Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
www.edilan.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
L682j
Liebscher, Banning
CDD: 248.4
13-00467 CDU: 27-584
24/04/2013 25/04/2013
D E D I C AT Ó R I A
Dedico este livro a SeaJay
“Eu sei o seu nome”
AGRADECIMENTOS
SeaJay, eu sou o homem mais abençoado do
mundo. Deus foi bom comigo quando trouxe você
para minha vida. Obrigado por todo o seu apoio e
sacrifício, e por acreditar nos meus sonhos. Você
é maravilhosa e é verdadeiramente o amor da
minha vida.
Mãe e Pai, obrigado por sempre serem os meus
maiores fãs, amando-me e formando minha
identidade.
Meus três lindos filhos, Ellianna, Raya e Lake,
eu não poderia ter escrito este livro sem o apoio
de vocês. Vamos mudar o mundo juntos!
Brandy, obrigado por estudar o bastante por nós
dois. Você é uma grande irmã.
Bill, obrigado por deixar que eu fique de pé nos
seus ombros. Sua vida foi a maior pregação que
eu já ouvi. Obrigado por dar uma chance a um
jovem.
Kris, obrigado por caminhar junto comigo e por
acreditar em mim. Seu encorajamento, sua
sabedoria e sua amizade significam muito para
mim.
Danny, você é um presente de Deus. Fico
arrepiado ao pensar em onde eu estaria sem você
na minha vida. Sou eternamente grato por tudo
que você já fez por mim e pela minha família.
Dann, o que dizer? Eu sou o seu Padawan1.
Obrigado por ser o meu melhor mentor, professor
e amigo. Obrigado também por me deixar
interromper sua vida durante os últimos 13 anos.
Lou, você é o meu Martin Luther King Jr. e
agradeço a Deus por conectar os nossos corações.
Você tem me enchido de coragem e sua vida me
inspira como você nem imagina. Obrigado por me
mostrar por que eu estou vivo.
Cindy, a Mãe dos Avivalistas, seu
encorajamento, seu apoio e seu exemplo são
muito importantes na minha vida. Obrigado por
derramá-los sobre mim.
Allison, obrigado por ser tão paciente com este
autor de primeira viagem. Palavras não podem
expressar o quanto sou grato pela sua ajuda em
deixar este livro pronto. Oro para que todos os
seus sonhos se realizem.
A.J., obrigado por fazer parecer que sou um
gênio. Sua ajuda foi inestimável, brilhante e
magnífica.
Carol, obrigado não só pela sua ajuda com o
livro, mas por suas palavras encorajadoras. Esse
cara de “palavras positivas” apssssssrecia muito
isso.
Pam, você foi uma grande encorajadora para
que eu escrevesse. Nos últimos anos, sua voz tem
me inspirado a continuar e a acreditar que eu
consigo. Obrigado pela ajuda com o livro, mas,
além disso, obrigado por me encorajar a escrever.
Darren, agradeço por toda a pesquisa que você
fez.
Ao longo dos anos, fui abençoado com as
melhores equipes do mundo: Jerry, Erica, Nathan,
Kim, Chris, Melissa H., Brandon, Ben e o
restante da equipe atual, assim como Linda, Gabe,
Melissa, Loni, Ken e o restante da nossa equipe
antiga. Obrigado por tudo que vocês fazem e
fizeram. Meus sonhos estão sendo cumpridos, e
isso se deve ao sacrifício e à paixão de vocês. Eu
amo trabalhar com todos vocês.
Por último, mas igualmente importante, este
livro foi formado ao longo dos últimos 13 anos
por causa das vidas de alguns dos maiores
avivalistas jovens e radicais que eu já conheci. A
todos do Legacy, do Awakening e do Jesus
Culture – obrigado por serem a mensagem e por
deixá-la queimar dentro de vocês.
RECONHECIMENTOS
Deus está levantando um exército de jovens
avivalistas em chamas destinado a despertar as
nações da Terra. Jesus Culture dá a eles ordem
para marchar e colocar fogo numa nova geração
de agentes de mudanças apaixonados por Jesus.
CINDY J ACOBS
Cofundadora e Presidente, Generals International
AV I VA L I S TA S D E C U R A
Sempre que Deus quer Se revelar numa região,
local ou nacionalmente, para salvar os perdidos e
transformar a sociedade através de Sua presença e
poder, Ele unge indivíduos que chamamos de
avivalistas. O Livro de Jonas ilustra
poderosamente esse princípio. Nínive era uma
cidade perdida no pecado, mas o coração de Deus
clamava por ela e seu povo. Em meio à sua
depravação, Ele invadiu suas vidas com graça e
amor. O primeiro passo Dele nesse plano foi
visitar um homem chamado Jonas.
Quando Deus chamou Jonas, liberou sobre ele a
autoridade e o poder necessários para haver
avivamento em Nínive. Jonas se tornou a resposta
de Deus para aquela cidade. E Deus ainda age
dessa forma. Seu coração anseia ver cidades
inteiras se voltarem para Ele, então está ungindo
avivalistas como você e eu para levar Sua
presença e Seu poder a famílias, bairros, cidades,
regiões e nações.
Há uma coragem nascendo nessa nova geração
que transformará as nações. O veterano ministro
de jovens e escritor Winkie Pratney diz o seguinte:
“Quando Deus encontra alguém com coragem
para pregar, orar e viver uma vida de santidade e
compaixão diante Dele, Ele pode literalmente
mudar a face de uma nação”.4
Jonas 1:1 diz “Ora veio a palavra do Senhor a
Jonas” (ARIB). A palavra do Senhor está vindo a
homens e mulheres e seus corações estão
despertando para Deus. Eles estão devastados com
uma paixão por ver um avivamento e não estão
mais satisfeitos com simplesmente frequentar a
igreja. Não estão realizados por viverem uma vida
que não molda a história do mundo. Foram
capturados pela promessa de um renascimento
guiado pelo Espírito, e seus corações estão atentos
ao que Deus está resoluto para cumprir. Arthur
Wallis, um líder do movimento carismático no
Reino Unido, identificou esse despertamento com
o nascimento do avivamento em seu livro In the
Day of Thy Power:
“O avivamento envolve dois clamores de
despertamento: de Deus ao homem,
‘Desperta, desperta ... Sião’ (Is 52:1, ARIB),
e do homem a Deus, ‘Desperta, desperta,
veste-te de força, ó braço do Senhor;
desperta como nos dias da antiguidade’ (Is
51:9, ARIB). Quando a voz do Senhor
despertar a igreja, a voz dela despertará o
Senhor, e o poder de Deus será manifestado
na salvação de pecadores. Quando parecia que
por muito tempo o Todo Poderoso havia
dormido, o clamor da igreja penetra os Céus:
‘Que Deus se levante! Sejam espalhados os
seus inimigos...’ (Sl 68:1).”5
A palavra do Senhor está mais uma vez
revigorando avivalistas que possuem um desejo
exaustivo de que a glória Dele cubra a Terra, e
eles não serão dissuadidos. Anos atrás, eu ouvi a
seguinte citação que eu acredito ser de Mario
Murillo, que conecta a importância de um povo
que recusa ser dissuadido com avivamento:
“Noventa por cento do avivamento é chegar aonde
nasce uma determinação inabalável”.
Todos os anos, a Escola Bethel de Ministério
Sobrenatural transborda com centenas de alunos
novos vindos de várias partes do mundo para
receber treinamento porque têm o desejo de
mudar o mundo. Muitos deles venderam tudo o
que tinham ou deixaram suas famílias porque
sabem que suas vidas estão destinadas a guiar o
curso da História. Eles representam milhões ao
redor do mundo cujos clamores pela presença de
Deus estão sendo liberados, e eu vejo o Senhor
respondê-los ao ungir pessoas com autoridade e
poder. Através desses encontros, percebem que
seu destino está intimamente ligado ao
avivamento, e se rendem em obediência alegre
quando o Senhor os envia.
Deus está avivando Sua Igreja porque deseja as
cidades e as nações. Eu sonho com cidades
inteiras sendo saturadas na presença Dele,
conhecendo a verdade do Evangelho e
encontrando pessoalmente Seu amor e poder.
Minha devoção é ver a Igreja demonstrando o
Reino de Deus ao engajar pessoas com o poder
puro e o amor radical do Senhor. Isso é o que me
consome, e este é o exército que fui chamado para
levantar.
MINHA HISTÓRIA
Apesar de ter crescido num ambiente cristão, eu
nem sequer havia ouvido falar de avivamento até
os 19 anos de idade. Eu pertencia a um lar sólido
cristão, frequentava uma igreja batista
conservadora e ia a uma escola cristã. Lembro-me
claramente de, aos quatro anos de idade, estar
sentado no colo da minha mãe em nosso velho
sofá de couro na sala de estar e aceitar Jesus como
meu Salvador. Depois, aos 17, tive um encontro
poderoso com Deus na Igreja Bethel em Redding,
na Califórnia. Ajoelhado nos degraus da frente do
santuário, eu entreguei minha vida completamente
a Deus e fui para casa naquela noite sabendo que
eu havia sido chamado para pregar o Evangelho.
A partir daquele momento, comecei a buscar a
Deus vigorosamente, e minha vida foi consumida
pelo amor a Jesus. Ray Larson era o pastor titular
e Scott Anderson era o pastor de jovens. Eu fui
abençoado por contar com o fluir de homens
como estes na minha vida durante a adolescência.
Eles enxergaram o destino que estava em minha
vida e me inspiraram a buscar tudo que Deus tinha
para mim. Depois que tomei a decisão de buscar a
Deus com todo o meu coração, perdi todos os
meus amigos. Não foi nem uma escolha
consciente minha; eu simplesmente estava
seguindo uma direção diferente. Meu novo foco
na vida fez com que fosse impossível continuar
fazendo as mesmas coisas que eu sempre fazia.
Meus amigos não haviam feito a mesma escolha
que eu; por isso, nossos caminhos se separaram.
Eu estava chateado por perder meus amigos, mas
havia determinado em meu coração que buscaria a
Jesus. Comecei a devorar a Palavra de Deus, a
ouvir pregações e a ler livros que abasteciam essa
nova chama.
Quando eu tinha 19 anos, comecei um estágio na
Igreja Bethel. Alguns meses depois, Bill Johnson
se tornou nosso pastor titular. Pouco antes disso,
alguns de nós da Bethel tinham experimentado
“renovação” em outra igreja da cidade cujo pastor
havia retornado da Igreja Vineyard do Aeroporto
de Toronto e iniciado cultos semanais. Lá, eu tive
experiências com o Senhor como nunca havia
tido. Eu ficava nas filas de oração durante o
tempo de ministração, chorando, inundado pela
presença de Deus. Lembro-me de entrar nos
cultos tão feliz que tudo que eu conseguia fazer
era sorrir e abraçar as pessoas. Eu não sabia que
era a alegria do Senhor porque não sabia que isso
existia; simplesmente sabia que eu adorava estar
naqueles cultos em que a presença de Deus era tão
forte.
O pastor Bill não só trouxe avivamento para a
Bethel, mas também abriu meus olhos para o
conceito e para a história do avivamento mundial.
Durante aquela época, eu consumia todo livro que
podia encontrar sobre este tema. Era tão
maravilhoso aprender sobre os diferentes
derramamentos do Espírito Santo que haviam
acontecido na História. E não demorou até que eu
percebesse que essa é a razão pela qual estou vivo.
Nasci para ver Sua presença manifesta alcançar as
cidades e milhões sendo levados para o Reino do
Céu – cidades e nações inteiras sendo
transformadas pelo poder de Deus. Comecei a
sonhar com essas coisas, e soube que iria passar o
resto da minha vida buscando-as. Desesperado por
descobrir o que Deus poderia fazer através da
minha vida, fui capturado pela declaração que J.C.
Pollock fez a D.L. Moody, um dos maiores
evangelistas do século XIX: “Moody, o mundo
ainda verá o que Deus fará com um homem
completamente consagrado a Ele”.6 Eu queria me
doar totalmente a Deus para um avivamento.
Bill também me apresentou a homens e mulheres
do passado, a quem Deus havia ungido como
avivalistas – pessoas como John Wesley, George
Whitefield, Charles Finney, John Alexander
Dowie, John G. Lake, Evan Roberts, William
Seymour, Maria Woodworth Etter, William
Branham, A.A. Allen, Aimee Semple McPherson,
Oral Roberts, Kathryn Kuhlman e John Wimber,
para citar alguns. Na medida em que me conectei
com suas vidas, senti uma nova paixão queimando
dentro de mim.
Aí descobri que havia pessoas vivas que tinham
a unção do avivamento. Isso era demais. O nível
de unção sobre o qual eu estava lendo ainda
estava disponível hoje? Após meu encontro com
Deus, aos 17 anos, eu podia sentir bem no meu
interior um chamado para avivamento, mas nunca
consegui dar nome àquilo. Agora eu estava sendo
apresentado a uma esfera de Deus antes
desconhecida por mim. Eu estava totalmente
fissurado por avivamento, cativado por Jesus e
intoxicado por buscar a restauração da nação a
Ele!
Então conheci Lou Engle. Ele ministrou num
culto de domingo poucos anos após Bill Johnson
ter vindo para a Bethel. Alguns amigos meus de
Sacramento, na Califórnia, haviam-no descrito
como um sargento cristão com a voz rouca devido
a anos de oração fervorosa por avivamento. Eu
sentei na primeira fileira e meu coração queimava
enquanto ele pregava. Lou falou sobre oração e
avivamento, e foi como se eu pudesse ouvir Deus
berrando comigo através da ministração dele. Ele
terminou a mensagem com um apelo a todos que
quisessem ser intercessores por avivamento para
virem a frente. Eu corri para o altar e me lancei
nos degraus assim como centenas de outras
pessoas. Deus soberanamente me encontrou ali e
acendeu um fogo em mim que não parou mais de
queimar; na verdade, aumentou. Lou passou para
mim uma seriedade reverente pela oração e um
júbilo em se consagrar ao Senhor com todo o
coração.
Deus usou Bill e Lou para abrir o livro da minha
vida e me mostrar por que estou vivo. Eles
abriram as cortinas do potencial profético e me
fizeram enxergar o que Deus tinha para mim e
tudo que era possível para alguém que se doasse
completamente por avivamento. Através deles, o
Senhor me tocou profundamente e despertou meu
destino, iniciando uma chama pelo Rei e o Seu
Reino. Eu soube então que havia sido chamado
para ser um avivalista que andava em oração e
poder para ver cidades tomadas e nações inteiras
se voltarem a Deus.
MEU CHAMADO
Logo após Deus ter me chamado para ser um
intercessor e um avivalista, o Senhor começou a
revelar outro nível de Seu chamado em minha
vida. Nessa época, eu tinha 23 anos e já era pastor
de jovens há alguns anos. Certa noite, tive um
sonho em que eu estava no exército. Eu estava de
pé na linha de frente de um grupo de cerca de
vinte soldados em formação no meio de uma rua
residencial. Todos os outros soldados eram mais
novos do que eu, e estávamos de frente para um
sargento instrutor que nos mostrava como usar
nossas mãos (que eu acredito representava
oração). De repente, alguns dos soldados
começaram a fugir da formação para entrarem nas
casas do bairro.
De primeira, o sargento instrutor não disse nada,
mas quando dois jovens da parte de trás do nosso
grupo começaram a correr, ele se voltou para mim
e para outro soldado e disse: “Vão pegá-los!” Nós
os perseguimos por um beco que nos levou a um
campo de terra onde eles entraram num carro
branco dos anos 70. Enquanto partiam, eu corri
ao lado do carro e agarrei a porta do motorista. A
janela estava aberta, então alcancei lá dentro e
comecei a lutar violentamente com o motorista,
tentando tirá-lo do carro em movimento.
Eventualmente, comecei a ganhá-lo em força,
puxei metade de seu corpo para fora e,
finalmente, consegui retirá-lo do automóvel. Meu
companheiro fez o mesmo com o outro rapaz.
Nós orgulhosamente levamos aqueles soldados de
volta para a formação, sabendo que nossa missão
havia sido cumprida. Através desse sonho, de
outros subsequentes e de palavras proféticas, o
Senhor me chamou para a busca fervorosa de uma
geração – para mostrar a ela seu propósito como
avivalista.
A I M P O RT Â N C I A D E 1 9 4 8
No verão de 2005, comecei uma jornada
profética que revelou ainda mais o meu chamado
de levantar avivalistas. Eu seria o pregador na
abertura da nossa Conferência Anual Jesus
Culture em Redding e não estava certo sobre o
que iria falar. Fui para a cama na noite anterior
esperando que Deus falasse comigo num sonho e
me trouxesse clareza quanto a minha mensagem.
Deus está sempre falando conosco, e devemos
inclinar nossos ouvidos para escutar Sua voz.
Uma das maneiras mais significativas de como Ele
fala comigo é através de sonhos. Ao longo dos
anos, algumas das direções ou das revelações mais
profundas que recebi de Deus vieram durante a
noite. Em toda a Bíblia, vemos Deus se
comunicando com as pessoas através de sonhos,
mas eles são apenas uma das inúmeras formas
diferentes de como o Senhor fala conosco. Ele
também fala através de palavras proféticas, de
circunstâncias divinas, da Sua voz tranquila e
suave e de “coincidências” quando o nosso
coração está sintonizado com a linguagem do
Espírito. A Palavra escrita é a base da nossa vida,
e cada um desses métodos que Deus usa para falar
conosco deve ser congruente à mensagem das
Escrituras.
Como era de se esperar, naquela noite tive um
sonho em que eu telefonava para as pessoas e
perguntava: “Como o ano de 1948 afetou você?”.
Quando acordei, sabia que Deus estava falando
comigo. A partir do meu estudo sobre a história do
avivamento, compreendi que 1948 tinha a ver com
o Avivamento da Cura.
Naquele dia, estudei sobre 1948 e rapidamente
descobri mais sobre sua importância no calendário
de Deus. Aquele ano foi épico no Corpo de
Cristo. Além de ter sido o momento em que Israel
se tornou uma nação novamente, o Senhor liberou
uma unção espantosa sobre a Igreja.7 Deus
dispensou poder através de homens e mulheres
que trouxeram centenas de milhares para o Reino
e reacenderam a Igreja com uma nova visão.
Randy Bozarth, o ex-vice-presidente da Christ for
the Nations, descreve o ano de 1948 em seu livro
The Voice of Healing (A Voz da Cura):
“Era claro que em 1948 um novo período no
tempo de Deus havia começado. Seria um
período em que Ele mais uma vez
demonstraria Sua presença para as multidões.
Ele acabaria com o peso da enfermidade e da
dor através de curas sobrenaturais. Ele
encorajaria a fé de muitos com extraordinários
sinais e maravilhas.”8
David Edwin Harrell escreve sobre esse período
de tempo e diz que houve uma “explosão mundial
de avivamento de cura”.9 Em meu estudo,
também encontrei o impulso exponencial de unção
que o Senhor estava liberando através de muitos
homens e mulheres. Apesar de não ter aqui o
tempo para apresentar um estudo exaustivo de
cada um desses avivalistas ungidos, quero fazer
um breve resumo. E encorajo você a estudar sobre
essas pessoas com mais profundidade, pois suas
vidas são extremamente relevantes para nossa
jornada como avivalistas. Elas revelam nossa
herança e linhagem e declaram profeticamente a
nós.
Enquanto escrevo sobre como estudei e aprendi
sobre diferentes homens e mulheres de Deus,
gostaria de explicar como eu interajo com a vida
deles. Muitos deles, pelos quais tenho grande
respeito e a quem honro, não terminaram bem
suas vidas ou lutaram com o pecado e cometeram
graves erros. Creio que podemos e devemos
celebrar a graça na vida de um homem ou uma
mulher sem ter que fechar os olhos para suas
deficiências e fraquezas. Minha vida tem sido
fortemente impactada e influenciada por um
homem que foi adúltero e assassino. Eu bebo do
poço de sabedoria e entendimento de um homem
que se entregou à promiscuidade e à imoralidade
mais tarde em sua vida. É claro que estou falando
do Rei Davi e de seu filho, o Rei Salomão.
Acredito que se uma pessoa termina seus dias de
maneira lamentável não significa que ela nunca
teve um coração voltado para Deus. O pecado na
vida humana não nega a revelação genuína que
aquela pessoa recebeu ou o ministério em que ela
operou. Se isso fosse verdade, eu teria que rasgar
o Livro de Provérbios e a maior parte dos Salmos.
Creio firmemente que podemos “comer a carne e
jogar fora os ossos”.
Alguns dos avivalistas que menciono neste livro,
assim como outros com os quais eu aprendi,
nunca experimentaram vitória duradoura sobre o
pecado constante. Mas ainda assim posso celebrar
a graça sobre suas vidas e aprender com eles. O
fim que tiveram não cancela suas vitórias
anteriores. Eu, é claro, fico entristecido pela
forma como alguns deles ficaram isolados.
Também fico triste com como, em alguns
exemplos, o Corpo de Cristo abandonou esses
avivalistas em suas horas mais obscuras. Quando
estudamos as vidas de avivalistas, tanto do
passado quanto atuais, vemos que muitos deles
tiveram fraquezas e deficiências notórias. Elas
também podem servir de lições sobre como ser
bem-sucedido ao viver como um avivalista. Meu
coração deseja que você possa aprender com esses
homens e mulheres de Deus e não roube do seu
interior o que Deus quer liberar a você através da
graça presente na vida deles.
Em 1946, um anjo visitou William Branham, um
pobre pregador de Kentucky, e lhe disse que ele
levaria cura às nações. O anjo lhe explicou que ele
mostraria às pessoas dois sinais que lhes dariam fé
para ver o milagroso. Dois anos depois, em 1948,
o ministério de Branham atraía milhares de
pessoas com impacto e resultados incríveis. Seu
ministério foi marcado por fenômenos e milagres
sobrenaturais.
O primeiro dos dois sinais em seu ministério foi
uma habilidade incomum de diagnosticar
condições físicas, precedida por um aparecimento
de manchas vermelhas em seu braço quando ele
segurava a mão de uma pessoa doente.
Testemunhas observaram que quando essas
marcas apareciam no braço de Branham, ele podia
identificar qualquer enfermidade demoníaca com
cem por cento de exatidão. Quando as manchas
desapareciam, a pessoa era curada. Isso aconteceu
milhares de vezes.
O outro sinal foi o dom de ter visões claras sobre
pessoas. Uma esfera de luz entrava no lugar e
pairava sobre um indivíduo. Muitos
testemunhavam essa luz e alguém inclusive tirou
uma fotografia dela. Quando a luz pairava sobre
uma pessoa, Branham parava tudo e uma visão
aberta aparecia a sua frente. Ele então via
segmentos da vida daquela pessoa passando diante
dele como um filme. Quando descrevia o que viu,
a pessoa era curada ou radicalmente tocada pelo
Espírito de Deus. O ministério de Branham era
conhecido pelo poder puro e pela atividade
sobrenatural, e centenas de milhares foram
impactadas por sua fé. Muitos creem que a unção
em que ele andava foi a mais poderosa desde a
época de Jesus.10
Antes de 1948, Oral Roberts havia ministrado
cura por um tempo, mas principalmente em locais
menores. Seu ministério de cura se iniciou em
1947, mas foi um ano depois que ele estabeleceu a
Associação Evangelística Oral Roberts. Suas
reuniões começaram a juntar multidões de
sedentos pela cura ou por um novo toque de
Deus. Ele sentava numa cadeira enquanto
centenas de pessoas passavam diante dele para
receber oração de cura. Roberts foi e é um
incrível homem de fé e visão e um poderoso
professor da Palavra. Através de seu ministério em
cultos, livros, televisão e na universidade chamada
pelo seu nome, inúmeras pessoas encontraram a
Deus e receberam sua vitória na cura.11
Em 1948, Billy Graham renunciou a sua posição
n a Youth for Christ, aventurou-se por conta
própria e iniciou o maior ministério individual
evangelístico do mundo. A marca que Graham
deixou no mundo e na Igreja é inegável. Milhões
devem eternamente à fidelidade desse humilde
servo de Deus, cujo principal desejo era trazer a
mensagem simples e clara de Jesus ao mundo.12
Em 1948, Kathryn Kuhlman fez seu primeiro
culto de milagres em Pittsburgh. Neles, Deus
trombeteava a mensagem de cura para o mundo.
Assim como Graham e Roberts, ela havia pregado
por anos, mas após uma série de encontros com
outros ministros que levavam a mensagem de
cura, ela começou a pregar a mensagem de que
Deus ainda cura hoje. Em 1947, começou a
ministrar sobre cura divina e foi imediatamente
impactada por testemunhos de pessoas que haviam
sido curadas em suas reuniões. Esse foi o começo
de um longo e poderoso ministério de cura que
tocou milhões de pessoas ao redor do mundo.
Suas reuniões eram marcadas pela tangível
manifestação da presença de Deus. As pessoas
diziam ficar impressionadas com a presença de
Deus quando passavam pelas portas do salão.
Inúmeras pessoas eram curadas nas suas reuniões
simplesmente por estarem na presença do Senhor.
Kuhlman era uma mulher que adorava o Espírito
Santo, e Ele amava passar tempo com ela porque
ela era amiga de Deus. Ela operava com revelação
num alto nível e sabia, através do Espírito Santo,
as doenças que estavam sendo curadas em suas
reuniões. Ela fazia declarações como: “Alguém na
galeria à minha esquerda está sendo curado de dor
na coluna. Você esteve num acidente de carro dez
anos atrás e os médicos desistiram de você. Neste
momento você está sendo curado. Simplesmente
receba sua cura!”. Como era de se esperar, alguém
da galeria cabia naquela descrição e era curado.
Kathryn mostrava à Igreja o que está disponível
em nosso relacionamento com o Espírito Santo e
influenciava milhares de ministros, sendo Benny
Hinn o mais conhecido.13
Em 1947, Gordon Lindsay se mudou de
Ashland, Oregon, onde pastoreava uma igreja
local, para liderar o ministério de William
Branham. Em 1948, Lindsay deu início a uma
revista chamada A Voz da Cura, que publicava
internacionalmente relatos do poder de Deus de
operar milagres. Com o tempo, a revista cresceu e
se tornou um movimento que iria conectar cerca
de 50 avivalistas de cura que ministravam ao redor
do mundo e estavam vendo salvação e vitórias de
cura inacreditáveis. Lindsay era um escritor de
mão cheia que produzia muitos livros. Junto com
sua esposa, Freda, iniciou o Instituto Christ for
the Nations em Dallas, no Texas, que até hoje
treina avivalistas para impactar as nações da
Terra. 14
A MENSAGEM
Através daquele meu sonho sobre o ano de
1948, o Senhor começou a falar comigo sobre
Sua intenção de liberar novamente a unção
presente naquele ano marcante. No entanto, dessa
vez a mensagem era a de que estaria disponível
para todos. Não repousaria apenas em algumas
pessoas; seria liberada em massa sobre o Corpo de
Cristo. Todos aqueles com sede o bastante teriam
acesso ao mesmo nível de unção que Branham,
Roberts, Graham, Kuhlman e Lindsay tiveram.
Nunca foi a intenção de Deus que uma unção
permanecesse somente sobre um indivíduo
específico. A promessa que foi inicialmente
cumprida em Pentecostes e que no fim será
cumprida é a de que Deus derramará de Seu
“Espírito sobre todos os povos” (At 2:17). Seu
desejo e plano sempre foram capacitar todo o
Corpo de Cristo para operar naquele nível de
unção. Porém, Ele tem estratégias específicas para
cumprir esse plano. Eu ouvi Bill Johnson
descrevê-lo da seguinte forma:
“Deus dá a algumas pessoas um ‘pico’ na
experiência humana para que possam não
apenas reunir pessoas a sua volta e ministrar
sobre elas, mas para também serem
posicionadas com favor para equipar os
santos, para que seu ‘ponto alto’ se torne o
novo padrão.”
Felizmente, pessoas por toda parte da Igreja
estão começando a reconhecer e a abraçar a
verdade de que todo crente é elegível e, de fato,
chamado para caminhar na unção do Espírito
Santo. Estamos num novo tempo no Corpo de
Cristo em que crentes não estão mais satisfeitos ou
dispostos a simplesmente sentar e assistir os
ministros no palco. Querem fluir na mesma unção
e ver o mundo encontrar Deus através deles. É o
“dia dos santos”. Há um grande influxo de igrejas
e ministérios que estão mudando a forma da sua
ministração a fim de equipar “os santos para a
obra do ministério” (Ef 4:12). O sonho que tive e
relatei aqui foi profético de que eu também teria
uma participação em levantar os santos e enviá-
los.
Alguns meses depois de que tive aquele sonho,
fui pregar nos cultos de fim de semana de uma
igreja em um subúrbio de Chicago. Minha esposa
e eu pegamos o voo na sexta-feira e fomos jantar
com o pastor e sua família. Enquanto sentávamos
à mesa no restaurante, nossa conversa se voltou
para o mover de Deus naquela cidade no passado.
Não se pode falar de avivamento em Chicago
sem mencionar John Alexander Dowie. Ele foi um
ministro que viveu naquele lugar no fim do século
XIX e no início do século XX. Dowie tinha uma
incrível revelação do poder de cura de Deus e é
considerado o pai do atual movimento de cura que
começou no início do século XX. (John G. Lake
foi um ministro proeminente que, entre outros, foi
profundamente tocado por seu ministério). Dowie
estabeleceu casas de cura aonde doentes terminais
iam e ficavam durante semanas. Eles recebiam
oração de pessoas treinadas para o ministério de
cura e eram saturados com a verdade sobre cura
contida nas Escrituras. As estatísticas dos que
foram curados de doenças terminais nessas casas
são impressionantes. (Hoje, Cal Pierce continua o
mesmo ministério através das Healing Rooms em
Spokane, Washington. 15) Porém, a influência de
Dowie em Chicago foi muito além do seu
ministério de cura; ele afetou toda a cidade.
Roberts Liardon, um autor e especialista em
avivamento, em seu livro God’s Generals, diz o
seguinte: “Nunca antes ou desde então um homem
capturou uma cidade de tal forma. Dowie tinha
grande influência sobre a cidade de Chicago”.16
Em 1900, Dowie deixou Chicago e fundou uma
cidade chamada Zion, que ainda existe hoje. Já
que eu iria passar alguns dias em Chicago,
perguntei ao pastor se podíamos visitar Zion e
passar algum tempo orando ali. Naquele domingo
à tarde dirigimos até essa cidade, planejando fazer
uma visita à casa de Dowie, a Shiloh House.
Chegamos e fomos até a porta esperando
encontrar a senhora que seria nossa guia. Quando
o pastor bateu à porta, as luzes da casa piscaram e
houve um apagão em toda a região. Ninguém veio
até a porta, então deixamos a casa e dirigimos um
pouco pela cidade. Percebemos que não havia luz
em nenhum lugar, mas não demos muita
importância a isso.
Voltamos para a casa de Dowie e dessa vez
conseguimos entrar. Foi uma experiência
maravilhosa fazer um passeio pela casa de um
gigante da fé. Após cerca de uma hora, foi ficando
muito escuro para enxergar bem, mas antes de
irmos embora o pastor sentou no piano e
passamos algum tempo adorando e orando pela
liberação do poder de Deus sobre a nação
novamente.
Naquele momento, percebemos que a queda de
energia era de alguma forma profética, mas não
conseguíamos entender o que Deus estava
dizendo. Eu virei para um dos rapazes e disse:
“Acho que a queda de energia é profética, mas
será ruim se quiser dizer que haverá uma queda de
poder, não é? Não queremos que o poder apague
em nosso país; queremos que ele esteja ligado”.
Enquanto nos preparávamos para deixar o lugar,
um dos rapazes se virou para mim e perguntou:
“Não seria uma loucura se a energia voltasse
quando sairmos?”
Nós concordamos que seria um pouco estranho
e caminhamos pelo corredor até a porta. No
instante em que a porta abriu, a energia de toda a
região foi restaurada. Aquilo foi demais! Ficamos
ali impressionados, tentando compreender o que o
Senhor estava nos dizendo.
Então, compreendi. Voltei-me para o grupo e
disse: “Já sei o que isso quer dizer. O poder foi
perdido, mas está sendo restaurado enquanto
saímos”. É isso que o Senhor estava nos dizendo,
e foi significativo porque estávamos na casa do
Dowie. Dowie deixou uma marca na cidade de
Chicago como nenhuma outra pessoa. Ele
influenciou todas as áreas da sociedade. A política,
os negócios, a religião e a educação foram todos
afetados pela unção que estava sobre ele. Creio
que Chicago estava a caminho de ser a primeira
cidade da América que foi completamente salva.
Liardon escreveu sobre o impacto que Dowie
causou: “Em pouco tempo, não havia
praticamente ninguém que não tivesse escutado a
mensagem do Evangelho”.17 Porém, isso parou
quando Dowie deixou Chicago e plantou uma
comunidade cristã.
Por favor, ouça o meu coração, pois não quero
desonrar o Dowie aqui. Creio que a Igreja deve a
ele mais do que a maioria jamais saberá. Não
estou tentando escrever uma opinião sobre se
Dowie devia ou não ter deixado a cidade de
Chicago, mas estou dizendo que a influência e a
revelação do poder de Deus que estavam
impactando Chicago foram embora quando ele
partiu. Em essência, quando ele se mudou para
dentro de uma comunidade cristã, ele parou de
impactar a cidade. O que quero dizer é que
acredito que a revelação de poder que Deus havia
dado a Dowie teria eventualmente transformado a
cidade de Chicago.
Deus estava falando comigo claramente: “Estou
restaurando o poder à Igreja novamente para
impactar cidades quando missionários forem
enviados”. Deus está ungindo pessoas com poder
para impactar cidades e trazer as nações para Ele.
Mas elas devem ser enviadas para fazerem como
Isaías profetizou: “Levanta-te, resplandece!” (Is
60:1, ACF). Este é o meu chamado – levantar
uma geração sobre a qual a glória do Senhor tem
se levantado e para a qual as nações virão.
Quero lhe contar sobre mais um encontro
profético significante. Alguns meses após minha
experiência na casa do Dowie, um dos nossos
pastores da Bethel, Kevin Dedmon, teve um
encontro envolvendo um homem chamado Lonnie
Frisbee. Frisbee era um jovem hippie que havia
sido salvo em São Francisco e se tornado um dos
catalisadores do Jesus Movement do fim dos anos
sessenta e do início dos anos setenta. Ele foi a
razão principal pelo crescimento explosivo dos
movimentos Calvary Chapel e Vineyard. Frisbee
tinha uma grande unção profética, e a manifesta
presença de Deus era uma marca distintiva de seu
ministério. Muitas pessoas testificaram sinais e
maravilhas acontecendo em suas reuniões.
Antes de Kevin Dedmon se juntar à equipe da
Bethel, ele era pastor da Vineyard no sul da
Califórnia. Kevin conhecia Lonnie Frisbee e
ministrou a ele antes de sua morte em 1993, mas
Kevin não compreendia os conceitos de unção,
mantos, ou heranças naquela época, então nunca
pediu que Frisbee orasse por ele. Quando Kevin
começou a aprender sobre avivalistas do passado e
a unção que carregavam, começou a estudar sobre
a vida de Frisbee. Descobriu que muitos anos
atrás Frisbee havia feito uma parceria com outros
quatro novos cristãos radicais para iniciar uma
comuna cristã chamada de Casa de Atos, em
Novato, na Califórnia. Aconteceu que um mês
após sua descoberta, em fevereiro de 2006, Kevin
iria pregar numa igreja em Novato. Ele ligou para
o pastor e perguntou se ele sabia onde ficava a
Casa de Atos para que pudessem visitar o local a
fim de receber uma revelação da unção que
Lonnie carregava como catalisador do Jesus
Movement. O pastor procurou por semanas, mas
não achou nada sobre a Casa de Atos. Eles por
fim desistiram.
