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INTRODUÇÃO
ANAMNESE
POSTURA
TIPOS RESPIRATÓRIOS
Há muita discussão sobre o tipo adequado de respiração para a fonação e canto, porém
deve-se observar se a respiração efetuada pelo cantor é a adequada para o canto.
Existem três tipos básicos de respiração que são o superior, misto e inferior. No canto
encontram-se vários casos de respiração inferior e mista, ou seja, o cantor, no ato do
canto recorre instintivamente a um tipo de respiração de forma que a pressão subglótica
torne-se mais longa, forte e estável.
TEMPO DE EMISSÃO
A capacidade de emitir um som por longo período e de enfatizar uma nota nos momentos
finais de uma sentença pode definir o repertório e longevidade da voz de um cantor.
Observa-se tal fato quando existe a solicitação para a emissão de um som ou vogal
prolongada ou sustentada, glissando ascendente e descendentemente e fazendo uma
vogal sustentada com intensificação no terço final da emissão.
COORDENAÇÃO PNEUMOFONOARTICULATÓRIA
PITCH
É a sensação auditiva que temos sobre a altura da voz, podendo ser classificado em
grave, médio ou agudo. Mede-se o pitchatravés de sistemas computadorizados de
análise vocal. Normalmente, no canto, o pitch eleva–se, pois há uma busca das
cavidades superiores de ressonância que acaba levando para a agudização do pitch,
muitas vezes camuflado por uma hipernasalisação.
LOUDNESS
Tem relação com a percepção do volume da voz e deve ter com o tipo de ambiente em
que a voz está sendo emitida. Pode ser classificado em forte, fraco e adequado. Na voz
cantada, deve-se lembrar do ambiente e da utilização da aparelhagem de amplificação
sonora. O cantor pode não possuir uma boa aparelhagem de som ou retornos eficientes,
fazendo com que produza uma voz cantada com muito volume, e solicitando ao seu
corpo que produza um apoio muito potente para que não ocorra sobrecarga das pregas
vocais. O cantor popular normalmente não precisa utilizar um volume maior para cantar
pois possui um bom sistema de amplificação. O cantor de coral emprega muitas vezes
excesso de volume para poder se escutar dentro do coro. O cantor lírico procura explorar
todas as suas caixas de ressonância, todo o seu potencial respiratório para atingir o
quarto formante e assim ser ouvido junto com a orquestra que o acompanha. A voz
transforma-se, neste momento, em mais um e único instrumento.
RESSONÂNCIA
A articulação pode ser precisa, imprecisa, travada, exagerada, pastosa ou aberta. Estas
características podem se combinar aos pares mas não de maneira fixa. Pode-se por
exemplo, encontrar uma articulação travada e precisa assim como uma aberta e
imprecisa. Nem sempre abrir mais a boca para cantar melhora a articulação das
palavras. Pode sim projetá-la muito mais.
ATAQUE VOCAL
O ataque vocal pode ser dividido em brusco, aspirado e suave, podendo ser observado
na fala espontânea. Normalmente o tipo de ataque se modifica da fala para o canto.
Existem pessoas que falam com ataque brusco, porém na hora de cantar optam pelo
estilo bossa-nova , que trabalha com um ataque mais suave.
RITMO
É um aspecto que avaliamos apenas na voz falada, pois na cantada dependerá do estilo,
melodia e harmonia da música e da maneira como o cantor interpreta a canção. Na fala
usamos um ritmo lento, acelerado, muito acelerado e adequado.
TESSITURA
A tessitura e a extensão são dois aspectos a serem avaliados apenas na voz cantada.
Quando o cantor disfônico tem queixa apenas na voz cantada não há necessidade de
avaliação dos dois aspectos. Pesquisar a tessitura do cantor, que seriam as notas
confortáveis dentro da sua extensão vocal, quando o cantor está totalmente disfônico, é
algo que não tem muito sentido.
Quando o cantor apresenta a queixa de dificuldade nos agudos ou quebra de sonoridade
na passagem, solicita-se que emita a escala completa para se avaliar a dificuldade, mas
não há como classificar definitivamente a região onde esse cantor deve produzir sua voz
cantada sem esforço ou prejuízo do trato vocal, pois a hora da avaliação é um momento
atípico. Conforme o trabalho fonoterapêutico evolui deve-se rever a tessitura, assim como
a extensão vocal.
A classificação vocal das vozes masculinas em tenor, barítono e baixo e das femininas
em soprano, mezzo-soprano e contralto têm relação com o canto lírico, é muitas vezes
empregada no canto popular, porém mais para auxiliar na definição da tessitura do que
para classificar uma voz dentro de um repertório específico. Considerando-se as formas
diferentes de configuração glótica do canto popular para o lírico, não acredita-se na
importância dessa classificação para o canto popular.
REGISTRO
É o modo de vibração variado das pregas vocais de acordo com vários pitchs,
fornecendo diferentes qualidades vocais que são chamados de registro, que nada mais é
do que a produção de freqüências consecutivas que se originam da mesma maneira da
freqüência fundamental. Deve ser avaliado apenas na voz cantada, pois trata-se de um
conceito dividido em registro basal (fry), modal (peito e cabeça) e falsete.
