odete, Veras, Reginas, Marcias, Leniras,
Lucis, Laureanas, da Luz, Antônia, ......

Você também pode gostar