Durante sua estadia em Novato, Kevin pregou
numa reunião de liderança e contou sua história
sobre a busca pelo manto de Lonnie Frisbee.
Durante a reunião, uma senhora de 70 anos se
levantou. Com lágrimas escorrendo pelo rosto, ela
disse: “Eu conhecia Lonnie. Fui professora de
artes dele na escola. No ano em que faleceu, ele
veio à minha casa. Quando abri a porta, ele olhou
para mim e profetizou, ‘Quando você tiver 70
anos, haverá um homem em busca do meu manto,
e quando ele vier, dê o meu manto para ele, e será
liberado a ele e a todos que o quiserem, pois Jesus
deseja cumprir o que Ele começou através de
mim’”.
Quando Kevin me contou essa história, soube
que o Senhor estava confirmando novamente a
palavra que estava dizendo a mim durante meses
sobre o meu chamado para ser um avivalista e
sobre a minha missão de levantar um grupo de
avivalistas. Deus está lançando avivalistas da cura
mais uma vez em toda a Terra, e minha missão é
levantá-los e enviá-los.
Essa missão está diretamente ligada à época em
que vivemos. Nada me convence mais da intenção
de Deus de cumprir a profecia da colheita de um
bilhão de almas do que vê-Lo agindo em Sua
Igreja, preparando não apenas alguns, mas todos
que disserem sim para ir às suas cidades e nações.
E centenas e milhares têm dito sim. Estão
inflamados com um compromisso de perpetuar
um derramamento do Espírito Santo e
encorajados a viajar pelo mundo com exibições
incríveis de Sua bondade.
Ver Deus ativando o coração de Seu povo é
maravilhoso; e é mais espantoso ainda observar
que Ele está instalando uma mentalidade
completamente nova em nós – uma mentalidade
baseada na verdade de que nada é impossível. No
próximo capítulo, você verá como ela funciona.
UM A N O VA
M E N TAL I D AD E
Aaron McMahon faz parte da nova geração de
avivalistas que está emergindo na Terra
atualmente. Ele chegou à Bethel há alguns anos
para participar da Escola Bethel de Ministério
Sobrenatural. Enquanto estudava, Deus não só
despertou radicalmente seu coração como também
reorganizou completamente a sua maneira de
pensar. Conforme Aaron começou a viver com sua
mentalidade avivalista, o Senhor passou a usá-lo
de formas incríveis. Uma das histórias que ele
conta é um grande testemunho que ilustra
belamente como essa nova geração pensa. Ele
conta essa história em seu livro These Signs Shall
Follow:
“Na quarta-feira de 1º de agosto de 2007, eu
estava participando de uma conferência
telefônica de negócios. Havia seis pessoas na
conferência – três pessoas da minha empresa e
três da empresa cliente. Quando iniciamos a
conferência, meu sócio começou perguntando
à Laurie, uma mulher que trabalhava para o
cliente, como estava a coluna dela.
Obviamente, ele estava familiar com a situação
dela e queria saber se havia melhorado. Eu,
por outro lado, não sabia de nada. Nunca
havia falado com Laurie. Esperava que ela
respondesse à pergunta do meu sócio com
uma resposta de 15 a 20 segundos. Quando
alguém nos pergunta “Como vai?”,
normalmente não entramos em cada detalhe
particular da nossa vida. Mas Laurie
respondeu detalhadamente por três ou quatro
minutos.
Na verdade, eu não teria que participar
daquela reunião, pois sou o programador. Meu
trabalho é basicamente sentar ali em silêncio e
escutar. Se houver alguma pergunta técnica,
posso interromper e respondê-la. Se meu sócio
achar que posso adicionar algo útil sem deixar
ninguém confuso, ele passará a palavra para
mim. Porém, basicamente fico ali para escutar
suas necessidades a fim de criar um software
melhor.
Enquanto Laurie ia para o segundo e terceiro
minutos de detalhe, fui ficando espantado com
sua situação. Ela não estava tendo apenas dor
nas costas; estava com um sério problema de
coluna. Ela disse que tinha uma hérnia de
disco. Eu não sei muito bem o que isso quer
dizer, mas soava como algo muito ruim. Ela
disse que havia tido outra hérnia alguns anos
antes e havia passado por uma cirurgia que
consertou grande parte do problema e
diminuiu a dor. Mas agora a hérnia estava de
volta numa parte diferente da espinha e estava
causando mais problemas do que a última. Ela
estava perdendo o sentido dos dedos do pé e
suas pernas doíam muito, aparentemente
devido à forma como os nervos passavam pela
coluna vertebral. Laurie havia marcado uma
consulta pré-cirúrgica para a manhã seguinte.
Não tenho certeza de quando a cirurgia
aconteceria, mas parecia ser logo,
provavelmente dentro dos próximos dias.
Laurie disse que esperava ficar longe do
trabalho por oito semanas.
Enquanto ela dava todos esses detalhes, eu
senti algo dentro de mim. Eu havia acabado de
terminar o segundo ano da Escola Bethel de
Ministério Sobrenatural. “Eu sou um
avivalista. O que farei quanto a essa situação?”
Essa pergunta queimava em mim. “O que vou
fazer?” Tive tempo de debater comigo mesmo
sobre os dois lados da questão enquanto
Laurie falava por mais alguns minutos. Eu
pensei: “Sou avivalista! É isso que eu faço!”
Mas minha carne dizia: “Cara, você está numa
conferência telefônica de negócios. Esse não é
o lugar nem o momento apropriado para uma
oração!” Meu espírito respondia: “Vamos,
você só precisa de trinta segundos para ela
ficar curada. Trinta segundos! O que é isso
comparado a oito semanas de recuperação?” E
minha carne dizia: “Você irá se expor para
pessoas que nem o conhecem e será muito
embaraçoso”.
Aquela situação me fez sair da minha zona
de conforto. Minha carne queria sentar ali em
silêncio e torcer para que ela terminasse logo
de falar a fim de que eu pudesse me esquecer
logo daquilo. Mas meu destino queimava
dentro de mim. Sou um avivalista. Foi isso que
nasci para fazer – caminhar nos passos de
Jesus e seguir Seu modelo para trazer-Lhe
glória. Por fim, fiz minha escolha (com um
pouco de hesitação). Pensei comigo mesmo:
“Gente, sou um avivalista! Vou colocar todas
as minhas fichas na mesa. Sei o que isso irá
me custar em termos de orgulho e conforto,
mas valerá a pena quando ela estiver curada e
não precisar passar oito semanas de cama se
recuperando! Trinta segundos de oração
contra oito semanas de recuperação... Eu
tenho que fazer isso por ela!”
Então, enquanto Laurie terminava de falar,
eu disse: “Com licença, Laurie, eu sou o
Aaron, o programador. Faço parte de uma
escola que prepara para o ministério, e não
posso deixar essa oportunidade escapar. Posso
orar para que você seja curada? Já vi tantas
pessoas serem curadas de problemas na coluna
que tenho fé total de que você receberá sua
cura. Isso levará apenas trinta segundos”.
Houve um momento de silêncio. Por três ou
quatro segundos, eu não ouvi nada. Depois ela
respondeu, “Humm, claro. Sim, por favor ore
por mim”. Então orei. Sinceramente, aquele
não era meu momento mais espiritual. Senti-
me realmente exposto e muito consciente dos
outros que estavam ouvindo. Tentei não me
distrair imaginando o que eles provavelmente
estariam pensando. Naquele momento, seria
um sucesso se conseguisse me concentrar por
aqueles trinta segundos.
Não orei pela Laurie. Ao invés, usei a
autoridade dada a mim por Jesus. Ordenei que
toda a dor saísse do corpo dela. Ordenei que
sua coluna vertebral e os discos fossem
realinhados pelo poder de Jesus. Convidei
mais da presença do Espírito Santo no corpo
dela para trazer cura e restauração a qualquer
problema existente. Ordenei que os nervos de
suas pernas e de sua espinha fossem
restaurados. Liberei a cura do sangue de Jesus
sobre ela. Tudo isso durou cerca de trinta
segundos. Terminei com: “Obrigado, Jesus.
Amém”.
Mais uma vez, houve uma longa pausa.
Depois ouvi uma risada nervosa de algumas
pessoas na linha. Sim, dois anos antes de
entrar para a escola de ministério, mesmo
sendo um cristão apaixonado, eu
provavelmente seria uma daquelas pessoas
rindo, sentindo um pouco de vergonha pelo
cristão que estava se colocando em risco e
feliz por não ser ele. Perguntei a Laurie como
ela se sentia. Ela não respondeu por cerca de
quatro segundos. Depois ela disse: “Nossa!
Nossa! Sinto-me muito melhor! Sério,
realmente me sinto melhor. Senti dor o dia
todo e agora ela foi embora! A dor foi
embora”.
Quando me sentei sozinho no meu escritório,
comecei a imaginá-la se movendo e
caminhando com um sorriso surpreso no rosto
ao pensar que a oração daquele cara maluco
realmente havia funcionado. Eu fiquei aliviado
de aquilo ter acabado. Eu estava muito fora da
minha zona de conforto e estava feliz
simplesmente por ter tomado a decisão de dar
aquele passo de fé para fora dela. O que
aconteceria a partir daquele momento estava
nas mãos de Deus. Eu conduzi a bola pelo
campo o mais longe que pude.
Na manhã seguinte, acordei e recebi um
email da Laurie. Ela estava num fuso de 2
horas a frente do da Califórnia; ela o havia
enviado às 7 horas da manhã do meu fuso.
Disse que estava a caminho de sua consulta
pré-cirúrgica e pediu mais orações. Naquele
mesmo dia pela tarde, recebi um email de seu
colega de trabalho, que também havia estado
na conferência telefônica. Ele disse que Laurie
havia ido à consulta e dito ao médico que
estava se sentindo muito melhor. Ele lhe fez
algumas perguntas para ter certeza. Então,
decidiu não operar mais a coluna dela. Ele
sabia como seria difícil a recuperação e queria
qualquer razão para que ela não precisasse
passar por aquilo. Ela concordou. Mas ele lhe
disse que esse tipo de coisa não acontece
frequentemente e que ela deveria retornar caso
a dor voltasse. Hoje, quase duas semanas
depois, Laurie ainda está muito bem.”1
N Ó S T E M O S A BO L A
A declaração daquele jovem também não era
alguma ideia grandiosa do que ele queria fazer
para Deus. Era simplesmente um reconhecimento
de que o que Deus nos comissionou a fazer é
acessível e alcançável.
Somos chamados para discipular nações. Esse
foi o mandamento que Jesus deixou antes de subir
ao Céu (ver Mateus 28:19). A razão pela qual a
Igreja não tem alcançado seu destino é que não
temos alinhado nosso pensamento às palavras de
Jesus. Por demasiado tempo, nossa mentalidade
foi de inferioridade e insignificância, e essa atitude
tem neutralizado nossa unção para impactar as
nações. Temos nos permitido ficar impressionados
com o estado perverso do mundo e acreditar na
mentira de que não podemos fazer qualquer
diferença. Temos nos conformado com recuar e
deixar a história acontecer à nossa volta em vez de
sermos propositais na autoria dela. Não temos
realmente acreditado e, portanto, não temos
vivido, que somos “a cabeça das nações, e não a
cauda” e que “aquele que está em [nós] é maior
do que aquele que está no mundo” (Dt 28:13; 1
Jo 4:4).
Em Mateus 28, antes de Jesus nos dizer que
devemos discipular as nações, Ele deixou claro
que Seu mandado é possível porque “Foi-Me
dada toda autoridade no Céu e na Terra” (Mt
28:18). Jesus não tem toda autoridade somente no
Céu; Ele tem na Terra também. Após declarar esse
fato, Ele disse: “Portanto, vão”, dando a mim e a
você as chaves dessa autoridade (ver Mateus
28:19).
Bill Johnson fala sobre isso com as seguintes
palavras: “Nós temos a bola! Estamos no ataque e
não na defesa”.2 Nos esportes, os treinadores
preparam jogadas de ataque e de defesa para seus
times. A posse de bola determina a jogada que o
treinador irá escolher. Ele nunca escolherá uma
jogada de defesa se seu time estiver com a bola.
Se um time usar uma jogada defensiva quando
estiver no ataque, isso não dará certo e irá perder
no final das contas. Muitos na Igreja acreditam
que o inimigo tem a bola, então usam jogadas
defensivas. Temos manuais de estratégia inteiros
sobre táticas eficazes de defesa. Mas elas não
funcionam quando temos a bola. Às vezes, temos
usado as jogadas erradas. Temos renunciado à
nossa autoridade, construindo nossas vidas para
meramente sobreviver e não para dominar.
Como pastor de jovens, tive a oportunidade de
pregar em clubes cristãos em algumas escolas.
Muitas vezes, observei que os alunos cristãos
estavam apenas tentando sobreviver em meio a
uma geração mundana. Tudo que eles sabiam
fazer era se reunir, tentando se fortalecer a fim de
não cair. Eu os imaginava se reunindo toda
semana e dizendo: “Ok, sobrevivemos a mais uma
semana, mas foi por pouco. Ufa! A coisa está feia
lá fora. As pessoas estão bebendo, usando drogas,
fazendo sexo e usando o nome do Senhor em vão.
Eu quase não consegui”. Então perguntavam uns
aos outros: “Você ainda está salvo?” “Sim” “Que
bom. Vamos nos encontrar aqui semana que vem
para ver se ainda estaremos salvos”. Sei que isso
não era o que eles realmente diziam, mas é
basicamente o que se passava debaixo da
superfície por causa da mentalidade de
sobrevivência deles. Estavam tão abalados com o
mundo à sua volta que não estavam focados em
cumprir a Grande Comissão. Ninguém lhes havia
ensinado que eles tinham a bola ou como sonhar e
criar estratégias para impactar o campus inteiro
com o Evangelho.
Mas essa mentalidade está mudando. A atitude
dos novos avivalistas é muito diferente porque
reconhecem a verdade de que têm a posse da bola,
e estão aprendendo a implementar jogadas de
ataque. As pessoas estão se empenhando
totalmente na busca de ver a glória de Deus cobrir
a Terra de uma posição de autoridade e firmeza.
Não estão mais satisfeitas com simplesmente
existir no reino do mundo; querem vê-lo
transfigurar-se no Reino do nosso Deus (ver
Apocalipse 11:15).
Durante anos, tenho dito aos jovens que quero
mudar o nome dos clubes cristãos para “Pinky e o
Cérebro”. Para aqueles que não sabem quem são
Pinky e o Cérebro, permita-me explicar, por favor.
Anos atrás, eu costumava assistir a um programa
de desenho chamado Animaniacs. Parte do
programa era chamado de “Pinky e o Cérebro”.
Era sobre dois ratos, um chamado Pinky e outro
chamado Cérebro. Pinky era um rato alto,
esquelético, com aparência de dopado, que era
intelectualmente desafiado. Cérebro era um rato
baixo e forte com uma cabeça planetária que
continha seu enorme cérebro. Todos os episódios
eram baseados na mesma premissa. Pinky e
Cérebro tentam inventar um plano para dominar o
mundo. Todos os planos eram destinados a falhar,
mas no fim de cada programa, Pinky se voltava
para Cérebro e lhe perguntava: “Cérebro, o que
faremos amanhã?” Com uma expressão de
determinação, Cérebro respondia com confiança:
“Faremos o que fazemos todos os dias: tentar
dominar o mundo!”
Clubes Pinky e o Cérebro. Já posso imaginar o
movimento, abastecido por estudantes reunidos
para dominar o mundo. Imagine os membros João
e Maria, cuja dedicação é ver suas vidas
impactarem radicalmente sua escola para Jesus.
Quando João fica pronto para ir à aula, Maria está
esperando por ele. Ela pergunta: “João, o que
você vai fazer hoje?” Ele responde com convicção
em seus olhos: “Maria, farei o que faço todos os
dias: tentar dominar o mundo!” Apenas uma hora
antes, Maria havia levantado da cama e ido até a
cozinha para tomar café. Enquanto comia, sua
mãe lhe perguntou: “Querida, o que você irá fazer
hoje?” Maria esfregou os olhos de sono e
respondeu: “Mãe, farei a mesma coisa que faço
todos os dias. Tentarei dominar o mundo!”
Você foi chamado para dominar o mundo. Você
faz parte de uma revolução. Você é chamado para
derrotar o governo das trevas que tem escravizado
pessoas no pecado e na doença, e para estabelecer
o Reino da Luz na Terra como é no Céu. Nossa
revolução não é uma anarquia mundana de
violência e controle; é uma reforma Celestial da
verdade dita no amor e demonstrada pelo poder
sobrenatural. Somos armados com o amor
incondicional e com o poder de Deus. Não fomos
criados para nos esconder, para nos encolher em
alguma esquina, subordinados ao mal. Ao
contrário, nascemos para andar com confiança em
meio às pragas das trevas – ficar de pé entre os
mortos e os vivos e exterminar pragas!
Você é um exterminador de pragas. Seu mandato
não é passivo, subjugado, indiferente, nem
irrelevante. Jesus concedeu livre e
desenfreadamente a mim e a você a autoridade
que Lhe foi dada na Terra.
Cristo fez outra promessa quando nos
comissionou com Sua autoridade para discipular
as nações. Ele disse: “Eu estarei sempre com
vocês até o fim dos tempos” (Mt 28:20). A
mentalidade da nova geração de avivalistas é
baseada na consciência de que Deus está com
eles. É isso que lhes dá seu sentido de
importância. Se você ler o Antigo Testamento,
verá que cada homem e mulher que realizavam
grandes feitos por Deus andavam nessa revelação.
REVOLUCIONÁRIO
Josué é um excelente exemplo. Ele foi um
revolucionário que recusou se ajoelhar diante da
mentira da insignificância e da inferioridade. Ele
sabia que seu chamado era dominar a terra
prometida por Deus a ele e aos filhos de Israel –
uma terra rica, que manava leite e mel. Antes de
entrarem, Moisés enviou espiões para observarem
a região e seus habitantes. Entretanto, os espiões
retornaram de sua expedição com um relatório
sombrio: a terra estava cheia de gigantes e
inimigos que não podiam ser derrotados.
Mas o relatório de Josué foi completamente
diferente. Ele se posicionou diante do povo de
Israel com confiança fortalecendo sua voz e disse:
“Tão-somente não sejais rebeldes contra o
Senhor, e não temais o povo dessa terra,
porquanto são eles nosso pão; Retirou-se
deles o seu amparo, e o Senhor é conosco;
não os temais.”
Números 14:9 (ARIB)
Josué sabia que Deus estava com Israel, e
portanto eles tinham a posse da bola. Com o
Senhor ao lado deles, os inimigos e tudo que
protegiam eram fáceis de conquistar. “São eles
nosso pão”. Isso que é coragem! Com a inspiração
de que Deus estava com eles, Josué não iria recuar
e se esconder da Sua promessa. Ele estava
determinado a tomar a terra e enxergou os
habitantes atuais simplesmente como uma
provisão. Ele tinha uma perspectiva diferente – a
mentalidade de uma nova geração. Recusou ser
intimidado pelas circunstâncias, pela cultura, ou
pelas vozes à sua volta. Além disso, rejeitou a
mentira de que o mundo ao seu redor era maior
do que o Deus que estava com ele.
A verdade é que não podemos impactar o
mundo à nossa volta se nos sentimos
insignificantes. Enquanto escrevo este livro,
Brandon Smith está terminando o Ensino Médio
numa escola de alto nível em São Francisco, na
Califórnia. Sua escola possui um dos melhores
times de basquete do país, e Brandon entrou para
o time como calouro – o jogador mais jovem do
time.
Numa manhã após o treinamento, Brandon
estava no vestiário da escola quando o capitão do
time, junto com outros jogadores, foi até ele e seu
amigo (que era o único outro calouro do time). O
capitão perguntou a Brandon se ele era virgem.
Sem hesitar nem um pouco, Brandon proclamou
com orgulho: “Sim, sou virgem. E tenho orgulho
disso. Isso é algo precioso para mim, e estou
guardando-o para o casamento”. O time ficou
chocado com a resposta dele e olhou para ele
como se ele fosse maluco. Houve inclusive risos
enquanto os rapazes iam embora. Durante aquele
dia, diferentes garotos o abordaram para dizer que
respeitavam sua decisão e que gostariam de ter
feito o mesmo. Mas o rótulo de virgem ficou com
ele ao longo de todos os seus anos na escola, tanto
que alguns anos depois, num jogo contra uma
escola local rival, Brandon estava na linha de
lance livre e a multidão de estudantes gritava: “Ele
é virgem! Ele é virgem!”, Brandon disse que quis
gritar de volta: “Tenho orgulho disso! Tenho
orgulho disso!”
Deus está verdadeiramente levantando uma nova
geração que recusa acreditar que é insignificante.
Brandon sabia que não havia sido chamado para
apenas sobreviver e ter vergonha de quem era. Foi
chamado para se destacar, e não se adequar.
Apesar de estar nervoso e de saber que poderia
lhe custar a aprovação de seus colegas, ele aceitou
que aquilo valia a pena. Brandon se sentia seguro
em sua identidade em Deus e não sentia
necessidade de que os outros lhe dissessem quem
ele era. Havia estabelecido sua vida em intimidade
com o Senhor e não estava agitado com a pressão
de buscar aceitação ou relevância aos olhos do
mundo. Falarei sobre a importância da intimidade
e da identidade em outro capítulo.
SARANDO A TERRA
Essa mudança assertiva da defesa para o ataque
nos força a reconsiderar com o que o ministério se
parece. Se o objetivo for a sobrevivência, então o
ministério é principalmente focado em cuidar do
rebanho e pouco focado em salvar pessoas. Esse
era o entendimento comum do ministério quando
eu estava crescendo e quando me tornei pastor de
jovens. “Trabalhar para o Senhor” significava se
tornar um pastor ou um evangelista e exercitar o
dom de ficar atrás de um púlpito ou na plataforma
de uma cruzada, ensinando a Palavra de Deus
para uma congregação. Entendia-se que qualquer
jovem que mostrasse sinais de paixão por Deus ou
habilidades de liderança deveria ser pastor.
Porém, nos últimos dez anos, à medida que a
Igreja tem começado a reconhecer e a abraçar sua
verdadeira missão, temos visto uma grande
mudança na maneira como enxergamos o
ministério. Quando a meta é discipular as nações,
transformar a sociedade e ver a glória do Senhor
cobrir a Terra, o ministério deve no mínimo
acontecer tanto do lado de fora como do lado de
dentro da igreja – se não mais do lado de fora. O
ministério cristão deve abordar cada aspecto da
vida humana.
OS SETE
Em 1975, Bill Bright e Loren Cunningham
tiveram visões similares do Senhor que nos
fornecem uma chave para moldar as nações.3 Um
deles viu sete “montanhas” (lugares altos), e o
outro viu sete “modeladores de mente” (esferas de
influência) na sociedade. Para a geração e o
ministério deles, o Senhor ressaltou os locais em
que deveriam focar – quem influenciasse aquelas
montanhas e os modeladores de mentes, por sua
vez moldaria a sociedade e transformaria sua
cultura. Deus continua falando conosco sobre a
necessidade de impactarmos as montanhas com a
sabedoria, o amor, a alegria e o poder do Reino.
Falamos sobre as montanhas da cultura nas
seguintes categorias e instituições:
• Família
• Religião
• Economia
• Educação
• Governo
• Artes e mídia
• Ciência e tecnologia
MOISÉS E JOSUÉ
Deixe-me explicar com mais profundidade o que
compartilhei na reunião de Colorado Springs,
começando com a minha “revelação do
aeroporto”. A passagem de Êxodo 17 é uma
história poderosa. É onde conhecemos Josué pela
primeira vez, o futuro líder do povo de Israel, e tal
passagem nos dá uma percepção importante sobre
o relacionamento entre Moisés e Josué.
De forma breve, o contexto dessa história é o
seguinte. Quando os israelitas deixaram o Egito,
eles saquearam o povo egípcio. Portanto, quando
chegaram ao deserto, além da abundância de ouro,
tinham outros itens valiosos. Isso fez com que
muitas das nações ao seu redor iniciassem batalhas
contra eles na esperança de colocarem as mãos em
parte da riqueza. Os amalequitas eram um dos
povos que sabiam da afluência dos israelitas e os
provocaram para uma batalha.
A história começa com Moisés dizendo a Josué
que selecione alguns homens para lutar contra os
amalequitas. Enquanto Josué levava o exército
para a guerra, Moisés carregava a vara de Deus
para o topo da colina para observar a batalha. Ele
se posicionou com as mãos levantadas, segurando
firmemente a vara. Enquanto Moisés mantinha as
mãos erguidas, Josué era vitorioso. Mas Moisés
eventualmente começou a ficar cansado e soltar as
mãos. Quando suas mãos estavam abaixadas, a
batalha mudou e Josué e seus homens começaram
ser derrotados. Então Arão e Hur ficaram ao lado
de Moisés e seguraram as mãos dele no alto até
que a vitória de Josué fosse completa.
Em seu comentário sobre essa história, John
Wesley, referindo-se ao povo de Israel, disse: “A
mão de Moisés contribuiu mais para a segurança
de Israel do que as suas próprias mãos”.1 A vitória
de Josué havia sido completamente dependente de
Moisés estar em posição com a vara de Deus.
Apesar de Josué ser um grande guerreiro, e de
seus homens serem bem treinados e prontos para
batalha, o fator decisivo da batalha não foi a
habilidade de Josué no combate, mas a autoridade
de Moisés representada pela vara de Deus.
Quando Moisés saía de posição, apesar de Josué e
o exército estarem lutando com a mesma
proficiência e intensidade, a batalha mudava e eles
começavam a ser derrotados. Josué foi triunfante
porque estava propriamente alinhado com Moisés,
a geração mais velha. A vitória não dependia da
espada nas mãos de Josué, a geração mais nova,
mas da vara nas mãos de Moisés, a geração mais
velha. A vitória também não dependia somente de
Moisés. Ele precisou de Arão, Hur e Josué para
alcançar a vitória como uma tribo.
A vara, na vida de Moisés e em toda a Bíblia,
representa autoridade, poder e liderança, enquanto
a espada é usada para administrar a obra do
Senhor. A cobertura de autoridade provida por um
líder mais velho era essencial para o sucesso do
jovem líder em cumprir sua tarefa.
A fim de compreender a lição dessa história,
preciso apontar que existem dois princípios
espirituais trabalhando aqui – princípios
diferentes, mas relacionados. O primeiro é a
submissão à autoridade, e o segundo é a honra dos
jovens aos mais velhos.
S U BM I S S Ã O
O princípio da submissão à autoridade é
simplesmente que todas as pessoas, em todas as
gerações, são chamadas para estarem sob
autoridade. Aliás, não podemos andar em
autoridade sem nos submetermos à autoridade. O
centurião que pediu a Jesus que curasse seu servo
entendeu que Jesus tinha autoridade porque Ele
era submetido a Deus, assim como o centurião era
um “homem sujeito à autoridade” e, portanto,
podia ordenar seus servos a fazerem o que ele
dizia (ver Mateus 8:8-9). O apóstolo Paulo foi um
modelo de submissão à autoridade. Em seus
primeiros anos de ministério, ele era submetido a
Barnabé e, quando foi enviado para suas viagens
missionárias, foi comissionado por Tiago e pelo
conselho de Jerusalém. Ele não foi por conta
própria como um apóstolo que não precisava do
conselho de outros, mas submeteu seu ministério e
foi enviado pelos apóstolos.
Nossa submissão à autoridade deve ser constante
durante nossas vidas, não importa por quanto
tempo exercitamos um papel de autoridade.
Quando me tornei pai, não parei de ser filho.
Essas duas funções trabalham simultaneamente na
minha vida.
Sinto que é importante deixar claro aqui que se
submeter à autoridade é diferente de honrar os
mais velhos, pois não há uma idade especial em
que o Senhor confia a vara a alguém. Já vi
pessoas de vinte e poucos anos que caminham
com uma medida de autoridade e carregam a vara,
e já observei pessoas em seus quarenta anos que
precisam desesperadamente de cobertura e não
carregam a vara de Deus.
Há casos em que Deus levanta um jovem líder
para prover cobertura de autoridade sobre muitos
que são mais velhos que ele ou ela, e essas
pessoas entram debaixo daquela autoridade se
submetendo ao mais jovem. Entretanto, realmente
acho que há experiências e sabedoria que somente
vêm com anos vividos. A razão pela qual muitas
pessoas em autoridade são mais velhas é que
provaram ser capazes de carregar a vara ao longo
de seus anos de experiência.
HONRA
O princípio de honrar os mais velhos,
especialmente pai e mãe, é claramente ensinado
nas Escrituras. O quarto mandamento declara:
“Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas
vida longa na terra que o Senhor teu Deus te dá”
(Êx 20:12). Na Bethel, resumimos o princípio
contido neste versículo de maneira simples: A vida
flui através da honra. Há uma corrente de vida –
um fluir contínuo de poder e de bênção – que
somente vem a nós quando honramos ativamente
nossos pais, os naturais e os espirituais.
A razão pela qual creio que Deus me mostrou a
história em Êxodo é que esses dois elementos –
submissão à autoridade e honra entre as gerações
– estavam em ação. Houve uma liberação
conjunta de autoridade e de bênção no meio da
batalha devido à maneira como Josué e Moisés
interagiam. O resultado da convergência deles foi
a vitória.
Estive no ministério de adolescentes e jovens por
mais de uma década e estou profundamente
convencido de que a geração deles precisa
entender a cobertura e a autoridade espiritual, e
que é imperativo estarmos conectados a pais e
mães espirituais se quisermos ser vitoriosos. Não
importa o quão bem eu treinar a geração jovem,
meus esforços serão em vão se não estiverem
propriamente conectados à geração mais velha. Os
jovens podem até ser excepcionais com a espada,
mas, se não estiverem conectados com a vara, seu
triunfo será fugaz. A vara está nas mãos da
“geração de Moisés” – a geração mais velha – e
deve ter parceria com a espada, que está nas mãos
da “geração de Josué”. Creio que essa aliança é
uma chave essencial para vermos o avivamento
sustentado nessa geração do Corpo de Cristo.
Ao dizer que devemos estar debaixo da vara nas
mãos da geração mais velha, não estou negando o
fato de que, apesar de nossa idade e nosso nível
de maturidade, a autoridade tem sido dada por
Cristo a todo crente para curar o doente, expulsar
demônios e mover em poder. Cristo é a autoridade
final a qual somos chamados para nos submeter.
E, ao fazer isso, somos qualificados para andar na
autoridade que Ele nos dá. Porém, não creio que
Cristo automaticamente confia a todos nós a
autoridade para tomar cidades e ver as nações se
voltarem para Deus. Em minha opinião, Ele
encarrega essa autoridade a algumas pessoas
específicas, e é por isso que estou dando minha
vida para levantar uma nova geração de avivalistas
que se oferecerão para um avivamento mundial –
avivalistas que verão cidades e nações inteiras
salvas e trazidas sob o domínio do Rei.
Mas há um processo de maturidade que esses
avivalistas devem experimentar a fim de ocupar a
posição de autoridade, um processo que não será
completo sem a bênção, o ensinamento, a
revelação e a cobertura de mães e pais. Não posso
enviar uma nova geração de avivalistas para a
batalha sem ter certeza de que eles possuem a
autoridade necessária para serem vitoriosos na sua
vida pessoal e na sua missão de avivamento
mundial.
Permita-me abordar esta questão brevemente.
Creio que o Senhor deseja liberar uma autoridade
sobre a Igreja para ver cidades salvas e nações
discipuladas. Mas Ele sempre nos chamou para
viver uma vida interior de conquista também. Nós
somente podemos levar o Reino de Deus
consistentemente para aqueles a nossa volta na
mesma medida em que o Reino é estabelecido em
nossas próprias vidas. Por isso, não posso chamar
uma geração para impactar as nações sem chamá-
la também para abraçar totalmente o que o Senhor
tem para ela – uma vida de verdadeira libertação
daquelas coisas que impedem nosso destino como
transformadores do mundo – “o pecado que nos
envolve” (Hb 12:1). A vitória pessoal também vem
através da nossa colaboração com aqueles que
seguram a vara de Deus. O Senhor está chamando
essa nova geração de avivalistas para andar em
poder e mostrar o caráter de Deus, e essas duas
coisas são alcançadas através da submissão à
cobertura espiritual.
Você precisa da autoridade de pais e mães
maduros e de Deus a fim de estabelecer uma vida
de santidade e pureza. Vejo muitos jovens lutando
com pecados ou áreas de fraqueza que não
conseguem obter vitória porque estão se
escondendo com vergonha ou medo da punição
por parte dos pais e das mães em suas vidas. Eles
não estão necessariamente vivendo com um
coração mau, mas se sentem presos e incapazes de
resistir à tentação. Quando Deus unir as gerações,
e os jovens se conectarem com pais e mães, essa
falta de poder será substituída pela força e pela
graça que começarão a fluir em suas vidas.
Veremos jovens vivendo com sucesso em
santidade e pureza.
INDEPENDÊNCIA
A lacuna entre as gerações na igreja hoje é real e
está nos fazendo mal. Creio que existem duas
razões principais para isso. Uma é o espírito de
independência nas gerações. A segunda é uma
ênfase incorreta em como o avivamento
acontecerá. Primeiramente, deixe-me abordar o
espírito da independência na Igreja.
Existe algo dentro da geração jovem que deseja
fazer as coisas sem a ajuda dos outros. Você é ou
já foi jovem, então entende o que estou dizendo.
A maior parte dessa geração pensa que os mais
velhos não os compreendem. Principalmente no
mundo ocidental, a maioria está ansiosa para
chegar à maioridade para ter a liberdade de fazer
as coisas do seu próprio jeito. Esse paradigma
aumenta a lacuna entre as gerações e a separação
entre a espada e a vara.
Entretanto, o espírito da independência não é
exclusivo às pessoas mais jovens. Também está
presente na geração mais velha. De muitas formas,
a geração mais velha fica frustrada com a nova
geração. Meus pais foram criados numa época
diferente, e muitas pessoas mais jovens do que eu
os deixam confusos. Obviamente, não estou
falando de escolhas do pecado, pois elas são
graves em qualquer geração. Estou falando de
estilo. Meus pais simplesmente têm dificuldade de
entender por que alguém escuta certo gênero de
música, ou decora o corpo com tatuagens e
piercings, ou aprecia a variedade de coisas
diferentes que a geração jovem aprecia. Mesmo
aos 32 anos, fico intrigado com algumas coisas
que vejo os jovens fazendo. Fica cada vez mais
desafiador para a geração mais velha relacionar-se
à jovem, então a lacuna entre elas aumenta e a
verdadeira força da Igreja operando como uma só
geração nunca é completamente realizada. Essa
divisão entre as gerações na Igreja impedirá o
avivamento.
A falta do espírito de independência em Josué
permitiu que ele tivesse um relacionamento
alinhado com Moisés. A Bíblia diz que Josué fez
“conforme Moisés havia ordenado” (Êx 17:10).
Josué não estava no campo da batalha querendo
fazer algo por conta própria. Sua obediência o
posicionou debaixo da cobertura de Moisés e
declarou que ele havia entendido a importância da
cobertura. Moisés, por sua vez, aceitou a
importância de capacitar a geração que vinha após
ele, e confiou em Josué ao enviá-lo para a batalha.
Por fim, a independência é perigosa porque é
baseada no orgulho. A primeira carta de Pedro
diz:
“Semelhante vós jovens, sede sujeitos aos
anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros,
e revesti-vos de humildade, porque Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes.”
