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J. J.

Gremmelmaier

Pedro Rosa
Aventuras em um Mundo
Distante, ao Lado
2

Primeira Edição
Edição do Autor
Curitiba
2018

1
Autor; J. J. Gremmelmaier Ciguapa, Magog, João Ninguém, Dlats e Olhos de
Melissa, entre tantas aventuras por ele criadas.
Edição do Autor Ele cria historias que começam aparen-
Primeira Edição temente normais, tentando narrativas diferentes,
2018 cria seus mundos imaginários, e muitas vezes vai
interligando historias aparentemente sem ligação
Pedro Rosa nenhuma, então existem historias únicas, com
Aventuras em um Mundo Distante, ao Lado - 2 começo meio e fim, e existe um universo de
----------------------------------------------------- historias que se encaixam, formando o universo
de personagens de J.J.Gremmelmaier.
CIP – Brasil – Catalogado na Fonte Um autor a ser lido com calma, à mesma
------------------------------------------------- que ele escreve, rapidamente, bem vindos às
Gremmelmaier, João Jose 1967 aventuras de J.J.Gremmelmaier.
Pedro Rosa - Aventuras em um
Mundo Distante, ao Lado - 2, Romance
de Ficção, 695 pg./ João Jose Grem-
melmaier / Curitiba, PR. / Edição do
Autor / 2018
1 - Literatura Brasileira – Roman-
ce – I – Titulo
-------------------------------------------------
85 – 62418 CDD – 978.426

As opiniões contidas neste livro são dos


personagens e não obrigatoriamente asseme-
lham-se as opiniões do autor, esta é uma obra de Pedro Rosa
ficção, sendo todos ou quase todos os nomes e Aventuras em um Mundo Distante, ao Lado - 2
fatos fictícios. Este conto faz parte da historia de
©Todos os direitos reservados a
Pedro Rosa, em uma realidade paralela, em
J.J.Gremmelmaier
É vedada a reprodução total ou parcial
sua segunda parte.
desta obra sem autorização do autor.
Sobre o Autor;
Agradeço aos amigos e colegas que
João Jose Gremmelmaier, nasceu em Cu- sempre me deram força a continuar a escre-
ritiba, estado do Paraná, no Brasil, formação em ver, mesmo sem ser aquele escritor, mas
Economia, empresário por mais de 15 anos, teve como sempre me repito, escrevo para me
de confecção de roupas, empresa de estamparia, divertir, e se conseguir lhes levar juntos
empresa de venda de equipamentos de informá- nesta aventura, já é uma vitória.
tica e trabalhou em um banco estatal.
J.J Gremmelmaier escreve em suas horas Ao terminar de ler este livro, em-
de folga, alguns jogam, outros viajam, ele faz preste a um amigo se gostou, a um inimigo
tudo isto, a frente de seu computador, viajando se não gostou, mas não o deixe parado, pois
em historias, e nos levando a viajar juntos. Ele livros foram feitos para correrem de mão em
sempre destaca que escreve para se divertir, não mão.
para ser um acadêmico. J.J.Gremmelmaier
Autor de Obras como a série Fanes,
Guerra e Paz, Mundo de Peter, Trissomia, Crôni-
cas de Gerson Travesso, Earth 630, Fim de Expe-
diente, Marés de Sal, e livros como Anacrônicos,

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Pedro Rosa
Aventuras em um Mundo
Distante, ao Lado
2

J. J. Gremmelmaier

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Pedro tem de terminar alguns caminhos para
tentar entender a sua história, ele começa a mu-
dar por dentro, às vezes, mostrando um lado di-
ferente. O encarar do crescer, como pessoa, en-
frentar a justiça, as armações e tentar conquistar
corações. Às vezes a genialidade, as vezes as
incertezas. Induzindo inimigos a virarem amigos,
políticos a reagirem, enquanto ele chega ao fim
do ano finalmente.

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Pedro olha Rita descer e olha para a região a
frente, domingo, tudo lhe indicava problemas, e
parecia quase incontrolável aquela sensação de
controle sobre os demais, ele gostava de sentir a
pessoa dependente, e queria fazer algo assim, sabia
que seus sentimentos pareciam mais estanhos, e
aquele sol, parecia dizer, problemas.
Ele olha o lugar e desce, olha para a parte ao
fundo, pega um veiculo elétrico e atravessa a passa-
rela entre as duas partes.
Chega a casa e olha para a irmã que o olha.
— A mãe disse que vai marcar um médico,
mas precisamos conversar.
Pedro concorda e olha a mãe na parte externa do hotel.
— Vamos correr um pouco hoje.
— Sabe o peso que está gerando?
— Mãe, tem de ver que já vou parar, mas hoje é caminhar e en-
frentar.
— O que vai fazer? Sabe que tem convidados.
— As vezes eles nem notam a minha saída.
— Não some.
Pedro tenta sorrir, mas ainda parecia doido, talvez o que mais
fazia ele pensar em Rita, era que diante dela, ele sorria mesmo sem
sentir.
Pedro olha para a irmã e fala.
— Vamos ver como as coisas estão.
— Vai subir? – Ciça.
— Sim, tenho meu escritório na parte alta, lembra.
— Certo, nem passei lá direito ainda.
— Uma sala para que eu pense nas coisas.
Pedro sobre e Renata o segue, ela estava olhando ele estranha e
chegam ao escritório e olha para a cachoeira de um lado, a parte das
obras a todo lado, era o andar mais alto do hotel na Pedreira, olha ele e
pergunta.
— Não entendi você ontem?
Pedro a olha e fala.

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— O que não entendeu, não era o que queria?
— Você foi carinhoso, mas...
Ela olha em volta, parecia muito publico aquilo, e estavam sozi-
nhos.
— Mas o que? – Pedro olhando a aura de duvida dela, se falava
ou não o que queria.
— Não era você que dizia que não era certo – Ela olha ele sério –
você abusou de mim ontem.
Pedro a olha e fala seco, ele as vezes esquecia de ser simpático,
mas foi para não dar chance de outra interpretação.
— O que não entendeu de ontem, pois parece que mudou algo
de ontem para hoje, me explica mana.
— Era para outro objetivo, não para... – Aquela aura de duvida
deixava Pedro curioso.
— Mana, eu preciso de ajuda, e tem de entender, ou vai estar ao
lado ou não vai estar.
— Disse que me ajudaria a cuidar das crianças que vem ai e me
seduz logo após.
— Quem invadiu meu banho não fui eu.
— Aquilo era outra coisa.
— Certo, como você quer que seja Renata Guerra Rosa?
— Eu não gosto muito de meninos, e me seduziu.
— Está grávida e não gosta de meninos? – Pedro a encarando
sério, tentando entender.
— Eu queria uma fuga, acho que isto me transformava em fácil,
mas pensei que você não gostava de meninas.
Pedro era menor que a irmã, e isto o fez chegar perto e ela recua
um pouco, ele sorri e fala passando para a mesa e fala.
— Iria perguntar coisas que não achava que você entendia, mas
parece com medo de mim.
Pedro senta a mesa e liga o computador, olha um terreno que
tinha comprado na região do Tingui em Curitiba, e olha para o terreno,
ele pega um balde de areia a ponta e olha a mesa ao fundo, olha a
impressora ao fundo e imprime um mapa imenso da região, estica na
mesa ao fundo, lembra das subidas e descidas dos terrenos laterais,
com o rio, e o mapa parece ganhar relevo, Renata viu ele pegar um
punhado de areia e derramar calmamente em uma ponta e a areia
esticar como se fosse uma estrada interna, ele depois fez o movimento

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sobre a linha de divisa, em Curitiba, as pessoas olham aqueles carros
parando e colocando tapume a toda volta, para dentro do terreno, um
muro de 4 metros surgia a toda volta, com guarita acima disto de 100
em 100 metros.
Pedro pega um punhado a mais, olha a tela do computador e
imagina a casa, com três pisos, sala baixa, cozinha, banheiros, escritó-
rio, salão de festas, quadra de esportes, piscina, segundo piso, sala de
musica, 6 quartos, terceiro piso, 4 imensos quartos, ele foi pensando,
derramando a areia e as paredes foram surgindo na replica e para den-
tro do terreno em Curitiba.
Ele levanta 4 casas, bem semelhantes, na parte externa, ele le-
vanta uma área comum de festas, uma pista olímpica para exercícios,
uma piscina olímpica. Começa a pensar nos canteiros, nas estruturas
internas, e bem no fundo, começa a derramar areia e uma casa maior
surge lá, Renata olha aquilo e fala.
— Vai construir tudo isto?
— Nossa casa em Curitiba.
— Porque todas as casas?
— Tenho de acomodar seres lá?
— Seres?
— A paz entre eu e os Curupiras, me gerou em tese, pois nin-
guém sabe, o compromisso com 12 seres como eles.
— Está falando serio?
— Me ajuda mana?
— Mas...
Pedro dá a volta na mesa e senta na mesa, o que lhe deixava um
pouco mais alto e fala.
Pedro mede a irmã, biquíni e uma tanga e fala.
— Chega aqui, para de frescura.
Renata sorri e fala.
— Vai mudar de postura?
Pedro olha serio para ela.
— Sabe que não, mas não entendo de algumas coisas, e parece
que todos acham que tenho de entender de tudo.
Renata sorriu e chega perto, se ele não atacou ela iria provocar,
ele sorri e fala.
— Tem de cuidar mana, tem duas crianças ai dentro.
— As vezes tenho vontade de sair rápido e vomitar tudo.

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— Por isto tem de ir ao medico, ele vai lhe indicar o que provoca
mais ânsia e começar a verificar se eles estão bem.
— Acha que tenho de ter.
— Sim.
— E aquela demonstração com as mãos?
— Aquilo está dentro de mim, não sei, algo haver com a mistura
genética de nosso pai e nossa mãe, e não é fácil de entender isto.
— E vai encarar com naturalidade o que a mãe esconde de to-
dos, até nega diante de mim?
— Ela está viva por isto Renata, ela teria morrido em Angola se
não fosse isto.
— Ela parece correr feliz nesta sua criação.
Pedro olha para a irmã e fala.
— As vezes, temo esta ideia de ter de tanta responsabilidade, e
sei que muitos me olham como algo a desmascarar.
— E está namorando ou não?
— Mana, tem de entender, nem sempre me contenho, mas ain-
da não sei como me portar a uma cama, e não sei, vocês parecem só
pensar nisto.
— Aquele toque na barriga de ontem foi bem estranho, parecia
transmitir paz.
— Acho que ainda não sei o que é paz para senti-la.
Pedro fica de pé e olha para cima e fala.
— Aquele projeto, é de uma casa em Curitiba, mas eu ainda vou
morar no Rebouças, certo que sempre chamei de Capanema.
— E vai me convidar a morar lá?
— Somente se voltar a estudar mana, tem de crescer aqui. – Pe-
dro aponta a cabeça da irmã.
— Não consigo manter a atenção, sala de aula não é meu lugar.
— E como gosta de aprender então?
— Não sei, não gosto mesmo de estudar.
Pedro olha que teria um problema e fala.
— Vou pelo jeito ter de arrastar minha maninha por ai.
Ela olha com malicia e fala.
— Sabe que nem sempre me comporto, e quando resolvo não
me comportar, às vezes me dou mal, acabei grávida assim.
Pedro olha os prospectos e olha os rapazes baterem a porta, ele
olha para a mesma e fala.

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— Entrem.
Eles trazem aquela maquete da parte de baixo e um fala.
— Tem gente lá embaixo lhe procurando menino.
— Já descemos, mas quem está lá?
— Não conheço, mas parecem mal humorados.
— Domingo e mal humorados, até parece eu me olhando no es-
pelho, mas já desço.
Pedro ajeita uma mesa e eles colocam ali, ele apoiou com uma
segunda mesa e quando os rapazes saíram, ele desenha uma estrutura
por baixo entre as duas mesas e olha aquela imensa maquete e fala.
— Deixa eu ajeirar as coisas antes de ver a bronca.
— Acha que vem problemas?
— Sempre.
Pedro arruma algumas coisas e passa um recado para o rapaz da
portaria, para autorizar a subida.
Pedro olha para Renata e fala.
— Faz sala no hotel?
— Sim, pelo jeito não sabe o que eles pretendem.
— Já saberei.
Pedro senta-se e olha para o computador, começa a digitar uma
crônica e olha o rapaz anunciar dois rapazes.
A cara de descrença dos rapazes foi acompanhado de uma ten-
tativa de sorrir, mas ainda era instintivo o fechar da cara de Pedro após
tentar sorrir.
— Pedro Rosa?
— Sim.
— Acham que tem graça isto?
Pedro olha serio e fala.
— Se não querem falar com Pedro Rosa, pedissem para falar
com outra pessoa senhores, não entendo a urgência, é domingo.
— Temos uma denuncia de degradação de área de preservação
em Paranaguá, temos uma representação para retirada da área de um
aterro e de construções feitas lá sem permissão.
Pedro olha para os rapazes e fala.
— Desculpa, mas a reserva era referente a uma lei do município
de Paranaguá, e na segunda, foi alterada esta lei de zoneamento, não
vou retirar, e uma pergunta – Pedro pensa na ofensa – gordo desta
forma, é um ecologista de que merda, pois deve ser de classe media

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alta, os que mais geram lixo domestico neste país, que tal começarem a
preservar, contendo comida desnecessária.
Pedro viu a aura de revolta e o senhor olha agressivo.
— Não estou em julgamento, estamos entregando a determina-
ção do instituto ambiental.
— Sem problemas, querem que eu, Pedro Rosa assine?
Os dois ficam na duvida, e um pergunta.
— Não pode ser Pedro Rosa.
— Eu sou, mas a pergunta, a determinação veio para mim?
O rapaz viu que sim, eles esperavam um adulto e Pedro fala.
— Senhores, não vou parar por gente folgada de escritório, cada
determinação de vocês, vão ter uma resposta, e pode contar amanha
terá mais de 30 determinações contra o Instituto ambiental, por autori-
zações bem piores do que o que me acusam ter feito, sei que gente de
cidade faz de conta que é ecologista, ecologista que permite degrada-
ção e vem sobre quem produz dentro das leis, apenas pois acha que
está fora da determinação, não entende de nada além de achismo de
preservação.
— Acha que pode degradar e não vamos fazer nada.
— Acho que vou mandar a conta para a Sanepar da degradação
ecológica que as entradas de esgoto sem tratamento que a cegueira
seletiva deles gera. Mas vou pensar no que vou fazer, mas domingo,
desculpa, vieram passear e resolveram entregar uma determinação em
meu hotel?
— Podemos caçar seus alvarás se não cumprir a ordem lá.
— Se caçar um alvará dentro das regras locais, eu lhe processo
por abuso de poder, quando lhe exonerarem, não reclama.
Pedro olha o rapaz a porta ainda, pois Pedro não o dispensara.
— Conduz para fora, eles já entregaram a determinação, e não é
área ainda aberta ao publico para deixar turistas passeando.
Pedro olha a determinação e passa para Vaz em Curitiba, mas
esperava uma posição apenas no dia seguinte.
Pedro passa um pedido de nova autorização dentro das novas
regras para a prefeitura de Paranaguá.
Quando Pedro desceu, indo para o hotel ao lado, viu os fiscais a
entrada, eles pareciam buscar um motivo, estranhava isto, mas ele
provocou o brio deles, queria saber antes da inauguração se tinham
furos.

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Pedro chega a parte do Hotel e olha para a irmã olhando para as
meninas e olha para a pequena Cristiane parar ao seu lado e perguntar.
— Você é dono de tudo isto mesmo?
— Por incrível que pareça, sim.
Pedro sobe ao quarto e olha para todos os lados e olha para a
baia, onde uma região estava com grandes guindastes flutuantes, se via
eles se preparando em pleno domingo, ainda preparando via estudos
onde iriam as estacas a toda volta.
Viu a imensa draga chegar ao fundo, estavam todos se prepa-
rando para agir, ele começava a fase três de seus projetos, e sabia que
cada vez que avançava, tinha problemas.
Ele desce e olha Ma, arquiteto Chinês parar ao seu lado e lhe es-
ticar o prospecto para a praia de Guaratuba, ele pega ele e coloca so-
bre a mesa e abre.
Ele olha com calma, estranhava eles ainda por perto, mas o que
mais estranhava era a tensão do rapaz.
— Acho que estamos começando algo realmente incrível agora,
mas parece relutante Ma.
Ele sorri e fala.
— Tem de considerar que estamos em área que tive de ir conhe-
cer para entender a dinâmica, quando projetou a parte para esta cida-
de, ficamos tentando fazer melhor.
— Se for possível a cada vez melhorar e concertar os defeitos,
com certeza vamos tentar.
— Acha que ficou bom? – Ma.
— Sim, posso mandar fazer as formas para estas estruturas?
— Não entendo ainda a dinâmica que usa, mas vi que constrói
com uma pratica e estrutura muito boa, mas sim, apenas vou bancar o
chato se estiver errado.
— Sem problemas, estamos aqui para fazer o melhor, não o pior,
e sei ser chato com alguém que me entrega algo errado.
Pedro sobe e coloca o projeto em uma das mesas e volta a des-
cer.
Pedro olha Rita chegar ao seu lado e falar.
— Não cuidamos ontem.
— Tá linda.
Ela sorri e fala.
— Pelo jeito estava trabalhando.

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— Fiscais do Instituto Ambiental.
— Problemas?
— Querem me parar com multas, em Paranaguá.
— E vai parar?
— Não, eles vão tentar embargar parte, eles não entendem, eles
podem tentar, mas sou mais chato que eles.
— Por quê?
— Fiz um projeto, ele se completa por uma serie de prédios eco-
logicamente ativos, obvio que neste ponto se olha apenas as estruturas
de concreto e aço, mas a estrutura gera até 5 vezes por metro quadra-
do natural em área verde.
— E eles não viram isto ainda?
— Me multaram, sem olhar o projeto, eles dizem que não posso
criar algo ali.
— Tem de me apresentar estes lugares, um a um.
— Com calma. – Pedro abre o notebook.

— O que faz ai?


— Quando se decide instalar uma parte nova de uma cidade,
mais de 150 prédios, em um anexo distante dos olhos, sempre tem um
ambientalista que se pergunta, como o paramos?
— De que parte está falando?
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— Da parte entre os dois portos, em meio ao mangue.
— E acha que eles lhe param?
— Estava ainda terminando a parte estrutural, eles não enten-
dem, aquilo é uma estrutura única, mas amanha eles vão ao local e vão
procurar a construção.
— E como eles não a veriam?
— A determinação era tirar da parte do mangue, tirei, agora está
na baia.
— E como faz isto assim facilmente?
— Nunca é fácil, mas não quer dizer que muitas coisas são feitas
para que estas coisas aconteçam, mas como ninguém vê, alguns dizem
ser milagres da tecnologia.
— E vai fazer o que ali?
— Apenas pouca coisa vai ser minha em dois anos, prazo esti-
mado para a venda total do local, será só 4 hotéis, dois shopping, e um
prédio pessoal, nada de mais.
Rita sorriu e pergunta.
— E nem um tênis descente?
Pedro olha o tênis no pé, sorri sem graça, olha para as pessoas
se divertindo e fala.
— Às vezes temo o futuro, eu não sei ainda o que quero ser da
vida, e investi em pesos, as pessoas querem liberdade, eu quero me
sentir bem onde estiver.
— E cria lugares assim?
— Ainda não sei criar locais assim, ainda contrato arquitetos e
engenheiros, mas sim, este é um dos caminhos que posso trilhar, um
deles.
— Um deles? – Rita querendo ouvir os planos do menino.
— Tenho de pensar em uma forma de implementar o sistema
que criei, deve sair o registro nos Estados Unidos a semana que vem,
depois de amanha, então um caminho seria ser Programador, outro,
Designer de Joias, mas poderia ser apenas o Pedro.
— Apenas?
— Sim, tenho 13, aniversario no fim do ano, parece que não
combina com o que falam deste Pedro Rosa, ouvi estes dias a descrição
dele em uma empresa de Designer Paulista, e fiquei pensando naquela
definição.
— Porque pensou?

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— Porque pela primeira vez ouvi algo, sabendo que a pessoa sa-
be que é uma criança, sabendo como sou, definição de quem acha ser
algo, já que meu marketing mostra alguém mais velho, então muitos
acham que sou algo bem diferente, teve até outra revista que tenta
adivinhar quem são os empresários por trás desta empreitada chamada
Hotéis Rosa.
— E não se preocupa com isto?
— Sou péssimo nesta coisa de fazer política, odeio ter de formu-
lar minhas ideias pensando nas leis, acho que tenho de crescer para
entender que eles tem direitos de reclamar.
Rita sorriu e falou.
— Não ouve eles?
— Se tivesse ouvido que não me queria mais, estaria sozinho
agora. – Pedro a olhando.
— Dizem alguns que você recuando gera pânico, avançando, os
inimigos fogem.
— Quem dera, eles fogem até me olharem.
— E o que faremos hoje?
— Estou esperando as reações, não sei ainda o que vai aconte-
cer, mas as vezes, as pessoas acham que quero algo pequeno, mas
ainda pensando em como me instalar.
— Onde?
— Praia Grande, Cananeia, Jacupiranga, mas tenho medo de mi-
nhas ideias, as vezes me assusto com elas.
— Porque tem medo de suas ideias?
— Eu pretendo ter um pequeno estaleiro em Praia Grande, um
pouco maior em Cananeia, e uma Metalurgia em Jacupiranga.
— Não entendi.
— Eu preciso conseguir fornecer para mim mesmo o que pre-
tendo, não dá para achar que sempre vou conseguir comprar da China
a preço barato, este foi o método Americano do século 19, tirando
muita concorrência mundial, hoje a China faz isto, mas primeiro, quero
os empregos aqui, gerando o que aconteceu na América de hoje, e
começa aos poucos acontecer na China, o desenvolvimento de um
mercado interno forte, mas sempre digo que a escolha não pode ser de
um, tem de ser do todo.
— E quer fazer sua parte?

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— A cidade ao fundo, pois estamos na do lado embora não pare-
ça, quero independente em 4 anos, em energia elétrica renovável,
sistema de coleta e tratamento para aguentar os inchaços de verão,
independência financeira, e que seja um local agradável de viver, traba-
lhar e visitar.
— E para isto precisa de coisas longe daqui?
— Pensa que semana que vem, vão começar a instalar os primei-
ros maquinários da maior empresa de processamento de alumínio em
Antonina, e ninguém está olhando, dentro de duas semanas, eles vão
entregar vindo da China, 12 guindastes de porto, 12 vindos da Flórida e
dois da Argentina, dois da Holanda e 4 da Inglaterra, então começo a
acelerar a ligação ferroviária para os portos, para poder os inaugurar,
ainda em capacidade inicial de trabalho.
Pedro olha em volta.
— Sei que meus assuntos são chatos.
— Parece pensar enquanto fala.
— Sim, imagina você estar construindo um barracão imenso, pa-
ra construção de aviões de tamanho médio, pois o que eles chamam de
grandes, eu acho gigante, mas aviões de passageiros de 120 lugares, e
preciso da empresa de alumínio e a metalurgia funcionando para co-
meçar a operar, começando a olhar prospectos de aeronaves.
— Vai fabricar aviões?
— Aviões, Navios, Trens e carros Elétricos.
— Acha que tem mercado?
— Tenho um comprador inicial, eu.
— Certo, precisa de algo assim?
— Sim, preciso de algo assim, e pretendo dispor dos meus por-
tos secos em toda capital que consigo entregar por mar, para poder
mandar para lá e de lá entregar para a região a volta.
— E pelo jeito acha que terá mercado.
— Começamos a operar, a menos da metade da estrutura Rita,
em 2 meses eles devem me entregar vindo dos mesmos locais, outras
38 estruturas, para terminar apenas a parte portuária que estamos
começando a dispor, então estou começando a pensar no que vamos
vender, comprar, impor como caminho, quando fiz questão da ligação
rodoviária com a 116 dos portos, era para ser opção de quem importa
e exporta em São Paulo, quando me proponho a por um porto seco em
Jacupiranga, um em São Jose dos Pinhais e um em Garuva, é para não

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precisar deixar perto, mas já ter estrutura a volta para distribuição do
que chega, se eu pegar produtos em Manaus e os transportar para cá
por navio, terei o melhor preço de distribuição de alguns produtos.
— E acha que consegue?
— Olha em volta, a dois meses, isto era apenas um mangue.
Rita sorriu e olha ele sorrindo, Pedro sorria um pouco mais ao
lado dela, ela poderia achar ele ainda triste, mas ela não viu como os
demais ele.
— E estamos namorando?
— Eu estou lhe namorando, você não sei ainda. – Pedro.
— Acha que isto vai dar resultado?
— Parte já abrimos, parte vamos inaugurar no feriado de sete de
Setembro, a já aberta está lotado até Setembro, já temos reservas
iniciadas para Dezembro, metade de toda a estrutura a volta, e ainda
quero inaugurar parte dos complexos em novembro.
— Parte?
—Sim, pois algumas como a que fiz um acordo com a Globo para
uma novela, e o complexo de hotéis na baia com o atracadouro para
Transatlânticos, mas ainda não tenho nem como oferecer o local a
empresas que fazem este serviço, pois nem está lá ainda.
Pedro coloca outra imagem e fala.
— Temos de ampliar o tratamento de água e de esgoto da cida-
de, todo o prospecto da cidade para a Praia Grande, Brejatuba, ainda
não me acostumei com este nome, dai na Barra do Sai, vamos montar
um forte, hoje vai ser apenas algo novo, mas com o tempo, deve passar
a ser um ponto de turismo a visitar, o forte, com a estrutura de um
museu, com estrutura para banhistas e turistas.
— E fica pensando enquanto os demais pulam na piscina.
— Tem de considerar que para eles é novidade.
— E aqueles seres estranhos?
— Algo que ainda tenho de me inteirar do problema.
— E vai se misturar?
— Já chega o pessoal da comida, dai me misturo um pouco.
— Meu pai tem medo de você.
— Sinal que para ele, o que vale é minha fama, não este pirralho
que está ao seu lado.
Caroline chega ao lado e abraça Pedro e fala.
— O que tanto conversam?

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Rita olha pra a amiga e fala.
— O que ele vai fazer quando se livrar de nós, trabalhar, traba-
lhar e trabalhar.
— Ele constrói coisas lindas assim Rita, tem de considerar que is-
to é algo que poucos a volta fazem.
— Sim, mas falamos dele e ele fica sem jeito.
— E vamos o arrastar a piscina?
Pedro sorri e viu Carol o erguer e caminhar até a piscina e jogar
lá com tênis e tudo, ele engole agua e olha as duas a beira, sorri sem
graça.
Carol chega a piscina e olha para os pais, tenta ser discreta, e fa-
la.
— Em publico temos de nos controlar. – Ela olhando Rita.
— Ele tenta sorrir, mas parece preocupado.
Pedro senta-se e tira o tênis e coloca a beira da piscina, olha pa-
ra Roseli falando com Kelly, estranho ver aura de ciúmes de Roseli, não
entendeu, mas Moreira olhava ao longe, e Kelly olhava o senhor, teria
de conversar com Roseli.
Olha Sergio conversando com o prefeito de Matinhos, o prefeito
de Guaratuba estava ali, Cecílio conversava com uma moça, e com
Vincent, alguns em família, como os Frota, os Ribeiro, Ma e o seu grupo
de arquitetos estavam a ponta conversando sobre algo, um grupo co-
meçando a se formar, e Pedro teria de ampliar ele para que funcionas-
se.
Ele sorri vendo as duas meninas sentarem a seu lado e Carol fa-
lar.
— Sabe que tem um jeito de conquistador menino?
Pedro a olha intrigado.
— Eu?
— Você é natural, não quer impressionar, muitos em seu lugar,
estariam tentando impressionar e acabariam estragando tudo.
Pedro olha para Rita e esta fala.
— Tem de aprender a beijar direito ainda, mas... – chega ao ou-
vido dele - ...chupa direitinho.
Pedro ficou vermelho e Carol sorriu.
— Falta de pratica. – Pedro.
— E pelo jeito quer sair correndo.

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— Na verdade estou pensando nos problemas, ainda tem malu-
co querendo meu pescoço, mas começa a ficar como preciso.
— E vai mesmo ficar apenas olhando? – Caroline.
Pedro a mede naquele biquíni e fala.
— Como disse, em publico, temos de nos controlar.
Ela sorri e viu Carla entrar na piscina e vir para o lado delas e
perguntar.
— Tiraram ele do trabalho com roupa e tudo?
— Ele fala somente coisas de trabalho.
Na lateral da estrada da 277, os fiscais do Instituto Ambiental
olham para onde estava a construção quando eles estraram, tiveram
de olhar mais ao fundo para olhar aqueles prédios.
— Não estavam sobre o mangue?
— Era a impressão que dava.
— Aquele pirralho vai contestar a multa, mal educado ele.
O segundo fiscal olha para o primeiro e fala.
— Quem sabe entenda que está gordo amigo, tá muito parado,
tem de cuidar da saúde.
O senhor olha descontente e fala.
— Sabe como estão as especificação daquela região ao fundo?
— Baia, se for é Marinha, teríamos de verificar quem teria de dar
a autorização, mas a parte de esgoto teriam de cuidar inteiramente.
— Não estava no esgoto o problema deles, sabe disto.
— Temos de verificar todas as obras do menino.
— Mandaram tentar uma multa pesada, sabe que é meta.
— Acho que ele está caprichando no acabamento, mas dizem
que o problema são as demais empresas que ele pretende implemen-
tar.
— Sim, os portos, mas todos feitos sobre áreas que na cheia fi-
cam cobertas, vamos verificar com calma.
Sergio pergunta para o prefeito de Matinhos.
— Como estão as inaugurações?
— A tarde a inauguração da parte de reciclagem e compostagem
de lixo, estão falando que podemos reduzir a quase zero o que man-
damos a aterros sanitários.
— Sabe que é apenas a primeira etapa, é complicado de imple-
mentar, mas acha que os caminhões atuais dão conta?

18
— Estamos estabelecendo um parâmetro, e temos de contar
com a educação do povo para isto, segunda coletamos recicláveis, de
todos os tipos, orgânicos na terça, e demais lixos na quarta, repetimos
a frequência da quinta ao sábado e domingo não coletamos, e pedimos
para não porem lixo a rua, mas teremos de ver se dará resultado, o
menino falou que pretende algo diferente para a temporada, mas en-
tendo que é quando tudo desanda em quantidades.
O prefeito de Guaratuba olha para Sergio.
— Não entendi a ideia geral.
— As prefeituras do litoral, gastam muito em energia elétrica pa-
ra tratamento e distribuição de agua, e para a iluminação publica, en-
tão estamos reduzindo o consumo com mudança de lâmpadas e im-
plementação de sistemas de coleta de energia solar sobre colégios,
ginásios, prédios públicos. Na praia de Brejatuba até a Barra do Sai,
vamos instalar a 300 metros da praia, um sistema de obtenção de
energia por maré, nas beira mar, temos um projeto do arquiteto Vin-
cent, na forma de postes estilizados, eles giram com o vento, e como
mais de 300 somente numa praia, geramos energia eólica, somado ao
aterro sanitário de orgânicos, que será montado em um esquema de
queima de gás para produção de energia, teremos quase que a produ-
ção do consumo em Dezembro em energia elétrica.
Sergio olha para o prefeito.
— Teremos a entrada de ISS, da concessão da BR101, teremos a
substituição de todos os veículos municipais para elétricos, a instalação
de um sistema com 6 linhas de bonde elétrico, para funcionamento em
toda a temporada, 3 deles o ano inteiro, para as pessoas não precisa-
rem pegarem os carros para ir a praia, não todas, vamos tentar montar
alguns pontos turísticos gerais a mais, como duas estatuas a mais para
visita, uma ponte para visita, um museu na região do Vapor São Paulo,
em acrílico, e um forte de pedra na Barra do Sai, remodelação de toda
a praia, coleta de 100% do esgoto, criação do caminho turístico do
Cubatão, com um museu explicando porque do nome, na altura do rio,
implementação de um cais para Transatlânticos e um aeroporto inter-
nacional, além da construção da tão esperada BR 101 no Estado.
O prefeito olha para Sergio.
— Está dizendo que não são apenas decorativos aqueles postes
que colocaram em Matinhos, que gira? – Prefeito de Guaratuba.

19
— Sim, aquilo tem sistema de geração de energia usando o ven-
to, mais forte pela manha e a noite, mas gerando sistemas de coleta e
armazenamento em baterias especiais, durante o dia para uso a noite.
— E como serão estes sistemas que usam ondas?
— O designer do que terá ainda está em estudo, se temos arqui-
tetos e engenheiros trabalhando prefeito, é por não querer algo feio,
quando olhar os bondes, verá que aquilo dá a sensação de modernida-
de, não de antiguidade.
— Certo, designer e tecnologia, mas não entendo a logica.
— Como um menino fala, porque podemos.
— E acha que ganham com isto?
— Prefeito, se o lugar for bom, e tiver uma programação anual,
não apenas de fim de ano, muita gente virá ver.
— Certo, vocês querem manter um fluxo de turismo, mas as ve-
zes acho que não temos grande coisa a mostrar.
— Vamos produzir nossas propagandas, nosso marketing, nossas
programações, se aqui propusemos uma novela para a Globo e um
programa simples para o SBT, em Antonina, vamos tentar promover
um programa de Chefes de Cozinha, em Paranaguá, um torneio mundi-
al de Tênis e de Golfe, promovendo a vinda de competições de carros
para a cidade nova. Já em Guaratuba vamos ter um programa de Tu-
rismo Local e de Preservação, falando da combinação preservação e
turismo, unidas.
— E em Matinhos? – Prefeito Guaratuba.
— Além de uma novela, de um programa, o menino quer dispor
na cidade como um local de prédios com designer único, ele falou em
transformar a cidade inteira em um grande clube recreativo para férias.
— E vai esticando para os lados.
— Sim, temos de considerar que nem entramos em Pontal do
Paraná ainda, e temos de terminar obras para tentar entrar em um
novo ponto.
Os rapazes em treinamento dispõem as mesas no restaurante in-
ferior e todos foram se colocando no lugar e Maria inspecionou os
pratos e o funcionamento, sabia que ali era apenas um treino, pois
seria atender 100 vezes mais, mas era uma forma de achar defeitos.
Pedro come e olha o desembargador sentar a mesa e olhar ele.
— Mais calmo hoje?

20
— Tentando relaxar, estou quase me fixando no litoral, por exis-
tir muitos malucos na cidade.
— Já consegue explicar aquela investida no Jardim Botânico.
— Tudo que falar, vai parecer loucura minha senhor.
— A que nível?
— Alguém acredita em alienígenas, alguém acredita em seres à
base de silício altamente infecciosos, alguém acredita em Curupiras,
alguém acredita em micro organismos a base de carbono, capazes de
infectar seres perigos, e por fim, acreditar que um enfrentamento que
detona existências inteiras, planetas inteiros, foi depois de detectado,
enfrentado em três dias.
O senhor Ribeiro sorri e fala.
— Pelo jeito aquelas historias que mesmo que contadas nin-
guém acredita.
— Senhor, pessoas estavam morrendo com o coração incinera-
do, ninguém vendo nada, pessoas estavam sendo infectadas por um
cristal de silício, que as devorava por dentro, pessoas foram a Curitiba
de mais de 380 locais do mundo, chegaram a cidade mais de um milhão
de pessoas em aeronaves, que lotaram saguões e beiras de aeroportos,
eles geraram no Jardim botânico, um circulo de mais de 600 metros,
onde tudo queimou, arvore, grama, bancos, iluminação, solo, lagos
evaporaram, vocês viram o evento, mas nada do que se fale, pode ser
explicado pois teríamos de revelar detalhes que eles ririam no fim.
— E quer que acredite nisto?
— Deixar claro que parte nem eu acredito referente ao que
aconteceu, eu sabia que seria alvo, eu deixei uma holografia, naquele
banco, sei que tive de ligar para as pessoas, elas tiveram de me ver
para acreditar que não estava lá e não morri.
Pedro termina de comer e foi falar com Roseli.
— Problemas Roseli?
— Pensei que Kelly se manteria mais neutra na função.
Pedro a olha e fala.
— Posso falar algo sem ficar brava?
Roseli olha para o menino, sabia que ele falaria algo que não en-
tendia.
— Fala, sei que nem sempre gosto do que fala, mas sei que se
vai falar, é algo que precisa falar.

21
— Roseli, sei que está com ciúmes, mas tem uma coisa que tem
de saber referente a Kelly, nas 6 existências que ela existe, em todas
elas, de alguma forma ela conhece Moreira, em todas elas, eles tem
duas sequencias de gêmeos, primeiro meninas e depois meninos, uma
das meninas dela, aos 48 anos, em outras duas existências que são
mais adiantadas na vida deles, esta menina vira presidente desta na-
ção, e não sei se isto não acontecera em todas as 6 existências que eles
existem, mas como digo, existem curvas, que não se tem como fazer
força contra, pois parece que o contra, somente os fortalece.
Roseli olha para os dois e fala.
— E sabia disto?
— Não, eu vou descobrindo aos poucos, não esquece, eu não
conhecia a dois meses nenhum deles, quer dizer, Kelly a 5 dias eu não
conhecia.
— E vai se inteirando das historias.
— Às vezes elas são mais complicadas, almas que vem de qual-
quer forma, mas estes dois parecem ter de fazer parte da historia, mas
talvez seja ela que desperte o empresário que tem dentro daquele
senhor, pois em todas as demais, ele é alguém de futuro, nesta, um
nada.
— As vezes temo pela ação de meu irmão.
— Sei disto Roseli, mas pensa em ti, não nele, embora acho que
ela nunca lhe olhou como olha ela.
— Algo lhe passa desapercebido?
— Sim, demorei quase um mês para perceber a mudança de au-
ra de minha irmã, ela está gravida, e não reparei antes.
— E sabe assim, pela aura?
— Sim, mas como digo, as vezes me confunde isto, mas mantem
a calma, por sinal, como estão as coisas?
— Quase redondas, mas as vezes está meio esférico, as vezes
quase o contorno de um trevo, um semicírculo, outro semicírculo, e um
final para voltar a dar outra volta.
— Acha que quando esta linha começa a ficar pronta Roseli?
— Pensando em ir a frente?
— Sim, você é a parte construção, não a parte tocar de um hotel,
embora seja em parte seu.
— E vamos invadir que praia?

22
— Guaratuba, com o projeto cais, com 6 hotéis, o prospecto das
praias, mais 12 prédios pequenos ao largo de toda praia, com hotéis
menores, cada qual em um designer, um hotel no aeroporto e uma
linha de hotéis fazenda, além da BR 101.
Roseli sorri e fala.
— Fora os demais acabamentos e mexidas na cidade?
— Sim, fora o enfeitar, tem de considerar que o enfeitar é o atra-
ir de turistas.
— E como está a rodovia.
— Quer dar uma olhada?
— Vamos como?
Pedro olha para uma lancha ao fundo, olhando para cima, estava
na parte baixa e fala.
— De barco até um sitio na beira da estrada antiga na altura do
rio Cubatão.
Pedro caminhou até o elevador e os dois subiram, um rapaz os
da carona até o sitio e Roseli viu que havia um carro elétrico, viu que
havia gente trabalhando ali, olha para as pessoas pensando em quem
eram, não viu de que empresa era.
— Quem está construindo para você?
— Aquela empresa que tem no caderno lá em casa.
Ele recua pela rua e em uma parte, tinha uma rampa de subida,
ela viu que era uma construção ao lado de um colégio simples, enten-
deu, ele estava construindo um colégio novo abaixo da rodovia, eles
sobem e ela vê que aquela ponta estava pronta, tinha um retorno so-
bre a estrada, ela desce do carro e olha aquele trecho, olha para os dois
lados e fala.
— Quanto está fazendo com este seu truque?
— Tem de ver que este trecho quero pronto em dois meses,
quando inaugurar o porto de Antonina, pois não quero caminhões
atravessando a cidade.
— Certo.
Eles descem e caminham por uma das pistas, na contramão se
estivesse aberto e chegam ao segundo ponto de retorno e ela olha que
tinha um trecho que saia a leste, olha para longe e vê aquela pista du-
pla indo no sentido da cidade ao fundo, pouco se via dali, mas se via as
torres do aeroporto e as pistas, e aquela pista indo no sentido da cida-
de.

23
— Quantos quilômetros já construiu?
— A parte estrutural, a empresa Holandesa dispõem de 60 me-
tros na parte mais para Garuva, eles devem encostar nesta parte em
uma semana, dai eles avançam 30 quilômetros e começam a por as
estruturas próximo a rodovia, como diz, os acabamentos, é meu truque
que está fazendo, mas quando em dias, vamos ter 6 trechos de 35 qui-
lômetros pronto, começa o asfaltar e sinalizar esta parte, o montar das
praças de pedágio, em dois trechos, pois dois eles estarão abrindo, o na
116 na altura da represa, e a em Garuva, ambas terão acesso até a
BR277, mas o trecho para Cananeia é a mais demorada, terá apenas os
primeiros 30 quilômetros que ainda não ligam nada a nada, lá na divisa
de São Paulo, ainda do lado paulista.
— E pretende fazer algo lá?
— Ano que vem, existem coisas que instalamos rápido, mas tem
coisa que tem de ter estrutura, mas ainda tenho de ampliar minha base
de funcionamento Roseli.
— Não entendi.
— Eu tenho hoje 3 pessoas na base, você, Sergio e Cristiane, só,
eu não tenho como gerir tudo que pretendo com 3 pessoas.
— E pretende puxar gente para dentro.
— Sim, e sem ciúmes, pretendo ter um hospital em Curitiba, pre-
tendo ter uma aliança cartorária em Curitiba, mas quero deixar andar
mais 20 dias para mostrar esta parte para o Cecílio.
— Certo, mas pelo jeito vai avançar ainda.
— Sim, não sei como ainda, mas preciso, e se tiver como ver mi-
nha mãe tocando a linha de hotéis, indicando e segurando com rédeas
curtas esta parte, se Sergio começar a entender a parte de impor re-
gras, e pessoas certas nos pontos, com certeza ele vai gerir um segundo
grupo imenso, soube que você puxou Kelly para sua sócia?
— Sim.
— Sei que as vezes o ciúme nos dá o caminho Roseli, se o seu
irmão a colocar para fora, absorve ela, coloca ela a correr as obras, e
tenta terceirizar pela Ponto os serviços que a RR conseguiu em Curitiba.
— E pretende por aquele senhor fazendo o que?
— Ele vai estar correndo, mas terei de falar com ele serio, vamos
ver se ele se mantem perto ou corre.
— Sem segurança?

24
— Ele absorveu a empresa que estava montando de segurança,
puxando para uma parceria dele, sem falar nada, mas odeio ter segu-
rança as costas.
— E pretende ir em que sentido.
— A parte pesada, demora a ficar pronto, então se quero ter es-
trutura e dinâmica de empresário, primeiro vou precisar que as vezes
vocês falem que está pesado quando estiver, continuo precisando do
apoio, pois continuo ouvindo e vendo a aura de meu pai, e ele ainda
quer torrar tudo.
— E vai avançando, vi as obras em Cananeia, as fotos, aquilo es-
tá ficando lindo.
— Sim, mas lá terei uma parte que eles não gostam, mas preciso
ter em algum lugar, um estaleiro com capacidade de gerir 100 embar-
cações por vez, elas demoram para ficar prontas, então preciso delas
em todas as etapas de construção.
— Vai construir navios?
— Vários tipos, tudo que não temos no Brasil, como guindastes
flutuantes, barcos reboques, cargueiros graneleiros, cargueiros de con-
têiner, mas enquanto lá vou produzir barcos, Paranaguá quero produzir
aviões, médio porte.
— Isto que vai deixar para o ano que vem?
— Um navio demora até 60 semanas para ficar pronto, isto é
mais de um ano, falando de cargueiro, transatlânticos demoram até 5
anos para ficar prontos.
— Tem métodos mais rápidos.
— Não entendo, eles se dizem o moderno, e ficam pedindo pra-
zos apertados, para se dizer especiais, eu quero rapidez, mas ao mes-
mo tempo, dinâmica de construção, eles constroem um cargueiro mé-
dio, New Panamax, em 40 semanas, eu quero construir o mesmo em
50, mas em 10 estaleiros, então ter em 50 semanas, 10 prontos.
— E pelo jeito vai investir nisto.
—Sim.
Roseli olha em volta e chega a mureta lateral e pergunta.
— Alta, algum motivo?
— Redução do arrasto do vento.
Roseli sorri e fala.
— Tem mesmo 13 anos?
— Já disse, sou um anão disfarçado.

25
Ela sorri, Pedro continuava serio, olha para baixo e aponta ao
fundo.
— Naquela parte das bananeiras, teremos um hotel fazenda,
com cachoeira, piscinas, restaurante, quartos agradáveis, mas teremos
na mesma estrutura local para camping.
Roseli olha para baixo.
— Vai fazer escolas na base das pontes?
— Sim, mas pretendo ter na base um colégio completo, um pos-
to de saúde, e uma cooperativa local.
— Cooperativa?
— Maquinário para ajudar o pessoa a plantar, colher, transfor-
mar em produto vendável suas produções agrícolas.
— Uma forma de somar renda.
— Sim, e somar técnica de plantio, de colheita, desenvolvendo
aos que quiserem, diversificação de produção, pelo menos 6 produções
por família, para que exista renda o ano inteiro, este é outro problema
de sistemas únicos, ganhos altos na colheita, e dividas bancarias faltan-
do um mês para a próxima colheita.
— Por isto que pretende diversificar?
— Sim, mas pensa em uma nação deste tamanho, que tem mui-
to pouco de engenharia náutica nas universidades.
— E pretende desenvolver e investir nisto.
— Sim, pretendo investir nisto Roseli, estou sonhando alto, não
sei se consigo, mas se der, vou investir, tem gente que não estabelece
o futuro como meta, ele é minha meta, mas sabendo que nunca chega-
rei a ele, então é uma corrida de uma vida, sabendo que não chegarei a
ele, mas vou avançar, até onde conseguir.
Pedro começa a voltar e ela fala.
— Está avançando, como está a região do pedágio?
— Temos de estabelecer preços, isto sim, pelo que entendi, a
rodovia vai ter 508 quilômetros construídos, o custo final pelo levan-
tamento do governo, 11,3 bilhões de dólares, vamos construir a 3,5
bilhões de reais, e não vamos falar isto, prazo de retorno do investi-
mento é de 20 anos, para tirar os 11,3 bilhões de dólares, 31,6 bilhões
de reais, a diferença Roseli, se pensar em números, o governo nos quer
emprestar 12 bilhões, se eu pegar e tiver como ter rentabilidade com
este dinheiro, eu pego, se não, nem pego, pois na estimativa do gover-
no, teríamos de ter mais de 4 milhões de entrada dia, por todos os dias

26
por 20 anos, para pagar apenas o investimento, eu acho puxado, para
não dizer, impossível, então teremos postos de gasolina no caminho,
teremos restaurantes, teremos hotéis, e muito fluxo.
— Certo, pensando com a calculadora, meu pai falava que sem-
pre temos de fechar o custo dos empreendimentos.
— Sim, por isto junto com o projeto, estamos investindo na par-
te que esta por baixo da rodovia.
— Por baixo?
Pedro caminha até o ponto central da pista e ela olha que eram
duas estruturas que se juntavam, mas para baixo deixavam um vão
aberto, ela olha para aquele espaço. Sem imaginar que ele ainda pre-
tendia cobrir.

— Qual a ideia?
— Duas linhas de ferrovia, nos dois sentidos, para colocar os
portos secos nas extremidades ligados aos portos, isto somando nos
custos operacionais do sistema, acho que este é o problema que pre-
tendo fechar.
— Por quê?
— Frete entre Curitiba e litoral, para cargas de 50 toneladas, um
trem, podendo gerar 10 viagens dia de 30 vagões, estou sendo modes-
to nisto, dá para fazer mais, me geraria metade do investimento em 20
anos.
— Tentando fechar as contas, entendo, quer ter lucro.
27
— Sim, quero ter lucro anual, calculando a retirada do investi-
mento dividido por 20, então é uma conta que acho conseguir fechar,
mas se entrasse na propaganda, investisse 12 bilhões de dólares, nunca
tiraria o investimento nem em 100 anos.
— Ou precisaria de mais tempo para pagar a divida.
— Sim, mas pensa, uma construção destas, bem feita, começa a
dar manutenção a partir da abertura, quanto mais perto dos 100 anos,
maior o investimento em manutenção, então temos de tirar o lucro nos
primeiros anos, anualmente, para podermos continuar investindo em
manutenção por 100 anos, sem nos apertarmos com isto.
Roseli sorriu e olha em volta.
— E pretende dar lucro?
— Pretendo ter ela operacional em 100 anos, não apenas ter lu-
cro, acredito que esta rodovia, nos interliga, se eu pretendo ter o lucro
apenas dos hotéis de Matinhos, nesta base de investimento, em 20
anos, acredito que seja o permitir que ganhe isto em toda região e
ampliar os ganhos no geral, então se tenho uma estrutura, geral, que
no litoral terá pontos de exportação e produção, em Cananeia, em
Curitiba, em Garuva, em Campinha Grande do Sul, em Antonina, em
Paranaguá, em Joinville, tudo na mesma base de ganhos para 20 anos,
sei que é maluquice, mas acho aplicável, quando investi em portos, é
para vender para fora, produtos, para ter receita, e se eu empatar o
dinheiro no porto, é para gerar um ganho de mais de 1 bi ao ano, mas
ainda tenho de terminar de estruturar isto.
— Modesto. – Roseli seria.
— Nada modesto, sei que acham maluquice, mas pode não pa-
recer Roseli, mas temos para este investimento, então começo a pen-
sar em não pegar o dinheiro, seria um ganho de capital, mas seria jogar
contra o bolso, investir em inflação não me parece algo racional, e um
investimento onde o governo me paga mais do que todo mercado a
volta, com garantia, baseado em seu próprio dinheiro, é investir na
inflação.
— Andou estudando isto?
— Andei estudando no computador, fazendo pesquisa, olhando
dados, não entendo tanto disto, mas me parece uma lógica, que não
me agrada, é parecer que estamos ganhando, mas investindo contra o
mercado como um todo.

28
Pedro começa a descer, eles entram no carro elétrico e Roseli fa-
la.
— E pretende ter quanto em investimentos?
— Tentar gastar o que ganhar durante minha vida, em estrutura.
— E quanto seria isto?
— Nem eu tenho esta noção Roseli, mas sei que estou receben-
do perto de um milhão dia em ouro, vendido para a Caixa, estou inves-
tindo tudo isto em hotéis, estrutura e coisas do gênero, sabe disto.
— Certo, e enquanto entrar vai investir em estrutura, e quando
acabar teremos pelo menos a estrutura.
Eles começam a voltar, chegam a lancha e retornam para o Hotel
Rosa Vincent Callebaut.
Pedro desce e olha as pessoas olhando para ele, não sabia o que
estava acontecendo e vê Sergio chegar a ele.
— Qual o problema Sergio?
— Denuncia de problemas estruturais na estrutura de uma das
imensas estatuas a praia.
— Denuncia baseadas em que?
— O risco de algo sem estudos cair.
— Vamos lá – Pedro olha o prefeito – Vamos ver quem está nos
querendo parar.
O prefeito vê o menino entrar em um veiculo elétrico a ponta,
sentou-se nos fundos, Roseli a frente e Sergio ao fundo.
Eles saem dali atravessam para a outra ponta, chegam a praia e
um senhor olhava aquilo e falava que iriam isolar e interditar.
Pedro olha o senhor do instituto ambiental e fala.
— Posso ver a determinação legal disto?
O policial olha para ele e fala.
— Não é seguro menino, tem de se afastar.
— Se uma base fixada na roxa a 35 metros de profundidade,
com uma base que sustentaria a estatua mesmo que um tsunami a
erguesse, o que acho difícil, não é seguro, o que é policial.
— Não tem a autorização do instituto ambiental.
— Lógico, vocês não tem engenheiros lá, porque vou pedir auto-
rização para quem inventa que não é seguro, apenas porque não tem
uma assinatura dele, uma pergunta, qual sua formação?
O policial ouve e o senhor olha.
— Tira eles daqui.

29
— Somente depois de você entregar ao prefeito ao meu lado a
petição, se tiver algo feito hoje, sem assinatura do seu superior e do
colegiado do Instituto, vou pedir sua cabeça em uma bandeja senhor
Homero Silva.
O senhor olha o prefeito.
— O prefeito não tem haver com isto.
— Quem teria de assinar isto ai a sua mão, ou não tem uma de-
terminação ai – Pedro olha o policial – ele mostrou a petição ou apenas
sacudiu um papel?
— Quem executou?
— Posso olhar então? – Roseli olhando o senhor.
— Quem é a senhora?
— Quem fiscalizou o estacar até 35 metros, tem mais base para
baixo do que para cima, então posso ver?
O senhor olha para o policial e fala.
— Tira eles daqui.
O prefeito olha para o policial e fala.
— Ou ele mostra a petição, agora senhor policial, ou vou pedir
para o prender, por gerar pânico em uma praia, com um laudo falso.
O policial olha o prefeito e chega ao senhor e pega a folha e olha
ela e estica ao prefeito que olha e fala.
— Leva ele a delegacia e manda assinar um termo de retorno
para amanha para responder por gerar pânico em publico usando de
cargo publico para isto.
O senhor viu que os policiais chegam a ele.
— Não podem...
— Tudo que falar, só vai agravar, você disse que tinha uma de-
terminação de interdição, não é o que diz aquele papel, sabe disto, nos
usou para isto senhor Silva.
O policial olha para o prefeito e fala.
— Desculpa, teríamos de ter olhado melhor.
— Gente querendo as imagens que tiraram a pouco, tem aos
montes a volta.
O delegado recebe o senhor e o segundo chega na delegacia e
pergunta.
— O que aconteceu Silva?
— Eles instalaram aquilo sem nossa autorização.

30
— Tem de relevar, eles são estruturados, mas o que está aconte-
cendo.
— Vão tentar me pegar por abuso de poder, mas amanhã falo
com o diretor e chegamos com peso.
Roseli olha para Pedro e pergunta.
— Pensando no problema?
— Sabemos que aceleramos, mas pede as especificações da obra
da BR 101 com urgência, vou passar o projeto dos 3 trechos que vamos
entregar inicialmente.
— Certo, eles podem pegar pesado em outra área.
— Hora deles colocarem os nomes como responsáveis por parar
o Paraná, falam bonito, mas eu vou perguntar o que queriam falar com
cada palavra, e os colocar responsáveis por suas palavras ou interpre-
tações errôneas.
— E pelo jeito imaginava problemas?
— Eu quero que eles olhem atentos, quando inaugurarmos, que-
ro tudo pronto para anos de funcionamento.
— Sempre penso neste material a volta, parece tão frágil. – Ro-
seli.
— Roseli, fibra de carbono, é dos materiais mais leves e resisten-
tes existente, pode parecer frágil, mas em nada é frágil.
Roseli sorriu e fala.
— E ninguém sabe disto?
— As estatuas não tem peso, então é a estrutura dela que gera o
peso para ela não sair voando.
O prefeito olha para Pedro.
— Muitos tentam armações para parar isto menino, as vezes en-
tendo aquilo que li em um artigo seu, mais pessoas ganhando para
atrapalhar do que para fazer funcionar, você está mudando a cara do
município inteiro, em questão de 45 dias, isto coloca todos os demais
como incompetentes, e isto gera o problema, a oposição está tentando
achar falhas, como foi investimento da iniciativa privada, não existe um
processo interno, mas eles estão olhando cada clausula de trabalho.
— Prefeito, lembro de um prefeito de Curitiba, que falava com
todas as letras, você tem medo de processo do ministério publico, não
seja prefeito, pois eles são todos contra tudo. – Pedro.
— E ninguém lhe leva a sério.

31
— Normal, uma coisa que eu sempre falo para os que me cer-
cam, não esqueçam nunca, tenho apenas 13 anos.
Pedro olha para Roseli.
— Acho melhor você dirigir na volta.
Ela sorri e começam a voltar.
Pedro pega um suco e chega a piscina e Cecílio chega ao seu lado
e pergunta.
— Problemas?
— Não, mas uma pergunta Cecílio, gostaria de um contrato de
ampliação da BR 277 Litoral, com adendos de 100 anos.
— Querendo propor algo?
— Diferenciar, parte alta carros, parte baixa caminhões, ônibus e
quem não tem tanta pressa.
— Qual a ideia.
Pedro vai a sala ao fundo, pega o computador e fala.
— Ainda pensando senhor, mas uma ideia simples, estruturas al-
tas, iguais as que estamos fazendo para esta parte da estrada, mas com
diferença nas estruturas que as segura.
— Não entendi.
Pedro coloca a imagem e fala.

— Uma estrutura colocada sobre as bases que já existem em


80% do caminho, onde o centro fica mais largo, para comportar uma
estrutura e dentro disto, duas pistas para subida e descida, na parte
alta, três pista para subida e descida, e no centro, uma linha para trens
subindo e descendo.
Cecílio olha para Pedro e pergunta.
— E quando começaríamos fazer isto, já que estamos sobrecar-
regados na construção de divisões?

32
— Começaríamos pela proposta ao governo do estado, após isto,
começaríamos a colocação das bases, e fecharíamos o prospecto em
dois pontos mais sensíveis do projeto, e em 60 dias, a estrutura baixa
ao lado da BR 277 em Morretes vai ter produzido tudo que precisamos,
enquanto isto, avançamos onde teremos o porto seco em São Jose dos
Pinhais a produção de trechos.
— Quer mesmo fazer portos secos.
— Senhor, se podemos transportar a produção de Curitiba mais
barato que as atuais companhias ao porto, porque não nos instalar
nesta divisão.
— Sabe que se alguns souberem vão contra.
— Não podemos em virtude de poucos, segurar um estado se-
nhor.
— Acha que o governo aceita?
— Eu gostaria que ele visse o potencial disto.
— E teríamos de falar com o ministro dos transportes.
— Sim, estaríamos com 5 pistas de descida e 5 de subida, não sei
o fluxo disto, mas deve ampliar a leva de idas ao litoral.
— Justificando ficarmos aqui um tempo a mais.
— Sim, não apenas uma concessionaria, e sim uma empresa que
investe no crescimento do estado.
O senhor sorriu e perguntou.
— E qual o ponto que acha mais difícil?
— O viaduto da Curva da Santa.
— Acha que um trem sobe na inclinação normal?
— Vamos deixar o mais plano possível, mas vamos deixar alto o
inicio, e começar a diminuir a altura das estruturas, mas ainda pensan-
do na ideia.
— E porque disto?
— Pensa numa criança, que quer ter 12 empresas em Curitiba e
região metropolitana, capazes de produzir em cada uma delas perto de
600 milhões em produto ano, precisar escoar e ter como o fazer sem
me preocupar com detalhes técnicos de transporte.
— Certo, quer investir em produção, e o que vai produzir.
— Uma das coisas são baterias, carros elétricos, sistemas de
energia solar, de energia eólica de baixo custo, trens e derivados, entre
outras coisas.
— Eles pensando em lhe parar e você em crescer.

33
— Pensando em se eles pararem metade do que fizer, continue
a avançar e estruturando.
— E vai me mostrar a nossa parceria quando?
— Estava falando para Roseli, para lhe mostrar em 20 dias com
detalhes.
— 20 dias pretende me mostrar o que?
— Não sei, eu estou os acelerando para tentar ter algo para
mostrar, mas vou acelerar os pedidos de autorização do Instituto Am-
biental, a vantagem de sistemas como o da BR277, é que estaria já em
uma trilha formada, sem grandes autorizações do Instituto Ambiental.
— Eles são parte do problema, não existe analise real, apenas
empregos, eles deixam passar absurdos e param projetos bem elabo-
rados.
— Pensa no que propus.
— Quer mesmo entrar nisto?
— Sim, com toda força.
O dia ia ao fim e Pedro abraça Rita e fala.
— Vão quando para a capital?
— O pai está acertando os detalhes, mas não para nem no fim
de semana?
— É quando não estou em aula, gera uma correria.
Rita beija Pedro e fala.
— Não some.
— Amanha cedo estou na cidade.
Ela sorri e fala.
— Se cuida com aquele João.
— Verdade, e dai, vai me trocar por ele?
— Não disse isto.
— Ele não parece alguém ruim, apenas fora do caminho.
— E quando vai me apresentar sua casa?
— Quem sabe amanha a tarde.
Ela sorri e foi falar com o pai dela.
Caroline chega ao lado e fala.
— O que faremos amanha?
— Tentar entender o que minha namorada pensa.
— Certo, me liga?
— Passo um Whats.

34
— Meu pai esta querendo ir logo, diz que não quer pegar a es-
trada no fim do dia.
— Não me traia muito.
Ela beija Pedro que pensa na confusão que estava se metendo, e
a vê se afastar.
Renata chega ao lado e pergunta.
— O que nos esconde?
— Que quando não temos muito tempo, parecemos deixar as
pessoas soltas a tentar algo diferente.
— E não tem medo de perder as pessoas no caminho?
— Não pretendo fechar uma porta para alguém, o que me esta-
belece mais problemas do que soluções.
— E achou produtivo o fim de semana?
— Sim, pensando em estabelecer metas, e dentro das metas, es-
tabelecer caminhos.
— Metas, caminhos, trabalho, não para de pensar em trabalhar?
– Renata.
— Eu passeei hoje, e deveria ter acelerado, toda vez que para-
mos, as pessoas olham o que estamos fazendo, pois não tem novidade
a frente.
— E vamos fazer oque?
Pedro olha em volta e fala.
— Verificar se as coisas estão passiveis de inaugurar, depois des-
cansar.
— Está me escondendo algo.
— Tem de voltar a estudar mana.
— Eu tranquei a matricula.
— Vamos ver se conseguimos uma transferência para cá e para
de folga pelas manhãs.
— Não tem pena mesmo de mim?
— Não.
Renata olha para Carla chegar a Pedro e perguntar.
— Podemos conversar Pedro.
Pedro olha para os Ribeiro e os Frota saindo ao fundo e fala.
— Pode falar.
— Onde não ache que alguém vai lhe tirar da conversa.
Pedro olha a mana e fala.
— Me espera, vamos a Pontal a noite.

35
— Problemas?
— Por gente para ajudar.
— Acho que não conhece as pessoas mesmo, lá não tem nin-
guém que possa nos ajudar.
Pedro faz sinal para Carla entrar e sobem ao quarto e ele senta-
se a mesa da antessala, com os quartos ao fundo.
— O que quer falar.
Carla viu que Pedro estava arisco e fala.
— Não vai me dar uma chance?
Pedro faz sinal para ela sentar.
Ela senta e continua.
— Tem de entender que você me interessa.
— Por quê?
— Você é legal. – A aura dizia mentindo, Pedro levanta-se e che-
ga as costas ela, encosta uma mão a cabeça de Carla e pergunta.
— Sinceridade Carla.
Ela tenta uma desculpa e sai um balbuciar.
— Eu quero ser algo na vida.
— Me ajudaria Carla?
— Me daria espaço se ajudasse.
Pedro toca a segunda mão e pensa com as mãos a cabeça de
Carla.
“Tens de entender Carla, você vai ser minha”
Ela tenta falar algo e parece não conseguir.
Ela põem a mão sobre as dele que seguravam a cabeça e ele
pensa.
“Mãos sobre a mesa Carla”
Ela sente as mãos irem a mesa e ouve.
“Quer ser minha Carla?”
— O que quer dizer com isto?
Ela fala pausado.
“Que seria minha, inteira, sem ciúmes, sem exigências, sem fo-
foca, sem imposições”
— O... – ela tenta falar.
“Pense alto Carla”
— O que ganho com isto?
“Um dono para a vida, o direito de ter um filho meu, comportar-
se, se dar bem na vida”

36
— E se não quiser assim?
“Acha que vou lhe deixar sair assim de minha vida?”
Carla sente pequenos choques a cabeça, abrindo o caminho dos
pensamentos dela, dos carinhos dela, do querer dela, dos medos, das
vontades, e foi instalando-se ali, com lembranças agradáveis apenas
por ele estar por perto ela tentava tirar a mão da mesa, mas estava
com as mãos fixas na mesa, Pedro tirá as mãos da cabeça e olha para a
cortina e esta se fecha e as luzes se ligam, ele toca os ombros da Carla
olhando a irmã entrando pela porta e fala.
— Agora vai.
Renata olha para Pedro, para Carla, a menina parece voltar de
um transe e olha para Renata e fala.
— Este seu irmão é terrível.
Carla sai ajeitando-se, como se algo tivesse fora do lugar, Renata
a olha e fala.
— O que fez?
— Nada, mas ela acredita que aconteceu.
— Sabe o problema de algo assim?
— Sim, ela falar de algo que não aconteceu.
— Não tem medo.
— Se ela quiser ficar no caminho, é só falar de mais.
— E vamos fazer o que?
— Senta aqui?
— Eu não...
— Deixa de ser fresca mana.
Renata senta-se e Pedro toca em sua cabeça e fala.
— Apenas abrir algumas coisas nesta cabeça, como os caminhos
das línguas estrangeiras e baixar algumas barreiras morais.
“Não faz isto mano!”
“Calma, somos da mesma raiz, apenas você tem de acreditar
mana que pode!”
“E vai fazer o que?”
Ela sente apenas uma pequena interferência e ouve ele falar.
— Como chegamos a Praia de Leste?
— O que quer lá?
— Falar com Plinio.
Renata pareceu não entender e fala.
— Pensei que não gostava dele.

37
— Eu acho que tenho de aprender amar mana, e não é sobre is-
to, preciso de alguém com mais de 18, para algumas coisas.
— Certo, pensando em algo?
— Sim.
Pedro tira as mãos da cabeça de Renata e fala.
— Bom ver que confia.
— Você coloca medo as vezes.
— Ela vai se dedicar nos próximos anos a ser nossa designer de
joias Renata, preciso de alguém pensando nisto.
— Vai por as pessoas em caminhos que precisa a frente?
— Sim, adultos se induz mais facilmente por dinheiro, jovens,
tem de dar o caminho inteiro.
— E trará Plinio para isto?
— Vou ter de crescer, isto é lento, não adianta querer acelerar,
estou segurando um caminho interno, pois imortalidade neste tama-
nho, seria sacanagem, mil anos para chegar aos 22 anos, muita sacana-
gem.
— Certo, quer crescer um pouco antes, mas não entendi, imorta-
lidade?
— Tem de considerar que ser imortal, é ilegal neste país, temos
de morrer, não diz lá, mas eles induzem que tem, para não os atrapa-
lhar.
— E quer chegar a isto.
— Na verdade forma de falar, tenho aura, então um dia vou
morrer, mas quero viver saudável o maior tempo possível.
— E vai agitar todos para chegar lá.
— Vai querer estar ao lado ou não mana, pois tem de estudar,
tem de evoluir como gente para isto.
— Sabe que sou preguiçosa.
— Isto que pretendo mudar aos poucos mana.
Os dois descem e chamam um taxi, a cidade tinha poucos, mas
tinha, eles vão para a região da casa que Maria ainda tinha as coisas,
não deu tempo de uma mudança ainda.
Os dois saem do taxi e Renata olha em volta e fala.
— Parece uma eternidade que sai daqui, e não faz nem 15 dias.
— Vamos ao calçadão, deve estar com pouca coisa aberta.
Os dois sentam-se na sorveteria e nem 5 minutos depois Plinio
chegava ao local.

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— Voltaram, dizem que não falam mais com pobres.
Pedro sorriu e olha para Renata.
— Se fosse isto não falava com minha irmã. – Pedro.
Renata olha revoltada, o irmão a chamando de pobre e fala.
— Já agressivo?
Pedro olha para Plinio e pergunta.
— O que se tem para fazer na cidade hoje?
— O que pretende?
— Não sei, começar a se divertir, esta coisa de ser responsável é
muito chato.
— Você é um pirralho, não um responsável. – Plinio.
Pedro olha para Renata que pergunta.
— Não entendi a ideia.
— Mana, eu e você temos minutos de diferença, você mais ve-
lha, eu mais pirralho, mas ambos 13 anos, então não podemos beber,
não podemos dirigir, não podemos oficialmente fazer sexo, não pode-
mos tantas coisas, que não sei se não deveria me enfiar em casa e sair
em 5 anos.
— E o que quer fazer? – Plinio.
— Plinio, a pergunta, quer fazer parte da loucura que vamos
transformar nossas vidas, ou quer ficar a vigiar as ruas.
— Não vigio as ruas.
Pedro sorri e fala.
Renata olha duas meninas da turma dela chegar ao lugar e uma
falar.
— Voltou? Dizem que sua mãe se deu bem.
Renata se levanta e foram para parte da frente da sorveteria e
Plinio olha Pedro.
— O que quis dizer com aquilo?
— Eu não acredito em tudo que falo, mas precisamos de um
grupo, pois é chato apenas eu e a mana perdidos em Matinhos.
— E o que tenho haver com isto?
— A pergunta Plinio, seu pai quer fazer parte desta revolução
chamada empresas Rosa?
— Meu pai acha que é apenas marketing.
— Isto é um não?

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— Ele não entendeu pelo que entendi, ele conhecia a Ciça, agora
todos falam de Maria Cecilia Guerra, como grande comandante do
maior esquema de hotéis do litoral.
— Não sei se maior, mas tende a ser.
— E porque quer falar comigo?
— Plinio, tem de entender, eu ainda sou um pirralho, mas eu es-
tou montando meu mundo, e este mundo, passa por mudar a cara do
que conheço, para não me trazerem lembranças ruins e sim boas.
— Acha que meu pai gostaria de que viessem para cá?
— Ele parece que não gosta dos que insistem em parar tudo por
aqui.
— Ele acha que eles apenas querem dizer-se ecologistas.
— Me apresentaria ele?
— Sabe que ele não confia em gente normal.
— Eu nunca fui normal, sabe disto.
— E qual a proposta para ele?
— Algo a revoltar todos os ambientalistas do estado.
— Para provocar de vez?
— Uma forma de segurar o crescimento populacional, ao mesmo
tempo, uma forma de gerar renda, desenvolvimento, crescimento e
independência financeira.
— E acha que ele lhe ouviria?
— Não sei?
— E quer falar com ele?
— Foi a pergunta que fiz, me apresentaria ele?
— Sabe que ele pode não lhe levar a serio.
— Ou me levar a serio.
Plinio olha Pedro pedir a conta e os dois saem dali, Renata olha
os dois caminhando ao fundo e pensa besteira.
Os dois chegam a casa de Plinio, filho de Plinio Camargo Santos,
prefeito da cidade.
— Pai, queria lhe apresentar alguém?
O senhor olha desconfiado, Pedro repara na aura de repulsa e
fala.
— Prazer senhor, Pedro Rosa, filho de Ciça.
O senhor olha diferente para o menino e pergunta.
— O que pretende menino?

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— Perguntei para o Plinio se não me apresentaria o pai dele, pa-
ra trocarmos uma ideia.
— Sabe que você aqui é problema?
— Com certeza. – Pedro.
O senhor olha o filho e pergunta.
— Conhecia ele?
— Ele vinha passar as férias com a mãe.
O senhor olha Pedro e pergunta.
— O que pretende menino?
— A pergunta, quer que as empresas Rosa cheguem a cidade, e
toparia transformar a região?
— Aquela maquiagem que fizeram em Matinhos?
— Mais complexo do que uma maquiagem, tratamento de esgo-
to dá trabalho, uma praia com colégios bons, com ruas asfaltadas, cui-
dadas, iluminadas, com a garantia de ter agua aos canos mesmo no
verão, uma forma de atrair investimentos financeiros, com industrias,
porto e empregos, somados aos impostos diretos de empresas, não
viver apenas de IPTU.
— E com certeza se falar que quero, virá a cidade.
— Com certeza, eu tenho entrado aos poucos em cada região,
tenho de ter calma nesta hora.
— Isto é você com calma.
— Senhor, amanha começamos demarcar um porto de turismo
na baia de Guaratuba, amanha começamos a implementar a mudança
de prioridade das ruas de lá com asfalto e calçamento que devem co-
meçar na baia e terminar em 3 meses, na barra ao sul.
— Certo, e qual a ideia inicial?
Pedro pega a mochila as costas e fala.
— Este é um pré projeto.

41
O senhor olha e fala.
— Não entendi?
— A ideia, uma passagem interna, que ligue as duas baias, e nes-
te trecho, assim como parte de Matinhos, desenvolver industrias navais
e de produtos de alto poder agregado, mas não que somem população,
e sim, produtividade, ainda só tenho capital para investir no porto e em
dois hotéis e 3 empresas náuticas, isto me permitiria asfaltar todas as
ruas, coletar toda o esgoto da cidade, e darmos um caminho ao lixo da
mesma.
— E o que seriam estas empresas náuticas?
— Fabricação de cargueiros de pequeno porte, como eles che-
gam a ocupar até 24 meses uma doca, podemos produzir 10 grandes
cargueiros a cada dois anos, cargueiros avaliados em 200 milhões de
dólares, ou produzir a cada dois anos apenas nas docas iniciais, 2 bi-
lhões de dólares em produtos, gerando mais de 300 milhões de reais
de impostos por ano para o município, fora os empregos.
— Está falando serio?
— Sim, mas estamos na previa, não vou projetar mais se não ti-
vermos um acordo de execução.
— E se tivermos vai querer implementar isto?
— Senhor, a ideia inicial seria desenvolver 25 empresas com ca-
pacidade de produção de perto de 4 bilhões de mercadoria ano, colo-
car um trecho do complexo de portos na cidade, mas ter produtos co-
locados no mundo, que se veria que veio deste pedaço de mundo.
— E as praias?
— As praias locais são de preservação, então temos de reduzir
poluição nas aguas, mas o cuidar da beira, não proíbe deixar partes ao
natural, apenas geramos os nossos pontos de atração.
— E se topar faria como?
— Apresentaríamos as autorizações de implementação amanha,
pois hoje é domingo, pedido de alteração de zoneamento de algumas
partes, autorização e criação do primeiro trecho do canal, e começarí-
amos a desenvolver nosso projeto.
— Teria algo a discutir com nossos assessores?
Pedro pega uma folha daquele pré projeto que tinha dobrado no
bolso da mochila e fala.
— Pensa, sei que sou uma criança, mas pode ter certeza, se to-
par, estaremos incluindo sua cidade nas protegidas pela fundação Ro-

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sa’s, empresa que investe em ruas, calçadas, e conservação da estrutu-
ra humana.
— E pelo jeito investe para isto?
— Sim, se tiver produtos com capacidade de conquista de um
mercado mundial, estaremos em um mundo melhor.
— E pelo jeito quer barrar o crescimento da cidade.
— Quem dera desse para barrar, mas a ideia é está, um local que
se encosta, mas não se passa, pois dali para frente, vão ter empresas,
então vamos fechar o projeto antes de qualquer coisa.
— E vai por algum hotel na região?
— Ainda não sei, provavelmente sim, mas qual ainda não sei.
O senhor sorriu e Pedro sai com Plinio.
— Pelo jeito quer tomar a cidade?
— Não, a mudar, sei que alguns seres se afastam quando estabe-
lecemos mudanças, mas tem de ver que nem sempre quero passar por
maluco, por ver mais do que os demais.
— E fala serio em criar industriar aqui?
— Sim, 25 delas se me deixarem, emprego para mais de 7 mil
pessoas, mas com calma chegamos lá.
— Acha que meu pai topa?
— Acredito que sim, mas Plinio, tem de tomar um rumo.
— Gostava da sua irmã e ela vem com este papo de grávida, sei
que nunca teríamos um filho, mas acho que ela não pensou, ela quer
sair de qualquer jeito da cidade.
— Ela quer fugir e eu a quero fixar por aqui.
— Ela não me disse o que pretende. – Plinio.
— Ela queria uma justificativa para tirar, agora terá de encarar a
irresponsabilidade, mas ajudamos ela a criar se for o caso.
— E não gosta de meninos mesmo? – Plinio.
— Não Plinio, e sou alguém a manter longe, pois eu acabo influ-
enciando as pessoas próximas.
Pedro viu que as meninas olhavam eles diferentes e chega a Re-
nata e fala.
— Consegue se virar para voltar?
— Já vai fugir.
— Tenho aula amanha cedo.
Ela sorri sem graça e fala.
— Me deixa em Matinhos?

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— Sim.
As meninas estranharam, Renata viu Pedro entrar na casa, se
despediu das meninas e viu ele abrir uma porta e passar por ela e ela
olha aquelas moças com corres estranhas, cabelos cor de fogo, nuas
em uma sala.
— O que são estas moças?
— Curupiras.
— E vai cuidar delas.
— Sobe e toma um banho, ainda é cedo, vamos conversar.
Renata viu ele olhar as moças e elas chegam perto, ele abre uma
porta ao ar e passam para o Tingui e Pedro as deu atenção um pouco,
mostrando a região, explicando o que era aquele lugar, ele estava can-
sado quando volta a casa sobre a empresa de geologia.
Renata olha ele e pergunta.
— O que pretende com isto?
— Tem coisas que tenho medo até de pensar mana, mas pelo
jeito esta minha irmã fala demais para as amigas.
— Você sai com Plinio e quer que fale o que?
— Que se omita em falar do que não entende.
— E mora aqui?
— Sim, uma casa de 3 pisos, com os quartos no terceiro, as salas
e cozinha no primeiro piso, no segundo considero meu escritório de
ideias malucas.
— E as moças?
— Preciso de ajuda para comprar roupas para elas, mas sei que
vão reclamar.
— Por quê?
— Curupiras não comem, eles bebem algo, o que pelo menos
não transformou todo o sistema digestivo em inexistente, mas elas se
alimentam de frequências de luz, então cobrir o corpo, para elas é iso-
lar o corpo do que lhes alimenta.
— E de onde vieram estas?
— Eu as coloquei naquele complexo de casas que me viu proje-
tando, mas preciso de alguém as medindo e comprando roupas para
elas, se puder me ajudar.
— E porque as vai ajudar.
— Não entendi ainda se posso devolver elas, presentes de qua-
tro lideranças, não sei como devolver sem gerar uma guerra ainda.

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— E onde fico?
Pedro a mostra um quarto no terceiro andar, ela entra e vê ele
sair, ela olha a cama, senta-se e olha a parede de vidro para fora, se via
tudo para fora, ela fica insegura, mas olha o banheiro e fica olhando o
local, simples, mas bem espaçoso e ajeitado, ela olha as cobertas no
armário, ajeita as duas, estava frio e para quem acostumara com o frio
do litoral, parecia bem frio.
Ela olha para cada detalhe, liga o chuveiro e toma uma ducha
bem quente e deita a cama.
Pedro sobe, toma um banho, liga para a mãe falando que esta-
vam em Curitiba e cai a cama, cansado e adormece.
Ele estava dormindo quando sente alguém abraçar ele e falar.
— Está muito frio.
Pedro apenas sente a irmã o abraçar, foi difícil dormir, com al-
guém lhe jogando o cabelo no rosto.

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Algumas semanas, Pedro dividindo a casa
com a irmã, o que sempre o deixava inseguro, mais
uma segunda, que passara no litoral, se preparando
para mais um dia de aula.
Pedro acorda e olha a irmã, olha o relógio no
celular, muda de roupa e vai para a aula, ela não
tinha jeito de que iria sair sedo dali, olha em volta,
agora sem segurança, ele não gostara de Moreira
lhe tirar o projeto de segurança, mas ele não man-
dava ninguém lhe seguir, ele tentava ajudar, se a
pessoa no fim achava que não queria estar ali, ele
não obrigaria, entra na sala, e olha Raquel olhar
para ele.
— Como está o menino mais famoso do Capanema?
— Quem dera alguém soubesse quem sou.
Raquel era uma menina da sala de Pedro, ela tentava se aproxi-
mar, mas parecia que Pedro sempre estava correndo.
— Falam que você sobreviveu e alguns estão o respeitando, ouvi
meu pai falar que você deve ser especial, pois a muito alguém não mu-
dava um tal sistema de apostas onde sempre um pobre morria.
— Estava no litoral e nem ouvi as fofocas.
— Dizem que seu pai também está se dando bem.
— Não falei com ele ainda, mas como as coisas estão fora este
assunto chato chamado Pedro.
— Muitos falando do feriado da semana que vem.
Pedro lembrou do 7 de setembro, uma data que poderia ser his-
tórica ou um fracasso em si, ele sorri e fala.
— Feriado na quinta, vai atrapalhar as aulas.
— Você se preocupando com as aulas? Mas Curitiba, oito é feri-
ado local, padroeira da cidade! – Uma menina ao lado.
— As vezes até eu penso em estudar. – Pedro.
Entram, aula normal, o professor de matemática continuava a
fazer perguntas difíceis e Pedro via como uma forma de entender o que
algumas pessoas falavam em sua mente.
Pedro anota alguns dados e rascunha algumas ideias, chega a au-
la de geografia, ele começava a se interessar por esta matéria também,
mais por querer entender a estrutura que teria.

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Pedro que nunca fora destaque no colégio, via as pessoas o
cumprimentarem, ele estranhava isto.
Ele quando sai pelo portão pode ter parecido mal educado, mas
não queria fazer de conta que as pessoas gostavam dele, se antes nin-
guém queria ele por perto, o que mudara?
Ele chega em casa e olha para Cristiane conversando com dois
senhores com seus ternos impecáveis e sobe, olha a irmã ainda na
cama e fala.
— Hora de levantar mana.
— Tá frio.
— Pelo jeito teremos de comprar roupa para você também, mas
vou trocar de roupa e vou descer falar com Cristiane, e vou começar a
projetar a tarde.
— Algo especial?
— Sim, verificar se ainda tenho duas namoradas.
— Você não tem duas namoradas.
— Verdade. – Pedro pensando em 4.
Sorri da ideia, pois ele achara exagero quando alguns falavam
que outro Pedro tinha 4 namoradas.
— E o que vai fazer?
— Vou falar com a Cristiane e depois vamos dar uma volta, pre-
ciso comprar roupas femininas, estou deixando correr solto parte do
problema e posso me complicar com isto, e nada como estar com al-
guém do sexo feminino para não parecer mais estranho do que vai ser.
— Como assim estranho?
— Nunca comprei sutiã e calcinhas.
Renata sorriu e falou.
— Certo, me visto.
Pedro desce e olha para Cristiane, ao longe, entra cumprimen-
tando o segurança que pergunta serio.
— Com quem quer falar menino.
— Com Cristiane Sinn.
— Tem hora marcada?
— Não.
— Poderia voltar outra hora menino, não vou a importunar por
uma criança.
Pedro pega o celular indo para a porta e disca.
— Como estamos Cris?

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— Vai vir conversar?
— Barrado pelo segurança, parece que eles são valentes com
crianças, e não sabem perguntar para quem interessa se poderia en-
trar.
O segurança olha para ele, olha Cristiane dentro ao telefone e
ela se levantar e chegar a porta e falar.
— Entra menino, esqueço que ninguém lhe leva a serio.
— Não quero atrapalhar.
— Esqueceu que você é a peça de economia, o descredito que
nos garante ganhar mais.
Pedro sorri e Cristiane chega a mesa e fala.
— Senhores, este é Pedro Rosa.
A cara de descrença dos dois gerentes da Caixa foi incrível e um
fala.
— Sabe que ele não pode assinar senhorita?
Pedro sorri e fala.
— Logico que ela sabe, o senhor passou mesmo em um concurso
publico? – Pedro encarando o senhor.
— Sabe que os documentos são para a moça, você é apenas a
criança, e não vou tratar com você. – Um dos gerentes.
Pedro olha Cristiane e pergunta.
— No que precisa de ajuda, já que pelo jeito cheguei na hora er-
rada.
— Confirmada a venda para Rhodes Diamante de uma amostra e
o senhor quer saber se teríamos fornecimento constante.
— Sabe que não estamos ainda explorando, ele pretende com-
prar quanto de diamante?
— Ele falou que a qualidade estava superior aos da Mina Dia-
mantes de Gelo.
— Bem superiores, mas ele falou em quantidade?
— Ele falou que não quer inundar o mercado com diamantes, ele
se propôs a comprar não mais de dois mil gramas, por mês.
— Pensei que ele era dos que nos gerariam entradas maiores,
mas se ele quer comprar somente dois quilos mês, sim, temos forneci-
mento para isto.
— Certo, queria vender mais?
— Acho que quarenta é um dinheiro útil por mês, mas termina
com os rapazes da Caixa, não quero atrapalhar.

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— Vê se não some.
— Vou comprar roupa no centro, e tentar não me meter em en-
crenca, mas avisa o segurança, que sou um dos donos do prédio, acho
chato ser colocado para fora de um prédio que comprei.
— Aviso, a Caixa esta disposta a comprar dois mil e quatrocentos
quilos de ouro mês.
Pedro pega o celular e apenas calcula.
— Por quanto tempo?
— Enquanto fornecermos.
— Temos de conseguir autorização para vender externamente
Cristiane, preciso de gente falando com aquele contato do Vale do
Silício, eles usam mais ouro que isto, mas temos de conseguir a autori-
zação de venda, pois quando fecharmos semana que vem a extração
em Ponta Grossa, teremos 4 vezes isto por mês para vender, e não
gosto da ideia de ter isto em um cofre.
— Certo, confirmo com o Rhodes o fornecimento.
— Esta coisa que parece quase inconcebível para mim, eu vendo
dois mil e quatrocentos de ouro para a caixa e vai entrar 36 milhões
mês, eu vendo dois quilos de diamante, ou 10 mil quilates de diaman-
tes para o senhor Rhodes, e recebemos 40 milhões, mas dá para come-
çar a investir se começar entrar constantemente.
Pedro se despede e sai, o gerente olha para ela e fala.
— Sabe que...
— Não entendeu senhor, já respondemos isto, já assinei o papel,
qual o problema?
Cristiane olha ele serio que fala.
— É uma criança.
— Ele é uma criança senhor, mas ele no ultimo mês, ganhou
mais do que você vai ganhar a vida inteira como gerente de um banco
estatal, mas a idade dele não está em jogo e sim a forma de pagamento
da Caixa após receber o ouro senhor.
— Temos 15 dias de analise e mais quinze de liberação.
— Por isto estamos abrindo o mercado internacional, lá eu rece-
bo na entrega, aqui, vocês se enrolam apenas para ganhar tempo, mas
como temos de capitalizar entramos em contato.
Cristiane lê o contrato e pensa que no cofre tinha ouro para mais
de 3 anos deste contrato a frente.
Pedro sobe e olha para a irmã e fala.

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— Vamos?
— Como vamos?
— Eu ando, eu pego ônibus, como mais.
— Mas tem dinheiro.
— Vamos de uma vez.
Eles descem a rua, e mais a frente entram no Shopping Estação e
entram em dois magazines e saem com duas imensas sacolas, e na
saída de um elevador, Pedro risca uma porta e os dois atravessam para
o conjunto de casas, Renata olha aquelas meninas, sem imaginar suas
idades, e olha o irmão chegar a elas, elas se aproximam, ele não fala,
toca suas cabeças, e elas parecem relutantes, mas chegam as roupas e
colocam as mesmas, e saem meio desajeitadas.
Pedro olha elas irem a parte dos campos a frente, e olha para
elas deitarem em bancos de praia, e se esticarem neles.
— O que pretende com isto Pedro?
— O problema destes seres, e sinto isto até nos seres de coman-
do, parecem ser seres programáveis, não seres com sentimentos, os de
um sexo, não parecem se preocupar com os de outro, eles geram des-
cendentes, mas parecem a parte um do outro.
— E pretende o que? Isto que perguntei.
— Eu as programei, as cores eram mais gritantes, os pés, eram
invertidos, a frequência de absorção de energia, deixou elas nesta for-
ma a mais de um milhão de anos, elas não chegaram a fase reprodutiva
depois de um milhão de anos, em contato com a pedra, algumas che-
gavam a adolescência em horas, morriam em menos de 6 anos, então
estou as estudando, tentando entender o que elas são.
— Programáveis?
— Todos somos Renata, apenas não admitimos isto.
— Eu não sou. – Renata.
Pedro a olha e fala.
— Vamos voltar agora.
Renata viu ele entrar em uma das casas, riscar uma porta e sair
no apartamento no Rebouças.
Pedro fica a observar os senhores saírem, pega o caderno e cria
uma parede a mais de vidro a volta de toda estrutura externa.
— O que está fazendo?
— Terminando o projeto, um sistema que dê para controlar a
temperatura interna, vi que tenho uma irmã friorenta. Já deveria ter se

50
acostumado e continua reclamando do frio como na primeira noite, eu
tenho deixado alguns problemas para depois, este para agora.
Pedro desce e entra, o segurança foi barrar Renata e Pedro ape-
nas fez sinal para ela entrar.
Cristiane olhava os dados de 3 minas e olha Pedro entrando.
— Como você faz isto?
Pedro olha para Cristiane e fala.
— A existência de certos lugares, é apenas conhecimento, a ana-
lise de terrenos, algo haver com dons angelicais, o conhecimento de
calculo, Angelicais e Demoníacos calculam muito mais de mente do que
um pobre humano como eu, o que me parece um cálculo impossível,
para eles, a forma de ensino é diferente, nunca ouvi um professor falar
que um triangulo é a representação física da distancia, velocidade e
aceleração, mas é dai que vem a formula, o descobrir da relação.
— E tenta entender isto como?
— As vezes fico bem fora de mim, as pessoas pensam que estou
tendo ideias, estou apenas as colocando nos seus devidos lugares, mas
pedi para olhar um terreno em Terra Roxa.
— Acha que descobriu algo?
Pedro coloca um estudo topográfico da região e põem o dedo
sobre ele e fala.
— Posso estar errado, mas o centro de um vulcão de 4 milhões
de anos, fica bem aqui.
Cristiane sorri e fala.
— Pelo jeito não quer parar?
— Quero ter um local para desviar as atenções Cristiane, ainda
não achei um, todos superiores ao que planejava.
— Certo, está fazendo isto aberto, não entendi.
— Rhodes mandou nos vigiar Cris, ele está pagando alguém no
ministério de Minas e Energia, ele quer nos tirar isto.
— E acha que consegue uma amostra lá?
— A 22 metros.
— Certo, estudou o problema, mas devemos começar a ter ven-
das constantes por três caminhos, não pediu dinheiro ainda.
— Sei disto, mas vai colocando na conta, mas sinal que temos
confirmadas as duas vendas além da caixa?
— Sim, para ouro sim, o que mais pressionava os rapazes da
Caixa era a liberação das vendas, entregamos e tínhamos problemas

51
em receber, pois eles não estavam assinando o recebimento, talvez
somente agora eles se tocaram que eles estão nos devendo mais de 46
dias de ouro entregue, e ainda arrogantes, mas agora também pode-
mos ter as entradas dos 100 quilos diários para cada, e temos outros
dois compradores para trezentos quilos de Platina dia.
— Bom, está apertado fala Cris?
— Talvez não saiba, mas estamos com a maior empresa de Geo-
logia e Topografia do país, não por ter mais gente, mas por ter mais
pontos em analise que todos os demais.
— Cris, tenta fazer dar certo, pedi a compra do terreno em Terra
Roxa, se puder mandar um grupo grande para lá amanhã, ou contratar
gente para o fazer, e mostrar os estudos, deixar aberto, sem dizer o
que procuramos, mas deixar claro, que tiramos uma amostra de lá, e
agora estamos comprando.
— Perigo?
— Não temos concessão para lá, e não vou pedir.
— Certo, está fazendo analise, e sabe o que vamos achar a 22
metros?
— Um veio de Kimberlite.
— Certo, e se achar algo?
— Só não deixa claro se tiver a especificação da reserva que sabe
ser a numero um.
— Certo, mas acredita que achemos algo?
Pedro coloca o dedo sobre o mapa e fala.
— Depois, quando der tempo, consegue uma analise deste ter-
reno em Iporã.
Cristiane olha e fala.
— Certo, você sabe onde está um braço, é o que acha ser?
— Sim, é o que acho, mas com calma chegamos lá.
— E este você comprou antes?
— Comprei, isolei, estou esburacando a entrada, pois são terras
boas para cultivo, então invasões em terras devolutas são normais,
então estou dificultando acesso, e começando a isolar lá.
— Começando?
— Estradas internas todas destruídas.
— Certo, algo que precisa de estrutura para chegar.
— Sim.
Pedro a olha e fala.

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— E precisando de algo, estou em Matinhos, me liga.
— Pelo jeito correndo?
— Problemas técnicos, estruturais e políticos, então quero ver se
alguém me leva a serio.
— Sabe que você aparece eles parecem ficar arredios.
— Sei, mas Roseli falou que o prefeito quer falar comigo, e pare-
ce ter surpresa.
— Surpresa?
— O instituto ambiental do Paraná está pegando no meu pé.
Cristiane sorri e Pedro sobe novamente e atravessam para o ter-
reno em Pontal do Paraná.
— Onde estamos?
— Área isolada, depois do tapume a sul – Pedro aponta – se não
tivesse o tapume, estaria vendo os barcos de embarque para Ilha do
Mel.
— E o que teremos aqui?
— Um porto, um canal, 3 estaleiros, 22 fábricas.
— Pouca coisa! – Renata tirando sarro.
Renata olha o irmão desenhar um prédio no caderno e ele surgir
as costas, como se tivesse gente construindo, ela fica olhando o subir
da estrutura e aqueles seres que pareciam trabalhadores erguendo, viu
quando seu irmão fechou o caderno e as coisas continuam, eles cami-
nham para o prédio de 12 andares, aqueles espectros de gente coloca-
va na fachada “Rosa’s Portos”, ela olha em volta e viu que chegam a
um elevador ao fundo, parecia que instalavam tudo, de tomada a lumi-
nária, alguns pintavam as paredes, alguns colocavam o piso, se fossem
reais, um estaria atrapalhando o outro, mas pareciam fazer sem se
preocupar se eram atravessados por outros.
Chegam na cobertura e Pedro olha em volta e fala.
— Plinio pai, aprovou depois de muita discussão na câmera de
vereadores da cidade a mudança de diretriz da cidade, e autorização
para a implementação dos prospectos entregues a duas semanas para
a prefeitura.
Pedro sorri e fala.
Renata olha em volta e começa a ver dragas, bate estacas, imen-
sas maquinas que abriam buraco rente ao canal, e olha ao fundo as
dragas abrindo um canal, de 400 metros de largura, e aquelas dragas
jogando a areia para as laterais, onde mais de 12 maquinas imensas

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abriam valas laterais, e outras colocavam armações de ferro, olha para
aqueles caminhões que não teriam como chegar ali, começarem a jogar
cimento nas valas, eram tantos detalhes que ela olha o irmão e pergun-
ta.
— Como faz isto?
— Isto me deixa nervoso, mas as vezes esqueço que não sei ser
calmo, o telefone me cobra estar em Curitiba e estou aqui.
— Quem lhe cobra?
— Rita, Caroline, Carla, todas perguntando onde estou.
— E não vai responder?
— Vou, quando souber o problema, mas vamos, aqui começa a
caminhar.
— Certo, você encaminha estas coisas, mas pelo jeito espera
problemas.
— Sim, eu estou investindo em alguns locais, e não sei o que eles
pensam, mas estou disposto a tentar entender eles hoje.
— E se eles quiserem lhe parar?
— Eu invisto ao lado, contrariado, mas invisto.
— O que tanto vai produzir aqui?
— Aqui terei minha segunda empresa de produção de contêiner,
meu primeiro estaleiro de navios grandes, dai terei estaleiros para
balsas e guinchos, e um para barcos e lanchas, quando se fala em sis-
temas modernos, vou desenvolver uma empresa de construção civil,
baseado em pré modelos, que podem ter de dois a 25 pisos, esta em-
presa vai desenvolver muito do que preciso.
— E vai trabalhar pelo jeito muito.
— Não cansei ainda, vamos para Matinhos agora.
Os dois atravessam para a casa na entrada do complexo de ho-
téis, atravessam a rua, o segurança confirma a entrada e os indica o
caminho, Roseli olha para Pedro chegando e olha para o governador,
Pedro olha o senhor ali, tinha dois senadores, uns 4 deputados, muita
gente que ele não sabia quem era, mas o fiscal do Instituto ambiental
ali, não combinava, a aura de Roseli estava neutra, ela estava tentando
manter a calma.
Pedro olha a irmã e fala.
— Ajuda a mãe, não sei o que está acontecendo.
Renata entendeu, era algo que quanto mais gente pior.
Roseli chega ao lado do menino e fala.

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— Podemos conversar.
Pedro toca o peito e toca Roseli que ouve o silencio e olha o me-
nino a sua frente.
— Qual a situação Roseli?
Roseli se perde um pouco com todos estáticos e fala.
— Não entendi, parecem querer por um lado entrar na propa-
ganda, na outra parte, nos parar, o governador fala que não quer nos
parar e veio com uma determinação de verificação de todos os parâ-
metros ecológicos do complexo, estamos a uma semana de inaugurar e
o governador entra em campo como se querendo algo.
— E porque me chamou, sabe que eu aqui só piora.
— Não sei, você analisa auras, faz estas coisas de parar o tempo,
entende deste projeto como poucos, não sei, sua mãe está correndo
mostrando para o instituto ambiental cada sistema de coleta e recicla-
gem, cada prospecto de preservação, eles querem pelo jeito nos parar
dizendo que não querem.
— Então mantem a calma, pois eu não tenho esta calma.
Roseli ouviu isto e viu Pedro tocar o peito e o som voltar e ele fa-
lar.
— Qual o problema Roseli?
Roseli sorri e fala.
— Eles querem conhecer esta lenda, Pedro Rosa.
— Lenda? Fala sério.
Pedro com seu pequeno tamanho chega ao lado do prefeito de
Matinhos e pergunta.
— Problemas prefeito, me passou um recado que não entendi.
As vezes não tenho como atender pela manha, sabe como é, aula.
— O governador veio com uma determinação de interdição das
praias, pois o projeto não foi aprovado pelo instituto ambiental.
— Sempre digo, algo fere a lei prefeito?
— Não.
— Pretende concorrer a Deputado?
Ele sorriu e falou.
— O que acha que está acontecendo?
— Prefeito, eu não sei, estava em aula, enquanto um bando de
pseudo trabalhadores, estavam todos barrando as coisas, mas a per-
guntas, fizemos algo fora da lei?
— Não.

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— Então relaxa, os prédios estão dentro da área da cidade, sobre
a reserva federal, apenas as estatuas, e nem a chegada lá é feita de
forma a danificar a natureza, e estão fixas sobre rocha, então apenas
mantem a calma.
— E acha que eles vieram fazer o que?
— Qualquer coisa lançamos sua candidatura antes da hora.
O prefeito olha o menino não olhar para o governador, e sim pa-
ra o senador Requião e perguntar.
— Tem algo contra as obras Senador?
— Vai dizer que você é Pedro Rosa?
— Sim, mas o que está acontecendo, já que dois senadores, 4
deputados federais, um governador em uma obra, parece politica, não
problemas estruturais ou de regras ecológicas.
— O governador não nos adiantou o que ele quer com isto.
— Eu tenho interesse na exploração daquele Ferro senador, e
vender ele, o que estes a volta querem?
— Dizem que está fazendo barulho tão grande por aqui que tem
gente sacudindo os tapetes em Brasília.
— Sei disto, acabam de pedir a interdição sobre um terreno que
estou fazendo analise de solo em Terra Roxa do Oeste.
— E o que teria lá? – O governador.
— Diamante, pois a pressão vem dos Rhodes, Ingleses que do-
minam este mercado mundial. – Pedro encara o governador e pergunta
– e o que faz com este complexo de gente, acionadas apenas para pa-
rar as obras?
— Tem de...
— Tenho, e uma informação, tudo aqui é gravado governador,
não vai ter versão mal contada, vai ter a versão real, se tem medo do
prefeito sair ao senado, mantem eles aqui, e amanha fazemos a con-
venção e indicação de alguém novo, dinâmico e que sabe conter gastos
para o bem de sua cidade, quer entrar nesta briguinha mesquinha des-
tes fiscais gordos, que tal nós interditarmos todas as criações de porcos
do estado, para conter obesidade mórbida de funcionário inútil?
— Acha que não deve obedecer a lei? – Governador.
— Não disse isto, disse que paro o seu estado, assim que estes
fiscais me pararem, pois desculpa, nenhuma criação de porco, gado,
alguns poucos frangos, monoculturas, prefeituras, até mesmo seu go-
verno, não obedece a lei, aplica a lei apenas sobre mim, e vou exigir

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que os demais cumpram a mesma lei, até o senhor sorrindo ali, quando
chegar em casa, tem um oficial de justiça pela pensão dele não paga,
esperando ele justificar ou ir lá passar umas horas na delegacia, o se-
nhor governador, quer uma campanha contra, não se elege ao senado
e quero ver ser processado pelos 12 processos contra o senhor, acha
mesmo que pode me atrapalhar e não vou reagir, apenas para a indi-
cada do governador não correr risco?
O senador Requião chega ao lado e pergunta ao governador.
— Nos trouxe aqui para parar as obras e nos colocar como apoio
a isto governador?
O governador olha o senador, ele disputaria com ele o senado
naquele ano.
— Eles danificaram as praias. – Governador.
— Se tirar o esgoto da praia, e dispor de novo calçamento, ilu-
minação e estrutura é destruir governador, o que o senhor considera
construir? – Senador.
— Existem exigências que tem de ser cumpridas. - Governador.
Pedro olha o senhor e pergunta calmamente.
— E qual não foi cumprida senhor, já que está interditando, não
por não cumprimento, e sim, por que estabeleceu que não existe uma
autorização para construção junto a praia, mas lhe garanto, tenho a
autorização de quem manda ali, não do senhor, mar é Marinha, eles
autorizaram, o seu fiscal, parece ignorar isto, e não me preocupo se
chamarem aqueles ecologistas, a natureza cuida deles, mas já que
chamou a imprensa, não se preocupe, eu sou suicida, eu sei que odeio
recuar, mas o ano que vem, sem o senhor no senado e no governo, o
futuro governador vendo as obras em Santa Catarina e em São Paulo,
vão entender o quão é importante estas obras.
— Acha que acredito que vai parar assim?
— Vou parar o que vocês determinarem parar, não inverte Go-
vernador, e toda propaganda vai sobre o senhor, acha que vai me fer-
rar e sair como herói, todo litoral não vai lhe dar um voto governador,
cuidado com as pedras, pois judas, apedrejamos.
Pedro faz sinal para o segurança e fala.
— Põem para fora, não é seguro manter gente dentro da obra
inacabada.
— Não pode...

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— Posso, lá fora, na rua, área publica, aqui, área particular,
mesmo que não seja um hotel, como digo, cabe meu ego muito bem.
Os seguranças do governador viram mais seguranças os induzir a
sair e ficou tenso.
Pedro sai pela porta e um repórter olha para o menino.
— Boa tarde, dizem que é Pedro Rosa.
— Sim.
— O que o governador veio fazer em seu hotel?
— Interditar, ele quer interditar todas as obras do prefeito atual,
não entendi, mas a Rosa está suspendendo todas as obras referente a
praia, por determinação do Instituto Ambiental.
— Existem motivos para isto?
— Não sei, amanha quando o esgoto estiver de novo nos rios,
lembrem, não fomos nós, foi uma determinação do governo do estado
de desligar os filtros, quando amanha as luzes a beira da praia estive-
rem desligadas, foi determinação deles, quando talvez não inaugure-
mos o hotel, embora não exista nada fora das especificações exigidas
da empresa, teremos problemas, mas o que é adiar um projeto uns
dias, para entender a politica.
— E acredita que contorna os problemas?
— Talvez eu como uma criança de 13 anos, não tenha entendido
todo o problema, mas quando os engenheiros falaram que estava tudo
Ok, eu acreditei, quando o prefeito nos autorizou a cuidar do esgoto da
cidade, achei que estava correto, quando reduzimos o consumo de
energia através de postes com lâmpadas de led, foi pensando não ferir
leis, mas parece que não entendi tudo direito, então estamos parando
e vamos fazer uma reunião no fim da tarde, mas se era para nos parar,
não entendi o governador vir, parece querer fazer politica de intimida-
ção com o prefeito, que esta cotado a Deputado Federal, não entendo
de politica.
— Qual o maior risco de tudo?
— Ter de transferir para os estados ao lado, o que iria investir,
hotéis e infraestrutura, não entendo o que posso ter feito de ilegal,
mas como disse, posso aos 13 anos não ter entendido o todo.
Pedro ouve o tumultuo e fala.
— Deixa eu sair antes de me acusarem de algo, sempre sou o
culpado, mas não tenho paciência para isto.

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Pedro atravessa a rua e entra na casa, olha a irmã, sobe na parte
alta da casa, se via as câmeras da praia, ele começa a desenhar entra-
das e colocar tapumes a toda volta das obras na praia, ele ia desenhan-
do e em toda a praia, foi surgindo gente, espectros de gente colocando
os tapumes, as estatuas foram recebendo andaimes a toda volta e co-
meçam a erguer um tecido a volta de todas as estatuas.
O governador olha para a imprensa e um repórter da Globo per-
gunta a frente.
— Governador, qual a determinação das obras ilegais no muni-
cípio.
— Estamos interditando, existem determinações que precisam
ser cumpridas.
— Vão retornar a praia como era?
— Se não cumprirem as determinações com certeza.
Pedro ouve e apenas abre uma porta no ar e passa para o hotel
no Tabuleiro, entra e pede para falar com o senhor Magalhães.
O rapaz o indica o caminho e ele chega ao senhor e fala.
— Desculpa senhor, temos de conversar.
— Problemas?
— Sim, como estava no contrato, se tivéssemos interdição do
governo, ambas as partes não arcariam com o custo, acabamos de ser
interditados, então peço desculpas, teremos de desocupar o local.
— Não pode fazer isto, e as filmagens da novela.
— Não fui eu que apoiei esta merda de campanha contra as
obras senhor Magalhães, foi sua rede de TV que o fez, mas não o estou
colocando para fora por opção, eu gostaria mesmo de ter a propagan-
da, que mesmo não sendo explicita, seria feita, mas a interdição é so-
bre todas as obras inacabadas dos Hotéis Rosa, este é um deles.
— Não vão recorrer?
— Sim, mas parados, não vou pagar multa por que alguém não
quer que me instale aqui.
— E pretende nos permitir voltar?
— Apenas alertando, vou colocar o escritório de advocacia da
empresa no caso, mas infelizmente, estou passando em cada parceiro e
explicando o problema.
— E temos de sair quando?
— Eu sairia antes de ser colocado para fora, tem gente que pa-
rece que só entende de parar as coisas.

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Pedro se despede e sai sorrindo.
Pedro volta para sua casa, após a saída do governador sobe para
o mirante e olha para baixo, começam a colocar tapumes a toda volta
da obra, o governador queria parar eles, agora teria de assumir que
parou tudo.
Pedro pensa nas obras em Paranaguá, em Antonina, todas foram
sendo ocultas com tapumes.
Parte dos hotéis lotados, parte dos hotéis, agora isolados, os
inaugurados não estariam na determinação, mas as obras na beira da
praia, complicavam tudo.
Pedro pega o telefone e liga para o Roberto Vaz, o advogado da
empresa.
— Boa tarde senhor Vaz.
— Pelo jeito pegaram pesado com você.
— Sim, eu não tenho pena deles, mas consegue a determinação
por escrito, e preciso de uma determinação de cassação dela até dia 6
de setembro, vai ser apertado, mas se conseguir a liberação de parte
das praias, seria bom.
— Vou tentar, mas o instituto ambiental é coisa chata.
— Sei disto.
Pedro olha o helicóptero ao fundo e desenha o afrouxar dos pa-
rafusos da hélice e olha para o carro dos fiscais, um pequeno furo no
sistema de pressão dos freios.
Pedro olha os seguranças abrirem o caminho para o governador
ao fundo, ele fora a praia e vira que estavam levando a serio a retirada,
mas quando ligam a hélice, a mesma começa a vibrar e o governador
viu ela se desprender e voar sobre uma casa ao fundo, ainda bem, de-
socupada.
Ele olha em volta e Pedro sai a sacada da casa ao fundo e olha
para o local onde a hélice havia entrado.
Os ficais olham para o menino a sacada e um fala.
— Acho que não nos tocamos de quem estávamos sacaneando.
— Acha que ele se atreveria em tentar algo?
— Ele não vai tentar, mas dizem que alguns marginais da capital
gostariam de agradar o menino.
Os rapazes olham os tapumes sendo colocados e Pedro desce e
atravessa a rua e chega a frente de Roseli.
— Vamos parar?

60
— Não, mas vamos começar a isolar o pessoal, parte é treina-
mento, nada da interdição é sobre os hotéis, mesmo sendo os que mais
estão fora das especificações, e isto não quer dizer que eles não ten-
tem algo, mas legalmente temos metade do complexo funcionando, e
vamos inaugurar o resto no dia 6, mas quero inaugurar o todo, não
metade, então vou acelerar alguns trechos.
— O que pretende para a semana.
— Teste dos equipamentos dos dois Aeroportos, a fundação do
porto de Guaratuba está pronta, amanha começam a asfaltar a parte
ao fundo da pista, no sentido do novo acesso.
— E porque isolou?
— Eu não quero resistência deles, e sim reação dos demais, é fá-
cil dizer que quer ser símbolo de futuro, e investirem em nos parar,
nem entendi a ideia deles ainda, mas vamos simular a retirada do pes-
soal da novela, eles tem duas semanas gravadas, mas quero mesmo
que todos falem da interdição.
— Os colocou para fora?
— Disse que seria melhor sair antes, e que tentaríamos derrubar
as determinações, como as determinações são sobre obras inacabadas,
aquela é uma obra inacabada.
— Certo, e vai reagir como?
— Não sei ainda.
Pedro olha a mãe e fala.
— Mantem tudo andando, até o treino e a preparação.
— Acha que conseguimos abrir?
— Sim, conseguimos. – Pedro.
—E vamos com os tapumes?
— Sim, assim terminamos o resto e ninguém fica olhando os de-
talhes finais.
— O que aconteceu ali fora?
— Nem vou chegar perto, senão viro culpado. – Pedro serio.
— E pelo jeito pretende fazer algo? – Roseli.
— Estou fazendo, mas como na divisa sul de São Paulo até o go-
vernador de lá demora a olhar, estamos acelerando.
— O que está fazendo a mais lá? – Ciça.
— Terminando dois hotéis, um estaleiro e uma sequencia de 10
industrias, levantando dois portos secos, começando a instalar os sis-

61
temas trilhos nos dois portos secos, além disto, instalando os portos
secos em Joinville e Garuva, iniciando o em São Jose dos Pinhais.
— Não entendi a ideia em si. – Roseli.
— Eu pretendo ter um porto capaz de carregar até 30 supercar-
gueiros em 3 estruturas portuárias, para isto, preciso que as cargas
estejam prontas para chegar ao porto e sair de lá rapidamente, para
isto portos secos, onde embalamos e preparamos para viagem.
— Eles nem devem estar olhando direito.
— Mãe, se eles deixarem, dia 7 agora, semana que vem, vamos
ter presidente da republica no município ao lado, quero ver o governa-
dor se colocar contra.
— Certo, acelerando.
Pedro se despede e Renata gruda ao lado e fala.
— E o que faremos agora?
— Andar um pouco.
— Onde?
Pedro pega um carro elétrico e passa para a parte da Baia do ho-
tel, liga para o prefeito de Guaratuba e combina com ele a beira do cais
em uma hora.
— Eles acham que lhe param.
— Sei disto, mas tem coisa que precisa ser feita com calma, e
não tenho calma.
Os dois saem pela saída frontal do hotel e dirigem aquele carro
elétrico até o Ferri, atravessam e param o carro elétrico na frente da
baia, ao fundo se via aquelas imensas balsas começando a fincar ao
fundo as vigas, eles estavam olhando quando o prefeito para ao lado.
— Problemas em Matinhos?
— Queria um governador mais esperto, mas ele é meio burro no
que se diz, fazer politica.
— E veio falar sobre isto ai?
— Não, mostrar o que o presidente vem no dia 7 agora inaugu-
rar.
— Onde?
— Nos daria uma carona, este carro elétrico não tem permissão
para andar nas ruas.
O prefeito sorriu e viu que o menino indicou o caminho, quando
entram na Rua Otaviano o prefeito viu que estavam a asfaltando, eram
tantas obras que ele estava meio perdido, ele olha a rua passar ao fun-

62
do do aeroporto e viu o viaduto a frente, o menino desce, tira a prote-
ção e faz sinal para ele passar, e Pedro ouve.
— Prefeito, o que estamos fazendo, é algo que eles não viram
ainda.
— Como alguém faz algo assim?
— Dirige e vou lhe explicando.
O prefeito viu eles passarem por cima de uma rodovia, o acesso
a direita estava fechado ainda, viu que se fez a curva para entrar na
outra pista, e dirige até a BR101 e para o carro e olha em volta e fala.
— Vai asfaltar tudo até dia 7?
— Sim, asfalto e sinalização, não sei se dá para inaugurar até a
BR 277 mas o novo acesso e aeroporto internacional de Guaratuba o
presidente vem inaugurar.
— Eles lhe param em um lado avança do outro.
— Prefeito, eu mandei metade de todos os geólogos que fazem
pesquisa para mim, para cima de um terreno no Oeste do estado, al-
guém em Brasília conseguiu a interdição do terreno, mas politicamente
falando, a Rosa’s quer saber a posição do Presidente referente a isto.
— E porque fez isto?
— Para eles não olharem para onde precisava tirar outra amos-
tra.
— Certo, desviando os olhos, mas está ficando bonito o novo
acesso.
— Sim, as torres da ponte sobre a baia, vão começar a ficar visí-
vel, mas ali o trabalho é mais demorado.
— E o que temos ao fundo? – O prefeito olhando uma serie de
trilhos.
— Quando nos for dada a concessão, quero uma linha de trem
de transporte de passageiro que ligue Joinville a Curitiba, passando em
todo litoral, mas os trilhos ao fundo são para o porto seco de recebi-
mento de cargas do porto de Paranaguá.
— Vão receber aqui e transportar por trem?
— Sim, mas este não vai passar em Guaratuba, a não ser na par-
te encostada a serra.
— E como estão as obras?
— Achei que o primeiro trecho seria inaugurado em 6 meses,
eles estão com vontade de receber pelo jeito.
Pedro fez sinal para o prefeito voltar ao carro e fala.

63
— Estamos com a estrada, avançando 90 metros por dia, parece
pouco, mas a estrutura entra, o asfalto vem depois, se olhar para parte
alta, aquilo é iluminação, a base solar, no percurso total da rodovia.
— E enquanto eles param ali você avança?
— Sim, estou começando a fazer o porto de ampliação de São
Francisco, instalando o porto de Joinville e o de Itapoá, mas é que pou-
cos viram isto ainda.
— E não sai falando. – Prefeito.
— Eu quero a região crescendo, não me adianta uma região bo-
nita e que está próximo da dependência total dos recursos da capital,
um dia eles sofrem lá e vocês morrem de fome aqui.
Pedro faz sinal para o prefeito encostar e ele mostra onde corre-
ria a linha de trem, e param na base da curva e Pedro fala.
— Aqui é uma escola para substituir a ao fundo, com mais estru-
tura, estão terminando de pintar as salas, após isto entra os moveis e
estruturas.
— Vai doar uma escola a prefeitura?
— Quero doar mais coisas, mas parecem querer me parar.
— E pelo jeito está acelerando.
— Sim, estou.
Eles voltam e Pedro se despede e o assessor que ia quieto o
tempo inteiro fala.
— Como eles fizeram aquilo prefeito?
— Eles estão soprando para as praias, e ninguém olhou, só pode
ser, viu que tem muita coisa feita, a rodovia se perde a direita, mas
pelo jeito não está pronto ainda, mas é uma super obra, e pelo jeito
teremos presidente no dia 7 aqui, pela tarde.
— Preparo tudo, estava falando com alguns amigos, eles falam
que ele abraçou todos os municípios litorâneos do estado.
Pedro pega o carro elétrico e volta, olha a irmã e fala.
— Vai subir ou ficar.
— Acho que vou ficar, aqui é mais quente.
— Fresca. – Pedro fala baixo.
Pedro abre uma porta a parede e passa para o edifício no Re-
bouças e liga para Rita e marca no Shopping.
Ele caminha até o mesmo e olha para Rita ao fundo com Caroline
e as duas olham ele desconfiadas.
— Nos traindo?

64
— Quem dera, estava discutindo com o governador.
— Soube que ele mandou parar todas as obras em Matinhos.
— Ele não sabe o que está fazendo, mas é pessoal, eu não vou
dar muita bola.
— Dizem que ele parou todas suas obras. – Rita.
— Não, ele parou todas as obras em Matinhos, é diferente.
— Por quê?
— Matinhos é turismo, propaganda, mas é algo entre ele e o
prefeito da cidade, pois Guaratuba, Pontal do Paraná, Morretes, Anto-
nina, Paranaguá e Guaraqueçaba continuam as obras, até aqui em São
Jose dos Pinhais e lá em Campina Grande do Sul, continuam e ninguém
apareceu para parar.
— Pelo jeito estava trabalhando.
Pedro não passou a crônica e fica pensando se deveria e olha pa-
ra Rita.
— Deixa eu usar um pouco do sinal online da praça de alimenta-
ção.
— O que vai fazer?
— Gerar tumultuo, o que mais.
Pedro escreve a crônica e passa para o jornal, ainda não era 19
horas, então dependeria do jornal colocar ou não, ele parecia estar se
divertindo naquele momento.
O redator olha o diretor de conteúdo e pergunta.
— O que temos de instrução referente as crônicas do menino?
— Eles estão querendo dar voz apenas ao governador, é questão
politica, e não entendi ainda.
— Então acha melhor não colocar?
— O que ele escreveu?
— Um pedido de desculpas, cínico, a todos os adultos do palácio
Iguaçu, do Meio Ambiente e dos atores da Globo.
— Não entendi.
O senhor pega um trecho e lê.
“peço desculpas aos atores da Globo, que terão de sair do set de
gravação da novela das 19 horas, é que o meio ambiente disse que o
local não era seguro, que não sei no que não é seguro, mas entendo
que tem de proteger as pessoas, mas qualquer coisa, vocês gravam na
Barra, onde dizem ficar o prédio.”
O senhor chega perto e lê a crônica inteira e fala.

65
— Este menino está ficando atrevido.
— Senhor, ele está fazendo de conta que parou, apenas isto.
— Acha que ele não parou?
— Acho que nem os que pediram para ele parar, sabem o que
ele está fazendo.
— E o que o governador falou?
— Ele passou um susto em Matinhos, o helicóptero que ele vol-
taria, começa a ligar as hélices, para voltar e dizem que a hélice se sol-
tou e acertou uma casa a beira do local onde ele parou.
— Disto que é a indução, referente ao menino estar fora de con-
trole?
— Acho que o menino está se divertindo, o governador resolveu
pegar no pé do prefeito de Matinhos, que estava crescendo muito ul-
timamente.
— O prefeito de Matinhos deve estar sorrindo, pois o estão dan-
do mais destaque ainda.
— Liguei para o hotel e as reservas continuam a ser feitas.
— Eles devem ter uma carta na manga, mas não entendi ainda o
todo desta encrenca.
— Com certeza ninguém entendeu.
Pedro se despede e começa a voltar, viu Luiz ao seu lado.
— Problemas?
— Acho que todos querem lhe parar.
— Todos não, mas o que acha que está acontecendo?
— Soube que tem pressão sobre 2 terrenos seus.
— Pensa, já resolvo o problema, mas apenas não se distrai comi-
go, sei que tem gente querendo me complicar.
Pedro caminha e sente o meio, ele caminha mais rápido para ca-
sa e senta-se na sala e sente o carro dos fiscais subindo a serra, eles
estavam acelerando e uma neblina toma a estrada, eles freiam e o freio
dá meia potencia, eles veem o caminhão parado a frente, desviam na
altura do quilometro 55 e saem pela tangente voando para baixo na
curva fechada.
Pedro fecha os olhos e tenta não pensar, liga o computador e
olha a proposta vinda da Califórnia, olha a proposta e passa para eles a
contraproposta e viu um pedido de vídeo conferencia. Pedro olha a
moça e um senhor aparamentado as costas, base de Mugu.

66
— Boa tarde, temos interesse em adquirir uma versão fechada
do seu programa, temos problemas de segurança e precisamos de algo
que proteja nossos dados.
— E qual a duração de manutenção deste contrato? – Pedro.
Pedro olhava os dados, pois quando se fala em 100 milhões de
dólares, ele ficou pensando em quanto tempo para receber aquilo.
— Este é a verba mensal para manutenção de sistema, precisa-
mos de algo seguro, e se topar seria um contrato de pelo menos 10
anos, teriam os reajustes, mas precisamos saber se existe como termos
esta parceria. – A moça, uniforme de general, como o senhor as costas.
O rosto lembrava a irmã, mas ele estava ainda absorvendo o que ela
falou.
— Teria de estabelecer qual os pontos deste contrato, não tenho
nada contra, mas preciso saber as especificações que vocês pretendem
ter neste programa.
— Teria como fecharmos esta intenção contratual.
— Não vejo problemas, me passem uma proposta oficial e co-
meçamos a fazer negocio.
A moça passa por e-mail uma proposta e Pedro diz que vai ler o
contrato e retornava no dia seguinte.
A General Jones, a moça, olha o general as costas e fala.
— Ele pareceu não achar grande coisa esta proposta.
— Sabe que ele está com o nome nos dados de sua irmã, como o
ser que enfrentou o desafio dos cristais em questão de horas, e não
anos.
— Ele pareceu serio, mas se ele retornar, teremos de verificar os
dados e os montantes.
— Prepara os documentos, acho que ele assina.
Pedro olha para fora e pensa no contrato, ler em inglês, parecia
algo novo para ele, mas aquele contrato era o maior valor em um papel
que ele vira, um contrato anual de mais de um bilhão de dólares era
algo a ler com atenção.
Ele cai na cama, olha o teto, sem saber o que fazer, ele fica con-
versando com Pedro, de outra existência.

67
Ainda era madrugada, quando Pedro levanta
e começa a digitar, entendera a lógica, ele fecha o
programa e olha em volta, olha para a estrutura,
olha que não levaram ele a serio, pois não se propu-
seram a furar, mas alguém olhou ele e considerou
ele seguro.
Pedro se familiariza com os dois sistemas, um
de busca de recursos e dados, e aquele que estaria
no contrato, ele olha os sistemas de busca do pri-
meiro, o quanto era leve e amanhecia frio do lado
de fora, começando Setembro e parecia que não
queria esquentar em Curitiba, quando ele passa um
e-mail com o contrato assinado, com um adendo de
busca e aprisionamento de dados, com os dados bancários.
Pedro pensa que apanhara por oito mil reais, estava assinando
um contrato com uma base que nem sabia onde era, provavelmente
nem era no local que lhe dava o nome, de 100 milhões de dólares mês,
entrando em sua conta, ele estava com uma conta da empresa de Geo-
logia enchendo, tinha uma conta do consorcio da Rodovia, que recebe-
ria os primeiros quilômetros da construção no fim da semana, e as
reservas para a inauguração dos hotéis.
Pedro vai a cozinha, faz um café forte, não dormira nada na noi-
te, terça feira e teria de conseguir descansar, estava pregado.
O menino caminha até a escola, assiste as aulas sonolento, esta-
va em seu rosto o cansaço, almoça no restaurante popular e caminha a
rua no sentido da empresa de Geologia, onde morava agora, foi che-
gando e via os carros da policia parando a rua.
Pedro vê um rapaz apontar a arma para ele e falar gritado.
— Pedro Rosa?
Ele apenas acena com a cabeça positivamente.
— Mãos onde possa ver.
Pedro estava dormente, e viu o juizado de menores, estava de
mãos para cima e o delegado Silva sai de um dos carros e olha o meni-
no.
— Podemos conversar?
Pedro sacode a cabeça e o senhor faz sinal para o policial baixar
a arma, e Pedro pergunta finalmente.

68
— O que fiz agora?
— Tem uma denuncia contra você, referente a dar sumiço em
dois fiscais do Instituto Ambiental.
Pedro olha em volta e não responde, olha para Cris e fala.
— Cuida dos prospectos, verifica se caça aquela liminar, deve ser
desespero de alguém me acusar de algo.
Pedro olha o delegado e pergunta.
— Tem provas, pois eu estava trabalhando ontem, enquanto
eles faziam de conta que faziam fiscalização em Matinhos.
— E fazia o que?
— Ontem mostrava para o prefeito de Guaratuba, o que inaugu-
raremos com presença do Presidente e do Ministro dos Transportes no
dia Sete, hoje iria mostrar para o prefeito de Paranaguá o que o mesmo
presidente vem inaugurar no mesmo dia.
— E porque lhe acusariam então?
— Pergunta para eles, tem uma insinuação do senhor Governa-
dor, que eu, que nem cheguei perto do helicóptero dele, fui responsá-
vel pelo soltar de suas hélices, mas as pessoas compram a ideia, Pedro
Rosa, empresário e dono dos complexos Rosa, estava lá olhando quan-
do o evento se realizou, mas eles esquecem de olhar para quem é Pe-
dro Rosa. – Pedro aponta para ele com a mão – Pois este Pedro Rosa é
uma merdinha.
— E não veio direto do colégio para casa? – Delegado.
— Eu estava comendo no restaurante popular, eu gosto de man-
ter os pés no chão.
— Onde estão seus pais? – O rapaz do Juizado de menores.
— Meu pai não sei, deve estar na cama, está frio, minha mãe,
terminando o treino de mais de 600 pessoas, para as inaugurações do
dia sete em Matinhos.
— Acha que eles lhe deixam inaugurar?
— Delegado, estamos discutindo isto no meio da rua, se vai ser
um depoimento formal, vamos a delegacia, chamo meu advogado, e
verificamos, não dormi bem esta noite.
— Algum motivo para não dormir bem?
— Comecei a programar e perdi a hora.
— Programar?

69
— Tenho um contrato de fornecimento de um programa com o
exercito Norte Americano, e estava terminando ele e passando a ver-
são beta do programa quando vi que estava amanhecendo.
— E porque se dedicaria a algo assim, dizem que você já é milio-
nário. – O delegado olhando ele.
— Primeiro eu serei Milionário apenas quando eu for adulto,
mas este é um contrato de 10 anos, para quando ter 18 anos, ser bilio-
nário, não milionário.
— E anda na rua naturalmente?
— Meu segurança pediu a conta, ele não achou emoção em me
defender as costas, ele queria agito.
O delegado olha em volta e fala.
— Vamos a delegacia.
Pedro foi conduzido a delegacia e fizeram as mesmas perguntas,
mas com advogado e escrivão e Pedro cansado sai ao lado do advogado
que fala.
— Está tudo encaminhado para derrubar a determinação, deve
cair ainda hoje todas as determinações, mas o governador está fazendo
politica com isto.
— Sei disto. Mas eu nem titulo de eleitor tenho ainda, não posso
me preocupar com isto ainda.
— Parece cansado.
— Tenho de garantir os recursos para as obras do mês que vem,
devem estar na conta, mas ainda tenho de confirmar.
— Não vai parar?
— Não, vou tomar um café, e vou dar um pulo em Paranaguá.
Pedro chega em casa e olha os dados bancários e o e-mail e sorri
da resposta da moça, parecia algo já vivido em outra existência.
“Simples depois de visto, impossível até ser visto”.
Pedro olha aquele saldo e risca uma porta ao ar e surge em An-
tonina, olha o relógio, duas e meia, olha para os portos e caminha em
meio a obra, de espectros, vantagem destes é que não lhe barravam,
ele chega a beira e olha para a colocação dos 4 primeiros guindastes
dali, olha a estrada ao fundo sendo asfaltada, os primeiros prospectos
de entrada, e do outro lado da estrada o complexo de prédios, olha
Sergio chegando e olhando em volta, era outro lugar, ele chega ao lado
e fala.
— O que teremos hoje?

70
— O prefeito deve chegar ai.
— Certo, o que pretende?
— O presidente vem no dia sete, saindo de Brasília, voo para ali
aos fundos, inaugura o aeroporto, os dois primeiros trechos da obra
dos portos em Paranaguá, este trecho em Antonina, o trecho em Pon-
tal do Paraná, voa para Guaratuba onde inaugura o aeroporto lá e o
primeiro trecho da BR101 com a ligação a Guaratuba.
O prefeito de Antonina chega e olha o colocar dos primeiros
guindastes do porto de contêiner, olha o menino e Sergio e pergunta.
— O que teremos aqui Sergio?
— O presidente vem inaugurar o começo da obra com os 4 pri-
meiros guindastes de contêiner se entendi. – Sergio olhando Pedro.
— Se inaugura o ponto até aqui, teremos o terminal de turismo,
depois da ponta da Pita, até o Iate Clube, devem vir no dia 7 os dois
primeiros transatlânticos, eles querem saber se terão atração e en-
quanto o governador atrapalhava, eles confirmavam a vinda e atraca-
gem por um dia, eles vem de Santos, param aqui um dia e vão ao sul,
dois pequenos navios para 8 mil passageiros cada, depois tem a divisão
de desembarque de Alumínio e Granulados, entre os guindastes e a
praia da Pita, então é este trecho, com a rodovia de ligação com a BR
277 que ele vem inaugurar na cidade prefeito. – Fala Pedro.
— E para não parecer uma obra inútil, marcou com dois transa-
tlânticos? – Prefeito.
— O cais comporta 4, então ainda é metade da capacidade, mas
temos de ter os primeiros para os demais começarem a vir.
— E o complexo no centro? – Pergunta o prefeito.
— No começo de Dezembro vai estar completo, precisa ser feito
com calma, mas vai gerar pequenas inaugurações até lá.
— Com esta sua calma?
— Sim, enquanto o governador olha para um lado, estruturamos
todo resto.
— E se o governador quiser atrapalhar.
— O problema é que o prefeito de Matinhos, se lançou a Depu-
tado Federal, ideia de anos, mas o partido dele, não tem feito candida-
tos eleitos, apenas participa e no ultimo mês, tem gente até em Foz
falando em votar nele, então o governador fez uma pesquisa e decidiu
atrapalhar, pois o senhor ali poderia arrastar 8 deputados, apenas com
sua votação.

71
— Está dizendo que é politicagem o que o governador está fa-
zendo?
— Sim, se pegar as palavras do governador, duvido que você
ache nelas eu, e sim um ser quase paranormal chamado Pedro Rosa.
— E ele nem viu isto?
— Ele vai ver no dia sete, pois cercamos tudo até depois de
amanha.
— Certo, não quer resistência.
Pedro se despede e vão ao complexo de prédios e Sergio fala
que estavam com 12 prédios vendidos, mas ele olha a construção a
frente, e fala.
— Vão ser assim os prédios?
— Sim.
Os dois olham as obras e vão no sentido da prefeitura de Para-
naguá e apresentam ao prefeito o que seria inaugurado, o senhor olha
as obras imensas e os primeiros 6 guindastes no porto frontal, e mais
dois no cais ao fundo, completando os 12 primeiros guindastes dos
portos, ainda começo.
Ele explica a inauguração inicial e explica para Sergio, que no dia
7 se negociaria a ampliação da estrutura da BR 277 entre Curitiba e
Litoral, o preparando para o problema.
Eles vão ao começo da obra que estava cercada, eles viram o vi-
aduto sendo colocado na entrada da BR 277, e o prefeito ouve.
— Uma das ligações que o presidente vem inaugurar, é esta com
Pontal do Paraná.
— Não entendi.
Pedro abre o tapume e faz sinal para o prefeito e para Sergio po-
rem os carros para dentro, ainda cercado, o prefeito viu que estava
asfaltado e continha uma linha férrea no centro do inicio da subida,
ficando por baixo, e por cima ia a rodovia, eles dirigem até Pontal do
Paraná, uma imensa ponte estaiada e o prefeito olha para aquele canal
a direita, ele olha para as obras, tudo cercado, e olha para a descida
ainda dentro de um terreno cercado, mas a via continuava.
Pedro faz sinal para Sergio virar a esquerda e ele abre a entrada
e o prefeito de Paranaguá viu que estavam chegando a região do atra-
cadouro para Ilha do Mel e fala.
— E ninguém viu?
— Viram o terreno cercado, apenas isto.

72
— E pelo jeito cercou um grande trecho.
— Sim, mas prefeito, vamos ter de fazer uma associação dos
prefeitos do litoral, para que vocês sentem e estabeleçam planos con-
juntos, já que pode não parecer, mas é o acordo dos municípios que
gera o crescimento.
— E vai investir o que no terreno ao lado?
— O que não conseguiria fazer no seu município sem brigar pe-
sado com o instituto ambiental do Paraná.
— Certo, mas eles estão esperneando.
— Sim, mas o governador não quer pegar pesado com todos, en-
tão escolheu um alvo, mas sinal que ele não tem passado no litoral
ultimamente.
O prefeito viu Plinio Pai chegar ali e falar com o menino?
— O que esconde ai?
— A obra que o presidente vem inaugurar no dia 7, acho que se-
ria bom manter ainda coberto, na quinta começamos a tirar o tapume.
— Certo, não quer resistência.
— Acho que vai ter resistência, mas quero ver a cara do Gover-
nador, e para evitar problemas, não estarei por perto.
— E acha que aquele projeto para a praia seria possível?
— Sim, apenas esperando passar os olhos sobre nós no feriado
para começar a acelerar.
— E o que irá acelerar.
Pedro sorriu, pega o notebook na mochila as costas e começa a
tentar uma rede, estava difícil ali e fala.
— Vamos para onde tenha rede, assim fica difícil.
O prefeito sorriu e perguntou.
— Não vai me mostrar mesmo?
— Já mostro.
Eles vão a região da prefeitura e o menino olha o prefeito e liga
o computador e mostra para ele uma imagem e fala.
— Como falamos prefeito, a ideia ainda é parcial, pois depende
de execução, ali depois do tapume, tem uma linha de ligação com Pa-
ranaguá, o porto começamos a por detalhes, não vai dar tempo de por
um guindaste ainda neste porto, é demorado construir isto, mas já
confirmamos 6 empresas na área industrial, e pretendo chegar as 25,
como falamos antes.
—E porque do tapume em parte?

73
— Tem de considerar que o governador resolveu caçar obras no
município ao lado, e com ele não olhando, fica mais fácil, resolvemos
cercar, mas sem ninguém ver esticamos o caminho entre aqui e Para-
naguá, vamos começar a esticar o trecho no sentido que esta protegido
o que vamos esticar até a divisa sul do estado, uma linha de trem rápi-
do, que vai ligar a capital a todos os municípios do litoral.
— E porque disto?
— Prefeito, se eu estiver em Curitiba, e pegar um trem que faz
200 quilômetros por hora, o que vamos por pode chegar a trezentos, é
mais fácil ele morar em certas partes de Curitiba e trabalhar no litoral,
do que na região sul da capital e trabalhar no centro da capital.
— Certo, mas deve ter uma pretensão maior.
— Sim, como sempre digo, povo que se meche, é mais feliz.
— E aquele prospecto de bonde elétrico, é serio?
— Sim, cada município vai ter suas linhas internas.
— Acha que o presidente vem mesmo? – Plinio.
— Se ele vier, amanha devemos ter o Ministro da Casa Civil por
ai, pois o governador não sabe de nada.
O senhor sorriu e olha para o prefeito de Paranaguá e pergunta.
— E o que ele está aprontando lá?
— Ele está dispondo do maior porto já pensado para Paranaguá,
um aeroporto internacional, e pelo menos 6 hotéis, e uma vila inteira,
que não entendi ainda a ideia.
— Crescer organizados, qual poderia ser a ideia? – Pedro.
O senhor sorriu, voltam a região, o prefeito viu as obras.
Em Curitiba o delegado Silva recebe a informação de que foi
achado o carro dos fiscais, e um grupo é mandado ao local, neblina, um
carro destruído, e dois corpos, o delegado olha para o auxiliar e fala.
— Sempre digo para não mexer com este menino, ele cheira a
morte, eles acham que ele é inocente, eu digo que ele o é até conse-
guirmos provar algo.
— Pode nem ter sido ele. – O investigador.
— Sim, mas que os desafetos dele morrem, ninguém pode ne-
gar.
O investigador não sabia o que falar, mas o governador recebe a
informação do infortúnio.
A ligação do Ministro da Casa Civil liga para valar com o gover-
nador para marcar a ida do presidente, mas o governador olha o asses-

74
sor e desconversa, falando que não poderia atender naquele momento
e que retornava.
— O que ele quer dizer com isto? – Governador.
— Não ouvi a conversa senhor.
— Que o presidente participa do desfile de 7 de setembro em
Brasília, e vem ao Paraná para uma sequencia de inaugurações, quais?
O que não vimos, pois o presidente não deveria vir, entendi que parte
do estado não quer o crescimento de alguns, mas o que ele vem inau-
gurar, não temos nada no cronograma.
O ministro da casa Civil olha para o de Transportes e pergunta.
— Tem certeza que temos algo a inaugurar?
— Voo direto de Brasília para o aeroporto que inauguraremos no
dia 7 em Paranaguá, de lá, um trecho de rodovia entre a cidade e o
porto de Antonina, dois trechos do porto de Paranaguá, uma ligação
com o município de Pontal do Paraná via Rodovia, volta ao aeroporto e
voa entre os dois aeroportos de helicóptero e inaugura primeiro o ae-
roporto, dai a ligação nova entre Guaratuba e a 101, e os primeiros
quilômetros da BR 101, se o governador do Paraná não sabe, até o de
Santa Catarina estará lá.
— E com quem confirmo?
O senhor passa os telefones dos prefeitos das 4 cidades, e o Mi-
nistro liga para eles, confirmando as obras e a estadia do Presidente e
de alguns políticos na Inauguração.
O ministro olha para o ministro de Transportes e pergunta.
— O presidente teria onde ficar?
— Existe a oferta do conglomerado que está fazendo a rodovia,
uma estadia em um hotel cinco estelas em Matinhos, suíte presidenci-
al.
— Vou confirmar.
Roseli atende a ligação, Maria confirma que estavam com as
presidenciais reservadas para o dia, para o evento e o Ministro da Casa
Civil olha o ministro.
— Nunca fui ao local, preciso mandar segurança.
— Nunca é demais, mas o hotel inaugura oficialmente no dia an-
terior ao evento, então não deve ser tão difícil fazer a segurança neste
instante.
— E o local é bom?

75
O ministro passa as imagens do hotel na pedreira e o primeiro
olha as imagens e pergunta.
— Isto fica no Brasil?
— Está em todas as revistas especializadas de turismo do mun-
do, e poucos aqui olharam ainda.
O menino retorna a Matinhos com Sergio e chegam ao hotel e
Roseli olha Pedro.
— O presidente confirmou que se hospedará nas coberturas re-
servadas, mas ainda não sei a intenção?
— Eu passei para Cecílio o prospecto, ele vai tentar falar com o
governador, nos deixando fora da negociação, como o governador
estará pensando em nos prejudicar, é capaz de aceitar sem muita per-
gunta.
— E o que o governador vai achar das obras?
— Vou dar uma olhada ainda, falta uma hora para escurecer, en-
tão quero ver como as coisas estão.
— E vai como?
Pedro aponta para fora onde o helicóptero descia e com Sergio
vão a ele e decolam.
— O que pretende Pedro.
— Inaugurar algo, a praça de pedágio começa a funcionar em
uma semana, então ainda não temos o pedágio, mas teremos.
Sergio olha o menino indicar o sentido da BR 277, quando che-
gam a região da rodovia, viam o grande guindaste erguendo uma imen-
sa peça que atravessaria toda a rodovia sobre ela, as duas laterais fei-
tas, descem e Sergio olha para a obra e fala.
— Acelerando como sempre.
— Tenta falar com Cecílio, ele antecipa o trecho apenas se for
possível terminar até quinta, sabe que vai ser apertado.
— Imagino, vi a primeira parte.
Os dois sobem uma divisão e Sergio olha as maquinas de asfalto
sobre o viaduto no sentido que vinham e fala.
— Pelo jeito um trabalho imenso.
— Se for o caso, inauguramos parte agora, parte no próximo fe-
riado Sergio.
— 15 de novembro?
— Dia dos Mortos, dia Dois, mas dai teríamos os pedágios insta-
lados aqui.

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— Vai por pedágio aqui? – Sergio.
— Sim, acessou aqui, pode com o tempo sair na 116 já na serra,
ou ao sul em Garuva, ou ao norte em Cananéia.
— Certo, um pedágio que poderia levar longe ou perto.
— Sim, ao porto não terá pedágio, mas a rodovia tanto aqui co-
mo em Antonina terá.
— Garuva?
— Sim, assim como Guaratuba.
— E pretende acelerar algo?
— Conseguiu comprar os terrenos em Joinville, Araquari, São
Francisco do Sul e Garuva.
— Sim.
— O prefeito de Garuva marcou ou adiou?
— Marcou.
— Então sobrevoa a direita e vamos lá.
— Acha que dá para começar a avançar naquele sentido?
— Sim, mas sobrevoamos a pista, ainda não dá para inaugurar.
Sergio sorriu e viu que estavam colocando a parte baixa da liga-
ção dos dois sistemas, e entendeu a altura daquilo, ele não queria atra-
palhar a passagem, mas tinha uma ferrovia na parte baixa, a rodovia
ficava mais larga, na passagem para não ficar tão alta, olha eles colo-
cando a armação sobre a rodovia, não entendia o todo daquilo ainda.
Sergio olha o pessoal colocando a sinalização, colocando as pla-
cas e iluminação.
Era perto das 19 horas quando chegam a prefeitura e Sergio olha
o prefeito, e apresenta o menino.
A cara de descrença Pedro começava a acostumar e ouve.
— Sabe que nos alertam de seu tamanho, e é menor do que nos
preparamos.
— Imagino senhor, mas confirmei hoje os recursos que pretendo
investir na região, e alguns me perguntam, o que?
— Certo, vimos a rodovia surgir quase como magia, o presidente
já confirmou a vinda na Sexta, agora vem você.
Pedro olha o senhor e fala.
— Em todas as cidades que a Rosa’s está entrando, oferecemos
a prefeitura que nos apoiar, troca da iluminação publica, calçamento de
ruas, asfalto, tratamento de esgoto, e reforma as escolas, para isto,

77
pedimos apoio a nossa instalação, não pedimos dinheiro, apenas libe-
ração para trabalhar.
— E existiria algo que não fosse normal?
— Na Rodovia ali na entrada do município, deve ter visto um
grande pátio de manobra sendo construído.
— Sim, todos perguntam o que terá ali?
— Um sistema de carga para transporte que vai sair daqui, pas-
sar por todo e litoral Paranaense e termina em Peruíbe já em São Pau-
lo.
— Porque algo assim?
— Senhor, a intenção é dispor de 14 fabricas a beira do contorno
sul e a construção de um pequeno terminal de distribuição na parte do
Canal do Palmital.
— Não entendi.
Pedro pega uma imagem e fala.
— Apenas uma ideia ainda senhor.
O prefeito olha a região, conhecia, ao sul do município e fala.
— Um senhor terminal?
— Pequenos navios comparados ao que se chama de cargas pe-
sadas, mas é para distribuição nacional de produtos, não apenas locais.
— Está querendo um porto no meu município, esta ideia parece
maluca.
— Sim, assim como a BR101 ligando a Guaratuba e indo além.
— Certo, vocês constroem, mas o que seria ali?
— Não me adianta produzir e ninguém conseguir comprar, ou
encarecer com custos Brasil imensos, estamos pensando em os reduzir.
— E porque aqui?
— Deixar claro, não é apenas aqui, mas os grandes Calados esta-
rão em São Francisco e na entrada da baia em Itapoá, já Joinville, vocês
e Araquari serão portos de baixo calado, eu acho os mais lucrativos.
— Está falando em criar 5 portos? – O prefeito.
— Sim, e no total, nos 5 municípios, mais de 100 empresas, to-
das podendo fornecer local, ou mundialmente os produtos.
— E vai investir pesado assim?
— Sim, quando se vê a parte ali na entrada, está fora da cidade,
um lugar que a cidade não cresceria, mas é que aquilo é o que estamos
chamando de portos secos, aonde os produtos chegam, e lá esperam,

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assim como nos portos, os navios, e em questão de poucas horas estão
embarcando.
— Está falando em estruturar a cidade, e nos ajeitaria ela em
troca?
— Precisamos evoluir dentro da cidade, mas com calma chega-
mos lá.
— Certo, seriamos uma cidade, não apenas polo de Joinville.
— Bem mais complexo que isto senhor.
— E pretende investir em toda região.
— São três regiões apenas ainda, mas sim, e portos acho que
nunca são de mais.
— E pelo jeito vai nos fazer concorrer entre nós?
— Não, vou estabelecer diferenças, especificar, quando se fala
em um tipo de carga, um local específico.
Pedro deixa os pedidos de liberação do município e os prospec-
tos da instalação de 14 industrias, um hotel e todo sistema de transpor-
te.
O prefeito vê os dois voltarem de helicóptero e o assessor per-
gunta para o prefeito.
— O que Sergio queria prefeito, falam que eles estão agitando a
região.
— Entrar na cidade, com empresas e estrutura.
— Vamos entrar nisto também?
— Pelo que entendi, nós, Joinville, Araquari, São Francisco e Ita-
poá.
O assessor não entendeu, mas viu o helicóptero subir ao fundo.
Pedro chega com Sergio ao hotel e Roseli olha Pedro e fala.
— Aqueles senhores marcaram com Pedro Rosa.
— Quem são? – Sergio.
Pedro caminha e chega a mesa e fala.
— Boa noite, desculpa o atraso, estávamos acertando detalhes
na região de Garuva.
— Pedro Rosa, a lenda. – Um senhor.
— Lenda não, ainda não.
— Certo, mas a proposta parece ser quase de compra, não sa-
bemos se é seria.
— Senhores, vocês tem uma concessão de carga em Itapoá, um
prospecto que foi aprovado e teria algumas propostas, estamos pen-

79
sando em estender uma linha férrea, entre vocês e Joinville, com um
terminal em Garuva, tendo assim ligação ferroviária até o sul de São
Paulo, na região de Cananeia.
— Qual a intensão menino?
— Em Garuva, Grande Curitiba, e litoral sul de São Paulo, estou
fixando portos secos, com ligações férreas, que podemos trazer mais
de mil vagões em 24 horas, do sul de São Paulo se for preciso.
— Um sistema interligado, mas o que pretende com o nosso
porto.
Pedro olha o prospecto e fala.
— A minha primeira entrada de capital, é de 280 milhões de re-
ais, e estrutura para deixar o porto neste ponto em 6 meses.
Pedro pega a imagem na mochila e põem a mesa.

Um rapaz que estava a ponta ao fundo olha para Pedro e per-


gunta.
— Quer ampliar a linha de exportação?
— Ampliando para 3 mercados, e não um, de dois para oito ter-
minais de carga e descarga.
— E pelo jeito acha que conseguimos ampliar.
— Pelo pouco que entendi, quanto maior o fluxo, menor o custo
por navio, e não pretendo ter apenas um tipo de carga, mas com certe-
za, se eu tiver vaga para 30 navios no sul do país, eu quero mandar ele
para o que estiver vazio.
Os senhores sorriram, era uma criança falando aquilo e o rapaz
ao fundo volta a perguntar.
80
— Quais as cargas que pretende usar?
— Qualquer uma que eu possa por em contêiner, aspirar por
grandes compressores para carga e descarga, e sistemas maiores, de
transporte especifico.
— Não entendi.
— Um contêiner, tem preço de transporte sem olhar para o con-
teúdo, apenas pelo peso e espaço, mas uma turbina de hidroelétrica,
gera uma peça de 7 mil toneladas, uma peça que pode chegar a 2 mi-
lhões de reais, e não temos um porto bom para este transporte, então
pretendo ter um para receber estas cargas, seja no nordeste, seja no
sudeste ou no sul, mesmo em Manaus.
— E acha que é um mercado?
— Eu não pretendo ter navios de 14 mil contêineres, para mim
um custo interno de transporte, é aceitável os de 8 mil contêineres, o
que embarco aqui, descarrego em Salvador em dois dias, mas transpor-
to a carga de 8 mil caminhões.
O senhor a frente olha para o rapaz ao fundo e pergunta.
— Qual a duvida?
— Uma ideia corajosa, ele está falando em montar pelo que en-
tendi, 6 portos secos, para receber cargas, interligar todos eles por
ferrovia a portos, dinâmica de portos de turismo a grãos, de contêiner
a grandes formatos, mas agora entendi, ele não quer apenas exportar,
ele quer transportar, o custo de um navio com carga de 8 mil contêine-
res, é equivalente a 10% do custo de transporte de carga via rodoviária
entre o Paraná e Salvador, chega a 8% entre Paranaguá e Fortaleza.
Pedro ouvia, não conhecia eles bem, mas era obvio, estavam
pensando na possibilidade real de mercado, não apenas em investi-
mentos e o rapaz olha Pedro.
— E quer por uma ferrovia no porto de Itapoá em quanto tem-
po?
— Dezembro quero o presidente inaugurando esta parte, ele
tem gostado da propaganda, mas ignora que ninguém sabe onde fica
Paranaguá, Itapoá, Araquari.
O rapaz sorri e fala.
— Vai acelerar?
— Sim, não sei vocês, mas eu fico tenso neste país, e só tenho 13
anos, com mudanças politicas.

81
— Certo, aproveitar para estruturar e tentar ganhar enquanto os
demais voltam ao mercado aos poucos.
— Acho que a dependência externa, é por não existir um banco
realmente seguro no Brasil.
— E investe em que nestas horas? – O senhor a frente.
— Eu seguro a venda das minhas mineradoras.
Pedro falando isto os fez sorrir e o rapaz olha para ele.
— E não teme lhe tirarem isto?
Pedro encarou o rapaz e falou.
— Sempre digo, não esqueçam, tenho 13 anos, mas as minas de
ouro, me manteriam entre os ricos, a concessão da BR101 me manteria
entre os ricos, o comando dos novos portos de Paranaguá e Antonina,
me manteriam entre os ricos, os hotéis Rosa, me manteriam entre os
ricos, e tem um dado ai que acho interessante, nenhum destes, é fun-
damental a minha vida.
— Existe um segredo a mais? – O rapaz.
— Aquelas comparações meio estranhas para mim, pensa, as ve-
zes a comparação é meio estranha, mas quatro mil e quatrocentos
quilos de ouro, geram em dinheiro, o que um quilo e duzentos de dia-
mante de alta qualidade, gera, e os dois não se comparam a meu con-
trato de tecnologia mensal com o exercito americano.
O rapaz ao fundo olha Pedro e pergunta sem entender.
— Não entendi.
— Eu tenho um contrato mensal de 100 milhões de dólares com
o exercito Norte Americano, por desenvolvimento de software, contra-
to firmado por 10 anos, então obvio, ainda corro para investir tudo isto
de uma forma a me gerar estrutura interna.
— E este papo de diamante?
— Deixar claro, eu não estou explorando diamantes ainda, eu
estou em estudos, e eles dizem, você tem diamante para mil anos, e sei
que se os demais souberem onde, viro alvo.
— Mil anos recebendo quanto?
— Não é dado real ainda. – Pedro.
— Na escala do exercito?
— Se quer entender assim, tudo bem.
O rapaz olha os demais e fala.
— Entenderam, ele investe em mercados, não entendi tudo, mas
me falaram que ele está estruturando turismo, para ganhar um bilhão

82
de reais ano, se ele ganhar isto em ouro, isto na concessão da rodovia,
nos portos, ele com certeza teria como investir o que se propôs a fazer.
O senhor ao lado do ao fundo olha para Pedro e fala.
— Fala bem para um menino de 13 anos.
— Deixar claro, eu não assino os papeis, para isto existem pes-
soas como Sergio, Roseli, Maria Cecilia, Cecílio, Cristiane, entre tantos
parceiros de negócios, eu converso, eu acelero, mas eles assinam, leis
locais, mas não quer dizer que não vá fazer, não vá aparecer, e muitas
vezes, ser barrado, eu ainda vou rir disto no futuro, ser barrado na
entrada de meu hotel, de minha mineradora, de meus portos, de mi-
nhas fabricas.
— Dizem que pretende ter fabricas, algum motivo?
— A produção mundial de contêiner, força o preço da peça para
cima, por falta de produto, então eu com lucro de 100% estaria 30%
abaixo do preço internacional, e estou falando da carga tributaria Brasi-
leira.
O rapaz ao fundo.
— Vai produzir contêineres, sabe a qualidade?
— Sim, alguns falam que sou pelo rápido, eu sou pelo preciso e
rápido, não pelo rápido.
— E dizem que vai investir na cidade.
— Quando eu entro em uma cidade, eu coloco os pés nela, com
vontade de mudar o mundo a minha volta.
Os senhores assinaram a participação do conglomerado Rosa’s
naquela parceria, e o menino sobe e liga para o senhor Magalhães da
Globo.
— Senhor Magalhães?
— Sim.
— Pedro Rosa.
— Não conseguimos ainda desocupar.
— Ligando para dizer que cassamos a determinação, não será
preciso senhor.
— Foi rápido.
— As vezes alertar é para evitar o problema se eles viessem a ser
educados como aqui, mas no caso do hotel ai, já liberamos o uso, en-
tregando os papeis finais e acertos.
— Agradeço, estava uma correria aqui.

83
— Como digo, sempre tento da forma mais fácil, eles que insis-
tem em nos complicar.
Pedro desliga e o senhor Magalhães olha para o Diretor e fala.
— Pode relaxar.
— O que aconteceu?
— Acertaram a nossa estada aqui, o menino cassou a determi-
nação de interdição.
— Me afirmaram que iriam pegar pesado com eles.
— Ele deve ter pensado nos compromissos, eles vão desviar on-
de podem, o resto, eles param.
Os rapazes começam a remontar as coisas.
Pedro olha para a mãe a porta e fala.
— Entra.
— Problemas?
— Não, as determinações aqui foram todas cumpridas, não te-
mos problemas técnicos ou de restauração referente aos hotéis Rosa,
talvez um problema com os portos, mas eles não acionaram os portos,
eles acionaram apenas os hotéis.
— E a parte sobre a reserva federal?
— Primeiro não é de competência do Instituto Ambiental do Pa-
raná, segundo, não degradamos a natureza, nos dispusemos sobre ela
e sem a tocar, não interferindo nem nas migrações baixas, os topos de
montanhas, são os pontos mais sensíveis destes ecossistemas.
— E pelo jeito havia pensado nisto?
— Não, eu fiz, eles adaptaram as regras ao que eu tinha feito,
mas nada do que foi feito, prejudicou muito o natural, obvio, as vezes
acontece, mas é inevitável progresso tropeçar no natural a primeira
vista, e adaptarmos toda a estrutura ao sistema de leis.
— E os senhores ali em baixo.
— Começando a entrar nos pontos de Santa Catarina.
— E como estão os prospectos, sei que com tudo cercado parece
que todos ficaram tensos.
— A encenação é local, amanha começam a tirar tudo, e quinta,
antes do feriado, abertos.
— Certo, hora de se superar, você pelo jeito projetou algo imen-
so.
— Sim, e a maioria nunca verá o todo.

