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Estudo Panorâmico em Êxodo

1. Introdução

O nome do segundo livro do Pentateuco, ou Lei de Moisés, provém do título do Antigo


Testamento em grego ”ek ‘odos” que significa “um caminho para fora” ou “uma estrada para
fora”. O título é adequado porque a saída de Israel do Egito é o tema predominante do livro.
Na Bíblia Hebraica, o livro é chamado normalmente de “we’êlleh shemôt” que quer dizer “e
estes são os nomes”, é derivado das duas primeiras palavras do versículo inicial (1.1).

O Êxodo dá sequência ao registro da história antiga dos hebreus no Egito após a migração de
Jacó (1.1-7). O livro começa três séculos e meio depois do final do Gênesis. Não temos o
registro do que aconteceu nesse longo período de silêncio.

Êxodo relata a história de um dos maiores resgates efetuados por Deus: a fuga de Israel da
escravidão egípcia. Sob liderança de Moisés, os hebreus seguiram a ordem de Deus para deixar
o Egito e viajar à Terra Prometida. Ao longo do caminho, Deus confirmou sua aliança com o
povo e entregou-lhes sua Lei escrita, incluindo os Dez Mandamentos e instruções para a
construção do sagrado tabernáculo. Êxodo registra que Israel construiu o tabernáculo,
seguindo fielmente as instruções de Deus. Em resposta, Deus manifestou sua presença ali de
maneira especial.

Moisés é a figura chave das narrativas do Pentateuco, de Êxodo a Deuteronômio. Em todo o


Antigo Testamento ele é considerado o fundador da religião de Israel, promulgador da lei,
organizador das tribos quanto ao trabalho e à adoração, além de líder carismático.

Embora Moisés seja a personagem humana principal das narrativas do livro, a verdadeira
história é a da obra redentora de Deus ao livrar Israel da escravidão no Egito e estabelecer um
relacionamento de aliança com a nação. Esses atos de Deus indicam suas intenções de cumprir
as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó (Ex 3.7-16).

2. Autor, data e destinatário

O próprio Moisés foi o seu autor, e tudo indica que o escreveu no deserto, durante a
peregrinação, mais ou menos em 1688 a.C. Há quem afirme que Moisés o escreveu depois do
acidente de Cades – Barneia, no ano 39 da jornada. O livro foi destinado ao povo de Israel.

3. Propósito

Registrar os acontecimentos da libertação de Israel do Egito e seu desenvolvimento como


nação.

O propósito histórico de Êxodo é a preservação dos registros explicativos da transformação


dos israelitas em escravos no Egito, bem como seu livramento e presença no deserto do Sinai.
A narrativa do Êxodo liga as histórias patriarcais e história posterior da nação teocrática ao
tomar posse de Canaã (Ex 6.4).

Já o propósito didático do livro, inclui a instrução sobre a importância da manutenção do


relacionamento de aliança com Deus e a importância da lei como instrumento para moldar e
preservar a identidade de Israel como povo de Deus (Ex 23.20-23). Somente por meio da
obediência às estipulações da aliança, Israel poderia ser reino de sacerdotes e nação santa
para Deus, cumprindo seu destino divino entre as nações (Ex 19.5-6).
4. Versículos Chaves

Êxodo 3.7 – “Disse o Senhor: "De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito, e
também tenho escutado o seu clamor, por causa dos seus feitores, e sei quanto eles estão
sofrendo”.

Êxodo 3.10 – “Vá, pois, agora; eu o envio ao faraó para tirar do Egito o meu povo, os
israelitas".

Êxodo 19.5-6 – “'Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês


serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, vocês
serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa’. Essas são as palavras que você
dirá aos israelitas".

Êxodo 34.6-7 – “E passou diante de Moisés, proclamando: 'Senhor, Senhor, Deus compassivo e
misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o seu amor a milhares e
perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. Contudo, não deixa de punir o culpado; castiga os
filhos e os netos pelo pecado de seus pais, até a terceira e a quarta gerações'".

