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Uma lição sobre o preço do discipulado

Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e


siga-me. LUCAS 9:23 A ATIVIDADE EXTREMA MAIS DESNECESSÁRIA DE
todas talvez seja o alpinismo em altitudes extremas. A cada ano, as trilhas do monte
Everest são entulhadas com os corpos de alpinistas que fracassaram, que se juntam aos
corpos dos anos anteriores. O esforço é caro, exige tudo e é perigoso. Antes de 1996,
um em cada grupo de quatro morria na tentativa de escalar a montanha. As estatísticas
são um pouco melhores hoje em dia, mas para cada cem que chegam ao cume ainda
morrem 14 pessoas. Dez por cento dos que chegam ao topo morrem durante a descida.
Mais de 225 pessoas morreram ao longo das últimas três décadas tentando escalar a
montanha. Em abril de 2014, ocorreu o dia mais fatal na história da montanha, quando
uma avalanche levou 16 pessoas à morte. Que outro esporte reclama tantas vidas de
seus participantes? Além disso, é uma expedição cara — uma única tentativa custa algo
entre 30 e 120 mil dólares. O treinamento para a escalada exige de oito a 12 meses em
tempo integral — no mínimo. Vários anos de experiência na prática do alpinismo são
considerados absolutamente necessárias pela maioria dos especialistas. Em vista do
custo alto desse passatempo e do possível resultado calamitoso, é surpreendente ver
quantas pessoas estão dispostas a arriscar tudo que têm e até mesmo suas próprias vidas
para realizar uma proeza que não lhes oferece nenhuma recompensa palpável além da
satisfação e do orgulho. Certamente não é um compromisso que se assume sem pensar
bem. Nosso Senhor disse algo semelhante àqueles que demonstravam um interesse
superficial por segui-lo. Discipulado não é um estilo de vida que deve ser escolhido em
um momento irrefletido. Em Mateus 13, Jesus contou duas parábolas que ilustram a
necessidade de calcular os custos de entrar em seu Reino. O que é o Reino? O Reino dos
céus é um tema frequente nas parábolas de Jesus. É a esfera da qual o próprio Cristo é o
Rei dos reis e Senhor dos senhores absoluto. É o domínio em que seu senhorio está em
plena operação neste momento. Em outras palavras, todos que realmente pertencem ao
Reino dos céus se submeteram formalmente ao senhorio de Cristo. Entrar no Reino
significa, portanto, entrar na vida eterna. Ou seja, o Reino de Deus é sinônimo da esfera
da salvação, aquela esfera eterna onde os remidos têm sua cidadania verdadeira
(Filipenses 3:20). Atualmente, o Reino é um domínio espiritual, não uma esfera terrena
geopolítica. Jesus descreveu o estado atual do Reino como intangível e invisível: “O
Reino de Deus não vem de modo visível, nem se dirá: ‘Aqui está ele’, ou ‘Lá está’;
porque o Reino de Deus está entre vocês” (Lucas 17:20-21). Ele disse também: “O meu
reino não é deste mundo” (João 18:36). Essa não é a expressão plena e final do Reino de
Cristo, é claro. A plenitude terrena do seu Reino aguarda seu retorno físico. Então “o
reino do mundo se [tornará] de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o
sempre” (Apocalipse 11:15). A primeira fase desse reinado eterno é o reinado de mil
anos do Senhor Jesus na terra, conforme prometido em Apocalipse 20:1-7. Isso será
seguido pela criação de um novo céu e de uma nova terra, sobre os quais ele continuará
a reinar eternamente (Apocalipse 21:1-8). Jesus nos ensinou que é por isso que devemos
orar: “Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus
6:10). Quando o Reino finalmente se manifestar na nova Criação, ele será visível,
universal (abarcando o céu e a terra) e sem fim. Não obstante, o Reino é absolutamente
real; está presente e está crescendo constante e silenciosamente na medida em que
pecadores são remidos e graciosamente declarados cidadãos do Reino por toda a
eternidade. Jesus ilustra todas essas verdades em suas parábolas.

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