84
— Vi que gerou um prédio de estrutura de estoque, apenas para
os hotéis, algo para se precisar esta ali ao lado.
— Dentro dos pedidos, temos de ter um estoque, imagina que
bom seria um hotel que falta o básico, em qualquer momento.
Maria olha para fora e fala.
— E eles nem viram ainda.
— Pensa, vamos começar aqui com turistas e presidente da re-
publica, nada menos.
— Certo, nem entendi a ideia ainda.
— Crescer como gente, e forçar todos a volta crescerem tam-
bém. – Pedro pensa na frase, estava cansado – Mas hoje foi tenso, foi
estranho, as vezes a tensão cansa mais que o correr.
— Vai descansar aqui?
— Sim, amanha cedo estou em Curitiba.
— Acha que teremos pressão?
— Sim, mas agora com as determinações esclarecidas, pois não
havia motivos nem para multas, deveriam estar nos agradecendo a
diminuição de poluição nas baias e praias e estavam nos culpando por
coisas que eram fato de anos, não de nossa ação.
— Seu pai parece meio perdido.
— Ele tem de escolher Maria, não eu ou você, ele quer ainda
vender algo para viver na boa, para dizer, passei eles para trás, estra-
nho esta forma de pensar, ele sabe disto.
— E pelo jeito agitando.
— Sim. Vou tomar um banho e tentar relaxar, mas calma, hora
de se preparar para os problemas.
Pedro toma um banho, olha para o entorno e sobe na cobertura,
olha as presidenciais, todas preparadas, olha para as estruturas.
Volta a descer e por sistema acerta as contrações e confirmação
da Empresa Aérea Rosa, ele passa as mensagens e confirmações dos
espaços e dos guichês de funcionamento em 5 aeroportos internacio-
nais, e dois locais, que ele tocaria, ainda apenas no básico, mas com 35
funcionários por aeroporto local, e mais 10 por aeroporto longe dali,
durante a noite, com os tapumes colocados em 4 locais distantes, os
guichês se preparam, no aeroporto de Guaratuba, 6 aeronaves eram
entregues, e iam para a parte interna de preparação, onde funcionários
começavam a por as identificações na poltronas, e na parte externa, se
pintava de Rosa, com o símbolo da empresa, os técnicos contratados

85
verificam o estado das aeronaves e enquanto Pedro olha os projetos e
desenha as sinalizações de pista, os sistemas de energia.
Pedro olha cada detalhe, começa a projetar os adendos do porto
que iriam construir e a estrada para Itapoá, o inicio do isolar da região
do porto de Garuva, a estrada mudando de noite, com muita gente e
estrutura.
Pedro olha as obras para Antonina e começa a somar no cais e
nas estruturas e olha para alguns detalhes que não havia pensado,
começa a pensar no quanto poderia melhorar ideias.
Pedro olha para a manobra em Brasília para o tirar o direito de
exploração de Terra Roxa do Oeste, ele olha os dados e olha para cada
tentativa, mas como eles tirariam algo que ele não tinha para aquele
terreno, será que eles não sabiam ler prospectos de exploração se não
se colocasse o nome do município?
Pedro começa a programar mais um pouco e olha as colocações
da moça em Mugu, olha para os adendos e olha mais três contatos,
com interesse de ter o programa, estava novamente entrando em um
mercado que em parte ignorava, em parte parecia um caminho sem
volta.
Pedro olha as obras avançando e olha para a correspondência de
Cecílio, olha a hora, ele veria no dia seguinte, ele responde e depois de
terminar o prospecto do primeiro trecho real da BR101 e vai deitar,
cansado, mas pensando no que deveria fazer.

86
Quando a reportagem de Pedro Rosa em des-
taque no Lequipe, e no jornal online, do New York
Time e no La Nacion, mostrava ao mundo um Brasil
que Europeus, Norte Americanos, poucos Argenti-
nos conheciam, e no Brasil poucos falavam.
Pedro levanta e atravessa para Curitiba, ele
olha para a mochila da aula, sai a rua, ainda sono-
lento e vai a aula.
Ele assiste a aula e olha para as matérias, na
saída liga para Rita que reclama do namorado, ele
sorri, ele talvez não estivesse pronto para namorar,
para a banca e olha para a Gazeta do Povo e olha
para a reportagem sobre os danos das Empresas
Rosa’s ao munícipio de Matinhos, ele chega em casa e com calma tenta
pensar no que faria.
Pedro estava compenetrado quando ouve um tiro, ele olha para
fora e olha aquele grupo de pessoas armadas forçarem a entrada para
chegar ao fundo.
Ele olha pelo vidro e viu que eles foram ao elevador, Pedro toca
o peito e olha o elevador começar a subir, ele olha para a polícia ao
fundo, não se mexeram e senta-se a mesa e disca para a polícia, ele
estava na espera quando a moça atende e fala que ele era criança,
estava perguntando quem era o maior responsável, quando o rapaz
entra atirando para cima na peça e ele fala.
— Que Deus me proteja, pois vocês não servem para nada.
Pedro olha o rapaz lhe apontar a arma e falar.
— Onde está o responsável.
— Sou eu.
— É uma criança.
— Sim, Pedro Rosa é uma criança, qual a novidade. – Pedro sen-
te que o sotaque não era curitibano, e o rapaz lhe aponta a arma e o
rapaz as costas fala.
— Acaba com isto de uma vez.
O rapaz começa a atirar, Pedro toca o peito, pega as pastas a
mesa, coloca na mochila, os documentos em outro, sente o tempo
parar, abre o cofre ao fundo e pega seu caderno de desenho, olha para
a polícia ainda ao fundo, sem se mexer, ele olha em volta e desce as

87
escadas com uma mochila a mão e uma as costas, vai ao fundo e abre o
cofre e coloca lá as coisas, olha o carro ao fundo que os daria cobertu-
ra, toca ele e este vira pó, mas ainda não desmorona, o tempo não o
permitia, ele olha para os policiais sorrindo ao fundo, ele caminha até
eles e toca seus carros e estes se transformam em pó, também não se
desfizeram pois o tempo estava parado, ele caminha até a porta e olha
se estavam todos bem, ele pensa se valia a pena, ele toca o prédio e
sente toda parte que era sua residência se fazer pó, ele sente os cor-
pos, tudo pó, ele chega a praça a duas quadras e toca o peito.
Os policiais olhavam os bandidos e veem seus corpos caírem ao
chão, com os carros se desfazendo, olham assustados para o prédio
parecer começar a escorrer, demoraram a entender que 3 andares se
tornaram pó.
Pedro caminha até o restaurante popular e soube que não teria
como comer ali, pois já tinham vendido as 500 refeições diárias, então
ele caminha até o shopping, pega a bandeja em um deles, se serve e
senta-se a mesa e começa a comer calmamente.
Cristiane olha para a policia ao fundo se levantando do chão,
eles não se mexeram, olha para cima e olha que os andares superiores
se desfizeram, ela olha o elevador desfeito, olha para o fundo, ainda
estava lá, olha para um rapaz se levantar em um resto de carro e olha
assustado para o local em pó, começa a andar perdido a rua, ela olha
em volta e os rapazes do prédio saem e um fala.
— O que aconteceu?
— Não sei, mas é obvio que o menino ainda é alvo.
— O que desfaz algo assim?
— Não sei, mas vamos chamar a policia, narrar e eles que anali-
sem se é seguro ainda o prédio.
O delegado Silva olha para Plinio a porta.
— O que foi agora?
— Narrativa da policia militar, estranho pois é uma narrativa de
quem parecia dar cobertura a alguém.
— Do que está falando.
— Que um grupo armado chega a empresa de Geologia do me-
nino, Pedro Rosa, sobem dando tiros para parte alta, uma hora esta-
vam todos lá, depois três andares viraram pó, os três superiores. Os
rapazes falam que os carros de um rapaz a frente e os 3 da policia vira-

88
ram pó, mas a pergunta, o que três carros da policia militar faziam vigi-
ando o prédio do menino?
— Viram o menino?
— Dizem que não almoçou no restaurante Popular, mas foi a au-
la normalmente pela manha.
— Ainda não pararam, é o que acha?
— Não sei, mas é estranho se eu olhar para a região litorânea do
Paraná e não estiver no Paraná.
— Por quê? – O delegado.
— Três jornais locais falando mal, um de Londrina falando mal,
até um em Foz, dai você sai do estado, 3 catarinenses falando das
obras incríveis dos empresários paranaenses no litoral, em São Paulo, o
destaque a nova arquitetura do litoral paranaense, Asunción no Para-
guai, um local dinâmico, incrível, para se passar as ferias, New York
Time, um novo conceito de Ecologia, considerando o crescimento e o
emprego, Le Nacion, em Buenos Aires, uma imagem do prédio que
devem inaugurar na Sexta, mostrando a nova dinâmica do turismo
nacional, Lequipe em Paris, a inovação humana mostrando o novo
caminho através de países em desenvolvimento, Correio de Brasília,
Presidente inaugurara primeiro trecho da BR101 ainda no feriado, mos-
trando que não era apenas discurso de campanha, e sim, obras neces-
sárias e dinâmicas que mudam a dinâmica do sul do país.
O delgado olha o investigador e pergunta.
— Algo referente ao acidente dos fiscais na serra?
— Sim, um motorista de caminhão falou que a neblina se for-
mou rapidamente, muita gente teve pequenos choques na região que o
carro se lançou no ribanceira, deveriam vir normalmente na rodovia e
viram tudo parado, tentaram desviar, velocidade, pista lisa e falta de
visibilidade, infelizmente parece ter sido um acidente apenas.
O jornal estatual ao meio dia dava a noticia de um prédio no Re-
bouças que parece ter sido sofrido um problema estrutural, mostravam
o problema da poeira a rua, mas não citavam em momento algum os
rapazes armados.
Cristiane olha a reportagem e liga para seu pai.
— O que está acontecendo pai?
— Não sei, acha que algo está acontecendo?
— Eles entram atirando no prédio, sobem forçando tudo, o pré-
dio se desfaz e não falam em momento algum em violência.

89
— Verifico, mas acredita que algo aconteceu ao menino?
— Não sei pai, não sei.
— Se cuida.
— Eles nem olharam para nós, eles tinham um alvo.
— Verifico e ligo para você.
O governador não retornou a casa civil em Brasília, então o mi-
nistro achou que era politicagem e que o governador não queria com-
parecer, o ministro dos Transportes chega a sala e olha para o da Casa
Civil.
— Problemas?
— Não, apenas eles até ontem não tinham a confirmação se
conseguiriam colocar a parte sobre a BR277, eles conseguiram e estão
asfaltando a ligação hoje, na Sexta, o presidente pode inaugurar a pri-
meira fase, entre a BR101 em Santa Catarina, até a BR277.
— O presidente vai gostar disto.
Pedro estava sentando e vê Luiz sentar a mesa e lhe olhar, a au-
ra dele dizia que ficou aliviado e Pedro pergunta.
— O que estava imaginando Luiz, isto é alivio.
— Muitos dizem que você morreu.
— Quero saber se o motivo do embargo é o prefeito ou eu em
pessoa.
— Acha que ainda é alvo?
— Eles não eram da cidade, vieram com um alvo, quando soube-
ram que eu era Pedro Rosa, abriram fogo.
— E apenas saiu de lá?
— Sim, mas se eram de fora, tenho de descobrir quem os con-
tratou.
— Mas é bom ver que está bem.
— Sim, mas quando ligar o computador, saberei quem o fez, por
isto deixei o computador pessoal no cofre.
— E veio para longe?
— Eu iria comer no restaurante popular, mas cheguei depois da
venda 500, regras da casa, já perdi o almoço antes, certo que antes
passava fome, agora venho para o shopping e almoço, mas sempre
espero que não seja meu pai por trás disto novamente.
— Porque desconfia dele?

90
— Ele não me procurou desde domingo, ele e aquela Patrícia pa-
recem ter falado de mais, aquele Rhodes está na cidade, então pode
ser apenas mais um desgosto na vida.
— E pelo jeito terá de aceitar isto?
— Eu sempre penso nas merdas que posso fazer, e tento não
exagerar muito.
Pedro olha uma menina chegando ao fundo e fala.
— Apenas tenho de me posicionar, e não gosto de me posicio-
nar.
Luiz olha para a menina e pergunta.
— Alguém especial?
— Alguém que forçarei a me tornar bilionário.
— E como se força alguém a lhe tornar bilionário?
Pedro sorriu e viu Carla chegar e falar.
— Está bem?
— Porque não estaria?
— Dizem que aquele apartamento no Rebouças virou pó.
— Ainda não fui ver, mas sente-se.
Luiz se despediu e Carla sorriu.
— Vai me dar bola?
— Pensou sobre tudo que lhe passei?
— Não entendo aquilo, ainda estou absorvendo, não entendi,
são técnicas de manuseio de joias.
— Sim, e gostaria de saber se vai me ajudar por bem ou por mal
a transformar estas ideias em reais.
— Vai me dar bola?
— Como disse outro dia Carla, sou possessivo, quero todas.
— Não é... – Carla não consegue terminar a frase.
— Sei que não é, mas como disse Carla, pode me ajudar por bem
ou por mal, por bem poderia ser bem prazeroso, mas teria de me ensi-
nar como você gosta, eu não tenho experiência nenhuma nisto.
— E me forçaria?
Pedro a toca a cabeça e pensa.
“Sabe que é minha Carla, não precisa ser forçado!”
— Como faz isto?
“As vezes, queria ter todas, sei que não concordam, mas não me
culpe, por querer um arem, é apenas por ser possessivo que penso em
querer todas..”

91
— E não me ama?
“Procuro o amor dentro de mim Carla, quem sabe não me ensi-
ne o que é isto.”
— E aquelas peças?
— Vamos lá e lhe mostro o lugar.
— Lá?
— Ali na Marechal Floriano, um prédio antigo que está sendo re-
formado.
Pedro a induz a sair pelo fundo, sentindo Rita e Caroline chegan-
do pela frente, ele não queria dividir tudo ainda.
Chegam a um casarão e olham um senhor que fala.
— Estamos em obra crianças.
Pedro estica a mão e fala.
— Sei senhor Roger, sou Pedro Rosa.
O senhor olha descrente e Pedro fala.
— Sei que paguei em parte antecipado para me levar a serio se-
nhor, não por outro motivo, como está o andar superior?
— Pintado, instalaram algumas coisas, não sei para que.
— Sei disto.
Pedro faz sinal para Carla subir e fala calmamente.
— Senta na cadeira.
— O que pretende Pedro.
— Sabe o que pretendo, lhe colocar numa posição útil e que não
tenha como fugir.
— Mas o que é este lugar?
— A empresa que você vai trabalhar a tarde, por 4 horas todo
dia de segunda a sexta, como minhas mãos.
— Mas o que ganho com isto?
— Tem de entender Carla, por anos, saberão quem é Carla da
Rosa’s Diamantes, mas quem é como eu, ninguém precisa acreditar.
— Mas e aquelas ideias malucas que colocou na minha cabeça?
— Tem de entender, aqueles designer de joias, são para ser re-
produzidos, testados e implementados, como sistema de joias, Rosa’s,
e quando tiver uma coleção, estará, ao fundo vendo o desfile delas, em
uma apresentação única.
— Acha que podemos vender esta ideia?
— O convite Carla, é para estar dentro de algo que vai a levar ao
futuro, como designer de joias, das mais caras do mundo.

92
— E me quer nisto?
— Sim, aqui você vai aprender a fazer na pratica, mas amanha
você começa um curso de manipulação de metais nobres para confec-
ção de joias, se estiver disposta a tentar.
— E como ficamos?
— Carla, o que sente por mim?
— Não sei, você tem um toque incrível.
Pedro dá a volta e toca na cabeça dela com as duas mãos, sente
os sentimentos e os prazeres dela, sente os pensamentos e imaginação
dela, sente ela se entregando, e quando afasta as mãos apenas fala
sem sentir.
— Tenho de aprender a fazer tudo que imagina Carla, quer me
ensinar?
Carla olha ele e fala.
— Você entra em minha mente, me faz sentir-se sua, como faz
isto?
— Como disse, você agora é minha Carla.
— Mas...
— Se decidir sair, sabe que me afastarei, negarei tudo do antes,
mudo de lugar as coisas, mas queria você aqui.
— Mas tem namoradas?
— Sim, estará entre elas ou não Carla?
Carla sorri e fala.
— Mas quer ter todas?
— Eu ainda não a tive Carla, mas sabe que terá de ter calma co-
migo, mas como disse, a quero aqui, sendo algo importante para toda a
estrutura Rosa, ainda é jovem para falarmos de filho, sexo, vocês es-
quecem que sou apenas um menino crescendo.
Ela se levanta e beija Pedro e fala.
— Não entendo o que fez, mas não consigo dizer não a você.
Pedro pega um endereço e passa a ela e fala.
— Tem de considerar que a empresa vai lhe pagar o curso, e vai
se dedicar a isto, quero dedicação, e se o fizer, pode parecer pouco,
mas terá um bom salario Carla, e pode ter certeza, se me mostrar seu
valor, não a vou deixar sair da minha vida.
Ela olha o endereço e fala.
— E pelo jeito vai voltar para o shopping?

93
— Carla, este lugar vão entrar pouquíssimas pessoas, eu, você, 3
ou 4 ajudantes, não mais que isto, pois no fundo tem um cofre, que
terá as peças que vamos produzir, e vender, mas isto, é entre eu e vo-
cê, não entre as demais pessoas, entendeu isto?
— Sim, quanto valeria um colar daqueles?
— Lance inicial meu seria de 60 milhões de dólares, mas tenho
de estudar isto, não tenho o preço dele, dizem poder conseguir mais.
— Está falando serio?
— Sim, mas preciso de você fazendo ele, pode ter certeza, que
se o fizer, estará na historia das joias mundiais Carla.
— E quer uma coleção inteira?
— Sim, peças únicas, em uma coleção de 300 peças, todas peças
superiores a um milhão de dólares, por serem especiais, únicas, quan-
do terminarmos a primeira coleção, começaremos a segunda e terceira
coleção.
— E vai me pagar quanto?
— Carla, não é o dinheiro que é o importante, é a função, a im-
portância, quero por seu nome na boca dos grandes joalheiros do
mundo, algo que se eu me for, você seria algo, mas poucos entendem,
quero a fazer algo único, mas tem de deixar eu a transformar nisto.
— E vai fugir ainda?
— Ainda quero entender vocês, eu avanço recuam, eu recuo vo-
cês avançam, mas calma – Pedro a beija demoradamente, tentava en-
tender esta coisa de beijar, abre os olhos e aqueles olhos verdes o en-
caravam e ouve.
— Tenho medo do que me faz sentir. – Carla.
— Quero aprender a sentir e sorrir Carla, me ajuda?
— Mas e aquele toque?
— Você tem de acalmar um pouco as vezes.
Carla sorri, os dois saem e Pedro olha ela sair ao fundo indo para
casa e entra no Shopping, olha aquele rapaz parar a sua frente e falar.
— Acha que vou desistir assim.
— João, tinha esquecido que você poderia aparecer por aqui.
João segura Pedro pela camisa, os seguranças olham ao longe,
Pedro apenas levanta as mãos e toca a cabeça de João e pensa bem
lentamente.
“Se quer assim, que me ouça como um líder, como um mestre,
como alguém que teme, me solta e me segue.”

94
João olha para Pedro e o solta, ele apenas começa a caminhar no
sentido da praça de alimentação e quando chega a frente de Rita, a
beija, se ela achava que ele recuaria porque João estava ali, ele não o
fez.
— Como está minha namorada?
— Preocupada, meu pai disse que poderia ter morrido.
— Não cheguei lá, talvez se tivesse lá pudesse ter evitado, mas
ainda estão tentando me barrar.
— Dizem que você estava por ai com aquela Carla. – Rita com
uma aura de ciúmes.
— Sim, ela pediu uma indicação de emprego, a fui mostrar onde
seria, mas se soubesse que já estavam chegando, tinha levado todas
junto.
— Carol ainda não veio, parece que ela acreditou na propaganda
de sua morte.
— Liga para ela, meu celular estava no prédio, tenho de comprar
um novo.
— Por isto não me ligou?
— Tínhamos marcado aqui, vi o tumultuo e vim direto, as vezes
até eu me encho disto.
Rita olha para João e pergunta.
— Pensei que iria brigar hoje João?
Pedro olha para Rita e fala.
— Eu e João vamos conversar, vim apenas avisar que estava
bem, preciso ajeitar um lugar para passar a noite, então ainda estou
correndo.
— Eu pensei que estava me traindo. – Rita.
— Preciso achar um lugar para passar a noite, vou comprar um
telefone novo e lhe ligo passando o numero.
— Me dando o fora? – Rita.
— Não, apenas correndo, liga para Carol, marca aqui em duas
horas, eu vou verificar onde vamos e aproveito e acerto alguns deta-
lhes com João.
— Não vão brigar?
— Não.
Pedro beija Rita, ainda era olhar para cima, ele sentia-se estra-
nho diante dela, ela se afasta e Pedro entra em uma empresa de tele-
fones, compra um barato, registra o CPF, olha o numero e liga para

95
Maria Cecilia, passa o numero, Cristiane, Sergio, Roseli, Cecílio, os de-
mais ele não daria tão fácil a sua posição.
João olha para ele e pergunta.
— Porque não consigo falar quando perto de Rita?
— João, quer continuar neste caminho de fracassado.
— Eu não gosto delas mesmo, acha que me preocupo.
— Eu me preocupo, mas a pergunta, vai ajudar ou apenas sumir
no mundo?
— Eu não tenho medo de você.
— Isto não precisa falar, ninguém tem medo de mim, antes de
estar morto, depois não tem como se reclamar.
— E o que fez?
— Ainda não fiz, mas amanha vamos fazer uma reunião na sua
casa, eu, você e as que você consegue mandar algo ainda.
— Acha que vou facilitar para você.
— Vai, e nem adianta tentar não fazer, pois estarei lá amanha a
tarde, então é bom alguém estar lá.
— Eu não...
Pedro estava longe e pensa.
“Não mandei se revoltar ainda João!”
Joao para a frase e olha tentando se mexer, se viu o pânico nos
olhos dele e Pedro fala calmamente.
— Tem de entender João, eu não preciso lhe agredir, eu não
preciso lhe matar, acha mesmo que estaria vivo se fosse inocente to-
talmente?
João tem dificuldade de falar.
— O que é você?
— Convida na marra algumas delas, sei que sabe chantagear, e
amanha conversamos, na sua casa.
— Meu pai vai estar lá.
— Não tenho problema com isto, acho que não entendeu a
ideia, agora vai para casa, começa a preparar o dia de amanha, não me
decepcione João, posso ser mais cruel, e nem me viu ser isto.
João se levanta e se afasta, Pedro olha em volta, entra em uma
livraria e compra um caderno e um lápis, em um terreno no Hugo Lan-
ge, um terreno cercado, uma casa começa a surgir, aqueles seres, não
humanos, não desumanos, na forma, começam a tirar os tapumes e
ajeitar as coisas.

96
Pedro olha para a entrada e viu Rita e Carol, ao lado veio Josea-
ne e Camila, aquilo seria uma confusão, estranha pois tinha em sua
mente, 5 versões de como acontecera algo e nas cinco parecia que
houve um dia com pouca responsabilidade, ou melhor, com muita ir-
responsabilidade.
Carol chega a mesa e beija Pedro e pergunta.
— Está bem?
— Sim, e você?
— Estanhando.
— Anota ai meu numero novo, ainda bem que meus celulares
são baratos, não se perde muito quando destroem minha casa.
Joseane olha para Pedro e para a irmã e pergunta.
— O pai mandou colar em você, sabe disto mana.
— Cuidado para não ficar muito grudada.
Joseane olha com malicia e fala.
— Este dai não aguentaria.
Camila sorriu e Rita passa o braço no de Pedro e pergunta.
— E vai ficar onde?
— Inaugurar minha casa que estava em construção. Mesmo que
ainda inacabada.
— Tinha um plano B? – Rita.
— Um local onde não fosse tão visível, pois sobre uma empresa
minha, fico muito visível.
— E vai nos apresentar quando?
Pedro liga para um Taxi, saem e entram em um taxi e se man-
dam a uma casa, que nem Pedro entrara antes.
Rita olha a entrada e fala.
— Uma casa de verdade.
Caroline olha a casa de três pisos e fala.
— Uma senhora casa, quem mora ai?
— Ainda ninguém, minhas namoradas não moram comigo ainda.
Caroline sorri e fala.
— Acho que vou tirar uma casquinha hoje.
Elas entram na sala, ainda cheirava a tinta fresca, Josiane puxa o
tecido que estava sobre os moveis e olha para Camila.
— Esta casa tem estilo. – Olhando para cima, se via uma sala no
segundo piso e Pedro fala.
— Só preciso retornar um pessoal na Califórnia.

97
Pedro pega o celular e liga para a General Jones e conversa em
inglês.
— Anota este numero, não sei ainda com o que atacaram minha
casa, mas estou mudando de numero.
— Indiquei seu sistema para outros três parceiros do exercito,
espero que não fique chateado.
— Ainda não tive como olhar os prospectos, mas é que ter de
mudar de casa durante o dia, é estressante.
— Certo, alerto quem havia comunicado do programa, estava
olhando os sistemas de busca de seu programa, aquilo é um perigo, me
dá acesso até ao que não deveria, que não tiver um programa como o
seu.
— A ideia, é analise criptografada de dados e armazenamento
seguro, mas ainda acho que existem pontos a acertar, e não pretendo
fazer como outros, que montaram seu grupo de programadores, pre-
tendo mostrar e absorver quem me interessa, mas sobre meu coman-
do.
— Ainda estou estudando o programa, mas é algo que nos dá
realmente independência de dados.
— Bom que foi útil.
— Olha as propostas, não sei se todos vão chegar ao valor que
falei custar o programa, mas eles tem segredos maiores que os nossos.
— Nem quero saber que segredos são. – Pedro olhando as me-
ninas olhando em volta e viu Caroline pegar uma garrafinha de Smir-
noff da geladeira, alcançar uma para Rita que dá um gole e olha ele
com malicia.
Pedro desliga e olha aquela ideia que parecia que não daria cer-
to, elas começam com um vira a vira, Pedro não tinha pratica em be-
ber, ele sente o álcool, as vezes mesmo se preparando, boa parte do
que aconteceu ele não controlou.

98
Pedro abre os olhos, a cabeça estava pesada,
ressaca, não conhecia a cama, olha aqueles corpos
encostados nele, a cabeça pesada o fazia pensar no
que tinha acontecido, olha para as pessoas dormin-
do, ele levanta com dificuldade, senta a cama, não
lembrava de parte da noite, olha para fora, já era
manhã, era sua cama, em uma casa que nunca usa-
ra, criara no dia anterior, por isto não conhecia, olha
os celulares, tira as memorias e apaga vídeos, fotos,
vai ao banho, frio lá fora, cabeça estourando.
Ele desce e olha a sala e toca o chão, o tempo
foi voltando e ele olha os eventos sequenciais, co-
meçam lhe forçando a iniciar um vira-vira com gar-
rafinhas que pensou por ali apenas para um dia aprender que sabor
tinham, sente os neurônios reclamarem, dor, gosto horrível a boca, os
detalhes.
Pedro olha para fora, uma neblina baixa, iria começar a inverter
o clima.
Ele se veste e vai a cozinha da casa, maior que o apartamento de
seu pai, ele gostava de lugares espaçosos, ele pega o lápis e ajeita as
coisas, ele olha as mensagens para as meninas, as famílias perguntando
o que elas queriam dizer com certas coisas.
Sai para fora, olha a panificadora a esquina, caminha até lá,
compra pão, alguns complementos, e com 4 sacolinhas chega a casa,
olha em volta, ninguém, pois não sabiam quem morava ali, era madru-
gada, ele teria de decidir algumas coisas, e uma, como mandar as me-
ninas para casa.
Ele prepara o café, todas dormindo, ele sente a cabeça melhorar
um pouco, toca o peito, o tempo para, ele sente o corpo crescer um
pouco, olha os pelos nos braços, ele abre uma porta ao ar, levanta uma
por uma das meninas as entregando em seus quartos.
Ele volta, senta-se na cozinha e termina de tomar o café, come
um pouco, a cabeça estava explodindo.
Pedro abre uma porta e surge no banheiro do colégio, ele cami-
nha para a sala de aula, talvez ele não sorrir normalmente, não fez os
demais olharem aquela cara mais fechada, mais dolorida, testa franzida
de ressaca.

99
Pedro olha para aquelas aulas, sabia que o colégio estava pres-
tes a ir a um feriado, então todos perguntando o que fariam no feriado
da Sexta, Pedro sabia o que faria, mas isto teria de fazer após a cabeça
parar de doer.
Raquel para a seu lado na saída do colégio e fala.
— Está todo desarrumado hoje, o que aconteceu?
Pedro a olha e fala.
— Ressaca, nem lembro direito como vim para a aula.
— E não convida as amigas para a festa?
— Acho que abusaram de mim ontem, mas acho que a festa não
acabou ainda.
— Por quê?
— A cabeça está explodindo.
Raquel sorriu.
— E veio a aula mesmo assim?
— Acho que não entendo de festas, e agora sei o porquê nin-
guém esquece o primeiro porre, é muito ruim.
— E o que vai fazer no feriado?
— Tentar não brigar com o governador, com o presidente, com a
polícia, pois destroem minha casa e sou culpado.
— E o que aconteceu lá?
— Não sei, mas as vezes duvido que eles me deixem em paz, sou
um pobre com jeito de pobre, eles parecem nos odiar.
— Dizem que você não é mais pobre.
— Falam muito, mas esquecem de olhar a peça que falam ser ri-
co, eu.
— E onde vai ser a festa hoje?
— Se convidando? – Pedro.
— Acho que você não entende o como algumas meninas da re-
gião ganham um extra, algumas ficam nisto uma vida, umas usam para
conseguir terminar os estudos e pular fora de casa.
— Tem de entender Raquel, até bem pouco tempo atrás, eu era
virgem, então realmente não entendo muito destas coisas.
Raquel sorriu e perguntou.
— E não vai nos convidar?
— Hoje é dia corrido, não sei ainda, preciso de uma aspirina e de
uma cama.
Raquel sorriu e pergunta maliciosa.

100
— E quem acabou com você Pedrinho?
Pedro sorri sem graça, talvez com aquela dor de cabeça ficou
com mais cara de dor, mas seus pensamentos foram as loucuras e fala.
— Com calma conversamos, não sei ainda como me portar em
alguns lugares, mas talvez seja hora de voltar a origem.
— Origem?
— Vila pinto.
— Certo, a origem de muitos aqui.
Pedro se despede e caminha até o restaurante popular, come e
sobe no sentido da empresa de geologia.
Pedro olha a policia fazendo perguntas e olha para Cristiane e dá
a volta, toca no peito, tempo parado, entra e vai ao cofre, abre e pega a
mochila com o computador, olha para a construção, toca o peito e
senta-se a entrada da parte ao fundo do terreno e olha para Cristiane
que olhava Pedro chegar e sumir a rua, ela sente o celular e ouve.
— As costas Cris.
Cristiane olha para dentro e olha o menino sentado com o note-
book aberto e caminha até ele.
— Está bem, muitos vieram perguntar se estava bem ontem.
— Eu começo hoje um projeto novo, conhece algum cartorário
de confiança Cris?
— Por quê?
— Meu pai continua a fazer coisas que não entendo, parece ter
se juntado com aquela Patrícia.
— E o que eles pretendem?
— Não sei, mas não entendi ainda quem me atacou ontem, e
enquanto não entender, não adianta reagir.
— Meu pai falou que o senhor Rhodes, parece estar a cidade e
colocou gente atrás de você.
— Se é isto, mantem a proteção erguida Cris.
— Certo, pelo sobrenome quem nos compra diamante?
— Ele comanda o preço de diamantes do mundo, mais da meta-
de das minas de diamante da África, são dele, não conheço seus méto-
dos, mas gente de dinheiro.
— E não nos quer no mercado.
— Eu não tenho pressa de entrar no mercado, entramos através
deles, as vezes temo as minhas ideias, talvez tenha de apelar para ou-
tra forma de venda, mas precisa de ajuda aqui?

101
— Não entendi a policia ao fundo.
— A globo basicamente faz uma reportagem perguntando quem
foi o engenheiro que assinou isto, alguém entra atirando, é visto por
todos atirando e invadindo, e em momento algum isto é citado na re-
portagem.
— E não tem como ir contra a informação.
— Quem pode com os 4 maiores jornais da cidade, e a rede de
TV mais vista?
— E pretende fazer o que?
— Crescer, o que mais.
— Certo, e se ele nos pressionar?
— O que deu no terreno em Terra Roxa?
— Um senhor veio de baixa qualidade.
— Isto é mais caro que ouro, mercado maior, não sei por que
tem gente que reclama.
— Eles querem a desapropriação.
— Para isto temos advogados Cris, eles vão embargar, nós va-
mos pedir vistas do processo como proprietários, eles vão barrar explo-
rações, dai construímos e locamos, esperamos, não temos pressa, e se
eles acham que vamos nos preocupar, não entenderam.
— Certo, ainda na surdina.
— Eles sabem que temos algumas minas Cristiane, estamos com
entrada de três milhões dia em ouro, temos para a semana que vem o
inicio da exportação da platina, então temos de ter uma mina, isto que
eles querem saber.
— E ficamos fazendo apenas amostras.
— Cris, com as amostras, temos mais de oitenta quilos de dia-
mante, vou começar a montar a primeira coleção de joias da Rosa’s
Diamantes, e quando vender isto, ai sim eles vão falar e olhar em volta,
mas dai, podemos começar a pensar no mercado.
— Quer tirar um dinheiro assim?
— Sim, o inicio da minha empresa de joias.
— E quando acontecer não pretende mais parar?
— Bem isto. – Pedro pega o caderno e começa a desenhar e Cris-
tiane olha aquele grupo de pessoas chegando, isolando, limpando a
região, e comerem a limpar a bagunça, desparafusar a estrutura ante-
rior, os policiais que tentavam indagar as pessoas, veem Pedro com a
mochila sair da parte do fundo e olhar para ele.

102
— Menino, o que tem a declarar sobre o que aconteceu aqui?
Pedro olha o policial e fala.
— Se você que estava sentado naquela montanha de pó no fim
da rua, observando o prédio ontem, não sabe, como eu que não estava
ai, saberia?
— Eu não estava ali.
— Se é este o tipo de informação que está levantando senhor
policial, diz para aquele Rhodes, que o contratou para dar cobertura,
que não estamos na nação dele, aqui, policiais mudam de lado, quando
lhes interessa, que gente tropeça nas calçadas e cai em pó, que gente
morre com os órgãos internos queimados, acho que esqueceu policial
com quem está mexendo.
— Está me ameaçando?
— Eu? – Pedro aponta a mão para ele mesmo e fala – Se você
policial, tem medo disto aqui, pede a conta! – Pedro fala esta parte alto
– pois polícia que tem medo de criança, não pode ser policial nesta
cidade. – Pedro olha para Plout que surge as costas e fala.
— Me faz um favor Plout, se aqueles que surgiram ontem ati-
rando para cima aparecerem por ai, joga em Hons.
O policial olha para os Hons surgirem a toda volta e ouve o ser as
costas falar.
— Fazemos a segurança hoje.
Cristiane entra e olha para aqueles seres e sorri da cara de assus-
tado do policial e o menino sai caminhando a rua.
Os policiais viram o menino fazer sinal para um taxi, entrar e se
mandar para o Jardim Social.
Pedro para a entrada da casa do Deputado e toca a campainha,
João surge e fala agressivo.
— Odeio o que fiz, não sei, você fez algo, não consigo não fazer o
que falou.
— Quantas vão vir?
— 12.
— Seu pai está ai?
— Sim, ele não entendeu nada.
— Vai me convidar a entrar ou vou ficar a porta João.
João tenta dizer que não, mas abre e ele entra, Pedro sente as
pessoas na casa, foi entrando e olha para o deputado, ele sorri e fala.
— O menino que me perguntaram onde estaria?

103
— Tem de ver que eles no lugar de conversar mandam atirar, es-
tão perdendo dinheiro senhor.
— Um senhor está a cidade procurando você.
Pedro sente a casa, sente a mente do deputado e faz sinal para
João sentar, ele senta-se, o deputado estranha, ele faz sinal para ele
sentar e mesmo tentando não sentar, ele senta-se e vê o menino che-
gar a ele e lhe tocar a cabeça, e pergunta.
“Onde está as reservas de campanha Deputado?”
O deputado olha suas mãos se esticarem e ficarem sobre a me-
sa.
— O que acha que está fazendo pirralho.
“Resposta errada Deputado.” – O deputado sente os choques e
as memorias sendo vasculhadas, ele não entende, mas João olha o pai
fechar os olhos e pergunta.
— Vai o matar?
— Não.
Pedro sente a mente do senhor e dá a ordem.
“Me mostre onde está!”
João não conseguia se levantar, mas viu o pai abrir os olhos e
caminhar até a sala ao lado, tirar aquele quadro grande, abrir o cofre, e
Pedro pega o caderno, esvazia o cofre e olha o senhor e fala.
— Grava, todo dia, você vai ao cartório, e vai transferir um ter-
reno para os dados que coloquei na sua mente, não vai lembrar que
fez, e quando o fizer, lembrará como algo que se livrou como um peso,
a muito tempo.
João olha para Pedro e fala.
— Vai nos roubar?
— Se não me decepcionar João, parte vai para você.
Pedro olha o deputado e fala.
— Sobe e dorme, a tarde toda senhor.
João olha o pai subir como se não fosse ele, braços caídos, mas
equilibrado e pensa no problema que estava acontecendo.
— Mas...
Pedro chega a cadeira de João e toca sua cabeça e fala.
— Tem de entender João, existem pessoas que confio, e pessoas
que controlo, eu conheço alguns Pedros, que são do bem, eu não sei
amar, não sei ainda o que vou fazer, mas resolvi por você e seu pai nos
meus planos, e não tem meio termo, ou está nele, ou seu corpo vai

104
involuntariamente atravessar na frente de um ônibus, sem você con-
trolar suas pernas, e torça para morrer na primeira vez, pois uma vez
me traindo, não tem saída, seu corpo vai lhe matar João.
— Mas está nos roubando.
— Não, vocês tem mais do que precisam João, e se for um bom
menino, vai ser deputado, quem sabe governador, mas para isto, tem
de entender, eu mando, você faz.
— Não quero lhe obedecer.
— Quer mesmo se matar por tão pouco João?
— Não pode fazer isto.
— Está feito, e quando as meninas chegarem, vamos sentar to-
dos, não quer dizer que não vai se divertir João, apenas que vai ser
como eu quero, não como você quer.
João ouve a campainha, Pedro solta a cabeça e fala.
— Atende, seja você, sei que gosta de mandar João.
— Mas...
— Vai, não é hora de as deixar a rua.
— Algumas vão vir com motoristas.
— Dai apenas aciona o portão.
João olha para a porta e foi lá, Pedro chega ao canto e fecha o
cofre, vazio, põem o quadro a parede, chega ao balcão ao fundo, pega
uma garrafa de whisky e coloca a mesa e olha para aquelas duas meni-
nas entrarem, João tinha 16, então ele não era alguém que se conten-
tasse apenas com crianças, ele tinha um pai que pressionava a policia
para não investigarem os casos de abuso sexual de seu filho, Pedro
sabia que isto era parte uma doença do rapaz, mas ao contrario de
outro menino, em outra existência, ele não tinha pena de quem sofre-
ra, ele acreditava que as pessoas tinham como passar por seus traumas
e uma vez enfrentados, seriam pessoas mais dinâmicas e sem alguns
pesos.
Pedro sente os olhares desconfiados, ele coloca a mesa a bebida
e alguns copos, era um teste.
Pedro foi vendo a sala encher, João vinha, olhava e voltava, as
moças pareciam ter medo dele, cômico alguém ter medo daquilo.
Quando a ultima chegou, Pedro olha para João e fala.
— Pensei que era mais terrível do que é João.
— Nem todas temem a mim.
— A ideia, é que nenhuma o tema.

105
— Não pode fazer isto. – João.
Pedro olha para as moças e sente suas mentes e fala.
— Quem quiser tomar um gole, é bom, descontrai, solta parte
dos sentimentos.
Pedro senta-se e olha João e fala.
— Não você João.
— Mas...
João para e olha as moças, alguns beberam, outras estavam te-
merosas demais, havia ali meninas que tinham 18, até meninas de 12,
mas a de doze não era a menor delas.
Pedro estica a mão para as duas próximas e fala.
— Poderiam dar as mãos?
— Porque faríamos isto? – Uma moça a ponta.
— Quer que mande, no lugar de pedir? – Pedro.
As duas ao lado pegam as mãos, as meninas foram dando as
mãos, João a ponta oposta da mesa olhava Pedro.
Pedro olha a moça que não deu as mãos e fala.
— As mãos.
A moça vê as mãos esticarem para os lados e tenta falar e parece
ficar focando Pedro.
Pedro sente as mentes e começa a sentir as historias, de cada
uma delas, olha para João e fala.
— Você não tem criatividade João, metade delas poderia as ter
ainda, mas esta ideia de possuir a força, é coisa de criança birrenta,
estranho isto.
— Acha que vou mudar apenas porque quer?
Pedro sente os sentimentos e os medos, foi os tirando e olha pa-
ra aquela que não queria dar as mãos, ela forçava a mão e fala.
— Solta as mãos e vira o que está no copo.
Ela olha o copo, sente a mão ir ao copo e o tomar, sente o álcool
a garganta, aquilo entrou queimando e ela fala soltando o copo.
— O que é você?
— Vim entender o problema moça, como é seu nome.
— Não... – ela tenta dizer não é de seu interesse e termina a fra-
se – Maria Augusta.
— Guta, quantos anos tem?
— 17.
— O que achou ser mais terrível no que aconteceu?

106
— Não quero falar disto.
— Me conte. – Pedro.
Ela começa a falar, João ouvindo a versão de cada uma delas,
olhava para Pedro, era uma repetição, aquilo não era emoção, não era
domínio, era apenas uma doença, e quando a ultima falou, Pedro esta-
va de mãos dadas com as moças, meninas, e solta os instintos de cada
uma, ouve suas visões de o que seria uma relação gostosa, sente elas
se entregarem aos sonos, olhos fechados, João não estava entendendo,
mas quando depois de meia hora elas suadas, excitadas e com seus
corações acelerados, começam abrir os olhos Guta olha para Pedro e
pergunta.
— O que é você? Juro que pensei ser real.
— Guta, meninas, eu sou uma criança, tentando entender o que
prende as pessoas a sentimentos ruins, para me entender, talvez
achem que é algo para vocês, mas eu estou pensando em mim, e todas
que quiserem conversar, aprender, entender o que sentem, vamos nos
reunir aqui uma vez por semana.
— Mas ele... – Guta iria reclamar de João e ouve Pedro inter-
romper.
— Guta, tem de entender, ele é doente, ele quer dominar, e se
ouviu as descrições, ele é mais virgem que eu, eu tive uma experiência
com uma menina que ele forçou, e pensa, ela era traumatizada, e ainda
tinha o hímen.
Guta olha Pedro, olha João e pergunta.
— E ele quieto eu estranho.
— Ele pode não saber Guta, mas é diferente agora, ele não con-
seguiria terminar algo se eu falasse, não.
— Isto que fez, nos induz algo?
— Quero entender, mas como disse, quero entender a mim, não
a vocês, e vocês podem me ajudar a isto.
— E porque o forçou a nos trazer aqui. – Uma menina a ponta.
— Acho que todas precisavam desabafar, acho que ainda preciso
entender parte disto, mas sempre digo, confiem desconfiando de mim,
eu não sou bonzinho, eu apenas quando quero, faço, mas eu ainda não
entendo do que vocês sentiram, acho incrível o como cada uma conse-
gue sentir de uma forma diferente, ter sonhos diferentes, mas se quise-
rem, estão convidadas a voltar, apenas me avisem quando.

107
João viu as meninas se levantarem e começarem sair e não en-
tendeu, Pedro não explicaria, não estabeleceria, o que não era para
ficar visível, ideias colocadas a cabaça das pessoas, e deixadas lá, ape-
nas crescendo.
João olha Pedro levantar no final e fala.
— Dorme e esquece o que aconteceu aqui João, não era para
você este dia, era para elas, e referente a seu pai, esquece tudo, assim
como ele vai esquecer.
Pedro sai pela porta e três carros se afastavam, ele caminha pela
rua e viu um carro acompanhando ele, fez que não viu, mas entrou na
rua de sua casa no Hugo Lange, e entra.
Guta olha a casa e olha para o motorista.
— Apenas me espera.
Pedro chega a sala, estava cansado, olha o celular e retorna a li-
gação de Rita.
— Como minha namorada está? – Pedro.
— Não lembro de ter chego em casa.
— Depois me conta o que fiz ontem, pois eu acho que lembro
até umas 9 horas, depois, acho que apaguei.
— Você apagado é perigoso Pedrinho.
Pedro sorriu e fala.
— A cabeça está estourando. – Pedro ouve a campainha e fala. –
Parece que chegou os moveis, lhe ligo depois Rita.
— Certo, mas aquela cama já resolve quase toda a mobília da ca-
sa. – Rita.
Pedro sem jeito se despede e olha Maria Augusta ao portão e faz
sinal para entrar.
— Perdida aqui? – Pedro.
— Pensei em um pobre, não me disse quem é você?
— Ninguém acredita mesmo.
— Porque ninguém acreditaria?
— Porque eu ouço falarem de mim, e digo, este cara deve ser in-
crível, me olho no espelho e tento sorrir, mas é difícil.
— Não vai falar?
— Pedro Rosa, lhe diz algo?
Guta olha Pedro e fala.
— Realmente, Pedro Rosa não parece com você.
— Disse.

108
— E o que fez com João, ele estava irreconhecível.
— Ele tem medo de mim, e pode ter certeza, existe motivos para
isto, mas é que não é fácil de explicar.
— E aquele sonho?
— Apenas um desejo retido, uma vontade que estava dentro de
cada uma de vocês, 12 vontades, 12 formas de sentir diferente, mas é
que se ajudar vocês, posso entender como me ajudar.
— E no que quer ajuda?
— Eu não consigo sorrir, sentir normalmente, acho que é trau-
ma, mas não pretendo ir a um psicólogo para ele saber de minha vida.
— E quer saber da dos demais.
— Guta, eu apanhava desde criança, quando sorria, quando de-
monstrava sentimentos, seja eles bons ou ruins, sorriu apanhava, cho-
rava, apanhava, fazia cara de nojo, apanhava, no fim, qualquer coisa,
me gerava uma surra, eu não gosto disto dentro de mim, não quero
pena, quero apenas entender um caminho para sair disto.
— E vai a pessoas traumatizadas diante do trauma e as faz falar,
não conseguiria fazer isto diante de quem fez isto com você?
— Meu pai não vê o que fez como errado.
— E acha que ele não mudaria?
— Ontem alguém atentou contra minha vida, a imprensa diz que
apenas um prédio se desfez, não fala que entraram lá atirando, não
fala que meu pai indicou o horário que estaria lá, não fala que os jor-
nais receberam para não contar outra versão, não fala que a policia
estava lá só para confirmar minha morte.
— E não fica para explicar?
— Eles não ouvem, pois todos falam deste Pedro Rosa, mas sei a
decepção que o ser em si, eu, provoca.
— E porque no meio disto lhe olhei diferente.
— Deve ter ficado impressionada, as vezes acontece, mas não
queria ficar naquela casa mais do que precisava.
— E domina as pessoas de longe?
“Sou bem pior que isto menina, mas não falo disto por ai!”
Guta ouve ele falar em sua mente e olha desconfiada.
— Como isto pode existir.
— Eu poderia estar a sua frente, como sou, como um Angelical,
como um demoníaco, como um Fanes, mas não veria diferença gritan-
te, como um Danimes, ou mesmo como um Ninfa, pois eu sou todos

109
estes em um, Ninfas falam a mente naturalmente, são seres aquáticos,
onde o som não serve para nada, então a comunicação é por ondas
cerebrais, mas é difícil explicar estas coisas assim.
— Não entendi nada?
Pedro muda de forma para um Angelical e olha para Guta que
olha ele impressionado.
— Um anjo?
— Não, angelicais, anjos são mais mortais que isto.
Pedro volta a seu tamanho e ela olha ele com a roupa toda desa-
jeitada e fala.
— E não explica estas coisas?
— Eu ainda estou entendendo o que sou.
— E esta casa, sua?
— Não, se estivesse em meu nome, meu pai venderia.
— E pelo jeito está montando ela?
— Sim, eu morava no Rebouças, a casa foi destruída ontem, ace-
lerei esta casa, para ter onde viver.
— E vai mesmo nos reunir lá uma vez por semana?
Pedro pensa e fala.
— Sim, quem estiver lá, saberá o que será cada reunião.
— Vai ficar apenas na conversa?
— Eu sou de me apresentar aos pouco, não tenho a experiência
que alguns acham, mas hoje foi um bom dia.
— Bom dia?
— As vezes é bom sentir as pessoas entrarem pesadas e saírem
leves de um local.
— E não quer nada com isto?
— Guta, como disse, não sou inocente, mas ainda não sei se
quero algo, sempre digo que as vezes uma noite, como a de ontem a
noite, mostra que vocês mulheres são todas meio loucas.
— Meio? – Ela maliciosa.
— Esteja lá semana que vem, mas vamos ver se João consegue
entender que aquilo não tem graça, é doente e infantil, não sei, ouvin-
do vocês falarem, parece uma musica repetindo, repetindo, daquelas
sem ritmo bom, sem letra boa, e se repetindo e se achando incrível,
não sei, aquilo não me excitaria.
— E quem é a menina que você namora, que teve problemas
com ele?

110
— Minha vida não vem ao caso.
— Omite sua vida pessoal?
— Quem está para dentro, sabe, quem está para fora, fofoca,
não esquece que este Pedro Rosa é o terror da cidade.
— Verdade, mas a casa é boa.
— Nova, até a uns dias, um terreno vazio.
Guta olha para a porta e fala.
— Esperando algo?
— Os móveis, a casa só tem poucas coisas.
Guta se despede, Pedro a olha se afastar e olha para aqueles es-
pectros de gente entrar com móveis, a moça não via aquilo como es-
pectros, mas a casa começava a se ajeitar.
Pedro sobe ao quarto e atravessa para Matinhos e olha para a
irmã a janela.
— O que tanto pensa? – Pedro.
Renata se assusta e fala.
— Acho que não me acostumo com isto.
— Mas o que olha?
— Eles começam a tirar os tapumes, eles começam a colocar os
postes nas ruas internas, parece que você montou algo que se estrutu-
ra sozinho, mas estava pensando sobre o que fez.
— Renata, eu não fiz.
— Vai negar agora?
— Você tem de entender, eu sei induzir as pessoas referente ao
que elas querem fazer, mas sempre vem a cobrança depois.
— Mas.
— Senta aqui.
Renata olha para o irmão, ela temia aquilo, ela senta-se e ele to-
ca a cabeça dela, mas estavam a sala, na mente dela, ele lhe deu a mão
e entraram ao quarto, ela se solta, e depois e uns minutos ele tira a
mão e ela abra os olhos e repara que ainda estava a sala.
— Não vale assim.
— Perguntei se me ensinaria como fazer, disse que não, então
ainda tenho de aprender com outros.
— Mas...
— Um dia vou entender disto mana, ainda não entendo.
— E o que pretende?
— Vai morar comigo ou não?

111
— Mas não destruíram sua casa?
— Aquilo era um escritório.
— E tem uma casa que não tenha aquelas criaturas estranhas.
— Verdade, não posso esquecer delas.
— Estou falando serio Pedro.
— Eu montei minha casa, mas estão mobiliando hoje, mas tenho
de me cuidar para não me meter em encrenca.
— Encrenca?
— Engravidar muitas.
— Certo, você não sabe fazer, seria sacanagem engravidar al-
guém na primeira vez. – Renata olhando com malicia.
— Juro que não entendo esta sua aura.
— Esqueço que você me analisa pela aura, nem sei como pode
existir algo assim.
Pedro olha ela e chega a porta e fala.
— Vou falar com a mãe, e depois se quiser, vamos para Curitiba.
— Problemas?
— Sim, problemas.
Pedro sai e pega um carro elétrico, vai ao restaurante que dava
visual a toda cidade, sobe e olha Roseli, Sergio e Maria, ele senta-se e
pergunta.
— Como estamos?
— Correndo e prontos, mas aquele Roberto Vaz, está vindo ai. –
Maria.
— Mãe, a pergunta é referente a este local, pronto?
— Sim, as pessoas começam a confirmar as chegadas amanha,
não sei ainda como virão.
— Sei disto. – Pedro olha Sergio e pergunta.
— Acha que temos como começar hoje fim do dia?
— Tudo indica que sim, estamos com 12 pilotos, 12 copilotos, 12
engenheiros de bordo e 72 aeromoças contratadas, os guichês come-
çam a abrir hoje, o site de vendas ativo, poucos fora os compradores
viram isto ainda, mas sim, temos o hangar nos dois aeroportos que são
da empresa, sei que quando vi aquelas naves pintadas de Rosa, me
assustei.
— Tem de ver Sergio, que a propaganda em si, se faz por eles,
ninguém vai perguntar de que companhia é aquele avião quando ele
chegar de dia.

112
— Vamos ter o primeiro voo hoje a noite, de Brasília, com para-
da em São Paulo, Curitiba e parada em Guaratuba. Temos a saída de
Buenos Aires, parada em Porto Alegre, Florianópolis e Paranaguá, com
saída depois para São Paulo e parada no Rio de Janeiro.
— Ainda começando Sergio, mas como disse, é o manter da liga-
ção, sei que hoje consegui o recurso para deixar um ano funcionando
sem um passageiro, mas não é a ideia.
— E qual a ideia? – Roseli.
— Estas duas linhas, terem três voos diários, de segunda a se-
gunda até o fim do ano.
— Para poderem chegar?
— Sim, na Sexta, um serviço de taxi aéreo começa a funcionar
entre as 7 cidades litorâneas, via helicóptero, e não vale se assustar
com a cor deles Sergio.
Sergio sorriu e fala.
— E o que o senhor Vaz vem fazer?
— As petições foram conseguidas, mas as vezes, um fiscal mal
intencionado pode parar algo apenas por não estar aqui a petição,
então teremos uma copia em cada uma das sedes.
— Se precavendo das trovoadas?
— Soube que o clima começa a esquentar a partir de amanha,
estava com medo do clima contra. – Pedro.
— E as obras na cidade?
— Vamos tirar os tapumes de madrugada Roseli, se ninguém ver
tirar, não nos estressamos.
— E como está a obra a BR101.
— Acabaram de asfaltar a parte das praças de pedágio, ainda
sem funcionarem, mas na segunda seguinte, elas entram em operação
em dois sentidos. – Pedro.
— A inteligência revirou todo o quarto, não sei o que eles acha-
ram que encontrariam. – Maria.
— Eles tem de garantir que esteja seguro Maria, apenas isto.
— Certo, e vai estar por perto?
— Vou falar ainda hoje com Cecílio para me representar, além
de você Roseli e você Sergio.
Pedro apenas olha os dados, o advogado chega e entrega a Ro-
seli as autorizações, e olha Pedro.

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— Entreguei uma copia para a polícia local, para a prefeitura e
para o ministério público local.
— Certo, ninguém pode dizer que não está avisado.
— A informação não oficial de que você tinha morrido ontem,
parece os ter distraído.
— Eles não sabem o que querem, mas aquele Rhodes ainda está
pagando por informação sobre mim, então não estarei aqui. – Fala
Pedro olhando os demais.
Pedro cumprimenta os engenheiros e arquitetos e passa em casa
e passa com a irmã para a casa no Hugo Lange.
Renata olha para fora e fala.
— Esta fica onde?
— Hugo Lange, para cima, Jardim Social, no fim da rua, Cabral,
depois daquela área verde ao fundo, Bacacheri.
— Esta é uma casa real, mas parece tenso.
— Rita me passou uma mensagem que vem ai com o motorista,
isto me deixa tenso.
— Tenso?
— Vem ela, a irmã, a amiga e a irmã da amiga.
— Você não dá conta de tantas mano.
Pedro a olha serio, e fala.
— Vou contratar um motorista, vou precisar de seus documen-
tos escolares e pessoais, para conseguir uma vaga para o ano que vem
mana, não a quero deixar no caminho.
— Mas...
— Sei que é folgada, mas tem de estudar, e sei que começa a en-
tender o que os demais falam em outras línguas.
— Não entendi como me fez entender isto?
— Ainda não sei como, mas sei que vou me meter em uma super
encrenca, e pode ter certeza, a pergunta de nosso pai, é onde estamos
morando.
— E qual a resposta?
— Uma casa emprestada por um deputado, é mentira, mas é a
versão oficial para ele.
— E como pode por uma casa destas no nome de um deputado,
ele pode nos por para correr.
— Ele pode fazer muita coisa, mas ainda não sei como me portar
todo dia, e começa a ficar corrido.

114
— Vai mesmo morar aqui?
— Vamos.
— E vai me matricular onde?
— Nossa Senhora Menina.
— O que é isto?
— Um colégio particular de Freiras.
— Fala sério?
— Sim, eu vou continuar no mesmo lugar.
— Você não parece levar as coisas a sério.
— Acho que não entendeu, eu estou me metendo em encrenca,
mas compramos este terreno, com esta casa, com uma doação de um
deputado, que não lembra ter nos doado este dinheiro, então referen-
te a sua pergunta inicial, não me preocupo em deixar no nome de
quem nem sabe ter este terreno mana.
— E como algo assim pode acontecer?
Pedro sorri sem graça.
Pedro foi ao quarto, tomou uma aspirina a mais, a cabeça estava
ainda estourando, Renata olha para o motorista das meninas as deixa-
rem lá, Rita olha para Renata e fala.
— Perdida aqui? – Rita.
— Ele está no banho. Ele já desce. – Renata olhando Josiane en-
trando.
— Sabe que pensei que ele tinha mal gosto. – Renata olhando
Josiane.
Camila olha para Renata e fala.
— Ele trouxe um escudo pelo jeito para não o atacarmos. – Ca-
mila olhando a irmã Caroline.
Caroline sorri e sobe, ela nem tinha certeza de que estaria no
mesmo quarto, ela entra e olha Pedro se lavando e fala.
— A pele de cordeiro.
Pedro a olha e sorri.
— Não entendi.
— Tem um monstro por baixo deste pequeno Pedro.
A frase de Caroline não combinava com a aura dela que dizia que
ela estava mentindo, ele estranha e fala.
— Nunca fui Lobo, para ser Cordeiro. – Se Caroline visse a aura
de Pedro, veria uma mentira nesta frase, e talvez tivesse entendido
tudo errado.

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— Vai nos dar um fora?
— Não.
Pedro termina de se enxaguar, pega a toalha e sente o cheiro de-
la e fala.
— Esqueço que novo não quer dizer pronto para usar.
Caroline vê ele secar-se, a toalha estava cheirando forte, teria de
ter sido lavada antes do primeiro uso.
Pedro coloca uma roupa, Caroline olhava ele e fala.
— Vai se esconder atrás da irmã?
— Não, mas é que amanha tenho de ter algumas coisas ajeita-
das. – Pedro pega o telefone e liga para Cecílio.
— E dai sócio, consegue que ele nos ouça?
— Ele parece irredutível.
— Então esquece que sou sócio, propõem.
— Ele não entendeu o que quero.
— Ele quer fundo de campanha, se cuida.
Cecílio desliga e olha o motorista, sai com destino a um restau-
rante no centro.
O governador cumprimenta o senhor e faz sinal para sentarem
ao fundo, Cecílio olha em volta, ele não falaria grande coisa, mas sabia
que poderia ser uma arapuca.
O governador sorri e fala.
— Cecílio, é bom conversar com alguém ainda na ativa, estes
empresários parecem todos parados.
— As escolhas nos fizeram pesados, é difícil manter alguns cami-
nhos, e não entendi amigo, porque entrou naquela briga no litoral.
— Vai defender aquele marginal.
— Os seus fiscais quase pararam a obra que o presidente vem
inaugurar na sexta, para dizerem estar pressionando, não entendi,
marginal?
— Sei que entrou em um acordo com aquela Roseli Paz, mas ela
é ligada ao filho de um marginal conhecido na cidade, não gosto de ralé
querendo subir.
— Não me considero ralé, e sei que atrapalhou muitos para
atrapalhar alguém que nem vi por lá.
— Tem de entender Cecílio, aquele menino é alguém a manter
longe, ele é problema.

116
— Não é isto que me trouxe aqui governador, mas pelo jeito a
coisa está quente.
— Sim, tem um empresário Inglês na cidade, dos bilionários, que
parece que vai por este menino no lugar.
Cecílio pede um vinho e como o governador não lhe deu abertu-
ra, ficou vendo ele olhar em volta.
Cecílio olha o segurança a entrada olhar para ele.
— O que fez governador?
— Tem de entender que é politica de recursos.
— Não respondeu governador.
— Tem de entender, você se bandeou para o outro lado.
— Eu querendo lhe propor algo que o faria ganhar uma eleição e
pensando no trocado governador.
— Sabe que no discurso, todo candidato é contra o pedágio.
Rhodes na entrada, vê os dois seguranças serem barrados, o po-
licial ao fundo foi dar autorização para eles entrarem e vê um Hons se
postar a entrada, se alguém tinha duvida, agora ficaria evidente, Rho-
des não viu esta manobra, mas os dois seguranças, recuam, o policial
saca a arma e ouve as costas.
— Atira e nem seus filhos saberão onde foi parar senhor.
O policial olha para Luiz as suas costas e pergunta.
— Acha que tenho medo de você rapaz?
Luiz cresce, tomando a forma de um ser em pedra maleável, e
fala com uma voz bem diferente, rouca, forte.
— Tenho certeza.
Os seguranças a rua viram o carro deles ser barrado, não sairiam
rápido.
Cecílio olha o celular e olha o senhor chegar a mesa, não olhou a
porta, mas ficou evidente que ele queria ter vindo com apoio, e não
conseguiu.
O governador olha Rhodes e pergunta em inglês.
— Acha que minha parte está feita?
— Não.
Cecílio sorriu e olha para o governador.
— Se queria perder duplamente, escolheu as cartas Governador,
se acha que este senhor falido, tem dinheiro, não entendeu a operação
em Terra Roxa.
Rhodes não entendia português e fala em inglês.

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— Acha que vão me passar para trás?
Cecílio olha para o senhor e fala em inglês.
— O ladrão e assassino aqui és tu, não nos, não inverte senhor
arrogante e falido, não sei como alguém comanda um prospecto de
extração de 300 bilhões por ano, e não é o ser mais rico do mundo, tem
de ser muito idiota pagando ignorantes como este governador a minha
frente.
— Vamos tirar de vocês as concessões, não sabe o que está fa-
lando.
— Vai tirar qual, a de Angola, a de Porto Rico, a do Pará, a de
Minas Gerais, a de Honduras, ou a da Guiana? Você veio como patinho
inglês, achando que não sabíamos que estava pagando para ter acesso
a informação, estranho gente que se vende por milhões, como o go-
vernador, e deixa de por bilhões na conta, mas o senhor, o que faz na
minha cidade senhor?
— Acha que sai pela porta? – O senhor olha a porta, os seguran-
ças não estavam lá, mas ele acreditava que estavam – Se eu não autori-
zar.
Cecílio olha o governador e fala.
— Pensei que precisava de recursos, se não, estou de saída.
O senhor olha Cecílio fazer sinal para o segurança e sai pela por-
ta, o governador olha que nada o parou, e olha o senhor.
— Pensei que queria falar com ele.
— Eu não faço acordos, eu tomo governador.
— Não conhece os Almeida pelo jeito.
— Ele acha que não estará ali quando eu sair.
— E vai entrar com quanto na minha campanha?
— Depende das autorizações, ainda não me conseguiu a desa-
propriação do terreno e nem acesso as amostras.
O governador olha o senhor se levantar, ele sai achando que es-
tava mandando e se depara com Luiz em pedra a sua frente, ele tenta
recuar e vê o Hon surgir as suas costas, lhe tocar o ombro e todos vi-
ram o senhor sumir.
Luiz sai pela porta e levanta o carro dos policiais e os vira a rua,
ele até sente um tiro as costas, pega a bala na pedra e olha para o poli-
cial e sorri.
Luiz some a rua, os Hons somem e os dois seguranças do senhor
Rhodes se olham sem entender, e os policiais olham o governador sair,

118
olhar a bagunça, não viu o enfrentamento, mas ficou obvio, não foi
como ele queria.
— O que aconteceu? – O governador olhando o policial a frente.
— Hons, não nos disse que Cecílio tinha proteção dos Hons.
— E o senhor Rhodes?
— Não sei, sumiu ao ar tocado por um Hons.
O governador olha em volta, xinga, mas ele escolhera.
Pedro estava olhando as meninas e recebe a ligação de Cecílio e
atende.
— Temos algo?
— Era uma arapuca.
— Está bem? – Pedro.
— Obrigado por colocar Luiz lá, pensei que estava encrencado,
até ver os Hons e Luiz a porta.
— E Rhodes estava por lá?
— Se entendi, está a correr por Hons, o mundo.
— Se cuida, pelo jeito apenas eu acredito no projeto.
— O senhor ofereceu dinheiro, deve entender.
— Cecílio, o que Rhodes ofereceu que eu não pudesse pagar
com um zero a mais?
— Eles não viram você fazendo.
— Sei disto, o único governador que não confirmou ir a inaugu-
ração de Sexta foi nosso governador.
— Ele estava apostando na nossa morte menino, por isto não
havia confirmado.
— O presidente estaria lá de qualquer forma, alguém de sua fa-
mília estaria lá, meus representantes estariam lá, ele acha que faz poli-
tica ou o que?
— E acha que segura o projeto?
— Tenho acelerado as pessoas, estou acelerando a instalação
dos primeiros 12 guindastes de porto, dos 32 que devem chegar até o
fim da semana que vem, é que eles não entendem, estou instalando os
primeiros 12, de 150 encomendados, eles acham Cecílio que a ideia é
pequena.
— Eles nem imaginam o tamanho daquilo.
— Sei disto, mas apenas não atende o governador até segunda.
— Ele deve querer se aproximar.

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— O ministro da Casa Civil tentou 3 dias o colocar na lista de
convidados, não sei para quem ele vai ligar, mas deixa ele correr atrás,
eu tirei os anúncios das obras, das inaugurações, eles devem estar pen-
sando que não vamos inaugurar, mas o governador de São Paulo em-
barca em São Paulo, o de Santa Catarina, em Florianópolis, inauguran-
do a linha de ligação, e anunciando os investimentos em Santa Caterina
e São Paulo.
— Eles não entendem sua forma de fazer, tenho de confessar
que eu achava que em dois anos estaríamos inaugurando a primeira
parte, está com mais de 100 quilômetros prontos.
— Temos mais do que isto pronto Cecílio, mas partes desconec-
tas não fazem efeito.
— Certo, você realmente quer por 100 anos no bolso, não 90 ou
80, não entendi tudo, mas o governador estava assustado com você,
agora deve estar assustado comigo.
— Ele tem de entender Cecílio, nós vamos a reuniões todos
grampeados.
Cecílio sorriu e se despede.
Rita o abraça e fala.
— Problemas?
— Sim, se duvidar amanha me tiram da escola para a delegacia
na marra.
— Aprontou?
— Eu defendi um aliado, o governador queria ele em maus bo-
cados na mão de um contrabandista de diamantes.
— E como se posicionaram acha que eles vem sobre você.
— Eles geralmente atacam quem eles tem medo, não os demais.
— E vai fazer o que?
— Estou fazendo.
— Não parece. – Rita o beijando o pescoço, ele a olha e fala.
— Rita, que menino de 13 anos, tem uma mansão no Hugo Lan-
ge?
— Filho de milionários.
— Não, estes estão em bairros famosos do mundo, não no bairro
menos conhecido da cidade.
— Certo, mas ricos, não pobres.
— Eu me considero ainda pobre, e preciso de 10 anos para po-
der dizer, consigo viver tranquilo.

120
— Porque acha isto?
— Um ditado de meu avô, Rico é aquele que se parar de traba-
lhar, seus netos serão ricos.
— E quer chegar a isto quando?
— Aos 23.
Rita sorriu, Pedro via que tanto ela quanto Caroline estavam lhe
ocultando algo, e não sabia como perguntar, poderia não ser importan-
te.
Rita o convida para o dia seguinte no shopping, e as meninas se
despedem, ficam olhando elas irem embora e Renata fala.
— Problemas?
— Não sei, mas com certeza, amanha será tumultuado.
— E não se nega a avançar?
— Não, nunca.
Pedro olha o fim do dia, olha para a casa, pensa no que faria, e
chama um taxi e os dois foram jantar.
O governador olha para o assessor e pergunta.
— Eles tão tomando a cidade, como os paramos?
— Acho que aquele senhor não sabia com quem estava mexen-
do governador, não entendi ainda sua aposta contra eles.
— Toda a cúpula apostou a morte do menino, ainda não foi pa-
rado isto, não posso depender de um lado que mais cedo ou mais tarde
vai estar morto.
— Cecílio não é alguém para por do outro lado governador.
— Esqueci que mesmo sem os Hons, Cecílio usa uma segurança
que nem alguns policiais mexem.
— Sim, mas acha que o presidente vem mesmo no dia sete?
— Tentei informação e ninguém me confirmou algo real, embora
parece que os governos ao lado querem agradar esta empresa, não
entendi ainda.
— Tem certeza governador que não entendeu?
— É difícil acreditar no que falam, eles devem vir inaugurar uma
pedra fundamental, odeio esta coisa de politicagem que pode não nos
dar retorno.
O secretario entra pela porta e olha o governador.
— Boa noite senhor.
— Problemas?

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— Apenas odeio não saber referente a algo que acontece, não
nos alertou que o presidente vem no dia sete senhor.
— Quem está perguntando?
— Uma TV argentina, não entendi, algo sobre um novo polo tu-
rístico mundial.
— Nem sei o que eles vão inaugurar, ainda na duvida se entro
nesta furada secretario.
— Vou me informar, pensei que sabia do que estavam falando,
pois falaram em voo direto de Buenos Aires para Paranaguá.
— Eles não devem saber do que estão falando, aquele aeroporto
não comporta algo grande. – Governador.
O secretário sai pela porta e olha para a recepção e pergunta.
— Alguém tentou contato e o governador não atendeu?
— Por três dias o Ministro da Casa Civil ligou, o governador des-
conversou no primeiro dia, e depois deu desculpas e não atendeu.
— Não entendi?
— Também não, mas não estou autorizada a passar a ligação de-
le, apenas dar uma desculpa.
O redator da Gazeta do Povo olha para o diretor e fala.
— Ele não passou nada para este fim de semana.
— Acha que ele desistiu?
— Não publicamos as ultimas duas, deve ter desistido.
— Acha que teremos algo?
— Tiraram as propagandas das inaugurações em Matinhos que
estavam confirmadas para o fim de semana, sabe que a pressão para os
parar foi grande.
— As vezes a politica atrapalha, mas somos uma sociedade or-
ganizada em regras, ou se adapta ou sai da frente.
Pedro e Renata sentam no Restaurante Dois Irmãos no Bacacheri
e Renata pergunta.
— Esta fugindo de algo?
— Sim, quase todo dia, fugindo de mim mesmo.
— Acha que as coisas vão acontecer amanha?
— Não sei, amanha provavelmente o filho do senhor Rhodes de-
ve estar por ai.
— E quem é o senhor Rhodes?
— Alguém que poderíamos tornar bilionário, mas ele pagou para
nos matar.

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— E como sabe que ele não vai tentar de novo.
— Não conheço muitos que tenham conseguido atravessar Hons
e chegar ao portal de saída, que estaria no fim da ilha dos ossos. Na
verdade conheço apenas uma historia de alguém que conseguiu, e esta
moça, o fez quando era menor que eu.
— Certo, ele está em um conto de fadas?
— Não, um conto de dragões, serpentes, vermes gigantes, ara-
nhas imensas e famintas.
— E acha que o filho vai negociar?
— Não sei, hoje deveria ter passado mais tempo lendo contratos
que me passaram e pelo jeito vou fazer isto daqui a pouco.
— Contratos?
— Pelo que entendi, a aposta que achei ser pequena, pode me
gerar uma renda boa por mês.
— Renda boa?
— Sim. – Pedro não entra nos detalhes, ele gostava de ser um
desconhecido, ele olha a TV ao fundo e no Jornal Nacional, ele viu a
imagem do avião Rosa, não sabia o que estavam falando, mas a ima-
gem era de Buenos Aires, então deveria ser algo melhor do que as ul-
timas noticias.
Ele não teria como ouvir e viu alguns olhando para a noticia, o
garçom chega a mesa e pergunta.
— Estão bem servidos?
— Sim, me vê a conta, acho que está na hora da criança ir para
casa.
— Algo mais?
— Chamaria um Taxi para nós?
— Sem problemas.
Pedro acerta no dinheiro e Renata fala.
— Não quer chamar tanta atenção.
— Oficialmente, não tenho uma conta Renata.
— Certo, e vamos onde?
— Eu acho que enquanto eles olham para um lado, vou trabalhar
a noite enquanto você dorme.
Os dois saíram e Renata olha o irmão entrar no escritório, ligar a
TV e o computador, o computador começa a dar as noticias referente a
pesquisa que ele fez, enquanto ele lê os contratos assinados em Los
Alamos, Princeton, Washington, Tampa, e pensa no problema que es-

123
tava se colocando, ele soma os contratos e obvio, sua irmã ali não pa-
recia real, mas ela queria algo, ele outra, mas Pedro sorri com aquele
jeito doído dele e Renata pergunta.
— Problemas?
— Ser de menor, tem como resolver isto?
— Não, mas o que pesquisa na internet.
— Eu estou lendo propostas de contrato, meu inglês ainda é bá-
sico, mas não me parece ruim os contratos, e isto me coloca em um
mercado que não entendo tanto.
— Você não entende de muita coisa.
— Verdade. – Pedro olhando a reportagem da empresa aérea de
nome Rosa’s e o comentário do repórter em Porto Alegre.
“Quando surgiu no aeroporto, todos sabiam que era da empresa
nova, corajosos, pela primeira vez, temos um voo diário entre Buenos
Aires, com passagem em Porto Alegre, Florianópolis, Paranaguá, São
Paulo e ponto final ou no Rio de Janeiro ou em Brasília, pela manha,
Brasília, meio dia, Rio de Janeiro, e a noite novamente em Brasília.”
Pedro olha as reportagens e os comentários, “Cafona”, “Ridícu-
lo”, “Diferente e feio”, fez ele sorrir.
Renata ao lado olha os vídeos e pergunta.
— Acha que vai ganhar dinheiro assim?
— Pensei em um voo vazio, para inaugurar, tinha 30% de ocupa-
ção, certo que parte era os próprios repórteres querendo confirmar a
existência da linha aérea.
— E o que olha ai?
— Amanha temos o trecho entre São Paulo e Paranaguá lotado
em dois horários.
— E acha que isto é bom?
— Sim, eu não sei como terminar tudo que comecei, mas agora
terei de ter calma, e sei que isto não me é parte.
— E porque estava tenso?
— Posso ter entendido errado, mas amanha vou levar um fora
público.
— E como saberia disto?
— João mesmo não querendo, me alertou que amanha ele vai
voltar a namorar Rita.
— Parecia tão natural hoje.
— Sim, mas como você disse, é muito para mim.

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— E o que estes contratos tem de bom?
— Trabalho, para não pensar se vou levar o fora.
— E não se negará a isto?
— Renata, eu quero acreditar que não vai acontecer, eu quero
acreditar nas pessoas, no amor, no sorriso, porque todos me querem
convencer do pior?
— E porque acha que não pode ser surpreendido?
— Não sei, alguns falam que é carma, outros preparação, eu,
não sei, estou ligado a certas coisas, e estranho como o numero 12 me
cerca, me liga, me põem em caminhos malucos.
— Nosso aniversario? – Renata.
— Bem mais complicado que isto.
— E no que seria mais complexo?
— Eu firmei um acordo com uma empresa americana, eles mos-
tram a outras instituições minha criação, e no dia seguinte, outros 11
fecham contrato, estes que estamos lendo, então era algo que me
geria 100 milhões, vezes 12 meses, um bilhão de e duzentos, o 12 esta-
va no primeiro prospecto, dois dias depois, amanhã, estarei passando o
prospecto que transforma em sonho muitas vidas Renata, mas vai me
gerar trabalho, empenho, dedicação, mas uma coisa é se dedicar para
ganhar 700 reais, outra, o que ganharei.
— E não para por isto, dava para aproveitar a vida.
— Eu não consigo ainda sentir a vitória Renata, ainda me parece
que alguém vai bater a porta e me tirar tudo, sempre acho que no fun-
do, temo os percalços do caminho.
Renata olha a casa e fala.
— Esta casa é bem mais quente que a anterior.
Pedro desliga o computador, apresenta o quarto da irmã para
ela, entra em no seu e cai a cama, adormece tentando não pensar no
que sentia no ar, ele começava a temer seus sentimentos.

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Pedro acorda cedo e abre uma porta a parede
branca do quarto e atravessa para o colégio, ele não
sabia de onde viria a traição a suas ideias, mas pare-
cia vir de todos os lados, as vezes tentava não pen-
sar, não sentir as coisas assim, mas estava mais serio
do que o normal.
Aulas normais, aulas com menos pessoas do
que o normal, Pedro sempre estranhou o quanto o
país fala estar sem dinheiro, chega um feriado, até
os pobres, sumiam, talvez por anos, por ficar em
casa olhando as paredes, sonhando acordado so-
nhos impossíveis, achava que aquilo poderia ser
diferente.
O professor de matemática começava a ter de frear as conversas
com Pedro, pois via que o resto da sala começou a voar na conversa, o
que o transformava em alguém a perguntarem como ele resolvia, e as
vezes era fácil explicar, as vezes, impossível.
Na saída, Raquel para ao seu lado e pergunta.
— E dai, vai continuar a fugir?
— Hoje estou mais para me esconder.
— Porque?
— Tudo que armei, funciona se eu não aparecer, sinto no ar que
algo muito contra vai acontecer, estranho sentir os instintos mais a flor
da pele.
— E vai para onde?
— Comer no restaurante popular.
— Aceitaria um convite para almoçar? – Raquel.
— Se não for atrapalhar.
Raquel sorriu e caminham pela rua subindo primeiro e depois
descendo, a trincheira por baixo da Avenida das Torres, e entram a
direita, Pedro sabia onde Raquel morava, ele já morara naquela rua
antes de seu pai mudar para o apartamento atual, nunca entendeu a
saída e não queria perguntar.
Chegam a casa e Pedro estranha a casa estar fechada e pergun-
ta.
— Seus pais não estão?

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— Eles foram ao litoral, a mãe está trabalhando no posto de sa-
úde, e como sábado é feriado municipal, eles aproveitaram a folga dela
e desceram para ver o agito.
— E ficou?
— Eles estão tentando se entender de novo, acho que eles se
amam, mas depois de anos, parece que a relação está desgastada.
Pedro viu Raquel fazer um arroz, esquentar o feijão e fritar um
peito de frango para cada, uma salada de tomate com alface e colocar
como uma ceia a mesa.
Pedro sorri, ela estava tentando impressionar.
— Sabe que você é o menino que todos apostavam contra no co-
légio, apenas minha mãe falava que você era diferente do que falavam.
Pedro viu que ela não mentira na afirmação, estranhou e per-
guntou.
— Não entendi, o que quis dizer.
— Ela dizia que você falava olhando aos olhos, mesmo quando
chegava judiado ao posto, nunca reclamava, mas não baixava a guarda,
ela dizia que você iria longe.
— Olha que ela deve ter visto algo que nem eu via. – Pedro.
Eles comem, Pedro agradece e Raquel pergunta.
— Não vai me dar espaço mesmo?
Aquela aura insegura, fez Pedro a olhar aos olhos e falar.
— Sempre digo que meus desejos são perigosos Raquel, eu os
seguro, sou muito volúvel, e sei que poucos entendem.
— Não acha possível um amor eterno com alguém?
— Eu não sei o que é Eterno para saber o que é estar com al-
guém este tempo, mas tenho dificuldade no amar, sempre espero que
a conversa acabe em uma agressão gratuita.
— Todos falam que você é o mais serio e destemido da turma,
aquele que todos falam que apanha quieto, mas que não teme apa-
nhar.
Pedro levanta-se e lava seu prato, seu copo, e ajuda ela a lavar a
pouca louça e Raquel o olha aos olhos.
— Me acha feia?
— Não, não lhe acho feia.
— E não me daria uma chance?

127
— Direta, mas Raquel, o problema, é que não entendo nada de
namorar, sou o menino saco de pancada, não este tal Pedro Rosa que
todos fala.
— E me deixaria lhe ensinar?
— Isto sim, me tenta a dizer sim!
Ela aproxima-se e olha nos olhos dele, estavam a cozinha, ele
com o pano de prato a mão quando ela lhe beija.
Pedro pego de surpresa olha ela abrir os olhos e falar.
— Não vai nem retribuir um beijo?
Pedro fecha os olhos, tenta lembrar do pouco que entendia da-
quilo e a beija, o menino sente ela lhe encostar a pia, tirar dele o pano
de prato e o pegar a mão, ela abre a porta do quarto dela e o deita a
cama, Pedro tentando entender o que fazer, o que sentia, sóbrio, sente
ela lhe dominar a cama, totalmente.
Depois de um tempo Raquel deita ao seu lado e fala.
— Sabe que leva jeito.
— Isto é um elogio ou uma cobrança? – Pedro.
Ela sorri e fala.
— Tem de parar de me chamar de Rita, mas tudo bem, lhe per-
doo no primeiro dia.
Pedro que nem sentira isto, sorri meio sem graça, e fala.
— Tenho de entender ainda o que aquele sorriso faz comigo, ela
parece distante, mas não entendo.
— E vamos estabelecer uma coisa Pedrinho.
Pedro a olha, ela já queria por regras.
— Comigo fala de mim, não de outras.
— Já pondo regras?
Raquel sorri e fala.
— Pelo que entendi, está maluco para sair correndo.
Pedro a abraça e lhe olha aos olhos.
— Tenho medo de terminar sozinho, pois tudo que sinto, é um
vazio, talvez isto que ninguém entenda.
Raquel o beija e fala.
— E temos de comprar camisinha.
Pedro sorri sem graça, aquela cara de quase dor dele, que pare-
cia fazer parte da feição dele, senta-se a cama e fala.
— Vai estar sozinha todo fim de semana?
— Querendo voltar?

128
— Não sei se voltarei, mas a pergunta não era para obter uma
pergunta de volta.
— Tenho de defender o trocado ainda.
Pedro a mede e pensa no que falaria, ele não sabia nem de sua
vida para propor algo, olha ela serio e fala.
— As vezes tenho medo de pedir algo, de prometer algo, pois
parece que cada curva de minha vida, me complico.
— Sei que deve ter pensado em pedir para parar, mas não quero
depender de ninguém.
— Não pensei em pedir nada, não tenho este direito.
Pedro pega a camiseta e ela fala.
— Vai correr?
— Acho que estou meio confuso agora, mas sim, vou correr.
— Mas se quiser aparecer por ai, a noite sempre estou por ai,
prefiro o dia, é mais seguro.
Pedro coloca a calça, a beija e fala.
— Ainda não sei se volto, não sei o que quero, mas foi incrível
Raquel, deve entender que para mim foi especial.
Ela o beija e se levanta, Pedro a olha ir ao banheiro simples, se
veste, se despede e sai a porta, olha para a vizinha olhando ele sair,
não sabia se falariam algo, ele coloca a mochila as costas e atravessa o
bairro e entra no Shopping.
Ele olha Joseane bem ao fundo, estranha, parecia estar filmando
algo, no sentido que ele estava, ele olha João sentar a sua frente e
falar.
— Pode ter me deixado impressionado ontem, mas hoje me sin-
to eu, vai se dar mal pirralho.
Pedro olha em volta, os seguranças do rapaz estavam ao longe,
olha Rita vir pelo corredor, ela olha para ele e sorri, ele sorri sem en-
tender o que ela fazia com ele, mas ela no lugar de sentar ao seu lado,
senta-se ao lado de João e o beija.
O beijo demorado, parecia para provocar, Pedro estava tão per-
dido na cena que mal viu Caroline sentar do lado de Rita e olhar para
ele e falar.
— O bobinho, achou mesmo que estávamos interessados em
você pirralho?
Pedro olha para Caroline, não entendeu, olha para Josiane ao
fundo filmando, era ele que ela filmava.

129
Rita olha para Pedro e fala.
— Acha que alguém acredita que você é Pedro Rosa, acha que
pode nos fazer de idiotas, você é uma criança, você é um exibicionista,
mas é uma criança, não sabemos quem você representa, mas só tem
marginais a sua volta.
Pedro olhava em volta, as duas estavam o dando um fora, João
olha para ele e sorri.
— Cadê toda aquela firmeza. – João.
Pedro pensa em tocar o peito, seu coração estava saltando, seus
sentimentos rachando, ele olha os olhos de Rita, sorrindo, conteve seu
sorriso, felicidade não era para ele, foi o que pensou, uma lágrima lhe
corre ao rosto sem sentir e João fala arrogante.
— Um mariquinha, vai chorar agora?
Ele fala alto e muitos olham, Rita e Caroline riem dele, que não
sabia como sair dali, ele sente que iria entrar pelo cano e ouve Joseane
chegando ao lado.
— Acha que somos fáceis, não entendeu pirralho.
Pedro olha em volta e fala.
— Desculpa, as vezes entendo errado um sorriso.
Pedro olha em volta e toca o peito, respira fundo, olha em volta,
existia mais gente da turma deles, ele pensa em sair, mas não, toca o
peito e sente outros chegando perto e ouve Jonathan falar.
— O pirralho pobre que acha que pode se misturar com gente de
berço, sai fedido.
Outros riram, Pedro de levanta calmamente e sente alguém lhe
segurar pelas costas, João se levanta e lhe acerta um soco, os seguran-
ças chegam rápido, mas Pedro olha descrente, todos riam dele quando
ele saia dali, ele pensa no que fazer, vai ao banheiro e olha o nariz,
apenas luxação, ele estava sentindo-se estranho, ele toca o peito e
caminha para fora do shopping, ele toca novamente o peito e caminha
até a casa reformada na Av, Marechal Floriano, que era a empresa de
joias, entra cumprimentando o segurança, abre a porta, olha para o
andar de baixo, mesas e cadeiras em salas vazias de lapidação, deixa
sua mochila e sobe a escada, olha Carla tentando entender uma liga.
— Problemas? – Pedro.
Carla sorri e fala olhando Pedro olhar em volta, ela sabia de ante
mão que iriam aprontar.

130
— Sei que deveria ter lhe alertado que iriam aprontar, mas você
tem de ver que elas não lhe amam. – Carla.
— É tão publico assim?
— Elas vão fazer um vídeo e jogar no Orkut do colégio, pelo que
entendi.
Pedro nem olhava redes sociais direito, as vezes achava que
aquilo não era para ele.
— E eu que sou a criança, mas qual o problema?
Pedro chega perto e olha para ela se batendo na confecção da li-
ga, ele queria desviar a cabeça do que vivera, e ao mesmo tempo, não
sabia como se portar.
— Problemas com a liga?
— Não entendo porque da liga?
— Porque Ouro sozinho é muito mole, não seguraria um colar
com quase dois quilos de diamante.
— E acredita que alguém compraria algo assim?
— Carla, podem até não comprar, mas você vai idealizar os 3 co-
lares mais caros da historia, vendendo ou não, eles serão as peças mais
caras em joias da historia.
— E quanto valeria um colar destes?
— Este é o problema, dizem valer uma coisa, mas falar em al-
guns valores, não é entender os valores.
Pedro estranha um numero no celular, estava esperando bomba
e atende.
— Alo, quem?
— Podemos falar menino?
— Quem?
— Maria Augusta.
— Fala Guta.
— Sabe a merda que vão falar em momentos de você menino?
— Ainda não, mas o que quer falar, as vezes demoro para en-
tender algumas coisas.
— Poderia falar com você onde? – Guta.
— Está onde?
— Vendo o agito no Estação.
— Anota ai onde estou. – Pedro passa o endereço a duas qua-
dras dali e ouve.
— Já damos um pulo ai.

131
Pedro estranhou e Carla pergunta.
— Quem é esta Guta.
— Já com ciúmes? – Pedro relutante.
— Estou tentando defender minha posição, e sei que não é fácil.
– Fala insegura, Pedro a olha e fala.
— Carla, o que está construindo com as mãos, é algo único, eu
tenho de confiar em pessoas, elas geralmente me analisam pelo tama-
nho, mas eu quero as pessoas fazendo coisas únicas, e elas querem
ficar em mesquinharias.
— E porque não consigo não vir?
— Às vezes as pessoas são induzidas, no fim, acreditam que vie-
ram porque eu mandei, e quando não vier, achará em algum lugar,
uma ordem para não vir, mesmo que eu não tenha dado.
— Meus pais ficaram preocupados quando disse que tinha de
vir, que não conseguiria não vir.
— Não entendo mesmo as pessoas, amanha é o feriado, não ho-
je, elas querem um país desenvolvido, ganhando como desenvolvido,
mas sentados em casa vendo a reprise da novela a tarde.
Carla sorriu e falou.
— Só pobre vê novela a tarde.
— Garanto que pobre está trabalhando neste horário. – Pedro
olhando para fora, Carla olha aquela moça chegando, não era alguém
de sua idade, era mais velha.
Pedro olha Carla e fala.
— Vou descer, não é bom as pessoas verem o que fazemos aqui,
viraríamos alvo de ladrões.
Carla viu Pedro descer e começa a guardar a peça, os diamantes,
olha para a gaveta e pensa.
— Não sei quanto vale algo assim, mas está ficando lindo.
Pedro olha o segurança e faz sinal para liberar e junto com Guta
vinham outras 4 meninas do dia anterior, ele não entendeu, mas pode-
ria ser qualquer coisa, até mais uma arapuca.
— Perdidas por aqui? – Pedro.
— Todas pensando que você estava ainda por lá, dizem que en-
trou no banheiro, alguns meninos estão até lhe esperando na saída do
banheiro. – Guta olhando que o local fora reconstruído, era um imóvel
com paredes grossas, casa antiga.
— O que quer falar Guta?

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— Não gosto do que parece que vão fazer.
— Eu não entendi ainda a ideia deles, sei que não sou ligado em
redes sociais, talvez tivesse de olhar este lado um pouco mais.
— Nem eu entendi direito, mas espere bomba.
— Veio apenas falar isto?
— As vezes temos medo de que eles estejam certo.
— Guta, meninas, eu por uma vida, fui pobre, mas isto não é
contagioso, não é errado, e não é feio, estranho esta sociedade de
incultos, pois acham que dinheiro na conta, é o que importa.
— Não quis ofender, mas sei que é onde eles vão jogar.
Pedro pega a mochila, abre o computador pessoal, uma coisa lhe
passou a mente, ele olha para a casa no Hugo Lange, pela câmera e
olha seu pai esticado no sofá da sala, foca nela e aumenta o volume.
— Ele acha que não vou tomar tudo isto dele.
Pedro não via Renata na imagem, mas a ouve.
— Ele parece não ter colocado no nome dele, não entendi, mas
não entendi pai, porque tirar tudo dele?
— Ele me deve isto.
— Fala como se fosse apenas algo para tirar e o colocar para fo-
ra, isto que não entendi.
— Não sei quanto vale uma casa destas, mas com certeza, dá pa-
ra comprar muita coisa.
Ele olha para um lado, Pedro soube que Renata estava na entra-
da da peça, pela direção.
— Tem de entender filha, ele está torrando com um bando de
babacas, sei que sua mãe ficou impressionada, mas ele tem de ter algo
bem grande que está lhe gerando dinheiro, isto que me interessa, pois
ele comprar uma casa destas mostra que ele tem recursos.
— Mas não entendi a ideia. – Renata.
— Ele vai ser desmascarado hoje, dai eu vou pedir a parte dele,
pois ele não pode ter nada ainda em seu nome, sei que pode demorar
um tempo, mas tenho certeza, esta é uma das melhores apostas que fiz
na vida, pois finalmente algo com 5 casas digitais.
Pedro olha para Guta e fala.
— As vezes queria sumir mesmo.
— Quem é o senhor?
— Meu pai, a voz ao fundo, minha irmã, então pensa, todos que-
rem me ver pelas costas, mas... – Pedro põem na rede social, as meni-

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nas tinham o adicionado, era para ele saber, para ele ver, um link para
o YouTube, Pedro sabia que era um sistema de vídeos, que estava ga-
nhando espaço, pois qualquer um poderia publicar algo ali.
O link dava em um vídeo intitulado, “O falsário Pedro Rosa”.
Era algo meio primário, feito em misto de imagem e painéis ex-
plicativos, onde falava do menino que circulava na cidade se fazendo
de rico, mas era apenas ilusão. A casa, a empresa, a pesquisa mostran-
do que a casa não era dele, que sobre uma empresa, ele montou uma
armação de madeira, para parecer que era algo grande, mas assim
como se fez, desfez, o menino que todos falavam ser rico, mas que na
hora que ninguém via, comia no restaurante popular.
Pedro olha até o fim, o seu telefone toca.
— Boa tarde. – Gerson.
— Boa? – Pedro.
— Tem de entender filho, vai se dar mal.
— Posso lhe perguntar uma única coisa senhor Gerson Rosa, o
que acha que ganha com isto?
— Aquele ouro na entrada da gruta, parte do diamante que es-
tava lá, coisas que valem muito, mas o principal, mostrar a todos, a
merdinha que você é Pedro.
— Certo, apenas uma dica, saia da casa antes dela demolir, e
avisa a minha irmãzinha, para pegar um ônibus para casa, pois de mim,
esqueçam, não terão nada.
— Acha que se esconde?
— Senhor Gerson, eu estava tentando me manter no país, ten-
tando pensar em algo que valesse minha estada aqui, mas talvez esteja
na hora de desgrudar de vez, passar bem pai.
Pedro desliga e olha Guta.
— Só um momento que já falamos.
Pedro liga para Cecílio e pergunta.
— Como estão as coisas Cecílio.
— Sabe que estão forjando coisas contra você.
— Sei, acabo de saber que medo faz milagres, como fazer meu
pai falar com o Desembargador Ribeiro, mas não esquece, nada está no
meu nome.
— E pelo jeito acha que vão pegar pesado.
— Senhor, talvez esteja na hora de parar de ser bonzinho.
— Você é perigoso quando fala isto.

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— Se cuida, mas inaugura as coisas com uma frase na ponta da
língua para todas as vezes que perguntarem, o que tem a falar sobre
Pedro Rosa, “O que Pedro Rosa tem haver com esta obra?”
— Eles esquecem que você não colocou no seu nome.
— Outra coisa, se aquele que diz ser meu pai aparecer por perto,
apenas aciona a segurança.
Pedro se despede e liga as telas da recepção do hotel, gente
chegando, todos presenteados com uma rosa, e um perfume de rosas
no primeiro mês de funcionamento, ele gira a câmera pelo sistema e os
canteiros de Rosa estavam a todo lado, o símbolo da empresa, o Motel
Rosa, a companhia Aérea Rosa, tudo referente ou a cor ou a flor, não a
um sobrenome.
Pedro olha para as câmeras, tranquilo e constante, gente che-
gando, gente nas piscinas, gente tirando fotos, gente comentando.
Pedro olha Carla descendo e pergunta.
— E seu pai consegue liberar a filha para viajar no fim de sema-
na?
— Um convite?
— Sim, acho que estou precisando sair rápido da cidade.
Guta olha para Pedro e pergunta.
— Acha que eles vão falar mal.
— Quer passear no fim de semana Guta, meninas?
Guta olha desconfiada e pergunta.
— E onde iriamos?
— Um sítio já em São Paulo, na divisa nordeste do Paraná..
— O que tem lá? – Silvia, uma das meninas.
— Um sitio, que ainda não está pronto para ser além de um local
para descansar.
— E comportaria a todas?
— Tem um hotel pronto, esperando o asfaltar do acesso ao lu-
gar.
— Um hotel inteiro?
— Sim, mas não esqueçam, estão sendo convidados a sair pela
farsa, Pedro Rosa.
— E vamos como?
Pedro olha para fora, olha para o Estação a uma quadra e pouco
e fala.
— Vamos de taxi aéreo, como mais? – Pedro.

135
— Esta parte elas não viram?
— Viram coisas bem maiores, mas eu preciso estar longe para
entender o que eles querem.
Pedro olha para Renata acompanhar seu pai a entrada, pega o
lápis e apaga a casa.
A câmera some e Guta pergunta.
— O que fez?
— Apenas parei de olhar o que me fere, mas vocês que decidem,
vou para o litoral daqui a uma hora, vocês que sabem.
— E sairemos do Estação mesmo.
— Não, mas foi provocação.
— De onde?
— Do heliporto da casa, de onde mais?
Carla se despede e fala.
— Não vai sem mim.
— Acelere então.
Pedro olha a rua, marca para dentro de uma hora ali, liga para a
empresa aérea, faz a reserva, o deposito, e caminha até o shopping
Curitiba, mais longe, mas fora do tumultuo.
Ele entra, vai a uma loja de celulares, um bom com uma boa câ-
mera, compra um tênis barato, um calção, toalha, pouca coisa, uma
sacola de coisas, uma mochila, ajeita tudo dentro na praça de alimen-
tação, coloca um boné, um óculos, põem a mochila as costas e volta
para a empresa.
Deixa avisado para o segurança para as meninas subirem.
Ele senta-se na parte alta e desenha aquela armação com heli-
porto, pois marcara ali, agora teria de ter onde embarcar.
Ele olha para a rua, liga o computador e vê as publicações, gente
e mais gente somando dados em algo que para ele não dizia nada.
Pedro viu que Guta e mais duas vieram, Carla chega afobada,
como se não quisesse perder aquilo.
Elas sobem e o helicóptero chega logo em seguida, eles sobem e
vão a leste, litoral.
Pedro queria saber como estavam as inaugurações e estava ain-
da nos problemas da Quinta Feira, o dia seguinte era muito importante
para ele.

136
Descem em Ariri, Pedro olha o segurança, já vira ele antes, mas
ele começava a ficar tenso toda vez que passava por alguém a primeira
vez.
Entram, as meninas olham o imenso prédio, as piscinas externas,
o complexo a baixo e Carla o abraça.
— Vai me dar espaço?
— Acho que fico me perguntando o que mais vai dar errado.
— Ficou tenso, mais do que o normal, mas meus pais ficaram
mais preocupados que você.
— Quem manda sair com o mal exemplo da cidade.
— Tudo isto é seu?
— Este é meu problema, minha solução, tudo que tenho, não
pode estar em meu nome, se estiver, meu pai chega a porta com toda a
violência e nos tira daqui e põem uma placa “Vende-se”.
Carla olha em volta e pergunta.
— Mas estamos onde exatamente?
— No meio do mato, mato para todo lado, em meio a mata
atlântica, litorânea, entre Paraná e São Paulo, mas já em São Paulo.
Pedro sobe e troca de roupa, olha para as meninas chegando a
piscina, indo para o fim da tarde e Guta pergunta.
— Não entendo como alguém como você pode ser tido como
farsa, eu não entendo a lógica deles.
— Aquela coisa de muitos repetem uma “Merda”, os demais
acham que é verdade, pois muitos estão falando.
— E não se preocupa.
— Me preocupo com o dar certo das inaugurações amanha, se
as pessoas gostarem, publicarem fotos, estabelecerem planos de volta,
já me contento.
— E o que seria dar certo? – Silvia.
— Eu não tenho certeza, mas se todos os depósitos forem con-
firmados, temos reservas apenas a partir de Dezembro, e no inicio do
mês, já lotado tudo até lá e entre 20 de Dezembro e 5 de Janeiro, então
se fechar mais 20 dias de Dezembro, estarei com os hotéis lotados até
Janeiro, terei de acelerar obras para poder comportar a diferença de
fluxo no fim de ano.
— Não entendi. – Silvia.
— Inauguramos hoje, alguns Hotéis Rosa, alguns deles, mas so-
mando eles, oferecem quatro mil e trezentas vagas, Setembro, já fe-

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chamos, então temos a previsão de entradas, de 25 dias, as reservas
precisam ser pagas, ainda não fecharam os depósitos, mas seria como
se os hotéis me dessem perto de um milhão e quinhentos mil reais por
dia de funcionamento a partir de hoje.
— Bruto? – Guta.
— Sim, mas a segunda sequencia, a que estará este hotel, o de
Cananeia, os dois de Ilha Grande, os dois projetos marítimos, e o flutu-
ante, devem inaugurar em mais 15 dias, entre eles este, dai terei mais 4
mil vagas de hospedagem.
— E pretende chegar a quanto?
— Até a temporada, 12 mil vagas.
— Quer ganhar quanto?
— Não é os valores que me atraem, é o fazer diferente, isto é
um projeto de um Arquiteto Belga, em Praia Grande é de um Chinês,
em Cananeia é de um – Pedro para a frase – Como se chama quem
nasce no Azerbaijão?
Guta sorri e fala.
— Nem ideia.
— Mas a ideia, é ter locais onde eu gostaria de passar um dia,
não locais que são apenas um dormitório.
— E o que faremos?
— Não sei, usar as redes sociais.
Guta sorri e fala.
— E qual a postagem?
Pedro desconversa e sorri, abraça Carla, com o hotel as costas e
fotograva os dois, aciona a rede do hotel e coloca na Internet.
“Não entendi, o que este sósia está fazendo, alguém me expli-
ca?”
Em Curitiba Caroline estava chegando em casa com Rita, as duas
eufóricas de ter aprontado.
Caroline olha Camila e pergunta.
— Não foi lá se divertir?
— Acho que não entendo vocês, seduzem o menino, jogam na
internet imagens que denigre a imagem de vocês, mas não entendi,
parecem felizes agora. – Camila olhando Rita e Caroline.
— As vezes temos de mostrar que somos quem manda irmã, o
senhor Ribeiro apoiou a ideia, o pai do menino apoiou a ideia, ele tem
de parar de se fazer sobre os bens dos demais.

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Camila olha para a mãe entrando e não comenta, apenas fala.
— Vocês estão ai se divertindo, ele está no Hotel Ariri com a Car-
la, se vocês o jogaram fora, ela deve ter grudado nele.
As duas olham como se não pudesse ser, e Rita pergunta.
— E como sabe?
— Orkut dele, fotos dele e um grupo de meninas na entrada do
hotel, depois nas piscinas, nem sei onde fica isto.
As duas se olham e Rita fala.
— Não falou para Carla?
— Ela disse que tinha de trabalhar, ela conseguiu um emprego
de 4 horas, pensei que... – Caroline olha a irmã – e você, não foi por
quê?
— Não vejo graça nisto, e estou bem enjoada hoje.
Gerson olha a casa desfeita, como se fosse uma miragem, ele es-
tivera lá antes, voltou para ver se não fora impressão, ou um truque,
não, a casa não estava mais lá.
Gerson deixa Renata na Rodoviária e liga para alguns amigos.
— Alguém sabe onde o pirralho do meu filho está?
— Não, alguns querem aquele endereço que falou que iriamos
esvaziar.
— Ele foi mais rápido, sabe se aquele Rhodes ainda está na cida-
de, ele me prometeu um bom dinheiro se desmoralizasse o menino.
— Dizem estar em Hons?
— Onde.
— Quem dera alguém soubesse onde fica, mas é o que falam,
jogado em Hons por um daqueles seres.
— Todo este trabalho e não vou ganhar nada, não vale.
Pedro tentava se divertir, mas aquele lugar vazio, sem funcioná-
rio estava mais para sua forma de se divertir, e não das meninas a fren-
te.
Guta para ao lado e pergunta.
— O lugar tá chato.
— Calma, não é hora ainda de agitar.
— E vamos para onde?
— Antonina, mas talvez esteja na hora de começarmos a nos
preparar para isto, um banho e nos mandar para lá de helicóptero.
— Anda de helicóptero por ai?
Pedro olha para o helicóptero e fala.

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— Eles não são Rosa por acaso Guta, entre as coisas que inaugu-
ramos hoje, uma empresa de Taxi aéreo no litoral paranaense.
— Certo, você pelo jeito está ficando poderoso.
— Nada tão grande ainda para ser poderoso, vamos a Antonina
e vamos comer um bife de búfalo, com suco de laranja, acompanhado
de frutos do mar.
— Come sempre fora?
Pedro sacode a cabeça negativamente.
— Como posso desmentir algo, se aquele almoçando, sou eu, se
aquele caminhando com tênis confortável, sou eu, se a casa que esta-
va, realmente não está em meu nome, tudo é tão recente, que mesmo
para mim, parece outro ser este Pedro, mas avisa as meninas para se
prepararem, mas calçados confortáveis é indicado.
— Mas ai não tem graça. – Guta.
— Eu acho melhor, se querem parecer 15 centímetros maior, pa-
ra mim fica mais fácil passar desapercebido.
Guta olha o menino, ele era pequeno, ainda estava em fase ini-
cial da adolescência, então sem marcas de barba, sem tamanho, sem
muita coisa para ligar ele a alguém famoso.
Pedro entra no Orkut e escreve.
“Partiu Antonina”.
Pedro estava provocando, mas poderia ser que ninguém visse,
mas ele não estava usando a razão, pois para ele, aquilo que chama-
vam de Rede Social, parecia qualquer coisa, menos social, embora não
pudesse negar que dificilmente se diferenciaria um rico de pobre na-
quela plataforma.
As meninas se preparam, enquanto Pedro apenas põem uma
camisa polo, uma calça e um tênis.
Eles saem de helicóptero sobrevoando o escuro da floresta, foi
fácil ver a cidade ao longe.
Eles dessem na nova praça, e Pedro indica o caminho, um res-
taurante a frente, eles entram e o garçom estranha serem apenas cri-
anças, imagina se soubesse que o menor deles era o dono.
As meninas pedem algo para beber, ele pede o da casa para to-
dos e uma jarra de suco de laranja.
— Não conhecia este lugar. – Carla.
— Inaugurou hoje.
— E veio conhecer? – Guta.

140
— Sim, as vezes precisamos desentocar.
Carla tira uma foto e pelo celular publica em sua rede social, o
celular de Pedro ainda não tinha a rede cadastrada, o que para ele
parecia algo bom.
Mas ficou atento a nova tecnologia, uma imagem sairia do con-
trole antes mesmo dele saber que ela foi publicada.
Maria Augusta olha Pedro e pergunta.
— E onde vai ser o agito?
— Tem de considerar que hoje e Quinta, o agito geralmente é
Sexta e Sábado, mas a noite é longa.
— Aquele inicio de voo mostra bem o quanto estamos isolados
lá.
— A estrada vai começar a operar em Março do ano que vem se
tudo der errado, dai termos uma linha de luz no meio da floresta, para
irritar os ecologistas.
— Não respondeu onde vamos nos divertir.
— Eu estou me divertindo, só não sei o que as pessoas vão pen-
sar de ver um pirralho com tantas meninas bonitas a mesa.
— Geralmente vamos a Bombinhas, não para o litoral paranaen-
se. – Silvia.
Outra que ia quieta, olha Pedro e fala.
— Vai apenas nos acompanhar, sabe que aquele toque é incrível,
e não está nos dando espaço para falar disto. – Jessica.
— Jessica, o problema é que ainda é quinta, eu não deveria estar
na região ainda, pois não quero gerar problemas as inaugurações do
feriado.
— E porque geraria problema?
— Pensa, eles fizeram uma big armação para um pirralho como
eu, é estranho alguém se dar ao trabalho para alguém famoso, imagina
um qualquer como eu.
— Mas não vai falar daquilo?
Pedro olha em volta e fala.
— Em publico, não.
— Certo, mas acha que João está se dando bem?
— Ele deve estar com uma senhora dor de cabeça, mas quem
manda contrariar as indicações de comportamento.
— Não entendi o que fez com ele?

141
— Estava pensando em salvar sua alma, mas ele não a quer sal-
va, então porque vou me preocupar.
Jantaram, o garçom estranha quem paga a conta, saem e cami-
nham meia quadra, tinha a inauguração da centro Cultural de Catira,
obvio que as moças acharam chato, Pedro viu o prefeito inaugurar, ele
ao lado de 4 meninas maiores, gerava alguns rapazes em cantadas
bobas, o que gerava invisibilidade ao menino.
Dali a inauguração do novo ponto de desfiles e de preparação
das escolas de samba da cidade, duas baterias de escola de samba,
pareceu mais animado, mas Pedro ainda via a aura de ariscas das me-
ninas, não era o mundo delas.
Pedro estava observando o samba quando ouve alguém ao seu
lado.
— Tentando não aparecer hoje? – Pedro olha o policial e fala.
— Tentando não estragar o dia do prefeito.
— Moreira pediu para comunicar se o víssemos, problemas em
Curitiba?
— Fofoqueiros, mas estou apenas observando, já sumo de novo,
mas não estou me escondendo, ele quer falar comigo, me ligue.
— Certo, mas o prefeito está feliz, cais, empresas, restaurantes,
museus, área de desfile, centros culturais, nunca vimos tanto agito
nesta cidade.
— Já acalma. – Pedro.
As meninas olhavam as baterias e Carla olha Pedro.
— Problemas?
— Não, alguém em Curitiba querendo saber onde estou.
— Ainda está meio chato.
— Sei disto, mas como disse, ainda é Quinta.
— E tem algo agitado nesta cidade?
— Está agitada, você não conheceu ela nos dias normais Carla.
Isto é o agito.
— Certo, mais calma ainda, mas vai nos fazer caminhar muito
pelo jeito?
— Não andaram quase nada ainda. – Pedro sobe na parte alta da
arquibancada, todos olhavam para a parte baixa, onde havia a apresen-
tação, ele olha para a baia, Carla o acompanha e olha aquele imenso
transatlântico encostando no local.
— Nunca vi um tão grande assim.

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— Não é dos maiores, mas é o que o calado daqui permite.
— Nem sabia que eles vinham ate este ponto.
— Não vinham, mas é bom saber que amanha estarão aqui,
quando o presidente inaugurar o cais.
— O local não foi inaugurado.
— Abriram, estão operando, treinaram tantas pessoas, que o ris-
co de dar algo errado é imenso, mas faz parte do concertar os proble-
mas e ir em frente.
O cais ao fundo estava em parte iluminado, então dava para ver
todo o cais novo se estendendo até o outro mais ao fundo, parecia um
único, imenso a perder de vista, Pedro sorri da ideia.
Em Matinhos Ciça sabendo que a filha estava em casa, passa lá e
estranha ela sozinha.
— Veio sozinha?
— Acho que fiz burrada mãe.
Ciça pensou nas crianças, mas Renata estava falando de outra
coisa, parecia tensa.
— O que fez?
— O pai me convenceu que teria de o ajudar, que ele estava
precisando de recursos e que a casa que Pedro tinha no Hugo Langue
era boa e dava para conseguir um bom recurso.
— O que ele lhe prometeu para o ajudar assim filha?
— A tirar este peso a barriga.
— Filhos não são peso filha.
— Mas não entendo o que Pedro se tornou mãe, ele parece ter
simplesmente apagado a casa, um momento ela estava lá, no seguinte,
não estava mais.
— E seu pai a deixou aqui apenas?
— Ele não tem dinheiro agora para me ajudar, mas me deve es-
ta, mas Pedro não gostou nitidamente do que ele fez.
— Seu irmão já considera-se odiado por todos, parece que vocês
não entendem, ele se afasta, mas não entendi, onde está Gerson.
— Ele me colocou no ônibus e foi procurar onde Pedro estava. –
Renata olha para a casa, estava cansada, ainda era uma boa casa.
— Ele disse que se manteria longe da inauguração, mas o que fi-
zeram que ele chegou a apagar uma casa filha?
— Parece que o pai e o pai da namorada dele combinaram algo,
não vi nas redes sociais, mas algo para o afastar das filhas do senhor,

143
não entendi a ideia inteira, apenas abri o caminho para que aconteces-
se.
Ciça volta ao hotel, mais problemas, mas até estava bem redon-
do o atendimento, um ou outro ajuste, mas coisas que os hospedes
nem notavam.
Pedro em Antonina fala para as meninas que estava na hora de
começar a voltar ao helicóptero, eles saem dali e vão para o show dos
Paralamas no hotel Doná Olaria, voltado para a Pedreira, a moça con-
firma a reserva, sem saber que aquela cobertura era permanente do
menino, sobrem e as meninas olham para a pedreira, o palco montado
do outro lado do lago, as mesas baixas do restaurante todas prontas
para o show.
Pedro confirma a mesa a frente e descem, Pedro não olhou os
demais, ele de boné e óculos, apenas senta-se com as meninas e fica a
olhar o pessoal, Carla o abraça e fala.
— Este lugar é incrível.
Guta a lado fala.
— Realmente este lugar é incrível, vai ter show sempre?
— Geralmente em dias especiais, hoje e amanha tem show.
Silvia olha os demais chegando e se postando as mesas, gente
chique, se ouvia algumas línguas a volta, e Pedro apenas olhava o pal-
co, Carla olha ele e pergunta.
— Está se escondendo?
— Evitando os assuntos chatos.
Assistem o show, as meninas gostaram, depois do show Pedro
pede um carro elétrico e saem no sentido da saída do fundo do hotel
ao lado, poucos sabiam este caminho, pegam a rua, e Guta pergunta.
— Podemos andar a rua com um carro elétrico?
— Logico que não. – Pedro.
Ela sorri, eles embarcam na balsa e vão a Caieiras, Pedro senta-
se no bar ao fim da praia e as meninas viram que ali teria uma apresen-
tação a beira da praia, elas se animam e viram o local começar a en-
cher.
Camilo chega ao lado e fala.
— Agitando a região, pensei que não apareceria.
— Ninguém sabe que estou aqui senhor.
— Esta ideia de pequenos Luais, com musica ao vivo, parece que
podem gerar um bom publico nos fins de semana.

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As meninas foram agitar, Carla ficou ali a cuidar de Pedro, ela
não queria sair e dar espaço.
— Pelo jeito sabe todos os agito, estávamos pensando que nos
deixaria lá apenas olhando o mar e mato.
— Lá estaríamos a cama já. – Pedro a olhando.
— E não vai fugir hoje?
— Não sei o que gosta, não tenho pratica nisto, vou ter de
aprender fazendo.
— Safado.
Pedro sorriu e as pessoas começam a agitar, uma fogueira isola-
da, com uma piscina por todos os lados, musica em caixas de som que
se espalhavam pela praia, faziam o local agitar.
Era perto das duas a manhã quando eles pegam o carro elétrico
e voltam para o hotel, movimento grande para o fim de semana, mas
aquela balsa deveria ficar obsoleta em pouco tempo.
Eles entram, se instalam e Carla olha para Pedro com toda mali-
cia daquele instante, o menino que não tinha pratica, aprendendo co-
mo cada uma gostava.
Pedro antes de qualquer coisa, tirou a bateria do celular e colo-
cou no cofre, de manha ele devolveria a mesma, mas era bom não ter
surpresas desagradáveis novamente.
Pedro estava sendo atacado quando Jessica entra pela porta,
Carla viu que seria um ataque em escala, Pedro estava meio perdido
quando amanheceu, ele olhava para baixo e via as pessoas ainda che-
gando da praia, dos agito, cansado adormece a cama.

145
Pedro acorda sentindo-se pressionado por
todos os lados, mas desta vez, ele lembra de cada
detalhe, sórdido ou não do que acontecera aquela
cama.
Ele senta-se a cama e sente Guta encostar
seu corpo nu as suas costas e lhe beijar o pescoço.
— O menino que me fez gozar, temos de pra-
ticar mais Pedrinho, pensei que não daria conta.
Pedro a beija e fala.
— Não sei ainda o que estou fazendo.
Ela sorri e fala.
— Pensei que nos deixaria em um canto quie-
to para se aproveitar de nós, nos cansou e se apro-
veitou.
— Eu, juro que estava na minha cama e vi uma a uma entrar.
Guta estava sobre a cama, de joelhos, Pedro levanta-se e coloca
as mãos em sua cabeça e pensa.
“Queria entender o que vocês sentem, o que eu sinto, estranho
conseguir ficar mais feliz pelos seus sentimentos que pelos meus”
Guta sorri e fala.
— O menino que mesmo que contasse, ninguém acreditaria
existir.
“Alguém fácil de desacreditar, difícil de entender, talvez quando
eu me entender, alguém me entenda”
— E como faz isto?
“Adianta explicar com poucas palavras?”
— Não, mas não entendi.
“Tentando não assustar, mas que papo é este de gozar?”
— Não sei, me entreguei, sem culpa, acho que você nos gera a
segurança de que somos nós, não o que o parceiro quer, mesmo sa-
bendo que posso estar influenciada.
“Influenciada?”
— Você fala a mente, quem faz isto?
“Um mundo inteiro a minha cabeça!”
— E vamos fazer o que hoje?
“Tem um pacote inteiro, este quarto não é locado, é de um tal
Pedro Rosa, aquela farsa, lembra?”

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— E tem um quarto somente seu?
“Sim, mas tenho de acompanhar de perto algumas coisas, mas
tem parque temático ao fundo, parque aquático, uma cidade aos pés,
toda reformada, tentem se divertir e conhecer um pouco”
— E como chegamos a praia?
“Tem um sistema de bonde elétrico, que sai da porta do hotel e
passeia em toda a praia, pode parar em qualquer parada.”
— E não vai nos apresentar?
“Hoje é o dia oficial da inauguração de tudo isto, tenho de
acompanhar de perto, mesmo que poucos vejam.”
— Quanto disto é seu?
“Oficialmente, nada!”
— E não se preocupa em ser passado para trás?
“Acho que não me cabe isto, ter tudo isto, acho que as coisas no
Brasil desandam por ter um dono, ele morre e tudo desanda”
— E não pretende morrer?
Pedro tira a mão da cabeça de Guta e fala.
— Acho que a ideia é o inverso disto, algo que funcione inde-
pendente de estar morto ou afastado, que funcione bem, que garanta
surpresas.
— E vai onde?
— Por minha irmã a parede.
Guta olha o menino se vestir e sair pela porta, olha a cama com
as demais, põem uma roupa e olha para a cachoeira a parede do hotel.
Pedro desce e olha para Maria e fala.
— Ela já chegou mãe?
Ciça olha o filho e pergunta.
— Está bem?
— Sim, acho que criancice não me atinge fácil, mas é doido sa-
ber que sou apenas a montanha de dinheiro para eles.
— E vai falar com ela?
— Sim, depois preciso que me consiga os documentos dela, da
escola, vou a fazer voltar o ano que vem a estudar, a hora de conseguir
a vaga é agora.
— Certo, cabeça ocupada não faz tanta merda.
Pedro sorriu da sua forma doida, da forma que Ciça olhou em
volta para ver se ninguém havia ouvido.

147
Pedro pega um carro elétrico, a maioria estava ainda disponível,
pouca gente se inteirou da existência deles ali para usarem.
Ele muda de estrutura e entra na casa, olha a irmã a cama, chega
a ela e lhe toca a cabeça, Renata abre os olhos assustada.
“Calma mana!”
— Esta bravo comigo?
“Tem de entender, ideias falhas, dão errado, este é o problema
de nosso pai, toda vez que apoiamos algo que ele diz ter bolado, é uma
ideia pela metade, então não dará resultado, não o que ele quer!”
— Ele disse que pagaram para ele lhe desmoralizar.
“O contratante estava a mais de 12 horas em Hons, quando isto
aconteceu, mas vai tomar jeito mana?”
— Tenho medo de você mano.
“Quero respeito, e pode ter certeza, vou impor ela nesta cabeça
dura, e vai ser minha peça de ligação com o pessoal local, já que não
quer ir a capital!”
— Vai me largar aqui?
“Não, mas vai voltar à escola o ano que vem, vai organizar o pes-
soal que você conhece, e vai ser minha mão sobre alguns”
— Não entendi.
Renata sente aquela energia em sua mente, ela não sabia o que
o irmão estava fazendo, mas ela temia isto, mas esqueceu que ele não
era alguém normal.
Quando Renata abriu os olhos, ele já não estava ali, ela tentava
entender o que ele queria, mas ele não ficou para a discussão, ela es-
tanha estar sozinha, pois ainda sentia as mãos dele a cabeça, a toca, ela
tenta entender as ultimas palavras dele, não pareciam fazer sentido.
Pedro olha para a rua, atravessa ela e vai caminhando até a
praia, ele senta-se a areia da praia brava, já nem tão brava, faz um
buraco, até sentir a agua, começa a criar seu castelo, ele precisava
voltar a ser ele, voltar a tentar ter ideias simples, mas parecia que tudo
se acelerara, ele não gostara do ultimo dia, e não teria como o refazer,
estranhava os sentimentos, estava sentindo-se alguém que traíra, ele
tentava entender porque o fizera, querendo ser sincero com quem lhe
fazia sorrir, mas parecia saber que ela não ouviria ele, que não falaria,
estranho não se culpar e não a culpar, as vezes Pedro tinha medo de
não saber amar.

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Ele constrói um castelo, enquanto a manha avançava, em Brasí-
lia o presidente terminava de assistir a parada militar de sete de se-
tembro, a imprensa já se colocava em alguns pontos, para cobrir o dia
do presidente, alguns mesmo não querendo, registravam as obras,
embora parecia infantilidade tentar esconder aquilo.
O presidente em seu avião presidencial, embarca com um grupo
próprio e um da Globo de cinegrafistas no sentido do Paraná.
Quando desembarca, o presidente foi ao palco, ali estava parte
dos políticos locais, o governador não estava, mas o prefeito, os verea-
dores e prefeitos da região estavam ali.
Ele inaugura o primeiro aeroporto, a comitiva vai a inauguração
do complexo mais a Leste do Porto, depois caminham pelo porto, o
presidente olha para o Ministro e fala.
— As obras estão bem avançadas, pensei em uma pedra funda-
mental.
— Eles estão acelerando, o que lhe garante uma super inaugura-
ção, a ausência do governador mostra o quanto ele é contra isto se-
nhor.
— Mais um suicida politico?
— Não entendi a briga ainda.
Eles saem dali e inauguram o trecho de rodovia entre a BR 277 e
o porto de Antonina, onde o presidente viu o outro porto, e o grande
transatlântico parando a frente, dando a inauguração um ar de mudan-
ça tanto econômica como turística a região.
O presidente almoça a frente da nova praça, após isto a inaugu-
ração da praça, e do museu a frente, fez ele olhar em volta, não conhe-
cia, mas com certeza, estava fazendo historia no lugar.
Dali a inauguração do trecho entre a BR277 e o trecho da BR 101
já em Santa Catarina, O presidente percorre o local e de carro chega ao
novo aeroporto, olha para a estrutura, aqueles aviões Rosas, aquele
aeroporto novo.
O prefeito de Guaratuba no palanque, com o prefeito de Garuva
e governador de Santa Catarina, dava a conotação local, união de dois
estados.
O presidente pega um taxi aéreo, voltando a Paranaguá, para a
inauguração do trecho de rodovia entre Paranaguá e Pontal do Paraná,
e o canal industrial da região.

149
O presidente vai ao hotel no fim da tarde e o ministro da Casa
Civil para naquela visão do hotel, algo realmente que não conhecia, e
olha o ministro do Transporte.
— Esta aposta tenho de tirar o chapéu, colocou o nome do pre-
sidente na conversa de toda a região.
— Eles pediram as concessões, eles pretendem ter uma nova le-
va de inauguração para 15 de novembro, mas reservamos a agenda,
pois ai será obras em Santa Catarina e São Paulo.
— Ampliando tudo isto?
— Sim, mas se olhar a arquitetura disto, é bem complexa, eles
estão investindo em marketing local, e tenho de confessar, a dois me-
ses não sabia onde ficava esta cidade ministro, olha em volta, dá para
dizer que estamos em uma praia no Paraná?
Ele olha o prédio, a estrutura para fora, as ruas que vieram, e fa-
la sorrindo.
— E pelo jeito alguém resolveu fazer, você apenas não atrapa-
lhou.
— O governador parece nem saber que estamos aqui, a Globo,
parece fazer questão de não documentar, mas vai ser inevitável eles
terem de relatar.
— Certo, mas realmente o lugar é especial.
Pedro olha o fim da tarde na praia, ele estava olhando o castelo,
pensando em como sua vida era simples antes, ele olha em volta e
imagina como deveria ser antes, pois uma coisas que sempre admirou
Pedro, é a rapidez que nos acostumamos com o bom, parece que sem-
pre foi assim.
Pedro começa a voltar, olha para os seguranças a barrarem as
pessoas, ele chega a eles e o segurança faz sinal para ele entrar, o segu-
rança presidencial confirma umas três vezes, Pedro chega ao segurança
e pergunta.
— Problemas?
— Eles começaram a barrar esta entrada.
— Se posiciona antes deles, não vamos por que um presidente
está no prédio bem ao fundo, perder clientes neste.
O segurança presidencial olha o menino e fala olhando o segu-
rança.
— Não daremos espaço para vocês mudarem nossa postura.
Pedro olha o senhor e fala.

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— Ou muda agora, ou serei eu a por seu presidente a correr, ele
está no outro lado da montanha, aqui é para o pessoal mais pobre,
como você quando não está arrogante como agora, então ou muda
senhor, ou eu desço da minha cobertura, que fica acima dos quartos
presidenciais, e coloco ele para fora, do meu prédio.
Pedro entra e olha para o segurança e fala.
— Cria uma entrada lateral, se eles fecharem, damos estrutura
para entrarem pelo na Rocha na região do Tabuleiro, não vamos perder
clientes por isto, eles locaram apenas as presidenciais, não o prédio
inteiro.
Pedro olha as meninas ao fundo, o rapaz foi barrar e Pedro fez
sinal para passar, e fala.
— Vou sair daqui antes que me estresse e coloque tudo a per-
der, não tenho paciência para politica, muito menos para arrogância
sem motivos, que não sejam os meus.
Pedro sobe com as meninas, Carla passa o braço no dele e per-
gunta.
— Problemas?
— Não entendi, mas vamos a algo menos chique hoje.
— Menos chique?
— Uma gravação de um show, é para a novela das sete, daqui a
pouco num hotel que nem foi inaugurado.
— Sempre agitando. – Guta.
— Como se saíram?
— Juro que não parece que estamos em Matinhos, de praia a
ruas, tudo arrumado, parece mais Miami do que Brasil.
— Não conheço Miami para palpitar.
Roseli viu o menino subindo ao fundo, Maria fala que ele estava
no seu quarto, mas que não participou de nada, e que estava tentando
não chamar a atenção para ele.
— Os seguranças do presidente estão atrapalhando legal a en-
trada Leste.
— Um segurança falou que Pedro pediu para abrirmos duas ou-
tras entradas, para tentar desviar a segurança, odeio a ideia pois é
furar a segurança, mas eles que estão nos forçando a fazer isto.
Pedro sobe, toma um banho, descem para a janta, Pedro não
havia comido nada ainda, ele pede o prato da casa, olha as meninas e o
garçom e fala.

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— 5 Cabaraquara completo, com suco de laranja.
O garçom anota e Carla pergunta.
— O que vamos comer?
— O prato da casa, salada, frutos do mar, com alcatra de búfalo
temperado a moda da casa.
As meninas pareciam com fome, Pedro estava a comer quando
viu Sergio parar ao lado e falar.
— Podemos conversar menino.
— Problemas?
— O presidente insistiu em conhecer o proprietário, embora me
coloque como parte disto, todos sabemos quem é a peça sobre tudo
isto.
— Ele sabe com quem vai conversar?
— Sim, ele sabe.
— Quando ele descer para comer, conversamos.
— Os seguranças dele estão tensos.
— Eles ignoram a segurança Sergio, o detector de metal a entra-
da, o sistema de controle de câmeras inteligente, os sistemas de reco-
nhecimento que colocamos no sistema.
— Eles ficaram mais tensos com isto do que antes.
— Mas deixa eu comer, quando ele achar que posso chegar per-
to, chego, as vezes duvido ser uma boa ideia.
— Por quê?
— A desmoralização em Curitiba da minha pessoa ontem.
— Alguns querem saber por que daquilo.
— Eu também quero, não vejo ganho a ninguém com aquilo.
Sergio se afasta e Carla pergunta.
— Problemas?
— Eu sou péssimo nesta coisa de politica.
— Não tem idade para politica. – Guta.
— Sei disto, mas o presidente da republica quer saber quem é o
menino por trás desta ideia maluca.
Guta sorriu e Silvia falou.
— E não quer a publicidade disto?
— Não montei este hotel para ter presidentes, e sim, quem ele-
ge os presidentes, não os funcionários públicos, e sim os verdadeiros
ricos do mundo.
— E vem com um tênis simples ao pé?

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— Ele é ótimo para o que gosto de fazer.
Pedro come o bife e as meninas elogiam e quando Sergio retor-
na ele fala.
— Se quiserem se arrumar enquanto eu falo com o presidente,
saímos assim que chegar lá e escovar os dentes.
As meninas sorriram e Pedro sai de sua mesa, tira o boné, deixa
a mesa, ajeita o cabelo, alguns olharam ele ao longe, os seguranças na
região que o presidente estava o revistam, ele sorri, pois tinha apenas
um celular.
Sergio chega o presidente e fala.
— Senhor presidente, Pedro Rosa.
O senhor levanta-se e estica a mão e fala.
— Uma criança, mas pelo jeito, com bom gosto.
— Como estão as coisas presidente, pois sua segurança em parte
está atrapalhando o funcionamento do hotel a leste, que nem se vê
daqui, então me pergunto se está tudo bem?
— Temos regras de segurança.
— Sim, mas não esquece presidente, não adianta ganhar pontos
com as obras, e um segurança por ser segurança do presidente, barrar
um industrial paulista a entrada, não adianta ganhar de um lado, se
não contiver a arrogância do outro, sabemos que politica se faz de
equilíbrio, não de imposição.
— Pelo jeito não gostou?
— Eles estão com reserva antes da sua senhor, mas não tenho
nada contra segurança, apenas não esquece, para entrar, tem de pas-
sar pelos detectores de metal, tem de passar pela segurança, tem de
ter reserva, a parte interna, somente para hospedes com reserva, nesta
parte, o quarto mais barato, é de dois mil e quinhentos reais a diária,
então não me preocupo com eles, mas a parte mais a leste, sim, tem
quartos de 350 reais, mas estes não tem acesso interno, eles acham
que o hotel é o que eles tem acesso.
— E toda parte dos fundos.
— Partes isoladas, não se pode ter um hotel ligado internamente
a outro, então temos apenas ligação para sistemas bem superiores,
mas deixar claro, não sou contra, apenas segurança não é reter quem o
segurança não foi com a cara, diria que em parte, é racismo.
— E não contem as criticas.

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— Se eu contivesse as criticas, garanto senhor, as cadeiras não
seriam estas, a cachoeira não estaria pronta, os prédios estariam em
meio a discussão de piso e estrutura, sou chato, mas não quer dizer
que não converso, embora quando o politico quer conversar apareço,
mas sempre digo para Sergio, para Roseli, tentem me deixar longe da
politica, eu não sei fazer de conta.
— E pelo jeito está acelerando as obras.
— Senhor, quando chegar a Brasília de novo, tenta ouvir o que
falam de mal sobre mim, não que seja real, mas é que eu não quero
estas cidades inchando, então eles estão me fazendo um favor, achan-
do estar me prejudicando, mas como se diz, se tenho um estaleiro, ele
produz navios de milhões de dólares, não preciso de gente falando,
precisamos de paz para trabalhar.
— E pretende produzir quanto?
— Ainda em instalação, não temos ainda a produtividade, deve
dar perto de um bilhão de dólares ano, de produção, quando chegar-
mos ao quinto ano, mas ainda estamos instalando.
— E pretende tocar isto?
— Não, para cada empresa, um bom administrador, não sou eu
que vou tocar, vou estar estudando para um dia ser alguém.
— E porque o governador não veio, pensei que ele viria para fa-
zer politica.
— Ele fez muito esforço para que não desse certo, ele deve ter
pensado em lançamento da pedra fundamental, não da inauguração de
algo.
— E como ele não veria as obras?
— Senhor, eu consigo lhe colocar na praia, vindo da capital de
helicóptero, método mais usado até 5 dias, então ele não olha em vol-
ta, mas como ele não viu, teria de perguntar para ele.
— Dizem que tem pretensões maiores, não sei se devo conside-
rar o alerta.
— Eu tendo a parar de inaugurar e começar a produzir na região,
mas ainda estou investindo na produção, uma siderurgia não é tão
simples de inaugurar, uma indústria processadora de alumínio, tam-
bém não.
— E pretende ter isto na região?
— Não, a siderurgia estará no Litoral Sul de São Paulo, a de alu-
mínio estará em Antonina, dai teremos fabricas em todas as cidades,

154
pequenas ou grandes, mas o destaque, serão os hotéis, embora eles
não sejam o que mais dará lucro.
— Me disseram que pretende inaugurar algo em São Paulo.
— Eu a partir de segunda, começo a pressionar para a liberação
das obras e autorizações em São Paulo e Santa Catarina, mas mesmo
aqui, terá a inauguração final dos portos, quando terminarem de insta-
lar no inicio do ano que vem, teremos 76 guindastes, para receber pelo
menos, 30 navios por vez nos portos paranaenses, hoje só temos 12
instalados presidente, acredito na ideia, mas temos de ampliar a pro-
dução do estado para não deixar os portos obsoletos.
— E não teme não conseguir.
— Senhor, se cada um somar um pouco, vai funcionar, eu vou
fazer a minha parte, mas não tenho como ser responsável por tudo,
meu tamanho já explica porque não posso, meus planos são de 5 anos,
pois pretendo terminar o projeto básico quanto tiver 18 anos, mas
somente lá saberei se serei milionário ou bilionário.
— E acredita que será o que?
— Não tenho bola de cristal senhor.
— Então está falando em ter o maior porto do país aqui?
— A soma portuária, não chega a ser o maior, ou acredito não
ser, não conheço nem Santos e nem o Rio de Janeiro, sou uma criança
local, que está investindo no que posso aqui, pouco lá, o caminho é
fazer uma distribuição controlada, mas já existem empresas neste ra-
mo, apenas vamos dar estrutura a quem quer trabalhar.
— Sabe que olhar você não facilita.
— Tento ficar longe da vitrine, pois me olho de manha aos espe-
lho senhor, não é apenas vocês que me acham pequeno, eu me acho, e
tudo em minha vida é muito recente para que eu possa garantir que
vocês não estão com razão de dizer que sou apenas um sonhador, mas
olhando em volta, estou sonhando ainda de olhos abertos, não os fe-
chei ainda para sonhar.
O presidente olha em volta.
— E quem são os convidados desta parte?
— Não são convidados senhor, são clientes de uma linha de ho-
téis que não existia na região, se existe algo assim no Brasil não sei,
mas quando se fala em marketing deste hotel, ele foi feito na França,
Dinamarca, Alemanha, Suécia, Bélgica, Estados Unidos, Argentina, Mé-
xico, China, Coreia e Japão, como digo, ainda não estou pronto para um

155
marketing maior que este, mas a curiosidade me garante quase lotação
desta parte, até Dezembro, este hotel, apenas ele, me garante se o
manter cheio, hoje está lotado, 20 milhões de reais mês bruto, a mar-
gem é pequena, mas para uma criança como eu, é grande, defendo
minha mesada com projetos como este senhor, e nem estão em meu
nome, pois a lei não me permite ter, todos falam da farsa Pedro Rosa,
pois nada está em meu nome, pois as leis desta nação não me permi-
tem.
— E como são os demais quartos, pois as presidenciais são dig-
nas de grandes cidades.
— Como disse senhor, eu não conheço os demais, ainda não,
mas o projeto estabelece, quartos entre o terceiro e o decimo oitavo
andar, 10 no ultimo andar, 40 no terceiro que são apartamentos de 300
metros quadrados, a envergadura do prédio, tem 13 mil metros qua-
drados de base, quando falo de valores senhor, é sempre arredondan-
do, não fechamos ainda os números reais, mas temos 10 suítes presi-
denciais de mil de duzentos metros quadrados, diária de dez mil reais,
então quando se fala neste prédio, ele tem capacidade de me gerar em
diárias, 100 mil reais por andar, são 16 andares de quartos, que apenas
o presidencial, está reservado ao senhor, impus isto a meus sócios,
então se sou chato com sua segurança, é que eu impus o isolar da parte
superior para o senhor, mas assim que sair, estou com eles lotados por
3 meses.
— Mas isto daria mais de 20.
— Sim, como disse, ainda fechando dados, mas tenho parceiros
neste instante no prédio, arquitetos de 4 partes do globo e suas estru-
turas, como Sergio ao meu lado fala, os projetos não são fáceis, mas
estaria disposto a conversar sobre pressionar nosso governador presi-
dente?
— Pressionar?
— Unir Curitiba a Paranaguá por uma via férrea a mais, no tra-
çado da atual BR 277.
— E teria como o fazer?
— Sim, a ideia é ter agilidade de mercado, então fixamos portos
secos em 6 pontos, sendo eles entre São Paulo e Santa Catarina, mais
as estruturas dos portos, e diante disto, ligamos toda a linha de portos
locais, como dizem, o projeto não está pronto, mas a pretensão é ter
na baia de Bertioga, em Santa Catarina, outros 76 guindastes de porto,

156
entre 5 cidades, e mais 20 no litoral sul de São Paulo, então ai sim,
interligados, seriamos o maior sistema de portos do país, capacidade
de receber junto, mais de 70 navios, dentro de uma estrutura que
permitisse que carregássemos todos os 70 navios em no máximo 48
horas, tem de ver que se chegar a isto senhor, eu realmente teria pro-
blemas de sistemas obsoletos, se não investir em produção e distribui-
ção naval.
— E você que resolve isto? – O presidente com um sorriso.
— Sim, talvez não saiba senhor, mas eu financio estas obras, por
isto eu mando, eles aceitam, acatam, concordam, quando eu parar de
ter dinheiro, talvez eles parem de me ouvir, mas como falei, somente
este prédio, se o marketing der certo, vai me gerar 20 milhões mês,
pretendo ter até o final do ano que vem, 18 sistemas como este, me
gerindo entradas mensais, na mesma casa, apenas em hotéis.
— E qual a pretensão da BR277, sabe que ela é concessão cedida
ao estado.
— Sim, se conseguirem, nas condições que conseguiram a BR
101, tentamos ampliar em 3 vias a mais por sentido de fluxo de carros,
teria a pretensão de ter um trem rápido ligando região metropolitana
de Curitiba a Paranaguá, com linha litorânea até Joinville, ligando via
litoral as cidades rapidamente, não quero inchaço onde não se tem
como inchar, e com uma concessão destas, seria mais rápido o rapaz
trabalhar nos portos e morar na região metropolitana de Curitiba do
que em alguns lugares no litoral.
— E teria estes prospectos?
— Em estudo, mas se tiver intenção, passo ao seu ministro as
pretensões das empresas Rosa.
O presidente olha o menino intrigado e pergunta.
— Falou que está investindo por isto o ouvem, mas quanto está
investindo?
— Senhor, apenas agora vai começar a me entrar parte do re-
torno, investi perto da estrutura deste prédio, por dia nos últimos 2
meses – mente Pedro – pois estava acelerando, se reparou, os portos
estão lá e nem o instituto ambiental viu eles serem montados, sempre
digo que dizer que somos uma nação, estabelece independência de
ação, se toda vez que formos montar um porto, empresas europeias e
norte americanas que não nos querem evoluir, falarem mais alto que

157
nós, e baixarmos a cabeça, deixamos de ser uma nação para continuar
a ser uma colônia.
— E de onde teria estes recursos?
— Senhor, quando em Janeiro, ver neste prédio, o desfile da co-
leção de joias da Rosa Joias, estaremos começando a transformar em
visível, o que nos faz ir a frente, mas isto, em Janeiro, neste salão, algo
para jogar uma empresa local a nível mundial.
— E como se faria isto? Pois está falando em investimentos na
casa de bilhões.
— Sim, estamos em fase de implementação, se olhar os prospec-
tos, próximo a 6 bilhões de reais gastos nos últimos 60 dias.
O presidente entendeu a arrogância do menino, pois era uma
fortuna, na mão de uma criança.
— Certo, passa o prospecto para o ministro, pressiono o gover-
nador, pelo jeito queria já ter isto acertado.
— Em Curitiba tem uma leva de seres, que acham-se acima da lei
senhor, eles apostaram em minha morte, então para o governador, eu
sou um menino morto, ele apostou nisto, então tudo que fazem, é para
me tirar do foco, mas desculpa, eles não entenderam, hoje é mais fácil
mandar um sósia a uma aula e continuar vivo, do que enfrentar balas
na rua.
— Me disseram que teve um evento estranho em Curitiba.
— Em teoria senhor, eu morri naquele dia, até eles me verem vi-
vo, eles não sabem o que falam.
— E não vai explicar?
— Não.
— Mas porque não falar?
— Senhor, se um dia tiver acesso as imagens, aqueles seres, que
pareciam humanos, segundo a CIA ao fundo, a inteligência de Brasília,
não emitiam calor, eu não entendo disto, mas eles se comunicavam
entre eles em frequências altas, então eu não vou entrar em uma dis-
cussão que tem relatos da CIA, que dizem, não aconteceu.
— Está dizendo que existia agentes estrangeiros naquele dia?
— Senhor, a imagem das regiões do aeroporto do Bacacheri, diz
que em meia hora, desceu um avião a cada minuto, eu acho isto im-
possível, mas tinha os 30 aviões ao chão depois daquela meia hora, e
chegaram aviões antes e depois, em toda região.
— O IML diz que você é violento.

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— Senhor, se eles tivessem algo contra mim, garanto, estaria
preso, mas dizer que eu – Pedro aponta para ele as mãos – sou perigo-
so, desculpa, pensei que falava de polícia treinada.
— E poucos sentam para conversar.
— O governador veio para dizer que não abriríamos esta semana
senhor, ele colocou toda a estrutura do estado para nos parar, não
entendo fora daquela aposta idiota, o que alguém ganharia com isto,
pois um local bom, com empregos, com estrutura, com toda a dinâmica
reestruturada, era algo para ele estar fazendo de conta que fez algo.
— Dizem que alguns temem a indicação deste Pedro Rosa.
— Acho que eles continuam a falar de mim, enquanto eu estudo
e trabalho.
— E acha que a ideia é sustentável?
— Senhor, chegou direto a região, antes era impossível, teria de
ter passado em Curitiba, se alguém monitorou você pelos métodos da
semana passada, está esperando você em Curitiba para descer ao lito-
ral, eu pensei que iriam demorar para colocar Antonina nos cais de
empresas de turismo transatlântico, colocaram em duas já, estamos
acelerando para inaugurar o hotel que fica de frente ao porto, não
esperávamos eles ali ainda.
Pedro olha Sergio.
— Temos de garantir a inauguração semana que vem.
— Vai querer inaugurar o que semana que vem? – Sergio.
— Ariri, Cananeia Mar, Cananeia Vincent, Ilha Grande Vincent, a
pedra fundamental do estaleiro em Cananeia, a o asfaltar da área in-
dustrial de Cubatão em Cananeia, a pedra fundamental dos dois portos
secos na divisa de São Paulo.
— Pelo jeito acelerando. – Presidente.
— Projetando. – Pedro olha Sergio.
— O governador de Santa Catarina aprovou o que até agora?
— Garuva, Joinville e a ampliação de Itapoá.
Sergio olha o menino que fala.
— Pega o prospecto na entrada.
Sergio saiu e Pedro fala.
— Senhor, este prospecto, o da minha empresa, não quer fazer
tudo sozinho, mas é uma empresa local, as vezes de conotação mundi-
al, as vezes com conotação apenas local, e na maioria das vezes, cono-

159
tação nacional, devo em 10 anos, ter a maior frota de navios cargueiros
do país, mas como isto é para 10 anos, é distante.
Sergio chega a mesa e Pedro abre o pré projeto e fala.
— Este é o pré projeto aprovado para o porto de Joinville.

— Este é o pré-projeto para Garuva.

— E este, para a ampliação de Itapoá.

160
— E este é o de São Francisco.

O presidente olha os prospectos, ainda iniciais e Pedro passa as


especificações de cada um deles, sendo um de ampliação, outros de
implementação, mas gerando obras no estado ao lado.
— E terá hotéis lá?
— Sim, se aqui terei perto de 10 mil quartos, lá pretendo ter ou-
tros 10 mil quartos, assim como na região sul de São Paulo, mas como
algo local, não preciso de mais que isto, mas obvio, invisto em cresci-
mento, enquanto alguns aprovam projetos, outros, apenas veem os
projetos aprovados por municípios.
— E pelo jeito o pedido de concessão da BR101 foi para poder
implementar isto.
— Sim, facilita tendo acesso.

161
— Vi que encararam a proposta com espaço para transporte fer-
roviário na mesma estrutura, não tem medo de investir menino.
— Como disse presidente para poucos, eu não confio neste sis-
tema bancário local. Investir em estrutura, é permitir ter pontos para
reação, uma coisa é eu falar que acredito no país, outra, que confio na
solidez do que fiz.
— E investe pesado nisto.
— Sim, mas presidente, a única coisa que peço, não atrapalha,
não sou bom em politica de toma lá da cá.
— E pretende investir pesado pelo jeito tanto em Santa Catarina
como no seu estado.
— Na verdade escolhi a área por estar perto senhor, eu não co-
nheço o resto, é difícil fazer projetos em Minas Gerais, embora sei que
é de lá, que sai parte dos recursos para manter tudo isto.
O presidente viu Pedro olhar o relógio e falar.
— Agora tenho de ir presidente, tenho um compromisso.
— Sabe que você falando, é diferente de olhando ao longe, mas
pelo jeito pretende mexer com muitos ambientalistas.
— Senhor, manter algo com um povo passando fome, é apenas
pseudo preservação, pois os mangues no Paraná sofrem com leva de
pessoas retirando tudo que podem de lá, para vender, pois eles preci-
sam defender a comida a mesa, as caças continuam na reserva federal,
dizer que existe uma reserva, proibir as pessoas de olharem, é bem o
que caçadores buscam, já que eles sabem onde estão os fiscais.
— Marquei com o prefeito local amanha, não sei o que acha de-
le?
— Não sei ainda se ele seria um bom deputado federal, senador
ou governador do estado senhor.
— E diz não entender de politica?
— Um dos motivos do governador não gostar disto, é que mos-
tra o quanto ele é inerte senhor, se um prefeito pode fazer um acordo
com apenas uma empresa e reformar uma cidade inteira, sei que não
conheceu antes, então não vai encontrar a cidade anterior, vai apenas
ver uma cidade se preparando para ter fluxo de pessoas o ano inteiro.
— E como manter um fluxo anual?
— Cada coisa a seu tempo presidente.
— Certo, pelo jeito tem planos.

162
— Tem de considerar que evitar resistência é fundamental, e a
propaganda foi melhor do que pensava, estava contando com 40% de
ocupação este mês, mas parece que alguns compraram a propaganda,
e é bom ver uma cidade preparada para receber as pessoas que vie-
ram.
Pedro se levanta, olha para Sergio e fala.
— Deixa eu desaparecer mais um pouco. – Pedro aperta a mão
dos presentes e sobe.
O presidente olha para Sergio e pergunta.
— Ele tem para manter isto?
— Senhor, a ideia dele foi bem aceita por pessoas no mundo, en-
tão temos algo que pensei não ser possível, uma linha nova, entre Bra-
sília e Buenos Aires, com ocupação total nos três horários de voo, não
somos tradicionais neste ramo, estamos aprendendo, mas isto começa
a gerar hoje, segundo dia de funcionamento do aeroporto, gente de 3
outras companhias aéreas vindo conversar, era para ser com calma,
mas provavelmente quando em um mês estivermos inaugurando pon-
tos a mais, podemos ter linhas a mais, horários a mais, e isto saiu da
mente daquele menino.
Pedro sobe, escova os dentes, pega uma blusa leve, e descem,
ele pede ao rapaz um carro elétrico, a maioria não usava aquilo ainda,
eles atravessam para a parte Vincent do hotel, entram no acesso inter-
no, por túnel, atravessam o hotel escavado, e saem na rua a beira do
hotel Tabuleiro, eles chegam as entradas laterais e descem, a cara de
impressionadas estava nos olhos das moças, Pedro tentando passar
desapercebido, algumas pessoas vieram apenas para fazer figuração,
alguns compraram ingresso, a novela querendo ganhar um pouco.
Chegam ao fundo, Guta olha para o local e fala.
— Este é o cenário da novela das 7.
— Sim, este é o cenário da novela.
— E ninguém sabe onde fica?
— Para cada afirmação que está sendo gravado em Matinhos,
tem um repórter que faz uma indução que estão num cenário no Rio de
Janeiro, eu não entendi, eles pediram para usar, dei o melhor lugar
para o que eles propuseram, uma semana depois, pareciam não querer
mais o lugar.
— E não se preocupou?

163
— Acho que assim que eles desocuparem terei de fazer por duas
semanas reparos, e inauguramos.
Carla passa a mão no braço de Pedro e fala.
— Sempre agitando?
— Não, apenas tentando curtir, as vezes é bom pensar, hoje foi
um dia para usar a mente, não a força.
Uma sequencia de shows começa, e um grupo de rock da novela
termina o show, era o menos agitado, mas com certeza, eles usariam a
imagem dos demais para aquele show.
Saem dali, sobem, Pedro olha para a lanchonete do outro lado
da rua, senta-se com as meninas e pede um suco, as meninas viram
que o lugar tinha gente da novela, gente do show, Pedro apenas de
costas para o agito.
Guta olhava para todos os lados e fala.
— E acha que eles sabem de quem é aquilo ali?
— Guta, aquilo ali, é um projeto que poucos teriam coragem de
fazer, pois gerou mais trabalho para criar o local do que para construir
o hotel, não existe como estabelecer a verdade sobre este lugar.
— Tem um segredo?
— Sim, sabe esta pedra que está em todas as ruas de Matinhos?
— Sim, parece diferente de calçamento normal.
— Sim, é pedra típica de extrações mecanizadas de ouro.
Carla sorriu e pensa no buraco e fala.
— E ninguém sabe de onde tirou o ouro?
Pedro sorriu e não respondeu.
Guta olha em volta e sorri.
— Este é parte do segredo que todos não falam, de onde Pedro
Rosa tirou sua fortuna.
— Como falava para alguns antes de me traírem, eu tenho um
contrato de 10 anos com empresas americanas, a nível de criação de
sistema de proteção de dados, este prospecto de dinheiro, já explicaria
boa parte dos investimentos.
— E tem os hotéis, o ouro... – Guta fala o ouro para dentro, olha
em volta – e todo resto!
— E como vocês sempre falam, ando com um tênis barato e uma
camiseta de promoção.
— O Orkut está com um monte de gente falando da armação, da
cara de Pau de Pedro Rosa, que continua tentando convencer que não

164
é um impostor. – Silvia que havia olhado as mídias enquanto os demais
se arrumavam.
— Silvia, eu sempre digo, posso ser um impostor, pois tenho di-
nheiro para o ser, olha em volta, a maioria se derretendo por atores,
eles moram em casas no Rio de Janeiro, na maioria, quitinetes que mal
cabe seus egos, mas são famosos, são pessoas que todos acham ricos,
pois fama é dinheiro para o inculto Brasileiro.
— E não os acha ricos? – Silvia.
— Garanto que sua casa, dá para comprar a metade de todas as
residências deles, e olha que você não está no metro quadrado mais
caro no Brasil.
— E como sabe...
— Sabe como, isto não falo em publico, sabe disto.
— E o que faremos hoje à noite? – Guta.
Pedro levanta os ombros, como se não soubesse.
Pedro olha para o rapaz do bar e pede mais um suco, ainda esta-
va com boa parte da Janta no estomago, então seria difícil comer algo
logo.
Dois rapazes chegam a mesa, as meninas eram a atração da me-
sa, Pedro olha que Carla olhou um que ficou a puxar atenção, Guta
chega ao lado e pergunta.
— E vai nos seduzir a noite de novo?
— Talvez hoje, talvez já seja amanha.
— E o que pretende?
— Deixa os rapazes tentarem impressionar, festa a 5 não é festa,
sabe disto, é fim de noite.
— Certo, e vamos aprontar algo?
— Não sei ainda.
Pedro se levanta e vai ao banheiro, olha em volta, estava ten-
tando entender o que o trazia ali, mas ele olhou o bar e quis parar ali,
ele tira agua do joelho, lava a mão e sai a porta.
Pedro pega o telefone e liga para Plinio.
— E dai Plinio, vamos aprontar hoje?
— Pedro Rosa me ligando.
— Pirralho para você, não esquece.
— Qual a ideia?

165
— Em Matinhos, estou em um boteco, de frente ao tabuleiro,
quem conseguir trazer, não esquece, sóbrio antes, depois vocês que se
virem.
— Sua irmã estava perguntando de você.
— Liga para ela e traz junto.
— Sozinho?
— Sempre e nunca, sou o pirralho lembra?
— Certo, vejo quem quer fazer bagunça, hoje ainda é Sexta de
um fim de semana que promete.
Pedro liga para Ma, para Vicent, para o prefeito de Matinhos e
de Guaratuba, ele estava pensando em fazer volume, não dava para
convidar quem estava em Curitiba, mas ele ficou com vontade, mas
talvez fosse para o dia seguinte. Ou até desse para convidar, mas ele
fica na duvida se queria a bagunça neste momento.
Pedro desliga, olha para fora e olha uma menina, não lembra o
nome dela, fazia parte dos atores da novela, lembra que ela era da
família principal daquela novela, ela olha ele e pergunta.
— Lhe conheço de algum lugar. – A menina.
— Deve ser a cantada que mais ouve, com certeza. – Pedro.
Ela sorri e fala.
— Mas parece conhecido?
— A caricatura a entrada do prédio, eu.
Ela olha o prédio baixo do outro lado da rua, que dava para o
prédio, encrustado no buraco que não se via dali.
— E como teria uma caricatura na entrada do prédio?
— A pergunta, como saberia que tem uma caricatura, já que
ninguém entra ali, que saiba, ainda não foi inaugurado. – Pedro.
— Verdade, mas não é ator, veio ver o show?
— Sim, mas faz parte dos atores? – Pedro.
— Vai dizer que não vê a novela?
— Tento não passar raiva, então evito.
— E porque passaria raiva?
— O prospecto da novela, estabelece um enredo baseado em
uma família que apronta todas, para se dar bem, isto me lembra minha
vida, minha historia, não gosto desta ideia de que para se dar bem na
vida, vale tudo.
— Não assiste mesmo?

166
Pedro olha o senhor Magalhães olhar para ele, não queria ser
reconhecido, olha a menina e fala.
— Meu disfarce vai para o lixo neste instante.
Ela olha o diretor chegando perto e olhar para a menina e fala.
— Seus pais me matam se envolver-se com este dai. – Magalha-
es olhando a menina, que no lugar de sair, fica mais intrigada.
— Não precisa a expulsar Magalhães, eu estava tentando voltar
discretamente a minha mesa.
— Ainda não entendi sua calma, sei que parte da empresa que
eu trabalho tenta o desmoralizar e não se preocupa.
— Eu não preciso da propaganda deles senhor, apenas isto.
— E veio para o agito?
— Não, marquei aqui pois o presidente no hotel que tenho re-
serva, acaba chamando muita atenção.
— E resolveu se misturar aos atores?
— Estou esperando minha irmã e os amigos dela, assim que che-
garem, vamos a minha casa junto a montanha.
— Ao hotel fazenda? – Magalhães.
— Não, a casa ao lado, minha casa em Matinhos, sei que não se
vê da rua, pois os motéis Rosa tomam o visual, do outro lado, a entrada
para o parque aquático, a construção do novo hotel mais a leste, e a
entrada do hotel fazenda ao meio, ninguém olha minha casa ali, melhor
lugar para se esconder não tem.
— Pensei que tinha uma cobertura por ai?
— Como alguns em Curitiba falam, sou o cara de pau do impos-
tor, então melhor não tentar ser o que não sou.
— Não lhe entendo Pedro Rosa, não lhe entendo.
A menina olha Pedro e fala.
— Você é o dono do local ali?
Pedro sorri e fala.
— Deixa eu voltar ao anonimato menina, desculpa, não sei
mesmo seu nome, não sou muito chegado a TV, ainda mais quando a
gravação se faz no Rio de Janeiro, né Magalhães.
Ele olha o menino, ele sabia que não era o que o menino queria,
ele não insistira em dar destaque a cidade, alguns falavam que a histo-
ria poderia estar mais dinâmica, mas a escolha não foi defendida pelo
diretor, parte por uma pressão que ele não entendia.
Pedro volta a mesa e Guta olha para ele e fala.