1 Pedro 5:5 (ACF)
Quando a geração mais nova quer fazer as coisas
por conta própria e resiste se submeter à geração
mais velha, está basicamente dizendo: “Achamos
que podemos fazer isso melhor”. E isso é orgulho.
Quando a geração mais velha ignora a geração
jovem, está praticamente dizendo, “Não
precisamos de vocês. Não confiamos em vocês.
Voltem quando forem mais velhos”. E isso
também é orgulho.
O comando de Deus é se submeter e “revesti-
vos de humildade”, pois a submissão é um ato de
humildade. Quando uma pessoa se humilha, a
graça começa a fluir em sua vida. Mas se uma
pessoa recusa se humilhar, Deus se oporá ao
orgulho na vida dela. Há uma geração inteira na
Igreja que está correndo o perigo de ter Deus se
opondo a ela, a menos que se submetam aos mais
velhos e uns aos outros e se vistam com
humildade. Mas esse passo requer uma mudança
na maneira como vemos as coisas – uma
transformação que teve de acontecer na minha
própria vida.
Eu tinha um espírito de independência em mim
quando era mais jovem. É claro que eu não
percebia, mas ele estava lá. Como mencionei, fui
criado num lar cristão amoroso e comecei no
ministério em tempo integral aos 19 anos. Como
muitos jovens, cresci sem nenhum entendimento
da importância da autoridade espiritual. Foi
quando Kris Vallotton chegou à minha vida e
comecei a reconhecer o espírito de independência
manipulando minha vida e o impacto negativo que
aquilo estava tendo em mim.
Kris chegou à Bethel dois anos após eu ter
entrado para a equipe, e se tornou não somente
meu chefe, mas um pai na minha vida. Certo dia,
ele me chamou em seu escritório e, como só ele
sabe fazer, me disse que eu era independente.
Sentei ali atordoado por um momento, pois eu
tinha certeza de que ele estava errado.
Eu não sou independente, pensei. Sou confiante.
Simplesmente sei aonde quero chegar na vida e
isso me faz ser confiante em mim mesmo.
Em minha mente, eu tentava desesperadamente
me defender. Mas, na medida em que ele
continuava a falar comigo, veio uma luz. Uma
parte da minha vida que eu nunca havia
enxergado, um grande ponto cego, não estava
mais no escuro. Eu era autônomo. Não estava
conectado a pais e mães. Estava agindo por conta
própria, autossuficiente, e construindo meu
próprio ministério separado de qualquer cobertura.
Como aquilo me acertou em cheio, comecei a
chorar. Não tenho certeza por que eu nunca havia
percebido isso antes. Talvez tivesse achado que
era um sinal de força e maturidade. Porém,
reconheci minha falha quando Kris apontou
aquilo. Também sabia que ficar separado não era
o desejo do meu coração. Eu simplesmente não
tinha ideia de como permitir pais e mães entrarem
em minha vida naquele nível, como me submeter
à cobertura, ou como me alinhar sob uma
autoridade espiritual. Era algo que eu nunca havia
feito totalmente.
Apesar de não saber por onde começar para
aprender a fazer aquelas coisas, naquela tarde
firmei um compromisso de começar a fazê-las.
Não tinha ideia do quanto poderia ser difícil ou da
prova pela qual eu teria que passar. Mas sabia que
o espírito de independência me havia separado da
vara. Eu estava isolado e tinha que dar um alto
valor à vara e estabelecer uma conexão com ela se
quisesse cumprir meu destino.
Ê N FA S E E R R A D A
O segundo fator que contribui para a lacuna
entre as gerações na Igreja hoje é uma ênfase
errada sobre como o avivamento acontece. Uns
dois anos antes da minha viagem a Colorado
Springs, tivemos um período na Bethel em que
pregadores convidados chamavam os jovens para
irem até o altar e oravam por eles, declarando que
o avivamento viria através da juventude. “O
avivamento virá através dos jovens” se tornou
uma frase comum para nós.
Pouco depois de começarmos a ouvir isso, Kris
Valloton se pôs de pé durante um culto e disse: “O
avivamento não virá através dos jovens”. De
primeira, fiquei ofendido com aquela declaração e
não sabia como reagir. Eu sabia que em muitos
casos históricos Deus havia usado pessoas jovens
para iniciar um avivamento. Essa era uma das
razões pela qual eu estava trabalhando com elas, e
ainda é. Porém, também sabia que avivamentos,
em sua maior parte, nunca haviam durado mais de
uma geração (sendo o Jesus Movement um dos
exemplos mais recentes). Muitas pessoas têm
explicado isso ao apontar que Deus é soberano e
chega e vai embora como Ele quer. Isso tem
suprido a crença de que não temos nenhuma
influência sobre quando o avivamento chega ou
vai embora. Mas a nossa revelação da intenção de
Deus para o avivamento estava mudando –
estávamos começando a ver que Ele queria não
somente que o avivamento fosse sustentado de
geração a geração, mas também que fosse crescer
cada vez mais.
Eu sabia que tínhamos que fazer algo diferente
se quiséssemos ver o avivamento se perpetuar por
mais de uma geração, então ouvi atentamente ao
Kris, que insistia que o avivamento não viria
através dos jovens. Ele descreveu um encontro em
que o Senhor falou com ele e disse: “O
avivamento não virá dos jovens; virá a partir de
uma só geração”. Kris começou a ensinar que o
avivamento viria quando as gerações se unissem, e
por causa disso precisávamos estar atentos às
estratégias de divisão do inimigo. Satanás sabe que
não pode impedir esse mover de Deus, então ele
está dividindo as gerações para trazer maldição à
Terra. Essa mensagem fez com que eu percebesse
que uma das minhas missões no ministério é unir
as gerações para ver avivamento mundial.
Depois que Kris mostrou a estratégia do inimigo
causadora de discórdia, comecei a enxergá-la
acontecendo na geração mais velha. A ênfase nos
jovens e no avivamento estava sutilmente
enviando uma mensagem aos mais velhos de que
seus dias de serem usados por Deus no
avivamento haviam terminado ou estavam
passando rapidamente. Se aquilo fosse verdade,
eles poderiam no máximo ficar de lado e semear
financeiramente, ou simplesmente assistir aos
jovens serem usados por Deus no avivamento.
Então, começaram a se sentir desnecessários e
desanimados para buscar um derramamento do
Espírito de Deus. Se o Espírito Santo não tivesse
restaurado a mensagem que os chamava para seu
legítimo propósito, o inimigo teria conseguido
deixar a maioria dos jogadores no banco. A
verdade é que precisamos desesperadamente da
geração mais velha, e ela é chamada para exercer
papeis muito ativos no avivamento. Ela é quem
segura a vara de Deus, e seus maiores dias de
impacto para o Reino ainda estão à sua frente.
Também vi essa estratégia em ação alguns anos
atrás numa reunião de pastores de jovens em que
um deles disse: “A geração mais velha precisa sair
do caminho e deixar os jovens terem o avivamento
deles. A geração mais velha é muito presa aos seus
costumes para mudar. Precisa abrir espaço para
que possamos ter nosso avivamento”.
Infelizmente, já fui confrontado muitas vezes com
essa atitude ao longo dos anos, mas graças a Deus
tenho visto mudança. Não deveríamos querer que
a geração mais velha saia do caminho; precisamos
que ela ocupe sua posição de liderança no
avivamento com a autoridade que o Senhor lhe
deu. Eu digo aos pastores de jovens: “Nós não
temos escolha. As gerações precisam estar
alinhadas se quisermos ver o avivamento que tem
sido profetizado. Precisamos da vara de Deus em
nossas vidas e eles precisam da espada”.
Tenho que dizer que a ideia que aquele pastor
expôs, de que a geração mais velha é muito presa
aos seus costumes, é uma mentira. Se você vier à
Bethel em qualquer domingo, encontrará os
senhores e senhoras mais radicais, “loucos” e
fervorosos que você já viu. Eles amam o novo
estilo de adoração. Amam esse mover de Deus.
São uns dos primeiros a irem até a frente para
receber oração. Chegam cedo e vão embora tarde.
Andam em poder, profetizam, mergulham de
cabeça no rio de Deus. Na verdade, houve uma
época em que eu olhava para nossa igreja e via
que a maioria das pessoas mais radicais e
fervorosas não eram jovens. Eram os “velhinhos”.
Tive que encorajar nossos jovens a acompanhar os
adultos. Lou Engle certa vez disse: “Posso até ter
cinquenta anos, mas vocês terão que correr muito
para me acompanhar”. É assim que deve ser. A
geração mais velha talvez não tenha a energia e o
vigor físicos da geração jovem, mas seu fervor
está mais ardente do que nunca.
Da mesma forma, a ideia de que os jovens não
valorizam a geração mais velha e se importam
apenas consigo mesmos também não é verdadeira.
Sei que há razões para que esses estereótipos se
desenvolvessem (a imutável geração mais velha e
a egoísta geração jovem). No entanto, elas não são
a regra, e não têm sido minha experiência. Vejo
muitos jovens que têm o coração voltado para
honrar os mais velhos e seguir sua direção na
busca pelo avivamento.
Recentemente, nosso grupo jovem deu uma
oferta ao ministério dos idosos da Bethel, o
Diamond Fellowship. Um grupo de senhores e
senhoras estava indo para o México numa viagem
missionária para pregar, impor as mãos sobre os
enfermos e levar o Reino. Nossos jovens queriam
honrá-los e apoiá-los nessa missão de transformar
o mundo. É tempo de as gerações se unirem. Mas
isso deve ser feito com o alinhamento correto.
Deus estabeleceu uma ordem de relacionamento
entre as gerações e não podemos ignorá-la.
Enquanto eu estudava o conceito do alinhamento
das gerações nas Escrituras, fui atraído, além do
relacionamento entre Moisés e Josué, para o
relacionamento entre Mardoqueu e Ester e entre
Elias e Eliseu. Tem sido profetizado sobre a
geração jovem que ela é: a geração de Josué que
herdará a Terra Prometida; a geração de Ester que
se colocará diante do Rei e verá uma nação salva;
e a geração de Eliseu que receberá unção dobrada.
Creio nessas profecias com todo o meu coração,
mas todas essas pessoas tiveram algo em comum.
Elas estavam alinhadas de forma correta com a
geração mais velha. Josué seguiu Moisés, Eliseu
serviu a Elias e Ester escutou Mardoqueu, mesmo
quando era rainha. Como um jovem avivalista,
não posso querer fazer as coisas por conta própria
e esperar ser bem-sucedido. Preciso seguir o
padrão de Deus e aprender com o exemplo de
Josué, Ester e Eliseu.
Filhos e filhas não foram criados para direcionar
mães e pais. Os pais e as mães foram feitos para
guiar. Certamente, uma das formas como eles
guiam é equipando e comissionando seus filhos e
construindo caminhos para que seus sonhos se
cumpram. Entretanto, não fazem isso ao ficarem
de lado, mas correndo junto. A fim de correrem
juntos, deve haver honra genuína uns pelos outros
em seus corações.
E N C O N T R A N D O M Ã E S E PA I S
Tenho falado sobre a “geração mais nova” estar
alinhada com a “geração mais velha”, mas espero
que você possa perceber que estou falando
especificamente de jovens crentes se submeterem
a relacionamentos com pais e mães espirituais
maduros e confiáveis. Eu estava conversando
sobre este assunto de cobertura espiritual e
submissão a pais e mães espirituais com um amigo
meu que tem um ministério mundialmente
influente. Ele me disse que eu venho de uma
cultura saudável em que líderes não são
controladores, mas estão ao meu lado. Nem todos
vêm desse tipo de ambiente, como tenho
percebido após passar muitas horas com jovens e
jovens líderes por onde viajo. Meu amigo me
perguntou o que eu achava que eles deveriam
fazer. Para ser sincero, não tenho respostas
absolutas. Mas tenho certeza de que o Senhor vê
o coração. Se os jovens puderem colocar os pais
espirituais num lugar de honra em seus corações,
o resto irá dar certo. Creio que o Senhor pode
afastar o espírito de independência de você
mesmo se não tiver grandes pais e mães espirituais
em sua vida atualmente.
Porém, a falta de pais e mães espirituais fortes
nessa geração é uma indicação de que essa
mensagem deve impactar ambas as gerações.
Malaquias diz que “Ele fará com que os corações
dos pais se voltem para seus filhos, e os corações
dos filhos para seus pais” (Ml 4:6). Observe que
os corações dos pais se voltam primeiro, e depois
os dos filhos. Eu creio que os corações da geração
mais velha devem se voltar para a geração jovem.
Se você está numa situação em que isso não
aconteceu ainda, meu conselho mais uma vez é
que você se certifique de que seu coração está
num lugar de honra. Talvez você não possa
controlar o que os outros fazem, mas com certeza
pode controlar o que você faz. Ore e peça a Deus
que levante mães e pais espirituais na sua vida e
posicione seu coração para receber aqueles a
quem Ele trouxer até você.
Josué, Ester e Eliseu valorizavam imensamente
os homens que lhes forneciam cobertura
espiritual. Como cada um desses gigantes da fé
descobriu e como exploraremos no próximo
capítulo, a cobertura traz bênçãos em nossas vidas
que não poderíamos receber de qualquer outra
forma.
O PODER DO
AL I N H AM E N TO
A cobertura vem com alguns grandes benefícios.
Cedo no ministério aprendi que se eu alinhar meu
coração e minha vida com homens e mulheres de
Deus maduros – pais e mães – receberei o que
eles têm. Se eu honrar em meu coração aqueles
que o Senhor colocou na minha vida, terei o
privilégio de ocupar a terra pela qual eles lutaram.
A Bíblia chama isso de herança, um conceito que
se perdeu um pouco na nossa sociedade, mas é
apesar de tudo um princípio bíblico poderoso.
Tenho sido extremamente abençoado com
grandes pais e mães na minha vida – não somente
os meus pais naturais, mas também pais
espirituais. Pessoas como Bill Johnson, Kris
Vallotton, Danny Silk, Dann Farrelly, Lou Engle,
Cindy Jacobs e muitos outros têm derramado
muito sobre a minha vida. Alguns destes pais e
mães investiram em mim de perto num nível
pessoal, enquanto outros o fizeram de longe, à
distância, à medida que eu observava suas vidas e
era aprimorado e capacitado por seus
ensinamentos. Quando eu me aproximava desses
grandes homens e mulheres de Deus, ficava
impressionado com as coisas que haviam
conquistado no Espírito – revelações do Senhor,
compreensão nas Escrituras, sabedoria para vida e
chaves para uma vida bem-sucedida e vitoriosa.
Herança significa que eu adquiro o que eles
conquistaram. O que eles possuem vem para mim
porque eu escolhi me alinhar sob a cobertura
deles.
Os nomes que acabei de mencionar, os pais e as
mães na minha vida, talvez sejam familiares a
você. Porém, não quero dizer que os pais e as
mães na sua vida devam ser líderes proeminentes
no Corpo de Cristo. Eu tive o privilégio de dirigir
o programa do segundo ano da Escola Bethel de
Ministério Sobrenatural durante quatro anos.
Alunos de todas as idades e de todo o mundo se
inscrevem nessa escola para serem treinados e
equipados para o avivamento, e a maioria deles
vem porque leram os livros de Bill Johnson ou
porque ouviram Kris Vallotton pregar.
Ao longo daqueles quatro anos, percebi que
quando os alunos chegavam à escola e ouviam o
ensinamento sobre a importância de pais e mães,
muitos queriam que Bill e Kris fossem seus pais
espirituais. Como eram os líderes mais visíveis, os
alunos atribuíam mais valor a eles do que em
outros no Corpo de Cristo que também são pais e
mães. Isso é compreensível; Bill e Kris são
homens incríveis que têm um relacionamento
maravilhoso com Deus e caminham num nível alto
de unção. No entanto, são apenas dois homens.
Eles generosamente compartilham sua herança de
sabedoria e unção com todos que os escutam, mas
podem discipular pessoalmente somente alguns.
O que eu ensino às pessoas é que Deus tem
capacitado pais e mães para liberar os benefícios
da cobertura em sua vida, mas nem todos que o
Senhor enviar a você serão “famosos”. Os pais e
mães na minha vida, os conhecidos e os
desconhecidos, foram todos enviados por Deus.
São relacionamentos estabelecidos por Ele. Alguns
dos maiores pais e mães sob os quais você pode se
alinhar talvez não sejam conhecidos. O pai
espiritual de Kris Vallotton é um homem de Deus
cheio de sabedoria que ajudou a moldar Kris para
ser o homem que ele é hoje, mas a maioria das
pessoas não sabe quem é Bill Derryberry. Há
homens e mulheres de Deus que podem nos
abençoar muito, mas os perderemos de vista se
ficarmos olhando somente para os mais visíveis.
Abra seu coração e seus olhos para receber os
homens e mulheres que o Senhor envia para a sua
vida. Eles talvez não sejam seu pastor titular ou
um ministro itinerante, mas os pais e mães que
Deus destinou para você possuirão o que você
necessita.
Como você pode perceber pelas pessoas que
listei e pela forma como tenho falado de mães e
pais no plural, creio que recebemos benefícios de
cobertura de mais de uma pessoa. Relacionada a
isso está a verdade de que existem diferentes
níveis de cobertura. Por exemplo, vamos supor
que sua vida tem sido radicalmente impactada pelo
ensinamento e pelo ministério de Randy Clark, e
por isso você sente uma conexão com ele. Você
pode se alinhar com Randy Clark apesar de talvez
nunca ter uma amizade com ele. Posso me alinhar
sob homens como Billy Graham ou ainda sob
alguns que não estão mais vivos, como John G.
Lake. Podemos receber sabedoria e revelação
daqueles a quem honramos e escutamos no Corpo
de Cristo, e essas coisas contribuem para a nossa
cobertura espiritual.
Entretanto, há outro nível de cobertura que se dá
somente através de um contato pessoal consistente
com alguém. Você precisa em sua vida mais do
que um líder nacional com quem você não tem
chance de cultivar um relacionamento. Se quero
trazer minha vida para abaixo da cobertura,
preciso de pais e mães na minha vida que tenham
acesso a mim e saibam o que acontece comigo
regularmente. Preciso de um toque pessoal em
muitas das áreas e assuntos da minha vida à
medida que passo por eles.
Pessoas demais pensam que têm que passar pelas
coisas sozinhas e que qualquer coisa que
receberem de Deus deve ser encontrada
solitariamente. Acham que têm que lutar as
próprias batalhas e obter e lidar com suas próprias
revelações. Eu apoio isso. Sei que temos que
superar nossas dificuldades para avançar, buscar
nossos próprios encontros com Deus e receber
revelação pessoal. Mas quero ir além daqueles que
foram antes de mim. Não quero combater as
mesmas batalhas que eles lutaram apenas para
alcançar um lugar similar de revelação que eles
conquistaram.
Se o avivamento é uma estrutura que Deus está
construindo na Terra, então não quero passar
minha vida construindo o mesmo chão que os
meus pais e mães construíram. Ou seja, posso
alinhar minha vida sob a de Bill Johnson e chegar
imediatamente a uma revelação de cura que ele
levou anos para adquirir. Mas quando faço isso,
tenho uma nova responsabilidade. Devo pegar o
que eu recebi de graça – pago por outro homem –
e administrá-lo de tal forma que cresça e receba
mais revelação. Devo lutar minhas próprias
batalhas, não apenas para guardar a revelação que
me foi dada, mas também para fazê-la crescer sob
meus cuidados. O espírito de independência nos
tem enganado e feito pensar que precisamos lutar
e aprender tudo sozinhos para que possamos
alcançar o mesmo que aqueles antes de nós
alcançaram. Ao invés de trabalhar no mesmo
patamar da construção do avivamento que meus
pais e mães construíram, quero pegar o que eles
conquistaram e levar ao próximo nível. E é isso
que eles desejam para mim.
Como mencionei, a capacidade da Igreja de
sustentar e fazer crescer o avivamento de geração
a geração tem sido limitada historicamente porque
as gerações não estavam devidamente conectadas.
Com exceção de algumas situações isoladas, o
avivamento não durou além de uma geração.
Independência, desconexão e alinhamento
impróprio têm nos roubado nossa herança
espiritual. Infelizmente, apesar de a revelação em
que vivemos hoje existir há anos, não construímos
muito sobre ela. Se lermos os sermões de homens
como John G. Lake, que viveu no início do século
XX, veremos que ele pregava as mesmas coisas
que pregamos hoje.1 Mas creio que somos
chamados para agarrar o que ele aprendeu e ir
mais além em revelação e entendimento. Acredito
que isso está acontecendo e muitos hoje estão
administrando fielmente as revelações dadas a
homens e mulheres de Deus no passado e as
levando além. Posso me alinhar sob John G. Lake
ao honrá-lo, adquirir o que ele recebeu e buscar
por mais. Se quisermos ver avivamento sustentado
e contínuo de geração a geração, devemos
entender o conceito de herança. Desejo que o teto
de Bill Johnson seja o meu chão e que meus filhos
e filhas façam do meu teto o chão deles.
Tenho percebido que a revelação da herança está
afetando a forma como eu oro. No natural, se um
filho está trabalhando para o seu pai no negócio
da família e sabe que um dia aquilo será dele, ele
pensa de forma diferente. O filho quer que seu pai
gere muito dinheiro e avance o negócio até que se
torne o mais próspero possível. Quando passei a
compreender a herança e a me alinhar como filho
sob Bill, comecei a orar para que Bill tivesse
acesso a ainda mais revelações do que ele tinha no
momento. Quando Deus dá a ele mais revelação,
sei que ela vem para mim porque sou um filho
espiritual.
Certamente, quero minha própria revelação; não
fico sentado espe-
rando que Deus mostre a Bill todas as coisas para
que então eu as colete dele. Mas adoro quando
Bill recebe uma nova revelação, pois o princípio
da herança diz que eu tomo parte dela também. É
como um negócio de família, e eu tenho alinhado
meu coração sob a cobertura de Bill.
As revelações de Lou Engle sobre oração,
justiça, consagração nazarena, governo, jejum e
outras são todas minhas. A inspiração de Danny
Silk sobre honra, relacionamentos e liderança é
minha. O discernimento de Kris Vallotton sobre o
profético, administração da Igreja, realeza – é toda
minha. As instruções de Cindy Jacob sobre ganhar
as nações, intercessão, pensamento estratégico são
minhas. Eu adquiri e amo o entendimento de
Dann Farrelly sobre comunicação relacional, graça
e lealdade. Considero-me muito abençoado e
honrado por estar alinhado sob a cobertura de pais
e mães espirituais.
A P R E N D E N D O A S U BM E T E R - S E
Contudo, nem sempre foi assim. Passei por uma
estrada esburacada até aprender sobre cobertura e
alinhamento. Ao sair do escritório de Kris após a
conversa sobre “você é independente”, soube que
eu precisava aprender como ser um filho e como
me submeter à cobertura, mas não tinha ideia do
que me esperava na jornada adiante.
Algumas das perguntas que me encontrei
indagando eram: Como pensar por mim mesmo e
ainda permitir que pais espirituais tenham
autoridade na minha vida? Como negociar ouvir
de Deus enquanto submeto minha vida aos mais
velhos? E se eu estiver extremamente apaixonado
por algo, mas minha cobertura não achar uma boa
ideia? O que eu deveria fazer? E se eu tiver
dificuldade de me conectar com eles? No fim, eu
simplesmente decidi tornar a submissão aos meus
líderes uma prioridade e me dedicar da melhor
forma possível. Minha esposa e eu nos
comprometemos a aprender isso e raramente,
talvez nunca, tomamos uma grande decisão sem
nos submetermos primeiro aos nossos pais e mães.
Após experiência, agora entendo quanto é seguro
tomar decisões em uma multidão de conselheiros
(ver Provérbios 24:6, ACF).
Porém, no início achei especialmente difícil
conceder à autoridade quando eu sentia que havia
tido uma “ideia de Deus” e minha liderança não
concordava. Admito que sou um cara bastante
apaixonado e obstinado. Quando tenho uma ideia,
tenho certeza de que funcionará e que é de Deus.
Então, foi difícil submeter meus planos à minha
cobertura quando eles tinham uma opinião
diferente. Alinhamento correto seria muito fácil se
meus pais e mães concordassem com tudo que eu
fazia e sempre dissessem sim. Mas não foi assim.
Havia muitas conversas em que eu ia embora
frustrado porque havia me comprometido a
permanecer sob cobertura, e a percepção deles
estava em desacordo com a minha. Eu pensava:
Seria muito mais fácil se eu não tivesse que
passar por esse processo. Gostaria de ser o
cabeça e poder tomar a decisão sozinho.
Mas repetidamente, na medida em que eu me
submetia à autoridade, descobria uma nova graça
sobre minha vida. As coisas pareciam sempre
funcionar e, no fim do dia, posso verdadeiramente
dizer que nunca me arrependi de ter me submetido
aos meus líderes. Na verdade, quase todas as
vezes que compreendia ser certo me submeter e o
fiz, evitei alguma complicação ou desvio errado.
S E RV I N D O À V I S Ã O D E O U T R A
PESSOA
Outra luta que enfrentei ao me posicionar sob a
cobertura de pais e mães espirituais foi quando
senti que meu plano não estava indo como o
planejado. Anos atrás, quando comecei a me
conectar com pais e mães pela primeira vez, eu
tinha um conceito do que era conexão. Eu era
jovem e imaginava várias reuniões em que esses
homens e mulheres de Deus se sentariam comigo
durante horas para derramar toda sabedoria e
revelação que haviam recebido. Imaginava-os
reconhecendo a grandeza na minha vida e se
comprometendo a dar suas vidas para ver meu
destino cumprido. Essa é a parte da história em
que as coisas não saíram como o esperado. Após
cerca de seis meses, eu estava frustrado porque os
pais e mães na minha vida não estavam se
dedicando tanto a mim como eu havia imaginado.
Em meio à minha frustração, aconteceu que um
dia saí para jantar com o Kris. Contei a ele sobre
meu desapontamento com toda aquela coisa de
cobertura e, mais uma vez, como ele sempre faz,
me confrontou com amor sobre minha
mentalidade falha. Kris disse: “Banning, você se
dá bem se relacionando com seus mentores
quando eles o ajudam a alcançar seu destino e
cumprir sua visão. Mas quando eles não fazem
isso, você fica frustrado e quer ir embora. O
problema com essa atitude é que tudo tem a ver só
com você. Tem a ver com o seu destino e com a
sua visão. Você consegue servir a seus mentores
mesmo quando não tem nada a ver com você?
Você pode ajudá-los a alcançar o que está no
coração deles? Você pode fazer tudo o que puder
para vê-los pisar no palco da História e priorizar
isso ao invés de você pisar no palco da História?
Eu odeio quando Kris me faz perguntas como
essas. Eu nunca havia pensado naquilo daquela
forma. Será que eu estava frustrado com a minha
conexão com meus mentores porque eles não
estavam me ajudando a alcançar meus objetivos
como eu achava que deveriam? Será que eu
poderia servi-los e ver suas visões se cumprirem
mesmo sem promover a minha? É isso que
significa ser um filho? Era isso que o Senhor
estava tentando me ensinar? Se sim, eu pensava,
ser um filho era mais difícil do que eu imaginava.
Então, lembrei-me da história de Elias e Eliseu.
Eliseu havia se comprometido a servir a Elias e a
ter certeza de que Elias tinha o que precisava.
Eliseu não estava preocupado com seu próprio
ministério ou com seu destino; ele estava atento a
Elias e assegurando o sucesso dele. O segundo
livro de Reis capítulo 2 conta a história de Eliseu
seguindo Elias logo antes de o Senhor levar Elias
para o Céu. Três vezes durante a jornada, Elias
disse a Eliseu para deixá-lo ir porque o Senhor o
levaria. Mas, todas as vezes, Eliseu se recusou a ir
embora apesar de saber que a hora de Elias havia
chegado. Muitos estudiosos da Bíblia creem que
em cada cidade onde Elias disse para Eliseu ficar,
ele teve a oportunidade de começar seu próprio
ministério assumindo uma escola de profetas.
Porém, ele recusou todas as oportunidades de
desenvolver seu próprio ministério e ficou com
Elias para servi-lo até o fim. Para Eliseu, o que
importava não era o seu ministério mundial
promissor, mas servir ao seu pai espiritual. Eliseu
também sabia que Elias tinha o que ele precisava –
o manto – e precisava ser fiel no serviço para
recebê-lo.
No restaurante com Kris, mais uma vez mudei
minha maneira de pensar e decidi que mesmo se
meus pais e mães não me ajudassem a chegar ao
meu destino, eu iria servi-los e fazer tudo que
pudesse para vê-los conquistarem o deles. Passei a
perceber que é uma parte importante do plano de
Deus aprender a servir aos meus mentores como
um filho mesmo quando não sabia como aquilo
me ajudaria a chegar aonde eu queria. Apesar de
não conseguir ver como isso funcionava, Deus
estava me levando ao meu destino. É assim que
Ele opera – assim que me propunha a servir a
visão dos meus pais espirituais, eu era
impulsionado para a minha. Embora parecesse
diferente do que eu havia imaginado, tenho uma
dívida eterna com meus pais e mães pelo que eles
semearam na minha vida.
Ao longo dos anos, pessoas têm me abordado e
perguntado o que devem fazer se não tiverem
nenhuma visão para suas vidas. Eu respondo com
a verdade que aprendi ao servir aos meus pais e
mães espirituais: “Sirva a visão de outra pessoa”.
Jesus nos perguntou: “E se vocês não forem
dignos de confiança em relação ao que é dos
outros, quem lhes dará o que é de vocês?” (Lc
16:12). Capturar este princípio é crucial para
entender o que é cobertura. Jesus dará a nós as
coisas com as quais fomos fiéis na vida de outra
pessoa. Se você quiser sua própria unção, sirva à
unção de alguém. Se quiser visão, seja mordomo
da visão de outra pessoa. Se você quiser seu
próprio ministério, cuide do ministério de outra
pessoa. Se quiser andar em cura, assista a alguém
que opera curas.
Moisés compreendeu esse princípio. Êxodo 3
conta o encontro que ele teve com Deus na sarça
em chamas, onde recebeu sua comissão de libertar
o povo de Israel da escravidão. Certo dia,
enquanto eu lia essa passagem, uma frase do
versículo 1 chamou minha atenção: “Moisés
pastoreava o rebanho de seu sogro Jetro...” (Êx
3:1). Fiquei pensando nisso por alguns instantes e
percebi por que o Senhor havia incluído uma frase
aparentemente insignificante como essa. Moisés
recebeu seu ministério de pastorear o povo de
Israel num contexto em que estava sendo fiel ao
rebanho de outra pessoa. Um dos maiores líderes
da Bíblia passou 40 anos no meio do deserto
pastoreando as ovelhas de outra pessoa! Especulo
que deve ter sido difícil, confuso e frustrante às
vezes. Estou certo de que no fundo do seu
coração, Moisés sabia que seu destino ia além de
pastorear aquelas ovelhas. Ele sentia o chamado
de Deus em sua vida e sabia que o Senhor iria
fazer grandes coisas através dele. Felizmente, para
o povo de Israel, Moisés aprendeu a ser fiel no
deserto. Ele primeiramente teve que ser confiável
e leal com as ovelhas de seu sogro antes de
receber as suas.
A parte difícil de servir a visão de outra pessoa é
que não tem a ver com você. Terá que colocar sua
visão de lado e verdadeiramente servir a outra se
quiser receber do Senhor o que é seu. Eu
converso sempre com as pessoas e pergunto: “A
quem você está servindo propositalmente?”
Muitos não conseguem responder à essa pergunta.
Alguns estão envolvidos em diferentes tipos de
ministérios, mas ainda assim pensando somente
em si. Alguém pode ser baterista da equipe de
louvor, por exemplo, mas a sua motivação em
servir ser melhorar como baterista, e não ser fiel à
visão do líder de louvor. Sempre podemos ver o
que motiva uma pessoa a servir quando ela não
consegue fazer o que quer. O que acontece
quando esse baterista não é escalado para tocar
regularmente? Se seu coração estiver voltado para
ser fiel à visão do líder de louvor, então não vai
importar como ela ajuda no ministério. É aí que a
porca torce o rabo. Servir verdadeiramente a
alguém é um ato de humildade. Mas a Bíblia diz
que se nos humilharmos, Deus nos exaltará no
tempo certo (ver 1 Pedro 5:6). Você será levado
ao seu ministério e à sua visão quando o tempo
estiver apropriado.
ENTRANDO NO FLUIR DA
GRAÇA
Já ouvi dizer que a graça é “a capacitação de
Deus para fazermos o que fomos chamados para
fazer”. Que ótima descrição. Quando a graça está
sobre nossas vidas, há um poder para fazermos o
que está em nosso coração. Seja escrever um
livro, pregar, administrar um negócio ou viver
uma vida de santidade, é a graça que torna tudo
isso possível. Quando estou propriamente
alinhado sob líderes que Deus colocou na minha
vida, a graça flui livremente na minha vida. Esse
princípio é ilustrado em Salmos 133:1-2:
“Como é bom e agradável quando os irmãos
convivem em união! É como óleo precioso
derramado sobre a cabeça, que desce pela
barba, a barba de Arão, até a gola das suas
vestes.”
CORAGEM
Quero descrever alguns dos benefícios que
obtemos através da cobertura. O primeiro é a
coragem. Billy Graham disse: “A coragem é
contagiosa. Quando um homem corajoso fica de
pé, as espinhas dos outros são fortalecidas”.2 Deus
está chamando uma geração para viver
corajosamente. Eu tenho o privilégio de ministrar
a adolescentes e jovens em todo o mundo, e é
claro para mim que eles precisam de coragem.
Deus está chamando essa nova geração de
avivalistas para fazer grandes coisas. Ele a está
chamando para mudar o mundo, fazer o
impossível, ver seus bairros impactados, as
cidades tomadas e as nações transformadas. Tudo
isso requer uma enorme quantidade de coragem.
Ela nunca poderá fazer o que está em seu coração
nem ver avivamento se não tiver ousadia. É
preciso coragem para seguir Jesus e ser um
transformador do mundo, e uma das principais
formas como a coragem vem é através da
afirmação e do modelo dos pais e mães espirituais.
Ester precisou de coragem para mudar o mundo
e fazer o que havia sido chamada para fazer em
sua época. Deus havia separado Ester para salvar
seu povo, então a conectou com Mardoqueu, um
primo que a abrigou quando os pais dela
morreram. Ele se tornou o pai dela. Mardoqueu
sabia que Ester devia se apresentar diante do rei se
quisesse que seu povo sobrevivesse ao plano de
Hamã para destruí-los. Mas cumprir essa tarefa
não era fácil. Naqueles dias, as pessoas
simplesmente não entravam na sala do rei sem
serem convidadas, pois poderiam ser mortas, a
menos que o rei quisesse recebê-las e estendesse
seu cetro. Quando Mardoqueu disse a Ester que
ela deveria interceder pelo povo diante do rei, sua
resposta revelou a luta interior para ser corajosa:
“Todos os oficiais do rei e o povo das
províncias do império sabem que existe
somente uma lei para qualquer homem ou
mulher que se aproxime do rei no pátio
interno sem por ele ser chamado: será morto,
a não ser que o rei estenda o cetro de ouro
para a pessoa e lhe poupe a vida. E eu não
sou chamada à presença do rei há mais de
trinta dias.”
Ester 4:11
PROTEÇÃO
Um amigo que é pastor de jovens me contou
uma ótima história. Quando ele tinha cerca de oito
anos de idade, ele fez um hotel para sapos. Na
verdade era apenas uma cratera de lama na terra,
mas ele o amava. Ele atirava os sapos lá dentro e
passava horas brincando na lama. Certa tarde,
meu amigo estava saindo de casa bem na hora em
que seu irmão mais velho estava jogando dardos
em seu sapo favorito. Gritando a plenos pulmões,
correu para proteger o sapo colocando sua mão na
frente dele como um escudo. Sim, você acertou!
