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INTRODUÇÃO
Primeiramente é importante entender que a patologia é o estudo da doença, procurando saber as causas –
chamada de etiologia –, os mecanismos – chamado de patogenia, as alterações estruturais (alterações morfológicas,
o que se vê no órgão alvo) e as consequências (significado clínico, o que acontece com o órgão alvo).
Início da patologia se deu a partir de necropsias, pois é onde se vê o resultado das doenças, aquilo que deu
motivo aos óbitos – portanto essa é a base da patologia.
A homeostasia é o estado fisiológico habitual.
Dano é um estresse fisiológico excessivo ou estímulos adversos, que afetam o estado fisiológico habitual, o
que pode causar lesão celular – são reversíveis ou irreversíveis.
Alvos da lesão
CÉLULAS: Membrana celular / mitocôndrias / lisossomos / citoplasma fundamental: citoesqueleto / núcleo
TECIDOS: estroma / parênquima / interstício / circulação e inervação
ORGÃOS: danos intersticiais, transtornos circulatórios, distúrbios de inervação.
Alt. Múltiplas e interdependentes: INFLAMAÇÃO.
Lesões não letais são reversíveis e abrangem: degenerações, alterações de crescimento e diferenciação
pigmentação patológica. Na microscopia óptica são identificadas por apresentar tumefação celular e degeneração
gordurosa.
Lesão letal é dividida em necrose e apoptose, que são irreversíveis.
Marcadores de agressão
Músculo cardíaco tem uma enzima
chamada troponina. Quando se tem qualquer evento
isquêmico no coração, inicialmente se tem uma
diminuição do suprimento de O2 por oclusão de vaso.
Fora o exame que verifica a perfusão de vaso, não há
nenhum recurso de análise morfológica que garanta
que tenha um miocárdio necrótico.
Então, o que deve ser feito? Dosagem de
enzimas para avaliar se o coração está em
sofrimento isquêmico.
Que enzimas são essas? Hoje se usa a troponina, porque é mais específica. Além disso, a concentração
aumenta antes (em tempo isquêmico menor ela já aumenta) e dura por mais tempo.
Marcadores de agressão nos hepatócitos são ALT, AST, TGO e TGP – que são transaminases.
Do ducto biliar é a fosfatase alcalina.
O que é eosinofílico? Estrutura que tem afinidade por corante ácido.
O que é basofílico? Estrutura que tem afinidade por corante básico.
Necrose
Necrose (do grego νεκρός, "morto", νέκρωσις, "morte, processo que leva à morte"") é o estado de morte de
um tecido ou parte dele em um organismo vivo. A necrose é uma morte de um grupo de células, ocorrendo a perda
da permeabilidade, possui resposta inflamatória, células ficam tumeficadas. A necrose é sempre um processo
patológico e desordenado de morte celular (diferente da apoptose) causado por fatores que levam à lesão celular
irreversível e conseqüente morte celular. Alguns exemplos destes fatores são hipóxia/isquemia, agentes químicos
tóxicos ou agentes biológicos que causem dano direto ou desencadeiem resposta imunológica danosa,
como fungos, bactérias e vírus. A necrose pode ser diferenciada em vários tipos, e cada um está associado a
determinado tipo de agente lesivo e determinadas características teciduais.
Resumo do geral que tem no livro: O aspecto da necrose resulta da desnaturação de proteínas intracelulares
e da digestão enzimática das células lesadas letalmente. Há aumento da eosinofilia.
Tipos de necrose
Necrose de coagulação: tipo mais comum; desnaturação
proteica, com preservação do conteúdo celular; tecidos sofrem
heterólise (digestão por leucócitos) ou autólise (rompe a
membrana celular e a própria célula se digere – digestão por
enzimas próprias). Pode ser chamada de necrose isquêmica
também (células morrem pela incapacidade de produzir ATP).
Aspectos macroscópicos: alteração da cor, firme e aumento de volume
(por aumento do turgor).
A imagem acima mostra uma lesão em cunha, comum em
órgão hilar, em que a suprimentação é ocluída em um ponto e depois
dele há isquemia, como representa o esquema ao lado. Se ocluir no
início do hilo, tudo necrosa, mas isso geralmente não acontece.
Necrose liquefativa: sofre mais heterólise/autólise que desnaturação por
infecções bacterianas. Pode ocorrer em qualquer tecido, incluindo o
nervoso. Forma pus.
Necrose caseosa: comum em infecções tuberculosas. Tecido
necrosado tem aspecto de queijo/case (esbranquiçado e quebradiço). Ao
redor do centro necrótico, apresenta uma reação inflamatória crônica (que pode
ter aspecto de granuloma).
Necrose gordurosa: Ocorre por extravasamento de lipases
pancreáticas, normalmente devido a lesões do órgão. Essas enzimas passam a
digerir o tecido adiposo e ocorre ruptura dos adipócitos, com
extravasamento de triglicerol e ocorre calcificação. Macroscópico: áreas
brancas visíveis e aspecto saponificado. Na histologia notamos
calcificações e contornos celulares vagos.
Sudan Black é um corante que cora os adipócitos, diferentemente de HE
que fica um espaço “vazio” à microscopia.
APOPTOSE
É uma morte celular programada. Células mortas são eliminadas rapidamente para não desencadear reação
inflamatória.
Causas fisiológicas
1) Destruição programada durante embriogênese
2) Involução de tecidos dependente de hormônios – podem ser causados por menopausa, andropausa ou
diminuição da atividade adrenérgica.