167
— Vamos aqui até quando?
— Tem uns amigos vindo de Praia de Leste, quando eles chega-
rem, vamos fazer um churrasco em casa.
— Não dá pra fazer um churrasco na cobertura Pedro.
— Não disse que iria fazer na cobertura, mas tenho uma casa
nesta praia, poucos a conhecem, poucos a veem, mas dá para um chur-
rasquinho.
— E quem vai aparecer?
— Não sei ainda Guta, quero deixar a confusão correr hoje.
— Por quê?
— Ao fundo, tem aqueles repórteres de revistas de conteúdo
duvidoso, mas que adoram dar furos, fazer reportagens bombásticas.
— E quer isto hoje?
— Lembra, eu sou a farsa, então qualquer coisa que ligue a farsa
a um escândalo, é assunto.
— E estava conversando com aquela Marilia?
— O nome dela é Marilia do que mesmo?
— Vai dizer que não sabe?
— Não, e não adianta tentar me induzir o contrario, mas ela es-
tava perguntando de onde me conhecia, eu achei uma cantada sem
criatividade nenhuma.
— Certo, mas ela está olhando para cá agora?
— Magalhães deixou bem claro quem eu era, eu queria apenas
sair da porta do banheiro.
— E conhece Magalhães de onde?
— Combinei pessoalmente com ele o uso do espaço do hotel,
não é algo entre terceiros, ele pediu, Sergio me perguntou, eu apresen-
tei o local e o senhor encantado, disse que servia, eu estava querendo
propaganda gratuita, eles fizeram todas as externas no Rio, eu achei
uma sacanagem.
— Mas deveria esperar algo assim.
— O não sair do externo, acredito que é pela sereia ao fundo Gu-
ta, não por ser aqui, eles não gostam de expor símbolos que remetam a
crenças não apoiadas pelo canal, eles falam em negros, e os transfor-
mam em crenças entre duas vertentes, nunca numa muito pura, e se
pura, com lados negativos, a sereia, vai para um destaque que ouvi de
alguns como algo inaceitável, pois era pagão, quanta infantilidade reli-
giosa destes, é apenas uma estatua.

168
— Não acredita em Deus? – Guta.
— Acredito por um fato que não tenho como provar Guta, eu
quase morri, pois fui atravessado por um anjo chamado Gabriel, dizem
que isto é mortal, eu fiquei ao chão estático até o coração fazer ques-
tão de bater e me trazer de volta, mas sei que eles existem, sei que não
tenho como provar, mas acredito sim.
— Não entendi, foi atravessado por um anjo?
Pedro olha em volta e fala.
— As vezes tenho de lembrar de não falar sobre isto.
— Certo, e vamos aqui até quando?
— Ainda está calmo, mas vamos agitar.
Pedro olha para o garçom, pergunta se tinham ainda aquele vio-
lão ao fundo.
Ele estranhou e perguntou.
— Quem vai usar?
— Eu, quem mais?
— Tenho de perguntar para o proprietário.
— Pergunta, está muito chato este som ambiente, quero agitar
um pouco.
— E iria cantar o que?
— O básico do ano, Charlie Brown Jr.
Guta olha para Pedro e pergunta.
— Sabe tocar?
— Agitar, não tocar.
Guta ouvira o show deles a pouco, Pedro querendo agitar e o ra-
paz chega a ele e fala.
— O proprietário disse para não abusar, mas liberou.
— Diz para o Paulinho que vou me conter.
— Não entendi a ideia.
— Apenas liga o aparelho, eu vou tentar agitar, e não se preocu-
pe, apenas agitando.
Pedro chega ao pequeno palco, Carla olhava ao longe, Guta che-
ga ao lado e fala.
— Se precisar de alguém na bateria, pode contar.
Pedro a olha e fala.
— Agora me impressionou.
— Se duvidar me conhece melhor que meus amigos agora.

169
Pedro pega o violão e começa a tocar, alguns chegam a frente,
ele começa por “Tudo o Que Ela Gosta de Escutar”, o que fez alguns
chegarem perto, agitarem, Pedro olha para o fundo, estranha, pois
alguém que deveria se manter longe se aproxima e o cumprimenta,
Chorão chega e pega o microfone ao lado e faz o vocal de “Zóio De
Lula”, Pedro tenta não sorrir, pois sabia que pareceria que não estava
gostando, mas era como estar não em um show do Charlie Brown Jr,
era estar fazendo parte da banda, e Guta sorriu.
As pessoas chegam perto, Pedro introduz “Hoje eu acordei Fe-
liz”, o que agitou mais um pouco, foi a “Proibida pra Mim” e quando
terminou “Papo Reto”, para um pouco e Chorão olha para Guta a bate-
ria e fala.
— Pelo jeito temos uma baterista escondida por aqui.
Pedro olha Guta sem jeito, a mesa começa a ganhar gente que
os demais queriam chegar perto, como um vocalista, um baixista, Pe-
dro olha o agito e vê aquela menina ao seu lado.
— E ainda sabe cantar e tocar? – Marilia.
— Acontece nas melhores famílias?
— E não iria falar quem era?
— Todos me chamam de farsa, então para que ser mais do que
uma farsa.
— Pelo jeito não é só o pessoal daqui que fala mal de você.
— Pensa menina, se vocês dentro de um prédio, idealizado e
construído, porque eu resolvi o fazer, falam mal deste Pedro Rosa,
quem não vê ou vive fora da caixinha, deve falar horrores.
— E não quer mudar isto?
— Eu não sei me portar, sei ver que todos estão achando chato,
imagino o quanto deve ser chato gravar em uma praia no Paraná, en-
tendo, uma cidade que mesmo com todo tumultuo, não tem um sexto
da população da Barra da Tijuca, se chegar a isto.
— Mas parece saber o que quer, alguns nem sabiam da existên-
cia dos equipamentos.
— Eu pergunto o que não sei, descubro o que não quero, e na
maioria das vezes, entendo a armação apenas no dia seguinte.
Outra menina chega ao lado e pergunta.
— Quem é o amigo Marilia?
Pedro olha Marilia que fala.
— Alguém tentando passar desapercebido, pelo que entendi.

170
— Os rapazes da Caras querem saber quem Marilia está cercan-
do. – A menina que Pedro não sabia o nome.
— Cercando? – Pedro.
Marilia sorriu e fala.
— Eles são de observar ao longe, sempre tentando algo para nos
colocar em encrenca, e pelo jeito, só estar aqui, é complicação. – Mari-
lia olhando Pedro.
— As vezes eles só querem saber o que não aconteceu para falar
o contrario, mas com certeza quem sou eles conseguem rápido, ou não
seriam repórteres.
Marilia olha Pedro e fala.
— E vai voltar a tocar?
— Agora é um talvez, e somente quando o dia insistir em nascer.
Plinio entra pela porta, os olhos dele procuraram Pedro, Guta ao
fundo olha para Renata e olha para Pedro.
A chegada e Ma, que chega a Pedro e o cumprimenta em Canto-
nês, fez Marilia olha o menino mais ainda.
Ele chega ao fundo e responde.
— Vamos fazer um churrasco em casa, acho que o hotel tá muito
agitado hoje.
Marilia sai dali com a menina, que se Pedro fosse ligado a TV,
saberia ser Sabrina.
Má sorriu da ideia de se afastar da confusão no prédio, e foi aos
rapazes ao fundo, Pedro viu que Plinio veio com as amigas da sua irmã,
dois rapazes que nunca conversara, e as gêmeas, senta-se ao lado de
Guta e fala.
— Como está?
— Pelo jeito gosta de ser traído.
— Guta, algumas pessoas, mesmo não querendo, é para a vida,
irmãos não se deixa longe, mesmo quando eles lhe traem, pois eles não
deixam de ser irmãos, ainda mais uma irmã gêmea que nasceu minutos
antes de você.
— Certo, mas pelo jeito os rapazes são barra pesada.
Pedro olha para Chorão e fala.
— Acho que barra pesada em Praia de Leste é ficha comparado a
Santos?
O rapaz sorriu e perguntou.
— Canta bem menino, pelo jeito gosta do ritmo.

171
— Sim, mas as vezes temos de agitar, se quiser, estamos nos
reunindo aqui, vamos fazer um churrasco em casa, como a cidade co-
meça a dormir daqui a pouco, vamos agitar.
— Nunca tinha vindo a esta parte, mas o local é bom para tocar,
incrível o lugar, mas dava para por mais gente.
— Sim, mas novela é apenas numero para controle das câmeras,
mas acho que após eles desocuparem o hotel, eles vão pelo que sei,
contratar um grande show por fim de semana, na media de 52 shows
ao ano.
— Sua namorada? – Chorão olhando para Pedro, perguntando
sobre Guta.
— Ninguém quer o mico de estar ao meu lado neste momento. –
Fala Pedro.
— Mico? – Chorão.
— Estar ao lado da farsa chamada Pedro Rosa.
O rapaz olha Pedro e fala.
— Não deveria ser um pouco maior.
— Deixa eles procurarem alguém maior que eu.
— E vai fazer uma festa onde?
— Não é festa, uma reunião em casa, saímos em uma meia hora,
mas duas quadras dá para fazer a pé, e se está hospedado no hotel, vai
fazer uma boquinha na novela, as vezes é bom para a carreira.
— E pelo jeito agitou o lugar.
— Tento não ficar sozinho, evita problemas.
Pedro olha Guta e fala.
— E se cuida.
— Ciúmes?
— Me preocupo, mesmo que pareça não estar nem ai.
Pedro olha a irmã chegar a ele e falar.
— Temos de conversar.
— Não discuto isto que quer falar. – Pedro.
— Mas não quero os ter.
— Tivesse cuidado, estranho alguém querer sexo, não se preo-
cupar em se cuidar, e depois dizer que é natural tirar, desculpa, natural
tirar, transforma em natural ter hemorragia após, natural morrer por
esta escolha.
— Mas não deveria ter acontecido.

172
— Mas se aconteceu, e suas lembranças não são de algo força-
do, algo que não desejou, sabia até que o rapaz mentia, então não foi
apenas um acaso.
— E não vai me apoiar se tirar.
— Sempre digo, fez, encara, esta coisa de achar justificativas pa-
ra tirar, é apenas parte do que alguns estudam como Ambiguidade,
analisamos os demais, queremos eles em um caminho, mas não que-
remos o mesmo caminho para nós.
— Mas me deixou lá.
— Você abriu a porta da casa para quem a queria vender, já não
é a primeira vez mana, ainda não sei o que fazer, não esquece, ainda
não a deixei para trás, mas se continuar neste caminho, um dia posso
me encher disto.
— E esta festa?
— Eu não estou dando festa, estou me divertindo, eu nunca dei
uma festa, eles apenas não sabem disto.
— E estas ideias malucas a minha mente? – Renata.
— Quem sabe entenda, que pensar não cansa.
Pedro olha Plinio chegar ao lado.
— O pirralho dando uma festa?
Pedro olha em volta e pergunta.
— Tá doente, trouxe as irmãs?
— Exigência do pai, ele não me quer se metendo em encrenca
com o investidor da cidade.
Pedro olha em volta e fala.
— Quando ele chegar sumo.
— E resolveu agitar de verdade?
— Sim.
Carla chega ao seu lado vendo que o pessoal estava falando em
festa, e pergunta.
— Onde vamos agitar?
Pedro a mede e fala.
— Apenas sem ciúmes hoje Carla.
— Vai me trair na cara de pau.
— Traição é diferente de sexo, traição é não dividir os desejos,
as pessoas por uma exigência social, se traem mais do que aos próprios
parceiros, e quando acaba, a culpa é sempre do outro.
— Mas 4 a cama não está suficiente?

173
Chorão ao lado olha o menino, Guta sorri, e ele fala.
— Até agora estava sozinho, pensando em por 4 a cama.
— Safado.
— Sempre digo Carla, tenta não beber, saber como acaba a noite
é sempre importante.
— E vai nos deixar soltas?
— A noite é grande, não chegamos a meia noite, mas o bar fecha
a meia noite, Paulinho é bem conservador a nível de horário.
O local enchendo e Paulinho olhando ao fundo, fazia Pedro sa-
ber que estava na hora de ir, ele olha para Guta e pergunta.
— Vai com a gente?
— Cabe mais um naquele brinquedo? – Guta.
— Vamos.
Plinio olha as irmãs e olha para duas meninas chegarem a Pedro.
— Não vai nos convidar?
— Vamos, o carro elétrico não foi feito para mais de 5, mas
quando se excede a quantidade, que seja em escala.
Eles saem, Ma olha para ele, estavam com outro carro elétrico
do hotel, ele explica que era atrás do prédio Rosa ao fundo, Pedro faz
toda volta lentamente, chega ao portão, se via os Motéis Rosa, termi-
nou o muro deles, tinha um muro de mesma altura, que ia até o muro
do parque temático do mesmo lado e o parque aquático do outro,
então poucos olhavam aquele portão ali, Pedro abre e o terreno de
mais de 6 mil metros quadrados se abre a frente, uma piscina, uma
casa com 3 pavimentos, grama, arvores, silêncio sendo cortado por
aquelas pessoas, Guta olha a casa e fala.
— E pelo jeito tem onde se esconder quando quer?
— Sim, longe ao lado.
Pedro liga as luzes, olha o pessoal chegando, gente vindo a pé,
era próximo, gente que estava no bar e soube que teria uma festa,
Pedro olha a churrasqueira, põem o carvão, acende, olha para os filés
temperados, dois freezer de coisas alcoólicas, com certeza, algo a se
controlar.
Pedro atende o telefone e pergunta.
— O que quer João?
— Não sei o que está acontecendo, Rita me ligou perguntando
se tinha como ir ao litoral, sei que estou com uma vontade imensa de ir
neste sentido, não entendo o que fez comigo.

174
— Força a porta, enche uns carros de amigos desta sua namora-
da, quando chegar em um portão achando que não é o lugar certo,
buzina que abro.
— E não se preocupa com a armação?
— Eu ganho com a invisibilidade, mas hoje não quero ser invisí-
vel.
— Mas se chegar e tiver acabado.
— Estamos ao fundo de um motel, sempre tem onde ficar João,
eu sou o pobre, lembra.
— Você não é pobre, você roubou meu pai.
— Continuo roubando, mas seja rápido, a festa deve ir até ama-
nhecer, chegue antes disto.
João desliga e liga para Rita, diz que teria de ter gente para fazer
volume, para se misturarem, não entendeu a prontidão para saírem.
Pedro liga o som e as luzes da piscina, olha para as moças da
Globo, os atores vieram juntos, deveriam estar achando chato, três
revistas de fofoca, mais de 40 pessoas em uma festa que ele estava
promovendo, mas não conhecia mais de 10 pessoas.
Pedro força o fogo para ficar um pouco mais forte, vai a cozinha,
pega umas linguicinhas, coloca numa tigela e volta a churrasqueira,
coloca elas em espetos menores mas cumpridos, coloca eles um pouco
alto, não teria acompanhamento que não fossem os prontos, abriu
umas conservas e cortou, colocou na mesa a frente, pega a farinha,
coloca a mesa ao lado de dois pratos, as pessoas pareciam ainda se
inteirar se aquilo seria uma boa festa.
Todos estavam meio ariscos, Pedro viu que a bebida de graça
começa a sumir rápido do primeiro freezer, ele não estava com pressa,
odiava esta parte da natureza humana, onde se a pessoa estivesse
saciada, o resto não importava.
Ele com calma coloca os primeiros filés no fogo, ele começa a
olhar em volta, estava em meio a festa, com gente ao longe, mas sozi-
nho, era assim que ele sentia-se, então as vezes estranhava as pessoas
se jogando, as vezes, esquecendo ele a parte, como se não fizesse par-
te daquilo.
Pedro olha para eles começarem a dançar, Guta se ajeitando em
um lábio, Carla tentando se fazer indiferente ao rapaz ao lado, mas sua
aura estava encantada, as meninas ao longe pareciam conhece as pes-
soas, Ma parou ao lado e perguntou.

175
— Parece longe.
— Como se diz, nem tudo se compra.
— E o que queria comprar?
— O direito de ser feliz.
Ma olha o menino, ele olhava os demais, não esperava algo tão
profundo, e fala.
— A felicidade é interna Pedro, todo resto, ou se aproximam por
querer sua felicidade também, ou se afastam por invejar sua felicidade.
Pedro olha a churrasqueira e vira os filés.
— Acho que é o que procuro, minha felicidade, quando acho que
a achei, descubro que não era aquilo ainda.
— E vai observar?
— Vou tentar me manter acordado, tô cansado.
— E resolve dar uma festa?
— Eu tenho de aprender a me superar, mas como estão os pro-
jetos, não tenho parado muito.
— Tenho de lhe apresentar o projeto Cananeia.
— Estou curioso, pois eu vou investindo em pequenos pontos,
espero a base para apresentar ao prefeito de lá.
— Está nos dando cidades para ter no catalogo de obras, sei que
deve estranhar nós aqui ainda.
— Eu temo a hora que estiver sozinho de novo, pois é a hora que
mudo de ideia.
— E espera algo?
— Acredito que dei meus sentimentos a alguém que não o que-
ria, então estou tentando achar uma forma de sair de um sorriso, que
me fazia bobo, me tirava palavras, me fazia pensar no amanha, e não
no ontem.
— E não a convidou?
— Ela se convidou a vir, mas não para mim, mas se virá, não sei,
ela não vem para algo bom, e não sei se vou reagir ou me esconder
hoje.
Uma das moças do grupo de Ma o chamou e ele foi no sentido
dela, Pedro tira o primeiro bife do fogo, corta ele em pedaços, põem a
farofa do lado e viu alguns chegarem perto.
Pedro senta-se ao fundo e fica a observar, algumas pessoas
olhavam ele, mas parecia apenas para constatar, ele está só.

176
Era perto da uma da manha quando ele ouviu uma buzina, ele
apenas aciona o portão frontal e ele se abre, três carros, Pedro nem
olhou.
Pedro entra e pega um refrigerante, coloca a mesa, serve um
prato, senta-se a ponta, a churrasqueira não era a parte agitada da
festa, e sim aquela piscina, com gente bebendo de mais.
Ele olha para Carla entrar com o rapaz, as vezes ele queria ser
menos possessivo, estranho não querer nada com alguém e desejar
que alguém lhe amasse.
As amigas da irmã começam a jogar agua umas nas outras, rou-
pas ficando molhadas e gente se amassando a piscina, sim, aquilo iria
acabar em algo indecente.
Um repórter para ao lado do menino e pergunta.
— Posso me servir.
— Sim, está ai para isto.
— Não entendi a festa.
— Nem eu. – Pedro tentando não mostrar interesse, comendo
um bife, imenso, aos poucos, aquilo o tiraria o sono quando caísse na
cama.
O rapaz olha Pedro e pergunta.
— Sabe de quem é a casa?
— Sim.
O rapaz olha em volta e pergunta.
— Mas de quem é?
— Dos hotéis Rosa, todo o terreno da entrada a montanha ao
fundo, pertence ao hotel, qualquer coisa sobre o espaço, é do hotel.
O rapaz olha em volta e pergunta.
— Mas parece isolado do hotel.
— Quer perguntar algo, não sei se saberia a resposta, mas está
enrolando. – Pedro que desvia o olhar para o rapaz.
— Dizem que você é Pedro Rosa.
— Desculpa, mas as pessoas geram a confusão e depois ainda
me tacham por ai, sim, meu nome é Pedro Rosa, neste país, deve existir
mais de 300 pessoas com este nome.
— Quer dizer, não é o dono de tudo isto.
— Como sempre digo, com 13 anos, não posso ter nada em meu
nome, ou se o tiver, não é meu, é uma forma de desvio de recursos
usando o filho como laranja.

177
— E anda por ai com um carro elétrico do hotel.
— O complexo de hotéis, tem mais de 200 destes, para que os
hospedes usem para se locomover, eu sai e eles não falaram nada,
estranhei, mas foi mais pratico do que ter de chamar um taxi.
— E está hospedado em que parte?
— Hotel Pedreira Doná Olária.
— Dizem ser dos melhores, porque saíram de lá.
— Segurança presidencial é chato, eles ficam lhe barrando e re-
vistando 10 vezes para cada entrada ou saída.
— Acha que acredito que é apenas um menino qualquer com o
nome Pedro Rosa.
— Não disse que sou qualquer um, disse que as pessoas confun-
dem as coisas, apenas isto.
Pedro olhava Plinio olhando ele ao longe, talvez depois de meia
hora alguém lhe achou com os olhos e o rapaz fala.
— E está se escondendo de quem?
— Levei um fora ontem, ainda dói, alguém a convidou para estar
aqui, então se tinha motivos para festar, agora, pretendo me esconder.
O rapaz olha para a região da piscina e viu aquela moça chegan-
do, olha a cara de poucos amigos, e pergunta.
— E como alguém como aquela moça lhe daria bola?
— Não daria, mas obvio que se alguém assim lhe dá bola, você
acredita, você se encanta, mas era apenas armação.
Plinio chega mais perto.
— Se escondendo pirralho? – Rita.
Pedro a olha serio e fala.
— Se a cara feia é fome, tem comida no fundo, se é raiva, não
lhe dei motivos para isto Rita.
— Você é uma farsa, acha que alguém acredita no que falam ai
de você?
Pedro olha o rapaz e fala.
— Cuida com esta ai, pai desembargador, mas deixa eu largar o
meu esconderijo.
Rita olha para Pedro se levantar, colocar o prato ao fundo, o co-
po e fala.
— Vai enganar mais uma?
Pedro sorri sem graça, quase uma dor, a olha aos olhos e fala
desviando os olhos para João.

178
— Só trouxe o problema, pensei em algo mais animado.
Pedro se afasta e entra um pouco, ele sobe ao terceiro piso, toca
o peito e senta a cama, deita o corpo e o cansaço o pega, parado no
tempo, tenta dormir, tenta entender o que queria, abre os olhos e
estava tudo estático, olha o relógio parado e toca o peito, levanta e
lava o rosto.
Pedro desce e olha Marilia a sua frente.
— Estamos indo, pensei que seria mais legal a festa.
— Ainda não sei dar festas.
Marilia chega perto e beija Pedro, ele retribui e ela olha ele aos
olhos e fala.
— Temos de conversar mais. – Marilia.
— Temos.
A amiga o puxa para longe e saem pela entrada, outros atores
estavam saindo, talvez esperassem algo animado, mas estava como no
bar, apenas com cerveja sem terem de pagar, Pedro viu que poucos
comeram algo, ele caminha até a churrasqueira e sente alguém lhe
segurar o ombro.
A aura levantou quase que no automático, se vira e olha Camila
olhando ele.
— Queria lhe dizer uma coisa.
Pedro não conhecia ela tão bem, mas numa noite maluca, já a
teve em sua cama. Algo alcoolizado que ele não lembrava muito.
— Que não gostei do que elas fizeram, não entendi a ideia delas,
mas parece quase uma desculpa para não assumirem a burrada que
fizeram.
Pedro estava ainda arredio, e olha ela.
— Desculpa, acabo ficando arredio demais com as pessoas, não
sei como me portar ainda, tenho medo do que todos dizem sobre mim,
tanto a parte boa como ruim, me assustam.
Os pensamentos de Pedro foram para a palavra, Burrada, talvez
tivessem avançado e não quisessem, então era uma dica.
Tira as linguiças, as coloca num prato, viu os repórteres saindo, o
pessoal de Plinio estavam quase se comendo em publico, Pedro espera
os repórteres saírem e fecha o portão.
Renata estava no meio da bagunça, crianças se provocando, Pe-
dro nunca fez parte daquelas festas, era apenas o menino a mandarem
embora para não atrapalhar.

179
O olhar de Pedro foi as duas irmãs de Plinio ao canto, elas esta-
vam bem encolhidas, como se querendo cama, não era uma festa para
elas, Pedro pensou isto e lembrou que nem para ele.
Chega a elas e fala.
— Querem descansar?
— Não lembro de você. – Uma das meninas.
— Ninguém olha para o menino a praia o dia inteiro.
Uma delas falou.
— O filho da Ciça. – Uma olhando a outa – mas tem onde des-
cansar.
Pedro as conduz a um quarto no segundo piso, elas entram e
Pedro volta a parte de baixo, Plinio olha para ele e sorri.
Estes amigos de Renata eram malucos.
Pedro corta as linguiças e coloca no prato, mais seco que aquilo
ficaria muito ruim para comer.
Pedro olha para dois meninos da turma de João tentando se en-
turmar no grupo que Plinio, viu Rita beijar João, Caroline a ponta revol-
tada, ele não entendia o que se passava naquelas cabeças, ele troca a
musica para algo mais agitado e pega um refrigerante a mais, estava
com muito açúcar no corpo.
Ma e os pessoal dele se retirou, poucos intrusos, agora Pedro
pelo menos tinha alguma noção de quem estava ali.
Plinio chega ao lado e fala.
— O pirralho beijando a menina da novela?
— A reportagem que os repórteres ao fundo queriam, não resis-
ti, é como em um momento você ser o assunto de gente que nem sabe
quem é Pedro Rosa.
— Pelo menos deu um jeito nas minhas irmãs, elas estavam can-
sadas, mas o pai fez questão delas virem, acho que ele não quer que
façamos burrada.
— E alguém vai conseguir não fazer burrada? – Pedro.
— Acha que este pessoal quer o que?
— Sei lá, eu pensei em tentar algo, elas não me deram espaço,
então vou olhar mais um pouco e sumir.
— Não vai fazer sala?
— Não, sou um péssimo anfitrião.

180
Plinio viu Pedro apagar a churrasqueira, não foi uma ideia boa,
ele jurava que poderia ser incrível, mas talvez ele estivesse muito can-
sado.
Pedro ainda olha onde cada uma das pessoas estavam, todos se
fazendo de distantes, de a parte, então ele sobe, toma um banho e
fecha a porta.
Ele tenta se achar, muita gente palpitando a cabeça as vezes só
atrapalha.

181
Pedro não dorme muito, ele acorda, sozinho
a cama, em uma casa que nunca esteve, olha para a
porta fechada, olha para fora, sol, olha pela janela o
sol nascendo sobre o mar, ele pega a câmera e tira
um self com o sol as costas, e publica.
“A vida voltando ao normal, eu, com eu
mesmo, e até o sol, tímido ao fundo, tentando não
sair na foto.”
Pedro pega o computador pessoal, acessa o
e-mail, passa os prospectos dos programas pagos,
com as adaptações de cada um, olha o saldo e pensa
na maluquice que sua vida estava se tornando.
Os prospectos e os saldos o faziam pensar se
deveria abrir um novo caminho ou investir no que estava dando certo.
Olha o e-mail da Gazeta perguntando se iria escrever, ele não
responde, eles não o queriam ali, então era apenas para eles se infor-
marem do que ele achava, decidindo se queriam ou não publicar, faz
duas crônicas e transmite para os Jornais externos ao país.
Ele fecha o computador e desce olhando a bagunça, alguns dor-
mindo nos sofás, tendo quartos na parte alta vazios, pega uma vassou-
ra e dá uma geral, chega ao controle do portão, olha sua carteira, sobe
no carro elétrico e sai pelo portão, ainda muito cedo.
Ele para a beira da praia, compra um jornal, olha a repercussão
de um cronista novo, parecia uma armação a mais, que colocava as
colocações de estudantes de um colégio particular no centro, que
apontavam para um farsante querendo se passar por Pedro Rosa.
Eles colocam na foto a imagem de Pedro, a imagem dos pros-
pectos, não falando, mas induzindo, não era aquela criança.
Pedro olha para a noticia, fraca, se ele não desse bola, deveria
ser algo a sumir rápido.
Pedro senta-se em um café a beira da Praia, pede um café, viu o
pessoal andando a praia, correndo, fazendo exercício nos equipamen-
tos, crianças brincando nas piscinas logo cedo.
Pedro estava distraído, pensando no que faria, enquanto a praia
despertava naquele novo lugar.
O presidente acorda, a segurança o induz ao café, era 8 da ma-
nha, uma reunião rápida com o prefeito de Matinhos, eles não eram

182
nem do mesmo partido, logo após um taxi aéreo o deixa no aeroporto
que estava o avião presidencial e sai no sentido de Brasília.
Pedro estava a tomar café e olha Sergio passar a frente, olhando
o agito, olha para ele e senta-se a sua frente.
— O presidente já foi.
— Problemas? – Pedro.
— Gente arrogante aqueles seguranças.
— Como foi o dia de ontem Sergio?
— Funcionou, não sei como foi o geral, mas funcionou.
— E veio ver a bagunça?
— Acompanhei o presidente até o taxi aéreo, ele indo embora e
nada de mal acontecendo aqui, me deixa mais tranquilo.
Pedro continuava a tomar e ler o jornal, e fala.
— Preciso saber quem está tão incomodado comigo Sergio.
— Eles não querem você por perto, mas acha que param agora?
— Vou tentar ignorar, mas não sei.
— E dormiu onde?
— Na casa atrás do motel Rosa.
— Sozinho?
— Eu dormi sozinho, os demais, não sei.
Sergio olha o carro elétrico ao fundo e pergunta.
— Acha que eles começam a reclamar dos carros elétricos quan-
do?
Pedro levanta os ombros e fala.
— Quando descobrirem que é deste Pedro Rosa.
Sergio sorriu.
— E vai fazer o que?
— Sergio, eu estou sobre vigia de 3 revistas de fofoca, eles se
mantem ao longe para tentar pegar algo, acho que vou coçar o saco, ou
arrotar alto, mas acho que não é o que eles querem.
— Algo preocupante?
— Não, fora alguns músicos terem dormido na casa deste Pedro
Rosa minúsculo, não sei se tem show em outro lugar, mas com certeza,
vão atrasar.
— E o que acha que eles vão falar?
— Sergio, não tenho bola de cristal, apenas não se queima.
Sergio sorriu, tomou o resto do café, paga na entrada e sai pela
rua.

183
Pedro estava olhando a praia, quando olhou aquelas duas meni-
nas a serem barradas para dar autografo, como era bom não ser famo-
so.
Marilia olha para aquele menino a olhando e caminha no sentido
dele.
— Já acordado? – Marilia.
— Toma um café?
— Este lugar é caro.
— Eu pago. – Pedro olhando o rapaz e pedindo mais dois cafés,
vendo a outra menina chegar junto.
— Já achou o menino? – Sabrina.
— Pelo jeito ele não dormiu ainda. – Marilia.
Pedro pensa na frase e fala.
— Toma um café com a gente? – Pedro olhando a menina.
— Se convida.
O rapaz trouxe o café e falou para Pedro.
— O proprietário gostaria que acertasse antes de pedir.
Pedro olha sem graça, olha as meninas e fala.
— Deixa eu pagar antes de nos expulsarem.
Pedro deixa uma nota de 100 e fica esperando o troco, o senhor
olha o menino e fala.
— Temos regras, não nos leve a mal.
— Explicasse na entrada senhor, eu pedi e não perguntou se iria
pagar, Sergio tomou café, da forma que fiz, pagou na saída, mas tudo
bem, cobra ai.
O senhor olha o menino, não sabia quem era, vantagem que Pe-
dro tinha em quase todo lugar.
Ele volta a mesa e o garçom trás os cafés.
— Eles não parecem gostar dos atores.
— Acho que estamos todos se adaptando, é tudo muito novo,
mas somente agora entendi o caro, mas é o que está aberto neste ho-
rário.
— E quando acabou a festa?
— A minha acho que não aconteceu, achei que iria ser legal,
achei muito chata a reunião que minha irmã fez lá, fui a churrasqueira
para não ter de ficar na baixaria.
— Tem uma irmã? – Marilia.
— Maior que eu, mas apenas uns minutos mais velha que eu.

184
— Gêmeos?
— Sim.
— E o que pretende fazer hoje?
— Ver como ficou o parque temático sobre Curupira, depois
comprar um protetor solar e ir ao parque aquático.
— Nem tivemos tempo ainda de curtir tudo isto. – Sabrina.
— Era para fazer parte da novela, mas eles não queriam dizer es-
tar aqui, o que gerou cortarem esta parte.
— E tem namorada? – Marilia.
— Levei um fora esta semana, mas ainda abalado por toda a re-
percussão maluca disto.
— Repercussão? – Sabrina.
Pedro abriu o jornal e colocou na reportagem e Marilia olha o
que estavam induzindo.
— E não os vai processar.
— Não, para que eles precisam saber quem sou, prefiro que me
cobrem por não me conhecer, do que ficarem me bajulando por algo
que desculpa, foi apenas a ideia inicial.
Sabrina estava voltada para a porta e fala.
— E pelo jeito as coisas ainda não abriram, pois todos vem para
cá.
Pedro olha para fora e olha aquele senhor vindo e olhar para ele
e falar lhe esticando a mão.
— Perdido aqui menino?
— Problemas prefeito? – Pedro.
— Alguns me ligando e perguntando como inauguramos sem
comunicar eles das inaugurações.
— Eles não sabem que quase nada em Matinhos foi inaugurado
ontem?
O prefeito sorri e fala.
— Mas o presidente ficou a cidade, pela primeira vez na historia,
e isto eles queriam estar ali a puxar o saco.
— Pensei que politica fosse coisa de adultos prefeito.
— Eu também. – O prefeito pediu um café, o senhor apenas
trouxe, era o padrão da casa, e ficou claro isto, mas eles analisaram o
menino pelas vestes.
— Namorada?
— Ela iria me pedir em namoro prefeito, dai o senhor chegou.

185
O prefeito sorriu e olha as meninas e fala.
— Desculpa, mas preciso de uma posição do investidor da cida-
de, e sei que ele tenta passar desapercebido.
Marilia olha Pedro.
— O que precisa prefeito?
— Saber se a limpeza das praias seria feita este fim de semana,
teve gente me perguntando isto ontem a noite.
— Se os rapazes não erraram o cronograma, deve ter sido feito
entre as seis e seis e meia, não passei nos pontos, mas acredito que
passaram, o castelo que tinha ao fundo, não está mais lá, e tem marcas
de que foi raspada a areia.
— As vezes ouço o pessoal me perguntando qual a minha pre-
tensão, o presidente me perguntou isto, pois sei que fui cotado a Depu-
tado Federal, como todo ano, para somar votos ao partido no litoral,
mas parecem todos querer este ano uma foto comigo.
— Prefeito, a pergunta, o que quer ser?
— Acha que me elejo a Deputado este ano?
— A pesquisa que saiu ontem lhe colocam com votos acima dos
de Requião na região, então a pergunta, seu partido teria coragem de
lhe lançar a senador ou governador, e se o tivesse, o senhor teria a
hombridade de abrir mão do eleger-se para elevar seu partido a uma
posição maior no estado.
— Não entendi.
— Governador é difícil se eleger, mas você puxando votos para o
partido, como candidato, abriria a possibilidade de disputa para Sena-
do, para Deputados, pois alavancaria uma ideia.
— Acha que não me elegeria?
— Uma pergunta prefeito, teria uma proposta de governo para o
estado inteiro.
— Teria de pensar nisto, mas pelo jeito acredita que se sair a go-
vernador não me elejo.
— Não disse isto, a pergunta foi, tem programa de governo pre-
feito, e não adianta falar que tem apoio do empresário mais odiado no
estado.
— E teríamos como alavancar uma candidatura?
— A pergunta, teria coragem?
— Acha que o governador não apareceu por isto?
— Crianças brincando de casinha não deveriam ser eleitos.

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— E teria o apoio de Pedro Rosa.
— Quem mais bateu para ser ouvido prefeito.
— Você.
— Apenas pensa, não decide na pressa, mas saiba, fim de sema-
na que vem, encerra as inscrições, esta semana é a hora de negociar.
— Acha que...
— Prefeito, se vai me perguntar algo, sai a Deputado Federal e
se prepara para viver em Brasília.
O prefeito sorriu sem graça e Pedro fala.
— Senhor, se quer tentar, marcamos uma reunião de 3 partidos
no hotel em Antonina, ainda não foi inaugurado, mas deve ficar pronto
hoje, reunimos as pessoas no domingo e se eles apoiarem, sai com
vontade, mas se quer ajuda, esquece o “acha que” e começa a pedir,
pois sei que a nossa posição aqui, induz o partido indicar alguém em
Santa Catarina e em São Paulo, nem que em apoio.
— E que partidos convidaria?
— Quer que agitemos ou não prefeito? – Pedro.
— Quero saber o que eles pensam.
Pedro pega o telefone e liga.
— Deputado Carvalho, como estão as coisas em Curitiba?
— Quem?
— Pedro Rosa.
— Não entendo o que fez menino.
— A pergunta Deputado, temos como fazer um acordo entre
MDB e PDT e lançar o prefeito de Matinhos a governador?
O senhor olha em volta e pergunta.
— Ele aceitaria a indicação, tem muita gente que gostaria dele
na disputa, este governador é cego.
— Deputado, vamos fazer uma reunião no hotel Rosa de Antoni-
na, se pudesse ligar para os aliados e verificar quem poderia parecer
por lá, começamos a fechar o que seria a maior coligação do estado
para concorrer a ele.
— Está falando serio.
— Lógico Deputado.
— Temos de falar sobre investimentos na campanha menino.
— Sei disto.
— Ligo para eles, marcamos onde?
— Hotel Rosa Ponta da Pita.

187
— Tem um hotel lá?
— Sim, marca com eles e me passa por mensagem, vamos fazer
todos os demais olharem para nós, e tentar ser rápidos, no fechar das
frestas de coligação Deputado.
Pedro desliga e liga para o Tio Avô e pergunta.
— Pode falar General Rosa?
— Quem?
— Pedro Rosa.
— Problemas menino?
— O senhor poderia me indicar alguém do PTB do Paraná, al-
guém que pudesse fechar uma aliança forte no estado?
— Entrando na politica?
— Sim.
— Aquele senhor, dizem que você se aliou a filha dele, Robert
Sinn.
— Ele tem que entrada senhor?
— Aquela palavra que não falamos que começa com F.
— Certo, mas indica ele para me ligar, candidato, o prefeito de
Matinho.
— Vai indicar o governador?
— Sim.
Pedro desliga e liga para Plinio Pai e fala.
— Bom dia senhor Plinio?
— O que quer menino? – O senhor acordando.
— Uma pergunta, o MDB do litoral, toparia uma coligação com o
PDT para lançar o prefeito de Matinhos ao governo?
O senhor senta-se a cama e fala.
— Um momento, está pensando em o lançar acima?
— Sim, alguém que apoiasse a região a crescer.
— E me ligando para verificar?
— Estamos pensando em reunir as pessoas conhecidas, do litoral
num hotel em Antonina no Domingo, conversarmos e tentarmos um
acordo de candidatos a Governo, Senado, e Deputados.
— Vou falar com alguns.
Pedro ligou para os prefeitos a volta, e depois de desligar olha
para o prefeito e fala.
— Apenas começa a atender o telefone, como pré candidato do
PDT ao governo do estado.

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O assessor ao lado fala.
— Vai agitar mesmo isto?
— Senhores, eu não voto, mas ninguém acredita mesmo que eu
sou Pedro Rosa, então deixa correr, mas domingo, vamos indicar o
prefeito a governador, vou tentar apoio de todos os prefeitos do litoral,
independente do partido, somos poucos, mas a ideia, é boa.
— Pelo jeito conhece pessoas nos pontos certos. – Prefeito.
— Senhor, começa a pensar em propostas reais, esquece impos-
tos, esquece coisas que lhe complicam o discurso, mas se prepara para
os responder.
O prefeito se levanta e fala.
— Vou sentar e pensar, pensei que era loucura pensar em ser
Deputado, me quer governador.
— O quero como símbolo politico prefeito.
O senhor sai e acerta o café, Marilia olha Pedro e fala.
— Quer eleger o govenador de seu estado e dizem que você é
uma fraude?
— Eu me visto como uma fraude, então eles apenas compram a
imagem que vendo.
— E vai aceitar me namorar assim? – Marilia.
— Se no fim do dia ainda me quiser namorar.
— Porque não iria querer?
— Sou um pouco chato, um pouco agitado, e ainda não conver-
samos sem gente olhando.
A menina sorri e eles saem dali e o garçom olha o proprietário
que fala.
— Entendi direito?
— Pelo que entendi, aquilo é Pedro Rosa, e ele está pensando
em lançar o prefeito da cidade ao governo do estado.
— Um senhor salto.
— Uma mudança de foco, olha em volta senhor, estamos real-
mente em algo bem diferente.
— E quase colocamos o menino para fora.
O garçom sorriu, ele cumpria ordens.
Pedro sai olhando as pessoas começarem a encher a praia, ca-
minha até o veiculo e olha as duas.
— Uma carona?
— Não entendo como pode dirigir algo assim. – Marilia.

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— Quando fizemos o projeto, estabelecemos as ciclovias, as li-
nhas de bonde, as linhas especificas para carros elétricos e as para
veículos, o cada um ter seu espaço, transforma em fácil o controle, e os
caminhos são geralmente os que tem carros elétricos.
— E a maioria nem sabe disto.
— Temos placas indicativas para vias projetadas para carros elé-
tricos e bicicletas.
Ele deixa as duas no Hotel e fala.
— Não me passou seu telefone. – Pedro.
Ela passa o numero, Pedro anota em seu celular e sai no sentido
da casa, estava querendo confusão.
O portão abrindo e alguns com cara de ressaca olhando Pedro já
chegando da praia, fez alguns olhares sobre ele.
Pedro estaciona, já tinha tomado café e olha João saindo para
fora, ao lado, Rita, tenta não encarar, se perderia naquele olhar, as
vezes ele se achava infantil demais para ela.
Plinio olha para ele e fala.
— Tem aspirina nesta casa?
Pedro sacudiu a cabeça negativamente.
— Pelo jeito a festa não caiu bem. – Plinio olhando Pedro, não se
via a confusão, ele estava calmo, o que parecia não agradar a muitos.
Pedro entrou e subiu, passando pelas pessoas, a piscina estava já
com gente, Pedro pensando em trabalho.
Ele chega a porta do quarto e Caroline estava a olhar a porta.
— Perdida aqui? – Pedro a encarando.
— Pensei que estava ai.
— Tranquei a porta, para não ter de disputar um quarto ocupa-
do na volta.
— Acha que vai se dar bem?
— Tentando entender o quanto não entendo vocês, não está
dando resultado.
— E vai dar festa?
— Não convidei vocês, sabe disto Carol, como a casa não é mi-
nha, vim pegar minhas coisas, quando os donos chegarem, tentem não
os mandar embora.
Pedro abre a porta, pega a mochila e olha ela a porta, que lhe
barra.
— Pensei que se abalaria com o fora.

190
— Acabo de tentar dizer não a uma pessoa, não disse, mas agi
como se fosse um não, entendi que não sei amar, como podem me
amar se eu não me amo. – Pedro chega a ela e fala – Agora me daria
licença?
— Vai onde?
— Tudo que falar, vocês não acreditam mesmo, e pode ter cer-
teza Carol, você viu mais que muita gente, agradeço a infantilidade,
assim não me sinto culpado por um fim que era inevitável.
— Mas Rita está com aquele tralha.
— Vocês preferiram isto Carol, mas deixa eu fugir antes que vo-
cês queiram o que não posso dar.
Pedro passa e desce as escadas, chega ao carro elétrico e Renata
o barra.
— O que vai fazer?
— Estou tentando não colocar todos em um transe Renata, es-
tou fugindo de mim mesmo.
— E não me tiraria daqui?
— Vamos. – Pedro olha Carla saindo de um quarto, Guta de ou-
tro, gente se vestindo a todo lado, ou com cara de poucos amigos.
Pedro sobe no veiculo de novo e saem no sentido da baia, ele es-
tava querendo pensar, e sua irmã não ajudaria nisto.
Ele sai na direção da Rodovia ao fundo, e com calma faz pela la-
teral da rodovia, chega a altura da Prainha, entra na rua lateral fechada
que dava na estrutura da ponte e para a olhar a baia do ponto que
estavam, a estrutura da ponte, que subia dos dois lados da baia.
Em Curitiba, o agito no mundo politico, chega ao governador
através do secretario da casa civil.
— Mas o que eles pretendem? – Governador.
— Não sei ainda, mas o agito começou agora cedo, alguns pre-
feitos da região metropolitana estão ligando para Antonina e confir-
mando com o prefeito se realmente vai existir uma reunião do partido.
— Acha que alguém vai os dar estrutura?
— Não sei senhor, mas alguns empresários locais começam a
olhar para a região, eles não vão falar nada, antes de ter certeza da
intenção, mas tudo indica uma grande aliança de esquerda.
— Acha que eles vão lançar o que, acha que eles seriam malucos
de concorrer contra mim?

191
— Não sabemos, mas alguns falaram em indicar o prefeito de
Matinhos ao senado, bem onde o senhor concorre.
— Alguém a tentar desmoralizar.
— Eles não confirmaram, mas com certeza, temos de estar aten-
tos governador, pois pode ser apenas uma carta sem valor, mas de-
pendendo do apoio, nos complicar as alianças.
— Acha que aquela criança tem algo haver com isto?
— Logico senhor, colocou todo peso sobre a empresa do meni-
no, seu grupo tenta o desmoralizar em um dia, não sei ainda como foi a
repercussão nos demais estados, mas sei que Santa Catarina, está fa-
lando dos investimentos na baia de Bertioga das Empresas Rosa, não
sei o que o governador de lá e o presidente firmaram, mas parece que
até o governador de São Paulo, se mexeu para olhar as obras na região
de Cananeia.
— Acha que devemos observar ou atacar?
— Não sei governador, o que seus apoios acham, pois perder
apoio esta hora é pior do que recuar um pouco.
— O vice governador assume em uma semana, quando me afas-
to para a campanha, mas ainda não entendi todo agito do dia de ontem
no Litoral.
O assessor tinha de conter as palavras, pois sabia que o gover-
nador sabia, estava em todos os meios online as obras, as mudanças, as
inaugurações, como ele não veria?
— Me consegue que o prefeito de Paranaguá esteja aqui ama-
nha, na hora do evento deles.
O assessor olha o governador, era uma tentativa, esvaziar a reu-
nião, mas era algo arriscado.
Cristiane olha o pai que pergunta.
— Acha que a ideia que vem do litoral é boa filha?
— Pai, aquele menino é um perigo, mas um perigo no sentido
que os inertes se abalam, pois toda a estrutura é para produção, ele
está criando uma estrutura que se for terminada, vai custar mais bara-
to mesmo com impostos diferenciados, produzir aqui do que em Ma-
naus algumas coisas.
— E se ele colocar um governador lá, ele teria o apoio que preci-
sa, me ligaram para saber se o PTB apoiaria o prefeito de lá a governa-
dor, não sei, eles querem lançar candidato próprio.

192
— Tenta conversar pai, é duas vagas para o senado este ano,
eles podem indicar um nome com apoio forte ao senado, e montar
uma bancada pesada para o governo do estado.
— Eles estão agitando, e sei que o menino é uma carta ainda du-
vidosa filha, mas pelo jeito alguns o querem apoiar.
— A pergunta pai, quer ou não, pois o menino não é politico, ele
não tem anos de malicia e experiência nisto, mas não quer dizer que
ele não possa contratar algo pesado para fazer a campanha, e mostrar
uma proposta nova, ele é capaz de nem fazer o prefeito governador,
mas o que ele oferece, é uma mudança de rumo.
— Acha que o menino conversa.
— Ele ainda não tem experiência para uma conversa profunda
pai, mas tem de ver que a proposta é pesada, o governador abriu o
caminho, não indo a inauguração do litoral.
O senhor vai a sala e começa a dar ligações, Cristiane olha para
os prospectos e vai a empresa de geologia, tinha alguns dados a rece-
ber e não sabia ainda como estavam todos os prospectos que ele man-
dou perfurar.
Pedro olha para as duas imensas torres dos dois lados da baia,
olha para o prospecto e ouve sua irmã.
— Tem de entender, eu tenho medo.
— Todos temos mana, todos temos.
— E pelo jeito não gosta de falar sobre isto.
— Sou um careta, que acredita que somos o que fazemos, não
me adianta pregar a liberdade das pessoas fazerem sexo, e as mesmas
pessoas, querem que o governo arque com as consequências, se não
quer, não faça, se não sabe se cuidar, não faça, mas uma vez feito, é
sua responsabilidade as consequências.
— Quero ver se muda de ideia se alguém engravidar.
— Eu sempre temi ter um filho e o tratar como meu pai me tra-
ta, mas isto não vai me tirar a vontade de os ter.
Pedro pega o computador e começa a descrever os prospectos,
os conjuntos das obras ali, e começa a pensar e ver o primeiro sistema
de cabos começar a ser passado entre as duas torres pelos espectros
de gente, Renata olha aquilo e fala.
— Vai acelerar?
— Sim.

193
Em Guaratuba, 4 bate estacas estavam a terminar as bases do
quinto prédio, e duas dragas começam a jogar areia na área do fundo,
gerando uma praia, para pescadores, o novo desenho do que seria
aquela região com praias onde nunca existiram praias, com aquela
estrutura que mostrava a estrutura dos prédios começando a subir.
Pedro olhava ao longe e começa a pensar nos percalços e olha
para a irmã.
— Porque é tão difícil brigar com o pai?
— Não sei, você mesmo tem dificuldades de brigar muito com
ele, parece nossa sina. – Renata.
Pedro pensa e fala.
— Mas porque me trair por algo assim Renata, e saiba, eu não
apoio o tirar, e sei que sabe que não é o caminho certo, sei que é o que
lhe garantiria voltar as festas como aquela de ontem, mas a vida não é
apenas de dias como ontem.
Renata olha aqueles seres subindo e passando o primeiro cabo,
viu um caminhão entrar ao fundo, eram imensos rolos de cabo, gros-
sos, que estavam sento esticados, entrelaçados e começariam a passar
entre as duas torres.
Pedro se levanta e Renata o acompanha, pegam o veiculo e fo-
ram a beira da praia, onde alguns estavam a se divertir na nova estru-
tura, outros estavam a olhar a sujeira deixada no dia anterior, ele liga
para o pessoal da limpeza, criados para este tipo de intervenção, o
pessoal vê o grupo chegar e tirar a bagunça, os cacos de vidro, as sujei-
ras.
Até quem criticava fica a olhar o lugar depois de limpo e Pedro
ouve um senhor ao fundo.
— As vezes esquecemos que este pessoal vem e limpa, temos de
acostumar a os chamar, quando acontecer, antes não tínhamos isto.
Pedro olha a praia, olha a estrutura de onde a grande armação
da ponte ficava, em parte teria de gerar uma interação com aquela
praia, Renata olha ele e pergunta.
— O que tanto pensa?
— Como gerar um grande chuveiro publica, naquele ponto.
— Grande?
— Na extensão que a ponte se aproxima, e vira a parede, para
que tenhamos uma queda de agua, que interligue a ponte ao meio.
Renata olha para onde Pedro olhava e fala.

194
— Você pensa em coisas que nem me veem a mente, como con-
segue mano?
Pedro olha para a praia do outro lado da baia e fala.
— Acho que nem tudo está pronto para que pare de pensar ma-
na.
— Mas todos começam a olhar estes rapazes se pendurando e
começando a passas os cabos.
— É um sonho da região, todos sonham com esta ponte, quem
sabe seja eu a realizar este sonho.
— E vai se esconder até quando?
— Apenas pensando, enquanto os políticos se agitam na capital,
no interior e nos estados vizinhos.
O presidente olha para o ministro da Casa Civil e pergunta.
— Acha que a pressão pode esperar uma semana?
— Qual a ideia?
— O governador tem de se afastar para concorrer ao senado, te-
ríamos outra pessoa lá. — Presidente.
— Vou falar com o vice governador, verifico senhor, pois tem de
ver o que ele acharia? Verifico para o senhor.
Em Curitiba, Robert Sinn chega ao vice governador e pergunta.
— Podemos conversar Lucas?
— Problemas?
— Vim trocar uma ideia, e preciso saber o que você acha da ideia
que alguns prefeitos e aliados passaram.
— Vão querer lançar candidato próprio? – Lucas.
— Eles começaram a verificar a possibilidade de um nome novo
para o governo, e dois prefeitos da região litorânea, propuseram o
apoio a candidatura do prefeito de Matinhos a Governador.
— Acha que ele teria chance?
— Os números dizem que se ele se lançar a Deputado Federal,
ele pode arrastar 8 deputados, mas a Governador, ele levaria a coliga-
ção que está se formando a ter força para colocar 18 deputados fede-
rais e24 estaduais.
O senhor olha Robert.
— E mesmo que não ganhasse, a coligação estaria com uma
grande bancada no ano seguinte?
— Sim.

195
— O governador vai odiar isto, pois ele teria concorrência pesa-
da ao senado, sabe quem querem lançar?
— Deputado Carvalho e Senador Requião ao Senado.
— Querem por dois nomes de peso, em uma coligação, sabe que
as vezes não funciona.
— Sei disto, a proposta veio do litoral, então estou conversando.
— E eles querem fazer o que, sabe que estamos na ultima sema-
na para convenções?
— Reunir os apoios em Antonina amanha e verificar se as pesso-
as aparecem, se aparecerem, verificar se existe a possibilidade de uma
união que o governador não vai gostar.
— Quem acha que vai a coligação?
— Dos Grandes, MDB, PDT, PL, e se entrarmos com o PTB, seria
os maiores hoje do estado na coligação.
— Acha que vale o esforço?
— Eu não gosto do Carvalho, mas ele passaria a ter chance de
fazer um senador do nosso partido Lucas.
— Certo, muitas cartas mudariam de mão, mas quem apoiaria
esta aliança?
— Foi ao litoral Lucas?
— Não, o governador me colocou em reuniões estranhas para
não estar no litoral no fim de semana.
— Vou marcar nossa ida, quero você lá para decidirmos Lucas.
Lucas sorri e fala.
— Estranho as coisas como se mechem neste estado Robert, re-
cebo uma ligação do Ministro da Casa Civil, se teria algo contra uma
concessão em fim de mandato.
— Qual concessão ele queria, e porque você?
— Ele sabe que o governador brigou com os Almeida, então teria
de ser com alguém que pudessem conversar.
— O que o governador fez que brigou com os Almeida?
— Algo haver com um terreno com indicio de diamante em Terra
Roxa que parece o governador ter apoiado um explorador inglês, não
entendi a ideia, mas ele pressionou tudo contra os apoios do menino
no litoral em favor deste senhor inglês.
— E algo deu errado.
— Não sei o que, mas ouvi que os Hons, entraram como reforço
na segurança do senhor Cecílio.

196
— Algo que tem de ter morte no caminho, todos falam mal dos
Hons, mas são os defensores quando alguém chega a cidade cheirando
morte, então se eles se posicionaram a favor de alguém que os demais
dizem não ser inocente, sinal que o senhor que veio não queria conver-
sar, mas marca Robert, eu vou com você lá.
O governador olha para o assessor que fala.
— Alguns estão querendo saber a posição do PSDB referente a
indicação do prefeito de Matinhos pelo PDT hoje, a possível nome ao
governo do estado.
O governador pareceu aliviado, mas não havia entendido.
— Porque querem a posição do partido? – Governador.
— Algo sobre eles estarem pensando em uma coligação que os
de tempo na TV, isto os aproxima do PSDB, sabe disto.
— Esqueci que eles estão com apenas 3 deputados estaduais, e
nenhum federal no estado neste mandato. – Governador.
— O partido vai esperar uma reunião amanha em Antonina do
partido do Prefeito, podem nem indicar nada, mas todos ficaram de
olho senhor.
— E os partidos de esquerda?
— Eles com certeza vão contra a candidatura do prefeito, eles
são os mais ligados aos ecologistas e alguém apoiado por empresários
não vai conseguir apoio deles.
— Requião se mexeu? – O governador.
— Não sei, ele tem se mantido fora das discussões e atenções.
— A fama dele o elege, as suas aparições o denigrem, ele fora
das discussões é um novo Requião, mas que me deixa sempre inseguro.
As revistas de fofoca mostram o beijo de Pedro em Marilia, e
acaba sendo destaque no MSN e involuntariamente na página online
da Globo, mostrando aquele menino que os demais chamavam de farsa
beijando uma atriz jovem do elenco da novela da globo, que oficial-
mente, estava sendo filmada no Rio de Janeiro, gerando uma confusão
na mente de alguns.
Pedro chega a casa e olha a bagunça e apenas desvia os bagun-
ceiros e chega a churrasqueira, olha para as irmãs de Plinio e fala.
— Tudo bem?
— O pai vem ai para conversar, Plinio não consegue segurar as
pessoas, vai ser estranho.
— Ele adiantou algo?

197
— Algo sobre um tal de Robert Sinn vir para conversar e trazer
junto o vice governador.
Pedro olha o celular e olha que havia uma ligação de Brasília,
onde estava não tinha pego o sinal e retorna.
— Bom dia, alguém me ligou deste numero?
— Pedro Rosa?
— Sim.
— Ministro da Casa Civil.
— Fala senhor.
— O presidente mandou agradecer a hospedagem, e me colocou
a apoiar os assuntos referente a obras nos três estados que está atuan-
do, não entendi a ideia toda.
— Fazer o impossível até dezembro.
— Impossível?
— Mais de 1300 quilômetros de uma via ferroviária, erguer mais
5 portos, entregar a obra da BR 101, começar a operar pelo menos 30
industrias pesadas.
— Acha que conseguem?
— Vou pressionar para entregarem tudo, mas pode ser que en-
tregue metade, e mesmo assim, seria uma senhora obra.
— Anota meu numero, vou tentar falar com o vice governador,
pois ele assume em uma semana, e pode nos facilitar algumas coisas.
— Obrigado pelo apoio senhor.
Pedro olha as gêmeas e pergunta?
— Quem é Jessica e quem é Jeniffer?
— Eu sou Jeniffer. – Fala Jessica, Pedro a olha e fala.
— Bom saber que já começaram a mentir, mas como está esta
bagunça?
— Como sabe que não sou Jeniffer?
— Auras, sabem do que estou falando?
— Não vale, o mano não falou que você via aura.
— Certo, mas vamos fazer o seguinte, estão com fome?
— Sim.
— Vamos preparar algo, acha que seu irmão controla estes ba-
gunceiros?
— Acho que ele nunca controlou nem seus instintos, como vai
controlar os dos demais.
— Então vamos fazer um trato?

198
— Trato? – Jeniffer.
— O que verem agora não comentamos depois.
— Um segredo?
— Sim.
Elas sacodem a cabeça afirmativamente e Pedro apenas sente as
mentes a volta e olha para as pessoas ficarem pensativas, elas come-
çam a se olhar diferente e começam a subir para os quartos, Pedro olha
Plinio e fala.
— Seu pai chega em minutos.
— Certo, resolveu tirar todos da vista.
— Apenas eles descansam um pouco.
Pedro olha as coisas indo ao lugar, o lugar ir limpando, arruman-
do e as coisas ao lugar.
Jeniffer olha aquilo e fala.
— Como faz isto?
— Depois ensino vocês, dizem ser natural a vocês, não a mim, ti-
ve dificuldade em aprender.
— E aquelas moças ao fundo?
— Estão me olhando intrigadas, apenas isto, mas deixa eu colo-
car algo para assar, um arroz no fogo e algo para acompanhar.
A mesa ao fundo foi se ajeitando enquanto Pedro acendia a
churrasqueira, olha em volta, põem as coisas no lugar e vai a cozinha.
Rita ao longe olha para a irmã.
— Acha que ele nos esquece?
— Vidrou nele, né mana?
— Sim, não gosto de sorrir sem sentir, tenho de o afastar, ele
nem se importou com o fora.
— Ele pelo jeito mandou todos os demais para cama.
Rita olha aquelas meninas chegando ali e fala.
— Carla resolveu ir ao ataque.
— Ela sabe quem ele é, escolha errada, mas não podemos dizer
que não a avisamos. – Josiane.
Carla chega a Pedro e fala.
— Me deixou sozinha a noite.
— Não sou bom em adivinhar em que cama se esconde.
— Precisa de ajuda?

199
— Se puderem ajudar a arrumar a mesa, algumas pessoas vem
ai, não sei quem ainda, mas com certeza gente que preciso fazer sala,
enquanto os hotéis me garantem o trocado.
— Trocado, sei. – Carla.
— Carla, com calma chegamos aos nossos números, não os de-
les. – Pedro coloca um arroz a cozinhar depois de lavar ele, com um
pouco de sal e um alho descascado e bem picado.
Ele olha Guta chegar e o abraçar.
— Acha que escapa assim?
— Lembrou de mim finalmente. – Pedro a olhando.
— Sabe que nos deixou soltas.
— Depois me explica o me deixar só. – Pedro com aquele jeito
que nunca se sabia se ele estava sorrindo ou sentindo dor.
— Pondo as mangas de fora Pedrinho?
— Ainda só as mangas.
Guta sorriu e falou.
— As vezes temos de ter algo a contar.
Pedro sorri a olha e fala.
— Hoje primeiro o agito, depois tentar não machucar ninguém.
Eles ajeitam as coisas, e depois de um tempo, aquele carro che-
ga a casa, Plinio Pai, Robert, Carvalho e Lucas, João olha ao longe, uma
coisa era falarem mal do menino, mas seu pai estava lá para falar com
o menino, não com ele.
Pedro cumprimenta todos, obvio, o tamanho dele não facilitava,
então entram e Pedro olha aqueles espectros reais entrarem e servi-
rem as pessoas, e Robert fala.
— Podemos conversar menino?
— Sim, não entendi tamanha comissão para falar comigo?
— Dizem que você se propôs a lançar o prefeito a governador. –
Fala Carvalho.
— Carvalho, eu apenas indiquei um caminho, sabe disto, acho
que as cegas como caminhamos no Paraná, as vezes precisamos de
alguém somando, nem que para os demais depois dizerem ser algo que
não queriam.
Lucas olha o menino e pergunta.
— Mas como venceríamos algo assim, o governador tem sua for-
ça no norte do estado, teríamos de o tirar a capital.
— Senhor, qual o legado do atual governador?

200
— Não ter deixado contas ao próximo.
— Pouco para quem ficou no governo, quase 8 anos.
— E o que quer dizer com isto? – Lucas.
— Senhor, imagina algo como possível, é possível, mas para isto
depende de quem estiver no comando, nos 3 últimos meses do ano,
inaugurar o maior porto naval dos últimos 30 anos no Brasil, instalar ou
pré-instalar, 30 novas industrias em Curitiba e região, outras 60 no
litoral, construir mil e trezentos quilômetros de ferrovias, com apoio do
exercito e da iniciativa privada, redefinir toda linha de proteção da
mata atlântica, com desocupação e criação de um parque na extensão
total da serra do mar, ser o estado sede da maior empresa naval do
pais, ser o estado que em 3 meses, mostra o caminho que podemos
seguir a partir de agora.
Lucas olha Robert e depois Pedro.
— E como faríamos algo assim?
— Temos instalados, ou em fase de instalação 3 portos secos no
Paraná serra acima, precisamos de autorização para ampliação e cria-
ção na linha da BR 277 de uma ferrovia, aproveitamos e ampliamos em
3 faixas a descida, separando caminhões de carros, quero a mesma
autorização para a BR376 sentido Ponta Grossa até Garuva.
— E levantaríamos quanto disto? – Lucas.
— Senhor, pode parecer impossível, mas inauguraremos até o
fim do ano, a BR 101 no Paraná, ligando todo o litoral com os litorais
vizinhos, quando terminamos o primeiro trecho da BR101, ficamos com
a produção de vias obsoleta as margens da BR277 assim como a beira
da BR101 em Santa Catarina, então estamos com gente, com estrutura,
seria a hora de não perder tempo, mas não entendi porque vieram
conversar com o menino, e não com o candidato.
— Parece ser a peça por trás dele. – Robert.
— Sou alguém que está construindo Robert, se perguntar para
Plinio, estamos construindo algo para industrializar a região litorânea,
capacidade entre Matinhos e Pontal do Paraná, de pelo menos 100
industrias, mas a ideia é crescermos como estado, como cidade, como
ideia, não apenas industrias somando riqueza e as ruas parecendo saí-
das de uma guerra.
— E o que disto estaria pronto até Dezembro?

201
— Estou acelerando o básico Robert, mas se pudesse contar com
um governador empurrando mais 4 anos para cima, seria como avançar
para o resto do estado, não apenas o litoral.
— E sentaria para propor as metas de transformação do estado,
pelo jeito é serio que está investindo pesado. – Robert.
— Robert, eu e sua filha, descobrimos a maior mina de diamante
do mundo, mas ainda não tenho como a explorar, sem gerar uma guer-
ra por terras onde parece tudo calmo.
— Maior do mundo? – Lucas.
— Maior tanto em quantidade, como qualidade senhor, mas es-
te dinheiro, estou transformando em estrutura para o meu estado,
para que quando ele acabar, sejamos um bom lugar para morar.
— Afirmam que constrói sem parâmetros de segurança. – Lucas.
— Eu sei que falam mal de mim senhor, mas quando se faz uma
estatua em fibra de carbono, ela vai estar ali depois da existência hu-
mana, não da minha vida, mas não quer dizer que toda a estrutura não
passou por testes, por estruturação e tenha mais de 2 engenheiros
assinando cada obra.
— E toda esta propaganda contra?
— Senhor, eu não entendi toda a propaganda contra, eu sou a
criança brincando de montar uma estrutura que nunca tivemos, e os
políticos de chutar os castelos de areia.
— E se o prefeito virar governador, quais seriam as primeiras
obras que você o induziria a fazer.
Pedro sorriu e falou.
— Senhor, eu colocaria 4 tuneladoras por baixo de Curitiba e em
dois anos teríamos a melhor linha de metros interligadas com redes de
transportes do país ali, eu promoveria a criação do canal entre o rio
Paraná e o Iguaçu, estendendo uma linha de transporte fluvial que
ligaria a região metropolitana de Curitiba a toda a região oeste do es-
tado, por rio, eu estenderia a obra da BR 277 até Foz com um trem
rápido e duas linhas de carga para trens, eu estabeleceria as linhas de
preservação do litoral, do primeiro planalto, do segundo, e do Parque
do Iguaçu, esticando linhas de comunicação entre estes parques, para
ter a maior área de preservação do país proporcionalmente a área de
um estado.
— E industrialmente falando? – Lucas.

202
— Eu gosto da ideia de cada município ter sua indústria e sua in-
dependência financeira senhor.
— Mas quantas empresas? – Lucas.
— Em média 3 por município, isto daria mais de 900 empresas
em 4 anos.
— Sua parte?
— Sim, minha parte seria isto, mas com certeza, a estrutura atra-
iria outras empresas, e eu acabaria tendo outras ideia, pois ainda es-
tamos no básico senhor.
— E acredita que mudamos isto se colocar o prefeito de Mati-
nhos lá?
— Senhor, não me adianta falar em preservação, onde ninguém
olha o preservado, estamos com Mangues todos detonados, falando
que estamos com a maior reserva no país, temos de garantir que está
lá antes de ficar falando que o temos. Não adianta ser um dos celeiros
deste país, se não industrializarmos nossos produtos, deveríamos estar
com 30 ou 40 marcas fortes no país, não 5 ou 6.
— Então acredita?
— Se ele estiver lá e mantiver os pés no chão, com certeza, vou
voar com obras por todo lado senhor.
— E vai continuar investindo em meio ao termino de mandato.
— Cecílio foi ao atual governador propor para a ampliação da
BR277, ele nem conseguiu chegar ao assunto, pois o governador acha
que já é senador.
— Ele é forte.
— Sei disto, mas por isto precisamos de mais um, que não nos
atrapalhe em Brasília.
— E vai estar em Antonina amanha?
— Sim, nem que para olhar de longe.
— E qual seria o slogan que usaria na campanha dele?
— Gosto do 40 anos em 4!
— Uma versão de Juscelino?
— Sim, mas desta vez, realmente 40 anos, em 4, não apenas pa-
ra parte da sociedade, e sabem o que aconteceria se ele conseguisse
implementar tudo que falamos?
— Presidência? – Robert.
— Acho ainda cedo para considerar, não ganhamos a governa-
dor. – Fala Pedro olhando os 4 senhores.

203
— E quais os cargos que indicaria na eleição? – Robert.
— Já indiquei o governador, acho que estou acima do que pre-
tendia, mas sempre digo que o ideal é pensar no todo, não sabemos
quanto podemos eleger, mas temos de estar prontos para eleger todos
os que indicarmos.
— Certo, acredita que podemos eleger quantos deputados? –
Carvalho olhando o menino.
— A ideia é tentar os dois senadores, e ter um candidato para
cada vaga, se temos 54 vagas para deputado estadual, temos de ter
estrutura para tentar eleger 54 deputados, podemos não eleger, mas
isto quer dizer, cada partido aliado, tentar lançar 54 nomes fortes,
dando a eles condições de disputa, não apenas nomes em uma lista.
— Sabe quanto custa isto? – Carvalho.
— O problema é gastos inúteis Carvalho, não sei vocês, mas tem
investidas na TV, que dão a um candidato um minuto, o preparo disto
nos custa mais do que o retorno de alguns, então vamos investir em
meios alternativos, e se as vezes aparecer por ai com uma ideia maluca,
não estranhem.
— Temos de falar com os demais Robert, pois se a ideia é 4 par-
tidos grandes, são muitos nomes em dois dias por ponto de incisão, é
algo a levantar nomes de norte a sul, leste a oeste, mas gente que este-
ja nos pontos, pois entendeu a ideia dele.
— Sim, fechar o estado. – Robert, que olha Pedro – Uma ideia
grande para grandes conquistas.
— Sim, e se toparem, semana que vem, libero 12 helicópteros da
empresa de taxi aéreo, passagens da Rosa, entre Foz e o litoral, verifi-
camos o fechar de 2 ou três hotéis, aqui, Curitiba, Londrina, Maringá,
Ponta Grossa, Pato Branco, e Foz, para nos permitir campanha, sem
grande custos de transporte e de hospedagem. – Pedro.
Robert olha Pedro e fala sério.
— Você é perigoso menino.
— Como todos falam senhor, sou uma farsa, pois não tem como
alguém me levar a serio.
Robert olha para Plinio e pergunta.
— Disto que falava, alguém que conversa, convence e tem ideias
junto a estrutura, nem vi as obras ainda.
Plinio pai olha o menino e Robert e fala.

204
— Sei que ele é algo que estranho Robert, mas se veio de avião,
aquela pista em Paranaguá não existia a dois meses, pega o Google
Map e aproxima, verá o que era aquela região a dois meses atrás, mas
mesmo para mim isto sim é uma ideia que não podemos falar fora, pois
a democracia passa pela premissa de que todos tem voz.
— Entendo que eles podem inverter a ideia, mas entendi a ideia,
pois não nos preparamos para eleger os 54, então elegemos 22, a pro-
porcionalidade acaba colocando outros lá, mas não posso negar que
seja uma aposta alta. – Plinio que olha o menino. – Tem a ideia de no-
mes ou é apenas ideia?
— Eu olhava candidatos dos partidos, que tivessem disputado
prefeituras, nem todos ganham, mas muitos são bem votados, e repre-
sentam uma leva de ideias locais, levantar uma ideia local, é mais fácil
do que uma geral, a geral é para o candidato a governo, aos deputados
acima, não abaixo, os senadores tem de ter propostas conjuntas, pois
assim como o governador, são um projeto de crescimento.
— Acha que podemos jogar o projeto em que nível?
— Acho que vou por no papel o que vamos entregar este ano
senhor Lucas, mas dependo de autorização de execução, para que o
prospecto seja feito sobre uma evolução do que entregaremos.
— Não entendi a ideia?
— Se o governador se propõem fazer 40 anos em 4, cada mês
daqui a eleição, tem de corresponder a um ano de obras do atual go-
vernador, para nos levarem a serio. – Pedro.
— Sabe a complicação de algo assim? – Lucas.
— Sim, a pergunta, tem coragem vice governador, de entrar pa-
ra a historia deste estado?
Ele sorri e fala.
— E o que faríamos?
— Tem de estar lá no governo para que consiga, mas preciso de
alguém segurando o instituto ambiental, eles vão falar mal no inicio, e
sobre a eleição, vão falar bem.
— Acha possível?
— Apenas pensa em nomes que não sejam burocráticos, que te-
nham coragem, para quando assumir, assumir com o seu grupo de
secretários, é uma corrida, que se der certo, vai virar uma corrida maior
ainda nos anos seguintes.

205
— Certo, vou pensar, você realmente é uma maquina, eles pen-
sando nos nomes, entendo, você não tem os nomes, mas tem como
ajudar com obras, com um modelo, acha que a ideia é suficiente para
eleger o governador?
— Senhor, se ele não se eleger, e porque nós erramos, pois o
atual governador, não tem pulso, ele escolheu sua continuação, e a
candidata deveria estar olhando as obras, está abraçado a ideia que a
indicação a elege, desculpa, ela deveria ter nos procurado e proposto o
que vamos fazer, mas eles no lugar disto, pisaram no calo de uma cri-
ança, eu, para não se rebaixarem a mim.
— Vamos conversar, mas entendi, ter estrutura no estado intei-
ro, levantar os nomes mais cotados, os forçar para cima, não sei se
alguns não pulam fora semana que vem, mas entendo que a ideia é
boa.
Os senhores comem, depois se despedem, e saem no sentido de
Pontal do Paraná, enquanto Pedro sobe e pega o computador, estava
pensando em começar a ampliar suas ideias, uma coisa era dizer que
tinha uma ideia, ele começava a achar que sua ideia não fechava, mas
até agora estava dando retorno, então a ideia simples ficava a cada
momento mais complexa, pois ter um porto, era ter cargas, ter empre-
sas parceiras que gostassem da ideia de estar ali, e a proposta de estru-
tura estava toda em construção, nada totalmente pronto, então os
portos não estarem prontos, para Pedro, estabeleciam que ele ainda
tinha um tempo, mas parecia estar com tudo acelerando.
Pedro senta-se ao computador, confirma que os sistemas de ins-
talação das prensas de dobra e solda da empresa que construiria con-
têiner estava instalado, ele olha os dados e confirma a compra da pri-
meira leva de chapas de aço da Siderúrgica Nacional, e estabelece o
inicio de funcionamento da empresa para duas semanas, com a chega-
da do primeiro lote, olha para a proposta do sistema de outras duas
empresas, os dados de mais de 50 projetos, todos em paralelo, Pedro
as vezes achava que se fechasse os olhos veria os seres fazendo, esti-
cando, e tudo que tinha era uma ideia que somente para ele parecia
simples.
Ele escreve o prospecto inicial de campanha e passa para o e-
mail do prefeito, que estava no escritório e começa a ler.
O primeiro ponto, ainda naquela semana, dar espaço ao vice, es-
tabelecia os prospectos para uma divisão em 18 áreas o estado, em 18

206
polos maiores, cada qual com subdivisões que variavam de duas a 6,
dependendo da área, e estas, abraçavam os 398 municípios do estado,
algo a se implementar em 40 anos, mas que o governo acreditava que
com apoio do povo, dos empresários e dos políticos, poderia ser im-
plementado em 4.
O prefeito termina de ler e olha para o assessor.
— Chama o Paulinho e o presidente da câmera.
— Problemas?
— Às vezes este menino me põem medo, e este prospecto de
campanha dele, para mim, é de por medo, mas se por um acaso conse-
guir implementar, seria fazer com o estado, o que fizemos com a cida-
de. – Fala o prefeito olhando para fora, tentando achar palavras.
— Algo para entrar para a história?
— Ele tem ideias, ele as coloca em funcionamento, ele vai pres-
sionar para que terminem a ponte sobre a baia ainda este ano.
— Não seria o caso de segurar isto?
— Está é a diferença, ele pretende ligar por cima, e por baixo da
agua, com fluxo de turismo próximo a um milhão de pessoas em turis-
mo dia, isto é como se fossemos visitados como os maiores pontos
turísticos do mundo.
— E acha que ele implementa?
— Olha em volta, quando ele falou, eu duvidei, olha em volta.
O rapaz saiu para chamar os demais.
Robert chega a obra das empresas em Pontal do Paraná e olha
os imensos barracões, os carros ainda tímidos naquele caminho, que
encurtava em quase 30 quilômetros a chegada ao ponto que estavam.
Robert foi olhando os dados e as obras e olha o prefeito.
— E não falou nada com ninguém?
— Ele veio, propôs, não sei como ele fez Robert, dizem que o vi-
ram conversando com uma menina que se parecia com uma Carson.
— Ele usa estas coisas? – Robert meio tímido na frase, pois exis-
tiam dois não Fanes presente.
— Não sei, mas a estrutura que ele meche, é de por medo em
grandes empresários, não em pequenos, e não entendi ainda a posição
conservadora dos meios de comunicação local. – Plinio.
— Eles apoiam sempre algo mais a esquerda, eles dizem querer
sistemas mais liberais, mas eles preferem depender de um estado e

207
receber os volumes de propaganda dele, do que estar em um mercado
realmente livre.
— Acha que o menino diminuiria isto? – Plinio.
— Olha em volta, acho que ele não está pensando pequeno, eles
apenas não entenderam.
Os dois sobem pela lateral da pista que subia, com a saída lateral
de uma linha que vinha da parte baixa, e olham para o canal sendo
escavado e a areia sendo colocada aos dois lados do canal, onde mais a
frente, dois bate estacas iam avançando, definindo a lateral do canal.
— Ele falou em quantas empresas?
— Ele começou falando em 25 empresas no município, hoje ele
tem o pedido de 45 empresas, e considerando que a Rosa’s Hotel é
apenas uma delas.
— E todas dentro desta área?
— 42 delas nesta área que não existia, um projeto industrial
numa cidade litorânea, algo que não pensei possível, até uma criança
vir e conversar.
— E pelo jeito ele vai acelerar?
— Se olhar, são ruas sendo criadas, asfaltadas, estruturadas, jun-
to com o crescer do canal, após a ultima rua, é reserva, não tem nada
além de uma reserva, como ele disse, definir as áreas reais de preser-
vação, erguer estradas, para não interferir na migração natural, ele tem
uma visão diferente da maioria das pessoas, ele acha que pessoas pas-
sando fome, gera mais degradação do que uma indústria sobre uma
área projetada que gera renda e distribuição.
Os quatro vão ao porto e Robert fala.
— O governador não viu isto?
— Não, acho que ele está mais preocupado com seu eleitorado
no norte do estado, não entendi como ele pode não ter visto.
Os quatro caminham no porto, ainda sem nenhum guindaste,
mas os barracões ao fundo estavam sendo construídos, assim como um
para a direção do porto.
O prefeito de Matinhos olha para o vice e pergunta.
— Pronto para assumir a bagunça Paulinho?
— Acha que vale o esforço prefeito?
— Acho que pode valer algo a mais, estamos falando em lhe lan-
çar em um segundo mandato em dois anos Paulinho.
— Acha que eles compram sua ideia finalmente?

208
— Bem mais complexo, mas estou por perto e se a oposição pe-
gar pesado, não esquece, estou a uma ligação.
— E vamos fazer o que prefeito?
— Transformar o projeto em redondo, ajeitar leis para que as
coisas se mantenham, e começar a fase dois do projeto, assim que as
ruas estiverem prontas.
— Fase dois?
— Sim, mas calma, parte é para o ano seguinte.
— E acha que devo manter os acordos prefeito.
— Sim, estamos caminhando para uma independência financeira
e politica do litoral, com poder de negociação, isto que está em jogo.
— Certo, mas pelo jeito quer voar longe.
O prefeito respira fundo e fala.
— Uma coligação, quer me lançar a governador Paulinho, posso
não me eleger, mas se der certo, é o crescimento do partido, de toda a
região, politicamente falando.
— E se der, estaria onde nunca pensou estar.
— Sim, seria um senhor salto.
O prefeito começa a passar os prospectos de crescimento dos
próximos dois anos, e o vice prefeito viu que seria ainda uma revolução
atrás da outra.
— E tudo isto em meses?
— Um projeto para 4 anos, mas que pode nos facilitar a vida nos
demais anos.
— Certo, mas aqui fala instalação de 12 industrias.
— Sim, mas isto é para o ano que vem, se der resultado a eleição
Paulinho.
— Estão falando em gerar quanto em indústria?
— Quatro vezes o IPTU, em IPI.
— Uma forma de manter a cidade linda, seria isto?
— Sim, não temos como gerar uma cidade boa, se ficamos sem-
pre dependendo de contribuintes que só lembram que tem o imóvel na
época da temporada.
— E vão confirmar quando isto?
— Tenho medo ainda de uma mudança de ultima hora, mas as
ligações dizem que existe a possibilidade de que aconteça, se aconte-
cer, se prepara para assumir Paulinho.

209
O rapaz sorriu, ele estava prestes a virar o prefeito, e pelo jeito
em meio a maior mudança que a cidade já teve.
Pedro olha a porta e olha aqueles olhos olhando-o.
— Perdida?
— Não parece estar sofrendo.
— Minha cara de sofrendo e sorrindo, segundo alguns, é muito
semelhante. – Pedro olhando Rita ali, não entendeu, ela não deveria
estar a sua porta.
— E o que pretende com aqueles adultos?
— Enganar meio estado, ou ele inteiro.
— João não entendeu, o pai dele veio falar com você.
— Ele entendeu, mas o que faz aqui ainda Rita, você me chama
de farsa, montam todo aquele vídeo, que pode parecer falso, mas é o
verdadeiro Pedro Rosa, um rapaz que anda como aprendeu a andar,
que come no restaurante popular, que não tem nada em seu nome,
que nem o pai dele lhe leva a serio, que os conhecidos não conhecem,
pois sou apenas um menino que nasceu na Vila Pinto, que correu des-
calço por ruas ruins, então um tênis no pé é algo bom, não preciso de
algo melhor para me sentir bem.
— Acha que alguém vai acreditar em você?
— Eu não deveria ter retornado, mas iria me meter em encrenca
em Curitiba, então voltei, mas quando saí, era para não voltar, mas as
vezes uns velhos me ligam e querem ouvir minhas maluquices, eu ape-
nas falo, eles parecem entender algo que eu não entendo.
Rita sai, Pedro estava tentando entender seus projetos e para na
imagem dela saindo, Carla entra e pergunta.
— O que vamos fazer hoje?
— Não sei ainda Carla, não sei.
— Problemas?
— Sim, e como estão?
— Tentando nos manter longe da confusão do dia.
— Confusão?
— Aqueles amigos da sua irmã são barra pesada.
Pedro sorriu e falou.
— Vou apenas terminar alguns prospectos, passar uns e-mail, e
já vamos agitar algo.
— Pelo jeito pretende fazer mesmo algo?

210
Pedro desconversa e começa a mexer nos prospectos que pedira
sobre São Francisco, novamente teria problemas de implementação,
eles achavam bonito um país pela metade, ele queria um país por intei-
ro, soube que teria de ligar via Joinville a linha férrea para lá, pois a
antiga era bem difícil de usar, teria de novamente entrar com estrutu-
ra. Pedro começa a por aquele quarto porto no prospecto, sabia que
cada vez que somava algo, junto tinha de vir o projeto da cidade, os
investimentos, as implementações, e o que faria manter aquilo.
Novamente ele iria a dois tipos de porto, na verdade três, o de
embarque de grão, o de embarque de grandes formatos, e uma parte
para contêiner, as vezes era uma ideia, as vezes a soma de varias.
O que ele fazia em um local, gerava repercussão no outro, ele
sente o seu celular tocar e atende.
— Pedro Rosa?
— Sim.
— Governador Bruno. – Governador de Santa Catarina.
— Fala governador.
— Estão falando que você está montando uma oposição a mim,
e não entendi, pensei que fosse uma parceria.
— Quem falou isto senhor?
— O governador de seu estado.
— Quando falou com ele senhor, pois tento falar com ele a mais
de 3 meses, ele não quer conversar, quer dizer que nada está aconte-
cendo no litoral, não sei como falar com ele.
— E não está montando uma oposição?
— Senhor, eu estou pensando se quer apoio, pois não falamos
ainda nisto, sei que seu partido tende a gerar esta semana uma reunião
de candidatura, apenas gostaria de falar onde não fosse por telefone.
— Entendo, mas pode me adiantar algo?
— Sim, que no meu estado eu sou oposição, e deve entender, se
eu faço um porto do tamanho que viu em Paranaguá, e o governador
do estado diz não ter visto, como posso levar a serio alguém assim?
— E vai lançar um candidato no seu estado?
— Falando assim governador, me sinto importante.
O senhor sorriu e falou.
— Onde?
— Garuva, daqui a pouco, sabe a região do porto seco?
— Sim.

211
— Se puder estar por lá perto das três, qualquer coisas espero.
— Vou conseguir ir lá, mas não entendi a ideia?
— Senhor, eu quero algo que funcione, não me interessa mudar
estruturas que me apoiam, apenas não gosto de quem aposta em mi-
nha morte e se faz de cego.
— Certo, nos vemos lá.
O assessor olha o governador e pergunta.
— Acha que ele vai levantar uma oposição?
— Acho que é jogo do governador do lado para o prejudicar, e
nos prejudicar, já que ele não foi a inauguração dos maiores portos
inaugurados neste país em uma única leva dos últimos anos.
— E vai conversar com o menino?
— Sim, não tive ainda a oportunidade, sempre aquela coisa de
pessoas que são de maior, mas nitidamente não tem noção das ideias
do menino.
— Acha que dá para o levar a serio?
— Pensa, ele montou com 13 anos, talvez a maior empresa de
transporte do país, não pelo tamanho de frota, mas estamos falando
de algo que quando inaugurar, vai ter 300 locomotivas de alto peso,
mais de quinze mil vagões de carga, mais de 100 navios, mais de 30
aviões, mais de 40 helicópteros, mais um trem rápido ligando Joinville
ao sul de São Paulo.
— Mais os portos.
— Sim, mais os portos, mais um monte de coisas que podem pa-
recer pequenas, mas acho que explica parte dos investimentos do me-
nino.
— Não entendi governador.
— Alguns falam que os aliados do menino, vão construir perto
de 100 industrias, não sei qual o tipo de produção, mas se ele produzir
ele tem de vender, dependendo do tipo de fabrica, produz fácil um
contêiner por dia de funcionamento, mas ele estaria ao lado da estru-
tura, o que lhe garantiria distribuição e entrega, disto que falo.
— Acha que ele vai mesmo produzir coisas?
— Dizem que sim, não sei ainda.
O senhor pediu um voo para Guaratuba, sabia que agora teria
como chegar rápido a região, antes tinha de ir a Joinville, o que lhe
colocava em um monomotor, ele odiava monomotores.

212
Pedro tinha mandado uns papeis para a impressora, estava
grampeando eles quando olha para a porta e vê as gêmeas e pergunta.
— Todos me olhando, sinal que a cidade está chata.
— Quando vemos nosso pai sair impressionado, algo você fez
que ele ficou bem impressionado.
— As minhas chatices, o que mais? – Pedro.
As duas estavam olhando ele diferente e Pedro aproveita que ti-
nha de sair e foge dali, passando pelas duas.
— Cuidem dos pensamentos.
— O que quer dizer com isto?
“Os pensamentos!” – Pedro na mente das duas que se olham e
uma sorri, outra fica vermelha.
Pedro sobe para a cobertura e todos viram o helicóptero parar
ali e Pedro se mandar a oeste.
Pedro chega a obra do porto seco de Garuva e olha para os es-
pectros trabalhando, colocando linhas e sistemas, ele pensa no que
poderia fazer ali, obvio, tudo que ele fizesse, iria transformar aquilo em
visível.
Ele olha o chegar de duas imensas carretas, elas traziam duas
imensas locomotivas, eles ficam ali erguendo aquelas locomotivas e
começam a por no trilho.
Pedro estava olhando os técnicos tirando aquelas locomotivas
das carretas, nem sente o tempo passar, se tocou que tinha passado
quando ouve o helicóptero parando ao fundo.
Caminha até o local e cumprimenta o governador.
— Prazer, Pedro Rosa.
O senhor estica a mão sem jeito e fala.
— A criança que mandam conversar, mas me preocuparam hoje
menino, e não entendi.
Pedro olha o piloto e fala.
— Vamos sobrevoar que lhe explico senhor.
O governador vê o menino dar as coordenadas e fala com o heli-
cóptero subindo.
— Este é um dos portos secos senhor, ele tem capacidade má-
xima para 64 mil contêiner, um sistema de apoio para carga e descarga
dos portos.
Pedro olha o piloto e fala.
— Tem um heliporto no cais do porto de Garuva, nos levaria lá?

213
O governador estranhou, mas viu o rapaz sobrevoar uma área e
o menino falar.
— Estamos instalando as primeiras 20 empresas em Garuva.
O governador viu que estavam ainda levantando os barracões e
terraplanando o terreno.
— A direita, estamos levantando a estrada que levará ao porto,
passando por ele e indo até Itapoá, ela tem dois sentidos altos com
duas pistas por sentido, para carros, dois sentidos baixos para trens,
dois nas extremidades para trens rápidos e abaixo de tudo, duas pistas
para caminhões e carros mais lentos.
O governador olha para aquelas estruturas, nem haviam falado
disto para ele, o helicóptero começa a se aproximar de um grande can-
teiro de obras e o helicóptero desce.
Pedro olha o assessor do governador e fala.
— O que vamos falar aqui ainda é segredo, tudo bem?
O rapaz sacudiu a cabeça positivamente.
Pedro sai e olha para o governador, ele faz sinal para eles irem
no sentido do prédio ao fundo, o senhor viu que era grande o local, e
perguntas.
— Para quantos navios?
— Para 8 de calado máximo de oito mil contêineres.
— Um porto que nem saiba existir, sabia que tinham pedido a
permissão, mas pelo jeito, as obras avançam onde ninguém olha.
— Fica mais fácil senhor, quando os institutos ambientais olham,
eles tem de nos dar os parâmetros que temos de respeitar, não o que
eles nem sabiam como era.
Eles entram em um escritório e Pedro pega o celular, ele não
queria uma guerra de partidos, ele queria todos neste caso.
— Senhor, o problema é que algumas coisas, são inevitáveis,
quando você força um partido em um estado para cima, os do mesmo
partido ao lado, pensam em tentar a mesma coisa.
— Acha que eles vão tentar algo?
— No Paraná, eu estou apenas no apoio, não na estruturação,
pois como meu tamanho diz, eu nem titulo de eleitor tenho.
— E acha que eles podem conseguir apoio?
— Seu estado é diferente do Paraná senhor, aqui eu consigo
apoio sem grande esforço, mas a pergunta, o que o senhor precisa para

214
se reeleger e erguermos toda esta estrutura, não dá tempo de acabar
elas em 10 anos, imagina em 4 meses.
O senhor sorriu.
— E teria como gerar apoio?
— Sim, já que aos poucos tendo ir entrando em seu estado, pois
tenho interesses bem grandes em negócios da região.
— Sabe que devemos estabelecer a semana que vem os apoios,
mas fiquei com medo de gerar um grupo de concorrência.
— Senhor, eu não queria estar tendo de levantar a oposição,
mas eles não me deram opção, eles a cada passo para frente, tem de
me empurrar com força para trás.
— E acha que deveria fazer o que?
— Tenta um acordo, eu não conheço as pessoas de seu estado,
mas se precisar, levanto os dados, eu sempre acho que consigo ter
ideias melhores quando não estamos brigando por trocado.
— E quais os planos para o estado?
Pedro pega a proposta do que o seu candidato no estado ao lado
iria propor, e estica para o senhor.
— Está é a linha de propaganda do nosso candidato ao governo
ao lado senhor.
O senhor pega, passa o olhar por cima, era um senhor plano de
governo e pergunta.
— Vai apoiar isto?
— Eu e todos os empresários sérios do estado senhor.
— E teria planos assim para o estado?
— Sim. – Pedro pega os prospectos que pretendia instalar nos
próximos anos no estado, e alcança para o senhor. – A Rosa’s, vai que-
rer instalar isto nos próximos 4 anos.
O governador olha os prospectos e fala.
— E acha que poderíamos transformar parte disto em prospecto
de campanha?
— Acredito que sim, mas deixar claro, vamos tentar algo grande
no estado ao lado, mas como digo, não entendo de politica, e se todos
os prospectos derem certo, podemos ter maioria absoluta na câmera
dos deputados do estado, atrás disto que corremos, um governo que
possa tocar 4 anos tranquilos.
— E apoiaria algo semelhante aqui?

215
— Meu problema governador, é que eu sozinho, não tenho re-
cursos para eleger nem um governador, imagina dois.
O governador olha em volta e pergunta.
— Tem certeza que não tem?
Pedro sorri com aquela cara de dor e fala.
— Senhor, se quer apoio temos de falar sobre isto, a ideia do es-
tado ainda não sei qual é, mas se quer, começo a pensar nisto, é que
estou tendo de pensar em muitas coisas, as vezes acho muita preten-
são minha.
— E qual a ideia que acharia boa.
— Senhor, o PP não tem forças no estado ao lado, acredito que
desse para trazer a aliança, o PSDB, o Democrata e o PL, somando estes
4 partidos, teríamos mais da metade do tempo de propaganda, mas o
principal, teria de pensa em dois candidatos a Senado, e como eles
estavam falando no Paraná, erguer não um nome forte, mas 36 nomes
fortes por partido, e todos lá se perguntam, porque?
— Não é muita concorrência?
— Senhor, a concorrência entre vocês, aliados, pode gerar mais
candidatos eleitos, os demais não entendem que politica se faz de
acordos, mas acordos que nos permitam agir e evoluir.
— E lá vão tentar algo assim?
— Lá eu não posso contar com o PSDB senhor, eles tem candida-
to, e um deles, o atual governador ao senado, tentando atropelar todos
os que podem o ameaçar.
— Acha que ele não se elege?
— Acho difícil ele não se eleger senhor, ele fez um governo me-
diano, e não existe um segundo nome forte ao Senado.
— Ele parece preocupado com a posição de alguns.
— Ele sacaneou tanto os prefeitos que não eram do partido, que
agora ele ficou tenso.
— Dizem que ele vai fazer uma reunião no palácio, amanha, sa-
beria o que ele vai fazer? – O governador testando o que o menino
entendia de politica.
— Senhor, ele é previsível, ele vai tentar esvaziar a reunião no li-
toral, mas ele está olhando apenas o prefeito do partido dele no litoral,
ignorando que ninguém está falando em Litoral, estamos falando em
Estado.
— E acha que teríamos como erguer nomes assim?

216
— Quer que influencie senhor? – Pedro encarando o senhor.
O governador olhava o celular na mão do menino e fala.
— E teria como?
— Sempre tem.
— Sabe que fala bem para teu tamanho?
— Sou uma criança aprendendo senhor, mas pensa em quem
quer apoio, eu sempre digo, organizando, para levantar 36 candidatos
por partido, fortes, tem de correr até terça senhor.
— Certo, vou começar a ligar, a organizar, acha que onde seria
um bom lugar para fazer esta reunião? Aqui?
— Não, Joinville.
— Não entendi.
Pedro olha o senhor e fala.
— Lhe mostro.
O governador estranhou, mas se levanta, conhecia o prefeito de
Joinville, do seu partido, mas vê o menino pegar o celular e falar.
— Tudo bem prefeito?
O prefeito pensa, antes de responder, aquela voz quase infantil
o remetia ao menino.
— Fala menino?
— Ocupado hoje?
— Tem gente me ligando de todo lado.
— Daria para conversar no que vai ser o cais do porto de Joinville
em meia hora?
— Falar sobre o que?
— Ser candidato ao Senado.
— Está falando serio?
— Sim, me encontra lá em meia hora.
Pedro desliga e liga para o prefeito de Itapoá, Garuva, São Fran-
cisco do Sul, Araguari, Jaraguá do Sul, São João do Itaperiú, Schoeder,
Barra Velha, Guaramirim, Massaranduba, Barra do Sul, Luiz Alves, Ja-
guará do Sul, São Bento do Sul, Campo Alegre, Piçarras e Penha.
Pedro queria mais gente lá, mas não conhecia tanta gente assim,
estava ainda entrando no estado, então para ele, aquela região ele
tinha algo, algumas não tinha nada.
Ele levanta e fala.
— Vamos lá, e tento ajudar senhor.
— E já conhece estes prefeitos?

217
— A maioria nunca me viu senhor, eles sabem que tem uma cri-
ança do lado de cá, mas nunca me viram.
Eles voltam ao helicóptero e quando este se ergue o governador
olha aquela imensa obra sobre a baia a frente e fica a olhar.
— Na altura de Joinville, vamos transpor uma ponte entre Join-
ville e a Vila da Gloria, as bases estão erguidas, mas como uma ponte
pênsil, com dois andares, um para os carros e um para os trens, é algo a
ser bem estruturado.
— E toda a estrutura após?
— O que chamamos de porto de Joinville, sobre parte do mar e
parte sobre a Ilha da Vaca e Ilha dos Espinheiros.
— Qual o tamanho disto?
— Cais para 12 navios ao mesmo tempo.
— E todas aquelas propostas são para este mandato?
— Sim, mas seu afastamento será apenas em uma semana, en-
tão vai ainda inaugurar Garuva, a pedra fundamental de outros 4 por-
tos e uma ampliação, mais a ideia da ponte e das ferrovias, com apoio
da iniciativa privada.
— Usar como marketing?
— Sim, para não parecer o que vai aparentar no estado ao lado,
que não sabia das obras senhor.
— Certo.
O senhor parou na imagem daquele imenso prédio, a frente olha
para o lado e fala.
— Que prédio é este?
— O prédio da administração do sistema portuário, que somará
5 portos, inaugurado pelo senhor no dia seguinte a anunciarem sua
candidatura a reeleição, como uma empresa estatal, que controla o
fluxo de entrada e saída dos portos de Garuva, Itapoá, Joinville, Ara-
quari e São Francisco do Sul.
— Um prédio lindo?
— Sim, nesta lateral do porto, é para pelo menos dois transa-
tlânticos de turismo senhor.
— Algo para somar na imagem da cidade, seria isto?
— Sim, algo que se olhe no mundo e saiba, estamos no Brasil,
Joinville, Santa Catarina.
— Disto que eles falam de você menino, ideias que marcam, mas
porque acha que o prefeito seria um bom candidato.

218
— Conhecido, aceitação em 70%, vamos entregar a reestrutura-
ção de 10 bairros até a eleição, comanda a cidade que terá o maior
sistema de controle portuário do sul do país, 48 navios de grande porte
ao mesmo tempo em cais sendo carregados e descarregados senhor, a
capacidade de carregar 48 navios em 48 horas, mais 12 de entrada e
saída, seria como se pudesse trabalhar 48 navios a cada 60 horas, isto
dá um fluxo máximo, de sete mil navios ano, isto é mais do que se pro-
duz no estado hoje senhor para exportação, um projeto para alavancar
o estado por 10 anos no mínimo.
— Certo, algo para nos preparar ao futuro, não para apenas o
hoje, está pensando em um fluxo imenso de carga.
— Sim, e como falo, sou apenas um dos empresários que deve
ganhar dinheiro com isto, estrutura barata em si, atrai investimentos
externos, mas eu quero crescimento interno, não quero gente de fora
vindo e ganhando fortunas, e quando acham que terão o mínimo de
risco, tiram os investimentos daqui, quero poder alimentar, uns 100
bilionários por estado que eu entrar, apenas por lhes dar estrutura de
chegar a isto.
O helicóptero para na cobertura daquele prédio, o governador
desce e olha a estrutura a volta e pergunta.
— Isto terá algo até a semana que vem?
— Vão entregar 12 guindastes completos, a partir de amanha,
vamos priorizar o de Garuva, que dá para montar, não são os maiores,
e 4 neste cais, ao fundo, para com o cais de passageiros conseguir
inaugurar algo já na semana que vem, antes de se afastar.
— Tem parte do estado que vai reclamar.
— Sei disto, mas a proposta é a que está no papel senhor, per-
missões para isto, demoram, recursos, demoram, pelo menos no dis-
curso, o que faz com que obras assim demorem para começar, tem
todo um estudo por trás e não tem como se negar isto.
— Acha que é o caminho, estava estruturando para começar as
obras em potencial.
— Sim, mas ampliação de ferrovias e hidrovias, são a parte inicial
do complexo, ampliação de aeroportos, investimento de empresas de
turismo, seja de cruzeiro, seja de taxi aéreo, seja de hotelaria.
— Está falando da sua parte apenas? – O assessor.
— Sim, eu não comando muita coisa ainda rapaz.

219
Pedro olha para outros helicópteros começarem a se aproximar,
ter uma empresa de taxi aéreo, transformava a vinda de alguns em
rápida, ao fundo se via o veiculo do prefeito da cidade vindo.
Pedro vai ao elevador e descem a entrada.
O governador olha para o prédio ainda sendo acabado, gente
montando estruturas de vidro, ao fundo se via a dragagem de parte,
estavam na parte já preparada, mas tinha a parte ainda que estavam
jogando areia, para compactar.
Os prefeitos foram chegando e o governador sorriu, pois para
quem pensou que o menino estava armando contra, ele estava apenas
esperando a inauguração inicial do projeto da BR 101 no estado ao
lado.
Pedro olha o governador e fala.
— A ideia, sua, não minha, lançar uma boa coligação, forçar o
máximo de deputados estaduais e federais da coligação, levantando os
nomes fortes, para que somem o máximo de votos na coligação possí-
vel, quando falo em indicar o prefeito para Senado, é para ter a chance,
já que serão dois votados, de arrastar ele e mais alguém, não o que
todos indicam, o que seria uma mudança até a nível de senado, para
apoiar as obras do estado, e não esquece senhor, eu sou apenas a es-
truturação desta campanha, não a ideia, não quero eles me seguindo, e
sim, lideres locais.
O assessor olha Pedro.
— Você é um perigo menino, pensei que estava tentando fazer
politica, está lançando o candidato, mas isto muda o fluxo de saídas das
coisas em Joinville, sabe as reclamações?
— Sim, sei todas as reclamações, do outro lado da baia, naquele
terreno em São Francisco, depois da ilha do Mel, tenho um terreno que
entrou em fase de preparação para produção, de mariscos, camarão,
banana, gengibre, goiaba, palmito, e para cada criação, plantação,
construção, um empecilho, mas aqui se consegue, no Paraná vira algo
mais difícil ainda.
O rapaz sorriu, o governador foi falar com o prefeito de Joinville,
os dois ficam a olhar a obra e conversar, outros foram chegando, uma
coisa era falar em obra, outra era estarem em uma imensa obra.
O menino apenas observa ao longe, ele estar ali e ter chamado
eles para ali, estabelecia que ele era a favor do governador, isto que ele
queria deixar claro, pois fofocas são coisas que se enfrenta.

220
Quando eles entraram em reunião, Pedro pega o helicóptero e
volta para Matinhos.
Ele não estava acostumado a falar tanto, sempre tinha a sensa-
ção de que falou de mais, que poderia não dar certo daquela forma, ele
viu o pessoal mais calmo e apenas libera as mentes, ele queria ordem,
mas começava a chegar ao fim da tarde, sobe e olha as gêmeas a porta,
novamente e uma fala.
— Como faz aquilo?
— Aquilo? – Pedro se fazendo de desentendido.
As duas se olham e Pedro chega perto e toca as duas cabeças,
talvez as únicas pessoas mais baixas naquela casa que ele, e elas sen-
tem aquele toque, e Pedro fala em suas mentes.
“Silêncio as vezes é necessário para ouvir, as vezes, uma obriga-
ção, mas as duas tem de entender, eu continuo na posição de apenas
um Pedrinho, nada além disto.”
— Por quê? – As duas quase juntas.
“Sou o que menos tem de parecer, e vocês duas, tem de conter
estes pensamentos, são novas demais para pensar estas coisas.”
— Já crescemos.
“Vão ainda ser maior que eu, mas se comportem!”
As duas olham intrigadas, sentiam aquela paz na mão de Pedro,
estranho, pois sempre diziam não procurar paz, Fanes e paz para mui-
tos deles, não é parte interna, algo a descobrir, mas as duas sorriram, e
sentiram Pedro tirar as mãos e fala.
— Melhor irem para casa, não queremos gente falando demais,
ou queremos?
— Porque não? – Jeniffer com um ar malicioso.
— Acho que não entenderam, se for acontecer, não vai ser antes
da hora, nunca antes da hora.
As duas se olham, pareciam se entender com olhares, e saem
pela porta.
Pedro toma um banho, estava quente, ele parecia ainda querer
achar algo que não conseguiu, um equilíbrio, ele pensou em mil coisas
para o sábado e estava na politica, e parecia obvio que ele teria pro-
blemas em São Paulo também.
Se veste e desce, olha as amigas de sua irmã já entornando to-
das, aquilo não era vida, nem festa, ele achava chato, abraça Carla e
pergunta.

221
— Onde vamos nos esconder?
— Pensei que iria para a festa. – Carla.
— Ainda não acabou o dia, mas eu recomendava pegar as meni-
nas e retornar ao hotel, eu chego lá no máximo em duas horas.
— E o que faremos?
— Show depois da janta e luau em algum lugar.
— Certo, vai onde?
— Garantir a confusão.
— Você parece longe.
— Políticos são chatos.
Carla sorriu e viu Pedro sair de carro elétrico, ele não falou onde
ia, Rita fica a olhar ele sair e olha para Caroline.
— Onde ele foi? – Rita.
— Não lhe entendo, ele está por perto, quer ele longe, ele se
afasta fica perguntando dele.
— Este João é chato quando ele está longe.
— Escolhas da vida.
Rita olha João se entrosando com a bagunça, estavam de carona
com ele, o irmão de Jonathan e um rapaz que ela não conhecia, então
estava esperando alguém dizer, vamos embora, ou algo assim.
Pedro evitava ir ao hotel que emprestou para a novela, pois evi-
tava parecer que estava controlando, então passou direto e foi a pre-
feitura, não sabia se o prefeito entendeu tudo, mas como ele o chamou
lá, sinal que precisava de algo.
Pedro sempre tentava não pensar nos problemas, pois ficaria
apenas neles, então chega a prefeitura pensando no que o prefeito
queria, e olha aquele senhor na entrada, quando ele o barrou, olhou
em volta, ninguém para o por para dentro, ele tenta ligar para o prefei-
to e ninguém o atendeu.
Ele tenta que alguém passe a mensagem que ele estava ali,
mas o segurança o ignorava totalmente o colocando para longe, ele
pensa no problema e toca o peito, passa pelo senhor e sobe, entra na
peça e olha para o prefeito e o governador, os dois pareciam tensos, e
algo estava errado, olha em volta, ninguém do apoio ao prefeito, o vice
prefeito ao fundo, sorrindo, e sempre pensando no problema, ele olha
o celular do prefeito desligado, a mesa do vice, pega ele, liga, põem na
mesa do prefeito e fica na sobre sala, toca o peito e disca paras o pre-
feito.

222
— Boa tarde prefeito.
— Não vem menino?
— A segurança a porta não me deixa entrar, se não queria que
viesse, não tivesse ligado.
Ele olha em volta e olha o governador.
— Ordem para barrar todos governador?
— Vai me culpar pela ausência do menino?
— Porque ele faria isto governador? – Pedro saindo as costas do
senhor.
O governador olha para a porta, e Pedro fala.
— Não é homem de assumir as merdas governador, eu estava
em casa dormindo, pois não estou legal, me ligam e me barram, o que
está acontecendo? – Pedro olhando o prefeito.
— Ele entrou e disse que queria falar e está ai a dizer que você
não é alguém de confiança.
Pedro talvez cansado, talvez encenando, talvez um misto dos
dois, olha desaminado para o prefeito e fala.
— O que eu tenho haver com isto? Eu sou a criança do projeto
prefeito, o que eu tenho haver com isto?
— O governador veio dizer que vai caçar todas as obras, que vai
nos parar, pois não vamos o atrapalhar em sua linha de eleição a sena-
dor.
— Ele falou com estas palavras prefeito?
— Sim.
— Então teremos duas vagas abertas ao senado quando colo-
carmos isto na campanha, deixa ele fechar, você se elege e leva mais
alguém, pois uma declaração destas no horário politico, tudo que ele
falar perde sentido.
O governador olha as câmeras e fala gritado.
— Acha que acaba com minha campanha?
— Se insistir em ameaçar senhor, eu entrego antes da conven-
ção a gravação a seu partido, e nem candidato vai ser, duvido que a
estrutura do PSDB seja suicida, está ameaçando, parando, gritando,
intervindo em uma prefeitura com sua segurança, não entendo porque
está nos facilitando a vida assim, mas agradeço.
Pedro olha Paulinho e fala.
— E se temos cobras dentro de casa prefeito, tiramos o veneno
delas antes de as soltar novamente.

223
Paulinho olha para o menino, não entendeu por onde ele en-
trou, mas era obvio, ficou claro ao menino que ele estava de acordo
com aquilo.
— Sabe que isto gera um problema.
— Prefeito, o governador nem sabe que não sairá ao senado, ele
não acredita nisto, ele acha que entendeu o problema, mas porque me
ligou prefeito?
— Estava pensando em trocar uma ideia, dai o governador en-
trou, começou falar coisas sobre cada intervenção sobre as obras que
fizemos e que não deixaria eu crescer.
— Foram amantes, para ele lhe odiar tanto? – Pedro.
O prefeito sorriu, o menino falava sem pensar, nada politico,
olha o governador e fala.
— Ele é da cidade.
— E pelo jeito o ódio é pessoal, pois alguém se suicidar politica-
mente apenas para acabar com outro, parece ódio, não teriam como
resolver isto, parecem adultos.
A frase foi olhando o governador, que olha o menino, ele não
queria paz, mas não entendera, o menino escolhera alguém que ele
odiava para jogar para cima, porque tinha de ser logo o prefeito Fabia-
no Silva, e no fim, parecia que o menino insistia em não morrer.
O governador olha para o menino e fala.
— Acha que não paro esta sua armação?
— Minha armação? – Pedro querendo saber qual delas.
— Esta coisa de apoiar este ser ai. – Fala se referindo ao prefei-
to.
— Governador, podemos conversar, até hoje, só nos atacamos,
só nos desentendemos, e parece que continuamos nisto, eu relevei sua
aposta, relevei as armações, relevei a infantilidade, pois eu não apoiei
apenas o prefeito Silva, eu apoiei pelo menos 6 prefeitos no Paraná,
outros 18 em Santa Catarina, 5 em São Paulo, mas as infantilidades
parecem ainda estar correndo, e não tenho paciência de ficar brincan-
do de pega, acho que por ser pequeno, nunca me dei bem nisto.
— Os demais não me preocupo, mas este vou parar.
— Então governador, o que está esperando, pois semana que
vem, vai ter de parar o Paulinho, pois o prefeito estará afastado para
concorrer na próxima eleição, você não está pegando pesado com o
prefeito, está pegando pesado com as minhas empresas, que nem em

224
meu nome estão, mas é contra elas que está pegando pesado, se odeia
o prefeito, ele não vai ficar aqui muito tempo, então não entendo.
— Amigo do meu inimigo, é meu inimigo.
— Não senhor, você jogou Cecílio pela janela porque não sabe
pensar, agora está me jogando na oposição, não porque eu quero estar
lá, e sim porque me quer prejudicar, referente a aposta em Curitiba,
desculpa, o dinheiro virou pó, em um cassino, depois sal em um prédio,
ninguém vai receber. – Pedro tentando entender o problema, mas
parecia irracional aquela posição do governador.
— Outro que se bandeou para o seu lado.
— Então o ódio não é apenas do prefeito, o que o traste do meu
pai fez senhor, pois aquilo, não me representa e não entendo descon-
tar em mim o que meu pai fez, pois é nítido que é pessoal, mas eu ain-
da não entendi o problema.
— Boa coisa daquilo não sairia, e não adianta tentar entender,
você não vai me ter como aliado.
— Estou tentando manter a coisa no plausível governador, me
acusa até de eventos que não tenho culpa, mas estou tentando manter
a lógica e cortesia, mas não entendo ainda o ódio de tudo.
Pedro olha para o governador, ele era um Fanes, e os Fanes não
estavam o apoiando.
Pedro olha a aura do senhor e fala.
— Nem raiva é, mas tudo bem governador, eu coloco alguém a
parede, pois não posso ser culpado por algo, que não aconteceu, nem o
prefeito sabe disto.
— Acha que entendeu algo, não entende o que posso fazer.
— Acho que não entendeu governador, eu não sou um inimigo,
eu não tenho inimigos, eles tropeçam, eles se matam, não entendo,
eles fogem para longe, mas eu sempre tento entender, e talvez tenha
de olhar alguém que diante de mim fala que não tem nada contra mim,
mas que nitidamente, influencia duas pessoas a me ferrarem, mas isto
é apenas amostra de quanto ela pode estar em um corpo grande, mas
é a mesma criança.
O prefeito não estava entendendo a conversa.
— E acha que não vou atrapalhar você apenas por palavras sem
sentido para mim?
— Não, como alguns dizem, ano que vem tenho uma viagem
marcada para a Califórnia, se me confirmarem a proposta, talvez não

225
volte, talvez volte, apenas para lhe perturbar, mas – Pedro olha para o
prefeito – algo que ele possa ouvir?
— Não.
— Então quando ele for me liga.
Pedro sai pela porta e o governador olha o prefeito e fala.
— Se ele acha que vou os deixar em paz, ele não me conhece.
— Não o conhece, ele vai por o pai na parede, se acha que ele
tem medo de você, não o viu como eu vi, como se estivesse procuran-
do um caminho, eu estava apenas aqui, sou apenas o prefeito do pri-
meiro município, não do todo, e é bom os amigos saberem que está
indo contra as obras na nossa cidade natal apenas porque quer ser
contra.
— Se achando, é apenas o prefeito deste fim de mundo.
— Nossa origem nunca é fim de mundo, é o inicio.
O governador saiu e o prefeito olha o vice prefeito e pensa no
que estava acontecendo e fala.
— Vai fazer servicinho para o governador Paulinho?
— Ele tem todo um conjunto de armas e um favor a um amigo
de infância não se nega.
— Mesmo algo contra a sua cidade natal Paulinho?
— Tem de ver que não tem chance, ele entende disto mais que
você, sabe o quanto está perdido nisto, lhe conheço Silva.
O prefeito olha para o vice prefeito e pensa se iria dar certo, os a
volta não acreditavam.
O governador olha as ruas e olha para o segurança.
— Como ele entrou?
— Não vimos senhor, ele poderia já estar para dentro, esperan-
do e ouvindo as coisas.
O senhor olha em volta e olha o helicóptero ao fundo e fala.
— Vamos, não sei o que viram neste lugar, para mim é a mesma
cidade apenas fantasiada de primeiro mundo.
O governador entra no helicóptero ao fundo e sai no sentido da
capital.
O vice governador em Curitiba olha os dados e os prospectos e
pensa de que lado estaria, a proposta era boa, mas teria de conversar
com o governador, mas a pergunta, quando?
O governador chega e ele pede para falar com ele, que diz não
ter tempo, que estava com compromissos no norte do estado, ele mal

226
parou ali e saiu no sentido norte, mas antes, pediu para a secretaria
marcar com 3 prefeitos do litoral ali, ao meio dia, do dia seguinte, e
fizesse hora que ele chegaria perto das três, problemas de teto em
Londrina.
O vice tentou, ligou para os prefeitos, e soube que eles não teri-
am como vir mesmo, eles não abriram o jogo.
Pedro chega a praia, olha a estatua e olha as pessoas passeando,
fotografando, brincando, praia era diversão para muitos, para ele,
sempre teve uma conotação diferente, quase uma dor de não ter um
caminho.
Pedro senta-se a beira da praia a observar, começava a anoite-
cer, começava a bagunça geral a volta, gente que nitidamente desceu
de carro no fim do dia, bebendo e que iriam pegar a estrada, ele teria
de pensar nisto, pois era um dos problemas, irresponsabilidade trans-
formando boas ideias em péssimas.
Pedro olha para alguém sentar ao lado, não olhou, ele não enca-
rava as pessoas normalmente.
— Não parece feliz.
Pedro olha Marilia parada ali e pergunta.
— Perdida aqui?
— Tentando achar um menino por ai, um tal de Pedro Rosa.
— Odeio ter de discutir politica, eu não entendo disto para dis-
cutir, e nitidamente, escolhi um candidato que eu pudesse manipular,
mas esqueci de um dado, candidatos manipuláveis, são os mais frágeis
em uma eleição.
— Pensando em politica, pensei que estava curtindo.
— Dizem que quando estou triste, não faço careta, sei lá, terei
de olhar as imagens que os demais fazem de mim, para entender o que
eles querem dizer.
— E pensava em quem além da politica?
— Eu tenho de pensar nos problemas da semana, sei que terei
de ir ao sul de São Paulo ainda, e não tenho ideia de como serei recebi-
do, as vezes esqueço que sou uma criança ainda para me preocupar
com isto.
Ela passa o braço no de Pedro e fala.
— Não passou no hotel?
— Tento não ser confundido, eu lá pareceria que estava obser-
vando os demais, controlando o que disse que não o faria.

227
— Eles não pensariam isto.
Pedro a toca a mão, sente os seus pensamentos e fica a olhar
para ela, sem ela entender e pergunta quase sem pretensão, como se
querendo saber mesmo.
— Seria sincera comigo Marilia?
— O que quer saber?
— O que tem com aquele senhor, Magalhães.
— Ele falou algo?
— Não perguntei o que ele falou Marilia?
— Ele diz para não falar aquilo para ninguém.
— Imposição para estar ali? – Pedro a olhando, não era uma co-
brança, mas a menina pensou em ser.
— Não quero falar disto, tem de entender, eu não quero voltar a
morar na Rocinha.
— Não falei para lhe tirar dali, e sim para entender, o que quer
Marilia, eu não sou santo, mas não entendo ainda estas coisas.
— E como sabe?
— Complicado de explicar, mas a pergunta não foi uma cobrança
Marilia, já que dificilmente eu conseguiria impor algo daquela forma,
ninguém me levaria a serio.
— E como teria como sair disto?
— Não falei para parar Marilia, a pergunta, ganha mais por aqui-
lo ou apenas ele lhe mantem lá se for a cama dele?
— Ele dá um adendo por estar lá, mas não gosto de falar sobre
isto.
— E porque não falar Marilia, eu não estou cobrando nada, ape-
nas é que estranho algumas coisas, outras, acho quase natural, estra-
nho a diferença, mas a sociedade toda torta a volta, explora meninas
nas favelas, nas vielas, nas novelas, nos programas infantis, e todos se
fazem de cegos, sinal que são usuários.
— E não me namoraria por isto?
— Eu não sou fiel Marilia, pois acho que não sei amar, e isto me
deixa sempre longe, tentando não envolver as pessoas.
— E fala as coisas assim, na lata?
— Não, apenas com quem quero ajudar, as demais, não me im-
porto, e não quer dizer que eu não explore gente que quero ajudar,
mas faz parte de ajudar, me manter para ajudar.
Ela olha sorrindo e pergunta.

228
— Vai me explorar?
— Não sei ainda, você não me falou o quanto ganha a mais por
estar lá.
— Um salario a mais por mês.
— E quanto ganha?
— Não quer saber de mais?
— Quero saber o que sente, o que faz, o que ganha, e dai con-
versamos sobre sentimentos.
— O salario para menores como eu na novela, é 5 salários ofici-
ais. – Estavam em 2011, salario mínimo de 477 reais, nesta realidade,
diziam que outras existia uma variação para cima ou para baixo, se o
dólar estava 2,85, era um salario baixo a nível mundial, baixo a nível
empresas Rosa’s.
— Este é o salario base da Rosa’s, entendo que muitos se aco-
modam nisto, mas a outra parte entra como?
— Em dinheiro, acabamos gastando com besteiras.
— Acabamos? – Pedro estranhando o plural da frase.
— Acho que ele faz isto com todas as 6 meninas da casa.
— Acha?
— Sei que com as amigas, ele faz.
— Certo, ultima pergunta, deixa eu lhe explorar?
— Não entendi.
— Marilia, sei que é teórico, sei apenas de Curitiba, nunca fui a
capital Brasília, ou a cidades como Rio e São Paulo, ainda sou um pirra-
lho do Paraná, mas existem Paquitas que comparecem a cidade apenas
para programas, duas horas, em local escolhido, regras da casa, e elas
recebem por estas duas horas, perto de 6 mil reais.
— Quer me explorar assim?
— Primeiro, se for para ser, tem de ser porque você topou, se-
gundo, montaríamos uma empresa de publicidade, que depositaria
este dinheiro em uma poupança, não quero você torrando e precisan-
do depois de dinheiro.
— Você é maluco.
— Estou dizendo que ninguém precisaria trabalhar 24 dias, 4
apenas por mês, ganhos, na casa dos 24 mil, por 8 horas de serviço,
obvio que sempre requer preparo, as vezes chutar algo depois de raiva,
mas chutar com dinheiro no bolso, é diferente de pensando nas contas
vencidas.

229
Ela olha atravessado para Pedro que fala.
— Mas se não quiser, não tocamos mais nisto, mas é que a ideia
veio como um raio, eu acabo falando.
— Não disse não, deixar claro.
Pedro olha a aura interessada, mas se fazendo de desinteressada
em parte, ela queria algo a mais, e Pedro a olha, esperando ela falar
algo, não sabia o que ela falaria, mas aquela aura arredondada, sensí-
vel, quase sem oposições, o fez esperar ela falar.
— Esta é a sua forma de me afastar?
Pedro a olha e fala.
— Não confunda as coisas Marilia, eu não disse sim, eu não disse
não, apenas não conversamos sobre isto ainda.
— Pelo jeito me investigou?
Pedro estica a mão para ela, ela a segura firme e ouve.
— Tenho meus defeitos, entre eles, não saber dizer não, não sa-
ber dizer sim, se deixar eu vou entrando em sua vida, mas eu não sou
um bom menino, daqueles que namora, que é fiel, que sabe ser român-
tico, sou alguém que fala demais, faz de menos, então as pessoas aca-
bam achando que não estou as dando valor, as vezes, minha cabeça
está no que o governador está aprontando, no ponto que a construção
da BR 101 está, eu acabo sempre me complicando por não conseguir
ficar pensando apenas em uma paixão, por sinal, as vezes acho que não
aprendi a sentir ainda.
— Tinha algo com aquela menina que fez toda aquela armação
para dizer que você era uma farsa?
— Ela me pediu em namoro, por umas semanas, pensei que es-
távamos namorando.
— E pelo jeito ela queria algo diferente.
— Eu assim como tenho problema em amar, eu tenho o mesmo
problema em odiar, então eu as vezes digo que não sei sentir, eu não
odeio nada, e isto não me permite ter noção do que é amar, pois teria
de ser o seu oposto, sei que afirmam que sou terrível, mas ainda fico
pensando em se precisamos odiar para nos posicionar, acho que não.
— E vai namorar comigo?
Pedro a olha, ela queria algo a mais, mas não tinha noção de on-
de estava se metendo, e ouve ele falar.

230
— Tem uma coisa Marilia, nada do que falamos, Magalhães pre-
cisa saber, nada do que falei foi através dele que descobri, então, ape-
nas não comenta nada com ele.
— E aquele outro assunto?
— Primeiro, conversamos isto mais tarde, ou tem algo para fazer
hoje no resto do dia?
— Magalhães quer por alguém no meu pé, não sei, ele parece
ter medo de você.
— Ele teme ter problemas na novela, mas com calma chegamos
lá, mas o que quis dizer com isto?
— Que tenho de voltar lá.
— Me liga, se puder sair. – Pedro.
— Apenas não sendo naquela chatice de ontem.
— As vezes esqueço que as pessoas não sabem se divertir, que
não sou só eu começando nisto.
Marilia dá um beijo em Pedro e fala.
— Lhe ligo.
Pedro olha para ela se afastar, pega o telefone e liga para o 130,
e alerta que os motoristas na altura da estatua, estavam todos dirigin-
do e bêbados.
Pedro se afasta, isto gerava multas, eles poderiam o xingar, mas
bêbados não deveriam dirigir nas estradas a noite.
Pedro começa a voltar, e chega ao prédio, viu sua irmã olhar pa-
ra ele e falar.
— Vai me gelar?
— Não entendi estas festas que vocês fazem, muita provocação,
muita bebida, mas chega ao ponto de ser chato.
— Não entende disto mesmo. – Renata.
— Eu vou marcar algo com as meninas lá encima, depois quero ir
a um luau a noite na Prainha, mas hoje estou ainda montando uma
forma de ganhar dinheiro.
— Não para de pensar em ganhar dinheiro?
— Não, pois não é mais meu salario que importa mana, e sim
dos que me cercam, se todos estiverem ganhando bem, tudo melhora
em volta.
— E que horas estará lá?

231
— Não depende de mim, depende de 3 fatores, que não domi-
no, não fiz questão de dominar, mas com certeza Plinio lhe arrasta para
lá na hora.
Pedro confirma que subiria e vai ao quarto, ele olha as meninas
se preparando e olha Carla o olhar com malicia.
— Tem de entender que hoje você é meu.
— E como fizeram, tiraram no par ou impar? – Pedro.
— Elas parecem aceitar que tome as rédeas.
— Não sou um cavalo para se levar a rédeas Carla, por sinal,
mesmo que fosse, não é uma boa ideia hoje.
Guta sai do seu quarto e olha Carla.
— Ele vai querer todas hoje pelo jeito.
Pedro sorriu e perguntou.
— Sempre lembro que as vezes quero isto, e acabo sozinho, pois
todas se ajeitaram, então vamos fazer um acordo, nada de obrigações,
pois é chato ter de mudar os planos no meio. – Pedro.
— E porque mudaria os planos?
— Eu propus algo a uma menina que já faz programas para ga-
rantir o emprego, que poderia ganhar um pouco mais criando algo que
ela ganhasse um dinheiro extra.
— E está pensando em ser o gigolô dela?
— Gigolô parece algo terrível, empresário de escapadinhas ren-
táveis dela.
— E vai oferecer isto apenas a ela? – Carla.
— Carla, se terminar aquela coleção, 10% da coleção estará na
sua conta, para que vai querer ganhar trocado, pois aquilo vai lhe ga-
rantir assim como a mim, os milhões de dólares na conta.
Carla sorriu e fala.
— Certo, você me colocou em algo para ganhar, agora está colo-
cando a outra em algo a ganhar, mas não entendo sua ideia?
— Todos tendo renda, geram coisas que não prevejo, quando
temos de pagar tudo, sabemos de cara o limites da festa e das coisas,
quero vocês independentes para prover surpresas. – Pedro.
— E para nós, não proporia isto? – Silvia.
— Não sei quem vai querer fazer isto, apenas sei que Carla vai
ganhar bem com algo que já combinamos, mas nunca entendi o termo
vida fácil, me parece algo bem desagradável.
— Acho que pior que a primeira vez, não tem como ser. – Silvia.

232
Jessica olha para Pedro.
— Mas quanto geraria isto?
— Meninas, conversamos com calma disto, mas hoje começa-
mos com o show, a janta, e vamos a um luau, mas sem ter de fazer
nada hoje, apenas chegar, me divertir, tentar me soltar, talvez não
consiga, mas com calma vou tentar por as peças no lugar.
— Mas não tem ideia de quanto?
— Vamos ter de conversar sobre isto, pois ouvi umas ideias ma-
lucas a mente, onde meninas em programas e publicidades, tem um
valor maior, globais também.
— Vai explorar a namorada? – Jessica.
— Se foi um convite ao namoro, tô dentro. – Pedro a olhando
sério, ela sorri e fala.
— Tentando se soltar, isto é bom. – Jessica.
Silvia olha Pedro ir ao quarto, ligar o chuveiro, ele tomaria um
banho, ele foi rápido e quando sai as meninas estavam prontas.
Descem, jantam e veem o show do Blindagem, Pedro pede um
taxi, e vão a região da Prainha.
Pedro olha para o telefone e atende enquanto as meninas iam
ao agito, com bandas de Rock, com uma fogueira ao fundo, o nome da
festa era “Independência ou Morte”, e tinha a figura em cera de políti-
cos sobre as 4 fogueiras.
Pedro atende o telefone e marca com Marilia, ela viria acompa-
nhada, teria de se inteirar dos personagens e atores globais, mas não
parara ainda para pensar nisto, uma ideia boba que poderia gerar di-
nheiro, para as meninas, ele não parecia se preocupar com o que elas
passariam.
Pedro passa uma mensagem para João, um endereço apenas, se
viriam ele não sabia.
Pedro olha Carla e as meninas dançando ao longe, obvio, sempre
tem os gaviões de plantão, o que facilitava a vida de Pedro.
As meninas se divertiam, Pedro compra um refrigerante, olhava
a bagunça, era perto da meia noite, e eles colocam fogo no primeiro
boneco, alguém que Pedro nem tinha noção de quem era, mas ele não
promovera a festa, estava apenas ao longe.
Ele estava olhando quando sente alguém o abraçar e ouve.
— Temos de conversar sobre aquela ideia. – Marilia.
Pedro se vira, a beija e fala.

233
— Ideia?
Marilia sorri e fala.
— Sabe que quando penso que vai me beijar, fala de coisas que
não esperava, quando espero que fale de ideias, me beija.
— Acho que podemos conversar você me explicando o que gos-
ta, como gosta, pois a noite é uma criança.
— Estas são minhas amigas – Marilia afastando o corpo – Sabri-
na já viu, Roseane, Mirian e Paula.
Pedro as mede e fala.
— Isto vai virar uma conversa interessante.
— Safado, estou falando serio.
— Eu estou na parte tentar relaxar.
— Mas...
— Quer conversar? Agora?
— Sim.
Pedro olha para o segurança ao fundo e olha que era um espec-
tro, ele faz sinal para andarem e chega a uma das construções na forma
de um foguete, faz sinal para o segurança e fala.
— Vamos usar a sala alta.
Ele apenas abriu para elas entrarem e Marilia fala.
— Manda aqui?
As outras sobem, era obvio que os demais não teriam acesso
aquilo, eles sobem e chegam a parte alta, Pedro ligar os comandos e
elas viram todas as câmeras da praia, e controle e ele fala.
— Na central, mesmo sem ter alguém aqui, fica registrado para
casos de roubos, assaltos, exageros.
— E pode ter acesso? – Sabrina.
— Eu construí tudo isto, mas o que querem falar? – Pedro.
— Marilia veio com uma ideia maluca, e queríamos saber, se é
serio isto? – Mirian.
— Isto?
— Que tem gente que paga para programas o valor que ela fa-
lou. – Mirian.
— Sempre digo que as coisas parecem acelerar, quando falo,
mas sim, existem preços maiores e menores, quem está se oferecendo
todo dia, tem preços menores, mas é um mercado pequeno, mas que
pode gerar isto, mas estávamos conversando ainda sobre a possibilida-
de, isto se fala com calma.

234
— Mas parece irreal este valor. – Mirian.
— Mirian, está é a sua parte do acordo, não o que eles vão pa-
gar, pois isto se oferece um lugar, que tem de ser discreto, ser dinâmi-
co e que não ficará registrado que alguém esteve lá, mas embora pare-
ça algo com valor absurdo, tem de considerar que o ano tem 52 sema-
nas, então um encontro por semana, não gera mais que isto ao ano, e o
Brasil tem muito mais de 52 pessoas que podem pagar isto.
A menina sorriu.
— E aceitaria nós nisto? – Mirian.
— Terei de falar com minha namorada, para ver se faço uma se-
leção caprichada.
Mirian olha Marilia e fala.
— Acha que teria mesmo este publico, pois quanto isto geraria
por ano?
— Tem de considerar que isto não é para uma vida, é para ga-
nhar um dinheiro para começar a vida. – Pedro – Mas um programa por
semana, por 52 semanas, é mais de 300 mil ao ano.
— E vai pagar isto legalmente para nós?
— Por prestação de serviço para uma empresa de marketing, pa-
ra que seja algo legal, pois não temos como pagar algo, e um pai ou
mãe olhar os valores e pararem quem quer ganhar.
— E como vai selecionar? – Sabrina.
— Não sei quem quer, não sei se sabem, que isto não se sai fa-
lando assim – os olhos foram para Marilia – tem de conter a conversar,
não pode vazar isto, vira uma arapuca.
— E acha que começamos quando? – Uma menina ao fundo,
Paula, Pedro a olha e fala.
— Preciso organizar esta coisa, mas inicialmente, vou reformar
aquela casa ali atrás do Motel Rosa, tenho de ver quanto custa trazer
os senhores para cá, a vantagem daquele lugar, é que você consegue
ter acesso pelo próprio hotel, pela parte que não usam, depois mostro
por onde, mas é algo que precisaria de uns dias para criar, a ideia co-
meçou hoje, tem de ver que nem tive tempo ainda.
— E acha que é aplicável? – Sabrina.
— Sim, mas obvio, tenho de montar algo, estruturar, e todas
tem de saber, nem sempre é agradável.
— Não sabe o quanto não é agradável menino. – Roseane.
Pedro as olha e fala.

235
— Mas vieram para a festa ou apenas para confirmar se existia a
ideia?
— Minha duvida é referente como conseguiríamos licença para
sair de lá. – Mirian.
— Isto eu converso com a direção do canal, uma pareceria entre
uma empresa de publicidade, e eles.
— E acha que eles liberam em horários iguais ou diferentes?
— Meninas, eu comecei esta ideia hoje, então tem de ter calma,
sei que temos o lugar momentâneo aqui, quando voltarem ao Rio,
teremos de montar lá um local, então é algo inicial nesta cidade, algo
que vamos colocando em funcionamento de acordo com as próprias
novelas, e que mesmo com o fim da novela, continua.
— Acha que consegue, você é uma criança. – Paula.
— Tem de entender menina, se colocarmos isto na mão de um
adulto, vira crime hediondo, eu tocando, é apenas contravenção.
— Certo, pensando até no legal?
— Sim, eu odeio a ideia de perder dinheiro que se mostra possí-
vel, e se vocês toparem, vamos ganhar dinheiro.
— E vai querer as vezes tirar a casquinha? – Paula.
— Acho que não entendem, eu vejo isto como um investimento,
e obvio, as vezes alguém vai aparecer ao meu lado, para facilitar o fun-
cionamento, mas eu sorrio da desculpa que vocês vão dar.
— Desculpa?
— Que eu contrato para estarem ali, pois eu não gosto de meni-
nas, está será a versão oficial.
Marilia sorri e fala.
— Não se preocupa com este tipo de propaganda?
— Eu não vivo disto, eu sempre digo, que as vezes, todos os
prospectos, me parecem maluquice, e tenho evitado falar em dinheiro,
pois parece irreal a capacidade disto.
— E vai nos pagar quando nos usar?
— Eu não tenho medo de gastar meninas, mas o assunto não se-
rá apenas prospectos ocultos, cada uma que deixar, vou tornar símbolo
de algum produto, e como símbolo, terá uma campanha publicidade de
uns dos 30 produtos que até agora a Rosa’s produz ou comercializa, a
desculpa não é apenas desculpa, é para ser rentável, mas obvio, não
paga tanto quando o que é oculto.
— Mas isto vai nos gerar mais trabalho. – Sabrina.

236
Pedro a olha, aura de preguiça, sorri e fala.
— O problema Sabrina, hoje você oficialmente ganha dois mil
trezentos e oitenta e cinco reais mês, estra oficial, o dobro, quatro mil
setecentos e setenta reais, a proposta, que vamos tentar implementar,
é acordos extras, um para cada, semanais na casa de 6 mil por menina,
e um fluxo por ser símbolo de um produto, que deve começar por ou-
tros 6 mil mês, então hoje ganha quatro setecentos e setenta, e a pro-
posta, é ganharem 30 mil reais mês a mais, obvio que dará um pouco
mais de trabalho.
Paula sorri e fala.
— Ganhar como estrelas de grande salario?
— Não, ganhar o suficiente para poderem fazer um bom curso
de teatro, de musica, de criação, e alimentarem os seus futuros, o que
se faz hoje, o que se ganha dinheiro hoje, é algo para ficar oculto, mas
que lhes dê a condição de alimentarem um futuro, não destruírem um
futuro, então obvio, as vezes vou ser chato, mas é que não sou de ver
alguém entrar em um buraco e não falar, podem me odiar, pensar que
estou metendo-me onde não devo, mas acho que sou assim, gosto de
meter o bedelho onde não sou chamado.
Pedro olha para as meninas e fala.
— Vamos fazer um circulo.
Ele estica a mão para Sabrina ao lado, ela estica a Paula, do ou-
tro lado Marilia estica a Miriam, que esticam as mãos para Roseane, e
ouvem Pedro falar lentamente.
— Agora é apenas para não se assustarem.
Pedro olha elas e fala.
— Fechem os olhos.
Elas fecham os olhos e sentem uma Paz, elas não conseguem
abrir os olhos, cada uma ali viveu um momento único, Pedro as olhava
atento, tentando entender onde estavam os fracos, as ligações e de-
pois de um tempo que pareceu imenso para elas, segundos para Pedro,
ele fala.
— Podem abrir os olhos?
Elas abrem, elas olham Pedro maliciosamente, Marilia o abraça
por um lado e sente Sabrina abrir os olhos do outro e ouve em seu
ouvido.
— Faz isto com todas?
Pedro não respondeu, olha as meninas, olha Paula e fala.

237
— Tem de alertar Magalhães que fiz uma proposta, mas faz isto
depois que eu ligar para ele.
— Quer pelo jeito resolver isto.
— Se divirtam, a noite ainda está começando.
Sabrina e Marilia ficam, Pedro as induz a uma porta, elas nem
perceberam irem para a casa na região do Motel.
Estavam ali a meia hora, Pedro suado, quando o seu telefone to-
ca.
— Podemos conversar Pedro. – Magalhães.
— Iria lhe ligar amanha, mas se me ligou, quer que vá ai ou mar-
camos em outro lugar.
— Onde?
— Tenho uma casa na região por trás dos Motéis Rosa.
— Em quanto tempo?
— Estou aqui, você que decide Magalhães.
O senhor marca para dentro de meia hora, Pedro se recom-
põem, abre uma porta para a região que estavam, as indica a festa e
fala.
— Não me traiam muito.
Pedro volta a casa, toma um banho, liga para Plinio que ainda
estava a casa, combina com ele e olha Rita ao canto, ela não fora a
festa, estranha.
Magalhães chega e olha para Pedro, olha que um rapaz estava
ao fundo e fala.
— Podemos conversar Pedro.
— Problemas?
— Mães me ligam e fico preocupado.
A frase era uma mentira e Pedro sabia disto pela aura do senhor,
faz sinal para sentarem e vão a mesa, Pedro senta e fala.
— Iria lhe ligar Magalhães, e não sei se tem tempo agora para
uma conversa.
— Sabe o problema de namorar Marilia.
— Magalhães, eu não estou namorando Marilia, ele é bonitinha,
mas é que usando a sinceridade, eu não gosto de meninas, mas quem
eu gosto, tem um sonho politico no estado, ele mais velho que eu, uns
5 anos, e não posso estragar isto na vida dele, então eu vou contratar
alguém para estar ali, não porque queira, e sim, para disfarçar.
— Você é bicha?

238
Pedro sorri e fala.
— Eu tenho minha opção sexual, mas o assunto não era este
Magalhães, já que estou apenas explicando o que Marilia sabe.
— Ela sabe, por isto parecia estar me escondendo algo, entendi
tudo errado.
— Magalhães, eu preciso lançar alguns produtos, e estou crian-
do minha empresa de publicidade, não porque queira, mas porque
terei de lançar produtos sem que vaze a concorrência, e Sergio me
propôs a escolher pessoas, e as usar como símbolo de nossa marca, são
pelo menos 30 produtos, mas não sei se poderia usar uma menina
global para isto, quanto teria de pagar para a Globo referente a isto.
— Pensando em as por em campanhas de publicidade?
— Sim, mas não sei se tem algo contratual que as proíba.
— Estava pensando nisto tudo enquanto falavam em vocês na-
morando?
— Eu ainda não namoro, sou uma criança, não entendo disto,
não do que elas gostam, e já lhe expliquei isto.
— Teria de ver os contratos, não acredito que elas sejam do
quadro definitivo, mas não entendo a ideia.
— Um salario fixo, mês, para elas representarem e fazerem en-
tradas de marketing de certas empresas, temos de marca de chocolate
a de lingerie, de marcas de tênis a marcas de maquiagem, de empresas
de turismo a hotelaria.
— Certo, tem espaço para muitos, e está pensando em Marilia?
— Eu não recebi o prospecto, mas assim como temos espaço pa-
ra pelo menos 8 meninas, temos espaço para 18 adultos, mas ainda
estamos criando as linhas de publicidade, mas só usarei se der para
usar, não é questão de querer, é de poder.
— Entendi, mas quanto pagaria por mês para cada uma delas?
— Não sei ainda a base da publicidade, mas nosso mínimo nas
empresas Rosa, estão em 10 salários, pode chegar a mais que isto.
— Para quantas horas?
— Acredito que não precise de mais de 4 horas semanais para is-
to, mas pode chegar a um dia semanal, não mais que isto.
— Sabe que se tiverem contratos com a Globo, podemos ter
problemas de representação, elas teriam de pagar uma multa para
participar.

239
— Por isto que precisava conversar, não vou prometer algo a
elas, que não seja possível, multas estabelecem que existe algo fora do
contratual, alguns usariam a palavra ilegal, eu por mim acredito que
contratos que prendem, não são os melhores, mas se for o caso, bus-
camos em outras emissoras as representações para o marketing, pois
não as quero prejudicar.
— Não disse que as prejudicaria.
— Multar crianças por contratos que provavelmente foram os
pais que assinaram, é prejudicar senhor, depois usam isto para dar
motivo para afastarem de outros projetos, por isto gostaria de saber a
possibilidade, sei que as vezes, tenho de recuar, mesmo tento as armas
para avançar a mão, mas faz parte de modelar dentro de ideias, ajeitar
as ideias a um projeto, e o projeto as possibilidades.
— Verifico, pensei que estava as tentando as atrair.
— O problema é que falamos uma ideia, troquei uma ideia com
Marilia hoje era perto das 5, ela me cercou na praia, e como um disfar-
ce, as vezes assumimos o mesmo, mas conversando, perguntei se ela
tinha liberdade contratual para ser símbolo de uma marca, ela comen-
tou com aquela mais alto, Paula eu acho que é o nome dela, e parecem
ter vindo com perguntas que ainda não sei responder.
— Estas meninas quando se unem, é um perigo Pedro.
— Eu quando criei esta casa ao fundo dos motéis, diante de um
hotel fazenda, de uma estrutura de hotel como o que estão usando,
parque temático e aquático, foi para criar minha empresa de Publicida-
de, vários ambientes em um, mas é que a criança ainda está correndo.
— Alguns acham que você é uma enganação.
— Eu sempre falo senhor, eu sou, pois eu tenho 13 anos, tenho
tudo que tenho no nome de terceiros, nem minha sexualidade é o que
eles fotografam, eles falam que minha estrutura é grande, mas nada
está em meu nome, e te digo, eu atrai algumas pessoas para perto, elas
em si, cada uma delas, terá problemas de declaração de renda no final
do ano, mas como digo, começo a criar os bilionários do país, ainda
poucos, 4 deles, pretendo me cercar deles, mas ainda, antes de ter
idade, sou apenas a enganação.
— Verifico os contratos, quer que passe uma copia para você,
para estudar isto?
— Se for possível, mas as vezes queria apenas não as prejudicar
tentando ajudar.

240
— Eu tenho medo delas abandonarem o que estão falando, seu
salario seria maior que o atual delas.
— Senhor, nisto eu explico para elas, estar em novelas, as garan-
te estar em destaque e ganhar contratos, fora disto, não valem o sala-
rio que falei.
— Certo, esqueço que você não é de meias palavras, que nos co-
loca o que pensa, as vezes esquecemos que mesmo que você fosse
uma enganação para muitos, seria mais rico que muitos que conhece-
mos, mas as vezes me assusta sua forma de lidar com as coisas menino,
mas verifico as coisas, pode ser que não tenhamos problemas referente
a elas executar serviços extras, talvez o contrato tenha alguma partici-
pação da empresa nos contratos, não usam o nome multa, mas partici-
pação em serviços conseguidos a partir daquele momento.
— Isto que tenho de saber senhor, quanto me custa, se é plausí-
vel este uso, e quanto teria de pagar, eu sei que tudo que apresentar
terá de passar pelos pais, delas, mas é apenas a conversa inicial.
O senhor olha a casa e fala.
— Um lugar próximo, com estrutura de piscina, de cozinha, de
coisas estranhas, agora entendi, é uma casa ficcional, isto que está
falando, salas grandes, para maquiagem, banheiros imensos, tinha
pensado em outra coisa, mas esqueci que as vezes são os olhos que nos
enganam.
— Como disse para Marilia, eu ainda sou mais o das ideias, os
demais colocam isto em pratica, mas é que ainda estou as tendo, não
apenas discursando sobre isto.
Magalhães sai com a aura melhor, e Pedro olha Rita olhar para
ele, chega perto e pergunta.
— Não foi a festa?
— Não sabe que quero distancia de você pirralho?
— Sei, apenas perguntando, se quer, consigo um helicóptero e
lhe deixa em casa, não quero problema com desembargadores.
— E não vai insistir?
— Eu ainda não tenho como não lhe achar linda, de não sentir-
me atraído por este sorriso, e me manter longe, facilita.
Rita olha para Pedro e fala.
— Porque não me parece sincero?
Pedro a olha serio, ele tentou não sorrir, se vira para Plinio na
entrada e fala.

241
— Porque poderia estar forçando portas, e não o estou fazendo,
dizem que é bem o que não deveria fazer, pois caminhos se afastam, e
as vezes nunca mais voltamos ao ponto anterior, mas se quer uma
condução a Curitiba, fala, pois eu não vou fazer sala a quem me quer
longe, e me faz mal quando me ataca.
Pedro sai dali, ela estava sentada a olhar a casa, olhando ele sair
e olha que Plinio o indicou o caminho.
— Problemas com a moça?
— Ela tem minha idade, mas ela já cresceu, eu, ainda um pirra-
lho como todos falam.
— E vai fazer o que?
— O que quero, não vou fazer, era fácil tocar uma cabeça e a fa-
zer sentir a verdade, meus sentimentos, minhas vontades, entender as
dela, mas eu não quero assim, se ela não quer estar ao meu lado, não
quero descobrir isto a tocando.
— E se ela estiver escondendo algo?
— Ela não sabe ainda da verdade para estar escondendo, mas
vamos a festa?
— Aquelas amigas de sua irmã parecem estar sempre longe do
ar, você sempre na ciência do que quer, e não entendi, porque me
chamou aqui?
— Vai descobrir com o tempo, calma.
— Andou falando de mim?
— Induzindo alguém que não quer eu perto de suas meninas,
apenas isto, mas não sei mais se quero festar.
— Ela meche com sua aura, você tenta não a ofender.
Pedro não olha para Rita ao longe, apenas chegam ao carro e sa-
em no sentido da praia.
— E vai ficar com quem hoje? – Plinio.
— Amanha muitas vão falar que fiz algo, mas difícil será desco-
brir a verdade.
Eles chegam a prainha, a festa começa a animar, gente vindo de
todas as praias, gente bebendo de mais, os bares cheios, vendedores
ambulantes a todo lado, show em dois extremos e Pedro sobe ao con-
trole e olha para as imagens, queria não olhar Rita, mas a olhou pela
câmera, olhou a bagunça, pensa nos espectros de limpeza, e em meio a
bagunça, gente tirando lixo, garantindo a segurança, o que induzia o

242
comportamento de alguns, fez a festa ganhar mais naturalidade, em
meio a organização.
Pedro desce e olha Marilia ao fundo, ao lado um dos rapazes da
novela, ao fundo Carla, com um rapaz da turma de Plinio, no outro
ponto, Renata, ela estava conversando com alguém, estranha alguém
passar o nome do rapaz a cabeça e saber, ele é o pai dos gêmeos, ela
parecia tentar o manter sobre suas rédeas, ele parecia sorrir, estranho
como os dois pareciam realmente um casal.
Muita gente, as vezes parecia que todos sumiam, as vezes alguns
apareceriam todos juntos.
João chega ao lado do menino e fala.
— Não entendi esta festa?
— Nem eu. – Pedro não dando espaço de conversa.
— Não sei porque Rita não quis vir.
— Também não, parece que esta sua turma não sabe muito fes-
tar, no fundo são como eu, apenas pirralhos um pouco maiores.
João olha Pedro e fala.
— Vi que estava com a menina da novela, mais para seu tama-
nho, não entendi o que pretende com aquilo?
— Não esquece, vamos fazer uma reunião na sua casa na Terça,
esteja lá.
— Não entendi a ideia daquilo?
— Esteja lá e descubra.
— Meu pai mandou não brigar com quem o pode tornar sena-
dor, não entendi isto.
— Duas vagas para senador, pode o dar espaço para ganhar.
— Sei que não entendo você, você deixou que acontecesse a
humilhação, era só não aparecer lá.
Pedro não falou nada, ele observava os demais, João foi ao seu
grupo e ele sente alguém o abraçar pelas costas e ouve.
— Perdido aqui?
Pedro teve de olhar para ver quem era, Camila, irmã de Caroline.
— Sim, pensei que não viriam a festa, pensei que já estavam em
Curitiba.
— Tem de ver que Rita queria voltar, Caroline queria lhe acertar
o olho, e não entendi a posição de Joseane, parece a de Rita, mas ela
quer festa.
— E deixa ela sozinha por ai? – Pedro.

243
— Tento entender o que é este “Pirralho” que elas falam ser
uma “Farsa”.
Como ela destacou as palavras, ficou com outro contesto, e Pe-
dro olha que algumas sabiam onde ele estava antes, pois agora com
Camila ali, olharam para ele, antes faziam de conta que não estavam
olhando.
— As vezes queria entender estas meninas, pois sei que sou um
pirralho, sei que muita coisa não é como pensei, mas não lhe entendi
ainda.
— Está namorando aquela menina da Globo?
— Não, estou tentando me convencer que tenho de amar uma
única pessoa, e não está funcionando.
— Quer todas?
Pedro a mede e fala.
— Sou muito novo para definir esta coisa de para sempre, e to-
das querem algo assim.
— E acha certo isto?
— Não entendi aquela maluquice em minha casa, acha certo
aquilo Camila?
Ela olha para Pedro e fala.
— As vezes elas parecem perdidas em um discurso, sabe quando
se escolhe um discurso falho e não se tem como recuar ao ponto ante-
rior?
— Não entendi aquela infantilidade, mas deve ser por ser uma
criança tentando entender criancices.
— Não parece uma criança a cama.
— Sacanagem terem me tirado do ar, mal lembro das coisas.
— Quem manda tomar todas naquele dia.
— Sei que por dois dias minha cabeça doeu.
— E vai ficar sozinho esta noite? – Camila.
— Quem manda querer todas a cama, acabo sozinho.
— Safado.
— Ainda não me viu assim Camila.
Camila via Marilia chegar e fala.
— Lá vem a concorrência.
Pedro estava olhando para o salão olha para Marilia que chega e
o beija e fala.
— Me traindo já? – Marilia.

244
Pedro as olha, nos sentimentos dele, ele sabia o que queria, mas
por dentro, ainda era o menino, alguém que estava crescendo por den-
tro, na mesma casca pequena e inerte.
— Queria me sentir especial, mas sou apenas o Pedrinho.
Marilia olha Camila e pergunta.
— O conhece de onde?
Camila olha Pedro e fala.
— Ele mal lembra as confusões que fizemos, mas ainda tento en-
tender minha irmã ao fundo, pois um dia ela estava encantada, no dia
seguinte, o destratando.
Marilia olha para onde a menina de sua idade olhou e fala.
— É irmã das encrenqueiras que o tentaram denigrir.
— Bem isto, tentaram, mas nem se convenceram, pois elas fa-
lam mal, dai o menino parece na internet em Matinhos, pedem para vir
para cá para João, o menino que já tentou acertar ele duas vezes, e o
que se vê é o que elas chamam de Farsa, conversando com o pai do
rapaz, de igual para igual, não sei o que ele aprontou, mas tenho a
sensação de que ele inverteu o prospecto.
Pedro ficava ainda sem jeito de ouvir as pessoas falando dele,
ainda mais duas meninas lindas e fala.
— As vezes queria que vocês cuidassem de suas vidas, como cui-
dam da minha, me sinto ainda como disse, o Pedrinho, e nada do que
falam parece encaixar, tanto a parte boa como ruim, naquele ser que
olho ao espelho pela manha.
Marilia sorri e fala.
— Mas é especial, hoje sei que é especial.
— Então sem cena de ciúmes, fica mais fácil.
— Certo, mas pela primeira vez vejo uma festa boa nesta cidade,
parece que você por perto as coisas acontecem.
— Tem mais funcionários da Rosa’s nesta praia agora a noite do
que de dia trabalhando, talvez seja um caminho que gere renda a al-
guns, pois trabalho, é sempre o que difere uma cidade boa de uma
ruim, mesmo que gerando trabalho com festas.
Pedro estava de costas e não viu Caroline chegar, as duas se
olhavam quando ouvem.
— Com esta farsa mana? – Caroline.
Pedro a mede e fala mudando o foco para os olhos de Marilia.
— Chegando minha outra perdição.

245
Marilia sorri e fala.
— Não está as levando a serio hoje. – Marilia.
— Marilia, lembra o que em publico aquele seu patrão tem de
achar de nossa relação, então se alguém vier a falar, aquele bichinha,
aquela farsa, aquele pobre metido a rico, aquele sem berço, sou eu em
pessoa, acho que posso responder a cada indagação, mas não quer
dizer que queira explicar sempre.
Caroline olha a menina da novela e pergunta.
— Vai cair na lábia deste ai?
— Enquanto ele não me convidar para ir a sua cama, ficamos na
lábia. – Marilia olhando Caroline, que era bem maior que ela.
— Isto ai não dá conta menina. – Caroline.
Camila ri e Carol olha atravessado e fala.
— Vai me desmentir agora?
— Não falei nada.
Marilia olha a moça que fala.
— Isto ai é uma enganação, tá perdendo tempo.
— Eu sei onde posso perder meu tempo moça – Marilia não sa-
bia o nome de Caroline – então o meu tempo, perco com quem quero.
Marilia olha Camila e pergunta.
— Não nos apresentamos, Marilia.
— Camila Frota.
— E o que falavam?
— Eu iria perguntar para ele o que a irmã dele fazia cercando
Roger ao fundo, mas não chegamos a isto ainda. – Camila.
Marilia olha para Renata ao fundo.
Pedro olha e fala.
— Cuidado com aquele Marilia, duas gravidas já é o suficiente
para o rapaz.
Camila olha para Pedro.
— Sua irmã engravidou dele também?
— Sim, gêmeos não idênticos, mas ela com os demais não faz
aquilo que está fazendo, o cercando, sorrindo, olha que pela primeira
vez vi minha irmã com se estivesse feliz.
Camila olha os dois ao fundo e fala.
— Mas ele não deve saber que ela está gravida.
— Também não sabe que ela é a irmã da farsa do ano. – Pedro
olhando para Caroline, que fala agressiva.