5. Panorama

Os acontecimentos registrados em Êxodo abrangem um período de 216 anos, de 1706 a 1490


a. C., isto é, da morte de José à construção do Tabernáculo (Ex 1.6; 40.1-38).
No Egito, o povo de Deus tendo uma vez sido favorecido na terra, é agora escravo. Deus está
prestes a libertá-lo.

6. Esboço

a. Breve Esboço

1. Israel no Egito (1-11)


2. Israel deixa o Egito (12-18)
3. Israel no Monte Sinai (19-40)

a. Leis de vida no Monte Sinai (19-24)


b. Leis de adoração no Monte Sinai (25-40)

(1) Projeto do Tabernáculo (25-31)


(2) Rebelião e renovação do pacto (32-40)
(3) Tabernáculo construído (35-40)

b. Esboço baseado nas histórias descritas

I. Israel no cativeiro (caps. 1,2).


II. Israel redimido (caps. 3 a 15.22).
III. Israel viajando ao Sinai (caps. 15.23 a 19).
IV. Israel recebendo a Lei (caps. 20-23).
V. Israel em adoração (caps. 24-40).

c. Esboço geral

A. Israel no Egito (1.1 – 12.30)


1. Escravidão no Egito
2. Deus escolhe Moisés
3. Deus envia Moisés a Faraó
4. Pragas atingem o Egito
5. A Páscoa

B. Israel no deserto (12.31 – 18.27)


1. 0 êxodo
2. A travessia do mar
3. A murmuração no deserto

C. Israel no Sinai (19.1 – 40.38)


1. A entrega da Lei
2. As instruções para o Tabernáculo
3. A Lei é quebrada
4. A construção do Tabernáculo

7. Conteúdo

7.1 Israel no Egito (1.1 – 12.30)

Quando os israelitas foram escravizados no Egito, Deus ouviu seus clamores e os


resgatou.
Aplicação: Podemos confiar que Ele ainda ouve o clamor do seu povo. Assim como
Deus libertou os israelitas dos seus captores. Ele também nos liberta do pecado, da
morte e do mal.

7.2 Israel no deserto (12.31 – 18.27)


Após cruzarem o Mar Vermelho, os israelitas tornaram-se briguentos e descontentes.
Aplicação: Com frequência, o mesmo acontece conosco, pois é fácil reclamar quando
algo vai mal. Os cristãos ainda passam por lutas, mas jamais devemos permitir que as
dificuldades e circunstâncias desagradáveis nos impeçam de confiar em Deus.

7.3 Israel no Sinai (19.1 – 40.38)


Deus revelou sua lei para os israelitas no Sinai. Foi através da lei que eles aprenderam
mais sobre Deus e como deveriam viver.
Aplicação: A lei é instrutiva para nós, pois expõe o nosso pecado e nos mostra o
padrão de Deus para a nossa vida.