BRILHO
Tem relação direta com o uso das cavidades de ressonância e a produção de formantes.
Quanto mais amplo for o uso dessas cavidades maior será a riqueza de harmônicos
amplificados, fazendo com que a voz pareça cheia, preenchendo todo o ambiente.
A posição da laringe no pescoço é responsável pelo colorido do som produzido. No bel
canto, com a laringe baixa, temos um som mais límpido e alegre, enquanto no canto
dramático, com laringe alta, o som é escuro mas cheio de nuanças.
PROJEÇÃO
Termo advindo do canto, mas muito utilizado no meio teatral e em oratória. Tem relação
direta com respiração, pressão subglótica e superiormente com a boca aberta. Não é
possível se ouvir um cantor com projeção com a articulação totalmente travada. Na
avaliação deve-se evitar termos qualitativos (boa projeção/péssima projeção). Deve-se
gravar a voz do cantor para registro, solicitando sonorizações específicas, como vogais
(/a/e/i/) prolongadas, escalas ascendente e descendente em stacattoe ligatto, fala
encadeada (dias da semana, meses do ano) e conversa espontânea.
Havendo gravações antigas e recentes, é interessante ouví-lo para compreender o
processo de desenvolvimento da voz cantada. A avaliação in locco é fundamental para
comparar dados ao vivo, e para conhecer o ambiente de trabalho do cantor.
ALTERAÇAO DE VOZ NO CANTO – DISFONIA FUNCIONAL
CLASSIFICAÇÀO
Há várias propostas para a classificação das disfonias funcionais. Alguns autores
propõem abordagens mais amplas referindo-se aos mecanismos casuais e outros
baseiam-se nos aspectos clínicos-sintomáticos. É importante haver uma diferenciação
entre cada subgrupo de pacientes portadores de disfonia funcional.
Podemos classificar as disfonias funcionais em quatro tipos, que são: as disfonias
psicogênicas, a disfonia por habituação, o uso inapropriado de registro e as síndromes de
abuso vocal.
DISFONIAS PSICOGÊNICAS
Podem ser divididas em dois subtipos: as conversivas e as recidivantes. O padrão
recidivante normalmente é associado a um perfil psicopático e o conversivo, às
características histéricas e o aparecimento da alteração vocal é associado a algum fator
desencadeante. A qualidade vocal é caracterizada por afonia ou disfonia severa, com
sonoridade pobre. A laringoscopia pode ser normal ou evidenciar fenda glótica triangular
posterior(com redução da amplitude e assimetria da onda mucosa), ou ainda triangular
em toda a extensão(fenda pararela). Pode ser observada a constrição supraglótica
ântero-posterior parcial, projeção medial de pregas ventriculares ou inconsistência nos
achados laringoscópicos.
EDEMA DE REINKE
É uma lesão de aspecto edematoso e por vezes polipóide, o que lhe rendeu a
denominação de degeneração polipóide, ou ainda, pólipo edematoso de pregas vocais. É
geralmente bilateral, porém quase sempre assimétrica. Estende-se ao longo de toda a
borda livre das pregas vocais na maioria dos casos. Apresenta crescimento progressivo,
podendo obstruir completamente a glote com conseqüente asfixia, em seu estágio mais
avançado. Interfere na vibração mucosa contralateral e está freqüentemente associado
ao tabagismo crônico e, em menor escala, ao hipotireoidismo e ao refluxo
gastroesofágico. A fonoterapia pode reduzir a lesão em alguns casos, ainda que ocorra
melhora importante da qualidade vocal nos casos com lesões pouco exuberantes.
Entretanto, o encaminhamento posterior para tratamento cirúrgico é necessário.
A disfunção vocal geralmente é estável, de longa duração, e predomina no sexo
feminino. Os principais sintomas associados são fadiga vocal, alterações ressonantais e
extensão vocal reduzida. A qualidade vocal apresenta características de rouquidão,
compitch agravado, sonoridade pobre e quebras vocais.
ULCERAS E GRANULOMAS
São as únicas lesões orgânicas localizadas fora da borda livre das pregas vocais,
decorrentes de distúrbios funcionais da laringe. São associadas a processos
inflamatórios extralaríngeos ou secundários à entubação endotraqueal prolongada. Nos
casos funcionais, são provocados por trauma fonatório na apófise vocal das aritenóides,
em pacientes com importante tensão muscular laríngea e ataque vocal brusco.
Geralmente são lesões pequenas que comprometem o fechamento glótico. Quando são
de grandes dimensões, outras possibilidades diagnósticas devem ser aventadas.
O estabelecimento da alteração vocal é geralmente agudo(de dias a semanas), às vezes
intermitente por meses. Os sintomas mais freqüentes associados são odinofonia e fadiga
vocal.
A qualidade vocal manifesta-se sob forma de disfonia variável, com pitch grave e ataque
vocal brusco. A laringoscopia mostra ulceração do processo vocal uni ou bilateral, ou
granuloma, com hiperfechamento glótico posterior. Outros fatores observados em
pacientes portadores de úlceras ou granulomas são apoio respiratório pobre, uso de ar
residual, freqüente associação ao refluxo gastroesofágico, hábito de pigarrear e tossir e
abuso vocal.
CONCLUSÃO