246
— Acha que alguém acredita que você tem algo?
— Carol, eu não estava falando de dinheiro com vocês, nem
chegamos aos ganhos, mas não lembro de ter lhe prometido dinheiro,
estávamos falando de um vira-vira, que lembro pouco, depois de sen-
timentos que deveriam ser apenas meus, pois a parte financeira, trato
com seu pai, gerente do BB, a parte legal, processos civil criminal, com
o pai de Rita, quem sabe compre um vinho do pai de Roger, dos bons,
para por na prateleira, só para dizer, tenho dinheiro, mas berço, não
tenho, sai do berço chutado ainda criança.
— Quer a convencer que pode algo, sei que é uma enganação.
— Posso ser uma enganação Carol, mas ainda é bem vinda a mi-
nha cama, a minha vida, não estou distribuindo dinheiro para quem lá
estiver ainda, sou o pobre metido.
Camila sorriu, olha para Pedro e pergunta.
— E ainda me aceita lá?
Pedro abraçado a Marilia fala.
— Vou ter de fazer uma cama maior que aquela que tinha no
Hugo Lange.
Marilia viu que era provocação e fala.
— Nem tudo é tão fácil assim.
— Fácil é se convencer que sou uma farsa, o resto, deixo rolar,
mas as vezes acho que falo demais, faço de menos.
Marilia o abraça e pergunta.
— Acha que Magalhães topa algo como aquilo?
— Se ele souber o que é o “Aquilo”, não, se ele encarar como fa-
lamos, capaz que dê para ganhar um pouco de dinheiro.
Caroline olha Pedro, parecia ainda querer convence a ele que ele
era uma farsa, Pedro não a estava olhando, e viu Roger chegar ao gru-
po com sua irmã, a forma que ele olha para Camila, fez Renata reparar
e perguntar.
— Se conhecem? – Renata.
— Estudamos juntos, mas este é seu irmão?
Renata olha para Pedro e fala.
— Sim, gêmeos.
— Gêmeos, ele apenas nasceu depois, sou a mais velha.
Pedro sorri e olha para o rapaz e fala.
— Então este é o famoso Roger Groff?

247
O rapaz olha para Renata, nem ela sabia o sobrenome dele, mas
o menino falando pareceu ser o lugar de onde veio a informação.
— Sou famoso e não sei? – Roger.
— Para mim é, prazer, Pedro Rosa.
O rosto do rapaz muda, uma coisa era dizer, este é meu irmão,
outra, sou irmã de Pedro Rosa.
— O dos hotéis Rosa?
— Ninguém acredita nisto, para que falar.
— Não entendi, é ou não é?
— Segundo alguns, sim, segundo outros não, digamos que para
alguns sou uma farsa, para outros, uma criança, para meu pai alguém a
roubar, e para alguns, apenas uma criança se passando por algo que
não é, por ter o mesmo nome. – Pedro olha o rapaz – mas não se preo-
cupe, sou apenas irmão de Renata.
— Não respondeu.
— Sei disto, mas conhece minha irmã a muito tempo?
— Conheci no começo do ano, mas não a esperava achar por
aqui, parece que este lugar mudou muito do começo do ano para ago-
ra, e este Pedro Rosa, o causador de tudo.
— Juro que vendo os dois juntos parecem se conhecer a mais
tempo. – Pedro.
Renata achou que o irmão estava se metendo e fala.
— Já se metendo?
Pedro não dá bola e pergunta para Roger.
— Dizem que seu pai vende os melhores vinhos de Curitiba, pe-
na que não posso comprar ainda.
— Pelo jeito sou famoso mesmo e não sabia. – Roger.
— Quando pessoas que estão na sua vida, desde o nascimento e
gente que atravessa sua vida na marra, falam de alguém com um brilho
nos olhos, prestamos atenção.
Roger olha Camila, ficou obvio de quem o menino estava falando
e pergunta.
— E não se mistura?
— Os pais de Marilia já estão em cólicas por um repórter ao fun-
do ter publicado no site da revista que estávamos namorando, imagina
se nos fotografar em meio a esta bagunça.
— Irmãos com bom gosto. – Roger.
Marilia olha para Pedro e pergunta.

248
— Aceitando a intimação?
— Tenho medo quando me intimam a namorar, da ultima vez
acabou em um soco em pleno shopping.
Camila sorriu e Marilia falou.
— E não levou para o pessoal.
Pedro sorri e fala.
— Pelo menos escolhi uma namorada no meu tamanho desta
vez, da vez anterior estava sempre olhando para cima. – Pedro a beija e
foi inevitável ver as luzes em três sentidos de câmeras, que para foto-
grafar naquela bagunça estavam com os fleches ligados.
Marilia olha em volta e fala.
— E como escapamos dos repórteres?
— Não pretendo escapar hoje, confusão é meu sobrenome hoje,
deixei o Rosa em casa.
Marilia sorri e Carla chega ao grupo e olha Pedro.
— Já me traindo?
Pedro sorri e fala.
— Tô com um problema serio.
Carla sorriu e Marilia não entendeu.
A festa ao fundo continuava, a segunda fogueira foi acessa, e to-
do um ritual foi estabelecido.
A festa foi avançando, e a noite foi estranha, talvez a cama esti-
vesse cheia demais para se dormir, mas Pedro nunca daria conta de
tanta gente a cama, ele depois de um tempo, apenas dormiu.

249
Pedro acorda, parecia estar fora do lugar,
olha em volta, sente o peito, mas não sabia o que
estava acontecendo, ele olha para o ser a frente,
sente ele falar para caminhar.
Pedro diante do ser apenas lembra de ador-
mecer.
Seus sentimentos não pareciam tristes, mas
ele ainda sentia o corpo, a dor, então ele não mor-
rera ainda, olha os seres passando, da primeira vez
só viu os humanos, agora via outros seres, muitos
de outras espécies, as auras dizendo se eram huma-
nos, se eram Fanes, ou mesmo Amazonas, muito
semelhantes na aparência, mas auras totalmente
diferentes.
Ele pensa em levantar, mas ele sabia que tinha algo no sentido
oposto, ele não consegue, a luz estava as suas costas, ele levanta a
mão, em espirito e sente aquela luz passar por ele.
Uma sensação que ouvira a definição por outro ser como ele,
acha o ser que lhe fala a mente que ele não precisava deste caminho,
pois ele já estava nele.
Olha os Fanes passando, os Angelicais, os Demoníacos, o anjo
negro ao fundo, uma das existências de Tsaphkiel, olha o menino
olhando os demais passarem, estranha e chega ao lado.
— Porque vê os demais, não deveria ver apenas os seus?
Pedro olha para o Trono e fala.
— Tsaphkiel, nem sei como sei pronunciar seu nome, mas a mi-
nha mente, alguns falam de seu nome, mas em existência, dizem que
poucos nascem com suas almas divididas em 72 existências, nunca
entendi, porque todos não nascem assim.
— Sente as demais? – Tsaphkiel.
— Sim, mas apenas 10 eram humanos, ai existem Fanes, Angeli-
cais, Demoníacos, Danimes, Ninfas, Amazonas, Felinos, não sei ainda se
não ficarei louco com tantas existências na mente, mas sinto ainda meu
corpo, sei que se não olhar para a luz, ainda posso voltar, pelo menos
enquanto sentir meu corpo, mas porque todos não sentem as demais
existências.
Outros olhavam o Trono e ele falava aos demais.

250
— Caminhem para o trono.
Ele olha Pedro e fala.
— Dizem que poucos sentem as existências, poucos são essência
em todos, a maioria nem nasce em todas as existências, mas as essên-
cias, são parte do Divino ou dos Criadores, mas poucos, muito poucos
de sua idade deveria ver isto, pois tem cheiro novo, não deveria ter
esta percepção.
— Dizem que sou um Netser, saberia se eles teriam esta capaci-
dade? – Pedro aproveitando estar ali, sentia muita dor, as vezes falava
com dor nos olhos.
O Trono olha o menino e fala.
— Somente os que serão comunicados de novas, nunca soube
quando ela seria comunicada, mas se estás aqui, tem parte em outras
existências, talvez seja a hora da Anunciação de Tsaphkiel, mas ainda é
uma possibilidade apenas.
— Um talvez de grande responsabilidade. – Pedro.
— As vezes parece com dor. – Tsaphkiel.
— Pelo jeito cheguei bem perto a morte desta vez, e se a dor
passar, pode ser que caminhe como outro eu, no sentido da luz um dia
o fez.
— E como sabe disto?
— Um está em um lugar que chamam de Eon, outro, diante da
luz do trono, não entendi ainda os dois caminhos, mas um é adoração
até achar seu próprio Deus, outro, se preparar para renascer, mas não
entendo, como posso morrer e renascer, em uma existência.
— Tentando entender? – O ser olha os seres e continua a falar
aos demais – Caminhem para o Trono.
— Sei que algo estranho deve ter acontecido, lembro de ter
adormecido cansado, no braço de duas meninas, não lembro de algo
que possa ter me gerado algo mortal, mas a covardia é sempre o que
mais mata.
O senhor sorriu estranho, aquele ser todo de negro, sorrindo era
algo bem estranho, estranho a paz que ele passava.
Pedro sentado começa a acompanhar a existência dos demais,
pois ali era apenas dor.

251
Marilia estava dormindo, Pedro ao lado,
quando ouve algo chutar a porta, ela olha assusta-
da, e olha aquele rapaz entrar e falar baixo.
— Sai.
Ela olha assustada, outra olha ele assustada e
sai pela porta e olha o rapaz fincar uma faca no
peito de Pedro, ela grita e ele olha para ela, a faca
tinha sangue, ele sorri e olha para os seguranças
chegarem a porta e apontarem as armas para ele, o
sorriso dele não combinava com aquele momento.
Ele olha as moças e os seguranças, brilha e
some aos olhos.
Marilia olha aquilo assustada e olha a menina
a porta.
— Chama um medico.
Plinio que ouviu o grito, estava com João aos braços se levanta e
ouve o agito, se levanta colocando uma camiseta e olha Marilia olhar
ele e falar.
— Alguém esfaqueou Pedro, e sumiu no ar.
Plinio liga para o pai, que fala que estava ligando para o hospital
local e que não mexessem no corpo muito.
Minutos de tensão e que pareciam todos sem função.
Marilia olha o rapaz no quarto olhar para os seguranças.
— Prepara o local do helicóptero.
Os rapazes olham para fora o helicóptero chegando e dois saem,
dois ficam ali a olhar sem entender e Plinio olha as meninas e fala.
— Melhor se vestirem e ficarem em outro quarto, melhor não se
envolverem.
Elas entenderam, alguém as querendo poupar, elas olham para o
helicóptero parar e dois rapazes de branco saírem dele.
Pedro estava perdendo sangue, os rapazes o colocam em uma
maca, tentam estancar o sangue e um fala.
— Temos de estancar isto antes de locomover, mas sem suturar.
Eles colocam ele imóvel na maca, imobilizam o pescoço, com-
primem para o sangue parar de escorrer, com calma levantam a maca,
os seguranças ajudaram e colocam ele no helicóptero, um pulo ao hos-
pital de Matinhos.

252
A notícia sem sentido, que Pedro Rosa acabara de ser esfaquea-
do em casa, sem dados reais.
A polícia pede para falar com os seguranças e o relato parece
fantasioso, não dava para por em um relato oficial que o rapaz brilhou
e sumiu no ar.
Sergio chega ao hospital e fala com o diretor, deixou tudo esta-
belecido para uma transferência para Paranaguá, se preciso, e deixa
tudo acertado.
A informação de que Pedro fora esfaqueado, começa a circular,
enquanto alguns continham a informação, por ignorar quem o fez,
outros começam a perguntar o que poderia ter acontecido.
Pedro estabiliza, ainda operando, mas estava estável, enquanto
fechavam o peito, quando o prefeito chega ao hospital e olha para
Sergio.
— Como ele está?
— Ele enfrenta coisas que não temos como narrar prefeito, por
isto ele ganha importância, não sabemos quem o atacou, alguém que
entende do que ele fala ser sua proteção especial.
— Não entendi.
— Pedro é uma criança, que tem uma proteção que alguns di-
zem impossível, eu não sei se é tecnologia ou sobrenatural, mas algo
que se você der um tiro nele, não o atinge, mas é como um colete a
prova de bala, você se chegar a ele dormindo e enfiar uma faca, o per-
fura.
— E alguém sabia disto?
— Os relatos falam que alguém entrou no quarto, uma das me-
ninas gritou de susto, os seguranças chegam e veem o ser brilhar e
sumir ao ar com uma adaga comprida a mão.
— Acha que dá para considerar isto? – O delegado entrando.
— Delegado, este menino é protegido em Curitiba por Hons, ele
em si, tem algo bem complexo quando se fala deste menino. – Sergio.
— Certo, alguém que meche com as coisas que não se põem nos
papeis, mas quem o teria atacado.
— Quem estava com ele, disse que ele dormia profundamente
quando isto aconteceu.
— Algo na covardia, mas acham que ele sobrevive?
— Os médicos ainda estão operando, não sabemos ainda.
— Sabe que teremos problemas se ele se for. – Prefeito.

253
— Prefeito, ele não fez as coisas para que parássemos e sim
avançássemos e evoluíssemos, mas eu assumo aqui, você tem de deco-
rar toda aquela planilha de ideias.
— Estou tenso, o falar em meu nome, para o governo, me colo-
cou ontem na primeira pesquisa feita pelo IBOP, e não entendi, sem
nada de propaganda, apareço em terceiro.
— Eles nem sabem que você é candidato e querem votar em vo-
cê, isto que o menino viu, sabe disto Santos. – Sergio.
— O governador disse que iria barrar tudo.
— Ele que está se suicidando politicamente.
— Acha que tem mão do governador. – Delegado.
— Não, mas são capaz de tentar uma ligação, mas nós não va-
mos falar nada.
Sergio olha em volta e olha para as obras ao fundo, sabia que
elas parariam em parte naquele dia.
Marilia olha para as meninas e voltam para o Hotel, pelo cami-
nho que Pedro falou.
Magalhães achou que as meninas estavam na confusão, mas
quando viu que elas estavam no prédio subiu e perguntou que horas as
meninas voltaram e o segurança da manha fala que deveriam ter che-
gou antes do horário que ele entrou, pois não as viu, ele pensou que
elas estavam fora do problema.
Rita olha Camila assustada ao canto e fala.
— O que aconteceu de verdade Camila.
— Não entendi, as meninas avançaram, mas ele não deu bola,
ele dormiu, tinha três menina lá ainda, mas ele dormia, alguém fala e
ouço mesmo ele falando baixo para sair, vejo a cara de Carla assustada,
a da menina da novela, assustada e aquele rapaz, estranho, poucos
olharam aquele cabelo de fogo, os pés invertidos, lembra de algo?
— Os seres estranhos da vez anterior.
— Sim, mas ele esfaqueou Pedro, não sei, os seguranças isola-
ram, as coisas parecem ainda meio estranhas, não deveríamos ter saído
já? Estamos ficando e nos complicando.
— João está estranho, todos parecem estranhos, mas eu não fui
a festa ontem, não sei o que o menino aprontou.
— Provocou, mas ele parecia distante.
— Acha que foi um ser estranho?
— Ele sorriu com a faca a mão e sumiu no ar Rita.

254
— E poucos viram.
— E quem viu vai ser desacreditado.
Rita olha para os demais, alguns carros saíram, não sabia o que
estava acontecendo e pergunta.
— E porque estava lá? – Rita.
— Ele me passa paz, ele se propôs ajudar antes e se mantem no
mesmo caminho. E Roger estava lá com a irmã dele.
— O que Roger tem haver com isto?
— Pedro sabe que é o pai da criança que espero.
— E como ele sabe? – Rita.
— Sabe como, pode o chamar de farsa Rita, mas ele foi apenas
ele, como ele mesmo define, ele é a farsa, pois nada do que ele é, pode
ter sido feito ou ligado a ele.
— Esta falando dele com admiração.
— Sim. – Camila não fica para a discussão.
Maria olha como as coisas estão no hotel, deixa tudo encami-
nhado e vai ao hospital.
A chegada com a imprensa a porta, fez alguns perguntarem para
ela, aquelas coisas de falta de informação.
— Senhora Maria Cecilia, poderia nos dizer como está Pedro Ro-
sa, que falam ser o proprietário da rede de Hotéis que toca.
Maria olha o rapaz e fala.
— Não vim aqui porque ele é dono de nada, vim apenas ver co-
mo meu filho está, me deem licença.
O repórter pareceu não entender, outros se olham sem enten-
der, informação e contrainformação pareciam se anular naquela hora.
Maria olha para Sergio.
— O que aconteceu Sergio?
— Algo que não entendi, mas a narrativa do segurança me indica
algo que não entendi, pois a narrativa me indica um Curupira atacando
o seu filho.
Maria olha em volta e fala.
— Algo a mais?
— Luiz está chegando a cidade, não entendi, ele estava em Curi-
tiba e quando soube do evento, pegou uma carona e vem para a cida-
de, não sei o que pode acontecer.
— Não conheço este Luiz. – Maria.

255
— Ele é parte da proteção de segredos de Curitiba, mais conhe-
cido por Homem de Pedra, ou O Pedra, ele parece que defendeu seu
filho em Curitiba, quando soube que ele sofreu algo, ele parece ter
desmarcado tudo e está prestes a chegar por ai.
— E como Pedro está?
— Estabilizado, passou por uma operação imensa, os médicos
dizem que ele foi valente, muitos morrem nestas horas, ele teve alguns
órgãos perfurados, então o estancar, limpar, costurar cada parte que
levou tempo, ele passou 6 horas na sala de operação.
Maria não sabia bem o que fazer, ela chega a entrada, não teria
como ver o filho nesta hora, indo a UTI.
Renata chega em casa, olha em volta, seu irmão era a energia
daquele lugar, mas ele continuava funcionando, algumas coisas pareci-
am fora de sintonia, sentia como se precisasse fazer algo, mas não
sabia o que.
Ela olha Gerson chegando a entrada, Renata olha pela janela, ele
pede para falar com ela e o segurança a entrada interfona e ela pede
para que Gerson esperasse um pouco que ela estava saindo.
Renata sai pela entrada e Gerson fala.
— Porque não me autorizou entrar.
— O que faz aqui Gerson?
— Alguém tem de estar por perto se ele morrer para exigir a
parte dele.
Renata olha o senhor, olha o carro e vê a moça e fala.
— Some senhor Gerson Rosa, pois se veio gorar a vida de seu fi-
lho, não precisa vir mais.
— Tem de entender filha.
— Não sou sua filha, pois sua ação estabelece que se estivesse
viva, e sem um tostão não estaria aqui, e se o tivesse, estaria apenas
interessado em se apoderar do que tenho, então não sou sua filha,
some senhor Gerson, não precisamos de gente como o senhor por
perto.
— Acha que pode falar assim comigo?
— Posso, o senhor pediu para que a minha mãe nos abortasse,
depois, nunca esteve mais que meses durante uma vida inteira ao lado,
eu desprezava meu irmão, pensando nas barbaridades que o senhor
falava dele, mas some senhor Gerson, ele ainda não morreu para você
vir fazer escândalo, e se ele morrer, lamente, pois ele terá morrido

256
antes de ter algo em seu próprio nome, pois sabia com quem lidava do
outro lado, some, por mim, não terá acesso ao local, e se quiser entrar
na marra, os seguranças chamam a policia e vai preso, seu histórico já o
deixará lá até acalmar um pouco.
Renata apenas olha o segurança e fala.
— Se este senhor perguntar por mim, diz que não estou.
Renata entra novamente e Gerson olha para a menina, era evi-
dente que algo mudara, mas ele não mudara, foi ali antes de ir ao hos-
pital, ele ainda queria apenas o dinheiro.
Cecílio liga para Roseli no hotel e pergunta.
— Como o menino está Roseli?
— Aguentou a cirurgia, mas tem de se recuperar.
— Algo de concreto?
— Não, ainda não entendi nada, mas obvio, foi algo fora do con-
texto lei, pois o ser sumiu a frente dos seguranças, mas o que eles não
relataram senhor, ele tinha pele acinzentada, cabelos cor de fogo, pés
invertidos.
— Não entendi.
— O enfrentamento em Curitiba, ele fez aliança com algo que os
indígenas chamavam de Curupira, algo aconteceu, algo está errado, e
não sei o que é.
— Acha que ele sobrevive?
— Espero que sim, seria triste ver um projeto destes começar a
se arrastar.
— Ele vai ser transferido?
— Os médicos resolveram pelo hospital mais próximo, sinal que
era grave para transporte, acho que vão estabilizar primeiro, mas sem-
pre digo que ninguém vai antes da hora.
O governador passa ao assessor uma medida, para estabelecer
limites e regras bem estreitas para construções no litoral paranaense,
com limites de altura, estrutura, uma norma de construção e adapta-
ção das construções no litoral, com multas, interdições, norma retroa-
tiva e imposta pela secretaria de obras, através da fiscalização da mes-
ma, norma não precisava de lei especifica, e poderia ser aplicada ime-
diatamente.
O assessor olha para o Governador e pergunta.
— Tem certeza desta determinação Governador?
— Mais um contra?

257
— As noticias dizem que alguém portando uma faca, esfaqueou
o menino de treze anos, na cama dormindo, hoje, acha a melhor hora
para isto senhor? – O assessor tentando o trazer a lucides do momen-
to, não era a hora.
— Morreu?
— Ainda não.
— Então encaminha amanha cedo isto, coisa ruim não morre fá-
cil, não vou facilitar ele.
O vice governador olha para o assessor passar a secretaria para
fazer copias e passar a todas as cedes litorâneas da secretaria de obras,
ele olha o conteúdo, o governador não estava querendo pegar leve,
mas como o menino estava atingido e em operação, teria de pensar se
a ideia era boa, ou mediana.
Ele passa uma copia para o prefeito de Matinhos, ele olha para o
vice prefeito e fala.
— Pelo jeito nem saio a governador, perdeu a chance Paulinho.
Paulinho olha atravessado e fala.
— Esta briga de vocês nos colocam no meio e a culpa é nossa.
— Vocês apoiam as maluquices do governador, sem o dizer, pa-
ra, vai prejudicar a cidade, ele avança, a determinação dele para ama-
nha, vai fechar todos os hotéis da cidade, não apenas os da Rosa, todos
os grandes. – Silva olha o vice prefeito e aplaude. – Depois vão vir me
dizer que não queriam, você, Betão, parabéns, o governador amanha
para tudo e vai ser um senhor escândalo.
— Ele fez o que?
— Estabeleceu que obras no litoral não podem ter mais de 10
andares, que hotéis tem limites de 100 quartos, que as obras, feitas
com menos de 10 anos, tem de ser adaptadas a nova regra imediata-
mente ou interditadas, pagando multa até a regularização, as demais,
tem prazo de 12 meses para começar a se adaptar.
O prefeito olha o vice e fala.
— Vamos não ser uma – ele respira fundo, olha em volta – uma
cidade modelo, seremos uma cidade fantasma.
O prefeito sai e o vice prefeito olha para a secretaria e pergunta.
— É serio?
— Sim, quando todos jogam contra, mesmo você Paulinho, es-
tando ganhando com as mudanças, Betão estar ganhando, ele tem
razão, se isto acontecer, seremos uma cidade com altura máxima, mas

258
o problema, é que a lei é para todo litoral paranaense, então o gover-
nador está pensando em parar o menino, o que alguém atentou contra
a vida, talvez fique bem evidente os covardes que estão por trás disto
Paulinho.
O prefeito liga para o Vice Governador e para uns amigos e vai a
Antonina, a confirmação de Robert que os recursos da campanha já
estavam separados, que sua filha teria como os garantir, como parte da
empresa, fez pessoas do Paraná se encontrarem num hotel acabado,
sem funcionários, sem toda estrutura normal, pois os espectros que
construíam para Pedro, dia e noite, não estavam lá.
A convenção é feita, assinada, em silencio, muitos iriam saber
disto apenas na semana seguinte, o Prefeito estava preocupado com o
menino, mas sabia que aquilo era um projeto do menino, não dele,
teria de crescer, ser alguém.
Vincent chega a mesa de Ma e pergunta.
— Como o menino está?
— Não entendi, alguém tentou o matar, porque algo assim seria
feita.
— Não sei, vou dar um dia, não quero parecer peso nesta hora,
talvez seja a hora de fazermos projetos mais distantes deles.
— Amarelou Vincent? – Ma.
— Não, a segurança aqui é boa, mas tenho de pensar, e todos
olhando como se algo errado tivesse acontecido, tira minha inspiração.
— Pretende ir para onde?
— Aquele prédio que vocês construíram as pressas no estado ao
lado, baseados em um desenho meu, nem sei onde fica, mas é mais
isolado, vou falar com Sergio, acredito que isto nos dará calma, acredi-
to que o menino vai sair desta, mas se ficar olhando as pessoas vou
acabar parando, depois ele sai da cama e nos cobra.
Ma olha a moça ao lado que fala, conversa em inglês, desde o
começo.
— Ele tem razão, tudo parece pesado hoje, o menino é leve, ele
mesmo longe, dá a liberdade, agora precisamos nos manter fora do
clima, não vamos querer por nas obras algo pesado, como Vincent
falou, ele presa o leve, o gostoso de construir.
Guimarães olha Marilia e pergunta.
— O que aconteceu ontem, não vi chegarem.

259
— Fomos aquela festa na Prainha, “Independência ou Morte”,
estava chata e viemos para o hotel, nem me despedi do menino direito
e agora ele pode morrer.
— Ele estava cheio de ideias ontem, boas ideias, estranho falar
com alguém cheio de vida em um dia, atingido mortalmente no segun-
do seguinte.
— Ele tinha falado que iria conversar com o senhor sobre a pos-
sibilidade de representar as empresas de roupas dele, pelo jeito posso
ter perdido uma proposta.
— Viu algo?
Ela olha serio, não sabia o que falar e como atriz mirim fala.
— Não, acho que ele não gosta de meninas.
— Acha oque? – Magalhães.
— Ele provoca para outros ouvirem, mas os olhos deles não es-
tão na gente, está no todo, ele é uma incógnita para mim.
O senhor sorriu.
Pedro na UTI, o medico chega a Maria e Sergio e fala.
— O pior passou, agora ele tem de sair por si da coma, ele per-
deu muito sangue, não sei quem comunicar. – O senhor olha Sergio.
— Kevin, está é Maria Cecilia, a mãe do menino.
— Não é a gerente geral dos hotéis Rosa?
— Sim, mas como ele está.
— Estável, mas agora depende dele, temos de manter a guarda
erguida, pois foi uma operação demorada, e nesta hora, depende mais
do guerreiro dentro dele, que de qualquer coisa.
Maria olha para o senhor.
— Quando poderei o ver.
— Descansa um pouco, ele ainda não reage, então estar ali não
ajuda muito.
Carla ainda na casa por trás dos motéis Rosa olha para Guta e
pergunta.
— Acha que ele se safa?
— Não sei, mas ainda não entendi o que aconteceu.
— Nem eu, mas foi covardia.
Guta olha em volta e fala.
— Vou subir, pedi um carro para meu pai, ele conseguiu, quer
uma carona.
— Sim, acho que não é bom pesar nesta hora.

260
— Também acho, estranho alguém tentar matar uma criança
daquelas.
O vice governador acerta as assinaturas e apoios, os nomes es-
tavam surgindo, gente entendendo o poder de uma ideia daquelas, e
no fim do dia, sai de Antonina no sentido de Matinhos, se o governador
estava fazendo merda, ele queria estar no lugar certo, chega ao hospi-
tal e verifica o que eles estavam precisando, e na saída vai a prefeitura,
o prefeito sentado olhando a parede o fez pensar.
— Como enfrentamos Silva?
— Pensando, sabe o que o pai deste menino fez que o governa-
dor odeia ele?
— Acha que é pessoal?
— O menino falou que iria por o pai a parede para descobrir o
que ele fizera, não sei nem se não foi ele o mandante.
— O governador?
— Não, o pai da criança, os seguranças do hotel falaram que ele
foi ao hotel para tentar falar com a filha, para saber como poderia ter
acesso ao que era de seu filho, ela o colocou para fora, mas mostra que
para ele, o menino vivo ou morto não faz diferença, apenas o dinheiro
que vem depois.
— O que pensou depois que leu o comunicado? – Lucas, o vice-
governador.
— Algo infantil, pois isto para o litoral, ele estabelece um limite
de altura para obras, se os portos não estivessem em área federal,
teriam de tirar os guindastes de lá.
— Talvez tenha razão, temos de nos posicionar, mas acha que is-
to para algo?
— Ele tem de se afastar para concorrer Lucas, estava pensando,
liguei para o advogado da empresa, ele disse que me passava uma
posição ainda hoje, mas ele não tem como entrar com uma determina-
ção contra algo que não aconteceu ainda, mas se acontecer, ele acha
que consegue uma medida protetiva ao litoral, um pedido de explica-
ção ao governo e um prazo de execução, já que todas as construções
estão regulares hoje, amanha elas não podem simplesmente passar
para o irregular, é pressão, infantil, mas o primeiro ato de tentativa de
interdição ou fechar tem de acontecer para se reagir.
— Algo que vai complicar muita gente.

261
— Não sei como o menino está Lucas, mas ele passou 6 horas
numa operação, o governador não tem como não saber, e mesmo as-
sim, assina algo que pode parar o litoral, até o ano seguinte, até al-
guém assumir o governo, tem de ver como entramos nesta guerra Lu-
cas, o governador assinou aquilo e foi a Londrina, para se alguém o
procurar não estar lá, ele ainda é capaz de jogar na secretaria, ou em
quem digitou a culpa.
— Vou tentar descobrir a merda que tem neste passado, não sei
qual o seu problema com ele.
— Rose é o problema Lucas, estou casado a 10 anos, e ele ainda
parece me culpar por algo, que deveria ter superado.
Rose é a atual esposa de Silva, mas a historia era de mais de 20
anos, e parecia que as feridas ainda eram vivas, mas o governador pa-
recia sobre influencia, e não dava para dizer que ele não estivesse fa-
zendo por querer que os demais se dessem mal.

262
Pedro sentado, sente cada um dos seres que
eram sua alma, em existências paralelas, que esta-
vam em algum lugar fazendo algo, horas que o fez
aprender mais do que antes, ele olha as especifica-
ções de cada uma das coisas e começa a pensar se
estava pronto a andar para a luz, ele não sentia a
dor mais, em sua cabeça, poderia ser que fosse a
hora de andar para a luz, para o trono de Deus, ele
tinha planos, mas todos eles, desandariam, ele não
sabia como se portar, e diante daquele caminho, ele
tenta se levantar, o corpo leve o fez se erguer e
olhar o ser que fala.
— Mais um Netser no caminho do Trono?
— Minha duvida, me deixa parado, dando a chance deles me ti-
rarem daqui, mas não sinto mais dor, não sinto meu corpo, me levantei
com facilidade, talvez esteja quase morto mesmo lá.
— Tem de saber, ninguém nunca saiu do Trono.
Pedro estava olhando isto, quando viu aquelas moças surgirem
no caminho, ele para a frente de uma, ele não entendera, mas elas ali
não fazia sentido.
O trono viu que eram seres estranhos, a muito não tinham uma
espécie nova naquele caminho.
— O que aconteceu? – Pedro para a primeira.
Ela olha Pedro e sente tristeza.
— Estou quase morto, sei que não fui lá as dar um nome ainda,
sei que não fui falar sobre o que pretendo, mas como vieram aqui?
A menina toca sua cabeça, ele sente o líder de cada uma das fa-
mílias surgir lá e matar as 4 moças, tenta entender até ouvir uma pala-
vra e perguntar.
— O que é “Guns”?
— Anomalia – Fala a menina.
— Vocês não são Guns, sei que não fui lá, vocês tem de mudar
aos poucos, mas não morrer por que eles não entenderam.
Pedro sente mais surgirem as costas, toca a moça a frente e fala.
— Sei que estou quase morto, mas você não tem como morrer
assim, não é tão frágil.

263
— Mas e esta aura branca? O que faço? Como reagir? – A meni-
na.
Pedro sorri sem graça interna, pois aura branca, ele lembrou de
Pietra, imortalidade, mas dependia dele, ainda achava se adaptando a
isto.
Pedro espera as doze, eles as mataram, Pedro sente as energias,
elas estavam com suas auras começando a ser adulteradas para pode-
rem gerar um novo ser, ele não entendia de onde vinha aquela experi-
ência, mas sabia de cara, os seres não entenderiam.
Pedro estava a olhar as moças e fala.
— Esperem eles saírem.
— Mas morremos? – Uma as costas.
— Sente o sol em sua pele?
Ela olha Pedro e fala.
— Sim, está me secando a pele, pois escorro em sangue ao chão,
isto dói.
— Sim, mas pensa na ferida, usa a energia do sol, e a fecha.
Algumas parecerem sentir dor, a sua frente lhe faz sentir a ener-
gia, ele sente as próprias feridas e fala.
— E agradeço por isto também.
— O que faremos?
Pedro estava esperando, sente o corpo da menina a frente, sen-
te seus olhos estáticos a grama, olhando para frente, olha para os seres
se retirarem, sente eles sumirem, e fala.
— Fechem os olhos, lá, sintam a humidade do ar, absorvam o
que lhes foi escorrido.
Elas começam a sentir, uma brilha ao fundo, Tsaphkiel olha a
primeira sumir, depois a segunda, fica a olhar o menino falar.
— Calma agora, as que estão acordando, vão as jogar agua, sa-
bem o que isto faz, agora comecem a fechar de vez as feridas, sintam
como são especiais, vocês se curam, se alimentam, sentem o meio,
precisam apenas ser compatíveis a reprodução para serem uma espé-
cie.
— Vai nos abandonar lá?
— Não, vocês estão aos poucos mudando suas cores, isto que
eles não querem, mas eu me propus a ajudar, pelos cortes, pela dor,
agora sei que tenho de voltar.
— Não nos abandone. – Uma ao fundo, antes de brilhar.

264
Pedro sente elas brilharem, sumirem ao caminho e Tsaphkiel
pergunta.
— Não são uma espécie normal, teria de as catalogar.
— Um dia foram Ciguapas, hoje, quase Humanas por um lado,
quase Morois por outro, mas este toque delas é realmente incrível.
O Trono olha Pedro e fala.
— As vezes o Eterno, sabe dos caminhos que tens de trilhar, ele
o colocou aqui, de pé, para as ver chegar.
Pedro pensa na possibilidade, era real.
Ele quando sentiu sua ferida, sentiu seu coração, volta a sentar e
fecha os olhos, o Trono olha ele brilhar e sumir.
O encefalograma na UTI, se normaliza e o medico chega ao lado,
olha a cicatrização no peito e vê o menino abrir os olhos.
Olhar em volta e falar com dificuldade.
— Onde estou?
— Calma menino, perdeu muito sangue, passou por uma grande
operação, tem de manter a calma.
Pedro olha outro enfermeiro entrar e o médico fala.
— Mantem sedado, ele não está bem ainda.
— O que o assustou doutor Kevin.
— O seda, depois olha a operação, apenas olha, não toca.
Pedro sente o sono, enquanto o enfermeiro olha os pontos se
fechando, pareciam de dias, não de horas, no peito do menino, ele
tinha outras cicatrizes, mas aquela, parecia que estava secando.
Ele sai e olha para o doutor.
— Como algo assim acontece?
— Não sei, mas ainda vamos manter entre poucos, não esquece,
alguém o tentou matar, e se souber que ele está melhor, tentar de
novo.

265
Amanhece em Matinhos segunda feira, e a
determinação da secretaria de obras, faz um fiscal
parar a frente do hotel da Pedreira e pedir para falar
com o responsável.
Roseli olha o Doutor Vaz chegar a ela e fala.
— Pede a determinação por escrito, a multa
com a determinação assinada pelo governador, pois
todos os documentos até ontem, estavam legais.
Ela chega ao fiscal que fala.
— Senhora Roseli Paz, recebemos uma de-
terminação hoje cedo, como morador da cidade,
venho cumprir a ordem, mas não sei ainda o total
sentido disto.
— Bom dia, apenas preciso da determinação por escrito, do go-
vernador, pois como Vaz falou, até ontem, estávamos na lei, e uma
multa a partir de hoje, é ilegal, mas precisamos dela para a derrubar.
O senhor pediu a central a determinação, e ouviu um senhor no
comunicador falar.
— Não temos ela por escrito ainda.
— E como podemos cumprir a determinação sem ela escrita se-
nhor diretor.
— Foi a ordem, fiscal Rogerio, tem de a cumprir.
— Estou cumprindo, a minha frente tem um advogado pedindo a
determinação, e ele tem razão senhor, até ontem ele estava na legali-
dade, o senhor sabe disto, é ilegal multar algo que nem o senhor tem a
determinação assinada.
— Cumpra a ordem Rogerio.
— Cumprida, mas a negativa vai ficar registrada, e estou voltan-
do a secretaria, o senhor vai assinar isto Regional, se é pessoal, eu não
vou ser acusado de cumplicidade, o senhor é indicado, entendo lamber
a bunda do governador, mas eu estou indo para ai, e se não tem a de-
terminação assinada, pede, pois eu não sou palhaço de cumprir algo
pela metade.
Uma copia chega a repartição da Gazeta, uma coisa era dizer que
eram a favor do governador, agora teriam de assinar que era a favor do
parar do litoral, e o coordenador olha para o redator.
— Quem mandou isto?

266
— A assessoria do menino, através do contato dele, uma posição
oficial da Rosa’s, referente a perseguição pessoal do Governador aos
dois senhores que casaram com namoradas antigas dele, Fabiano Silva,
e Gerson Rosa, a vingança é pessoal, nada a mais que isto, se o estado
quer um senador desequilibrado, não se preocupam, mas alguém que
quer multar algo por algo determinado hoje, e tentar parar todas as
construções, um absurdo.
O diretor olha a determinação do governador, assinada em ane-
xo, e fala.
— O governador ficou louco?
— Disto que eles estão falando, há um mês o senhor sabe disto,
não se faça de burro diretor, você me fez isolar o menino porque o
grupo não queria a verdade vindo a tona, deram corda ao maluco do
governador, ele acha que ainda está dentro do acordo.
— Isto vai pegar mal pra caramba.
— Sim, mas novamente, quem vai publicar, quem vai ter cora-
gem de indagar, ou todos vão fechar os olhos, e o litoral que se ferre,
pois é o que o governador está fazendo.
A direção do jornal é comunicada e manda não publicarem nada,
o diretor olha o redator e fala.
— Estamos ainda na mesma posição que estávamos antes.
O redator não falou nada, apenas foi fazer o seu trabalho, e em
meio a manha estabelecendo as noticias do dia seguinte.
O Fiscal chega a regional do Secretaria de Obras e olha o diretor
e fala olhando outros.
— A determinação assinada senhor.
— Não tenho autorização de lhes passar.
— Então vai pessoalmente, não posso cumprir uma ordem que
pode não ter sido dada.
O senhor grita com o fiscal.
— Eu estou ordenando.
— O senhor não tem fé publica, é indicado, não é concursado,
mandou nós queimar a cidade, e não entende a merda que está fazen-
do.
— O governador mandou uma determinação e tem de cumprir.
— A determinação tem de ser apresentada aos hotéis e prédios
para os dar direito a recorrer, é a lei, onde está a determinação, sem
ela, pode falar alto, mas não tenho o que fazer, não referente a esta

267
determinação, e – o rapaz olha os demais – todos que quiserem ferrar
com minha cidade, eu desejo sorte, pois vão se dar mal.
Outro olhou Rogerio.
— Mas o regional pode nos transferir.
— Não podemos cumprir uma ordem verbal, todos nós sabe-
mos, podemos perder nosso cargo por isto, a lei estabelece que a res-
ponsabilidade é do governador se existir a determinação, nossa se não
existir, e não esqueçam o Regional a nossa frente, tem o cargo por mais
uma semana, o governador está prestes a se afastar para ser candidato
e está deixando a bomba na nossa mão, por isto ele está gritando, ele
sabe que tem algo lá, e se está escrito na determinação, não nos dar
uma copia, para não gerar defesa, vira crime.
Rogerio falou olhando o regional que sabia que comprara uma
briga, sabia já antes que o governador viera para lhe comunicar, que
precisava de apoio para acabar com a candidatura do prefeito.
— Se bandeando para o grupo do prefeito? – Regional.
— Aqui cumprimos leis, não fazemos politica, sinal que é uma
decisão politica, vai cheirar merda.
Os demais entenderam, e as demais regionais começam a se
comunicar e o governador olha para o vice-governador entrar pela
porta com 6 deputados e olhar ele.
— Vai nos explicar isto governador?
— Isto? – Governador.
— Está parando o crescimento de nossa região em plena cam-
panha, quer nos ferrar? – Deputado Caudilho.
O governador olha o deputado e fala.
— Não sei do que está falando?
O vice pega a determinação e fala.
— Aquela que sua secretaria passou ontem para todos os direto-
res com uma determinação de não mostrar ela aos fiscais, para atrasar
os processos de defesa, tá maluco governador, quer me jogar na fo-
gueira e sair de boa? – O vice.
O governador olha a determinação na mesa, ele queria ter para-
do algo antes de ter alguém a sua frente.
— Eles estão fora da lei.
— Não, até ontem estavam na lei, o senhor inventou uma de-
terminação logo após ter ido ao litoral, discutido com o menino, seus
seguranças ainda na cidade, o menino sofre um atentado, e faz isto na

268
surdina, mandou o matar? – O vice pegou pesado, mas era para os
deputados ouvirem.
— Me acusando?
— Perguntando, embora para quem estava negando até ter feito
a determinação como vou acreditar que não mandou?
— Acha que pode comigo Lucas.
Lucas sorri e fala.
— Acha que me ameaça, cresce governador, se esta determina-
ção estiver de pé amanha, eu entro com seu pedido de cassação antes
de você ser candidato, quer mesmo fazer merda, assine, soube que
ligou para os seus apoiadores, bom saber que vão cair todos juntos.
Caudilho olhou para o governador e falou serio.
— Se mantiver isto ai, nem aparece no litoral para fazer campa-
nha, apenas seguro a policia em casa, e quero ver você encarar o povo,
que quer desempregado, esta determinação estabelece que todos os
hotéis de grande porte no nosso litoral é ilegal, mais de 10 mil empre-
gos senhor governador.
O governador olha os demais olharem para ele e a secretaria a
porta fala.
— Paulinho de Matinhos no telefone.
— Já atendo. – Ele olha os deputados e fala – Vocês tem de en-
tender que não vou deixar a concorrência crescer.
— Se tem medo do prefeito como candidato Governador, sinal
que ele é melhor do que pensamos, hora de olhar direito, pois se para
ganhar uma eleição você compra, manipula e sacaneia com um povo,
que seja homem de encarar de frente eles.
Os três saem e o governador atendo a ligação.
— O que tem para mim Paulinho?
— Ter para você, é maluco, quer parar tudo, para que, que mer-
da de determinação é esta, pensei que era apenas pessoal, mas está
parando o litoral inteiro, tá doente, bebeu ontem?
— Calma, isto se reverte.
— Reverte em que, desemprego?
— Eles não vão poder dizer que fiz, sei fazer isto Paulinho.
— Não esta entendendo, você está ferrando com o litoral, não
quero saber quem vai falar, vai acontecer e acha que o que importa é
que os amigos não vão deixar sair nada na imprensa, uma coisa é certa
amigo, está dando razão a eles.

269
— Eles nem sabem o que estão fazendo.
— Não? Tem certeza?
— Eles sem o investidor, nem se reuniram ontem, eles acham
que são grande coisa.
Paulinho apenas pensa e desliga na cara do governador e olha
para a secretaria.
— Chama o Betão aqui.
— O que vai fazer?
— Jogar, eles querem jogar, que aguentem o jogo.
Betão entra sorrindo e Paulinho fala.
— Melhor começar a desocupar seu hotel a beira mar Betão.
Betão olha assustado e fala.
— Não entendi.
— A determinação do amigo, nos ferra, mas se sabia disto, sinal
que somente eu fui o enganado, mas melhor começar a dar desculpas,
pois os fiscais podem não começar hoje, mas amanha, vão estar a rua,
e se esta determinação estiver amanha, acho que teremos problema.
Paulinho joga a determinação na mesa e Betão não olhou e fa-
lou.
— Eu confio no governador, se ele fez, eu apoio, não deve ter
nada de grave ai.
— Sem problema Betão, se apoia isto, quando em uma semana,
o prefeito se afastar, eu me afasto junto, e você como presidente da
câmera assume a prefeitura, e como apoiou o fechar de todos hotéis
com mais de 100 quartos, que seja apedrejado em praça publica, pois
idiota fui eu.
Betão primeiro sorri, depois olha o vice prefeito pegar os papeis
e os guardar e falar olhando a secretária.
— O prefeito está onde?
— Ele está falando com Cecílio, que chegou hoje cedo a cidade,
ele tem de ter autorização especial para uma obra, e veio falar com o
prefeito de Guaratuba.
— Especial? – Paulinho.
— Pensa em uma obra cobrada a décadas, a ponte sobre a baia,
e de um dia para o outro, as estruturas da ponte parece estarem acima
da nova determinação do governador, não é lei, mas com certeza, eles
não querem pagar multa por fazer aquilo.
— E eles vão contornar?

270
— Não sei como, mas dois escritórios de advocacia mandaram
seus rapazes para a cidade, estão com mais de 100 pessoas nos 5 mu-
nicípios, a Rosa’s ofereceu apoio jurídico a todos os prédios e hotéis
que estão sendo atingidos pela determinação da Secretaria de Obras
do Governo do Estado do Paraná.
Paulinho olha Betão e fala.
— Só mostra uma coisa isto, que a Rosa, não é um menino, é
uma empresa, organizada, se o governador acha que está pegando
pesado contra uma criança, esqueceu, Vaz Advogados, não é para pé
rapado como o governador.
Paulinho passa por Betão e ele olha a secretaria.
— Acha que eles param a determinação, não entenderam que o
partido vai apoiar o governador?
— Monta sua estrutura Betão, pois se Paulinho se afastar, com o
prefeito, todo pessoal nosso sai junto, não trabalho para idiota.
— Se achando.
A secretaria olha para ele e fala.
— Não, quem sou eu para me achar sobre Betão, o vereador
eterno deste fim de mundo, se este fim de mundo virar uma cidade
fantasma.
O senhor se irrita e sai.
O prefeito Silva chega ao hospital e olha para Kevin que o chama
ao canto.
— Problemas doutor Kevin?
— Um milagre as vezes vem em boa hora.
— O que quer dizer com isto?
— Ele após voltar a ciência, seu corpo se recupera, a operação se
fecha, os médicos estão assustados com a recuperação dele.
O prefeito olha em volta e fala.
— Acha que o menino é lenda porque senhor?
Kevin olha o prefeito e fala.
— Tem gente reclamando de uma determinação que está entre-
gue ao hospital, saberia o que está acontecendo?
— O governador mandou uma determinação a Secretaria de
Obras do Estado, determinação interna que nada no litoral do estado
pode ter mais de 30 metros de altura, o prédio novo do hospital, teria
51 metros de altura, a cidade está lotada de advogados para tentar
cancelar esta determinação do governador.

271
— Ele é maluco?
— Acho que ele está fora de si, mas vou tentar não o julgar, mas
se o menino está melhorando, já é uma boa noticia.
— Dizem que seres estranhos surgiram a praia.
— Não fui lá ainda, mas falar de Otatos, não é ver eles, dizem
que quem os vê esquece do acontecido.
— E como se narraria?
— Filmaram e colocaram na rede, as câmeras pegam, não estão
pessoalmente no local.
— E porque está acontecendo?
— Não entendi, uma disfunção, sentida ontem com o ataque ao
menino, mas não tenho ideia.
— Vai lá?
— Vou para a central de monitoramento, se puder me passar
uma mensagem de vez em quando dizendo como o menino está?
— Passo, vai mesmo se afastar da prefeitura.
— Sim, espero seu voto para governador amigo.
— Vai encarar de frente.
— Sim, mas ainda tenho uma semana de prefeito.
Em Curitiba o Deputado Carvalho chega a seu escritório central,
ele era Deputado Federal, olha a secretaria.
— Algo de novo?
— Falam em melhora do menino em Matinhos.
— Eles não entendem a força daquele menino, mas o que o par-
tido comunicou?
— Silencio, enquanto o governador age na surdina, silencio até
ele se pronunciar.
— Me liga para o Machadinho.
A secretaria liga para o diretor da Globo local e o mesmo o aten-
de, e transfere para o deputado.
— Bom dia Machadinho, quero saber qual a posição da Globo
local referente a maluquice do Governador no litoral.
Machadinho olha para o rapaz a frente e pede um momento.
— Não sei do que está falando Deputado.
— Certo, eu que sou o repórter aqui, fala serio. – O deputado.
— A determinação é não falar nada, sabe disto.
— Vão ferrar com uma região inteira hoje, pensei que tinham
cabeças pensantes ai, não apenas pseudo repórteres.

272
— Tem muita coisa em jogo, o atual governador tem um com-
promisso com nossa historia, e não temos como o virar as costas nesta
hora.
— Apenas confirmando, não sou apoio a este desmando do go-
vernador, e se vocês são, sinal que realmente, não podem ter apoio
demais, viram cãezinhos adestrados, um povo sem informação é pior
do que um enganado.
— Não está entendendo Deputado.
— Não estou entendendo o que, um pirralho de nada, está pon-
do medo no governador e na maior empresa de comunicação do esta-
do, pensei seriamente, que vocês eram grandes, mas para ter medo de
um pirralho, vocês são nada Machadinho.
— Temos nossas prioridades.
— Tenho de concordar com o Senador Requião, hora de erguer a
TV Educativa do Paraná a ponto de ser maior que vocês, estão perdidos
no caminho, se achando grande coisa, mas se apoiam o reduzir do lito-
ral a cidades fantasmas, que é o que a determinação do governador
pode gerar, cidades apenas temporárias de temporada, e vocês são a
favor, mostra que não preciso do apoio de vocês, passar bem Machadi-
nho.
Machadinho ouve o desligar do telefone e olha para o presiden-
te local da RPC que entra na peça e fala.
— O governador nos passou um pedido pessoal para não falar-
mos nada diretor.
— Ele sabe o que está fazendo senhor? – Machadinho.
— Problemas?
— 10 deputados federais me ligaram perguntando qual nossa
posição sobre isto, e nenhum estava feliz.
— Eles nem tem como ter a determinação real do governador.
— Senhor, se até a Gazeta tem uma copia, com a determinação
do governador de não dar acesso a determinação, com certeza eles
tem.
— Mas então porque eles não fizeram nada?
— Eles estão fazendo, reunindo dados, sabe que a versão do go-
vernador não foi dada ainda. Quando for, não quero nem ver o pro-
blema, já que só acato, mas tenho de lhe dizer Presidente, está jogando
todos de origem do litoral, contra o governador, e podem vir a se virar
contra nós.

273
— Um quase nada de gente.
O senhor olha o presidente da empresa, teria de pensar em o
que falar.
— Alertando senhor, a direção da Gazeta quer saber se fecha os
olhos para isto, mas não espere que todos fiquem quietos.
— Quem...
— Não esquece, Requião quer votos, e falar mal de nós, do go-
vernador, pode lhe dar alguma vantagem na corrida ao senado.
— Ele não seria maluco.
— Dizem que ele esteve ontem em Antonina, ninguém me afir-
mou algo lá, mas sei que pelo menos 300 pessoas do estado inteiro
estiveram lá.
— Me passaram que eles tinham desmarcado.
— Eles não tinham marcado para desmarcar, eles apenas fala-
ram, quem quiser conversar aparece.
O senhor olha Machadinho e fala.
— Mantem a linha de omitir, qualquer coisa não sabíamos, não
tem como eles afirmarem que sabíamos.
Machadinho olha para o senhor sair, e passa o manter da de-
terminação.
Luiz em forma de Pedra, olha para Oto, rei dos Otatos, a beira da
praia quase em Pontal do Paraná.
— O que um rei Otato faz nestas terras visível?
— Eles não lembram depois.
— Eles filmam hoje em dia, você pode interferir nos próximos,
mas não nos que estão por trás das câmeras da avenida.
— E o que é você?
— Um homem de pedra, sem coração ou memorias tristes, co-
mo me chamam, A Pedra, mas o que faz visível, quer que coloquemos
vocês no buracão rei?
— Acha que pode com os meus.
Luiz não olha para as costas, mas Plout surge nela, mais de 300
Hons, o rei recua e fala.
— Mas nos deram uma missão.
— Quem deu a missão e qual missão?
— Destruir um ser de existência, um ser em local errado.
— Ser em existência?

274
— Um menino internado e inconsciente no hospital bem a fren-
te.
— Eu não teria nada contra o ver morto rei, pois não pode com
Pedro Rosa, mas teria de atravessar a cidade, e não posso permitir que
fique mais visível do que já ficou.
O rei olha para o rapaz em pedra e fala.
— Acha que acredito em você?
— Nunca me preocupei com o que um rei covarde pensa, um rei
que se esconde atrás dos seus exércitos, eles morrem, você continua,
um covarde.
O rei não sabia o que eram os seres, mas sentiu o cheiro de Cu-
rupiras a volta e Luiz olha para o ser surgir ao lado de Otato e lhe olhar.
— Porque intercede por um tratante.
— Posso responder com uma pergunta, com os seus ouvindo Cu-
rupira, pois sabe que ele não é um tratante.
— Ele adulterou as moças que o passamos.
— Ele perguntou se poderia, vocês responderam, são penas fê-
meas, e sabe disto, e como sabe, o feriu dormindo, quando falavam de
Curupiras, pensei em protetores, não covardes como estes Otatos.
Outros olham Luiz e um fala.
— Ele nos traiu.
— Ele é um Moroi, ele é um Netser, mas sei que mesmo ele, ten-
ta descobriu o que é, pois tem a aura destas que se omitem as costas,
as Sereias, então ele em si, também é um ser das aguas, e se isto é real,
ele pode ter uma descendência ainda não descoberta, mas o chamar
de traidor, garanto, ele responderia com palavras, com fatos, as vezes
até abrindo mão do caminho que vocês o ditaram, mas tentaram o
matar, ele não vai mais conversar com vocês. – Luiz.
— Não queremos conversar.
— Então melhor começar a fugir. – Luiz olhando o Curupira – Ele
acabou com seu Deus cristal em 24 horas, se o seu Deus não resistiu
isto, acha mesmo que você pode o encarar? – Luiz.
Otato soube que o menino não era qualquer um, os seres come-
çam a sumir e recuar, os Hons olhavam eles, queriam a certeza do re-
cuar, eles começam a sumir as costas de Luiz, que olhava o ser a sua
frente.
— Ele nos deve as fêmeas cedidas.

275
— Não, não deve, você tentou o matar, as matou, você abriu
mão disto por um discurso, mas ainda não sei o que o menino vai fazer,
apenas vim para a cidade, quando passamos pelas casas dele e vimos
as moças mortas, soubemos que era coisa de covardes.
Luiz olha os demais Curupiras, Ciguapas e Abarimon.
— Sabe quando um ato me mostra que vocês tem de evoluir,
talvez tenham de ser forçados a evoluir, mas não esperem compreen-
são do menino.
— Dando muito valor ao menino.
— Menos do que você deu, pois o acertou dormindo, para não
ter perigo de não conseguir, parabéns, fez mal feito, agora aguente o
resultado.
Os Curupiras foram sumindo, as pessoas ao fundo olhavam as-
sustadas, mas já não viam aqueles seres imensos, o prefeito que olhava
pelas câmeras pergunta ao policial.
— Acha que teremos problemas a mais.
— Não entendi aquilo?
— Alguém que não se encaixa nas leis, tentou matar o menino, e
algo veio da capital para não os deixar atravessar a cidade.
— E o que é aquele rapaz?
— Eu nunca entendi disto, mas pelo jeito, vou ter de começar a
me inteirar, apenas fiquem de olho, qualquer coisa me comuniquem.
O prefeito olha para a praia e olha para os turistas, ignorando
toda a bagunça jurídica que estava se travando.
Pedro abre os olhos na UTI e olha para o medico, sente o seu
corpo e sente as feridas internas, elas foram fechando, foram cicatri-
zando, ele sente a pressão baixa e olha o rapaz da enfermagem.
— Estou com fome.
O rapaz sorriu e falou.
— Bem vindo, muitos acharam que você não amanheceria.
— As vezes esqueço de ouvir meu corpo, mas como estou?
— Uma cicatrização incrível, mas como sente-se.
— Pressão baixa, fome, um pouco de sede, acho que perdi 600
gramas, não sei como, minha cabeça dói um pouco, mas deve ser a
pressão baixa com fome, isto sempre me deu dor de cabeça.
O rapaz anota e fala.
— E como algo cicatriza como você?
— Muita técnica. – Pedro sorri, mas pareceu dor para o rapaz.

276
O rapaz anota e foi falar com o médico, e na hora de visita esta-
va lá 3 pessoas, Maria, Sergio e Cristiane.
— Como está filho?
— Tentando entender o que fiz errado, mas teria – ele olha para
Sergio – como falar com Luiz?
— Ele está na cidade.
— Pede para ele proteger a casa no Tingui em Curitiba, é mais
importante.
— Não entendi.
— Nem eu, odeio acordar de um sonho e estar diante de Tsa-
phkiel, e nem lembrar de ter sofrido algo.
— Ficamos preocupados. – Cristiane.
— Mantem a calma, não sei onde está o problema, mas mantem
eles com dinheiro na conta, que Vaz resolve o jurídico, Roseli o constru-
tivo, Sergio a aquisição e você o financiamento.
— As vezes nos preocupamos com covardias, o governador fez
uma determinação para que nada no litoral tenha mais de 10 andares,
ou 30 metros de altura.
— Através de que secretaria?
— Secretaria de Obras.
Pedro olha em volta e fala olhando Sergio.
— Pede para Vaz falar com o sindicato deles e paga para uma
manifestação por salario de uma semana.
— Você pega pesado, eles não entendem mesmo. – Sergio.
— Em uma semana revertemos, então se eles estiverem em gre-
ve, não existe pressão, não existe problema, e não nos desgastamos
com os meios de apoio do governador, quando eles quiserem pular de
lado.
— E acha que eles mudam de ideia.
— Não sei, fizeram a reunião ontem? – Pedro.
Sergio estava preocupado com o agito do menino e fala.
— Apenas mantem a calma, não viemos para lhe agitar.
Pedro olha ele serio.
— Houve?
— Sim, mas como o govenador ainda não se pronunciou sobre
as determinações, estão todos no silencio.
— Pelo jeito não posso passar mal ainda. – Pedro serio.
— Descansa filho.

277
— Apenas deixa todos alertas, tira os arquitetos de perto, não
quero eles ouvindo que fomos proibidos, eu devo estar de pé rápido,
estou perdendo aula.
Sergio sorri e fala.
— Verifico os problemas, mas Vaz quer lhe falar.
— Apenas alguém sai ele entra, sei que estou exagerando nesta
UTI.
Cristiane sai e Vaz entra, Sergio olha o medico ao fundo e vai a
ele, e Vaz fala.
— Nos preocupou menino.
Pedro tentava não entrar nesta parte da conversa.
— Desculpa, mas o que temos Vaz?
— O governador pegou pesado.
— Temos como devolver o peso?
— Sabe os problemas?
— Pensei em financiar uma parada do sindicato, começo da
campanha salarial.
— Isto não é tão fácil.
— Sei disto, mas tenta, explica para o presidente do sindicato
que a ação é ilegal e pode sobrar para os servidores o peso, pois o go-
vernador está prestes a se afastar.
— E o que ganhamos com isto? – Vaz.
— Uma semana e o governador mudou.
— Certo, algo paliativo para mudar os planos.
— Pode ter certeza, mas tenta, não quero brigar com ninguém, e
sei que quando sair, vão dizer que inventaram isto.
— Eles não fariam.
— Eles vão ter-me a rua, eles não precisam saber da verdade,
não vamos falar, não vamos destacar, eles falaram, nós não.
— Porque disto menino? – Vaz.
— Porque minha cicatrização põem seres estranhos da cidade,
como quase mortais, então em uma semana, será uma marca, que
ninguém acreditará ter sido uma facada.
— Acha que devemos segurar tudo.
— Sim, tenta barrar, em uma semana, eu volto a falar disto.
— Se cuida, nos preocupamos de verdade.
— As vezes meus sentimentos são mesquinhos, sei que queria a
preocupação de quem não se preocupou.

278
— E acha que sai quando?
— Vou tentar sair rápido – Pedro olha a mãe e fala – Sei que as
vezes falo demais, as vezes não pareço sentir, mas é que é difícil ainda
Maria, sei que entende.
— Sua irmã pelo jeito continua a pensar em fazer burrada.
— Ela estava sorrindo ao lado do pai da criança no dia anterior,
deveria ter lembrado de um aviso, sorrisos demais em um dia, cuidado
com o próximo.
Pedro se encosta a cama e olha Vaz.
— Tenta, vou tentar me recuperar rápido.
Luiz estava a praia quando Sergio chega ao seu lado e fala.
— Senhor Luiz?
— Sim.
— Eu não entendi o que o menino pediu para lhe comunicar,
mas ele perguntou se dava para dar segurança a casa do Tingui.
Luiz olha Sergio e fala.
— Ele está bem?
— Agora parece que nem se feriu, mas os médicos o vão segurar
um pouco, mas pelo jeito o problema é quando ele está dormindo.
— Ele deveria estar descansando, mas entendi, bom saber que
ele sabe de onde vem o problema.
— Não entendi. – Sergio.
— Quando se tenta ajudar e as pessoas não querem a ajuda, as
vezes acontece isto, elas querem por você em uma encrenca, mas sinal
que ele não teme os locais.
— Não entendo ele, acho que ele me surpreende sempre.
Luiz sorriu e olha em volta, viu os Hons surgirem e Plout pergun-
ta.
— O que acha importante Luiz.
— Proteger as moças, nem que ao longe, eles não sabem que
elas voltaram a vida, sinal que era parte do enfrentamento, mas as
proteger faz parte do caminho.
— Vamos voltar, praia não me é agradável. – Plout.
Luiz olha os seres sumirem, eles atalhariam pelo mundo deles,
Luiz pegaria uma carona, ou um ônibus.
Carla em Curitiba recebe a mensagem que ele estava melhor,
olha o colar, com calma começa a por linha a linha dos diamantes, era
um trabalho detalhista e que demoraria, ela as vezes parava para ver a

279
liga que formava colares menores, anéis, brincos, pingentes, pulseiras,
uma linha de 300 peças, ela olhava aquela coleção crescer, o segurança
fala que tinham uma entrega, ela desce e olha as caixas de madeira
forradas com camurça negra, a inscrição do Rosa Diamantes na tampa
superior, ela olha os detalhes e as definições de cada peça.
Carla põem um conjunto de brincos em uma caixinha e fica a
olhar, olha os prospectos de um desfile, começa a se inteirar, era algo
para realmente impressionar compradores do mundo.
“E o querem chamar de farsa, elas não tem noção disto!” – Pen-
sa Carla sorrindo.
Gerson fica sabendo que Pedro melhorou, estranha e volta a Cu-
ritiba, não fora desta vez, ele precisava receber o ouro vendido, eles
não purificaram e venderam em natura, como estavam e conseguem
um preço próximo de 2 mil o quilo, mas como estava colocando 200 mil
no bolso, parecia um bom negocio para Gerson.
Pedro teria refinado, não daria 100 quilos, mas apenas 45 quilos,
e venderia a seiscentos e setenta mil reais.
Mas Gerson nem imaginava ser possível refinar aquilo, ele que-
ria lucro rápido.
Rita e Joseane naquele fim de dia em Curitiba olham para o pai
que fala.
— Acham que ele sobrevive?
— As meninas estavam assustadas, mas Carla falou que ele já es-
tá melhorando. – Rita.
— O Governador para o atingir, está passando do aceitável, mui-
tos dos que apoiavam o desmoralizar do menino, começam a mudar de
ideia.
— Mas ele não era uma farsa? – Joseane.
— Não se faça de inocente filha, você esteve hospedada dentro
de um dos hotéis, aquilo é um investimento de 100 milhões de reais,
não é coisa de pobre, e era evidente que todos o tratavam como parte
daquilo.
— Então porque da armação? – Joseane.
— Eles precisavam da desmoralização do prefeito e dos apoiados
pelo menino, pois existe um acordo que este ano, o governo continua
com o PSDB e o senado meio a meio entre MDB e PSDB.
— E o que o menino tem haver com isto?

280
— O nome do prefeito de Matinhos, apoiado pelo menino, esta-
va com valores superiores ao atual governador na pesquisa ao senado,
muita gente se preocupou.
— Que democracia de merda é esta pai? – Joseane.
— Olha o palavreado.
— Mas que palavra melhor que esta conseguiria usar para isto,
vocês fazem armações para desmoralizar o menino, ele nem se preo-
cupa, e o que vi lá, era ele indicando o rapaz não ao Senado, mas ao
Governo do Estado, alguns falavam que ele indicaria o candidato no
Paraná e apoiaria a reeleição em São Paulo e Santa Catarina, onde eles
não sacanearam com as empresas dele.
— Mas o partido dele nunca indicaria ele para o governo do es-
tado, acho que é demais para o rapaz.
— Não sei pai, era o que falavam lá. E parece que só não se reu-
niram porque o menino foi esfaqueado.
O desembargador olha a filha, talvez tivessem pensando em uma
coisa e seria diferente, mas ele apenas ouvia, ele ajudara, mas para ele
era apenas uma indagação sem fundamento ainda.
O governador vai a uma reunião do partido, estavam prestes a
lançar ele a senado, sua secretaria de educação a governadora, toda
uma estrutura de elegibilidade, alguns deputados que deveriam estar
lá, não estavam, o governador estava pensando em por panos quentes,
mas não revogou a determinação, e no fim do dia, a Secretaria de
Obras, decreta greve por reposição salarial.
O governador olha sem entender, outros servidores começam a
pensar na mesma estratégia, ano de eleição os políticos tendiam a não
querer greve durante a campanha.
O presidente estadual do partido olha o secretario de obras e
pergunta qual o problema.
— O governador passou uma determinação logo cedo, não sei
qual foi, ele não teve coragem de me mostrar, mas eles parecem não
ter gostado.
— E os demais, parece esvaziado, há uma semana todos confir-
maram, amanha é nossa convenção.
— Devem estar chegando.
O senhor estranha, pois soube que alguns partidos que estavam
falando em aliança, começam a se afastar.
— O que o governador está me escondendo?

281
— Aquela discussão ainda sobre a candidatura de Fabiano Silva.
— E no que isto o incomodaria?
— Ele parece não entender assim, pior, cada vez que bate no ra-
paz, mais gente fala dele por ai, hoje em dia as coisas não passam ape-
nas por meios oficiais.
— E o que ele fez de verdade, pois todo o pessoal do litoral não
veio, qual a determinação secretario?
— Algo sobre capacidade máxima construtiva nas cidades litorâ-
neas para preservação e evitar inchaço populacional.
O presidente do partido viu que tinha algo ali, o secretario não
queria falar, era obvio que sabia, o governador se mantinha isolado,
parecia dar espaço a candidata, fazia sentido, mas era obvio, ele estava
omitindo algo.
A reunião confirma os nomes de indicação principal, mas os de-
putados pareciam não estar lá, e algo estava errado nisto.
O presidente do partido liga para os deputados de partidos alia-
dos e eles não o atendem, ele liga para o prefeito de Paranaguá, ele
deveria ter vindo e não veio.
— Prefeito, não veio a convenção?
— Não presidente, sabe que não sou candidato nestas eleições,
mas algo urgente ai que precise da minha presença?
— Sempre está por perto, o que o segurou?
— Uma determinação do governador, que proíbe hotéis com
mais de 100 quartos no litoral, construções com mais de 30 metros,
tivemos de mudar o zoneamento da cidade hoje por isto, em urgência
para não parar a construção do porto, tentando entender as novas
determinações, deve existir uma razão logica nisto, mas estamos sendo
linchados por donos de hotéis locais.
— Mas porque o governador faria isto?
— Isto que quero entender, pois se fosse algo sobre os novos
empreendimentos, mas ele fez isto abrangendo imediatamente todas
as construções com menos de 10 anos, e as com mais, semanas para
começarem a se adaptar as novas regras, recebi hoje cedo tanta recla-
mação que ainda nem consegui pensar.
— Estava correndo e eu pensando que não veio por um motivo
pessoal qualquer.
— Pensa que o governador aprovou a obra do novo hospital e
hoje a determinação dele através da secretaria de obras, para a obra

282
pois ela terá mais de 30 metros, eu ainda estou tentando desviar parte,
as partes no porto e aeroporto, consegui permissão especial da Mari-
nha e da Aeronáutica, mas assim que der vou a Curitiba para saber o
que o governador pretende com isto.
O presidente do partido desliga e olha para o secretario indo fa-
lar com o governador, ele ficou por perto apenas para saber para quem
ele ligaria, agora passava ao governador o que entendeu, o senhor olha
para a secretária e pergunta.
— O que acontece neste palácio, parece todos querendo fugir de
mim hoje?
— O governador não quer que nos posicione, e informem nada
antes do afastamento dele.
O presidente olha em volta e pega o celular e liga para Lucas.
— Grande Lucas, onde se escondeu?
Lucas olha que era o presidente estadual do PSDB e fala.
— Em casa, onde mais.
— Não vem a nossa convenção?
— Não, meu partido deve decidir amanha não entrar nesta cor-
rida ao lado de vocês senhor.
— Algum motivo especial?
— Teria de apoiar seu candidato a Senador, ele acaba de ferrar
com todo litoral paranaense, e se recusa a falar, expor motivos, per-
guntei porque fez hoje sedo, me ameaçou, não sou tão importante
assim senhor, mas não gosto do que vou assumir, em uma semana, e
pode ter certeza, meu partido pela ação do seu candidato a senado,
atual governador, nos afastamos da coligação.
— E vão lançar candidato próprio?
— Quarta feira nos reunimos e decidimos, temos até sábado pa-
ra estabelecer os nomes, podemos até mudar de ideia, mas a determi-
nação hoje do partido, é não estamos na coligação.
O senhor desliga e caminha até o governador e pergunta.
— O que fez no litoral Governador?
Ele olha mudando de feição e pergunta.
— Quem já está reclamando?
— O que fez, não inverte a pergunta governador?
— Existia uma determinação do IAP para contenção de cresci-
mentos verticais no litoral, e como parte da minha campanha de sena-
dor, começo estabelecendo metas de construção.

283
— Está doente Governador? – O senhor olhando o senhor serio.
— Está me ofendendo.
— Certo, o que vamos falar sobre a reforma do hospital que o
senhor gastou recursos, verbas, fez promessa foi ao local, e agora,
manda interditar porque tem mais de 30 metros, qual a desculpa que
vai dar governador.
— O prefeito de Paranaguá já reclamando?
— Sim, foi nossa promessa a cidade, a reforma do novo hospital,
deveria ser entregue ainda este ano, e a obra parou hoje, por uma
determinação do nosso candidato a senado, me explica governador?
— Semana que vem criamos exceções, para os aliados e obras
publicas.
— Semana que vem não está mais no governo, está mandando a
bomba para o seu vice governador, imagino ele tendo de explicar isto,
e o senhor usando palavras bonitas, mas pensa em algo real, pois não
estamos lhe apontando governador, para tropeçar nas próprias pernas.
— Nisto tiramos de letra senhor.
— E como estão as negociações de candidatura, deve estar mais
por dentro disto candidato. – O presidente olhando o senhor.
— Eles estão todos tentando apoios pessoais, mas esta semana
devemos os acalmar e os trazer a nova coligação. – Governador.
— Sabe que se for senador, provavelmente assume meu lugar,
estou pensando em dedicar uns anos a família, espero que não me
decepcione governador.
— Fica tranquilo, sei que alguns partidos estão hoje falando em
pular fora, mas amanha os trazemos de volta.
— Espero que saiba o que está fazendo.
O governador sorriu, o senhor ficou na duvida se não era uma
arapuca para falarem algo e depois eles desmentirem.
Pedro estava deitado quando o senador Requião entrou na CTI,
ele já estava melhor.
— Perdido aqui Senador? – Pedro.
— Vim confirmar com meus olhos, que está bem.
— Foi de raspão.
— Eles vão puxar alguns ainda.
— Senador, apenas segura as acusações, o governador quer usar
nossas reclamações, vamos apenas o contornar e avançar.
— E como avançamos?

284
— Senhor, litoral estabelece que duzentos metros da praia, é
Marinha, mesmo a prefeitura controlando tudo, é área da Marinha,
não do município.
— Mas tem obras que teria de parar.
— Vou pensando enquanto melhoro, mas mantem os cães
amarrados senador, é uma pegadinha do governador.
— Certo, e como o enfrentamos?
— Com calma, minha calma.
— Você não é calmo.
— Sei disto Senador, mas mantem a calma neste instante, vamos
a uma corrida que se em um mês, tudo estiver nos lugares, teremos
como ganhar uma eleição.
— E os que pularem fora?
— Não posso fazer politica com gente que escolhe o lado errado
senador, eu não queria estar indo a oposição, mas no estado do Paraná
eu não tive opção.
O senador sai e o menino é transferido a um quarto.
Pedro pede um caderno e um lápis, senta a cama, e começa a
desenhar.
Pedro desenha, quando sua irmã surgiu lá para dormir a noite
ali, para qualquer urgência, ele se encosta a cama e adormece.

285
Amanhece em Curitiba, a convenção do PSDB
começa, as reportagem a porta, para o lançamento
dos candidatos a sucessão no estado, o governador
estava lá imponente recebendo os correligionários,
os apoios, repórteres de varias tendências.
No diretório do PT local, uma senadora em
fim de mandato, olha para os demais e fala.
— O que está acontecendo Florisvaldo?
— Dizem que aquele prefeito do PDT de Ma-
tinhos esvaziou a convenção do PSDB, alguns falam
que ele sai ao Senado, mas alguns, que ele vai tentar
levantar o partido novamente no estado, eles foram
se apequenando, e alguns falam que ele se sacrifica
tentando o executivo local, para o crescimento do partido.
— Acha que devemos por a colher?
— Nosso apoio no momento poderia dar força a favor do gover-
nador, pesaria contra, mas é bom ver que alguém está se mexendo.
Dizem que tudo tem haver com aquele menino que alguns chamam de
farsa.
— O que o menino teria haver com isto?
— O governador pisou no pé das empresas Rosa, o símbolo dela,
usa a estilização do menino mais velho, então ele é o símbolo, e quan-
do o governador bateu de frente com o menino, alguns ao longe dizem
que ouviram o menino falar alto que lançaria o prefeito ao senado.
— E ele teria como o fazer? – Senadora em fim de mandato.
— Ele se reuniu com o governador de Santa Catarina, pensa,
uma criança de 13 anos, foi chamada a conversar com o governador ao
lado, que parecia ter sido informado que ele apoiaria a oposição, coisa
no nosso governador, ele foi pessoalmente lá, e a convenção de hoje,
lá, está confirmando uma senhora coligação de apoio ao atual gover-
nador, dizem que o que o presidente veio inaugurar aqui, deve no dia
15 de novembro, fazer algo semelhante lá.
— Mas isto não esvaziaria a convenção?
— Não sei, ouvi rumores que Carvalho vai apoiar o PDT, ouvi Re-
quião falando em tirar o candidato próprio do partido este ano, se o
PDT confirmasse o nome do prefeito, ouvi 4 deputados do oeste que
precisavam de ideias novas, e que o prefeito de Matinhos mostrava

286
eficiência e determinação, ele mudou sua cidade, contra toda a estru-
tura do governador.
— Isto sim esvaziaria a convenção deles, pois estaríamos falando
em algo unindo antigos inimigos, em uma candidatura, mas não enten-
di o que os une.
— Vai ao litoral Senadora Glaci, olha, eu falei com alguns amigos
do IAP para segurar as coisas até o fim da eleição, o governo atual gos-
taria de ferrar as coisas lá através do discurso ambiental.
— E acha que não se mantem o discurso?
— Eles fizeram um quase milagre em Matinhos, pois eles despo-
luíram rios, contiveram encostas, criaram um sistema de captação de
esgoto, fizeram um reservatório de agua, incutido na montanha, o
inicial, mas dizem que o maior deve ser inaugurado este mês ainda.
— Não entendi.
— Eles estão tentando contornar uma determinação do gover-
nador para construções no litoral com mais de 30 metros, eles através
de um arquiteto chinês, projetaram um prédio, que tem as paredes
externas, todas de vidro, 30 andares, que a parte externa, serviria de
reservatório de agua da cidade, um prédio de agua, é a definição que
me deram referente ao projeto da Mad Arquitetura.
— E o governador está o tentando parar?
— Sim, mas ele conseguiu mais inimigos tentando parar obras
em Matinhos fora de lá do que lá, leis estaduais, atingem todos, então
é obvio, muitos estão odiando. Vou entrar em contato com alguns, a
Globo não quer fazer reportagens no litoral, mas vamos começar os
induzir, a mostrar o litoral, mesmo que sem falar das obras ao fundo. –
Fala Florisvaldo, a senhora sorri e fala;
— A vingança se come fria.
— Não vejo como vingança, vejo como caminho, as vezes nos
prendemos a nossa própria propaganda, e esquecemos que alguns
podem melhorar o entorno.
— Não entendi. – A senhora.
— Uma empresa de nome Rosa’s, investiu no litoral nos dois úl-
timos meses, em saneamento, mais do que o governo do estado inves-
tiu no estado durante 4 anos.
— E o governo quer parar isto?
— Sim, mostra seus fracos, suas ineficiências, seus descasos, vai
lá e olha as obras, dizem estar construindo ali em Paranaguá o maior

287
porto da região sul do país, somente o controle disto, já aumenta o
nível de emprego local.
— Está falando em controle portuário, em policia federal e coi-
sas do gênero?
— Segundo um amigo em Brasília, abriram contratação para Pra-
tico para posse no Paraná, para 24 deles, 8 por turno de funcionamen-
to do porto.
— Qual o tamanho do que eles querem fazer ali?
— Isto que quero saber, estão falando em instalar 72 guindastes
de porto, para contêiner, mais 6 outros tipos, estão falando em receber
ao mesmo tempo, mais de 40 navios por vez.
— Uma obra para anos.
— Sim, mas que já instalou os 12 primeiros, e ninguém viu, en-
tão se somar investimento em porto, a empresa também bate todos os
investimentos anteriores do governo federal, principalmente se con-
firmarem a inauguração em Itapoá e São Francisco.
— E pelo jeito o governador não gostou nada disto.
— Pelo jeito é algo pessoal, ouvi falar que o governador tem
uma desavença com o prefeito de Matinhos ainda da época da facul-
dade em Paranaguá.
A senhora olha seria e fala.
— Vou verificar, eu me esforcei muito para por dois guindastes
naquele porto e agora me fala que alguém colocou 12.
— Sim, vai lá e começa a se inteirar, se for real, e for contra o
governador, pensa em tirar os nossos do caminho, o governador é ca-
paz de acionar eles bem para prejudicar o outro lado, eles pensam em
prejudicar o governador e acabam linchados.
Em Matinhos, Paulinho olha Silva e fala.
— Podemos conversar prefeito?
— Problemas?
— Não sei, me deixei levar pelo discurso do governador, mas
não sei o que fazer?
— Segura a prefeitura, dizem que Betão está achando que vai
assumir ela, não a abandona, são dois anos Paulinho, que se fizer direi-
to, mudamos a cara definitiva da cidade.
— Mas como fazer contra o governo?
— O governador sai agora, será eu ou a Cida, não vejo motivos
para não negociar com a Cida.

288
— Certo, acha que ele como senador não atrapalha?
— Não como ele está fazendo hoje, ele não vai ter a maquina
para nos atrapalhar tanto.
— E porque parece que tudo está calmo?
— Porque estamos esperando o fim da convenção do PSDB, hoje
as 16 horas, para começar a nos mexer.
— Não entendo as obras desta cidade.
— Está falando da obra no hospital?
— Sim.
— Não fomos notificados ainda, então parece que o menino li-
gou para alguns e acelerou as obras.
— Acha que se elege prefeito?
— Acho difícil, mas é encarar a mudança Paulinho, eles não en-
tendem, politica sem mudanças, acaba sendo conversa de compadre.
— E se alia a raposas velhas para estabelecer mudanças?
— Não, eles que estão se aliando a mim, parece diferente, mas
começam a grudar como pico-pico, onde se passa, pois eles estavam
meio perdidos no governo atual.
— E vais ter de dar espaço a eles.
— O prospecto de governo está pronto, preciso de 7 secretarias,
não mais que isto, mas obvio, sempre tem os que vão reclamar depois,
mas hoje é surdina até amanha.
Pedro recebe Cecílio no quarto.
— Como está menino?
— Bem, foi um susto, daqueles que não esquecemos nunca, mas
apenas um susto.
— Ficamos preocupados, nossa mina de ideias não pode nos
deixar assim tão fácil.
— Mina de ideia, ou de dinheiro?
— Você é uma incógnita, alguns falam que você criou uma ideia,
muitos estão olhando o prefeito daqui como o idealizador, o que acha
disto?
— Sou de menor Cecílio, alguém tem de começar a fazer, mas foi
apenas um susto, as obras continuam andando, e tenho de me levantar
para não perder o ano.
— Sabe a confusão que vai gerar em Curitiba?
— Em que nível?
— Governamental?

289
— Eles devem estar todos parados esperando para saber se tem
financiamento de campanha ainda.
— Sabe as novas regras?
— Sim, pelas leis, eu só posso doar a campanha, no máximo 10%
do bruto, é isto?
— Sim.
— Minha parte não é tudo, mas ainda não sei como se analisa is-
to a nível de ceder estrutura.
— Não entendi.
— Sedo 100 quartos em 20 cidades grandes por 1 mês para
campanha, isto é considerado dentro dos 10%, ou os 10% por cento é
apenas os recursos doados?
— Acredito que os recursos, tenho de verificar.
— Verifica, pois pelos recebíveis diretamente em meu nome,
não posso doar mais de 112 milhões de reais este ano, 10% do que vou
receber até o fim do ano., não vou doar tudo isto.
Cecílio sorri e fala.
— Isto com tudo fora de seu nome?
— Sim.
Pedro estava mentindo, mas não queria ser o único a por dinhei-
ro na campanha.
Pedro recebe visitas ao quarto, caras menos preocupadas, os re-
pórteres acompanhando as visitas de meninas Globais ao menino, pa-
recia confirmar que ele melhorara.
Na saída um dos repórteres para a frente de Marilia e pergunta.
— Senhorita Marilia, dos daria uma declaração?
Ela olha o repórter e apenas concorda com a cabeça.
— Nos daria alguma posição sobre o estado de saúde de Pedro
Rosa?
— Ele está bem, fiquei preocupada no dia, pois algumas meninas
disseram que ele sangrou muito, mas ele está consciente, já fazendo
piadinha sem graça, por sorte foi de raspão.
— Eles indicaram quando ele tem alta?
— Ele está ainda em observação, acho que os médicos estão
tentando o manter ali, embora ele parece disposto a fugir se eles bo-
bearem.
— Dizem que estão namorando, confirmaria isto?
Marilia pensa e fala.

290
— Ele não aceitou ainda para ser oficial.
Marilia pede licença e passa ao meio dos repórteres, com duas
outras meninas.
Raquel olha a imagem ao meio dia, e olha para fora.
— Concorrência desleal.
Sua mãe a olha e fala.
— Querendo conquistar o Pedrinho?
— Ele é diferente, mas é bom saber que ele está melhor, as ve-
zes acho que ele está aprontando todas e está apenas esfaqueado em
um hospital em Matinhos.
— Se envolveu com ele filha?
— Não, mas pensei que ele passaria ai no fim de semana, está
ainda em Matinhos se recuperando.
A senhora olha a filha, não entendeu.
— Matinhos parece outra cidade filha, a cidade esta linda.
— E toda aquela propaganda contra?
— Quem fez não deve ter conhecido o antes, só pode ser.
A senadora Glaci chega ao sindicato dos portuários, o presidente
dele a recebe e fala.
— Veio verificar pessoalmente Senadora?
— Tentando achar um ponto fraco para nos fixarmos Dalton.
— Não entendi.
— O atual governador é contra isto, porque ele é contra?
— Não acredito que ele fale com estas palavras isto em campa-
nha, pois não entendo porque ele seria contra.
— Ele vai se apegar aos ditos compromissos ecológicos do esta-
do para ir contra isto, mas me apresentaria o local, faz uns 4 meses que
não venho aqui e parece ter mudado muita coisa.
— Está mudando mesmo, eles estão instalando uma nova liga-
ção rodoviária ao porto, muitos que reclamavam do fluxo intenso de
caminhão em frente de casa, começam a pensar na saída daquele pes-
soal do comercio de um ponto para outro.
O senhor conseguiu uma credencial e os dois foram ao porto.
— Lembra a briga para liberarem recursos para estes dois Guin-
dastes senadora.
Ela olha o guindaste e olha o mais a frente, a ultima vez que fora
ali existia apenas os pontos fixados ao mar de onde pretendiam que o

291
cais se esticasse, ela olha para trás e olha os guindastes para dentro,
ela não entendeu, pois ali era diferente.
— Cada guindaste destes dá quase o tamanho dos dois que colo-
camos.
— Guindastes de 70 metros, o nosso tem 55, capaz de carregar
os maiores navios do mundo senadora.
— O que os portuários estão achando?
— Eles começaram a treinar gente para operar os guindastes, só
neste ponto, serão 216 vagas por turno, mais o grupo de emergência.
— Já desembarcaram algo nos novos?
— Não, estamos esperando liberação do estado, a liberação fe-
deral saiu, os fiscais federais para fiscalização já foram nomeados, os da
aduana também, mas o governo do estado ainda não deu o alvará de
funcionamento.
— Acha que isto é um empecilho? – Glaci.
— Acho que eles tem muita coisa a montar ainda, eles estão
treinando gente, contratando gente, construindo novos acessos, insta-
lando sistemas de monitoramento nas entradas e saída, colocando o
sistema de funcionamento, instalando trilhos, tem muita coisa a fazer
ainda, mas com certeza, se duvidar é apenas charme do governador, e
o próximo não deixaria isto virar lixo.
— Acha que vale o investimento? – Glaci.
— Esta Rosa Transportes, nos comunicou os projetos, estão qua-
se todos andando, mas eles pretendem ter portos secos, locais onde
eles colocam os estoques, em 5 pontos, que variam do litoral sul de São
Paulo ao litoral norte de Santa Catarina, e três na região metropolitana
de Curitiba, quando os navios começarem a entrar no porto, eles pre-
tendem começar a carregar os contêineres nestes portos secos em
trens, e enquanto ele atraca, eles pretendem trazer a carga rapidamen-
te, ouvi falar que eles não querem perder mais de 60 horas em um
navio de contêineres que estiver cheio e tiverem de esvaziar e encher
novamente, operando com todos os navios no cais, o que quer dizer,
gente chegando e saindo o tempo inteiro, previsão de mais de 10 mil
navios ano, seria uma correria eterna, mas os salários aumentariam,
tudo automatizado e mesmo assim geraria mais empregos.
— Pelo jeito a obra o animou? – Senadora.
— Sim, no fim de semana, pela primeira vez vi um mega navio de
cruzeiro entrar no cais, aportou em Antonina, e eles estão construindo

292
lá como aqui, acelerados, mas os dois serão controlados por aquele
prédio ao fundo.
A senadora olha o prédio, bonito, designer moderno.
— Eles estão construindo, mas a direção do porto, as vezes tenta
dizer que eles não estão ali.
— O governador novamente?
— Talvez.
— Acha que teríamos algo contra esta empresa Dalton?
— Eu não tenho, obvio que existem pescadores reclamando,
ambientalistas reclamando, sempre tem os que querem seus empregos
mais estagnados.
— Do que os ambientalistas estão reclamando.
— Aterros, sem tempo de levantamento de dados sobre o im-
pacto ambiental que eles podem gerar.
Glaci sorri e fala.
— Alguém que não os ouviu e fez, mostra bem porque tive tanto
problema em levantar dois guindaste.
— Por outro lado, eles estão investido no esgoto da cidade, no
levantar de uma barreira do outro lado da baia, isto em parte irrita os
pescadores, eles querem atravessar em qualquer canto.
— Porque desta barreira.
— Se um vazamento qualquer acontecer, não atingiria os man-
gues do outro lado da baia, pois pararia na barreira.
— Uma obra imensa.
— O Pizell disse que eles só estavam colocando aquilo ali no pro-
jeto para conseguir a autorização em um dia, no dia seguinte ele disse
que eles não podiam erguer coisas assim sem o devido estudo.
— Fizeram enquanto eles ficavam pensando que era apenas um
projeto para aprovação.
— Eles criaram corredores de entrada e saída, aumentaram o ca-
lado de toda baia, criaram só em área nova em ambos municípios, com
os aterros, mais de um milhão de metros quadrados por município.
— E como ninguém viu?
— Vimos as regiões isoladas, mas como as vezes isto demora dé-
cadas, não ficamos olhando senadora.
— Pizell está furioso pelo jeito.
— Sim, ele esta bufando, mas os trabalhadores do porto, não
veem a hora de começar a ver mais navios a cada dia.

293
— Vim verificar, as vezes ficamos em Brasília discutindo coisas
que não saem do papel, cheguei hoje na capital e resolvi dar uma olha-
da, pois a fofoca lá é grande, mas é apenas fofoca, aqui é fato.
— Acha que o governador para isto?
— Como disse, vim para saber se existia fracos nisto, Pizell tem
de entender, ecologia não é estagnação.
— Ele não entende assim.
— Tem um rapaz na capital que fala que ambientalista deveria
ser colocado nas favelas, não em prédios de alto luxo, pois eles perdem
toda noção de realidade em suas convicções, ignorando que fome faz
mais mal a natureza do que um aterro.
— Vai olhar toda obra?
— A outra parte está neste nível de acabamento?
— Sim.
Dalton mostra a segunda parte, a senadora entendeu como
aquilo era imenso, ela chega a ponta do cais, se via o de Antonina do
outro lado, mas entre o outro porto e aquele, haviam prédios e uma
construção ao meio.
— O que é aquela construção?
— Um adendo à cidade, Pizell ficou mais irritado com esta do
que com os portos.
— Por quê?
— Ele falou que aquilo era uma obra que deformava o ambiente,
que feria a natureza, um monte de coisas, a vistoria que eles pediram,
estabelece que cada prédio daqueles, oferece em área verde, 300% a
mais de verde do que se estivesse no natural, eles usaram apenas plan-
tas típicas, e é uma cidade para 25 mil familias.
— Isto que o governador quis parar com a determinação de 30
metros do litoral?
— Em parte sim, a lei transformaria o seu guindaste em ilegal
senadora, imagina algo 15 metros maior.
— Eles contornaram como?
— O prefeito apenas pediu uma reunião urgente na câmera dos
vereadores, e votaram a ingerência da Marinha em toda cidade, até
duzentos metros do mar ou qualquer córrego de agua.
— A cidade inteira sobre ingerência federal?
— Foi a forma deles não pararem, mas o advogado da empresa
parece ter feito um acordo com o sindicato do Departamento de Obras

294
e entraram em greve por tempo indeterminado, o que faz com que as
determinações estejam ainda sobre analise e sem ser entregues.
A senadora se despediu, sai da cidade de carro, na entrada nova
para Antonina, pega a direita e olha para o túnel a frente, ela olha com
atenção e ao sair do túnel, o porto a direita, e uma área de preservação
a esquerda, com placas, ela para mais a frente e pede para falar com o
responsável, ele veio, apresentou a ela a obra, sem ela perceber que
era um espectro de Pedro, ele mostra o cais de contêiner, o cais de
recebimento de alumínio em natura, ela fica olhando aqueles imensos
sistemas de sucção, mostra o cais para produtos fora do padrão portu-
ário e os cais para transatlânticos.
A senadora olha aquilo admirada, ele mostra do outro lado da
via, a processadora de alumínio, a fabrica de aviões de pequeno porte,
uma das fabricas de contêiner, aqueles refrigerados, uma embaladora
de pescados. Ela vê que tinha muita coisa a mais, mas o rapaz parecia
responsável apenas por aquela parte da construção.
Ela olha o rapaz e pergunta.
— E a concessão de construção?
— Esta foi comprada, era uma concessão parada, o proprietário
apenas comprou ela e começamos a construir.
Ela sai dali e começa a ir no sentido da cidade, viu a grande es-
trutura, sobre parte do fim do novo porto, olha para o outro lado da
baia e se via outra grande armação, duas outras bem no meio da baia,
uma ponte que a anos falavam, mas era como a ligação entre Matinhos
e Guaratuba, difícil de tirar do papel, mas ela para um pouco e fica a
olhar aquela estrutura, não tinha certezas, mas a BR 101 começava a
sair do papel no estado.
A senadora registra cada parte e chega a cidade, viu aquela ar-
quibancada onde antes tinha uma obra inacabada, do lado da Rua es-
tava Escola Municipal, mas era evidente que tinha uma armação aos
fundos.
Ela dirige até a prefeitura, o prefeito a recebe, era sempre bom
ver representação politica na cidade.
— Resolveu não concorrer senadora?
— Brasília nos deixa muito longe do estado, vi as obras do porto,
bem adiantadas.
— Olha que quando aquele menino falou que iriam fazer, juro,
eu duvidei.

295
A senadora olha o prefeito, ela tinha duvidas e não sabia como
perguntar.
— As vezes fico na duvida se o menino é mesmo a pessoa por
trás de tudo isto, o senhor não fica? – Senadora.
— Sempre, mas tem de ver que o menino sabe conversar, sabe
que seu tamanho tira a credibilidade, no começo pensei que fosse para
que se atrasasse, relevássemos pois era uma criança ali, mas eles cons-
troem com uma agilidade de poucos.
— Juro que nunca havia ido ao estremo leste de seu município, e
agora tem um túnel ligando a BR277.
— Sempre digo que ao extremo nem eu tinha ido, pois estava
abaixo da agua, agora é um porto, até quem reclamou a primeira hora,
parece estar gostando da visibilidade e dos turistas.
— Turistas?
— Fim de semana pararam dois Transatlânticos, cada um com 6
mil turistas, foi uma correria na cidade.
— Se precisar de apoio prefeito, fala.
— As vezes estranhamos o presidente da republica na nossa ci-
dadezinha, mas pelo jeito teremos de acostumar com muita gente.
— E como está a infraestrutura.
— Estamos no fim de semana que vem, inaugurando a ultima
tratadora de esgoto, dai estaremos com todo ele coletado e tratado, as
ruas ainda tem problemas, estrutura sobre areia, as vezes eles tem de
tirar a antiga estrutura e fazer uma base forte para aguentar o asfalto.
A senadora olha a praça, cuidada, as pessoas plantando arvores,
gente ao fundo trocando a calçada, a cidade estava bonita.
Ela foi ao cais novo, com praça e olha que até a parte turística
estava ganhando cara, hotéis, restaurantes, praça nova, museu, real-
mente outra Antonina.
Ela volta para no segundo imenso viaduto, pega o caminho mais
longo, olha a estrada entre a BR277 e a BR376 e sobe novamente.
A senadora chega a sede do partido em Curitiba, olha os demais
preparando os materiais para inicio de campanha, os jovens sempre
preparados para tudo.
Florisvaldo olha ela da parte alta, daquele local que já fora varias
coisas, hoje sede do Partido, ela olha ele e sobe lentamente, parecia
pensar.
— Problemas Glaci?

296
— Pensando, como alguém faz uma obra daquelas, sem nin-
guém ver, quem está apoiando o prefeito e esta Rosa’s Florisvaldo?
— Viu a bomba pessoalmente, o que achou?
— Diferente, nem passei na cidade litorânea, mas Paranaguá es-
tá um canteiro de obras, Antonina, um canteiro de Obras, Garuva na
divisa, um canteiro de obras, aquela obra da BR 101 é algo incrível para
dizer pouco, sistemas integrados, construídos pensando no futuro, não
em pequenas obras, estão falando em Cidade Industrial de Antonina,
de Paranaguá e de Pontal do Paraná, pelo que entendi, um porto pre-
parado para exportar tudo que conseguirem, mas com entrada e saída
rápida, não apenas saída, como o porto anterior.
— E o que acha agora referente a esta candidatura?
— Uma candidatura do litoral, é o que vejo, eles tinham de apos-
tar em alguém, o governador não está segurando um prefeito, ele está
segurando a informação, a realidade longe dos olhos, por isto não vi-
mos, as TVs locais não falam nada disto, como eles não veriam, eles são
nossos olhos, estava olhando em volta, os jornais de São Paulo, Santa
Catarina, até Paraguaios, Argentinos, Americanos e Franceses falam das
obras no Paraná, os nossos, nada.
Florentino olha a senadora e fala.
— Eles podem usar isto na campanha, um sistema de informa-
ção que omite dos próprios paranaenses a verdade, um sistema que faz
questão de não olhar para um lado, a ponto deles mudarem e ninguém
ver, ainda atrapalharem com leis, com ordens, com fiscalizações sem
sentido.
— Vai ser uma campanha agitada. – Glaci.
Pedro no fim do dia recebe o médico que fala.
— Não entendemos seus caso menino, mas está bem, mas vai
com calma, não entendi ainda o que aconteceu, mas ficar mais tempo
não vai ajudar.
Pedro olha Sergio a porta, que trouxe uma roupa, ele veste e sai
dali, no sentido do hotel.
O enfermeiro olha para o doutor.
— Tem certeza de o mandar para casa?
— Ele está bem, todos naquela UTI melhoraram, acho que esta-
mos com muitos casos sem explicação neste hospital desde que ele
entrou, não tenho como manter ele, e dos que liberamos hoje, ele é o
que parece melhor.

297
Pedro chega ao hotel, vai a casa e olha para o quarto, toma um
banho inteiro, estava em pedaços e com a cabeça a toda.
Ele olha a irmã a porta.
— Sabe que as vezes você assusta, tanto na hora de quase mor-
rer, como na hora de esvaziar um hospital, todos lá melhoraram.
— As vezes queria entender esta força interna, mas vou tomar o
remédio, vou falar com poucos e vou a Curitiba, hora de voltar a aula.
— Acha que devo ter?
— Sim, acho.
Ela abraça Pedro e fala.
— Não é para levar o passado a serio, não some.
Pedro estranha, olha a mãe a porta e ouve.
— Tem gente no hotel querendo falar com você.
— Quem?
— Governador de São Paulo.
— Certo, vou ter de fazer minhas peripécias depois, mas diz que
já apareço lá, marca ali no restaurante panorâmico, menos câmeras
improváveis em andares a volta.
— Certo, quer paz para conversar?
— Paz agora só depois do segundo turno.
— Ou antes.
— Difícil antes, mas apenas tenho de me inteirar dos problemas
mãe e já vou lá.
— Quer resolver os problemas por aqui?
— Entrei em uma guerra para a vida, e não sei ainda quem me
apoia e quem me odeia, mas não sou de me negar a enfrentar, as vezes
não batalho, mas enfrento.
Pedro desce e senta-se ao computador na sala, acessa sua conta
e olha os dados, os recursos, reserva três partes, estava investindo
menos de 3% no total de três campanhas, ele achava que não era sua
responsabilidade eleger alguém.
Certo que ele estava apenas no comando dos 3% do que vinha
do vale do silício, mas para ele, aquilo já era uma fortuna.
Ele olha os andamentos da obra e passa uma mensagem para o
Ministro dos Transportes, confirmando alguns dados, olha os prospec-
tos de construção, um dia atrasado, mas nada que não se recuperasse,
eles nem tinham ideia de suas ideias.

298
Na região de ligação para Ariri, já em São Paulo, uma leva de es-
pectros na parte da reserva federal desvia o fluxo da rodovia agora
nem tão estreita, para a parte alta, todo espaço da reserva seria feito
por viadutos aéreos.
Ele olha os espectros dos satélites, fotografa a obra e começa a
fazer círculos nela, obra em Ariri, obra em Praia Grande, obra litorânea
de instalação de uma via elevada, com uma linha férrea baixa, a parte
onde não tinha ninguém, praias desertas, a obra surgiu rápido, na parte
habitada, era sempre mais demorado.
Pedro imprime algumas coisas, faz um holográfico, estava pe-
gando jeito naquilo, mas teria de ter a leitura topográfica da região,
acessa o sistema de satélites americanos e tira um pedaço, estranho
como aquele sistema lhe dava acesso a algo que não deveria ser fácil
ter acesso.
Pedro pega a pasta, o prospecto, caminha até o restaurante.
Ele sobe, e Sergio surge a sua frente e fala.
— Tenta ir mais lento, saiu do hospital hoje menino.
— Sei que o tedio me mata mais que aquela faca.
— Não brinca.
Os dois chegam ao governador de São Paulo, ele estava com as-
sessores, Pedro cumprimenta o prefeito de Cananeia, de Cajati, de
Jacupiranga, tinha outros ali, mas estes ele ainda não tinha conversado.
— Boa noite senhores.
O governador viu que era realmente uma criança, as vezes a du-
vida vinha nesta hora.
— Sei que meu tamanho não facilita governador, depois vão ten-
tar achar a criança do passado e não vão achar.
— Boa noite, está melhor?
— Sim, estou a um dia parado na cama pensando, as vezes isto
deveria ser proibido. – Pedro usou um tom de brincadeira, mas eles
não entenderam.
— Existe uma leva de obras que parece ter iniciado, e de repente
surge o rumor de que vai dispor de candidato próprio no meu estado.
Pedro pensa no “Meu”, mas não discute.
— Desculpa governador, sei que no “meu” estado eu não consi-
go apoio de seu partido, o atual governador para proibir este restau-
rante e coisas assim estabeleceu uma normativa para o litoral de 30
metros de altura para construções, minha briga não é com o senhor, e

299
as vezes quando um governador não quer por seus motivos a mesa,
coloca fofoca no âmbito dos vizinhos, eu não tive problemas para con-
seguir licenças ambientais, alvarás de funcionamento, alvarás de con-
cessão no seu estado, então não tenho nada contra o senhor, a posição
contraria é apenas ao governador de meu estado.
— E não teria como mudar isto?
— Ele não tentou conversar senhor, eu não sei qual foi a briga
dele com o prefeito desta cidade na época da faculdade, mas é coisa
que deveria ter ficado no passado, e continua a se arrastar, por mais
que eu tente, eu não consigo o trazer a lucides.
— Ele tem atrapalhado muito pelo jeito.
— Pensa que instalei 12 novos guindastes triplos de 75 metros
entre os portos de Paranaguá e Antonina, faltam alguns ainda, mas a
única concessão que é de responsabilidade do estado, é o que nos
proíbe sair da posição de parados para funcionando.
— Doze dos grandes?
— Sim, pretendemos instalar 72 deles, para poder escoar a nos-
sa produção de forma mais barata, portos no mundo recebem navios
que ficam em media, 60 horas nos portos, os nossos chegam a ficar 120
horas em media, existem navios mais lentos que isto senhor.
— E quer os carregar em quanto tempo.
— 48 horas, para ele não ficar mais de 60 horas em nossa baia.
— Isto traria parte do escoamento de São Paulo para cá, sabe
que temos problemas em Santos que se resolveriam com isto.
— Santos eu não cheguei ainda senhor, mas estamos aprenden-
do como funciona aqui, vou começar a operar se duvidar, antes em
Garuva que não tenho ainda o canal aberto, do que aqui, que já pode-
ria estar treinando e recebendo mais carga.
— E qual o prospecto para o sul do estado, vi que está concen-
trando investimentos, alguns não entenderam.
— Eu preciso de ferro para produção, então eu estou me ligando
e propondo ligar Paranaguá a Cajati em São Paulo, via rodoviária e
ferroviária, por isto do erguer da BR 101, mas aproveitaríamos a estru-
tura física de Ilha Grande e esticaríamos a ferrovia até Iguape e de
Iguapé até Registro, colocando em Registro e Jacupiranga, dois portos
Secos, com aporte ferroviário para os portos estabelecidos no estado
ao lado, criando um corredor de escoamento.
— Algo em que casa de investimento?

300
— Durante os próximos 4 anos, 4 bilhões em rodovias, 6 em fer-
rovias, um em hotéis, outros 6 em industrias, e 2 em estaleiros entre
Ilha Grande, Cananeia e Iguape.
— E teria como acreditar em você menino? – O governador.
— Senhor, se não atrapalhar, eu invisto, eu sempre digo que o
não atrapalhar, os dois lados ganham, pois estava falando com o pre-
feito de Cananeia, eles assim como aqui no Paraná não tinha recursos
para uma ponte sobre a baia, ligando a Ilha Grande, se não atrapalhar,
ajudamos a estruturar as cidades, o turismo, a indústria, tanto industri-
al como pesqueira, e de cultivo da região.
— Sei que deve estranhar minha pergunta, mas já deve ter se
olhado ao espelho.
— Toda manha senhor, mas eu não estou indo ao senhor, o se-
nhor veio a mim, não entendo, todos falam que querem falar com este
Pedro Rosa, dai eles se deparam comigo, e vem as perguntas, se consi-
go, eu tenho feito senhor, mas se quiser podemos ir a dados, não a
pseudo instalações futuras.
— Não entendi.
— Construídos e prontos para inaugurarem aos poucos, em Ca-
naneia, temos 6 horteis, um em Ariri, um em Cubatão, dois na Ilha de
Cananeia e um flutuante na baia, em construção, um na ponta sul de
Ilha Grande, um voltado ao canal em Ilha Grande, um na cidade de Ilha
Grande, dois em Iguape, dois em Jacupiranga.
Pedro pega uma planilha e fala.
— Até o fim de semana, devemos ter a conclusão da ponte entre
Ilha Grande e Cananeia, o que nos permitira inaugurar uma linha férrea
entre Ilha Grande e Paranaguá até o fim do ano, podendo dependendo
da obra, se estender até Joinville, toda erguida para não ter impacto
ambiental em alguns trechos. – Pedro pega outro projeto – devemos
ter a inauguração em Cubatão ali em Cananeia, do nosso estaleiro de
navios de médio porte, e a construção da linha industrial de pequeno
porte, um investimento que permitirá apenas em IPI permitir a cidade
manter todos os equipamentos de melhoria que estamos instalando na
cidade. – Pedro pega outro projeto, que tinha a cidade inteira de Cana-
neia – pois na cidade, estamos instalando esgoto, iluminação publica, 4
sistemas alternativos de obtenção de energia elétrica, melhora do sis-
tema de captação e distribuição de agua, calçamento e arborização de
toda a cidade, construção de dois teatros e 5 museus, estamos com a

301
prefeitura estudando a festa anual culinária da mesma, onde vamos
provavelmente explorar o que estivermos plantando, colhendo ou
criando na região para criar um prato típico, uma festa típica e uma
atração típica, ainda estamos estudando isto, mas o que estamos fa-
zendo em Cananeia, é a proposta que levamos aos 6 municípios que
entramos na região, ainda estamos começando governador.
Pedro abre o holográfico a mesa e liga, a região de Cananeia sur-
ge e os adendos como o hotel na baia, o hotel no canal dos dois lados
dele, tanto em Cananeia como em Ilha Grande, o estaleiro em Iguape,
os prospectos da rodovia e da ferrovia ligando a região surgem no ma-
pa e o governador para na imagem, uma coisa era dizer, vamos proje-
tar para o futuro, o menino estava dizendo, já projetamos, apenas que-
remos instalar isto com calma se não nos atrapalharem.
Os prefeitos chegam perto e o de Ilha Grande estica a mão para
Pedro e fala.
— Sou o prefeito de Ilha Grande, olha que se instalar isto nos
transforma realmente naquela região que está nos mapas, mas sempre
nos achamos isolados.
— Prazer, entramos com os requerimentos junto a sua prefeitu-
ra, alguns estão parados, mas como a ponte está sendo liberada pela
Marinha este fim de semana não estávamos pressionando ainda, pois
queremos os ligar a Cananeia e a Iguape.
— Vou verificar com os meus assessores, sei que as vezes eles
querem mostrar um serviço que não concordamos, mas vou pessoal-
mente verificar isto, quer mesmo nos ligar a toda região?
— Quero poder ter meus hotéis ali prefeito, e para os ter, as
pessoas precisam conseguir chegar, então quando eu invisto em por-
tos, aeroportos, ferrovias e rodovias, eu quero que as pessoas consi-
gam chegar lá, que a fiscalização chegue lá, que os mesmos que estão
falando mal de mim, porque estou construindo uma rodovia suspensa
sobre mata atlântica, vejam a quantidade de clarões que existem na
mata, e não foram feitos por nós.
— E entraria com esta estrutura, esta é sua ideia de investimen-
to dos próximos 4 anos? – O Governador de São Paulo.
— Este é o que consigo fazer governador, ainda não tenho libe-
ração e dinheiro para mais que isto.
O governador olha os detalhes e pergunta.
— E algo disto pretende inaugurar ainda este ano?

302
— Sim, a primeira obra, a revitalização total de Ariri, com estra-
da de acesso até a BR116, a ponte sobre a baia em dois pontos em
Cananeia, uma ponte de ligação entre Ilha Grande e Iguape, a ferrovia
entre Cananeia e Jacupiranga, e a entre Cananeia e Cajati, com o trecho
da BR 101 no trecho Paulista, estamos ainda acelerando para este tre-
cho chegar a Guaraqueçaba no Paraná, seria o segundo trecho da obra
da BR 101, o porto seco em Jacupiranga e o em Registro, com a ligação
ferroviária ainda apenas de turismo entre Registro e Guaraqueçaba, a
restauração total das ruas de Cananeia devem ficar prontas até dia 15
também.
— E dizem que você é uma farsa. – O governador de São Paulo.
— Senhor, eu com este tamanho, tenho mais problemas que o
senhor, pois meu pai, se tiver acesso a algo, ele vende, então tudo que
tenho, está em nome de terceiros, então quando se fala, estou fazen-
do, existem pessoas erguendo isto, um deles é Sergio ao meu lado,
outro é Cecílio, que entendeu a dinâmica da ideia, outra é o prefeito
desta cidade, que encarou como pessoal a ideia de mostrar que pode-
mos ser melhores, se resolvermos arregaçar as mangas, outra é Roseli,
que montou uma construtora e está hoje entre as construtoras que
mais crescem em obras especiais, está minha mãe, que está regendo
toda parte de hotéis, os ditos Hotéis Rosa.
— Montando uma equipe profissional pelo jeito.
— Tentando por eles para crescer, meta, em 4 anos, cada um de-
les estar na lista dos bilionários do pais, como dizem, tenho minhas
pequenas pretensões, uma delas é ser estrutura, para que surjam mais
bilionários neste país, não que tenhamos de importar empresas, e sim,
que elas surjam e se proliferem, e os donos sejam da terra, não gente
que se diz brasileira, e estudou a vida inteira em Paris, São Francisco ou
Londres, vem apenas de turismo ao Brasil e são símbolos dos ricos
brasileiros, desculpa, quero poder dar estrutura para que se alguém
montar algo em meu estado, ele possa vender para o mundo.
— E pelo jeito está investindo realmente em infraestrutura.
— Sim, pensa em uma criança, pois sei o que vê quando me olha
senhor, eu tenho espelho em casa, que olha para seu estado, olha que
o projeto está errado, e decide tentar ajudar, olhe todos os países do
mundo, onde eles construíram suas estruturas bilionárias de ganho de
capital, no litoral, isto vai de países capitalistas a comunistas, de cris-
tãos a hinduístas, mas nós fomos convencidos, que não podemos cons-

303
truir no litoral, pois mataríamos a biodiversidade, então como vamos
exportar, transportar barato entre estados litorâneos, se consideramos
que esta parte não podemos mexer?
— E resolveu por sua estrutura bem ai?
— A verdade é mais triste, eu não confio na estrutura bancaria
local, parece prestes a fechar a porta sempre, e não confio na estrutura
politica, ai me vem um estudo que estabelecia que teria uma renda
diária em ouro, de um milhão de reais dia, por 47 anos, então poderia
colocar o dinheiro lá fora, ainda em barras, ou começar a investir, co-
mecei a investir, mas com ideias, está dentro de uma coisa que saiu
inteira de minha cabeça, este restaurante, mas se olhar ao longe, tem
duas estatuas de 30 metros a beira da praia, eu as coloquei lá, eu fiz
um mirante como este, que dá para olhar em volta e ter ideia, e uma
delas, se fosse dia, daria para ver, a criação de um canal interno, fazen-
do com que Matinhos basicamente vire um ilha, canal de 400 metros
de diâmetro, que vai ligar a baia de Paranaguá a Baia de Guaratuba, e
todos me perguntam, mas porque disto?
Todos olham o menino, ele estava tentando convence que ele
realmente era importante ao projeto.
— Eu estabeleço o limite máximo das cidades, é uma barreira fí-
sica, segundo, eu disponho de 100 industrias, que produzem aproxima-
damente, um bilhão de dólares anos de equipamentos e produtos,
somando a região emprego, renda, fabricas que não vão contratar mi-
lhares de funcionários, mas onde a propaganda que isto é uma grande
farsa, me permite contratar os locais, os treinar, sem inchar cidades, é
a volta para casa de gente que tentou fora, e não conseguiu, somando
ao estado perto de 100 bilhões em produto interno bruto.
— E pretende fazer isto em São Paulo também?
— O estaleiro que estamos montando em Cubatão, região de
Cananeia, é para construção de 8 grandes embarcações em paralelo, se
entregar 8 em dois anos, isto me dá 2 bilhões, dividido por dois anos,
um bilhão em produto interno na cidade de Cananeia, de dólares, só de
IPI pagaríamos mais de 40 milhões de reais ano a prefeitura.
O governador sorri e olha para o prefeito.
— Entendi a aposta, se ele constrói, com objetivos reais, ele não
está investindo em sua cidade para a deixar mais linda, ele está basi-
camente dizendo, esta cidade é parte da imagem de minha empresa
que aqui está se instalando.

304
O prefeito olha para ele e pergunta.
— Mas o que vai construir que vale tanto?
— Cargueiros de 12 mil contêineres, eles valem perto de 250 mi-
lhões de dólares cada, mas isto tende a atrair mão de obra especializa-
da prefeito, por isto, não falo isto lá fora, se eles querem criticar agora,
eles tem motivos, mas dentro de 2 anos, terá uma cidade bonita, indus-
trializada, com hotéis que serão referencia mundial, numa cidade não
apenas limpa, mas saudável para viver.
— E que tamanho tem algo assim? – O governador – que com-
porta algo tão grande.
— Aquele tamanho que faz ambientalistas em seus prédios de
classe media diante de um país desempregado, ter chilique, que os
tenham governador, não vou parar porque um senhor que presa ape-
nas a natureza quer, eu sou humanista, os humanos antes de qualquer
coisa.
O governador sorriu e falou.
— E quando começa a falar, mostra que temos de ouvir, mas es-
te projeto faz com que muitos se assustem.
— Senhor, se olhar para ele, está ali o tamanho do estaleiro, é
quase o tamanho da cidade de Cananeia, em paralelo, vamos construir
industrias que nos fornecerão parte das coisas, então se somar a área
industrial que estamos criando mais as áreas de estaleiro e indústria,
estamos somando em área duas cidades a mais, e pode ter certeza
governador, poucos viram isto ainda.
— E não tem jeito de contornar com o governador local?
— Não, pensa num fato, o governador anunciou a reforma do
prédio do hospital que estive internado, o prédio em si, com a altera-
ção tem de altura 14 andares, nada alto, mas suficiente para a tempo-
rada da cidade, atualmente, esta obra, está embargada pela decisão do
próprio governador, de não podermos ter obras com mais de 30 me-
tros na cidade.
— Ele fez apenas para os prejudicar?
— Ele está perdido em arrogância, mas como disse para ele, sor-
te dele que não tenho titulo de eleitor ainda.
— Vou o ignorar, acha uma boa?
— Senhor, o presidente da republica veio inaugurar um trecho
da BR 101 como o fará em seu estado, ele nem compareceu.
— E vai fechar quantos trechos da Rodovia até o fim do ano?

305
— Não depende de mim, os engenheiros me explicaram que de-
pende da quantidade de chuva, as vezes eles tem de parar pois o con-
creto não pode ser colocado com chuva, depois de colocado e começa-
do a curar não tem problema, mas são peças imensas, e isto requer
toda uma engenharia que não depende apenas de mim, depende de
uma soma de engenheiros, operários e muita força de vontade.
O governador se despediu, Pedro recolhe tudo, vai para a casa
da mãe e deita a cama, olha o teto tentando não pensar nos proble-
mas, mas sabia que teria muitos agora.
O governador saiu com os prefeitos, pegam o helicóptero e ele
pergunta para o prefeito e Cananeia.
— Nos mostraria parte da obra, parece que eles estão mesmo
acelerando.
Eles entram no helicóptero e o prefeito fala.
— Sobrevoa com calma no sentido de Paranaguá.
O governador não entendeu.
— Governador, tem de ver o tamanho da obra do porto deles
aqui no Paraná, para entender o quanto eles precisam desta obra.
— Acha que é estrutural?
— Acho que ele enxergou algo que poucos viram.
— Em que ponto?
— Ele está estabelecendo pontos de conexão no estado dele,
que estão todos serra acima, são os mais complicados, Curitiba está a
900 metros de altitude, mas os portos secos que ele está colocando em
São Paulo, estão ainda na parte baixa da serra.
— Acha que ele quer agilidade, trens que não estariam ao lado,
mas não teriam grandes serras a transpor?
— Um dos pontos.
Eles começam a sobrevoar o canal e o governador olha para bai-
xo e o prefeito de Cananeia fala.
— Este canal não existia governador, ele está montando nesta
cidade litorânea, espaço para pelo menos 40 grandes empresas, aqui
ele projetou outro grande estaleiro, então aquele papo de vamos gerar
uns cem bilhões em produtos, é contando com empresas do nível do
que ele falou lá, aqui teríamos uma empresa de construção de carguei-
ros e uma de transatlânticos.
O governador olha para as docas ao fundo e fala.
— Ele está fazendo isto lá?

306
— Sim, mas lá ele já tinha o canal, aqui ele está construindo um
governador.
— Modelando de acordo com o que quer?
— Sim, os ambientalistas devem estar odiando ele.
— O discurso dele deve fazer os cara ferverem de raiva.
Os outros prefeitos sorriram e viram o porto de Pontal do Para-
ná.
— Ele não começou a propor portos lá ainda senhor, mas aqui
ele construiu um porto maior que o antigo de Paranaguá, no que seria
um cidade apenas litorânea.
O prefeito fez sinal para o sobrevoo, o sentido que iriam e o go-
vernador viu aquela ligação suspensa entre as duas cidades.
— Isto já existia?
— Não, isto foi parte do que o presidente veio inaugurar.
O senhor viu o porto surgir ao fundo, um com cais ajeitados, to-
do estruturado, viu as grandes estruturas chegando, mais 4 guindastes
e perguntou.
— Tudo parado ainda?
— Sim, todas as demais permissões eles tem, apenas não tem de
funcionamento, mas acredito que eles não estejam forçando a barra
ainda governador, eles querem acabar mais alguma coisa.
Eles sobrevoam a baia e na altura de Antonina o prefeito fala.
— Viu o tamanho da obra?
— Imensa, uma aposta que poucos teriam coragem de fazer.
A estrutura da ponta surge a frente e o prefeito fala.
— Sobrevoa no sentido da estrada – fala para o piloto ele olha o
governador - vai ver que de trechos em trechos tem luz.
O piloto faz a volta enquanto o prefeito fala.
— Esta ponte, é parte da estrutura demorada desta construção.
O governador do estado ao lado foi vendo que vários trechos da
rodovia suspensa estavam erguidos, que tinha gente trabalhando em
plena noite e que um trecho no meio da floresta, estava erguido.
Eles sobrevoam Guaraqueçaba e a ponte que se erguia sobre a
baia ligando a cidade a nova rodovia estava pronta, embora longe dos
olhos.
— Esta ponte ainda ninguém vê governador.
— Toda uma estrutura para ligar finalmente esta região?

307
— Se olhar ao fundo, tem um hotel sobre o mar, aquela é uma
das estruturas dos hotéis Rosa, que devem inaugurar junto, a cidade ali
está tão em polvorosa como a nossa, mas os demais só irão ver as mu-
danças, quando alguém conseguir chegar rápido a cidade.
O prefeito viu que estavam quase na divisa e faz sinal para o pi-
loto parar mais a frente, sobre um retorno que passava mais acima
ainda da rodovia.
O governador viu que o prefeito estava acompanhando a obra
de perto.
Eles param e o governador sai do helicóptero, estranha ver
aquela rodovia acessa em meio a floresta.
— E este desperdício de luz? – O governador.
— Eles não estão desperdiçando senhor, toda esta luz, é basea-
da em dois tipos de energia, a solar, olhando de cima, se vê as placas
que absorveram luz durante o dia e dispuseram de energia para isto, e
eólica.

O governador olha aquela rodovia se perder ao longe e pergun-


ta.
— Está dizendo que eles tem uma rodovia iluminada em meio a
floresta, que ninguém viu ainda.
— Este é o trecho de obras para inauguração assim que ficar
pronta, prazo máximo, 15 de Novembro senhor.
— Uma rodovia moderna em meio a floresta.
— Sim, eles estão acelerando, dá para ver que este trecho, já
tem luz, o asfalto já esta colocado, vamos descer um pouco.
O helicóptero para sobre um dos retornos e o prefeito e o go-
vernador saem a frente olhando a imensa obra a volta.

308
Os dois caminham fazendo a curva para baixo que os carros fari-
am normalmente.
— Eles estão instalando retornos a cada 8 quilômetros, elevados
como estes.
O governador chega a parte do asfalto abaixo e viu que mal se
via algo que não fosse a rodovia, tamanha a potencia de iluminação
daquelas luzes durante a noite.
O prefeito olha para a estrutura a baixo, erguida entre as colunas
que sustentavam aquela rodovia e fala.
— Temos abaixo no centro, se olhar governador, a estrutura pa-
ra os trens de carga, as estruturas para os lados, para trens de passa-
geiros, esta estrutura permitiria eles carregarem trens com dois contêi-
neres de altura de Jacupiranga para Paranaguá ou Antonina.
— Disto que falou, enquanto da serra acima deve vir com uma
carga menor, das laterais poderiam transpor mais cargas?
— Sim, e não esquecer que eles estão estabelecendo portos
também em Joinville e Garuva, mas também portos secos lá, que tam-
bém poderiam mandar para eles, trens com o dobro da altura, e o do-
bro da carga.
O governador olha atento vendo aquelas laminas girarem bem
acima e fala.
— Está dizendo que tendo vento em qualquer sentido eles tem
energia de noite, tendo sol de dia, eles tem energia.
— Sim, luzes de led focadas na rodovia, a mata a volta nem re-
cebe a energia, não prejudicando muito a biodiversidade local.
— Já estamos em São Paulo?
— Depois daquele pequeno elevado, estaremos em São Paulo.
— Eles já passaram a divisa do estado, por isto acha que eles en-
tregam esta parte?
— O presidente deve lhe ligar ainda esta semana, para inaugurar
o trecho inicial, que liga de Pariquera-Mirim até a entrada a Ariri, com a
parte ai estadual até Ariri, com as duplicações da SP 193 e BR 479, co-
meço da duplicação da SP 222, e junto com a obra em 15 de novembro,
devem entregar também o conjunto de obras sobre a reserva de Igua-
pe, ligando Iguape a Peruíbe, entregando o trecho da BR101 entre Pe-
ruíbe e Guaraqueçaba.
— Acha que eles entregam, pois prometer antes é sempre um
risco.

309
— Governador, sei que tem de se afastar para a campanha, mas
olha, acha mesmo que eles não querem entregar?
— Sobre Iguape é neste estilo?
— Sim, uma rodovia nova de ligação, eles realmente estão cons-
truindo a BR 101 senhor, alguns pedaços da SP 222, da BR 479 podem
ser tidos como BR 101, mas ela é o que está vendo a frente, uma via
elevada, que ligará cidades rapidamente, e ficará acima das enchentes
da região.
— Uma ligação até para emergências.
— Algo que não para mesmo em meio a crises de inundação, a
empresa está pensando em ter uma estrutura que não conheço igual
senhor governador.
— E acha que ele ligaria a BR 101 a Santos?
— Acredito que sim, mas como ele falou, tem de ter permissão
para isto.
— Pedágios?
— Sim, acha mesmo que isto se faz de graça?
— Não, uma obra que pode me ajudar a me reeleger, e que
mesmo tentando aparentar saber dela, sabe que a ignorava.
— Se para nós que estamos nas cidades, está difícil, imagina pa-
ra os demais, a empresa chegou com uma proposta que para nós pare-
cia sem sentido, estruturam a rodovia entre Ariri e Cananeia, e criar a
estrada turística das cachoeiras, as vezes duvidamos, é muita coisas
para investirem, mas começam a calçar a estrada das Cachoeiras, por
quiosques, banheiros, churrasqueiras, estrutura, pensamos que era isto
que eles estavam falando em estrutura, dai vimos a rodovia aérea sur-
gir em linha reta e passar sobre aquilo, sem tocar o chão, sem ligações
tão diretas, isto que vê a sua frente, então quando se fala em ligação
com Ariri, é algo sobre a mata, sem interferir na área de transbordo do
Cananéia, quando se fala em turismo, estrada das Cachoeiras, que
devem entregar junto com a de ligação com Ariri.
— Obras paralelas?
— Sim, obras paralelas, quando elas se encontram, vemos que
existe uma organização imensa deles, cada parte sabe o que tem de
fazer, é como o que vemos a frente, alguém vem, põem a estrutura,
outro vem e instala os cabos, outros põem os trilhos, outros os siste-
mas elétricos, no fim vem alguém pondo o asfalto, sinalizando e pin-
tando as faixas.

310
— E isto vai até Cananeia já?
— Quase inteiro até lá, tem vários pontos ainda com gente tra-
balhando, mas é como se fossem terminando e testando, na entrada
de Cananeia existe uma praça de pedágio, obvio que se a ideia é ir ao
Paraná, acaba pagando o pedágio, mas tem gente falando que depen-
dendo do preço, pela agilidade, vale a pena pagar para ir até Ariri.
Eles começam a retornar, e o governador viu quando eles para-
ram novamente sobre a rodovia a frente, mas agora na bifurcação para
Ariri.
— Para Ariri é rodovia menor, mas ainda assim suspensa e toda
asfaltada governador.
Eles voltam ao ar, o prefeito aponta o hotel da Rosa, o governa-
dor fica admirado do formato e beleza, depois contornam o canal Ara-
rapira, e chegam a região da ponte, onde o governador olha para as
estruturas sendo erguidas, obvio que fariam para passar grandes coisas
ali, sobrevoam o canal e o governador olha aquelas estruturas bonitas
de hotéis todos estilizados para pequenas quantidades de pessoas, mas
que davam um ar de litoral diferenciado, dois para a baia, e olha o
grande estaleiro, voam sobre a estrutura que estavam construindo e o
governador olha que sobre a reserva mais a frente também tinha um
bom trecho feito.
Eles voltam a Cananeia e os prefeitos começam a dispersar, e o
governador olha para as ruas com asfalto novo, calçadas mais largas,
arborização e fala.
— Pelo jeito é serio que as empresas Rosa entraram na cidade.
— O que achou governador?
— Assustador ver que o que o menino falou, está sendo feito,
não é discurso.
Os dois jantaram juntos e o governador volta a capital.

311
Amanhece quarta feira, Pedro toma café e
atravessa para Curitiba, ele caminha para o colégio,
a algum tempo não entrava pela direção, entrega os
atestados médicos, alguns achavam que ele não
estaria ali, senta-se a aula e olha Raquel a sua fren-
te.
— Me traindo?
— Quem dera, mas este fim de semana não
foi tudo que eu queria, e como foi por aqui?
— Minha mãe voltou encantada com Mati-
nhos, não entendi.
— Sei que não entendeu, mas como foram as
aulas, poderia copiar as matérias dos dois dias?
— Sim. – Raquel passa para ele o caderno, ele copia a matéria,
assiste a aula e com calma caminha até o restaurante popular nos fim
daquela manha.
Pedro almoça e olha os rapazes de sempre, ele naquele lugar as
vezes sentia-se mais ele, menos falso.
Ele estava comendo quando seu pai sentou-se a sua frente.
— Como está filho?
— Bem.
— Disseram que passou mal.
— Sem hipocrisia pai, auras, lembra delas?
— E não vai me deixar dentro de algo, falou isto.
— Tentei pai, você deve ter pego um bom dinheiro naquele ou-
ro, mas como digo, jogamos a isca para ver se alguém pega, não para
que eles enfiem a boca no anzol e morram.
— Soube da casa no Hugo Lange.
— Era um acordo com um Deputado, nada de mais, mas se não
posso usar, eu desmonto.
— Não me entende mesmo filho?
— Pode chamar de pirralho, eu não me preocupo mais.
— Eu tenho de ter algo, você acabou com meus amigos, com
minha forma de ganhar dinheiro, mostrou que existem segredos em
Minas ainda ocultos, mas não entendi, você não me deu o espaço que
disse que daria, dai eu pego parte e fica bravo.

312
— Eu não tenho nada, minha morte pai, apenas distribuiria en-
tre gente que já tem, mais dinheiro, não existe logica nisto, o senhor
me ferra e eu que tenho de entender o senhor?
— Quando políticos, religiosos, desembargadores e ricos de fora
pedem para atrapalhar, é difícil dizer não.
— Então fique contente senhor Gerson, tem o que eles lhe pro-
vem, já que nada tenho em meu nome, nada no Brasil, onde o senhor
teria acesso.
— E como alguém como você que nunca saiu da cidade, teria al-
go fora.
— Não teria, é a resposta, mas o que quer pai, já me roubou o
que tinha na parte externa do terreno em Bichinho, a diferença, eu
teria gasto uma parte para processar, uns 11 mil reais, e no lugar de ter
vendido por 200 mil teria vendido por 670 mil, a diferença senhor Ger-
son, é que faz com preguiça.
— E como sabe que vendi por isto?
— Os idiotas me venderam em natura por 250, eles acharam um
grande negocio, gastei os 11, e vendi por 670.
— E onde esconde este dinheiro?
— Em qualquer papel, longe dos olhos, eu morro, fica ao cader-
no e ninguém tira, bruxaria como você falou.
— E vai me deixar passar necessidade, tendo dinheiro.
— Se me veria morrer para constatar que não tomaria posse, eu
posso fazer de conta também.
— E vai daqui para onde?
— Comprar um terreno do Pereirinha na Vila Pinto, para ter on-
de morar, um buraco para quando precisar dormir.
— Mas...
— Sim pai, lá ninguém tem documento, é comprar algo que você
não pode me tirar porque nem o senhor Pereirinha tem.
— E como vai o pagar?
— Já expliquei, mas melhor começar a trabalhar pai.
— Patrícia disse que aqueles mapas que você tinha, poderiam
indicar alguns lugares com reservas.
— Aquilo deve ter se perdido naquele ataque que não entendi
ao prédio, tem muita coisa estranha acontecendo na minha vida.
Pedro pega a bandeja e se levanta, deixa a entrada e Gerson
olha ele atravessar a rua, e pegar no outro lado para a rua ao lado do

313
rio, ele iria para a casa do Pereirinha, Pedro não sabia o que ele fizera,
ou se devia dinheiro ao senhor, mas ele não passava na região a anos.
Pereirinha estranha o menino ali, ele pergunta se o sobrado da
viela 3 estava a venda ainda, ele disse que sim, mas que estava ocupa-
do, não sabia se teria como desocupar.
— Teria problema em me vender Pereirinha?
— Não, mas tem de desocupar por si.
— Sei disto.
Pedro acerta o valor e atravessa a viela que estava e caminha até
a entrada do prédio, ele foi entrando, do outro lado da rua, dois rapa-
zes que usavam o prédio vieram correndo e sentem a porta se fechar
ao nariz deles.
Pedro olha o local e olha aquelas menina a sala e fala.
— Melhor cuidarem melhor do lugar se quiserem dormir ai.
— Se achando pirralho? – Pedro ouve a voz e se vira e olha aque-
le rapaz, deveria estar perto dos 30, raros chegavam a esta idade no
que ele fazia, então ele era violento.
— Podemos conversar Nick?
— Quem é você?
— Em teoria, o dono do prédio, na pratica, alguém tentando se
dar bem na vida, longe do meu pai.
— E quem seria seu pai?
— Gerson Rosa.
O rapaz olha as meninas e fala.
— Deem uma geral no lugar.
Ele senta-se e olha Pedro.
— O menino que todos dizem ser rico.
— Eles não entendem Nick, assim como você, sai destas ruas,
elas ainda correm em minhas veias, posso até ter me dado um pouqui-
nho bem, mas ainda sou do Capanema, sabe o que isto significa.
— Os ratos do rio Belém.
— Bem gordinhos ultimamente, mas sim, os ratos do rio Belém.
— E o que quer falar?
— Toparia uma parceria?
— Está brincando?
— Nick, pensa em Pereirinha nunca mais lhe encher o saco.
— Um bom começo.

314
— Pensa em algo que pode ser melhor controlado, colocamos
uma lombada na entrada, pode ter até uma catraca, o rapaz paga na
entrada, dá a volta, pega o bagulho e se manda, maximizando uma
entrega em pagamento, entrega e some rapaz.
— E o porque eu daria espaço para você neste negocio.
— Não quero ingerência em seu negocio, quero usar o espaço,
por telefone, deixar algumas coisas esquematizadas, para as meninas
que ganham dinheiro a rua, mas sobre controle.
— E porque elas topariam?
— Primeiro, todo hotel de cidades do Brasil sempre tem as me-
ninas que eles indicam, a diferença que existem meninas de 30 reais e
meninas de 12 mil reais, depende do hotel e do dinheiro, assim como
existe aqueles que fornecem sem fornecer algumas coisas ilegais para
hotéis.
— Está falando em melhorar aqui e me abrir um mercado, neste
com certeza iria querer parte.
— Não, quero discrição e que eu nunca seja mencionado.
— Não lhe entendo.
— Sei disto Nick, mas a pergunta final, quer em 2 anos, ser o ve-
reador destes a sua volta, não o traficante, não o bicheiro, e sim, o
representante deles na câmera dos vereadores?
— Acha que eles votariam em mim?
— Hoje provavelmente não, mas a pergunta é, quer?
— E para isto o que eu faria?
— Melhoraríamos toda a região, o que mais.
— E me escolheu porque?
— Está em um imóvel que estava a venda, teria de ser um imó-
vel que não existe documentação, alguém da comunidade que é um
sobrevivente, tem mais de 24, e embora todos falem mal de você, não
tem passagem por presídios do estado.
— Mas delegacias me conhecem.
— Se até eu já fui a algumas, imagino o quanto eles lhe conhe-
cem Nick.
— E quer começar por onde?
— Vou fazer um prospecto de 2 anos de ações, você vai ser mi-
nha voz dentro da comunidade, dentro dela vou conseguir melhora em
varias coisas, mas o principal, a melhora dos nossos, sei que elas se
acham jogadas ao sofá Nick, mas é agora que elas tem como aprender,

315
depois serão apenas funcionarias de baixo escalão em empresas, ou
domesticas da cidade, quero o nosso pessoal conquistando, e quando
todos estiverem no topo, ai sim, talvez já seja de maior.
Nick olha as meninas e olha Pedro olhar para a parte alta e falar.
— Quer ajuda ou não?
— Não entendi, mas quer reformar isto?
— Sim.
Pedro olha o rapaz e fala.
— Vou pedir algumas coisas, começamos pela parte alta, ama-
nha reformamos a parte baixa.
Nick achou que Pedro estava brincando, mas viu uns rapazes
começarem a entrar na casa e subir, começarem a jogar tudo que tinha
de lixo pelas janelas, para baixo, viu um caminhão parar a rua e come-
çar a ser cheio de tranqueiras, na parte externa fixam umas estacas no
chão no primeiro lado, depois no segundo, das partes externas, as ou-
tras duas teriam vizinhos.
Pedro olha para Nick e fala.
— Vou resolver outro problema e já apareço por aqui.
Pedro sai, pega um taxi e vai na direção do Tingui.
Gerson recebe a informação de que Pedro comprou a sede do
trafico da Vila Pinto, e que estava agitando lá, ele vai para casa e olha
Paula a olhar para ele.
— Não sei ainda o que falta para decidir se sai de vez ou enfren-
ta a verdade Gerson.
— Verdade.
Ela sorri e fala quase que o incutindo em sua mente.
— Você odeia aquele pirralho, o que precisa fazer mais para
acabar com ele.
Gerson olha para ela, seus olhos parecem perder vida, sente o
ódio lhe tomar, os pensamentos não eram dele, e pela primeira vez ele
consegue enxergar isto e fala.
— Como posso vencer uma batalha perdida?
Paula olha para ele intrigada, esperava outra palavra de ódio.
— Porque perdida?
— Não conheço meu inimigo, e o pouco que conheço, não é su-
ficiente para o destruir.
— Onde ele está neste instante Gerson? – Pergunta Paula ten-
tando entender aqueles pensamentos confusos.

316
— Se aliando ao traficante mais temido do Capanema.
— E porque ele faria isto?
— Ele estaria em uma casa que eu não posso tirar dele, pois não
existe documento da casa, ele pode fazer a reforma que quiser, pois
não existe documento nenhum e nem autorização para nenhuma casa
da região.
— E o vai deixar se instalar e não vai fazer nada?
— Vou ter de conhecer meu inimigo melhor, para poder vencer,
um inimigo que desconheço, conseguiu o esfaquear, eu não consigo
nem o tocar mais.
Paula olha para fora pela janela e fala.
— Dorme e pensa em algo.
Gerson senta-se no sofá e adormece.
Pedro olha as meninas Ciguapas, Curupiras e Abarimon, faz um
gesto com as mãos e todas se aproximam, uma fala lentamente, elas
estavam ainda se acostumando aos tons baixos.
— Não entendemos o que aconteceu, mas nos trouxe de volta,
não sabemos se isto é bom ou ruim.
Pedro faz um sinal e todas se dão as mãos, Pedro senta-se ao
chão e todas fazem o mesmo, elas não pareciam mais o que eram, ele
sente os corpos, os seres, a cada momento ele estranhava mais aquelas
moças, lindas, mas programáveis, todo o problema delas estava em
ondas de frequência, elas estavam naquela aparência a milênios, ele
poderia as fazer mudar para frente, e elas ganharem poucos anos, Pe-
dro estava pensando em as transpor para a fase reprodutiva, pois como
crianças, estavam sempre no antes da reprodução, e este era o pro-
blema daqueles seres, eles não se reproduziam, viviam milênios, jo-
vens, mas imaginava o tedio deles.
Pedro sentado, sente os corpos, os desejos, estranha, elas esta-
vam evoluindo, mas ainda pareciam muito semelhantes, ele sente na
mente delas a impossibilidade, estranha e sem uma palavra, vai derru-
bando os limitadores e chega ao ponto que queria, estranha, pois ele
sentiu como se ele estivesse dentro de cada uma delas, como se fosse
parte delas, suas mentes, suas forças, uma abre os olhos no lado opos-
to e lhe olha serio.
— Como podemos ser um único ser?
— Vocês são o que querem ser, isto que está em suas mentes.
— Mas me sinto diferente.

317
Ela olha a barriga de todas as outras, Pedro sentiu isto, era como
se ali, de mãos dadas a elas, resolveram que ele era o escolhido e en-
gravidaram, sem sexo, sem relação, apenas por escolha.
Pedro fica meio sem saber a reação, sua cabeça iria ao problema
de não ter noção de tempo de gestação delas, pois se fosse algo crono-
logicamente comparado ao que viveram, ele não as veria nem enjoa-
das, mas outra olha para ele e fala.
— Como falou, somos o que queremos, mas agora é parte de
nossa família, de nossa historia, e nem está infectado.
O sentimento foi bom, mas ele sabia a responsabilidade que es-
tava entrando, ou melhor, nem imaginava naquele momento o que isto
geraria em sua vida, mas na sua mente, 12 era um numero assustador,
e em poucos dias, teria a noção real do que fora aquele momento.
Pedro sorri, as moças já começavam a usar roupas, mesmo que
poucas, pareciam sentir calor menos nos dias mais frios, mas a cor
delas estava mudando, e isto estabelecia mudança total, entendera
que os demais não entenderam, mas ele não poderia relevar sempre,
era hora apenas de entender.
Depois de um tempo, ele levanta-se, as moças vão ao sol e Luiz
surge ao fundo e Pedro caminha até ele.
— O que são as meninas?
— Seres iguais entre si e diferentes ao mesmo tempo, parecem
ter origem diferente, mas são compostos iguais, aquelas meninas, são
mais velhas do que tudo que conhecemos, e ao mesmo tempo, estão
chegando a fase adulta apenas agora, o desafio, as trazer ao estado
adulto, obvio que eles as queriam como viviam nas florestas, eu as
quero podendo se misturar nas cidades.
— E porque elas passam o tempo inteiro no sol?
— Elas tomam líquidos, normalmente mais ácidos que os que
consumimos, e suas peles, de alguma forma, fazem fotossíntese.
— Está falando serio?
— Sim Luiz, isto é algo que se puder vou estudar e me aprofun-
dar, estes seres caíram neste planeta a muito tempo, mas o que me
interessa não é o tempo que estão aqui, e sim, a possibilidade de re-
tardo de envelhecimento, e sobreviver com qualquer tipo de frequên-
cia de energia, são seres feitos para viajem espaciais, nós humanos,
somos seres para arvores.
— E acha que estudando eles, pode descobrir algo?

318
— O problema é que ninguém sabe o que seria um hibrido hu-
mano como um ser assim, estanho um ser que seu DNA é eternamente
aberto, pronto para novas conexões, nos nascemos com o DNA estável,
então este nos dá forma, elas são muito semelhantes, pois elas estão
em espera, como se o DNA delas não estivesse ainda na forma definiti-
va, esta aberto ainda procurando a melhor conexão, então são seres
que me assustam.
— Lhe assustam? – Luiz.
— São seres programáveis no estado que estão, seres pensantes
que se pode programar é assustador.
Luiz olha as moças ao fundo e fala.
—E porque as proteger?
— Já resolvo isto, mas tem de entender, eu precisava não ter
motivos para a guerra, então elas vivas, é não precisar cobrar uma
divida dos seres.
— Certo, quer se poupar de outra facada.
Pedro apenas concorda com a cabeça.
Na Gazeta do Povo, o diretor geral pergunta para o Redator se o
menino não passou nada e ouve.
— Ele estava hospitalizado senhor.
— Acha que alguém vai acreditar nisto? – Diretor.
O redator não respondeu, apenas olhou para o senhor.
— Não vai responder?
— Não tenho argumentos a favor do que falou, e nada do que
ouvi, confirma a versão da Gazeta, dai me veio a pergunta, porque quer
que ele mande algo senhor, não temos permissão de publicar, não
temos nem mais autonomia editorial.
— Eles sabem o que estão fazendo.
O redator não falou nada e ouviu.
— Mas se ele passar algo me passa.
O redator não confirmou, não desmentiu, apenas viu o senhor
sair, sabia que o menino não passaria.
Outro chega a ele e fala.
— Cobrimos a convenção do PDT de hoje?
— Sim, porque não cobriríamos?
— Eles parecem fazer de conta que apenas existe um candidato,
eles falam em espaço para os demais, mas ainda não vi nada para os
demais.

319
— Acha que eles vão indicar mesmo o prefeito ao senado?
— Pelo que entendi, de uma conversa informal hoje sedo com
um dos representantes do PTB, eles vão apoiar o candidato do PDT ao
governo do Estado, não a Senador, pelo que entendi, Fabiano Silva é
candidato do PDT ao Governador do Estado, com Carvalho e Requião
como Senadores, numa coligação de 8 partidos.
O redator olha serio o repórter e pergunta.
— Esta sua fonte é quente?
— Robert Sinn.
— Se for isto, o que seria a chapa deles?
— Maior tempo, eles estão falando em cada um dos partidos
lançar seus candidatos com força, e disputarem entre eles as vagas
para Deputados Estaduais e Federais, ouvi falar em uma coligação com
256 candidatos a Deputado.
— Um agito geral, acha que é tanto?
— Ouvia ao longe, eles estão tão preocupados com proteger su-
as áreas de conforto, que não estão olhando, a área de conforto não
existe mais.
— O que quer dizer com isto?
— Dois senadores, Requião a Frente, se eles prenderem o nome
de Carvalho como segundo senador, eles podem abrir vantagem para o
Requião e empurrar Carvalho na segunda vaga.
— E acha que Silva se elege?
— Não vi as propostas ainda, ouvi alguém falar que ele se sacrifi-
caria para ver seu partido crescer novamente, mas vejo ele como um
candidato melhor do que os demais.
— Você votaria nele?
— Senhor, se eu for a uma cidade de férias, eu espero que ela
me abrace, ele está transformando a pequena cidade que ele adminis-
tra no foco de atenção de todas as grandes empresas de designer do
mundo, acho que nunca respondi para tantos nas redes sociais que
sabia onde ficava Matinhos.
— Mas isto não é suficiente para ser governador.
— Concordo, mas olha os demais, que experiência executivas
eles tem, ideias sem projeto.
— Onde vai ser a convenção?
— Na UFPR, na Reitoria, hoje a tarde, deve ir até a madrugada,
eles marcaram em um local que todos possam ter acesso.

320
— Manda um pessoal para lá, temos de ter esta posição, mas se
confirmarem o Silva governador, acho que até o atual governador se
acalma.
— Acho que ele também se acha na zona de conforto, mas esta
chapa é para o tirar dali.
— O que acha importante nesta convenção?
— Dados? – O repórter de nome Yuri.
— Sim.
— Senhor, pensa, o PDT está indicando o candidato Majoritário,
a Governador, dai o MDB entra com Requião, e o PTB com Carvalho, a
direção da campanha, com Nestorzinho, do PL, temos a confirmação da
ida do Vice-Governador que não foi a convenção do PSDB ontem, na do
PDT hoje, Requião confirmou, tem uma suspeita ai no meio, que Glaci
foi convidada a ser a vice-governadora.
— Acha que ela aceitaria?
— Não sei, mas ai teríamos o PT se aliando ao PDT e MDB, o que
seria esta coligação a nível de bancada hoje?
— Entendi, a maior bancada, e o maior conjunto de Ideias opos-
tas, o que acha que uniria todos eles?
— O que não podemos citar.
— O menino?
— Sim, pensa em alguém que todos aqui estão ignorando, e que
na noite antes do atentado, ficou quase duas horas em reunião com o
governador de Santa Catarina, ontem, as minhas fontes no Hotel Rosa,
é que o governador de São Paulo e 8 prefeitos da região Litorânea Sul
passaram quase duas horas reunidos com o menino, que foi lá conver-
sar com o menino, não com políticos locais, enquanto o PSDB fechava a
convenção na capital, a noite com jantar e tudo, o Governador do esta-
do ao lado, do PSDB se reúne com o menino em um de seus hotéis.
O redator olha o rapaz e fala.
— Acha que o diretor publicaria algo assim?
Yuri pega a Folha de São Paulo e na foto está o governador, os
prefeitos e uma imensa holografia, fotografados de longe, e a frase.
“Governador Busca na Iniciativa Privada apoio e Ideias de Cres-
cimento para o Estado de São Paulo”
O redator olha e fala.
— E nós não vimos nada.

321
— Não somos nem permitidos a narrar, infantilidade, a muito
não vivia este clima ruim de ter reportagens negadas ou ignoradas pela
direção, eles não falam, apenas a tiram do prospecto.
Yuri pega a Jornal do Estado de São Paulo e fala.
— Olha o tamanho da reportagem sobre as obras da Rosa que
estão no caderno mais da esquerda do estado ao lado.
O redator olha e fala.
— Que veículos são estes?
— O que inauguraram em Matinhos, Guaratuba, estão instalan-
do em Morretes e Antonina, e projetando em Paranaguá e Pontal do
Paraná, e não narramos.
— Não entendi o funcionamento? – O redator.
— Transporte interno, gratuito, são pequenos, mas passam com
frequência rápida, duas linhas com 20 bondinhos elétricos, que lhe
deixam em toda a praia.
— Custos?
— Disse gratuito redator, pois a ideia é as pessoas não precisa-
rem usar os carros para ir a praia, o estudo que fizeram em Matinhos,
estabelece que é mais barato fornecer o sistema gratuito do que inves-
tir em estacionamentos e estruturas para isto em todo litoral.

O redator olha a imagem estilizada no sistema e fala.


— Eles estão vendendo jornal e nós ficando no vácuo.
— Isto, mas eles não estão ainda pensando, isto em si, já daria
um assunto em Matinhos, agora pensa, uma cidade com isto a rua, em
322
pequenos trilhos, com praias com piscinas e estrutura, estatuas, hotéis
que mais parecem saídos de filme de ficção, e nada disto estamos nar-
rando.
— E acha que eles conseguem o que com isto?
Yuri pega o New York Time e põem a mesa e o senhor olha a re-
portagem de centro do primeiro caderno, com imagens, com descri-
ções do local, as formas de energia, as estruturas de saneamento, de
educação, de saúde em meio a uma cidade reformada, reestruturada e
pronta, para dois eventos para o inicio do ano seguinte, lançamento
das Joias Rosa, e concurso Internacional de Culinária.
O redator olha aquilo e fala.
— Está dizendo que o prefeito – ele põem o dedo na imagem no
New York Time – Vai sair a governador.
— Sim, isto que eu estou dizendo. – Yuri.
Yuri foi a convenção e o redator fica a ler a reportagem, eles não
iriam publicar, mas ele estava se informando e fica com vontade de
descer a serra no próximo fim de semana.
O redator estava lendo a reportagem, o diretor olha para a folha
aberta e pergunta.
— De que cidade estão falando, parece um bom local de turis-
mo.
O redator apenas abre e pagina inteira, o Diretor para na foto do
prefeito e fala.
— Eles não sabem o que falam.
O redator olha para ele e fala.
— Nos obrigar a não publicar é uma coisa diretor, querer nos
convencer de que é uma farsa, outra, acorda.
O redator fecha o jornal e vai ao café, o senhor fica olhando para
ele, estavam perdendo informação.
Yuri chega a convenção e olha os demais, ninguém filmando,
apenas relatando, ele olha para Fabiane da Folha de São Paulo e fala.
— E dai, como estão as coisas em São Paulo?
— Dizem que o seu estado vai ser mais agitado este ano.
— Duvido! – Yuri viu que alguns olharam para ele – Vai ser um
massacre este ano.
— Não entendi. – Fabiane.
— Olha em volta, o que vê?

323
— Todos os nomes importantes da politica, está dizendo que vai
ser um grande conchavo?
— Não, está olhando apenas para os políticos, olha para os re-
pórteres locais.
Fabiane olha em volta, ninguém filmando, ela estava e somente
ela, sorri e fala.
— Pelo jeito os meios de comunicação são contra esta coligação.
— Eles esquecem de um detalhe, horário politico Gratuito, passa
na TV deles, eles querendo ou não, quando sair algo como o que saiu
no New York Times hoje, na campanha, todos os paranaenses vão olhar
para a campanha.
— Não vi o New York Times hoje, o que tem lá.
— Deixei o meu na redação, mas depois lhe mostro, mas o que
temos até agora?
— Não entendi, estão discutindo algo lá dentro. – Fabiane.
Yuri olha para o menino ao fundo e sorri.
— Conhece? – Fabiane.
— Está no seu jornal de hoje.
Ela olha o menino, muito pequeno e fala.
— Aquilo é Pedro Rosa?
— Dizem que ele fez uma doação de campanha para o candidato
a reeleição de seu estado de alguns milhões de reais.
Fabiane sorri e fala.
— Ai o tamanho não importa muito, né?
— Sim, se ele é apenas um mensageiro ou a mensagem em si,
ninguém sabe, mas todos que precisam de recursos, vão a ele.
Yuri viu o pessoal do Estadão chegar e fala.
— Pelo jeito as fofocas vão se confirmar.
— Porque?
— Acabam de chegar ao local, Estadão, Isto É, Veja, talvez so-
mente agora eles se tocaram quem era a reportagem do New York
Time do dia.
— Quem?
— Fabiano Silva, candidato a Governador pelo PDT do Paraná,
pelo que me falaram, eles tentariam atrair o PT para a campanha, mas
o Senado e o nome principal já estavam escolhidos.
— E o que eles ofereceriam?
— O cargo de Vice-governadora a Glaci.

324
Fabiane sorri e fala.
— Seria a maior coligação de grandes partidos do país.
— Maior não, a de Santa Catarina deve se assemelhar em quan-
tidade de partidos.
— Mão do menino?
— Ouvi uma reportagem dele, que fala que ele não entende de
politica, está deixando isto para quando tiver titulo.
Os demais veem os membros principais do PT chegarem, o se-
nador Requião os cumprimentar, direção do PT e PL juntos já fizeram
historia no país um dia, agora estavam prestes a tentar em um estado
novamente.
— O que acha que está acontecendo? – Fabiane.
— Conhece nosso litoral?
— Não, todos dizem que ele não tem graça.
— Se quiser dividir uma reportagem para seu jornal, lhe explico
o problema do estado, mas seria uma corrida até o litoral para lhe ex-
plicar isto.
— E porque acha que seria importante.
— Se os projetos destes dai se concretizarem em uma chapa de
união PDT e PT, qual o grande nome para a próxima eleição presidenci-
al?
— Está exagerando.
— O convite está de pé.
Yuri registra a convenção, faz seu texto, sabia que não seria pu-
blicado, e passa uma copia para Fabiane e fala.
— Isto seria minha reportagem, mas eles não vão publicar.
Fabiane entendeu, os demais estava se fazendo de cegos, pois
sabiam que não sairia nada, Yuri não estava feliz, mas fez sua parte, e o
ver do Vice-Governador ao fundo, falando com Pedro Rosa, parecia
algo que estava a frente de tudo que pensara.
Ele passa a reportagem para a central, o numero assustador de
288 nomes a deputado federal, o mesmo numero para deputado esta-
dual, fechando todos os municípios do estado com algum candidato, ou
federal ou estadual.
Yuri pega os nomes, faz a lista e vê o quão aquela eleição seria
diferente, não lembra de tantos candidatos em nenhuma eleição que
ele cobrira, ele começa a olhar o prospecto, e no fim daquela tarde, por

325
aclamação, 9 partidos estabelecem o coligação, os nomes, as cartas
jogadas a mesa 5 dias antes do fim do prazo inicial.
A convenção estabelecia que poderiam começar a fazer campa-
nha, isto que aquela aclamação estabelecia.
Pedro sai ao fundo e passa a sua reportagem a 3 jornais, New
York, Paris e Buenos Aires recebem as reportagens.
Numa gráfica no PDT, eles com permissão do New York Times,
publicam no centro da pagina a reportagem deles, e na parte frontal, o
anuncio da grande coligação chamada “Paraná, Futuro Já”.
A coligação começava a pensar na distribuição daquilo dentro de
dois dias, pois tinha o prazo legal de registro, mas material e estrutura
foi se montando, e Fabiane olha para Yuri.
— O que quer me mostrar?
Não era todos que consumiam o jornal Americano, então as 5 da
tarde ainda tinha um exemplar, ele compra e abre a pagina e ela olha
para a reportagem e fala.
— Isto é Paraná?
Ele fala.
— O rapaz a foto, é o candidato a governador, algo assim saiu
em Paris, em New York, em Buenos Aires, em Asunción, e não saiu uma
pagina no Paraná.
— E acha que isto é real?
— Se eu ligar para qualquer hotel já inaugurado da Rosa’s no li-
toral paranaense, terei datas apenas para fim de Janeiro a frente.
— Lotados?
— Sim, mas lembra a foto do presidente numa reunião depois
das inaugurações? – Yuri.
— Sim, aquelas fotos me fizeram ficar olhando o local, lindo.
— Aquele é um dos Hotéis Rosa de Matinhos, aquele hotel, tem
diárias de mais de dois mil reais, está lotado. Eles cederam ao presiden-
te da Republica, e a propaganda chegou longe, mesmo os locais não
sendo comunicados de onde era.
— E o que me apresentaria?
— Conhece o quanto esta cidade Fabiane?
— Apenas os caminhos iniciais.
— A diferença, é que o que demoramos para fazer, aquele me-
nino, pega um helicóptero e faz em horas, pois ele tem recursos, o
primeiro ponto que poucos falam, a poucos dias, se inaugurou dois

326
aeroportos internacionais no Paraná que não existiam, a ampliação de
dois outros portos e a construção de um terceiro, com um quarto sen-
do construído apenas para turismo, a pergunta que me fiz na época,
porque alguém estava se dando ao trabalho para o nosso litoral, como
falou, algo sem graça, a resposta está a vista, apenas ninguém está
olhando ainda.
— Como assim?
— Descemos a serra e lhe explico.
— Começamos por onde?
— Descemos pela 376, e dai lhe explico o que acho que está
acontecendo, não tenho certeza.
— Trocando uma ideia?
— Sim, aquela entrada em ultima hora do PT na coligação deixou
meus neurônios confusos, eles não se conectam tão facilmente a parti-
dos tradicionais, ainda mais no estado.
— Certo.
Os dois caminham até o carro do rapaz e ele dirige no sentido da
BR277, e para a beira da estrada.
— Aqui acima da serra, em 3 pontos na região metropolitana,
eles estão construindo estruturas imensas como esta, ninguém ainda
está falando, mas ouvi um rapaz me dizer que o menino, denomina isto
de Porto Seco, ele está projetando pelo que entendi, pelo menos 6
destes, para abastecer via trem os portos no litoral.
Fabiane fotografa e fala.
— Mas não tem ligação por aqui.
— O que estou dizendo Fabiane, é que estamos registrando um
evento que será noticia, e ninguém está registrando o inicio.
Yuri pega a Avenida Rui Barbosa e passa para a BR 376, mostra o
mesmo tipo de estrutura em São Jose na saída da cidade, depois das
montadoras, eles descem e quando chegam a Garuva, a moça olha a
grande estrutura já com trens, com aquela estrutura imensa sobre a
pista e pergunta.
— Isto faz parte?
— Sim, mas esta parte está em Santa Catarina já.
Eles parram e registram, Yuri entra na cidade e a moça viu que
estavam reformando tudo, de calçada a postes, de asfalto a galerias
pluviais.