Enquanto fez isso, seu irmão atirou mais um
dardo. Mas o dardo não atingiu o sapo, porque
perfurou a mão do meu amigo. Ele começou a
chorar e a gritar com o dardo preso em sua mão,
mas seu amado sapo havia sido salvo.
É incrível o número de pessoas com quem me
deparo que repetidamente passam por situações
ruins na vida porque não têm cobertura. O espírito
da independência as tem separado da cobertura e
da comunidade, e os dardos as estão atingindo e
machucando. Não é tão complicado assim. Se está
chovendo e você não quer ficar molhado, então
entre debaixo de um guarda-chuva; porém, todo
mundo sabe que se pisarmos fora da cobertura do
guarda-chuva, ficaremos molhados. Na minha
própria vida, quando era jovem, tive pais e mães
que me protegeram. Os dardos do inimigo não
tiveram fácil acesso à minha vida. Tive que lutar
minhas próprias batalhas e aprender como ser
vitorioso, mas foi muito mais fácil sob cobertura.
IDENTIDADE
Meu nome completo é Banning Wesley
Liebscher. Durante anos, pensei que sabia a
definição do meu primeiro e último nomes. No
sexto ano da escola, uma das mães na escola cristã
que eu frequentava se ofereceu para descobrir o
significado do nosso primeiro nome. Ela voltou e
deu a cada um de nós um pequeno certificado que
anunciava os significados para o mundo. A
descrição do meu nome era “Forte Guerreiro,
Grande Protetor”. É claro, fiquei empolgado ao
saber que meu nome tinha um significado tão
poderoso. E eu não tinha só o primeiro nome
forte, meu último nome também era poderoso.
Meus pais sempre me disseram que meu
sobrenome queria dizer “aquele que ama”. É um
nome alemão – lieb significa “amor”, então
sempre achamos que nosso sobrenome queria
dizer “aquele que ama”. Que nome legal eu tinha
– “Forte Guerreiro, Grande Protetor, Amante”.
Não fica muito melhor que isso.
Alguns anos após ter casado com SeaJay,
estávamos numa livraria e encontramos meu nome
num livro de bebês. Eu nunca havia encontrado
meu nome num livro e fiquei animado para ver
uma prova da grandeza que meu nome
proclamava sobre a minha vida. Mas quando li o
significado do meu nome, que era irlandês, meu
mundo começou a cair. Não era “Forte Guerreiro,
Grande Protetor”. Na verdade, significava
“Pequeno Loirinho”. Pequeno Loirinho! Eu não
podia acreditar. Fiquei arrasado, mas me
recompus e me consolei porque pelo menos eu
tinha um sobrenome legal. Porém, isso mudou
alguns meses depois quando um homem veio da
Alemanha para visitar nossa igreja.
Meu amigo estava conversando com ele e
mencionou que meu sobrenome era alemão e
significava “aquele que ama”. “Liebscher?”, ele
respondeu com um olhar perplexo. “Liebscher não
significa ‘aquele que ama’”.
Meu amigo mal podia acreditar. “Bem, então o
que significa?”
O alemão parou por um instante e disse: “Acho
que quer dizer ‘alças de amor’, mais conhecido
como ‘pneuzinhos’”.
Quando meu amigo me contou, aquilo foi
demais para mim. Em questão de meses, eu havia
ido de “Forte Guerreiro, Grande Protetor,
Amante” para “Pequeno, Loirinho, Pneuzinhos”.
Por causa disso, fiz questão de dar a cada um dos
meus filhos nomes poderosamente proféticos.
Minha primogênita é chamada para ser profeta às
nações. Minha filha do meio é chamada para ser
uma evangelista na colheita dos últimos dias. E
meu caçula é chamado para ser um apóstolo que
ministra a cura. Cada um de seus nomes é
diretamente conectado à identidade e ao chamado
deles em Deus.
Nomes não significam muito na nossa sociedade,
mas na época bíblica tinham muita importância.
Eram uma declaração profética sobre a vida de
uma criança. Ajudavam a definir aquela pessoa e
sua identidade. Muitos jovens avivalistas têm falta
de identidade porque seus pais e mães espirituais
nunca lhes deram um nome. É papel dos pais
“descreverem” uma criança através da escolha de
seu nome. Não é o filho que decide seu nome,
mas sim os pais. Existe algo poderoso que
acontece quando nos alinhamos sob um Moisés,
um Elias, ou um Mardoqueu e eles começam a
profetizar a grandeza em nossa vida. Quando eles
declaram profeticamente quem nós somos,
começamos a estabelecer nossa identidade em
Deus.
Saber quem somos em Deus produz segurança,
e essa segurança produz confiança. Lembro-me de
certa vez estar num jogo de basquete de uma
escola local. Havia 1,5 mil pessoas apertadas
naquele ginásio, a maioria adolescentes. Dava para
sentir a insegurança emocional no lugar; era
praticamente tangível. Olhei para a geração de
quem fui chamado para ser pai e sabia que se
havia algo que eu podia lhe dar era confiança.
Enquanto eles percorrem um mundo de dúvidas,
pressão social e do desconhecido, o que eles
precisam é confiança – uma resolução para se
firmar de pé e não vacilar não importa quão
intensa seja a tempestade, e uma certeza de se
levantar por Jesus, mesmo se isso custar sua
reputação.
A falta de conexão entre as gerações cortou a
capacidade dos jovens de descobrirem quem são,
para que possam caminhar no nível de
autocontrole e ousadia que Deus planejou para
eles. Quando estamos firmemente estabelecidos
em quem somos, a confiança começa a surgir em
nossas vidas. Deus tem dado a mães e pais o
privilégio de dar nomes aos seus filhos, e eu
pretendo ser alguém que faz isso por aqueles os
quais Ele confia a mim.
NOSSAS ESCOLHAS
Existem duas escolhas diante de nós. São as
mesmas duas opções encontradas no restante do
segundo capítulo de 2 Reis. Depois de Elias ter
sido levado ao Céu num redemoinho, Eliseu, que
o havia servido e seguido diligentemente até o fim,
recebeu seu manto e uma porção dobrada.
Imediatamente, Eliseu começou a operar numa
unção incrível para fazer sinais e maravilhas.
Encontramos evidência de que ele estava
corretamente alinhado com Elias em seu segundo
milagre, que foi curar a fonte de água de uma
comunidade inteira. Mas o mesmo capítulo relata
um evento que sempre me deixou confuso. Um
grupo de jovens começou a zombar de Eliseu e,
enquanto eles zombavam, duas ursas vieram da
floresta e atacaram 42 deles. Por que essa história
estaria na Bíblia? Às vezes, quando leio a Bíblia,
penso que ela é aleatória. Mas creio que o Senhor
está tentando nos mostrar duas alternativas. Nós
podemos, como Eliseu, alinhar-nos sob uma
autoridade espiritual honrando-a e servindo-a, e
receber uma herança de coragem, sabedoria,
identidade, proteção e unção para sinais e
maravilhas, ou podemos nos separar dela ao
desonrá-la e sermos destruídos. A escolha é nossa.
O S C O R A Ç Õ E S D O S PA I S
Como tenho dito, a maior parte do meu
ministério ao longo dos anos tem sido voltada para
adolescentes e jovens. Por causa disso, a maioria
dos meus ensinamentos sobre cobertura e
alinhamento tem sido acerca da honra dos jovens
à geração mais velha. Entretanto, existe mais
sobre esse princípio na Bíblia do que apenas os
corações dos filhos se voltando para os pais (ver
Malaquias 4:6). Como mencionei antes, Malaquias
primeiro menciona “os corações dos pais” se
voltando para os filhos e, depois, os corações dos
filhos se voltando para os pais. A honra deve fluir
nas duas direções. A geração mais velha deve
assumir sua posição de ser a cobertura da geração
mais jovem, e essa cobertura deve vir de um
coração de amor e honra.
Como tenho declarado ao longo deste capítulo,
creio com todo o meu coração que a geração mais
nova precisa desesperadamente da geração mais
velha. Mas também creio que a geração mais
velha precisa desesperadamente da geração mais
nova. Como uma equipe competindo para vencer
uma corrida de revezamento, devemos entender
como passar o bastão. Não é suficiente que cada
corredor seja rápido. Se os membros da equipe de
revezamento praticarem somente a velocidade e
não ensaiarem como passar o bastão, não
vencerão a corrida. Que pena é para uma geração
viver um avivamento e um derramamento do
Espírito Santo, mas não saber como passar o
bastão para que as próximas gerações possam
terminar a corrida.
Vemos esse princípio autenticado nas vidas de
Elias, Eliseu e Geazi (ver 1 e 2 Reis) Elias tinha o
sonho de ver o reino de Jezebel terminar e o povo
de Israel ser restaurado ao verdadeiro Deus. Mas
Elias nunca viu isso acontecer durante sua vida.
Ele experimentou algumas vitórias, mas nunca
testemunhou o fim do reino de Jezebel. No
entanto, Elias sabia como passar o bastão para a
geração seguinte. Seus sucessores seriam Eliseu e
Jeú. Esses dois filhos espirituais de Elias viram o
que ele havia sonhado – o governo de Jezebel
desmantelado em seus dias. Eliseu precisava de
Elias para receber porção dobrada da unção, mas
Elias precisava de Eliseu para ver o cumprimento
de seu sonho.
Mas, infelizmente, a história não termina bem.
Eliseu estava treinando Geazi e eu creio que iria
passar o bastão para ele. Mas por causa da
desobediência e da ganância de Geazi, o bastão foi
derrubado e a unção que havia começado com
Elias e havia sido passada para Eliseu com maior
poder chegou ao fim após duas gerações. Imagina
o que poderia ter acontecido se Geazi tivesse sido
fiel! Creio que ele teria tido a mesma
oportunidade que Eliseu teve de receber porção
dobrada da unção de seu pai espiritual. Se ele
tivesse recebido porção dobrada da unção de
Eliseu, que era porção dobrada da unção de Elias,
então Geazi teria andando numa unção quatro
vezes maior que a de Elias. Essa é a minha visão –
gerações caminhando juntas em alinhamento
correto, e o bastão do avivamento sendo passado e
aumentado de geração a geração – até a volta de
Cristo.
Gostaria de terminar com uma história que
representa o coração de Deus para o nosso tempo.
Li num artigo anos atrás na faculdade. Não tenho
certeza de quem a escreveu, mas lembro que
gostei tanto dela que copiei:
“Rosenbury estava num trem a caminho de
uma palestra. Ele notou um adolescente que
estava bastante nervoso, mudando de assento
o tempo todo. O Dr. Rosenbury se aproximou
do menino e perguntou se podia fazer algo
para ajudá-lo. O menino contou sua história.
‘Eu morava em Springvale que fica a poucas
milhas daqui, e esse trem passa bem atrás do
quintal da nossa casa. Meu pai e minha mãe
ainda vivem lá. Mas há três anos briguei com
meu pai e fugi de casa. Têm sido três anos
muito difíceis. Escrevi para minha mãe semana
passada e disse que queria voltar para casa
somente uma vez, e se meu pai concordasse,
ela deixaria algo branco pendurado no lado de
fora da casa para que eu soubesse que meu pai
havia concordado em me receber. Disse a ela
que fizesse isso somente se meu pai
concordasse em me deixar voltar para casa.’ O
Dr. Rosenbury percebeu que o menino foi
ficando cada vez mais agitado enquanto dizia:
‘veja, senhor, a minha casa fica a poucas
milhas daqui e estou com medo de olhar. Eu
vou fechar os olhos. O senhor poderia ver se
tem algo branco pendurado no quintal?’
Quando o trem virou na esquina, Rosenbury
gritou: ‘Veja, menino, veja!’ A casa mal podia
ser vista devido a tanto branco, pois havia um
lençol branco grande pendurado na janela de
cima, toalhas de mesa brancas, lenços brancos,
fronhas penduradas nas árvores, no varal, em
todas as janelas. O rosto do menino ficou
branco, e seus lábios estremeciam quando o
trem parou. Rosenbury diz que a última coisa
que viu foi o menino correndo o mais rápido
que podia para a casa do pai.”
C H A M A D O S PA R A U M A PA I X Ã O
CONTÍNUA
Conforme minha equipe de líderes e eu
começamos a treinar e a comissionar adolescentes
e jovens, deparei-me com a realidade de que
muitos jovens cristãos não estão vivendo com
paixão por Deus e pelas coisas de Deus. Talvez
eles tenham experimentado a paixão de vez em
quando em algumas conferências ou
acampamentos, e muitos tiveram o desejo de viver
apaixonadamente, mas não souberam como
sustentar esse tipo de estilo de vida. Uma coisa é
experimentar momentos de êxtase por Deus, mas
outra totalmente diferente é viver uma vida
apaixonada.
Uma das nossas principais estratégias de levar
pessoas a uma vida de paixão tem sido
simplesmente provocar a sede que já existe dentro
delas. Bill Johnson me ensinou cedo no ministério
a pregar para todas as pessoas como se elas
estivessem sedentas pelas coisas de Deus. Ele
mesmo prega com a suposição de que todos têm
apetite por Deus, pois se são cristãos possuem o
Espírito Santo em seu interior, que é apaixonado
por Deus e voltado para Ele. Se não são cristãos,
anseiam por Deus também porque foram feitos
para Ele. Bill gosta de apontar que é por isso que
Jesus é chamado de “O Desejado de Todas as
Nações” (Ag 2:7, tradução livre do inglês). Ele é a
satisfação perfeita para os mais profundos anseios
do coração humano.
Eu creio que os jovens verdadeiramente têm
sede de viver apaixonadamente para Deus, mas
que essa vontade tem sido enterrada e precisa ser
chamada de volta. Ao trabalhar com minha equipe
para ressuscitar esse desejo, temos visto corações
sendo despertados para ter zelo pelo Senhor, e
jovens descobrindo que é possível viver uma vida
de paixão constante. Na verdade, além de ser
possível manter a paixão, podemos também viver
uma vida cuja paixão aumenta ano após ano. Os
novos avivalistas que estão emergindo na Terra
estão experimentando uma longa queima de
paixão, e não apenas uma curta explosão de uma
experiência que rapidamente vai embora.
Uma das principais chaves para sustentar uma
paixão crescente por Deus é encontrada no Livro
de Apocalipse. O apóstolo João, quando estava
exilado na Ilha de Patmos, foi levado ao Céu e
ficou face a face com Jesus. Nesse encontro,
Jesus deu a ele algumas mensagens para escrever
a várias igrejas. A mensagem que Ele enviou para
a igreja de Éfeso foi a de que Ele via as boas
obras que ela estava fazendo, mas tinha uma coisa
contra ela: “Contra você, porém, tenho isto: você
abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de
onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que
praticava no princípio...” (Ap 2:4-5). Eu cresci
na igreja e já ouvi esse versículo ser ensinado
muitas vezes. A mensagem sempre era algo assim:
“Primeiramente quando você foi salvo,
naturalmente queimava de amor por Deus e vivia
uma vida cheia de paixão. Você amava orar, ler a
Bíblia, convidar pessoas para igreja e testemunhar.
Mas, gradualmente, ao avançar na caminhada
cristã, seu fogo e sua paixão por Deus começaram
a diminuir”. Em conclusão, éramos sempre
encorajados a voltar ao “primeiro amor” ao
sermos lembrados de quando éramos novos
convertidos a fim de que nos tornássemos aquela
pessoa novamente.
Lembre-se, no interior de todo cristão há um
desejo de viver profundamente apaixonado por
Jesus. Aqueles de nós que ouviam essa mensagem
desejavam mais paixão em suas vidas e, assim,
reagiam trabalhando duro para voltar a como eram
no início da vida cristã. Nós tentávamos fazer as
mesmas coisas que fazíamos naquele início, mas
já que as fazíamos por obrigação e não por
paixão, elas raramente produziam os mesmos
resultados de antes e a tentativa sempre durava
pouco tempo.
O problema com esse ensinamento é a conclusão
de que voltar ao primeiro amor significa retornar a
como amávamos Jesus primeiramente. Não acho
que Apocalipse 2 está falando sobre isso. 1 João
diz: “Nós O amamos ... porque Ele nos amou
primeiro” (1 Jo 4:19, ACF). Não acredito que
Jesus estava dizendo para voltarmos à maneira
como O amávamos inicialmente; estou convencido
de que Ele diz para retornarmos à revelação de
que Ele nos amou primeiro. É a revelação do Seu
amor por nós que desperta nosso amor por Ele.
Quando encontramos Seu amor total e absoluto
por nós, a resposta natural é se apaixonar
completamente por Ele. O amor Dele incita o
nosso a ponto de não termos que lutar para viver
uma vida de paixão. Ela flui naturalmente.
No meu escritório, sentado na minha prateleira,
está um boneco do ursinho Pooh. É um lembrete
para mim de algo que o Senhor me mostrou anos
atrás. Na primeira Páscoa da nossa filha, minha
esposa e eu compramos para ela esse bicho de
pelúcia. É um brinquedo legal e bem mais
avançado tecnologicamente do que qualquer um
que eu tive quando era criança. Esse ursinho Pooh
tem um chocalho nas mãos e veio com um
chocalho maior para a minha filha brincar. Sempre
que ela balançava o chocalho maior na frente do
ursinho Pooh, o chocalho pequeno nas mãos dele
recebia um sinal e ele começava a dançar e cantar:
“Eu sou baixinho e gordinho e tenho orgulho
disso, e com toda minha força ando pra cima e pra
baixo, pra cima e pra baixo...” E assim que minha
filha parava de mexer o chocalho dela, o ursinho
Pooh imediatamente parava de dançar e cantar.
O ursinho de pelúcia na minha prateleira me faz
lembrar de que quando o “chocalho” de Deus está
ativo na minha vida, eu também desperto. Tenho
certeza de que você entendeu. Nosso amor por
Deus é despertado quando encontramos o amor
Dele por nós. É somente quando experimentamos
consistentemente o intenso amor de Deus por nós
que temos a capacidade de viver uma vida de
amor ardente por Ele. Mike Bickle diz:
“Precisamos de Deus para amar a Deus”.2 Nós
realmente não podemos fazer nada separados
Dele.
Jesus ensinou essa verdade aos Seus discípulos
quando disse; “Como o Pai Me amou, assim Eu
os amei; permaneçam no Meu amor” (Jo 15:9).
Que declaração incrível! Jesus disse que Ele nos
ama da mesma forma como Deus Pai O ama. Não
há amor maior que esse. Ele então nos chama para
permanecer nesse amor. Jesus não disse para
tentarmos recriar o amor que tínhamos quando
fomos salvos e então permanecer no nosso amor
por Ele, mas para aprendermos a permanecer no
amor Dele por nós. Ele estava dizendo
basicamente: “Meu amor por vocês é muito
extravagante. Suas ‘primeiras obras’ devem ser
aprender a viver uma vida conectada ao Meu
exorbitante amor”. Todos os dias, temos a
oportunidade de permanecer no amor mais
extremo, fervoroso, exagerado, bárbaro e
incompreensível que podemos imaginar. Quando
aprendermos a fazer isso, a resposta natural
sempre será um amor extravagante por Ele.
A nova geração de jovens avivalistas que está
emergindo na Terra está aprendendo o segredo de
permanecer no amor de Jesus e, portanto, está
queimando de paixão por Ele. Seus corações estão
derretidos – liquefeitos por Seu amor insaciável –
e estão sendo derramados sobre outros. Eles serão
conhecidos como Fervorosos, cujas vidas
acendem fogo de avivamento em todo o mundo.
Já que andam na revelação da amizade com Deus,
não trabalham para Ele, mas com Ele. São
amantes de Deus, e não empregados de Deus. As
vidas dos amantes se destacam porque não são
motivados pela fama nem pela fortuna, mas pelo
amor profundo por Jesus. Essa paixão os compele
a ir além do status quo e, portanto, suas vidas são
marcadas por sacrifício, risco, humildade e
excelência. Mike Bickle diz: “Amantes sempre
trabalham mais do que empregados”.3
Se quisermos viver como Fervorosos, devemos
encontrar o Fogo Total e Absoluto. Um dos
nossos jovens teve um sonho no primeiro ano que
fomos à Inglaterra com o Jesus Culture. No
sonho, havia um Homem de pé num campo com
um bico de garrafa de propano saindo de Seu
pescoço. Um grupo de jovens se reuniu em volta
Dele, mas logo perceberam que Ele estava prestes
a explodir em chamas e rapidamente recuaram a
uma distância segura. No entanto, estavam muito
intrigados com esse Homem e permaneceram ali
para assisti-Lo. Ele então começou a chamá-los
para perto. Um por um, os jovens se aproximaram
do Homem no campo. De repente, ouviram
“Tique, tique, tique, tique”, e Ele explodiu em
chamas, consumindo todos eles. Jesus está nos
chamando para perto a fim de que possa acender
em nós o fogo do Seu amor, e essa nova geração
está respondendo a esse chamado.
Como vimos nesse sonho, há uma progressão de
convite, busca e encontro em nosso
relacionamento com Deus. Se quisermos
permanecer no amor Dele, esse avanço deve ser
cíclico em nossas vidas. Na minha, acontece mais
ou menos assim: Meu coração responde ao
convite de Deus e eu encontro Seu incrível amor
por mim. Essa experiência com o amor Dele
acende um amor dentro de mim que diz: “Senhor,
Você é tudo que eu quero. Você é aquele a quem
estive procurando. Passarei toda a minha vida
buscando a Ti”. Essa busca me leva de volta à
presença Dele, onde encontro mais do Seu amor,
que acende na minha vida outro nível de paixão
por Jesus, fazendo com que eu queira buscá-Lo
ainda mais. Quanto mais essa sequência é nutrida,
mais a minha paixão aumenta.
Lembro-me de ocasiões na minha vida em que o
Senhor revelou Seu amor a mim de novas
maneiras. Minha reação natural sempre foi crescer
mais em devoção e ternura por Ele. Lembro-me
de uma manhã específica em que fui ao nosso
santuário. As luzes estavam apagadas, as cadeiras
não estavam arrumadas, e eu me deitei perto do
altar para orar. Enquanto orava, fiquei
impressionado com o amor de Deus. Era tangível.
Eu podia sentir ondas de amor fluindo sobre mim.
Fiquei ali deitado, chorando enquanto
experimentava novamente o amor de Deus.
Depois dessa experiência, meu coração ficou
queimando de amor por Ele. Mas é importante
observar que a natureza do ciclo revela que, como
eu disse antes, nossa busca pelo Senhor é
dependente Dele pelo menos de duas formas.
Primeiramente, depende de Deus porque a nossa
busca por Ele sempre será apenas uma resposta
ao cortejo Dele. Como Jesus declarou: “Ninguém
pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o
atrair” (Jo 6:44). Minha procura por Deus
aconteceu porque tive uma revelação de que Ele
estava em busca de mim. Apocalipse 3:20 diz:
“Eis que estou à porta e bato”. Jesus é Aquele
que está batendo à porta. Nós não O encontramos;
foi Ele quem nos encontrou. Ele não estava
perdido; nós estávamos perdidos. E, mais
importante ainda, a busca de Deus por capturar
nosso coração não para quando somos salvos. Ele
ainda está em busca de nós, mesmo hoje!
Da mesma forma, trabalhei duro para atrair
minha esposa quando estávamos namorando.
Queria que ela dissesse sim quando eu a pedisse
em casamento. Mas não parei de ir atrás dela
quando fizemos nossos votos. Onze anos depois,
ainda estou em busca de capturar o coração dela.
Deus ainda está em busca de nós tão intensamente
como antes de sermos salvos. Todos os dias o
coração Dele anseia estar com você, e Ele o está
perseguindo. Eu geralmente digo às pessoas: “Não
é difícil achar Deus. Você só tem que parar tempo
suficiente a fim de que Ele encontre você”.
Quando paramos tempo suficiente a fim de que
Ele nos encontre e bebemos do Seu amor como eu
descrevi, algo dentro de nós desperta. Essa é a
outra forma como a nossa busca por Deus é
dependente Dele. Encontrar o amor do Senhor
por nós não somente causa uma reação em nós,
mas também nos permite retribuir. A experiência,
na realidade, nos dá algo que não tínhamos antes
– um coração despertado com a paixão que
impulsiona nossa busca.
A REVELAÇÃO ALÉM DA
INFORMAÇÃO
O apóstolo Paulo orou para que conhecêssemos
“o amor de Cristo que excede todo o
conhecimento...” (Ef 3:19). O versículo conclui:
“para que vocês sejam cheios de toda a plenitude
de Deus”. A experiência é a chave para a
plenitude porque ela traz a revelação. Sem o
conhecimento da revelação que vem com a
experiência, somos limitados a operar apenas com
informação. A maioria dos cristãos possui a
informação correta. Na maioria das igrejas, se eu
perguntar: “Você crê que Jesus te ama?”, tenho
certeza de que 99% da congregação responderiam
com um sincero sim. O mero fato de você estar
lendo este livro me diz que você provavelmente
acredita que Jesus o ama. Mas você está
respondendo baseado em informação ou
revelação?
Quando Evander Holyfield, o ex-campeão peso
pesado de boxe, estava em seu auge, eu gostava
de assistir às suas lutas. Após ver apenas algumas,
ficou óbvio para mim que ele socava forte. Minha
observação foi reforçada quando li artigos sobre
suas lutas, ouvi os comentaristas falarem sobre seu
estilo de boxe e escutei outros lutadores sendo
entrevistados sobre as experiências que eles
tiveram com Holyfield no ringue. Se você me
perguntasse: “O Evander Holyfield soca forte?”
Eu responderia com convicção: “Sim, ele soca
muito forte”. Mas apesar de essa resposta ser
convincente e verdadeira, é completamente
baseada na esfera da informação. Ela só se
transformaria numa revelação pessoal se eu
colocasse sapatos e luvas de boxe e entrasse no
ringue com o próprio Holyfield. Nos cinco
segundos do primeiro round, quando o punho de
Holyfield tocasse o meu queixo e meus joelhos se
dobrassem, e passarinhos começassem a circular
em volta da minha cabeça, é naquele momento
que a revelação me impactaria: “Evander
Holyfield soca forte!” É exatamente a mesma
resposta que eu teria dado antes, mas agora ela é
uma revelação – não meramente uma informação.
Eu não teria apenas lido sobre como o soco dele é
forte; teria experimentado pessoalmente!
Pessoas demais estão contentes por viver uma
vida de informação ao invés de revelação. Mas o
conhecimento sozinho nunca acenderá uma chama
contínua em nós para amarmos Jesus
apaixonadamente. Apenas a revelação pode fazer
isso. Lembre-se, Efésios 3:19 diz que a revelação
que vem com a experiência é a chave para a
plenitude. A palavra grega traduzida como
“plenitude” se refere a um navio cheio de
mercadorias e marinheiros. Um navio pode ser
navegável e um destino pode ser decidido e
percorrido, mas se não houver carga a bordo e
mão de obra para guiar o navio, ele não chegará a
lugar algum. O mesmo vale para nós quando
temos apenas informação sem a revelação e a
realidade da experiência que traz a plenitude de
Deus para nossas vidas.
A revelação de Seu amor extravagante irá nos
propulsar mais profundamente ao coração de
Deus porque ansiaremos ficar com Ele. E.M.
Bounds, falando sobre aqueles que tiveram um
encontro com o amor do Pai, diz: “Eles passam
muito tempo em oração, não porque observam a
sombra do relógio de sol ou os ponteiros do
relógio, mas porque aquilo é um negócio tão
importante e envolvente para eles que mal podem
parar”. 4
O PODER DO SIM
Parece tão fácil, não é? Tudo que temos que
fazer é permanecer no amor de Deus e nossa
paixão por Ele acenderá. E eu ainda posso lembrar
a você de que receber a revelação do amor de
Deus não é difícil. Realmente é mais uma questão
de diminuir a velocidade e se posicionar para
receber Dele. Se nós desejamos experimentar o
amor de Deus por nós, Ele mais ainda. Mas apesar
de Seu amor estar sempre disponível, nós vivemos
numa sociedade que vai contra a nossa busca por
ele. Nunca em toda a história houve tantas
distrações ao nosso dispor. Nenhuma outra
geração foi inundada com centenas de canais de
televisão, mensagens de texto, e-mails, internet,
celulares, videogames, aparelhos digitais com
capacidade de armazenar milhares de músicas,
filmes sob demanda e a capacidade de viajar.
Apesar de essas distrações não serem ruins por si
só, elas tiram nossa capacidade de permanecer no
amor de Deus se não aprendermos a administrá-
las. Uma das maiores coisas que elas nos impedem
de compreender é como esperar.
Em nossa sociedade fast-food, estamos tão
acostumados a ter as coisas imediatamente que
acreditamos que é assim que deve ser.
Consequentemente, quando temos que esperar por
Deus, ficamos incomodados e indignados.
Começamos a duvidar da verdade de Seu amor e
de Suas promessas. Porém, precisamos perceber
que permanecer em Seu amor leva tempo e não
pode ser conquistado em três minutos, logo após
terminarmos com nosso DVD “Três Minutos para
um Corpo Melhor”.
Quando entendemos quão importante é ter
contato com o amor de Deus e vemos quantas
distrações existem ao nosso redor para nos
seduzir, é talvez tentador nos sentirmos
desencorajados. Mas precisamos perceber que a
agitação sem precedentes da nossa geração está na
verdade criando uma oportunidade única para nós.
Existe algo poderoso que acontece quando as
pessoas dizem sim a Jesus em meio às distrações.
Quando dizemos sim a Ele ao mesmo tempo em
que estamos rodeados de outras opções, isso
estabelece uma convicção profunda dentro de nós
que não pode ser facilmente abalada. Eu não pedi
minha esposa em casamento dizendo: “SeaJay, o
negócio é o seguinte. Não tem ninguém mais que
queira casar comigo. Você é a única disponível – a
única opção que eu tenho. Então, casa comigo?”
Somente pensar nisso já é patético. O casamento é
uma união poderosa porque acontece em meio a
opções. “SeaJay, eu tenho milhares de opções,
mas você é a que eu escolho. É com você que eu
quero passar o resto da minha vida. Não existe
ninguém que possa ser comparada a você”. Talvez
eu tenha me iludido um pouco pensando que tinha
milhares de opções, mas você entendeu o que eu
quis dizer.
Danny Silk, um dos meus pais espirituais, me
ensinou sobre o poder do sim. Ele frequentemente
diz que muitas pessoas acham que a vida cristã é
um monte de nãos. Muito de nosso discipulado
tem sido baseado em ensinar pessoas a dizerem
não. “Não, não quero isso. Não, não irei lá. Não,
não vou ver isso. Então, Danny explica que a vida
cristã nunca foi uma fonte de nãos. É um
impressionante sim a Jesus que ressoa em nosso
espírito e afunda todas as outras opiniões. Da
mesma forma, meu casamento não tem a ver com
dizer não às outras opções, mas tem tudo a ver
com dizer sim à minha esposa. Afinal, se a vida
cristã deve ser vivida com paixão, deve ser uma
vida que tem um objetivo positivo.
V O LTA N D O N O S S A AT E N Ç Ã O A
ELE
Se Jesus está em busca de nós e batendo à nossa
porta, então nossa responsabilidade é abri-la
quando Ele bate. Apocalipse 3:20 diz: “Se alguém
ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei e
cearei com ele, e ele comigo”. Devemos nos
posicionar de forma que quando Ele bata,
abramos a porta. Sua voz deve ser mais alta do
que todas as outras vozes na nossa vida. Não pode
haver competição para o bater de Jesus. Na
verdade, quanto mais encontrarmos Seu amor por
nós, menos qualquer outra coisa terá força para
ser comparada a ele.
Minha parte favorita do dia é quando chego em
casa do trabalho. Entro pela porta, deixo minha
bolsa no chão e espero para ouvir: “O papai
chegou!” Então fico ali de pé com um sorriso no
rosto enquanto as crianças mais lindas do mundo
começam a surgir de diferentes partes da casa.
Não importa o que estejam fazendo, elas largam
tudo e vêm correndo quando ouvem que eu
cheguei. Meu filho pode estar brincando com seus
bonecos de super herói, minha filha caçula pode
estar assistindo ao seu filme favorito da Barbie, e
minha filha mais velha pode estar jogando com
seu Nintendo DS. Mas não importa. Tenho
certeza de que posso ganhar de qualquer super
herói em qualquer dia da semana. Barbie? Não é
problema. Todas as vezes ganho da Barbie, do
Homem Aranha, ou de qualquer outro.
Jesus nos disse que não podemos entrar no
Reino a menos que nos tornemos como crianças
primeiro. Quando o Pai chega em casa, nada é
mais importante do que ficar com Ele. Quando
Ele bate à porta e ouvimos a Sua voz, devemos vir
correndo. Todas as outras coisas devem
empalidecer em comparação à chegada Dele. Às
vezes, Ele bate à porta quando podemos parar
tudo e passar um bom período com Ele. Outras,
Ele bate quando estamos na aula, ou dirigindo, ou
na padaria. Não importa onde, abrir a porta é
simplesmente uma questão de focar nossa atenção
Nele. Certa noite, pouco antes de me deitar para
dormir, o Espírito Santo me disse: “Banning, Eu
estou sempre disponível para você. Tudo o que
você tem que fazer é voltar sua atenção e seu
afeto para Mim”. Seja no seu tempo devocional
diário ou ao longo do seu dia agitado, a questão é
a seguinte: Você voltará sua atenção e seu afeto
para Ele? Apesar de ser muito importante ter um
tempo diário com o Senhor, esse não é o objetivo
final. O objetivo é ter os afetos do seu coração
apontados na direção Dele não importa o que
esteja acontecendo.
Existem algumas histórias sobre os tempos de
oração de Smith Wigglesworth com o Senhor. Já
ouvi que, quando ele orava, a presença do Senhor
enchia a sala de tal forma que qualquer um que
estivesse com ele sairia por medo de ser morto por
tamanha glória. Wigglesworth entendia como os
afetos do nosso coração podiam mover o Céu. Ele
disse: “No momento em que olhamos para cima e
estamos numa posição de afeto com Jesus, os
Céus se abrem”.5
Descobri que o valor real do meu tempo
agendado com o Senhor é que ele me ajuda a me
preparar para o meu objetivo predominante, que é
manter minha atenção e meus afetos em Jesus ao
longo do dia. Andrew Murray diz: “Um homem
que busca orar fervorosamente só na igreja ou
num cantinho de oração passa a maior parte do
tempo com um espírito totalmente em desacordo
com o que orou. Sua oração foi fruto de um
determinado lugar ou momento, e não de todo o
seu ser”.6
Alguns dos momentos mais doces que já tive
com o Senhor não foram nas horas programadas
de oração e adoração. Na faculdade, eu trabalhava
como manobrista, estacionando carros. Passava
parte do meu tempo de pé na entrada no
estacionamento para me certificar de que ninguém
estacionaria lá. Sozinho no estacionamento por
horas, eu voltava meu coração para o Senhor e
simplesmente O adorava. Lembro-me de gostar
daqueles momentos íntimos de conexão no
estacionamento do shopping. Se quisermos ser
Fervorosos, temos que viver uma vida de paixão
contínua com Deus, aprender a abrir a porta
quando Ele bate e voltar nossa atenção e nosso
afeto para Ele.