3) Eliminação celular em populações celulares em proliferação, principalmente em células epiteliais (TGI
inteiro).
4) Morte de células que já cumpriram seu propósito, principalmente sistema hematológico.
5) Eliminação de linfócitos auto-reativos potencialmente danosos – se não houver apoptose dessas células pode
ter uma reação auto-imune.
Causas patológicas
1) Morte por estímulos nocivos
2) Morte em doenças viróticas que pode induzir apoptose de alguma célula, o que causa danos.
3) Morte celular nos tumores. Precisa-se entender que neoplasia não tem necessariamente relação com aumento
da proliferação celular. Pode-se ter neoplasia que suprime a apoptose. Suponha-se um tecido com meia vida
de dois dias que por um processo de alteração celular qualquer, tem sua meia vida aumentada para 800 dias,
isso já te gera uma neoplasia, pois haverá acumulo de células. Esse tipo de neoplasia por supressão de
apoptose vai ter uma evolução lenta, o que, infelizmente, causa uma resposta terapêutica inefetiva.
4) Morte por obstrução.
Características morfológicas:
1) Encolhimento celular.
2) Condensação da cromatina nuclear.
3) Formação de bolhas citoplasmáticas.
4) Fragmentação em corpos apoptóticos.
5) Fagocitose.
*Não há uma resposta inflamatória evidente
Qual é a definição de órgão? Conjunto de, pelo menos, dois tecidos de origem diferente com função.
1) Tecidos de divisão contínua: células se proliferam em toda a vida. Ex.: epitélio e sistema hematopoiético.
2) Tecidos quiescentes (estáveis): nível baixo de replicação, todavia podem se dividir rapidamente. Ex.: fígado,
rim e músculo liso.
3) Tecidos não divisores (permanentes): não podem se submeter a divisão mitótica. Ex.: neurônios e músculo
cardíaco e estriado.
Imunocitoquimica é uma reação antígeno-anticorpo e para ver se houve a reação se faz um linking com
um cromógeno; se a reação ocorreu o cromógeno – pode ser de várias cores – vai “pegar”.
Antes se acreditava que qualquer tecido do corpo humano possuía alguma proteína que só ele produzia,
que o identificava. Hoje é sabido que essa proteína, porque quase nada é produzido em um só tecido. O
que se tem é que um conjunto de proteínas e marcadores que induzem a afirmar aquilo provavelmente é
de um órgão ou outro.
* PSA (antígeno prostático específico) não é produzido apenas pela próstata, outros órgãos como as
glândulas salivares também o faz. Mas num contexto definido, acredita-se que aquilo é mais da
próstata. Ex.: Um paciente de 70 anos tem um tumor ósseo metastático e é feito um estudo para
descobrir de que órgão/tecido ele teve origem.
Matriz extra-celular:
É o principio da fibrose/cicatrização. Influenciam a o crescimento e a função celular.
Síndrome de Marfan: doença relacionada a produção da MEC. Principal consequência é problema
cardiovascular, por ter estrutura colagênica muito fraca, tem-se rompimentos vasculares importantes que podem
gerar óbito no paciente.
Fatores que influenciam na cicatrização
Fatores locais: tamanho, localização, tipo de ferida. Processo infeccioso, fatores mecânicos, corpos estranhos.
Fatores sistêmicos: nutrição, condição metabólica, condição circulatória (feridas em locais hipóxicos tem respostas
bem piores. Ex.: pé diabético e estase venosa) e hormônios.
Complicações da cicatrização
1) Formação deficiente: deiscências (estado de infecção de ferida) e ulceração da ferida.
2) Reparação excessiva: granulomas exuberantes (resposta inflamatória exuberante), cicatriz hipertrófica,
queloide e formação de contraturas. A cicatriz hipertrófica e o queloide possuem relação com produção
excessiva de colágeno. A diferença é que o queloide tem banda colagênica espessada e a cicatriz hipertrófica
nem tanto.
Distúrbios hemodinâmicos
1) Edema: líquido aumentado em espaços intersticiais ou em cavidades corporais. Pode ser localizado ou
sistêmico (anasarca = edema generalizado). Podem ser divididos em não inflamatórios (transudatos, pobres
em proteínas) e inflamatórios (exsudatos, conteúdo proteico exuberante). Pode ocorrer por aumento da
pressão hidrostática do capilar, diminuição da pressão coloidosmótica do capilar, aumento da pressão
coloidosmótica do interstício, diminuição da pressão hidrostática do interstício ou alteração da
permeabilidade do vaso.
a. Aumento da pressão hidrostática vascular: insuficiência cardíaca
congestiva (bomba não funciona bem e irrigação é deficiente), pericardite
constritiva (pericárdio que não permite uma dilatação ou contração
adequada do coração), cirrose e obstrução/compressão venosa.
b. Pressão osmótica (coloidosmótica) plasmática reduzida (no edema e na
ascite não faz sentido pra mim): glomerulopatias perdedoras de proteínas,
cirrose, desnutrição e gastroenteropatias perdedoras de proteínas.
c. Obstrução linfática: geralmente é por tumor. Mas pode ser por inflamação, pós-cirúrgico e pós-
irradiação (retirada do sistema de linfonodos na retirada de um tumor, por exemplo ao retirar tumor
de mama retiram-se também os linfonodos axilares) – morbidade = edema de membro superior.
d. Retenção sódica.
e. Inflamação.