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O Prosumidor de Energia: GD,

Distribuição e o novo
mercado de energia.
Alexandre Viana
Diretor Consultorias

ENASE 2020
02 de outubro de 2020
São Paulo, Brasil
I Nova Arquitetura de Mercado 03

II Geração Distribuída 09

III Takeaways 17
I Nova Arquitetura de Mercado 03

II Geração Distribuída 09

III Takeaways 17
O modo clássico de organização da indústria de energia elétrica, com geração de
larga escala centralizada e longas linhas de transmissão, é desafiado...

Sistema elétrico: da geração ao consumidor final


Aspectos relevantes do Sistema
Elétrico Brasileiro
Pagamento pelo uso do
sistema de transmissão - O ONS controla o despacho das
hidrelétricas e térmicas. Usinas
solares e eólicas também são
monitoradas, e o operador pode
Pagamento pelo
uso do Sistema de
ordenar a redução da geração por
distribuição Consumidores razões elétricas.
especiais e livres
- Operação baseada em custo:

> despacho controlado de


hidrelétricas e térmicas, além do
gerenciamento do Sistema de
Consumidores
especiais e livres transmissão.
-Produtores
independentes - Novas renováveis não
-Autoprodutores despacháveis podem conectar
diretamente nos sistemas de
Consumidores
cativos distribuição, mas dependem de
autorização e estudos elétricos.
Transporte
Geração Consumo - As distribuidoras administram os
Transmissão e Distribuição
ativos da área de concessão.

Fonte: Thymos Energia 4


... com as novas tecnologias direcionando o setor elétrico para uma arquitetura
descentralizada.
Mobilidade urbana Sistemas de Comunicação Utility-scale
conectando serviços tradicional
centralizados e descentralizados

Ônibus elétrico

Mercado Hoje Mercado do


Geração Futuro
convencional Renováveis
Centralizado Descentralizado
Carro elétrico
Previsível Intermitente
Vertical Horizontal

O poder do consumidor
Sentido único Bi-direcional
Inteligência artificial e
controles O papel dos entes
descentralizados centralizados e das entidades
Transmissão Armazenamento
setoriais ainda será
importante, mas em escala
Geração distribuída
muito menor. A complexidade
da rede se eleva
sensivelmente, e as empresas
sobreviventes serão
fortemente digitalizadas.
Casas Aparelhos eletrônicos Smart metering
Armazenamento Distribuição
inteligentes (smartphones e novos
devices)
Fonte: Adaptado por Thymos Energia de “Energy-as-a-Service” Deloitte (2019). 5
A arquitetura descentralizada demandará um novo desenho de mercado, e a
discussão em curso certamente será contínua.
Preço
Desconto
A discussão da modernização do horário e
no fio para
setor ocorre desde 2017 visando um preço por
renováveis
mercado mais competitivo e eficiente, oferta
promovida pela Consulta Pública nº
33/2017.

Instituído em abril de 2019, o GT


Modernização foi concebido para
dar continuidade às discussões da CP
n° 33/2017 e introduziu temas
adicionais.
Segurança Mercado de
Atualmente, tramita no Senado o PLS de Mercado Capacidade
nº 232/2019, que dispõe sobre o
modelo comercial do setor elétrico e
da “portabilidade” da conta de luz.

A Medida Provisória nº 998 busca


endereçar questões urgentes e se
configura como uma “mini reforma”
do setor elétrico.
Inserção de
Abertura de
novas
mercado
tecnologias

Fonte: Thymos Energia. 6


Renováveis e armazenamento aumentam o poder do consumidor e confirmam a
necessidade de uma arquitetura de mercado flexível e descentralizada.

Renováveis e
Armazenamento

O Poder do Consumidor

Arquitetura de Mercado
Flexível e Descentralizada
O mundo caminha para um futuro de
maior penetração de fontes
renováveis. Mostramos que os custos
das fontes eólica e solar tem caído O consumidor terá papel central no
substancialmente, favorecendo a setor elétrico do futuro. A redução dos O setor deixa de ser centralizado,
transição energética global. custos das renováveis e a evolução previsível, integrado verticalmente e
de tecnologias emergentes, como o unidirecional e passa a ser distribuído,
carro elétrico, permitirão que o intermitente, horizontalizado e bi-
consumidor tenha papel ativo no uso direcional. A adoção de tecnologias
da eletricidade. como a Blockchain e a criação de
novos modelos de negócio
conhecidos como Energy as a Service
moldarão o setor elétrico do futuro.

Fonte: Thymos Energia. 7


Em uma arquitetura descentralizada ganha relevância os Recursos Energéticos
Distribuídos.