Quando paramos para que Deus nos encontre,
abrimos a porta, e voltamos nossa atenção para
Ele, estamos Lhe dando a oportunidade de nos
amar, que é o que Ele anseia fazer. E isso tem a
ver com voltar ao primeiro amor. Anos atrás,
houve uma época na minha vida em que o Senhor
enfatizou isso repetidamente. Parecia que em
todos os momentos que eu separava para ficar
com Ele, Ele só queria falar sobre o quanto me
amava. Eu sentava silenciosamente com o Senhor
e perguntava: “Deus, o que está no Seu coração
hoje?” E Ele respondia: “Você está no meu
coração hoje”. Várias vezes, Ele me acordava no
meio da noite para falar comigo. Eu sabia que era
Deus me acordando, então voltava minha atenção
para Ele e perguntava o que queria compartilhar
comigo. Na maioria das vezes, eu estava
esperando uma revelação incrivelmente profunda
que eu poderia ensinar a outros, mas em todas as
vezes Ele gentilmente dizia: “Só queria dizer que
amo você”.
“Ok. Só isso? Mais alguma coisa? Alguma
revelação profunda que o Senhor queira
compartilhar comigo agora que me acordou?”
Eu amava Sua resposta: “Não. Só queria lhe
dizer o quanto amo você”. Depois de um tempo,
era um tanto divertido para mim quando Deus me
acordava e tínhamos essa interação. Mas também
comecei a entender o que Ele estava fazendo. Ele
tinha que se certificar de que eu estava
completamente saturado pela revelação de Seu
amor por mim.
Uma grande razão pela qual entendi o que Deus
estava fazendo comigo é porque eu sou pai. Quero
que meus filhos saibam o quanto sou louco por
eles. Preciso que saibam o quanto os amo e que
tenho tanto prazer em amá-los. Você tem que
compreender isso. Eu não somente curto que
meus filhos me amem. Tenho prazer em amá-los
também. Muitos de nós dizem ao Senhor que O
amam, mas nunca separam um tempo para deixar
que Ele os ame. Nossos momentos de oração
consistem de nossa busca por Deus sem deixar
que Ele mostre Seu amor. Se, quando eu chegasse
em casa, minha filha viesse correndo e dissesse:
“Te amo, te amo, te amo” e depois saísse para
fazer outra coisa, isso não me satisfaria como pai.
Apesar de eu amar ouvi-la dizer que me ama, só
me sinto realmente satisfeito quando sento com
ela e expresso meu amor (geralmente através de
beijos babados e abraços apertados). Eu amo amar
meus filhos! Quero que eles vivam a vida seguros
de que têm um pai loucamente apaixonado por
eles.
Eu realmente gosto de trabalhar com jovens, e
amo estar cercado pela paixão que eles possuem.
Isso me inspira. Mas às vezes percebo que no
meio da busca apaixonada deles, precisam se
acalmar e simplesmente permitir que Deus os ame.
A maioria do nosso tempo de oração e adoração
tem a ver com dizer a Deus o quanto O amamos,
mas frequentemente não separamos um momento
para deixar que Ele expresse o quanto nos ama.
Como líderes, temos medo de que, se tirarmos
tempo para fazer isso, começaremos a perder
pessoas para o tédio. Contudo, se quisermos
agradá-Lo, é crucial nos valer disso para que Ele
possa nos amar. John e Carol Arnott e a Christian
Fellowship do Aeroporto de Toronto têm feito um
trabalho maravilhoso ao ensinar o Corpo de Cristo
a receber o amor de Deus. O ensinamento deles
sobre a imersão na oração tem mudado
radicalmente a forma como as pessoas oram.
As nações e as cidades não precisam que os
cristãos sejam mais organizados. Não precisam
que produzamos programas mais impressionantes
e tenhamos ministérios melhores. O que as
cidades e nações da Terra precisam é de cristãos
que queimem de paixão por Jesus. Toda nossa
organização e nosso planejamento serão
irrelevantes e sem poder a menos que vivamos
uma vida de amor radical por Jesus. Podemos
apenas doar o que temos. Se somos chamados
para representar Jesus para o mundo à nossa
volta, devemos ter encontros regulares com Seu
amor, porque é esse amor que Ele está tentando
comunicar ao mundo através de nós. Seu coração
pelas pessoas é a razão absoluta pela qual Ele
enviou Seu único Filho para morrer numa cruz.
Os sinais e maravilhas, as curas e os ministérios
proféticos que estão sendo liberados são todos
para direcionar as pessoas à revelação de que
Deus as ama. É possível deixar isso se perder
porque infelizmente muitos de nós têm visto o
ministério sobrenatural sem amor. É por isso que
Paulo nos chamou para “o caminho ... mais
excelente” de operar com poder em 1 Coríntios 13
– o caminho do amor. Deus está colocando o
amor à mostra nos Fervorosos para que o mundo
veja.
Q UE R O AP E N AS SER
FILHO
Qualquer um que já fez um curso básico de
sociologia já ouviu falar de Charles Cooley.
Considerado o “Decano da Sociologia”, Cooley se
tornou famoso por um conceito que desenvolveu
chamado “espelho de si próprio”, que significa
que a autopercepção e a autoestima do indivíduo
são determinadas pelo que ele acha que a pessoa
mais importante de sua vida acha dele.
Especificamente, sua autopercepção e a
autoestima são poderosamente formadas quando
aquela pessoa mais importante do seu mundo
expressa ativamente a opinião que tem sobre você.
Tony Campolo, professor de sociologia da
Eastern College, conta uma bela história sobre
um garoto. Certo dia, o rapaz voltou da escola
com um “4,0” em seu boletim. Ele o entregou
para sua mãe. Sua mãe, uma das pessoas mais
importantes da sua vida, olhou para ele e disse:
“Isso mostra que eles não sabem ensinar gênios
nessa escola!” Estou certo de que o garoto saiu
pensando: “É verdade; Sou um gênio. Minha mãe
acredita que eu sou um gênio, então não importa o
que o boletim diz. Eu sou um gênio”.
Quando essa nova geração de avivalistas começa
a encontrar o amor apaixonado de Jesus e
entrelaça seus corações intimamente com Ele – e
Ele se torna a Pessoa mais importante de suas
vidas – sua autoimagem começa a mudar
dinamicamente. Quando Aquele que os criou e os
chamou para a vida recebe espaço para expressar
Sua opinião sobre quem são, Sua voz substitui os
julgamentos e as persuasões de outras pessoas, do
inimigo e deles mesmos. Eles começam a olhar
para o espelho do coração de Deus e se enxergam
como Ele os vê. Isso tem resultados poderosos.
Como você talvez saiba, a percepção que temos
de nós mesmos se manifesta na forma como
vivemos. Se acreditamos que há grandeza em nós,
nossa vida demonstrará essa realidade.
Tragicamente, como mencionei anteriormente no
capítulo dois, muitos cristãos têm acreditado na
mentira da insignificância. O inimigo as tem
assaltado com o engano de que suas vidas são
insignificantes e sem sentido. Uma das principais
formas como ele consegue isso é colocando em
suas mentes uma imagem em que as circunstâncias
da vida, assim como as do mundo, são terríveis e
esmagadoras demais e elas encolhem em
comparação. É praticamente impossível assistir ao
noticiário sem absorver uma barragem de
informações devastadoras que comunica a
impossibilidade de mudança. Por causa disso,
muitas pessoas acreditam que não podem fazer
qualquer diferença e que suas vidas nunca terão
qualquer impacto. Por que tentar? O mundo é
grande e desorganizado demais para que minha
pequena vida mude alguma coisa. Para ser muito
sincero, essa mensagem paralisará a todos se não
experimentarem encontros íntimos com Deus em
que Ele os capacite para reconhecer a grandeza
que há em seu interior.
O QUE É VOCÊ?
Quando eu tinha 19 anos, precisava de um
carro. Meu futuro sogro na época me ligou e disse
que gostaria de me dar um Chevette 1985 que
possuía. Eu não entendia nada sobre carros e
achei que qualquer automóvel seria melhor do que
nenhum. Porém, quando fui até a casa dele para
buscar o Chevette, fiquei surpreso. O Chevette era
a tentativa da Chevrolet de copiar o Ford Pinto.
Imagine um capacete com rodas, volante e menos
proteção, e você chegará perto do que era aquele
Chevette. O pai de SeaJay me levou ao
estacionamento onde meu novo carro estava
esperando por mim. Deparei-me com um carro de
duas portas de cor azul-celeste, oxidado. Apesar
das minhas reservas iniciais, eu ainda estava grato
e tomei posse dele com felicidade.
Durante a viagem de três horas de volta para
Redding, rapidamente aprendi sobre o meu carro
novo. Após cerca de uma hora e meia de estrada,
ouvi um estrondo repentino. Por um instante,
pensei que uma pedra grande havia atingido meu
carro. Mas quando olhei sobre o meu ombro
direito para ver se havia algum estrago, descobri
que não era uma pedra. Ao invés, era uma das
janelas de trás que havia acabado de se soltar e
cair no acostamento da estrada. Continuei
dirigindo, boquiaberto, sem saber o que fazer. Eu
nunca tinha visto uma janela se soltar de um carro
antes. “Minha janela acabou de voar do meu
carro! Foi isso mesmo?”
Aquela foi apenas a primeira de muitas
peculiaridades que eu ainda descobriria. O tecido
do teto descolou dentro do carro, então eu tive
que colocar alfinetes estrategicamente para
prendê-lo de novo. A mala nunca ficava aberta,
então adaptei um cabo de vassoura para sustentá-
la. A porta do passageiro aleatoriamente abria
enquanto o carro estava em movimento e o
câmbio saía de lugar e eu tinha que achar o
buraco em que ele deveria se encaixar para que eu
pudesse passar a marcha novamente. (Imagino que
muitos que estão lendo esta história estão
lembrando com carinho de um carro similar que já
tiveram.)
Do outro lado, em contraste, está um
Lamborghini. Recentemente, conheci um
empresário na cidade que tem um Lamborghini
Countach, que é um dos únicos três no mundo e o
único na América do Norte. Esse Lamborghini
vale um milhão de dólares. Um milhão de dólares!
Só o fato de pensar num carro desse valor já é
loucura para mim. A primeira pergunta que fiz ao
dono foi: “Onde você estaciona um carro de um
milhão de dólares? Você simplesmente o para na
sua garagem ao lado do cortador de grama e das
vassouras de jardim?”
“Não, não, não”, ele respondeu. “Eu tenho uma
bolha especial onde eu o estaciono”.
Aparentemente, existem bolhas como cápsulas que
você pode comprar para estacionar seu carro caro
dentro. Você estaciona o carro dentro da bolha e
ela se fecha, protegendo-o da umidade e da
condensação. Eu nunca havia ouvido falar sobre
isso, provavelmente porque essa cápsula deve
custar mais do que meu carro.
Vejo muitíssimos cristãos que caíram na mentira
da insignificância e se enxergam como o meu
Chevette 1985. Sob a percepção deles, suas vidas
não são valiosas, e eles observam muitas coisas
que não funcionam direito. Já que acreditam ser
pequenos, frágeis e sem valor, vivem vidas de
insignificância. Mas a verdade é que não somos
Chevettes. Somos Lamborghinis. A maneira como
determinamos o valor de um item é descobrindo
quanto alguém está disposto a pagar por ele. Por
exemplo, se eu quisesse saber quanto vale a minha
aliança de casamento, iria a diferentes lojas de
joias e perguntaria por quanto a comprariam. Se
um lugar oferece 500 dólares por elas e o outro
mil dólares, então meu anel valeria mil dólares
porque alguém pagaria esse valor.
A cruz deveria nos enviar uma mensagem
gloriosa de quanto Deus nos valoriza
imensamente. Ele nos estima o bastante para pagar
o preço máximo – a vida de Seu Filho. Para a
maioria da Igreja, o Calvário tem a ver
principalmente com o perdão de Deus sobre os
nossos pecados. Paramos antes de entender e
caminhar no propósito pleno pelo qual Ele fez
isso, que foi para restaurar nosso relacionamento
com Ele e a identidade que Ele planejou para nós
desde o início. Se quisermos progredir em nosso
entendimento dos propósitos profundos de Deus
para nós, então é essencial termos encontros
contínuos com nosso Pai, onde podemos ouvi-Lo
se declarar para nós e revelar quem realmente
somos.
NOSSO PROPÓSITO
Há uma conexão direta entre a nossa identidade
e o nosso propósito. A Bíblia é repleta de
declarações sobre os propósitos que Deus criou
para a vida dos crentes, e nenhum deles é menos
do que maravilhoso. O fato de que fomos criados
para alcançar grandes coisas para Deus deveria
nos convencer mais ainda de que Ele nos vê como
Lamborghinis, e não como Chevettes quebrados e
patéticos. O primeiro mandamento de Deus para
as pessoas foi: “Sejam férteis e multipliquem-se!
Encham e subjuguem a Terra!” (Gn 1:28). Esse
comando ainda vale para hoje. Jesus nos disse:
“...façam discípulos de todas as nações...” (Mt
28:19). Essa é uma grande tarefa que somente
pode ser cumprida através de um povo que crê
que sua vida é valiosa e podem contribuir
positivamente para o mundo à sua volta. A maioria
da Igreja tem estado tão impressionada com o que
tem acontecido pelo mundo que tem se ocultado
na esperança de meramente suportar o mal à sua
volta. Mas Deus não nos disse para apenas
sobreviver; Ele ordenou que discipulemos as
nações.
Isaías diz:
“Levanta-te, resplandece, porque vem a tua
luz, e a glória do SENHOR vai nascendo
sobre ti; Porque eis que as trevas cobriram a
Terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o
SENHOR virá surgindo, e a Sua glória se
verá sobre ti”.
Isaías 60:1-2, ACF
EMPREGADOS NÃO
Uma das razões pela qual a Igreja não tem
compreendido e respondido ao convite de Deus
para sermos Seus parceiros ao levantar e brilhar
nas trevas é que ainda pensamos que Ele só quer
bons trabalhadores. Se você já está na Igreja há
algum tempo, tenho certeza de que já observou a
tendência de pensarmos que nossa tarefa é
trabalhar para Deus em vez de amar a Deus.
Porém, como mencionei antes, Deus não é nosso
chefe no Céu que fica gritando ordens para que
sigamos. Ele é um Pai amoroso que anseia ser
parceiro de Seus filhos. Ele enviou Seu único
Filho para morrer na cruz – e não para reunir
trabalhadores, mas para estabelecer um
relacionamento de amor com as pessoas. Ele quer
filhos e filhas que cresçam para O amarem com
maturidade. Filhos e filhas não trabalham para
Ele; representam Sua natureza para o mundo.
Será uma parceria de amor que vê a Igreja
despertar para seu chamado de fazer parceria com
Deus.
John G. Lake, um apóstolo que ministrava no
início do século XX e um homem que tinha
intimidade com o Senhor, fala o seguinte:
“A maravilha da redenção de Jesus Cristo é
revelada na incomparabilidade do propósito de
Deus de transformar o homem à Sua natureza,
imagem e plenitude. Assim, homens como
filhos de Deus se tornam, graças a Deus, os
aliados do Todo Poderoso em Seu próprio
nível de vida e entendimento.”1
Leva tempo para a maioria de nós
compreendermos o que Deus sente por nós como
Seus filhos e filhas. Não tenho certeza se é minha
personalidade ou o fato de eu ser homem, mas
não foi fácil me conectar com a revelação de que
Deus está interessado em me amar mais do que
em me usar para mudar o mundo. Eu me inclino
para trabalhar para Deus a fim de conquistarmos
algo juntos. Consigo entender o conceito de
trabalhar junto com o Espírito Santo para
transformar o mundo. Mas quando o Senhor me
chama para simplesmente sentar com Ele e deixá-
Lo me amar, é um pouco mais desafiador. À
medida que o Senhor tem feito isso comigo,
percebi que Ele é um Deus que nos mima. Ele não
é um Deus frio e desinteressado.
Algumas pessoas enxergam Deus como o Spock
do filme Jornada nas Estrelas – calculista, sem
emoção, fatual e antissocial. Mas essa descrição
está muito longe da verdade. Muitas pessoas
cresceram com um pai que nunca soube expressar
seu amor a elas. Conheci uma senhora que ouviu
seu pai dizer que a amava somente uma vez na
vida. Podemos ver por que, numa sociedade que
tem dificuldade de expressar amor, nós também
vemos Deus dessa maneira. Mas Ele não ficará
satisfeito com nada menor do que um
relacionamento com você no qual possa derramar
Seu amor incomensurável e infinito.
NOSSA ESCOLHA
Anos atrás, quando começamos a fazer as
conferências do Jesus Culture, o Senhor me
mostrou algo que mudou minha vida para sempre.
Era a sessão da manhã de uma das nossas
conferências, e eu iria pregar. Estava sentado na
primeira fileira muito nervoso. Eu não estava nada
confiante sobre o que iria pregar. Judah Smith,
um dos pastores de jovens mais famosos no país,
de Seattle, em Washington, havia pregado na noite
anterior e simplesmente arrebentou. Tinha sido
uma noite fenomenal – com tudo o que você
poderia querer numa conferência. Ele
compartilhou uma palavra incrível, inspiradora,
prática, profunda e engraçada. Depois, orquestrou
um momento poderoso de ministração em que
declarou palavras de revelação e profetizou sobre
as pessoas. Em todo o salão, as pessoas estavam
tendo encontros com Deus e sendo atingidas pelas
palavras proféticas que Judah declarava sobre
elas.
Após uma noite tão maravilhosa, na manhã
seguinte me sentei ali na primeira fileira tentando
curtir o louvor, mas sem conseguir, porque estava
muito ansioso. Eu não estava preocupado porque
queria desesperadamente que Deus ministrasse
Seu amor extravagante sobre as pessoas. Eu
estava nervoso porque não queria parecer tolo
diante de Judah enquanto eu pregava. Enquanto
me sentei ali e orei para que minha mensagem
desse certo pelas razões erradas, o Senhor falou
comigo: “Banning, você tem uma escolha. Pode
escolher ser um pregador ou um filho. Se
escolher ser um pregador, você será bom
algumas vezes e outras nem tanto. Mas se
escolher ser um filho, sempre será bom porque
você é um filho fantástico”.
Aquela simples palavra do Senhor mudou
completamente a minha atitude e o meu
ministério. Eu sabia que tinha que escolher o que
queria ser. Então decidi ali mesmo que eu não
queria ser um pregador. Queria apenas ser um
filho. E eu sou um grande filho. Não quero ser um
pastor, um ministro itinerante, ou qualquer outra
coisa. Quero somente ser um filho. Não me
entenda mal; Eu quero ser um grande pregador e
um grande pastor, mas também reconheço que
não são essas coisas que me motivam. Estou
buscando ser um grande filho, que sabe que Seu
Pai o ama e, por sua vez, é apaixonado por Ele.
Todo o restante do que faço deve ser um resultado
dessa busca. Não sou chamado para trabalhar para
Deus como um pregador; sou chamado para ser
Seu filho. Irei pregar como um filho, mas como
estou e quem sou não dependem de quão bem eu
prego ou não.
FUNDADO NO AMOR
A obra de Deus de estabelecer intimidade com
Seu povo como prioridade e, assim, nos selar em
nossa real identidade, irá colocar o ministério de
Sua Igreja sobre uma fundação diferente – sua
fundação verdadeira. Tudo que não é construído
sobre esse alicerce de intimidade e identidade em
Deus não possui o necessário para ser duradouro.
O Senhor me disse cedo no ministério que
qualquer coisa que eu faço que não seja fundada
no amor se torna instável. Não é ruim desejar ter
um ministério efetivo que alcance grandes coisas
para Deus, desde que esteja fundado em seu amor
por Ele. Já estou no ministério tempo suficiente
para saber que ele pode ser muito imprevisível.
Num determinado ano posso fazer um evento que
tenha muito sucesso, e no outro fazê-lo
novamente e ser um fracasso total. Mas fica tudo
bem desde que eu mantenha meu foco no que
realmente quero ser – que não é um ministro de
sucesso – mas um filho de sucesso. Quero que
tudo que eu faça esteja enraizado no meu amor
pelo Pai.
Até mesmo o nosso ministério de amor pelas
pessoas – o segundo mandamento – deve ser
fundado em nosso amor por Deus – o primeiro
mandamento. Eu percebi isso quando estava lendo
João 15 certo dia. “Se vocês obedecerem aos
Meus mandamentos, permanecerão no Meu
amor... Vocês serão Meus amigos, se fizerem o
que Eu lhes ordeno” (Jo 15:10,14). Uau! Eu sabia
que queria ser amigo de Jesus e permanecer em
Seu amor. Mas o que era aquilo que Ele estava
ordenando? Então, li: “O Meu mandamento é
este: amem-se uns aos outros como Eu os amei”
(Jo 15:12). A fim de ser amigo de Jesus e
permanecer em Seu amor, tenho que fazer o que
Ele ordena, que é amar aos outros. Bem, é isso
que eu quero fazer. Quero amar aos outros. Mas o
que me tocou foi que, apesar de sempre ter amado
as pessoas, ao me conectar com esse versículo,
meu amor mudou para uma nova fonte. A partir
de então, meu desejo era ser um filho e um amigo
de Deus que produzia um amor pelos outros
dentro de mim. Meu coração pelas pessoas tinha
que vir de um lugar fundado em meu amor por
Ele.
O N O V O E VA N G E L I S M O
Como seria uma geração inteira que vive de
acordo com o que Jesus pensa sobre ela? Como
seria uma geração inteiramente direcionada por
um amor apaixonado por Deus? Enquanto
escrevo, posso sentir uma empolgação surgir
dentro de mim ao imaginar uma geração inteira
que tornou Jesus a Pessoa mais importante de suas
vidas, cuja autoestima é baseada no que Ele pensa
sobre ela, e que está disposta a se levantar e
resplandecer com Sua glória em meio às trevas.
Essa nova geração que está emergindo na Terra irá
viver essa revelação.
Acredito que, por causa do que Deus está
fazendo para restabelecer a prioridade de
intimidade na Igreja, há uma confiança no Corpo
de Cristo que poucas vezes foi vista antes. Essa
ousadia será crucial se quisermos realizar os
propósitos do Senhor na Terra. Isso irá capacitar
especialmente os jovens a vencer um de seus
maiores desafios – a pressão dos amigos. A
batalha acerca de suas identidades é forte nessa
fase da vida. Se não sabem o que Deus pensa
deles, começam a esperar que as outras pessoas
digam quem eles são. Mas um jovem que sabe
quem é em Deus se destaca na multidão. Alguns
de seus amigos serão atraídos, enquanto outros
ficarão incomodados. Deus está capacitando esta
geração para ser fiel a quem realmente é, a fim de
estar preparada para expor a esperança que há
nela ao mundo à sua volta.
Essa confiança, que é motivada inteiramente pela
sua revelação do amor de Deus, causará uma
grande mudança na maneira como a Igreja faz
evangelismo. Somos chamados para fazer uma
parceria com Deus a fim de ver o conhecimento
da glória do Senhor cobrir a Terra e um bilhão de
almas serem levadas ao Reino. Creio que seremos
capazes de cumprir esse chamado por causa da
poderosa revelação do amor de Deus que está
sendo liberada através dessa nova geração de
avivalistas. É a revelação de Seu amor que atrairá
pessoas à salvação.
2 Reis 7 conta uma história que ilustra essa nova
forma de evangelismo. Os sírios haviam sitiado
Samaria e acabado com todos os seus
suprimentos. A cidade estava vivendo uma fome
severa e estava desesperada por salvação. Em
meio àquela situação, havia quatro leprosos nos
portões da cidade que chegaram a uma decisão:
“E quatro homens leprosos estavam à
entrada da porta, os quais disseram uns aos
outros: Para que estaremos nós aqui até
morrermos? Se dissermos: Entremos na
cidade, há fome na cidade, e morreremos aí.
E se ficarmos aqui, também morreremos.
Vamos nós, pois, agora, e passemos para o
arraial dos sírios; se nos deixarem viver,
viveremos; se nos matarem, tão somente
morreremos".
2 Reis 7:3-4 (ACF)
Então os leprosos partiram para o acampamento
dos sírios. Antes de chegarem, o Senhor fez com
que o exército sírio ouvisse barulhos de carros de
guerra e cavalos, e então fugiram com medo. Na
pressa, abandonaram tudo o que possuíam.
Imagina a surpresa dos quatro leprosos quando se
depararam com um acampamento deserto cheio
de comida, vinho, roupas e ouro. Eles fizeram o
que qualquer um faria numa época de fome –
começaram a comer e beber o quanto podiam.
Mas no meio do banquete, perceberam que o que
estavam fazendo não era certo:
“Então disseram uns para os outros: Não
fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e
nos calamos; se esperarmos até à luz da
manhã, algum mal nos sobrevirá; por isso
agora vamos, e o anunciaremos à casa do
rei".
2 Reis 7:9 (ACF)
Há uma geração inteira que permanece calada
sobre o Evangelho de Jesus Cristo. Contudo,
nunca acreditei que a estratégia de fazer as
pessoas se sentirem culpadas por não
compartilharem sua fé dê frutos duradouros.
Lembro-me de estar num culto jovem em que um
grupo apresentou um esquete que basicamente
colocava culpa sobre os jovens por não
testemunharem. Eu não gostei na época, e não
gosto agora. Quero prover para os adolescentes e
os jovens um ambiente em que possam encontrar
Jesus, deleitar-se em Seu amor extravagante por
eles, e experimentar Seu poder ilimitado. A partir
dessa experiência de bondade abundante, creio
que se levantará uma geração cujo evangelismo
consistirá simplesmente em convidar as pessoas
para um banquete do qual elas já fazem parte.
Pessoas famintas sempre escutam àqueles que têm
comida.
Todos os dias, as pessoas à nossa volta estão
experimentando uma fome de amor e poder. Elas
nunca sentiram o verdadeiro amor que vem de
Deus. Sentem-se incapazes de mudar e ficam
parados na vida. Vivem rodeadas de
enfermidades, depressão, dor e falta de esperança.
É como se uma tempestade estivesse enfurecida
dentro delas e elas não tivessem poder para
acalmá-la. Estão procurando uma resposta e essa
resposta reside em você.
Um dos meus professores na faculdade nos
contou sobre um incidente que ele teve no
estacionamento de um supermercado. Ele estava
saindo com seu carro quando viu uma mulher
guardando suas compras na mala de seu veículo.
No para-choque do carro dela havia um adesivo
que dizia: “Jesus é a resposta”. Meu professor,
sendo inteligente e provocador, parou e perguntou
a ela: “Qual é a pergunta?”
A moça, um pouco confusa, voltou-se para ele e
perguntou: “Como?”
Meu professor perguntou: “Se Jesus é a
resposta, então qual é a pergunta?”
Sem hesitar, ela respondeu: “Senhor, não
importa qual seja a pergunta. Jesus é sempre a
resposta!”
Ele é a resposta! Quando você foi salvo, Jesus e
o Seu Reino fizeram morada dentro de você. O
poder sobre a morte, as enfermidades, a falta de
esperança, o pecado, a depressão e os vícios,
agora esse poder vive em você. Você possui a
resposta para cada questão dentro de si. Você tem
experimentado um banquete que vale ser
compartilhado. Como eu disse antes, os que têm
fome sempre escutam os que têm comida. O
problema tem sido que nós, como Corpo de
Cristo, parecemos que não temos nenhuma
comida. Não parecemos diferentes do mundo.
Cristãos têm aprendido que o poder de Deus não
está mais disponível hoje, e têm protestado contra
os pecadores ao invés de amá-los. Felizmente, isso
está mudando. Se parecemos igual ao mundo,
então por que ele se importaria de vir até nós? O
mundo está ávido por algo que nunca
experimentou – poder e amor. Se as pessoas não
veem poder e amor em nós, então por que
escutariam o que temos a dizer? O mundo está
afundando, e as pessoas estão desesperadamente
buscando aqueles que sabem nadar.
O LUGAR SECRETO
Deus está esperando para encontrar você em seu
lugar secreto. Ele deseja ter uma história secreta
com você. Nos anos de faculdade da minha
esposa, ela possuía um cantinho onde o Senhor se
encontrava com ela. Era um closet simples com
roupas espalhadas no chão e camisas nos cabides,
mas Deus estava ali. SeaJay diz que quando
entrava no closet, sabia que Deus a estava
esperando. Ela se sentava em seu pufe e esperava
para ver o que o Senhor queria fazer. Às vezes,
Deus a convidava para descansar na segurança da
Sua presença, e ela se encolhia e dormia. Outras,
Ele a levava à intercessão com lágrimas. Outras
ainda, Deus a levava para um lugar que havia
preparado só para ela. Foi no lugar secreto que
SeaJay aprendeu a ouvir e a confiar em seu Pai, e
conhecer os caminhos Dele. Ela estava
estabelecendo uma história particular com Deus.
SeaJay estava experimentando o que Andrew
Murray nos convida a fazer: “Ficar sozinho com o
Pai deveria ser nossa maior alegria”,5 pois “para o
homem que se afasta de tudo que é mundano e
espera por Deus sozinho, o Pai Se revelará”.6
Lembro-me de ter tido experiências similares
quando ia para a Casa do Alabastro de manhã
cedo. Muitas vezes, eu entrava e via que não havia
mais ninguém. Quando abria as portas, lágrimas
começavam a escorrer pelo meu rosto porque eu
estava entrando numa sala onde eu sabia que Deus
esperava por mim. Seu lugar secreto talvez não
seja um local específico, mas você entra nele
quando você se desliga do mundo e encontra um
lugar onde você e Deus podem estabelecer uma
história secreta juntos. Talvez isso envolva passar
horas num local ou largar o que está fazendo por
apenas alguns minutos e simplesmente voltar seu
coração para Aquele por quem você tem ansiado.
A nova geração de avivalistas emergindo na
Terra tem que ser uma geração que estabelece
uma vida secreta com Cristo. O Senhor está
liberando uma unção para ver cidades e nações
inteiras se voltarem para Ele, mas essa unção
somente pode ser adquirida no lugar secreto. Em
2 Reis 9, antes de Jeú ser enviado para acabar
com o reino de Jezebel, foi levado a uma sala
onde óleo foi derramado sobre ele. Isso representa
a unção do Espírito Santo. Arthur Wallis aponta
que “não pode haver nenhum substituto para a
unção do Espírito Santo; ela é o único fator
indispensável para a proclamação efetiva da
mensagem de Deus”.7
Existem algumas coisas que não podemos
receber em público; devemos buscá-las em
secreto. Não podemos ir a conferências ou receber
a imposição de mãos de homens e mulheres
ungidos de Deus para alcançar essa unção. É uma
unção que resulta de um encontro com o Dono da
Unção no lugar secreto, a sala interna de oração.
Ora, é crucial que você vá a conferências e receba
a imposição de mãos de pessoas ungidas, mas
você não alcançará completamente tudo que Deus
tem para sua vida até que aprenda a separar-se
para o Senhor em oração. Nenhum avivalista
sobre o qual eu tenha lido ou tenha conhecido
adquiriu sua unção através de reuniões públicas.
Todos eles receberam sua unção no lugar secreto
de oração e tinham uma vida particular com Deus
sobre a qual não falam muito.
Lou Engle involuntariamente nos dá uma ideia
sobre sua vida secreta de oração com Deus através
de uma história engraçada que ele conta. Lou é
um general de oração. Possui uma unção para
encher estádios com crentes que oram e para
transformar as nações através da intercessão. Por
20 anos, dedicou sua vida ao clamor por
avivamento no lugar secreto com Deus. Até hoje,
seu coração queima por estar no lugar secreto em
particular com Deus. Ele tem o costume de
levantar cedo da cama e encontrar um lugar para
ficar sozinho com o Senhor em oração. Lou tem
sete filhos maravilhosos, então você pode imaginar
como é desafiador achar um lugar secreto em sua
casa! Frequentemente, ele pega o carro e vai orar
em outro lugar.
Numa certa manhã, ele escolheu o
estacionamento de um comércio local como seu
cantinho de oração. Se você o conhece, sabe que
ele se balança para frente e para trás quando ora.
Ele diz que está esquentando os motores enquanto
ele se balança. Naquela ocasião, ele estava tendo
um momento maravilhoso de oração e adoração
quando foi assustado por uma batida na janela do
carro. Ao olhar, viu um bombeiro de pé perto da
janela e dois caminhões de bombeiros
estacionados atrás de seu carro. Ele diminuiu o
volume do louvor que estava escutando, abaixou o
vidro e curiosamente perguntou o que estava
acontecendo. O bombeiro confuso disse que havia
recebido uma chamada de emergência sobre um
homem no estacionamento que estava tendo uma
convulsão. Lou explicou ao bombeiro que não
estava tendo uma convulsão; estava orando. Essa
é uma das minhas histórias favoritas de todos os
tempos. Além de ser engraçada, revela a realidade
de que a vida de Lou é abastecida com oração
num lugar secreto com Deus.
HERANÇA DE ORAÇÃO
Avivalistas do passado estabeleceram suas vidas
em oração e são exemplos brilhantes do que Deus
pode fazer com os que oram. John Wesley passava
duas horas por dia em oração. E.M. Bounds
escreve sobre ele: “Alguém que o conhecia bem
escreveu: ‘A oração era a praia dele mais do que
qualquer outra coisa, e eu o via sair do cantinho
de oração com uma serenidade na face que quase
brilhava’”. 8
Martinho Lutero, o pai da Reforma, disse: “Se
eu falhar em passar duas horas em oração toda
manhã, o diabo é vitorioso durante o dia. Há
muitas atividades às quais não posso dar
prosseguimento sem passar três horas em oração
diariamente”. 9
Evan Roberts, o jovem líder do Avivamento do
País de Gales, era um homem de oração. Ele saía
das reuniões do avivamento tarde da noite “para
orar a noite toda no silêncio do seu quarto”.10
S.B. Shaw relata uma experiência de três meses
que Roberts teve:
“Toda noite eu era acordado um pouco depois
de uma hora da manhã. Isso era estranho, pois
ao longo dos anos sempre dormi como uma
pedra, e nenhum barulho no meu quarto me
acordava. A partir dessa hora eu era levado a
uma comunhão divina que durava cerca de
quatro horas. Eu não sei dizer o que era, a não
ser que era divina. Mais ou menos às cinco da
manhã Deus permitia que eu voltasse a dormir
até às nove. Perto desse horário eu era levado
novamente à mesma experiência da madrugada
até mais ou menos o meio-dia.”11
O R A Ç Ã O C O N S TA N T E
Alguns anos atrás, eu estava voltando de avião
de uma visita à Casa Internacional de Oração
(IHOP) em Kansas, no estado de Missouri,
quando o Senhor falou comigo sobre estabelecer a
oração em nosso ministério de jovens. Eu havia
ido à IHOP a convite de Dwayne Roberts, líder do
ministério One Thing, que havia pedido a alguns
jovens líderes que se encontrassem e orassem
juntos por alguns dias. Era minha primeira visita a
IHOP. Naquela época, cinco anos de 24 horas de
oração e adoração diárias haviam sido oferecidas
ao Senhor pela Casa Internacional de Oração, e eu
estava impactado por ver um ministério que havia
encontrado chaves para sustentar tão alto nível de
intensidade e devoção na oração por tanto tempo.
Não tenho certeza por que, mas o Senhor
regularmente fala comigo em aviões. Acho que
pode ser porque estou mais perto do Céu quando
estou num avião, mas isso é só uma teoria. De
qualquer forma, o Senhor falou comigo sobre
chamar todo nosso ministério jovem para se reunir
e orar durante os meses de verão. Demos o nome
de “Verão de Oração”, marcamos reuniões ao
longo da semana e começamos a orar. A primeira
reunião que tivemos foi numa terça-feira de
manhã. Apenas algumas pessoas compareceram,
mas oramos, Deus esteve presente, e foi incrível.