327
— O que está vendo, é o que tem acontecido em cidades litorâ-
neas do Paraná a um tempo, a Rosa’s entra e tudo entra em reforma
básica, como ouvi outro amigo falar, depois de pronto, nos acostuma-
mos que sempre foi assim, mas não era.
— Uma revolução silenciosa?
Ele passa pela região dos barracões sendo erguidos e aponta pa-
ra a baia.
— Aqueles guindastes de porto, ainda não temos acesso, teria
de ter um helicóptero para registrar, dizem que a Rosa’s construiu um
cais de porto em Garuva, ninguém está falando mas o presidente vem
inaugurar algo semana que vem, quando se fala no prefeito de Mati-
nhos, é que ele atraiu para cá este menino e sua estrutura.
Ele dirige para a BR 101 novamente e fala.
— Este ponto, não existia a um mês Fabiane. – Fala ele pegando
o viaduto que dizia BR 101 mantenha a direita, BR 376 Esquerda, a
moça viu que entraram em um elevado e começam a avançar, as luzes
sobre toda a pista, naquele inicio de noite, estabelecia o que construí-
ram ali.
— Está dizendo que eles construíram não apenas uma rodovia,
mas uma iluminada e bem acabada.
— Ela é aérea, não prejudica a estrutura baixa de alagados e mi-
grações baixas, mas abaixo de nós, tem as estruturas de linha férrea
que levam aos portos, de Paranaguá e Antonina, ainda em construção,
mas esta parte já está pronta. – Yuri pega para Guaratuba e para ao fim
da pista do aeroporto e fala.
— Este aeroporto ai não existia.
Fabiane olha para a pista e para os aviões Rosa decolando.
— Operacional?
— Sim, linhas que ligam Brasília, Rio-São Paulo, Buenos Aires e
Asunción todos os dias, em três horários.
— Quer dizer que eles estão dando formas das pessoas chega-
rem rápido aqui?
— Sim.
Eles entram na cidade e Fabiane olha que estavam novamente
em um canteiro de obras e pergunta.
— Eles estão entrando nesta cidade também.

328
— Sim, os nomes para Deputado mostram que a ideia é comple-
xa, raramente sai um nome desta cidade para Deputado Federal, eles
lançaram um para Deputado Federal e um Estadual.
— Está dizendo que aquela convenção, une tudo isto?
— Em parte, como disse, eles estão começando.
Eles param a beira da baia e a moça olha aquele imenso porto,
com o erguer dos hotéis, das estruturas, e Yuri fala.
— Este é o porto para Transatlânticos de Guaratuba, em cons-
trução, junto com a inauguração dele, devem inaugurar mais 5 hotéis
Rosa na cidade.
— O instituto Ambiental não protestou?
— Esta parte que fica do lado de cá, a uns 50 anos, teve 2 qua-
dras inteiras que sumiram ao mar, afundaram com tudo, é uma curva
de erosão das aguas da baia quando saem, eles estão usando o porto
como uma forma de parar esta erosão, mesmo os mais incrédulos na
possibilidade, no fundo gostaram de alguém fazer algo ai.
— Eles usaram uma tragédia para se colocar?
— Sim.
Yuri para na balsa para travessia e fala.
— Ao fundo, depois de séculos de reclamação, estão começando
a erguer a ponte que ligaria as duas cidades, sempre foi por balsa.
Fabiane olha e registra, eles atravessam, ele mostra a cidade, ai
sim ela ficou encantada e ouve.
— O que tem por trás desta construção baixa, que não se vê na-
da, é o hotel que a globo usa como cenário da novela das 19 horas.
Yuri deixa o carro, faz sinal para o bonde, e ela entra, uma coisa
era dizer, existe um sistema gratuito de transporte, outra pegar um.
— Estes bondes, tem duas linhas na cidade, percorrem toda a
praia, fica fácil ver no que estamos nos transformando assim.
Eles fazem a via no sentido da praia, se via gente a praia no inicio
da noite, as armações, a iluminação, ela olha as estatuas, as entradas
de rios, toda a cidade calçada e arborizada, mudas pequenas ainda,
fazem o contorno da pedra de Matinhos, passam beira mar na praia, e
entram uma quadra, ela viu que aquele sistema ligava toda a praia, e
quando retorna, o faz por dentro, e ouve.
— Toda a estrutura está em implantação ainda, mas agora te-
mos o que o jornal fala, um litoral com menos esgoto, devemos com

329
calma nos livrar dos excessos de agua viva, que são consequência dire-
ta do excesso de lixo humano nas aguas.
Eles voltam ao mesmo ponto e pegam o carro, vão passando pe-
la parte interna da praia, as ligações ao fundo sendo erguidas para uma
ligação ferroviária entre os municípios.
— Dizem que aquela estrutura é para ligar um trem rápido de
Curitiba ao Litoral, mas não existe apoio do atual governador.
— Onde colocou o menino nisto?
— Dizem que sim, mas ai teria de falar de coisas ilegais da alta
sociedade de Curitiba que não tenho como provar, algo sobre terem
apostado a morte do menino.
— Aquelas historias de alvos a serem mortos e premio aos apos-
tadores e matadores?
— Sim, mas que poucos falam, pois não se consegue provar.
— Jogaram o menino na oposição, ele apoiou um prefeito, e
mudou tudo em volta?
Eles chegam ao elevado para Paranaguá e fala.
— Este elevado foi inaugurado pelo presidente no fim de sema-
na passado, e liga a Paranaguá.
Eles começam a subir e Yuri olha a Direita e fala.
— Aquele porto também é novo, porto de Pontal do Paraná, pe-
lo jeito começam a entregar os primeiros guindastes.
Ali não teria como parar então ela registra com o carro em mo-
vimento, ele passa em Paranaguá, Antonina, em varias coisas e sobe
novamente a serra e sentam em uma lanchonete no Batel.
— Acha que a ideia ali, está alimentando a campanha?
— Sim, acho que é isto. Mas a ideia tem de ser maior. – Yuri.
— Porque maior?
— Porque não está financiando uma campanha, está financiando
3 regiões, ainda pequenas, mas o que vi em estrutura, é para pelo me-
nos um PIB deste estado atual, apenas na estrutura que estão criando,
mas estão fazendo algo para baratear transporte, distribuição, melho-
rando estrutura, é algo maior, não é apenas uma campanha.
Ela olha para Yuri e fala.
— Só um momento.
Ela pega o telefone e liga para São Paulo e pede para falar com
Roger, editor da Folha de São Paulo que atende.
— Não deveria já ter passado a reportagem Fabiane?

330
— Teria como segurar um pouco, e ver se tem espaço em algum
lugar para algo além das minhas poucas notas?
— Eles não vão lhe dar espaço.
— Estou lhe passando uma previa, eles decidem Roger, está
sendo passado para seu e-mail, tenho ainda de terminar de digitar o
texto e teriam de editar as imagens.
Roger não sabia o que ela estava falando, e ele abre o e-mail, a
frase, “Paraná, futuro já”, faz ele parar nas imagens, a da aclamação,
dai os nomes para governador do Paraná, dai os apoios, e começa a
narrativa do New York e algumas imagens e ele olha para o redator.
— Segura o centro do primeiro caderno.
— Está maluco?
— Vou falar com o diretor.
Ele ainda estava com Fabiane no telefone e pergunta.
— Mas vai me passar quando?
— Assim que terminar de redigir, em minutos.
Yuri olha para ela e sorri, ela lhe olha e fala.
— Tenho de entregar, então deixa eu escrever, deixa eu buscar
algo na internet, e vamos editar algo. – Ela fotografa a pagina do New
York Time, pega a noticia on-line em outros 3 jornais, faz um fundo
para o titulo, agora tinha “Paraná, futuro já”, com as imagens dos 4
jornais ao fundo, dai ela começa com a descrição da reunião política
feita no Paraná em prol do estado, não de egos pessoais, ela narra as
obras, as recusas do atual governador, o total silencio da imprensa
local, quase como se estivessem comprados, um estado todo com sua
imprensa falando apenas de um candidato, e no outro lado, políticos
abrindo mão de seus egos lançam um politico novo, para dizer, o que
importa é a ideia.
Fabiane no fim daquele ano, entenderia que esta sua visão da
politica do Paraná, mudou a visão até dos políticos de apoio, e fez
acordos em outros estados, mas no momento ela estava tentando ser
uma adivinha para vender a ideia.
Ela passa a reportagem e pede uma cerveja e fala.
— A pedra foi jogada no lago.
Yuri sorri, em São Paulo, o editor olha a reportagem, as imagens,
as indagações, a ideia em si, lançar nomes de norte a sul, abraçando
cada município, o povo escolheria os melhores, não eles, o colocar da

331
imagens, das obras, do transporte, fez Roger ir a sala ao lado e pedir
um New York Time, ele abre e olha para o redator.
— As vezes ignoramos alguns, lembra deste pirralho?
O redator olha o menino e fala.
— Você disse para não nos metermos em encrenca.
— Ele virou símbolo de uma empresa, não sei ainda o que é real
disto, mas aqui tem algumas informações que teria de confirmar, mas
não teria como mandar hoje se for confirmar tudo, como a doação da
empresa Rosa’s a reeleição do governador local, explicaria a reunião
ontem em São Paulo, era uma reunião de apoio.
— Pelo jeito ela puxou a meada.
— Pior é que ela tem razão, em pesquisa, nada nos jornais do
Paraná sobre estas obras, que estão no New York Time, é como se os
americanos e franceses, até os argentinos tivessem visto e a imprensa
local não, a afirmativa é pesada, mas é pessoal, acho que é um tiro que
poderíamos dar.
— Eles podem negar.
— Eles podem negar, mas os fatos apoiam a teoria dela, tenta
editar as imagens, as coisas e põem no central, quero ver se alguém
fala alto, ainda não temos as campanhas oficiais, é o lançamento de
uma ideia.
Yuri olha para Fabiane e fala.
— Acha que eles publicam?
— Eles são apoio ao governo de lá, eles vão querer algo que
mostre um governador atento a empresários dinâmicos.
— Acha que é uma boa matéria?
— Sim - ela olha para Yuri e fala seria – como consegue trabalhar
em um lugar que se diz independente, e censura os repórteres?
— Não to feliz com isto, mas tenho de manter a pensão em dia,
senão vou preso, sei que minha filha tem direitos, mas as vezes, para
melhorar temos de apostar ao lado, e sair sem rescisão, me deixaria
sem dinheiro, e neste momento, sei que não posso arriscar.
— As vezes colhemos as escolhas.
Yuri serve o copo e fala.
— Sim.
Estavam no bar quando viram o senador Requião parar mais a
frente, ao seu lado o prefeito de Matinhos e a senadora do PT, Fabiane
olha para Yuri e fala.

332
— Sabia que eles poderiam vir aqui?
— As vezes, esta inercia da imprensa, só facilita eles.
— Não entendi. – Fabiane.
— Estava pensando, porque o índice do candidato na mesa ao
lado é maior em Foz e Londrina do que em Curitiba.
— Alguma teoria?
— Londrina tem um jornal próprio, mas consome mais a Folha
de São Paulo do que a de Londrina, Foz, a mesma coisa, eles tem aces-
so a jornais Argentinos e Paraguaios, o que os faz falar do Prefeito.
— Mas acha que sem reportagem eles avançam.
— Acho que eles escolheram um bom slogan, se os empresários
ficarem na duvida, não colocam o dinheiro na campanha da adversaria
e isto apenas alimenta a campanha deles.
Os dois viram alguns políticos irem cumprimentar o candidato,
mas Fabiano estava ainda tentando conter palavras, e sabia que sua
campanha começava apenas depois da oficialização, então eram 3 dias
ainda pensando e articulando.
Pedro volta ao prédio no Capanema, Nick olha ele lhe olhar do
lado de fora e olhar para cima e falar.
— Esta é sua forma calma?
— Sim, mas ainda não sei o que pensar, então tenho de descan-
sar, ainda não estou tão bem assim.
— E anda por ai sem proteção?
— Eles se entendiam, pois me dar proteção é apontar para mim,
pois ninguém me olha.
— Vai dormir ai?
— O ultimo andar eles acabaram?
— Estão instalando algo ali do lado de fora.
— Elevador, ninguém merece subir andares a pé.
Nick sorriu e falou.
— E vai reformar a parte baixa.
— Sim, mas temos de ter onde ficar enquanto eles reformam.
— E vamos falar daquela ideia maluca?
— Qual delas?
— Me tornar vereador.
— Sim, amanha reúne os que acha que servem como bom apoio
a algo, mas gente seria, não violenta, e vamos inaugurar o primeiro
comitê de campanha do próximo governador.

333
— Não quis dizer governadora?
— Não, vamos inaugurar o comitê de Fabiano Silva, primeiro
comitê estadual.
— E este senhor sabe do que falamos?
— Não, é entre nós Nick.
Pedro olha o elevador abrir a frente e faz sinal para ele entrar e
os dois sobem, chegam a parte alta, vidro para todo lado, ele olha para
Pedro.
— Dá para ver a vila inteira.
— Sim, mas tá vendo o leito do rio?
— Sim.
— O candidato vai prometer cobrir o rio neste trecho e criar uma
imensa praça, vai falar em reforma das 4 escolas locais, a criação de
uma resolução de mudança de cronograma de estudos nos colégios
estaduais, para que os alunos estejam melhor preparados para o mer-
cado de trabalho, mas a reforma geral da favela, depende de acordo
Nick.
— Sabe que muitos odeiam a ideia de vias largas.
— Não disse largas, falei reformar, ter esgoto, ter luz, ter valori-
zação e termos o controle.
— Acha possível?
— Sim, acho possível.
— E porque este candidato.
— Digamos que quem teve a ideia de o lançar fui eu, somente
por isto.
— E ele tem chance?
— Nick, eu não entendo de politica, não voto, mas uma coisa eu
sei, aprendi a defender minhas ideias.
— E onde vai ser o comitê?
— Na casa da dona Rita.
— E o candidato vem ai?
— Ele e um bando de pessoas.
— Certo, damos proteção.
— Discreta, uma coisa é dizer, fui a Vila Pinto, outra, meu pri-
meiro comitê de campanha, foi o da Vila Pinto.
— E pelo jeito, acha que ele vai ter chance.
— Nick, eu tento defender minhas ideias, não fico apenas na ca-
ra feia.

334
— E terei um andar destes para mim?
— Este é para as festas, mas como eu não tenho tamanho para
festas, é parte da sua base, abaixo, 4 quartos, abaixo disto, o meu can-
to.
— Certo, algo a incrementar, mas o lugar ajuda, aquilo no fundo
é o que?
— Uma sacada com churrasqueira, não vai querer a fumaça para
dentro?
Nick sorriu.
Pedro desceu as escadas, e dois andares a baixo entrou em um
quarto, fechou a porta e caiu a cama.

335
Amanhece e Yuri é acordado pelo telefone, o
diretor do jornal.
— Fala Diretor.
— Poderia vir ao jornal agora?
— Sim.
Yuri nem viu o que estava acontecendo, não
leu o texto inteiro, poderia ter uma pegadinha, mas
fazia parte de falar de mais bebendo.
Ele chega ao jornal e o diretor o olha.
— Senhor Yuri, na minha sala.
Ele estava de ressaca, olha para os demais,
não entendeu, ele não leu nada, sorri por dentro, o
tom era de bronca e desde criança não recebia
broncas.
O diretor olha para ele e pergunta.
— O que Fabiane França quis disser com a reportagem dela na
Folha de São Paulo.
Yuri sorriu e o senhor não gostou.
— Não tem graça Yuri.
— Tem senhor, eu não li, ela me deu um porre ontem, estou
com a cabeça estourando, mas ainda não li a reportagem dela.
O redator vira a folha para Yuri, ele abre, uma folha inteira, co-
ragem, ele viu que era longo, teve de passar o olho rápido procurando
seu nome, acha e lê.
“Segundo fontes amigas dentro da Gazeta do Povo, nada que
destaque outros candidatos que não a candidata do governador terá
espaço no jornal, eu estranhei e perguntei porque a Yuri Casanova e ele
me disse que é certeza de estarem em uma zona de conforto, e não
arriscam posições contrarias.”
Yuri olha o diretor, e pergunta.
— Senhor, o senhor foi o primeiro a fazer a reportagem sobre a
obra em Guaratuba, mas em duas semanas tudo mudou, não sei de
quem foi a pressão, mas o que ela fala que lhe chateia, ser verdade?
O diretor olha serio e fala.
— Não está feliz pede a conta.
— De forma alguma, não vou perder meus direitos para facilitar
seu jornal, mas não respondeu senhor, eu não falei isto sóbrio, mas

336
eles abriram uma pagina inteira no meio da Folha de São Paulo, isto
não deve ter sido feito apenas ontem, é muito dado, mas eles publica-
ram o que deveríamos ter publicado, se somos um jornal com visão
ampla, dinâmica, esclarecida, porque não temos uma única nota sobre
as obras no litoral, porque o senhor não deixa elas na pauta, então não
existe mentira ai, deveria estar pressionando para cima, e não para
baixo, estamos deixando novidades passar porque alguém fez um
acordo burro, com uma provável não eleita, e como ficamos depois?
— Eles não tem chance.
— Senhor, olha a reportagem deles, só não está no acordo deles,
o PSDB, dos grandes, acha mesmo que eles vão brincar de politica,
quando mostrei ontem a reportagem do New York Time para o redator,
é para deixar claro, todos já sabem que não vamos publicar, a conversa
estava boa ontem, se pensar nos pontos do Paraná, onde os jornais
externos vendem mais que o nosso, o candidato Fabiano Silva, está a
frente, e entre estes lugares, Londrina, reduto politico do atual gover-
nador.
O senhor não queria ceder e fala.
— Passa no departamento pessoal.
Yuri não queria isto, mas era obvio, não tinha mais como voltar a
trás, então sai e olha para os demais, eles evitam lhe olhar, Yuri olha
para a escada e a desce, eram três andares para baixo, mas era melhor
fazer o sangue circular, melhor do que ficar a esperar um elevador.
Fabiane liga enquanto ele estava na escada e ele não atende,
não queria descontar na pessoa errada, mas se deu mal desta vez.
Yuri olha para a moça que lhe alcança a folha, sinal que já estava
decidido, isto o fez pensar seriamente e apenas assina a folha e desce,
acerto em 3 dias no sindicato.
Pedro vai a aula, normal e quando chega a vila novamente, sobe
e olha seu sistema narrando novidades, apenas olha o contato da Gaze-
ta e olha para a nota online do jornal que Yuri Casanova havia sido
afastado do quadro do jornal.
Ele apenas pensa um pouco e liga para o redator.
— Senhor Joaquim?
— Quem?
— Pedro Rosa, me passou um pedido de opinião referente ao
candidato que se lançou ontem, e gostaria de saber para que quer
saber minha opinião?

337
— Dizem que você é um dos financiadores da candidatura deste
rapaz de Matinhos.
— Não li nada disto em seu jornal.
— Mas não escreveria uma crônica com sua posição.
— Se escrevesse senhor Joaquim, o senhor não publicaria, por-
que me perturba?
— Não seja arrogante menino, escreve bem.
— Certo, quer me convencer que publicaria algo a respeito, após
mandar o senhor Casanova embora apenas por uma citação de outra
repórter em outro jornal?
— Ele não estava de acordo com as premissas do jornal.
— Ouve e decora estas palavras redator, pois é a que usarão
quando o chutarem para fora porque precisam por um indicadinho,
não escrevo mais para vocês, quer saber minha opinião, leia o New
York Time, o El País, pois para jornal de covardes, não escrevo, passar
bem.
Pedro desliga e o redator olha para o diretor.
— Ele vai escrever.
— Disse que não escreve em jornal de covardes.
O diretor olha para o redator.
— Tem de entender...
— Ele falou senhor, não eu! – O redator vendo que vinha a
mesma conversa de todas.
— Mas porque ele falou isto?
O redator levantou os ombros, ele não queria perder o emprego,
e era obvio, explicar iria por o diretor contra ele.
Meio dia e meio, Pedro acha o numero de Yuri e liga para ele.
— Senhor Yuri Casanova?
— Quem?
— Pedro Rosa.
— O que quer menino?
— Quer um emprego ou vai curtir um seguro desemprego?
— Como sabe que me mandaram embora.
— Acabam de por no jornal online que você não faz mais parte
do quadro de jornalistas deles.
— E porque me oferece um emprego?
— Apenas oferecendo, se não der certo, não deu, mas geralmen-
te eu começo assim, apenas numa conversa informal.

338
— E que proposta teria para me fazer?
— Se quiser conversar, anota ai o endereço.
Pedro passa o endereço do comitê do candidato Fabiano para o
rapaz e calmamente caminha até lá.
Abre a porta, vê o pessoal começar a por a placa do comitê, e o
numero ao lado.
Raquel olha Pedro ali e pergunta.
— Vai trabalhar ai?
— Não, apenas começando a conhecer o estado.
— Começando?
— Ele vai primeiro inaugurar 398 comitês, um por cidade, então
hoje, antes da campanha ser oficial, mas já formalizada a convenção,
ele inaugura uma sequencia de pelo menos 9 comitês, talvez 14.
— E porque o numero um?
— Porque este é o primeiro.
— E não vai me dar bola mais?
— To um traste ainda.
— Tá arrastando asas por ai, isso sim.
— Quem dera, mas já volto a ativa, mas ainda não sei o que sin-
to, lembra disto?
— Você não presta Pedrinho.
— Isto tenho quase certeza de ser uma verdade, mas não conta
para os demais.
Raquel sorriu e viu um rapaz chegando e pergunta.
— Pelo jeito marcou com alguém aqui?
— Na verdade preciso de alguém na direção de marketing do
candidato.
— E o candidato lhe ouviria uma indicação? – Raquel.
Yuri que chegava ouvira a pergunta e termina.
— Uma boa pergunta.
— Prazer, Pedro Rosa.
— Yuri, mas não sei a ideia?
— O candidato precisa de uma assessoria de Marketing, que
precisa ser erguida, junto com isto, alguém que monte a linha de pro-
paganda dele, não vamos contratar um famoso e sim gente da casa.
— E pensou em mim?
— Não, estava pensando em quem, e li a noticia de seu afasta-
mento, foi mais difícil achar seu numero do que pensar nisto.

339
— Mas sabe que não tenho experiência em campanhas.
— Quer tentar?
— E o que seria esta proposta?
— Temos duas semanas, para o inicio do programa politico em
TV e Radio, então temos de ter nosso estúdio de gravação, nosso pes-
soal que vai estar sempre a disposição para passar as informações a
imprensa, precisamos de uma assessoria de conteúdo do nosso candi-
dato.
— Está dizendo que ele não tem conteúdo?
— Não, estou dizendo que as pessoas querem acreditar em uma
mentira, nunca conheci um candidato que conhecesse todos os cantos
do estado, mas no discurso, eles conhecem, aquelas afirmações, que
passou em todo estado, mas quanto tempo ele levaria para passar em
398 municípios, em pouco mais de 30 dias de campanha oficial?
— Certo, pelo jeito você estava pensando serio nisto.
— Vamos entrar.
— O que pretende aqui?
— O primeiro comitê de Fabiano Silva, é o erguido pelos lideres
da Vila Pinto.
— Começando pelo lado pobre?
— Pelo que mais precisa, mas ... – Pedro faz sinal com o braço –
vamos entrar.
Na sala de entrada, um comitê simples, uma moça a ponta, ain-
da não tinha o material, mas no centro da sala uma maquete 3D dos
projetos para a vila.
— Vai expor assim?
— Sim, como se diz, eu não posso acreditar que um candidato
vai passar em 398 cidades, e conseguir expor as ideias, mas hoje, o
candidato começa por inaugurar este comitê, até as 5 da tarde, ele
inaugura os comitês em 8 cidades da região metropolitana, cada um
deles, com um projeto destes sobre a mesa de entrada, da região, hoje
ele inaugura além destes, temos 14 outros comitês, mas talvez não de
tempo de inaugurar todas.
— E quer isto registrado?
— Sim, imagens são coisas que precisamos, e um repórter co-
nhece quem está no mercado, quem está livre, mas ainda não aceitou
Yuri.
— E pelo jeito correria com o prefeito para cima e para baixo.

340
— Sim, toda manha eu estou estudando, alguém tem de o colo-
car fazendo as coisas.
— E como vamos a todos os lugares.
— O cronograma do Taxi aéreo de hoje e amanha – Fala Pedro
alcançando uma folha para Yuri.
Yuri olha o menino entrar em uma sala e falar.
— Estamos começando hoje improvisando Yuri, mas a pergunta
ainda não foi respondida.
— Preciso de um emprego, mas não tratamos de salario.
— Quanto é o salario que ganhava na Gazeta?
— Cinco salários mais vale refeição.
— Eu não sei ainda os custos do que temos de implementar, por
isto estamos conversando, salario base da Rosa, que é quem vai pagar
seu salario inicialmente, é de 10 salários, podendo ser de duas formas,
por contrato ou por carteira assinada.
— Não entendi.
— Se pagamos via contrato, todos os custos trabalhistas repas-
samos ao empregado, e ele administra isto, hoje estaria próximo a
9600 sobre contrato, metade disto, com carteira assinada.
Yuri olha Pedro e fala.
— Isto é legal?
— Sim, oferecemos a todos os funcionários esta possibilidade, a
maioria ainda prefere a carteira assinada, ignorando que o governo que
fica com o resto do dinheiro.
— E este seria o salario padrão para chamar colaboradores?
— Pensa em nomes, o telefone a sua frente está funcionando, li-
ga, em duas horas, o candidato vai inaugurar este lugar.
— E vai sair correndo?
— Não, vou estar ao lado, mas me consegue uma lista de equi-
pamento e de pessoal, o primeiro dia é meio difícil de ter toda a quali-
dade que queremos.
— Certo, vou ligar.
O governador chega para o trabalho e pede para chamar o vice-
governador a sua sala.
Lucas vai a sala, olha o governador que fala.
— Vai apoiar aquele incompetente?
— Tem de diferenciar querer de ser, governador, sei que gosta-
ria que ele fosse incompetente, mas não é verdade.

341
— Mas está o apoiando.
— Estão pagando para a imprensa nem o citar e o incompetente
é o rapaz?
— Eles não tem chance, você parece saber disto.
— Estou tentando encerrar minha vida politica, mas todos que-
rem que palpite, ontem foi um dia que a muito não via, gente que a
muito não conversava, é bom trocar ideias reais, não apenas jargões de
eleição.
— O povo não vai acompanhar esta debandada.
— Eu ainda não sei o que está acontecendo, até eu me surpre-
endi, talvez por ter sido influenciado por sua propaganda sobre a in-
competência do rapaz.
— E não vai sair a nada?
— Não, deixa os novos se lançarem.
— Não entendi a ideia deles, estão lançando muita gente, eles
sabem que não elegem todos.
— As vezes as pessoas aderem, mas também não entendi tudo,
mas não entendo você governador, no lugar de ficar preocupado com
sua campanha, fica invejando as demais.
— Eles acham que vão me tirar a vaga do senado, não sabem o
quanto o povo me quer lá.
— Acho que quem mais me fez pensar que você se elege ao se-
nado governador, foi aquele Pedro Rosa, que falou que não tem um
segundo nome forte para este ano.
— Este é outro que dão muito valor.
Yuri tinha desligado o telefone e olha para o numero que lhe li-
gava e atende.
— Fabiane, o que agora?
— Pelo jeito lhe ferrei.
— Sim, deveria ter pensado mais ontem, mas não pensei.
— E não quer uma chance na Folha, tento lá para você?
— Talvez em dois meses, fazendo o que? – Yuri.
— Tentando administrar as criticas referente a reportagem de
ontem, não me atendeu antes.
— Não queria xingar ninguém e estava saindo do RH, não era
uma boa hora.
— E não me explicaria a sua teoria de conspiração de ontem?

342
— Acho que não existe teoria de conspiração, apenas acomoda-
ção de pessoas em seus cargos, achando-se intocáveis.
— E o que está fazendo agora?
— Montando um pessoal para tocar um projeto, ainda tentando
convencer-me que é uma boa ideia.
— Mas está onde?
— No primeiro comitê do candidato ao estado Fabiano Silva.
— Tentando uma boquinha ai?
— Como disse ontem, preciso de dinheiro para pagar a pensão
alimentícia, sem isto vou preso.
— E não me conseguiria uma entrevista com o candidato.
— Sim, mas teria de me passar as perguntas antecipadamente.
Fabiane estranhou e perguntou.
— Está mesmo trabalhando para ele?
— Ainda não o conheço, apenas um menino a minha frente per-
guntou se não queria encarar um cargo de Marketing de Campanha, e
como alguém que acabara de ganhar a conta estou tentando.
— Me passa o endereço e conversamos ai.
Yuri passa o endereço e olha para Pedro.
— Problemas dele dar uma entrevista para a Folha de São Pau-
lo?
— Nenhum, a postura é esta Yuri, eles passam as perguntas an-
tes, é mais fácil identificar as pegadinhas, mas sempre tem algo não
escrito, então temos sempre de tomar cuidado, mas faz parte do que
eles fazem, ser políticos, eu não entendo disto ainda.
— Não entende?
— Eu falo o que ninguém quer ouvir, não estou preocupado em
me eleger.
Raquel se despediu e Pedro olha para Yuri.
— Tem de entender Yuri, se quer fazer parte, sei que ainda esta
descontente com tudo.
— Duvidas, mas pelo jeito não fala tudo na frente de todos.
Pedro pega a holografia ao canto e fala.
— Eu não sei fazer esta programação ainda, mas a holografia a
sua frente, é referente a esta parte da cidade.
Pedro toca o recuar, e a holografia parece voltar no tempo e fi-
car como é hoje, e Yuri olha atento.

343
— As vezes tecnologia assusta, mas acredita que o candidato
consegue fazer isto?
— Eu não estou colocando nada no papel, que eu não tivesse
como fazer em 4 anos Yuri, eu quero que ele aprove e me de concessão
para muito mais.
— Quer dizer que vai fazer isto?
— Isto é entre poucos, eles não precisam saber quem vai fazer,
mas sim, esta mudança da Vila Pinto, eu vou fazer.
— E as partes que não tem no projeto?
— Ainda não negociados, mas a ideia aqui é bem maior, ela vai
da ampliação da rodoferroviária, ao triplicar a capacidade de escoa-
mento do rio Belém, a mudança de sentido do estádio em parceria com
o clube, gerando um local para Jogos, Shows, eventos, o acordo com a
fabrica de fosforo, nos vai permitir transformar aquilo em parte de um
grande parque da cidade.
— E isto ainda não está no projeto.
— Como disse, vamos prometer uma coisa, vamos fazer 100 ve-
zes mais, se eleitos, se não, pretendo dar um jeito de fazer pelo menos
o que nos propomos a fazer.
— E o candidato sabe disto?
— Ele pode parecer apenas um boneco Yuri, mas ele tem seus
segredos, sei que ele e eu não conhecemos algumas parte do estado
ainda, entra no que falo referente a um candidato conhecer uma cida-
de isolada, é demagogia, mas as pessoas de lá se não acreditarem ser
representadas por aquele candidato, não votam nele, eu tenho 13
anos, se dividir minha idade, ou melhor, os meses que vivi, pelos muni-
cípios do estado, teria de conhecer dois municípios e meio, desde o
meu nascimento até hoje, por mês, para ter conhecido todos, menos
de 12 dias por município, acha que alguém conhece um município em
12 dias, pior, se o fiz a 12 anos, não saberia nada do que está aconte-
cendo lá hoje.
— E como se contorna isto?
— A estrutura de campanha desde ano, pode não eleger nin-
guém Yuri, e será a base de muitas campanhas a partir de agora, pois
estamos forçando gente de todos os municípios para a politica, é pro-
vável que parte deles saiam nas próximas eleições municipais, já com
respaldo de serem conhecidos, mas isto na cidade deles, já acontecia,
apenas estes seres, nos darão a posição de cada cidade.

344
— Um exercito de ideias?
— Eu consigo concertar Matinhos inteiro, com menos recursos
do que consigo dar jeito em bairros como o Tatuquara aqui em Curiti-
ba, pois terei mais população, em um espaço mínimo, sem estrutura
para grandes obras, falta de espaço mesmo. Então começamos abra-
çando o estado, nos primeiros 15 dias, depois, vamos abraçar cada
cidade do Paraná com mais de 20 mil habitantes tentando entender
seus problemas.
— E no fim se não der resultado?
— Eu com certeza terei aprendido muito no final, eu sou uma
criança aprendendo, não preciso ter pressa, mas acredito que quando
dedicamos tempo a algo, ganhamos frutos, apenas temos de enxergar
os frutos.
Pedro olha um rapaz entregar a encomenda e chega a mesa que
Yuri estava e fala.
— Entende algo de holografias?
— O que é isto?
— Aqui tem a holografia de cada um dos comitês que abriremos
hoje e amanha, os dos próximos dois dias estão sendo ainda progra-
mados, mas eles em si são simples, você liga – Pedro liga na tomada –
liga na tomada e aciona o ligar. – Ele aperta o botão de um controle e
fala.
— A holografia, cada uma delas, tem o hoje, e o dentro de 4
anos. – Ele liga uma a mesa e Yuri olha aquilo e pergunta.
— E porque disto?
— No ultimo dia de campanha, quero ter um comitê onde todas
as holografias estão montadas, dando um apoio visual a muito do que
faremos.
— E pelo jeito quer mesmo mudar as coisas.
— Acho que não entendo disto, pensa em alguém que não en-
tende nada de politica, que ligou para Requião e Carvalho e propôs o
candidato, alguém que não entende nada e escolheu o nome, “Paraná,
futuro já!”, alguém que não entende de quase nada, e está querendo
ser alguém na vida.
— E mesmo assim acha que ele não é um boneco?
— Eu escolhi ele porque ele sabe ficar quieto quando precisa fi-
car quieto, falar quando precisa falar, mas ele poderia ter recusado,
encarou, e olha que é uma maluquice o que aconteceu nos últimos 10

345
dias, eu era um desconhecido de muitos, e tive reunião com dois go-
vernadores tentando reeleição e um candidato a governador, tentei
com o nosso, mas ele parece ainda querer ganhar aquela aposta idiota,
referente a minha morte.
— Acha que vão pegar pesado onde?
— Tenta separar a candidatura da minha pessoa, faz o que a fo-
lha fez, o que o New York Time fez, levanta fatos, sem levantar quem é
o ser por traz da Rosa’s.
— Acha que não vão tentar?
— Yuri, tem de entender, quando ler algo fora do Brasil, assina-
do Pedro Travesso, este sou eu, então eu escrevi a reportagem que eles
pediram, mas obvio, poucos sabem disto.
— Reportagem comprada?
— Não, apenas um dia estava eu tentando pensar em como
montaria o esquema de hotéis em Matinhos, eu já escrevia uma pe-
quena crônica para o New York Time sobre ser contra o jeitinho que
tinha na alma de alguns povos, como o Brasileiro, e quando eles soube-
ram que três grandes arquitetos vinham para próximo de onde eu es-
tava, perguntaram qual a visão local daquilo, eu fiz algo bem mal em-
basado, eu não sei o que pensaram, mas era minha visão de algo que
estava começando, mas colocando a pretensão que hoje é fato, das
obras na cidade, mas como queria a invisibilidade, perguntei ao prefei-
to se tinha algo contra o citar.
— E começam a falar das obras?
— Conheceu o que do complexo Rosa?
— Quase nada.
— A ultima parada do dia, é a inauguração do comitê em Mati-
nhos, estarei no Hotel Rosa Doná Olária, se quiser conversar, estarei lá
no fim do dia.
— E vai sair correndo?
— Não, daqui a pouco o candidato chega, o apresento e somen-
te dai, terei de sair, tenta seguir a coordenada, tenta que o pessoal
grave algo, me passa o que precisa de equipamento para amanha, hoje
não dará tempo, enquanto tenho de estudar para um prova amanha.
— E não vai acompanhar?
— Dar estrutura não é estar sobre vocês, posso atrapalhar mais
que ajudar, como disse, não sou politico, acabo falando de mais.
O prefeito Silva chega e Pedro apresenta os dois e fala.

346
— Prefeito, Yuri vai se juntar com seu pessoal de marketing e
cuidar de toda a estrutura de entrevistas, de viagens, de sabatinas, ele
conhece boa parte deste mundo, e precisa de alguém com experiência
nisto.
O prefeito sorriu e estica a mão para o rapaz e fala.
— Bem vindo a este barco.
— O menino me passou o prospecto do dia, tem noção do que
será esta corrida do dia?
— Ainda não, mas vim para ver o discurso local. – O prefeito
chega a holografia, já vira isto em Matinhos e põem na posição um, vê
o recuar dela e a construção e pergunta olhando para Pedro.
— O mais 5 funciona?
— Sim, mas isto tem de se fechar os acordos antes de mostrar,
pois é bem mais complexo do que o prospecto inicial. – Pedro.
O prefeito digita o 1 novamente e o +5 depois, Yuri se levanta, a
construção passa pelo menos 12 pontos a mais do que tinha visto, mu-
dança do estádio, mudança da altura do viaduto, mudança com praças,
a ampliação da Rodoferroviária, a remodelação do Viaduto do Capa-
nema, a reestruturação da saída de cargas da Anaconda, via trem, o
novo aéreo chegando pelo leste, com parada nova, mostrando que era
apenas o ponto de passagem de uma linha férrea de transporte rápido,
a construção junto ao fundo da Rodoferroviária, de uma Universidade
Estadual de Curitiba.
Yuri olha o candidato olhar para ele e falar.
— Sei que alguns vão dizer que sou um boneco, mas o que está
vendo, poucos verão se não tivermos como fazer, este fim, é para se
nos elegermos, é o que o menino fala, propaganda de reeleição, mas
entendo o trabalho que dá algo assim.
— Uma mudança imensa, pelo que entendi – Yuri aponta os co-
légios – reforma inteira nos colégios estaduais – aponta a central de
captação de esgoto – esgoto controlado – aponta a mudança de altura
de uma parte – fluxo de enchente controlado – aponta a rodoviária –
sistema de transportes novos, e ampliados – aponta o estádio do Para-
ná Clube – locais para Jogos, para eventos, para apresentações, shows,
central.
Fabiano olha para o rapaz e fala.
— Isto, ainda considerando o asfalto, a iluminação publica, arbo-
rização, aumento de espaços públicos, urbanização de uma favela, as

347
partes que não vemos, como o metrô a reforma da base da educação
básica e de segundo grau, a oferta de vagas a universidades e pós gra-
duações e mestrados, o financiar de esportes, para que exista o inte-
resse por isto como algo profissionalizante, não penas jogadores de
futebol.
Yuri olha a imagem e fala.
— Uma nova cidade, acha que conseguem fazer isto?
— Isto demora mais que uma pequena urbanização, mas como o
menino fala, leis que estabeleçam a meta, o caminho, que por mais que
o governador seja de total oposição ao próximo, o caminho continue.
— Algo para estabelecer que nível de Paraná? – Yuri.
Pedro olha para Fabiano que fala, entendeu que ele era o candi-
dato, ele que tinha de ter pratica em responder.
— Falei com alguns empresários, um estado com o potencial do
Paraná deveria ter pelo menos, 50 bilionários, tem dois.
— Acha que isto é importante? – Yuri.
— Acho que enquanto sonharmos em trabalhar para um grande,
e não existir um modelo local para se dizer, quero ser como ele, vamos
apenas formar funcionários, a estrutura que quero montar no estado, é
para se uma grande ideia surgir, a pessoa poder a vender ao mundo, e
com isto, forçar o crescimento local, não quero ter de trazer uma mul-
tinacional, quero formar multinacionais, nossas multinacionais.
— Acha possível?
— Acho.
— Marquei com uma repórter da Folha, para sua primeira entre-
vista oficial como candidato, acha que está pronto? – Yuri.
— Ela vai apresentar as perguntas antes? – Fabiano olhando o
menino.
— Lógico. – Yuri.
— Qual a tendência dela?
— O problema não é a tendência de uma repórter senhor, é o
que farão com as informações, então assim que os rapazes chegarem,
montaremos a câmera, para gravar a sua reportagem, e ter o material
também, começamos.
— Certo, para o estudar também.
— Sim.
Pedro olha os dois e pergunta.
— Acha que conseguem se entender?

348
O prefeito olha o menino e fala.
— Tentamos, mas qual a urgência?
— Muita coisa ainda a estabelecer.
Os dois sorriram e Pedro chega até o comando e bate ++5, o pre-
feito olha a holografia mostrar 12 prédios que não estavam ali, todos
modernos, altos, dinâmicos, estilo Rosa’s e ouve o menino.
— Tem de entender, meus projetos não estão na sua propagan-
da, embora estejam nos meus planos futuros governador.
A holografia volta ao 5 e o prefeito olha o menino sair.
Yuri olha o prospecto e tenta lembrar do que vira e sorri.
— Ele vai mesmo construir tudo aquilo?
— Ele tem seus planos, ele não me indicou para fazer meu traba-
lho, e sim, porque ele acha que teríamos como ser mais, se não tivesse
um governo atrapalhando.
— O que das reportagem dos grandes jornais mundiais você tem
conhecimento do conteúdo.
O prefeito pega o panfleto a pasta e fala.
— Hoje confirmam-me como candidato, e amanhã, começamos
com este panfleto em 398 cidades do estado.
Yuri olha o panfleto, a indagação sobre o que Fabiane colocou
no jornal, agora como propaganda politica, com a reportagem traduzi-
da do New York Time, dos Jornais de estados vizinhos, de países como
Argentina, Paraguai, França, Dinamarca e Holanda.
Yuri olha Fabiano e pergunta.
— Ainda não entendi todo o projeto seu para eleição, mas vou
montar um grupo, duas semanas para estarmos em todas as TVs, rá-
dios e para isto que o menino me indicou.
O prefeito pega um prospecto na mesma pasta e passa para o
rapaz, mais de 30 paginas e fala.
— Lê, é muita coisa, as ideias parecem fáceis, mas cada um des-
tes prospectos de ideia, foi pensado, discutido e analisado a possibili-
dade de implementação.
Yuri viu que um grupo ligado ao prefeito chegou, ele apresentou
eles e ficaram a trocar ideias, era o estabelecer da ideia que seria pas-
sada, como ela poderia ser encarada e entendida facilmente, todos eles
pareciam impressionados com o projeto, era algo que abraçava todos
os municípios do estado, não era algo simples de estabelecer, mas era
algo que se fosse feito, realmente estariam mudando o estado.

349
Pedro caminha até o shopping Estação, passa direto e anda duas
quadras, entra na sede da empresa e olha Carla olhando aquele colar e
fala.
— Ficou lindo.
Ela se assusta e ele sorri como sempre, quase com dor.
— Acha mesmo?
— Sim, sei que estou abusando.
— Acha que vamos vender tudo?
— Vou tentar, vai ser a apresentação ao mundo do hotel que
não inauguramos ainda em Matinhos, vai ser o tudo ou nada.
— Eu achei lindo, mas nem sei quanto vale isto?
— Nem eu sei, preço inicial, peça mais cara da historia, saberem
o valor apenas após vendido.
— E porque a nomeia assim? A mais cara da historia?
— Porque por uma peça com um terço dos diamantes, e nada de
grandes diamantes, foi estabelecido 400 milhões de dólares, eu não
venderia a este preço, mas se o outro estabeleceu este limite e temos o
triplo de quilates, e o dobro de diamantes, duas vezes mais ouro, não
temos estrutura que nãos seja especial, o material usado para o fazer,
de primeira, os acabamentos, melhores do que o tenho a minha mente,
então este colar pode não ser vendido Carla, mas ele será posto a ven-
da por um bilhão de dólares.
— Esta falando serio?
— Sim, tem muito custo para conseguir estas peças que monta-
mos Carla, sei que pode parecer pouco, mas lembra do que lhe ofereci?
— 10%, está dizendo que se vender um colar deste, fico milioná-
ria?
— Sim, não havia ainda me convencido em cobrar isto, por esta
peça, mas se não comprarem, é para saberem, a Rosa Diamantes, tem
uma peça de um bilhão de dólares a vender.
— Algo a realmente encantar.
— Quando falei que quero você assinado a peça, é que todas as
peças são assinadas por esta Carla, da Rosa’s, pois a quero mesmo se
não quiser ficar por perto, ser conhecida por ser a designer da peça
mais cara em Joia Pessoal já construída.
— E está melhor? Aquele dia fiquei assustada.
— Tem de considerar que covardias as vezes acontecem, mas
bom ver que não parou de fazer as peças.

350
— Juro que não consegui ir para casa após as aulas, mas cada dia
estas peças estão ficando melhores, o colar terminei hoje, mas todo
dia, tenho terminado perto de 4 peças menores, tem muita coisa a
fazer ainda.
Pedro viu que ela estava se dedicando, entra na sala cofre ao
fundo e pega um brinco, olha para ele e fala.
— Tem de ver que eu não entendo deste mercado Carla, eu não
estou ouvindo os demais, quero apenas dar o caminho para uma ideia,
ela está evoluindo, muitas ideias surgem a minha mente, mas não te-
nho pressa para as executar!
— As vezes você me assusta, pois primeiro me falou em 60 mi-
lhões, agora um bilhão.
— Como disse antes, 300 peças, estava pensando no todo, ga-
nhar menos do que vou pedir neste colar.
— E acha que vende?
— Entende a ideia, estaremos lançando uma empresa de joias,
com joias que outras não tem a oferecer, temos um colar mais simples,
que é o próximo, colar ao peito, uma rosa entre ouro e diamantes, com
um diamante vermelho de 615 quilates, um colar que vamos oferecer
ao preço de 200 milhões, e teremos estes brincos, cada par valendo 12
milhões, se estiver certo, tiver entendido o conjunto, podemos come-
çar a falar sobre uma empresa de joias em Fevereiro.
— Certo, você detalhou as peças, as vezes fico ajeitando micro
detalhes que somente quando uno as peças, entendo o motivo da pre-
cisão, e quando vejo estes brincos a sua mão, parece um sonho poder
criar algo assim.
— Quero trazer as pessoas a riqueza Carla, mas elas me ajudan-
do a conquistar isto, colhendo os frutos junto, sei que o tempo afasta
as pessoas, mas estou tentando unir as pessoas.
Ela vê ele guardar o colar na caixa, como as inscrições da Rosa
Diamantes, inscrição em ouro e diamantes em alguns pontos do nome,
a marca em si.

Carla abraça ele e fala.

351
— Sei que ninguém tem ideia disto Pedro, nem o segurança na
parte baixa, as vezes imagino como seria um colar destes a ruas nor-
mais, achariam que é falso, pois quem é maluco para colocar isto em
um colar.
— Eles podem roubar apenas para descobrir se é verdadeiro,
mas a ideia Carla, é termos o dinheiro no bolso, mas ser como eu, ca-
minho a rua, ninguém acredita.
— Lhe chamam de farsa sem ideia de suas ideias.
— Acho que termino o ano com tantas ideias, que se não as
terminar terei problemas, se as terminar, terei mais problemas, mas
um é problema da inercia, o outro, de estar em movimento, prefiro ter
o dobro de problemas por estar caminhando do que parado.
Ela olha para ele e pergunta.
— E pelo jeito ainda arisco?
— Tenho medo de machucar, passei a porta do shopping e qua-
se entrei, mas as vezes, é bom olhar ao longe, não se envolver, sei que
sou volúvel, sei que poucos entendem esta minha forma de pensar e
sentir, mas sempre digo, estou tentando entender.
— Dizem que ouve uma reunião na casa do João, todas queren-
do saber como lhe ajudar.
— Eu estava lá no hospital, tentando entender o que iria fazer,
sei que meu caminho as vezes parece ditado, as vezes, errado.
— E como lhe ajudo a entender sentimentos?
— Acho que ninguém consegue sentir por mim, eu tenho de
descobrir isto, sabe aquelas coisas que os demais tentam mostrar a
partir de seus sentimentos, me irrita, tento dai me afastar, melhor
continuar sendo você, que eu me acho com calma.
Carla sorriu e perguntou.
— E vai para onde?
— Tenho de passar ainda em Matinhos, tenho de acertar deta-
lhes que me parecem irracionais, mas é que segunda que vem, começa
uma correria de um mês, e pode ser que no fim deste mês, tenha tanta
coisa a pensar, que fique um mês olhando a parede.
— Você não para olhando a parede.
— Verdade, mas por anos fiz isto, mas vou lhe deixar trabalhar,
saiba que está ficando lindo.
— E acredita que vende quanto disto?

352
— Quanto não sei, mas com certeza você e eu seremos milioná-
rios no momento seguinte, melhor abrir uma poupança.
— Milionários... – Carla sorri falando a palavra.
— Isto ainda é entre nós, mas se preparar para isto, e contem
seus nervos e sentimentos, pois sair gastando pode parecer prazeroso,
mas o pior dos sentimentos é ter tido muito dinheiro na mão e estar
cheio de contas.
Ela o beija e fala.
— E vai ficar por perto?
— Com calma me acho em um caminho Carla, lhe convidei a es-
tar neste caminho, lembra?
— Lembro, não consigo não vir.
Pedro sorri e se despede, sai e atravessa a rua, olha para Morei-
ra sair de um carro e lhe olhar.
— Podemos conversar.
— Sim, comemos algo e conversando.
Os dois entram no Shopping, e Moreira fala.
— Estou sem fome. – Moreira parando em uma mesa sentando-
se, na praça de alimentação do shopping – Dizem estar dando estrutura
para aquele Nick.
— Usando a estrutura dele, problema nisto Moreira?
— Não gosto daquele rapaz.
— Eu não sei o que é odiar ou amar, mas por duas semanas su-
miu Moreira, agora vem reclamar?
— Esqueço que você não pararia, mas saiba que está se meten-
do onde não defendo nada.
— Eu fui esfaqueado Moreira, ninguém interferiu, um dia eu
morro, dai vocês que se matem.
— Não teve graça.
— Convidei você a evoluir, você se contenta com trocado, estou
em uma realidade chata, e ninguém entende quando falo isto.
— E como seria a realidade animada?
— Um terrorista Brasileiro derrubaria 100 prédios nos Estados
Unidos para eles começarem a ouvir a razão.
— Nenhum louco faria isto.
— Verdade, Loco local não faria isto, mas eu não pedi sua prote-
ção, sabia que não a teria lá, mas é meu projeto de lançamento do
candidato a governador, se vai aprovar ou não, não vai mudar o caso.

353
— E se o candidato sofrer um atentado.
— Vou levar para o pessoal, quem sabe some o resto da contra-
venção da cidade, já que só servem para morrer.
Moreira viu que o menino não recuaria, ele deixou a segurança,
ele nem se preocupou com o menino nos últimos dias, a poucos dias
estava em uma reunião pessoal, agora parecia querer voltar a mesmi-
ce.
— Me ameaçando?
— Não, você que veio conversar, não inventa, não estou indo a
seu ninho de ratinhos ditos violentos, mas ratinhos da cidade, lhe con-
videi a ser o dono, você quer voltar a ser o ratinho, então não me culpe
de tentar com outro.
— E não vai negar isto?
— Moreira, eu abri um caminho, se soubesse que não iria o
manter, teria achado uma forma de desmontar, não de passar a frente,
se não entendeu isto, acho que algo está errado com os Fanes locais,
diziam que eles deveriam ser mais rápidos em raciocínio, parecem mais
acomodados do que me falaram.
— Não sabe do que está falando.
— Certo, 3 traficantes da Vila Pinto caíram, você os substituiu
em 30 minutos, mas em 4 dias os pontos estavam vazios, lógico que
Nick cresceu os olhos e a estrutura sobre eles, acabo de comprar um
prédio que Nick estava, que Pereirinha nunca pensou em vender quan-
do Rocha estava lá, ele não teme Nick, então você também não o teme,
apenas tá se fazendo de atingido Moreira.
— Mas você reformou o lugar.
— Se continuam a me atacar, se continuo sem estrutura própria
convincente na cidade, é que paguei uma divida com uma condição,
não sei quem quebrou, mas alguém está fornecendo informação, di-
nheiro e local para jogar a meu pai, então Moreira, não me perturba
que lhe deixo quieto.
— Se achando.
Na mente de Pedro, pelo menos duas vozes falavam para não
abusar, para não jogar Joaquim Moreira entre os inimigos, mais uma
voz que queria dar uma chance a ele, isto o fazia pensar, pois ele estava
com vontade de o forçar sair da cidade.
Pedro olha para Moreira e fala serio.

354
— Posso estar me achando Moreira, mas em respeito a alguém
que nunca vai sentir ou entender, narrado por outros a minha mente,
que ainda estou conversando, sei que diz não entender disto, sei que
muita gente a volta me olha desconfiado, tem gente que me odeia, por
ter o mantido perto, tem gente que me odeia, por ser filho do Gerson,
então carrego pesos que não precisava estar carregando, não acho que
esteja ainda me achando muito, mas quem quer pular fora é você, eu
falei em montar um sistema meu de segurança, fez questão de o des-
montar, pensei que ofereceria segurança, nem me propôs ainda isto, e
não vai, você só quer dar segurança a você, então talvez realmente em
Janeiro eu saia da cidade, não para fugir, mas para crescer longe, dai as
pessoas respeitam, você inventa uma historia e tudo fica bem.
Moreira olha em volta, ele olha para as pessoas, a aura dele dizia
que iria fazer burrada, muitos dentro de Pedro duvidavam até sentir
ele tocar no peito, enquanto por baixo da mesa Moreira apontava a
arma para Pedro que ouve o barulho, o tempo para, Pedro por baixo da
mesa pega a bala na aura de proteção e põem sobre a mesa, ele olha
ao longe os demais seguranças de Moreira, Roberto olhava para longe,
também não estava preocupado em lhe salvar a vida, tanta coisa dife-
rente do que lhe falavam.
Pedro sai caminhando, estava já na entrada da Marechal Floria-
no bem na esquina da Sete de Setembro quando toca o peito nova-
mente, e sente aquilo que não gostava, frustração, todos o queriam
fora dali, talvez tudo lhe levasse a um caminho que não gostava.
Moreira olhava o menino, puxa o gatilho, duas vezes, ouve o ba-
rulho, todos olham para ele, ele olha para o menino sumir, olha uma
bala sobre a mesa, ouve a outra cair ao chão, olha em volta e guarda a
arma.
Ele não parecia se arrepender de coisas assim, Luiz ao fundo ob-
servava, estava prestes a avançar quando o menino sumiu, os Hons
invisíveis aos olhos, não provocavam temor, mas ficou evidente quan-
do Moreira se levantou e caminhou no sentido da Marechal Floriano
onde ele iria.
Pedro olha para o prédio onde saíra antes, porque as coisas são
assim? Ele caminha de volta, olha o segurança e sabia que não seria um
bom dia, ele sobe e olha Carla e fala.
— Guarda que estamos de saída.
— Por quê?

355
— Porque teremos de mudar de lugar.
Pedro pede um helicóptero, sobe para a cobertura, Carla assus-
tada olha para baixo aquele grupo armado chegando.
— Sabe quando você está prestes a estragar a historia futura de
um país, e ou faz isto, ou morre.
— Porque fala isto?
— Digamos que nas linhas futuras de algumas existências, uma
filha daquele senhor, muda a historia e andamento para um futuro
consistente, saudável e evolutivo.
— Ele quer nos matar?
— Eu tenho de entrar em campo, quando não quero.
Pedro ouve o primeiro tiro e liga para o delegado Silva e ele
atende.
— Boa tarde menino, problemas?
— Moreira acaba de invadir meu prédio na Marechal Floriano,
acaba de atirar no segurança.
— Sabe que não tenho como chegar ai tão rápido.
— Sei disto, apenas avisando, se o segurança morrer, foi Moreira
com suas próprias mãos.
Pedro olha para o prédio e olha o helicóptero chegar, as portas
para cima estavam todas fechadas, ele sobe, pega a mochila as costas e
apenas abre o caderno, desenha o prédio em seu caderno, Carla olha o
local se afastando e o abraça.
— Acha que eles roubam tudo.
— Eles não foram lá assaltar, foram nos matar.
— Como consegue inimigos assim?
— Eu odeio a ideia de ter de reagir assim sempre.
Pedro pega o lápis, desenha a fachada inteira e o prédio, ele in-
teiro ao caderno, desenha novamente e começa a apagar ele, Carla não
via isto.
No shopping Plinio que comia algo para voltar a delegacia vê
Moreira saindo e o segue, liga para o delegado e começam a se posici-
onar na entrada do prédio.
Moreira estava subindo quando olha para cima, a parte do heli-
porto sumir, e grita.
— Saindo rápido, agora.
Todos meio assustados começam a recuar.

356
Eles começam a descer os andares correndo, vendo tudo sumir
as suas costas e os rapazes correm para fora e quando Moreira olhando
a fachada de pé chega a rua ouve.
— Mãos ao alto, todos.
Moreira puxa a arma e sente a bala atravessar seu ombro e ou-
ve.
— Se puxar a outra, o próximo é na cabeça. – Um policial ao
fundo.
Os rapazes abaixaram as armas, o investigador começa sai de
traz de um carro apontando a arma para Moreira que se abaixava.
O delegado se direciona ao local, enquanto o investigador olha o
segurança a entrada, tiro a cabeça.
— Todos quietos no chão. – Plinio chama o IML, e mais carros
começam a fechar a rua.
Moreira olha o segurança, soube onde pegariam pesado, ele ma-
tou sem precisar.
O investigador algema ele e fala olhando os seguranças.
— Podem ter certeza, todos, o menino terá com vocês a consi-
deração que tiveram com o segurança, matadores de pais de família,
que parecem gente, mas são bichos.
O IML tirou o corpo, os rapazes todos presos, se Moreira queria
problema, o pegar de sua arma, estabelecia, assassino, agora não era
apenas um processo sem provas.
Pedro olha para Carla e fala.
— E como está o estudo Carla?
— Não entendo, aprendi através de um toque, mais do que sabia
sobre joias, mas junto veio parte de línguas, de calculo, eu não falo isto,
mas sei que foi você.
— Tem coisa que não entendo Carla, alguns aprendem, outros se
fecham, outros quase se programa, mas as vezes tenho medo de tudo
isto.
— Medo?
— O problema de não sentir em certos níveis, é que não consigo
odiar, isto me faz as vezes ter de improvisar, mas sei que a consequên-
cia, é alguém lhe odiar, ele entra, mata um segurança, iria nos matar, e
quando saímos vivos, ele cria ódio por nós.
— E vamos onde?

357
— Dando voltas, não tenho para onde ir, se toda vez que montar
algo, tiver de desmontar ou refazer em lugar diferente, me complico.
Moreira é levado ao hospital, passa por uma cirurgia para tirar a
bala, ele queria parecer forte, mas estava desarmado e havia perdido
sangue.
O inicio da noite, dizia a cidade que Joaquim Moreira, fora preso
por matar um segurança a sangue frio no centro.
Pedro depois de deixar Carla a duas quadras de casa, numa pra-
ça, vai ao litoral, Antonina.
Ele senta a mureta da praça nova, olhando o mar, as vezes Pedro
queria que tudo andasse, as vezes, parecia querer parar tudo.
Ele não sabia o que sentia, ele sentia-se mal, ele não queria se
sentir assim, isto o chateava.
Pedro em sua mente, tentava entender porque não amava, e o
que sentia é que não era amado, isto não o mostrava um caminho a
amar.
Pedro caminha até o restaurante, senta-se, pede um suco de la-
ranja, um especial da casa, come calmamente pensando, ele não gos-
tou do fim do dia, parecia que as coisas estavam boas, mas não foram
como ele queria.
Fabiane combinou entrevistar o candidato no fim do dia, acom-
panhou as inaugurações, viu parte do prospecto do candidato e na sua
cabeça estava poucas perguntas, as pegadinhas de sempre, para ver
como o candidato se saia.
Fabiane olha para o candidato Silva e pergunta.
— O senhor sabe que estão quase no limite de gastos com servi-
dores públicos, e estão a 4 anos sem aumento, como equalizar isto?
— Primeiro, pedir para votarem nos candidatos do partido, para
mudar isto em Brasília, eles deram limites de gastos com pessoal, mas
sem limites para gastos com dividas, então esta lei como está é perigo-
sa, eu posso gastar com pagamento de divida, até 60% do orçamento,
então se eu fizer dívida, sem ter como pagar, eu fico na lei, e se gastar
com professores fico fora da lei, discordo totalmente desta lei.
— Sabe que um estado não pode mudar isto sozinho?
— Acho que precisamos aumentar arrecadação.
— Está falando em aumento de impostos?
— Não, diminuição de impostos.
— Mas como pode querer ter mais impostos os diminuindo.

358
— Logicas econômicas, estamos quase no topo o máximo da
curva de impostos, se aumentarmos o imposto, começamos a receber
menos, então o caminho de aumento, não vai funcionar, então temos
de diminuir, para dar folego a quem provem emprego, gerando assim
crescimento interno, para gerar mais arrecadação, investir em estrutu-
ra e em educação, como meta de futuro, não como paliativo.
— Algum plano para conter o aumento da violência?
— Elevar o patamar da policia investigativa, temos delegacias
cheias não apenas porque termos muitos crimes, mas porque a policia
investigativa é tão pouca para o estado, que alguns crimes, são quase
legais no Paraná, pois não temos gente para analisar todos os casos de
arrombamento, então temos de estruturar ai.
— Mesmo com os limites de gastos.
— Quero conversar com toda a sociedade, todos falam que es-
tamos quase no limite de gastos com pessoal, e o judiciário estadual, se
alto aumenta, contrariando a indicação deles para todo o resto, mas
vou deixar bem claro, se eles continuarem este caminho, quando for
para não pagar, eles serão os últimos a receber, querem entrar na jus-
tiça para analisar, vou pedir um judiciário isento, e como eles estão
baseados em um aumento federal, que também está quase no limite,
vou ter de pedir uma mediação externa, e deixar bem claro, os mesmos
que dizem que não posso dar aumento, aumentam os seus salários
como se não saísse do mesmo dinheiro, três vezes a inflação do perío-
do.
— E entraria em uma briga com o judiciário a este nível?
— Sim, eu governo para todos, e se o judiciário se acha a parte,
precisamos de algo que os limite, independência não condiz com liber-
tinagem, que é o que eles fazem referente a salários e vantagens, um
professor ganha menos, do que um juiz ganha de auxilio moradia, isto é
um absurdo.
— Eles ter formação e estudaram para isto.
— Sei, mas não sabem escrever, fizeram péssimas faculdades e
passaram em concurso, são piores preparados que muitos professores,
e ganham muito mais, faculdade de Direito é das mais fáceis de se pas-
sar, de se fazer, de se formar, mais de 62% dos processos judiciais são
cancelados por erros na maioria das vezes, de juízes que erraram no
processo, erros de português que muda a interpretação, se é um po-
bre, fica preso, é um rico, paga para advogados melhores formados que

359
cancelam os processos, temos de melhorar o judiciário, e exigir rapidez,
não é questão deles quererem, mas um pai de família ficar 3 anos na
cadeia, por ser pobre, inocente, porque eles não são competentes em
processos que não rola dinheiro, deveria ser cobrado deles, judiciário,
os anos perdidos com indenização saída dos salários destes que se
acham a lei, se o são, seus erros tem de começar a ser cobrado deles.
Fabiane estava meio assustada com a reportagem, e tenta mu-
dar o enfoque.
— Qual a sua abrangência de projeto para o Paraná.
— Temos projetos para os 398 municípios do Paraná, se temos
empresas de Luz e Agua, lucrativas e distribuindo ganhos, isto me indu-
ziria, que eles já tem esgoto e agua em todos os municípios do Paraná,
mas não, não tem, então está na hora de o ter, temos um Instituto
Ambiental que multa todos por planos errados, mas para o governo do
estado, não cobram nada, nossas praias era esgotos, quando enfren-
tamos isto, o instituto ambiental foi lá para nos multar por não ter
entregado um plano de ação para eles, quer dizer, deixar o esgoto in-
teiro no mar, pode, tirar ele todo do mar, multa por ter feito isto, te-
mos de estruturar órgão que estão ai com servidores pagos, para exer-
cerem um serviço a população, não contra a população.
— Já montou seu quadro de secretarias?
— Não, pois não falei com todos ainda.
— O que acha das acusações sobre sua vice?
— Acusar é fácil, quero provas, induzirem alguém de culpa, não
quer dizer que ela o seja.
— Muitos duvidam de seu projeto pelas alianças que fez.
— Entendo eles, mas eu assumir algo, sem governabilidade não
me adianta, por isto vou pedir voto para os candidatos da coligação,
temos candidatos vindos de todos os municípios do Paraná, para po-
dermos saber o que cada município pensa, é uma forma de vermos as
prioridade de cada município, e sobre esta grande pesquisa, que será
através das urnas, terminar de montar nossos planos de governabilida-
de.
— Pretende implementar algo semelhante ao que fez sem sua
cidade, no estado inteiro?
— O estado tem prioridades diferentes, vocações diferentes,
climas diferentes, estrutura diferente, temos projetos a implementar
em cada município do estado, pretendo passar no máximo deles que

360
der até a eleição, dispor lá nossos planos para a cidade, pedir voto para
os apoios locais, ouvir as pessoas para saber se o caminho que quere-
mos trilhar é o que eles querem que trilhemos.
— Alguns dizem que o senhor é um candidato indicado por Pe-
dro Rosa, o que tem a dizer sobre isto?
— Que o menino é gente boa, que foi vitima de muitos nesta ci-
dade, alguém que aos 13 anos chegou a dormir na rua, neste inicio de
ano, mas o que muitos não falam, Pedro Rosa tem apenas 13 anos.
— Então nega?
— Acho que não entendeu a resposta, deixando claro, era uma
conversa informal, estavam no lugar, Requião, Carvalho, 5 prefeitos do
litoral, 6 deputados, era uma conversa sobre a construção da ponte
sobre a Baia de Guaratuba, naquela conversa informal, o menino que
estava ali ao lado de Roseli, Sergio e Cristiane, os nomes por trás da
administração da Rosa’s hotel, falou que se não seria uma ideia boa me
lançar ao governo como opção, era para ser uma frase de uma criança,
Requião gostou, Carvalho gostou, Robert, o pai de Cristiane Sinn estava
ali e concordou, e o que era uma conversar informal, virou um projeto,
estamos o incrementando daquele dia para cá, mas não considero uma
indicação, mas não posso negar que a ideia veio dele.
Fabiane termina a entrevista e passa para o Jornal, em São Paulo
o redator Rogerio olha para o diretor e fala.
— Juro que esperava algo mais leve.
O senhor lê e fala.
— Olha que até eu me admirei agora, sinceridade, coragem, e
cutuca como mestre.
Pedro caminha até o museu em Antonina, desenha uma porta na
parede e atravessa para sua casa em Matinhos, olha para a irmã e fala.
— O que tanto olha?
Ela olha assustada, ele sorria de a assustar e fala.
— Tem de parar de fazer isto?
— O que tanto olha?
— O agito que esta cidade nunca teve, seu hotel está lotado, o
que faz a cidade ter movimento mesmo hoje, uma quinta.
Pedro olha para ela e fala.
— Depois alerta a mãe para ficar atenta.
— Problemas?

361
— Moreira foi preso por tentar invadir meu laboratório e matou
um segurança, eu sai de lá antes, mas ele queria me matar.
— Sempre problemas com balas.
— Odeio ter salvo alguém e este lhe virar as costas.
— Certo, eu aviso, vai onde?
— Falar com uma repórter.
Pedro pega o veiculo elétrico, confirma com Roseli onde esta-
vam entrevistando o Prefeito e caminha até a praça a frente da prefei-
tura.
Pedro olha Yuri e fala.
— Como foi o primeiro dia?
Yuri olha para trás o menino e fala.
— Corrido, e se entendi, se ele fosse neste ritmo, inauguraria o
ultimo comitê quase na eleição.
— Sim, por isto sempre digo, não dá tempo, mas inauguramos
na segunda, os 398 comitês iniciais, uma coisa é ele passar em 398
cidades, outra inaugurar algo em 398 cidades.
— Uma corrida, conhece Fabiane?
— Não, pensei que estavam de mal, não foi a reportagem dela
que fez você perder o emprego? – Pedro.
Yuri sorriu da cara de Fabiane.
— Ela não falou mentira Pedro, sabe disto, apenas eu teria de
ter contido as palavras, esqueço que eles não gostam da verdade.
— Como falei, vim conversar, vamos?
— Onde?
— Central de gravação de campanha.
— E temos isto? – Yuri.
— Devem estar terminando.
Yuri viu o menino olhar a rua e fala.
— Mostro parte e depois vamos para a parte divertida.
— Divertida? – Fabiane.
— Sim, crianças se divertem.
Fabiane olha para Pedro e pergunta.
— Me responderia uma coisa sincera?
— Fala.
— Dizem que você é ligado a um grande traficante de Curitiba, o
que tem a dizer sobre isto?
— Qual deles está falando?

362
— Joaquim Moreira.
— Moreira foi preso hoje, pois tentou entrar no prédio que te-
nho um laboratório, em Curitiba, e matou o segurança, eu não estava
lá, mas acredito que era atrás de mim que ele estava.
— Brigou com ele? – Yuri.
— Eu apenas não tinha brigado antes, um por vez, sou uma cri-
ança, não dá para brigar com todos ao mesmo tempo.
— E porque acha que ele brigou com você?
— Para que o candidato estivesse inaugurando o primeiro comi-
tê dele, tive de falar com alguém que ele odeia, que manda na região
da vila Pinto.
— E porque ele odiaria alguém lá, um traficante?
— O cara deve ser traficante, mas a verdade, ele odeia o cara,
pois ele assumiu quando uma criança, pois ele tinha 16 anos, uma mo-
ça que estava gravida, como esposa, esta moça, teve uma menina,
todos dizem que a menina é de Moreira.
— E acha que ele vai vir sobre você?
— Ele é meio maluco, mas não sei.
Eles chegam a entrada do prédio, e Pedro faz sinal para o segu-
rança que entrariam, sobem no carro elétrico e Pedro para a piscina a
frente na forma de praia, com o mirante restaurante bem acima.
Fabiane olha para cima e pergunta.
— E o que é ali?
— Um restaurante mirante.
— Bonito.
Pedro dirige para a segunda pedreira e a moça olha o prédio
dentro da pedreira e fala.
— Tudo isto é um hotel?
— Lá um, aqui outro, ao fundo, outro, a esquerda outro.
Fabiane olha aquilo e fala.
— Bonito o local.
Pedro dirige e vai explicando o que tem ali, atravessa para a par-
te projetada por Vincent e o rosto de admiração foi aos olhos dos dois,
local cheio, mas espaçoso da mesma forma, ele dirige para o incrustra-
do na pedra e os dois olham aquilo e Yuri fala.
— Os hotéis que todos ficam pensando onde fica, logo ao lado,
mas cada um com uma entrada?
— Sim, cada um com uma entrada e uma estrutura.

363
Ele volta pelo túnel e caminha até o heliporto e os dois viram
que iriam voar, eles sobrevoam a baia e param no cais novo e Pedro
fala.
— Aqui Yuri, temos o cais de turismo de Guaratuba, ao fundo, 5
hotéis, aqui a semana que vem, pretendo toda semana, um grande
navio passando por aqui, mas temos a estrutura de turismo que ainda
não está ativa, e não vai estar ativa antes da inauguração dos hotéis,
então podemos a usar para nossas filmagens.
Eles chegam no local, Yuri olha para aquele prédio que se ele
olhasse de cima, diria ter a forma de uma flor, eles entram e se via a
grande recepção, e um espaço imenso para se mobiliar.
Pedro caminha até o meio da sala, ali tinha um prospecto do es-
tado inteiro, numa mesa de mais de 100 metros quadrados, e Pedro
fala.
— Este é o Paraná hoje. – Pedro liga a holografia, tinha apenas
as partes que ele já entregara de suas construções – ele clica no co-
mando da holografia e fala – se nos elegermos, será assim dentro de
um ano.
Fabiane olha que as rodovias se ampliaram, se via o canal do rio
Iguaçu, a ligação entre ele e o rio Paraná.
Ele clica no 2, e surge mais obras.
— Esta maquete, tem subdivisões, para se acompanhar o anda-
mento do projeto, isto se o prefeito se eleger, ele pretende instalar na
entrada do palácio do Iguaçu, e a cada mês, verificar o que está atrasa-
do, o que está no cronograma ou adiantado.
— Mas para isto ele tem de ganhar.
— Sim, por isto, vamos mostrar o dois, este a frente, como nossa
meta de fim de mandato, pois se tudo der errado, ele consegue entre-
gar isto, e se der certo, temos os dois anos seguintes.
Fabiane olha o prospecto e fala.
— Quanto tempo estão pensando nisto?
— Bem mais do que eu tenho de vida.
— E porque usam você como marketing? – Fabiane.
— Porque não temos ainda a renovação que precisamos na poli-
tica do Paraná, e muitos sabem disto, meu pai que tem 50 anos, fala
sempre que na sua primeira eleição Requião e Álvaro já eram candida-
tos.
— E se alia a eles?

364
— Se temos de renovar, temos de começar mostrando o poten-
cial de alguns políticos, mas não é fácil, as raposas raramente deixam
surgir gente nova.
— Então colocaram um pintinho no covil das raposas? – Fabiane.
— Não, puseram um lobo em pele de cordeiro, no covil das ra-
posas, mas eles não conseguiriam ver isto moça.
— Acha que o prefeito é um Lobo? – Fabiane.
— Não estava falando dele. – Pedro olha para Yuri. – Vantagem
de holografias, é que você amplia, reduz, se reduzo, começa a aparecer
os estados vizinhos, se amplio, consigo ver detalhes de cada obra que
pretendemos fazer.
— Acha que esta evolução é de 40 anos? – Yuri.
— Tem de considerar o que é evolução Yuri, cidades menores,
maior quantidade de industrias, maior quantidade de áreas realmente
preservadas, áreas cultivadas com 50% mais de produtividade, com
perda de apenas 1% no transporte, educação que prepare as pessoas
para a vida, não para empresas, pessoas felizes, em uma estrutura
ecologicamente saudável, tanto para as pessoas, como para a natureza.
Yuri olha que seria uma mudança que aparentemente era ape-
nas estruturas, estava na duvida.
— Mas tem de entender que eles vão perguntar.
— Yuri, olhando parece pouco, mas seria do triplicar das ferrovi-
as no estado, elas demoraram mais de 100 anos para chegar neste
ponto, duplicar as ligações para São Paulo e para Santa Catarina, mes-
mo para Foz o que é outra obra que demorou mais de 60 anos, e alguns
trechos nem duplicados são, queremos os duplicar e os ampliar, tripli-
car as áreas de preservação, elas vem perdendo terreno para cidades, a
mais de 100 anos, a reforma da educação, é algo que sei que os estu-
dantes vão reclamar, mas sempre disse que pensar é para poucos, te-
mos de mudar isto, mas a reforma da educação é meta para 4 anos,
mas não temos como evoluir 40 anos em 4, pois as pessoas tem de
cursar os 40 anos, mas nova estrutura, nova grade curricular, mais fa-
culdades estaduais, mais graduações superiores necessárias, não quero
mais advogados, quero mais engenheiros.
— E porque parece que algumas partes recuam.
— Tem de considerar que não entendo todo o prospecto, o pre-
feito saberia explicar melhor, mas algumas regiões, vão viver melhor de
culturas variadas de pequena produção, e turismo, provendo maior

365
fixação ao campo, mas com renda e estrutura, existe planos de manejo
para grandes plantações de arvores, não entendo disto, mas dizem ser
rentáveis, mas demoradas.
— E esta hidrovia?
— Se eu coloco em um trem, é bem mais barato que um cami-
nhão, a evolução de custo para baixo, balsas.
— E quer implementar isto? – Yuri.
— Não, o estado vai implementar, controlar, e ganhar dinheiro
com isto.
— Ganhar dinheiro? – Fabiane.
— Transporte requer controle, trafegar por trechos que tem
comportas, elevações, requer pagamento, isto gera receita, gera em-
presas que fazem os transportes, que gera emprego, gera portos fluvi-
ais no estado, o que gera construções civis, que gera mais emprego,
tocar isto, mais emprego, mais empresas, e mesmo assim, mais barato.
— E porque é tão mais barato? – Fabiane.
— Eu encho um caminhão de soja, a carga cabe dentro de uma
carreta, vou exagerar, 20 metros por 3 de largura e 3 de altura, deixar
claro que os caminhões não tem este tamanho, isto dá 180 metros
cúbicos de soja, dai eu faço uma balsa pequena, ela tem 4 metros para
baixo da linha d’água, 4 para cima, 20 metros de largura e 50 de com-
primento, deixar claro que isto é menor que uma balsa normal, ou
8000 metros cúbicos de soja, 44 carretas a menos na estrada, dai eu
coloco uma linha de 10 destas puxadas por um barco, e tenho 440
carretas a menos na estrada, de diesel vou gastar apenas o dobro de
uma única carreta, para transportar entre Porto São Jose no Mato
Grosso do Sul até Curitiba, se conseguir fazer as ligações via balsa.
Fabiane anota os números e fala.
— Está falando em transportar 80 mil metros cúbicos de algo a
custo de 360 metros cubicos?
— Sim, obvio que teremos custos das comportas, mas quando se
fala em estruturar um estado, inevitavelmente, todos os vizinhos ga-
nham com isto.
Fabiane olha que não tinha no projeto um porto no estado vizi-
nho, mas tinha um em Porto Rico no Paraná.
— Seria o maior projeto hidroviário do país. – Fabiane.
— Ele puxaria outros, pois temos aqui o problema da serra do
mar, ninguém me convenceu que não a conseguimos transpor, mas

366
não temos engenharia ainda para isto, mas por isto instalamos portos
secos nas partes altas, uma coisa é eu tirar de balsas e fazer a serra
com trens, outra ter de devolver a caminhões.
— E tudo para exportação? – Fabiane.
— Não, a ideia é ter na grande Curitiba, a maior leva de fabricas
de alimentos provenientes de trigo, vindos da Argentina via fluvial, de
batatas, milho, soja, feijão, cana de açúcar e mandioca, gerando atra-
vés dos portos a distribuição para as capitais litorâneas de todo país a
custo bem menor.
Fabiane olha os prospectos de industrias a serem atraídas, e fala.
— Vocês tem uma bomba na mão, sabem disto?
— Não é uma bomba, isto é o que todo o país deveria estar fa-
zendo, estamos na ideia de dar o exemplo, o prefeito falou com o can-
didato do seu estado, vai falar com o de Santa Catarina, é o desenvol-
ver de um polo não industrial na concepção destrutiva, mas vamos
industrializar a produção de comidas, vender coisas prontas, investir
onde se pode ter muito lucro. Mas moça, se acha que vai ser fácil, não
entendeu a ideia.
— Entendi que será complicado. – Ela olha em volta e pergunta –
E isto será o que depois?
— O centro de recepção para os transatlânticos que queremos
que parem aqui, mas isto nem sempre acontece.
— E estamos onde exatamente. – Fabiane.
— Em uma concessão cedida a Rosa’s, através de um acordo
com a Ponto Construtora.
— Concessão para cais turístico? – Fabiane.
— Sim. – Pedro que olhava a maquete tridimensional apenas pu-
xa para ele a parte do litoral e a moça viu os prédios, o cais, se via até a
construção do outro lado da baia.
Fabiane olha os prédios e fala.
— Hotéis?
— Hotéis, museus, cais turístico, cinemas, parques temáticos,
parques aquáticos, praças publicas, praias novas, projetados para uma
contenção de entrada subterrânea de agua por baixo da cidade.
— Isto é tudo concessão da Rosa’s?
— Apenas 5 hotéis, 3 parques aquáticos, dois temáticos, 3 mu-
seus com cinemas e teatros, o cais para 6 transatlânticos, um aeropor-
to internacional tocado pela iniciativa privada, uma criação de cama-

367
rão, de 3 tipos, nada que vai ser usado em campanha, pois ficam pron-
tos antes da eleição moça.
— E a pergunta de ouro, como pode ser seu isto tudo?
— Não pode, as leis nacionais dizem que não pode.
— E não vai dizer ser seu? – Fabiane.
— Eu não preciso dizer moça, vocês andaram dentro dos hotéis
Rosa, como nenhum cliente tem autorização de andar, entramos em
outro empreendimento da Rosa’s, que ninguém tem acesso, somente o
segurança nos deu entrada, sem perguntas.
Fabiane olha em volta, não saberia onde estava, não conhecia
aquela praia, ou não daquela forma, Pedro afasta a mão e olha para
Yuri e pergunta.
— Conseguiu conversar com o grupo de marketing do Prefeito?
— Sim, gente competente, estão se batendo como eu, pois pa-
recem ter sido jogados na fogueira junto comigo.
— Quando ideias surgem naturalmente, no começo parecemos
todos na fogueira, mas ele deve ter lhe passado os pontos de amanha.
— Sim, 22 cidades, dormiremos amanha em União da Vitoria.
— Projeto Iguaçu, como ligação, ampliação da BR 116 e 476,
porto de distribuição em São Mateus, canal de navegação entre Rio
Negro e São Mateus do Sul, onde o canal se junta ao Iguaçu, criação da
reserva de preservação entre Palmeira e Antônio Olinto, parque esta-
dual para preservação da mata de pinheiro, que está sumindo na regi-
ão e ligação de áreas de preservação, criação da área turística do alto
Iguaçu.
Fabiane olha o menino e pergunta.
— E como acreditar que você é apenas o marketing?
— Moça, eu nunca fui a região, ler um prospecto, não é saber
como é a região, terei tempo durante a minha vida, mas ainda não tive,
e não vou explicar algo para você que já expliquei para Yuri.
Ela olha Yuri que apenas sorri, ele olha para Pedro.
— Sabe que terá resistência?
— Quando não temos?
— Certo, é um projeto audacioso, mas qual a pretensão.
— Segunda feira vocês terminam de fazer a parte abaixo do rio
Iguaçu, é estranho, mas na fronteira entre Paraná, Argentina e Santa
Catarina, tem um espaço quase do tamanho do município da lapa, que
tem mais de 20 municípios.

368
— Região Sudoeste?
— Sim, mas no prospecto que o prefeito lhe passou, está cada
uma das regiões, serão pelo menos 14 dias, para estarmos cheios na
TV, e o que ele me falou, foi a tentativa de tentar passar em todos os
municípios até esta data, sentir o clima, saber o que será a dificuldade
real de todos os prospectos.
— Está falando em fazer 398 comitês em 14 dias, aquilo que vo-
cê disse que ninguém fazia?
— Sim, pois pensa, vocês tem perto de 12 horas durante um dia,
para fazer isto, para fazer 24 locais, helicóptero e não mais de 15 minu-
tos em cada parada.
— Certo, vou conhecer pelo jeito o estado como poucos.
— Conhecer, ouvir, fotografar e filmar, uma coisa é um candida-
to a senado, que foi governador por quase dois mandatos, dizer conhe-
cer, e não ter uma imagem dele em Pranchita no Sudoeste do estado,
eu quando li o nome, juro que tive de ir no Google para confirmar que
isto ficava no Paraná.
— Certo, não tenho ideia de onde fica.
— Tem tantos municípios em volta, que isto que me admirou no
prefeito, ele sabe onde fica, ele deu até as distancias, estranho uma
cidade ficar a 4,5 quilômetros da outra, eu não chegaria na região sul
de Curitiba do centro, e alguém nesta cidade estaria já a três municí-
pios de distancia, mas a ideia do prospecto, é tentar, não conheço,
fazer um canal navegável, que ligue o Rio Santo Antônio que é divisa do
Brasil com a Argentina, ligando até o Iguaçu, gerando uma possibilida-
de de produtores Argentinos usarem este porto de ligação.
— Uma unificação de região.
— A unificação será feita através da PR496, aérea acima da re-
serva florestal Parque do Iguaçu.
— Pelo jeito quando eles pensarem no governo que está se pro-
pondo, eles vão achar impossíveis. – Fabiane.
— Sim, é o que pretendemos, que por 14 dias, todos falem, im-
possível, e nas urnas, votem em nós.
— Não tem medo de não dar certo? – Fabiane.
— Jogar uma ideia, ao vento, para todos ouvirem, mesmo que
todos lhe chamem de maluco, estabelece apenas que o louco sou eu,
não que a ideia é louca, eu quero fazer 40 anos em 4, como expliquei
para Yuri, algumas coisas, será como ser 100 anos em 4, alguns, 500

369
anos em 4, pois não foi feito desde o descobrimento, algumas, 8 mil
anos em 4, nunca foi feito desde a colonização Tupi na região, mas a
nível educação, não conseguiremos fazer mais de 4 anos em 4, pois
projetar o futuro, não é estudar pelos outros, precisamos de uma gera-
ção de pessoas estudando, para mudar o estado, mas isto demora,
então existem coisas que demoram anos, recuperação de encostas
degradadas, isto demora 10 anos, um pinheiro para crescer, 30 anos,
então quando falamos de 40 anos em 4, pois existem coisas, que ape-
nas faremos 4 anos de evolução, e as vezes jogar a ideia, é mais impor-
tante, pois se eu estabelecer algo como sonho de uma região, os go-
vernos futuros não terão como escapar disto, mesmo que não se eleja
o candidato.
Yuri anota algumas coisas e olha o menino.
— Considerando que nos conhecemos hoje, sabe que mudei to-
da a forma que olhava você.
— A farsa. – Pedro.
— Você leu.
— Sim, pediram para você fazer, fez, o que ganhou como premio
deles?
Yuri olha em volta e fala.
— Um emprego novo?
— Isto não foi eles que deram, por sinal, devem estar olhando
outros narrarem o que não vão publicar, que Yuri Casanova, é o novo
assessor de Marketing de Fabiano Silva.
Yuri olha para Fabiane e se cala, ele pensou na verdade, e ape-
nas fala.
— E o que quer dizer com estrutura Rosa, que me mostraria?
Pedro que sempre estava com a mochila as costas, pega o com-
putador pessoal, liga e põem em um pen-drive e fala.
— Esperava que isto não saísse desta sala moça.
— A verdade?
— Não, apenas um caminho que tenho de passar ao assessor de
marketing de um candidato, as vezes as pessoas se assustam com es-
trutura de mais.
— Vou tentar me conter.
Pedro via na aura dela que não iria se conter, e olha Yuri.
— Os apoios do candidato Fabiano, passaram uma lista de estru-
turas que estão a disposição do candidato, então a cada 2 municípios

370
do Paraná ele tem uma residência, um hotel ou uma pousada, a dispo-
sição da coligação com 20 quartos – Pedro põem o pen-drive na estru-
tura da maquete e os 207 pontos de norte a sul, leste a oeste do estado
que estavam a disposição do candidato surgem na holografia.
Yuri olha aquilo e olha o menino, não era apenas ele, era muita
estrutura, e pergunta.
— E porque disto?
— Lembra da ideia, eleger o máximo de candidatos, mesmo que
não dê para eleger Fabiano, então a estrutura é a estruturação de to-
dos os contatos desta imensa coligação, que quer estar com gente em
quase todas as cidades ao mesmo tempo, fazendo campanha.
— E eles sabem disto?
— Sabem da parte que os interessa, mas você está acima do bá-
sico, então tem de saber bem mais que o básico.
— O transporte será como?
— Distancias de mais de 400 quilômetros, a Rosa’s está disponi-
bilizando 6 aviões, para espaços menores, helicóptero, tem pelo menos
12 empresas cadastradas no sistema.
— Carros?
— Cada local terá um sistema, temos os apoios locais, que de-
vem fazer carreatas e coisas assim, eu acho uma babaquice carreatas,
mas parece que o povo gosta.
— E prometeremos apenas sobre o projeto?
— Aceitamos ideias, mas todas devem ser anotadas e pensadas
antes de se prometer algo, as vezes o que parece uma boa ideia, é uma
furada.
— E teria algo para depois da eleição?
— Depende do resultado Yuri, pois depende de quantos deputa-
dos, senadores, e coisas assim elegermos, eles sempre precisam de
assessores, mas eu tenho um plano, mas só tenho como me posicionar
após a eleição.
A conversa começa a desviar e começam a sair, os dois olham o
imenso cais, os prédios bem espaçados, uma imensa praça publica com
hotéis, parques e sistemas públicos.
Fabiane olha para o menino e pergunta.
— Dizem que a Rosa’s vai lançar uma linha de joias, é serio?
— Ainda não me confirmaram a data, mas sim, devem lançar a
primeira coleção em um desfile em Matinhos, em Janeiro.

371
— Porque joias? – Fabiane.
— Porque um diamante para joia, bruto, vendo a 2 mil dólares o
quilate, se lapidar, 4 mil o quilate, se colocar ele em um colar, em um
pingente, chega a 16 mil o quilate.
Yuri via a naturalidade do menino, ele falava em milhares de dó-
lares como se fosse natural, era estranho ouvir o menino, pois as pala-
vras não condiziam com o menino a frente dele.
Fabiane olha o tamanho daquilo e fala.
— Isto é imenso.
Pedro sorri e pega o celular, o piloto do helicóptero vem do fun-
do e eles vão a ele e Pedro fala.
— Cada obra tem suas dificuldades, eu sou onde os olhos devem
estar, para as pessoas não olharem as dificuldades, apenas as conquis-
tas, quando se fala em Guaratuba, a uma semana, era ainda um proje-
to, e ainda estamos o afinando.
Eles param na fronteira sul sobre um forte em Pedra, descem e
Pedro olha para a obra em volta e fala.
— Do outro lado do riacho, Santa Catarina.
— Mas a obra continua. – Fabiane.
— Sim, a Rosa’s já colocou os pés no município ao lado. – Pedro
olhando a obra do outro lado do que antes era apenas uma entrada de
rio, agora era uma praia quase interna na entrada dos dois lados.
— E suas obras vão até onde?
— Da Rosa’s?
— Sim.
— Por enquanto nosso limite sul é Penha. Mas não são como as
aqui, lá é reserva florestal, restaurante panorâmico, parque aquático,
hotéis temáticos, mas está na hora de terminar obras antes de começar
novas.
— Quantas obras estão em andamento? – Fabiane.
— Acho que 107 delas.
Pedro deu o numero, mas parecia que era mais para quem olha-
va atento, para quem andava apenas ao caminho normal, viu muito
pouco.
Retornam e Pedro olha o hotel ao fundo e falou.
— Se não me engano Yuri, tens uma reserva neste.
Yuri sorri, ele nem sabia ainda onde ficaria.
Pedro desce e se despede.

372
Yuri olha o menino se afastar e olha Fabiane.
— Este menino assusta muitos. – Yuri.
— Não exagera.
— Ele sofreu um atentado a menos de uma semana, olhando
ele, vão dizer que foi armação, mas vi as imagens, o pânico no olhar
dos médicos dizia, grave.
— E o que isto assustaria alguém?
— Quase todos que tentaram matar ele, se deram mal.
— Lendas se fazem assim. – Fabiane.
— Verdade, viu a estrutura?
— Um grande numero de empresários está por trás da candida-
tura, pensei em uma ideia fraca, o candidato é corajoso Yuri, ele tem
resposta para as coisas, ele não está falando em um projeto simples,
mas é evidente, o menino leu o projeto, e entendo, ele tem de passar a
imagem que passa, ser o dono, ou a representação do dono.
— O que ele é não sei ainda, mas até ontem, pensava em uma
farsa, hoje sei que ele é mais do que apenas uma farsa, sabe falar, ele
tinha uma coluna no nosso jornal, estranhei quando a coluna sumiu,
falava contra o jeitinho brasileiro, estranhei pois ele sumiu logo após a
descoberta dos corpos mumificados junto um barco em Guaratuba.
— Não entendi, não foi o Fabricio da Globo que descobriu?
— Não, o rapaz estava fazendo a reportagem referente a esta
cidade, quando o jornal passa a reportagem para o canal, que faz parte
da mesma rede, poucos fora do jornal, ficaram sabendo, quando o
rapaz fez a reportagem seguida, sobre a cidade, e ficou dúbia, e ele
havia feito a reportagem da descoberta, deu credibilidade a reporta-
gem, daquele dia em diante, o jornal não soltou mais nada deste cro-
nista, Pedro Travesso.
— Esta dizendo que o menino já escrevia para seu jornal?
— Soube hoje.
— Dia longo pelo jeito.
— Cansativo.

373
Amanhece Sexta, Pedro vai a escola, enquan-
to o agito toma a cidade, pois confirmavam a prisão
de um contraventor famoso, mas agora com provas
irrefutáveis.
Pedro assiste as aulas sem a pretensão de
nada, estava querendo apenas sentar e pensar so-
bre o que queria fazer.
A Folha de São Paulo, publica a primeira en-
trevista do candidato Fabiano Silva, e a primeira
reação foi da ordem dos Juízes do Paraná.
O diretor da Gazeta olha o presidente da
mesma e pergunta.
— Vamos fazer jornalismo ou vamos continu-
ar nesta palhaçada senhor?
— Não temos como mudar.
— Então manda um recado para quem está lhe pressionando,
que vamos fechar.
— Não tem autonomia para isto diretor, quer ganhar a conta?
— Se me mandar embora, só vai mostrar o que todos sabem,
que o senhor não deveria ser presidente deste jornal.
— Está me ofendendo Paolo.
— Já foi mais do que cãozinho amestrado, então conversáva-
mos, mandamos um ótimo repórter embora ontem sem o dar direito
de defesa, a ordem do senhor era esta.
— Se ele é bom não vai ficar desempregado muito tempo.
— Não está, assumiu o marketing de campanha de Fabiano Silva,
e não posso dizer que ele demorou para conseguir isto, ontem estava
em 16 inaugurações de comitês, que não documentamos, mas a inter-
na está nos chamando de vendidos, e me sinto um vendido, quando
vamos reagir presidente?
— Tem de...
— Tenho não, as vendas caíram 12%, e no patamar que estava
antes da queda estava muito ruim, se não tivermos cobertura politica,
vamos ficar sem leitores, isto não é bom, estou falando serio presiden-
te, vamos falir.
— Mas o acordo com...

374
— Ninguém fez isto mais do que verbal senhor, quer ser o presi-
dente que fechou as portas da Gazeta por um acordo verbal? Algo que
se viesse a publico o mesmo que o fez, negaria, pois não vejo ganho na
ausência de discussão, poderíamos estar jogando a informação e o
povo iria analisar, mas estamos a escondendo, a repercussão da entre-
vista do candidato Fabiano a Folha de São Paulo, é repercussão nacio-
nal e não narramos nada, a OAB e AMP, entraram com representação
contra o candidato Fabiano Silva, ele conseguiu o que queria, pois eles
terão de assumir que se acham independentes, então se ele for eleito,
com certeza, muda isto sem sentir-se culpado.
— Tenho de ligar para o candidato.
— Se vai pedir permissão, melhor me mandar embora mesmo
presidente.
O diretor sai pela porta, o presidente fica a olhar para ele se
afastar, estavam afundando e ele parecia ainda convencido que era o
caminho.
Vaz representando o candidato chega a Associação dos Magis-
trados do Brasil e entrega o pedido de esclarecimento legal da repre-
sentação contra o candidato, citando as leis que eles desmereceram,
como a liberdade de poderes, de opinião, de posicionamento politico
sem pressão legal, fora os preceitos constitucionais.
O presidente da associação viu que eles estavam apoiados juridi-
camente, e entenderam que não pegariam leve contra determinações
do gênero.
Quando Vaz chega a sede da OAB de Curitiba, soube que eles já
tinham tirado a representação, mas o estrago politico da instituição
estava em todas as redes sociais, sobre chacotas.
Vaz sai dali e entra com o pedido de agravamento do pedido de
prisão de Joaquim Moreira, pois ele foi visto e ouvindo dando tiros no
sentido do menino no Shopping em frente, então ele foi com intenção,
e matou sem dar chance de reação ao segurança. Pede a prisão de
todos os seguranças de Moreira, por formação de quadrilha.
Yuri estava já em Rio Negro com o prefeito quando viu os dois
candidatos ao senado somarem na comitiva.
Yuri olha o complexo de apoios, que começava a se desenrolar
no estado.
Em Londrina a candidata do PSDB se depara com perguntas refe-
rente ao que achava da postura do Judiciário, se dando aumentos e

375
pressionando o nível de contratação para a Educação, saúde e seguran-
ça para baixo, devido ao altos salários.
A senhora foi pega de surpresa e quando saiu da confusão olha
para o assessor e pergunta.
— Do que eles estão falando?
O assessor que estava ainda lendo a reportagem passa a senhora
o jornal e ela o lê.
Ela anota algumas partes e fala a Jose a porta.
— Chama o pessoal, quero conversar.
— O governador também?
— Sim, ele não me alertou que o rapaz era rápido e inteligente
para pegadinhas.
Os assessores entram, o governador ainda em mandato, apenas
acompanhando, pois não teria como fazer campanha antes de se afas-
tar chega ao local.
— Problemas Cida? – Governador.
— O que tem a dizer sobre a entrevista do candidato da oposi-
ção ao governo estadual, disse que ele era inofensivo. – Cida.
— Não autorizei sair nada, quem se atreveu?
Cida olha o governador e pergunta.
— Você o que?
Ele olha os demais e fala.
— Fiz um acordo para não publicarem nada da oposição até a
eleição, qual o problema?
— O problema é que eles ganham a eleição e você não fica sa-
bendo, pois disse para não publicar.
— Eles não tem chance.
— Isto saberemos apenas no dia, mas é bom saber em quem não
confiar na informação, pois jornais que se vendem, não dá para acredi-
tar nem em pesquisas deles.
— O que quer dizer.
— Sabe o que quis dizer, mas afirmou para mim que Silva era
inexperiente e sem projeto, pelo jeito terei de acionar o meu pessoal
para saber o que ele está fazendo, pois este aparente não fazer nada, é
apenas local, ele está fazendo.
— O que ele pode estar fazendo? – Um dos assessores.
— A internet hoje em dia está falando alto, a reportagem dele
para a Folha, está em toda rede, de norte a sul do país.

376
— O que ele falou? – O governador.
— Que o teto de gastos deveria ser respeitado por quem o im-
põem, concordo com ele, o judiciário disse que não tínhamos margem
para o aumento de pessoal, e se deram aumentos.
— Falácia de campanha.
— Bem argumentada, ganha votos, a Folha está me dando um
serviço que não tenho nos jornais locais e nem nos meus assessores, o
concorrente inaugurou ontem 16 comitês de campanha e pretendia
inaugurar hoje outros 20, o primeiro comitê no estado, foi na Vila Pin-
to, em meio a pobres, temos uma repórter da Folha cobrindo este can-
didato e não temos ninguém de fora nos cobrindo.
— Ninguém lê a Folha. – Governador.
— Amigo, desce um pouco do pedestal. – Cida olhando o gover-
nador se achando.
— O que lhe chateou?
— O que? 12 assessores e ninguém me passa o fato do meu
concorrente estar bombando na internet com uma afirmativa pesada
contra o judiciário, afirmando que seu projeto vai abraçar todos os
municípios do estado, que ele vai pedir voto para os candidatos da sua
coligação, temos de saber como eles estão, pois se me eleger, preciso
ter governabilidade.
Os assessores viram que ela não gostou de ser indagada e nin-
guém ter lhe passado o problema antes.
Ela olha para o governador e fala.
— Se a imprensa local não é confiável, pelo menos nos comunica
isto, ficamos achando que estamos abafando e estamos apenas nos
enganando com uma manobra que não vejo ganhos, sua.
— Porque não vê ganhos?
— Porque podemos ter um grande tropeço e só nos dar conta
após ele.
Era fim da Tarde e o IPOB publica a primeira pesquisa para o go-
verno do Paraná, não saiu na imprensa local, mas ao meio dia, foi
anunciado na Nacional.
— Para o Paraná, parece que temos o crescimento do candidato
anunciado oficialmente ontem, a pesquisa é de três dias atrás, com
margem de erro de 2%. Cida com 26%, Percival 12%, Silva 11%, Dani 2%
e os demais não pontuaram, o empate técnico no segundo lugar se

377
deve ao crescimento do candidato Silva, que tinha 1% na ultima pes-
quisa e agora aparece com 11%.
Cida olha o assessor ao fundo e fala.
— Temos de ter como os monitorar, esta coisa de imprensa local
comprada, acaba nos prejudicando, não sabemos bem o que o candi-
dato está fazendo, Percival caiu 3 pontos, seria positivo, se Silva não
tivesse crescido 10 pontos e nós ficamos estáticos.
Jose Carvalho trabalhava a muito com a candidata chega a mesa
e fala.
— Podemos conversar Cida?
— Problemas?
— Não sei, parece que subestimamos este pessoal, e isto não
quer dizer que vamos perder, mas eles estão com candidatos fortes em
todas as regiões do estado, temos os 29 mais votados a Deputado Es-
tadual, e 12 dos para Federal, da coligação deles, e o que me preocu-
pou foi a tática deles.
— Tática?
— Eles lançaram candidatos em quase todos os municípios, es-
tamos falando de votos, se eles conseguirem os mais votados e votos
de legenda, podem nos complicar a governabilidade.
— E onde o candidato está agora?
— União da Vitoria, ele parece que vai fazer toda a região sul do
estado até Foz, este fim de semana.
— Toda?
— 62 municípios.
— E como enfrentamos?
— Isto que temos de conversar.
— Por quê?
Ele abre o jornal online da Folha e fala.
— Está no Jornal Online da Folha, não sei onde fica esta sede de
campanha do candidato Silva, mas o slogan deles vai variar de dois
tipos, Paraná, futuro já, para 40 anos em 4. Eles tem esta maquete do
estado, holográfica, e a repórter fala que eles podem aproximar a regi-
ão e verificar os andamentos de cada projeto do candidato.
— Quem os está apoiando?
— Quando Requião aderiu, Carvalho aderiu e o menino que o
governador disse que não é além de marketing, parece ter conquistado
a admiração da Glaci que se apresenta para a coligação, fez com que a

378
tendência de votos para ele variassem de extrema direita a extrema
esquerda.
— Será que eles fecham mesmo a coligação?
— Sim, e toda a direção nacional do PT falou contra, e mesmo
assim o PT local aceitou hoje cedo a coligação.
— O que acha que está acontecendo?
— Convergência em uma ideia, quem jogou esta coligação no
ventilador, segundo a moça agora pouco na internet, foi uma conversa
informal, após a inauguração do trecho da BR101 que o governador
nem foi, quem jogou eles na oposição foi o governador, ele parece ter
algo pessoal contra Silva e contra o menino, a Rosa’s esta apoiando o
nosso candidato em São Paulo, não é partidário, é apenas reação de
acordo com a posição do governador, ele continua a pensar, prestes a
sair do comando, como ferrar com eles.
— Acha que a imprensa se mantem nesta posição burra?
— Não entendo porque eles fariam isto, se manter nesta posição
é perder credibilidade, as representações da OAB e da AMP foram reti-
radas, após indagação legal sobre este posicionamento deles, já que
eles não podem proibir a expressão de ideias, mesmo que contraria ao
que eles pensem.
— Eles sabem o que fizeram, alguém finalmente os colocou na
parede, tenho de considerar que a reportagem foi corajosa, e a indaga-
ção da moça, mostra que acompanhou o dia de ontem inteiro do can-
didato, conhecendo a Folha, vão mandar ela para nos entrevistar, e
terei de mostrar a mesma perspicácia.
O senhor sorriu.
Pedro depois de uns dias volta a sede da empresa de Geologia e
Topografia, que agora também tinha uma mineradora.
Cristiane olha ele e pergunta.
— Como está, muitos ficaram preocupados.
— Muitos, sei, uns dois.
— Já é muito, ou não?
— Sim, mas como estão as coisas aqui?
— Seu pai esta em Bichinho, perguntando sobre as mineradoras
novas na região.
— Algum risco?
— Sabe como eu que estamos parados na exploração de dia-
mante, ou não sabe?

379
— As vezes tenho medo de sonhar e amanhecer no inferno.
— Você é muito jovem para ir para o inferno.
— Muito imaturo para ir para o céu, será que existe uma segun-
da chance?
— Sei lá, se você não sabe, quem vai saber? – Cristiane olhando
ele serio.
— Acha que os andares de cima estão prontos?
— O que pretende ali?
— Tenho de estruturar um servidor para gerir meu projeto, o
que me dá mais lucro no momento, e estou quase parado nisto.
— E vai por ele aqui?
— Fibra ótica passando a rua, toda estrutura metálica permitin-
do que eu estabeleça paredes onde ninguém nem precisa saber o que
tem por trás, toda uma estrutura que deve me ajudar a manter os pés
no chão, dai com o servidor, começar a erguer meu império.
— Império? – Cristiane.
— Pensando, se eu quero os melhores, eu terei de ensinar os
melhores, pois o que eles chamam de ótimos eu acho que dava para
melhorar 300%.
— E pretende fazer isto como?
— Montar meu primeiro colégio, depois minha primeira facul-
dade, quem sabe, pensando em somar, em Janeiro lançamos a Rosa
Diamantes, com suas joias, temos nossa mineradora, temos o comple-
xo de hotéis, vamos ter o complexo de portos, quero ter meus navios
mercantes, vou ter meu conjunto de estaleiros, as vezes pareço arro-
gante falado meu, minha, mas ainda acho sonho, mas ai terei minha
transportadora via balsas, minha ferrovia, tô começando achar que não
vou dar conta.
Cristiane sorriu, ele estava realmente montando um império, ela
quis provocar e ele não só a surpreendeu, ele estava mesmo querendo
ter tudo aquilo, e pergunta.
— E anda sem segurança por ai.
— Ninguém acredita mesmo, quase morri com segurança na
porta da casa, que nem viram o ser invadir meu quarto.
— E pretende tudo isto até quando?
— Até ficar velhinho, vou criar e evoluir.
— E tem noção de onde quer parar?
— Sim, mas se falar me internam como maluco.

380
— E não quer ser internado como maluco,
— Moreira tentou me matar ontem Cris, não entendi, o que fiz
que ele quer me matar?
— Apoiou seus inimigos?
— E ele não sabe conversar sem dar tiros, matar inocentes?
— Não vai pegar leve?
— Não, mesmo que para isto, eu tenha de reescrever toda a his-
toria desta nação.
— E não se negaria a isto?
— Nunca.
Os dois subiram e Cristiane olha aqueles andares, apenas estru-
tura e janelas a toda volta, com as escadas e elevador bem no canto
que estavam.
— Acha que eles vão vir vistoriar?
— Com certeza, passei os cálculos para a Ponto e eles confirma-
ram e assinaram o projeto.
— E pelo jeito, algo grande novamente?
— Não, algo prático, eu acredito que um andar destes, bem or-
ganizado, eu consigo pelo menos ter ideia se minhas maluquices estão
funcionando.
— Parece tenso.
— O governador só sai do comando na segunda, estamos pen-
sando no que vamos fazer e inaugurar após sua saída.
— Alguma pretensão?
— Toda a obra da BR 101.
— Pouca pretensão. – Ela sorri.
— O inicio da ligação ferroviária via 376, e via 277, ainda tentan-
do o projeto 116,
— Acha que consegue?
— Acho que vou ter problemas, mas se conseguir iniciar a licita-
ção e aprovação das obras, ganhe quem ganhar, estarei funcionando.
— Acha que este Fabiano é um bom candidato?
— Acho que ele é alguém que pode sentir o ego inflar, mas
quem não sentiria.
— E como pretende fazer tudo isto, até a posse do próximo?
— Na verdade não preciso fazer tudo, preciso deixar amarrado
para que aconteça.
— E veio apenas olhar?

381
— Vou sentar ao chão, pegar meu caderno e desenhar um pou-
co, talvez precise sentir as coisas como reais, nem tudo parece real.
Cristiane desce e Pedro pega o caderno, desenha tudo na sala, e
atravessa para a casa no Tanguá, ele olha as moças e elas chegam per-
to, Pedro estava em uma experiência, parecia quase o sistema de pro-
gramação que ele sentira e colocara no papel, mas no programar de
seres que olhando parecem ter autonomia, mas que todos os seus
corpos e vontades, eram programáveis.
Pedro desenha uma casa para ele naquele terreno, e um labora-
tório bem no centro, onde ele entra e as moças sentam-se em um cir-
culo.
Pedro faz sinal para elas darem as mãos, sente que todas elas es-
tavam agora esperando um filho, estranha, pois o que no inicio da se-
mana parecia um, cada uma parecia programada naturalmente para ter
trigêmeos, e de mãos dadas, reparou que eram duas meninas e um
menino para cada uma delas.
Elas sentem isto e se alegram, estranho como elas pareceram fi-
car alegres e isto foi transmitido para o menino, que mesmo tentando
não sorrir, sorriu.
Pedro sabia que a cada intervenção ali, estaria com um proble-
ma maior, e não tinha ainda como resolver as coisas, detalhes técnicos
de um país burocrático, nenhuma delas tinha certidão de nascimento,
para poderem estar gravidas e gerar um filho.
Na cabeça de Pedro, onde alguns seres perguntavam como aqui-
lo era possível e uma afirmação fez Pedro pensar. “Será que os seres de
cristal, poderiam ser programados?”. Pedro não teria como em sua
realidade próxima fazer este teste, era algo a pensar, mas isto o fez
pensar num meio de processo, uma forma de processar, através de um
cristal, ele se despede, as moças foram ao sol, pouco ainda, cara fecha-
da, parecia que aquele ano queria chover mais do que o normal.
Pedro atravessa para o prédio de Geologia, liga para Cristiane e
pergunta se conseguiria pó de carbono, aquilo que pagavam apenas 20
dólares a grama, ela perguntou para que, ele não teria como explicar,
ele começa a desenhar algo que nem ele sabia como explicar, um dos
seus seres, angelical, entendia de sistemas de processamento, ele faz
um pré projeto de um cristal de um centímetro, olha aquilo, um qua-
drado mínimo, precisava de prospecto de pressão, para fabricar algo
daquilo, micro inserção, e sente que um dos seus, já tinha feito isto,

382
estranho saber que algo assim, em um planeta distante, ao lado, pois
via com seus olhos, através dos olhos de outro ser, servia de energia
para manter autômatos ativos, em uma realidade diferente, se usava
como cristal de comunicação, mas ele para no uso de um outro Pedro,
saúde controlada, comunicação, transporte, processamento e proteção
gerados por algo muito semelhante.
Pedro faz o pré projeto e pensa na execução daquilo, pede ma-
quinários que deveriam chegar em uma semana, vindos de varias par-
tes do mundo, ele acabara de ter mais uma ideia, e viu Cristiane entrar
pela porta e lhe olhar.
— Não entendi.
— As vezes tenho de deixar as ideias dos demais fluírem para
não ficar maluco Cris, e acabo de descobrir o que vou produzir no ter-
ceiro andar.
— Produzir?
— Sim, preciso de cristal em pó de 24 das minas de diamante,
vou precisar de um fornecimento mínimo de platina e ouro, o alumínio
eu tomo uns refrigerantes, faço este sacrifício.
— Não entendi.
— Não sei se é maluquice minha, então vou testar, eles devem
entregar uns maquinários ai, pede para montarem no andar superior.
— E pretende construir algo?
— Uma pequena peça, que pretendo vender, para quem tem
muito dinheiro, sei que o mercado disto, não passa de 24 milhões de
pessoas no planeta, mas se vender apenas um milhão delas, ao preço
que acho que valeria, pois eu pagaria se me oferecessem a este preço o
que me passou a mente, e não sou tão desapegado ao dinheiro assim.
— E porque acha que teria algo de grande valor.
— A ideia, é apenas ideia ainda, é por em algo, de um centíme-
tro cubico, de diamante, platina com um detalhe técnico em ouro, para
parecer uma joia, colocar sistema, proteção, saúde, transporte e co-
municação, neste pequeno cristal de um centímetro cubico.
— Saúde?
— Pensa algo desenvolvido como um analisador de estado de
cada célula do seu corpo, através de onda, analisando a nível de estru-
tura e DNA, com velocidade de analise na velocidade da luz, podería-
mos fazer uma analise inteira da saúde, em dois segundos, poderíamos

383
dispor de energia e despertando a regeneração por células tronco e
controlar todos os problemas sem a pessoa sentir.
— Acho que tá maluco, isto não existe. – Cristiane sorrindo.
— Sei que não existe, mas se existir, isto seria uma joia, constru-
ída, que sei que tem um mercado mundial para 24 milhões de pessoas
que tem condição de pagar 5 milhões por ela, lembra daquela reporta-
gem, estabelecendo quem seria o primeiro triliardário da historia?
— Sim.
— Se eu vender um milhão de peças, não 24, daria 5 trilhões de
dólares, eu não tenho noção do que compra isto.
— E quer produzir isto aqui?
— Pensa, se eu tiver algo que vale a cada centímetro cubico, 5
milhões de dólares, não preciso de espaço para acumular, mas os ma-
quinários para produzir isto, são caros, eu estou sonhando alto, pois
preciso sonhar alto, mas pode não dar um centavo de retorno se não
conseguir fazer, mas vou tentar.
— Certo, uma ideia, que se der resultado, pode ser revolucioná-
rio, por isto quer tentar.
— Sim, é como se eu tornasse algumas coisas que chamam de
dons, de poderes, em tecnologia vendável.
— Sua regeneração?
— Sim, mas pensei em testar isto, de varias formas.
— E teria mais uma empresa aqui.
— Sim, uma de comunicação no quinto, uma de joias no sexto e
uma de cristais especiais no sétimo.
— E todas com ganhos?
— Cris, eu pretendo mesmo que não dê certo o total, testar isto,
pois são empresas, cada um dos andares, estrutura para algo maior,
mas os servidores testando e mantendo o meu sistema, me dá algo que
me rende um bilhão de dólares ano, pretendo com a coleção anual de
Joias da Rosa Diamantes, ganhar outro bilhão, se a outra não me der
um trilhão, mas um bilhão, seria um prédio simples no meio do Rebou-
ças, que tem a capacidade de gerar riquezas, não esquece que a em-
presa de Geologia abaixo vai gerar outro bilhão, e nossas vendas de
ouro para a Caixa, outro bilhão.
Cristiane sorri e fala.
— Se não soubesse que as duas a baixo dão isto, quer dizer, mais
que isto, o dinheiro está na conta, entrando diariamente, acharia que

384
está sonhando alto, mas está pensando neste pequeno prédio, lhe
gerar 5 bilhões, certo que acima está falando em dólares.
— Sim, é a meta, pode não dar tudo certo, mas sei o valor das
coisas Cris, pois um hotel, lotado de 100 quartos a 300 reais, deve me
gerar por ano, depois de todos os custos, não mais de um milhão e
meio de reais, agora pensa na comparação.
— Mil vezes mais por empresa neste prédio ao ano.
— Sim, obvio que existe uma estrutura que provem isto, mas
eles não a veem, e lembra quando falei, Império.
— Quer cada um deles lhe gerando isto?
— Pensa em mil negócios, e cada um gerando um bilhão, isto é o
valor de um trilhão, é muito trabalho para uma criança.
— E quer gerar isto mais fácil.
— Não é mais fácil, é algo para nem saberem existir, teria guerra
por isto, então vamos com calma.
— Sua calma enerva alguns, você fala em calma andando a mil
quilômetros por horas.
— 980 por hora, mas enquanto não estiver na velocidade do
som, estarei falando, vamos com calma, depois disto terei de fazer por
sistema, pois não me ouviriam mais.
Cristiane olha o menino, ele não aparecia todo dia, mas aquela
construção foi refeita, na fachada estava um letreiro SR Inc.
Sinn e Rosa Inc., era uma empresa de mineração, de venda de
ouro para Caixa Econômica Federal, algo tão oculto e declarado, que
não teriam como no fim do ano não indicarem os donos daquela em-
presa como bilionários Brasileiros.
Pedro se despede, sobe para o heliporto e pega um taxi aéreo da
Rosa Transportes, aqueles helicópteros Rosa escuro, com detalhes em
dourado, estavam crescendo na cidade.
Ele sobe e não mais de dois minutos estava descendo na cober-
tura do local reformado na Vila Pinto, ele desce e pede para o piloto
esperar, ele olha Rick e pergunta.
— Como estão as coisas?
— Dizem que Moreira tentou o matar, pensei que eram aliados,
sabe que isto me deixava tenso.
— Ele usou como desculpa, que apodreça na cadeia.
— Acha que ele vai ficar preso?

385
— Em flagrante, com a arma de uma execução sumaria, a mão, o
segurança da empresa que tenho na Marechal Floriano foi morto, um
investigador o seguia, desde que tentou me matar no shopping, então
ele em si, se complicou sozinho.
— E pelo jeito nem vai olhar para ele.
— Tenho de considerar que ele pode já ter feito a parte impor-
tante da historia, e me cabe todo resto.
— Certo, veio fazer o que?
— Verificar como as coisas estão?
— Calmas, este prédio parece qualquer coisa, menos um ponto
de drogas.
— Ele já não é apenas um ponto de droga, mas vou caminhar um
pouco na vila, e devo sair rápido, não quero complicar você Rick.
Pedro caminha até a casa de Raquel, pergunta para a mãe dela
se poderiam dar uma volta, Raquel sorriu, o menino a porta, ela parecia
ter outros planos, mas talvez fosse hora de passear um pouco.
— Vão onde? – A senhora.
— Dar uma volta, apenas trocar uma ideia.
— Não abusem.
Pedro não sorriu, não falou nada, poderia falar demais, ou de
menos e não mudaria a interpretação do silencio.
Raquel olha ele e fala.
— Tênis ou salto?
— Tênis, depois vemos uma rasteirinha.
Ela sorri e os dois caminham até o prédio que todos viram ser re-
formado, sobem e ela pergunta.
— Onde vamos?
— Sumir um pouco, não quero me meter em confusão hoje.
— Tem certeza?
Pedro olha o piloto e fala.
— Tem autonomia para Cananéia?
— Sim.
— Então vamos.
Em União da Vitoria, um repórter da Globo de Santa Catarina,
que via a inercia da do Paraná e foi colocado lá pela direção geral de
emissora.

386
— Candidato, o que o senhor teria a dizer sobre o aparente des-
conhecer da sua adversaria principal sobre o andamento de sua cam-
panha.
Fabiano lembra de algumas palavras do menino e fala.
— Cida é em si a melhor secretaria de educação deste estado
dos últimos 12 anos, mas entendo que o compromisso de um candida-
to é com sua campanha, com suas ideias, não com a dos demais, eu
posso chutar o que ela está fazendo hoje, mas certeza nunca, a correria
de nós candidatos, as vezes nos faz nos preparar para a cidade a frente,
não para o candidato no estremo oposto do estado.
— Esta admiração por ela é um indicio de possível coligação ou
apoio a ela no segundo turno?
— Não, quero estar lá para trocar ideias com ela, mas a admira-
ção é de alguém que se não a tivesse na liderança oposta, seria um
forte nome para me ajudar a por a educação do estado no patamar que
sonhamos.
— Acredita que estará lá no segundo turno?
— Se tiver segundo turno, quero estar lá, para discutir com todo
o estado, como podemos fazer este estado evoluir muito em 4 anos.
— Não pretende disputar a reeleição?
— As vezes estranho o apegar a cargos, quero estar lá, enquanto
tiver somando, se parar de somar, dar espaço a novas ideias.
— Acha que consegue realizar todos os sonhos em 4 anos?
— Pretendo dar um caminho, mostrar onde quero chegar, onde
todos deveriam querer chegar, ouvi alguns empresários locais, eles
precisam que a instituição Estado, lhes dê estrutura, não peso, que lhes
sirva de incentivo, não de concorrência, alguns dizem que sou liberal
demais, mas não, sou Democrata Trabalhista, sem democracia não se
anda, e sem trabalho, não adianta democracia, pois estaremos estáti-
cos.
O repórter encerrou e o candidato foi mais uma vez ao helicóp-
tero para novamente avançar.
O repórter passa para a central federal, já que eles pediram para
a local lhes passar algo, inventaram desculpas, e não passaram nada,
então a direção da Globo a nível Federal desviou a estrutura estadual
através de um repórter do estado ao lado.
A central Globo pede para falar com o repórter que acompanhou
a reportagem referente ao município de Matinhos, eles pegam o mate-

387
rial e o diretor geral, olha a reportagem, o material e chama toda a
estrutura para o local.
O candidato não era ainda oficial, seria na segunda, então até
então são reportagens sobre possíveis candidatos.
— Pessoal, alguém sabe o que está acontecendo no Paraná?
Alguns se olham e um rapaz ao fundo falou.
— Pelo que entendi, eles tentaram desacreditar o atual candida-
to do PDT, dando ênfase ao que não tinha ênfase na reportagem, não
saberia os motivos antes, mas é evidente agora, se pegar a nova pes-
quisa feita por nós ontem, o candidato Silva, que estava em empate
técnico com Percival, agora está em empate técnico com Cida, em 3
dias, ele foi de 11 para 23 pontos, Cida caiu de 26 para 24, Percival,
caiu de 12 para 8, algo tem de estar acontecendo, e pedi para um re-
pórter de Porto União em Santa Catarina, para tentar uma entrevista
com o candidato do Paraná, fiz o mesmo para a Globo do Paraná, e até
liguei para um repórter em União da Vitoria, duas versões diferentes da
mesma historia, para o repórter Catarinense, a assessoria do candidato
se propôs a parar o candidato um pouco para a entrevista, ele o fez, e
nos passou a entrevista, o repórter nosso do estado do Paraná, veio
com desculpas que ele se negou a marcar com nossa emissora, que ele
estava apenas passeando na região e não tinha nenhum compromisso
oficial na cidade.
— Acha que está acontecendo o que senhor?
— Pressão politica, mas a posição do candidato é firme, e o cres-
cimento dele e de sua coligação, é real, não apenas fictícia.
— O que lhe impressionou mais?
— Enquanto o atual governador se reuniu com aliados em Lon-
drina, os dois candidatos a senado da coligação deste Fabiano Silva, se
juntaram a caravana de políticos, agora também com a candidata a
vice, e passaram em 22 cidades hoje, na região Sul do Estado, se olhar
os números, a candidatura do Carvalho que tinha 3% até uma semana
atrás, aparece com 11% das intenções de votos, então temos Requião a
frente com 33% das intenções, o atual governador caiu para 20 e o
crescimento do segundo candidato da coligação para 11, são dois se-
nadores do Paraná este ano, então estamos tendo uma leva de aconte-
cimentos que não tenho ainda noção do tamanho, a entrada do PT na
coligação, estabelece a vinda dos apoiadores a candidatura, o que fica

388
bem claro nos nomes para Deputados, mas a pergunta, porque a nossa
afiliada no Paraná se recuas a nos passar a verdade.
— Acha que teremos de pressionar?
— Pressão é pior, temos de entender, pois podemos não estar
percebendo algo, mas o tirar das noticias de um dos nossos meios de
comunicação, tira a discussão politica e a meu ver, facilita este novo
candidato, pois assim como não existe informações boas, não tem in-
formações ou contradições.
— E o que faremos? – Um dos rapazes.
— Estou levantando a reportagem que fizemos, nós a fizemos
com um intuito, mas a reportagem depois de fechada, ficou quase uma
critica nossa as obras, estranho, alguém investe em infra estrutura,
esgotos, calçamento, embelezamento, saúde, educação e induzimos
que isto não é bom, é nossa marca que está em jogo pessoal.
O diretor olha o cinegrafista que foi ao Paraná para fazer e per-
gunta.
— O que sentiu quando viu a reportagem no ar?
— Que não tinha entendido a ideia, quando tiraram a parte refe-
rente ao hotel que é cenário da novela das 7, pensei que era isto tam-
bém era parte, quando tiraram a diferença do antes e depois, pareceu
para mim que não conhecia o local, que eles não tinham as imagens
muito boas do antes, e não quiseram arriscar.
O diretor olha o rapaz.
— Esta dizendo que a novela das 7 esta mesmo sendo filmada
em um hotel no Paraná?
— Sim, um buraco ao chão, imenso, deveria ser uma imensa pe-
dreira, eles construíram tudo aquilo, e se você olhar de longe, não vê,
pois é tudo abaixo do nível da rua a volta.
— Vou verificar, mas fiquem atentos a reportagens vindas do Pa-
raná, se eles estão montando uma barreira, eles vão tentar mandar
noticias que podem nos comprometer.
Os rapazes saíram e a secretaria entrou.
— O presidente da empresa está ai.
O diretor vê o senhor Roberto entrar e lhe estica a mão.
— Vendo como as coisas estão?
— Vim verificar, pois não entendi, me veio um pedido a dois me-
ses de Curitiba, que deveríamos desconsiderar as noticias fantasiosas
que vinham de lá, depois disto, fizeram um Globo repórter sobre o

389
litoral, e o presidente local, me ligou perguntando se teríamos como
omitir pesquisas do estado.
O diretor olha o presidente e pergunta.
— Sabe o risco de envolver a marca que pertenceu a seu pai, em
algo assim Roberto?
— Quero entender o problema?
— Não entendi, mas independente de pesquisas divulgadas, o
candidato nem citado a 2 meses, chega a pesquisa de hoje, empatado
em primeiro lugar, desempate na margem de erro.
— Acha que eles podem avançar mais ainda?
— Acho que se eles usarem a cabeça, nem terá segundo turno
no Paraná senhor.
— Mesmo sem uma nota nossa sobre o assunto?
— Não podemos por pesquisas falsas, na boca de urna, teremos
de dispor de pesquisa, mas a chapa deles, a aliança mais especifica,
daria uma governabilidade ao candidato que o governador atual não
tem senhor.
— Maioria apenas na coligação?
— Sim.
— E saberia me explicar o motivo disto?
— Não, mas temos a entrevista do candidato, e para a obter, ti-
ve de pedir para um repórter da afilhada de Santa Catarina.
— Se recusaram?
— Falaram que a assessoria não abriu espaço para nossa emisso-
ra, que não falaria conosco.
— E tem a versão como então?
— A assessoria dele recebeu o repórter, o tratou bem, parecia
admirado com a organização e presteza do candidato.
Roberto olha para o diretor e fala.
— Temos de nos posicionar, se eles vão fazer isto, ferindo nossa
marca com mentiras, teremos problemas.
— Eu daria mais uns dias senhor, mas ficava alerta, parece muita
infantilidade tentar mentir para um estado inteiro, mas como alertava
os demais, é nossa marca que eles arranham, não a imagem deles.
— Fica de olho, soube que o governador de Santa Catarina vai
receber o Presidente amanha, para inauguração de um porto, saberia
sobre o que se trata?

390
— Projeto Rosa’s, aquilo que não deixaram sair na reportagem
sobre Matinhos.
— Mas qual a abrangência?
— O presidente vai começar por um porto em Garuva, mostrar o
aterro em Joinville, mostrar as pretensões de transportes naquele pon-
to, mostrar o inicio da obra de ampliação em São Francisco e Itapoá.
— Mandou gente dar estrutura?
— A TV local está bem equipada, mandaram umas imagens bem
legais sobre este novo porto, é um porto para navios de Médio Porte,
para transporte entre portos nacionais. – O diretor passa as imagens
aéreas e Roberto fala.
— Uma super obra.
— Soube que tem uma igual no Paraná senhor, que não temos
ainda uma imagem.
— Acha que eles estão estruturando algo grande?
— Somando os portos, eles teriam capacidade ao final de 4 anos,
para 52 navios ao mesmo tempo, de vários tamanhos nos portos da
Baia de Babitonga, com 5 portos, em conjunto, controlados por uma
central em Joinville, o prédio brilhoso da imagem, porto preparado
para receber quase todo tipo de carga.
— Então o governador lá está sorrindo esta hora, vai conseguir
entregar algo antes do fim do primeiro mandato.
— Sim, mas isto que não entendo, enquanto o do Paraná se faz
de cego, o de São Paulo e o de Santa Catarina, se aproveitam politica-
mente do caso.
— Parece realmente que tem algo errado ai, mas tenta não se
envolver muito, vou evitar passar lá por uns dias e ver se eles mudam,
se o candidato está crescendo e tem tempo de TV, mesmo nós não
narrando, vai estar no programa gratuito.
— Verdade, eles não terão como esconder sempre.
Raquel olha Pedro saindo do helicóptero, este sair e entram no
prédio, e foram a recepção, ele apenas passa o nome e o rapaz pede
identificação e os dois caminham ate o fundo e sobem.
Pedro senta-se na sacada do prédio, que parecia externamente
uma grande concha estilizada, olha o mar e Raquel senta ao lado e
pergunta.
— Aqui que se esconde?

391
— Em parte me escondo em qualquer lugar, ninguém me conhe-
ce, pensa em alguém que tem até vídeo desmerecendo na internet e
que caminha na rua e ninguém nem olha.
— E o que pensa?
— Tenho de não atrapalhar hoje, então vim ver obras.
— Isto é uma obra? – Ela olha em volta – Parece um hotel dife-
rente e bonito.
— Tenho de pensar, e meus pensamentos estão estranhos.
— Estranhos?
Pedro a olha e abraça e fala.
— As vezes me assusto com minhas ideias, uma delas, talvez a
mais pretenciosa de todas, estabelece uma meta, que pode ser con-
quistada de varias formas, mas é a soma de tudo que fara o efeito, isto
é um complexo de hotéis, hora de parar este projeto, o deixar redondo
e diferenciado, e ainda não sei fazer isto.
— E porque estamos aqui?
— Porque os arquitetos que contratei estão todos por aqui, eles
devem estar pensando em terminar os projetos que propus para se
mandarem para casa.
Raquel o abraça e fala.
— Pensei que estivesse pensando em festa, está pensando em
trabalho, a vida é feita para ser vivida Pedrinho.
— Vivida, acho que a vivo demais, mas é difícil explicar.
Ela olha com malicia e ele fala.
— Tem de considerar Raquel, que quando sai da sua casa no fim
de semana passado, não tinha um corte a barriga, hoje quero apenas
conversar, tentar entender tudo que aconteceu.
— Parece bem mais pesado hoje.
— Um dia, se me ouvir falar em Tronos, aqueles seres que indi-
cam o caminho para o Deus, não me ache um maluco.
— Pelo jeito foi mais violento do que falaram.
— Sei que poucos vão acreditar, mas como foi a semana comigo
meio longe?
— Acho que você tá conquistando seu espeço, odeio sentir ciú-
mes de alguém, globais na porta do hospital deixa qualquer uma inse-
gura.
— Certo, tenho de me conter nisto, mas preciso acertar dados
de algo que propus, talvez não esteja na hora de realizar, mas pode ser

392
que ande em paralelo, as vezes ideias para desestruturar a visão que eu
mesmo tenho de mim, e que não saberia ainda defender moralmente
falando.
— Não entendi.
— Programas de Globais, menores de idade, uns safados chegam
a pagar perto de 16mil por programa, no máximo 3 horas, alguém me
apresenta 10 meninas, todas neste momento em Matinhos, a vida me
coloca em contato com muitos empresários que na aparência são de-
fensores da moral, mas são todos uns safados, gente que gasta 16 mil
reais como trocado, eu dou a estrutura, fico com metade, e coloco um
trocado a conta.
Raquel sorri e fala.
— Eu pensando que estava querendo por todas na sua cama, e
esta querendo por gente na cama delas.
— Dizem que eu penso com a calculadora, mas neste caso não é
a calculadora, e a proposta para não chamar a atenção, é uma empresa
de marketing, eu as coloco na propaganda da empresa, ganho com a
imagem delas e com seus corpos, e mesmo assim, todos me olharão
pelo espelho, uma criança, e pensar “isto ai não pode ser quem está
por trás disto”.
Raquel o abraça e fala.
— E pelo jeito elas pensaram que a ideia não foi seria, você su-
miu de lá.
— Tenho de aprender a dirigir.
Ela sorri, fica ali a olhar o mar ao fundo.
Pedro se levanta e fala.
— Vamos jantar, conversamos com os arquitetos e depois tentar
descansar um pouco.
Os dois desceram e Raquel olha o menino como empresário, fa-
lando em 3 línguas, falando de projetos, viu o holográfico que Ma apre-
sentou para ele, a ideia final dos prédios de controle da baia de Babi-
tonga, 5 prédios lindos, afastados, mas que no todo, pareciam a mesma
forma e se poderia dizer qual era qual, Vincent mostra os 3 prédios de
comando da Baia de Paranaguá, e o projeto para as praias de Itapoá.
Rodes apresenta o projeto das 4 pontes finais, sobre baias, uma em
Antonina, uma em Guaratuba, uma em Cananeia e uma nova entre Ilha
Grande e Iguape, pontes diferenciadas, turísticas, não apenas pontes, o
projeto final do Hotel Águia foi modificado, Pedro gostou da mudança,

393
agora não seria mais uma águia ali, seria uma ave natural da região, o
Guará, aquele projeto com estruturas que pareciam imensas penas
vermelhadas sobre um ninho, no topo de uma montanha baixa, deu
um ar diferente, Pedro perde um tempo olhando aquilo.
Os arquitetos foram passando projeto a projeto, e Raquel que
achava que a ideia de Pedro era pequena, fica encantada, pois estavam
falando em mais de 30 obras, todas com arquiteturas diferenciadas.
Pedro agradece, acerta parte das coisas contratadas, e sobe no-
vamente ao seu quarto.
Em Curitiba, o presidente da rede paranaense de Comunicação,
olha a reportagem feita por um repórter do estado ao lado, ficou bem
claro que eles não acreditaram na versão, mas não discutiram, ele sabia
que a pressão estava grande, e aqueles dados da Pesquisa Fox, o fez
olhar para os próprios dados, não os tinha, quando se censura a própria
estrutura, as pessoas param de perguntar sobre o que não querem que
perguntem.
Na sede da Gazeta, o diretor sabia que falara demais para o pre-
sidente do jornal, mas ele tentava aparentar firme para baixo, mas por
dentro estava repetindo para si mesmo a ideia para não a trair.
Todos tinha o crescimento da coligação e eles ainda não tinham
permissão de publicar, estava ficando estranho, pois o que antes era
apenas não narrar um qualquer, poderiam estar fazendo isto com o
próximo governador do estado.
O presidente da Gazeta olha os dados e liga para o diretor, ele
sai de sua sala e entra na sala, arisco.
— Temos de conversar.
— Assunto?
— Viu a pesquisa?
— Sim, todos já viram, está em todas as redes sociais.
— Temos de decidir se mantemos o caminho.
— Cumpro ordens, lembra?
— Acha que eles tem chance?
— Se ficarmos de fora, eles ganham fácil, sabe disto presidente,
é questão de não ter repercussão negativa.
— O problema é não ter repercussão positiva.
— Não entendo esta posição Presidente.
— Segunda mudamos a posição.
— Segunda?

394
— A gazeta de amanha já está pronta, temos uma reportagem
central referente as obras do atual governador.
— Então se o atual governador subir um pouco, ele nos mantem
na rédea curta, bom saber.
— Ele tem bons amigos aqui.
— Amigo é quem alerta do problema e indica os erros, não
quem passa a mão na cabeça nas travessuras, isto é puxa saco.
O presidente olha o diretor e fala.
— Verifica quem tem algo sobre este outro candidato.
— Todos tem, sabe disto, mas nada que interesse ao jornal.
— Como assim, todos tem?
— A parte politica fala em maior convenção já realizada no Pa-
raná, a parte turística, o crescimento turístico no litoral com movimen-
to de hotéis em 70% de ocupação antes da temporada, a industrial,
que projetos novos propostos pelo candidato Silva, poderiam esquen-
tar toda a região industrial de Curitiba, não sendo apenas uma produ-
tora de carros, a ecológica fala que o instituto ambiental deu liberação
a todas as obras em Matinhos, que agora não tinham mais esgotos a
céu aberto, a social, que grandes nomes mundiais, estão confirmados a
passagem de Ano em Matinhos.
— E tudo retido.
— Sabe a ordem, temos reportagens inteiras sobre portos, bar-
radas, temos entrevistas proibidas, temos até pedidos de alteração de
assuntos sérios, mudando o enfoque.
— É serio que Yuri está na campanha de Fabiano Silva?
— Sim.
— O menino, não tem mais passado crônicas?
— Nem falamos disto ainda senhor.
— Disto?
— Ele falou pessoalmente para o redator que não escreve para
jornal de covardes.
O presidente olha o diretor.
— Ele tomou as dores do candidato?
— Não, dizem amigos, que ele ligou pessoalmente para Yuri e o
atraiu para a campanha de Silva.
— Dão muito valor a este menino.
— Ele é uma incógnita, ele transforma a forma de quem fala mal
dele o encarar.

395
— O que quer dizer com isto?
— Yuri foi quem fez a reportagem sobre ele ser uma farsa, ele
não levou para o pessoal e pelo jeito, o jogou no fogo de uma candida-
tura que pretende passar em todo o estado.
— Acha que eles não vão parar um pouco?
— A campanha será oficial na segunda, estou levantando dados
senhor, mas como todos estavam retidos, tenho de os centralizar ain-
da, não sei ainda no que vai dar, mas é provável que tenhamos mais
notas sobre Fabiano Silva do que Cida, pois enquanto um passa em 20
cidades, outra faz duas, isto daria uma diferença imensa em 40 dias de
campanha, até a eleição.
— E pelo jeito estava atendo a eles.
— Existe um repórter nosso em Londrina, que diz que toda a re-
gião, cada cidade, tem um comitê quase pronto, eles numeraram os
comitês, então quando ele passa no de Londrina como o 398, estabele-
ce que se ele tiver um em cada município quase pronto, teria a partir
de segunda, uma campanha começando a andar.
— Começando?
— Isto que estou falando, o Paraná tem nesta eleição nas pes-
quisas o menor índice de brancos e nulos da historia, este pessoal quer
a mudança e isto que fez a campanha dele crescer senhor.
— Acha que ele chega a quanto?
— Não sei, mas acredito que se na segunda, os Petistas começa-
rem a puxar voto para ele, passam Cida.
— Se ele passar Cida, ele começa a poder vencer em primeiro
turno?
— Sim, ele estaria em condições de chegar a 50% mais um, mas
isto saberemos em 20 dias, não hoje.
— E o que recomenda?
— Não pretendo recomendar nada senhor, eu não teria deixado
de publicar, fomos os que deram em primeira mão a obra da BR 101,
dois dias depois, tudo mudou.
— O governador sentiu-se ameaçado.
— E no lugar de fazer campanha, para as noticias do estado, co-
meço a duvidar de tudo que dizem que ele fez senhor.
— Ele é um bom rapaz.
— Vai continuar sendo um bom rapaz, mas pelo jeito, arrisca
não ser o senador do Paraná.

396
— Carvalho não consegue o passar.
— Isto também precisamos de 20 dias para dizer, hoje é cedo.
— Pelo jeito acha que eles vão acelerar e passar.
— A pesquisa da Sexta que vem, vai nos dizer quais as reais ten-
dências do estado senhor.
— Vou falar com uns amigos.
— Fala, pois nosso jornal, perdeu anúncios, e não sei como vai
ser em todo o conjunto de locais, pois parece meio desespero analisar
as coisas como eles fizeram.
— Vou falar, mas ainda acho que teremos pressão.
— Se é amigo do governador, alerta ele, que não adianta escon-
der os fatos, ele vai perder a eleição por achar que já esta ganho.
Raquel olha a cicatriz no peito de Pedro e fala.
— Isto dói?
— Segunda tiro os pontos finais.
— E anda por ai como se não tivesse costurado.
— Tem coisa que faz pior a vida, e uma é sentir-se morto a cama,
mas por isto tenho de descansar.
Ela sorri e pergunta.
— O que faremos amanha?
— Uma vistoria em tudo antes do presidente chegar por ai.
— Vai falar com o presidente? – Raquel incrédula.
Pedro sorriu daquele jeito sempre doido, põem uma proteção na
operação e vai a um banho, com todo cuidado, ele deita e Raquel o
abraça.

397
Sábado e Pedro acorda cedo, ele põem uma
roupa confortável, e foi a região de veículos elétri-
cos, põem duas baterias extras na parte do fundo e
começam a sair do hotel, eles pegam o elevado, um
rapaz abriu para eles avançarem, estavam asfaltan-
do os acostamentos, colocando as ultimas lâmpa-
das, as sinalizações de centro, olha para cima, esta-
vam em uma rodovia coberta.
Raquel viu que Pedro parou em alguns tre-
chos para verificar.
— Vai mesmo ver se está tudo pronto?
— Sim.
Eles chegam ao contorno e Pedro verifica se
as sinalizações de interdição a frente, desvio, estavam todas postas,
olha as estruturas pesadas de concreto no sentido que vinha de Cana-
neia, para não passarem a frente.
Raquel viu que era serio, avançaram até Cananeia, e os detalhes
da ponte estavam sendo erguidos e colocados, uma coisa era falar que
tinham apenas uma ponte, eles tinham uma ponte que agora, ganhava
toda uma pintura, ele não pegou no sentido de Praia Grande, porque
sabia que a mesma iria apenas até a beira da praia, a parte aérea, mais
ao fundo da cidade, avança, ele olha cada entrada, cada saída, a ponte
entre Cubatão e a Ilha de Cananeia, a rodovia continuar a norte, as
linhas duplicadas para cada rodovia que saía daquela, ele olha para os
acabamentos, o carro elétrico para mais a frente em uma construção,
hotéis Rosa, Raquel vê a imensidão daquilo, bonito, planejado mas
imenso, Pedro olha um pouco, fotografa, Pedro fotografa aquela estru-
tura imensa das empresas Rosa, linha náutica, olha para a estrutura,
teria de achar alguém para tocar aquilo. Continuam e quando a estru-
tura passa sobre a SP222, e vai paralela a ela, agora asfaltada e dupli-
cada ao lado, e aquela rodovia suspensa, imensa caminhando paralelo
olha o acesso para Ilha Grande sinalizado, olha para a ponte ao fundo,
nova, olha para a estrutura da nova ponte sobre o rio, iriam levantar as
laterais, um muro que muitos reclamariam, mas que deixaria a cidade
sem agua dentro dela em enchentes do rio Ribeira, a estrutura de doca
e porto para pequenas embarcações ali, em Iguape, ele fotografa e
olha que a SP 222 volta a se afastar deles e a rodovia passa sobre a

398
área de proteção de Iguape, suspensa, alerta que postos de gasolina
somente em Peruíbe 60 quilômetros a frente.
Pedro vai calmamente pela rodovia, verificando, olhando os de-
talhes e quando chega a Peruíbe, os rapazes ajeitavam a praça de pe-
dágio, da entrada inicial da obra, e sabia que as coisas estavam quase
prontas, pois estavam instalando os sistemas de cobrança, chega ao
lado do carro de Cecílio que olha o menino ali e sorri.
— O menino que me convenceu deste investimento.
— Como estão as coisas Cecílio?
— Pelo jeito iria fazer o que está fazendo.
— Acho que conseguem acabar o trecho em São Paulo amanha.
— Os rapazes do instituto ambiental estão intrigados com a
obra.
— Eu estou intrigado como eles podem se dizer defensores de
algo, se não olham o básico. – Pedro.
— O que tanto falta?
— Estão pintando a ponte sobre a baia que liga a Ilha Grande,
tanto na parte da cidade, quanto na altura de Cananeia, estão termi-
nando de asfaltar as ligações para a duplicação da SP222, estão mon-
tando parte dos trilhos para a estrutura, mas isto nem vamos inaugura-
ra ainda.
— E a parte de Santa Catarina?
— Não fui ver os portos ainda, daqui a pouco vou para lá.
— Acha que inauguramos até Antonina quando?
— Não depende de nós e sim de uma ponte sobre a baia, a obra
estará dia 15 de novembro na entrada da ponte, o problema, quanto
tempo demoramos para fazer a ponte?
— Guaraqueçaba?
— Precisa acabar duas pontes, para estar pronta, eu não fui na-
quele sentido ainda.
— Ali quer aprontar até dia 15.
— Sim, Guaraqueçaba até dia 15.
— E veio de carro elétrico?
Pedro apenas olha sem graça.
— Não posso dirigir outra coisa ainda.
— E como está o caminho?
— Fiz a vinda, a volta fazemos juntos.
Cecílio sorriu e falou.

399
— E vai demorar por aqui?
— Não, apenas verificando, não gosto de passar carão na frente
de Governadores e Presidente.
Pedro começa a voltar e para em alguns pontos, Cecílio viu que o
menino era detalhista, ele anota todas as divergências, e o engenheiro
do ministério do Transporte que acompanhava Cecílio, olha para o
senhor.
— O que ele acha que está fazendo.
— Tem de considerar que ele é detalhista, não sei, mas o que es-
tá achando da obra?
— Bem estruturada, pensei que era uma pista simples, vocês es-
tão passando toda estrutura alta e baixa de uma vez, não entendi as
ferrovias baixas.
— Tentar a permissão de ligar Santos a Paranaguá via ferrovia.
— E se não der?
— Se não der, usamos para outra coisa.
— Não tem muita coisa a fazer com uma estrutura assim.
— Pelo contrario, tem muita coisa que pode ser feita, com sis-
temas de distribuição rápida, sistema de trens de passageiros, pois a
parada sul disto vai ser Joinville, uma ligação de distribuição destas,
faria desenvolver a região.
— Acho que não sabe do que está falando Cecílio.
— Assim como você acha que o menino não sabe o que está fa-
zendo no caminho.
— É uma criança.
— Sei disto, mas se um dia quiser um desafio, que sei que o me-
nino encara facilmente, lhe proponho.
— Desafio?
— Fechar o calculo estrutural de um prédio de 60 andares, sei
que o menino sabe calcular isto, quer encarar?
O motorista olha para o rapaz pelo espelho e Cecílio fala.
— O que acha que ele está verificando? – Pergunta para o enge-
nheiro, que estava ao volante.
— As iluminações noturnas, são baseadas em refletivos, dos dois
lados, ele parou em todos os trechos que ainda não estão colocados,
ele está pensando na noite, não no dia.
— Não entendi a precaução? – Engenheiro.

400
— Este é um trecho de rodovia, federal, iluminada, com sistemas
de aquecedores nas colunas, para dias muito úmidos, reduzindo a ne-
blina internamente, mas com alertas luminosos em todas elas em dias
de neblina forte, nestes dias, os holográficos tem de estar em todo o
percurso.
— E qual o custo de manter uma rodovia acesa a noite.
— Isto é coberto pelo pedágio rapaz. – O engenheiro que olha o
menino parar mais uma vez, mas desta vez ele olha para o carro, então
Cecílio desceu e caminha até ele.
Cecílio olha que tinha uma saída a frente, a sinalização não esta-
va lá e o menino olha.
— Faltou a sinalização da saída para Registro, estava nas placas a
serem postas ontem.
O engenheiro volta a caminhonete e pega o prospecto e olha pa-
ra ele e fala.
— Sim, pior que confirmam ter colocado ontem.
— Do outro lado estava a sinalização, ai fala nos dois lados da
rodovia, saída a 1quilometro, 500 metros e duzentos metros, dos dois
lados da pista, neste lado não tinha nenhuma delas.
O engenheiro sorriu e falou.
— E dizem que não sabe o que está fazendo?
— Eu propus fazer uma BR em meu estado, BR101, mas para is-
to, teria de ligar ela a BR101 dos estados vizinhos, pode parecer que
não sei o que estou fazendo rapaz, mas sei que fiz os engenheiros cal-
cularem estas estruturas para resistir a um furacão categoria 5, temos a
chance de ter um aqui a cada 100 anos, nunca tivemos, mas se levar o
azar, quero a estrutura no lugar.
— Acha que esta placa é importante?
— É a saída que geralmente poucos vão usar, mas é a que nos
daria mais lucro, ele usou 60 quilômetros e pagou para usar os 500.
— E acha que eles usariam isto mesmo assim? - O fiscal do mi-
nistério do Transporte.
— Quando o Ribeira do Iguape transborda, talvez sejamos a úni-
ca ligação rápida da cidade para fora, e de fora para a cidade.
O engenheiro olha para o rio ao fundo e fala.
— Esta região se modifica muito em época de enchente. – Ele li-
ga para o rapaz das placas e pede para instalarem, não estava lá.
Pedro volta ao carro, Raquel parecia entediada, ele sorri e fala.

401
— Quando falo que trabalho no fim de semana, muitos duvidam.
— Você não para, mas a obra é imensa.
— Sim.
A próxima parada foi na saída para Pariquera Açu, as placas es-
tavam lá, mas ele para e olha se a linha de ligação estava feita, pois
teria uma linha de trem aérea até Jacupiranga por ali.
Cecílio viu que o menino estava mais preocupado com a estrutu-
ra que ele iria olhar e ouve o fiscal.
— O que tanto ele olha?
— Aquele menino é Pedro Rosa, ele talvez quando estiver com
minha idade senhor, seja o ser mais rico deste país, então ele é diferen-
te, ele tem uma ferrovia aérea paralela ao centro da duplicação da
SP222 que vai até Jacupiranga, onde tem um porto seco, neste ponto,
os trens de carga vão desviar para Jacupiranga, e ele quer saber o
quanto disto está pronto.
— Mas isto nem será inaugurado.
— Ele não vai voltar para fazer de novo senhor, ele quer que fi-
que pronto e depois os trens venham a fazer direto.
— Como aquilo ali pode ser Pedro Rosa.
— Sendo.
Pedro para um pouco, ele troca a bateria do carro e volta a ace-
lerar, a próxima parada, a ponte desta rodovia sobre o canal, antes
dele a saída para Pedrinhas, depois dele, o canal com parte da estrutu-
ra das industrias, depois os estaleiros, depois os dois hotéis, e logo
após Cubatão o grande pátio de manobras ferroviária, e a saída a oeste
da rodovia que iria até Cajati.
O engenheiro viu que o menino pareceu gostar quando passou
daquele ponto, e param a entrada para Cananéia, depois pegam o tre-
cho até Ariri.
O rapaz do ministério do transporte olha Cecílio e fala.
— Vou dar sinal verde para cobrança de pedágio, você realmen-
te fez a rodovia, alguns diziam ser impossível, outras impraticável, mas
vocês realmente a fizeram.
O rapaz pareceu ir no sentido da Rodovia, e Pedro olha para Ce-
cílio e pergunta.
— Ele sabe onde está?
— Nem ideia.
— Vamos ver a parte que não sei se inauguramos hoje?

402
— Porque não quer inaugura se estiver pronto? – Cecílio.
— Politica, se o vice governador o fizer, semana que vem, tem
outra conotação.
— Certo, ele ainda poderia inventar algo para não inaugurar.
— Mas olhamos, a ultima vez que fiz por cima, faltava alguns
trechos, dizem ser um caminho de luz a noite para referencia aérea. –
Pedro olhando para o engenheiro. – Pois a parte ligada mesmo com
interrupções, de longe parece sequencial.
O rapaz volta e fala.
— Acho que não sei onde ficou meu carro.
Pedro sorriu e perguntou.
— Deixou o carro onde?
— Peruíbe.
Pedro olha para o celular e pede um helicóptero, o rapaz estra-
nha, mas o mesmo surge no ar e ele passa as coordenadas, o rapaz
sobe e Cecílio fala.
— Não sei o que ele pensou?
— Que fizermos alguma grande volta, e chegamos perto do ini-
cio, só pode ser.
Pedro sobe no carro elétrico e acelera no sentido que vieram,
agora na contramão, chega a entrada e pela parte de acesso vinda da
outra para esta, acessa a parte de vinda da BR101 no sentido Paraná,
na contramão.
Cecílio olha a manobra, entendeu, a parte normal estava interdi-
tada por estruturas pesadas de concreto, por ali, teriam acesso, eles
começam a avançar, e quando chegam ao primeiro retorno, Pedro
entra nele e faz ele por cima, para a parte correta da pista.
Cecílio viu que o menino queria olhar como se estivesse mesmo
na rodovia, ele estava admirado, pois parecia que a rodovia estava
pronta, somente 10 quilômetros a frente, ainda estavam asfaltando o
outro lado da pista, Pedro para e olha a obra, o engenheiro olha para a
região e fala.
— Nem saberia onde estou.
Mais a frente a placa bem vindos ao Paraná fez eles olharem pa-
ra o outro lado, a placa inversa também estava lá, quando eles chegam
a saída para Pedra Negra, Cecílio olha que a rodovia continuava aérea,
dava a sensação de que ia longe ainda, mais a frente, o contorno para
Guaraqueçaba, mas o menino parou apenas um pouco, olhou a rodovia

403
avançando no outro sentido, mas continuou na BR 101, e Cecílio viu
apenas mais dois trechos em construção, mas muitos detalhes ainda
por fazer e param na entrada da baia de Anônima, se via a imensa es-
trutura para a ponte a frente, um retorno antes dela, onde o menino
faz o retorno e para sobre a estrutura.
Cecílio para ao lado e olha o menino fotografar, ele olha o enge-
nheiro e fala.
— Começa a verificar esta parte assim que inaugurarmos a ou-
tra, viu que nem tudo estamos fazendo.
— Sim, estamos a uma Ponte de Antonina.
— Lembro de ter perguntado ao menino se iriamos construir em
4 anos, eu duvidei que dava.
— E estamos quase lá?
— Sim, o problema é que uma ponte desta, demora perto de 48
meses para se esticar todos os cabos.
Pedro olha Raquel e fala.
— Sei que deve estar chato.
— Você está construindo uma ligação que não existe entre o Pa-
raná e São Paulo, e pelo jeito tem pedágio.
— Sim, não sei ainda se é algo que vai me empatar dinheiro ou
gerar receita por 100 anos.
— Ela está bem construída aparentemente.
Pedro sorriu e falou olhando Cecílio.
— O retorno vai ser mais complicado, mas quero verificar a ou-
tra ponte.
— Outra?
— Esta rodovia, quando chega a altura de Guaraqueçaba, tem
uma entrada a direita, que dá em outra ponte, que acaba sobre a cida-
de.
Eles começam a voltar e quando pegam a direita na placa indica-
tiva, depois de desviar dois pedaços de trabalho com pessoas asfaltan-
do a região, colocando os postes de iluminação, entram na parte da
ponte e Pedro para sobre ela.
Cecílio olha o pessoal pendurado colocando acabamentos e olha
para o engenheiro.
— Disto que falava?
— Sim, ele não está nos prazos normais, ele já construiu duas
pontes sobre a baia somente em Cananeia, agora nos mostra esta, no

404
meio da baia, onde poucos viram, e se ele colocar quem estava nas
demais fazendo a de Antonina, vai acelerar em tudo.
O engenheiro olha para a ponte e olha para parte baixa e fala.
— Ele aqui tem ferrovia também, ele quer mesmo ligar a região
via ferrovia.
Cecílio olha e fala.
— Como se diz, estamos entrando na historia do estado agora.
— Com certeza, este consorcio de empresas entra para a historia
do estado.
— E pelo jeito eles fizeram sem parar nem a noite.
— Obras com prazo, quanto menor, mais baratas.
Pedro volta ao veiculo e para a beira da baia em uma lanchone-
te, Cecílio olha ele pedir algo para comer e chega a mesa.
— Esta é mesmo uma imagem que ninguém ainda sabe onde fi-
ca. – Cecílio olhando a ponte sobre a baia ao fundo.
— Como digo, hora de terminar estes projetos Cecílio.
— E pelo jeito está segurando as coisas?
— O governador se afasta na segunda, dai colocamos os pros-
pectos de aceite do novo governador, sobre a obra e colocamos gente
a fazer as duas pontes que eles conseguem ver, a de Antonina e a de
Guaratuba.
— Tinha esquecido da de Guaratuba, mas tem mais alguma?
— Sim, uma de ligação entre a Vila da Gloria e Joinville, e uma
nova de acesso a São Francisco, quero reabrir o canal.
— Reabrir o canal e fazer o que?
— Apenas projetos de cultivo, de produção e de industrias, que
na parte voltada para a Barra do Sul, quero por um estaleiro e uma
linha de industrias de alimentos.
— Não vai parar?
— Não, vou continuar até onde conseguir, como falei, eu vou
ajudar a melhorar, mas não vou parar em ideias que acho que não são
da minha responsabilidade, como Saúde, Educação, posso ter um hos-
pital, ter um Grupo Escolar, mas terei eles por motivos de investimen-
to, não quero a responsabilidade de dar educação a todos.
— E no que pretende se prender?
Pedro olha para suas mãos, as vezes ele olhava para lembrar que
era ainda o mesmo, embora ele as vezes o fizesse e visse pelos olhos de
muitos seres, e fala.