Geração Distribuída
Conceito de Serviços
Energéticos Distribuídos

O conceito de Serviços Energéticos Distribuídos Eficiência Energética


ou Recursos Energéticos Distribuídos (RED) não
está integralmente consolidado
internacionalmente. Geralmente os RED são
definidos como tecnologias de geração e/ou
armazenamento de energia elétrica, localizados Veículos Elétricos e estrutura de recarga
dentro dos limites da área de uma determinada
concessionária de distribuição, normalmente junto
a unidades consumidoras, atrás do medidor
(behind-the-meter). Com frequência essa definição
Armazenamento de energia elétrica
vem se ampliando para abarcar eficiência
energética e reposta da demanda.

Resposta da demanda

Fonte: EPE (2018), Thymos Energia 8


I Nova Arquitetura de Mercado 03

II Geração Distribuída 09

III Takeaways 17
Geração Distribuída: síntese da classificação estabelecida pela ANEEL e das
modalidades.
Síntese da Regulação ANEEL da GD Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012 e 687/2015

Micro e Minigeração Distribuída: Auto Consumo Local Auto Consumo Remoto


- Fontes renováveis ou cogeração qualificada
Mesmo CPF/CNPJ (Matriz e Filial)
- Conectada na rede de distribuição por meio de
unidade consumidora
Compensação
local dos créditos

Micro GD:
< 75 kW

Múltiplas Unidades
Geração Compartilhada
Consumidoras
Mini GD: Diferentes CNPJ/CPF Diferentes CPF/CNPJ
75 – 5.000 kW Condomínio - Áreas Contíguas Consórcio ou Cooperativa
% créditos

Sistema de compensação:
- Net metering
- Não é comercialização de energia
Não é permitida a compensação de energia entre unidades de geração e
consumo localizadas em diferentes distribuidoras
Fonte: ANEEL, Thymos Energia 10
A modalidade “auto consumo local” é a líder em volume de instalações e
potência instalada.
Modalidade Quantidade UCs que receberam créditos Potência Instalada (kW)

Autoconsumo remoto 42.381 127.301 732.093,06


Condomínios 189 703 4.534,95
Geração compartilhada 660 2.462 40.300,84
Geração na própria UC 259.995 259.995 3.084.488,07
Total 303.225 390.461 3.861.416,92

Geração Distribuída, Potência Instalada


GW

3,8614

2,2426

0,7026
0,2686
0,0006 0,0021 0,0056 0,0176 0,0876

2012 '13 '14 '15 '16 '17 '18 '19 '20


Fonte: ANEEL (27/09/2020), Thymos Energia 11
A solar fotovoltaica é líder absoluta em termos de tecnologia e os setores
residencial e comercial dominam o número e o volume de instalações.
GD, Potência por fonte GD, Potência por fonte
GW GW 0,01; 0% 0,08; 2%
0,09; 3%

UC que receberam Potência Instalada


Tipo Quantidade
créditos (kW) EOL

UTE

CGH 98 7.991 94.831,71 3,86 CGH

EOL 63 126 14.896,36 UFV

UFV 302.806 377.723 3.673.791,16

UTE 258 4.621 77.897,69 3,67; 95%

GD, Potência por classe de consumo GD, Potência por classe de consumo
GW GW

UC que receberam Potência Instalada Comercial 1,5179


Classe de Consumo Quantidade
créditos (kW)
Residencial 1,3864
Comercial 53.544 87.697 1.517.881,61
Rural 0,5282
Iluminação pública 21 28 725,34

Industrial 7.885 11.118 378.659,34 Industrial 0,3787

Poder Público 1.152 1.531 45.573,14


Poder Público 0,0456
Residencial 219.375 259.309 1.386.360,40
Serviço Público 0,0040
Rural 21.144 30.670 528.217,70

Serviço Público 104 108 3.999,39 Iluminação pública 0,0007

Fonte: ANEEL (27/09/2020), Thymos Energia 12


Em termos de localização as regiões Sudeste e Sul comandam, destacando o
estado de Minas Gerais como líder absoluto com 788,9 MW instalados.
GD, Potência instalada por UF
MW

Fonte: ANEEL (27/09/2020), Thymos Energia 13


Modelos de Negócio em Prática no Brasil: os modelos de locação e
arrendamento são os mais utilizados no atual contexto.

