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Poesia popular
Barrocal
Ó meu rico S. João
És um santo popular
Teu retrato está na fonte
Todos os dias te vou visitar.
É bolos e aguardente
Cá tenho as minhas razões
Gosto muito de cantar
Porque nasci em dia de Camões
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Oh! Senhora do Cardal
Tu tens um mantinho azul
Cá se faz a tua festa
Antes do Bodo de Abiúl
O sr Paço Bandeira
Isto é tudo muito dele
Fé sobre a madrugada
Joga-se o fogo no castelo
PAULO ALEXANDRE BAPTISTA DA SILVA 4
COSTUMES E DIÁLOGOS – ASSOCIAÇÃO CULTURAL
VICENTES
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A vergonha estava
Nas pontas de uma couve
Veio uma cabra roeu-as
Ficou sem vergonha nenhuma.
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PONTE DE ASSAMAÇA
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ARROTEIA
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MONTE DA CAVADINHA
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COTROFE
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SANTIAIS
O lugar de Santiais
Corrido de telha a telha
Quem lá for tomar de amores
Um dia torce a orelha
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Mais um caso se deu
No concelho de Viseu
Que toda a gente abismou
A infeliz Anabela
Sendo ainda uma donzela
Trabalhava na costura
E era já noite escura
Quando a casa regressava
P’ró caminho ser mais perto
Metia por um deserto
E um pinhal atravessava
Pensando no casamento
Seguia no momento
Ana despreocupada
Pareceu-lhe um ruído ouvir
Logo pensou em fugir
Já não ia sossegada
BARRINHO
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Aqui estou á tua porta
Com o meu feixinho de lenha
Estou à espera de resposta
Que da tua boca me venha
***
PALHAÇA—Décima da azeitona
CARVALHAL DE ALÉM
E da Rouba à Tojeira
E do Fétil à Salgadeira
É um tapete de verdura
Olha para ali
Se vocês quiserem
Que temos além a Palhaça
Que nos dá a sua graça
Com risadas verdadeiras
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Chamava-se Deozinda
Essa jovem pura e linda
Que o destino malfadou
Era ainda uma criança
Quando cheia de esperança
De Silvino se enamorou
CARTA DE DEOZINDA
JUNQUEIRA
LAMEIRINHA
ANDRÉS
Se eu fosse cigarro
Na boca do fumador
Andava sempre brilhando
Na boca do meu amor
SANTIAIS
Velho:
Ó que linda esta dama
Tão corada que ela está
Isto é cor de menina
Ou pintura que lhe dá
Desde que vim do Brasil
Ainda não vi outra porca
Menina:
É porque o senhor não vê bem
Aonde a vista não vai
Muito que eu lave o rosto
Esta cor daqui não sai
Mesmo que esfregue o lenço
O Carmo também não cai
Velho:
Então a cor natural
Que suas faces rosadas têm
Vou-lhe fazer um pedido
Velho:
O mar é uma brincadeira
Não custa nada a passar
Até dá gostosa gente
Quando vai a balançar
E lembram-me certas coisinhas
Quando me ponho a pensar
Menina:
O senhor diz muito bem
Mas eu partir não quero
Faça lá essa viagem
Que eu cá por si espero
Eu para o Brasil não vou
Foi conselho que me deram
PAULO ALEXANDRE BAPTISTA DA SILVA 29
COSTUMES E DIÁLOGOS – ASSOCIAÇÃO CULTURAL
Velho:
Vem comigo não te importes
Que o Brasil é muito catito
Eu apenas lá chegar
Dou-te logo um periquito
E também te dou um macaco
Que esse é que é mais bonito
Menina:
Evita de me prometer
Com isso não me leva lá
Dos periquitos que eu gosto
Também há muitos por cá
Mais bonitos e com mais força
Que o Brasil não tem lá
Velho:
Por eu ser doutra idade
Ninguém de mim faça troça
Sou um velho de bom tempo
E lidei com elas na roça
E nunca foi meu costume
Fazer trabalhos que não possa
Menina:
Eu fui sempre muito esquisita
Eu fui sempre muito forte
Mas tenho de comer e beber
Não tenho com que me importe
Mas vou fazer muitas festinhas
Ao macaco do velhote.