405
— Nunca esqueçam, tenho apenas 13 anos, posso estar errado,
nem me lembro quem falava que cidades, sejam elas pequenas como
esta, ou grandes como Curitiba, tem de se basear em sustentabilidade,
esta está sendo apresentada ao mundo agora, era tão isolada, que
poucos paranaenses a conheciam, então primeiro, ter acesso, segundo,
ter algo que os prenda da terra, empregos em um local digno, terceiro,
que eles tenham as estruturas básicas do estado os abraçando, sempre
se diz que um bom médico, com interesse, vale mais que um hospital
inteiro com toda estrutura, se quem lá trabalhar não estiver compro-
metimento com o atendimento.
— E Silva vai passar por aqui? – Cecílio.
— Passou na Quinta.
— E pretende ter algo além dos hotéis aqui?
— Provavelmente algo a nível cultivo, mas estou pensando em
algo que vai continuar a não aparecer nos mapas.
— E como teria algo que não aparecesse e prendesse as pessoas
ao local.
— Deixar claro que não pretendo prender ninguém ao local, pre-
tendo acertar com o governador a ampliação desta reserva, o reter de
crescimento sem controle desta região, mas para isto, eu não posso
sofrer com plásticos que vem da cidade, não posso arriscar não ter uma
proteção de entrada, que vede uma entrada de piche no interior da
baia, por outro lado, tenho de ter algo que ofereça retorno, para que a
prefeitura tenha recursos e não dependa de verbas apenas de preser-
vação, é isto que facilita as propinas e desvios de conduta.
— E acha que tem algo estrutural?
— Sim, mas o que vamos falar ainda está sobre estudos e requer
aprovação, que não conseguirei neste governo.
— Qual a ideia? – O engenheiro.
— Existem em si três projetos locais além dos hotéis, que geram
na região apenas 300 empregos, isto já desafogou o fluxo de pessoal, a
cidade é pequena, mas temos uma costa reta, que se estende por qua-
se 30 quilômetros, mas em dois quilômetros dela, onde não se vê qua-
se nada, a 130 metros da praia, a 12 metros de profundidade, fazendo
aos poucos, podemos por um sistema que usa a maré para obtenção
de energia, para chegar aos dois quilômetros de largura que pretendo,
requer tempo, mas geraria a energia para todo o município, no consu-
mo que teremos daqui a 30 anos.

406
— Energia limpa, mas não precisaria de um esforço tão grande
para isto, a região não consome tanto. – O engenheiro.
— Sim, mas ela não recicla seu lixo ainda, ela não trata seu esgo-
to residencial ainda, as vezes sofre apagões graças a chuvas que eles
nem veem cair aqui.
— Algo a estabilizar e da região? – Cecílio.
— Sim, o segundo ponto, a dois mil metros da costa, temos uma
elevação de solo, na altura da ponta da Ilha de Superagui, mares muito
baixas chegam a deixar apenas 6 metros de agua sobre a região, num
teste feito via satélite, que não deveria ter tido acesso, dizem que abai-
xo daquilo tem uma reserva de gás imenso, queria propor ao próximo
governador a criação da nossa Companhia de Petróleo e Gás, mas não
como eles fazem na baia de Campos, mais a frente, faríamos uma pe-
quena ilha, e disporíamos de equipamento para extração, armazena-
mento e transporte do material, é próximo, podemos até dispor de um
gasoduto no sentido de Paranaguá.
— Sabe se é rentável? – Cecílio.
— Se for bem rentável, vou tentar fundar a minha companhia.
— Sabe a degradação que isto pode gerar? – O engenheiro.
— Sei que quando se extrai em alto mar, o risco é grande, mas
15 metros, eu consigo cercar, consigo drenar, e construir toda a estru-
tura como se fosse terra seca, dai sem pressão me disseram que é mais
seguro, como seria uma região cercada, não teríamos a degradação
nem que houvesse uma tragédia.
— E quer isto ali porque?
— Senhor, hoje quem controla o gás de cozinha, interfere no
preço da comida mesmo dentro de casa, se eu tiver como a controlar e
fornecer, eu seguro as altas internamente, ganhando com as altas ex-
ternamente.
— Aquele papo de prover pessoas melhores? – Cecílio.
— Sim, mas a pretensão na região é dar acesso, fechar explora-
ções ilegais, então se Silva ganhar, está no projeto dele, a ampliação e
conservação do parque de Superaguí, se ao lado, dentro do munícipio,
eu tenho como ter turismo, controlar o meu lixo, gerar energia elétrica
através de ondas, e dispor de um produto para vendas, eu gero a inde-
pendência financeira do município, ampliando a preservação.
— E passando uma estrutura de ligação por cima de tudo.

407
— Sim, e do lado Paulista da Ideia, ampliar a Reserva Florestal de
Cananeia, vamos aos poucos esticar a ideia através da Serra, para An-
tonina ao lado, e talvez garantir uma área de preservação, para muitas
espécies, mas área de preservação com humanos vivendo bem.
— Ouvindo você falar não diria que aterrou um mangue inteiro.
Pedro olha o engenheiro e fala.
— Acho que gosto de dispor de projetos como eu os quero exe-
cutar, não como os demais o querem, sempre digo que se não der em-
prego as pessoas, eu arrisco mais a mata do que se os mantiver ocupa-
dos, chamar aquilo de mangue preservado era algo cômico, esgoto
correndo nele, lixo e plástico por todo lado, buracos para retirada de
caranguejo, armadilha para siri abandonadas a todo lado, sim, aquilo
era um verdadeiro paraíso ecológico.
Cecílio sorriu e perguntou.
— Vai daqui para onde?
— Joinville, amanha eu nem passo perto de nada, mas pensa
que esta parte, poderíamos estar inaugurando agora, se o governador
não nos tivesse parado por quase 5 dias.
— Ele está colhendo o que plantou, embora alguns vão atribuir a
ele a obra.
— Cecílio, eu não tenho nada contra ele, apenas não quero ele
nos atrapalhando, como sempre digo, eu não levo para o pessoal nun-
ca, não tenho tamanho para isto.
A chegada da comitiva na região de Pato Branco, viu grandes
nomes da cidade, virem a apoiar a mudança, parecia que todos queri-
am algo diferente, mas para cada cidade, uma proposta, uma ideia
trocada, Fabiano anotava, Yuri viu que o prefeito sabia dizer vamos
verificar, nada de dizer não, mas nada de se comprometer antes da
hora.
Cida lê a noticia na Folha de São Paulo, onde destacava as inau-
gurações do governador do estado vizinho, e das ideias inovadoras de
um grupo de empresários que dilatavam sua estrutura do estado ao
lado, para aquele.
Ela olha as imagens e pensa no que eles pretendiam, lembra de
que lhe falaram que era obra para o final do próximo mandato, olha o
assessor José.
— O que acha destas obras?

408
— Que algo este errado Cida, não sei o que, mas muitos empre-
sários que nos prometeram apoio, não colocaram dinheiro esta sema-
na.
— Pelo jeito é serio que eles tem uma proposta.
— Quer ver um detalhe que não temos nem na Folha e nem nos
nossos jornais?
— Bomba?
O rapaz abre uma versão do New York Times em Inglês e põem a
mesa e fala.
Cida olha, repara no projeto inteiro disposto ali, entre São Paulo
e Santa Catarina, olha os detalhes, as pontes, os prospectos ferroviá-
rios, os prospectos de industrias em São Paulo e Santa Catarina, os
anúncios para Janeiro, fevereiro e março, de eventos na região, janeiro
com o lançamento da coleção de Joias de Rosa Diamantes, uma ima-
gem do colar que Carla fez, um torneio de Tênis, com pagamento de
um milhão de dólares ao vencedor, estava atraindo muitos para aquele
evento no Brasil, por fim um torneio de Golf, também com premio alto,
com mais de 12 celebridades do Golf já confirmadas.
— Acha que eles fazem tudo isto?
— Existe na reportagem o estabelecer do que está construído,
em cores, em preto e branco, o que querem construir.
Cida olha outro assessor chegar e a olhar.
— Fala.
— Estão distribuindo na cidade. – Eles estavam em Maringá.
Cida pega o jornal e a indagação, não era contra ela, mas contra
o governo atual, que de alguma forma, dominava os meios de comuni-
cação, que enquanto se lia noticias sobre a evolução do litoral parana-
ense em Santa Catarina, em São Paulo, em Paris, New York, até a Ar-
gentina e o Paraguai discutiam a evolução, nenhuma linha no estado
do Paraná, nem as pesquisas de opiniões, estavam saindo.
Cida olha as imagens, a construção, as indagações, e por fim, na
pagina 4 e 5, jornal aberto, um mapa do estado do Paraná, e uma soma
de mais de 600 indagações de mudanças, dentro da proposta, 40 anos
em 4, Paraná, futuro já.
Cida olha o jornal, a qualidade de impressão, volta os olhos ao
New York Times e pergunta.
— Quem é este repórter, Pedro Travesso, que escreve para o
New York Time.

409
— Não conheço senhora.
— Tenta descobri, a imagem dele do New York Times, está mais
definida do que a da campanha, preciso saber o que é real, mas tenho
a agenda até segunda nesta região, mas marca algo no litoral, me con-
seguindo um helicóptero, para segunda.
— Não entendi.
— Jose, não quero brigar com o governador, mas se ele não viu
esta obra, algo está errado, se ela existe, temos de saber, estamos no
governo que permitiu isto, e não estamos usando politicamente isto, e
no lugar disto, a oposição já sabe e se propõem ir do que tem neste
jornal a frente.
— Algo que ache interessante?
— Se for real o que diz ai, mesmo não falando, se eleita, vou
querer pensar nisto, se podemos ter uma empresa estatal de Gás de
Cozinha, podemos dispor disto como parte de vantagens, de renda, e
recursos, precisamos aumentar os recebíveis para avançar.
Jose que trouxe o jornal estrangeiro fala.
— Pior que o governador nos fez acreditar que eles nem tinham
estrutura, projeto, dinheiro.
— Disto que falo, se todos os meios na segunda falarem do can-
didato deles, já terá ficado o fato, de até amanha, não terem falado
nada, estar nos jornais mundiais e nada no nosso estado.
— As vezes as pessoas esquecem que campanha no Paraná não
é limpa, e Requião está do outro lado.
— Me levanta dados, não temos nada contra este rapaz, pode-
mos atacar a vice dele, mas não temos nada contra ele.
— Vou verificar.
O jornal distribuído em 398 municípios, com adesivos de gover-
nador, senadores e os números da legenda, fez parecer que a campa-
nha estava imensa.
Na Gazeta do Povo, meio da tarde de Sábado, domingo já estava
pronto, o diretor olha o redator lhe chamar e põem a mesa o jornal que
estavam distribuindo nas principais praças da cidade.
O diretor olha a reportagem e as indagações, não deram nomes,
mas estava ali a afirmação que eles negaram, mas sabiam ser verdade.
— Qual a abrangência disto?
— Não sei, tem repórter nosso de todo estado perguntando qual
será nossa reação a isto.

410
— Vai dar merda, não temos mais como recolher domingo.
— Acho que isto que eles querem, que fique bem evidente, pois
não saiu nada da oposição, mas temos uma reportagem falando bem
do governador.
— Agora é esperar segunda, manda todos relatarem o que acon-
teceu no estado, amanha vamos decidir se mudamos ou encaramos.
— Vai falar com o presidente?
— Ele não me atende desde a discussão de ontem, ele acha que
nada disto aconteceria.
— Mas tentou?
— Lógico, mesmo que depois ele fale que deveria ter ido até ele,
pois era urgente.
— Não entendo esta inercia? – Redator.
— Acho que eles vão acabar fazendo uma pesquisa no meio da
semana, não no fim, pois estas indagações mudam muita coisa.
— Eles nem viram nada. – Redator.
— Por quê?
— Não sei por que, se é falta de assunto, mas New York, Paris,
Berna, Roma, Bonn, Los Angeles, tem alguma reportagem sobre o can-
didato revolucionário, Fabiano Silva.
— Comprado? – Redator.
— Deve ser falta de assunto, mas a indagação de que teremos
em Janeiro, em um hotel em Matinhos, das 300 maiores joalherias do
mundo, para o lançamento da Rosa Joias, e que a cidade se preparou
para isto, lançou as mudanças da cidade em todas as reportagens.
— Não entendi isto.
— O menino não me responde mais, ele saberia.
— E porque ele saberia?
— Tem um colar na reportagem do New York Times, que é cita-
do na reportagem em Bonn, na Alemanha, que pode ser joia mais cara
da historia que será vendida em Matinhos, em Janeiro.
— E o que seria isto?
— A discussão é referente a qualidade do diamante, que se for
de qualidade alta, é um colar para variar de 800 milhões a um bilhão de
dólares.
— Está falando serio?

411
— Sim, lembra que prenderam Joaquim Moreira por dar um tiro
num segurança na Marechal Floriano, num prédio que poucos saberi-
am o que funcionava ali?
— Sim.
— Ali funciona a Rosa Diamantes, o advogado da empresa, inda-
gado sobre o motivo que faria Joaquim entrar lá atirando, ele deixa
escapar que a coleção de joias da Rosa Diamantes estava sendo con-
feccionada naquele prédio, agora pensa, 300 peças onde a mais cara
vale 800 milhões, é algo realmente que mudaria muita gente de lado.
— Eles mudaram o lugar?
— Sim, e ninguém sabe para onde.
— Ele nos poria como a cidade que produz as joias mais caras do
mundo, é o que está falando?
— Sim, a discussão entre a qualidade e a dinâmica das peças, es-
tabelece na discussão que está sendo travada lá, parece para gerar
compradores, que seria uma coleção que inteira valeria 2 bilhões de
dólares, mais de 5 bilhões de Reais.
— Dai não teria nada que convencesse o mundo que o menino é
uma farsa.
— Mas nada convence eles que o menino é o dono, esta discus-
são é nossa, mas se estamos com o proprietário de algo que vale um
bilhão de dólares, temos um bilionário, explicaria todos os recursos,
todas as obras.
Os dois discutem o que poderiam fazer, ficaram a pensar numa
saída, mas não dependia deles.
Yuri no centro da pequena cidade de Pranchita olha em volta e
sorri, estava na cidade que não sabia onde ficava.
Inauguram mais um comitê, os candidatos a senador conversa-
ram com os vereadores e prefeito da cidade, poderiam ser apoio de
Cida, mas a frase de Silva os deixou ouvindo.
— Sei que são apoio dela, mas se me eleger, serei governador de
todos, e preciso saber o que a cidade quer, ter um projeto para a cida-
de, não quer dizer que a cidade queira o projeto.
Ele discute com eles a construção do canal do Rio Santo Antônio,
a construção do porto, toda a estrutura que poderiam gerir em refor-
mas de colégios, e da cidade, Silva se propôs a voltar após as eleições e
deixa os 12 vereadores olhando o prefeito.

412
— Não sei prefeito, mas a ideia, se colocada em pratica, viramos
município respeitado.
— Ele tem coragem, pior, ele tem o projeto de estudo disto, vi-
ram aquilo?
— Sim, temos de pensar sobre aquilo, eu gostei da ideia. – Fala o
presidente da câmera que pensa no que vira, sabia que no comitê do
candidato deixaram a holografia daquilo, olha para o prefeito e fala
meio descrente. – Tem de considerar que pela primeira vez, vejo um
plano de governo que realmente coloca nossa cidade no projeto.
Yuri viu na saída que as pessoas estavam impressionadas e pe-
gam a estrada para Perola do Oeste.
Carreata pelos 27 quilômetros entre as cidades, fez ele ver que
começavam a ter pessoas aderindo, Requião olha Yuri e fala.
— Nunca vi um projeto destes, ele quer mesmo fazer tudo isto?
— Se ele se eleger Senador, teremos de conversar, mas quere-
mos os dois lá, não apenas um.
— Acha que consigo passar o governador? – Carvalho.
— Hoje começou a campanha oficialmente, com a distribuição
do jornal em 398 cidade, na quarta, sai o segundo, vamos por ideias e
discussões politicas, a cada 3 dias, na mão dos eleitores, eles vão ter na
mão deles Carvalho, neste mês, mais do dobro de propaganda sua do
que do atual governador, tem de ver, que estamos começando.
Pedro olha o prédio em Joinville e olha o prefeito parar a sua
frente, um senhor de descendência alemã de quase dois metros diante
de Pedro, o fez olhar para cima, era uma parede a sua frente.
— O que está achando prefeito?
— Assustador esta obra, poucos viram ainda, mas não entendi a
ideia ainda?
— Um porto de contêiner, que permita vender os produtos da
região para o país inteiro, embarcam aqui e descarregam em Manaus,
alimentando as industrias de tecido, de comida, de maquinários da
região.
— Apenas local?
— Não, mas temos de treinar o pessoal começando por algo,
acho que daria para exportar cristais, porcelana, tecidos, maquinários,
carne, peixe, comida processada, entre outras coisas, mas para garantir
a estrutura, vamos primeiro embarcar em comércios locais ou próxi-
mos, para adquirirmos pratica e dinâmica de funcionamento.

413
— O que o presidente vem inaugurar?
— Parte das linhas ferroviárias, parte dos portos, é ano politico,
sabe do que estou falando.
— Não gosto dele. – O prefeito.
— Não escolho lado, apenas não invisto na resistência, quando
dá apenas para abrir a porta e fazer de conta.
— E colocam uma criança para cuidar disto?
— Não senhor, tem mais de 5 mil pessoas em vários pontos, fa-
zendo esta obra.
Em Brasilia o Ministro da Casa Civil recebe a confirmação das
inaugurações e passa o programa de inaugurações do dia seguinte para
o presidente.
O mesmo olha para ele pela porta e pergunta.
— Qual trecho vamos inaugurar amanha?
— A parte Paulista, que liga basicamente a BR101 até a divisa sul
do estado.
— O governador com certeza estará lá?
— Sim, toda a linha politica estará lá.
— Acha que eles fazem mais um trecho para quando?
— O problema maior agora é uma ponte sobre a baia de Antoni-
na, eles levantaram as estruturas, mas agora tem de passar os cabos da
ponte suspensa.
— Este trecho faria o que?
— Quando eles terminarem a ponte senhor, eles inaugurariam
até o ponto que o senhor foi inaugurar, existem trechos intermediários
também em construção, mas a BR 101 no Paraná, estaria no seu currí-
culo senhor.
— E ainda tenho de pensar na semana seguinte a outra propos-
ta.
— Sim, e pelo jeito é seria a ideia?
— Eles entregaram mais coisas lá?
— Sim, mas eles querem poder inaugurar algo grande dia 15 de
novembro.
— Grande como?
— Um trajeto de trem entre Registro, passando em Antonina,
Paranaguá e terminando no porto de Joinville.
— Inaugurando tudo?
— Nem entendi o tudo ainda senhor.

414
— Certo, devem estar correndo por lá.
— Mas tem região reclamando.
— Eles comeram dinheiro e não fizeram nada, tenho de ter
obras para o partido.
O ministro sorriu.
Pedro olha para a fazenda de camarão em São Francisco e estica
a mão para um senhor e fala.
— Deve ser Eduardo Mueller.
— Vai dizer que você é Pedro Rosa.
— Em pouco tamanho e osso.
— Veio ver a estrutura?
— Sim, terminaram de construir os tanques?
— Não entendi a logica.
— Na parte baixa, 48 tanques de camarão, a cada 15 dias come-
çamos a criação em um dos tanques, em um ano, a cada 15 dias, esva-
ziamos dois tanques, em teoria, daria para criar 4 mil quilos de cama-
rão por tanque, o que nos daria 8 toneladas de camarão prontos para
comercialização a cada 15 dias, esta é a ideia.
— E teríamos mercado?
— Mercado se constrói, mas a qualidade o faz, não outra coisa, e
por isto, temos um frigorifico ao fundo.
Pedro olha para a baia e fala.
— Fecharam os 5 trechos que foi pedido?
— Sim, colocaram lá já em cada uma delas um tipo de mexilhão,
pelo jeito quer transformar a baia neste ponto em produtiva.
— Acho que com tantas facilidades deixar tudo parado, é um
crime, mas sei que tem as partes mais demoradas, mas com calma
chegamos lá.
— A região está toda separada, não sei se sabe de tudo. - Eduar-
do olhando o menino.
— Acho que saber e ter visto é diferente, saber que temos de ter
frango, galinhas para ovos, cabritos, búfalo, vacas, porcos, goiabeiras,
jaqueiras, bananeiras, pereiras, macieiras, áreas de plantação para
gengibre, mandioca, beterraba, rabanete, raiz forte, e barracões prepa-
rados para a industrialização de tudo isto, não é entender o problema.
— Não entendi o isolar da região dos mexilhões, a maioria usa a
agua da baia.

415
— Eu ouvi que tiveram problemas de marés vermelhas, isto é re-
sultado de muitos dejetos humanos na agua, não quero comer algo
sabendo disto.
— Certo, quer algo garantido e com qualidade.
— Sim, mesmo que todos a volta, tenham de parar de produzir,
quero continuar garantindo a qualidade, procedência e quantidade.
— E veio conversar?
— Sim, e conhecer, as casas e a praia estão prontas?
— Sim, duvidei quando falaram que iriam construir uma praia
ali, mas os prospectos estão quase todos no lugar, e estamos com o
canal para a ilha em frente quase isolado.
— Ali quando isolarmos, vamos transformar no nosso maior lago
de criação.
— Sabe que muitos pensavam que viria um adulto, veio aquele
Sergio, mas ele parece sempre correndo.
— Eu também.
Pedro caminha ao lado do senhor, que foi explicando onde aca-
baram colocando cada barracão, quando saem de trás de um Raquel
olha aquela areai branca, em duas pequenas curvas de praia, e 3 casas
ali, de três pisos.
— Casa de praia?
— Esta nem eu conheço ainda, mas sim.
— Pelo que entendi, está criando uma fazenda de criação de
camarão, mexilhões, e muitas outras coisas? – Raquel.
— Eu estou começando a fechar projetos, eu tenho de terminar
de fazer Raquel, eu tive ideias, mas elas estão todas na metade, então
está na hora de terminar outras coisas.
— Outras coisas?
— Tenho algo semelhante a isto em Antonina, algo semelhante
em Praia Grande, então com este ponto, são 3, tenho aquele grupo de
estaleiro que vimos em São Paulo, temos o conjunto de estaleiros de
Pontal do Paraná e teremos os estaleiros de Araguari e Barra do Sul,
tenho de finalizar os últimos projetos de hotel, quando somar os 10 mil
quartos, em 80 projetos, em 3 estados, tenho de fechar os projetos de
ligações ferroviárias entre os 3 estados e cidades chaves, a criação dos
portos secos para funcionar os portos normais, terminar a construção
de 8 portos, 5 aqui e 3 no Paraná, a implementação de 48 industrias, e
sei que isto me torna um chato.

416
Raquel o abraça e fala.
— E no meio disto constrói casas lindas?
— Eu não sei ainda o que pensar, eu as vezes desvio para algo,
mas é que quando eu olho o que eles chamam de parte que se parece
com primeiro mundo no Brasil, lembro que não quero parecer com
primeiro mundo.
— Porque não?
— Raquel, eu posso querer produzir, mas as montanhas as cos-
tas, quero transformar em um parque de preservação, de mais de 4
quilômetros quadrados, do lado de lá da baia, um parque de 24 quilô-
metros quadrados de área preservada, entre os Municípios de São
Francisco e Garuva.
— Vai investir em indústria e preservação?
— Sim, montanhas como esta ao fundo, me geram nascentes,
agua pura, então é a contradição dentro de mim, capaz de matar um
mangue e preservar uma floresta, de escolher onde quero preservar e
onde quero explorar.
Pedro entra na casa e olha a sala, ainda com as coisas com plás-
ticos, olha para a cozinha, não tinha comprado ainda nada para aquele
lugar.
— Grande, vai morar aqui?
— Vou vir passar uns dias, mas não morar, acho que sou ligado a
Curitiba, e não tenho ainda um lugar bom lá.
— Dizem que tem mais do que precisa lá.
— Todos temos, quando se descobre que se pode dormir no
banco da praça, tudo vira luxo.
Raquel sorri e ele chega a sacada da casa, e se via aquela praia,
que olhando agora, não se diria que toda aquela areia branca, saiu da
baia.
Gerson olha para Paula e fala.
— Porque do ódio, ele não lhe fez mal.
— Ele sabe que tenho de o destruir.
— Ele não sabe, ele não reagiu, não entendi porque ele seria im-
portante, como ele disse, o que um mortal faria diferença na vida de
imortais?
— Ele é um Netser, isto muda tudo Gerson.
— Sei, mas meu pai já era herdeiro disto, e nunca nem se preo-
cupou com isto, são tantas gerações que é difícil de acreditar.

417
— Sei que não entende, mas seu filho perturba o espirito mais
sem escrúpulos da existência, ele mataria todos os humanos para pro-
var que não são parte da criação, mesmo podendo ver seu povo morrer
no segundo seguinte.
— E o que meu filho tem haver com isto?
— Ele é a ameaça ao fim, e não vamos o deixar se dar bem.
— Ele está se dando bem, mas nada que seja para o lado de
eternidade, ele está ganhando dinheiro, fazendo alianças perigosas,
fazendo coisas lucrativas, fechando acordos, nada do que ele faz tem
haver com magia, e sim, dinheiro.
— Não entendo ele também Gerson, ele sabe que sou o proble-
ma, mas parece não querer me atacar.
— Ele sabe o que você é?
— Mais que você Gerson.
— E como ele saberia mais?
— Isto nem eu entendi, ele não teria como ouvir os 72 pedaços
de sua alma se não fosse um filho, e não o reconheço como um filho,
ele é algo que não entendo.
— Um filho?
— Um ser de criação.
— E como ele pode se equiparar a um ser de criação e não ser
um ser de criação.
— Sendo um ser angelical.
— E seres angelicais seriam mais ou menos que seres de criação.
— Uma pergunta que nunca antes precisei pensar, pois no esta-
do de existência, sem matéria, não sentimos eles, mas eles parecem
controlar mais que nós, então eles seriam mais.
— E como meu filho seria algo assim?
— Desconfio que nem vou descobrir, quando o fizer ele já será
apenas historia.
— Cuidado para não fazer algo que se arrependa Paula.
— Você preocupado com ele?
— Não, eu não me arrependo de nada, então eu não me preo-
cupo com remorso ou coisas parecidas.
— Não me conhece mesmo Gerson, se acha que me arrependo
de algo que fiz.

418
— Não entendo o que lhe prende, poderia não estar aqui, diz
que não sente remorso, mas não precisava estar próximo para fazer
isto, sei que não entendo, mas você também parece não entender.
— Você vendeu meu anel de contato.
— Aquilo nem era ouro de verdade.
— Mas tinha sentido para mim, e não entende.
Gerson olha Paula e fala.
— Quer se dizer poderosa, e sem aquele anel não consegue fa-
zer o que o pirralho faz, é isto?
Paula olha para Gerson, ele não entendera, mas ela sorri, jogara
a duvida, e não era o caminho que deixava Gerson feliz.
— Tem de ver como uma consideração ainda estar aqui.
— Sei que não consegue me matar, sei disto Paula, talvez isto
que esteja tentando descobrir, o que são estes seres que não consegue
matar.
— Alguém chegou perto de matar o menino, e nem consigo che-
gar perto disto.
— Ele está andando por ai, dizem que o atentado lhe deu inde-
pendência, não entendi, mas muitos na cidade ficaram com mais medo
dele quando mais uma vez não morreu.
— Ninguém tem medo dele. – Paula.
Gerson sorriu.
Os hotéis geravam o dinheiro entrando diariamente, em reser-
vas, em acertos de conta, em jantas especializadas nos restaurantes,
então Maria corria, mas começava a tomar jeito, e tudo a volta parecia
finalmente começar a tomar um rumo natural.
Sergio olhava os números da Imobiliária que montara, gente
comprando para vir para a cidade, gente querendo ir embora, a eterna
luta interna humana, certas horas querendo paz, certas horas, guerra,
mas se der para estar em movimento, melhor.
Cris olhava os dados da exploração a beira do Rio das Mortes, os
dados das amostras, os estudos, começava a fazer seu mapa, não o que
os demais viam.
Moreira olha para as grades e olha para um dos rapazes.
— O que deu errado?
— O rapaz era apenas o segurança, sabe o que fez Moreira.
— Ele nos barraria.

419
— Então assume, todos sabemos que tem algo a mais, pois você
pediu no inicio da semana, para proteger o menino, na segunda algo
mudou, e o que não sei ainda.
— Tem de ver que dinheiro fácil encanta.
— Mais fácil? – Roberto ao fundo.
— Sei que não gostou, mas vi que não se opôs, coisa de bom se-
gurança, mas vocês devem sair logo, tenho de achar um furo no pro-
cesso, para conseguir sair.
Roberto ao fundo se calou, talvez tivesse perdido aquele empre-
go e não teria como pedir a muita gente depois desta vez.
O delegado Silva, olha para o investigador e pergunta.
— Parece preocupado Plinio?
— Todos estão muito quietos, mas alguém pagou a morte, o
mais quieto é o governador, em meio a todo agito, ele se manteve em
Londrina, como se não quisesse ser visto aqui, temos uma ligação dele
a Moreira na Segunda, não sei o que falaram, Moreira negou conhecer
o governador.
— Acha que foi encomendado?
— Acho, algo de valor absurdo, pois Moreira não parou para
pensar, mas duvido que ele tenha entendido o problema.
— O que ele não entendeu?
— Na manha seguinte, a Rosa chamou um carro forte e tirou de
um cofre local, peças de diamante, eles estavam fazendo a coleção de
joias da empresa ali.
— Não entendi. – Delegado.
Plinio coloca o anuncio da exposição de Joias em Janeiro, com
aquela foto do colar, e fala.
— Este colar estava naquele endereço.
— E quanto valeria um colar destes?
— Esta é a discussão deste jornal Frances, que pode vir a ser a
Joia mais cara já fabricada, se não a derradeira.
— Derradeira?
— Algo que vai a leilão, ofertas a partir de 1 bilhão de dólares, se
alguém arrematar, será a joia mais cara já vendida.
— E Moreira entra atirando no local, isto daria o motivo.
— Duvido que Moreira tenha noção de quanto valia o que esta-
va ali, não sei quanto ofereceram a ele para matar o menino, sei que
ele atirou nele no Shopping, e não tenho como por no papel.

420
— Disto que não falou?
— Sim, via os seguranças de Moreira no Shopping, o senhor sen-
ta a mesa, ele deve ter puxado a arma por baixo da mesa, ele deu dois
tiros, mas o menino fez daquelas coisas dele, sumiu logo após o baru-
lho, eles devem ter o seguido, pensando em o pegar na empresa, mas
ele tentou no shopping, com testemunhas, ele não achava que seria
pego, achou que alguém o tiraria daqui e nada aconteceu.
— Acha que a pressão para o soltar ainda vem?
— Ele foi preso em flagrante, acho que apostou em entrar e sair
sem ser pego em flagrante, no Shopping todos ouviram o tiro, mas não
viram a arma.
— E na empresa eles não esperavam ter alguém os esperando
na saída.
— Eles pareciam assustados, lembro que saíram olhando para
trás, como se vissem uma assombração.
— Todos tentam entender este menino, mas acha que tem
mandante?
— Acho.
Fabiano Silva chegava em Foz, para a inauguração do ultimo co-
mitê do dia, estavam em festa, Yuri olhava o agito, ele se vira para ver a
confusão e ouve o tiro, os seguranças seguram um rapaz e todos veem
Fabiano caindo para trás.
Pedro sente o celular, atende e ouve.
— Fabiano está indo para o hospital, alguém o deu um tiro.
— Sobrevive?
— Não sei, parece grave.
Pedro olha para Raquel e fala.
— Vamos passear longe, mas a partir de agora, sem falar nada
depois disto.
— Por quê?
Pedro pega um lápis e abre uma porta a parede e pensa na cons-
trução que comprara em Foz do Iguaçu e ainda não tinha inaugurado.
Raquel estranha, saíram do litoral, então não notou tanto o au-
mento da temperatura, ele chama um taxi, e liga para Yuri.
— Está em que hospital Yuri?
Ele ouve o endereço e passa ao motorista.
— Estou chegando ai, apenas poucos vão me ver.

421
Pedro sai do taxi, olha Raquel e a dá o braço, toca o peito, tudo
parado e a olha.
— Vamos entrar e sair sem os demais nos verem.
— Como faz isto?
— Isto é complicado de explicar ainda.
Pedro entra e olha o agito, mesmo parados as pessoas olhavam
para onde o prefeito foi conduzido
Pedro chega ao lado da cama de operação, o rapaz iria a opera-
ção, existia o anestesista, o medico colocando as luvas, a assistente
com os instrumentos, todos parados a volta, se via ele branco, ele o
toca, sente a aura, a bala sair, o corpo se refazer, ele olha a região,
pega um bisturi, faz um corte lateral, passa a mãos com sangue ali,
coloca a bala ao lado da ferida nova, sai com o bisturi a mão, o deixa
no banheiro onde lava a mão, voltam a entrada do hospital e Raquel
viu tudo voltar ao normal e pergunta.
— Não o quer morto, mas não quer dizer que ajudou.
— Isto.
Pedro liga para Yuri na entrada novamente e fala.
— Estou na entrada, podemos falar?
Yuri que vira levarem o prefeito para dentro, estava assustado,
um atentado em publico, um preso, senador assustado.
Ele caminha até a entrada, Requião olha o menino entrando e
olha Yuri vindo da parte de dentro.
Os dois caminham ao menino.
— Como ele está Yuri?
— Não sei, nunca estive ao lado de alguém que levou tiro.
— Ele sai desta, mas precisamos saber quem foi, não adianta sair
acusando, mas precisamos saber, pois a vida é mais importante que
uma eleição.
— Acha que ele sai desta?
— Tenho quase certeza que foi de raspão, mas mostra que te-
mos um inimigo, e precisamos saber, quem?
— Desconfia?
— Yuri, eu não sei o que eles querem, mas sei que interferência
politica, tem sempre motivos financeiros, a pergunta, quem pagou?
— Certo, embora muitos transformam em passionais, e as vezes
os interesses se defendem.

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— Faz o seguinte, desmarca todos os compromissos de amanha,
pega todo o grupo, liga para cada comitê, tenta marcar uma oração
pela melhora do candidato, se iriamos os inaugurar na segunda, que
segunda o país fale, o estado parou para orar pela melhora de Fabiano
Silva.
Requião olha o menino e fala.
— Você é perigoso menino.
— Se fosse inocente senador, já estava morto.
— Certo, vou ligar para alguns contatos, o que mais vai fazer?
— Os candidatos dos estados vizinhos que me desculpem, se
forçar todo esforço deles de domingo, não chamar tanta atenção.
Pedro olha para Yuri e fala.
— Mas calma, foi de raspão.
— Como sabe?
— Se tem uma coisa que sei fazer, é entrar e sair de lugares sem
me verem.
— E vai ficar por perto?
— Não, vou a Curitiba, direto.
— Me liga, muitos se assustaram hoje.
Pedro sai e senta-se a esquina, Raquel para ao lado e pergunta.
— Onde estamos?
— Foz do Iguaçu.
— Mas isto é impossível.
— Sei que não entendeu Raquel, mas isto não se comenta.
— E o que fez, não entendi, você o cortou.
— Ele levou um tiro, se ele não sangrar, não tem como dizer que
ele levou um tiro.
— Não entendi.
— Sei disto.
Pedro olha o atendente vendo que iria começar o jornal nacio-
nal, e pede para aumentar o volume.
O rapaz olha para a TV, todos queriam a posição do aconteci-
mento, o jornal lido no Paraná inteiro, induziu algo que aconteceu, o
prefeito levou um tiro e ninguém relatou nada.
O jornal nacional começa e Bonner fala olhando a câmera.
“Acabamos de receber a noticia que o candidato a governador
do Paraná, Fabiano Silva, acaba de levar um tiro, na frente do comitê

423
de campanha que inauguraria, não temos ainda informações sobre a
situação de saúde.”
Raquel entendeu o problema, seria noticia nacional e pergunta.
— O que quis dizer, sobre todos fazerem uma oração pela me-
lhora do candidato.
— Não consegui saber se foi grave, mas é o puxar de todos, para
um assunto, se vamos falar de politica, também temos de falar de valo-
res, de família, de coisas que não entendo.
— O que não entende?
— Eu falo a favor da Família, os grupos GLBT me taxam, uma
pergunta, eles chegam em casa e defendem esta ideia anti família para
suas mães, ou é só discurso?
— E quer começar por onde?
— Vamos marcar na segunda, tenho de pensar, eu estava pen-
sando nas inaugurações de amanha.
Pedro sente o telefone e atende.
— Pode falar menino? – Bruno, governador de Santa Catarina.
— Sim governador.
— Sabe a gravidade do atentado?
— Cheguei a Foz agora pouco, ainda não tenho nada oficial, o
assessor disse que foi de raspão.
— Raspão? Uma boa noticia.
— Eu tenho medo da medicina no Brasil, mas acho que ele não
corre perigo, mas no susto, as vezes a pressão sobe, ele deve estar bom
na quarta, mas é bom ele se recuperar direito.
— E vai estar por perto amanha, nas inaugurações?
— Talvez apareça, mas ainda pensando.
— E já sabe quem foi?
— Esperando a versão oficial.
— Certo, mas me mantem informado menino.
Pedro desliga e olha em volta, pede um sanduiche e olha pra Ra-
quel.
— Deve ter pensado em algo mais animado.
— Pelo jeito é serio quando chega cansado na segunda, que cor-
reu o fim de semana inteiro.
— Fim de semana passado fui eu que sofri o tentado.
— E poucos lembram disto.

424
— Eu não sou o importante Raquel, o importante é a ideia ser
passada a frente.
— E o que faremos amanha?
— Quer dizer daqui a pouco?
— Vamos onde?
— Tenho uma reunião agendada com o governador de São Pau-
lo, e não posso faltar.
— Por quê?
— Porque quero trocar uma ideia.
— Vi o senador vir ouvir você, ele nem discutiu, tá podendo.
— Eu sou possessivo, já falei isto?
— Já. – Ela sorrindo.
— Eu quero as coisas, eu tento pegar, e as vezes elas insistem
em fugir, mas nesta hora eu mantenho a calma.
— E sempre correndo?
— Sim, eles me verem aqui, é positivo, gosto de dar um nó na
cabeça deles.
Pedro comeu, Raquel comeu pouco, eles vão a casa que chega-
ram a região e Pedro abre uma porta a parede e atravessa para Mati-
nhos, Raquel olha a menina a frente, pensou em uma namorada.
— Raquel, não sei se lembra da minha irmã, Renata.
— Namorando? – Renata – Sabe que acertaram seu candidato.
— Nem tive tempo ainda, como as coisas estão?
— Algumas meninas apareceram por ai perguntando se iria apa-
recer.
— Depois verifico como falar com elas. – Pedro.
— Prometeu algo? – Renata.
— Eu? – Pedro olha estranho, pensa antes de falar – eu não gos-
to de gente parada, sem produzir, acho que isto é o que mais me irrita
na sua postura Renata.
— Você produz pela família inteira.
— Faço a minha parte, não mais que isto.
Pedro olha para Raquel e fala.
— Vamos antes que me achem.
— Vou fazer de conta que quer escapar. – Renata.
Pedro fez sinal para Raquel e os dois foram para fora, Raquel viu
o helicóptero parar mais a frente e Pedro caminhou até ele.

425
Voar a noite ainda deixava ele tenso, voam no sentido de Guara-
queçaba, ele já fizera propaganda daquilo, mas ainda não tinha como
chegar ali, então era outro hotel, incrível, mas no meio do nada, a ro-
dovia ao fundo agora brilhava.
Raquel viu que era outro hotel e pergunta.
— Quantas obras?
— Muitas.
Eles entram e um rapaz olha Pedro meio descrente.
— Pedro Rosa?
— Sim, deve ser Romulo.
— Sim, não entendi, estão tensos, pois alguém disse que Pedro
Rosa viria, e a inauguração ainda não foi confirmada.
— Pode confirmar para 14 de Novembro, dia quinze eles inaugu-
ram a rodovia ao fundo.
— E veio ver como estávamos?
— Marquei uma reunião no restaurante, devem vir prefeitos da
região de São Paulo, o prefeito local também, vereadores, e assim co-
mo você, eles quando me olham, se desiludem.
— Então devem estar quase chegando?
— Sim, vim um pouco antes.
Pedro atravesse o salão de entrada e olha para o restaurante, e
Raquel olha para cima e fala.
— Cada um numa forma? - Raquel olha ele chegar a sala e onde
havia um tecido numa imensa mesa ele parece por um pen drive e viu
aquilo começar se erguer, um projeto inteiro da região.
Pedro viu chegarem de carro alguns, ele senta-se e olha para
Raquel.
— Sergio geralmente está nestes eventos, mas deve estar atra-
sado.
Pedro mal falou isto e viu um helicóptero de Rosa, vindo do sen-
tido que seria Antonina. Um senhor chega a mesa e olha os dois ado-
lescentes a mesa e fala.
— Tem certeza ser Pedro Rosa?
— Sim, quem gostaria?
— Nos vimos rapidamente num evento a alguns dias, prefeito de
Guaraqueçaba.
— Sinta-se a vontade prefeito, vim apenas conversar com al-
guns, e não sei ainda se o vice-governador vem.

426
— Problemas?
— Ele assume na segunda.
— E tem uma proposta, soube que tem gente com medo de falir
na cidade.
— Acho que eles não entenderam, mas sentem-se.
Pedro olha ao fundo o prefeito de Antonina, Sergio e o vice-
governador, alguns deveriam estar preocupados, e sabia que muitos
perguntariam a mesma coisa.
Ao fundo do helicóptero deles, para outros dois e mais duas co-
mitivas vinham a mesa, os rapazes do hotel começam a atender, ainda
não estavam em um dia formal, mas estavam em treinamento.
— Conseguiu chegar? – Sergio olhando Pedro.
— Sim, já falamos sobre o imprevisto.
— Certo, este é outro projeto?
Pedro olha o vice-governador e fala.
— Sim, mas tenho algumas coisas a falar, e não sei se está de
acordo. – Pedro olhando o senhor.
— Me falaram em algumas maluquices, mas sabe se Fabiano es-
tá bem?
— Levou sorte, foi de raspão.
— E você, soube que teve um infortúnio no fim de semana.
— Como digo, ainda estamos levando sorte.
— E qual a proposta?
— Introdução de um governo, que vem chegando.
— Como assim?
— Senhor, teria coragem de estabelecer metas de dois meses, e
as cumprir, dia a dia, até a posse do novo governador?
— E começaríamos por onde?
— Determinação da APA – Serra do Mar, que teria como delimi-
tação quase três vezes as reservas locais de preservação.
— Não entendi.
— Senhor, estabelecer metas ecológicas, não é abandonar a sor-
te, eu posso construir rodovias, mas eu as quero dentro de uma lógica
de preservação, de continuidade, que me permita ajudar uma cidade
isolada como esta, mas não a degradar.
— E o que acredita que conseguiríamos?
— Se conseguir liberar as concessões que o atual governo não
nos deixa fazer, terminamos a ponte sobre a baia, inauguramos este

427
trecho da BR 101, geramos a construção de estrutura na cidade, esta-
mos a estruturando, mas ainda isolados, algumas coisas ficam difíceis.
— Não entendo como você pode ser tanto menino.
— Senhor, sou jovem, tenho coragem de falar maluquices, se
não concordarem, você apenas desconsideram por minha idade, se
gostarem, apoio e fazemos.
— E como fazer algo grande em dois meses? O que fazer?
— Criação da empresa Paranaense de Petróleo de Gás Natural,
empresa com 60% do governo, eu a monto, e fico com os 40% restante.
— Porque disto?
— Senhor, se temos uma forma de baratear a comida a mesa, é
com gás mais barato.
— Certo, o que mais, até agora, ecologia e empregos.
— Se puder liberar o funcionamento dos portos, já seria mais
empregos.
— E quanto geraria isto?
— Senhor, imagina você inaugurar com o presidente, o maior
porto do Brasil, pois liberou o funcionamento que o anterior não que-
ria, algo capaz de gerir 72 navios ao mesmo tempo, não teremos todos
eles no inicio, mas é o começo.
— Certo, mais empregos, em 3 municípios.
— Sim, preciso da cassação da determinação da altura máxima
das obras, estou com duas pontes paradas, não parei esta que vê bem
ao fundo pois ninguém vê ela de lá.
— Acha que consegue fazer o que Fabiano prometeu para o es-
tado inteiro?
— Nos 4 anos?
— Sim.
— Aquelas promessas estão no possível senhor.
— E como acreditar nisto.
— Senhor, quem vai inaugurar a BR 101 no Paraná será o se-
nhor, não ele.
— Acha que terminam.
— Está quase pronta até São Paulo, o problema é a baia de An-
tonina, parados pois não temos autorização.
— Seria entrar na historia.

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— Isto queria depois conversar com calma, mas tudo que propu-
semos senhor, é gerir um porto capaz de permitir a Curitiba produzir
produtos e exportar para o mundo.
— Mas a ideia é mais complexa.
— Sim, mas teremos de implementar cada uma delas, mas pre-
servação, crescimento e industrialização, geram os empregos que pre-
cisamos.
— E o que teria a falar sobre o atentado.
— Que espero justiça senhor, que o atirador seja preso, que diga
suas intensões, seria bom ele dizer quem pagou, mas as vezes é difícil
eles falarem, quando sabem que podem morrer se falar.
— Acha que Fabiano melhora? – O governador de São Paulo
chegando a eles.
— Sim, foi de raspão.
— Tem certeza, tem muitos falando que foi grave.
— Na hora sangra, isto gera as caras de pânico, vi o filme do pes-
soal me olhando esfaqueado.
— E qual a ideia? – O governador.
— Senhor, estava falando com Lucas, que assume o estado do
Paraná na Segunda, que poderíamos fechar a região entre Paraná e São
Paulo, como uma real reserva florestal, ampliando o lado de cá e crian-
do a APA – Cananeia.
— E porque fazer isto?
— Não precisamos devastação para crescer senhor, precisamos
de regras, elas sendo obedecidas, não vejo motivos para não obedece-
rem a regras, mas regras dentro de desenvolvimento, não quero parar
os institutos ambientais, mas os quero funcionando, para o povo, não
para gordos de escritório.
Pedro meche em suas coisas, ele queria algo especial, mas as ve-
zes parecia que poucos o entendiam, ele talvez estivesse achando que
teria de se repetir muitas vezes para eles entenderem.
— E qual a abrangência de algo assim.
— A primeira que se fosse o senhor, anunciaria seria a APA - Ca-
nanéia.

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O governador olhou e viu que era toda a divisa para baixo da BR
116, basicamente abraçando o município, o menino tinha suas empre-
sas ali, viu o menino alcançar as regras da APA, e as leu calmamente.
— Muitos ambientalistas não gostam deste tipo de APA.
— Manda eles para a reserva, é fácil morar no Morumbi e achar
que não se deve fazer assim senhor.
— Eles querem garantias.
— Não, eles querem folga, pois garantias requerem controle, e a
que eles estabelecem, afasta até o controle, e terras largadas não são
terras protegidas, são apenas mato alto.
Pedro pega o segundo projeto e fala.
— A segunda parte seria a de Iguape, pois estão com uma área
bem preservada, mas a cada dia mais invadidas e detonadas.

430
O governador olha e fala.
— Algo para se anunciar com a inauguração do trecho da BR
101?
— Sim, a rodovia lhe permite ter alguns controles que não exis-
tiam, o pessoal pode também desenvolver métodos de preservação, e
novamente, estaríamos entrando sobre áreas que já foram degradadas,
mas não são tão lucrativas, é degradação apenas por não existir outra
saída senhor.
— E Iguape sobreviveria? – O governador.
— No espaço que sobrou, tenho um projeto de estaleiro, que
pode gerar recursos equivalentes ao que recebem hoje, de impostos
ano.
— Sabe que o que estabelece aqui é entrar sobre municípios ao
lado.
— Senhor, não me adianta preservar apenas a parte baixa, e dei-
xar eles degradarem aos poucos a parte alta, o equilíbrio é o todo, não
metade.
O governador olha para o assessor ao fundo que fala.
— Responderia as criticas governador, o menino parece mais in-
teirado do problema que alguns amigos, pois ele apresenta uma pro-
posta audaciosa em duas APAs, o que por mais que eles falem, é o
manter do projeto ambiental anterior, ampliando, não diminuindo
como ao oposição estabeleceu nas indagações.
— Posso ficar? – Governador.
— Sim, mas pensa antes de anunciar senhor, eu o faria, mas sou
uma criança, não tenho medo de cara feia, mas eu faria.
O governador passa ao assessor que passa os olhos, era um pro-
jeto bem estruturado e com dados, não apenas uma imagem, a ima-
gem era para determinar área, mas seriam duas áreas de preservação,
já existentes, mas com projetos de acompanhamento e ampliação.
Pedro olha Lucas.
— Sei que muitos estão fazendo perguntas, os acalma, foi de
raspão, se duvidar, a oposição depois vai dizer que foi nossa armação.
— Eles não teriam coragem.
— Não falam nas campanhas abertas e sim induzem pessoas via
publicações anônimas ou de gente que não tem nada na cabeça mes-
mo senhor.
— E como enfrentar isto, sabe que alguns se aproveitariam.

431
— Senhor, cada comitê do candidato, vai puxar três orações pela
melhora do candidato na segunda, uma para cada tendência religiosa,
unificar e mostrar apoio.
— Em quantos pontos?
— Em todos os 398 comitês do candidato.
— Vai agitar enquanto tomo posse.
— Sim, e se puder nos deixar fazer as obras, avançamos.
— Vai transformar em uma segunda agitada? – Lucas.
— Sim, vou transformar em algo bem agitado.
O governador de São Paulo olha Pedro.
— E vai investir se tiver estas normas de APA?
— Sim, as vezes esquecemos, que áreas de proteção, não quer
dizer, áreas isoladas e virgens, nada neste país é virgem.
— E este hotel?
— Preciso da estrada para o inaugurar, sem ela estou longe do
aeroporto e dos navios de turismo, com ela inaugurada, ao lado.
— E qual será meu jargão politico.
— Preparando uma Revolução é bom.
— Não acha revolução exagero?
— Senhor, vai ser uma revolução industrial, ambiental, educaci-
onal e de qualidade de vida.
— Sabe que se avançar rápido, vai continuar a conquistar inimi-
gos, tem gente que gosta de ser destaque.
— Acho que eles não entendem, eu não voto ainda, então tenho
de ajudar de outra forma. Não tenho tamanho para aparecer, e se ten-
tar aparecer, só piora as coisas.
— E de que revoluções estão falando? – Lucas.
— Passei para Fabiano um prospecto da campanha dele, Yuri es-
tá filmando as partes que vão a TV, alguém está gerando versões para
as inserções de radio, teremos até a eleição, 8 jornais explicativos dos
projetos de Fabiano, teremos as propostas de mudança de atitude do
governo do Paraná, deixando de ser um explorador para ser um apoio,
reduzir o tamanho onde atrapalha, tentar mudar leis em Brasília, um
país parando por eles quererem dinheiro, é o que está acontecendo.
— E se não conseguirem mudar as leis?
— Se diminui a fiscalização estadual das leis não mudadas, a
maioria nem entende que estado não tem função de parar uma nação,
e sim a impulsionar, mas todos os órgãos da União, Estaduais e Munici-

432
pais, querendo ganhar mais, para manter amiguinhos, estão transfor-
mando o estado em pesado demais.
— Tem de ver que precisamos gerar empregos. – Governador de
São Paulo.
— Uma informação Governador, o seu assessor ao lado, ganha o
salario de uma arrumadeira de meus hotéis.
O assessor olha em volta e fala.
— Está pagando bem?
— Não, é que todos meus projetos são baseados em retorno do
serviço entregue, o estado se entregasse os serviços propostos, como
segurança, educação e saúde, o povo não acharia caro, mas temos de
considerar que as leis atuais, nos põem em dividas, e não nos dão li-
berdade de negociar.
— E como vai resolver isto? – Lucas.
— Lucas, se Fabiano for eleito, vamos tentar entregar um estado
com menos impostos, mas lucrativo, não deficitário, alguns acham
impossível, eu acho que é apenas questão de tempo.
— E teria como me explicar como? – Lucas.
— Lucas, a diferença, eu não sou pelo por o estado em muitas
coisas, mas se ele é responsável por isto, vamos fazer com que funcio-
ne, parcerias as vezes funcionam melhor do que imposições via impos-
to, pois se o governo do estado faz uma parceria para ampliação dos
portos, eu amplio, contrato pelo melhor preço, e entrego sem toda
aquele falso sistema de concorrência, que na maioria das vezes está
viciada. Se eu posso criar um sistema de transporte, que vai trazer aos
Portos, mais produtos Argentinos e Paraguaios, incrementando nossos
portos, nossos sistemas de transporte, e gerir em carga vinda de cada
um destes países mais do que faço em todo porto hoje, isto é grana
entrando, via uma estatal do Estado, se posso produzir Gás natural e
baratear as industrias e custos internos, pois não estará a preço inter-
nacional, e sim a custo de produção, barateio o estado, ganho em con-
corrência, se posso produzir em Curitiba, e distribuir em qualquer porto
do Pais mais barato do que se pusesse em caminhões para transporte,
se posso como falei com Yuri, trazer de um porto na fronteira com o
Mato Grosso do Sul, até Curitiba, via fluvial, por 10% do custo atual, eu
ganho em margem, e ganho com a empresa estatal que provem este
trabalho, se eu volto a estatizar parte das ferrovias, mas não o trans-
porte, a ideia não é gerar uma empresa de transporte ferroviário, e

433
sim, 4 ou 5, dispomos dos trilhos, do controle, não dos custos, quem
transporta não é o estado, ele ganha com o transporte.
Lucas olha o menino, uma frase imensa que fez pensar, muitos
olhavam ele procurando quem estava por trás das ideias, mas ele olha
intrigado.
— E qual o nível de recebíveis, está falando em diminuir impos-
tos.
— Lucas, se deixarem eu me instalar, quero estar produzindo em
4 anos, em produtos industrializados, o que o estado produz hoje, não
estou falando em concorrer com quem está ai, e sim, abrir mercados,
como eu falei para Sergio, quero ele na lista de bilionários do país, e
pretendo por cada parceiro que souber conversar, entre os bilionários
do país, mas pessoas que serão isto pois produzem para isto, viu a ca-
pacidade de organização deles, estamos levantando em meses, algo
que todos a volta, diziam impossível, quando se fala, estamos inaugu-
rando parte da BR101 em São Paulo, o governador ao lado sabe que
este projeto sempre ficava para depois, pois não havia motivos para ele
sair do papel, então um pirralho, como me chamam por ai, resolve que
quer a rodovia, que a vai fazer, e como digo, eu quero a ampliação da
BR 116 para São Paulo, quero a ampliação da BR376 para o Litoral e
para o interior, e a total ampliação da BR277, entre Paranaguá e Foz do
Iguaçu.
— E porque disto? – O prefeito de Guaraqueçaba.
— Porque abaixo deles, eu coloco uma ferrovia com capacidade
de transporte maior que a atual, e tenho capacidade de entregar em
um trem rápido, gente em Foz, mais rápido que de carro.
— Não entendi. – Lucas.
— Trens de passageiro entre Foz e Curitiba que chegam a 350
quilômetros por hora.
— Sabe os problemas de fiscalização de fronteira? – Lucas.
— Lucas, a empresa que pretendo ainda em Janeiro por para
funcionar em Curitiba, deve nos tornar o terceiro polo industrial do
país, eu quero gente vindo comprar e não gente preocupada em com-
prar lixo de lá para vender aqui.
— E acha que vão comprar? – Governador de São Paulo.
Pedro sorri, ele não havia testado ainda as coisas, ele tinha con-
tratado a compra de um prédio, de 6 barracões e olha para Sergio.
— Como estão as instalações?

434
— Compradas, não entendi ainda o que pretende produzir.
— Sergio, governadores, prefeito, o que quero produzir em Curi-
tiba, é algo ainda em desenvolvimento, se conseguir, talvez seja a pes-
soa no planeta, aos meus 18 anos, primeiro triliardário do planeta, em
dólares.
Sergio sorriu e pergunta.
— Não se contenta com o bilionário.
— Sergio, o que ninguém fala, eu enquanto estou sentado aqui,
estou ganhando dinheiro, mas ainda, sou o desconhecido, esta semana
enquanto eu estava me recuperando, fechei os contratos que me per-
mitem financiar esta obra, e todos se perguntam, como?
Todos se olham e Lucas pergunta.
— Está dizendo que tem uma forma de ganhar dinheiro?
— Digamos que uma instituição Norte Americana, criou uma
conta bancaria em nome de um Pedro Rosa, para o pagar, para que não
fosse roubado por meu pai.
— E isto o faz pensar em ganhar mais. – Lucas.
— Sim, mas o assunto está chato, vim saber se precisam de algo,
se algo estava fora do combinado – Pedro olhou o prefeito da cidade –
pois sei que não me viram por perto, mas meus projetos são geralmen-
te chegar, reformar, me instalar e em meio a isto produzir e ganhar
dinheiro.
— Sabe que alguns reclamam do pedágio.
— A estrada baixa, será asfaltada, ainda simples, mas lhe ligará
tanto a Antonina como Cananéia, mas eu estranho gente que paga para
ir para Paranaguá de barco, achar que algo na metade deste custo para
pegar a estrada, muito.
— Vão mesmo reformar a estrada baixa? – Prefeito.
— Sim, faz parte da concessão.
— E acha que inauguramos a ligação com Antonina quando?
Pedro olha para Lucas, ele não assumira ainda.
— Se assinar a permissão de construção, em 15 de Novembro.
O prefeito sorriu, não era algo para o ano seguinte.
— Pelo jeito tem confiança em seu pessoal.
— Lucas, eles terminaram aqui, e em duas pontes em São Paulo
que se inaugura amanha, então estarei com eles livres, o maquinário
para passagem dos cabos, os torcendo, estão sendo preparados para

435
transporte, então é só questão de pressioná-los a manter a qualidade,
pois tempo existe.
— E pelo jeito vai acelerar.
— Sim, e talvez não entenda, mas o anuncio das restrições de
uma APA maior na serra do mar, não é em prol do não crescer, é em
prol do não inchar cidades que não precisam inchar.
As pessoas falaram o que estavam achando de cada obra, o que
esperavam, e no fim daquela noite, Pedro pega o helicóptero e voa dali
a Ariri.

436
Pedro acorda domingo, abraçado a Raquel
que fala.
— Meu Pedrinho coloca medo nos olhares de
políticos.
Pedro meio sonolento fala.
— Medo? Pensei que era dor de barriga. –
Pedro tentando descontrair um pouco.
Pedro se levanta, põem o curativo na ferida e
veste a camiseta, estava quente, olha para fora.
— Tenho medo das minhas ideias.
— Pelo jeito eles não sabem de seus segre-
dos, pois nem eu entendi, fomos a Foz e voltamos, e
não parece ter sido possível.
— Eu precisava passar os prospectos, para os dois governadores,
eles que vão dar o caminho, para o andamento, mas ainda não sei se
teremos uma obra ou meia obra.
— E o que fará hoje?
— Já pulando fora?
— Não disse isto, mas minha mãe está perguntando onde esta-
mos, quando volto?
— Preciso do dia de hoje, quieto, quer ficar em casa, fala.
— As vezes você parece mesmo querer que vá embora.
— Não disse isto Raquel, mas não estou legal, você viu mais do
que a maioria, ouviu mais que a maioria, mas hoje será um dia de an-
dar de barco, nadar em rio, pular na piscina, e tudo isto, cuidando com
o curativo.
— Tira os pontos quando?
— Na terça.
— Acha que eles tiram tão rápido assim?
— Isto todo medico quer saber, como meu sistema imunológico
reage, mas não tenho esta resposta para eles ainda.
— Então vamos aproveitar na região.
— Sim, lhe apresenta os canais, a ilha do Cardoso do outro lado
do canal, cachoeiras, e coisas que vamos conhecer juntos.
— Certo, aventura no mato.
— Nem tão mato assim.
— Então vamos.

437
Em Curitiba a matéria central da Gazeta do Povo, deixava bem
claro quem eles apoiavam.
Um grupo de sindicalistas no centro de Curitiba faz uma mani-
festação na Carlos Gomes, em frente ao Jornal, domingo era calmo,
mas eles reuniram muitas pessoas, para protestar contra matérias
compradas em meio a campanhas eleitorais.
Manifestação pacifica até a policia começar a cercar o local, mais
gente chegando, um tubo de transporte publico trazendo pessoas ao
centro para ao fundo e a policia militar cerca a região.
Ordem, atirar com balas de borracha e dispersar a manifestação,
o que era uma manifestação pacifica, vira uma leva de imagens nas
mídias sociais, contra o governador.
O secretario se segurança não da entrevistas, pois a mídia não
pergunta nada sobre o acontecido.
As pessoas começam a se organizar para o dia seguinte, em to-
dos os comitês de campanha.
O governador de São Paulo recebe o presidente, que anuncia a
inauguração parcial da BR101, obra que ligaria São Paulo a Santa Cata-
rina, atravessando o Paraná, sendo que o trecho sobre São Paulo esta-
va pronto.
O Governador de São Paulo anuncia a ampliação de duas APAs
de proteção, mas sobre normas que permitiam o crescimento enquan-
to geravam áreas de proteção permanente.
A imprensa local documenta a inauguração, enquanto o presi-
dente voa para Joinville, onde inaugura as obras do cais de Joinville e
de 3 outros portos, com todo o comando automatizado e preparado,
com rodovias de acesso aos portos e sistema de Portos Secos a região
que permitiam o chegar da carga rapidamente aos navios.
O presidente leu o discurso, mas nitidamente nem ele entendeu
toda a complexidade do projeto que estava entregando.
O governador de Santa Catarina anuncia a ampliação da APA de
Vila de Gloria, com proteção de encostas, junto com a inauguração do
Porto e seus negócios paralelos, que estavam sendo atraídos para a
região.
A imprensa noticia este evento, o candidato apoiado pelo presi-
dente começava a crescer nas pesquisas, enquanto os dois governado-
res vizinhos passavam de 60% de aprovação, e provável reeleição dos
dois em primeiro turno.

438
O vice governador estava em Foz quando soube do evento na
praça Carlos Gomes, ele voa a Curitiba e chama o secretario de segu-
rança, que o ignora.
Ele sorri por dentro e chama um amigo da época da faculdade
para conversar, começa a reunir as pessoas na sua casa, enquanto o
governador no fim do dia se meche para Curitiba.
Pedro depois de um dia de muito passeio deixa Raquel na porta
de casa e caminha até a sede na região, olha para Rick que fala.
— Olha que pensei que iria ficar para mandar algo, apenas nos
deu estrutura e sumiu.
— Quero apenas um espaço para dormir Rick, algum problema?
— Não, seu pai andou perguntando por você.
— Se for tentar me matar a mando dele, seja competente Rick,
pois os incompetentes morrem.
Rick olha para Pedro e fala.
— Porque ele lhe quer morto?
— Adianta explicar? Ele é burro, influenciável e precisa de di-
nheiro, se está oferecendo, alguém ainda tem dinheiro.
Pedro sobe e o rapaz a porta pergunta.
— Vai deixar ele se instalar?
— Ele reformou do bolso dele, qual o problema Pereirinha?
— Muitos falam que ele precisa ser morto.
— Muitos mortos também falavam isto, e ele está ainda cami-
nhando, ferido mas caminhando.
— Tem de ver que a grana é boa Rick.
— Quer tentar, que seja fora daqui Pereirinha, não vamos envol-
ver o ponto em um crime, eles isolam e perdemos dinheiro.
Pereirinha se afasta, olha outros dois e um fala.
— Porque Rick o esta dando segurança?
— Não entendi, mas ele não quer meganha no ponto, ele nisto
tem razão, o menino deve sair dali para a escola amanha cedo.
O rapaz sorriu.

439
Segunda começa com o passar do cargo para
Lucas, que olha a imprensa e anuncia todos os no-
vos secretários, o de segurança que antes estava na
lista, chega a ele e pergunta.
— Não era o que tinha combinado Lucas.
— Se vai fazer merda, e se esconder em casa,
se recusando a me atender Francisquini, não me
serve.
— Sabe que ontem não mandava.
— Se ontem eu não deveria ser ouvido, hoje,
eu não quero ser ouvido, e se prepara, pois eu vou
abrir inquérito sobre o evento de ontem.
— Nossa função manter a ordem.
— Manter a ordem, não é destruir patrimônio municipal, com
balas de borracha, outra coisa que quero, e alguém me explicando,
como aquilo não faz mal a alguém e destrói um tubo de fibra de vidro.
— Eles quebraram tudo.
— Não vou discutir com você, apenas some, e se for falar merda,
pensa, pois duvido que o es governador, vai assumir a ordem de on-
tem.
Lucas olha o governador ao fundo, ele lhe passara o cargo, agora
era encarar a nomeação dos assessores e encarar a imprensa.
Lucas chega a frente e um repórter indaga.
— Senhor Governador, porque de toda uma secretaria diferente.
— Serão 3 meses e meio de governo, e preciso de pessoas que
confio no cargo.
— Até ontem seu secretario de segurança era Francisquini, por-
que mudou?
— Pelo mesmo motivo do dono da sua emissora não ter transmi-
tido uma virgula sobre o evento ontem na Carlos Gomes, vou convocar
o ministério publico, e quero saber quem comandou, qual as ordens, e
porque a imprensa local, parece ter virado as costas, como se aprovas-
se, cumplicidade em um crime, é crime no Brasil.
Outro ao lado pergunta.
— E pretende terminar o mandato, com as obras do atual go-
verno, ou pretende as parar?

440
— Pretendo mudar algumas portarias internas, temos hoje uma
ponte sobre a baia parada por uma portaria, esta já mandei cancelar,
algumas outras ainda terei de verificar, mas estou conversando com
empresários e Brasília, que insiste que só não temos a BR101 concluída
no estado, por divergência de portarias, que pararam pontes, e obras
cruciais ao crescimento do Paraná.
— Alguma em especial vai retomar.
— Vou liberar o funcionamento do Porto de Paranaguá, de An-
tonina e Pontal do Paraná, os três estavam com alvarás estaduais caça-
dos de funcionamento, e não entendi por que.
— Os servidores públicos estão querendo aumento, acredita que
consegue negociar algo?
— Não vou comprometer o governo seguinte, com algo que não
tocarei mais de 3 meses, não é hora de greve por salários, pois eu não
me sinto confortável para negociar, não sei quem me sucederá, tenho
apresso aos três primeiros das pesquisas.
— E quais as primeiras medidas do atual governo.
— Deixar o estado pronto, para quem o assumir, possa fazer um
bom governo.
O Lucas olha o agora, es governador parar a sua frente.
— Não pode mudar minhas portarias.
— Se me justificar por quê?
— Eles não podem degradar nosso litoral com obras que não
condizem com a natureza ecológica do Paraná.
— Motivos amigo, não sou eleitor.
— Estou falando serio.
— Pensa no quanto isto é cômico amigo, se você não tivesse cri-
ado empecilhos, provavelmente ontem, estaria entregando ao povo do
Paraná uma estrada nova, nos ligando aos dois vizinhos, algo que so-
maria em sua campanha de reeleição, mas não, continua com esta
briga infantil.
— Eles não teriam acabado.
Lucas sacudiu a cabeça e fala.
— Estou revogando suas portarias e mandando a Câmera um
pedido de prioridade para algumas coisas, pode ter certeza amigo, se
eu puder inaugurar isto, eu o farei, estarei colocando meu nome na
historia do estado, e não fiquei tanto tempo assim no poder.
— Acho que não entendeu o problema, eles não vão conseguir.

441
— Acho que não estarei no comando em Janeiro para me preo-
cupar, mas se estarei 3 meses e pouco no poder, pelo menos que sejam
três meses de evolução, e não de ordens insensatas.
O governador agora em exercício, reúne o seu secretariado, al-
guns estranharam a quantia pequena de secretarias, mas ele teria ape-
nas 3 meses, qualquer coisa ali era temporário, não precisava de algu-
mas funções, e estas apenas foram ignoradas.
O novo secretario de obras olha para Lucas.
— Mas o que conseguiremos com isto?
— Quero que me verifique o andamento da obra, sei que é uma
concessão a iniciativa privada, mas me afirmaram que eles esperam a
permissão para terminar de erguer os pilares da ponte sobre a baia de
Antonina para começarem a passar os cabos, eles pararam nos 28 me-
tros devido a uma portaria, eu a derrubei hoje, então quero que olhe e
se for possível, vamos apoiar, estamos nisto por 3 meses, mas se en-
tregarmos a ponte é positivo para todos.
— Certo, quer que afaste o pessoal do instituto ambiental?
— Não, estou mandando ao legislativo as regras para ampliação
e regras para a APA Mata Atlântica, as coisas terão de estar de acordo
com esta determinação.
— Certo, quer fazer a obra, mas proteger o meio ambiente.
— Secretario, eu sobrevoei ontem a região, eu queria saber o
que eles estavam fazendo e o que estava parado, eles tem a rodovia
até 300 metros antes da ponte, já erguida, mas é uma imensa obra
faraônica se não fizerem a ponte.
— E quais os parâmetros que eles usaram? – Uma moça da Se-
cretaria de Transportes.
— Hilda, eles fizeram nos mesmos parâmetros da que levanta-
ram entre Garuva e a BR 277.
— Tudo elevado?
— Sim, mas eu olhei a rodovia e a noite, acessa, com energia ge-
rada por placas de captação de energia solar e eólicas, é uma obra a se
ficar olhando.
O secretario de Minas e Energia olha pra Lucas.
— É seria esta ideia?
— Sim, é um projeto que conseguimos implementar em 2 me-
ses, então teremos o fornecimento de Gás para quem quiser comprar,
vindo de nossos poços, e a 200 metros da costa, vamos instalar 8 sis-

442
temas e energia baseados em ondas, isto devemos inaugurar em De-
zembro, mas vai permitir gerar energia para as cidade litorâneas, no
consumo de temporada.
— E acha viável?
— Custo de implementação, depois vamos colher louros de
energia em milhares de quilômetros de cabos.
— Me perguntaram que candidato apoiamos a governo do esta-
do, não soube o que responder.
— Eu sei que alguns gostam do governo atual, mas estamos em
um que é de transição, meu partido escolheu apoiar uma candidatura
nova, eu me sinto incomodado por estar eleito numa coligação antiga,
mas não tenho nada contra esta coligação nova, e as vezes não enten-
do a briga infantil que esta se desenrolando.
Lucas passa todos os prospectos para o seu secretariado, e sai da
sala e caminha até a câmera do deputados e entrega ao líder da casa,
as medidas que gostaria de ver aprovadas.
— Urgência? – Deputado Matos, suplente.
— Sem elas não faço nada, e vou ficar entediado 3 meses.
— Sabe como está o candidato do partido, estranhei saber da
noticia apenas no jornal nacional.
— Também estranhei, mas foi de raspão.
— Estamos contra a mídia Lucas?
— Não, eles apenas parecem querer escolher o candidato, mas
isto não é função deles.
— Carvalho me liga todo dia para saber como estão as coisas na
capital, ele não parece acreditar na própria candidatura.
— As vezes acho que é o pior senador que já lançamos, mas aca-
to a decisão do partido.
— Vou puxar uma votação com urgência, acredito que não exista
nada que seja polemico?
— Tem, mas tenta aprovar rapidamente.
— O que teria de polemico?
— Criação de coisas que o próximo governador teria de contra-
tar pessoal, mas acredito ser um caminho que nos geraria mais recur-
sos no final do ano que vem.
— Contratação com geração de recursos?
— Sim, leia com atenção e vamos começar a trabalhar.

443
O rapaz sorriu e foi para dentro, mandou convocação urgente
para votação em regime de urgência.
Pedro havia atravessado do quarto para o banheiro do colégio,
então tinha assistido a aula tranquilo, sem se preocupar, sabia que
ainda era alvo, mas não queria parar.
Ele olha Raquel que olha para fora.
Pedro olha para os rapazes do lado de fora e fala.
— Sempre me dando mal.
— O que é agora?
— Alguém pagando para me matar, estou me enchendo disto.
Os rapazes estavam confiantes, pareciam querer antecipar a to-
dos, fomos nós, Pedro olha eles e sorri, eles não entenderam.
Ao fundo dois investigadores da policia olham os 4 marginais e
um fala.
— Quem continua pagando para isto acontecer?
— Não sei, não sei mesmo.
Os policiais entram no carro e o rapaz põem o giroflex para fora
e anda a meia quadra até a porta do colégio, os rapazes que mostra-
vam as armas, as escondem e ao fundo, um outro carro chega ao local
e o Delegado Silva olha para os rapazes, e depois para Pedro.
— Pedro Rosa, podemos conversar?
— Algo grave?
— Algo que não vou falar em publico menino.
Pedro olha para os rapazes se afastando e fala.
— Então tenho de comparecer onde?
— Na delegacia da oitava.
— Me dá uma carona ou tenho de ir caminhando? – Pedro.
O delegado abre a porta da frente e Pedro entra, os rapazes não
entenderam, mas Pereirinha olha para o rapaz ao lado e pergunta.
— O que ele aprontou?
— Não sei, mas se ele não estivesse atrapalhando alguém, não
estavam oferecendo para o matar.
Pedro olha o carro ir no sentido da delegacia, ele sai do carro e
olha para o delegado olhar para ele e entram.
Ele estranha, pois não era algo oficial, estava esperando bomba.
— No que posso ajudar delegado.
— Nada, mas o atual secretario de segurança, me passou uma
determinação pela manha, para verificar quem estava pagando para

444
lhe matar, e não sei ainda quem, mas é obvio, alguém continua o que-
rendo morto, e agora parece que a ordem do governo mudou em rela-
ção a você.
— Ainda nem acompanhei as noticias de hoje, ontem estava
apenas namorando.
— E porque os rapazes de Pereirinha estavam a porta do seu co-
légio?
— Estava pensando em descobrir quando me tirou de lá delega-
do, mas tem coisa que não entendi ainda.
— O que não entendeu?
— Quem, mas apenas não levem tiros que são para mim.
— Dizem que vai ser um bilionário em Janeiro, isto tem proce-
dência? Não seria este dinheiro que eles querem?
— Não sei, muitos falam em milhões e não tem mais de 5 dígitos
nas contas bancarias.
— O secretario me perguntou se não teria como lhe dar segu-
rança, mas não somos especialistas nisto.
— Sei disto, mantem apenas os seus fazendo o que tem de ser
feito delegado, eu sou uma criança, não adianta me vigiar, eles vão
ficar malucos se tentarem.
— E acha que se dará bem?
— Eu não sei ainda, mas pelo jeito vou perder mais um dia o al-
moço no restaurante popular.
— Não está levando a serio menino.
— Senhor, todos a volta sabem, se eu fosse santo, estaria morto,
então apenas faz seu trabalho, e não gosto de esconder fatos, se fiz, é
sua função tentar descobrir como, não virar as costas.
— E acha que não acharemos nada.
— Sei que sempre fica algo, mas eu não conheço o secretario de
segurança novo, pensei que seria o mesmo de ontem, mas sinal que
algo mudou, mas Delegado, apenas se me matarem, descobre porque,
pois eu não entendi ainda por quê?
— Dizem ser dinheiro.
— Eu acredito que seja por diamantes, não por dinheiro.
— Diamantes?
— Alguém fez um relato, não sei qual, que afirma que temos a
maior mina de diamante do mundo, eu ainda não a tenho, mas eles
acreditam que tenho, então eles vão tentar me tomar isto.

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— E não se preocupa pelo jeito.
— Senhor, eu prefiro estar vivo, a morrer com um segredo que
me tiraria a vida, pois mortos não gastam nada mesmo.
— Mas pelo jeito eles não conversam muito, eles tem lhe cerca-
do para lhe matar menino.
— Tenta descobrir quem está mandando senhor, já ajudaria,
pois eu não quero morrer, e talvez a pessoa não saiba, eu morto neste
momento, eles não ganham nada.
— A não ser que alguém tenha falado de mais.
— Dai a pessoa vai ser a segunda a morrer senhor, logo após eu.
— Certo, pois se for bilhões em diamante, eles não vão querer
gente sabendo muito.
— Continuo achando que eles falam em milhões e não tem qua-
se nada nas contas.
O delegado alcança um cartão para o menino e fala.
— Me liga, se precisar.
Pedro viu que era serio, pela aura do senhor, agradece, guarda o
cartão, é dispensado e sai pela porta da delegacia e olha para Pereiri-
nha do outro lado da rua.
— Podemos conversar Pereirinha?
— Acha que não vai morrer?
Pedro olha para ele e fala.
— Sei que não vai ser na porta da delegacia, então se não quer
conversar, o que faz ai?
— Acha que não tenho coragem?
— Acho que não entendeu, se fosse fácil, eu já estava morto,
posso ter uma cicatriz imensa na barriga, mas isto não é motivo para
achar que vai ser fácil.
O delegado olha pela janela, não viu muita coisa, apenas o rapaz
sacar a arma, uma hora estava a frente do menino, no seguinte, não
mais, mal viu a mão do Hons o tocar ao ombro e puxar para a realidade
paralela.
Plinio a porta olha para o menino, olha onde deveriam estar os
demais rapazes de Pereirinha, nada mais, ele entra e olha para o dele-
gado.
— Ele parece não ter medo destes marginais.
— Isto que ele falou aqui, que nossa função é tentar descobrir o
que ele faz, não o dar proteção.

446
— Acha que eles sumiram como? – Plinio.
— Não vi nada de anormal, eles estavam ali investigador, Perei-
rinha puxa a arma e some antes mesmo de terminar de esticar a arma,
da a sensação de ser coisa daqueles Hons.
Plinio olha para fora e fala.
— E não temos nem prova que ele deu sumiço nos rapazes.
— Ele não estava armado. – O delegado.
— Pelo jeito ele é a arma.
Pedro olha para a rua, pega o ônibus para o centro, seria mais
rápido, para a frente do Shopping Estação, olha a hora e vai a praça de
alimentação, ele estava pensando em quem lhe atacava, pega um pra-
to, se serve e senta-se em uma mesa de canto, olhava o prato, pensan-
do em como enfrentar, estava distraindo quando ouve.
— A fraude voltou? – Rita.
Pedro ergue o olhar e olha a menina, olha serio e fala.
— Continua linda, mesmo brava.
Pedro para na imagem dela, sorri, ver auras o fazia ver as coisas
diferentes, ela tinha uma sobre aura, dupla, ele diante dela ainda sen-
tia-se diferente e ela fala.
— Não parece bravo?
— Não sei amar ainda, mas isto também não me permite, saber
odiar, então é algo muito estranho a forma que sinto.
— Não me ama?
Pedro foi pego de surpresa pela pergunta e olha ela aos olhos e
fala serio, ele estava cada dia mais serio, uma criança que evoluía mui-
to a cada dia vivido.
— Um dia perguntei se me ensinaria a amar, não a fazer sexo, e
pelo jeito, deveríamos ter comprado camisinha.
Rita olha em volta, como ele saberia.
— Anda me vigiando?
— Tentando não apanhar em publico ainda.
— Insinuou algo que não falei com ninguém.
— Rita, eu não gostei do que vocês fizeram neste shopping, não
pela afirmativa, e sim, por vocês o terem feito, mas isto me afastou,
mas não fiquei olhando, não queria me magoar, mas as coisas as vezes
acontecem, as vezes não, apenas eu respeito o caminho que decidir, já
que como falou outro dia, sou o pirralho farsante.

447
Rita via ele comer, parecia tentar olhar para o prato, não para
ela, ele estava tentando se manter sem sorrir, por isto estava evitando
ficar olhando ela, sentia-se um bobão diante dela.
— Alguns dizem que você deu a volta por cima, foi namorar uma
menina da Globo.
Pedro riu, existia ciúmes na frase, estranha.
— Namorar? Alguém consegue namorar com câmeras por todos
os lados, todos tentando uma foto comprometedora?
— Vai mentir dizendo que não a está namorando?
— Eu não, já entendi que tudo que falar vão achar o oposto, en-
tão que pensem o que quiserem.
— Aquela Carla diz que está lhe namorando.
— Bom saber que tenho duas namoradas já.
Rita o encara e fala.
— E vai ficar com as crianças?
Pedro pensou em não, mas sorri e fala.
— Com todas, quem sabe aprendo a trocar fralda para usar este
aprendizado a frente.
Rita olha ele intrigada, ele parecia a querer provocar, ela sabia
que ainda não fora no medico, apenas um exame de farmácia, estava
pensando se aquilo era real ainda, e tinha um problema.
Pedro a olha, ela tinha uma grande duvida, ele as vezes esquecia
que poderia que aquela aura nem fosse referente a um filho seu, mas
ele a olha e serio, quase como se cobrasse algo, depois sorri da infanti-
lidade.
— Parece saber de algo que não falei com ninguém.
— Rita, eu só não estou por perto porque você me afastou, você
disse que não era real.
Rita olha serio, ela nem notou Caroline chegando as costas, mas
ouviu.
— Já falando com o pirralho.
Pedro olha para Caroline e fala.
— Outra que não entendo, mas não, estou apenas comendo pa-
ra ir a outra farsa por ai, não se preocupe Carol, não estou disputando
ela com você.
Pedro termina de por os talheres na bandeja, não comera tanto,
e fala olhando Rita.
— Um dia cresço e entendo vocês, ou não.

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Pedro se levanta, caminha e coloca a bandeja na parte destinada
a elas e caminha para fora.
Carol olha para Rita e pergunta.
— Mudando de ideia?
Rita olha para Caroline e fala.
— Deu positivo.
Carol olha em volta e fala.
— E falou para ele?
— Não, mas de alguma forma ele sabia, não entendi, ou eu quis
ver que ele sabia naquelas palavras.
— E como ele saberia?
— A pergunta que me faço não é esta, eu não sei o que João
achará quando falar disto.
— Que talvez seja dele.
Rita não sorri e olha o menino ao fundo, saindo pela lateral do
shopping.
Pedro caminha até um hotel em frente a Biblioteca Publica, o
atendente o barra e ele fala que marcou com Cecílio Almeida, o rapaz
confirma na lista e é conduzido a uma mesa, com o segurança o enca-
rando, como se fosse uma invasão, ao mundo de conto de fadas deles,
pois não havia motivos além de vestes para o barrar.
Cecílio olha o rapaz a mesa e olha Pedro e fala.
— Senhor Rhodes este é Pedro Rosa.
O filho de Rhodes olha para o menino e fala lhe medindo.
— It? – Ele usou para irritar mesmo, no sentido de coisa.
Pedro sorri e olha para Cecílio.
— Como estamos?
— O ministro dos Transportes deve estar chegando ai, a impren-
sa deve estar chegando ai, e ainda não sei o que falar.
— Que temos interesse em duplicar as saídas da cidade com ca-
minhos de trilhos em anexo, contendo, a BR 277 do inicio ao fim, co-
meçamos na obra em Paranaguá e terminamos em Foz, que temos a
pretensão de construção de um canal de transporte que ligue Curitiba a
Foz, que queremos ampliar a BR 116 no Paraná, e a BR 376 também no
Paraná ainda.
— Pouca pretensão.
Pedro coloca um pequeno holográfico na mesa e o liga e fala.
— As especificações são as que estão ai.

449
Cecílio que fora cercado pelo senhor Rhodes, viu que o menino
não deu atenção ao senhor, que agora olhava as obras.
— Parece querer acelerar?
— Quero, pois se um governo me garantir autorização para fa-
zer, eu não preciso me preocupar com a mudança de presidente e de
governador.
— Lucas também deve estar vindo ai.
— Cecílio, quando se fala em obras, eu sempre acelero, sei que
não entende como, mas sabe que o faço.
— Sei, tem gente que nem viu tudo, e está preocupado, imagina
quando verem.
— Eu não terminei tudo ainda, mas com certeza o farei, mas
começamos acelerar os demais processos Cecílio.
— Este senhor está querendo nos ameaçar. – Cecílio.
Pedro olha o senhor e fala.
— Nos ameaçar? – Em inglês.
Rhodes olha o menino e fala.
— Você está entrando no mercado da família.
— Discordo, não tenho diamante de 2 dólares o quilate para
vender, este é o seu mercado senhor, tanto que vocês nos representam
nas vendas europeias.
— Dizem que meu pai sumiu quando veio conversar com este
senhor, o que sabe disto.
— Que ele veio ameaçar, mas ele veio falar com o governador, o
que saiu do cargo hoje, não comigo, não com Cecílio, e que saiba,
quem está pagando minha morte, é você, não ele, se amanha tiver
alguém tentando senhor Rhodes, vai ter de ser mais rápido que seu pai
para fugir, sou pequeno, mas não sou inocente, não entendo gente que
está ganhando com nosso fornecimento, e quer nos matar.
— Não me conhece.
— Pelo jeito não conhecerei, são burros, eu não vendo diamante
a preço de mercado, a pobre, a indústria, eu na verdade, nem vendo
diretamente, mas todos sabem, que em Janeiro será a primeira venda
direta, sem vocês nos intermediando, depois por um ano, nada.
— Não acredito em você.
— Não vivo de crenças, vivo de projetos, todos me tratam assim,
sei o que eles sentem, me olho no espelho, todo dia, mas está fazendo
um favor a cidade senhor, sem saber, no fim, ainda vão lhe agradecer,

450
pois cada marginal que colocou a minhas costas, deve estar no mesmo
lugar do seu pai, um mundo, os locais chamam de Hons, o mundo de
caça, do mundo de Eli, então estou poluindo aquele lugar, com muita
gente, e se quer acabar lá, esteja por ai pagando minha morte, posso
até morrer, mas pode ter certeza, não sai da cidade.
O senhor olha os dois seguranças a porta e olha para Cecílio.
— Pelo jeito não vai me vender ele.
— Você não tem o dinheiro dele, menino. – Cecílio o chama de
criança com outras palavras para irritar – que pelo jeito sabe torrar,
mas não tem ideia do prospecto deste menino.
— Mas pago bem.
— Eu dobro o preço, qualquer valor que ele ofereça Cecílio. –
Pedro olhando o senhor.
— Não esta em jogo isto Pedro, não o estou vendendo, não exis-
te preço para o que você faz, vejo pessoas sem ideias, sem estrutura,
sem recursos, mas a soma dos três encanta e deveria ser apoiado.
A conversa parte em inglês e parte em português fazia Rhodes
não entender nada.
Cecílio olha o holográfico e fala aproximando a BR 277 e pergun-
ta.
— Temos como acelerar isto?
— Temos, mas precisamos de permissão para o fazer, munici-
pais, estadual e federal, estamos falando de estradas com pedágios até
Foz, 3 concessionarias somente neste trecho.
— E pelo jeito não iria se omitir de negociar com eles?
— Sim, não pretendo me negar a isto.
— E se eles toparem, começamos quando?
— Primeiro desafio é fechar um acordo com a prefeitura, para a
parte aérea da estrada, entrando sobre a ferrovia, ampliação da Rodo-
ferroviária, talvez o implementar de uma mudança radical na região,
termino do anel rodoviário da cidade, ampliando ele inteiro.
— Eles não imaginam suas ideias.
— Como digo Cecílio, alguns a frente de nós, se acham milioná-
rios, mas o senhor já deveria ter chego ao bilhão, pelo jeito terá de ser
um pirralho como eu que o colocara neste caminho.
Os dois se olham e a segurança do governador entra, afasta os
seguranças do senhor da porta, o revistam, até ao menino e o gover-
nador entra no bar do hotel, onde os três estavam.

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Lucas olha a holografia e olha para Cecílio.
— Quais os planos, pelo jeito estão mesmo querendo falar o que
combinamos, a maioria nem lembra depois.
Cecílio olha o menino, o que fez ele falar.
— Senhor Governador, o que temos a mesa é uma proposta,
meu advogado ainda não terminou de redigir a proposta, ela será para
o ministro dos transportes, precisa de aprovações federais e estaduais,
mas a ideia, quando inaugurar o porto em operação máxima no fim do
ano, possamos ter pelo menos uma das linhas de escoação funcionan-
do, todas eu acho muito para 3 meses. – Pedro.
— Acho que 4 anos é muito.
— 4 Anos é muito para ligar a capital a Foz por trem rápido, mas
a proposta governador, é abrir os caminhos de uma revolução cultural,
econômica e social, a nível Paraná.
— Sabe que isto pode gerar problema de vinda de pessoas para
o Paraná.
— Sei que nosso estado é um pequeno estado da nação, mas
com certeza, pode ser melhor que hoje, não estamos falando em sair
contratando, fazendo promessas, estamos falando em criar uma estru-
tura que permita os próximos governos, não um, mas 100 deles, seguir
e dizer, estamos no caminho certo. Não quero o estado lotado, por isto
minhas empresas não se contentaram em ficar nos municípios do lito-
ral, passamos aos estados vizinhos, é questão de ideias, muita gente vai
usar apenas para atravessar o estado mais rapidamente, a leva de pau-
listanos em praias Catarinenses deve crescer, alguns nem vão parar
para olhar nossas praias, vão direto.
O ministro do Transportes entrou no local, ao lado veio o minis-
tro das Minas e Energia, Pedro não conhecia o senhor, mas o sorriso
para Rhodes mostrou onde era o problema.
O governador cumprimentou os dois, e olhou para o Ministro do
Transportes.
— Acha que seria loucura começarmos algo em fim de mandato.
— Se for como as obras no litoral, tem gente reclamando dos
gastos do governo no local, mas não acharam os erros.
Pedro olha para Cecílio e pergunta.
— Teria como eles liberarem nosso advogado que está retido na
entrada?
— Quem fez os contratos.

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— Escritório Vaz de Advocacia.
— Mandaram um dos advogados deles?
— Acredito que Vaz não deixa isto na mão de qualquer um.
Cecílio foi a entrada e fez sinal para liberarem o rapaz, o ministro
olhava o menino, quando Vaz chega a mesa, lhe alcança um contrato,
ele passa os olhos na capa, nos contratos, era uma bíblia com algumas
paginas dobradas, ele olha com calma, muitos olharam para o menino.
Ele passa o primeiro contrato para Cecílio que olha o ministro.
— Lembra de nossa primeira proposta ministro?
— Como não lembrar, inauguramos parte ontem, e o que tem ai
para nós?
— Esta é uma proposta para implementação no estado do Para-
ná, estamos passando a ideia para você – ele alcança uma copia para o
governador Lucas – e para o governador, dos planos locais para os anos
seguintes, mas podemos ter algumas coisas ainda este ano prontas, se
for aprovado o projeto.
O ministro olha para o prospecto, o primeiro era pequeno, este,
um conjunto de obras, ele olha com cuidado e pergunta.
— Qual a pretensão real disto?
— Entregar a primeira parte o mais rápido possível, e se possível,
negociar já com o governo de transição a continuação destes projetos,
pois não vejo porque um governante seria contra estas obras.
— Alguns estão falando que pode haver uma leva de emigração
para o estado, acha que estão prontos para isto?
— Senhor, temos alguns problemas, e um deles, é ter vagas de
engenheiros e não ter engenheiros suficientes no estado, uma parceria
nossa, da Ponto e da Rosa, em um estaleiro em São Paulo, tivemos de
importar engenheiros Náuticos, temos de ver que isto complica as coi-
sas, teremos um leve de pessoas indo ao local, mas ainda é falta de
pessoal, para o funcionamento quase inicial das industrias.
— Nem falamos disto ainda.
— Nem conseguimos fazer o básico ainda, mas estamos acele-
rando, sabe disto ministro.
— Sim, pelo menos o atual governador está a par das coisas, o
anterior nem atendia o telefone.
— Ele tem prioridades diferentes neste momento.
O ministro olha a pasta e olha o holográfico a mesa e fala.
— Estão pelo jeito com os projetos feitos.

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— Sim, uma vez calculado o que precisamos de estrutura, temos
apenas que dispor de um solo que aguente ela.
— O presidente mandou dar apoio, enquanto todos param para
a eleição o Paraná parece acelerar.
— Eles não viram o nosso trecho ainda Ministro, eles viram o
porto de Joinville e ficaram surpresos.
— Certo, e pretendem realmente entregar parte ainda este ano?
– As perguntas do ministro a Cecílio, davam tempo de Pedro analisar as
auras.
— Sim, o prospecto de inauguração do ultimo trecho, pode pa-
recer que será apenas um pequeno trecho ministro, mas tem adendos
te turismo, de indústria, de portos secos para estrutura dos portos, nos
3 estados, queremos estar testando os equipamentos da indústria de
Alumínio ainda em Dezembro, então é um adendo forte.
Cecílio olha para o ministro das Minas e Energias, pega um se-
gundo projeto que Pedro deixou sobre a mesa e fala.
— Queremos permissão para junto ao governo do estado, inves-
tir na geração de energia baseada em ondas e criação da empresa pa-
ranaense de Petróleo e Gás Natural.
O ministro que achou que forçara a barra para estar ali, olha Ce-
cílio esticar para ele o projeto e terminar.
— Este é um adendo que pode com esta empresa, gerar energia
elétrica capaz de suprir o litoral paranaense na altar temporada, e
montaríamos uma estatal para gerir o gás que usaríamos no estado,
não ficando a mercê de preço internacional, não podemos querer ter
um estado competitivo, se não termos independência, o que deveria
gerir o custo do gás é o de produção, não o preço do dólar ou o merca-
do internacional, não a nível de vendas internas de produto produzido
internamente.
— A Petrobras vai querer uma contrapartida. – Ministro das Mi-
nas e Energias.
Cecílio olha para o menino, ele não pensara em contrapartida.
— O que acha Pedro?
— Embora não seja ilegal, é um facilitador, podemos nos propor
a estender um gasoduto e oleoduto, entre o litoral e Foz do Iguaçu,
mas teríamos de ver se a Petrobras aceitaria este tipo de contrapartida.
Cecílio pensa um pouco e fala.

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— Lhes dando condições de transporte de gasolina através de
nossa estrutura? Sabe do risco?
— Sei, mas sistemas de descompressão hoje, fecham automati-
camente os canos, sistemas de detecção, sabem antes mesmo de ter-
mos o problema, o parar do sistema, mas temos realmente de pensar
nisto, pois um gasoduto o governo do estado iria construir, para ter gás
a baixo custo e com envaze apenas nos locais, gerando distribuição do
produto naturalmente, mas como disse Cecílio, temos de ver o que eles
consideram contrapartida.
O ministro olha para Cecílio e fala.
— Sabe de que tipo de contrapartida estou falando.
— Não, coloca num papel.
— Isto não coloco em papel, acha que está tratando com quem
Cecílio?
— Alguém que acabo de filmar pedindo e ameaçando, se acha
que pode ganhar dinheiro, roubando o estado, tenta, quero isto apro-
vado rapidamente, se não conseguir, vai ser um escândalo, pois a Pe-
trobrás em teoria, não é mais monopólio, então vamos ver se a pratica
é diferente da teoria.
O ministro olha em volta e fala.
— Acho que...
— Se vai ameaçar, esquece, pega o amiguinho falido aqui do la-
do, que arrota diamantes que já vendeu e torrou, e some, se veio atra-
palhar ministro, nem precisava vir, e não pensa que não vamos fazer,
apenas vai demorar mais.
— Se achando Cecílio, não vão mudar este país sem apoio nosso.
— Você não quer mudar, você quer lucrar ministro, mas vou
apresentar oficialmente ao presidente este pedido, e se não assinar, eu
peço sua cabeça numa bandeja, e se reclamar, abrimos suas contas, e
quem sabe nos livramos até de você como servidor, quer terminar
pobre, tudo bem, tentamos.
O ministro olha o do Transporte.
— Pensei que falava com gente de dinheiro, estes dai, não tem
nem para molhar uma mão, e querem arrotar.
— Se veio para ganhar dinheiro amigo, esquece que o dinheiro
está em campanhas, e nestas horas, obras fazem mais votos do que
ameaças, e melhor passar este prospecto a frente, pois o presidente vai
ter uma copia.

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— Se achando só porque...
— Só porque acreditei num sonho, e o realizei, você parece que
só fala em percentagem, mas pelo jeito gastou demais de novo.
Um dos ministros sai pela porta, Rhodes saiu também, ele não
entendera a discussão em Português, Pedro olha para Cecílio e fala.
— Nem precisava tanto.
— Qual era a ideia.
— Sabe que estamos estruturando, mas a ideia, é avançar sem-
pre. – Pedro clica na holografia e aproxima e fala, mostrando um corte
da viga.

— Em certos pontos, temos as passagem em vãos maiores do


que os encanamentos de um sistema de gasoduto, quando se olha o
corte, das vigas, é que dá a sensação de que estamos falando de algo
maciço, mas não, estes trechos são apenas os que seguram a rodovia
alta e os trilhos, mas não é assim em 90% do espaço, neste corte deve
estar vendo dois níveis laterais de ferrovias, é que quando se sai de
Curitiba, no sentido interior, quero ter um fluxo constante que vai ao
norte e um fluxo constante que vai a Oeste.
Cecílio olha o corte e fala.
— Querendo pelo jeito implementar alguns projetos?
— Acho que a ideia de facilitar o povo ir e vir, faz com que mui-
tos voltem também, mas permite que tenhamos cidades entre 20 e 100
mil habitantes bem estruturadas ao longo de toda estrutura, fazendo
que o pessoal não precise vir para a capital, que não precise ir ao lito-
ral, pois eles teriam emprego e estrutura perto de suas terras natais.
O ministro dos transporte olha o corte e pergunta.
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— Quantos quilômetros de ferrovia pretende instalar no seu es-
tado?
— Hoje temos perto de 3 mil quilômetros de ferrovias, quero
chegar a 15 mil quilômetros de ferrovia.
— Metade do que temos no Brasil quer ter só no estado do Pa-
raná.
— Automaticamente, quando inaugurar a ferrovia para o porto
de Paranaguá, vinda do litoral de São Paulo, se entendendo pelo Para-
ná até Santa Catarina serão perto de mil e quinhentos quilômetros de
ferrovia senhor.
— Certo, não tinha me atido ao fato de que estão construindo
uma ferrovia em paralelo, e terão 5% de todas as ferrovias do Brasil,
entregues nesta obra.
— Tínhamos de começar por algum lugar senhor, mas acha que
consegue que abram uma licitação para a construção da obra?
— Quer estas especificações?
— Algo que faça as pessoas pensarem não ser viável, já que não
entendo esta coisa de viabilidade de obra, se ela é necessária, ela tem
de ser viável.
— Apresento o projeto ao presidente, ele deve fazer uma medi-
da provisória para isto, pois senão não passaria no congresso a tempo,
e no ano que vem teremos pressão em Brasília.
— Senhor, as vezes parece que é desperdício de recursos, mas se
eu conseguir fabricar e exportar mais diretamente, eu começo a ganhar
dinheiro.
— Pelo jeito nasce um novo empresário no Brasil. – O ministro
fala e sorri, ele olha Pedro, que não sorri, ele apenas fala.
— As vezes temos de começar um grande projeto senhor, o mi-
nistro de Minas e Energia não entendeu, que apenas não o queríamos
ouvindo, a Copel tem permissão para a instalação das linhas de capta-
ção via ondas do mar, soma perto de 10% da produção do estado, mas
isto facilmente fornece energia ao litoral, todas as rodovias, tem siste-
mas de captação e devem também prover energia ao que estiver no
caminho, como escolas, postos de saúde, pedágios, iluminação publica
próxima a rodovia. Referente a concessão de extração, nós já manda-
mos para a Petrobras, através do atual governador, uma pesquisa so-
bre a viabilidade disto, e não sei ainda o que eles responderam. – Fala
Pedro olhando para Lucas.

457
— Eles responderam que a concessão é simples, apenas tem de
seguir as normas de segurança e de instalação, até deram uma estima-
tiva de investimentos na casa dos 4 bilhões para a implementação da
mesma.
— Eles não sabem o que falam governador.
— Acha que o gasto é maior.
— Sim por um lado, não por outro, mas a sua secretaria mandou
o prospecto hoje para eles?
— Sim, mas este é mais complexo.
— Sim, mas é que os estudos estabeleceram os pontos, assim
que o senhor der OK, nós vamos começar a erguer 3 pequenas ilhas
artificiais no litoral Paranaense, e para eles, encomendamos um ma-
quinário completo de extração, sistemas de montagem de grandes
toneis de armazenamento e purificação, e os canos para começar a
estabelecer o canal de entrada disto na baia, tem de estar enterrado,
então vai dar um pouco de trabalho, mas acredito que dê para fazer
tudo, serão 8 obras em paralelo para por isto em funcionamento.
Lucas olha desconfiado.
— Sei que estranha governador, mas estou lhe propondo uma
empresa de capital, misto, o governo vai por assim que for estabelecido
o processo como concluído, a venda de lotes de ações de 40% da em-
presa para levantamento de capital, este capital será investido comple-
tamente no processo o que gerará o cumprir do construir da empresa,
que deve gerar 16 vezes o consumo atual de gás de cozinha do Paraná,
o que deve gerar retorno financeiro ao estado, quando falei em por um
gasoduto, até Foz, é pensando em vender este gás direto aos nossos
estados vizinhos.
— Pensando mesmo em uma estatal lucrativa? – O ministro.
— Sim – Fala Lucas – a ideia que o menino apresentou ministro,
é de aumentarmos a capacidade de contratação do estado, através de
mais impostos, mais lucros e menor tamanho do estado, alguns estra-
nham isto, até eu, ele fala em criar três mega Estatais e fala em redu-
ção do estado.
— Três? – O ministro.
— Sim, uma de Controle dos Portos, uma que abrace as já exis-
tentes com uma única estrutura, uma de produção de Gás e Derivados
de Petróleo, e uma Hidroviária, que controle o fluxo de balsas no canal
do rio Iguaçu. – O governador pensa um pouco e continua – ainda vai

458
mudar a dinâmica das ferrovias do estado, mudando a forma de agir,
cobrando para trafegar em suas linhas, não uma empresa ferroviária,
mas uma estrutura que permita a existência de 3 ou 4 empresas, e que
o controle seja do estado.
Lucas olha para o menino e pergunta.
— Algo mais?
— Deixa um pouco para o próximo governador. – Pedro.
— Ele terá muito trabalho, mas tem mais ideias?
— Levantar a TV Educativa do Estado, gerando conteúdo, canal
aberto e por cabo, para todos que quiserem, apoio a cultura com inicio
das reformas dos Teatros do Estado, reestruturando por outro lado,
todas as festas regionais do estado, levantamento cultural, histórico e
artístico do Paraná, para que isto faça parte do currículo das escolas
estaduais, a contratação de professores para o ano seguinte, não ape-
nas temporários, mas professores reais, mas através de CLT, exigir
atualização de todos os professores, e preparar a atualização deles, não
pode ser algo de escolha deles, tem de ser dentro de um padrão com
conteúdos didáticos modernos, e métodos modernos de estudos.
— E vai palpitar? – Lucas.
— Somente se quiserem ouvir, se não, eu me afasto e me dedico
a minha pequena meta.
— Pequena meta? – O ministro.
— Ser o primeiro Trilionário do País.
— Bem pequena esta meta. – Cecílio.
— Sim, e se puder arrastar uns 100 empresários a mais para o rol
dos bilionários, já terei feito a minha pequena meta.
— Pelo jeito quer muito menino, mas tem de manter os pés no
chão. – Ministro.
— Sei disto, mas com certeza, o estado do Paraná será um gran-
de vendedor de Energia Elétrica, vou aos poucos comprando ações da
Copel, o Paraná será um grande vendedor de Gás Natural, quero ter
uma parcela boa desta empresa, o Paraná será o estado com mais es-
tradas pedagiadas do país, quero ter parte de alguma destas empresas,
terei meus hotéis, meus estaleiros, minhas empresas de aviação, de
veículos elétricos, de tanta coisa que seria difícil de narrar ministro,
mas juro, estou tentando manter os pés no chão.
— Eu estranhei o comportamento do Ministro das Minas e Ener-
gia, saberia o que o motiva?

459
— Senhor, as mas línguas, dizem que eu achei um veio de dia-
mante em algum lugar em Minas, eles não sabem ainda onde, uma
mina capaz de produzir por 100 anos, tirando ao total de 100 anos,
perto de 8 milhões de quilos de diamante de qualidade baixa, aqueles
que a grama pagam 10 dólares, algo que se eles estiverem certo, seria
uma mina que me proveria em 100 anos 80 bilhões de dólares.
— E ele quer saber onde, agora entendi o senhor Rhodes aqui.
— Ele desconfia de um lugar, no interior do Paraná, pois eu des-
viei os olhares para Minas Gerais, e eles não acreditaram.
— E pelo jeito acredita nisto?
— Senhor, eu não acredito em milagres, mas não quer dizer que
não provoque os milagres.
— Certo, acha que terá isto em diamantes?
— Acho que terei de vender com calma para não perder dinhei-
ro.
— Não entendi.
— Senhor, existem dois tipos de diamante, os que eles pagam
em media, 10 dólares a grama, e o que eles pagam 20 mil dólares a
grama, a diferença, se a mina no lugar de ter o tipo um, tiver o tipo
dois, ela passa a valer não 80 bilhões de dólares, e sim 160 trilhões de
dólares, mas ai não existiria dinheiro para comprar os diamantes em
100 anos, pois eu tiraria em diamantes de alto valor, perto de 1,6 tri-
lhões de dólares ao ano.
— E acha que levou sorte?
— Não, isto não teve nada haver com sorte.
— E mesmo assim não paga propina?
— Eu não terei fórum privilegiado, eles nos forçam a pagar e
quem vai preso somos nós.
— Certo, mas acha que tem um caminho para ser depois de uns
anos, o primeiro trilionário do país?
— Quem dera do mundo.
O ministro sorriu, ele nem tinha noção que ninguém no mundo
chegou a este valor.
— E pelo jeito se cercou de bons profissionais?
— Eu gosto das coisas organizadas senhor, o projeto que lhe
passamos, mostra como pensamos, como agimos, e como nos estrutu-
ramos.

460
— Pelo jeito vou ter de aprender a tratar com você menino, sabe
que muitos falam deste Pedro Rosa, mas se conseguir o que pretende,
sinal que vai a frente.
— Senhor, todos saberão neste verão se este Pedro Rosa vai se
dar bem ou mal, mas se eu sair a rua, ainda poucos vão me olhar e
dizer, aquele e Pedro Rosa. Mas qualquer pessoa que olhar a partir
deste ano, estamos terminando a ultima instalação do que foi inaugu-
rado, terá uma visão diferente.
— Diferente? – Ministro.
Pedro põem uma projeção lateral da rodovia.

— Não entendi. – Ministro.


— Senhor, teremos um corredor de 600 quilômetros em duas vi-
as, com painéis solares, em todo o percurso, um sistema que permita
eu por caminhões a GPS dentro deles e eles saírem de um ponto ao
outro sem problemas, pois um dos serviços que quero oferecer é con-
dução direta ao litoral, aos portos, direto da capital Paranaense.
— Carros sem motoristas?
— Carros prontos para lhe levar pela rodovia de um ponto x a
outro ponto y, lá você podendo escolher qual o caminho que toma.
— E vai comprar esta tecnologia?
— Estou desenvolvendo senhor, acha mesmo que quero impor-
tar tecnologia? – Pedro.
— E como acreditar nisto?
— Ainda estou começando senhor, ainda não preciso de gente
acreditando e babando, quero gente trabalhando.
— Esta vista lateral precisava dos veículos. – Cecílio.
— Sim, daria a profundidade que algo lateral não daria, já que
estamos com duas vias de trem do lado de cá, dois do lado de lá, duas
altas que não seriam visíveis, 3 pistas de ida e de volta elevadas, duas
de ida e volta a baixo.
O ministro olha aquilo e olha o prospecto do que tinha a mão e
pergunta.
— Querem por isto sobre todas as rodovias que tiverem?
— Sim. – Cecílio.

461
— Pelo jeito algo que pareceu pronto, mas ainda não está. – O
ministro.
— Senhor, quando em dois meses e pouco, vierem a inaugurar o
todo, inevitável ver isto, inevitável olhar o todo e se perguntar, onde
estamos, Brasil? – Pedro.
— E tem surpresas.
— Estou reestruturando estruturas, ideias, eu começo com uma
e o amplio, eu tinha uma ideia, alguém soma, e vamos criando.
— Qual a criação? – Cecílio.

Pedro pega os dois últimos cortes e fala.


— Na região das colunas, a esquerda, na região sem colunas, a
direita, a ideia, ter uma rodovia que esteja no nosso padrão, podemos
colocar uma linha especial para ciclistas no centro, e uma para motoci-
clistas, temos sempre de nos dedicar mais nos entroncamentos quando
dispomos deste tipo de estrutura, mas acredito que não quero rodovias
como se ligava o nome a Brasil, quero começar algo novo, algo que
venham e fotografem, falem, estudem, não algo que seja apenas mais
uma.
— Está quase cobrindo a rodovia.
— Cecílio, a pergunta que não sei ainda a resposta, quanto se
produz em energia solar, em 12 milhões de metros quadrados?
— Pensando economicamente?
— Sim, se eu for fornecedor para a Copel, no lugar de cliente
consumidor, focamos em mais um ponto de retorno.
— Falando de que trecho? – O governador.
— O entregue em 15 de novembro.
— E pelo jeito estão ainda pensando em ampliação? – Governa-
dor.

462
— Temos uma concessão de 100 anos, para uso e tudo que pu-
der reduzir pedágio, ou beneficiar as cidades que passamos, para mim
é prioridade.
— E este papo de trem litorâneo? – O ministro. Pedro abre outro
arquivo e fala.
— Senhor, parte ainda está em implementação, parte em estu-
do, parte em acordos municipais, mas pretendo ter um trem, não mui-
to grande, mas rápido, que ligue Curitiba a Joinville, Paranaguá, Regis-
tro, Ponta Grossa, e talvez Foz, mas isto é ao futuro, bem futuro, e uma
linha litorânea que ligue Peruíbe em São Paulo, a Itajaí em Santa Cata-
rina.
— Motivo?
— Eu brinco com minha irmã, que meu reino vai de Itajaí a Peru-
íbe, mas é que é a linha que pretendo investir primeiro, fechar os mé-
todos produtivos, para no futuro, depois pensar em algo a mais.
— E como seria isto.

— Senhor, o prospecto esta em construção em parte, então não


temos ainda imagens, mas nos pontos de parada seriam pontos maio-
res, e os de transporte, todos aéreos, é um tubo erguido que corre
entre a segunda e quinta quadra do litoral, que passa a beira mar, não
é algo para transporte de carga e sim de passageiros, permitindo sair
do norte de Peruíbe e chegar a divisa com Itajaí na divisa sul, com pas-
463
sagens sobre florestas nas áreas de preservação, e sem locais de para-
da, mas que permitira uma viagem turística entre os dois pontos. Ou
sejam ligações de Curitiba a todas as regiões locais, rapidamente, sem
ser um trilho que para uma cidade, apenas um elevado correndo em
todos os sentidos.
— E quando vai pensar nisto?
— Tenho de ter pontes de ligação, estava com o meio disto pa-
rado, vamos acelerar um pouco em alguns pontos para falar deste pro-
jeto que já tem alguns adendos prontos.
— Dividindo a estrutura de trechos já construídos? – Ministro.
— Sim, mas precisamos destas autorizações para o fazer senhor.
— Certo, vou falar com o presidente, ele ficou encantado, não o
via sorrir de ver uma obra grande como estas a mais de um ano, e pelo
que esta falando, a do dia 15 é a que vai dar sentido a todas as obras?
— Sim, temos ainda de inaugurar a ampliação do aeroporto de
Navegantes e seu porto, o porto de Joinville e seu aeroporto, o projeto
do porto de Navegantes ainda vai ser problema, mas tem gente pen-
sando nisto, tem pequenos trechos que nem viu ainda ministro, e que
pretendemos por em funcionamento no dia 15, mas antes passamos ao
senhor e ao da Casa Civil o que será inaugurado.
— Pelo jeito muitos planos?
— Tentando parar de mudar os planos, eles ficam tensos toda
vez que os ligo Ministro, mas estou tentando ter um caminho a seguir,
não um meio caminho.
— Certo, mas pelo jeito realmente quer ser alguém que manda
neste país.
— Eles ainda me barram em locais assim Ministro, pois eu ainda
sou e pretendo continuar sendo, um desconhecido.
— E o problema com o ministro?
— A hora que ele se portar como alguém que quer um país me-
lhor, conversamos.
— Acha que não precisa de intervenção nisto?
— Eu enfrento os problemas senhor, é melhor enfrentar e
aprender quem é quem, do que ficar na ilusão de que todos são legais,
bons, e coisas assim.
— E pelo jeito seu grupo cresce a cada momento?

464
— Meu grupo é de investidores e sonhadores, e para sonhar,
não precisa ser novo, velho, branco, negro, analfabeto ou formado,
precisa apenas se dar ao direito de sonhar.
O senhor pega os papeis, olha o menino e fala.
— Então nos vemos ainda este ano?
— Deve ter reparado que não sou muito de inaugurações, deixo
a honra aos demais.
O senhor pega os documentos e se despede, Lucas olha para o
menino e pergunta.
— O que disto que falou pretende para este ano?
— O anuncio do investimento da Copel em uma rede de capta-
ção de energia Eólica senhor.
— O que não mostrou para ele?
— Que a parte litorânea, da linha de trem, tem tripla função.
— Tripla?
— Transporte, energia solar e energia Eólica senhor.
— E como seria isto?
Pedro toca o holográfico a mesa, e aproxima a linha de costa,
onde o trem passaria, 80 quilômetros de ferrovia elevada, onde tinha
uma base a cada 100 metros, 800 bases onde em cada uma delas, sur-
gia sobre ela uma hélice de captação de vento.

O governador olha aquilo e pergunta.


— Sabe que isto não fica tão bonito visto de longe.
— Eles preferem uma chaminé onde não veem, mas sentem a
poluição, conseguimos.

465
O governador sorriu e fala.
— Então teremos uma linha de captação solar e uma linha de
captação Eólica?
— Sim, e uma de captação de maré, a ideia inicial é esta, pode-
mos adaptar a leis locais, mas tem de considerar governador, que isto
tem mais de 30 metros.
— Tudo parado pelo jeito?
— Eu não gosto de parar, eu fui fazendo as estruturas, bases no
chão, ninguém vê.
— E pretende fazer o que?
— Fixar pelo menos 100 estruturas as bases, depois começamos
a colocar as armações altas, que vão sendo montadas e depois erguidas
inteiras.
— Pelo jeito pretende mesmo mostrar que é possível fazer algo
assim?
— Sim, eu pretendo mostrar que tudo que montamos, é o fim de
um processo, que deveria ter sido apoiada, e foi rechaçada pelo antigo
chefe de governo estadual.
— E qual vai ser o nível de inaugurações?
— Semana que vem, vai começar a inaugurar os portos, as re-
servas florestais, autorizar as pontes, não sei se concorda com minhas
propostas governador, sei que avanço rápido demais.
— E pelo jeito quer algo de grande impacto.
— Sim, gosto de não precisar de apenas chuva para ter energia,
não precisar de apenas sol para energia, nem vento, nem ondas, quero
o conjunto nos mostrando o caminho.
O governador olha os projetos pedidos para o governo federal e
pergunta.
— Sabe que a muito não via uma ideia tão inovadora.
— Como falamos Lucas, é o começo.
— E se o seu candidato não se eleger?
— Terei de negociar com a próxima governadora, o que mais?
— Certo, um projeto deste quase que se apoia sem pensar, não
existe recursos no estado para gastos assim.
— Sempre estranho a ausência de recursos em certos estados,
não está sobrando, e quando precisamos investir, o dinheiro acaba com
os bancos.
— E não pretende pelo jeito depender deles.

466
Pedro não respondeu, estava já a muito naquela reunião e fala.
— Agora tenho de ir governador, hora de tocar um pouco a vida.
Pedro sai e o governador olha Cecílio.
— Como estão as coisas?
— Todos esperando o diário oficial de amanha para retomar se-
nhor, não queremos multas.
— Certo, mas qual a ideia?
— Acelerar, este trem de turismo que o menino falou, eu acredi-
to que seja dos passeios que mais vai ganhar adeptos no país.
— Algum motivo especial?
— Um trem moderno, com vistas para reservas florestais, depois
pontes incríveis, 5 delas, vista de portos, de aeroportos, de praias, ho-
téis, parques, mais praias, muita coisa, alguém pega o trem em São
Paulo e vai ao Beto Carreiro e volta, com uma facilidade que não existe
hoje.
— E no estado?
— Aos parques dele, ao litoral cuidado, aos hotéis, aos eventos
que ele quer promover no nosso litoral.
— E quem está por trás do menino Cecílio.
Cecílio sorriu e não respondeu.
— Algum motivo para não responder?
— O fato de não ajudar em nada, e não tem nada de mais e nem
de menos.
— Nada ilegal?
— Não, nada ilegal, todos estranham isto no menino, ele é bem
rígido no comportamento de todos a volta.
— E quem está acima?
— Governador, se quer o podar, não vai conseguir nada.
— Certo, ele é o teste, mas pelo jeito ele estudou bem o que
pretende oferecer.
Cecílio sorriu novamente.
Pedro olha para a rua, olha os seguranças do outro lado da rua
saindo do carro e olha dois policiais saírem de seus carros e os segu-
ranças pararam, algo estava mudando, mas era obvio, o menino do
Rhodes iria tentar mais alguma coisa.
Pedro olha a rua, a atravessa, caminha pela rua no sentido do
calçadão, era uma boa pernada até a empresa de Geologia, mas ele
parecia precisar pensar.

467
Ele chega ao Rebouças depois de quase uma hora de caminhada,
ele olha para a rua, atravessa e olha para aquele imóvel sendo refor-
mado, o segurança pede identificação, parecia estranhar, ele entra e
olha Carla.
— Achou fácil?
— Não entendi porque mudou, lá era mais fácil.
— Eles descobriram que estávamos lá, não queremos morrer por
causa de algo assim.
— Mas é um lugar difícil de ônibus.
— Sei disto, mas a sede na Marechal Deodoro não está pronta
ainda, mais 3 dias para estar pronto.
— E estava onde?
— Resolvendo coisas que não entendi. Que papo é este de Rita
estar gravida?
Carla olha para ele e fala.
— Não sei, não ouvi nada a respeito.
— As vezes temos de lembrar de usar camisinha, né Carla?
Carla sorri e fala.
— Pode ser seu?
— Sim, pode ser meu, mas ela não falou comigo a respeito, pode
ser daquele João também.
— E falou com ela? – Pedro olha a aura de Carla e fala.
— Se vai ter ciúmes Carla, não vai funcionar.
— Quer todas?
— Como digo, o que ofereci para você, é um futuro, não um
amor, um amor o tempo tira da gente, a vida pode ir além disto.
Carla olha ele chegar perto e a olhar aos olhos.
— O que pensa tanto?
— Meu pai está querendo saber quanto vou ganhar, no que es-
tou me dedicando, que estou bem afastada.
— Quando inaugurar o laboratório na Marechal Deodoro, convi-
da ele a conhecer.
— Mas?
— Você está entrando para a historia, e não sabe, tem de en-
tender, este local, pode ser seu, pode ser meu, mas em Fevereiro, você
decide o que vai ser na vida, sempre espero que fique, mas não sei se
você vai se manter aqui.
— Porque sairia?

468
— O dinheiro afasta mais do que atrai, sei que não sou fácil, sei
que muitos querem que seja diferente, mas não tenho coragem de
pagar 800 reais em boné, um pobre vive com menos que isto, dois
meses, e não sei, parece algo fora do meu mundo.
— Mas porque você com dinheiro me afastaria, você parece ter
mais do que todos falam.
— Sei que não entendeu, mas referente a seu pai, mostra para
ele na Sexta, estou transferindo o escritório de vendas da empresa de
Geologia, estou tentando montar em um local fácil de chegar, para
vocês, pois aqui é minha facilidade, não a de vocês.
— E o que posso mostrar?
— Quinta lhe mostro o lugar e falamos, como estão as peças?
— Ficando cada uma melhor que a outra, vou pegando o jeito, e
pelo jeito este é dos melhores equipamentos para se fazer, tenho um
brinco de ouro e diamante que meu pai me deu aos 10, se comparar a
liga, mais fraca, se comparar o corte, pior, se ver o acabamento bem
pior, e sei que é das melhores joalherias da cidade.
— A diferença Carla, é que provavelmente criaremos nesta cida-
de algo a nível mundial, não nacional, e o desfile fechado, para convi-
dados vai ser em um lugar que você conhece.
— Certo, algo especifico.
— A pedreira ao fundo, da novela das sete, com um palco sobre
o lago, com cadeiras a volta um pequeno desfile, dando ênfase apenas
aos colares, algo que esta em minha mente, como fazer, e pode ter
certeza, algo que posso transferir para o palco interno e não mudaria o
visual, quem determinará o local vai ser o clima, mas se der certo, esta-
remos na conversa dos grandes joalheiros do mundo no dia seguinte,
talvez estejamos na conversa mesmo que dê errado.
— E este dia parece o deixar tenso.
— Sim, este dia me deixa tenso, vou ter de cuidar com o que
como no dia anterior para não ter uma big diarreia.
Carla sorriu e fala.
— E improvisa para qualquer lugar, nem entendi o problema do
outro endereço.
— Quando não falo, é para não chegar a seu pai e ele não a afas-
tar por medo Carla.
— Certo, mas pelo jeito aqui é temporário.

469
— Apenas para não parar, mas se quiser apenas revisar as já fei-
tas, sempre digo, estamos no prazo.
— E vai sair correndo.
— Tenho de atravessar a rua, melhor, fecha as coisas no cofre e
vamos atravessar a rua.
— Me dando folga?
— Aqui você não vai conseguir fazer algo sequencial, então pa-
ramos hoje, recomeçamos na quinta, dai em endereço reformado, e
não ficamos com peças no meio do caminho.
Pedro a olha guardar as peças e saem, atravessam a rua e Cristi-
ane olha Pedro entrando.
— Veio conversar?
— Sei que dei um pouco as costas aos problemas.
— Sabe que nos vigiam.
— Imagino, mas preciso de um acordo, que não passe na politi-
ca, pois politica muda de 4 em 4 anos neste país.
— Certo, e não conseguiu o que queria ainda?
— Não, corrido aqui?
— Menos que antes, este sistema próprio facilita muito.
— Tem de considerar que precisamos de algo especifico e que
não fique a mercê de todos.
Pedro olha o escritório, Cristiane passa um pequeno relatório e
ele fala.
— Juro que a 6 meses considerava isto impossível.
— Temos compradores de pedras em 153 países, isto que deve
ter atraído o senhor Rhodes.
— Oferecemos o que ele não tem a oferecer, ou tem?
— Não, muitos ligam para cá para ter informação sobre a Rosa
Diamantes Joalheria, as vezes não sei o que falar.
— Vamos unificar na Marechal Deodoro na Sexta, com a direção
desta empresa, da Ponto, da Rosa Imóveis, da Rosa Hotéis, e com 4
andares ainda em instalação.
— Vai ampliar? – Cristiane.
— Concentrar uma organização, a primeira, tenho de ver onde
estão os erros burocráticos, o governo adora nos chamar de caloteiros
referente a regras que nem eles sabem.
— Acha que pode ter algo fora?

470
— Eu estou querendo ter uma sede local dos Portos Rosa, da
Empresa Aérea Rosa, de cada organização que tiver, o prédio tem 22
andares, agora reformados, elevadores novos, os últimos 2 é apenas
estrutura local, com restaurantes, salão de festas, sacada para a cidade,
um local para pensar, dai os 4 primeiros é parte da Rosa Diamantes, e
vamos ter um escritório de nossa empresa lá, separar direção de pro-
dução em quase tudo.
— E pelo jeito vai acelerar.
Pedro fala.
— Subimos e explico.
Cristiane olha em volta, alguns ouvindo ao longe, sorri e fala.
— Surpresa?
Pedro apenas sai e vai a parte ao fundo, olha o acabamento da-
quela parte, ele agora tinha uma entrada a parte, com uma sala, Cristi-
ane olha e fala.
— Planos para este ponto também? – Carla.
— Acho que tenho de parar um pouco de ter ideias, por todos os
planos no papel e começar a fixar raízes, este lugar, vai ganhar um
adendo de escola, vamos ensinar a lapidar diamantes aqui.
— Está falando serio?
— Sim, ano que vem, quero ter nossa certificação de diamantes,
não precisar pagar um especialista Inglês para falar o que sabemos
olhando atentos, se o diamante tem graduação um, dois ou três.
— E pensou aqui por quê? - Cristiane.
— Teremos uma linha de produção no predinho que temos a
frente, então teremos como ter aulas e introdução a produção de joias,
não é um curso barato, não é para qualquer um, e cada aluno, pagar o
custo total da estrutura.
— Caro pelo jeito.
— Isto é para ser implementado após Fevereiro.
— Motivos?
— Já teremos mostrado nosso produto ao mundo Cris.
— Certo, mas quer dizer que teremos um local para cursos aqui.
Cristiane olha em volta e vê que era uma recepção, não uma ca-
sa, algo bem limpo, caminham até o elevador que sobe atravessando o
teto, se via o terreno ao fundo, o barracão, e chegam ao ultimo andar e
ela segue Pedro, ele caminha até a única mesa naquele andar, mesa

471
com 6 cadeiras, ultimo andar, telas a toda parede, teto de vidro, arma-
ção de ferro e vidro.
Pedro senta-se, aperta a mesa e uma tela surge a sua frente, er-
guido da mesa, o teclado ele teve acesso deslizando uma pequena
proteção, ele subiu ficando ao mesmo nível da mesa, ter encomendado
algo era diferente de ver instalado, as vezes Pedro se surpreendia, e
naquele momento ele estava se divertindo, mesmo que serio.
Um toque e as telas a toda volta começam a acender, um se-
gundo toque e o que era um teto de vidro, uma lona puxada em circu-
lo, interna a grande peça, foi se abrindo, foi fechando o teto, as luzes
baixas ao teto mal chamavam a atenção, dando destaque as telas a
volta.
— O que quer falar?
— Como estamos de verdade Cris?
— Sempre digo que você é qualquer coisa Pedro, menos alguém
que deixa as coisas a vista de todos, mas aqueles números apenas pre-
cisam de 6 zeros.
— Eles devem olhar cobiçando.
— Sim, mas os números são aqueles, mas coloquei tudo com um
decréscimo de 6 zeros.
— Bom, conhece alguém que entenda de sistemas bancários?
— Tenho uma irmã que é gerente do HSBC.
— Tem irmãs?
— Uma deve estar com sua idade.
— Então deixa ela longe, tô me complicando muito ultimamen-
te, mas é que preciso de uma assessoria bancaria, pois se entendi os
números, temos dinheiro entrando em mais moedas do que conheço.
— Certo, entram em varias moedas, 53 delas.
— Outra coisa, a sede na Marechal Deodoro, é para olharem pa-
ra lá, ela vai ter coisas importantes, mas ela em si, estamos apenas
terminando a proteção externa, estamos alterando toda a fachada, de
baixo a cima, e obvio, Rosa Inc. surge assim que inaugurar aquela sede.
— E me quer lá?
— Pelo menos manter uma secretaria e uma estrutura, que seja
representação da empresa SR.
— E o que tanto fará nesta parte alta, 5 andares?

472
— Já tínhamos falado em parte, mas é que pensei em uma em-
presa de lapidação, dai no andar abaixo, devem ter instalado equipa-
mentos hoje, não vi ainda, mas é onde vou dedicar minhas tardes.
— Por quê? – Cristiane.
— Desenvolver aquele produto que valha a quem tiver para pa-
gar, 2 milhões de dólares.
— Não entendi.
— Sei disto, mas para mim conseguir minha meta eu preciso de
algo que eu possa vender um milhão de unidades, a dois milhões de
dólares.
Cristiane olha para o menino e pergunta.
— Quer ser a pessoa mais rica do planeta.
— Não, quero poder vender para você algo assim Cristiane e vo-
cê pagar por vontade própria.
— Algo que me interessaria?
— Falamos disto antes.
Pedro olha a tela e clica no exibir, e as paredes mostram um sis-
tema inteiro de micro contatos, como se fosse uma grande placa de
computador.
— Isto a parede, é um prospecto do que pretendo ter, a cada pa-
rede uma fatia, em um conjunto que terá um centímetro quadrado
Cristiane, e pretendo, vender isto entre 2 e 5 milhões de dólares.
— E o que faria isto? Porque valeria isto? – Carla.
— Tenho de terminar de testar, mas a ideia, descobrindo a re-
fração de certas cores, dispostas em uma frequência através da cor de
um cristal de carbono, este desenvolve uma propriedade, sei que em
uma delas, a vermelha, ele faz com que esteja andando e não morto a
cama de um hospital.
— Está falando serio?
Cristiane olha Pedro, ele agora tinha o projeto, não apenas uma
ideia, ele começava a pensar em fazer aquilo, não mais apenas um pré
projeto.
— Sabe que sim, um sistema que analisa como você era, e se vo-
cê sofrer uma adulteração seja de cristal, seja por um câncer, seja por
um envelhecimento acelerado, seja por uma doença, ele força as mito-
côndrias e as células tronco, forçar o caminho anterior, lhe devolvendo
a condição anterior.
— Algo a lhe manter saudável, independente do meio?

473
Pedro pega a mochila, que encostara ao chão quando entrou, e
pega um cristal prensado de um centímetro cubico e fala.
— E teria este tamanho.
Cristiane olha para as varias cores e fala.
— Diamante?
— Pó de diamante, aquele que pedi para você, aquele de 20 dó-
lares a grama.
— E acha que pagariam por isto?
Pedro olha para ela e fala.
— Este sistema, pode nos proteger de um tiro direto, Cris.
— No mesmo aparelho?
— Sim, no mesmo aparelho, é também um computador que fun-
ciona a refração, então é velocidade da luz em algo de um centímetro
cubico, é um serviço de proteção, é um serviço de saúde, um de trans-
porte, tem um de energia que não se usa, mas permite o funcionamen-
to, através de qualquer onda seja de luz ou de som, lhe garantindo o
funcionamento.
— E vai desenvolver isto aqui?
— Cris, se eles virem um texto sobre o que pretendo, eles devem
pensar em algo para dentro de anos de pesquisa.
— Certo, falou em transporte?
— Algumas coisas estou estudando ainda, e não sei ainda o
complexo disto.
— Por quê?
— A refração em amarelo, me joga em um endereço que eu pro-
gramo, então a programação desta é fácil, pois sei os endereços, a
refração em rosa, me joga em endereços dimensionais, no mesmo
lugar, este e mais 71 mundos, alguns seriam mares, alguns rocha, mas
em todos eles, um mundo diferente no mesmo mundo, mas ao lado,
não entendo o funcionamento, estou ainda entendendo, requer mais
calculo para entender isto, e a refração em verde, me permite saltos
para distancias que me parecem ficção, limite máximo, 700 anos luz de
distancia, mas também preciso da posição das estrelas no dia de hoje,
pois estamos recebendo a posição delas aos olhos, de onde elas esta-
vam aos anos luz de distancias que estão hoje. Então tem muito calculo
sendo executado por trás das paredes do terceiro andar. - Consideran-
do que Pedro falava 3º no que era 6º, estava falando da ampliação que
fizera sobre a antiga estrutura da empresa de Geologia e Topografia.

474
— Em um centímetro cubico?
— Vou montar os 5 primeiros e colocar em teste, que não será
neste endereço Cris, pois se explodir, não quero todos no térreo mor-
tos.
— Ainda em fase de experimento?
— Ele me permite tirar na refração do Azul, os intervalos dos va-
zios dos átomos, reduzindo um prédio destes a um tamanho menor do
que o tamanho do diamante a mão.
— Por isto quer estudar isto?
— Sim, seria como se estivéssemos em uma curva de tecnologia,
e quando a uso, as pessoas se assustam.
— Como assim? – Cristiane.
— Na semana passada, colocamos as fundações onde vamos por
todos os sistemas da via elevadas entre Curitiba e o litoral, eles nos
viram enchendo as bases, mesmo que não se usasse, daria estrutura
melhor a própria rodovia, mas quando colocarmos no lugar, com esta
tecnologia, deixa de ser magia, passa a ser tecnologia.
— Está transformando algo especial, como um dom, em tecno-
logia.
— Com certeza, se consigo fazer, algo me permite isto, então
tem de ter uma lei física, uma possibilidade de acontecer, isto quer
dizer, olhei para o lado, pensei, pois sei que tudo no universo é um
equilíbrio de forças, onde ela se mantem, de alguma forma.
— E pretende o que com isto?
— Estamos em uma nação, que deveria ter investido em estrutu-
ras para ficar media, não ótima, mais de 30 trilhões de dólares, hoje, eu
não vou conseguir tudo isto, mas posso dar o meu pedaço.
— E o que seria isto, pois está falando em valores assustadores.
— O problema, eu poderia ter 2 milhões de peças em diamante,
que valessem milhões, mas não venderia, desvalorizaria a peça, por ter
demais, então eu preciso de algo, que tenha um apelo a mais, além da
beleza.
— Tudo por uma meta.
— Acho Cris, que metas ao infinito é perda de tempo, então
quero metas para o mês, depois para o ano, e se pensar muito longe, 4
anos.
— Algo especial em 4 anos? – Cristiane pensando na politica.
— Vou ter quase 18.

475
Ela sorri, olha ele clicar em uma tela e surge cada uma das 24
utilidades daquele cristal.
Cristiane olha a menina ao lado, ela olhava como se não enten-
desse, mas admirada, era algo que realmente Cristiane não pensou,
não naquela dimensão, alguém querendo criar um produto que deveria
ser obrigatório, ela sorri de seu sentimento e Pedro a olha.
— O que teve graça?
— Esta falando em um produto que deveria ser obrigatório, não
vendável.
— Cris, eu quero vender algo caro, para poder dispender dinhei-
ro em coisas gratuitas, mas sei que no meio disto, muitos serão contra,
saúde gera mais tempo de vida, quer dizer mais pessoas chegando aos
100 anos com saúde, sistemas de previdência chegando a pagar mais
tempo do que receberam, quebraria na formação atual, mas sei que
existe uma saída.
— Você pensando em ter 100 anos? – Cristiane.
— Não falei de mim, todos que nasceram antes de mim, chegam
lá antes, mas no problema.
— Entendi, mas o que tanto projeta a mais?
— Tenho um plano para 3 estados, para a partir do ano que
vem, isto que os prospectos falam.
— E pelo jeito os projetos são grandes.
— Como digo, tentando fechar eles, antes de pensar em mais
uma coisa, pois se cada um deles, me der retorno, e não peso, consigo
ir a frente, se eles me tomarem recursos ou tempo, pode ser que tenha
de perder mais tempo na estruturação.
— E os prospectos, está atento? – Cristiane.
— Sim, mas vou estabelecer metas, tentar segurar alguns proje-
tos para não despertar cobiça demais, e vamos concentrando recursos.
— Você falando isto parece algo fácil, deve imaginar o quanto se
omite em uma planilha daquela.
— Sei, uma montanha de Minas.
— Sim, uma montanha de Minas.
— Mas apenas fica atenta, sei que colocou gente para fazer os
estudos geológicos de tanto lugar para mim, que preciso as vezes per-
guntar se tem recursos.
— Tenho. – Cristiane olhando a menina, entendeu que ele não
iria dizer, usa aquele dinheiro.

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— E pretende conseguir falar com o Rhodes.
— Assim que ele se instalar, ele parece ter medo de ficar em al-
guns pontos, nem tenho ideia do problema.
— Imagino se soubesse. – Cristiane olhando para Pedro.
Pedro põem nas telas cada um dos projetos, vai os explicando e
no fim olha para Cristiane e fala.
— Preciso de alguém para tocar esta Rosa Inc.
— E não pensou em ninguém?
— Teria de ser alguém dinâmico, mas parece que os Fanes nesta
nossa realidade, não tem o mesmo impulso de outras realidades. –
Pedro ouve suas palavras e fala – E estou me repetindo demais.
— E porque um Fanes?
— Um ser que administra mais de 20 pensamentos ao mesmo
tempo, talvez se desse melhor em um cargo que precisa pensar em
mais de 20 empresas ao mesmo tempo.
— Teria de pensar Pedro, pois tem de ter não só formação, tem
de ter força de vontade.
— Estou mais para os com força de vontade, pois tenho visto ve-
lhos mais eficientes que novos, isto estranho.
— E pretende implementar tudo isto?
— Sim, projetos como viu, para 4 anos.
— E não tem paciência para os tocar.
— Que graça tem ganhar dinheiro se não conseguir o gastar?
Cristiane sorri e fala.
— Vou pensar, algo mais?
Pedro faz sinal que não, ela sai e Carla olha ele serio.
— Esta mesmo querendo implementar tudo isto?
Pedro apenas sacode a cabeça e fala.
— Mas tudo isto, é um caminho que precisa de recursos, e um
dos pontos que espero que entre recursos, é com os diamantes na
forma de joias.
— Agora entendi porque dos sonhos altos, porque vi você falan-
do com governadores, você parece estar coordenando tudo isto.
— Eles procuram alguém que me dirige Carla, eles precisam
acreditar que existe um adulto por trás, senão eles não apoiariam.
— Será que não?
— Quase certeza, e dai, pelo jeito você está pegando o jeito para
as joias.

477
— Depois do colar, tudo parece mais simples, ali foi aprender fa-
zendo, o que me fez aprender vários detalhes de acabamento em um
mesmo colar.
— E acha que é difícil fazer?
— Acho tenso, mas pelo jeito você quer algo a mais?
Pedro desligou o computador, pegou a mochila, e desceram ao
andar 2 do elevador.
Carla olha que ali tinha cristais quase invisíveis, em pó, mas cada
um tinha uma cor.
Pedro prensou um deles, em um quadrado de dois milímetros e
meio, um cubo minúsculo, ele fez alguns com aquele pó, ele colocou
numa maquina que lia o tamanho e dimensionava as rebarbas com
laser, ela olha ele pegar uma sequencia de micro placas, bem finas, e
colocar em uma maquina e olha para ela.
— Este sistema, faz o que não conseguiria a mão, fazer as liga-
ções de micro inserções por cristal, e depois ligar elas as 6 micro placas.
— E o que faria isto?
— Tenho de montar uns e colocar em teste.
— Certo, acha que pode fazer algo, mas ainda tem de testar.
— Quando o ganho é grande, o risco também, pois algo no in-
verso da programação mataria alguém.
— Certo, e não quer matar os clientes.
— Isto é outro detalhe.
Pedro olha aquelas micro inserções, a montagem, começavam
do centro para a ponta, e no fim algo que não parecia fazer nada.
Pedro olha a pedra feita e fala.
— As vezes dá medo de ser apenas sonho.
— Você enfrenta coisas piores Pedro.
— Piores?
— Políticos.
Pedro a olha e fala.
— Fica para trás da linha?
Carla olha para trás, onde Pedro olhava, olha aquela linha e re-
cua, ela saiba que ele não brincava muito.
Pedro põem na mão e olha para o computador a ponta, e fala.
— Ativar cristal.
O cristal brilhou, ele brilha um pouco, estava absorvendo energia
pelas janelas, do sol do lado de fora, pouco depois surgiu uma linha em

478
holografia em um dos lados com o dizer, “Carregado”, ele gira o cristal
e fala.
— Proteção.
Não sentiu-se nada, mas o sistema escaneu Pedro, fez suas di-
mensões genéticas, sua leitura genética, ele olha para Carla e fala.
— Cuidado, mas põem a mão para frente e caminha para cá.
Ela não entendeu, mas começa a chegar perto e a meio metro
de Pedro ela para, sentido algo.
— Verifica se é uniforme Carla.
Ela tateia e dá a volta e fala.
— Parece ser solido.
— Desligar.
Carla sente aquela parede invisível sumir, e olha Pedro.
— Está falando serio em uma proteção?
— Ainda em teste inicial, existe a nível de proteção alguns deta-
lhes a pensar, mas isto tem de ser automático, e não depender de um
comando, mas não vou testar dando tiros em mim, tem de ser o sentir
do perigo do sistema e levantar da proteção a velocidade da luz, muito
mais rápido que qualquer ação humana.
Carla olha Pedro ir ao fundo, uma mesa, ligar um computador,
não se via o servidor por trás da parede ao fundo, ele começa a digitar
linhas de sistema e coloca o cristal num recipiente e olha para o siste-
ma de comunicação, e lembra do alerta e coloca o sistema no cristal
vermelho, ao centro, que não era diamante, algo que não se via, o úni-
co cristal que para se ver teria de se desmontar.
Carla olha Pedro, fica o vendo programar, ela nunca vira ele fa-
zendo as coisas, as vezes dava a sensação de milagre, mas Pedro parava
muito diante do computador em horas especiais, mas ele não gostava
de os usar, talvez isto o impulsionasse para algo mais interativo, menos
visível, menos visível.
Ele olha para Carla, sorri daquela sua forma doida e fala.
— Me ajudaria?
— O que precisa.
— No cabide no fundo, tem um macacão, branco.
— Quer que o pegue.
— Pega um no seu tamanho e veste.
— Algo perigoso?

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— Não, mas uma coisas é dizer, funciona, outro, provar que fun-
ciona, pega para mim o que tem um P na frente.
— Certo, vamos onde?
— Matinhos.
Ela olha desconfiada e vai ao fundo, coloca aquele macacão, Pe-
dro pega uma caixa, olha as sinalizações, e cadastra 32 pontos, do pri-
meiro cristal, 32 do segundo, quando ela chega perto, ele pega o que
tinha o P e coloca os seus 32 pontos de limitação, olha para o sistema
neural e coloca o cristal na altura do P, olha para Carla e se levanta,
ajeita seus 32 pontos, coloca o cristal na entrada frontal, o computador
a frente dele, estava funcionando, analisando, programado, tudo em
telas sequenciais, um segundo, ela e olha e pensa.
“Me ouve?”
Ela olha atravessado estranho e pergunta.
— Como fez isto?
“Pensa, não precisa falar.”
“Que magia é esta?”
“Tecnologia Rosa!”
Pedro fecha o macacão e pensa.
“Tem de entender, somos cobaias de uma revolução!”
“Certo, e o que quer fazer!”
“Terá que aprender que existem pensamentos externos e inter-
nos, a maioria nunca os usou, então nunca os dominou, mas existe os
pensamentos de interação e os de comando.”
“E como saberei esta diferença?”
“Praticando, mas pensa em um teclado virtual a frente!”
Pedro faz surgir a sua frente um teclado virtual, ela não o viu,
mas ele digitou Matinhos.
“Não consigo!”
“Não é físico, não é algo do sistema, é algo para você usar, não
para eu ver, invisível aos demais, visível a você.”
Ela olha sem entender e Pedro a olha serio.
Ela fica a falar palavrões para Pedro, até ver algo a sua frente e
perguntar.
“Não vai explicar?”
“Eu não sei, eu sinto ele, não sei como os demais sentem, mas
agora o sistema achou onde você acha o teclado, ele vai procurar ali
em seu cérebro a próxima vez.”

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“E não vai falar mais?”
“Estamos testando, lembra?”
“Cobaias?”
“Sim, digita Matinhos, o sistema vai fazer uma pesquisa, clica em
cidade, e depois o sistema a frente vai abrir uma porta a direita.”
Carla olha Pedro, digita, sente como se a vista surgisse ao fundo
do teclado uma linha de pesquisa, como se fosse um monitor virtual,
olha a pesquisa gerando muita coisa, ela olha Matinhos, Paraná, clica
nele, e uma das opções ao canto, era uma porta, ela clica e olha aquela
porta surgir a sua frente e olha para Pedro.
“Incrível!”
“Digita ai, Rua Martinho Ramos, 325”
Ela digita e vê a imagem ir a entrada do hotel e ouve.
“Agora é passar, nos vemos lá!”
Carla olha desconfiada, atravessa e olha para Pedro atravessar
ao lado, um curioso olha eles assustado do outro lado da rua.
Pedro tira o capuz do macacão e fala.
— Sem capuz, tem de se falar.
Carla sorri e fala.
— Isto que quer vender?
— Desenvolver, e sei que muitos não vão querer isto nas nossas
mãos.
— E não vai parar por isto?
— Isto, não vou parar por que não entendem que uma tecnolo-
gia descoberta não se esconde, podem até parar um tempo, mas rea-
parece.
— E o que pretende?
— Vender um sistema de informação, baseada em cristais, para
sistemas de proteção de dados internacionais, algo tão rápido que não
se perde tempo em pesquisa, apenas em transporte da informação, e
que tudo isto, seja muito rápido.
— E saberia quem procurar?
— Tenho 100 compradores em potencial, como digo, por algo na
casa de outro bilhão na conta, mas é que tenho de fabricar, quero co-
meçar a montar minhas industrias Rosa de Tecnologia, elas estarão em
Curitiba, comprei os barracões, estão ainda fazendo calçadas, muros,
sistemas de proteção.
— E pelo jeito quer alguém para tocar isto?

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— Sim, mas não conheço ainda, é uma soma de dois nomes, um
para o software e um para o hardware, um mora em Paranaguá, e um
em Minas Gerais, e não pretendo mudar isto.
— Os mantendo em seus mundos?
— Sim, mas o que fizemos Carla, muitos chamariam de bruxaria,
de mágica, a ciência só é revolucionaria, quando ela aproxima nós da
Magia ou da Ficção Cientifica, e quando faz os dois, imagina a diferença
de algo assim.
— E não entendi nada dela.
— Vamos entrar primeiro.
Pedro faz sinal para o segurança, ele olha bem o menino, foi difí-
cil ver ele naquele macacão, sorri e faz sinal para entrarem.
Pedro caminha até o hotel e olha pra Maria Cecilia.
— Veio verificar?
— Como estão as coisas Maria?
— Bem, mas parece que tem gente lhe procurando todo dia ai,
não entendi, aquelas moças da Globo.
— Imagino, mas tinha de me recompor antes, e nem sempre sei
como colocar algumas ideias em pratica.
— Daqui a pouco elas aparecem por ai.
— Vou lá, preciso falar com o senhor Magalhaes, então daqui a
pouco vou lá.
— Certo, mas este complexo é mais fácil de tocar que aquele ho-
tel pequeno, pois foi criado para funcionar direito.
— Como estão os parques?
— Segunda eles não funcionam, mas ontem tiveram um bom
publico, não sei ainda como está a administração disto.
— Ainda reunindo para os salários Maria, mas já vamos começar
a falar sobre conquistas pessoais.
— Seu pai passou ontem por ai, ele quer saber como podemos
ter o passado para trás, não dividindo com ele o que ele tem direito.
— Ele as vezes parece uma criança se repetindo, repetindo, para
ganhar no cansaço.
Pedro chega a recepção do hotel Pedreira e pergunta a moça.
— Alguém pediu falar comigo?
— Seu nome?
— Pedro Rosa.
A moça olha desconfiada e fala.

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— Aquele senhor que chegou a minutos, na entrada.
— Obrigado.
Pedro caminha até o senhor e fala.
— Senhor Hamilton Fraga?
— Sim.
— Pedro Rosa.
O senhor olha com a mesma aura de descrença e fala.
— Desculpa, esperava um adulto.
— Ainda tem como recusar senhor, ninguém é obrigado a entrar
neste barco. – Pedro olhando em volta, sem demonstrar sentimento
algum.
— Mas como posso levar a serio uma proposta de uma criança,
desculpa, mas não tem idade para assinar um papel, para contratar
alguém, para ser o que falam.
Pedro estica a mão e fala.
— Então foi um prazer.
O senhor não estica a mão, Pedro a recolhe, abraça Carla e sai
dali, ele não queria discutir, não queria fechar uma porta definitiva,
tem de pensar em uma alternativa, os dois entram para o complexo, e
o senhor fica a olhar o menino ir para dentro, e sumir.
Pedro pega um carro elétrico ao fundo, o segurança abre para
ele sair e vê ele ir a rua, pela linha exclusiva para Carros Elétricos, su-
mindo a rua.
— Merda, esqueci de me informar direito.
O senhor olha para os preços do local e pergunta se havia um
quarto vago, fica sabendo que todos os quartos estavam ocupados, não
era atoa que aquilo estava dando dinheiro.
Hamilton sai a rua e olha o rapaz que veio com ele, e que pediu
para esperar ao carro.
— Problemas?
— Pedro Rosa é uma criança.
— Sim, todos falam isto, qual a novidade?
— Pelo jeito não comecei direito, mas vamos procurar um hotel
para ficar.
— Este dai não serve?
— Se tivesse vaga seria mais fácil.
— Lotado?

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— Sim, agitado, lotado, as vezes ali dentro se esquece que esta-
mos no Brasil.
— Aqui fora também Hamilton.
O senhor olha em volta e foram a beira mar e acharam uma va-
ga.
Pedro chega ao hotel na região do Tabuleiro, o emprestado a TV
globo, ele e Carla estacionam o veiculo e ele pede para falar com o
senhor Magalhães, quando o rapaz pergunta quem, Pedro sorri sem
graça antes de falar, Pedro Rosa.
O senhor olha meio estranho e interfona, Carla olha para a pare-
de de vidro ao fundo, olha para baixo e Pedro fala.
— A ideia, é usar aquele lugar, para a venda de Janeiro.
— Lindo, o visual aqui de cima é diferente de lá de baixo.
— Este poucos viram ainda.
— E nossa coleção vai desfilar neste ambiente?
— Sim. O que eles não sabem, este hotel ainda não está pronto.
— Não?
— Não – Pedro olha a sequencia de lagos, um encostado ao ho-
tel, e um bem ao fundo, separando um palco de uma parte seca, ao
lado do palco, uma queda de 40 metros de agua. – A parte final, não
está ai, então não me preocupo com o que eles falam sobre ser no Rio
de Janeiro, eu tenho minhas duvidas sobre ideias, mas as vezes, esta-
mos criando e algo surge no caminho.
— Pedro? – Marilia entrando no local.
Pedro olha para ela e sorri e olha faz sinal para Carla por o capuz,
ela sorri e ele pensa.
“Sem ciúmes!”
Ela sorri e Pedro fala.
— Andaram me procurando?
— Veio me ver?
— Primeiro tenho de falar com o Magalhães, mas já conversa-
mos, não sei se conhecem, Carla.
— Sabe que sim, namorada?
— Ainda não. – Pedro a olhando aos olhos.
Carla sorriu, ainda mais da cara de contrariada da menina a fren-
te, ele vê Magalhães chegando e fala.
— Mas já conversamos.
— Problemas menino, você por aqui?

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— Apenas trocar uma ideia.
— Algo referente ao local?
— Não, apenas vim onde lhe acharia.
— É que hoje não é um bom dia.
“Vou perder o dia pelo jeito!”
Pedro olha para Marilia e fala.
— Conversamos depois, pelo jeito ninguém quer falar comigo
hoje, terceiro não do dia, então sinal que vou para casa, mas temos de
conversar mesmo. – Pedro olhando Marilia.
— Vai estar no hotel hoje?
— Não, preciso de um diretor de Marketing, mas ninguém quer
me ouvir hoje, amanha pode ser que tenha desistido da ideia, mas nos
falamos amanha, é seu dia de folga, se não me engano.
— Sim, posso ligar? – Marilia.
— Com certeza. – Pedro a beija o rosto e fala – Deixa eu fugir an-
tes de me tocarem.
Magalhães olhava ele como um intruso, então ele se despediu e
saiu, Carla olha para ele e fala.
— O que eles lhe escondem?
— Não estou olhando, mas pelo jeito não é um bom dia.
Carla sorri e fala.
— Esta roupa complicaria muitas coisas.
— Sim, vamos.
Os dois saem e Marilia olha Magalhães e pergunta.
— O que não quer que ele veja, ele não veio entrar, ele veio
conversar Magalhaes.
— Hoje não quero arriscar.
Pedro olha ao longe, os carros de segurança externa o deixam
atento, entra no carro elétrico e dirige para a casa ao fundo, abre o
portão com o controle e fala.
— Um coisa que podemos por na programação é os portões,
alarmes, luzes, para não nos preocupar com detalhes bobos.
— E o que queria ali?
— Eu preciso de um produtor, o primeiro não falou comigo, o
senhor poderia me indicar alguns, mas está me escondendo algo, e
nem deve ser algo grave.
Pedro entra na casa, o portão foi fechando e chega ao quarto
que foi esfaqueado e fala.