Após cerca de uma hora de oração, começamos
a interceder pelas escolas e universidades da nossa
cidade. Senti como se eu estivesse entrando numa
esfera de autoridade sobre essas escolas e
universidades com a qual eu não era familiar. Às
vezes, é difícil explicar sentimentos ou
experiências que temos em oração porque elas
acontecem no reino espiritual. Mas enquanto eu
orava, sentia uma mudança da atmosfera de
nossas orações e elas pareciam mudar da força de
um pequeno martelo para a de uma britadeira de
demolição! Nós sabíamos que a atmosfera
espiritual estava mudando sobre as escolas
enquanto orávamos, e que os principados e as
potestades estavam sendo deslocados. Eu havia
tocado aquela esfera antes, mas compreendi que
não vivia nela. Eu ocupava uma posição espiritual
teologicamente, mas nem sempre na prática. Eu
acreditava que havia recebido autoridade sobre as
cidades, mas não havia perseverado ou
permanecido naquela esfera de autoridade através
da oração. Ficou claro para mim que existem
reinos de autoridade acessados apenas através da
oração consistente. Eu havia orado por anos, mas
percebi que havia outro nível de oração em que eu
deveria perseverar se quisesse acessar a esfera de
domínio necessária para ver cidades inteiras sendo
salvas.
O que eu experimentei naquela primeira reunião
continuou ao longo do verão com os nossos
jovens se doando para a oração. Durante esse
período, lembramos de um sonho que Lance
Jacobs, um dos pastores de missões da Bethel,
havia tido alguns anos antes. No sonho, Lance
enviava pessoas para ministrar na cidade, mas não
estava tendo nenhum resultado. Ninguém era
salvo, curado ou liberto. Então, Linda McIntosh,
uma das nossas pastoras de jovens e líder da
intercessão, chegava perto de Lance e dizia:
“Temos que orar!” Quando ela falou aquilo, dois
aviões de caça sobrevoaram. Lance então enviou
sua equipe para a cidade novamente, e dessa vez
os resultados foram drasticamente diferentes. As
pessoas eram salvas, milagres aconteciam e vidas
eram libertas. Sabíamos que o Senhor estava nos
chamando para uma esfera maior de autoridade
que ainda não havíamos alcançado – um reino que
somente poderia ser acessado através da oração.
Como disse, descobrimos imediatamente que o
clamor dos nossos corações tinha que ser
consistente se quiséssemos viver naquela esfera de
autoridade. Jesus enfatizou isso repetidamente em
Seus ensinamentos sobre oração. Após instruir
Seus discípulos na Oração do Pai Nosso, Ele lhes
contou uma história sobre alguém que pediu pão
ao seu vizinho durante a noite. Ele disse:
“Eu lhes digo: embora ele não se levante
para dar-lhe o pão por ser seu amigo, por
causa da importunação se levantará e lhe
dará tudo o que precisar. ‘Por isso lhes digo:
Peçam, e lhes será dado; busquem, e
encontrarão; batam, e a porta lhes será
aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que
busca, encontra; e àquele que bate, a porta
será aberta.’”
Lucas 11:8-10
Q U AT R O C H AV E S : I N T I M I D A D E
Como sustentamos a oração? Se você já tentou
permanecer em oração por muito tempo, sabe que
existe um motivo pelo qual Jesus mencionou a
possibilidade de desanimarmos. Por muitas razões,
ficamos cansados, frustrados ou desapontados, e
desistimos de orar. Podemos apenas persistir em
oração com base em esforço humano até certo
ponto. Podemos até começar a orar porque nos
sentimos culpados ou achamos que é nosso dever,
mas isso não vai durar muito. Uma vida
disciplinada, por mais importante que seja, só nos
levará a certo ponto se nos dedicarmos à oração
contínua. Durante o “Verão de Oração” do nosso
grupo jovem, sabíamos que precisávamos orar até
que obtivéssemos o que estávamos pedindo, mas
sabíamos que não era apenas uma questão de
“trabalhar duro” por isso. Esforçar-se mais parece
uma receita para o cansaço. Então como sustentar
a oração continua?
Creio que quatro coisas são necessárias.
Provavelmente existem outras, mas essas são as
quatro que o Senhor nos ensinou a fim de nos
ajudar a perseverar em buscá-Lo e a orar pela
nossa cidade. A primeira é intimidade. A vida de
um crente deve ser guiada por amar a Deus e ser
amado por Ele. Tudo deve fluir a partir disso.
Andrew Murray, ao compartilhar seus segredos de
oração, enfatiza a importância de ter intimidade
com o Pai. “[Jesus] quer que vejamos que o
segredo da oração efetiva é ter o coração cheio do
amor de Pai que Deus possui”.20 Portanto, “O
conhecimento do amor do Deus Pai é o primeiro e
o mais simples [segredo], mas também é a última
e a maior lição na escola de oração”.21 Qualquer
coisa que não for motivada pelo nosso amor por
Deus é instável. A intimidade nos capacita a
sustentar a oração porque faz com que a oração
seja uma questão de passar tempo com Aquele a
quem amamos, que é a natural expressão e desejo
do amor.
Será difícil sustentar a oração se sua visão de
Deus não é a de um Pai amoroso. Muitas pessoas
veem Deus como alguém bravo, triste ou
desapontado com elas. Quem irá querer passar
algumas horas com um Deus que não está alegre
conosco? Ninguém. A intimidade muda qualquer
concepção errada que talvez tenhamos sobre Deus
porque nos leva a estar face a face com Ele – um
Papai bondoso. É fácil sustentar a oração com um
Deus que está extravagantemente apaixonado por
nós e vive nos lembrando disso.
Quando a nossa visão sobre Deus entra em foco,
descobrimos que o desejo Dele para os Seus filhos
é que não sejamos Seus servos, mas Seus amigos
e parceiros. Muitos crentes ainda precisam fazer
essa mudança de servos em oração para amigos
em oração.
Quando eu tinha 19 anos, trabalhei por um
breve período numa equipe de pintura. Eu era o
empregado que tinha que fazer os trabalhos que
ninguém mais queria fazer. Era muito cansativo.
Eu odiava. Mas o engraçado é que se algum dos
meus amigos me pedir para pintar sua casa com
ele, farei com a maior alegria. Estarei fazendo o
mesmo trabalho que fazia aos 19 anos, mas é
completamente diferente quando estou
trabalhando ao lado do meu amigo porque não
sou seu empregado; sou seu amigo e estamos
completando uma tarefa juntos. Eu não tenho que
fazer aquilo; faço porque quero.
Da mesma forma, queremos orar com nosso
Amigo Jesus. O Grande Intercessor que vive para
interceder por nós nos convida para estar ao Seu
lado enquanto Ele intercede. Você pode imaginar
algo melhor do que ser parceiro de Jesus e ver os
sonhos do coração Dele serem realizados? A
intimidade deve estar no centro da nossa vida de
oração senão ela será curta ou uma obrigação
irritante.
Q U AT R O C H AV E S :
R E S P O N S A BI L I D A D E
A segunda chave para sustentar a oração é
responsabilidade. Muitas pessoas não sustentam a
oração por suas cidades porque não se sentem
responsáveis pela região onde vivem. Se tivermos
um senso de responsabilidade, viveremos
diferente.
Deixe-me dar um exemplo. Eu tenho três filhos
lindos que têm nove, seis e três anos de idade.
Como pai, tenho o privilégio de atender a
chamadas e choros de madrugada. Às vezes é por
causa de um pesadelo, ou sede, ou eles
simplesmente decidem acordar às três da manhã.
Seja qual for a razão, quando me chamam, já
estou acordado e no quarto deles para ver do que
precisam. Eles são meus filhos e eu tenho a
responsabilidade de conhecer suas necessidades e
ouvir seu choro.
Entretanto, se eu estivesse passando a noite na
casa de um amigo, as coisas seriam diferentes. Se
eu fosse acordado pelo choro dos filhos do meu
amigo no meio da noite, eu provavelmente
procuraria fones de ouvido e voltaria a dormir.
Por quê? Porque não tenho responsabilidade por
aquelas crianças. Eu sei que meu amigo irá
cumprir seu papel de pai e levantar para checar o
que está acontecendo. Eu respondo de maneira
diferente às necessidades daquelas crianças do que
às dos meus próprios filhos.
O mesmo acontece com a nossa cidade. Se não
assumirmos responsabilidade pela nossa cidade,
ou região, ou local de trabalho e pelas pessoas
dali, então quando algo acontecer iremos
simplesmente voltar a dormir ao invés de orar.
Quando você desiste de orar, não é porque seu
coração é mau, mas porque aqueles não são seus
filhos. Você ainda não assumiu responsabilidade
pela sua cidade. As pessoas sustentam oração por
aquilo pelo qual se sentem responsáveis. Muitos
têm tido dificuldade em sustentar oração porque
não possuem nenhum senso real de
responsabilidade por sua cidade ou nação.
O capítulo quatro do segundo livro de Reis conta
a interação que Eliseu teve com uma viúva. Um
credor estava vindo para levar seus dois filhos
como escravos por causa da dívida que seu marido
havia deixado, então a viúva clamou pela
intervenção de Eliseu. Em parceria com a viúva,
Eliseu sobrenaturalmente providenciou os recursos
necessários para pagar o credor e salvar os filhos
dela. O que eu quero que você compreenda é que
o clamor da viúva nasceu de um senso de
responsabilidade por seus filhos. Ela levantou a
voz porque seus filhos estavam a caminho da
escravidão. Nós também devemos levantar nossa
voz em clamor ao Céu por aqueles à nossa volta
cujas vidas estão sendo levadas cativas.
Se você já foi ao TheCall, conheceu um grupo
de pessoas que assumem responsabilidade por sua
nação. 22 No TheCall, pessoas passam 12 horas
diante do Senhor, jejuando e orando,
frequentemente debaixo de sol ou de chuva. Elas
não estão ali somente para ter intimidade com o
Senhor, mas para clamar pelo seu país, do qual
tomaram posse. Não é aceitável ficar de braços
cruzados enquanto, em nossos países, leis injustas
são aprovadas, a violência aumenta, bebês são
abortados, pessoas vivem na pobreza e o racismo
ainda existe. Essas questões devem nos levar à
oração na medida em que assumirmos
responsabilidade por nossas nações, e clamarmos
por um grande derramamento do Espírito Santo a
fim de ver nosso país se voltar para Deus.
Q U AT R O C H AV E S : F É
A terceira chave para a oração contínua é a
“teologia da vitória”. Mike Bickle inventou esse
termo enquanto descrevia uma das chaves para a
oração contínua da Casa Internacional de Oração.
Em poucas palavras, é preciso crer que Deus está
presente quando oramos. Mais uma vez, Andrew
Murray aconselha sobre os aspectos da oração:
“Podemos e devemos esperar confiantemente por
uma resposta à nossa oração”.23
Muitas pessoas, sem perceber, acabam orando
sem nenhum poder porque não creem realmente
que suas orações tocam o coração de Deus. Mas a
verdade é que temos um Deus que anseia muito
mais que nós aparecer em nossa cidade. Isaías diz
que Deus “...trabalha para aqueles que nele
esperam” (Is 64:4). Isso significa que Ele é
movido para agir a favor daqueles que O buscam
em oração.
A oração contínua não é tão árdua quando
cremos que Deus a responde. Acreditamos que a
vitória vem porque o Senhor responde orações.
Nossa fé não está na nossa capacidade de orar,
mas na capacidade Dele de responder. Pode levar
algum tempo. Pode parecer que Deus é lento. Mas
Ele responderá porque seguimos orando. Nossa
capacidade de continuar orando quando parece
que Deus não está ouvindo está diretamente
relacionada ao nosso conhecimento do caráter
Dele. George Mueller, quando perguntado se tinha
orações não respondidas, respondeu: “Não, com
exceção de uma. Mas será respondida. Não
poderia ser diferente. Eu ainda estou orando”.24 A
oração não respondida era pela conversão do filho
de um amigo. No funeral de Mueller aquele filho
entregou a vida a Jesus. Mueller era um homem
confiante no caráter de Deus e no poder que suas
orações tinham de mover o Céu.
Q U AT R O C H AV E S : R E V E L A Ç Ã O
A quarta chave para a oração contínua é a
revelação profética. Isso tem influenciado muito
nosso ministério. Quando o Senhor fala conosco
através de sonhos, palavras proféticas, versículos e
outras experiências proféticas, Ele nos fornece
combustível para nosso fervor de oração. Essas
coisas nos dão direção e nos mostram que estamos
no caminho certo. Sempre que começamos a ficar
cansados em nossas orações, o Senhor é fiel e
envia um sonho, ou uma palavra profética, ou
destaca um versículo para nós, e a fé para
continuar acende novamente em nossos corações.
Isso torna a oração uma aventura.
Além de aprender a receber revelação profética,
temos que aprender a carregar revelação
profética. Uma coisa é ouvir uma palavra
profética; outra muito diferente é carregar essa
palavra em oração. O TheCall, a Casa
Internacional de Oração, e a Igreja Bethel
valorizam muito o profético e tornaram uma
prática levar palavras proféticas ao Senhor em
oração consistentemente. Eu tenho páginas e
páginas de palavras proféticas que se tornaram
combustível para a minha vida de oração. Eu
tenho palavras que recebi na adolescência. Eu
sempre volto a elas, repenso-as, oro através delas,
e lembro a mim mesmo e ao Senhor do que Ele
disse. Certa vez, ouvi um pregador dizer: “A
oração é simplesmente nós descobrindo de Deus o
que Ele quer que façamos e depois voltar a Ele e
pedir que faça aquilo”. Através da revelação
profética, o Senhor atrai nosso foco para o que
Ele está fazendo para que possamos atingir a
marca em oração. Nossa fé para orar aumenta de
forma significativa quando sabemos que estamos
em concordância com o Senhor num determinado
assunto.
Há anos estamos buscando uma geração para ser
salva e transformada em nossa cidade. É uma
paixão que temos abraçado em oração com todo o
nosso coração. Anos atrás, o Senhor falou
conosco sobre a nossa responsabilidade de orar
pela salvação de 15 mil jovens na nossa região.
Pouco depois disso, eu estava andando pelo
corredor da nossa igreja quando vi a capa de uma
revista que chamou minha atenção. Na capa havia
um título em letras grandes: “15 mil Estudantes
para Mudar o Mundo”. Enquadrei e pendurei
aquela capa em nosso escritório, pois sabia que
Deus estava confirmando nosso chamado de orar
e buscar ativamente a salvação de 15 mil jovens.
Estávamos carregando essa palavra há anos
quando Rachel Jacobs compartilhou um sonho
comigo. No sonho, uma senhora profetizava para
ela: “Adão e os 15 mil estão vindo. Adão e os 15
mil estão vindo”. No sonho, Rachel sabia que o
que aquela senhora dizia era importante e iria
acontecer. Quando acordou, estava confusa e não
conseguia entender o sonho porque não conhecia
ninguém chamado Adão e não compreendia o
significado do número 15 mil.
Quando ela compartilhou o sonho comigo, eu
imediatamente soube o que significava. O Senhor
estava nos encorajando através de um sonho
profético para continuar firmemente orando pela
salvação de 15 mil jovens. Eu também entendi que
Adão representava Jesus e que uma geração teria
Sua imagem. Em 1 Coríntios, ao falar do Último
Adão, que é Jesus, Paulo diz: “... teremos
também a imagem do Homem celestial” (1 Co
15:49). Aquele sonho se tornou mais combustível
para o movimento de oração da nossa juventude.
O objetivo de Deus é salvar os perdidos em
nossas cidades. Como descobriremos no próximo
capítulo, aqueles que oram devem receber uma
revelação de como suas orações são irresistíveis
para um Deus que se chama Pai.
V E N H A AT É AQ UI !
Odeio admitir isso, mas eu era viciado num
programa de televisão chamado O Preço Certo.
Era o verão antes do meu segundo ano do ensino
médio. Eu ainda não tinha carteira de motorista,
então geralmente ficava em casa e acordava todos
os dias às dez da manhã, ligava a televisão e me
deparava com as palavras: “Venha até aqui! Você
é o próximo participante de O Preço Certo”. Eu
mal sabia que as horas assistindo aquele programa
durante as férias de verão valeriam a pena alguns
anos depois. Permita-me explicar.
Meu amigo e ex-pastor de jovens, Daniel Miller,
teve uma visão em que Deus estava na plateia do
programa O Preço Certo. Ele viu o Senhor
sentado na beira do Seu assento, esperando
ansiosamente para que o apresentador chamasse o
nome do próximo participante. Quando Daniel
compartilhou essa visão comigo, o Senhor
começou a me revelar algo. Devido ao meu
conhecimento amplo sobre o programa, eu não
parava de pensar na profunda revelação de Deus
que essa visão deu a mim.
Quem já assistiu ao O Preço Certo sabe como
funciona. Nesse programa, os participantes
adivinham o preço de alguns itens, e quem estimar
o valor mais aproximado sem ultrapassar o valor
real vai para a segunda rodada. Antes de a
competição começar, Rod Roddy, o locutor do
programa, sorteia um nome da plateia para
participar do jogo. Logo antes de ele dizer o
nome, todos na plateia ficam esperando
ansiosamente na beira de seus assentos. Todos
estão torcendo: “Vai, me escolhe! Isso mesmo! Eu
sei que serei escolhido!” Muitos da plateia usam
camisas que dizem “Eu amo o Bob Barker” (o
apresentador do programa) ou “Hoje é meu
aniversário”.
Então, Rod Roddy, em tom dramático, anuncia o
próximo participante: “José da Silva, venha até
aqui! Você é o próximo participante de O Preço
Certo!” A câmera começa a filmar a plateia
procurando pelo José da Silva. Sempre dá para
saber quem é o próximo participante porque é
aquele que está de pé, com os braços para cima,
gritando e parecendo completamente tolo. Então
José começa a se dirigir ao palco, ainda gritando,
bate nas mãos de algumas pessoas da plateia e
corre pelo corredor até o palco. Em todo o verão
em que fiquei assistindo a isso, não me lembro de
nenhuma vez que tenha sido diferente. Ninguém,
quando seu nome foi chamado, ficou de pé sem
emoção e se dirigiu à frente de maneira indiferente
como se não se importasse. As pessoas sempre
corriam para o palco com muito entusiasmo.
Essa foi a visão que Daniel Miller teve – Deus
e m O Preço Certo. Você pode imaginar? Ali está
Deus, na beira de Seu assento, empolgado e
ansioso para ser chamado. Salmos 145:18 diz: “O
Senhor está perto de todos os que O invocam, de
todos os que O invocam com sinceridade”.
Infelizmente, muitas pessoas na Igreja têm
suspeitado exatamente o oposto de Deus. Tenho
participado em reuniões de oração em que não
tive certeza se todos creem que Deus quer
aparecer. Por alguma razão, agimos como se nossa
tarefa fosse convencer Deus a fazer algo que Ele
não quer. Parece que nossas orações devem torcer
o braço Dele para coagi-Lo a responder e enviar
avivamento. Clamamos a Deus, mas nunca temos
certeza se Ele responderá ou não.
Creio que a raiz dessa percepção de Deus é uma
dúvida de que Ele realmente é bom. Minha oração
é que Deus libere uma revelação maior de Sua
bondade para nós. Nós servimos a um Deus
grande que deseja nos dar o Seu Reino; na
verdade, Ele tem prazer em nos dar o Reino (ver
Lucas 12:32). Toda boa dádiva e todo dom
perfeito vem Dele (ver Tiago 1:17). Ele é o
Presenteador de dons. Ele é um Deus bom e faz
coisas boas. Como eu disse no capítulo anterior,
Deus quer aparecer em resposta às nossas orações
mais do que nós queremos que Ele apareça.
Porém, existe algo importante: a revelação da
bondade de Deus é algo que somente nos é
mostrado quando temos relacionamento com Ele.
Se eu der alguns trocados a um mendigo, ele dirá
que fiz algo bom, mas não saberia
necessariamente dizer se sou uma pessoa boa. Ele
teria que me conhecer para saber se a bondade faz
parte do meu caráter. E a fim de conhecer meu
coração e meu caráter, ele teria que se tornar um
amigo próximo. Os amigos mais chegados são
aqueles em quem confio com o meu coração. O
mesmo vale para Deus. O mundo inteiro
experimenta a bondade Dele a cada minuto de
todos os dias. Tudo o que somos e temos vem do
Senhor. Mas nosso conhecimento de Sua bondade
está relacionado a quão bem O conhecemos.
Quanto mais nos aproximamos do coração Dele,
mais percebemos como Ele é bom e extravagante
conosco.
A R E V E L A Ç Ã O D A A M I ZA D E
Em Cristo, Deus nos chama de amigos com
quem Ele compartilha Seus segredos (ver João
15:15; Lucas 8:10). A nova geração que emerge
na Terra tem vivido essa realidade. A revelação da
Sua bondade através da Sua amizade os tem
libertado do sentimento de que precisam
manipular Deus através de suas orações. Ao invés,
creem que Deus anseia aparecer quando é
chamado. Sabem que não estão tentando
convencê-Lo, mas buscam uma parceria para ver
Seus desejos cumpridos na Terra.
Quando temos uma visão distorcida de Deus,
nossas orações inevitavelmente se tornam mal
direcionadas e ineficazes. Acredito que não temos
visto o verdadeiro poder da oração na maior parte
da Igreja porque muitos de nós pensam que Deus
é bravo e que quer nos castigar em vez de nos
visitar com a Sua bondade, misericórdia e graça.
Alguns não chegam a dizer abertamente que Deus
é bravo, mas acham que Ele está extremamente
frustrado e desapontado com o mundo e conosco.
Essa percepção distorcida da atitude Dele conosco
nos leva a crer que nossa responsabilidade deve
ser trabalhar duro para que Ele não revele o
quanto Ele realmente está desapontado.
Creio que muito do arrependimento que
acontece nas reuniões de oração está enraizado
nessa percepção de Deus. Já estive em reuniões
em que tudo o que fazíamos era nos arrepender. A
reunião de oração inteira consistia em dizer a
Deus como sentíamos muito ser pecadores e em
pedir muito perdão porque as pessoas da nossa
cidade eram pecadoras. Gradualmente, comecei a
perceber que uma das principais razões pela qual
nos arrependíamos era porque achávamos que na
verdade Deus não queria se revelar. Tínhamos o
conceito de um Deus no Céu que estava tão
enojado com a nossa condição pecadora que a
última coisa que queria fazer era aparecer no meio
de um grupo tão corrompido. Deus não se
revelaria porque tinha que mostrar que não estava
feliz conosco. Mas talvez, se conseguíssemos
fazer com que Ele soubesse que estávamos muito,
muito, muito arrependidos, Ele sentiria pena de
nós e apareceria apesar de não querer.
Por favor, entenda; eu creio no arrependimento.
E é melhor não tirarmos vantagem do amor e da
graça extravagantes de Deus. É preciso lidar com
o pecado em nossas vidas e nos livrar das coisas
que entristecem o coração Dele. O pecado
absolutamente impede e afeta nossa conexão com
Deus. Não podemos simplesmente viver uma vida
qualquer e esperar que Ele se revele quando
oramos. No entanto, não creio no arrependimento
quando é motivado por um conceito equivocado
de Deus. Devemos nos arrepender com a
convicção de que o Pai anseia responder o nosso
clamor apesar de não sermos perfeitos. O
arrependimento bíblico flui do entendimento de
que Deus sinceramente deseja responder nossas
orações e que Ele insiste em confrontar aquelas
áreas da nossa vida que nos afastam da Sua
presença. Em outras palavras, Deus é quem inicia
o arrependimento bíblico e o convida com Sua
bondade: “... a bondade de Deus o leva ao
arrependimento” (Rm 2:4).
Deus anseia responder quando chamamos. Ele
ama responder às nossas orações genuínas e
sinceras, e deseja que Sua Igreja capte essa visão
sobre Sua ânsia e disposição de vir. Mais uma vez,
posso vê-Lo no Céu sentado na beira de Seu trono
avidamente esperando que nós digamos: “Deus,
venha!” Ele está vestindo uma camisa que diz; “Eu
Amo a Minha Igreja”, e quando nós chamamos
Seu nome, Ele dá um salto do seu lugar vibrando
de alegria. Vê os anjos reunidos ao redor de Seu
trono e diz: “Eles me chamaram, vou até lá!”
Talvez Ele inclusive aperte as mãos de alguns
anjos no caminho.
É por isso que a visão do meu amigo Daniel me
impactou. Estamos orando a um Deus que está
disposto e deseja se revelar. Nós não temos que
convencê-Lo. Simplesmente temos que chamá-Lo,
e Ele virá. Creio que o movimento de oração atual
está sendo impulsionado por essa revelação. Por
qual outro motivo nos dedicaríamos a orar dia e
noite? Só podemos fazer isso se cremos que Ele
deseja responder às nossas orações.
Essa nova geração de avivalistas está começando
a se conectar com o coração Dele, que está
queimando de paixão por cidades como São
Francisco, Las Vegas, Amsterdã, Londres, Seoul,
Nova Iorque, Moscou, Jerusalém, Bagdá, Rio de
Janeiro e outras cidades da Terra. Deus está
enviando essa nova geração de avivalistas a
famílias, empresas, universidades, vizinhanças e
cidades em todo o mundo, armados com a
revelação de Sua bondade e com a confiança de
que Ele irá aparecer quando orarem.
Alguns dos meus amigos mais próximos estão se
dedicando à oração no sul da Califórnia. Jake e
Nicci Hamilton, assim como Eddie e April Brown
lideram casas de oração que lutam por avivamento
e oram por uma mudança no país. Por seis horas
diárias eles se reúnem orando por avivamento.
Oram porque acreditam que o coração de Deus
está queimando por sua cidade, seu estado e sua
nação. Eddie Brown lidera um ministério de
oração influente em San Diego chamado Casa de
Oração para Justiça. Eles têm orado fielmente
cinco dias por semana na Universidade da
Califórnia em San Diego. Ficam em pé no alto de
uma calçada construída em formato de uma cobra
subindo uma ladeira. Isso representa a falsa
ideologia na nação e que estão orando para ver as
desilusões serem substituídas pela verdade de
Deus. Oram porque creem que Deus os responde.
Esses dois casais radicais e os grupos que lideram
se dedicam a uma vida de oração, confiantes
Naquele que responde.
A REVELAÇÃO DA FILIAÇÃO
A razão pela qual Deus fica tão empolgado para
vir quando O chamamos é que Ele nos adotou
como Seus filhos e filhas. A revelação de que Ele
é nosso Pai inspira nossas orações com fé como
nada mais. Encontramos essa revelação no que
Jesus modelou para nós. Um dos ensinamentos
mais incríveis de Jesus é que podemos nos
relacionar com Deus como Pai assim como Ele
fazia. Quando Jesus instruiu Seus discípulos sobre
como orar, Ele lhes instruiu que dissessem; “Pai
nosso, que estás nos Céus” (Mt 6:9). Ao fazer
isso, Ele conectou os discípulos a Deus Pai da
mesma maneira que Ele estava conectado ao Pai.
Você pode imaginar Jesus duvidando se o Pai
iria aparecer quando Ele orasse? Jesus sabia que
se simplesmente pedisse, Seu Pai enviaria legiões
de anjos para interromper todo o Seu plano de
enviar Seu Filho para a cruz (ver Mateus 26:53).
Não havia dúvidas de que o Pai O responderia.
Nós devemos ter a mesma atitude e pela mesma
razão – somos filhos e filhas de Deus. As
implicações dessa verdade são incríveis e afetarão
radicalmente a forma como você ora. Andrew
Murray coloca isso da seguinte forma; “Viva
como um filho de Deus e você será capaz de orar
e certamente será ouvido como um filho”.1
Quando Jesus ensinou sobre o coração de Pai
que Deus possui, Ele disse:
“Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe
dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará
uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus,
sabem dar boas coisas aos seus filhos,
quanto mais o Pai de vocês, que está nos
Céus, dará coisas boas aos que Lhe
pedirem!”
Mateus 7:9-11
Nessa declaração, Cristo definiu a oração como
uma interação entre pai e filho. Ele reconheceu
que existe uma diferença entre a forma como os
pais humanos tratam seus filhos e a forma como
Deus nos trata. Mas a diferença é que o melhor
que o pai humano dá aos seus filhos perde em
comparação às coisas boas que Deus nos dá. Nós
devemos ter essa revelação da atitude do nosso Pai
celestial conosco. A verdade é que Deus acha o
seu choro irresistível porque acha você, filho
Dele, irresistível.
Eu tenho três filhos pequenos, e como pai
entendo o poder do choro dos meus filhos.
Quando Ellianna, minha primeira filha, tinha
pouco mais de um ano de idade, ela nos acordava
todas as noites por volta das duas da manhã.
Criamos o hábito de deixar que ela viesse e
dormisse conosco na nossa cama. Após alguns
meses com aquele pezinho nas minhas costas
todas as noites, decidimos transferi-la de volta
para dormir no berço. SeaJay e eu éramos pais de
primeira viagem, então buscamos conselhos sobre
a melhor forma de efetuar essa transição. Quase
todos com quem falamos explicaram que
precisávamos deixá-la chorar quando acordasse no
meio da noite. Fomos avisados de que ela talvez
choraria por períodos extensos nas primeiras
noites, mas que eventualmente aprenderia a voltar
a dormir sozinha e ficaria em silêncio em seu
quarto à noite toda.
Separamos três dias para nos dedicarmos a esse
processo e começamos a nos preparar para as
longas noites de choro. Estávamos decididos a
encorajá-la a dormir à noite toda. Na primeira
noite, às duas da manhã, ela começou a chorar.
Entrei no quarto dela, falei que a amava, e disse
que agora ela era uma menina grande que devia
passar a noite em sua própria cama. Então, saí
calmamente do quarto, deixando nossa filha gritar
e exibir o alto alcance das suas cordas vocais.
Entrei no meu quarto, pulei na cama ao lado da
minha esposa e acendi as luzes. Eu sabia que
aquilo já estava sendo difícil para ela, então a
encorajei a resistir ao desejo de ir resgatar nossa
filhinha. Ela era claramente a mais fraca de nós
dois e eu sabia que precisava da minha força.
Disse a ela que precisávamos perseverar e não
desistir, então ali nos preparamos para batalha.
Depois, de repente, fomos pegos de surpresa por
algo. Eu, particularmente, estava totalmente
despreparado para aquilo. Cerca de dez minutos
naquela provação, nossa filha começou a fazer
algo que nunca havia feito antes. Em meio aos
seus altos soluços, começou a gritar, “Pa Pa... Pa
Pa... Pa Pai!” Comecei a derreter na minha cama,
morrendo por dentro. Minha princesinha precisava
de mim! Como poderia deixá-la no berço quando
era óbvio que ela precisava do papai? Finalmente,
fui vencido. Virei para minha esposa e disse algo
do tipo: “Não acredito que você está obrigando a
dormir sozinha no quarto dela. Vou pegá-la. Ela
precisa de mim!” Fui até o berço, peguei-a no colo
e lhe disse que poderia dormir conosco para
sempre.
Acho que quando minha filha chamava meu
nome, eu experimentava uma pequena medida do
que Deus sente quando O chamamos. Paulo nos
diz: “Pois vocês não receberam um espírito que
os escravize para novamente temer, mas
receberam o Espírito que os adota como filhos,
por meio do qual clamamos: ‘Aba, Pai’” (Rm
8:15). Quando clamamos a Deus Pai, estamos
demonstrando que pertencemos a Ele e que Seu
Espírito reside em nós. Demonstramos que
colocamos nossa fé Nele. De alguma forma, a
palavra “fé” passou a significar que concordamos
com um conjunto de declarações sobre Deus. Mas
a fé é uma palavra relacional. É confiar numa
Pessoa – a Pessoa mais confiável que existe.
Quando nos inclinamos para Deus Pai, Ele tem
que cumprir o compromisso que tem conosco. É
por isso que a fé move o coração de Deus como
mais nada. A fé não pode ser negada e sempre
alcança resultados.
Ter as nossas orações respondidas é inteiramente
uma questão de conhecer e confiar em nosso Pai.
Há um nível de confiança com o qual oramos
quando conhecemos a bondade do coração do Pai;
você possui uma ousadia que conhece o coração
Dele, que compreende Sua vontade e que sabe
que Ele é fiel para responder. Considere essa
declaração do apóstolo João:
“Esta é a confiança que temos ao nos
aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma
coisa de acordo com a Sua vontade, Ele nos
ouve. E se sabemos que Ele nos ouve em tudo
o que pedimos, sabemos que temos o que
Dele pedimos”.
1 João 5:14-15
A vontade Dele é vir quando O chamamos.
Quando nos aproximamos Dele como filhos, Ele
se volta para nós como Pai. Dann Farrelly, um dos
pastores da Bethel, uma vez pregou uma
mensagem sobre o Filho Pródigo cujo título era
“O Pai Vem Correndo”. Que bela descrição do
nosso Deus. Ele é um Pai que quando nos vê
voltar nosso coração para chamá-Lo, começa a
correr em nossa direção com grande amor e
paixão. Deus Pai acha o choro de Seus filhos
irresistível. É assim como Ele mesmo projetou. É
por isso que o choro de um filho entregue de
Deus é tão poderoso – move todo o Céu porque
toca o coração do Pai. Ele está sentado na beira de
Seu trono esperando que Seus filhos levantem
suas vozes e chamem seu Pai.
P O RTA D O R E S D E I N C E N S O
Os avivalistas que Deus está levantando e
enviando para o mundo viverão na revelação do
coração de Pai que Deus possui e andarão com
uma fé de filho. Já que o choro de Seus filhos
move o Céu, Deus os está enviando para o mundo
como portadores de oração – aqueles que podem
ser enviados estrategicamente para clamar a Ele
nos lugares que mais necessitam de Sua presença.
Em Números 16, lemos sobre uma praga que foi
enviada sobre o povo de Israel por causa de sua
rebelião. Em resposta, Moisés e Arão correram ao
tabernáculo, onde Moisés instrui a Arão: “Pegue o
seu incensário e ponha incenso nele, com fogo
tirado do altar” (Nm 16:46). Arão fez conforme
Moisés havia dito, e depois se dirigiu para o meio
da praga para ficar entre “os mortos e os vivos”
(ver Números 16:48). Quando ele chegou em
meio à praga carregando o fogo e o incenso, ela
cessou.
Observe que Moisés e Arão não ficaram no
tabernáculo e intercederam pelo povo. Moisés
enviou Arão para o meio da praga com fogo e
incenso. Há uma praga de escuridão liberada
sobre uma geração, e a resposta de Deus é enviar
Seus filhos para que corram até o coração dessa
praga para ficarem entre os mortos e os vivos.
Como avivalistas, temos recebido a missão de
fazer cessar essa praga. Nós somos
exterminadores de pragas. Porém, não iremos para
o meio dela sem estarmos equipados. Deus está
nos enviando com amor apaixonado e oração
(fogo e incenso). Em todo o país, em todas as
partes da sociedade, Deus está levantando oração
em meio à praga. Nas escolas e nas universidades,
nas empresas, nas vizinhanças, em cada esfera da
sociedade, Ele está estabelecendo aqueles que
carregam incenso. Seu plano é ver a praga cessar
e a Sua glória ser liberada.
O Senhor nos deu uma visão para o nosso
ministério Despertamento no Campus alguns anos
atrás. Parte da visão era enviar uma geração de
adolescentes e jovens a suas escolas e
universidades a fim de levantarem sua voz em
meio à praga e clamar a Deus por um avivamento.
No campus de uma escola, nosso ministério era
formado por uma menina da sétima série chamada
Ruby. Juntamente com a professora responsável
pelo Despertamento no Campus e uma pequena
igreja local, Ruby organizou um show de talentos
para alcançar sua escola. Fizeram as inscrições de
alguns alunos para participarem do show,
convidaram um pastor de jovens da cidade de
Fresno para compartilhar seu testemunho de como
Deus o salvou das gangues quando era
adolescente e marcaram a data.