8. Mensagem

A mensagem principal do livro é a respeito de Deus. O Deus que criou o Universo e tudo o que
nele existe (Gênesis), é o mesmo Deus que cria um povo, por meio de quem ele revelará a sua
vontade para a humanidade.
8.1. Deus é Salvador. Ele é o Deus que salva o seu povo da escravidão (20.1-2). Deus fez isso
em vários momentos. Primeiro, no Egito. Muitos séculos depois, em Is 40.3, o profeta anuncia
que Deus atravessará o deserto para mais uma vez livrar o seu povo da escravidão. Esta é a
passagem citada no começo do Evangelho de Marcos (1.1-2), quando se anuncia a vinda do
Salvador, Jesus Cristo.
8.2. Deus é Santo. “Quem é santo... como tu?”, cantam Moisés e os israelitas (15.11). A
santidade de Deus é a sua maneira de ser. Isso quer dizer que ele é separado de tudo o que é
pecaminoso e imperfeito. O lugar onde ele fala com Moisés é sagrado (3.5); o Monte Sinai é
santo (3.1; 4.27); o sábado é santo (20.8-11); e a Tenda Sagrada, onde ele habita com o seu
povo, é santa (40.9-10).
8.3. O povo de Deus é santo. Deus diz aos israelitas: “Vocês são um povo separado somente
para mim e me servirão como sacerdotes” (Ex 19.6; 1Pe 2.9). A santidade do povo de Deus é
separar-se dos povos pagãos e dos seus costumes e pertencer somente a Deus, sendo
totalmente fiel a Ele (Lv 11.45).
8.4. Deus é Exigente. O primeiro mandamento é este: “Não adore outros deuses; adore
somente a mim” (20.3). E Deus diz também: “Não adorem nenhum outro deus, pois eu, o
SENHOR, me chamo Deus Exigente e exijo que vocês adorem somente a mim” (34.14). Quem
desobedecer a esse mandamento será castigado (20.5-6; 34.6-7).

9. Conclusão

Oprimido pelos egípcios, Israel necessita de libertação. Deus provê essa libertação. Tendo sido
salva, a nação necessita de uma revelação de Deus para orientá-la na conduta e na adoração
de sua nova vida. Deus lhe dá a Lei. Convencidos do pecado pela santidade da Lei, os israelitas
sentem a necessidade de sua purificação. Deus provê os sacrifícios. Tendo uma revelação de
Deus, o povo sente a necessidade de culto à Sua pessoa. Deus lhe dá o Tabernáculo e
estabelece um sacerdócio.

10. Oração

Senhor Deus, em Êxodo aprendemos sobre a história de um povo salvo pelo sangue, amparado
pelo sangue e tendo acesso a Deus pelo sangue. Por causa do sangue de seu filho Jesus Cristo,
vertido por nós na cruz do Calvário, nós também estamos livres! Agradecemos-te eternamente
pelo seu grande amor. Amém.

11. Questões

1. Faraó ordenou que todas as crianças recém nascidas do sexo masculino fossem
jogadas no rio Nilo, só deixando viver as meninas. O que motivou Faraó a tomar
essa decisão?

( A ) Os meninos Israelitas eram mais bonitos que os egípcios.


( B ) Porque os Israelitas não aceitavam se tornar escravos.
( C ) Porque os Israelitas estavam se tornando mais numerosos que os egípcios.
( D ) Porque queriam desafiar o Deus de Israel por causa das pragas.

2. Por que Moisés fugiu para Midiã?

3. Liste os Dez Mandamentos.

12. Bibliografia

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.


Bíblia de Estudo Esquematizada. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012.
Bíblia de Estudo Devocional: Max Lucado. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
Bíblia de Estudo Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil,
2005.
DIAS, J. Estudo do Livro de Êxodo. Disponível em: < http://www.santovivo.net/page414.aspx>.
Acesso em 19 de março de 2017.
LIVINGSTON, George Herbert; COX, Leo G. et al. Comentário Bíblico Beacon: Gênesis a
Deuteronômio. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia: Livro por Livro. 2. Ed. São Paulo: Editora Vida, 2006.
RICHARDS, Lawrence C. Comentário Bíblico do Professor: um guia didático completo para
ajudar no ensino das Escrituras Sagradas do Gênesis ao Apocalipse. São Paulo: Editora Vida,
2004.
RICHARDS, Lawrence C. Guia do Leitor da Bíblia: uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo
por capítulo. 8 Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
SILVA, José Apolônio da. Sintetizando a Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 1984.
UTLEY, Bob. Estudos no Antigo Testamento. Marshall, Texas, USA: Lições Bíblicas
Internacional, 2003.
LASOR, William S; HUBBARD, David A; COX, BUSH, Frederic W. Introdução ao Antigo
Testamento. 2 Ed. São Paulo: Vida Nova, 2002.

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