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— Esta cama quase me levou a outro mundo.
Carla olha com malicia, mas sabia do que ele estava falando, en-
tra na peça ao lado, ele põem o capuz, ela põem o mesmo e começa
ouvir os pensamentos dele.
“Câmeras Hotel Tabuleiro”
Carla olha em volta e olha varias imagens e olha para o es gover-
nador e atual candidato ao senado, na peça baixa e aproxima a câmera
e ouve.
— O que o menino queria? – O es governador.
— Conversar.
— Perde tempo com as crianças ainda?
— Ele me conseguiu este lugar, mas o que falávamos senhor?
— Estou precisando de apoio, e parece que parte dos empresá-
rios locais estão contra mim, e não sei como atrair eles, pensei que era
uma ideia simples, eles colocaram vocês para dentro de algo que des-
conhecia existir.
— Senhor, aquele menino, não sei quem está as costas dele, mas
não conheço ninguém além dele, por trás destas obras da cidade, que
não tenha tido ele como contato, todos, sem exceção, ele colocou nis-
to, não outro.
— Mas ele é uma criança.
— Sim, mas se falar francês, verá que o senhor Vincent, veio pa-
ra cá depois de ter entrado em contato com o menino, o Mad escritó-
rio, foi contatado pelo menino, ele entra em contato direto, eu vi ele
falando Cantonês, eu vi ele arranhando um Frances, falando inglês,
falando espanhol, ele pode ser qualquer coisa, menos apenas a criança,
poucos o ouvem, mas pode ter certeza, ele é a pessoa que se quer algo,
se precisa conversar.
— E porque acha que não teria outra pessoa.
— Existem, mas todos colocados nisto por ele, eu fui a um des-
tes senhores, deve conhecer o senhor Sergio.
— Desde a infância.
— Ele apenas me ouve, passa ao menino, e nitidamente nos
apresenta algo que nem Sergio parecia conhecer.
— E pelo jeito você o admira.
— Ele sabe conversar, ele não teme problemas, ele enfrenta de
frente, quando se comenta o nome Pedro Rosa, é porque os arquitetos
que para cá vieram, citam este menino, ele é assunto na França, na

486
Inglaterra, nos Estados Unidos, e poucos que o veem a rua, saberiam
ser ele.
— Pensei em ter um aliado na Globo, parece encantado com o
menino.
— Senhor, se quer ficar no seu faz de conta, onde todos lambem
sua mão, nem precisava vir.
— Preciso de uma assessoria de marketing, e preciso de um pla-
no de propaganda, todo esquema que tinha antes, parece ter sido co-
piada pela minha oposição.
Pedro olha as imagens e olha para Carla, ele estava de capuz.
“Ele quer algo, mas não fala!”
“Como sabe?” – Carla.
“Poderia lhe dizer até o momento que ele vai enredar o senhor
Magalhaes, mas eu não quero saber tudo, apenas queria saber por que
não nos receberam”
Pedro Pensa.
“Procure Hamilton Fraga”
Carla olha as câmeras começarem a passar sistemas, imagens e
chega ao nome e uma câmera da entrada do hotel Caiobá, e o senhor
olhar para o rapaz e fala algo, Pedro aproxima e pensa.
“Vamos dar uma volta Carla!”
“Não desiste de algo fácil?”
Pedro sorri e fala.
— Sim, eu não desisto tão fácil de uma ideia, preciso de alguém
para começar o marketing de pelo menos 20 produtos, e não sei ainda
como o fazer.
— E vamos onde?
— Leitura labial é algo novo em minha vida, mas ele falou “Bar
Tabuleiro”
Pedro pega o telefone e liga para a recepção do Bar “Porta Aber-
ta”, de frente de onde ele teria um hotel, e fala.
— Por gentileza, o Paulinho.
— Quem gostaria? – A moça do caixa.
— Pedro Rosa.
A moça olha para Paulinho e fala.
— Uma criança, diz ser Pedro Rosa.
Paulinho a olha e fala.
— Pedro Rosa é uma criança.

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Paulinho atende e fala.
— No que posso ajudar menino?
— Queria saber se vai abrir hoje, é segunda.
— Sim, mas vai agitar?
— Não, apenas preciso conversar com algumas pessoas e para
isto, precisa ser perto do Tabuleiro.
— Não abusa menino.
— Eu nem posso beber, mas conversamos hoje, na ultima vez
não estava bom para conversar formais.
— Tenho de saber se entrei em uma furada.
Pedro se despede e Carla olha ele.
— Não lhe entendo.
— Carla, eu sou uma criança, crianças sonham, eles tem de en-
tender, que dizer não, faz parte de ter ideias, uma hora todos me dirão
não, quando for o caso, vou ter de pensar no que fazer, mas sem ciú-
mes.
Carla olha desconfiada, mas vê Pedro passar mensagem para al-
guém, e talvez as coisas fossem fáceis demais para alguns, Pedro olha
para o Carro elétrico e fala.
— O problema Carla, é que um celular, permite a eles saberem
onde estou, o Carro Elétrico, permite eles saberem, a maioria não sabe,
mas um sistema de chip nos carros elétricos, os desliga se estiverem
fora de uma rota determinada, como possível.
— O que quer dizer?
— Que vamos caminhar 3 quadras.
Carla sorri e olha Pedro pegar o celular e desligar, deixar na pra-
teleira, ela olha o seu celular e faz o mesmo.
—Paranoia?
— Não Carla – Ela olha ele por o capuz, ela o coloca e ouve Pe-
dro pensar.
“Sistema”
Ele digita algo a frente do corpo, como se estivesse digitando,
ela olha para ele na duvida e pensa.
“Orkut”
Ela olha o sistema abrir, coloca sua identificação, olha para as
noticias, viu que dava para deixar ao lado, como se estivesse ativo, e
olha o menino a olhar e pensa.

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“Tem de entender, é mudança de parâmetros, nem todos esta-
rão nesta mudança, muitos nos olhando com macacões brancos, como
se fosse um uniforme, não vão entender”
“E tem de ser Branco?”
Ela olha para ele que pensa.
“Camuflagem!”
Ela olha o macacão dele mudar de cor, e olha pra ele intrigada, o
branco não era cor, era ausência de cor, ela sorri e pensa.
“Rosa”
Pedro sorri com dor por ver o macacão dela ir para a cor rosa,
pensa no Preto e ela olha ele mudar para o preto e pensar a olhando.
“Acho que já temos o que as modelos vão usar para a exposição”
“Mas é simples!”
“Sim, a atenção sobre as peças, não sobre as modelos!”
Pedro lhe dá o braço e os dois caminham até o bar, Pedro olha
para Paulinho que chega a mesa.
— O sócio que não entendi ainda. – Paulinho.
— Boa tarde Paulinho, como estão as coisas?
— Pelo que entendi, ainda calmos, estes dias fui naquele show
para a novela, somente naquele momento entendi porque deste bar,
mas pelo jeito não inaugurou o Hotel ainda, e temos de segurar as
contas.
— Sei que deve ter paparazzo parado a porta, tomando uma
cerveja o dia inteiro.
— Eles são incansáveis, mas pelo jeito não foi tão serio o que fa-
laram na semana passada.
Pedro abre o macacão e levanta a camiseta.
Paulinho olha o tamanho da operação e fala.
— E está bem, isto ai é de assustar.
— Vou fazer uma plástica peitoral, vai sumir.
— Não quer parecer frágil?
— Quero dar uma de paparazzo, o es governador está ai, e não
sei ainda o que pensar.
— Certo, usando sua estrutura para lhe ferrar.
O helicóptero de Cida para no aeroporto internacional de Para-
naguá, ela olha em volta e Jose, o assessor fala.
— Disto que aquela reportagem do New York Times falava.

489
— Sim, e pensa, o nosso candidato ao senado, diz que nada disto
foi feito, a imprensa, nitidamente, escondendo, o que mais ele fez, o
que vamos ter de estouro na nossa campanha, por sermos a continui-
dade.
Eles anotam as coisas e o senhor fala para a candidata.
— Conseguimos a informação de que este Pedro Travesso é da
região, mas eles não passaram nenhum dado a mais, parecem ter um
informante melhor que nós, melhor que a campanha deles.
Cida olha ao fundo eles erguendo mais uma grande guindaste.
— Eles estão construindo um porto, está anoitecendo e eles não
parecem parar isto, imenso, aquilo que falava no prospecto, o maior
sistema de portos do país, que se esticava de Navegantes a Peruíbe,
três estados, o que eles chamam de Rosa Inc.
— E o que pretende candidata?
— Consegue que aquele menino, que parece ter alguém as cos-
tas, mas que todos indicam como a comunicação para as empresas
Rosa?
— Consigo, mas não entendi a ideia?
— José, como posso ir contra isto?
— Entendi, alguém que está reformando o litoral inteiro, en-
quanto instala os portos, deveria ser um aliado, mas e a campanha do
senador?
— Vamos tocar a nossa, pois pensa em tudo em volta, os prédios
de administração ao fundo, do porto novo, sendo proibidos, por uma
portaria do governador, isto que fez as colocações do Lucas, ele viu que
não dava para deixar as ordens anteriores, seria parar tudo em volta.
— Certo, acha que esta Rosa vai prover obras no resto do esta-
do?
— Se tiver apoio, ele cercou os municípios abandonados, o go-
vernador prometeu muita coisa que nem fez questão de tirar do papel,
eles acharam uma empresa que faz, não conheci isto antes, mas é evi-
dente que algumas coisas não existiam, sei que da igreja ao fundo, se
via a baia, agora se vê o porto, a praça, a avenida.
— Está dizendo que tudo depois da igreja é obra do porto?
— Sim, isto que estou dizendo, isto é como se alguém tivesse in-
vestido bilhões, isto que o presidente veio olhar, ele também enten-
deu, que pode usar isto politicamente.

490
Os dois caminham a cidade, o pessoal de marketing olhando as
obras, a candidata olha o prédio da administração portuária, a anterior
a uns mil metros, simples, a nova, todo um visual de moderno, mas
obvio, se via as janelas colocadas até uma altura, eles começavam a por
acabamento acima de um ponto, erguendo espaços que pareciam pa-
redes inteiras.
Cida olha aquilo e passa em alguns pontos, entre eles, o comitê
da cidade.
O pessoal do comitê foi pego de surpresa, mas o coordenador
local olha Jose e fala.
— Não avisaram a vinda.
— Estamos em um dia sem cronograma, então estamos vendo o
que usaremos em nossas campanhas.
Cida fala e olha para Jose que fala.
— Vou falar com o prefeito.
Fabiano em Foz, recebe ao quarto Yuri que o olha.
— Como está Silva? – Yuri.
— Acho que levei sorte, mas o que os médicos falaram.
— Que estão estudando o caso, se foi uma bala, não ficou den-
tro, eles falam que parece um corte de raspão no baço.
— Algum perigo?
— Não, eles apenas querem a certeza de que está bem.
— E a campanha.
Yuri liga a TV, estava quase no jornal nacional, o estadual não
havia falado nada, mas Yuri teve um comunicado da própria direção
nacional da Globo, perguntando se o candidato estava bem e daria
uma entrevista sobre o acontecido.
O jornal nacional inicia-se, e Bonner olha para a câmera e fala.
“Hoje tivemos um dia diferente na cidade de Curitiba, acho que
no Paraná, houve um momento as 6 da tarde, que mais de 7 mil espa-
ços religiosos, no estado, dedicaram uma oração de melhora do candi-
dato Silva ao governo do estado, que levou um tiro no dia de ontem.”
As imagens de vários lugares, dos cultos, de gente horando em
vários lugares fez Fabiano olhar para Yuri.
— Os inimigos devem estar furiosos.
— A policia federal mandou gente para a cidade, para levantar
os dados Silva.
— Acha que eles vão achar algo?

491
— O rapaz foi preso, mas ainda não falou nada com nada.
— Pedro não está por ai?
— Ele tem de tirar os pontos amanha senhor.
— Certo, mas ele falou algo?
— Ele foi o primeiro a me dizer que foi de raspão, esteve aqui
sábado, mas ele está no litoral nesta hora.
— Foi estranho, teve uma hora que eu quase ouvi a voz dele,
sentia o corpo com muita dor num momento, o sentir do repuxar, do
sair de algo, tudo repuxando, mas sem dor, e tudo sumiu no seguinte,
como se desacordasse.
Yuri olha aquilo, era a narrativa dos médicos, eles viam o feri-
mento, eles o levaram a sala, o anestesista havia aplicado a anestesia,
quantos todos viram uma espécie de clarão, quando a ferida começa se
se fechar, muito rápido, nem se viu direito, e parece explodir ao lado,
como um rasgo, e a bala ali, saída do senhor.
— O importante é que está bem, ainda não tem alta, e não sei
ainda o parâmetro que está, para saber quando começamos a remarcar
a campanha.
— Algo saiu na imprensa local?
— Londrina narrou, os pequenos jornais narraram, os grandes
ainda estão seguros por algo, mas alguns falam que a venda da Gazeta
do povo caiu 50% na ultima semana.
— Parece não gostar disto.
— Tenho amigos lá, que por um acordo que acho idiota, vão
perder o emprego.
— Mantem a calma, o menino não quer gente falindo.
— E o que ele pode fazer?
— Não sei.
Pedro estava agora com aquele macacão negro e sente o telefo-
ne tocar.
— Fala prefeito. – Era o prefeito de Paranaguá.
— Tenho um rapaz da campanha ao governo de Cida, que é do
meu partido, perguntando se conversaria com a candidata.
— Sem problemas, apenas em um local que não tenha câmeras,
não sei ainda se é positivo ou negativo ela ao meu lado.
— Marco onde?
— Estou em Matinhos, pensa em algo, amanha cedo tenho de ti-
rar os pontos, então eu vou ficar até amanha na cidade.

492
— Algum problema de marcar hoje?
— Não sei, apenas o Alberto está na cidade.
— Ele o que?
— Ele está no hotel que gravam a novela das 7, e não sei se a
candidata iria querer ser vista pelo aliado falando comigo.
— Acha que ele faria o que menino.
— Ele está quase na presidência do seu partido, ele pode influ-
enciar contra a candidata, sei que isto pode favorecer Fabiano, mas não
gosto de ser o responsável por algo, estarei aqui independente de
quem ganhar prefeito.
— Vou falar com ela e lhe ligo, esta onde?
— De frente ao lugar onde ele fala com alguém da Globo, sem
querer que ninguém saiba.
— Lhe ligo.
O prefeito olha Jose e fala.
— O menino conversa, mas ele não quer prejudicar sua candida-
ta Jose.
— E porque prejudicaria?
— Ele falou que o Alberto, está na cidade, conversando com al-
guém da Globo, todos se perguntavam onde ele está, ali em Matinhos,
armando algo.
— Porque o es governador odeia tanto o menino?
— Algo sobre uma aposta no Cassino São Francisco.
Jose olha o prefeito e fala.
— Então nem vou entrar na discussão, teria de apoiar o menino,
animais não matariam por matar.
— Conversa com a sua candidata, ele me adiantou que amanha
pela manha ele estará na cidade, pois ele tem de tirar os pontos.
— Ele está bem?
— Levou sorte como o candidato em Foz.
— Esta campanha está violenta.
— Acho que temos de passar sobre isto, mas o que a Cida acha
que consegue com o menino?
— Ela não tem nada contra as empresas dele, ela sobrevoou a
região hoje, fomos a vários pontos das obras, ela quer deixar bem claro
que não tem nada contra as empresas Rosa.
— Com certeza isto o vai agradar, mas avisa ela que Pedro Rosa
é um menino de 13, com tamanho de 11.

493
— Uma criança de todo?
— Todos me perguntam quem está por trás dele, mas não sei, é
uma pergunta ainda sem resposta, mas ele que colocaram ali, ele as
vezes induz que é alguém com capital estrangeiro, mas não sei, o Ro-
bert Sinn, disse que a filha dele garante que não existe nada de ilegal
neste dinheiro.
—Onde acharia melhor para conversarem?
— Guaraqueçaba, amanha.
— Porque lá? – José.
— Um local que não tem câmeras, é isolado, tem a privacidade
que uma primeira conversa precisa.
— Ele tem um escritório lá?
— Um hotel inteiro esperando o fim da rodovia!
Os dois saem da prefeitura para o comitê de campanha de Cida,
a senhora cumprimenta o prefeito e fala.
— Espero ter seu voto prefeito.
— Com certeza Cida, mas o que precisa?
— Estava falando em conseguir que falasse com o menino.
— Consigo, a única coisa que o próprio menino me alertou, que
talvez não fosse um bom momento, Alberto está no hotel que gravam a
novela das 7, e ele não sabe se seria positivo no momento, diante de
todos os acontecimentos, serem vistos juntos antes de conversarem.
Cida olha para José.
— Ele tem em parte razão, Alberto é quase presidente do parti-
do no Estado, não vamos querer desentendimentos neste momento.
— E como poderia fazer então?
— Podemos marcar em um hotel da região para amanha cedo,
longe dos olhos dos demais, primeiro conversam, depois se for o caso,
aparecem juntos.
Cida olha para o assessor de Marketing e este fala.
— Eles querem com certeza ter tempo de pensar no assunto,
mas não existe problema em ser amanha cedo, a senhora tem com-
promissos em Curitiba ao meio dia.
— Tenta então para amanha cedo.
O prefeito de Paranaguá pega o telefone e disca para Pedro.
— Tudo bem menino?
— Conseguiu algo?
— Teria como fazer algo amanha cedo?

494
— Sim, preferem onde, pode ser até em Paranaguá.
— Não sei, não prefere em um lugar menos visível para conver-
sarem tranquilos?
— Pode ser, mas bem na ponta da vila que criei em Alexandra,
tem um hotel, conversamos lá, só não garanto hoje, pois estou tentan-
do resolver um problema em Matinhos.
— Algo grave?
— Não, mas marca pela manha, a tarde quero ver como o Silva
está, em Foz.
— Marco, pode ser as 8?
— Por mim tudo bem.
O prefeito desliga e olha para Cida.
— Ele tem um hotel na cidade, que não foi inaugurado ainda, ele
propôs se reunirem amanha lá, a vantagem é que é mais perto.
— Onde fica?
— Andou no cais do porto?
— Sim.
— O prédio a leste, bem na ponta de um conjunto de novos pré-
dios.
— Eles que construíram aquela parte? – Jose.
— Sim, eu poria lá um terço da cidade confortavelmente.
— Uma obra faraônica? – Cida.
— Não, lá que eles construíram um campo de golfe, que fará um
torneio o ano que vem que já temos 18 dos grandes confirmados, entre
eles os dois últimos campeões mundiais, nos dois restaurantes de lá
que eles querem fazer uma competição de culinária no ano que vem, e
estão marcando eventos, para o ano que vem.
— Adendo Turístico?
O prefeito olha para a candidata e fala.
— Cida, eu sei que ele está do outro lado, da sua campanha, mas
diante das propostas que o menino fez, asfaltamos em um mês, 6 mil
quilômetros de ruas em Paranaguá, reformamos 22 escolas, calçamos
toda a cidade, plantamos 60 mil mudas de arvores, trocamos toda a
iluminação publica da cidade por led, tratamos todo o esgoto da cida-
de, com novo sistema de coleta de esgoto, ligamos a cidade a Pontal do
Paraná, por estrada, então eu me sinto incomodado em me posicionar
em campanha, não quero perder o que conquistamos.
Cida olha para ele e fala.

495
— Entendo que é difícil prefeito, mas tenho de ter exemplos a
seguir e o prefeito de Paranaguá é um a seguir, você.
O prefeito a olha, sabia que o estavam colocando a parede, teria
de pensar antes de se posicionar, pensou que precisava falar com o
menino, mas sabia que isto era uma das possibilidades.
Pedro pega o telefone e liga para Yuri, vendo as meninas atrizes
entrarem no bar, e fala.
— Pode falar Yuri?
— Sim.
— O Silva está bem?
— A minha frente.
— Tenho como falar com ele um pouco?
— Problemas?
— Trocar uma ideia, eu não entendo de politica tanto.
Yuri olha Silva e fala.
— O menino, quer falar com você.
Silva pega o telefone e fala.
— Se escondendo?
— Querendo trocar uma ideia, eu não sou alguém a muito tem-
po na politica.
— O que quer perguntar, você não é de enrolar, o que aconte-
ceu?
— A candidata Cida, quer falar comigo, e não sei o que fazer?
Silva olha pela janela e depois para Yuri.
— Acho que esta parte era previsível, sinal que ela viu o que o
governador diz não ter acontecido.
— Acho que sim, ela está em Paranaguá, mas as vezes fico pen-
sando que pode ser armação, ou alguém usar isto como armação.
— Armação? – Silva.
— Inventarem que abandonei sua campanha, que apoio a eles
agora, ou coisas assim.
— Menino, tem de lembrar, quando se propôs, me propôs mais
exatamente, era me lançar, não me eleger, então o normal, é você
fazer um acordo de continuidade com ela.
— Pode ser Fabiano, mas eu quero você lá, e não sei dizer que
não, sabe bem que combinamos os parâmetros do programa de metas,
sei que ouviu mais do que falou, mas eu não quero me trair, e isto que
não sei explicar.

496
Silva sorriu e olha para Yuri e fala.
— Encosta a porta um momento.
Ele volta ao telefone e fala.
— Menino, você não tem como se trair, apenas segue o que vo-
cê escreveu, não promete nada que não possa fazer, sabe que estou
atrás nas pesquisas.
Pedro olha para as meninas chegando a mesa e fala.
— Vou pensar nisto, mas fica sabendo de antemão que vou falar
com Cida amanha pela manha.
— Esta começando a entrar no problema chamado Politica Brasi-
leira, todos falam tudo que não vão realizar, e de repente, se deparam
com Pedro Rosa.
— Este cara é terrível, mas melhoras Fabiano, apenas não sei
ainda o que falar amanha.
Pedro desliga e olha Marilia que fala.
— Me esperando?
— Esperando confusão, como estamos?
— Todas pensando no que falou.
— As vezes, preciso de algo para não colocar minha mão nisto, e
estou pensando, mas a pergunta, querem?
Marilia sorri e fala.
— Vai fazer mesmo?
— Para quem disser sim.
— Você não presta Pedro. – Marilia.
— Nunca se esqueça disto.
Carla não estava entendendo, mas viu Pedro ainda de capuz e
ouve em sua mente.
“Sei que não está entendendo, mas elas querem ganhar dinhei-
ro, aqui é negocio, mas não pretendo explicar para todos.”
Carla olha as meninas e não entendeu, mas elas sentaram a me-
sa e Pedro falou.
— Eu fui lá tentar conversar com Magalhães, mas as vezes che-
gamos na hora errada.
— E acha que não vai dar certo?
— O contrario, ele me passou uma mensagem, dizendo que o
contrato de vocês, das 10 meninas da novela das 7 não tinham clausu-
las de exclusividades, mas que tinha um adendo de participação da
Globo nos contratos de 15%, então preciso de alguém para tocar a

497
empresa de publicidade, que vai as contratar e as representar diante
do mercado publicitário, para que a Globo ganhe os 15% das publicida-
des.
— Não entendi.
— Cada uma será símbolo de uma das empresas, devemos co-
meçar a fazer a seleção amanha, então conversamos com calma ama-
nha cedo. Depois das 10, na casa que devem estar colocando a placa da
empresa de publicidade neste instante a frente.
— Mas não era disto que falávamos? – Sabrina.
— Sei disto Sabrina, mas em local publico, onde tem muita gente
ouvindo, não vão me ouvir falar daquilo.
— Certo, sigilo.
— Sim.
— Vai fazer o que hoje? – Marilia.
— Eu daqui a pouco vou dormir, amanha tenho de tirar os pon-
tos, da operação da semana passada, quero estar bem.
— E como está de verdade. – Marilia.
— Ainda incomoda, mas evito falar disto, então se estou meio
afastado é por não estar bem mesmo.
— Mas então vamos conversar amanha pela manha? – Paula do
outro lado da mesa.
— Sim.
Marilia viu que os seguranças de alguém entrou no bar, Pedro
olha as meninas e fala.
— Melhor não se estressarem.
Marilia olha para a porta, viu aquele senhor engravatado entrar,
ela na conhecia o antigo governador, Paulinho na entrada fala.
— Armas do lado de fora pessoal.
O segurança olha atravessado e Paulinho fala.
— Quer laxante Guedes? – Paulinho olhando o segurança do
candidato, sinal que conhecia pessoalmente.
— Temos ordens.
— Do lado de fora, aqui é propriedade privada, não tem segu-
rança privada que não seja a da casa.
— Mas tem marginais para dentro.
— Sei, seu protegido já entrou.

498
Alberto olha o senhor e olha Pedro, as meninas saíram da mesa,
ele parecia ainda desconfortável, a aura dele dizia que queria aprontar,
ele olha para Carla que pensa.
“O que é isto a volta das pessoas?”
“Auras, esta as vendo porque eu as vejo Carla.”
“Mas porque ele está com elas distorcidas?”
“Ele acha que vai aprontar alguma coisa, eu não seio que, e não
quero escapar, apenas não esquece, não desse a proteção.”
O senhor Hamilton Fraga entra no bar, o menino na ponta, era
onde ele queria chegar, mas parecia que alguém chegara antes e o
barra.
— Depois senhor, o candidato quer falar com o menino.
Alberto chega a mesa e olha o menino.
— Dizem que foi você que teve a ideia da palhaçada de hoje?
— Palhaçada, não sou de sorrir senhor.
— Aquela serie de cultos no estado inteiro para um nada.
— Ainda não entendi seu ódio candidato?
— Você são um nada, não tem berço, filhinho de marginal, acha
que gosto de gente de sua laia?
— Sei que não nasci no reino de contos de fadas que seu pai cri-
ou em sua casa candidato, eu caminhei descalço até meus 5 anos, eu
tive verme, tive doenças infantis, tive um monte de coisa que Fanes
não tem, mas não odeio, por um simples motivo, não sei odiar, assim
como não sei amar, mas me chamar de pé rapado, para mim, não
ofende, sei que caminhei descalço sobre locais quentes, frios, úmidos,
cortantes, sei que meu pé é uma lixa.
O candidato para na frase, ele olha em volta e Pedro fala.
— A câmera esvaziamos depois.
— Como sabe que sou...
O senhor não terminou a frase.
— Auras, mas ninguém a volta está ouvindo candidato, mas não
é o ser uma coisa ou outra, que me torna um inimigo.
— Odeio seu pai.
— Eu não gostar de Paula, não a torna algo a ser odiada, mas es-
tes Fanes são todos descontrolados mesmo, como falava com a família
Sinn, os Fanes parecem fora do que me apresentaram como sendo
eles, pois eles ficam batendo em um tecla com todas as 20 possibilida-
des, no lugar de pensar em 20 possibilidades.

499
— Então entende porque lhe acho rale.
— Não, se é um Fanes que não vê auras, eu não posso lhe ensi-
nar senhor, mas sinal que está batendo nas pessoas erradas.
— Mas se é filho daquele traste é um humano.
— A pergunta que sempre faço, não para quem não entende de
nada, mas os que se dizem entendidos, um filho da mistura de um
Netser e um Moroi, é humano?
— Com certeza.
— Então é discriminação racial, é isto candidato? Posso pedir pa-
ra todos humanos não votarem em você, e lhe por na mira dos Dragões
de Abraão?
O senhor engasgou e olhou em volta.
— Não faria isto?
— Não quer se dizer especial?
O senhor olha em volta e Pedro olha para Paulinho e fala.
— Põem todos para dentro Paulinho.
— Problemas?
— Curupiras.
Paulinho fez sinal para os demais entrarem, não tinha muitos e
fez sinal para o rapaz ao fundo que falou.
— Melhor entrarem, vem encrenca.
— Temos de sair. – Guedes.
— Melhor protegerem o queridinho.
O segurança olha a rua e vários seres parecem surgir, não sabia-
se como eles se omitiam, mas parte era velocidade, junto com dilata-
ção temporal.
Pedro olha Carla e pensa se levantando.
“Já lhe deixo em casa!”
Pedro sai pela porta, estava com o capuz, olhando os seres, Pau-
linho fez sinal para o rapaz ao fundo e falou.
— Qualquer coisa recolhemos o corpo, mas não enfrentamos, é
mortal.
Alberto viu que vários seres surgem as costas do que surgiu pri-
meiro e fala. Aquele agudo estranho, terrível.
“Nos deve sua vida!”
Pedro sorriu com aquele jeito dolorido, vendo sua aura dilatar e
lhe proteger os ouvidos e fala.

500
“O covarde, estou aqui, precisa de todos estes dai para me ma-
tar? E que divida tenho com você?”
“Você disse que iria as trazer a maioridade!”
“Não, você me impuseram elas como uma aliança, e aliança es-
tabelecendo, elas são minha responsabilidade, e tudo que fizer com
elas, é de minha responsabilidade, mas me deve 12 meninas para que a
aliança seja cobrada, pois as matou.”
“Elas eram Guns!”
“Anomalia é você, capaz de matar dos seus, sem pena!”
“Elas não eram mais como eu!”
“Nunca foram, quer dizer, pois vocês Curupiras machos, nunca
geraram nada, elas se auto fecundam, mas tem de estar na idade adul-
ta, então, realmente elas nunca foram como você!”
O ser olha em volta, os demais foram chegando, Pedro olhava
para o rapaz e fala.
— Carla, hora de ir para casa, tá tarde.
Carla sorri, pensa no que ele queria dizer, ela coloca o capuz, se
levanta, pensa no endereço de casa, atravessa, todos no bar olharam
para ela sumir em uma porta que se fecha enquanto ela chega até em
casa.
Paulinho sorriu, ele estava fazendo uma seguidora.
— Paulinho, se colocou balas se sal, apenas mira nos joelhos, se
eles avançarem mais.
Paulinho pega uma metralhadora manual e chega a entrada, o
segurança viu que era serio.
Uma das garçonetes vira para os rapazes e fala.
— Só não fiquem perto dos vidros.
Ela serve uma rodada e fala.
— Está é oferta da casa.
Pedro encara o líder dos seres Curupiras.
“Nos deve as moças ofertadas, você ou as devolve ou morre no-
vamente.”
“Um dia vai ter de entender, você não entende nada de morte,
para ameaçar alguém de morte”
Pedro com o sistema ligado põem o endereço do Tingui, olha as
moças e elas começam a chegar ao portal, e passam, ficando as costas
de Pedro, o rapaz estranhou, pois ele matar as 4 Curupiras.
“Não são as mesmas.”

501
“Realmente, estas eu ensinei a absorver a frequência de luz do
nosso sol, sem influencia do cristal, devem ter entrado em estado de
fecundação a 10 dias, sei que elas se alto fecundam, pois estão gravidas
e eu não cheguei perto, mas realmente, elas não são mais apenas Cu-
rupiras de florestas, elas aprenderam como minha roupa, dispor da cor
que lhes permite andar a rua, e misturar-se” – A roupa vai a cor do
rapaz a frente - “mas foi covardia me atacar, e as matar, não considero
que exista divida, não minha, mas de você e seus demais lideres, com
seres da sua espécie, gravidas de pelo menos 3 seres cada, um menino
e duas meninas, e se tocar nelas de novo, pode ter certeza, eu atiro
vocês de novo para o espaço, não quero nem saber se vão levar outro
bilhão de anos para chegar em casa.”
Os seres as costas viram as moças, assim como os rapazes no
bar, mas os Curupiras, olham na aura delas que estavam gravidas, e o
olhar de repudio do líder, não condizia com os sorrisos ao fundo.
Pedro sopra ao ar, um pó, o Curupira se arma e ele sorri, ele le-
vantou uma proteção, mas a ideia, livrar todos os curupiras, e adendos
dos cristais, hora de os descontaminar, mesmo se eles odiarem isto.
Pedro viu as moças olhar os seus e uma fala.
— Sabe que somos uma família Pedro, não vamos voltar.
— Não disse que iriam, mas eles me cobravam suas vidas, e quis
deixar bem claro, ninguém de nós morreu.
— Já fala com eles mentalmente, eles estão na duvida, mas acho
melhor voltarmos.
A porta abre ao ar novamente e elas retornam, os demais viram
que elas estavam em um terreno grande, mas o portal não mostrou as
casas ao fundo, apenas a mata depois de um muro.
“Você as ...”
“O dia que um humano puder engravidar uma Curupira, ai será
um dia diferente de hoje, sabe disto”
“Vou pensar, elas envelheceram mesmo, tenho de pensar!”
Pedro os vê andar de costas, os pés invertidos faziam os seres
olharem para ele enquanto recuavam.
Paulinho guarda a arma e Pedro entra no bar novamente e olha
para o candidato e pergunta.
— O que falávamos?
— Me ameaçava.

502
— Alguém acredita nisto senhor, o senhor acredita, que eu, este
pirralho, tem como o ameaçar?
— O que era aquilo lá fora?
— Desavenças, o ser que me esfaqueou no domingo passado.
— Então sabe que não fui eu.
— Logico que sei, você não tem cabelos de fogo e pés invertidos,
a descrição estabelecia quem o fez, apenas ele ainda acha que pode me
matar, e trouxe os demais para sentir-se forte.
— Pensei que o dono dispararia neles?
— Curupiras se detém com balas de sal, elas os retardam movi-
mentos, não os mata, mas eles sentem muita dor.
— E acha que alguém acredita em Curupira?
— Logico que não – Pedro fala alto – apenas a promoção de rei-
nauguração do bar, as vezes vamos dar um showzinho nos dias que
estiver vazio.
O governador olha para o segurança e fala.
— Saindo.
Pedro olha para Paulinho e fala.
— Sabe o que fazer?
— Sim, mas aquela é brinquedo, sabe disto, brinquedos atiram
mais eficientemente sal.
— Mas se cuida.
Pedro fala isto e viu o senhor Fraga parar a sua frente.
— Queria pedir desculpas por mais sedo menino.
— Se quer trabalhar aceito a desculpa, se é apenas para sentir-se
melhor, não precisa.
— Não entendi a proposta?
Pedro olha para o senhor e pergunta.
— Vamos caminhar, todos me olham agora.
— Vamos onde?
— Caminhar 3 quadras, assim eu respiro fundo, as vezes temos
de nos acalmar.
O senhor fez sinal para o rapaz ao fundo, que foi pagar a conta, e
Pedro fez sinal para Paulinho por na sua conta.
— O que precisa?
— Na rua fica melhor, não fica gravado nada.
— O que lhe preocupa?

503
— Gostaria de trabalhar em uma agencia de publicidade, criada
por mim para criar as propagandas dos produtos e empresas que vou
criando enquanto caminho.
— E porque eu?
— Já se livrou do processo no Rio de Janeiro?
— Eles estão no levantamento de provas, mas nada conclusivo,
eles não tem provas.
— Eles não terem prova não transforma ninguém em inocente.
— Eu não...
Pedro olha para o senhor e fala.
— Sei que não entende disto, mas humanos tem auras, verdes
geralmente quando elas começam com pontas, numa frase, é mentira,
então evita isto, é chato.
— Não existe isto.
— Então evita mentir, me irrita.
— Mas...
Os dois caminham e chegam a entrada do terreno, os rapazes
colocavam o luminoso da “Diamante Publicidade e Propaganda”.
O senhor viu que era próximo, e ao mesmo tempo, não parecia
visível, Pedro apenas pensa “Abrir” e o portão se abre.
O rapaz que veio junto, seguia mais aos fundos.
— Vamos sentar a sala e conversamos.
— Esta casa tem estrutura para uma agencia?
— Na verdade eu não entendo de publicidade, preciso de al-
guém para tocar a empresa, mas tem de entender senhor Fraga, eu não
sou inocente, e não acredito em inocentes.
— E me contrataria mesmo assim?
— Tem de entender que não vamos mais citar a parte anterior,
minha proposta é de sociedade, 60% meu e 40% seu, da empresa de
publicidade e propaganda.
— Sabe que não tem idade para assinar?
— Sim, por isto contrato maiores de idade.
— Está falando serio?
— Sim, o rapaz sabe dos podres ou melhor mandar para casa? –
Pedro olhando o rapaz ao fundo.
— Ele sabe conter informação, mas não entendi porque está fa-
lando disto.

504
— Eu tenho pelo menos 20 empresas, o símbolo das empresas
serão meninas ou meninos, jovens, e vamos criar uma linha de publici-
dade para cada produto.
— E ouviria ideias?
— Sim, mas o que falar agora, é entre nós. Se topar.
O senhor olha o menino se levantar, pegar um contrato na gave-
ta ao fundo, colocar um contrato de silencio na mesa, ele olha o rapaz
e pergunta.
— Fabio Roseto?
Ele sacode afirmativamente a cabeça.
— Se vai entrar nisto, o primeiro contrato, o de sigilo, tudo que
falarmos, fica apenas aqui, nada feito dentro da empresa, se fala fora,
se estiverem de acordo, o contrato seguinte, um contrato que pode ter
duas formas de pagamento, a escolha é de vocês.
— Duas?
— De serviço, onde vocês são parceiros e recebem o integral do
que sai do caixa, ou o com previdência que ai tem os descontos oficiais,
que geram quase metade do salario de custos governamentais.
— Propõem isto a todos? – Fabio.
— Sim, e a maioria por achar que seus direitos trabalhistas será
apenas respeitado se assinarem com custas de registro, assinam o me-
nor salario, deixando com o governo a maior parte da responsabilida-
de, até entendo eles, já ouvi historias tristes por ai.
Os dois leem os contratos, os dois assinam e Pedro põem no co-
fre e fala.
— Pela escolha, preciso dos documentos de registro, mas acho
que amanha vocês me providenciam isto, mas agora vamos falar do
que realmente pretendo.
— Quer algo a mais?
— Ainda tem os contatos do problema anterior?
Fraga olha o menino sem saber se era uma pegadinha.
— Acho que não entendeu, eu não...
— Sei disto Fraga, mas a pergunta não foi esta.
— Não entendi a ideia?
— Teremos 10 meninas globais, e mais 10 meninas que serão
símbolos em outras propagandas, estarão na mídia diariamente em
novelas e coisas do gênero, elas querem ganhar um extra, e se tiver-
mos clientes, fica mais fácil.

505
O senhor olha intrigado e pergunta.
— Está falando serio?
— Sim, mas não vamos por nossos nomes nisto, mas preciso de
uma organização, a ideia, uma ideia que me passaram a mente, era
usado na década de oitenta, Book Rosa.
— E quem apresentaria as meninas, espero não estar entrando
em uma encrenca a mais.
— Deixar claro que são duas ideias, preciso da empresa de publi-
cidade, mas se der para as meninas ganharem um pouco melhor, quem
sabe uma delas não me ajuda depois, e pode ter certeza, eu vou fazer
as meninas assinarem um contrato de sigilo, assim como os pais, não
quero campanhas publicitarias vazando antes da hora.
Pedro olha para o local, era uma casa com peças exageradas.
— Aqui é onde vamos fotografar para as campanhas publicitari-
as, e para as demais, se estiver disposto a encarar, vamos falar disto
amanha, aqui, depois das 10 da manha. A diferença, esta parte que não
se comenta fora daqui, funcionará apenas nas quartas, amanhã é uma
exceção, pois o diretor deu folga a todos, mas os encontros, vão ser
sempre nas quartas, temos um prédio em Paranaguá para isto, depois
apresento a vocês.
— Sabe dos problemas de algo assim?
— Não, não sei, mas tenho de descansar um pouco ainda, tenho
de tirar os pontos amanha, e depois falar com uma candidata ao go-
verno, somente depois venho para cá.
— E temos equipamento?
— Isto que preciso saber, que sistemas precisam, pois os compu-
tadores locais tem apenas sistema da empresa, pensem no que preci-
sam, temos algumas coisas, mas pode ser lixo, então pensem no que
precisam, e na ideia, se leram o contrato, ficaram com uma copia, é um
contrato que não os prende, apenas o que fazem aqui fica preso ao
contrato.
— Não entendi porque disto.
— Odeio ter de pagar 15% para uma empresa como a Globo pa-
ra ter as meninas, mas neste caso, é investimento, pois eles fazem elas
cobiçadas, o que gera retorno na propaganda dos produtos Rosa.
— Tenho de pensar, mas amanha estamos ai para conversar.
Os dois saem e Pedro olha em volta, sobe ao quarto, aciona os
alarmes e atravessa para Curitiba, entra no quarto do prédio na Vila

506
Pinto, não queria arriscar ainda. Ele perde um tempo programando
enquanto o sono não vinha.
Ele olha a programação, olha as possibilidades, e as estruturas,
ele olha para o cristal a mão, e olha para o sistema de programação,
olha as linhas de energia e de saída de informação, muito rápidas, ele
olha em volta e pensa, precisava de um engenheiro de hardware, e um
de software, ele sabia o que queria, mas ele olhando o cristal a mão,
pensa, se colocar ele em outro formato, ele olha para o sistema e pede
a melhor forma para dissipação de calor, de transmissão de dados, que
geraria maior sistemas de controle e olha surgir aquele objeto, na for-
ma de um diamante, a tela, com as mesmas 24 partes, com placas dife-
renciadas, e pensa no que faria.
Madrugada, ele estava com aquilo a mente, ele passa para o la-
boratório acima do prédio de Geologia, coloca os prospectos de contro-
le e o sistema recalcula as placas de ligação, a ordem de montagem e
ele fica olhando a maquina prensar nos tamanhos diferenciados, o
cristal, ele tem de coordenar as mudanças de montagem, foi quase ao
manual, o quadrado era bem pratico, este era bem mais complexo.
Ele olha o primeiro ficar pronto, coloca no sistema de energiza-
ção, depois de sistema e pega a mão o novo produto, o olhando contra
a luz.

Pedro sorri, olha para um canto, surge um espectro dele, que


chega perto e assume a montagem, enquanto ele passa para seu quar-
to, teria pouco tempo para dormir agora.

507
Pedro nem dormiu direito e acorda assusta-
do, ele ouve um barulho, olha pela janela, policia,
ele apenas pega seu computador, sua mochila, risca
a porta e surge em Matinhos, olha a hora, amanhe-
cendo, sono, ele sai calmamente, tinha uma das
primeiras consultas, 7 da manha, ele chega ao hos-
pital e o atendente o indicou uma porta, o doutor
Kevin pediu que ele tirasse a camiseta e deitasse,
ele olha a cicatrização, toca perguntando se doía,
tira com calma os pontos e olha Pedro.
— Sabe que sua cicatrização assusta.
— Sei disto senhor, mas tem coisas que acon-
teceram que ainda não entendo.
— Mas é bom saber que está bem, sabe se vão permitir a inau-
guração da ampliação do hospital?
— Sim, a medida do governador caiu ontem.
— E pelo jeito a cidade passou a ser agitada, tem turismo de to-
dos os lados.
— Na verdade é uma questão de manter o povo local aqui, em-
prego temporário os afastam o tempo inteiro.
— Mas se cuida, não sei o que o faz se recuperar, mas sei que foi
grave, então se tiver sentindo algo, fala.
— Tinha de tirar os pontos, mas estou diante de uma semana
meio parada, embora sei que parado eu sou mais agitado.
— Tem uma consulta semana que vem, ainda temos de ver se
esta tudo bem, faz os exames e nos vemos semana que vem.
Pedro sorriu, ele olha para a rua, olha Sergio que olha ele e fala.
— Problemas, tem gente me ligando desde ontem?
— Gente?
— Prefeito de Paranaguá.
— To indo no conjunto de prédios de Alexandra, marquei lá da-
qui a pouco, mas hoje é para parecer que não sou tão grande coisa.
— Você não consegue fazer isto Pedro.
Pedro olha ele serio e fala.
— Então tenho de aprender.
Pedro olha o helicóptero descer no outro lado da rua, se despe-
de e atravessa a rua.

508
Cida e o grupo de apoiadores chega ao prédio e o prefeito fala.
— Estão criando um anexo na cidade, um anexo turístico, mas
com toda estrutura e dinâmica de uma cidade alto sustentável, com
sistemas de geração de energia, tratamento de esgoto e lixo, sistemas
de separação e reciclagem, eles reciclam e tratam 98% de todo lixo dos
prédios.
— Um lugar que nem parece Brasil, olhando em volta, prédios
quase vivos e modernos. – Jose.
Cida parecia tensa, estava em um prédio, com os funcionários,
mas ainda sem inauguração, uma estrutura pronta e em treinamento,
ela viu aquele transatlântico entrar ao fundo, plena terça e um grande
transatlântico entrava lentamente. Ela olha para a parte ao sul e viu
aquele helicóptero rosa, ele vem direto e para sobre o prédio.
Pedro olha para o piloto e pede para esperar, ele não sabia se
iria precisar mostrar algumas coisas.
Ele desce a recepção e olha para o prefeito de Paranaguá e fala.
— Bom dia a todos.
— Bom dia menino, como está?
— Sem os pontos agora, aquilo coçava.
— Esta é Cida, não sei se conhece?
— Ainda não, desculpa o tamanho, sei que alguns se assustam.
Cida olha o tamanho do menino, bem pequeno.
— Podemos conversar menino?
— Vim para isto, já tomaram café?
— Meio corrido.
— Vamos a região do restaurante, e conversamos.
Eles entram, sentam-se e o rapaz chega a mesa e ele pergunta se
teria um café completo para todos, o rapaz foi providenciar e Pedro
olha para a senhora.
— O que gostaria de falar senhora?
— Vim ontem ver as obras que diziam não estar acontecendo, e
fiquei impressionada, e queria deixar claro, eu não tenho nada contra
investimentos da iniciativa privada em nosso litoral.
— Bom, as vezes ficamos tensos, pois investimos um bom di-
nheiro e as vezes paramos em uma determinação de altura, mas é que
não entendo de politica, meu tamanho explica minha inexperiência
nisto, e ainda tento entender o que o antigo governador acha que ga-
nhava nos parando.

509
— As vezes queria entender o todo, sei que estou perguntando
de mais menino, mas é que se vamos trabalhar em paralelo, as vezes
gostaria de saber o que pretende para o litoral.
Pedro pega na mochila as costas, a eterna mochila, um holográ-
fico e coloca a mesa, liga e a senhora não acostumada com este tipo de
tecnologia olha a região surgir e ele falar.
— A ideia, algo simples de ter, complicado de implementar, se
produzo algo no Brasil, o que mais me custa, é falta de estrutura, im-
postos e estagnação regional, então em parceria com alguns empresá-
rios de Curitiba, começamos a ideia com a construção de um conjunto
de 8 hotéis, de alta performance para Matinhos, mas nos deparamos
com o problema, básico, para chegar a Matinhos, não temos um bom
porto, um bom aeroporto, e as rodovias, passam em sua maioria ou na
região de Joinville para vir para cá ou na região de Curitiba, então po-
deria ter o melhor hotel do mundo, e não teria acesso a ele.
— E resolvem fazer o todo por isto?
— Não, foi uma ideia sendo construída, mas quando um grupo
de pessoas, recebe como resposta do governo, apenas resistência,
fosse do prefeito de Guaratuba, fosse do governo Estadual, fosse da
fiscalização que nos multava por estarmos tratando esgoto, por um
momento desviamos os recursos para São Paulo e Garuva, dai veio a
proposta federal de tirar a BR101 do papel, uma obra financiada com
dinheiro do BNDS, algo que só não terminou, porque somente agora
estamos terminando de erguer as estruturas da ponte de Antonina,
nisto vimos que tinha um conjunto de autorizações para ampliação dos
portos de Antonina e Paranaguá que já tinham sido licitados, mas que
ninguém se mexeu para fazer, como dinheiro parado não gera retorno,
liguei para meu avô, General da Marinha em Brasília, e perguntei se
teria como conseguir a autorização através da marinha da construção e
ampliação do porto de Antonina e Paranaguá, eles colocaram num
diário oficial que pelo jeito poucos leram, e começamos a fazer as
obras a volta, mas ainda tínhamos de resolver o mesmo problema,
então agora com uma rodovia em criação, um porto em criação, pen-
samos na parte aérea, e tínhamos ai dois prospectos, um para Guara-
tuba e um para Paranaguá. – Pedro indicava na holografia os locais, a
candidata olhava e pergunta.
— Esta dizendo que foram ampliando, conseguiram recursos fe-
derais para o fazer e continuam a avançar.

510
— Sim, devemos ter pelo menos 12 sistemas industriais de pro-
dução em Paranaguá, outros 12 em Antonina, 10 em Morretes, 30 em
Pontal do Paraná, 12 em Matinhos, dois em Guaraqueçaba, e um que
atravessa toda a região.
— Não tem medo de danificar a região?
— Estava lendo a lei que o governador que assumiu ontem,
mandou aos deputados, se eles aprovarem, teremos uma preservação
maior, e não menor, mas a lei permite a sobrevivência local, não é ape-
nas uma lei que para tudo.
— Pelo jeito é pequeno mas sabe mesmo do que os demais pre-
tendem.
Pedro afasta a mão, e a holografia se fasta, e se vê a holografia
com partes que não tinha, mas se via detalhes de todo litoral, do ex-
tremo sul ao extremo norte e a candidata se aproxima e olha com
atenção.
— Senhora, sei que sou pequeno, mas os investimentos em al-
guns sistemas na região que estamos atuando, bate o gasto nos últimos
10 anos, em saneamento no Paraná, nos últimos 10 anos em portos no
país, equiparamos os últimos 4 anos, em rodovia, do país, queremos
instalar pelo menos 78 industrias de alto poder agregado, somente no
Paraná, algo que deve gerar em produção, perto de 15,6 bilhões de
dólares em produtos, por isto estamos investindo em portos.
— Quanto?
— Senhora, vamos construir navios em Pontal do Paraná, con-
têiner em Antonina e Pontal do Paraná, aviões de pequeno porte em
Antonina, teremos a maior refinadora de alumínio do país em Antoni-
na, não são empresas de fundo de quintal, e a pretensão é grande se-
nhora, pois é formar pelo menos 10 bilionários a mais no estado do
Paraná.
A senhora sorriu e falou sem sentir.
— Quer ser bilionários?
— Não senhora, sou o menor de idade, pois senão já seria bilio-
nário, dizem que minha pretensão é grande, mas eles não entendem o
quando posso ser sistemático, quando quero algo.
— Já seria? – José, o assessor.
— Isto é um segredo meu, mas eu sei programação senhor, pou-
cos me veem ganhando dinheiro, mas dizem por ai, que tenho um con-
trato de serviço com o exercito americano, e isto me gera uns trocados

511
na conta, uns trocados com 6 zeros e um digito a mais. Para a criança
aqui, perece um bom começo, um pequeno começo.
— Algo que não precisaria de tudo isto? – Cida.
— Eu gosto de construir senhora, mas a ideia, como disse, era
simples, ela está no meio do caminho, se parar agora, serão obras fa-
raônicas sem utilidade, pensa num fato, após a ponte em Antonina,
temos uma rodovia que vai até São Paulo, mas não temos a ponte,
seria como ter uma rodovia elevada, pronta, e não ter como usar, pois
ela não ligaria a nada neste extremo.
— E quer garantia de termino da ponte?
— Sim, mas vou tentar conseguir a autorização ainda este ano,
para evitar me envolver diretamente na campanha a governador, já
intervi demais.
— Interviu?
— Forma de falar, apenas vejo que adultos as vezes quando que-
rem uma justificativa, apoiam até palavras soltas a mesa, mas se não é
contra as obras da Rosa Inc. isto facilita muito.
— E estes são os planos do grupo Rosa? – José.
— Até este momento, sim.
O tamanho de Pedro, não dava a Cida a firmeza de fazer uma
proposta ao menino, isto que não combinava ali.
— E com quem falaríamos para ter a certeza que estes planos
vão ser executados?
— Sergio, Roseli, Cecílio, Cristiane, podem lhe dar mais detalhes,
mas... – Pedro olha as auras descrentes e olha o rapaz trazer o café,
desfaz a holografia e espera o rapaz servir todos e olha o prefeito. –
queria entender de politica.
— Deve imaginar o que todos querem?
— Então porque vem falar comigo prefeito, se querem um adul-
to, um responsável, vão procurar alguém.
— Tem de entender que não podemos tratar tudo isto com uma
criança. – Cida.
— Nada do que está ai senhora, está em meu nome, então é ob-
vio, querem os adultos, vão falar com quem falei, não comigo, mas se
querem falar com eles, tenho mais o que fazer.
Pedro tira o pen drive e a holografia se desfaz ao todo, ele guar-
da o tecido ao bolso, guarda o pen drive, serve mais um café, ele não
dormira direito, e talvez isto pesasse mais naquele momento.

512
Cida viu que o menino não era de fazer de conta, ela falou o que
queria, entendeu onde o governador acabou brigando com o menino,
ele não cedeu possibilidades.
Pedro termina o café, aperta a mão do prefeito e fala.
— Temos de falar sobre as entregas da semana, dizem que vão
antecipar alguns guindastes, mas sei que o problema está na direção
do porto, pois Guto disse que não quer nomear uma temporária, então
talvez ele inaugure oficialmente, com a posse do próximo governador,
então tudo a frente, tem a calma de ficar pronto.
— Acha que daria para fazer antes?
— Se eles não inaugurarem, vou acabar usando a ponte sobre a
baia para chegar a Santos, com produtos que deveriam sair por aqui,
mas entendo que ele deve estar meio descontente no cargo.
— Falo com ele, as vezes esquecemos que você quer começar a
produzir.
— Eu não, as empresas, começo a me irritar com esta responsa-
bilidade que me joguei as costas, mas já começa acalmar.
— Qual a previsão?
— Tem tanta coisa em obras, que provavelmente teremos o pre-
sidente aqui dia 12 de Outubro, dia 2 de novembro e dia 15 de novem-
bro, sendo que a ultima inauguração deve ser perto de 20 de dezem-
bro, dai tanto ele como nós vamos esperar a mudança de cargos.
Pedro termina de se despedir, passa na recepção, acerta os gas-
tos totais, e sobe, pegando o helicóptero de volta.
Cida olha o prefeito e fala.
— Não consigo fazer um acordo com uma criança.
— Este é o maior problema, sempre, a criança, o desafio que al-
guém nos colocou a frente, e temos de ouvir, não pensar na criança,
ele caba de falar que teremos o presidente aqui no dia 12, acredito que
se não terminar no primeiro turno, teríamos de aproveitar isto Cida.
Ela olha o prefeito, estranho que enquanto ela olhava o menino,
ele pensara no que ele disse, e fala.
— Tenho um filho mais velho e que não faz nada.
— Ele tem parte nisto Cida, sei que é difícil de encarar, mas
quando os Sinn juntaram-se a eles, muitos se preguntaram se ele era
um protegido daquele grupo fechado deles, algo que realmente irritava
o governador, pois ele foi sempre um escolhido.
— Nunca entendi isto.

513
— Nem eu, mas tem de ver que tudo que o menino mostra, é al-
go referente a um crescimento no litoral do que ele e o candidato da
oposição chama de 40 anos em 4.
— Acha que eles chegam a tanto?
— Cida, Paranaguá não cresceu fisicamente mais do que 30% em
espaços físicos para moradias, mas o porto somou um milhão de me-
tros quadrados a mais na cidade, estamos falando em uma cidade com
apoio de uma empresa grande, não dependente de mudanças de go-
verno, uma prefeitura que sei, terá muita disputa no fim de meu man-
dato, pois sei que onde tem dinheiro, os grandes partidos crescem o
olho.
— Acha que se torna um polo de exportação? – José.
— Será a capacidade de 30 cargueiros de 400 metros por vez, ou
mais de 12 quilômetros de porto somando Paranaguá, Antonina e Pon-
tal do Paraná, como digo, não conheço os demais, mas parece algo tão
maior do que temos, somando ao anterior, que me parece algo impen-
sável, e ele induziu que só não vamos inaugurar se o atual governador
não nomear a direção nova do porto, pode parecer fácil, mas nomean-
do agora, provavelmente o próximo governador inaugura, se o próximo
for nomear, com toda a pressão de cargos de inicio de mandato, pode
ser que nesta data do ano que vem estejamos inaugurando.
— Mas mudaria a direção de qualquer forma. – Jose.
— Sim, mas os demais cargos estariam lá, os técnicos, pois poli-
tico não entende de controle de trafego marítimo em uma baia.
— Certo, estaria apenas trocando direção, mas pelo jeito tem
muita coisa a contratar?
— Sim, mas sem fazer barulho, estamos treinando pessoal, já
que não existe no Brasil especialistas de guindaste, estamos numa cor-
reria, mas ainda com aquela sensação de estar prestes a entrar para a
historia da cidade.
Pedro chega a região da casa da Diamante Publicidade e olha pra
o carro a entrada, desce e abre o portão.
Gente esperando não era o padrão, mas Pedro sabia que agora
tinha de tirar a cara de politico, de criança, para a de quem era total-
mente irresponsável, ele sorria por dentro de suas ideias malucas.
Pedro olha a sala, imagina ela mobiliada, e aquilo foi surgindo
enquanto o senhor Fraga e o senhor Roseto chegavam ao local.

514
Ele olha a porta, faz sinal para eles e pega o celular e passa uma
mensagem para Marilia dizendo que já estava na casa ao fundo do
motel.
Pedro olha os dois e fala.
— Primeiro, bom dia.
O senhor sorriu e perguntou.
— Sabe que quase perdi o sono com esta ideia.
— Senhor Fraga, uma coisa é eu falar para você que elas estão
no esquema, mas o principal, você sabe, elas não precisam saber que
você sabe, assim você não é envolvido no problema jurídico, e se um
dia jogarem isto sobre mim, é apenas contravenção, sobre você, crime
hediondo, nunca entendi mesmo as leis nacionais.
— E como ela não saberiam?
— 10 delas devem aparecer ai daqui a pouco, mas vamos falar
de publicidade primeiro, aquela ideia de book Rosa, não é um book
com fotos sexuais ou nuas, é um book normal, onde a malicia está em
quem vê a foto.
— Certo, mas o que teríamos de concreto.
— Temos primeiro a empresa Hoteleira – Pedro coloca uma foto
a frente e fala – Hotéis Rosa, apresentar através dela e algumas moças
que não serão globais, mas que apresentam cada hotel, em filmagens e
convites para comparecer.
Pedro meche os papeis e fala:
— A campanha de lançamento de uma marca, de roupa, eu es-
tou usando algo para girar em torno do Rosa, então Rose é uma marca
de roupa, que terá pelo menos um símbolo e contrato com 20 pessoas
para usar suas marcas. – Pedro coloca uma segunda foto sobre a mesa.
Ele pensa e olha para o céu e fala.
— Rodovia, Caminho dos Sonhos, é a concessão da BR 101, pode
parecer não ser uma marca, mas temos pelo menos 100 pontos turísti-
cos junto a rodovia, e que você só terá acesso pelas nossas Rodovias,
então queremos gerar uma linha de propaganda por ai. – Pedro coloca
mais uma imagem sobre a mesa.
— Temos nossa empresa Náutica, ela vai construir de cargueiros
a Iates, então precisamos para ela também uma linha de publicidade,
pode parecer fácil, mas cada uma destas marcas, vai dar trabalho. –
Pedro coloca mais uma imagem sobre a mesa.

515
Pedro para pensando no que falar, pega um prospecto na mochi-
la e olha os dois.
— Em Janeiro, vamos inaugurar nossa primeira linha de carros e
veículos elétricos, indústria nacional, com tecnologia avançada, então
teremos nossa fabrica de automóveis, veículos a bateria, como o que
uso para me locomover na cidade, esta será a empresa que no final do
ano que vem, vai lançar um autômato de serviço. – Pedro pega a ima-
gem de um veiculo e de mais uma menina e coloca a mesa.
Pedro olha para os dois e fala.
— Temos ai algumas coisas a decidir, e ainda não está estabele-
cido o nome da empresa de distribuição de produtos da região, deve-
mos terminar de decidir esta semana, e vamos lançar os produtos com
marketing, tem de suco de laranja, doce de banana e goiaba, caldo de
cana, açúcar de beterraba e mascavo, pinga de banana, cana de açuçar,
conhaque de gengibre, gengibre em natura e em pó, camarão congela-
do, marisco de 10 tipos, carne de búfalo, franco e cabrito, queijo de
búfala e vaca, então quando falo que não decidiram o nome, é por ser
uma serie de produtos, e Rosa não é um nome bom para isto, então
assim que eles determinarem o nome, vamos estabelecer os vendedo-
res e começar a publicidade. – Pedro coloca mais uma imagem a mesa,
e Fraga pergunta.
— Propaganda local?
— Mundial.
— E tem tudo isto?
Pedro sorriu e olha para o prospecto a mão e fala.
— Vamos ter uma linha de aviões de pequeno porte, devemos
começar a entregar em um ano, mas a publicidade já podemos come-
çar a pensar, teremos monomotores de dois tamanhos, helicópteros de
dois portes, aviões a jato de 14, 45 e 100 passageiros. – Pedro coloca
mais uma imagem na mesa.
Fraga que perguntara, começa a ver que era serio, e Pedro fala
olhando as auras.
— Tudo isto vai dar trabalho, mas devemos ter perto de 50 mar-
cas, esta explanação rápida, é para vocês terrem ideia, de tudo que
vamos ter, obvio que quando for fazer a propaganda do Motel ao fun-
do, preciso de adultos para o fazer, da marca de Aguardente também,
ainda estou com parte sendo montada, mas vamos ter ainda fabricas
de instrumentos musicais, de talheres, de eletrônicos, de sistemas, e na

516
maioria das vezes, é algo novo surgindo, então temos de passar a ima-
gem de experiência, mesmo não tendo.
Pedro olha as meninas chegando e as recebe na entrada e olha
para Marilia e fala.
— Não esquece, nem todos sabem o que faremos com esta es-
trutura, então contem as palavras.
— O que teremos aqui?
— Estou puxando um publicitário para tocar a Diamante, e em
meio a isto, estava a dividir com eles os produtos que vamos precisar
de publicidade, uma das associadas, que começa a distribuição de rou-
pas semana que vem, vai propor a cada uma de vocês, um contrato de
exclusividade de vestimentas externo a TV, estando neste contrato,
roupa completa e um adendo a mais na conta.
Paula ao fundo olha para ele e fala.
— O que mais gosto deste menino, é que não é pão duro, ali na
frente todos falam em dinheiro mais são todos uns falidos.
Pedro tentou não sorrir, apresentou as moças, Fraga falou com
cada uma delas, e marcou uma sessão de fotos para o dia seguinte, e
após anotar e fazer elas pegarem os contratos, que deveriam ser assi-
nados por seus pais, olha o menino.
— Não falamos de valores?
— Quer quanto, eu passei a proposta ontem.
— Um percentual dos contratos.
— Quanto?
— 10% dos contratos e 10% dos programas, que elas nem sabem
ainda que vão fazer pelo jeito.
— 10% dos contratos não tenho problema, mas dos programas
tenho de fazer os cálculos, se for 10% da margem da empresa, sem
problemas, mas do total, complicado.
— Qual a porcentagem delas?
— 50%.
— Certo, 10% dos 50% deve ser um bom começo.
— Tenho apenas de redigir isto, tem de entender que peço isto
ao escritório de advocacia da empresa, mas apenas parte disto estará
no contrato.
— Entendo, mas algo contra?
— Uma duvida, você recebe 10% e o Roseto?
— Ele estará nestes 10%.

517
— Certo, mas preciso de algo com urgência, que é a primeira
campanha de publicidade que vamos estabelecer, pois estamos inaugu-
rando em 15 dias, e preciso de um marketing de lançamento, já temos
30% do prospecto vendido, e preciso de uma campanha para isto, efici-
ente, que mostre os pontos positivos.
— Do que?
Pedro pega uma imagem grande e coloca a mesa.

— Onde fica isto?


— Paranaguá, estamos indo para lá de helicóptero, vou falar
com as meninas, agora que já pegaram os contratos, e na volta tenho
de falar com o senhor Magalhães.
— Problemas com ele?
— Parte do contrato oficial das meninas, 15% fica com a Globo
pelo contrato delas com a emissora.
— Certo, vai as colocar em algo oficial para as ter aqui, mas não
sei qual a pretensão de preço de algo assim.
— 16 mil o programa de 3 horas, não é para pobre, metade das
meninas, que nem precisam saber o preço oficial, damos o local, damos
a estrutura e o sigilo, o prédio a direita no fundo, é o que usaremos
para os programas.
O senhor primeiro sorriu, ele pensou, 800 por programa, ficou
na dúvida pois era uma vista distante e Pedro pega a imagem mais
próxima e coloca a mesa.

518
Fraga olha o menino e pergunta.
— Mas o que temos no prédio?
Pedro coloca o dedo no que ficava ao centro do complexo e fala.
— Este é um hotel Rosa, e ao lado, uma empresa sem denomi-
nação, que oficialmente não vai estar ali, mas usaremos, eu terei minha
moradia local naquele lugar, mas a existência no prédio circular ao
centro, uma sequencia de 30 andares com um apartamento por andar,
elevador exclusivo, sigilo dentro de um projeto.
— Certo, e vai mostrar as meninas isto?
— Sim, mas você oficialmente vai lá para elaborar a publicidade,
tenho algumas coisas que quero na publicidade, e vamos discutindo
isto.
— Algumas coisas?
— A Rosa’s construiu com a Ponto este complexo, e está lançan-
do para Janeiro deste ano, segunda semana, um torneio de Golfe no
clube local de Golfe, premio que já nos garante confirmações no even-
to, teremos também um evento de culinária, e pretendemos ter uma
prova de 24 horas de stock car, no inicio de Fevereiro, preparação para
o ano, com premio para cada uma das categorias.
— Vai agitar pelo jeito o local?
— Sim, tenho dois hotéis ali, um bem no extremo, preciso dele
cheio, não apenas de empresários interessados em comprar, transpor-
tar e vender coisas.
Pedro olha ao longe Marilia que chega perto.
— Sabe que temos de falar com Magalhães sobre isto.
— Sei, mas falem com as famílias antes, cada uma de vocês terá
por contrato destes de publicidade, pagar 15% para a Globo, então
teremos um adendo por fora do contrato, e isto não estará no papel,
pois se tiver um papel, eles terão 15% do que estiver no papel.
— Certo, falo com meus pais, algo especial?
519
— Aproveitar o dia de hoje para mostrar o lugar que vamos fazer
a outra parte, enquanto Fraga olha o lugar, para o lançamento oficial
dele em 15 dias.
— Vai inaugurar um lugar que vamos usar depois? – Marilia.
— Não, vou inaugurar uma vila inteira de prédios, onde vamos
usar apenas um deles, e como ele fica ao lado de um hotel, fica mais
fácil operacionalmente falando.
— Certo, deixa eu falar com as meninas, vamos como?
— Um helicóptero de 15 lugares deve estar chegando ai.
Fraga olha o prospecto que Pedro alcança para ele e fala.
— Está é uma campanha publicitaria que tem orçamento de 2
milhões de reais, capricha.
— Fala sempre assim, no supetão?
— Você quase fugiu de mim ontem, minha terceira tentativa e
parecia que não seria esta ainda.
O senhor sorriu e viu o imenso helicóptero descer a frente na
parte destinada a ele, olha Fabiano e os dois começam a caminhar para
ele.
Pedro olha para os lados, faz sinal para as meninas e vão no sen-
tido do que chamavam de projeto Rosa de Alexandra, eles chegam ao
local e Pedro olha para Fraga.
— Temos duas empresas aéreas a mais para ter campanha pu-
blicitaria, uma é a Rosa Aviação, e a outra a Helicópteros Rosa.
— E não pensou ainda em quem?
— Ainda não, provavelmente vamos fechar o contrato com al-
gumas pessoas de exclusividade, e com calma vamos avançando nos
dois sentidos, pois nem todas podemos cobrar o que falei, sabe disto,
pois é preço de – Pedro viu que estavam olhando pra ele – de produtos
de primeira, então enquanto temos alguns produtos que as campanhas
serão de dois milhões, vou tentar não pegar inferiores a 500 mil, mas
sabe que pode acontecer.
— Mas 200 ainda considero um bom dinheiro.
Pedro sorriu, o senhor foi rápido e o senhor viu a forma estranha
que Pedro sorriu.
— Não entendi o problema. – Achando que o sorriso dele dizia
que teriam problema.
— Não nos conhecemos ainda, sei que meus sorrisos são estra-
nhos, mas tenta acostumar.

520
Param no heliporto do Hotel, ele toda vez que vinha olhava para
o aeroporto ao fundo, ainda com poucos voos, não tinha problemas,
mas logo teria, teriam de ter áreas delimitadas, Pedro estranhava pen-
sar as vezes em coisas assim.
O senhor Fraga olha para baixo e para o conjunto de prédios, da
obra e fala.
— Lindo, já vendeu 30% disto?
— A Ponto vendeu, tem de entender que eu comprei os hotéis
deles, mas poucos acreditam nisto.
— E o que temos em volta?
— Daqui dá para ver o autódromo, o campo de golfe, o campo
inicial de Tênis, ainda não confirmamos o torneio, temos uma pista de
ciclismos e atletismo, no centro do outro lado um teatro para eventos
que promoveremos algo, o que ainda não foi me passados o que fare-
mos.
— Como o que?
— Premio Paranaguá de Cinema, premio Paraná de Musica,
grandes peças teatrais e musicais na cidade.
— Algo para continuar a ter público?
— Tem gente que não gosta de cultura, eu ainda a tenho de
conquistar, então gosto dela sim.
— Vou dar uma volta, podemos? – Fraga.
— Sim, o prédio do lado esquerdo, igual ao da Direita, é da em-
presa de Diamante de Publicidade.
Fraga olha o prédio descrente e fala.
— Serio?
— Sim, lá é para testar as pessoas, não para grandes estruturas,
ali ao lado, tem de contratar gente, mas estão instalando os laborató-
rios de fotografia, filmagem, edição de vídeo, edição de imagens, tele-
fones, e coisas assim, estamos quase prontos, mas ainda tem 15 dias
de trabalho.
— Vamos dar uma olhada.
Todos descem, Pedro olha para sua mãe ali e fala.
— Como estamos mãe?
— Confirmou quando inaugura estes filho?
— Estou contratando o serviço de publicidade para lançamento
em 15 dias, já vendemos 30% mãe, isto nos faz poder ir a frente.

521
— Estes vai dar tempo de treinar direito, mas este complexo fi-
cou muito bonito.
— Ficou bonito, mas tem uma ideia e um visual todo diferente, é
uma empreitada diferente.
— E está namorando? – Ciça.
— E eu tenho tamanho para namorar?
— Um desembargador bem arrogante ligou no numero de casa e
perguntou de você, algo referente uma gravida.
— Ele já escolheu que tem de ser eu, não poderia ser o namora-
do da menina? – Pedro.
— Já sabia?
— Sim, mas com este eu falo depois, e se ele for sem educação,
passa meu celular mãe, gente que acha que gravides é doença, certo
que a menina é nova para isto, mas passa meu numero da próxima vez.
— E o que achou do hotel?
— Sei que estão montando as camas ainda.
— Não entendi o que são os prédios laterais?
— Um é minha empresa de publicidade, a outra, meu prédio lo-
cal, apenas isto.
— Apenas isto? – Ciça.
— Sim, mas vou olhar como estão as coisas ali ao lado, dizem
que não sei fazer prédios, e quando falo em meu prédio, é a sede dos
meus empreendimentos locais, mas as pessoas ficam pensando bestei-
ras.
— Empresas locais?
— Caminho dos Sonhos, Rosa Hotéis, portos Rosa, Aviações Ro-
sa, Transporte Aéreo Rosa, Transportes Ferroviários Rosa, Alumínio
Rosa, Joias Rosa, Mineradora Rosa, Estaleiros Rosa, Transatlânticos
Rosa, Cargas Rosa, R Modas, PR Distribuidora de Alimentos, entre ou-
tras.
Ciça sorriu e falou.
— As vezes esqueço que está colocando mais de mil pessoas pa-
ra correr diariamente.
— E tem gente que não vê nada, então as vezes acho que estou
devagar Maria.
— Vou verificar aqui, soube que estão adiantando um dos hoteis
em Guaratuba.

522
— Devem terminar o porto em 20 dias, os hotéis, para dia 15 de
novembro.
— E pretende inaugurar eles quando?
— Quanto tiver com o pessoal treinado.
— Certo, vou olhar quem podemos por lá, você já acabou com
todas as minhas indicações, mas o que pretende neste lugar é algo
gostoso de ver e viver.
— Estou tentando transformar todo o litoral em algo assim mãe.
— Mas se cuida.
— Tirei os pontos hoje cedo.
— Estava falando em me tornar vó.
— Isto vai acontecer independente de mim.
Ciça olha atravessado e fala.
— Ela está tentando aceitar, mas pelo jeito ela andou falando
com o pai da criança, pois ela mudou radicalmente no fim de semana.
— Deixa eu ir mãe.
Eles saem e Fraga que se afasta para um lado olha Fabiano.
— A senhora que administra isto, é a mãe do menino, sinal que
tem mais gente adulta por trás de tudo.
— Com certeza, mas viu a forma que ele falou, ele realmente
quer fazer uma linha de muitas empresas.
— Estamos entrando em uma empresa de publicidade que o
próprio proprietário, seja quem for, o papel era assinado por 3 pessoas,
mas isto torna um escritório que está sempre correndo e contratando,
a proposta dele, com aquelas 10 meninas, é nos pagar 32 mil reais por
mês a mais.
— Trocado, se vamos receber baseados 10% de cada campanha
publicitaria, ele nos acenou esta primeira, e mais umas 20.
— O trabalho que nos deixará por recursos na conta, mas ele pe-
lo jeito está pensando nas meninas, pois elas ganham mais assim, não
entendi a ideia dele, mas ele é um nada, nem deve saber o que é sexo.
— A mãe dele deu a entender que alguém engravidou na cidade,
e pelo jeito ele parece não acreditar que seja dele.
— Ele tem noção real de quem ele é.
Pedro mostra que aquela parte central, tinha uma recepção,
apenas automática, no salão de entrada, o elevador, ele passa o cartão
e param em um andar alto e as moças veem aquele imenso quarto
abrir a frente, com a cama a frente, o bar a ponta, uma pequena pisci-

523
na na sala, uma sacada fechada, era parte interna, não tinha como
alguém fora ver quem estava ali, um local que tinha 3 camas, em uma
única peça, os banheiros no fundo, e Marilia olha ele.
— O que é este lugar?
— Tem 30 andares assim, nem todos prontos, mas a ideia é que
cada uma de vocês tenha um destes, para uso exclusivo, diferenciado,
como se fosse um local apenas de vocês.
— Está falando serio? – Sabrina.
Pedro pega a mochila e pega 10 comandos e fala.
— Do andar 21 ao 30, não sei quem quer o que, mas cada uma
terá um, estamos terminando, mas semana que vem já devemos estar
com os locais prontos.
— Algo pessoal, eu morava bem em um lugar destes. – Sabrina.
— Nem todos lugares serão como este, pois estamos ainda a
dois meses e pouco do fim da gravação da novela, então estamos
usando momentaneamente estes. – Pedro.
— E pelo jeito tem mais do que aparenta, um apartamento des-
tes vale uma fortuna.
Pedro não gostava de auras de interesse financeiro, eram dife-
rentes, elas quase brilhavam para o local, não para ele.
— Amanha vamos tentar organizar as coisas no outro local e ver
se conseguimos determinar todo o esquema, ainda não sei se vou falar
para o senhor Fraga, então ainda é entre nós.
— E ele não seria contra?
— Eu não vou deixar algo lucrativo por outra coisa lucrativa, mas
tem de considerar que temos de comunicar o senhor Magalhães.
Elas sorriram, sortearam as chaves, e cada uma olha rapidamen-
te o seu, e viram que cada um era realmente totalmente diferente do
outro a nível de mobiliário, mas o prédio estabelecia algumas coisas, os
banheiros, a piscina, a entrada, mas cada uma pareceu mais interessa-
da a partir daquele momento.
Pedro e as meninas vão a empresa de publicidade e Fraga olha o
menino e pergunta.
— Temos as pessoas, os limites?
— Tem de gerar lucro, então se temos uma receita inicial de 2,
das quais 10% é da dupla, teríamos de contratar os 120 nomes que
precisamos, com salario de 10 salários, mas precisamos os contratar.
— Teríamos a liberdade de os conseguir?

524
— Sim, espero que estejam pensando em quem, quando, e co-
mo vão os atrair para cá, os salários são o padrão inicial, se conseguir
ampliar o fixo, podemos dar um pequeno aumento o ano que vem.
— Está montando com o melhor, não entendi ainda o que pre-
tende?
— Tem um navio que deve encostar no porto ao fundo amanha,
vão treinar descarregando o mesmo, são 14 mil contêiner, para se
equipar 55 andares de algo que espero começar como uma empresa de
publicidade e avançar para uma produtora.
— Está dizendo que o equipamento deve começar a chegar, não
apenas o estrutural.
— Sim, apenas ninguém viu ainda, espero que seja rápido na li-
beração, é um teste até da estrutura montada pela receita federal, as
vezes treinar com algo que sabemos a procedência, estabelece o que
eles podem fazer, e como trataremos gente assim num porto moderno.
— E o que comprou?
Pedro chega a sala de entrada, ainda estava com espectro de
gente entrando e saindo, colocando placas, colocando sistema e ele
coloca na tela a linha de equipamentos de cada setor, de cada andar, e
o senhor Fraga sorriu e fala.
— Pelo jeito é serio, mas podemos começar a contratar quando?
— Ontem.
— Podemos usar o lugar?
— Sim, o aeroporto ao fundo, tem voo vindo de vários lugares,
fácil de chegar.
— Os telefones funcionam?
— Devem ter instalado hoje cedo, mas nem sei os números ain-
da, não tive tempo de verificar ainda.
— Certo, eu verifico.
— Sei que o primeiro mês é complicado Fraga, mas se conseguir
tentar deixar redondo o funcionamento, vou lhe passando os demais
contratos de publicidade.
— Vamos dar ligações.
Pedro começa a sair e Fraga olha para Roseto e fala.
— Vamos começar a fazer uma lista de nomes, vamos deixar pa-
ra falar sobre o salario por ultimo, mas precisamos acho que de 100
nomes, vamos tentar manter nisto, para verificar os erros de funcio-
namento e cobrir o funcionamento.

525
— Um prédio inteiro, estava pensando em uma casa que já não
era em nada mal.
— Sim, mas ele não estava mais no ponto que queria, lembra
que ele foi conversar com nós mais sedo, talvez estivéssemos aqui
ontem, se tivéssemos ouvido ele.
— Talvez, quase deixou este fugir Fraga.
— Ele é uma criança, mas não posso negar, ele sabe o que está
acontecendo e alguém dá estrutura a ele.
Roseto olha para fora o menino caminhando até o Helicóptero e
fala.
— Só o fazer da publicidade dos hotéis, vai nos permitir ter en-
trada em vários pontos, e imagens incríveis, este grupo surge grande, e
parece crescer.
Fraga olha para a Baia, bem ao fundo, se via passarem os primei-
ros cabos e fala.
— Eles estão transformando tudo em volta, somente este prédio
com a imagem para a ponte ao fundo, já nos daria um visual que pode
ser símbolo desta empresa.
Roseto olha para a baia ao fundo e fala.
— Temos de conter gastos, não sei ainda os custos das coisas,
mas este tapete daria para dormir nele.
— Verdade, novo, mas pelo jeito eles pretendem estabelecer
uma marca, viu o diamante que eles usaram como símbolo do nome?
— Sim.
Fraga aponta uma carreta parando a entrada e fala.
— O detalhe que faltava a entrada está chegando. – A carreta
era grande, os dois olham os rapazes colocarem as correntes naquele
diamante, era uma armação de metal, com vidros espelhados em todos
os lados, mas ele tinha mais de 40 metros de comprimento, e eles co-
meçam a erguer aquilo, somente nesta hora eles olham aquele local
sobre o chafariz de entrada, onde eles fixam aquela forma de diamante
de 40 metros, dando a entrada de todo local.
Fraga olha em volta e fala.
— Temos de manter o foco, se ficarmos olhando, não trabalha-
mos.
O rapaz ao lado sorri e fala.
— Sim, tem gente fazendo quase tudo, mas não dá para dizer
que é um local ruim de viver.

526
— Realmente, não parece um lugar ruim de viver.
Pedro voa para Matinhos, e liga para Magalhães enquanto as
meninas voltavam para o prédio omitido.
Marcam ali e Pedro olha para o vídeo da conversa do senhor
com o antigo governador.
Pedro pensa no local e começa a ficar com espectros trabalhan-
do, ajeitando câmeras, ajeitando locais de filmagem e olha para o se-
nhor parar o carro da empresa a frente.
Ele não abre, espera ele tocar a campainha, abre o portão e o
senhor caminha, ao lado dele uma senhora, saber quem era não esta-
belecia conhecer.
Magalhaes chega ao menino e fala.
— Recebeu os prospectos dos contratos das meninas?
Pedro olha o senhor e a senhora.
— Está e Margarida, ela é uma das diretoras de novela da Globo.
— Prazer. – Pedro se virou e foi a uma gaveta, pegou uma pilha
de 20 contratos, e colocou na mesa e falou.
— Estas são as propostas as meninas, os responsáveis não assi-
naram ainda, se assinarem, precisamos da assinatura do responsável da
Globo, contrato com os 15% da participação contratual da Globo.
Magalhães olha um contrato e pergunta.
— Estão pensando em pagar um fixo?
— Sim, os prospectos das empresas vão entrando e vamos os
filmando, se entrar a mais, estará todos os serviços em contratos ane-
xos, posso não gostar da burocracia trabalhista, mas não ficaria fora
dela apenas por não gostar, já que pode me custar muito, ignorar ela.
Magalhães olha para os dados e fala.
— Posso ficar com um destes?
— Esta é a copia da Globo, fiz em 3 copias, cada contrato, um foi
para as meninas, um para nós e um para a representante delas diante
do mercado.
— Todos pensando que estava passeando?
— Estava mostrando para elas a sede da Diamante Publicidade
em Paranaguá.
— Algo grande?
— Um prédio de 60 andares.
— Certo, aqui é apenas a casa ao lado.
— O local a conversar, gosto de locais simples.

527
O senhor olha em volta e fala.
— Gostaria de propor uma nova empreitada, sei que deve estar
querendo inaugurar o hotel, mas a direção se propôs a pagar se for
para usar o espaço mais tempo.
— Duvido que eles me pagassem o que estou deixando de rece-
ber por dia Magalhães.
— Não teria interesse, temos como estabelecer um cronograma
mais voltado ao prospecto anterior, com a cidade ganhando destaque,
com medidas que pudessem lançar os hotéis a nível Brasil.
Pedro encara o senhor, ele sabia que teria problemas a partir
deste momento.
— Magalhães, eu não tenho como segurar a inauguração mais
do que já foi, tenho de perder quase um mês depois que saírem para
reformar para deixar em ponto de inauguração, temos cronogramas
que não se mudam tão facilmente.
— Teríamos como estabelecer níveis de propaganda dos demais,
usando a estrutura para estabelecer isto como uma propaganda.
— Magalhães, o que fiz contra você?
Magalhães olha o menino, ele não entendeu a pergunta.
— Não entendi a pergunta.
Pedro olha Margarida e fala.
— Tem de considerar que não é pessoal, mas não entendo gente
que se dá estrutura, e se vende para me sacanear, fico pensando nos
contratos com as meninas, mas isto posso achar outras pessoas para o
fazer, mas – Pedro olha Magalhães – quando me falaram que o antigo
governador lhe proporia isto a uma semana, eu duvidei Magalhães,
juro, pensei que era homem, não moleque.
Magalhães olha para o menino e fala calmo, isto irritava Pedro,
vendo a irritação na aura dele, dois seres, um interno e um externo, um
controlado e um racional.
— Entendeu errado menino.
— Como entendi errado da vez anterior, não havia entendido o
tirar da cidade ao fundo, você denegriu uma novela que poderia estar
entre as novelas mais lembradas da Globo para uma mediana, pois
você vetou toda parte externa, mas desta vez, não vou entrar na dis-
cussão, não posso, talvez não entenda, mas seu contrato, estabelece
que tem até hora de saída do prédio dali, e se quando não tínhamos os
hotéis lotados, precisávamos de propaganda, agora, não mais.

528
— Vai apenas se deixar levar por uma fofoca?
— Não, vou apenas não passar a frente o que me propôs, como
fez com o que lhe mostrei, assim como eu, você é o cordeirinho, mas
desta vez, não vou passar a frente, pois deveria ter pensando se queria
isto agora, antes, não pensou.
— Mas citou o antigo governador.
— Eu terei de falar com a direção do partido dele, não é alguém
a ter na presidência de um partido serio.
— Vou deixar você pensar.
— Mas já tem uma resposta, e nem adianta forçar pelo pensar,
minha resposta é não até eu dizer sim, e não tenho motivos para lhe
dar cartas para transformar dois mil empregos em piada, é o que tratou
com o Alberto, mas não é homem de assumir, mais um motivo que não
querer você perto, não de coisas de minha propriedade.
— Como você disse, é o cordeiro.
— Sim, um cordeiro. – Pedro riu doido, e Margarida olha o me-
nino lhe olhar.
— Se tiver uma proposta, de um projeto fechado, fala com a Di-
amante Publicidade, ela consegue um ponto de locação para você, mas
melhor não usar Magalhães como intermediário, ele perdeu toda a
chance de ser honesto.
Magalhães olha para o menino e fala.
— Acho que está sendo influenciado por propaganda enganosa.
— Magalhães, eu sou o cordeiro, alguém do grupo, me passou
uma narrativa de você e o Alberto no hotel ontem, me transcreveu, da
forma que sempre fazem, o que devo fazer, eles tem mais gente como
eu, mais cordeiros em pele de cordeiros, eu sou apenas o perdido nes-
te fim de mundo, como você falou para o senhor Alberto ontem.
Magalhães olha em volta e fala.
— Vou verificar como podemos contornar isto.
— Cuidado para não ser com sua cabeça na bandeja do grupo
Globo no Rio de Janeiro, não esquece, nem todos sentam para conver-
sar, acalmam o ser dentro deles e são sinceros, poderia apenas inven-
tar um motivo e dizer não.
— Sabe que se não temos negocio, não tenho motivos para pas-
sar isto a direção. – Falando referente aos contratos.
— Eu não me preocupo com isto, não são minhas empresas que
vão estar perdendo dinheiro, já que realmente não me entende, se-

529
nhor Magalhaes, e não adianta eu lhe explicar, eu tento manter a boa
educação na maioria das vezes.
Magalhães se levanta e Margarida sai com ele, Pedro passou os
contratos para a direção da Globo no dia anterior, e eles não tinham
interesse em perder o contrato, e esperava que alguém o ligasse,
mesmo que para dizer que não aceitariam.
Magalhaes olha para Margarida e fala.
— Não leve a serio o que ele falou.
— O que ele desconfiou, vi você falando com este Alberto on-
tem, o que tratou com o senhor, pois você pode ser conhecido por
manter a calma, mas o menino, deu de 10 na sua interpretação.
— Não entenda errado.
— Todos no Rio se perguntam até hoje porque foi transferida as
externas para o Rio de Janeiro, pois nem lá a cidade aparece, sem con-
tar que nisto ele tem razão, ele cedeu um local incrível, e retribuiu
tirando da cidade que era o motivo do ceder.
— Acho que não entende com quem está falando Margarida.
Margarida sorri, e Magalhães olha para ela serio.
— Acha que não tenho como a afastar?
— Sinal que ele está certo, e não é homem de falar, pior, me co-
loca lá para depois me ferrar. – Margarida.
Magalhães pensa no que fazer, respira lentamente e fala.
— As vezes este menino me tira do serio.
— Não sei quanto acha que vai por no bolso, mas se cuida, não
sou eu lhe ameaçando, é o contrario, e não está entendendo, ferrar o
menino, é apenas sacanear o Cordeiro, foi o que ele falou, você não
sabe com quem está mexendo.
Magalhães olha a senhora e pensa, parece ter uma ideia, e
quando chegam ao hotel, ele se reúne com o diretor, ele não tinha
noção de certo e errado.
Pedro recebe um e-mail da Globo do Rio que diz que deveria
mandar os contratos via Magalhães, ele propõem a os mandar por
Correio, e o rapaz do outro lado topou.
Pedro pega os mesmos, coloca em um envelope e caminha até o
correio, ele sentia que algo iria acontecer, algo errado, ele parecia atra-
ir os Hons, Plout estava em Curitiba e sente aquela energia negativa
vinda do menino, passa ao seu mundo e caminha pelos campos de
batalha e surge ao lado de Pedro.

530
— Problemas menino?
— Sinto morte nas minhas costas, e tenho quase certeza de ser
uma forma de afastar as meninas da Globo de mim, alguém vai morrer,
e não sei o que fazer.
— Sabe que ali a energia deveria ser pura, e eles estão a alte-
rando toda.
— Imagino, gente que nem sabe viver, influenciando na vida dos
demais através de novelas.
Plout sente o seu mundo e Pedro olha Hons surgirem a volta,
ainda invisíveis e ouve Plout olhar um e falar.
— Fiquem de olho, é para interferir se algo ruim for acontecer.
Pedro olha Plout sumir, mas ainda sentia aquele momento nega-
tivo, e teria de sair dali.
Pedro passa para o contato da Globo a gravação da conversa do
diretor Magalhães com o candidato a Senador do Paraná, ele sentia
que tinha de fazer algo.
Pedro abre uma porta no ar e passa para Curitiba, ele caminha
até o colégio e entrega o atestado, e assiste a ultima aula ainda.
Raquel para ao seu lado e pergunta.
— Está bem, parece preocupado.
— Sinto que pode acontecer tudo hoje, e não gosto do que sin-
to, e não tenho como explicar.
— E vai fazer o que hoje? – A aura maliciosa fez Pedro a olhar e
falar chegando perto.
— As vezes, queria ser o que falam, sou apenas o Pedrinho, e se
tudo der errado, posso tentar de novo, mas tenho medo as vezes de
ser apenas um sonho e acordar.
— Está falando difícil hoje.
— Tenta não se apaixonar Raquel.
— Porque não?
— Eu não sei ainda como sentir algo, e estranho isto.
— Me dando o fora?
— Não fiz isto, juro. – Pedro a encarnado.
— E vai fazer o que hoje?
— Fechar o conjunto plausível de garotas de uma agencia de pu-
blicidade, para não falar de acompanhantes, e apresentar elas a dire-
ção da empresa, e ver se conseguimos ganhar um pouco, e vai comigo.
— Vou?

531
— Quer continuar nos trocados Raquel.
— Não quero você me dando dinheiro.
— Estou falando em ganhar com um novo tipo de negocio, pre-
ciso de alguém como você para apresentar o produto, e sabe bem o
que é o produto.
— E vamos onde?
— Na casa de um deputado, que pode terminar o ano como Se-
nador.
— Politica?
— Deixando claro que posso precisar sair a qualquer momento.
Pedro sai com Raquel e passam no restaurante Popular, almo-
çam, e saem dali para a casa do Deputado e Raquel pergunta.
— Faz sempre a pé?
— Eu tenho de pensar, dizem que caminhar é algo que nos faz
pensar, evoluir.
Pedro chega a entrada da casa e viu o senhor Carvalho olhar ele
vindo, parecia não entender o menino, e fala.
— Veio conversar.
— Sim, quem está ai?
— Meu filho tá estranho, mas tem umas moças ai.
— Certo, mas já falo com ele, preciso lhe puxar as orelhas se-
nhor?
— Fiz algo errado?
— Esquece as pesquisas de opinião deputado, se ficar preocupa-
do com elas não precisa de campanha.
— Mas...
— Passa insegurança, e o que vou falar, não é para levar a mal.
— Problemas?
— Vamos terminar de entrar senhor.
— Bomba?
— Sim, e preciso de sua ajuda, em silencio.
— Problemas?
Pedro fez sinal para Raquel entrar, ela estava babando pela casa
e Pedro apenas olhava o senhor, tira a mochila das costas e fala.
— Vou por duas pesquisas a mesa, e o que vou lhe explicar, não
pode sair desta sala.
— Bomba?
Pedro pega as duas pesquisas e fala.

532
— A primeira, feita perguntando quem era o candidato que eles
iriam votar, na segunda, dispondo uma pesquisa numa cabine que si-
mula uma urna eletrônica.
— E qual a diferença?
— Eles quando fazem a primeira pode ver que eles estão lhe
dando porcentagem que no final soma 100% o que não reflete a elei-
ção para senador, na segunda, o senhor aparece com 8% dos votos,
pois estamos colocando novamente a 100%, mas feita de forma dife-
rente.
Carvalho olha a pesquisa e pergunta.
— Isto é real?
— Senhor, posso não ter uma bola de cristal, mas se parar de
passar insegurança, você vai disputar de igual a igual no dia da eleição,
mas isto me fez pensar em uma possibilidade.
— Por quê?
— Porque estamos puxando para baixo as percentagens, para
fechar nos 100%, as duas pesquisas estão fazendo isto, mas a segunda,
colocaria Requião com 22, Alberto com 18, você com 16, Ribeira com
15, o resto com um por cento, então é um acho, mas dependendo da
campanha, você e Ribeira se elegem.
Carvalho olha para o menino como se perguntando-se porque.
— Não entendi.
— Voto de mudança, gente que vota em Alberto e vota para vo-
cê, que vota em Requião e vota para você, então o que vim conversar,
é o caminho da sua candidatura, se quiser se eleger.
— Acha que tenho chance?
— Ainda é cedo, mas os números dizem por si, métodos errô-
neos não vão servir para analise, segundo, propostas por um estado
melhor, em sintonia com o governo que se eleger, propostas de evolu-
ção.
— E porque acha que consigo?
— Requião vai se dar um tiro ao pé, ele vai acelerar uns amigos
no governo contra Alberto, isto vai gerar uma linha de renovação, que
a pesquisa já aponta, então temos mesmo não sendo os novos, passar
a ideia de novos.
— E Alberto?
— Amanha deve estar estampado em todas as noticias do país,
mas ele pode não fazer, então depende dele, fez merda, estará lá.

533
— Dando corda para eles se enforcarem, mas falou que precisa-
va de um favor.
— Me apresentar Ribeira.
— Certo, sem estardalhaço?
— Sim, tem algo errado nas pesquisas, e com certeza teremos a
inversão ainda.
— E acha que podemos usar a pesquisa?
— Eu gosto de parecer grande, independente da pesquisa, eu
não quero o que a pesquisa diz, quero o que decidir.
— Certo, acha que estamos no caminho.
— Estamos, mas não liga para o pessoal e pergunta, vai e faz
campanha, vocês pararam, Fabiano Silva acelera a campanha amanha,
e não sei qual a ideias de vocês.
— Requião falou que vai tocar a campanha dele.
— Ele está se achando eleito, este é o ponto que pode mais pe-
sar contra ele.
— Certo, só se elege no dia, mas a politica é baseada em pesqui-
sa. – Carvalho.
— Pesquisas como estas, só me dizem, precisamos ampliar sua
aparição nos municípios no centro e norte do estado, que você precisa
de uma ideia sua, não da campanha de Fabiano, que você precisa pare-
cer mais confiante, e não se preocupe com pesquisas, a ideia de um
empate técnico com 3 pessoas quase no segundo lugar, estabelece que
qualquer um dos três pode conseguir, então faça a sua parte Deputado.
A cara de assustada de Raquel falava que Pedro estava pegando
pesado, mas ela ouve o deputado.
— E qual a estrutura que vamos dispor?
Pedro pega um jornal, e fala.
— Se concordar, com o conteúdo, distribuição em 398 municí-
pios do Paraná assim que ficarem prontos.
O candidato olha o jornal, não a sua estampa a frente, mas seu
numero, abaixo imagens de ideias a serem apoiadas, enquanto um
falava em obras locais, ali falava de mudanças para se tentar em Brasí-
lia, leis para que o estado crescesse, e nisto estava facilidades de ex-
portações e importações, redução do tempo de abertura de empresas,
redução de impostos que não retornavam, uma independência fiscal
aos estados, projetos de liberação de recursos para as estruturas que o

534
candidato Fabiano estava propondo, mas bem menos apego a esta
parte.
O deputado olha as ideias e fala.
— Você que escreveu?
— Sim, se tiver um erro, a hora de apontar é agora deputado,
mas acho que ficar nos pontos do candidato a governador é não se
posicionar como candidato a senado.
O senhor sorriu e falou.
— E se disser que quero, você distribui?
— 10 milhões de copias.
— Você é um perigo menino.
— O Requião não me respondeu, nem sei se olhou, mas tem de
considerar que ele falar de coisas, já sendo senador, é aparentar menti-
ra, pois ele não propôs nada disto.
— Certo, e acha que conseguiria propor.
— Sim, para isto se tem assessores, escritório de advocacia, eco-
nomistas, e as vezes, até ativistas.
— Certo, eu concordo, decoro cada ideia disto.
— Bom, mas se der para nos deixar conversar, quero entender o
que seu filho está aprontando.
— Ele veio estranho do litoral.
— Eu acho que não entendi, mas isto não diz respeito a sua
campanha.
Pedro pega o celular e em um barracão da região metropolitana,
um conjunto de espectros começam a rodar o jornal.
Pedro passa o braço no de Raquel e entra na sala e olha para Gu-
ta que fala.
— Está melhor menino?
— Sim. – Pedro olha as demais e cumprimenta com a cabeça e
algumas olham ele, não conheciam, a sala tinha mais de 24 pessoas e
Guta falou.
— As vezes elas querem afastar meninos, as vezes, ganhar di-
nheiro, não entendo as ideias, mas sei que falou algo que Silvia ficou
grunhindo este tempo inteiro.
— Grunhindo é sacanagem. – Silvia a ponta.
Pedro olha Silvia.
— O que ela quis dizer com isto?

535
— Que eu tenho interesse em ganhar um dinheiro, não sei elas,
mas as vezes não sei como falar disto.
— Quer a forma fácil ou difícil?
— Você não facilita nunca, mas se tiver uma forma fácil?
— Certo, alguém tem algo para fazer agora?
Um coral de não, o que fez Pedro olhar para João.
— Precisa ser discreto João.
— Não sei ainda como falar disto.
— Eu não tenho como o ajudar nisto.
— E qual a ideia? – Guta.
— Dois helicópteros nos deixam em Paranaguá, e conversamos.
— E a menina ai? – Guta apontando Raquel.
— Alguém tem de apresentar o cardápio aos clientes.
— Cardápio é forte. – Guta.
— Não disse que estavam grunhindo por aqui?
— Pelo jeito tem um lugar lá?
— Sim, mas ainda estou na duvida de se fazemos isto, e como
fazemos, primeiro ponto é cada uma das que quiserem me passarem
nomes completos, RG e CPF, vou fazer um contrato entre a empresa de
publicidade e vocês, se surgir alguma campanha publicitaria, com cer-
teza as usaremos.
— Porque disto? – Silvia.
— Ter a desculpa dos recebíveis, ter como as jogar em propa-
gandas o que gera maior valor de programas, e ter como dispor de
estrutura de uma empresa sem a envolver nisto.
— E qual a abrangência disto? – Raquel.
— Conversamos com calma sobre isto.
Pedro olha para João e pergunta.
— Tem heliporto nesta casa?
— Sim.
— Então vamos nesta.
O grupo sai dali, Pedro queria falar com as meninas, moças com-
paradas a ele, mas algo mandava ele ficar próximo a Matinhos, e Para-
naguá era um pulo.
Eles descem no heliporto em Paranaguá, obvio que o olhar
mesmo destas foi de admiração, eles descem e vão a sede da empresa
de publicidade e Pedro olha para Fraga.
— Podemos conversar lá encima Fraga?

536
Ele mede as meninas e fala.
— Não estou entendendo tudo.
— Sei disto.
Sobem, as meninas viram que era uma empresa de nome Dia-
mante, e sobem, Pedro olha Roseto e fala.
— Chega junto, não vou falar muitas vezes.
O rapaz chega perto e Pedro fala olhando as meninas.
— Esta é uma empresa de publicidade, quem trabalhar para ela,
estará em lançamentos de produtos, estará estampada em revistas
com algum produto da empresa, estará as TVs com nossos produtos, e
a pergunta, todas sabem do que falamos?
Eles se calam e Pedro fala.
— Vou aceitar o silencio como um sim, e a ideia, programas se-
xuais, para não se dizer que não falei com todas as palavras, o valor
depende da procura, da fama, da quantidade de programas que resol-
ver fazer, a ideia que lancei é programas de no mínimo dois mil reais
para cada 3 horas com um velho geralmente, raramente teremos gente
nova, mas as vezes acontece, o book que faremos de cada uma, é um
book normal, sem fotos sexuais, mas com fotos que vão lhes mostrar
como produto, quando se fala em não ter fotos que as mostre nuas ou
em fotos sexys é que como trabalhamos em um mercado restrito, as
vezes pode vir a um conhecido ver o book, e não queremos confusão
em família.
Guta olha para Pedro e pergunta.
— E como faremos?
— Não sei muita coisa, frequência que estarão a disposição da
empresa, com certeza, como uma empresa de publicidade, de marcas,
cada uma de vocês vai assinar um contrato de exclusividade, que terão
seus pais que assinar.
— Nos complicando. – Silvia.
— Contrato de exclusividade é da empresa de publicidade, para
que vocês estejam o mês a disposição da empresa, geralmente é de 5
salários, nele tem alguns dados, vocês viram parte das modelos de uma
campanha de publicidade constante, e vestem apenas as roupas de
uma marca, nossa marca, o book que usaremos, é nada mais que a
apresentação das roupas, em um book, obvio, para vender roupas não
precisamos deste book, mas ninguém precisa saber disto.

537
— Está dizendo que nos paga para estar a disposição e nos sede
roupas, para representarmos uma marca, independente dos progra-
mas? – Silvia.
— Eu quero lucro, então vou marcar os programas, mas para is-
to, estamos montando as roupas, fazendo uma coleção, a deste ano,
todo ano teremos nossa coleção, e assim que no dia de amanha as
roupas começarem a chegar, vamos fazer o book de cada uma de vo-
cês, mas para isto, preciso que aceitem, segundo, passem a seus pais
para assinarem, ali estará o pagamento, a exigência de estar pelo me-
nos 3 dias da semana a disposição da empresa no horário que não for o
de aula, e um fim de semana por mês no mínimo, toda a diferença será
pago a mais, dependendo da frequência. – Pedro olhando as moças.
Fraga olha as moças e viu o menino pegar um modelo de contra-
to e passar as meninas e Guta falou.
— E os programas vão ser onde?
— Este lugar é para algo especial, mas teremos nossos lugares,
geralmente na cidade de Curitiba para vocês.
— E se preciso vamos vir para cá?
— Se os preços de alguém subir vão com certeza vir para cá.
— O que seria um programa para vir para cá?
— 8 mil pelo mesmo programa.
— Valor Global? – Guta.
— De algumas, não todas.
— E o que pode nos tornar isto?
— Uma campanha publicitaria que lhe jogue a nível nacional ou
mundial, de um produto.
— E não tem uma vaga destas? – Silvia.
— Eu não sei ainda todos os prospectos de Fraga, ele vai criar
campanhas, e sobre isto, vamos jogar vocês na mídia, e obvio, vai che-
gar o dia que podemos ter de ou as ver ir a fama, ou renegociarmos
estes valores.
— E vai nos mostrar isto pessoalmente?
— Não, apenas na casa de João as coisas são gravadas em parte,
então não é um lugar para falar coisas assim.
— E escolheu quem vai mostrar os book?
— Preciso de alguém que entenda disto, mais que eu, e que eu
conheça a mais tempo.
— Mais tempo? – Guta.

538
— Das fraudas até hoje e que não seja minha irmã, que não fun-
cionaria nesta função.
— Não vai explorar sua maninha? – Silvia.
— Gravida de três meses, de gêmeos, não vai dar certo.
Guta sorriu e Raquel olha que as moças pareciam achar que se-
ria fácil, mas ela não estava ali ainda para mandar em alguém, mas
obvio, Pedro a queria em um ponto especial.
— E agora?
— Se querem passear um pouco, isto será inaugurado em 15 di-
as.
Pedro viu elas saírem e começar a descer, e Fraga olhou Pedro.
— De onde as tirou?
— Colégios de Ricos de Curitiba, 24 meninas, ainda não sei se
dará certo, mas quando fizer os book, já verifica em que campanhas
vamos lançar.
— Vai gastar com elas antes de lhe darem retorno? – Fraga.
— Fraga, a diferença, você vai montar o book, com capricho,
vamos lançar pelo menos 24 produtos, um com cada uma delas entre
revistas e propagandas, e dentro de um mês, começamos a oferecer,
Raquel ao meu lado, vai aos senhores que indicar, o preço depende de
sermos eficientes.
— Posso considerar os 10%?
— Sim, mas ainda sobre a nossa parte, e sabe que o preço que
passei a elas, é metade, não o todo.
— Certo, e quando as lançar vai dispor delas como?
— Vamos dispor de um book com paginas que dê para tirar al-
gumas e por outras, não estou fechando o negocio, mas programas em
São Paulo, teria as passagens aéreas, para cá, a ida e volta de helicóp-
tero no preço, e se formos fornecer um quarto, os gastos a mais serão
contabilizados no fim.
— Certo, mas quer chegar a quando com elas?
— Quero conseguir o retorno da empresa de propaganda Fraga.
— Não entendi.
— Uma menina destas, fazendo 4 programas por semana, a dois
mil reais, me gera por mês mais de 32 mil, mas eu estarei pagando
perto de dois mil de duzentos para elas estarem a disposição em di-
nheiro e outros dois mil em roupa, lhe pagando três e duzentos, então
isto tudo tem de sair das meninas.

539
— Entendi, a publicidade se paga por sim, mas a estrutura você
quer coberta por elas e lhe dando lucro.
— Pensa em algo que as valorize Fraga, se conseguir as vender
por 4 mil, sendo nossa parte dois, não esquece, você poria três mil e
duzentos reais mês por menina no bolso, mas se fizer um trabalho
inspirado, podemos pedir por algumas até 8 mil, seria o dobro, seria
estar marcando menos, como as atrizes, elas não vão fazer mais do que
um programa semanal.
— Certo, algumas vão dar os 8 em um programa, outras preci-
sam de 4 programas para gerar a mesma coisa, mas se conseguirmos
gerar alguém procurada, que nos gere 4 por programa, teríamos al-
guém gerando o dobro.
— Sim.
Raquel olha Pedro e pergunta.
— Como consegue atrair gente até para projetos como este?
— Raquel, eu não sei como os demais pensam, mas tenho certe-
za, eu não fiz esforço ainda para ser entendido, e aquele deputadinho
que pode virar Senador, com certeza é um dos usuários que toda se-
mana gasta uns 16mil com programas.
— E nem falou disto com ele?
— Ele está na mão, precisamos abrir um mercado, pode parecer
pouco, mas é um projeto para 34 programas dia, geralmente agenda-
dos antecipadamente, o que nos garante um trocado no bolso.
— Um bom trocado. – Fraga.
— O que achou das meninas?
— Bem cuidadas, mas se elas vem de famílias de dinheiro, isto
em si já é um trabalho a menos, pois elas saberão se portar em uma
realidade um pouco superior.
Raquel encosta na cadeira e baixa os ombros e Pedro toca em
sua mão e pensa olhando para ela.
“Coragem, você é especial!”
Pedro estava pensando e olhando-a e ela sorri.
Na sede do hotel do Tabuleiro, uma cena estava sendo gravada
no 12º andar, e 4 meninas recuam ao saguão enquanto um assalto
acontecia na filmagem, as três recuam e quando encostam na prote-
ção, esta começa a ceder, e duas despencam, uma fica agarrada a es-
trutura que estava solta, os gritos, os sustos, os Hons na parte baixa,
apenas as seguram invisíveis e elas assustadas são colocadas a agua,

540
lentamente, enquanto Magalhães olhava ao longe, um ator ajuda Mari-
lia a segurando-se a subir ao local novamente.
As duas olham assustadas, os demais viram elas sumirem nas
agua, e Magalhães olha ao longe, enquanto os seguranças correm para
baixo, o diretor olha para Magalhães, e Marilia olha o olhar sentando-
se e respira fundo.
O susto dos atores, só foi cortado por sorrisos, do surgir na agua,
das duas, os seguranças ajudam elas a sair da agua, e Paula olha Maia e
fala.
— Quem soltou aquela proteção?
Maia olha para cima e fala.
— Como sobrevivemos?
— Também não vou falar sobre isto.
Magalhães olha as meninas de cima, não tinha mortes, mas olha
a proteção e fala alto.
— Quem foi a porcaria da empresa que construiu isto?
As pessoas começam a falar mal do lugar, e Magalhães chama a
policia técnica, quase tiveram mortes ali, e ele queria um inquérito
sobre isto.
Marilia vai ao seu quarto e passa uma mensagem do que estava
acontecendo para Pedro.
Pedro não responde, não queria ter algo no celular da menina,
mas liga para o advogado da empresa e o coloca a par do acontecido,
põem a filmagem do funcionário tirando os parafusos, põem a grava-
ção do acordo de Magalhães e de Alberto, e a imagem da filmagem e
da queda, obvio que a sorte foi grande vendo pela vista da imagem.
Vaz pega o helicóptero e chega a Matinhos no fim do dia, o de-
legado estava chamando um representante da construtora e ele apre-
senta as gravações que não eram oficiais, mas eram o que aconteceu
no local, e o delegado olha para o advogado e fala.
— Esperavam isto?
— Não sabíamos o que eles iriam fazer, não pensamos em tentar
matar as meninas, para algo assim, mas a cena, não sei o que dizia no
script da novela, mas pode ter certeza, foi o que aconteceu.
O delegado pede para os investigadores irem a sede e interdita-
rem, pararem tudo, e chamaram a depoimento o senhor Magalhaes
primeiro, o delegado iria jogar com fatos.

541
Enquanto ele fazia a declaração na delegacia, depoimento ofici-
al, a polícia prendia dois rapazes da técnica, o diretor da novela, e
aprendiam o roteiro, e as câmeras locais com suas gravações comple-
tas.
Os atores ficaram sem entender, Magalhaes estava em depoi-
mento quando viu o diretor e dois rapazes entrarem algemados e fala
alto com o delegado.
— Está acusando meus rapazes, uma construtora faz uma obra
fraca e nos acusa.
— Já que estamos aqui, estamos esperando a sua emissora
mandar o advogado deles, mas eu conseguiria um senhor Magalhães,
tentativa de assassinato de três crianças, é uma acusação pesada, ainda
não tenho todas as provas, mas a pericia está analisando os parafusos
tirados pelos seus técnicos daquela proteção, tem as marcas recentes,
as digitais, eles vão ter de responder por isto, o seu diretor, escreveu
com todas as palavras, se apoiem com violência naquela grade, com
força, ele vai ter de nos convencer que não sabia que estava solta, pois
a sua câmera pega ele olhando para o senhor, não para as vitimas, foi o
único que não correu para tentar ajudar, como se soubesse que acon-
teceria, eu chamaria um bom advogado, e pode não saber, mas aquela
grade, foi fiscalizada por bombeiros da cidade, e foi dado alvará de
funcionamento para o local, e eles testaram com um bombeiro se jo-
gando contra aquelas grades, resistiria a mais do que 3 crianças, me-
lhor se ater a fatos, pois desculpa, se gritar comigo de novo, nem sai
pela porta. E não saia da cidade.
A direção no Rio de Janeiro recebe o pedido de advogados para
os câmeras, diretor e coordenador geral, e o diretor de conteúdo passa
a parte jurídica e o senhor Roberto é chamado a sala da parte Jurídica.
— Problemas Franco?
— Apenas trocar uma ideia?
— Sabe que nos defendemos.
— Sim, mas antes de começar a defender, queria trocar uma
ideia do que está acontecendo.
— Algo a nos complicar?
— Lembra que lhe passei hoje ao meio dia os contratos das me-
ninas que estão no Paraná, com uma empresa de publicidade?
— Sim, alguma das afetadas?

542
— Três delas, mas mandei para Magalhães um pedido de conta-
to com esta empresa e ele me respondeu com um, “Elas não estarão
disponível para a empresa”.
— Ele tem outros planos?
O advogado pega a gravação passada pelo rapaz dos contratos e
fala.
— Ouve isto Roberto?
O senhor vê a conversar do senhor com o candidato a senador
do Paraná, e Roberto ouve e fala.
— Eles esperavam algo assim, e não me adiantou isto?
— Não pensei que Magalhães seria maluco de tentar algo, a de-
legacia local, parece saber disto senhor, e se quem filmou isto, filmou
algo a mais, o delegado vai fechar o local de gravação, não sei o que
está acontecendo senhor, mas é evidente, que é algo que Magalhaes
combinou, temos 10 gravações no mesmo lugar, e nenhuma aparece
sem os parafusos baixos, hoje na gravação, mandei recolher o que deu,
não estão lá.
— É difícil acreditar que Magalhães tentaria algo.
— Todos estranham ele lá senhor, ele não fica para ficar fazendo
sala, e todos sabemos que o diretor da novela acabou com ela antes,
pois não tem para onde avançar sem transformar os custos em impos-
síveis para uma novela das 19 horas.
— Vou mandar você para lá, me informa, pois se isto vaza, me-
lhor nós termos a reportagem, e se o delegado perguntar, diz que a
direção se propôs a ajudar com gravações internas do local.
— Não as temos.
— Temos esta, e duvido que quem o fez, não tenha mais, pois é
evidente, que focaram neles, temos em dois sentido, e mesmo com os
ruídos, se ouve claramente a conversa, Magalhães pediu para ficar só,
aquele lugar é sempre agitado.
— Vou lá senhor, mas segura as coisas, podemos ter um pro-
blemas serio e eu passava a frente.
— Entendi, preparar todos para isto, que merda. – Roberto.
O rapaz dos contratos entra pela porta e fala.
— O contato das empresa de publicidade, passou mais 3 vídeos
locais senhor. – Olhando Franco.
— Graves?
— Apenas olhando, não tenho como narrar isto senhor.

543
Roberto que estava pensando em sair, fecha a porta e fala.
— Fala, podemos ter problemas sérios.
O rapaz põem a gravação de Magalhães, os dois técnicos e o di-
retor, onde ele fala.
“Faz uma cena naquele local, os dois, soltem aquela parede a
noite, não quero falar disto depois”
“Sabe que pode acontecer uma fatalidade Magalhães”
“Elas acham que vão sair da minha cama para a daquele menino,
é pessoal, que morram”
“Tem de ter outra saída Magalhães”
“Quer ver meu peso sobre vocês, me contrariem”
O grupo sai e o rapaz põem a gravação da retirada dos parafu-
sos, e a conversa após.
“Agora é acusar, some com qualquer coisa que possa nos incri-
minar, as meninas levaram sorte, mas dou fim nelas depois, as tirando
da novela, mas cuida para não sair nada referente ao local”
“Sabe que vão pedir a gravação.”
“Temos apenas a visão frontal, sabe disto”
Roberto olha para Franco e fala.
— Segura a ida, e talvez tenhamos de abrir isto, vai cair sobre
nós, e vamos pedir sigilo nisto, pois se sair a afirmação de que ele for-
çava as meninas iriem sua cama, fechamos.
— O que fazemos?
— Vou pedir uma reunião urgente, você Franco, viaja para Mati-
nhos, consegue 3 advogados, as pessoas tem de saber dizer não a atro-
cidades, mas foram ameaçadas, sabemos que Magalhães não pega
leve, mas usar isto para assassinato, é muito forte, temos a gravação da
prova, como se diz, vai feder, e tem um candidato a senado, sem foro
privilegiado neste momento, envolvido.
— E a imprensa inteira do Paraná sem falar nada.
— Por isto vamos ter a reunião, quem vai dar a bomba vai ser a
sede do Paraná com repercussão nacional após.
— Sabe que podem vetar. – Franco.
— Se eles vetarem, fizemos nossa parte, eles que assuma a mer-
da quando isto em horas acabar na mão da imprensa concorrente.
— Certo, eles estão nos dando a chance de fazer o certo.
Franco compra uma passagem por sistema e vai ao aeroporto
com outros 3 advogados.

544
Franco chega a Matinhos e pede para falar com os 3 detidos e
olha para o diretor.
— Sabe a merda que fizeram?
O senhor olha Franco e fala.
— Não tem como eles nos acusar.
— Queria acreditar nisto, mas vou defender vocês com um
adendo que foram pressionados, que foram ameaçados, por Maga-
lhães, e não terá outra versão.
— Ele me mata.
— Você que escolhe, ou é isto, ou cumplicidade em tentativa de
assassinato, e encobertar pedofilia, o que prefere?
O diretor olha para a sala e fala.
— Mas...
— A escolha é agora diretor, Roberto esperava de vocês no mí-
nimo coragem para dizer não, só não é assassinato, por uma sorte que
não é normal.
Franco fala com os dois rapazes e com os três advogados, pede
para falar com o Delegado.
— No que podemos ajudar Delegado?
— Não entendi o que afirma as defesas.
— Disto que preciso falar, poderíamos?
— Do que querem falar?
— Aquele local tem câmeras para controle dos funcionários, mas
as câmeras não deveriam estar gravando, mas gravaram coisas que
preciso dividir, e talvez, lhe dar motivos para pedir uma prisão preven-
tiva.
O delegado olha intrigado, mas quando vê a segunda gravação,
ele chama o investigador e manda ao juiz o pedido de prisão de Maga-
lhães, que estava na sala com Marilia.
— Acha que podem se bandear para o lado de uma outra em-
presa?
— O menino pediu para você, não para nós, não sei porque da
irritação, eu quase morri, não o senhor.
— As vezes uma morte me facilitaria a vida. – Ele fala e olha para
a porta se abrindo e fala.
— Reunião fechada.
O policial entra e fala.

545
— O senhor tem o direito a um advogado, mas está sendo preso
por determinação do juiz, qualquer coisas que falar será usada contra o
senhor.
O juiz passa a parte que lhe passaram para Curitiba e o es gover-
nador recebe a visita de 4 policiais, que o conduzem a um carro, seria
conduzido a Matinhos.
O senhor falava alto, a imprensa tentava não ver, mas era im-
possível agora.
A direção da Globo pede uma vídeo conferencia com a direção
do empresa no Paraná e o presidente local pergunta.
— Qual a urgência da reunião?
— Fora estarem prendendo o es governador, por uma armação
que poderia ter gerado a morte de pessoas em Matinhos, fora por vo-
cês estarem com as contas cheias de dinheiro deste senhor, fora isto
não ser a índole da nossa rede de televisão? – Roberto.
— Não temos esta informação Roberto.
— Podem não ter, mas ou noticiam isto no jornal das 6 ou vamos
afastar toda a direção, não temos vendidos nos nossos quadros.
— Não pode fazer isto.
— Posso desfilhar a sua TV, quer isto, seria a outra forma.
— Mas não podemos ter interferência de vocês.
— Se não mostra a verdade, não respeita a regra que uma filha-
da tem de respeitar, vai ser desfilhada e pagar multa por isto senhor, e
tem até ao jornal das 6 para pensar, se não tiver, nem retransmitimos
para vocês o resto da programação.
Roberto desliga e fala.
— Manda gente para lá, levanta os dados, levanta os podres,
tem de ter muito podre para eles não quererem mostrar, algo muito
errado está ai.
— Quem mandamos?
— Tudo que der para levantar, dos investigativo, aqueles que
sabem transformar uma historia pequena em algo real.
O presidente das empresas Globo no Paraná olha os demais di-
retores, ele segurou todos, ele liga para o secretario de segurança e
pergunta.
— Roberval, poderia me informar uma coisa?
— Fala.
— Não entendi, estão falando em prisão do es governador.

546
— Sei que ele está sendo conduzido ao litoral, ainda não temos
os dados, mas o ministério publico pediu a abertura da conta de um
dos diretores da novela das 7 da Globo, estão com dois técnicos, dire-
tor e aquele Magalhães presos em Matinhos, não sei a acusação ainda,
mas parece serio.
— E não vão defender o antigo governador?
— Ele não tem fórum privilegiado até Janeiro, não é com a gente
agora senhor.
— Acha que eles vão investigar até que ponto?
— Não sei o que eles tem ainda.
A direção da Globo nacional entra com uma representação de
intervenção acionaria na gerencia da empresa no Paraná, e enquanto o
grupo se reunia, os tramites legais corriam paralelamente.
O senhor olha os acionistas e diretores e fala.
— Temos de ver que podemos comprar uma guerra com a dire-
ção geral da Globo.
— Acha que o governador se livra?
— Não sei, pelo jeito eles farão com sigilo, mas só a condução já
vai estabelecer algo negativo.
Requião olha para outro Juiz, da policia federal, amigo da família
e fala.
— Não dava para levantar aquela denuncia do Tony nesta hora,
ele sai de uma delegacia e entra em outra?
— Acha que temos algo?
— Tony indica que tratava com o governador pessoalmente os
contratos, isto não é concorrência publica.
— Verdade, mas ainda estamos levantando dados.
— Mas fica de olho, se ele bobear, tentamos.
Pedro estava ainda em Paranaguá quando atende o telefone.
— Fala Marilia, ainda não consegui parar?
— Não sei o que está acontecendo, uma parede quase me lança
doze andares, para baixo duas meninas caíram.
— Elas estão bem? Onde foi isto?
— Sim, elas estão falando coisas estranhas. Mas foi na parede
para a pedreira, do restaurante alto.
— Estranhas?
— Que um mostro as segurou, enquanto caiam, e depois as dei-
xou na piscina.

547
— E você?
— Fiquei pendurada, pensei que morreria.
— Acalma, chego ai daqui a pouco.
— Prenderam Magalhães.
— Não entendi. – Pedro olhando Raquel a sua frente.
— Nem eu.
— Ele tem advogado?
— A Globo mandou 4 advogados, mas ainda não entendi, eles o
prenderam e estão isolando a área, pode ser que tenhamos de parar as
filmagens bem nesta hora.
— Se for para casa, consegue aquela assinatura.
— Magalhães não vai aceitar.
— O escritório da Globo me passou o aceite, com a assinatura
deles, falta apenas seus pais Marilia.
— Não teria de ter a assinatura dele?
— Não sei, mas a direção me passou o aceite, e que precisava
apenas da assinatura de seus pais.
Marilia sorri e fala.
— Esqueço que você não trata com os funcionários.
— Tentou ser engraçada?
— Sei que Magalhães tem medo de você, mas não entendi, pa-
rece que a direção vai mandar alguém, pode ser que interditem o an-
dar superior do restaurante.
— Vou pedir para a empresa responsável pela construção que
me informe, mas estamos quase terminando aqui, dai dou um pulo ai.
A Band filma a prisão do antigo governador, e lança em especial
na programação da tarde, chamando para o jornal a noite.
A direção da Globo local olha as demais começarem a falar e não
teriam como ficar quietas e o presidente da empresa olha os demais e
fala.
— Mas sem conclusões, sei que não temos como segurar isto, é
a prisão do ano no estado.
Os repórteres de varias partes começam a ser comunicados da
decisão e o diretor da Gazeta do Povo olha para o presidente da mes-
ma olhar ele e falar.
— Documentamos a prisão do governador, mas sem conclusões,
pois parece que ninguém tem os motivos.

548
O es governador chega a Matinhos, olha o delegado, não conhe-
cia, e ao lado dele chega o advogado da família do candidato e fala.
— Qual a urgência de algo assim, parece ter conotação politica.
— Não fazemos politica, e espero que não tenha conotação poli-
tica senhor, pois ai o motivo seria fútil.
Alberto olha o Delegado e pergunta.
— Temos uma conversa do senhor com o senhor Magalhães no
dia de ontem nesta cidade, onde o senhor o pressiona, para que parem
as obras da Rosa na cidade, e gostaria de saber qual a intenção do pa-
gar alguém para desacreditar uma empresa local.
— Não acredito que tenham provas disto.
— Pode se manter em silencio senhor, mas eu farei as pergun-
tas.
Ele concorda e o delegado pergunta, olhando o saldo da conta
colocada a frente dele pelo assistente.
— Qual o favor de 400 mil reais que o senhor pagou ao senhor
Magalhães senhor Alberto.
— Me reservo a não responder.
— Qual o sentido da frase. ”Não me importo se morrer alguém,
desde que eles parem, me consegue desmoralizar eles rapidamente”.
— Nada a comentar.
— O senhor será conduzido ao hospital local para corpo delito, e
está detido não quartel do bombeiro local por 5 dias uteis para não
interferir no levantamento de provas.
— Do que ele é acusado.
— Pagar para alguém desmoralizar a Rosa, mas esta pessoa, ten-
tou matar 3 crianças em uma cena armada para que elas despencas-
sem 12 andares, então é pagar para que alguém assassinasse alguém,
mas estamos levantando provas, e como ele é um politico ainda influ-
ente, estamos o retendo para erguer as provas.
— Isto é um absurdo.
O delegado olha o assistente e fala.
— O conduz ao hospital, o quartel dos bombeiros separaram
uma área para a detenção provisória.
O advogado olha o cliente, não sabia o que estava acontecendo,
mas era evidente, eles tinham provas, pelo menos era o que indicava o
movimento do delegado.

549
A imprensa já a porta, mostrava ao próprio candidato que nem
os aliados teriam como omitir isto.
Magalhães estava em sua cela quando a advogado pede para fa-
lar com o cliente, que é colocado em uma sala.
— Quando saio daqui? – Magalhães arrogante.
— Não sabemos ainda o que fez, para lhe defender.
— Eu não quero saber o que você quer, me tira daqui.
— Qual a sua afirmativa para 400 mil sua conta vinda do antigo
governador depositado hoje?
— Investimentos dele em marketing.
— Bom ter isto por escrito e documentado Magalhães.
— Não tivemos tempo.
— Não vai colar Magalhães, pois ninguém deposita 400 mil antes
de algo assinado.
— Mas qual a importância disto?
— Esteja pronto para responder sobre o que falou com o antigo
governador Magalhães, não tivemos acesso ainda, mas tem haver com
o que ele lhe pediu, e o evento de hoje, o bombeiro fez vistoria naquela
parede, eles tem documentado e filmado isto, não estava daquele jeito
quando foi nos cedido.
— Mas...
— Pensa, e espero que não seja o que eles estão falando, que
pode ter certeza, Roberto Filho tira eu daqui em segundos se for, pois
não defendemos covardes e assassinos no nosso serviço.
— Eu não fiz nada ilegal.
— Sua acusação mostra intensão de algo, duas meninas despen-
caram 12 andares, 48 metros e levaram uma sorte que não é normal,
pois a grade ficou pendurada, por ser inteiriça, desparafusada de baixo
e de cima, eles vão falar que foi premeditado Magalhães, o dinheiro na
sua conta, indica que algo aconteceu, então esteja pronto para respon-
der ao que eles perguntarem, convincentemente.
— Posso me manter em silencio?
— Sim, a lei nacional permite que não responda, mas se eles ti-
verem uma certeza, isto os induzirá que és culpado.
— Tenho de pensar.
O direção da Globo local, coloca gente a rua, mas estes não fo-
ram fazer pesquisa, apensas cenas, os mandados pela direção geral
chegam a cidade e começam a fazer perguntas, eles param diante de

550
uma afirmativa de Robert, que disse não gostar de ter seu nome divul-
gado, para não dar uma conotação que não queriam, eles começam a
conversar e quando a reportagem soma a leva de acusações, agora
documentadas, o grupo pega o voo para o Rio de Janeiro e o diretor
geral, dois Robertos, o dono e o diretor geral, mas o diretor geral olha
as provas e liga para o Ministério Publico local e se informa como pode-
riam ajudar no caso do Paraná, ele consegue o contato e passa para o
mesmo os dados que levantaram e levariam ao ar no jornal das 21
horas.
O delegado levantava dados quando olha Roger, um rapaz que
não gostava muito, fora para ali porque o rapaz levantara dados que
ele ignorava, mas pareceu incompetência na época, ficou pensando
que entrara pelo cano de volta.
— Fiz o que errado agora?
Roger sorri e fala.
— Não estou nos lugares porque quero delegado, mas o ministé-
rio publico estadual me mandou para cá para apoiar as investigações,
estamos levantando dados e vamos pedir amanha cedo, 52 diligencias,
com apoio da policia federal.
— Federal?
Roger olha para a porta e fala para o assistente.
— Encosta a porta por um momento – O delegado viu que o ra-
paz estava com mais gente fora, mas olha ele abrir a pasta e falar – o
que temos aqui, é uma meada a puxar, a Globo vai lançar parte no ar,
mas o que vamos tentar, é transformar desconfianças ou em provas ou
em inocência, nem sempre procuro inocentar, mas as vezes acontece
Delegado Marques.
— Mas o que está em jogo?
— Estamos a 30 dias investigando uma criança, pois tudo indica-
va que ela estava envolvida no sumiço de um contrabandista de ouro
que veio ao Paraná, depois um empresário mundialmente conhecido,
por ser do ramo de Diamantes.
— Está falando de Pedro Rosa?
— Sim, mas a prisão que encabeçou hoje, corajosa, não posso
negar com o pedido de abertura das contas do candidato, mostram
entradas de recursos de Geraldo Souza, no dia que ele some, na conta
do governador, depois dinheiro na conta dele no dia do sumiço de
Rhodes, e tudo me parecia indicar que o problema era o menino.

551
— Isto não o inocentaria.
— Verdade, mas enquanto você levanta dados aqui, amanha
vamos levantar quem é o dono da empreitada numa mina ilegal na
serra do mar, vamos levantar os dados referente a uma tentativa ainda
em andamento de desapropriação de um terreno, imposta como uma
das ultimas medidas do antigo governador em Terra Roxa do Sul.
— O que teria isto de especial?
— O terreno pelo que entendi, pertence a esta empresa de per-
furação chamada Rosa e Sinn, e alguns apontam para o local onde o
menino descobriu uma imensa reserva de diamantes.
— O motivo, mas quanto valeria este terreno para tirar o antigo
governador do prumo?
— Ouvi algo entre 4 bilhões a 1 trilhão de dólares.
O delegado encosta na cadeira e fala.
— Explicaria o crescimento do menino.
— Sim, mas ai tem ligações do governador para aquele marginal
em Curitiba, Joaquim Moreira, no dia do atentado que matou um segu-
rança na porta da empresa de diamantes do menino, temos agora um
nome que temos de levantar, pois pode ser quem depositou o dinheiro
na conta do rapaz que tentou matar Fabiano Silva.
— E quer silencio até amanha?
— Mantem todos presos, preciso levantar e analisar dados, mas
a Globo vai detonar o senhor Magalhães hoje, não entendi ainda o que
eles acham que descobriram, mas deve ir ao ar ainda hoje, eles querem
limpar a direção do Rio de Janeiro, eles deram nomes de diretores na
capital que devem ter contas verificadas.
— Vai por todos estes caminhos?
— Estamos montando uma operação de guerra, pois pode ter
dinheiro sujo de vários pontos, mas vou registar a versão local e a naci-
onal e anexar aos pedidos, quero amanha ter as provas, que não sei se
vão inocentar ou culpar, mas não sou de deixar no meio do caminho
delegado.
— Entendi, tem vários tipos de crimes, de alguns nem entendi,
mas tudo indica que os dois funcionários desparafusaram a parede a
noite, temos a imagem deles fazendo isto as 4 da manha, com todos
dormindo, temos o texto da cena, o diretor fala com todas as palavras
“corram e batam com tudo na parede, fugindo e olhem para trás.”
— E pegaram as digitais?

552
— Sim, o vídeo é apenas confirmação de hora, não de prova,
mas ele vai afirmar que é um pagamento por serviços de marketing
para a campanha eleitoral o dinheiro, então temos de por como algo
real, e sei que nem sempre a verdade é convincente.
— Certo, mas levanta os fatos, não entendi o fato das meninas
caírem de 48 metros e não se machucarem.
— A menina que ficou pendurada cortou a mão, pois os vidros
quebraram, mas não esquece, quando chegar nos pontos não plausí-
veis, não tenta provar. – O delegado.
— Por quê?
— Coisas estranhas acontecem quando este menino está por
perto, sei que os a praia não lembram, mas as cenas dos que estiveram
estes dias na rua, ou na praia no dia do atentado, mostra que ele lida
com coisas que não são normais.
— Hons?
— Hons é a parte fácil, eles chamam de Otatos, eu chamaria de
siris de dois metros e meio de altura.
— E surgiu porque?
— Dizem que um... não vale rir ...um curupira o tentou matar, e
os Otatos vieram para terminar o serviço enquanto ele estava em co-
ma.
— E isto não vai para o papel?
— Me ridicularizariam, sabe disto.
— Acha que o atentado aqui não deveria fuçar?
— Se quiser inocentar os rapazes, coloca este atentado, não os
demais, pois aqui, vai ter gente falando em um rapaz cinza, de pés in-
vertidos com cabeço de fogo, que entra no quarto, esfaqueia o menino
dormindo e some diante dos seguranças o apontando as armas.
— Certo, mas segura eles mesmo sobre pressão, que vamos le-
vantar os dados, é nossa função o fazer, então apenas mantem a calma
diante das pressões.
O rapaz sai e o delegado olha o assistente entrar e perguntar.
— Quais as ordens.
— Mantem todos nas celas até segunda ordem.
— Sabe a pressão?
— Sei que tem coisa ai que nem desconfio, mas pensa em uma
coisa que pensei ser impensada, mas a gravação do senhor em si, o
coloca como mandante do que aconteceu, as imagens e dados, indicam

553
que eles premeditaram as meninas caírem, o primeiro depoimento do
Magalhães mostra em quem eles queriam jogar a culpa, se juntar os
dois depoimentos, mostra a intensão, o dinheiro o mandante, mas
temos de provar, e por fim, todo resto.
O delegado sorriu, ele quase falou demais.
— Todo resto?
— Nada oficial, mas ministério publico e policia federal entraram
no caso.
O investigador olha o delegado e pergunta.
— Vai aumentar o numero de gente ai na porta?
— Aumentar, consegue alguém para filmar todas as noticias de
hoje, principalmente a versão da Globo local, e compara com a Globo
Nacional.
— Não entendi?
— Não esquece, eles nos deram as gravações internas, elas con-
firam a conversa, o motivo, estamos levantando provas, mas parece
que tem gente a mais envolvido, e a própria Globo quer saber quem e
em que eles se meteram.
— Quem fala mal deles vai adorar.
— Sei disto, mas pelo jeito aquele Magalhães acha que vai sair
rápido, e pode ser que saia, ninguém morreu, estranho alguém tentar
matar 3 pessoas, por não conseguir, a lei ser tão mais leve com ele.
— Vou redigir o processo, pelo jeito precisa das provas bem em-
basadas.
— Passa no corretor, não quero erros de português neste pro-
cesso.
O rapaz sorriu e sai, a imprensa já se amontoava a entrada, pen-
sando na liberação dos presos.
O menino chega a Matinhos, as meninas foram para Curitiba, e
Raquel foi apresentada a Marilia.
— O que tem com ele?
Raquel sorriu e falou.
— Ele quer alguém de menor para apresentar as modelos aos
rapazes, e me escolheu.
Ela olha Pedro e fala.
— Estava pensando no que falou antes, pensei que estava em
algo serio.

554
— Varias coisas foram feitas, mas não entendi, lembro de ter a
vistoria do corpo de bombeiro daquela parede.
Marilia olha para ele e fala.
— Também não entendi, a emissora mandou um novo diretor, o
autor da novela estava no Rio de Janeiro, não entendi, ele chegou com
um novo diretor para continuar a filmagem, e falou que aquela cena
não estava no script do dia.
— Também não entendi nada. – Pedro mentindo.
— Tem repórter chegando a cidade, vindas de São Paulo e Rio de
Janeiro, gente correndo para ter o furo de reportagem, parece que
todos querem saber o que liga o antigo governador, Magalhães e este
incidente no hotel.
— Também não, mas... – Pedro pensa e fala - ...será que eles
descobriram algo referente ao que o Magalhães fazia? – Pedro.
— Fazia? – Marilia.
Pedro olha em volta e fala.
— Tem de ser algo grave, mas ele falou algo?
— Magalhães estava dizendo que não deixaria nós se bandear-
mos para outra empresa, mas o que pensou? – Marilia.
— Eu ligava para seus pais, e falava, do que aconteceu por pres-
são de Magalhães Marilia.
— Mas...
— Algo tem de ter grave, não morreu ninguém e eles estão man-
tendo o senhor preso, o que eles tem que não temos, pedofilia é crime
hediondo, não sei, mas eu os preparava para uma noticia, tem muita
gente como você falou, não sei ainda o que vai acontecer.
— Não tenho coragem.
— Então se prepara para qualquer coisa, sei que falo sem pen-
sar, mas é que não tenho noção de como as coisas se resolvem ali na
empresa que você trabalha.
— E acha que os contratos estão de pé?
— Sim, mas não esquece, se manter na mídia, valoriza.
Marilia bate no peito de Pedro e fala.
— Nos tratando como mercadoria.
— Como minha mercadoria, mas somente se os seus pais assina-
rem aquilo.
— Sem vergonha.

555
— Preciso ver as noticias, estava apenas resolvendo coisas, e
amanha tenho aula cedo, então não tenho muita noção de como as
coisas estão.
— Mas o que resolveu hoje? – Marilia.
— Um navio chegou com material para minha empresa de publi-
cidade, pode parecer pouca coisa, mas tem muita coisa ali, e outro com
a estrutura que vamos montar em 20 pontos, vinte antenas repetido-
ras, equipamento para 6 estúdios de gravação, onde vamos produzir
produto educativo, mas aquele que gera novidades, mostra como fun-
ciona, e ainda não falei com o atual governador sobre isto.
— Não para de querer mandar, vi você mandando no candidato
a senador. – Raquel.
— Eu sou o lobo em pele de cordeiro da historia Raquel, mas se
eu falar isto alto, todos vão rir.
Raquel olha ele e pergunta.
— Mas isto requer investimento.
— O governo do Paraná tem como investir em publicidade, atra-
vés de pelo menos 5 secretarias e duas estatais, talvez 3, mas isto man-
tem uma TV educativa, apenas a diferença, é que vamos fazer coisas
educativas legais, não educativas chatas.
— Certo, e não falou com ele ainda.
— Pensa que estou com o equipamento, ou eles me ouvem, ou
eu compro o direito de retransmissão da Manchete, ou de outra que
não tem no estado, e lanço minha rede de televisão.
— Sempre pensando pequeno. – Marilia tirando sarro.
Pedro a olha e fala.
— Tenta conseguir alguma novidade, mas é bom saber que não
foi grave, pensei que poderia ser algo mais violento, você falou em
queda do 12º andar.
— Sabrina esta estranha, ela caiu e não entendi, não se machu-
cou, ela parece ainda estar meio aturdida.
— Cuida dela, se ela passar mal, vai com ela ao hospital, estas
coisas as vezes não aparece na hora.
— Certo, vou lá, vai onde?
— Para Curitiba, tenho aula amanha cedo.
Marilia dá um beijo em Pedro e se afastou, Pedro viu que o ne-
gocio estava serio e olha para Raquel.
— Vamos nos inteirar do problema e jogar gasolina no problema

556
Os dois caminham até a casa que era da empresa de publicidade,
Pedro sobe e olha para a sala de vídeo, Raquel olha ele acessar o siste-
ma e ligar as câmeras e falar.
— O problema de câmeras, é que saberemos o que pegou algo,
apenas depois do acontecido.
Pedro põem o horário aproximado da gravação e olha para a ce-
na filmada de 12 ângulos, câmeras que pegam o movimento, pegam a
queda, obvio que fica claro que ouve interferência ali, mas não se via a
interferência, os Hons não se materializaram para ajudar, apenas pu-
lam junto, como a diferença de tempo das duas existências era grande,
eles desaceleram elas na queda, o que parece transformar aquilo em
uma câmera lenta de queda.
Pedro pega as gravações das reações, do evento por 3 ângulos
superiores, depois as conversas.
Ele olha a pressão, as ameaças.
Pedro olha cada detalhe que poderia dizer o que acontecera.
Raquel olha a conversa do antigo governador, e Pedro presta
atenção em cada detalhe, os antes, os durante, os depois, o governa-
dor olhando para o local e falar, na saída.
“Uma queda daqui deve ser mortal!”
Magalhães olha para o local e fala.
“Olha que teríamos como jogar a culpa no local!”
“Não esquece, não falamos sobre isto!”
Os dois sorriem e um segurança fala.
“O menino está no barzinho a frente.”
“Deixa eu estar onde o marginalzinho também está.”
O governador sai, Pedro pega o trecho e passa para a direção da
Globo, para o seu advogado e salva em seus arquivos importantes.
Pedro pega as imagens das meninas, as duas que caíram, e colo-
ca uma conversa delas com Magalhães, onde ele pedia que elas o dei-
xassem informadas sobre os planos do menino, olha que Sabrina pas-
sou toda a conversa, ouviu os detalhes e soube que teria de mudar as
coisas, ele pensa nos espectros e estes começam a desmontar o local
em Paranaguá, ele passa uma mensagem para Fraga, e estabelece as
versões, tentando adivinhar o problema e pega aquela gravação e a
olha três vezes com toda calma.
Raquel olha para ele e fala.
— Jornal estadual começando.

557
Pedro olha para as paredes e pensa em uma que põem a trans-
missão e o repórter fala.
“Todos os olhos se voltaram para uma delegacia da Policia Civil,
em Matinhos, onde o delegado Marques, mandou uma diligencia a
capital e mandou prender o es governador, os advogados dele não se
pronunciaram ainda, mas o ministério publico parece ter comparecido
para verificar se todos os direitos do es governador estão sendo respei-
tados.”
Eles mostram a imagem da delegacia, e a moça fala.
“Estamos em frente da delegacia, e qualquer novidade, entra-
mos ao vivo!”
Pedro sorri, eles basicamente não falaram nada, foram a repor-
tagem sobre os níveis de exportação do estado, e quando foram ao
intervalo ele olha para a TV ouvindo o anuncio da Globo Nacional.
“Temos no Paraná a prisão do governador afastado para se can-
didatar ao senado, toda a reportagem no jornal Nacional, com toda a
repercussão no estado.”
Raquel olha para Pedro.
— Mas eles nem narraram nada, como vão fazer propaganda no
nacional?
— Esta é a diferença, a Nacional vai lançar a noticia, a estadual,
vai ficar no vácuo.
— E disse que não sabia nada.
— Se eu puser a câmera da queda, no infravermelho, você en-
tenderia o problema da queda das meninas.
— Não entendi.
Pedro olha para uma das câmeras, põem no infravermelho, e ela
olha aqueles seres a toda volta, que não se via, as meninas começam a
cair, é nítido quando elas são seguras, que a velocidade diminui, e elas
caem lentamente até a agua, o corpo dos seres afasta a agua, e elas
entram na agua, os seres as fazem subir enquanto eles afundam e so-
mem ao fundo da piscina.
— Você os deixou lá?
— Não mando neles, mas sim, pedi para ficarem de olho.
— E ninguém viu isto?
— As meninas tocadas viram, pois quando se é tocado por al-
guém de uma existência paralela, mesmo ocultos, você os vê.
— E não falaria para a moça?

558
— Não posso ser responsável pela segurança de todos Raquel,
eu tento ajudar, mas se estivesse lá seria pior.
— Certo, mas o que pretende fazer?
— Eu não entendi, mas aquele rapaz na porta da delegacia, é
ministério publico, Roger, meu advogado falou que eles estavam me
investigando, o rapaz na ponta, era policia federal, ou eles tem algo, ou
eles estão montando uma super operação.
Pedro acompanha o jornal local, e não voltaram a falar da prisão,
desviando o assunto, uma novela depois, começa o jornal nacional e a
chamada já falava tudo.
“O governador Alberto, era sócio do Cassino São Francisco, ele
apostou na morte de Pedro Rosa, ele foi um dos três proprietários que
decidiu quem seria o alvo do mês.”
A pessoa que falava estava com o rosto coberto, Pedro pega o
telefone enquanto eles iam a outra noticia e disca para Robert Sinn e
pergunta.
— Pode falar Robert? – Pedro.
— Sabe que eles podem estar me monitorando.
— Sei, apenas queria saber, é seria a reportagem?
— Sim, mas não sei qual o ponto que eles vão pegar mais pesa-
do, pois tem ali a sociedade na exploração da mina na Serra do Mar,
tem aquele contrato de gaveta, sendo que o segundo prédio, que virou
sal, era do governador, e uma determinação dele, para desapropriação
do terreno em Terra Roxa, junto com documentos que mostram um
acordo dele com Rhodes Filho.
— Acha que eles conseguem erguer as provas?
— Vão precisar de mais do que 5 dias para isto.
— Apenas se cuida, tenho quase certeza que ele que pagou o
atentado em Foz.
— Entendo a preocupação, como soube?
— Aura, cada um tem uma.
— Se cuida menino.
Pedro desliga e olha para a TV e ergue o volume, ele olha a re-
portagem começar pela delação de um dos que não morreu, pois para-
ram a exploração de ouro, e ele mostra um documento onde mostrava
a propriedade daquilo, algo que envolveria a primeira dama também,
eles dão uma noticia em paralelo, e depois falam do sumiço de Geraldo
Souza após uma conversa com o governador.

559
A noticia vai para a prisão e o repórter começa com algo que Pe-
dro não esperava, que era o anuncio do afastamento de Magalhães,
eles estavam tendo acesso a comportamentos indevidos, e que esta-
vam apoiando a policia com dados que indicavam que Magalhães ten-
tou apagar provas e circunstancias que ligavam ele ao Governador, que
esta parte ainda corria em sigilo.
Raquel viu que eles anunciaram a terceira parte, e soube que
aquilo teria repercussão muito maior do que ele pensou.
Quando eles entram falando de um grupo desarticulado, que es-
tavam pesquisando quem o fez, existia a indicação que poderia ter sido
promovida por Loco, um traficante da região, que assumiu pontos logo
após mortes estranhas, que recebe um dinheiro vindo da conta do
governador, no mesmo dia que ele invade a empresa Rosa Diamantes,
e mata friamente um segurança a porta, e considerando que este se-
nhor, assumiu todo trafico depois de mortes estranhas, na cidade intei-
ra e ele recebe dinheiro do antigo governador, estão erguendo os fa-
tos.
Por ultimo ele olha a reportagem sobe um documento que mos-
trava que o governador era sócio do cassino que pegou fogo, e do pré-
dio que afundou sem explicação, e que ele recebeu os seguros quase
que integrais dos dois eventos. Mostram as entrevistas, falando das
apostas, das escolhas, e que todos falavam de Pedro Rosa, pois ele
sobrevivera a varias tentativas de assassinato, a pergunta que ficava no
ar, ele está de conluio com o governador ou não.
Terminou a reportagem e o telefone dele toca e Vaz fala.
— Viu a reportagem?
— Sim, se precisar eu deponho, novamente, eles estão falando
deste Pedro Rosa, este nome faz milagres, mas eles não entenderam a
logica, eles estão atirando para um lado para dar saída para Magalhães,
mesmo dizendo que não Vaz.
— Acha que eles vão para que lado?
— Meu pai deve ter dinheiro do Governador na conta, se tiver,
eles vão tentar ligar as empresas Rosa aos crimes, mas nome Rosa, não
tem haver com Sobrenome, não oficialmente, e não esquece, eles po-
dem ter conseguido autorização de escuta, mas sei que as empresas
não são de meu pai, sei que não tenho nada além da empresa de Sof-
tware em meu nome.
— E quer que avance por onde?

560
— Tenho de esperar as acusações e se for o caso, terei de res-
ponder por falsidade, eles são capazes de dizer que não aconteceu o
atentado a minha pessoa.
— E porque está chamando sobre você os holofotes?
— Tem de considerar que se o holofote for para Fabiano, as coi-
sas entram em caráter politico.
— Certo, está tentando não jogar para o politico.
— Sei que não é politico, mas não tenho como explicar esta coi-
sa de existências.
— Vou verificar, está onde?
— Matinhos, quase saindo para Curitiba.
— Se complicando?
— Sim, pensa que passei a tarde inteira com 24 moças.
— Precisamos conversar menino.
— No escritório da empresa de Geologia, em uma hora.
— Vou estar lá.
Pedro olha Raquel, desliga tudo, desenha aquela porta a parede,
e atravessam, ela olha para fora e fala.
— O menino dos truques impossíveis.
— Sim.
Os dois sobem e Pedro olha os 4 espectros ainda criando aquela
peça que parecia um diamante, um centímetro, ele pega uma e olha
para Raquel e fala.
— Tem coisas que estão acontecendo, que ninguém está vendo
Raquel, a maioria não precisa ver.
— E o que é isto, parece uma joia?
— É um diamante fabricado – Pedro pega uma estilização de ro-
sa, pouco mais de dois centímetros, uma liga de platina e ferro, ele
prende um daqueles diamantes que faziam ali, coloca numa correnti-
nha e chega perto de Raquel e fala.
— Esta pode parecer apenas uma peça de valor, mas saiba, pou-
cos a vão ganhar, a maioria vai as comprar, e não sabem ainda que o
vão.
— O que seria isto?
— Estou pensando ainda, o problema, é que isto pode gerar va-
rias coisas, é um conjunto de peças, que podem parecer joias, mas são
tecnologia, e cada acessório lhe dará algo a mais.
— Cada acessório?

561
Pedro pega um pequeno prendedor de cabeço, duas pulseiras
simples, de punho duas de perna, e pedindo permissão, foi colocando
em Raquel, ele olha para ela e fala.
— Consegue sentir algo diferente?
— Não.
Pedro chega a mesa ao fundo e via que o sistema começava a
escanear toda ela, determinar toda a melhor forma saudável dela e
quando dá 100%, segundos de analise, ele fala.
— Sei que pode parecer magia o que faço Raquel, ou não?
— Sim.
Pedro pega uma caneta, era uma caneta simples, mas fala com
aquela cara de que era especial e olha a parede ao fundo.
— Tem de visualizar sua casa, e desenhar uma porta.
— Mas é impossível.
— Quer tentar o impossível? Esta é a proposta, testar o impossí-
vel.
Raquel sorri e pega a caneta, ela risca a parede, não aconteceu
nada e ele fala.
— Não tá me levando a serio Raquel, imagina sua casa, pode ser
seu quarto, aquela parede ao fundo, com uma mancha a parede.
Raquel lembra da parede, e quase sente ela, olha para o quarto
surgir na parede e olha estranho.
— Se duvida, atravessa, pega algo seu e volta.
Raquel passa para o quarto, olha para o quarto e ouve sua mãe
falando a sala, sorri e volta, ela pensa no fechar da porta e olha para
Pedro.
— Está dizendo que é tecnologia?
— Sim, mas nem todos acreditam no impossível para correr
atrás dele e o realizar.
— Poderia ir para onde quisesse?
— Sim, por isto não é algo para todos, nem todos são de confi-
ança, nem todos conseguem se conter em seus impulsos, mas o abrir
da porta, é o começo, ele é um sistema de saúde, que tende a lhe man-
ter saudável, lhe protege de um tiro, mas não de uma facada.
— Está falando serio.
— Sim, sistemas conseguem ser afastados e penetrados lenta-
mente por uma faca, mas um impacto rápido, ele enfrenta, sei que tem

562
uma forma a mais de enfrentar isto, mas vou liberando aos poucos o
método e os adendos tecnológicos.
— E parece uma joia?
— Sim, é um presente, não indicava ficar mostrando eles, mas
precisa dos 5 conjuntos de acessórios iniciais, para funcionar com a
porta.
— Cheio de truques, mas pretende vender isto?
— Vou tentar não vender muito.
— Por quê?
— Raquel, eu não acredito no projeto humano, isto o tornaria
menos passível a doenças normais, o levaria a ter mais anos, mas isto
geraria neste momento, guerra, existem forças sobre-humanas que
gostariam de proibir isto, então ainda é segredo.
— E já deu uma as suas namoradas?
— Eu não considero que alguém me ame, e sei que vocês se cha-
teiam com isto Raquel, mas é como sinto, então não, estou dividindo
com você, era para ser neste momento um projeto maior, mas parte do
projeto se perdeu.
— E acha que ninguém o ama?
— Não é isto, é que acredito que as pessoas não precisariam
amar para se respeitar, eu posso odiar alguém e a respeitar, eu posso
usar de imposição ou de sedução para fazer algo, mas parece que to-
dos sempre querem se impor, sinto que estou em um caminho que
posso até ser preso, e não tenho noção do que tenho de fazer, eu ace-
lero, para que os meus projetos continuem, nem que para os tocar
quando sair de uma instituição de menor aos 18.
— Acha que eles vão pegar pesado?
— Eu peguei pesado para estar vivo, todos estão me apoiando,
pois eles veem ganho nisto, mas assim que começar a feder, todos vão
se afastar, e tem de saber Raquel, eu não pretendo fugir, mesmo agora
você sabendo, que poderia fugir para longe.
— E se eles vierem a tomar isto de você?
— Eu acredito na genialidade, pode parecer fácil Raquel, mas
tem um segredo ai.
— Imperceptível a quem faz?
— Sim, e totalmente controlável.
— Quer dizer que poderia os dar o mundo, ou os tirar o mundo?
— Bem mais complexo que isto.

563
— E vai me deixar em casa?
— Assim que falar com meu advogado.
— Certo, mas é serio aquele papo de empresa de Agenciamen-
to?
— Sim, vou por o Book em operação, vou por a BR101 em ope-
ração, vou por as estruturas para que funcione, mas para isto, vou a
uma guerra de tempo, mas acalma a alma, eu teria morrido se não
fosse certos segredos.
— Aquilo que fez no hospital, este brinquedo permite fazer?
— Sim.
Vaz chega ao local e sobe, Pedro o cumprimenta, aura pesada.
— O que eles estão pensando Vaz?
— São capazes de jogar o atentado ao candidato Fabiano nas su-
as costas.
— Eles o elegeriam para me ferrar, tudo bem.
— Estou falando serio menino, eles estão levantando dados, e os
seus bancários não tem como explicar.
— E nem vou, teria de abrir segredos que são importantes como
segredo, ou acha que o terreno que eles desapropriaram é o que tem a
reserva de diamantes Vaz?
— Certo, você induziu que era lá, mas pelo jeito tem segredos.
— Sim, estava falando para Raquel, estou a um passo de desen-
volver algo realmente inovador, e ao mesmo tempo, desmontado nin-
guém daria nada pelo projeto.
— Não entendi.
— Vaz, tudo que se faz, se baseia em tecnologia evolutiva dos
anos 60 e 70, foram minimizando e mudando os materiais, mas a logi-
ca, a mesma, se eu estivesse a um passo de uma nova tecnologia, e o
que preciso, é provar possível, e para isto, 4 anos de pesquisa, não
seria para agora, seria para minha maioridade, mas entendo que enri-
quecer do dia para a noite, gera uma declaração que não tenho como
fazer, mas sei que as vezes, para me defender, passei o ponto, mas não
sei quem falou, que somente os vivos enfrentam processos.
— Mas são capazes de pedir sua prisão.
— Apenas alertando, o ataque vai vir sobre acusação de pedofi-
lia, Magalhães vai por gente falando que fazíamos o que ele faz, pois
para mim, seria qualquer coisa, menos pedofilia, sou mais novo que as
meninas.

564
— Certo, mas o que sabe?
Pedro pensa no que falar e olha Raquel.
— Não se comenta isto lá fora.
Raquel olha para ele, como se ele fosse falar algo que não falara
antes, mas era para dar a sensação para o advogado que ela não sabia
de nada.
— Sei que no dia que fui esfaqueado, estava falando com Mari-
lia, e uma das meninas, uma de nome Sabrina, veio com um papo de
eu apoiar elas a fazer uma agencia de acompanhante, eu até lembro de
ter dito que aquilo não era algo agradável, e algumas falaram que eu
não imaginava o quanto era desagradável agradar uns senhores, como
o senhor Magalhães, me induziram que era uma forma de ganhar di-
nheiro, e ouvi alguns falando que esta seria a forma de defesa de Ma-
galhães, partir para o ataque.
— E não fez isto?
— Nem que eu quisesse Vaz, não deu tempo.
— Certo, mas lhe mantenho informado, mas espere bomba.
— Sei que os que veem dos bairros de pobre, se sobem, são tra-
tados como sem berço, que só posso ter feito algo ilegal, mas levanta
as acusações, não se preocupa com defesa enquanto não houver uma
acusação formal, eles querem que nos mexamos.
— Não vai reagir antes?
— Eles me complicariam mais se mexesse com o que mexo, to-
dos tem a minha imagem pegando fogo Vaz, todos tem aqueles seres
estranhos, aquelas imagens que ninguém acredita, mas tenho de en-
tender o caminho a tomar ainda.
Pedro se despede e deixa Raquel a porta de casa, ela olha ele se-
rio e pergunta.
— Acha que vão pegar pesado?
— Coloca o colar por baixo da roupa, para não chamar atenção.
— E quantos tem isto até agora?
— Apenas você ainda.
Pedro caminha para a sede do trafico, sabia que estavam o vigi-
ando e sente Plout surgir ao seu lado.
— O que está acontecendo menino.
— Apenas cuida das meninas, o resto, detalhes, elas não tem
documentos, mas são mais frágeis, isto que temo, elas estão apren-
dendo, crescendo, esperando, e tudo isto, as deixa frágil.