Estavam esperando que cerca de 20 alunos
comparecessem e compraram pizza e refrigerante
suficientes para alimentá-los. Contudo, no dia do
evento, alunos e professores não paravam de
entrar no refeitório. Mais de 200 alunos e 15
funcionários da escola apareceram para assistir ao
show. Num determinado momento, o apresentador
parou para agradecer ao grupo Despertamento no
Campus pelo evento. Ele disse: “Todos os
participantes do Despertamento no Campus
fiquem de pé”. Ruby ficou de pé. O apresentador
olhou em volta e disse, “Vamos, não sejam
tímidos. Fiquem de pé”. Então, Ruby disse: “Não,
sou só eu mesma”.
Depois que o convidado compartilhou o
Evangelho, cerca de 80 alunos responderam ao
seu apelo de entregar o coração ao Senhor. Os
professores diziam que era o melhor evento
escolar ao qual haviam ido. E isso aconteceu
porque o Senhor enviou uma menina da sétima
série com incenso ao campus de sua escola.
Quando ela clamou a Deus em meio à praga da
escuridão, Ele não pôde ficar longe. Se Ele
responde ao clamor de uma menina da sétima
série, o que fará quando O chamarmos em lugares
obscuros?
O PESSOAL DO JESUS
CULTURE conhece e anda na revelação de
que eles realmente são a luz do mundo!
Compsreendem sua responsabilidade pessoal de
revelar a realidade do Reino em todos os aspectos
de suas vidas. Estão levando o ministério do
Senhor ao mundo! Estão indo a público!
Entendendo que a luz é sempre superior às
trevas, eles são encorajados a levar o poder de
Deus aonde forem. Negam as estratégias do
inimigo de restringir e de diminuir seu entusiasmo,
sua fé e sua coragem. A amizade íntima que têm
com o Senhor e a confiança em Sua Palavra os
encorajam enquanto ignoram a sedução das
opiniões do mundo e brilham sua luz.
Empurrando de lado qualquer medo de falhar,
continuam em frente e abraçam cada situação
como uma oportunidade de crescer.
Você e eu somos convidados a manifestar o
Reino – em poder! Quando as pessoas perguntam
quem nós somos, devemos ser capazes de
direcioná-las ao que fazemos como evidência
Daquele a quem representamos! Capacitados pelo
Espírito Santo, podemos apresentar Jesus sobre
uma plataforma de demonstração. Essa ousadia
extrema para transformar o mundo somente vem
quando permanecemos Nele e esticamos nossos
passos de fé ao desconhecido. Como pessoas que
fazem história, devemos correr riscos, e a nossa
obediência radical é a chave para o fruto
sobrenatural!
TEMPO DE IR A PÚBLICO
Um dos testemunhos mais poderosos na Bethel
nos últimos dez anos foi de um querido amigo
meu, Chad Dedmon. Chad estava a caminho de
sua casa, num fim de tarde, quando decidiu passar
num mercadinho local em Redding para comprar
um pacote de biscoitos. Ao se dirigir ao corredor
dos biscoitos, percebeu que uma senhora na fila
do caixa estava usando aparelhos auditivos. Então
ele fez o que está se tornando normal para essa
nova geração de avivalistas: parou e perguntou à
mulher se poderia orar para que ela fosse curada.
Ela explicou que tinha uma perda auditiva
significante nos dois ouvidos e gentilmente aceitou
a oferta de Chad.
Chad fez uma oração simples, mas poderosa, e
depois perguntou à senhora se ela se importava de
tirar o aparelho auditivo para testar sua audição.
(Esse ato de fé – fazer a pessoa testar sua cura – é
algo essencial a fazer se quisermos ver as pessoas
curadas). A senhora removeu os aparelhos. Chad
foi para trás dela, onde ela não podia vê-lo, e
perguntou em voz baixa: “Você consegue me
ouvir?”
Ela disse: “Sim, consigo ouvir você”.
Chad deu alguns passos para trás. “Meu nome é
Chad”.
Ela respondeu: “Seu nome é Chad”.
Ele deu mais alguns passos para trás: “Minha
comida favorita é pizza”.
Ela replicou: “Sua comida favorita é pizza”.
Agora, lágrimas já estavam rolando pelo rosto dela
ao perceber que estava ouvindo com clareza sem o
auxílio dos aparelhos auditivos. Ela havia sido
curada.
A caixa do mercado, que havia assistido a tudo
aquilo diante dela, começou a chorar também ao
perceber o que havia acabado de acontecer na fila
do seu caixa. Chad se virou para ela e disse:
“Deus está aqui agora curando pessoas. Tudo bem
se eu usar o microfone para avisar as pessoas do
que Deus está fazendo?”
Com lágrimas ainda nos olhos, a caixa
respondeu: “É claro”.
Chad pegou o microfone e anunciou com
ousadia: “Atenção, clientes. Deus acabou de curar
esta senhora da surdez”. Então, pediu que a
senhora pegasse o microfone e compartilhasse seu
testemunho. Aproveitando o momento, Chad
começou a profetizar: “Se você tem síndrome do
túnel do carpo ou problemas no quadril, Deus está
aqui agora e quer curar você. Venha ao caixa
número 10 se quiser ser curado”.
Àquela altura, as pessoas estavam espiando pelos
corredores para ver o que estava acontecendo. Um
pequeno grupo começou a se formar no caixa 10.
Enquanto isso, uma senhora chegou em seu
carrinho de compras motorizado. Ela olhou para
Chad e disse: “Você mencionou alguém com
problemas no quadril. Bem, essa pessoa sou eu.
Tenho muita dor no quadril e tenho uma cirurgia
marcada”. Chad perguntou se poderia orar para
liberar o poder de Deus sobre ela. Após uma curta
oração, Chad pediu que ela se levantasse e testasse
seu quadril. Ela rapidamente respondeu: “Nem
pensar. Quando caminho, sinto uma dor
insuportável no quadril”. Chad explicou que era
importante efetuar uma ação sobre a fé e testar a
cura. Relutante, ela se colocou de pé e ao andar
começou a gritar. Ela olhou para Chad com um
enorme sorriso e disse: “Não sinto dor! Não sinto
dor nenhuma!”
Depois, da parte de trás do grupo, veio um
homem mostrando seus pulsos. Ele chegou perto
de Chad e disse: “Eu sou a pessoa que possui
síndrome do túnel do carpo. Já tenho isso há mais
de dois anos. Sinto tanta dor que já não posso
mais tocar piano, que é a minha profissão. Sou
professor de piano e pianista”. Chad pôs as mãos
sobre os pulsos daquele homem e orou para que
ele fosse curado. O homem começou a balançar as
mãos para cima e para baixo enquanto exclamava:
“Minhas mãos estão queimando! Minhas mãos
estão queimando!” Instantaneamente, o Senhor o
curou. A dor que ele sentia sumiu e a mobilidade
total de seus pulsos foi restaurada.
Chad falou ao grupo que havia acabado de ser
testemunha do toque de cura do Senhor sobre
aquelas duas pessoas e disse que Jesus, Aquele
que cura, estava revelando Sua presença e Seu
poder bem ali. Após falar um pouco sobre o Rei e
Seu Reino, Chad perguntou se alguém gostaria de
entregar a vida a Jesus; se sim, pediu que
levantassem as mãos. Em meio àquelas pessoas,
mãos começaram a ser levantadas e vidas se
renderam a Jesus.
A LUZ VENCE
Após assumir a responsabilidade pessoal de
sermos a luz do mundo onde estivermos, a
próxima revelação que devemos ter para brilhar de
maneira eficaz é essa: Não há competição entre a
luz e as trevas. Muitas pessoas vivem com a
hipótese de que há uma batalha cósmica entre a
luz e as trevas sobre suas cidades e nunca se sabe
quem vencerá. Na maioria das vezes, não temos
certeza de quem está prevalecendo, ou
acreditamos que as trevas estão vencendo. Apesar
de realmente haver uma batalha, ela não é entre a
luz e as trevas. Por quê? Porque, nas palavras de
Bill Johnson: “A luz é sempre superior às trevas e
as trevas são sempre inferiores à luz”.1
Eu amo ler à noite antes de dormir. Mas nunca
subi para o meu quarto com um bom livro, acendi
a luz e então fiquei esperando que a luz e as trevas
terminassem de guerrear. Não é tão complicado;
se eu ligo a luz, as trevas desaparecem. A
escuridão não tem opção. Não é titular de direitos.
Não olha pra mim e me desafia dizendo: “Eu
gosto muito do seu quarto, não sairei daqui”. As
trevas não têm escolha, pois no instante em que a
luz entra no quarto as sombras têm que fugir, têm
que desaparecer.
A Universidade da Califórnia, em Berkeley, é
considerada por muitos a principal universidade
que alimenta nossa cultura com filosofias anti-
Deus e antirreligiosas. É um dos campus mais
obscuros dos Estados Unidos. Erica Greve, a
diretora do Despertamento no Campus,
recentemente terminou seu mestrado em serviço
social em Berkeley. Em uma de suas aulas, Erica
tinha que escrever um relatório sobre um estudo
de caso e fazer uma apresentação oral sobre sua
pesquisa para a turma. Ela decidiu ser seu próprio
estudo de caso.
No dia de sua apresentação, Erica ficou de pé
diante de seus colegas de classe para contar sua
pesquisa. Muitos deles se professavam bruxos,
ateus e homossexuais – um ambiente não muito
amigável para o cristianismo. Ela começou:
“Eu cresci num lar em que fui ensinada que a
religião era para pessoas que não tinham estudos,
ou para aqueles que não tinham esperanças e
precisavam de uma muleta para se apoiar. Religião
era “o ópio das massas”. Mas um dia encontrei
Jesus na igreja. Soube imediatamente que Deus
era sobrenatural e tinha um plano para minha
vida. Eu estava sedenta por descobrir tudo o que
pudesse sobre esse Deus sobrenatural e acabei
indo para o seminário em Redding, na Califórnia.
Enquanto estive lá, aprendi a fazer leituras
espirituais.”
A classe estava completamente fixa no que ela
falava, e o professor estava um pouco confuso,
sem saber qual direção Erica estava seguindo em
seu relatório. Ela continuou: “Na verdade, eu
adoraria demonstrar agora mesmo o que aprendi
naquela escola. Algum voluntário gostaria de
receber uma leitura espiritual para que eu possa
demonstrar o que aprendi?”
Em toda a sala, as mãos se levantaram. Erica
escolheu algumas pessoas e profetizou coisas boas
que Deus via nelas e os planos que Ele tinha para
suas vidas. Sua apresentação tinha um tempo
limitado, então quando estava terminando
convidou a todos que não haviam recebido uma
leitura espiritual para falar com ela depois da aula.
No término das apresentações, Erica se dirigiu
para a parte de trás da sala e encontrou uma fila
de pessoas esperando por uma palavra. Até o ano
seguinte, pessoas que haviam escutado suas
profecias na sala ou souberam delas por
intermédio de alguém vinham até ela para pedir
conselho. Ela era convidada para ministrar sobre
as pessoas. Mesmo nos lugares mais obscuros,
uma pequena luz faz com que a escuridão vá
embora.
Quando vou a uma nova cidade ministrar, muitas
vezes descubro que muitas pessoas não têm
consciência dessa verdade espiritual. Uma pessoa
me busca no aeroporto e, durante o caminho para
o hotel, ela começa a me dizer como sua cidade é
sombria. Ela me informa que sua cidade é a
capital da feitiçaria, ou tem mais usuários de
metanfetamina per capita do que qualquer outra
cidade do país, ou que o índice de divórcio ali é
mais alto do que a média nacional, ou que a
câmara municipal é profana. A pessoa está
tentando me dizer quão forte é a escuridão em sua
cidade a fim de explicar por que eles não estão
vivendo um avivamento. “Banning, você
simplesmente não entende. Nossa escuridão é
realmente escura. É obscuramente escura”.
Por favor, meu amigo avivalista, não importa
qual tonalidade de escuridão há em sua cidade.
Essa escuridão sempre permanecerá inferior até
mesmo à menor quantidade de luz. De alguma
forma, temos acreditado na mentira de que a
escuridão do inimigo é mais forte do que a nossa
luz ou de que o pecado é mais poderoso do que a
graça. Ao ficarmos impressionados com a
escuridão, criamos desculpas para a razão pela
qual nossas cidades não estão em avivamento.
ESCONDENDO A LUZ
Isso nos leva à próxima pergunta: “Se eu sou a
luz do mundo e não há competição entre a luz e as
trevas, por que ainda existe escuridão na minha
cidade?” Bem, fico feliz que você tenha
perguntado. A resposta se encontra em Mateus 5.
Durante anos, quando eu lia essa passagem, ficava
confuso com o ensinamento de Jesus sobre não
colocar a candeia debaixo de uma vasilha. Parecia
óbvio. Por que Jesus nos instruiria a não fazer
algo que obviamente não faríamos? Mas depois
percebi que Jesus na verdade estava abordando o
plano do inimigo. Parece ridículo na ilustração,
mas é o que a maioria dos crentes faz – esconde
sua candeia debaixo de uma vasilha. Eles não
usam sua luz para irradiar aqueles a sua volta.
Anteriormente mencionei que, apesar de não
haver competição entre a luz e as trevas, há uma
batalha. É uma batalha sobre se os cristãos
deixarão sua luz brilhar ou não. É aí que a
verdadeira batalha está sobre uma cidade.
Satanás sabe que não pode derrotar a nossa luz.
Sabe que quando aparecemos e brilhamos ele tem
que fugir. Então, ele faz de tudo para convencer
os cristãos a esconderem sua luz. Quando
camuflamos o brilho de Deus em nós, o inimigo
pode habitar numa região. Parece muito simples,
mas é verdade. Se ele não pode derrotar a luz, irá
persuadir ou induzir pessoas a esconderem sua
luz. Vejo isso acontecer muitas vezes nas escolas e
universidades. Num colégio ou universidade com
1,7 mil pessoas, existem pelo menos 200 cristãos
– ou seja, 200 pessoas que Jesus chama de luz do
mundo. Ora, isso é bastante para impactar
radicalmente um campus e ver as trevas serem
substituídas pela luz. É doloroso ver que muitos
desses locais nunca foram tocados para Jesus nem
influenciados com a cultura do Reino. O problema
é que muitos cristãos não deixam sua luz brilhar
quando estão na escola ou na universidade. Usam
essa luz quando estão na igreja ou em meio aos
seus amigos cristãos, mas nunca em lugares
escuros. O inimigo não tem medo de crentes; ele
tem medo de crentes que deixam sua luz brilhar.
Certa noite, durante nossa reunião semanal de
oração, eu não parava de ouvir o Senhor dizer: “É
tempo de ir a público”. Uma das coisas que
percebi é que há uma grande diferença entre
minha vida particular e minha vida pública. Por
exemplo, não tenho problemas em cantar a plenos
pulmões quando estou ouvindo minha música
favorita no carro, no chuveiro, ou na minha sala
de estar. Mas me coloca para cantá-la diante de
uma multidão... Sem chances! Essa é minha vida
privada, e não minha vida pública. E
provavelmente será melhor para todos que minha
ambição secreta de ser uma estrela de rock
permaneça na minha vida particular.
Eu também sou um chorão em particular. É
verdade. Não tenho problemas em admitir: eu
choro. Não sei o que acontece, mas choro quando
leio livros, assisto a filmes, programas de
televisão, ou comerciais, ou quando ouço
testemunhos de cura. Aliás, isso estava se
tornando tão embaraçoso que parei de ler certas
biografias ou histórias de avivamento porque
começava a soluçar incontrolavelmente nas
situações mais inadequadas. Eu sou um chorão,
mas sou um chorão em particular, não em público.
Existem certas coisas que devem ficar em nossa
vida privada. Porém, nosso cristianismo não é
uma delas. Jesus nunca planejou que nossa luz
ficasse na nossa vida particular. Ela sempre foi
projetada para ir a público, para ser liberada
diante dos outros, para deslumbrar com o
resplendor do coração de Deus.
Jesus nos disse: “Assim brilhe a luz de vocês
diante dos homens...” (ver Mateus 5:16). Você
captou isso? “Diante dos homens”. Jesus disse que
devemos deixar nossa luz ir a público. A fim de
que nossa luz seja eficaz, ela tem que ser exposta
e resplandecer diante das pessoas;
Uma das chaves para o Avivamento de Gales foi
uma revelação que Deus deu a Evan Roberts:
“Você deve ir a público com o seu testemunho de
Cristo”. 2 John G. Lake teve a mesma revelação
quando disse que devemos ter “uma confissão
pública contínua do que somos e do que Jesus é
para nós”.3 É aí onde satanás promove a maior
guerra. O diabo cobiça nosso resplendor. Ele teme
profundamente o esplendor da nossa ascensão.
Cobiça desesperadamente que os cristãos
contenham a luz para si mesmos, e então trabalha
horas extras para se certificar de que faremos isso.
Como?
Vemos a estratégia do inimigo na narrativa de
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego em Daniel 3. É
uma das minhas histórias favoritas porque
descreve como uma nação inteira pode se voltar
para Deus em um dia. É isso que estou buscando,
então as lições desse relato popular das escolas
dominicais se tornaram extremamente relevantes
para minha vida como um avivalista.
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram
levados cativos com o restante dos israelitas para a
Babilônia. Lá, eles aprenderam os costumes, a
língua e as leis daquela nação pagã. Eram
estrangeiros longe de casa, assim como os cristãos
que estão no mundo, mas não são do mundo.
Daniel 3 relata que o Rei da Babilônia,
Nabucodonosor, decidiu construir uma imagem
diante da qual todos deveriam se ajoelhar e adorar.
Ele reuniu todo o povo e declarou que quando
escutassem a música deveriam se ajoelhar diante
da imagem de ouro. O momento chegou, a música
tocou, e milhares de pessoas se prostraram diante
da imagem. Não apenas os caldeus e os babilônios
se prostraram diante da imagem, mas os israelitas
também. Exceto três homens: Sadraque, Mesaque
e Abede-Nego. Em meios aos milhares que
obedeciam às ordens do rei, esses três avivalistas
se recusaram a ajoelhar. Rejeitaram a ordem de
esconder sua luz.
Contudo, como o rei convenceu os israelitas,
que conheciam os mandamentos de Deus contra a
idolatria, a se ajoelharem diante daquela imagem?
Ele usou o mesmo método que satanás usa hoje –
pressão social e medo. Quando lemos a história,
vemos que o rei convidou uma lista de pessoas
importantes – sátrapas, administradores,
governadores, magistrados, etc.. As opiniões
desses líderes importavam imensamente para o
povo daquela época. O rei sabia que se
conseguisse convencer aquele grupo a se ajoelhar,
os outros fariam o mesmo por simples pressão
social. E se ele não conseguisse fazer o povo
obedecer por coerção, então usaria o medo –
ameaçar jogá-los na fornalha em chamas.
Seu plano funcionou... quase. Espero que você
saiba como essa história termina. Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego não se deixaram dominar
pelas ameaças malignas do rei (o medo do povo)
ou pelo medo da morte. Eles acabaram sendo
lançados na fornalha de fogo ardente, mas o
próprio Senhor apareceu dentro dela e fez com
que saíssem totalmente ilesos. A revelação do
poder de Deus impressionou o Rei
Nabucodonosor. A história termina com o rei
adorando a Deus e criando um decreto que dizia
que qualquer pessoa que dissesse algo contra o
Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seria
despedaçada e sua casa seria transformada em
montes de entulho (ver Daniel 3:29).
Lembre-se, a estratégia de satanás é nos
persuadir para escondermos nossa luz porque ele
conhece o poder do nosso resplendor. Se ele
conseguir, então as trevas reinarão em nossa
cidade, nosso trabalho, nossas escolas, nossas
universidades e nossos bairros. Milhares de anos
depois, a forma como o inimigo oprime, engana e
intimida não mudou. Mesmo que já tenhamos
saído da escola, a pressão social continua sendo
uma força real. Ela não simplesmente desaparece
quando terminamos nossos estudos. A maioria de
nós que somos velhos o bastante para não
frequentar mais a escola ainda fica preocupada
com o que os outros pensam sobre nós assim
como quando éramos estudantes; só que agora
não admitimos. Enquanto estivermos preocupados
com o que os outros pensam mais do que com o
que Deus pensa, nunca iremos a público com a
nossa luz. Muitos cristãos vivem suas vidas de
acordo com a opinião dos outros, e isso os impede
de dar um passo de fé e abraçar o que Deus os
chamou para fazer. A razão é que o medo de
pessoas se opõe diretamente à fé em Deus.
Enquanto esse espírito influenciar nossos
pensamentos, não poderemos esperar ter a
perspectiva e as prioridades de Deus nas nossas
circunstâncias. O medo de pessoas neutraliza
nosso impacto no mundo à nossa volta.
A consequência preocupante de se prostrar
diante do medo de pessoas é que, na verdade,
estamos impedindo que as pessoas à nossa volta
tenham a oportunidade de conhecer o poder de
Deus. O poder que Ele nos deu não é somente
para nos sentirmos confortados e encorajados na
igreja. É óbvio que todos nós precisamos ter
nossas próprias experiências com o poder de
Deus, mas creio que muitos desses encontros
estão à nossa espera nas escolas, em casa, no
trabalho e nas ruas – nos lugares obscuros. A luz
brilha mais forte no escuro. Na verdade, quando
vamos a público com a nossa luz como Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego, criamos uma
oportunidade para que Deus se revele.
Estendemos um convite de fé ao qual Deus não
pode resistir aceitar. Como na história de Chad, os
testemunhos mais dramáticos que ouviremos nos
dias vindouros não virão de dentro da igreja.
Virão das ruas, das casas, dos mercados, das
escolas, na medida em que os crentes brilharem
mais nos lugares escuros.
Scott Thompson, que faz parte da nossa equipe
n o Jesus Culture e da Igreja Bethel de Atlanta,
contou-me uma história da época em que era
pastor de jovens em Fortuna, na Califórnia. É um
grande exemplo do impacto que podemos ter
quando deixamos de nos importar com o que os
outros pensam sobre nós. Sem muito entusiasmo,
ele desafiou os estudantes a ficarem de pé num
banco na escola e gritarem palavras de
conhecimento. Então, certo dia, vieram até ele e
disseram que haviam feito exatamente aquilo.
Scott me enviou um email para contar sobre isso:
“Três deles receberam palavras de
conhecimento – escoliose, problemas de
estômago e um tornozelo direito machucado.
Eles ficaram de pé numa mesa e gritaram para
os outros alunos: ‘Se você tem algum desses
problemas, precisamos falar com você’.
Dentro de alguns minutos, três jovens
apareceram. Cada um representava uma das
palavras mencionadas. Eles disseram; ‘Vocês
queriam falar conosco?’ Os três cristãos
responderam: ‘Nós iremos orar e vocês serão
curados’. Oraram pela menina com escoliose e
ela ficou completamente curada. Ela começou
a se abaixar e a balançar o quadril. Ela disse
que nunca conseguia fazer aquilo sem sentir
dor, e agora não estava sentindo nada. Depois,
pela garota com problemas de estômago – toda
a dor desapareceu. Por último, oraram pelo
rapaz com o tornozelo direito machucado. Ele
começou a mover o tornozelo e ficou
totalmente curado.”
OS PENSAMENTOS DE DEUS
Então como podemos ter certeza de que nosso
medo de pessoas não contradiz a nossa fé? Eu
gostaria de agir como se isso fosse fácil e eu
nunca me preocupasse com o que os outros
pensam, mas sendo sincero, tenho que dizer quem
nem sempre é simples, e eu às vezes realmente me
importo com o que os outros pensam. A única
chave que encontrei para me livrar do peso do
medo de pessoas é permanecer seguro no que o
Senhor pensa de mim.
Você sabia que Deus pensa em você? Sim, Ele
pensa muito em você. O Rei Davi disse:
“Como são preciosos para mim os Teus
pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma
deles! Se eu os contasse seriam mais do que
os grãos de areia...”
Salmos 139:17-18
Como Davi conhecia os pensamentos preciosos
que o Senhor tinha sobre ele? Deus lhe contou. E
Ele também quer compartilhá-los com você.
É por isso que a intimidade é tão importante.
Quando permanecemos em Deus e nos
conectamos com Seus pensamentos, deixamos de
nos preocupar com a avaliação e a reflexão dos
outros. A tensão de ser aceito é quase demais para
suportar, a menos que encontremos os
pensamentos que Deus tem sobre nós. Devemos
nos posicionar todos os dias para ouvir as
considerações Dele sobre nós. Seus pensamentos
devem passar por cima do escrutínio e das
deduções de qualquer outra pessoa. Daí, a pressão
social perderá a força em nossas vidas.
Essa nova geração de avivalistas será uma
geração para quem a pressão social não tem
poder, porque estarão numa posição de segurança
através dos seus encontros íntimos com Jesus.
Essa é a realidade por trás da capacidade de
Brandon Smith de orgulhosamente dizer aos seus
colegas de time que está se guardando para sua
esposa. Como Brandon, a nova geração conhece
os pensamentos de Deus por causa de seu amor
pela Sua Palavra e pelas coisas que Ele lhe diz
face a face. As atitudes e as noções dos outros não
controlam essa geração porque ela está sempre em
contato com os pensamentos do Senhor.
A amizade íntima com Deus e a confiança em
Sua Palavra são as forças motivadoras daqueles
que ignoram o medo e a sedução das persuasões
mundanas e deixam sua luz brilhar. Não é só isso,
eu também descobri que há uma correlação direta
entre o brilho da nossa luz e o crescimento da
nossa paixão pelo Senhor. Durante anos, tenho
observado que os jovens que se levantam para
propagar sua luz se tornam mais sedentos de
Deus. De primeira, eu não conseguia entender,
mas depois percebi o que estava acontecendo. No
natural, se a luz de uma vela é colocada debaixo
de uma vasilha, ela começa a enfraquecer até se
apagar e tudo que resta é fumaça. A razão pela
qual a chama se apaga é a falta de oxigênio. Se
quisermos que a chama se intensifique, temos que
alimentá-la com oxigênio. Quanto mais oxigênio
ela recebe, mais aumenta em calor e tamanho. Na
verdade, o fogo pode ficar tão quente que se
tentarmos apagá-lo com água ele fica mais quente
ainda. O mesmo acontece com a vida cristã.
Muitos de nós têm aprendido a esconder sua luz
sem entender que a chama precisa de oxigênio. E
a chama do nosso coração precisa do fôlego de
Deus regularmente – mais do que duas vezes por
semana quando nos reunimos no grupo de jovens
e na igreja.
C O M O BR I L H A R
Se quisermos alcançar cidades, devemos abraçar
uma vida de responsabilidade pessoal para deixar
nossa luz brilhar, e precisamos escolher viver na
revelação de que não há competição entre a luz e
as trevas. Finalmente, temos que responder a
pergunta: “Como brilhar minha luz?”
Encontramos uma resposta em João 9. Quando os
discípulos perguntaram a Jesus qual pecado fez
com que o homem cego nascesse sem visão, Jesus
ignorou aquela pergunta. Ele simplesmente disse
que Seu papel era de realizar a obra Daquele que
O enviou porque Ele era a Luz do Mundo
enquanto estivessem ali.
Quando Ele se virou ao cego e o curou, Jesus
estava modelando o que nós devemos fazer como
luz do mundo. Quando Ele nos ensina a deixar
nossa luz brilhar ao permitir que pessoas vejam
nossas boas obras, não está falando de atos
aleatórios de bondade. Temos diluído muito do
ensinamento de Jesus sobre esse assunto ao dizer
que Ele estava nos encorajando a sermos bons
para os outros e ajudá-los em suas necessidades.
Apesar de também nos ensinar isso, Ele está
dizendo algo diferente nessa história. A palavra
“obra” em João 9 é a mesma palavra grega
(Ergon) que Jesus usa em Mateus 5. Ele está
dizendo que devemos deixar nossa luz brilhar
diante das pessoas para que elas vejam olhos
cegos se abrirem, os paralíticos andarem, os
surdos ouvirem, os leprosos serem curados e os
mortos serem ressuscitados. É através de
demonstrações puras de poder e de manifestações
radicais de amor que deixamos nossa luz brilhar.
Paul, um aluno do ensino médio do sul da
Califórnia, foi profundamente impactado na nossa
conferência do Jesus Culture em Orange County,
e deixou as reuniões queimando por mostrar a
bondade de Deus às pessoas. Regularmente, ele
pedia ao Senhor que lhe mostrasse alguém de sua
turma para quem deveria falar do Seu amor. Um
amigo de Paul ficou muito impactado pela sua
coragem, mas era tímido e tinha medo de dar um
passo de fé. Certo dia, Paul estava num
restaurante com seu amigo e o ajudou a aprender
como ministrar o amor de Deus aos outros. Ele
instruiu seu amigo a orar e a perguntar a Deus:
“Com quem o Senhor quer que eu fale sobre o
Teu amor?” Seu amigo orou e disse que sentia que
Deus queria revelar o Seu amor à garçonete.
A garçonete veio anotar seus pedidos, mas antes
que ela falasse, o aprendiz ministerial de Paul se
virou para ela e disse: “Senhora, só queríamos
dizer que Deus a ama”. Imediatamente, a
garçonete largou seus cardápios e saiu enfurecida.
Alguns instantes depois, ela voltou e jogou a cesta
de pão sobre a mesa.
“Quem mandou você me dizer isso?” ela
perguntou, bastante brava. “Quem mandou você
me dizer isso?”
O menino, assustado com a reação dela, disse:
“Senhora, desculpe-nos. Nossa intenção não era
lhe ofender. Estávamos orando e pedindo a Deus
que nos mostrasse uma pessoa que precisava saber
que Ele a ama, e Ele nos mostrou você”. Então o
menino se levantou e acrescentou: “E sinto que
Deus quer abraçá-la. Tudo bem se eu abraçar a
senhora?” Um pouco nervosa e começando a
chorar, ela aceitou o abraço. O jovem avivalista
deu um abraço na garçonete bem ali no
restaurante. Enquanto ele a abraçou, ela chorou.
Ele a abraçou por alguns minutos enquanto ela
teve um encontro com o amor de Deus.
Quando limpava as lágrimas do rosto, a
garçonete lhes contou sua história: “Hoje de
manhã, eu acordei e disse: ‘Ninguém me ama.
Ninguém me ama. Deus, se você existe preciso
que o Senhor me mostre que me ama’”. Devido à
coragem que aqueles dois garotos tiveram de
mostrar sua luz, a garçonete encontrou o amor
radical de Deus e as trevas foram embora de sua
vida.
Temos visto esse poder em ação nos últimos 13
anos em Redding. Os crentes estão vivendo com
um senso de responsabilidade por levar pessoas a
terem um encontro com um Deus sobrenatural
que é apaixonado por elas. Por causa da coragem
que eles têm tido de deixar a luz brilhar, as trevas
têm desaparecido e a glória tem sido liberada em
toda a cidade. Como? Ela tem sido liberada
através da promessa de Jesus: Quando as pessoas
virem nossas boas obras, glorificarão nosso Pai no
Céu (ver Mateus 5:16). Quando deixamos nossa
luz brilhar colocando as obras de Deus à mostra,
aos poucos veremos uma cidade inteira saturada
da glória do Senhor. Entretanto, sabemos que
ainda há uma promessa a se cumprir, que “a Terra
se encherá do conhecimento da glória do Senhor,
como as águas enchem o mar” (Hc 2:14). A
revelação da glória de Deus somente cobrirá a
Terra quando todo o Corpo de Cristo cumprir a
palavra de Jesus e começar a ir a público.
Q UE M FAZ HISTÓRIA
AS S UM E R I S C O S
Há anos, temos enviado jovens e adolescentes à
cidade para ministrar nas ruas durante nossas
conferências do Jesus Culture. E a partir de muito
cedo, percebemos que seria ineficaz ensinar às
pessoas que elas pertencem à nova geração de
avivalistas sem lhes dar a chance de experimentar
o que é isso. Em meus anos de trabalho com
jovens, aprendi que às vezes eles precisam de um
empurrão – um ímpeto para dar aqueles passos
iniciais de fé a fim de descobrir que são
avivalistas. É necessário motivá-los e encorajá-los
a sair da zona de conforto, receber uma palavra de
conhecimento e orar para que as pessoas tenham
um encontro com Deus. Tem sido incrível
testemunhar o que o Senhor tem feito através das
vidas desses jovens avivalistas quando eles se
movem e assumem riscos.
Talvez meu testemunho favorito de todos os
tempos seja o que aconteceu em uma de nossas
conferências em Redding. Scott Thompson, quem
eu mencionei antes, estava liderando um grupo de
jovens para ir ministrar na cidade. Como fazemos
com todos os grupos, antes de deixar a igreja ele
os fez esperar até que o Espírito Santo lhes
revelasse palavras de conhecimento. Nessa
ocasião, a revelação que sentiram que o Senhor
estava enfatizando veio de uma adolescente.
Enquanto esperava pelo Espírito Santo, ela viu em
sua mente a imagem de uma árvore quebrada.
O grupo foi deixado no estacionamento de um
supermercado, mas ao procurar pela árvore não
acharam nada parecido com a descrição da
menina. Decidiram caminhar até um determinado
bairro para tentar encontrar a árvore e desvendar
o que Deus estava lhes mostrando. Enquanto
andavam pelas ruas, viram um encanador parado
ao lado de seu carro. O grupo se aproximou dele e
perguntou se ele precisava de oração por alguma
coisa. Imediatamente, ele respondeu: “Sim, minha
esposa é alcoólatra”. (Como crentes, devemos
perceber o quanto as pessoas estão desesperadas
na vida, tanto que esse adulto confessou a um
grupo de adolescentes sobre sua situação familiar.)
Eles abaixaram a cabeça com o homem e oraram
por sua esposa.
Naquele momento, um deles recebeu uma
palavra de conhecimento sobre dores no joelho,
então quando terminaram de orar pela esposa do
encanador, perguntaram-lhe se havia algo de
errado com o seu joelho. Ele olhou surpreso e
indagou: “Como vocês sabem que eu tenho
problemas no joelho?”
Eles rapidamente responderam: “Deus fala
conosco, e Ele nos disse que o senhor tem
problemas no joelho”. Eles perguntaram se
podiam orar, abaixaram-se, puseram as mãos
sobre seus joelhos e oraram para que o poder de
Deus fosse liberado. Um deles orou, “Pai,
derrama a Tua cura. Tira a água dos joelhos e
restaura a cartilagem”.
O homem deu um passo para trás, chocado.
“Como você sabe que eu tenho água nos joelhos e
que falta cartilagem?”
Novamente responderam: “Como explicamos
antes, Deus fala conosco”. Então, perguntaram se
podiam testar os joelhos. O encanador esticou e
dobrou os joelhos para cima e para baixo e
percebeu que a dor que sentia havia desaparecido.
Ele havia sido curado.
Os adolescentes o abençoaram e partiram em
busca da árvore quebrada. No caminho, um dos
meninos notou um folheto pendurado num poste
que dizia algo assim: “Eu sou Jesus. Estou
procurando por ajuda. Se você é um anjo ou pode
me ajudar, por favor me ligue”. No folheto havia
números de telefone para serem destacados. Um
dos estudantes que estava com Scott sugeriu que
ligassem para aquele número. O grupo todo
concordou que era uma boa ideia, então Scott
pegou seu celular e fez a ligação. Após algumas
chamadas, um homem atendeu o telefone. “Alô,”
disse Scott. “Senhor, achamos seu folheto sobre
Jesus precisando de ajuda”.
A voz do outro lado disse: “Isso mesmo. Eu sou
Jesus e estou procurando ajuda para cumprir meus
planos na Terra, mas ninguém está me ajudando.
Sou expulso de toda igreja à qual vou”.
Ele continuou a explicar sua situação, e depois
Scott o interrompeu; “Senhor, sabe quando você
não consegue dormir à noite? Sabe quando fica
deitado suando e ouvindo vozes dizendo que você
deve se matar?”