Compra
Turnkey Locação Arrendamento
Coletiva

Usina é arrendada
Venda e instalação Usina pertencente a
Venda da usina em ao cliente por
do equipamento uma empresa, que
“cotas” período
pela empresa a aluga
determinado

Cada consumidor é Ao final o cliente


Cliente recebe
proprietário de uma Posse é cedida ao tem opção de
produto 100%
fração-ideal do consumidor aquisição por um
operativo
empreendimento valor residual

Fonte: Thymos Energia


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Os segmentos de telefonia, supermercados, drogarias, varejo e bancos são os
principais investidores em GD na modalidade remota.
Os 10 maiores Consumidores com A atratividade de investimento em GD varia nas
Unidades
Geração Distribuída na modalidade Remota kW instalados diversas UFs ao se considerar TIRs nominais
Consumidoras
(setembro/2020)

CLARO 30.140 4.944

MERCADOS SÃO LUIZ 9.500 35

TIM 8.325 5.175

BOM FUTURO AGRICOLA 7.849 131

EMPREENDIMENTOS PAGUE
5.460 62
MENOS S/A

PLANTAR SIDERURGICA S.A. 5.000 8

SANTANDER 4.960 191

VIA VAREJO SA 4.260 128

MAGAZINE LUIZA S A 4.060 211

TELEFONICA BRASIL SA 3.885 58 A dispersão da TIR deve-se aos seguintes fatores:


▪ Diferenças de tratamento do ICMS e PIS/COFINS
▪ Tarifas evitadas em cada concessionária
▪ Índice de solametria de cada localidade
Fonte: ANEEL (27/09/2020), Thymos Energia 15
O debate sobre a grande competitividade da GD tomou um contorno político,
porém entendemos que é uma tendência irreversível.
Incertezas regulatórias – Audiência Pública 40/2019.
Comentários:

Até o momento vige a alternativa 0 (compensação plena de todos os ▪ A GD, mesmo com alteração
componentes da tarifa de energia) para a micro e minigeração distribuída (não da regulação, ainda é
paga nenhum componente tarifário). A proposta é que haja uma transição para competitiva. A Thymos
cobrar fio e encargos do consumidor com micro e minigeração. Energia entende que é uma
tendência irreversível.

▪ Os consumidores com a
Para instalações anteriores a publicação da Resolução resultante da tarifa do grupo B são os que
Audiência Pública, será aplicada a alternativa 0 (compensação de todas as apresentam maior
componentes da tarifa de energia) até o ano de 2030 e a alternativa 5 competitividade para o
(compensação apenas da TE) após o ano de 2030. Para instalações produto GD com a regulação
posteriores à resolução será aplicada a Alternativa 5 atual.

▪ A regulação passará por


Adoção da tarifa Binômia: A tendência, a longo prazo, é que as inovações constantes evoluções, não
tecnológicas estimulem o protagonismo do consumidor na gestão do seu somente devido a GD, mas
consumo de energia elétrica. No entanto, o modelo tarifário atualmente para acomodar todos os
vigente no Brasil para consumidores do Grupo B é a tarifa na modalidade REDs.
monômia (um único valor de tarifa e volumétrica). Atualmente discute-se na
Consulta Pública 59/2018 a possibilidade de adotarmos a modalidade
binômia (uma tarifa com uma parcela fixa e outra proporcional ao consumo de
energia).

Fonte: Thymos Energia 16


I Nova Arquitetura de Mercado 03

II Geração Distribuída 09

III Takeaways 17
Takeaways

As novas tecnologias direcionam o setor elétrico para uma arquitetura


descentralizada, com renováveis e armazenamento elevando o poder do
consumidor.

Em uma arquitetura descentralizada ganha relevância os Recursos Energéticos


Distribuídos.

O debate sobre a grande competitividade da GD tomou um contorno político,


porém entendemos que é uma tendência irreversível. O volume a ser instalado
de GD dependerá de aspectos regulatórios, técnicos e econômicos.

Fonte: Thymos Energia 18


Thymos Energia
Tel: 55 11 3192 9103
E-mail: thymosenergia@thymosenergia.com.br
Site: www.thymosenergia.com.br
End: Rua Surubim, 577 | 12º andar | 04571-050 | Brooklin | SP

Esta apresentação não é um trabalho de consultoria e foi preparada para subsidiar a discussão sobre o mercado brasileiro de energia elétrica no
contexto do ENASE 2020. Assim, a tomada de decisão empresarial ou de políticas públicas sobre os temas apresentados demandam estudos e
simulações específicas. Embora a Thymos Energia execute os trabalhos com premissas razoáveis e com conhecimento sobre o tema, não se é
possível assegurar a acurácia de nossas recomendações e previsões, dado que eventos correntes e futuros podem alterar materialmente os
resultados e não são possíveis de serem antecipados ou previstos. Proibida a reprodução sem a citação da fonte.

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