Houve silêncio por um instante no outro lado da
linha, e o homem respondeu: “Sim”.
“O senhor gostaria de ser liberto disso?” Scott
perguntou.
“Sim, gostaria”
Scott lhe informou que não seria difícil. Ele só
precisava repetir uma oração. Scott começou a
oração para que o homem repetisse:
“Jesus...”
“Sim?”
Scott parou de orar e explicou ao homem que
ele não era o verdadeiro Jesus, e que apesar de ter
sido criado à imagem de Deus, o inimigo havia
deturpado aquilo a fim de fazê-lo acreditar que era
Jesus. Scott então o conduziu numa oração de
libertação revelando a ele o verdadeiro Jesus.
Scott ouviu um suspiro e o homem disse: “Nossa,
nunca me senti tão livre e leve”. Scott então o
encorajou a se conectar com uma igreja e se
despediu. A manhã na cidade já estava sendo
divertida e emocionante, mas eles ainda não
haviam encontrado a árvore quebrada.
Caminharam um pouco mais e de repente a
menina que havia recebido a revelação da árvore
exclamou: “Vejam, ali está! Atrás daquele posto de
gasolina. Aquela é a árvore que eu vi”. Eles
sabiam que deveriam entrar na loja de
conveniência do posto. O grupo foi até lá e um
deles perguntou: “Alguém aqui está sendo
incomodado por dores no pescoço?”
Haviam duas moças trabalhando atrás do balcão.
Uma delas respondeu sarcasticamente: “A única
coisa aqui que incomoda é o meu chefe”, e saiu
andando.
Aproximaram-se da outra moça e disseram:
“Bem, não foi exatamente isso que queríamos
dizer. Você tem dor no pescoço?” Ela
hesitantemente admitiu que sim. O grupo sabia
que Deus os havia levado até lá para ministrar
sobre ela, então perguntaram: “Você gostaria de
receber oração?”
Ela apontou para uma câmera de segurança
localizada num canto e disse: “Acho que meu
chefe não iria gostar. Isso me traria problemas”.
Recusando perder aquela oportunidade, Scott
sugeriu: “E se agíssemos como se estivéssemos
comprando um pacote de chiclete? Estique a mão
para nós e oraremos por você”.
Ela concordou. E enquanto oravam por aquela
moça, um deles recebeu uma revelação sobre a
família dela. “Você tem passado por conflitos de
relacionamento em sua família. Você tem
carregado esse peso recentemente, e ele tem se
manifestado através de dores nos ombros”. A
moça atrás do balcão começou a chorar. Eles
ministraram sobre o amor de Jesus e a
encorajaram sobre o que Deus tinha para a família
dela.
ASSUMINDO RISCOS
Esse é apenas um dia normal nas vidas dessa
nova geração de avivalistas que assumem riscos. A
todos os lugares que vão, procuram por chances
de levar as pessoas a um encontro com Deus.
Porém, como podemos ver, na maioria das vezes,
essas oportunidades contêm um risco que precisa
ser abraçado antes.
Randy Clark veio para a nossa igreja em 1999.
Foi a primeira vez em que recebi ensinamentos
profundos sobre cura. Fui tocado pelas pregações
de Randy e estimulado a buscar uma vida de cura.
Eu ansiava pelo poder de Deus fluindo através de
mim para levar cura aos outros.
Minha esposa, SeaJay, e meu amigo, Lance
Jacobs, também eram apaixonados por andar
numa unção de cura. Decidimos que tínhamos que
sair e começar a orar pelas pessoas a fim de
vermos a cura ser liberada através das nossas
vidas. Juntos, nós nos comprometemos a ir a
algum lugar da cidade todas as quintas-feiras à
tarde para procurar pessoas por quem orar.
Havia uma expectativa em nossos corações na
primeira quinta-feira quando entramos no meu
carro e fomos em direção ao shopping. Nunca
havíamos feito aquilo antes, mas estávamos
empolgados para ver o que Deus faria através de
nós. Chegamos ao shopping, começamos a andar
e a orar para que Deus derramasse Seu poder de
cura em nossa cidade, e começamos a procurar
pessoas por quem orar. Não demorou até que
tivéssemos percorrido todo o shopping, então
encontramos um banco no centro do corredor e
sentamos. Assistimos às pessoas passeando e
continuamos em oração para que o poder de Deus
fosse liberado no shopping e em nossa cidade.
Ainda tínhamos que orar por alguém, mas
estávamos intercedendo fervorosamente para que
Deus aparecesse e tocasse alguma vida com cura.
Cerca de um minuto após sentarmos, pessoas
necessitadas de cura começaram a passar. Um
homem mancando de muletas. Uma senhora com
gesso no braço. Uma pessoa tossindo. Mas eu
fiquei ali sentado, orando para que Deus viesse
com poder de cura e torcendo: “Se eu agir como
se não visse essas pessoas, talvez Lance e SeaJay
também não notem”. Ficou tão óbvio que Deus
estava nos dando oportunidades naquele local que
num certo momento um senhor numa cadeira de
rodas parou a poucos metros de nós. Mas mesmo
assim não fizemos nada.
Em silêncio nos levantamos e começamos a sair
do shopping. Sabíamos que estávamos com medo
de orar por alguém, mas não tocamos no assunto.
Então, quando estávamos chegando perto da
saída, Lance se virou para nós e disse: “Isso não
está certo! Não podemos vir até aqui para orar
pelos doentes e não orar por ninguém!” Nós
concordamos, mas reconhecemos que, apesar de
termos o desejo de orar pelos doentes, estávamos
assustados. Era tudo muito novo para nós, no
entanto Lance se recusou a ir embora sem orar
por alguém, mesmo se fosse apenas para que uma
dor de cabeça fosse curada.
Enquanto conversávamos, Lance apontou para
uma senhora de cadeira de rodas. Como um míssil
apontado para seu alvo, ele caminhou diretamente
até ela. Eu estava bem atrás dele. Eu estava com
muito medo, mas o segui. Lance iniciou um papo
com a senhora, que aparentava ter cerca de
cinquenta anos, e ela lhe contou sua história.
Alguns anos antes, ela havia caído de uma escada
e quebrado a coluna. Desde então, usava cadeira
de rodas. Lance, determinado a não perder aquela
oportunidade, perguntou se podia orar por ela. Ela
concordou, um pouco relutante. Lance colocou a
mãos sobre o ombro dela e fez uma simples
oração de cura. Durou mais ou menos 30
segundos. Em seguida, Lance perguntou como ela
se sentia. Ela disse: “Nossa! Que loucura. Sinto
um calor em toda a minha espinha”.
Pensei, “Calor! Isso é bom. Acho que agora
estamos vendo uma pes-soa ser curada no
shopping!”
Lance estava sentindo a unção. A fé estava
crescendo dentro de nós. “A senhora se importaria
de tentar ficar de pé para testar sua força?”
O quê? Eu achava Lance louco por ter ido orar
por aquela senhora, mas agora ele com certeza
estava louco. Então a senhora, sentindo que algo
estava acontecendo, ficou de pé e disse: “Não me
sentia forte assim há anos”.
Com isso, Lance perguntou: “Por que a senhora
não tenta dar alguns passos?”
A mulher olhou para ele, sentou-se, e disse:
“Não, prefiro não fazer isso”. Eu não pude
acreditar. Ela estava tão perto. Nós gentilmente
agradecemos a ela por nos permitir fazer aquela
oração e fomos embora tendo aprendido uma
lição transformadora: Quem faz história assume
riscos, e a obediência radical é chave para o
fruto sobrenatural.
Lance, SeaJay e eu possuíamos uma unção em
nós para curar os doentes, mas enquanto
permanecêssemos em nosso barco de segurança e
nos recusássemos a assumir o risco de dar um
passo de fé, aquela unção permaneceria conosco
dentro do barco. Já vi isso muitas vezes – a unção
é liberada quando assumimos riscos. Ela é liberada
através da fé, e a fé sempre envolve um risco.
Como John Wimber dizia: “A fé é soletrada assim:
R-I-S-C-O”. 1 Pedro aprendeu isso por experiência
própria:
“Logo em seguida, Jesus insistiu com os
discípulos para que entrassem no barco e
fossem adiante dele para o outro lado,
enquanto ele despedia a multidão. Tendo
despedido a multidão, subiu sozinho a um
monte para orar. Ao anoitecer, ele estava ali
sozinho, mas o barco já estava a considerável
distância da terra, fustigado pelas ondas,
porque o vento soprava contra ele. Alta
madrugada, Jesus dirigiu-se a eles, andando
sobre o mar. Quando o viram andando sobre
o mar, ficaram aterrorizados e disseram: ‘É
um fantasma!’ E gritaram de medo. Mas
Jesus imediatamente lhes disse: ‘Coragem!
Sou eu. Não tenham medo!’ ‘Senhor’, disse
Pedro, ‘se és tu, manda-me ir ao teu encontro
por sobre as águas’. ‘Venha’, respondeu ele.
Então Pedro saiu do barco, andou sobre a
água e foi na direção de Jesus. Mas, quando
reparou no vento, ficou com medo e,
começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-
me!’ Imediatamente Jesus estendeu a mão e o
segurou. E disse: ‘Homem de pequena fé,
porque você duvidou?’ Quando entraram no
barco, o vento cessou. Então os que estavam
no barco o adoraram, dizendo:
‘Verdadeiramente tu és o Filho de Deus’”
Mateus 14:22-33
Jesus não estava só convidando Pedro a andar
sobre as águas. Ele o estava chamando para a
esfera em que Ele vivia o tempo todo – a esfera
do sobrenatural. E Ele nos convida para viver nela
também. Jesus está olhando para nós assim como
olhou para Pedro, e está dizendo: “Venha!” Ele
está nos convidando para viver uma vida
sobrenatural. Você pode ouvi-Lo chamar você?
John G. Lake disse: “O cristianismo é totalmente
sobrenatural, cada parte dele”.2 Nascemos para
viver no reino sobrenatural – o reino das curas, do
profético, dos encontros angelicais e dos dons do
Espírito. A coisa mais natural é um cristão viver
um estilo de vida sobrenatural. Muitas pessoas
estão insatisfeitas com sua caminhada cristã
porque perderam o elemento do sobrenatural em
suas vidas. Essa nova geração de avivalistas que
está emergindo na Terra será uma geração que
abraça a esfera do sobrenatural.
N AT U R A L M E N T E
S O BR E N AT U R A L
Aos 19 anos, eu tinha um beta que eu amava
chamado Oscar. Betas são peixes coloridos com
longas barbatanas. Oscar vivia num aquário em
cima do meu gaveteiro, e todos os dias eu o
alimentava com minúsculas minhocas. Oscar
amava aquelas minhoquinhas. Minha esposa, com
quem eu namorava na época, não gostava. SeaJay
inventou uma maneira de alimentá-lo sem
precisarmos tocar nas minhocas. Sua estratégia era
usar um cotonete para pegá-las e colocá-las no
aquário. Oscar, sendo um peixe esperto, começou
a reconhecer o cotonete e associá-lo à hora da
refeição.
Certa noite, coloquei as minhocas na água, como
fazia todas as vezes. Mas ao invés de buscar as
minhocas, Oscar atacou o cotonete. Naquele
segundo, pensei comigo mesmo: “cotonetes não
devem ser bons para peixes”, e o tirei da água o
mais rápido que pude. Mas era tarde demais. Eu
retirei o cotonete no momento exato em que Oscar
o agarrou, criando um efeito catapulta que lançou
Oscar do outro lado do meu quarto.
Por um instante fiquei sem saber o que fazer,
então corri até onde Oscar tinha ido parar.
Lembro-me claramente da imagem de Oscar
deitado lá no tapete. Foi patético. Oscar, que era
livre e bonito, agora estava ali desamparado e sem
ar. Suas barbatanas já não flutuavam sem esforço
como na água, mas estavam grudadas em seu
corpo sem se mover. Cuidadosamente peguei e o
coloquei de volta no aquário. Ao se recuperar no
ambiente ao qual pertencia, ele cuspiu um pedaço
do cotonete e ficou bem de novo.
Conheço muitos cristãos que nunca abraçaram
totalmente a vida do sobrenatural, e em seu
interior sabem que existe mais do que estão
vivendo agora. A razão para isso é que, assim
como os peixes foram criados para viver na água,
nós fomos feitos para viver no sobrenatural. John
G. Lake descreve isso da seguinte forma: “O reino
espiritual coloca o homem onde a comunhão com
Deus é uma experiência normal. Milagres então se
tornam nosso fôlego natural”.3 A esfera do
sobrenatural é onde nos sentimos vivos. É onde
florescemos. Milagres, sinais e maravilhas, o
profético e as experiências sobrenaturais são onde
fomos destinados a viver. Mas somente podemos
habitar aí se respondermos continuamente ao
convite de Jesus de sair do barco.
DEMONSTRANDO O REINO
1 Coríntios diz: “Pois o Reino de Deus não
consiste de palavras, mas de poder” (1 Co 4:20).
Portanto, se somos embaixadores do Reino e
proclamamos Sua mensagem, devemos não
apenas falar do Reino, mas também demonstrar
seu poder. Jesus não só falou sobre o Reino que
estava representando; Ele o demonstrou.
Causamos um prejuízo ao mundo ao
aprimorarmos somente nossa capacidade de
comunicar o Evangelho claramente através de
palavras sem buscar a unção para demonstrá-lo
através de poder.
Marcos relata um confronto que Jesus teve com
um grupo de escribas que diziam que Ele havia
blasfemado. Eles ficaram ofendidos porque,
quando um paralítico desceu pelo telhado durante
uma reunião, Jesus perdoou seus pecados. Os
escribas achavam que somente Deus podia
perdoar iniquidade e então consideraram que
Jesus, ao perdoar os pecados do homem, estava
dizendo ser o Filho de Deus, o que, se não fosse
verdade, seria heresia. Jesus respondeu, não com
palavras, mas com uma manifestação de poder:
“Jesus percebeu logo em Seu espírito que era
isso que eles estavam pensando e lhes disse:
"Por que vocês estão remoendo essas coisas
em seus corações? Que é mais fácil dizer ao
paralítico: ‘Os seus pecados estão
perdoados’, ou: ‘Levante-se, pegue a sua
maca e ande?’ Mas, para que vocês saibam
que o Filho do Homem tem na Terra
autoridade para perdoar pecados — disse ao
paralítico — Eu lhe digo: ‘Levante-se, pegue
a sua maca e vá para casa’". Ele se levantou,
pegou a maca e saiu à vista de todos. Estes
ficaram atônitos e glorificaram a Deus,
dizendo: ‘Nunca vimos nada igual!’”
Marcos 2:8-12
Quando a autoridade de Jesus para perdoar
pecados foi desafiada, Ele respondeu curando o
paralítico. Ele não conduziu os escribas pelos
versículos que sustentavam que Ele era o Filho de
Deus, apesar de poder ter feito isso. Ele
simplesmente demonstrou o poder de Deus no
meio deles e deixou que essa fosse a resposta.
Incrível!
O mundo ainda está fazendo essa pergunta:
“Jesus tem autoridade para perdoar meus
pecados?” As pessoas no mundo estão afundando
em sua carnalidade e em suas transgressões e
sofrendo com um sentimento de desamparo,
incapazes de escapar do abismo em que se
encontram. Querem saber se as declarações de
Jesus são verdadeiras. Será que Ele pode libertá-
las do poder do pecado? Queremos gritar com
todo o nosso fôlego: “Sim, Ele pode!” Mas não é
suficiente dizer: “Sim”. Devemos demonstrar esse
“Sim”.
Não sei se você já recebeu algum vendedor na
sua casa, mas se sim, sabe que eles sempre
chegam equipados com o produto que estão
tentando vender. Talvez alguns de vocês já
estejam cansados de vendedores porque já foram
convencidos a comprar um produto do qual não
precisavam ou que era de má qualidade. Porém,
um vendedor de sucesso fecha negócio não devido
ao seu bom papo, mas porque deixa o produto
falar por si mesmo. Posso discutir com o vendedor
o dia inteiro sobre a qualidade de um produto, até
vê-lo em ação.
Havia um episódio de Eu Amo a Lucy em que
Lucy abria a porta da casa e se deparava com um
vendedor ansioso para vender um aspirador de pó.
Ele jogou um punhado de sujeira no chão e,
sorrindo confiantemente, disse algo como: “Se eu
não conseguir limpar essa sujeira em dois minutos
e deixar o seu tapete limpo, darei a você essa nota
de 100 dólares”. Depois que passou o choque de
ver o homem sujar seu tapete, Lucy ficou um
pouco intrigada com a oferta e concordou. O
vendedor pegou o aspirador de pó e mostrou a
superioridade de seu produto. Ele realmente fez o
que disse que faria. O aspirador funcionou
maravilhosamente e deixou o chão limpo.
Imagine se o vendedor tivesse sujado o chão,
mas não tivesse levado seu aspirador para
demonstrar como ele podia limpar o tapete de
maneira rápida e eficaz. A conversa teria sido um
pouco diferente:
“O que você está fazendo? Por que você acabou
de jogar sujeira no meu tapete?”
“Bem, eu queria que você soubesse que o
aspirador de pó que eu represento pode limpar
essa sujeira em dois minutos sem deixar nenhuma
mancha no seu tapete”
“O quê? Onde está seu aspirador? Limpe isso
agora!”
“Bem, na verdade eu não trouxe meu aspirador.
Mas, confie em mim, se eu o tivesse trazido, você
ficaria impressionada com o poder dele. Então,
gostaria de comprar um?”
“Não! Vá embora!”
Essa é uma ilustração meio boba, mas é a forma
como muitos de nós aprendem a evangelizar –
palavras sem poder. Enfatizamos os pecados e
problemas das pessoas e dizemos que Jesus é a
resposta, mas nunca demonstramos essa verdade.
Isso nos torna ineficazes em convencê-las dessa
realidade. Como Dietrich Bonhoeffer disse: “A
verdade desprovida de experiência deve sempre
habitar na esfera da dúvida”.4
Temos que aprender a expandir o Reino do
nosso Pai Celestial da maneira como Jesus fez. Ele
sempre falou a verdade com amor radical
sustentado por demonstrações de poder, e essas
manifestações validavam Sua autoridade e
revelavam quem Ele era. Por exemplo, quando
João Batista teve dúvida se Jesus era o Messias ou
não, Jesus disse aos discípulos de João que
voltassem e dissessem a ele o que haviam visto –
os cegos enxergarem, os paralíticos andarem, os
surdos ouvirem (ver Mateus 11:2-5). Quando as
pessoas perguntavam quem Ele era, Ele apontava
para as obras que fazia. Quando o mundo nos
pergunta quem somos, devemos poder direcioná-
lo ao que fazemos como evidência Daquele que
representamos. Mais uma vez, John G. Lake teve
uma das revelações mais profundas sobre a
importância de demonstrar o Reino:
“Não podemos apenas ensinar a teoria da
expiação de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo, mas também demonstrar sua realidade
e poder de salvar a alma e o corpo... os
homens exigem que isso seja mostrado.”5
SEM MEDO
Se você quiser ser alguém que anda na esfera do
sobrenatural, primeiro deve dizer sim ao convite
de Jesus para sair do barco. Porém, há mais um
obstáculo que você enfrentará se quiser ver o
poder liberado através de você. Quando Pedro viu
as ondas agitadas ao seu redor, a Bíblia diz que ele
“ficou com medo” (ver Mateus 14:30). O medo
mantém no barco a unção que está sobre sua vida.
O medo de pessoas e o medo de falhar são duas
coisas que neutralizam o poder de Deus em nós.
Geralmente citamos 2 Timóteo: “Pois Deus não
nos deu espírito de covardia, mas de poder, de
amor e de equilíbrio” (2 Tm 1:7). Você sabia que
esse versículo foi escrito no contexto de usar
nossos dons para Deus? No versículo anterior,
Paulo chama Timóteo a avivar os dons dentro
dele. Quando você deseja operar em seus dons, às
vezes é assustador. Mas a Bíblia diz que nós não
temos o espírito do medo; nós temos o espírito de
amor, poder e equilíbrio.
Falei anteriormente sobre ter medo de pessoas,
mas o outro medo que nos desespera e nos
enfraquece é o medo de falhar. Bill Johnson certa
vez me disse que a diferença entre os homens e as
mulheres de Deus que estão nos livros da História
e aqueles que não estão é que os primeiros não
tiveram medo de falhar para Deus. Devemos
progredir além do nosso medo de falhar se
quisermos ser eficazes no Reino. Tantos de nós
estão petrificados de medo de falhar. Achamos
que não podemos aguentar ser confrontados com
nossas fraquezas e deficiências. Mas o maior
problema em ter medo de falhar é que paramos de
assumir riscos, e a verdade sobre riscos – os que
fluem da fé – é que eles depois valem a pena.
Pedro falhou. Começou a afundar. Andou por
um instante sobre as águas, mas depois o medo o
agarrou e ele afundou em derrota. No entanto, ele
nunca permitiu que a possibilidade de falha o
impedisse. Você enfrentará desapontamento e
deficiências ao dar os primeiros passos de fé e
começar a correr riscos no sobrenatural. Você irá
impor as mãos sobre as pessoas e elas não serão
curadas. Dirá uma palavra profética ou uma
palavra de conhecimento para alguém que não
será correta. Para todos os testemunhos de
pessoas sendo curadas nas ruas da nossa cidade,
existem muitas histórias de pessoas que não foram
curadas. A questão é que não podemos deixar que
nossos insucessos nos bloqueiem de tentar de
novo.
Não existe outro caminho – você irá falhar
quando der passos de fé ao sobrenatural. É o que
você fará com essa derrota o que realmente
importa. Ela irá impedi-lo de tentar novamente, ou
você continuará tentando? Eu sequer gosto da
palavra “derrota” nesse contexto. Por exemplo, se
dermos um passo de fé e obediência e orarmos
por alguém que está doente, ou profetizarmos
para alguém, então tivemos sucesso não importa o
que aconteça, desde que continuemos aprendendo
com cada experiência.
Há uma grande história de Thomas Edison que
ilustra esse ponto belamente:
“O gênio inventor Thomas Edison certo dia se
deparou com dois assistentes chateados que
lhe disseram: ‘Acabamos de completar nosso
700º experimento e ainda não temos uma
resposta. Nós falhamos’. ‘Não, meus amigos’,
disse Edison, ‘vocês não falharam. Acontece
que sabemos sobre esse assunto mais do que
qualquer outra pessoa viva. E estamos mais
perto de achar a resposta porque agora
conhecemos 700 coisas que não devemos
fazer’. Edison continuou a lhes dizer, ‘Não
chamem isso de erro. Chamem isso de
estudo.’”6
MUDANDO O MUNDO
Pessoas com uma visão para mudar o mundo
estão dispostas a correr riscos. As vulnerabilidades
que são exigidas para viver na esfera do
sobrenatural são riscos que assumiremos quanto
mais formos capturados pela visão de Jesus. Ele
está nos oferecendo a chance de mudar o mundo
com Ele. Algo acontece conosco quando andamos
com o mais visionário de todos os corredores de
riscos – Jesus. Atos diz:
“Vendo [os lideres religiosos] a coragem de
Pedro e de João, e percebendo que eram
homens comuns e sem instrução, ficaram
admirados e reconheceram que eles haviam
estado com Jesus”.
Atos 4:13
A nova geração de avivalistas que o Senhor está
enviando na Terra anda em confiança e coragem
sobrenaturais porque está com Jesus e permanece
Nele. Esses jovens são Seus amigos e Seus
seguidores apaixonados. Assumir riscos é a
assinatura deles. E esses apaixonados emergentes
cheios de fé em Deus transformarão o mundo.
Dirão sobre eles o mesmo que foi dito sobre os
crentes primitivos: “Esses homens que têm
causado alvoroço por todo o mundo, agora
chegaram aqui” (Atos 17:6).
O CHAMADO DE DEUS
Anos atrás, li uma história que considero
profética para essa geração. Mais uma vez, gostei
tanto que a transcrevi:
“Em 1983, John Sculley deixou seu emprego
na Pepsi-Cola para se tornar presidente da
Apple Computer. Ele assumiu um grande risco
ao deixar sua posição de prestígio numa
empresa bem estabelecida para fazer parte de
uma firma pequena e recém estabelecida que
não lhe oferecia garantias – apenas a
empolgação da visão transformadora de um
homem. Sculley diz que decidiu assumir o
risco da mudança depois que o cofundador da
Apple, Steve Jobs, lhe fez a seguinte pergunta:
‘Você quer passar o resto da sua vida
vendendo água açucarada para crianças, ou
quer uma chance de mudar o mundo?’”7
Algo dentro de nós sabe que não fomos criados
para vender “água açucarada” pelo resto de nossas
vidas; fomos criados para mudar o mundo. Você e
eu nunca ficaremos satisfeitos em somente levar
uma vida “boa”; somos destinados a causar um
impacto. Nosso tempo na Terra deve mudar o
curso da História do mundo. Ansiamos ver Jesus
exaltado nas nações e a glória de Deus cobrindo a
Terra. Esse é o chamado de Deus em nossas vidas.
Fomos escolhidos para saquear o inferno e
popular o Céu. O Senhor nos confiou o maior
avivamento que o mundo já viu. Você irá
responder a esse chamado com cada célula do seu
ser? Você dará sua vida para esse avivamento? Ver
o Céu invadindo a Terra é a razão pela qual
estamos vivos. É para isso que nascemos.
Aproveite o momento; diga sim para Jesus com
todo o seu coração. Ele o usará de maneiras como
você nunca sonhou ser possível. Ao entrar em
parceria com Ele, você irá vê-Lo receber as
nações da Terra como Sua herança.
AGRADECIMENTOS
1 Nota do Tradutor: Padawan significa aprendiz,
iniciante, e é um termo utilizado nos filmes
Guerra nas Estrelas. Padawans são crianças
que faziam treinamentos para se tornarem
cavaleiros Jedi, os cavaleiros do lado bom da
força.
EPÍGRAFE
1 Arthur Wallis, In the Day of Thy Power (Fort
Washington, PA: Christian Literature Crusade,
1956), vii.
2 Wallis, In the Day of Thy Power, 20.
PREFÁCIO POR LOU ENGLE
1 Walter Wink, Engaging the Powers
(Minneapolis, MN: Fortress Press, 1992), 285.
2 Bruce Wilkinson, Dream Giver Course
Workbook (Sisters, OR: Multnomah Publishers,
Inc, 2003), 6
3 Wink, Engaging the Powers, 261.
4 Nota do Tradutor: Fast significa jejum em
inglês.
CAPÍTULO 1
1 De uma pregação que Wesley Campbell
compartilhou.
2 De uma pregação que Wesley Campbell
compartilhou.
3 De uma pregação de Bobby Conner.
4 Winkie Pratney, Revival (Springdale, PA:
Whitaker House, 1983), 143.
5 Wallis, In the Day of Thy Power, 51.
6 Winkie Pratney, Revival, 140.
7 Don Finto, “The Israel Time Table”, e-mail,
15 de dezembro de 2008. Don Finto, autor de
três livros sobre o relacionamento da igreja
gentia e a nação de Israel, enviou-me o
seguinte email:
“O retorno na nação judia foi claramente
predito pelos profetas quando falaram sobre
o retorno de Israel do leste, oeste, norte e sul
(Is 43:5-6), que pode referir-se apenas aos
nossos dias; pela famosa profecia de
Ezequiel sobre os ossos secos em que ele
declara expressamente que estava se
referindo à nação de Israel (Ez 27:11); ou
pela previsão de Jeremias de que [haveria]
um futuro êxodo dos judeus de volta a sua
terra, que lhes foi dada quando saíram do
Egito (Jr 16:14-15). O discurso de Jesus no
Monte das Oliveiras também previu uma
futura destruição de Jerusalém (Lc 21:20),
seu exílio às nações, mas sua volta
(versículo 24) como precursora de Seu
próprio retorno (versículo 28). E Paulo
associou esse retorno ao avivamento entre as
nações (Rm 11:12,15). Não tão claramente
previsto, mas interessante à luz desse
cumprimento e do fato de que não há
coincidências para Deus, está o paralelo do
surgimento do sionismo (a primeira
conferência sionista em Basel, na Suíça, em
1897) com o nascimento do pentecostalismo,
a fundação do Estado de Israel e o
avivamento de cura em 1948, a volta de
Jerusalém ao Estado de Israel na Guerra
dos Seis Dias de 1967, e o início do
avivamento do Jesus Movement (a revista
TIME de junho de 1971 aponta três vezes o
ano de 1967 como o começo do Jesus
Movement), e ainda a volta de um milhão de
judeus da Rússia acontecendo na mesma
época em que o comunismo caiu na Rússia
em 1989. Tudo isso dá credibilidade à fé de
que Israel é o relógio profético de Deus”.
8 Randy Bozarth, The Voice of Healing
(Duncanville, TX: World Missions Advance,
Inc., 2004), 71.
9 David E. Harrell, Oral Roberts: An American
Life (Bloomington, IN: Indiana University
Press, 1985), 148.
10 Para mais informações, veja esses dois livros:
Roberts Liardon, God’s Generals (Tulsa, OK:
Albury, 1996), 311-346; e Owen Jorgenson,
Supernatural: The Life of William Branham
(Tucson, AZ: Tucson Tabernacle, 2002).
11 Para mais informações, veja o livro e o
website: Oral Roberts, Expect a Miracle
(Nashville, TN: Thomas Nelson Publishers,
1995); Healing and Revival Press, “Oral
Roberts”, Healing and Revival,
http://healingandrevival.com/BioORoberts.htm
(acessado em 14 de abril de 2009).
12 Para mais informações sobre Billy Graham,
veja: “Billy Graham Historical Background”,
Wheaton College,
http://www.wheaton.edu/bgc/archives/bio.html
(acessado em 14 de abril de 2009).
13 Para mais informações sobre Kathryn
Kuhlman, veja: Jamie Buckingham, Daughter
of Destiny (South Plainfield, NJ: Bridge
Publishing Inc., 1976), 104-15, 116.
14 Para mais informações, veja: David E.
Harrell, All Things Are Possible (Bloomington,
IN: Indiana University Press, 1975), 54
15 Para mais informações, veja: “Healing
Rooms”, International Association of Healing
Rooms,
http://healingrooms .com/index.php?
src=content&cid=3 (acessado em 14 de abril de
2009).
16 Liardon, God’s Generals, 32-34.
17 Liardon, God’s Generals, 34.
CAPÍTULO 2
1 Aaron McMahon, These Signs Shall Follow
(Aaron McMahon, 2008), 197-200.
2 Bill Johnson, “Here are those quotes”, e-mail,
12 de maio de 2009.
3 Transcrição de uma Entrevista de Loren
Cunningham na Original 7 Mountains Vision,
“7 Spheres” (Em 19 de novembro de 2007),
http://www.reclaim7mountains.com/apps/articles/default
articleid=40087&columnid=4347.
4 Informação contida num folheto distribuído
por Lance Wallnau numa conferência na Igreja
Bethel sobre Transformação do Mercado.
5 Informação contida num folheto distriuído por
Lance Wallnau numa conferência na Igreja
Bethel sobre Transformação do Mercado.
6 Nota do Tradutor: do inglês Most Valuable
Player, prêmio conferido ao atleta com o
melhor desempenho num torneio.
7 Bill Johnson, “Here are those quotes,” e-mail,
12 de maio de 2009.
CAPÍTULO 3
1 Sulu D. Kelley, “John Wesley’s Notes on the
Bible,” Classic Bible Commentaries, Êxodo 17,
http://www.ewordtoday.com/comments/exodus/wesley/e
(acessado em 15 de abril de 2009).
CAPÍTULO 4
1 Seus sermões podem ser lidos em seu livro:
John G. Lake, John G. Lake: His Life, His
Sermons, His Boldness of Faith (Ft. Worth,
TX: Kenneth Copeland Publications, 1994).
2 Harold Myra and Marshall Shelley, The
Leadership Secrets of Billy Graham (Grand
Rapids, MI: Zondervan House, 2005), 164.
CAPÍTULO 5
1 Bill Johnson, “Here are those quotes”, e-mail,
12 de maio de 2009.
2 Isso estava contido numa série de pregações
que escutei.
3 Ouvi ele dizer isso em sua pregação no
TheCall em São Francisco.
4 E.M. Bounds, Power Through Prayer
(Springdale, PA: Whitaker House, 1982), 42.
5 Pratney, Revival, 175.
6 Andrew Murray, With Christ in the School of
Prayer (New Kensington, PA: Whitaker House,
1981), 18-19.
CAPÍTULO 6
1 Lake, John G. Lake, 62.
2 Nota do Tradutor: O ator que fez o papel do
salva-vidas Mitch Buchannon no seriado
Baywatch (1989-2001).
CAPÍTULO 7
1 Frank Bartleman, Another Wave of Revival
(New York: Whitaker House, 1982), 14.
2 Bartleman, Another Wave of Revival, 28.
3 Murray, With Christ in the School of Prayer,
44.
4 Bounds, Power Through Prayer, 13.
5 Murray, With Christ in the School of Prayer,
28.
6 Murray, With Christ in the School of Prayer,
25.
7 Wallis, In the Day of Thy Power, 85.
8 Bounds, Power Through Prayer, 44.
9 Bounds, Power Through Prayer, 45.
10 J.E. Orr, The Flaming Tongue (Chicago, IL:
Moody Press, 1973), 15.
11 Solomon B. Shaw, The Great Revival in
Wales (New York, NY: Christian Life Books,
2002), 76.
12 Warren W. Harkins, I Saw the Welsh Revival
(Pensacola, FL: Christian Life Books, 2002),
31.
13 Buckingham, Daughter of Destiny, 146.
14 Buckingham, Daughter of Destiny, 147.
15 Bounds, Power Through Prayer, 29.
16 Buckingham, Daughter of Destiny, 147.
17 Bill Johnson, “Here are those quotes”, e-
mail, 12 de maio de 2009.
18 “Shasta Dam, California”, Bureau of
Reclamation Homepage, Statistics,
http://www.usbr.gov/dataweb/dams/ca10186.htm
(acessado em 20 de abril de 2009).
19 Murray, With Christ in the School of Prayer,
10.
20 Murray, With Christ in the School of Prayer,
48.
21 Murray, With Christ in the School of Prayer,
31.
22 Para mais informações visite:
http://www.thecall.com/
23 Murray, With Christ in the School of Prayer,
39.
24 Já ouvi muitas vezes Bill Johnson contar a
história sobre o missionário George Mueller.
CAPÍTULO 8
1 Murray, With Christ in the School of Prayer,
46.
CAPÍTULO 9
1 Bill Johnson, “Aqui estão aquelas citações”, e-
mail, 12 de maio de 2009.
2 Reimar Schultze, “What God Can Do”,
http://www .schultze.org/oldCTO286.HTML
3 Lake, John G. Lake, 389.
CAPÍTULO 10
1 Minha amiga Christy Wimber me disse que seu
sogro, John Wimber, sempre dizia: “A fé é
soletrada assim: R-I-S-C-O”.
2 Lake, John G. Lake, 451.
3 Lake, John G. Lake, 378.
4 Essa afirmação tem sido atribuida a Dietrich
Bonhoeffer.
5 Lake, John G. Lake, 164.
6 Ted Engstrom, “‘Mistakes’ Are Important,” em
The Pursuit of Excellence (Grand Rapids, MI:
Zondervan Corporation, 1982), Capítulo 3,
http://www.cepnet.com/resources/ll/article.cfm?
ID=111 (acessado em 20 de abril de 2009).
7 WGBH Educational Foundation, “John
Sculley”, PBS,
http://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/president/playe
(acessado em 13 de dezembro de 2007).
PÁGINA SOBRE O MINISTÉRIO DO
AUTOR