565
— O que eles vão fazer?
— Estranhei não usarem antes, sinal que estavam levantando
dados, mas vou chegar onde pretendo dormir, e ver como as coisas
foram, sei que a policia bateu ali.
— Eles tiraram tudo que era seu de lá, nem deram atenção as
meninas e aos trafico.
— Isto que estou falando, minhas escolhas, fazem com que eu
seja alvo, mas acho que amanha eles me conduzem a uma instituição
de menores, mas mantem a calma.
Plout sorri e some do seu lado, ele chega a entrada de Nick olha
ele e fala.
— Pegaram tudo que tinha na peça que você usava, não sei,
pensei que fosse algo sobre nós e nem nos olharam.
— Eles vão tentar mais sedo amanha, apenas não deixa gente na
frente para se meter em encrenca.
— E lhe acusariam de que?
— Não entendi ainda, uma lista de mais de 150 pessoas que
morreram na cidade sem explicação.
Nick olha ele e fala.
— Alguém que conheça?
— Todo grupo de Pereirinha.
Nick sabia que eles sumiram, e apenas vê o menino subir, ele
olha a peça toda bagunçada, ele dilata a aura e sente cada escuta e elas
estouram, ele sente as câmeras e as mesmas param, dai imagina a
cama, a porta com reforço, nova roupa de cama, travesseiro, vai ao
banho, coloca a mesma roupa e deita.
Ele olha o teto, não consegue dormir, ele senta-se e fica a olhar
em volta, pega a mochila e liga seu computador, aciona a senha tripla,
desinstala os programas de controle de contas, e pega um cd na mochi-
la e formata com um Windows 7 por cima, em si ele estava tirando do
notebook apenas o que nele estava, nada, mas o principal, não deixan-
do o que ele vira, ele instala um vírus violento e o Windows 7 fica lento,
bem afetado, olha em volta e desliga o computador, e fica a olhar o
teto, não conseguiria dormir, e não dormira direito na noite anterior.
Roger do ministério Publico liga para Sidnei que fazia a tocaia ao
menino e pergunta.
— O que temos Sidnei?

566
— Ele passou na empresa acima da de Geologia, eles tem um sis-
tema instalado lá, que não conseguimos furar, mas colocamos câmeras
na peça e temos o que ele falou com a menina que anda, e com o ad-
vogado, as gravações do celular dele para Robert Sinn.
— Ele ligou para o senhor Sinn?
— Ele ligou, estranhei, pois ninguém sabia que era ele na dela-
ção, nem eu, mas estranhei a resposta dele quando o senhor pergun-
tou como sabia, ele disse que cada um tinha sua aura, não entendi.
— Algo mais estranho?
— Ele quando caminhou até o prédio que tentamos algo pela
tarde e não conseguimos nada, aquele Plout surge, fala algo e some,
não entendo o que é este ser.
— Disto que falam, o menino meche com coisas que não vão ao
papel, e sabe porque Sidnei.
— Começo a entender, tenho umas gravações e imagens no
prédio que tinham aqueles rapazes produzindo uma joia, que só olhan-
do para tentar entender.
— Algo grave?
— Algo que não sei se acredito, podemos estar sendo induzidos.
— Fica de olho, estou ligando para cada um dos rapazes.
Roger liga para gente na cola do candidato que o menino apoia-
va, gente seguindo Cristiane, gente de olho no pai do menino, gente de
olho nas provas, e gente pronta para dar batida em mais de 50 lugares,
iriam ter uma manha agitada.

567
Pedro estava sonolento, dormiu muito pouco
quando alguém bate a porta, pois tentaram arrom-
bar e não conseguiram, abre a porta e levanta as
mãos e não fala nada.
— Mãos a vista.
Pedro sorriu dolorido, e os rapazes o condu-
zem, pegam sua mochila, e o conduzem até uma
Kombi da fundação cultural, para não o levarem
numa viatura, nada de complicação a volta, os rapa-
zes evitaram estar por perto, Pedro é conduzido a
delegacia da Policia Federal, ele já conhecia aquela
delegacia.
O investigador da Policia Federal olha que era
uma criança de todo e pergunta ao rapaz do ministério publico.
— Tem certeza que este é o rapaz?
O rapaz a porta apenas sorri e o rapaz fala.
— Pedro Rosa?
— Sim.
O senhor pega dados, confirma com o escrivão e lê a primeira
pergunta.
— Sabe que tem direito de um advogado?
— Se ele não está aqui, vocês o barraram em algum lugar.
O rapaz olha para ele e fala.
— Pode ter estar atrasado.
— Não conheço um processo que tenha sido informado, que
Roberto Vaz atrasou, mas ainda não liguei para ele, não estou em todos
os meus direitos, mas não entendi a condução coercitiva.
O rapaz olha para o investigador a porta, não era qualquer um
que tinha como advogado Vaz, e soube que não o deram o direito de
defesa, pois ele realmente estaria ali.
Pedro olha para fora, sente o local e fala.
— Dois minutos ele deve estar a porta, assim não atrasamos.
O menino olha para o rapaz, que espera e olha Vaz apresentar as
credenciais a entrada e olhar para o investigador.
— Bom dia, defesa de Pedro Rosa, se apresentando.
O rapaz passa os dados de Vaz, o escrivão digita, e olha para o
menino.

568
— Temos alguns pontos a estabelecer, e não sei se estou falando
com a pessoa certa.
— Pontos?
— Você tem em giro entre 3 empresas, que não estão em seu
nome, mas que todos estabelecem como sua, poderia confirmar se as
empresas Rosa são suas.
Pedro olha o senhor e fala.
— Tem de considerar que contratos de gaveta, são estabelecidos
quando não temos como estabelecer contratos em nome de um me-
nor, mas legalmente, assumirei minha parte quando for de maior, até
lá, toda a estrutura esta em nome de sócios, que tocam as empresas.
— Porque não deixou em seu nome, algum problema legal?
— Sim, todo bem que tentei por em meu nome, meu pai vendeu
antes de estar em meu nome para jogar.
— Sabe que por lei tudo que tem ele deve ter acesso?
— Que saiba, jogar é ilegal, se ele estivesse preso, por jogar,
atentar contra terceiros, arruaça, porte de arma, venda de drogas, e
muitas outras passagens, me diria que a lei existe, dizer que não posso,
e ele pode tudo, me parece apenas uma discussão sem fundamento.
Vaz via que o menino não deixaria de responder nada.
— O que tem a falar sobre um terreno que foi tirado de você pe-
lo governador, e não entendemos o motivo de tamanho agito por um
terreno.
Pedro olha a mão e tira o anel com o diamante e fala.
— O agito, não ouve agito, ninguém viu isto, ninguém narrou is-
to, não documentaram isto, não houve agito, mas tudo por um estudo
de terreno que deveria apontar a profundidade do canal do aquífero
local, e saiu com pedras como esta que está em meu anel.
— Diamante?
— Sim, uma amostra que ou pegou todos os diamantes que ti-
nham no terreno, ou tem algo de valor lá embaixo.
— E porque do agito?
— Isto teria de ter um geólogo para explicar direito, mas foi feito
um furo, ele tira amostras de terreno e vai afundando, e a 30 metros,
ele pegou algo, uma amostra da qual se tirou 22 quilos de diamante de
primeira, ou 110 mil quilates de diamante, quando avaliado, eles esta-
beleceram qualidade um para o diamante, quatro mil dólares o quilate,

569
ou numa amostra de terreno, saiu 22 quilos de um material que vale
440 milhões de dólares.
O rapaz olha para o rapaz do ministério publico.
— Algumas perguntas, pode se negar a responder, tem esta ci-
ência.
— Sei o quanto a lei nacional defende os marginais.
— Lhe acusam de montar uma empresa de acompanhantes em
Matinhos, com garotas que conheceu na Globo.
— O problema deste tipo de acusação senhor, é que denigre as
meninas, quem está jogando sobre elas, algo que não deveria as envol-
ver, porque denigrir a imagem de crianças, para defender diretores?
— Nega?
— Empresas de acompanhamento, precisam de local para funci-
onar, não tenho além de uma empresa de publicidade, esta empresa
pediu o uso das meninas para símbolo de produtos, mas isto é mais
feio que acompanhamento, pois vou ganhar milhões com as propagan-
das e pagar trocado para elas.
— Tentou as contratar?
— Eu enviei a sede federal da Globo os contratos, o senhor Ma-
galhães não quis ouvir a proposta, então eu mandei direto, faltava
apenas o aceite dos pais para que elas começassem a atuar em mais de
20 propagandas.
— Teria uma copia destes contratos?
— Sim, meu advogado pode conseguir isto.
— Na primeira resposta, estabeleceu que é sócio não atuante
nas empresas Rosa, como uma criança poderia ter uma sociedade des-
tas?
— Senhor, eu sou Pedro Rosa, quase uma lenda nesta cidade,
uma tão escondida pelos políticos, policiais e gente influente, que pos-
so caminhar 20 quadras e ninguém nem me olha. Mas se estão me
indiciando, espero provas contra mim, vou me defender apenas das
acusações, o ter recursos, tenho, não são declarados ainda, pois não
terminamos o ano, terei até abril do ano que vem para declarar, alguns
acham que os gastos que fiz, grandes, mas pensando em números, o
hotel Doná Olária, nos custou para erguer, 7 milhões de reais, ele tem
um projeto único, e foi erguido dentro das regras locais, mas o investi-
mento por si, se paga, ele me gera diariamente, bruto, 204 mil reais, ou
como falamos, internamente, investimos em publicidade para o manter

570
cheio, mas ele me gera mais de seis milhões de reais, por mês, em algo
que investimos 7 milhões para construir, mas investir com retorno, é o
forte da Rosa Inc.
— E teria como justificar gastos de 7 milhões de reais?
— Senhor, me toma pelo tamanho, mas sim, vi que tentaram ter
acesso ao conteúdo do sistema que tenho no prédio sobre a empresa
de geologia, aquele sistema, está sobre teste, ele foi vendido para mais
de 100 empresas americanas, ele me gera mensalmente, em contratos
de manutenção, mais que isto.
— Não consigo levar esta afirmativa como real. – O rapaz.
— Meus recebíveis, vem de Mugu, Califórnia, Exercito Norte
Americano, tenho contratos, entradas legais, eles não tem leis que me
proíbem de trabalhar e ganhar o meu dinheiro, leis que dizem que
tenho direito de não apanhar, mas a mesma lei, diz que meu responsá-
vel, é quem me espanca.
O rapaz olha para o rapaz do ministério publico a porta, era evi-
dente que tinha algo errado ali.
— Existem gravações que colocam você em uma operação a
frente do Cemitérios São Francisco, onde somem homens da lei.
— Já declarei em outro depoimento senhor, se gravações não
servem para prender ricos, porque pobres vocês sempre usam as
mesmas gravações, a lei local estabelece que somente gravações com
consentimento judicial e com aferimento da câmera e de seus trans-
missores, juntamente com o computador que a recebe, podem ser
aceitas como provas, câmeras de rua, não podem pela atual lei local,
ser usadas nem para embasar depoimentos. – Pedro olhando serio.
— E qual o seu envolvimento com o candidato Alberto.
— Dizem as más línguas, que o filho que ele tem com a atual
primeira dama é do meu pai, não tenho como saber se isto é real, se
for, ele seria meu irmão, esta minha ligação com o governador.
Vaz ao lado anota, era uma bomba.
— Já falou com seu irmão?
— Não sei, nunca pensei que fosse real, mas as vezes se tocamos
que aqueles seres com F não tem filhos com os seres com H.
— Não entendi.
— Sinal que não é para você o depoimento.
— Dizem que os Hons o defendem, acredita que eles existem?
Pedro olha para a parede e pergunta.

571
— Sofs, você existe?
Todos veem um Hons surgir a peça olhar para o menino e sorrir,
olha os demais assustados e fala.
— Eles são patéticos.
O ser some e Pedro olha o senhor.
Todos ficam a olhar onde o ser deveria estar, o menino o via sem
ele estar a vista e o senhor pergunta.
— Truques de câmera?
— Uma das possibilidades é esta.
— Qual o seu envolvimento com as meninas da Globo, porque
parece que não se desgrudam.
— Senhor, minha vida pessoal não deveria estar sendo colocada
em jogo, mas eu tenho um namorado, mas ele tem um futuro politico
pela frente, e a melhor forma de não pensarem que estamos juntos, é
muitos acharem que temos namoradas.
— Dizem que lhe viram do lado de fora do Cassino São Francisco
no dia que ele pegou fogo, algo a declarar.
— Se a lei declarar que sabia que ali tinha um cassino e não fazia
nada, eu declaro o que fazia a frente de um cassino, pois oficialmente,
eu passava a rua, a frente de um cassarão histórico, não de um cassino.
— O que você tem a falar sobre a afirmação de Magalhães que
você é o mandante do atentado contra o candidato Fabiano Silva.
— Nada, não é o meu dinheiro que está na conta dele, para ele
saber algo referente a minhas pretensões.
— O que tem a declarar sobre a declaração de uma das meninas
que você as propôs criar uma agencia de acompanhante.
— Como disse para alguns, a ideia é boa, mas precisavam elas de
alguém que entendesse disto, que não fosse de uma favela, que co-
nhecesse gente rica, eu, conheço no máximo 5 pessoas ricas, não é um
bom mercado.
— Não negou?
— Não, mas realmente não posso ser condenado por algo que
trocamos uma ideia, mas não deu tempo de criar, pensar em besteira
com meninas a cama, enquanto elas olhavam meu namorado, parecia
apenas conversar jogada fora.
— Dizem que você armou o atentado, que você não teria marca
suficiente ao corpo que pudesse ser de um atentado.

572
— Quer mesmo uma afirmativa para me prender, mas não tem
como embasar esta acusação, é apenas acho.
— Mas um corpo delito me daria a prova.
— Não, lhe daria uma posição de um médico, que poderíamos
contestar, apenas isto.
— Pessoas perfuradas não se recuperam tão rápido.
— Quer entender isto ou acusar senhor?
— Entender.
— Conseguiria uma faca?
— Não podemos fazer demonstrações assim em depoimentos.
— Depois não reclamem de passar carão em tribunal.
O rapaz as costas de Pedro pergunta.
— E o que demonstraria?
Pedro olha para trás, medindo o senhor em um terno impecável,
não conhecia, mas era obvio pelas auras, que este comandava aquilo,
todos a volta pareciam o temer ou respeitar.
— Teria como conseguir uma faca?
O rapaz tira um canivete do bolso, e alcança ao rapaz que fazia
as perguntas, colocando sobre a mesa, Pedro custava entender que
estava diante de um Juiz muito jovem.
O rapaz olha para o rapaz do ministério publico e pergunta.
— Sabem que podemos estar entrando em uma encrenca.
O rapaz pensa um pouco e apenas faz sinal para alcançar para o
menino a faca, Pedro pega o mesmo e segura os nervos, sabia que
doeria, sempre doía.
Pedro coloca a mão na mesa e bate de cima para baixo a faca,
primeiro o senhor viu que bateu em uma proteção e Pedro fala.
— Pode não acreditar senhor, mas se o rapaz, tivesse batido a
faca, teria feito exatamente isto, não chegaria a minha mão, você pode
chamar de magia, eu chamo de tecnologia.
Pedro apenas levanta e baixa lentamente a faca até a mão,
quando a sente, já dentro da proteção, bate nela e ela atravessa a mão,
ele levanta a mão, para o senhor ver que a faca tinha atravessado,
Pedro segura a dor, sua aura o cerca, ele puxa a faca e o rapaz olha a
ferida começar a se fechar e cicatrizar, ele olha para o rapaz as costas o
esticando o canivete com a outra mão.
O rapaz olhava a mão do menino fechar e olha descrente.
— Que magia é esta?

573
— Vocês apreenderam alguns diamantes montados, não origi-
nais em minha empresa, espero que saibam que aquilo é tecnologia
fechada e a desviar, é roubo, mas isto é segredo, é tecnológico, alguns
como o senhor vão chamar de magia. Mas é apenas tecnologia sendo
testada em seu criador.
O senhor puxa a mão de Pedro e olha ela com a cicatrização co-
mo se não existisse sangue na mesa, ele passa a mão na mesa e estava
a marca da faca nela.
O rapaz olha o rapaz do ministério publico e olha para a câmera,
era obvio que alguém fora dali estava ouvindo aquilo.
— Está dizendo que isto não o mataria?
— Quero dizer que cheguei perto da morte, pois até o corpo
conseguir reagir, foi um dia longo, apenas quando ele resolveu reagir,
fez o que viu, e pretendo não ter de fazer isto em um julgamento para
explicar, porque da minha cicatrização.
O rapaz respira fundo, estava passando do real, ele olha para
Vaz, sabia que este era o advogado dos que não temiam coisas estra-
nhas na cidade, talvez somente agora tenha vindo isto a sua cabeça,
inicialmente pensou em um advogado que tinha fama de não perder
processos.
— Dizem que você fez um acordo com o governador para dar fim
aos Rhodes, o que tem a falar sobre isto.
— Que não está fazendo seu trabalho, está chutando dados, pois
os dados mostrariam onde o dinheiro de Rhodes entrou, e foi bem o
contrario, ele pagou minha morte, e se acha que conseguem me ligar a
Alberto, parecem querer mesmo afundar o candidato, seu trabalho
deixa de ser investigativo para ser politico.
O rapaz as costas olha o juiz a mesa, jovem mas parecia respei-
tável, mas poderia ser apenas aquela forma formal de se vestir.
— Sou Roger Carneiro – O rapaz passou sua profissão, numero
de registro na OAB e pergunta.
— Posso fazer as perguntas Juiz Moro?
— Quais as duvidas do ministério publico?
— Posso?
— Sim. – O senhor olhou a mão do menino, e apenas consentiu,
e falou.
— Perguntas feitas ao entrevistado por Roger Carneiro do Minis-
tério Publico Estadual.

574
O escrivão digitou e Roger pergunta.
— Qual sua visão referente ao sumiço de mais de 150 marginais
na cidade, que lhe acusam de ter dado fim.
Pedro olha Vaz que fala.
— Sabe que pode não responder.
— Sei.
Pedro olha para o rapaz, agora sabia quem colocaram a sua cola
e fala.
— Se entre os nomes está o de dois Delegados, 20 policiais civis,
dois procuradores, 3 vereadores, e 12 servidores públicos concursados,
não aceito o terno Marginal estabelecido a eles senhor.
Vaz tenta não sorrir, mas o rapaz olha serio e fala.
— Refaço a pergunta, porque lhe acusam de dar sumiço a 150
pessoas na cidade.
— Não vi a lista, deixar claro, duvido que colocaram todos no-
mes lá, mas tudo está relacionado a uma aposta, estranho todos sabe-
rem que existe um cassino, que aposta a morte de pessoas, e somente
quando ele pega fogo, eu, alguém a calçada em frente, sou acusado,
porque? Dizem que era o nome que deveria estar na aposta para mor-
rer, porque, porque um Governador da Época, agrediu a esposa e ela
disse que o pai da criança era Gerson Rosa, então o que era matar o
irmão de alguém que ele chamou de filho, mas obvio que tudo isto, é
teórico, não teria como provar, mas é o que os apostadores da cidade,
que não vão confessar que apostaram falam.
— Como você saberia que o governador é um F?
O juiz entendeu a frente entendeu para quem era a frase que ele
não entendera.
Pedro deixa sua aura visível e fala.
— Cor de Aura.
A aura some e Roger viu que seria mais complicado.
— Lhe acusam de ter dado fim a caçadores de F, o que acha des-
ta acusação?
— Sou um menino de 13 anos, tamanho de 12, que se eu conse-
gui dar fim a um pequeno trecho de um grupo de extermínio de F, tidos
como os mais eficientes, cruéis e violentos do planeta, eu devo ser
alguém muito terrível, e entendo o medo que isto impõem a alguns.
— Medo?

575
— Os F – Pedro não se referindo a Fanes diretamente – tem seu
desenvolvimento acelerado entre os 11 e 14 anos, então apenas por
isto eles vieram olhar se era um deles, mas sei que tem uma filmagem
sobre isto, duvido que nela tenha eu tocando em algum deles, eu pu-
xando uma arma, matando alguém, mesmo não sendo uma prova acei-
tável, ela é passível de uso, como a lei fala, elas não podem ser usadas
apenas como prova de incriminação, sendo que se os fatos forem ba-
seados apenas em câmeras, devem ser desconsiderados, mas podem
ser usados para determinar o caminho da investigação.
— Estudou direito?
— Não, não acabei minha oitava serie ainda, vocês resolveram
chamar este ano de nona, mas eu não fiz pré, então para mim é oitava.
O rapaz olha as anotações e pergunta.
— Foi visto em Foz do Iguaçu no dia do atentado, o que fazia lá?
— Esta colocação é dúbia, duvido que prove que estive lá, sem
ter de provar que faço magias, mas fui, tinha de saber se Fabiano esta-
va bem.
— E como você defenderia da acusação que estava lá para
acompanhar a defesa do rapaz que contratou.
— Duvido que o rapaz me reconheça em uma acareação, mas
não fui lá para isto, apenas tinha de ajudar, ajudei e voltei.
— Ajudou? – O juiz a mesa.
— É apenas ver as narrativas da entrada da sala de operação, is-
to vocês tem como levantar.
Roger havia lido, até olhar o menino demonstrar, parecia impos-
sível, e pergunta.
— Algo como sua mão?
O juiz olha pra Roger e pergunta.
— O que tem neste relatório.
Roger olha para a pasta a sua mão e fala:
— “viam o ferimento, o levaram a sala, o anestesista havia apli-
cado a anestesia, quantos todos viram uma espécie de clarão, quando a
ferida começa se se fechar, muito rápido, nem se viu direito, a ferida
explode ao lado, como um rasgo, e a bala surge ali, na maca, saída do
senhor.”
O juiz olha para o menino e pergunta.
— E como chegaria ao local.

576
— Se não me engano, vocês com permissão sua, colocaram câ-
meras no meu escritório acima da empresa de Geologia, então vocês
tem a resposta.
Vaz soube que o menino não estava tentando se inocentar, ele
estava jogando dados, e muitos deles o complicariam, mas estava ten-
tando manter a logica do menino, tentando anotar as partes importan-
tes, pois a defesa é sobre o que se acusa.
O Juiz Sergio olha para Roger e pergunta.
— Do que ele está falando.
— Não sabemos ainda senhor, estamos estudando, como falou
quando o Hons apareceu a peça, pode ser um truque de luzes.
— Sei que não são Roger, apenas não podemos deixar em um re-
latório oficial, mas o que ele quer dizer com a resposta.
Roger olha o assistente e que o alcança uma das pedras e olha
para Pedro.
— O que é isto?
Pedro olha o diamante a mão dele e fala.
— Um diamante normal.
Roger pega um do mesmo tamanho, mas com aquelas linhas
destacadas, montado, e pergunta.
— E este?
— Um produto que ainda não foi lançado, e pode nunca o ser.
— Porque não o seria? – Roger.
— Porque tendem a proibir, apenas isto, e é muito caro para
produzir cada um destes.
— Muito caro? – O juiz.
— A importância não esta neste produto, mas nos 22 equipa-
mentos que tem naquele andar, todos de precisão, ali tem mais de 35
milhões de dólares em equipamentos de precisão, para se produzir um
cristal, que é composto de 24 procedências de diamante, mais um rubi
central, e 72 micro placas entre as divisões, com micro espessuras,
sendo cada uma delas composta de 22 camadas de circuito. Eu produzi
apenas 5 deles ainda, e cada um me custou mais de 10 milhões de dó-
lares, então é obvio, estamos na fase de teste, de registro, de adapta-
ção a algo vendável.
— E teria como justificar estes gastos?
— Sim, embora o que estamos fazendo ali, é uma parceria, entre
a lenda Pedro Rosa e a Universidade da Califórnia.

577
— A lenda? – O delegado a frente.
— Se eles tivessem me olhado, no lugar de olhar o prospecto,
eles não teriam me levado a serio. Quem eles contrataram foi este que
todos falam ai fora, Pedro Rosa, juro que quando ouço eles falarem,
parece outra pessoa.
— E qual sua posição referente ao sumiço destes que você
mesmo disse, não aceita a denominação de marginais, culpado ou ino-
cente.
— Vivo.
— Não respondeu.
— Somente os vivos respondem senhor, acredito que posso ter
feito algo ilegal, para me defender, acredito que legitima defesa não
cola quando você tem as costas alguns seres que não colocaremos nos
papeis, legitima defesa não se encaixa se tenho algo que não me atingi-
ria se me dessem um tiro, não se encaixaria em alguém que poderia
apenas sair dali, apenas para ser barrado mais a frente.
— Isto é uma confissão?
— Não, é apenas um artificio linguístico para estabelecer que
nem tudo se encaixa nesta historia, eu não sabia de algumas coisas que
descobri pela TV ontem, acho que se soubesse, pudesse ter negociado
direto com quem agora querem me ligar, para entender crimes.
— Negociar? – O delegado.
— Ele apostou um dinheiro que pensou recuperar, mas com o
queimar do cassino, não sabia quem perdera tanto, mas segundo al-
guns, lá tinham duplicatas, cheques, joias, dinheiro em espécie, e tudo
queimou de um dia para o outro, imagino o quanto seria mais suja esta
eleição se não o tivessem tirado isto, mas ignorava quem tinha pedido
minha morte, então não tive como fazer uma contra proposta.
— Acha que ele que pagou seu atentado?
— Não este que sofri, mas todas as demais tentativas, e nem sei
realmente como me meti nesta confusão.
— E a afirmativa do irmão?
— Não tenho certeza disto, mas é uma das possibilidades.
O Juiz olha para Roger e pergunta.
— Algo mais?
— Não, temos de nos inteirar dos demais pontos.
O rapaz olha para Pedro e fala.
— Não se afaste da cidade sem comunicar.

578
— Quem comunico, pois toda tarde passo em Matinhos, ou Pa-
ranaguá.
Vaz olha o menino e vê que foi apenas para irritar, os dois saem
se sentam-se na lanchonete a frente, para conversar.
Na sala o juiz Moro olha para Roger do Ministério Publico.
— O que pretende Roger? – Moro chamando para o pessoal.
— Eu tento entender, mas este menino é uma incógnita.
— Ele não negou nada, se entendi o depoimento.
— Ele deu respostas para confundir ou para se posicionar, uma
coisas ninguém pode negar, falar de Pedro Rosa, não é o ver a rua.
— E os demais?
— Teremos de olhar rápido e as vezes tenho medo do que me
parece.
— O que acha que está acontecendo?
— Deve ter haver com a lista de mortes, mas o menino esta de-
senvolvendo algo, que ao meu ver, não daria além do valor de uma
joia, mas viu aquilo? – Roger.
— Ele foi bem enfático, quer entender ou acusar, aquilo acaba
com a indagação de que ele não sofreu o atentado, mas estabelece que
ele enfrenta coisas que sabem de seus segredos.
— Ele parece saber coisas que não são padrão, mas entendo a
indagação dele referente a poder ter um irmão. – Roger.
— Porque?
— Porque Alberto nunca teria um filho com a atual esposa.
— Sabia disto?
— Não tinha pensado nisto, pensei em um adotado, poderia ser,
eu não fico olhando dados pessoais, vou aos crimes, mas pelo jeito
estes tem do pessoal ao profissional, e quando se fala em algo que
custou 10 milhões de dólares para fazer, para testar, temos de enten-
der que os custos altos são iniciais.
— Não entendi o que ele quis dizer com aquilo. – Moro.
— Que aquela proteção, que ele bateu a faca, e não era visível,
mas perfurável, é parte desta tecnologia que parece uma estilização de
diamante.
O juiz continua a olhar ele.
— E aquela cicatrização, também faz parte disto.
— Esta parte pretendo deixar fora dos relatos, não tenho como
comprovar isto Roger.

579
— Sei disto, mas deixa eu sair, eles vão começar a chegar por ai,
e não entendi ainda toda a estrutura.
— Gente achando que ganha politicamente com isto.
— Requião?
— Sim, o desmoralizar do segundo nas pesquisas, faz com que
todos os cargos mudem de posição.
Roger sai e olha o menino e o advogado parados do outro lado
da rua e Sidnei chega ao seu lado.
— Continuo o monitorando?
— Sim, mas acha que conseguimos algo?
— Ele é ainda uma incógnita, não entendi porque o vigiar.
— Ele pode estar escondendo muita coisa.
— Sabe que sim Roger.
— Verdade, mas não posso o acusar de coisas que todos dirão
impossível.
— Pelo que entendi, ele está desenvolvendo algo poderoso, algo
tão poderoso que talvez explicasse aquilo.
— Fica de olho, mas ele se cerca dos bons, não tinha me tocado
porque ele escolheu Vaz, ele escolheu alguém que possa falar os pro-
blemas, e que não o olhe como maluco.
Pedro olha Vaz já se levantando.
— Tenta que devolvam o que pegaram, eles não precisam saber
que não vale tanto sem sistema.
— Mas teria de refazer.
— Sim, mas ainda tenho de testar muito antes de pensar em
vender, talvez não queira vender.
— Porque não?
— Valorizaria o produto.
— Não tem jeito.
— Vou tentar estabelecer meus pontos antes de me dar mal um
pouco na vida.
— Vai onde?
— Assistir a ultima aula.
— Certo, lhe deixo lá.
Os dois saem enquanto diretores de um canal aberto eram con-
duzidos para delegacias, enquanto faziam apreensões, enquanto reuni-
am provas e testemunhos, e o agito se fez em Curitiba, já não era ape-
nas o governador, era alguns secretários do governo anterior.

580
Pedro termina de assistir as aulas, ele olha para Nick a porta do
colégio e olha pra Raquel.
— Está com o colar?
— Sim.
— Então vamos a aventura.
Nick olha os rapazes e um fala.
— Não gosto de o deixar andando por ai Nick, esta denigrindo o
nosso grupo.
Nick olha o menino e para a sua frente.
— Problemas Nick.
— Ninguém está gostando de você lá, o negocio está muito vigi-
ado, tem de sumir menino.
Pedro olha para Raquel e olha para Nick e fala.
— Sem problema, pensei que mandava em algo, não estes ao
fundo, mas tem coisa que não se muda fácil na vida.
— Eles querem ser respeitados.
— Eles querem apenas arrotar algo Nick, mas com policia federal
me vigiando, entendo, avisa eles que se forem fazer merda, escolham
uma hora que não tenha 3 policiais federais e dois civis olhando.
— Não tem medo deles.
Pedro olha ele e fala.
— Saio, mas já estou atrasado. – Pedro estica a mão para Raquel
e bate no peito, tudo parado, ele olha pra Raquel e fala.
— Consegue sentir as paredes do prédio de geologia?
Ela sorri, desenha a porta, eles atravessam e Pedro bate no peito
novamente, Nick olhava ele, e o vê sumir dali, Sidnei ao longe olha o
investigador ao lado e pergunta.
— Como se narra isto?
O rapaz apenas levanta os ombros, e olha a mensagem.
— As câmeras dizem que estão no prédio da empresa de Geolo-
gia. – O rapaz olhando o sistema ao fundo e vendo os dois olharem
para o maquinário.
Pedro olha para a direção do prédio na região da vila e pensa se
deveria ou não desfazer aquela construção, fica pensando, olha os
espectro entrarem e lhe mostrarem o que fizeram, Pedro olha os deta-
lhes, olha para a peça e olha contra a luz e fala.
— As vezes acho que não vai dar certo, mas hoje vou querer
mostrar eficiência.

581
— Eficiência?
Pedro chega ao sistema e olha para os prospectos, e o que pare-
cia o mandar para os locais, mas era ele levantando uma proteção de
100 em 100 metros de Paranaguá a Curitiba, uma quarta parecia um
bom dia para fazer aquilo, na curva da santa, surge sobre as cabeças
um buraco que atravessava a montanha, não fazendo a curva, ele de-
senha os pilares, e após as regiões separadas, as fundações começam a
surgir na parte fora dos olhos.
Pedro olha para os prospectos das pontes, e começam a por as
pontes de acesso a estrutura inicial das pontes dos dois lados, e passão
os cabos, começam a por das primeiras partes suspensas, agora avan-
çando dos dois lados, em dois pontos diferentes, Antonina a Guaratu-
ba,.
Pedro esquematiza e olha para Raquel.
— Um pulo em Paranaguá.
— Quer que pense em algo?
— Eles tem de nos seguir, então pedi um helicóptero.
Raquel sorriu e ouviu o helicóptero chegando e saem no sentido
de Paranaguá, eles param no que antes era o aeroporto da cidade,
agora em cada estremo um prédio, ao centro um parque, com um
imenso lago ainda vazio, eles começavam a impermeabilizar as paredes
do que seria o lago e Raquel pergunta.
— Porque deste imenso lago?
— Paranaguá tem problemas de abastecimento de agua, então a
ideia é um parque, onde temos uma piscina, de agua doce vinda dos
dessalinizadores e estocados neste imenso lago.
— E os prédios?
— Cada cidade tem seus marcos, esta, um parque com dois pré-
dios lindos.
— Vamos onde?
— Numa igreja evangélica.
— Vais a igreja?
— Preciso falar com alguém, e ele está lá rebocando a parede
para terminar de construir o que acredita.
O jornal nacional entra no ar, com a noticia do deter para averi-
guação de diretores da Globo em Curitiba, mais de 80 conduções coer-
citivas, mais de 50 locais com busca e captura, um agito geral na cidade
de Curitiba.

582
Pedro e Raquel caminham até uma igreja e Pedro pergunta para
alguém na entrada.
— Quem seria José Voi?
— O rapaz ao fundo.
Pedro chega perto e fala.
— Senhor José?
— Sim.
— Pedro Rosa.
O senhor sorri e fala.
— A criança que diz ter um emprego para mim.
— Podemos conversar?
— Podemos, não entendi porque me propôs um emprego, estou
desempregado a dois anos, terminei a faculdade e ganhei a conta.
Pedro o olha e ele fala.
— Sentamos ao fundo e conversamos.
Pedro olha o banco de madeira, senta e Raquel senta ao lado,
olhando em volta.
— Senhor José, a pergunta, teria interesse em um contrato anual
de 10 salários, onde o senhor me venderia os direitos do seu programa
de formação acadêmica?
— Está querendo comprar aquilo, mas não entendi, eles me ridi-
cularizaram com aquilo.
— A pergunta é se quer senhor, eu estou disposto a pagar por
seu projeto, e não sei quanto quer.
— Acho que não conhece aquilo, pois não vale nada.
— Não acho justo ganhar de graça.
— Certo, quanto me pagaria por aquilo?
— Duzentos mil dólares está bom?
José olha para o menino e perguntas.
— Antes de vender, o que viu naquilo que não vi?
— Uma capacidade de operar o sistema que criei, a 4096 bits, ou
a 8192bits.
— Está falando serio?
— Quer entrar em uma corrida tecnológica, onde vamos desen-
volver um sistema todo diferente, baseado em uma tecnologia diferen-
te .
— E recebendo por meu projeto e um salario mensal?
— Sim.

583
— Teria que me apresentar quando e onde?
— Estamos inaugurando amanha, o complexo de prédios da no-
va administração do porto, o com um diamante a entrada.
— Aquele prédio é lindo, mas teria de terminar a parede.
— Quer ajuda aqui?
— As vezes é difícil de largar uma obra pela metade.
— Então fazemos assim, eu ajudo aqui hoje, amanha você se
apresenta lá, se achar que a ajuda avançou as obras.
— Certo, mas está falando serio de pagar por meu prospecto?
— Sim, mas – Pedro alcança um cartão para ele – aparece ama-
nha lá que conversamos com calma. – Pedro pega o celular e clica no
sistema, ele sente o teclado a frente e pede ajuda para terminar a igre-
ja, e fala.
— Vão vir algumas pessoas para ajudar, eles falam com você, tu-
do bem?
— Vai mesmo ajudar?
— Sim, mas passa para eles no que eles podem ajudar, que eles
vão conseguindo ajuda a mais.
Pedro se despede e José olha aqueles dois caminhões pararem
na entrada e um rapaz vir a ele e perguntar.
— José Voi?
— Sim.
— Viemos ajudar, temos pistolas de pintura, não sei se já tem os
bancos da igreja?
— Ainda não.
— Quer ajuda nas janelas e altar também?
— Sim, mas não sei como podem ajudar.
— Vamos pintar, colocamos as janelas e portas, enquanto o pes-
soal corta e monta os bancos, faz a calçada externa, arruma a beira da
rua, plantam alguma grama, e flores para ficar bonito, e no fim do dia
paramos e vemos o que podemos ajudar mais.
José olha outro rapaz parar ao seu lado e perguntar.
— Quem vem ajudar com estrutura?
— Alguém que pelo jeito me quer trabalhando em outra coisa,
então vai ajudar aqui.
— Eles estão assumindo a obra, até começaram a fazer massa
para rebocar a parte do fundo.
Jose olha para o rapaz e fala.

584
— As vezes Deus manda mãos para ajudar nosso caminho.
Pedro caminha até o prédio da prefeitura e pede para falar com
o prefeito.
Pedro aguarda e o prefeito sorriu quando o viu ali.
— Veio se esconder da confusão aqui?
— Sim, mas queria conversar Prefeito.
— Problemas?
— Não, é que amanha levantamos os viadutos de entrada para a
nova entrada do porto, e chega o navio com os equipamentos iniciais
do sistema do porto.
— Certo, a parte tecnológica, mas vai acelerar.
— Sim, amanha eu quero começar a erguer a BR 277 entre Para-
naguá e Curitiba.
— Eles mal puseram no diário oficial.
— Saiu hoje cedo, já mandei cercar os 932 pontos das bases ho-
je, para começarem a fazer as fundações.
— Vai fazer acelerado?
— O instituto ambiental quer as coisas lentas, eu os quero traba-
lhando, se eles não trabalham, que não recebam, pois uma analise de
solo, se faz em semanas, não décadas, por sinal, uma década depois
tem de ser refeito.
— Certo, mas vai tentar acelerar enquanto terminamos o porto?
— Sim, hora de acelerar onde ninguém olha, vou tentar os pon-
tos de passagem, os pontos de entroncamento, na região do antigo
Aeroporto, os prédios estão se erguendo, mas ali tem pontos princi-
pais, vamos criar um imenso lago, para termos um reservatório de agua
doce, e vamos fazer o ponto de chegada e passagem das linhas de trem
de passageiro.
— E acha que esta ideia de um lago de agua doce, não tem risco
de ser poluído?
— Não teremos nada indo a ele, que não seja o que saiu do mar,
apenas temos de desviar os demais, sei que tem gente agradecendo e
reclamando, mas quando não tem?
— Acha que os sistemas internos poderiam ser ampliados?
— Sim, qual o mais problemático?
— Temos duas linhas maiores, e não sei como pedir.
— Pedindo prefeito, vou verificar se temos um modelo com
maior numero de passageiros, mas sinal que estão usando.

585
— Sim, estão usando, mas talvez o ser de graça, tem sempre
gente demais já dentro.
— Ampliamos Prefeito, não é problema.
— E veio apenas verificar?
— Preciso das autorizações da construção da nova BR277, então
vim trazer os prospectos e pedir urgência.
— E acha que começamos a ter um porto novo quando?
— 15 de novembro devem ter um novo porto, se não um mo-
derno porto.
— E pelo jeito todos resolveram falar mal de você.
— Eu sou a criança que ninguém olha prefeito, sei que eu gero
descrença, eu me proponho ajudar e eles olham como se perguntando
para quem pedem.
— E pelo jeito, não está prestando atenção nas noticias.
— Não ganho dinheiro olhando noticias, e sim, fazendo noticias
como este porto prefeito.
— Daqui vai para onde?
— Antonina, quero ver como está o atalho por porto de cima, di-
zem que a ligação deve ficar pronta esta semana, quero ver, teríamos o
segundo porto seco já conectado ao porto, ai já conseguimos começar
prefeito.
— Pensando na logística?
— Sim, não me adianta ter um porto muito maior, e não ter ca-
pacidade de trazer mais carga, a antiga ferrovia, é interligada basica-
mente para estruturas de grãos, eu quero embalar antes e entregar
embalado, o melhor caminho é via contêiner.
— E vai pelo jeito acelerar.
— Sim, vou acelerar, vou criar um ponto turístico a mais, entre
Antonina, subindo a Cachoeira de Cima e subindo em curvas até a
BR116, o engenheiro me passou os dados e quero olhar, o trecho até
Guaraqueçaba, baixo, ainda está longe de ser calçado, mas será o pró-
ximo.
— Não se cansa de investir?
— Quando terminar isto, tem aquela pretensão, de jogar areia
na parte mais funda, próxima a Ilha do Mel, forçando ao mar depositar
para a praia mais areia, não a tirar, mas isto vamos verificar depois.
— E se deixarem faz.

586
— Acho que gosto de modelar meu mundo, não ser modelado
por ele, dizem que não devo, mas se olhar a historia do planeta, é de
vida e destruição, cada vez que chega perto da destruição, mais de 70%
de tudo morre, os ecologistas chamam isto de seleção natural, e a per-
gunta, se eles aceitam a seleção natural, por um lado, porque diante de
sua espécie, eles a negam?
— A vida é mais complexa do que eles estabelecem.
— Não, existe aqueles que falam que discursar é fácil, executar o
discurso, impossível.
— Certo, mas então está verificando o crescimento da obra?
— Prefeito, devemos chegar ao asfalto de 100% das ruas na Se-
gunda que vem, agora temos dos acessos a Ilha dos Valadares, temos
toda a região da PR407 já asfaltada, foi a região que mais deu trabalho,
começamos com a iluminação publica lá, e terminar as calçadas, se tem
uma região que a estrutura evoluiu muito foi aquela.
— Vi isto, quando se fala desta Rosa Inc., as pessoas podem até
falar mal, mas todos sabem que suas vidas estão sendo mudadas por
ela, e não entendo todo o complexo de ideias implementadas, juro que
as vezes penso que vou inaugurar uma região asfaltada, e me deparo
com estruturas elevadas, com canalizações parciais, parques, sistemas
de coleta, de energia solar, postos de saúde, colégios reformados.
— Como dizem, estamos maquiando a cidade, mas é que eles
não sabem mesmo onde alguns lugares ficam.
O prefeito sorri, o menino atravessa a rua, e caminha 3 quadras,
Raquel olha aquele prédio imenso, brilhoso, ele olha o segurança que
parece abrir para os dois, e entram, ela olha para Maria Cecília, a Ciça,
a mãe do menino estava ali.
— Bom dia Maria. – Pedro.
— Veio ver.
— Sei que estou acelerando em todo lugar, mas acha que aqui
começamos quando?
— Pode ser quando o sistema estiver operacional, acho que não
temos pessoal para tudo filho.
— Tenta não trazer de fora muita mão de obra, a ideia era tentar
com o que temos na região.
— Sei disto, mas você somou em hotéis, 200%, pior, os encheu,
e agora parece estar preparando a segunda leva.

587
— Inaugurar toda a primeira mãe, mas posso usar um dos carros
elétricos?
— Vai passear?
— Sim, vou dar um pulo em Antonina, mas quero verificar a no-
va linha aérea sobre os trilhos.
— Vai verificar até que ponto?
— Passeando hoje.
— Namorando? – Maria olhando Raquel.
— Tentando entender o que é sentir.
— É serio então. – Maria olhando Raquel.
— Não, ele não me dá bola senhora Maria.
Ciça olha para a menina e fala.
— Se cuida – ela olha para Pedro e pergunta – o desembargador
ligou?
— Ele deve estar se explicando ainda na policia federal, pois ele
em si é um dos que armou uma desmoralização a um menor, o delega-
do quer saber quem pagou, e se não pagaram, se eles são adultos sufi-
cientes para se manter como desembargador.
— Certo, sobrou até para ele, mas...
— Mãe, eu poderia dizer que tenho certeza que não é meu, mas
são gêmeos, isto me induz a genética sua, então, pode ser.
— Engravidou alguém? – Raquel.
Pedro olha sem graça.
— Não é cobrança, não confunda. – Raquel.
Pedro olha para a mãe e fala.
— Melhor ir trabalhar para não pensar nisto.
Pedro pega um carro elétrico e caminha pela linha para carros
elétricos, lateral a BR277, ele chega a entrada da nova saída da cidade,
um rapaz olha o menino e abre o caminho e os dois entram para den-
tro do canteiro de obras, Raquel viu que naquele ponto uma linha de
trem corria aos lados e duas pistas de ida e duas de vinda, mais acos-
tamentos se erguiam do chão e os dois avançam, ele novamente faz a
inspeção, ele chega a entrada para sua cidade em Alexandra, olha para
os sistemas aéreos do trem sendo erguidos, isto não estava no projeto
inicial, mas fazia parte do projeto que Pedro queria.
Ele olha os locais da placas de acesso e olha para a estrutura a
frente, olha para ela serio e sai do veiculo, ele olha para Raquel que
fala.

588
— Está inclinando. – Raquel.
Pedro pega a mochila as costas, põem o computador pessoal e
começa a verificar as fundações, e olha para a composição de terra e
começa a por os sistemas de reestruturação de fundação, ele chega a
beira da estrada e olha para os rapazes chegando nas partes baixas de
3 bases que estavam sobre a região do mangue, Raquel olha para Pe-
dro e fala.
— Coordena mesmo toda obra?
Pedro não respondeu, apenas sorriu.
Os rapazes ao longe começam a aproximar 3 bate estacas flutu-
antes e Pedro fala.
— Fazer certo dá menos trabalho, mas este era um dos proble-
mas que vim olhar, e não quero inaugurar algo já condenado a ser in-
terditado.
— Certo, mas o que eles vão fazer?
— Eles vão fixar estacas mais profundas a toda volta, dai eles vão
fazer uma estrutura que possa ser concretada, entre a parte antiga e a
nova, por ultimo, eles adicionam nitrogênio liquido na parte baixa, e
lentamente erguem o complexo, quando chegar a altura certa, eles
estabilizam, concretam a parte alta, retiram o nitrogênio e completam
toda a base anterior com concreto.
— Algo demorado?
— Sim, mas hoje existem concretos de secagem mais rápida, não
precisamos mais dos 28 dias de maturação.
— E acha seguro passar?
— Se não aguentar um carro elétrico com dois magrinhos enci-
ma, não tem como aguentar nada.
Ela sorriu e passaram, a inclinação era pequena, mas se via a
tendência a direita, eles passaram as 4 estruturas afetadas e Raquel viu
que voltaram a estar em uma estrada perfeita, Pedro olha para trás e
fala.
— Isto que as vezes atrasa obras, concertar aquelas coisas que
um pirralho calcula, pede a confirmação de solo, eles confirmam, e
somente depois que começa a inclinar, alguém fala que existe um aquí-
fero a mais naquela região, abaixo do que haviam perfurado.
Os dois passam pela região das empresas em Antonina e Pedro
olha as obras apenas por fora e fala.

589
— Estes complexos de barracões, são o que mais pode gerar
atraso, mas são o que chamo de estrutural.
— Estrutural?
— Sim, baseados nelas consigo produzir aviões, navios, trens,
carros, então ao fundo, bem ao fundo, a refinadora de alumínio, ao
lado dela, nossa metalúrgica local, dai temos os espaços de contêiner,
depois a fabrica de aviões, o de carros elétricos, a de helicópteros, a de
trens, a de contêiner refrigerado, então este trecho, é o que pode me
gerar algo assustador o ano que vem.
— Assustador?
— Virar bilionário através da produção, não apenas pelas ideias.
— E tudo isto é seu?
— Cada um deles, preciso de um parceiro, eu hoje atrai aquele
senhor, para o projeto que ele imaginou, bem diferente do meu proje-
to, mas ele desenvolveu um interpretador quântico, teórico, que me
permitiria não precisar das bases de DOS nos sistemas, e isto me faz
processar muito mais rápido.
— Fala difícil as vezes.
— Outro dia vamos entrar ali no fundo.
— O que vão produzir ali?
— Estão no criar do projeto, do que vai correr por estes trilhos
nas laterais.
— Então vai produzir os próprios trens?
— Eu preciso de produção, transporte, energia, portos, educa-
ção, saúde e locais bons para se fazer tudo isto.
Ele para na bifurcação, olha o levar de mais uma parte para fren-
te, para fixação nos cabos, Raquel olha aquela ponte e fala.
— Vai mudar mesmo a cara do lugar?
Pedro a olha, ele anota algumas coisas, e volta ao veiculo e para
mais a frente, a entrada para a cidade, e a o pegar da estrada a esquer-
da um quilometro e a direita, pegando já no sentido de Cachoeira de
Cima, ele olha aquela parte pronta, e para apenas para olhar de longe o
seu terreno, olha as sinalizações e Raquel olha que ele para em uma
das pontas, olha para cima, verifica que ali já era coberto, ela olha
aquelas placas, uma rodovia totalmente coberta, agora com sinalização
completa.
Ela olha ele encostar um pouco mais a frente e viu que havia
uma tomada para recarga de veículos como aquele, ele a olha e fala.

590
— Sei que muitos querem que brinque, namore, me divirta, mas
eu gosto de ver isto surgindo.
— E isto vai até onde?
— BR116.
— Duplicado e asfaltado?
— Sim. – Pedro a estica a mão e descem por uma lateral que saia
da rodovia naquele ponto, eles atravessam a rua, Raquel olha que es-
tava cuidada e com iluminação, param em uma lanchonete e Pedro
olha o atendente e pergunta.
— Algo para beliscar?
— Porções.
— Tem um cardápio?
O rapaz sorriu, e Raquel olha em volta, estavam a beira de um
rio, o dia estava convidativo, mas estava vazio, meio de semana e per-
gunta.
— Que lugar é este?
— Rio do Nunes.
— E o que veio fazer aqui.
— Precisamos de uns 20 minutos para a carga da bateria se re-
carregar, então estamos comendo algo, passeando, enquanto o veiculo
elétrico carrega.
— Certo, não conhecia esta parte, bonita.
— Concordo, mas mudamos algumas coisas, os esgotos domés-
ticos iam ao rio, agora é coletado e tratado, garantindo qualidade da
água no local.
— O que mais fez?
— Não tinha ciclovia do lado de lá, não tinha iluminação publica,
não tinha calçada dos dois lados e alguns lugares não tinha acostamen-
to.
Raquel olha e fala.
— E ninguém viu?
— Ver eles viram, mas temos muita coisas sendo feita, e quando
tudo estiver pronto, vai aparentar sempre ter sido assim.
Os dois comem algo ali.
Após um tempo voltam a rodovia e o proprietário olha o aten-
dente e pergunta.
— Porque o menino me parece conhecido.
— Posso estar enganado, mas aquilo é Pedro Rosa.

591
O proprietário olha que eles sobem pela rodovia ainda fechada e
fala.
— As vezes temo algo tão moderno.
— Todos temem, mas eles construíram uma parada ali, a frente,
não sei se o trem vai parar ai, mas se parar senhor, teremos gente vin-
do mais facilmente.
— Dizem que eles vão abrir até Guaraqueçaba, mas a estrada
ainda está interditada.
— Eles estão calçando com paralelepípedo e construindo alguns
quiosques.
Sergio, chega a uma reunião com a concessionaria da BR116,
que tocava a região de divisa entre Paraná e São Paulo, e um senhor o
recebe.
— Boa Tarde, não entendi a ideia. – Peixoto.
— Ampliar, gerar mais renda senhor.
— Mas o que nós ganharíamos com isto?
— A ideia, separar os carros dos veículos pesados, gerando me-
nos estres ao corredor, permitir uma melhora no corredor, investimos,
nos permite usar os entroncamentos, enquanto atraímos mais veículos
para esta parte da estrada.
— Como atrairiam mais carros.
Sergio olha o projeto e começa explicar a pretensão, tinham
permissão para algumas rodovias SP e para a BR101, e queriam imple-
mentar algo a mais na BR116, o senhor olha os grandes sistemas de
trem, 3 deles ao longo da rodovia, os prospectos da rodovia elevada, a
separação a partir do Pedágio, os colocando em caminhos paralelos,
mas isolados, o refazer de boa parte das encostas, dos contornos, ge-
rando mais contornos, o senhor olha o prospecto e fala.
— Agora entendi porque eles assinaram, é uma ampliação muito
grande, acham que começam a implementar quando?
— Saiu a permissão no Diário Oficial, mas eles pediram para não
começar antes do senhor assinar.
— Tem pressa?
— Na verdade o começar e ser rápido, barateia a obra, toda vez
que temos de retardar algo, isto encarece no total da obra.
Sergio vê o senhor assinar, outros dois que apenas ouviam, e já
tinham assinado, cumprimentam, Sergio que passa uma mensagem de
OK para Pedro.

592
Pedro olha a mensagem e entra no carro novamente e nova-
mente aceleram no sentido de Cachoeira de Cima, eles param no vila-
rejo, olham as sinalizações, Pedro foi anotando tudo, ele olha a estrada
nova, e com estilo antigo, em paralelepípedo na parte baixa, subindo e
se afastando daquela, em curvas mais acentuadas, ali subia lentamente
e gradual, também fazia as curvas em certas partes, para diminuir as
inclinações da pista, Raquel olha para a neblina, as luzes acesas, quan-
do passam a neblina ela viu que estavam chegando em uma grande
reta, Pedro acelera e quando olha para o Porto Seco, na região de
Campina Grande, as margens da BR116.
Pedro desce do carro e Raquel viu aquela região de trens, com
regiões e maquinários, que não conseguiu entender para que eram,
pois não havia contêiner ali ainda.
Mas ela olha o tamanho do local e fala.
— Este é um dos seus investimentos?
— Sim, este que falei para o prefeito que está quase pronto, ele
e aquele trecho ficando pronto, podemos começar a operar os novos
portos.
— E pelo jeito vai querer investir pesado aqui.
Pedro sorriu e olha para ela, lhe estica a mão e os dois vão en-
trando naquele prédio, o segurança os pede a identificação, os libera e
Pedro chega a parte alto do prédio de controle, olha em volta, aciona
os comandos e olha para Raquel.
— Sei que minhas tardes são chatas, mas hoje não quero ficar
para ser interrogado.
— E vai fazer o que?
Pedro caminha até o canto e Raquel olha uma imensa maquete
da região, se via a rodovia vindo do litoral, as pistas no sentido de São
Paulo e no sentido de Curitiba, ela olha Pedro olhar os pontos, e com
uma régua, ele foi delimitando onde cada um dos pontos de estrutura
seria no sentido de São Paulo, Raquel viu que na altura de Cajati já
tinha uma estrutura erguida, viu ele medir e marcar cada uma das es-
truturas, ele marcar os terrenos que nem conhecia no papel, viu ele
desenhar as imensas estruturas ao chão, e o viu marcar cada um dos
pontos onde teriam pilastras, ele faz um quadrado maior a volta dos
mesmos, se Raquel olhasse pela janela, veria os locais sendo cercados
por aqueles espectros, a cada 60 metros.

593
Pedro pensa no projeto, acende uma das telas a parede e come-
ça a por os prospectos de ligação das duas estruturas, Raquel olha para
fora e olha que as regiões agora estavam cercadas, viu Pedro pegar um
punhado de areia em um balde ao fundo e derramar em um dos inter-
valos, e olhando para fora, viu aquilo subir, como se por magia.
Ele fez isto nos 35 pontos a volta, as estruturas de todo o com-
plexo de estruturas, ele olha a parte alta, sobre onde seria o pedágio ao
litoral e Raquel olha as bases surgirem, e Pedro derramar arreia e na
maquete foi surgindo uma estrutura complexa, do lado de fora, numa
parte um pouco mais baixa que a rodovia, protegida por um tapume a
toda volta, surge todo o complexo que seria o pedágio da Rodovia ao
litoral, por aquele caminho.
Pedro foi colocando areia na maquete, e Raquel olha no sentido
de Curitiba e viu uma a uma, as estruturas surgindo, Pedro olha as late-
rais e faz o desenho das estruturas ao lado da pista, e quando ele põem
areia sobre a maquete, elas começam a se materializar, uma a uma, de
60 em 60 metros, Raquel olha que agora tinha nas duas laterais da
pista, direita e esquerda, até onde ela via, aquelas estruturas prontas,
sorri e fala.
— Você não dá chance deles reclamarem muito.
Pedro a olha e fala.
— Sei que eles não entendem, mas não tenho como explicar
ainda. E tudo que acelerar, será apenas o ver começar a funcionar, não
sei, parece que não estarei aqui o tempo inteiro.
— Estaremos cuidando de você. – Raquel.
Pedro a olha, sorri, mas ele sabia a impressão que dava seu sor-
riso, então apenas olha os prospectos e fala.
— Sei que a frase pareceu pesada, mas tinha outra conotação.
— E vai construir as coisas assim?
— Olhando fica mais fácil, em casa é apenas um acho, quando
vemos parece muito mais real.
Peixoto chega a central de comando e olha para o auxiliar
olhando assustado uma tela e fala.
— Problemas?
— Disse que eles iriam começar quando? – O rapaz do controle.
Peixoto olha aqueles rapazes sinalizando em uma parte, que es-
tavam em obras, ele olha, algumas telas, e em cada uma no percurso

594
de 50 quilômetros começa a aparecer as placas de obras e o isolar das
regiões de fundação.
— Dever ser para fazer politica isto, sempre põem a sinalização
antes, e terminam 6 anos depois.
— Senhor Peixoto, não está olhando direito.
— O que não vi?
— Primeiro a organização, segundo, eles demarcaram, não sei
porque, um ponto a cada 60 metros, na parte de serra, se olhar que
eles isolaram uma das laterais e colocaram tapume em toda ela.
Peixoto aproxima a imagem e fala.
— Tenta pela câmera 13.
O rapaz raramente olhava a 13, pois ela dava a posição de serra,
usavam para olhar se existia risco de desmoronamento, mas estavam
em dias secos, então teve de ativar ela, e olha aquela imensa sequencia
de estruturas, uma após outra, disposta ao chão, no caminho que en-
curtaria a rodovia, eles olham as bases colocadas, e um imenso guin-
daste começar a dispor outra mais a frente, e pergunta.
— Em que trecho esta isto.
— Ainda antes do pedágio, a parte entre a entrada para a Graci-
osa e o pedágio.
— Eles vão tentar separar os carros dos caminhões já na curva
após a entrada para a Graciosa.
— Não entendi.
— Me mostraram o projeto hoje, eu realmente pensava em algo
para o futuro, mas pelo jeito, eles colocaram muita gente nisto.
— Colocaram o pessoal que estava fazendo a BR101 e termina-
ram o trecho paulista.
— Não vi ainda aquela rodovia.
— Vi apenas o trecho próximo a cidade, eles estão terminando
de cobrir ela com placas de captação de energia, e dispondo de um
novo trecho que vai atravessar a Ilha Comprida de ponta a ponta.
— Ampliando?
— Não entendi senhor, mas este pessoal é da Ponto, sabe que
muitos ficaram admirando a rapidez destes.
— Eles tem de obedecer as exigências, eles sabem.
— Sim, eles sabem, dizem ter trechos imensos prontos, espe-
rando o fim da cura do concreto, não entendo disto.
— Mas pelo jeito eles resolveram realmente fazer a mesma.

595
O dia ia chegando ao fim, e os dois ficam olhando o grupo trocar,
ignorando serem espectros de gente, e viram mais maquinário chegar
ao local.
Os dois passam aos próximos o comando e enquanto a obra con-
tinua, em todo o trecho, se viu levantarem as estruturas onde aparen-
tava ser apenas a parte do molde.
Teixeira resolve sobrevoar o local antes de escurecer de vez, e
olha aqueles bate estacas a cada 60 metros, olha as armações já mon-
tadas, sobrevoa e vê que as estruturas de ferro já estavam dispostas
dentro da armação, então eles colocariam nos locais o todo, ele mais a
frente, olha uma fila de caminhões de concreto, e colocavam concreto
em uma das vigas, olha dali para trás, e olha que as filas de 60 em 60
metros, deveria ter mais de 100 caminhões de concreto ali, divididos
em 10 vigas sendo cheias, mais ao fundo, sobrevoando via algumas já
concretadas, fixadas e os engenheiros dispondo ao lado da pista as
imensas armações de concreto, que vinham em carretas e eram ergui-
das e dispostas próximas de onde iriam ficar.
Ele olha o piloto e fala.
— Estão falando serio em fazer uma ampliação.
— Tem de ver o trecho que eles isolaram a uma semana senhor.
— Qual deles?
— O após a represa do Capivari.
— Me mostra.
O senhor olha aquela rodovia vindo da parte baixa, reta naquele
ponto, com funcionários colocando as ultimas placas de energia solar
sobre ela, olhando as estruturas laterais, a rodovia abaixo e olha aquele
imenso pátio de manobra de ferrovia, olha para o prédio de adminis-
tração, olha as áreas para caminhões, e o grande sistema guindastes
colocando a parte sobre a rodovia, colocavam em mais de 4 locais, mas
sobrevoando se via que as partes por trás dos tapumes, estava pronta
e fala.
— Sabe que falar que eles construíram esta rodovia que desce
para o litoral por aqui, parece fantasioso.
— Eles estão terminando o trecho do pedágio ali, parece que
agora é apenas detalhes para terminar.
— Agora entendo as vigas, eu olhava e não entendia a pretensão
deles, pois não parecia ter sentido as vigas deixando parte no alto, eles
já estavam pensando na nova rodovia.

596
O senhor olha os detalhes e fala.
— Eles estão empregando bem, pois tem gente em todas as par-
tes da obra, mas com certeza, mais uma vez o presidente deve vir por
ai.
— Dizem que ele vem no dia das Crianças, inaugurar o complexo
de Portos da Baia de Paranaguá.
— Agora entendi o porque estas obras, eles querem por carga
nos portos, rapidamente, isto vai ser um grande pátio de contêiner
pelo jeito, eles carregam naqueles trens ao fundo, que são basicamente
só Locomotiva e vagões para contêiner.
O piloto olha para o prédio de administração daquilo e fala.
— Dizem que estão prestes a revolucionar este estado, o que
acha diretor?
— Que eles conseguiram uma empresa que não tem medo de
obras faraônicas.
O piloto começa a voltar e Teixeira olha que eles realmente iso-
laram todos os pontos de 60 em 60 metros.
Teixeira olha ao longo da rodovia que ele administrava, toda si-
nalizada na parte de obras, eles não pararam para pensar, mas eviden-
te que começaram a parte que podiam antes, mas agora, iriam dispor
de todo o trecho.
Pedro já estava em Antonina de novo, entram no restaurante a
beira da baia, pedem algo e Raquel pergunta.
— Pelo jeito você é o menino que come do restaurante popular
a restaurantes chiques.
— As vezes comer faz parte, quando faço estas coisas que alguns
chamam de magia, sinto diferente dentro de mim, mas não consigo
ainda por em palavras o que sinto, mas sinto mais fome.
— E acha que eles não desconfiam?
— Desconfiam de que? – Pedro.
— Que usou magia.
Pedro ri, mesmo sendo parecido com uma dor, ele olha para ela
e fala.
— Se perguntarem, e falarmos que fizemos magia, o que eles
vão fazer? Aceitar ou tentar explicar o que fizemos.
Raquel olha ele e fala.
— E pelo jeito não quer parar?

597
— Eu em si vou fazer isto em rodovias, BR376 entre Curitiba e
Ponta Grossa, BR 116 entre Registro até Papanduva, e BR 277 até Curi-
tiba, fazendo o anel de integração da cidade. – Pedro olha o garçom,
pede o da casa para dois, e o rapaz pergunta se não era muito para
dois, e Pedro fala.
— Certo, traz um e se faltar pedimos um segundo.
Raquel olha para Pedro e fala.
— Quem lhe ouvir vai achar que está exagerando.
— Estava esperando o ok das rodovias, então estamos agora no
Diário Oficial, e por si, dentro da lei com prazo para fazer, mas com
uma pressa que somente para mim parece fazer sentido.
— Juro que as vezes não entendo sua pressa.
— Digamos que se você tem dinheiro, investe em mais de 60
coisas que podem lhe gerar dinheiro, e toda a estrutura faz parte do
ganhar de dinheiro, obvio, quero as coisas funcionando.
— 60? – Raquel tentando especular.
— Raquel, as vezes o que dá dinheiro, não é a ideia, mas o poder
apoiar uma ideia se ela não der certo.
— E você com 13 resolve virar o empresário do ano?
— Sei lá, as vezes eu me belisco para ver se não acordo.
O garçom começa a trazer as entradas, uma jarra de suco, e as
entradas, Pedro descobre que Raquel era alérgica a camarão, então
não forçou nos frutos do mar, mas quando chega o filé ela olha para ele
e pergunta.
— Acha que conseguimos com um?
Pedro sorri e fala.
— As vezes tenho medo de sonhar alto e ser apenas sonho.
Ela sorri, estica uma das mãos e Pedro a segura, ela sente a mão
gelada dele e pergunta.
— Porque do medo?
— Sou alguém que avança muito rápido, as pessoas ficam com
medo.
— Você pelo jeito tem algumas certezas negativas, mas e se elas
não se realizarem?
Pedro olha para ela e fala serio.
— Eu tenho apenas duvidas, não tenho certezas, talvez isto seja
pior do que ter certezas negativas, eu tenho duvidas, eu as tento resol-
ver, mas as vezes, fico pensando e sabe que não sei sorrir.

598
— E daqui vamos para onde?
— Casa, pois temos de estudar para ser gente.
— Você parece ter crescido até intelectualmente, o professor
que queria lhe reprovar agora olha para você como alguém que pode ir
mais longe.
— Ele queria me colocar naquela Olimpíada de Matemática, eu
não tenho paciência para isto.
— E não quis aparecer um pouco mais?
— Passaria uma sensação neste momento, que os demais estão
todos entendendo a matéria e que temos um ensino estadual de quali-
dade.
Raquel sorri, eles terminam a comida e Pedro a deixa em casa,
olha em volta e pensa para onde ir, ele andou uma quadra indo no
sentido da sede do trafico e parou, olha em volta, olha para os rapazes
ao fundo, ele muda o caminho e vai para o ponto de ônibus, pega o
caderno e redesenha a casa, aquelas pessoas colocando o tapume na
frente, fez para muitos perderem a noção do terreno vazio, a casa co-
meça a se reerguer, e Pedro quando chega a entrada, ele apenas entra
e vai a cama.
Cansado adormece rápido.
A cidade agitada o menino não viu, gente entrando com explica-
ções e aplicação de penas, ele também não viu.

599
Pedro acorda quinta como se fosse um dia
normal, vai ao colégio, ele olha Raquel a entrada, ela
estava com uma aura de duvida, então ele esperava
a pergunta.
— O que tem haver com aquilo.
Pedro olha como se não entendesse e per-
gunta.
— Aquilo?
— Vai se fazer de desentendido?
Pedro olha em volta e apenas fala passando.
— Eu não tô entendendo mesmo, mas pelo
jeito terei de me informar antes de vir a uma aula.
Pedro passa e vai a sala, senta-se e olha para
muitos olhando para ele, mas Raquel parecia brava, e Pedro não en-
tendeu nada.
— Não tem como você não saber?
— Até eu durmo às vezes.
Raquel não acredita, ele viu na aura dela, olha o professor entrar
e falar.
— Pedro, a diretora pediu para ir a sala dela.
— Só não esquece que eu estava aqui professor.
Pedro sai pela porta, caminha como alguém que não tinha a in-
formação, ele entra e olha que ali estava o delegado Silva da Policia
Civil, oitavo, com certeza alguém morreu, e ele não tinha a ideia do
problema ainda.
Pedro, este investigador quer lhe falar.
— Sem problema senhora. – Pedro olha para o Delegado e per-
gunta – o que fiz agora?
— A policia está ainda chegando ai, mas temos testemunhas de
que você invadiu a sede do trafico da Vila Pinto e matou todos os que
lá estavam.
— A pergunta senhor, porque faria isto?
— Não sei, vim perguntar isto, pois você não é alguém de matar
gente apenas por matar, e com testemunha.
— Posso dar um telefonema?
— Sim.
Pedro pega o telefone e liga para Cristiane e fala.

600
— Ouve apenas Cris, alguém armou, apenas preciso de alguém
na empresa de Software em Paranaguá, eu iria apresentar o local a
quem o vai tocar, todo resto, pode esperar.
— Quer advogado?
— Quero saber antes a acusação, avisa apenas o Vaz, é armação,
não sei de quem, mas todos me amam mesmo.
Pedro desliga e olha o delegado e fala.
— A disposição.
— Não tá entendendo a seriedade.
— Senhor, eu sei que não fiz, apenas vou ter de achar uma for-
ma de provar isto, já que se alguém me viu, depôs e me colocou neste
problema, eu nem quero saber quem, apenas se faça as acareações, e
no fim, quem sabe me arrependo de tudo, e paro de vez.
— Sei que não é inocente.
— Eu sei que sabes disto Delegado, mas a pergunta, porque eu
faria, principalmente, com testemunha.
— Ele afirma que você não o viu.
— Delegado, o senhor me viu a frente de sua delegacia, sabe
que dei sumiço em todo grupo do Pereirinha, mas a pergunta, você viu,
e não consegue por uma prova no papel, porque eu faria algo e deixa-
ria provas agora?
A diretora se assusta com a afirmativa, o delegado olha para o
menino e fala.
— Sabemos que tem gente que arma flagrantes, mas todos di-
zem que Nick o pôs para fora de lá.
— Sim, remontei minha casa ontem no Hugo Lange, mas como
eu moro sozinho, não tenho testemunhas, então me reservo a ficar
quieto daqui a frente.
O delegado viu a viatura do Juizado de Menores chegar, ele foi
conduzido ao Juizado e um outro Delegado olha para Pedro, ele deixa
suas coisas na entrada, troca de roupa e é conduzido ao IML para um
corpo delito, ele volta e é jogado em uma sala grande, tinha muitos
jovens ali, quando ele viu Mack ali, sabia que era armação da grossa.
— Me mandaram o menino, esta nem eu esperava. – Mack, ir-
mão mais novo de Nick, mas mais violento.
Pedro olha para Mack e fala serio.
— Se acredita em mentirosos, não é mais o Mack, que era res-
peitado na Vila, apenas um drogadinho de merda. – Pedro encarando o

601
rapaz, talvez nesta hora os demais olham Mack se levantar e levantar o
menino pelo colarinho, e falar o encostando a parede.
— Me chamou de que?
— Não vou me repetir, quer socar, só mostra o que todos a volta
sabem Mack, só bate em menores que você, mas se acredita que eu,
esta merdinha, entrou na sede da Vila e matei todos, ou lhe pagaram
para me acertar, ou você tem parte nisto, e fica você e todos a volta
sabendo, eu não tinha nada contra Nick, eu não sei quem foi, mas pode
ter certeza, vão pro mesmo buraco que Pereirinha e seu grupo, se que-
rem matar gente da Vila e nos acusar, vão se dar mal.
Pedro toca no braço de Mack que sente o choque, e larga ele, o
rapaz sente o braço, tenta chegar perto para o segurar de novo e fala.
— Que truque é este?
Pedro olha para o canto, era obvio que tinha uma câmera e fala.
— Truque, se alguém ali é do ministério publico – apontando a
câmera – e matou alguém da minha Villa, para me acusar, melhor co-
meçar a correr, pois quando eu descobrir quem foi, melhor sair da
cidade, ou acham que matar pobre é certo, já vi isto antes.
Pedro senta na parte ao fundo e apenas olha em volta, ele sente
as câmeras e estas estouram. Se ouviu os estouros a toda volta e todos
olham para ele, como se fosse um invasor.
Roger chega ao Juizado de Menores e pergunta.
— Posso falar com o responsável?
— Quem gostaria? – O rapaz da recepção.
— Ministério Publico, querendo falar com o responsável e ter
acesso ao processo que mandaram para cá.
— Qual processo?
— O de Pedro Rosa.
— O Juiz não está ainda, não veio.
— Não veio, e quem assinou uma detenção, então, fala serio, ou
ele fala comigo, ou vamos pedir mais uma cabeça esta semana.
O delegado Silva chega ao local e olha para as paredes perfura-
das, tira 12 tipos de balas, não uma, olha para os corpos saindo para o
IML, olha que mataram até meninas que dormiam ali, então era para
não deixar testemunha, olha para o lado oposto do local, mataram
Plinio, o rapaz do bar em frente, eles mataram todo resto e alguém diz
que foi um menino.
O delegado viu alguém do Juizado chegando e fala.

602
— Quem é o informante? – O delegado.
— O Juiz não deu o nome.
— Melhor me informar, ou vamos prender um Juiz hoje, pois
prender alguém por acusação falsa, é crime.
— Ele apenas acolheu uma denuncia do ministério publico.
— Roger me ligou e perguntou se tinha sido a oitava que tinha
feito o levantamento que foi ao ar ontem de noite, e soube de cara que
não foi o ministério publico, ai a pergunta, se não foi eles, não foi a
homicídios, quem fez?
— Deve estar mal informado.
O Delegado olha o investigador e fala.
— Detêm este e quem estiver no carro, sem ligações até eles me
passarem algo.
— Meus direitos, está os quebrando.
— Pode não saber rapaz, mas estou defendendo sua vida, não
sei quem vocês estão protegendo, mas pode ter certeza, vocês coloca-
ram gente grande neste problema.
— Ninguém está acima da lei. – O rapaz.
— Isto mesmo, ninguém está acima da lei.
O deputado Carvalho, vendo sua campanha subir, recebe a liga-
ção de Yuri que fala.
— Tenta se manter isolado Deputado, ele não quer vocês per-
dendo a eleição.
— Mas as ideias dele me fizeram me posicionar, não sei os de-
mais, mas começo a gostar da campanha.
— Então não esquece, tem todo um sistema eletrônico que está
lhe pondo em destaque, mas ele queria algo a mais pelo jeito.
— Falar com o quarto das pesquisas.
— Sabe porque?
— Ele quase disse, vai dar merda e o povo vai tentar uma reno-
vação, se eles pensarem em nomes de renovação, é possível que mi-
grem do Requião para o terceiro, que teria de me colocar com ideias
para parecer novo, não apenas o deputado querendo algo superior.
O secretario de segurança liga para Roger.
— O que tem de informação?
— Vamos parar de os dar informação secretario, tem alguém do
Juizado nisto, tem gente como vimos do Requião nisto, mas ele não vai
falar, tem gente do es governador nisto, como o adjunto do ministério

603
publico, mas Vaz pediu para falar comigo, não sei ainda o que o menino
pretende.
— Me mantem informado, o governador tem de dar uma olhada
em alguns pontos que parecem estar andando, e quer uma posição que
não pare as obras.
Roger olha para Sidnei e pergunta.
— O que tem?
Sidnei coloca a imagem, onde mostrava o menino deixando a
menina na casa dela, depois caminhar no sentido do ponto de ônibus,
eles deixam um grupo ali ainda de tocaia, e tem duas gravações, a do
menino pegando ônibus e indo para o Hugo Lange, e o de um grupo
armada, entrando na viela matando todos, entrando e saindo, e Sidnei
fala.
— O que estranho, é que ninguém saiu dali, este tal informante,
não saiu dali, não passou para ver se tinha alguém vivo, e uma hora
estava na TV com destaque de chacina, e um menino que se dizia Pedro
Rosa, como um dos que executou.
— E o menino?
A imagem dele entrando em uma casa imensa no Hugo Lange, e
o pessoal armou uma segunda campana lá.
— Ele saiu de lá as seis e meia para chegar ao colégio as 7 e
quinze.
— Alguma dica de quem foi? Percebeu algo? – Roger que sabia
que o rapaz era detalhista.
Ele coloca a imagem de uma viatura da militar a esquina do lo-
cal, ela ficou no mesmo ponto da hora que eles entraram a hora que
saíram, e somente quando eles saem do lugar, eles saem também, mas
não vão no sentido dos tiros.
Roger levanta os dados e vai de encontro ao advogado, os dois
se encontram na entrada do Juizado de Menores de volta, como se
fosse ao acaso.
— Por aqui Roger? – Vaz olhando a câmera.
— Sim, o juiz ainda não me recebeu, e preciso de uma posição
dele referente ao caso do seu cliente.
— Roger, não se estressa com o menino, ele sabia que tinha coi-
sa errada no ar, mas ele sabe enfrentar armações.
Pedro estava sentado ao fundo, Mack não entendeu o choque e
não ter conseguido chegar perto, mas ficou olhando o menino.

604
Ele tira um lápis da meia, ele colocara ali quando trocou de rou-
pa, ele desenhou um caderno e ficou ao canto desenhando.
Pedro desenha um espectro invisível, dois, e um foi a sala do Juiz
local, outro foi a região do crime, ele encosta ao canto, olhando pelos
olhos do espectro, que toca o chão e olha aqueles seres entrarem e
saírem do local, ele anota as placas, olha eles fazerem sinal para o carro
ao fundo, Pedro olha que era um carro de policia, ele anota a placa e
designação.
Pedro olha Mack chegar ao longe, ele estava quieto, quase como
se estivesse em transe.
— Se não foi você quem foi?
— Cido fez a cabeça de seu irmão para não me deixar dormindo
lá, que eu estava atrapalhando, Cido não esta entre os mortos.
— Uma pista?
— Aquele Francisco, viu sobre a casa dele o movimento, ele sabe
quem foi, mas não deve saber para quem falar, ele é gente de Moreira,
que não gosta de mim.
— Fez inimigos.
— Nem tantos, mas aquele Plinio, o pai do Cido, estava dando
cobertura lá.
— E não sabe quem foi?
— Fui preso no colégio Mack, eu nem olhei noticias ontem, al-
guns vão começar me odiar, mas tudo bem, nunca me amaram mesmo.
— E porque não chego perto.
— Isto é segredo, e aquela câmera ao fundo ainda tem o Juiz e o
delegado de menores querendo algo para me manter preso.
— E eles queriam o que?
— Sei lá, ainda não entendi a estupides desta prisão, mas agora
tenho certeza, alguém quer me complicar.
Pedro desenha um espectro a mais, ele invisível entra no comitê
do candidato Requião e olha aquele senhor lá.
— Fizemos como pediu, não entendi o porque Requião.
— Eu preciso de apoio em certas regiões, e Moreira precisa do
menino preso, para poder sair sem problemas.
Pedro sorri e olha para Vaz chegando ao fundo, e olhando para o
Delegado e para o Juiz, Roger entrou junto.
— Não temos o inquérito feito ainda Roger.
— Queria ter a certeza que não vão deixar ele escapar de novo.

605
Os dois sorriram e Vaz falou.
— Vamos pedir o inquérito, a soltura até vocês provarem que
ele estava lá, uma declaração apenas não é suficiente, pois a declara-
ção do menino a anularia.
— Mas mortes aconteceram, não o deixaremos sair fácil.
— E estas câmeras internas, vou pedir a retirada, e a autorização
legal para isto senhor Delegado, não sei ainda quem armou, mas tenho
certeza, não entendeu nada.
Vaz entrega a petição, o senhor assina o recebimento e solta a
mesa e olha Roger.
— O que faz aqui?
— Eu apenas queria saber se vocês o deixariam sair, correr atrás
das provas, mas como não me recebeu Juiz, delegado, o delegado da
Civil, isolou a área e prendeu dois rapazes seus, para averiguação, já
que ele achou algo que não entendi.
— Ele fez o que?
— Já falei, mas se não montou o inquérito, melhor ler a petição
do Doutor Vaz, ele é chato com parâmetros legais, já vi culpados de-
mais saírem porque pagaram ele e Delegados ignorando a lei, abriram
brechas legais para tirar os criminosos da cadeia.
Roger sai e Vaz não estava mais ali, ele olha a câmera, ele vai a
delegacia da policia federal e começa a se dedicar a montagem do in-
quérito que queria a explicação do dinheiro de um candidato em con-
tas de diretores globais, o dinheiro de um candidato, com uma passa-
gem apenas na conta de alguém que tentou matar o concorrente ao
governador, os registros de um cassino ilegal, na mão da policia fede-
ral, começa a aparecer desvios e entradas em uma conta o dinheiro de
propina, eram muitos indícios, eles teriam de rastrear cada um deles
para conseguir prender alguém.
Pedro faz o espectro caminhar até a casa da mulher de Nick, ele
entra na casa, Nick estava deitado ao centro da peça, o espectro chega
olhando a moça ao canto, chorando, a esposa, chorando, muitos falan-
do absurdos, Cido a porta colocando veneno nas pessoas.
O espectro toca o peito de Nick, vê o rapaz olhando as mãos no
caminho do trono de Deus, ele olha para o corpo e dá um choque no
mesmo, todos veem o mesmo se mexer no caixão, não viram o corpo
sendo curado, ganhando partes que foram tiradas, e quando ele se

606
meche, muitos se assustam, Fatima chega a beira da cama, olha Nick,
ela segura sua mão e fala.
— Estou aqui amor, se for para voltar, estou aqui.
Nick abre os olhos, assustado, estava a olhar suas mãos e olha
Fatima a sua frente, ele cospe o algodão e olha em volta, ele se assusta
de estar em um caixão.
Ele se levanta, olha todos e olha Cido a entrada e pergunta.
— O que aconteceu amor?
— Dizem que aquele Pedro Rosa entrou lá matando todos.
Nick tenta lembrar das coisas e fala.
— Estavam todos com mascara. – E os demais.
Fatima olha para o chão, Nick entendeu, quer dizer, ele não en-
tendeu, mas pensou entender, que todos morreram.
O espectro caminha até o centro cultural, 4 pessoas estavam ali
sendo veladas, quando elas se levantam, o susto estava grande nos
olhos, felicidade por um lado, susto por outro, duas meninas e dois
rapazes voltando a vida.
Raquel olha para a amiga se levantando, todos assustados e ela
lembra que Pedro não falou nada, chega ao lado, olha para a porta e
viu o pai de Cido saindo, ele pareceu não gostar do que viu.
Os espectros parecem acelerar para o cemitério da Agua Verde,
outros três rapazes e uma menina acordam em seus caixões, eles esta-
vam se levantando quando Roger recebe uma ligação.
— Como estão as coisas Roger? – Sidnei.
— Novidades?
— Os nove mortos, levantaram dos caixões, como se não tives-
sem sido metralhados.
— Eles o que?
— É o que estou falando, algo aconteceu, isto lhe lembra algo?
— Sim, aquilo que o menino falou, quando ele faz não fica pro-
vas, mas quando ele se meche, fica muitas evidencias.
Roger olha para o delegado Moro e fala.
— Deixa eu ligar para o Secretario de Justiça, e quero uma expli-
cação de algo.
— Algo mudou?
— Sim, os metralhados da noticia de ontem a noite, os 9, se le-
vantaram dos caixões como se não tivessem sofrido nada.
— Mais complicação?

607
— Vou olhar, as mortes vão começar Moro, este é o estilo de al-
guém que todos querem prender, mas ele preso, não tem como o cul-
par de algo.
Um espectro segue Cido e em uma casa na viela do prédio, olha
para o senhor Pereira, e fala.
— Não entendi, eles se levantaram dos caixões.
Pereira olha para os filhos e fala.
— Espero que não tenham deixado pistas?
— Não entendi a ideia pai?
— O menino reformou aquilo, agora vale pelo menos 6 vezes o
que o menino me pagou, e se não tiver ninguém lá, posso vender de
novo.
— Isto não explicaria pai.
— Tem coisas que não se explica, e uma, um favor a um amigo.
O espectro sai dali, um surge na penitenciaria de Piraquara, olha
para o cela em que Moreira estava, o espectro apenas atravessa o se-
nhor a porta, e o vê cair, morto.
Roger estava chegando ao Ministério Publico e recebe a ligação.
— Fala Silva?
— Moreira acaba de ter um mal súbito e morreu em Piraquara. –
Fala o delegado Silva do Oitavo.
— O que acha que está acontecendo?
— Não sei, mas enquanto alguns voltavam a vida, parece que um
morreu sem motivos.
Roger olha a petição de Vaz ao ministério Publico, o auxiliar olha
para ele e fala.
— Não entendi, ele não parece querer tirar o menino de lá, pois
ele não deu motivos para o libertar.
— Reúne o pessoal, algo vai acontecer na cidade.
— Não entendi.
— Joaquim Moreira acaba de morrer em Piraquara sem motivo
algum, apenas passou mal de pé e cai morto.
— Acha que Vaz sabia e não quer o cliente solto?
— Alguém pode querer limpar a área, mas coisas estranhas es-
tão acontecendo.
O policial Plinio estava dirigindo para a central de veículos, e ba-
te o carro no da frente, que parou no sinal, o rapaz sai para discutir e
olha o senhor morto ao volante do carro da policia.

608
Cido chega em uma casa noturna na região do Rebouças, esta-
vam festando, Cido olha dois dos rapazes caírem para trás, se abaixa
como se procurando algo, e sente o corpo cair para trás, olha seu corpo
surgir num caminho e olha aquele ser negro falar algo indicando o ca-
minho, viu os amigos ali e caminham assustados no sentido da luz, ao
fundo, quando fixam os olhos, não conseguiram mais tirar os olhos do
trono e começam a caminhar para lá.
Pedro olha Mack e fala.
— Seu irmão não morreu Mack.
— Mas...
— Não tenho como explicar, mas sei que ele não morreu, devem
lhe informar isto logo.
— Mas afirmaram que ele seria sepultado hoje a tarde.
— Acalma, ele não morreu.
Pedro viu que cada um tinha uma cama, ele deita na que sobrou
e olha o teto, sente os espectros e eles vem a ele.

609
Amanhece sexta, Pedro preso, Gerson surge
no local e pede para falar com ele.
O delegado olha para o Juiz, sabia que as no-
ticias das mortes deixou muitos tensos, uma coisa
era dizer, o menino fez, outra, alguém fez e não se
sabe quem.
— Tudo bem filho.
— Tudo, mas saiba que eles filmam tudo
aqui.
Gerson olha em volta e pergunta.
— O que fez filho?
— Não sei ainda, meu advogado não veio
ainda, não sei se não o deram acesso ou ele não
tinha o que me falar.
— Os filhos do senhor Pereira apareceram mortos ontem em
uma casa de show, todos dizem que foi você.
— Devo ser um ser super poderoso.
— Paula diz que não foi você, que não tem seu cheiro, que tem
cheiro de morte, não entendi.
— Nem eu, ainda não entendi, me acusaram de matar quem me
gerava um lugar para dormir.
— Nick acordou no caixão.
— Ele o que? - Pedro olhando o pai.
— As vezes esqueço que sabe das coisas – Gerson olhando a au-
ra do filho dizendo que ele mentia – e as vezes nem se informa.
— O que quer pai, não me procura se não quer algo?
— Me preocupo em você deixar tudo isto a desconhecidos.
— As vezes acho que no fim, vou ser um cara triste em uma cela,
esperando o mundo melhorar para sair.
— Sei que eles estão fazendo obras que você conseguiu, mas
não entendo como?
— Quando você tem ideias e elas geram recursos, e você sabe
que não pode deixar os recursos na conta, pois um pai os torraria, ape-
nas investimos onde dá.
— Dizem que você matou Moreira ontem.
— Porque eu o mataria?
— Não entendi, mas tem gente apavorada lá fora.

610
— Não exagera pai, eles nem devem saber o que está aconte-
cendo, devem pensar que foi alguma droga que tomaram, Pereira está
bem?
— Sim, ele está.
— Eu nem conhecia os filhos dele, tratei poucas coisas com o Pe-
reira, mas ainda tenho de acertar parte de uma compra com ele, nem
minhas dividas se extinguem sozinhas.
Gerson sai dali e na sala do Delegado ele olha o Juiz e pergunta.
— Sabe que não temos mais motivos para o manter.
— Acho que não entendi o problema, primeiro nos pressionam
para o manter, agora parece que todos sumiram.
Raquel olha para a mãe e fala.
— Acho que Pedro não gostou do que falei ontem.
— Todos achavam que ele tinha feito filha.
— Ele nem dormiu lá, talvez nem tivesse dormido e não ouvi ele,
as vezes ele nem se defende.
— Está gostando dele.
— Ele não fica falando em sexo mãe, não fica com conquistas,
ele ontem trabalhou o dia inteiro, e ninguém acreditaria.
— Ele pelo jeito nem entendeu o acontecido.
— Mãe, ele estava falando em ser uma pessoa bem de vida, mas
que teria muito trabalho na maioridade, a maioria quer ficar no sofá.
— Tem de cuidar com os sentimentos filha.
— Ele sabe o que faço mãe, ele não me cobra coisas assim, mas
logico, me quer evoluindo.
— Ele sabe?
— Difícil que alguém não saiba, mas a diferença, ele sabe que
quando jovem, se tem ideias e coragem de enfrentar, depois viramos
mais moles.
— E acha que ele sai de lá?
— Logico, acusado de assassinar gente que se levantou.
— Certo, as pessoas não entendem isto, mas ninguém está en-
tendendo nada.
Na vila, no centro comunitário, os filhos do senhor Pereira esta-
vam sendo velados, ele olha os filhos sem entender e olha Nick entrar
pela porta.
O senhor olha as senhoras ao fundo e uma fala.
— Quem sabe seja um sinal de milagre senhor.

611
Pereira olha a senhora, não entendia aquilo.
Pedro na instituição, olha para a os demais, para a câmera, sente
o espectro e este surge a frente dos rapazes, no caminho do trono e
olha para eles.
— O que fizeram que morreram sem sinais de morte?
O Tsaphkiel as costas fala.
— Não podem conversar, caminhem ao trono.
— O que o ser falou.
— Para não conversarmos, pois tem de andar ao trono, enquan-
to não olhar para o Trono, ainda tem chance de renascer.
— Mas já olhamos.
— Sim, mas eu interrompi o olhar, ele não vai ficar feliz, mas a
pergunta, querem morrer mesmo?
— Mas como voltamos. – Um dos rapazes ao fundo.
— Sentem e conversamos.
O espectro senta e Tsaphkiel olha para ele, não o via perfeita-
mente, era como se alguém intervisse no caminho para o Trono, diante
do Príncipe dos Tronos, o ser observa pois era sinal de mudança.
Os rapazes olham o ser, mas ele não chegava perto, muitos hu-
manos passavam, parecia um caminho movimentado todo dia.
— O que quer dizer com morreram?
— Vocês devem lembrar, vocês estavam em uma casa noturna, e
apagaram, este caminho, quando chegarem a luz, que de longe parece
um trono, é renascer, contemplar pela eternidade, ou exclusão, algu-
mas almas não merecem uma segunda chance.
— E não saberíamos antes de chegar lá.
— Ninguém está aqui porque quer, pois este caminho gera al-
mas cada vez mais evoluídas, e ao mesmo tempo, um pequeno contro-
le.
— E como voltamos?
— Tem de esperar, vão ser chamados aos corpos, mas se estive-
rem muito a frente, não voltam.
Os rapazes olham o ser sumir a frente deles e Tsaphkiel falar al-
go, que eles não entenderam, mas ficaram ali a olhar os demais pas-
sando, as vezes famílias inteiras, as vezes, gente sofrida, os mais velhos
pareciam mais leves ao passar, os mais novos, mais pesados.
Nick olha para o corpo dos rapazes, sabia que foram eles, mas
olha para Pereira e pergunta.

612
— Porque Pereira?
Pereira olha descrente, o rapaz sabia.
— As vezes nos oferecem um novo caminho, tem de entender
que isto faz parte do evoluir.
Nick olha para os filhos do senhor mortos e fala.
— Isto é evolução?
O senhor olha os filhos, não, ele entendeu e pergunta.
— Mas como sabe, como voltou?
— Eu ouvi um menino no caminho, ele apenas me narrou o
acontecido, mas a pergunta Pereira, vai tomar jeito?
— Mas o que ele poderia fazer.
— Alguns ele não consegue trazer de volta, você que decide Pe-
reira, pois não sei fazer isto, o único ser que consegue, vocês acabaram
me colocando contra, e se duvidar, ele nem se inteirou de todo pro-
blema ainda, pois está preso.
A senhora ao lado olhava assustada, pois Pereira pareceu olhar
os filhos e fala.
— Mas como ele saberia?
— Temos um acordo de paz Pereira?
— Sim.
Pereira olha Raquel entrar, ao lado dela duas meninas que havi-
am em teoria morrido, ela chega ao lado de Nick e fala.
— Vai parar de brigar com o pequeno Pedro.
— Ele é mais do que todos falam, agora sei disto.
Raquel olha em volta, aquele cristal por baixo da roupa a fazia
ver espetros presentes, seres estranhos ao fundo, e um pequeno anjo
olhando tudo bem ao fundo, mas ela não encara o pequeno arcanjo, já
que em teoria ela não o via.
Raquel olha os espectros tocarem os seres, viu os mesmos se
agitarem, todos viram os 3 rapazes tremerem nos caixões, e voltarem
assustados a vida.
Nick sai dali e Raquel olha para Pereira.
— Tem de considerar Pereira, que alguns ele não vai trazer de
volta, então pensa antes de tentar algo assim de volta.
— Quem não vai voltar? – Pereira.
— Loco, Cido, Plinio, não sei dos fora da vila. – Raquel.
Pereira olha para os filhos, ele não sabia o que acontecera, mas
algo sobre-humano aconteceu e Roger recebe uma ligação no ministé-

613
rio publico, ouve a colocação de Sidnei, olha em volta procurando um
motivo, não fazia sentido, se fossem os culpados, porque eles voltaram
a vida e olha para o auxiliar e fala.
— Anota mais uma daquelas coisas estranhas.
— Fala.
— Os que estavam velando na associação de bairro Vila Pinto,
levantaram hoje novamente dos caixões.
— Mais uma coisa estranha na cidade que nada acontece, nin-
guém vê nada.
As pessoas olham em volta no que era um funeral, vendo o pai
abraçar os filhos, eles olham em volta, e Pereira abraça eles e fala.
— Nem sei ainda o que os trouxe de volta.
— Também não pai, mas algo nos parou no caminho para a
eternidade, não entendemos ainda.
— Alguém? – Pereira.
O rapaz olha em volta e fala baixo.
— Não tenho certeza, parece um sonho, mas parecia um espec-
tro de Pedro Rosa, mais velho, uns 31 anos.
— Esqueço que este menino é mais do que falam, mas vamos
para casa, não sei ainda o que falar, e todos nos olhando, não combina.
Um dos rapazes olha-se em um terno e fala.
— Juro não por um terno na minha vida, nunca mais, enquanto
vivo, sei que não trará boas lembranças.
A família sai dali e vão para a casa deles.
Algumas pessoas olham como se fosse o segundo milagre daque-
le lugar, mas os corpos de Cido e o pai, não se levantaram no cemitério,
Moreira não acordou ao enterro, apenas uma moça ao fundo, que
descobre naquele dia, que era filha daquele marginal, e foi lá providen-
ciar o enterro dele.
Nick chega em sua casa e olha a filha e fala.
— Problemas?
— A mãe estava me contando uma historia, mas queria deixar
bem claro pai, não tenho outro pai na minha vida.
Nick a abraça e fala.
— Quase perdeu os dois junto, mas algo estranho aconteceu, e
não tenho ainda como perguntar.
— Acha que foi o menino?

614
— Ele fez, como não sei, mas fez, eu duvidava, mas o que aquela
voz dele me falou enquanto caminhava pelo corredor, rápido e com
tanta informação para o corpo, aconteceu hoje.
Fatima o abraça e fala.
— Sei que agradeço você ter voltado amor.
— Sei disto, mas estranho me sentir melhor hoje do que antes
de ser metralhado, estranho ter marcas de corte que não tinha.
— E o menino, vai sair ou não?
— Ele deve estar lá para não ser acusado, mas tem hora que as
coisas vão se complicar.
— Quais?
— Filha, quem acusou o menino, foi Cido, ele morreu, os demais
voltam a vida, mas quem fez a denuncia, não.
— E o menino não vai pelo jeito aliviar com alguns.
— Ele sempre soube que alguns, não se pode aliviar, Plinio é da
policia, ele alivia agora e tem todo peso da policia nas costas.
Vitor era diretor da parte Tribuna do Povo, que fora comprada
pela Gazeta há dois anos, e é chamado pela direção da Gazeta.
Ele olha os diretores e um olha para ele serio.
— Vitor, precisamos de sinceridade, tem envolvimento neste es-
cândalo?
— Não controlo o conteúdo, vocês que os barram, sabem disto,
mas qual o problema?
Os diretores estavam ali em apenas 5 dos 12, os demais detidos
por dinheiro sem procedência.
— Precisamos de alguém na presidência do complexo, não po-
demos esperar o escândalo esfriar, e precisamos de alguém que consi-
ga erguer este jornal, estamos afundando.
— Terei liberdade editorial, pois é a censura que está acabando
com os dois periódicos.
Os senhores se olham e um as costas fala.
— Sim, precisamos de algo que movimente o jornal, e não sei se
teria uma ideia do que por nele.
— Tenho de falar com o pessoal da edição dos dois grupos, sei
que tem coisa que não narramos, e tem coisa que não publicamos, tem
coisa que deixou de ser novidade, mas tem coisa que ainda temos co-
mo narrar, estamos no estado mais agitado politicamente e estamos
virando as costas para isto.

615
— Mais agitado? – O senhor ao fundo.
— Candidato ao senado preso, já nos tornaria destaque, ele sen-
do o ultimo governador, de par a par a alguns, a oposição crescendo ter
sofrido um atentado, nos gera destaque em todos os demais jornais,
menos no nosso, agora temos o candidato envolvido em compra da
imprensa, isto é um daqueles escândalos que venderia jornal, por isto
eu quero saber, tenho liberdade?
O grupo se olhou, entenderam, eles seriam parte do assunto e o
senhor ao fundo fala.
— Sim, por mim terá liberdade, perdemos bons repórteres por
esta censura, idiota e desmedida. – O senhor olhando os demais.
Eles concordaram e Vitor chama o redator chefe e os repórteres
a uma reunião e os comunica, estava na direção do Jornal, e começa
olhando para o redator chefe.
— Sei que não nos conhecemos, mas a ideia, tentar tirar o jornal
do buraco, então precisamos de destaques, e sem censura agora, va-
mos ao ataque, mesmo contra diretorias que se faziam de amigos, mas
os desempregados seriamos nós, então pega tudo que dê, começa a
selecionar e vamos conversar sobre o jornal de amanha.
O senhor olha para os repórteres e fala.
— Acha que temos de destacar o que?
— Uma capa para chamar a atenção, temos pelo menos 4 coisas
que mechem com a cidade, a prisão do es governador, a prisão de re-
pórteres que se venderam, os mortos que ressuscitam com a morte do
delator, e a morte do maior contrabandista da cidade, sem explicação
aceitável.
— Os quatro na capa? – O redator.
— Sim, a gazeta vai mostrar a parte real, sem esconder dados, a
Tribuna vai mostrar as mortes, os corpos, os seres algemados, o corpo
do senhor ao chão da cela, sem explicação ainda relatada, mas com
poucas respostas das autoridades.
— Temos liberdade na parte politica? – Um repórter ao fundo.
— Sim, quero destaque ao que os 6 candidatos estão fazendo, o
que o atual governador fez ontem, pois olhando para a BR277 ontem,
via uma coisa, hoje outra, e foi apenas um dia desde o colocar da rodo-
via no Diário Oficial.
— Não entendi. – O rapaz.

616
— Sei disto, comecem a me dar dados, e alguns que quero saber,
é se tudo que falam no litoral, é real ou apenas maquiagem, estão fa-
lando que teremos a maior capacidade portuária de contêiner do Bra-
sil, e não vi ninguém falando disto, estão falando em ferrovia ligando
Joinville a Paranaguá, não vi isto em nosso jornal, ouvi que esta Ponto
Construtora, chegou ontem com a rodovia que ligará a BR 116 a Anto-
nina, e não temos nada.
— E a parte social?
— Me confirmem um dado, dizem que aquele pirralho do Pedro
Rosa, engravidou a filha do Desembargador Ribeiro, alguém me con-
firma isto.
— Está falando serio? – Hector, responsável pela coluna social.
— Sim, outra coisa que não entendo, toda a mídia mundial fala
que teremos em Matinhos, em Janeiro, final dele, o desfile da joia que
deve ser a mais cara já confeccionada no mundo, feita pela empresa
Rosa Joias, não temos nada nos Jornais Nacionais ainda.
— E quando valeria esta peça? – Hector.
— Estimativa de um especialista Frances, pode chegar a um bi-
lhão de dólares, é um colar de diamantes, com aproximadamente 2
quilos de diamantes.
Hector anota e fala.
— Verifico, se for real, teríamos um bilionário a mais em Janeiro
no estado.
— Dizem que a coleção total, pode chegar a dois bilhões, então
verifica.
O redator olha para Vitor e pergunta.
— E temos permissão de falar do governador?
— Vamos, e preciso que me selecione alguém, de preferencia
que tenha conhecimento do acontecido, para fazer um mea-culpa na
pagina 3, do jornal de amanha.
— Acha prudente?
— Se queremos dizer que somos narradores da verdade, preci-
samos confessar nossos pecados, pois senão não adianta uma boa ca-
pa, pois não vai funcionar.
— Verifico, pode ser alguém de fora?
— Alguma ideia? – Vitor.
— Perguntar para Yuri se ele não narraria sua demissão.
— Sabe que pode sobrar para você esta visão?

617
— Um mea-culpa sem sobrar para nós é apenas algo sem força
senhor Vitor.
— Certo, me levantem os dados, vou a Tribuna que ainda temos
de terminar a edição de amanha.
— Algo importante?
— Lá também sofríamos a pressão, e isto quer dizer, muito não
foi narrado no ultimo mês.
Vitor sai dali atravessando internamente de um prédio para o
outro.
Lucas chega a região da BR116 para verificar o andamento da
obra e olha que o porto seco estava pronto, bem ao fundo do imenso
viaduto, imenso pela altura, pois passava ali carros, trens, e tudo em
uma armação a mais de 8 metros do chão, o entroncamento deixava
bem claro o que se pretendia, pois uma rodovia coberta de placas de
energia, com sistemas de captação de vento, fazia daquele lugar algo
estranho, não parecia moderno, parecia funcional.
O secretario de obras chega ao governador e fala.
— Vai até Antonina, quando se junta com a BR101.
— Disto que falei secretario, olha em volta.
O senhor olha e fala.
— Está querendo avançar bem.
— Escreve, tudo que pudermos não atrapalhar, vamos fazer,
pois eles querem nos fazer esta estrutura, passando por Curitiba, onde
pelo que entendi, eles vão chamar a volta pela esquerda de BR 277 e
pela direita, BR376, mas a 116 passa sobre elas, sobre a estrutura anti-
ga, e continua até Santa Catarina, é como se o trecho da BR116, fosse
ficar como aquela ali, mas com a estrutura baixa somando.
— E quem está investindo pesado assim?
— Rosa Inc. através da Ponto Construtora.
— Vai ser algo grande pelo jeito.
— Secretario, esta obra aqui, é para permitir eles inaugurarem o
Porto no dia das Crianças.
— Algo para lhes levar as cargas?
— Pelo que ouvi sim.
— Verifico, soube que não está pronta ainda no todo, mas deve
ter algum problema no meio. – Secretario.
Os dois olham o diretor da rodovia BR116, ou Regis Bittencour
como alguns chamavam, e ouvem.

618
— Vieram ver a obra?
— Juro que as vezes me assusto com o poder de alguns. – Lucas
olhando o senhor.
— Deve ser o novo governador.
— Sim.
— Juro que quando assinamos o acordo para isto, pensei em al-
go demorado, mas pelo jeito, eles trabalharam a noite inteira, pois
estão colocando as bases e as estruturas para erguer a rodovia até
Registro.
O governador olha o secretario e fala.
— As vezes temos de nos posicionar, me alertaram que poderí-
amos aproveitar o momento e fazer isto.
— O momento? – Teixeira.
— Eles fizeram estas formas, para erguer parte da BR101, então
as formas estavam prontas, os funcionários ativos, era a hora de enca-
rar de uma forma mais barata, pois eles demoraram para começar,
temos 3 modelos de bases, dependendo se está sobre a rodovia, se
está sem as linhas de trem abaixo, e se é apenas aérea.
O diretor olha para os rapazes ao fundo e fala.
— Então era aproveitar e tentar algo maior?
— Senhor, esta rodovia que surge a leste, vai até Antonina neste
momento, Antonina já está com a Rodovia da BR101 ligando a Santa
Catarina, então é como se eles tivessem ligando este trecho, a Santa
Catarina, sem passar em Curitiba.
— Acha que eles terminam?
— Senhor, sei que obras as vezes param, mas por isto da pressa,
se conseguirmos inaugurar trechos, é ganho, e este até Antonina é um
ganho e tanto em tempo para quem vai a Santa Catarina.
— E qual a pretensão deles? – O senhor.
— Que os caminhões usem este porto seco, onde eles organizam
em contêiner e preparam as cargas dos que vão chegar, a ideia deles,
ter as coisas organizadas para entrada e saída rápida, não sei se tere-
mos tanto movimento, mas a ideia por si, muda a forma de encarar o
transporte local de cargas.
— E veio ver?
— Sim, sei que vocês já terminaram parte das obras da BR101,
agora é nossa vez de tentar a terminar.
O senhor olha o rapaz das obras e fala.

619
— Eles sinalizaram a rodovia inteira em um dia, eles devem ter
erguido mais de 100 bases que estão concretando aos poucos, sequen-
cialmente, nunca havia visto esta agilidade, talvez tenha razão, eles
tem os moldes, e talvez isto explique parte da rapidez, mas eles não
pararam as obras a noite inteira.
— Eles estão erguendo a ponte sobre a baia de Antonina com a
mesma presteza, as vezes até nós nos assustamos.
O governador olha as obras e ouve a pergunta do secretario.
— Porque o Alberto era contra isto?
— Não entendi, juro que não entendi.
Pedro olha o rapaz da instituição falar que ele teria o interroga-
tório em uma hora, ele olha os demais e pensa se deveria sair ou não,
ele pensa, puxa para ele todos os espectros de informação, deixando
apenas os milhares de execução, pensa no que iria falar.
Pedro é conduzido a uma sala, o juiz a ponta, o delegado a fren-
te e o senhor fala.
— Seu advogado deve estar chegando, mas teria alguma recla-
mação?
— Fora ter sido colocado numa instituição sem dizerem o que
fiz, sem me ouvirem, sem direito a privacidade, nada.
O juiz viu que o menino não pegaria leve e fala.
— Tem seus direitos menino, apenas não gostamos de deixar as-
sassinos soltos? – O Juiz.
— E porque você, Juiz, assassino de Pedroso Filho, nunca foi pre-
so, confessou e os demais juízes o soltaram, não me venha falar de leis,
elas não funcionam nesta nação, senão não seria juiz, seria presidiário
a no mínimo 6 anos.
— Exijo respeito.
— Então pede a conta, pois eu não respeito assassino confesso
que se esconde na barra da saia da mãe também juíza.
O Delegado olha o menino, iria falar algo quando Roberto Vaz
entra pela porta.
O menino olha o advogado, a aura tranquila o deixa mais tenso
do que o normal, mas talvez ele quisesse guerra, os demais paz.
O juiz começa perguntando o nome do menino, endereço, es-
tranhou o mesmo, idade, profissão, a qual o menino respondeu empre-
sário, e não estudante, como já fizera antes em outros depoimentos, o
senhor olha serio para Pedro e pergunta.

620
— Sabe as acusações que pesam sobre você?
— Como falei antes informalmente, não, não me comunicaram,
então eu estou preso por que um dos dois ai, não queria eu na rua, não
por uma lei qualquer.
— Respeito menino, está em um depoimento serio.
Pedro olha Vaz que pergunta.
— Qual acusação Juiz para manter um menor de idade preso? –
Vaz olhando o senhor.
— Existe uma denuncia seria.
— De matar pessoas que estão vivas? – Vaz.
— Temos de analisar os dados.
— Tem de escolher Juiz se quer mesmo perder as regalias de
uma instituição fácil, pois se ele se mantiver mais um dia aqui, minha
petição de sua incompetência, chega a promotoria, seu histórico vai
pesar e não quero saber de Juiz chorando por suas incompetências
após.
— Exijo Respeito.
Vaz sorri e fala novamente;
— Tem de escolher vosso magnânimo Juiz se quer mesmo per-
der as regalias de uma instituição fácil, pois se ele se mantiver mais um
dia aqui, minha petição de sua incompetência, chega a promotoria, seu
histórico vai pesar e não quero saber de um magnânimo Juiz chorando
por suas incompetências após.
O senhor bate na mesa e Vaz fala.
— Isto é uma ameaça magnânimo Juiz, pois quem esta fora da
lei do menor e adolescente é esta instituição.
O delegado olha o advogado e fala.
— Tínhamos uma denuncia seria senhor Vaz.
— Ela se torna falsa, quando da revida dos tidos como mortos, e
ninguém afirmou ver o menino lá, então a acusação se determina falsa,
e vocês fazem de conta que não receberam esta indagação, ele fica
mais um dia na detenção e ainda o chamam a depor como se houvesse
algo a perguntar, a acusação é de assassinato de pessoas que estão
vivas, qual a acusação, esta a minha pergunta Delegado?
O juiz sabia que esta era a acusação, mas parecia querer algo
que não teria ali.
— Temos de estabelecer onde ele estava na data.
— Motivo? – Vaz.

621
— Parte do inquérito. – O Juiz.
— Que inquérito Juiz, não existe inquérito, a acusação se tornou
nula, com os rapazes surgindo vivos, não existe inquérito, este que
nomeou no começo, pois não existe as mortes.
— Acha que manda aqui senhor Vaz?
— Explicando o que vai dar errado, ao Juiz responsável, mas não
se preocupa Meritíssimo, não somos pessoas com pressa, somos siste-
máticos, e quando amanha, eu tiver de vir com o avô do menino, não
vai ser comigo que vai falar senhor meritíssimo, vai ser com o General
Rosa em pessoa.
— Isto é uma ameaça.
— Não, ele vira se ele estiver aqui, ele disse que viria a cidade e
falaria com seu neto custasse a cabeça que custasse, e ele continua
detido sem esclarecimento, apenas palavras bonitas, mas sem conteú-
do senhor meritíssimo Juiz.
Pedro quieto mostrava a Vaz que ele não queria pesar contra,
sinal que ele já falara demais, e o Juiz fala.
— O menino me destratou.
— Menor, quantas cestas básicas senhor? E ainda vamos contes-
tar o destratou, terá de por em um inquérito as palavras e provar que
foi um destrato.
O delegado olha para o Juiz que entendeu, o manter ali seria
mais complicado.
— Estou considerando o inquérito encerrado e estabeleço o sol-
tar do menino, se precisarmos o chamamos a depor.
Pedro não respondeu, eles não perguntaram nada para ele.
Os dois saem e Pedro fala.
— Ficar quieto é difícil as vezes.
— Havia irritado o Juiz.
— Um assassino confesso me acusar de assassinato é no mínimo
irritante, ainda mais de assassinatos que não cometi.
— E eu achando que ele estava bravo comigo ali.
Pedro olha Vaz e fala.
— O general vem mesmo?
— Ele não confirmou ainda.
— Meu advogado está pegando o jeito, já mentindo em depoi-
mento formal.
— Você não falou nada além de seu nome no depoimento.

622
— E como estão as coisas?
— A imprensa na porta, o que mais.
— Não tem como sumir?
— Sei que você tem estes truques, mas não sei se seria aconse-
lhável neste momento com todos olhando.
Pedro toca o peito, caminha calmamente até a frente, tira os ca-
bos da filmadora da TV, tira as baterias dos celulares e câmeras, e volta
ao mesmo ponto.
Pedro olha para Vaz e fala.
— As vezes, eles deveriam respeitar meu silencio.
— Certo, mas o que vai falar?
— O que o governador não quer ouvir.
Vaz olha desconfiado e os dois param a frente e um repórter pa-
ra a frente do menino e pergunta.
— Uma entrevista menino?
— O que gostaria de saber?
— Porque das armações a respeito da sua pessoa.
Pedro olha em volta e fala.
— Para que falar, a câmera está no pause – ele olha em volta –
parece que ainda não querem filmar nada.
O câmera olha que estava mesmo no pause, pois dizia sem ener-
gia, olha para o cabo desligado, sem bateria e o repórter ao lado per-
gunta com o caderno a mão.
— Anotamos a resposta.
Pedro estranha, o rapaz tentava por a câmera para funcionar,
Vaz não entendeu nada e o menino fala.
— O problema não deveria virar crime, mas tudo tem haver com
um irmão que não conheço, que meu pai teve com a es primeira dama
do estado, o governador nunca perdoou isto, agora parece estar meio
fora de controle, nos acusando de coisas e usando aliados para isto,
mas ainda acho que não entendo de sexo para opinar.
— Alguns colunistas afirmam que o filho de Rita Ribeiro, filha do
desembargador Jose Ribeiro, é seu filho, o que tem a dizer sobre isto, já
que não entende de sexo.
— Ela não me afirmou nada ainda, namoramos, mas acabamos e
não nos falamos muito depois, se for real, vou ter um filho de minha
primeira vez, apenas isto, continuo não sabendo nada de sexo para
opinar, mas se for meu, assumo.

623
Vaz viu a forma fria do menino encarar aquilo, e o rapaz ao fun-
do pergunta.
— Esta dizendo que pode ser irmão de Ricardo Richa?
— É o que as más línguas da cidade falam, mas nunca falei com
Ricardo, ele e bem mais velho que eu.
O repórter ao fundo pergunta.
— Saberia a causa morte de Joaquim Moreira.
Pedro olha o repórter e fala.
— Dois pontos, estava detido, segundo, não sabia que ele havia
morrido, sinal que duas meninas perderam o pai hoje, não é uma coisa
boa de falar, e parece que terei de ajudar uma funcionária a mais.
— Uma funcionaria, confirma que você é dono de uma empresa?
— Eu tenho uma empresa, mas estou acumulando recebíveis,
pois ainda não tenho idade para receber um salario e não o ver sumir
de minha conta.
— E qual seria ela?
— A pergunta de ouro, ou diamante, mas é uma boa empresa,
não temos propaganda dela ainda, embora alguns amigos entraram em
um complexo de ideias, que alguns apontam para mim, mas vocês es-
tão diante do verdadeiro Pedro Rosa, e imagino a decepção, sou uma
criança de 13, ainda crescendo, mas ainda a criança que vai para a oita-
va serie todo dia, que come no restaurante popular, que anda com
roupas que acha confortável, mas não de marca, e que está cansado,
me dariam licença, preciso descansar.
Vaz viu o rapaz abrir caminho.
O rapaz da Gazeta olha para o papel e liga para Hector.
— O que tem Luís?
— Ele afirma algo mais pesado do que poder ser o pai da menina
do Ribeiro, ele afirma que Ricardo Richa, é seu irmão.
— Tem certeza disto?
— Ele disse que este é o motivo da briga do governador com ele,
por um caso da primeira dama, com o pai dele, antes dele existir.
— E referente a ser o pai da criança?
— Ele é uma criança Hector, ele afirma que se for, terá um filho
de sua primeira vez, falou com estas palavras.
— Vou pensar em algo, tem uma imagem do menino?
— Sim, mas ele parecia meio abatido, ele passou 3 dias em uma
instituição de menor, e ninguém perguntou nada sobre a detenção.

624
— Certo, todos sabem que a acusação perdeu o foco, mas vou
pensar em uma reportagem, e se tiver a foto, facilita.
Vitor acerta as duas versões, uma mais contida, outra mais a
fundo no crime, e vão as linhas de edição.
Magalhães olha para o advogado chegar e pergunta arrogante.
— Quando saio daqui, não mandam mais?
— Não sei ainda o que fez Magalhães, mas a direção está me ti-
rando de sua defesa, mandaram lhe alertar a procurar um advogado, e
as palavras não são boas, então apenas alertando, saio da sua defesa,
pode ficar bravo, mas não faço mais parte da sua defesa.
— Que absurdo, eles acreditam nestes dai?
— Roberto filho falou que não dará defesa a um Pedófilo que
para omitir suas fugidinhas, mataria as meninas em um incidente or-
questrado, então passar bem senhor Magalhães.
Magalhães olha para o advogado sair, ele não sabia quem cha-
mar, ele nunca gastara com seus desvarios, a empresa sempre conse-
guia alguém, e pelo jeito muitos tinham falado, ele não tinha os depoi-
mentos e agora estava em uma cela particular.
O es governador olha para o advogado que fala.
— Porque disto Alberto, para lhe defender preciso saber o que
eles vão acusar, cada dia algo diferente e mais sujo.
— O que foi agora?
— Dinheiro da Fundação Cultural nas contas particulares de mais
de 20 pessoas ligadas a imprensa, dinheiro do BNDS na conta de al-
guém que atentou contra um adversário politico, pior, todos com com-
provação de autorização sua, agora a afirmação do menino que a per-
seguição pode ser por motivo fútil, um filho num passado distante, de
Gerson Rosa, que você criou.
— Quem declarou este absurdo?
— Pedro Rosa, saindo de uma instituição de Menor, ainda tem o
seu dinheiro na conta de Joaquim Moreira, morto ontem, ainda não
conseguiram descobrir o que o matou na penitenciaria.
— Como não sabem?
— Estava olhando pelo corredor, cai morto, sem um pio, apenas
caiu morto.
— Acha que escapo?
— Terá de ser convincente quando conseguirmos a liberdade
condicional, e conseguir se eleger, pois se não se eleger, vai ter pro-

625
blemas com a justiça comum, não terá fórum especial e sabe que estas
provas atuais, já lhe condenam por financiar um atentado a vida, por
exploração de Jogo Ilegal, por compra do silencio da imprensa, com
dinheiro publico, ai entra improbidade, entra outros crimes pequenos,
dai tem os documentos da mina ilegal, com um contrato em seu nome,
não sabe que não se coloca estas coisas nos nossos nomes Alberto?
— Pegaram muitas pegadas?
— Eles estão lhe mantendo aqui, pois prenderam 20 pessoas da
imprensa estadual, do Presidente da RPC ao Presidente da Gazeta do
Povo, a própria Gazeta, parece que vai atacar os antigos diretores, para
não fechar as portas de vez.
— Nestas horas nem quero ver as pesquisas?
—Ouvi um rapaz do Carvalho falando que os institutos estavam
com uma tabela errada de estatística para o Senado, temos de fazer
algo a respeito, mas ele disse que eles entrevistaram e perguntaram
para as pessoas para quem votariam em primeiro e segundo, somaram
tudo e fizeram a pesquisa, erraram nos pesos, não entendi o erro ain-
da, mas vou olhar, pois Carvalho acelerou a campanha dele.
— A raposa é esperta, ele viu que eu estaria em queda, e resol-
veu ir ao ataque.
— Mas se cada dia aparece algo diferente Alberto, como monto
sua defesa?
— Me tira daqui, eu fora posso fazer algo.
— Ou se complicar mais.
Alberto olha em volta e fala.
— Sei que devem estar todos me querendo pelas costas, sinal
que se me eleger, minha região pesou mais que a capital.
O advogado sai do corpo de bombeiro onde Alberto estava deti-
do e vai a delegacia e olha para Roger.
— Lhe colocaram nisto? – Tiago, o advogado de Alberto.
— Todos sabem que eu acabo inocentando os demais, pois não
admito erros de processo e de instancia, mas parece que seu cliente
achava que não se atreveriam o investigar, ele não escondeu nada.
— Ele pelo jeito deu um tiro no pé, mas os direitos dele estão
sendo descumpridos.
Roger olha Tiago e fala.
— Soube que acharam dinheiro do seu cliente na conta de Cido,
ele deu apenas 3 telefonemas de onde está, e um deles, direto a Cido,

626
não entendo tanto ódio, tanta infantilidade e irresponsabilidade, sei
que deve estar difícil o defender.
— Somando mais problemas?
— Sim, tem mais coisas ai, Moreira preso, recebe de duas pesso-
as, que não deveriam por dinheiro na conta dele, se cuida Fabio para
não se meter em encrenca.
— Quem pagou ele também?
Roger olha Tiago e fala.
— Ainda sigilo, mas as coisas não estão acalmando e o menino
agora está na rua de novo.
— Acha que ele vai aprontar algo?
— Como dizem por ai, ele não deixa rastros, seu cliente, deixou
muitos, eu tenho de achar rastros de gente como Moreira e Pedro Ro-
sa, manda o seu cliente fazer melhor, ou ficar quietinho nestas horas.
Tiago sai e olha a imprensa, passa sem falar nada, vai à promoto-
ria e entra com pedido de habeas corpus.
Pedro e Vaz chegam ao prédio da Marechal Deodoro, aquele lu-
minoso rente a fachada, de 22 andares, eles sobem a cobertura e Pedro
olha Carla lhe olhar e sorrir, ela achava que eles estava preso, mas sa-
bia que era importante a inauguração e foi, Cristiane olha ele, Sergio
que conversava com Roseli olha para ele, Pedro olha Kelly, ela não
estava bem, e sabia que tinha de apoiar a moça, e não teria como falar
nada naquele momento.
Carla o abraça pela frente e fala.
— Como está?
— Tentando me portar como alguém que não acabou de sair do
Juizado de Menores.
— Acha que eles descobrem quem foi?
— As vezes queria apenas sumir, hoje vou ficar pouco, como es-
tá, o que seus pais acharam?
— Eles não entenderam nada, mas é obvio que tem gente que
eles ouviram falar, e não adiantei ainda o que fazemos.
Pedro olha em volta e fala.
— Precisava estar bem para encarar isto naturalmente.
Vaz sorriu e olha o grupo, grande, muitas coisas que nem ele sa-
bia ser parte do grupo, mas quando se soma mais de 40 empresas em
um prédio, onde os 3 primeiros são de uma empresa de joias.

627
Vitor olha Rafael, um repórter de rua chegar a ele, sempre foi
acessível aos repórteres.
— Podemos falar?
— Sim.
— A Rosa Inc. está neste momento inaugurando um prédio na
Marechal Deodoro de 22 andares, reformado, e com um letreiro de 22
andares para a rua, escrito apenas Rosa Inc.
— Acha que é algo grande?
— Estava olhando, entraram para a recepção no vigésimo se-
gundo andar, de Requião a atual governador, de Roseli Paz a Roberto
Paz, a família inteira do Cecílio, os Demeterco, os Macedo, os nomes
principais que o menino atraiu.
— E o menino?
— Chegou a pouco.
— Direto da detenção para uma inauguração, ele não tem medo,
consegue tentar algo lá?
— Isto que vim pedir apoio, sozinho não consigo.
— Consegue um fotografo e alguém que entenda dos nomes da
cidade, pois pelo jeito, ninguém também nos passou o dado que a Rosa
Inc. inaugurava sua sede em Curitiba hoje.
— Vou lá.
No salão, Requião chega ao menino e fala.
— Saiu, assim me preocupo menos.
— Como estamos candidato.
— Ainda em primeiro, eles não vão chegar a mim este ano.
— Cuidado apenas para não perder para a arrogância.
Requião fecha a cara e o menino não dá bola, estes políticos de-
veriam ser menos de açúcar, pelos pensamentos de Pedro.
Ele olha o prefeito da cidade chegar, agora sim era uma reunião
politica e caminha até o governador Lucas.
— Como estamos na minha ausência Lucas?
— Fui a obra da rodovia que alguns estão chamando de PR340.
Acho que somente quem viu aquilo, está entendendo a complexidade
da ideia.
— Governador, eu não fui lá ainda, eles devem terminar em 15
dias ainda, então não fui olhar ainda, certo que olhei um erro de funda-
ção, mas já estão concertando segundo os engenheiros.
— Mas está ficando lindo.

628
Pedro sorriu e fala.
— Conhece o prefeito da cidade?
Pedro sabia que este era um momento que o irritava, ele não
dormira direito nos últimos três dias, então olha o prefeito esperando
bomba e tentando manter a calma, que não lhe era costumeira.
O prefeito olha descrente e pergunta.
— Vai me dizer que este pia é Pedro Rosa?
— Sim.
O senhor olha descrente e fala.
— E com quem trato o problema da construção da ampliação da
BR 277 e contorno norte?
— Com os engenheiros se for problema. – Pedro.
O governador sorriu e o senhor falou.
— Sabe que temos problemas de permissões do instituto ambi-
ental que não respeitaram.
— Qual? – Pedro encarando o senhor.
— Quem é o engenheiro?
— Não sabe qual, e fala que tem problema? É isto? – Pedro
saindo do confortável ponto que estava.
— Não disse isto, mas é técnico o problema?
— Certo, sendo claro prefeito, não pagamos propina, não tente,
se mandar embargar, melhor ser na lei, odeio politico que não faz poli-
tica, faz troca-troca.
— Acha que pode não obedecer uma determinação?
— Não tem esta determinação, se existisse, eu saberia, posso ser
o menino que saiu da instituição de menores, por uma denuncia que
parecia bem fundamentada, mas era apenas falácia, eu sei cada passo
desta obra, e se o senhor não sabe qual a determinação, e ela existe,
com certeza estará segunda resolvida, não somos políticos gordos e
preguiçosos, que somente o movimento dos demais tem de ser rápido,
e se não quer ajuda, contornamos, se um prefeito não quer seu muni-
cípio melhor, não ficamos batendo em cabeças doentias.
Pedro pega o celular e liga para o secretario do meio ambiente e
o celular toca o fundo e ele olha para a região e fala.
— Podemos falar Secretario, um prefeito disse que estamos fora
das especificações e gostaria de saber qual?
O prefeito viu que o menino foi a fonte e olha o secretario do
meio ambiente vir do fundo, com o presidente atual da secretaria de

629
meio Ambiente e olhar o menino, eles trataram coisas via internet, mas
não tinham visto o menino.
— O menino que me faz olhar com desconfiança as demais em-
presas.
— Eu? – Pedro.
— Você resolve problemas ecológicos em horas, coisa que os
demais pedem anos para resolver.
— Tempo deixa o problema mais custoso, não entendo estes
que se dizem empresários e não cuidam do país deles, e nem dos fun-
cionários que os fazem ricos.
— Que saiba não tem nenhuma determinação do meio ambiente
ou requerimento do IAP que não tenha atendido.
Se o prefeito achou que o menino não sabia o que fazia, tem o
olhar do menino nele e a pergunta.
— Qual prefeito, ou afastaria uma empresa seria da cidade, por
uma informação mal obtida?
— Me desacatou.
— Chamou a Rosa de deficitária em um setor ambiental, eu de-
fendo a ideia, posso não ser o dono, mas quer uma solução, melhor
pedir para mim, pedir para o engenheiro só faz ele ligar para mim.
— E sempre é agressivo assim?
— Nem sempre, mas como falei com Vaz na entrada, deveria ter
dormido direito para encarar vocês, e se vocês acham que aquilo é algo
agradável ao menor, tem de passar lá uma noite para entender.
O prefeito olha o secretario e pergunta.
— Mas existia uma indagação sobre o fazer da estrutura ao lado
de uma nascente na região do Tarumã, me indicaram que ele deveria
mudar o trajeto.
— Senhor prefeito, não sei quem dos seus fez esta indagação,
mas se for a aceitar, teria de tirar dali uma ferrovia secular, uma rodo-
via secular, e toda uma vila sobre a nascente, mas a base da estrutura
esta a baixo da nascente, eles desapropriaram a parte da invasão do rio
Atuba, e estão com o anexar da estrutura que foi de um clube no pas-
sado, criando ali uma imensa praça, então não vimos problema ecoló-
gico, eles estão ajudando no retirar de pessoas que moravam sobre
parte da nascente, estão criando um parque que na época de uma
cheia usa seus lagos para conter parte da chuva e enxurrada, mais de

630
12 mil mudas de arvore na beira do rio, qual o problema que está fa-
lando ainda? – Fala o secretario olhando o prefeito.
— E a indagação da mudança da região da Rodoferroviária.
— A mudança do prédio da URBS não é problema técnico, eles
ofereceram uma cede nova, para poder criar ali um adendo a Rodofer-
roviária, para trens que vem de São Paulo, de Paranaguá, e de Joinville.
— Mas eles avançaram sobre o rio Belém no fundo.
Pedro olha o secretario e fala.
— Qualquer coisa me liga, não estou bem para discutir com gen-
te que está usando de má fé, mas qualquer coisa, colocamos em algu-
ma cidade vizinha a obra, mas os Curitibanos teriam problemas de
acesso, mas resolvemos.
Pedro se afasta e o prefeito fala.
— Resolvem com este ai, não vou passar este carão.
— Se não quer as obras prefeito, as embargue, mas esteja pron-
to para a briga legal, você não é a lei, e se fizer uma para proibir, não
esquece, nem todos são burros.
— Se achando secretario Moura?
— Não, mas entendo o menino, vocês afundaram o Belém no
centro para não mostrar a poluição, dai ele precisa mudar uma curva
do que vocês transformaram em esgoto, e vem falar em Instituto Am-
biental, por sinal, quando vão melhorar aquela saída do esgoto da pró-
pria prefeitura, que ainda cai sobre o rio?
— Não sei do que está falando.
Lucas olha o secretario e fala.
— Mantem a calma, apenas verifica as especificações que o pre-
feito quer, ele pode não querer falar com o menino, mas passa para
ele, que ele passa a um engenheiro para resolver.
— Acredita nisto? – Prefeito.
— Sim, acredito, e se está achando que quer parar ele, melhor
ser rápido, ele vai erguer tudo, ele nos fez acelerar.
— Mas os prospectos no instituto ambiental demoram as vezes
3 anos, para algo assim.
— Sim, ele contratou 3 empresas privadas, duas internacionais,
elas passaram os prospectos, ele colocou os pontos acima dos interna-
cionais e perguntou qual deles o Instituto era contra, eles se perderam,
pois ele em 15 dias, mostra que processos de 10 anos, não deveriam
demorar mais de quinze dias, apenas temos servidores preguiçosos.

631
Moura soube que todos viram aquilo, e olha o outro secretario e
sai no sentido do fundo.
Carla apresenta os pais a Pedro, ela já havia apresentado num
dia no hotel em Matinhos, mas parecia que as pessoas agora sabiam
quem era Pedro Rosa.
Pedro fica pouco tempo, se despede e sai no sentido da casa no
Hugo Lange.

632
Quatro semanas se passam, e estavam na
véspera da eleição, o agito dizia que o atual presi-
dente tinha chance de reeleger no primeiro turno,
no Paraná alguns olhavam os dados com desconfi-
ança.
Fabiano para em Curitiba, e marca no comitê
e olha para os números, parecia que haveria segun-
do turno, ele olha Pedro ao canto, ele parecia ainda
projetando coisas para aquele ano, e chega ao lado.
—O que pensa.
Pedro olha para cima e fala.
— Quer uma dica?
— Fala.
— Pode não acontecer Silva, mas prepara um discurso, seja de
parabenização a Cida, seja de vitória no primeiro turno.
— Acha que tudo pode acontecer?
— Sim, mas agora as cabeças já estão definidas, hora de conse-
guir fiscais, estrutura de controle e estar prontos para qualquer resul-
tado.
— Requião se afastou.
— Ele acha que está disparado a frente, que não precisava da
nossa estrutura.
— Acha que ele e Beto se elegem?
Pedro sorri doido e fala.
— Fabiano, tem de aprender a ouvir mais do que perguntar.
— Sabe que você é uma incógnita a muitos.
— A 15 dias, o prefeito de Curitiba me queria longe, hoje, quer
saber o que Fabiano vai realmente fazer, e como não tem como lhe
perguntar, ele manda os assessores deles me perguntarem.
Pedro se levanta e olha a região central da cidade, sábado e não
tinha como acelerar algumas coisas, ele marcara com Carla no Shop-
ping e caminha até ele do comitê, ele continuava o mesmo, entra e
olha para Carla, ele não olhou ao lado, lhe deu um beijo e olhou as
moças a mesa, para no olhar de Rita, e fala.
— Boa tarde a todos.
— Estão juntos? – Caroline.
— A 15 dias. – Pedro fala rápido para Carla não desmentir.

633
Carla sorri e fala.
— As vezes duvido disto.
— Por quê? – Caroline.
— Namorar com um galinha dá nisto.
— Galinha, estou mais para um pintinho.
Carla riu e olhou Pedro.
— Rita falou que o filho dela pode ser seu.
— Acho que eu já falei demais sobre isto Carla, se for, assumo,
filhos não se nega. – Pedro estava pensando na politica, mas olha para
Caroline e pergunta – e o seu, não vai dizer que é meu também?
Carla para na frase, Rita olha Caroline, ela não falara e olha para
Pedro depois e fala.
— Vocês tiveram algo? – Rita olhando Pedro.
— Não seja cômica Rita, aquela noite foi incrível, pena que foi
apenas uma vez. – Pedro.
— E como sabe? – Caroline.
— Não vou explicar o que é aura – Pedro olha pra Carla – quan-
do olha para alguém e vê auras sobrepostas, a primeira, do ser, a se-
gunda, um filho.
Carla olha as duas e fala.
— E não tem como elas entenderem como você sabe destas coi-
sas assim, mas as duas parecem ter auras duplas.
— Eu não sei, mas geneticamente, sou propenso a gêmeos.
Caroline olha para Pedro e para Carla e pergunta.
— Acredita nesta maluquice?
— Carol, nem sei narrar todas as maluquices que aprendi nas ul-
timas 3 semanas, mas não entendi me cercarem hoje.
Caroline olha Rita que fala.
— Sabemos que onde você está ele está, e precisava falar com
ele, mas pelo jeito ele sabe mais do que parece, e não lhe esconde as
coisas.
— Ele não presta tanto assim Rita, as vezes me sinto insegura
quando você está perto, ele sorri sem sentir.
Pedro olha Carla, ele não sabia porque, mas ele sentia-se bobo
ainda diante de Rita, e estanho ele se olhar no espelho e saber que o
inicio do ano era alguém virgem e poderia começar o ano seguinte,
pensando no nascimento de 4 crianças, oficialmente, ele sabia que as
coisas estavam mais complicadas do que isto.

634
Pedro olha Rita que fala.
— Meu pai quer falar com o irresponsável do Pedro Rosa.
— São minhas mesmo?
Rita olha ele intrigada e fala.
— Sim, e não entendi o que fez com João? Ele desgrudou.
— Apresentei um rapaz que não saia da minha cola, parece que
eles se entenderam e me deixaram, os dois, em paz.
Caroline olha serio.
— Está falando serio?
Carla sorriu, sabia que sim, mas Pedro não respondeu.
— Marca, apenas me avisa.
— E estão juntos mesmo? – Rita olhando para Carla.
— Sim, a convidei a ser milionária e famosa, ela aceitou.
— Estava falando de sentimentos.
— Isto é difícil de confessar, teria de fazer um mea-culpa, e não
sei se quero fazer já isto. – Pedro.
Carla olha Raquel chegar a mesa e olhar os dois, ela olha as duas
meninas e olha mais serio para Pedro.
— Sim, duas gravidas, gêmeos nas duas, mas já falamos disto. –
Pedro vendo a cara de cobrança dela.
— Você não tem jeito.
Rita olha para Raquel e pergunta.
— Isto é ciúmes? Vocês tem algo?
Raquel olha Rita e olha Pedro.
— Marilia e as meninas estão chegando, e aquela Guta disse que
queria lhe falar.
— Lá vem duas ciumentas a mais. – Pedro.
Raquel sorriu e fala.
— Não leva a serio mesmo.
— Disse que o problema não é elas, sou eu, mas eu não voto,
não posso fazer mais nada de hoje para amanha, e pelo jeito, nada do
que pensei, vai ser como falei.
— Acha que o seu candidato perde? – Rita.
— Acho que tudo que falar, é um acho, mas marca com seu pai,
eu apareço, já sei onde se esconde.
— E vai fazer o que hoje, todos estão agitados na cidade.
— Sim, vamos sair de um Governador do Norte do Estado para
um do Litoral, obvio que a cidade está agitada.

635
— Esta falando que ele se elege?
— Na verdade tenho de considerar que o antigo governador
também era do litoral, apenas assumiu a base do pai no norte do esta-
do e esqueceu os anos iniciais de vida.
Pedro olha para Carla e fala.
— E como está nosso projeto?
— Avançando, mas devemos terminar o mês com a coleção
pronta, não sei o que fazer depois?
— Vamos sentar e pensar em como podemos transformar o pro-
jeto que todos acham bom, em melhor.
— Não entendi?
— Eu acredito que vendemos o projeto, e se ele fizer sucesso,
teremos de nos superar para o ano seguinte, é uma empresa que tra-
balha um ano, para gerir um dia de venda, e a venda tem de gerir o ano
seguinte inteiro, acho que conseguimos.
Rita olha Pedro e fala.
— Do que falam?
— Do que os jornais falam a um mês, que em Janeiro, ultima
semana, vai surgir um bilionário no estado.
— Você já é bilionário. – Carla.
— Eles não sabem disto Carla.
Carla sorriu e Guta chega a mesa, dá um beijo em Pedro olhando
para baixo, chega com as meninas e olha Pedro.
— O nosso empresário, como está?
— Empresário? – Rita.
Carla sorriu, e Guta falou.
— A verdadeira palavra seria mais feia, então fica no empresá-
rio. – Ela olha Pedro – Como vai ser o dia de amanha?
— Não sei ainda, mas amanha é dia de preço alto, não baixo.
— Acha que terá quantos clientes? – Guta direta.
— 22 Deputados Federais, 45 Estaduais, um Senador.
— E qual o ganho?
— 8 por menina.
Guta sorriu e falou.
— E não vai fazer sala pelo jeito?
— Não, tenho 3 prefeitos do litoral subindo a Deputados, e um a
Governador, acho que se as urnas responderem ao que pensamos,
estarei tendo de falar com gente diferente em todo lugar.

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— Pensei que estaria agitando hoje.
— Acho Guta, que está enrolando, o que quer?
— Saber quando aparece lá na casa do João, tem nos deixado
sozinhas e os assuntos estão ficando chatos.
— Certo, tento chegar lá na terça, mas tenho uma correria que
começa daqui a pouco e termina no resultado de amanha.
— E se o seu candidato perder? – Carla.
— Dai terei de negociar, segurar os investimentos, apenas o que
faríamos em 4 anos, faremos em 40, mas com uma pequena diferença,
o que em parte seria outros fazendo, o estado fazendo, serei eu fazen-
do, então depois não reclamem dentro de 40 anos que tomei o estado
deles para mim.
— Projetando para 40 anos? – Caroline.
— Não, apenas projetos podem dar certo em 4 anos, ou 40, o
projeto é de 4 anos, mas pode não ficar pronto.
Pedro sente alguém o abraçar pelas costas e sente o perfume de
Marilia, e fala.
— Perdida em Curitiba?
— Dia de eleição, todos os focos estão nela, resolveram nos
mandar a cidade grande mais próxima.
Pedro se vira e a beija e fala.
— E como estão as coisas lá?
— Estranhas, como você previu, perguntas que nos deixam sem
jeito, mas fora isto, tudo normal, sabe se teremos ganhos?
— Acredito que sim, mas quem cuida disto é Raquel.
— Ela não nos passou nada?
— Alguns nem sabem se elegem-se, então todos tensos nesta
hora, e nem tudo será flores.
Guta olhava para Pedro e fala.
— Tem um conhecido que quer lhe conhecer.
— Urgente? – Pedro.
— Ricardo Richa.
Pedro olha serio para Guta, ele não sabia o que falar, ele não
considerava que o rapaz tenha tido azar, a visão que tinha de seu pai,
não condizia com algo a respeitar, e não queria trazer ninguém a isto.
— Ele falou o que quer falar?
— Não, falou algo sobre um mal entendido que queria resolver.
— Guta, sabe o mal entendido que ele fala?

637
— Sim, toda roda social fala disto.
— Então a pergunta é simples, porque eu e você nunca teríamos
um filho Guta?
Guta olha Pedro e fala.
— Quem é Fanes?
— Alberto.
— Certo, Ricardo não seria filho dele nunca, é o que está dizen-
do, mas não quer discutir.
— Sim, mas sinal que o pai do rapaz nunca está por perto.
— Falaram de um atestado provando, mas entendi, armação,
mas faço o que?
— Marca, mas diz que teve de insistir.
— Não entendi.
— Ele não sabe a Merda que é ser filho de Gerson Rosa.
Marilia olha para Raquel e as duas saem da mesa, Pedro a mede
se afastando e fala.
— To perdido, olhos azuis me prendem, sorrisos sinceros me
prendem, palavras lentas ao ouvido, me prendem, estou perdido.
Carla sorriu e chega ao seu ouvido e fala.
— Safado.
Os olhos de Pedro estavam em Rita que fala.
— Mudou muito neste tempo.
— As vezes fingimos crescer, para não apanhar, para afastar as
pessoas que estariam ao lado, mas sentimentos, ainda é uma praia que
não domino.
Pedro olha o celular e olha para Carla.
— Vou para o litoral, sei que não tenho hora para voltar, vai jun-
to ou vai ficar?
— Ficar, tenho coisas a fazer na cidade hoje.
Pedro sabia que as meninas estavam toda a volta e olha para
Marilia e pergunta.
— Tem onde ficar?
— Não, pensei que nos indicaria um lugar.
— Eu vou ao litoral, mas – Pedro olha Raquel – Apresenta a casa
no Hugo Lange para elas.
— Certo, o que falava o celular.
— Que pode ser que não tenha segundo turno, nem estadual e
nem federal.

638
— E vai sair correndo por isto?
— Apenas estar em um local que não me achem fácil.
— Problemas?
— Posso estar enganado, mas só vou me esconder um pouco.
As meninas viram ele subir, viram um helicóptero parar na co-
bertura do shopping e sair a leste.
Rita olha Carla e pergunta.
— O que ele quis dizer?
— Não sei.
Pedro desce na casa em Matinhos e viu João sair da casa, e olha
para ele.
— Não confunda as coisas.
— Vai para casa João, seu pai provavelmente vai querer a família
na foto dele de amanha.
— Não entendi.
— Se o meu método de pesquisa estiver certo, ele se elege como
Senador mais votado do estado – Pedro olha Plinio e fala – e seu pai a
Deputado Federal, então vim mandar os dois para casa.
— Tem certeza?
— Estou quase convencido disto, então teremos uma mudança
politica de peso no estado.
Plinio olha Pedro e pergunta.
— E quem vai se eleger em segundo.
— Ribeira.
— Está falando serio?
— Se entendi o problema, então Requião vai jogar a culpa sobre
mim, mas eu ofereci ajuda, ele ignorou, eu fiz prospectos pessoalmente
do pai de João, então ele mesmo não pensando aquilo, propôs, e agora
como financiador de campanha, vou cobrar isto dele.
— Esta dizendo que fez a campanha de meu pai? – João.
— Sim, um jornal por semana, por 4 semanas, distribuído nos
398 munícipios do estado, seu pai apenas tem de aprender a fazer
politica João, pois todo caminho, foi ditado, agora depende dele.
Plinio olha para Pedro.
— Acha que meu pai vai a Brasília?
— Sim, acho.
— Acha que vai ter algo pesado a que nível?

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— Saberei amanha, mas espero metade dos deputados estadu-
ais e federais.
— Acha que se governa com isto?
— Não, mas tem coisas que se aprende fazendo, e politica, é na
maioria das vezes, fazendo que se aprende.
Pedro sai dali, ele entra no prédio que cedera para a globo, eles
encerrariam as filmagens no Rio, ultima semana, e já tinham entregue
o local, Pedro desce para a parte baixa, ele pensa no local e olha para a
cachoeira ao fundo, senta-se a ela, e começa a redesenhar, estava ape-
nas com os seguranças, os espectros começam a por tapumes a toda
volta, o letreiro estabelecia fora, Breve Hotel Rosa Tabuleiro, os segu-
ranças são indicados pelos espectros a darem segurança na parte ex-
terna, que eles iriam erguer muitas coisas.
Pedro apaga o prédio, as paredes surgem vivas a todo lado, na
ponta que dava para o outro hotel, ele desenha o buraco, sabia onde
teria de abrir do outro lado, para ligar eles, o complexo se erguendo, na
parte ao fundo, ele olha o piso e afunda ele mais 30 metros, os parale-
lepípedos, na parte ao fundo, a parte que ira ao sul para a outra parte,
se amplia, o que era um corredor de lojas, vira quase uma avenida
submersa, onde Pedro pensa em Teatro, Cinema, sala de Jogos, de
ginastica, de compras, de lembranças.
A cachoeira se ampliou naturalmente, ele redesenha o prédio
mais ao fundo, agora 40 andares, olha para os sistemas de captação de
agua, os sistemas altos, para os elevadores para a região dos shows, e
toda a estrutura.
Ele estava construindo para não ficar maluco esperando as coi-
sas acontecerem, o dia tinha de passar, e no fim do dia, o chegar na
parte alta de novos moveis, novos sistemas, tudo novo, estabelecia que
se estava mudando as coisas ali.
Pedro entra no sistema e passa para Roseli que estaria disponí-
vel a partir do dia das Crianças, Hotel Rosa Tabuleiro, Complexo de
hotéis Guaratuba, Hotéis Guaraqueçaba.
Roseli olha Maria Cecilia e fala.
— Seu filho começou a acelerar de novo.
— Acelerar?
— Ele colocou que o hotel Tabuleiro estará pronto novamente
no dia das Crianças, então ele entra na lista de hotéis que podemos
vender reservas a partir da inauguração do dia 11 de outubro, assim

640
como os complexos de hotéis de Guaratuba e de Antonina. – Ciça olha
os prospectos e fala.
— Não lembro disto lá?
— Como ele diz, hora de mudar, não era para ser assunto um
acidente, e sim um hotel, mas ele começa a acelerar, e não sei o que
ele pretende.
— Ele inaugurou toda a linha aérea Roseli, ele quer o trem que
liga Camboriú a Peruíbe, dizem que os trens estão em teste, os turísti-
cos, nunca os vi, mas é o que falam.
— E pelo jeito ele resolveu mostrar o verdadeiro hotel, pois eu
tive a sensação de que era outro na novela.
Roseli coloca a imagem do hotel.

— Ele pelo jeito tinha seus planos.


— Sim, olha as descrições, restaurante 5 estrelas, 3 cinemas,
show diário no restaurante, semanal no palco externo, dois teatros,
mais de 30 lojas, entre roupas, assessórios, joias, cabelereiro, maquia-
dores. E não esquece, este é o hotel que vai ser palco do desfile das
641
joias Rosa, ele está entregando agora, o que deve ser o símbolo da
Rosa Hotéis.
— Se alguns perguntavam sobre as reservas do local da amostra,
começa a reservar, sei que temos mais de trezentas reservas, de pes-
soas que vem para a amostra, vamos começar por estes, mas vou lá
conhecer.
Pedro olha para o lago, olha pra a parte baixa e faz surgir na par-
te baixa, dentro do lago, uma área isolada, desenha o local com pare-
des de vidro, um palco central, e cadeiras a toda volta, local do show
diário e do desfile do dia 30 de Janeiro.
Ele sorri da ideia infantil e tudo aquilo, pois parecia que o local
ficara agora sim bonito, ele caminha para a parte dos funcionários, ele
refaz, agora mais amplo, com uma praça na parte baixa, que ligava as
duas estruturas, das duas partes de funcionários, mas parecia um hotel
muito bom aquele local, olha para cima, e paga o elevador, sobre e da
parte alta, isolada por vidro da queda, olha para o salão a toda volta,
salão de refeição, olha para fora e olha as pilhas de placas de calçamen-
to, a toda volta do local alto.
Ele foi confirmando os espectros e avançando, ele não queria
parar para pensar em algo que ele por sua idade, não fazia parte, e não
adiantava alertar ninguém.
Ele chega a obra do Guará, Hotel Rosa Guará, o pessoal começa
a acelerar as obras e Pedro no fim daquele dia, senta-se a cabeça do
grande Guará, de asas abertas, e olha em volta, pensando que aquilo
agora era um projeto quase acabado.
Pedro retorna e olha para o seu novo quarto, no novo hotel e
olha para Roseli e Maria chegando a entrada, ele caminha até ela e
olha Ciça ao fundo e fala.
— Sei que não conhecem este ainda, mas a ideia, um hotel, 40
andares, 10 andares de coberturas chiques, 30 andares com quartos
voltados para a cachoeira, 270 quartos, e queria mostrar onde vai ser o
desfile de joias que todos falam no mundo.
— Não era assim na novela. – Roseli.
— Não, este é outro hotel, aquele fica no Rio e poucos viram a
parte interna, não quero um hotel ligado a um atentado.
Roseli viu que estava tudo diferente e pergunta.
— A parte dos funcionários está liberada?

642
— Sim, descemos e mostro para vocês, aqui encima, o restau-
rante aberto a todos, no disco ao fundo, não havia inaugurado aquilo
ainda e não consta da novela, no hotel tem um outro restaurante alto,
e um a baixo, escolha do cliente, sistemas totalmente diferentes.
Descem e ele mostra a parte que levava ao fundo, elas viram o
corredor parar no meio do lago e uma espécie de local de Shows, onde
se via a cachoeira olhando para cima, o lago a toda volta, e ouvem.
— Neste lugar, que tem vaga para 800 pessoas, vamos tentar ter
shows constantes, eventos constantes, aqui que vou desfilar minhas
joias Roseli.
Pedro olha em volta e fala.
— Estamos no meio do lago artificial, se olhar a direita a cacho-
eira em rocha, as costas, a cachoeira sobre os vidros do hotel, a es-
querda o restaurante da parte baixa.
Roseli olha em volta e fala.
— E pelo jeito eles nem viram isto?
— Eu imaginei que eles poderiam gerar mais propagandas nega-
tivas do que positivas, mas é que o pessimista aqui sou eu.
— E projetou isto?
— Não, eu peguei um projeto criado, dimensionei o buraco para
ele, e as alterações para a região que estamos, na cachoeira que cai a
direita, na rocha, cai duas vezes mais agua que a do vidro as costas,
mas o fundo translucido, a iluminação atravessando o vidro, dá maior
consistência a as costas, como se fosse muito maior. Eu queria a ligação
com outros dois lugares, o dos funcionários, e a região de compras e
preparação, que pode ser dimensionada com uma grande praça de
alimentação para grandes shows, onde tem banheiros, região de lan-
ches e que não se mistura a estrutura do hotel ao fundo, todo voltado
para o grande palco.
Roseli viu o menino caminhar e saem a uns 30 metros do palco,
as costas o lago, de onde emergiram por aquele caminho, a direita algo
bem maior que o que vira antes nos prospectos, e o pessoal ajeitando o
que parecia um grande corredor de shopping, onde se viu a entrada
dos teatros, cinemas, os banheiros, toda a estrutura de algo para somar
ao local, e Pedro fala.
— A parte alta, é parte de um Shopping real, isto vai a superfície,
mas quem usa o shopping não tem acesso ao hotel, a parte externa,

643
apenas em eventos, mas eles veem parte do complexo pelas janelas do
local, permitindo ter algo para a região e algo para o hotel.
Pedro caminha um pouco mais e elas passaram em uma catraca
que ele destravou, local de acesso restrito, o corredor também bonito,
também largo, e chegam ao espaço inicial dos funcionários e Roseli
olha aquele lugar.
— Seu local para funcionários é maior que alguns hotéis.
— Sei, mas a ideia é esta e a ao lado, darem estrutura para todos
os demais da região, com qualidade e dinamismo.
Roseli olha o sistema com entradas frontais nos quartos, então
se via 40 andares de quartos a toda volta, e pergunta.
— Quantos quartos?
— 800.
— Total ou por estrutura? – Roseli.
— Por estrutura.
— Agora sim os que vieram de fora terão um lugar para ficar pe-
lo jeito.
— Sim, a estrutura é para abraçar os hotéis e parques temáticos
Roseli.
— Algo que muitos não entendem, você está dando casa, comi-
da e emprego para quem está vindo trabalhar de fora, mas ainda não
temos tantos de fora, está falando em 1600 quartos?
— Não, 1600 residências, com 2 quartos, sala, banheiro, cozi-
nham, e uma salinha tipo escritório.
Pedro entra em uma e Roseli viu que não era um quarto, era um
local que a pessoa poderia montar ou trazer a própria família.
— Sabe que isto é mais complexo do que havia entendido, achei
que estávamos com isto apenas para os dar local para dormir.
— Pensa que ofereci isto como cenário para a novela e eles fala-
ram não.
— Somente isto já daria um local de filmagem, talvez mais Brasil
do que a outra estrutura. – Ciça.
— Mas entendeu a ideia mãe?
— Sim, um complexo, pelo que entendi, isto é a parte das duas
cúpulas na entrada do hotel fazenda, e aos pés do grande guará.
— Sim, o pessoal está trocando a estrutura alta da cobertura?
— Algum motivo particular? – Roseli.

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— A ideia que Rodes me passou, foi de parecerem dois imensos
ovos ao chão.
— Somando no todo?
— Sim, fotografar e induzir a algo que as pessoas observem de
longe e gostem, a sede do hotel fazenda, parece até de uma simplici-
dade infantil comparado aos hotéis a volta.
Elas sobem e Roseli olha as montanhas de calçamentos amonto-
ados e pergunta.
— Pelo jeito tinha mais.
— Sim, nem sei onde usar mais, mas estão ai, se precisar, sabe
que temos Roseli.
— E pelo jeito no fim, está quase sobrando?
— Vou aproveitar parte em Guaratuba, mas é que temos proje-
tos paralelos em todos os lugares, sei que no fim vai faltar, mas é ape-
nas a sensação de ter mais que nos dá o quanto ainda falta a fazer.
Roseli sai para fora e olha que o pessoal transformara as duas
cúpulas sobre aquelas moradias funcionais, em dois ovos imensos, olha
em volta e estavam instalando na parte que era a entrada alta daquele
lugar, imensas estruturas que pareciam leves, imitando palha, mas
imensas, dando a sensação de que o ovo esta sobre um ninho, ela olha
o outro ao longe e fala.
— Isto que eles não entendem, você desenvolve ideias, para as
pessoas saírem falando, não apenas curtirem.
A noite se apresentava, as duas foram no sentido do hotel e Pe-
dro entra no novo hotel, vai a um quarto, olha os espectros fazendo a
obra e adormece, pensando no que seria o dia seguinte.

645
O país acorda com as pessoas indo votar, o
Brasil com seu sistema eletrônico, deixava sempre
as pessoas desconfiadas, mas para quem vira um
país gigante em eleições anteriores, por mais que
houvesse desvio de votos de uma ou outra urna,
comparado ao todo, era mais seguro e confiável.
Pedro acorda no prédio vazio, ele olha para o
celular, ele não iria atender antes das 5, e olha os
espectros terminando de por os vidros novamente
para a parte interna, ele olha o palco do outro lado
e pensa em uma estrutura fixada na rocha ao fundo
gerando uma imensa estrutura sobre o palco, pensa
nos camarins para dentro da montanha, e estava
criando, poderia ter alguém ali, mas sabia que não convidara quem
queria ali, e olha o recado de Rita, ele olha para fora, as vezes conver-
sar com adultos coisas serias, o tirava o sorriso.
Pedro pega a mochila, coloca as costas, confirma que estaria na
casa da moça, sobe e do heliporto daquele hotel, que comparado a
outros, ficava quase a pouco mais do que o terceiro piso, viu o helicóp-
tero chegar e vai no sentido da capital.
O parar no Hugo Lange acaba com o passar pela bagunça que es-
tavam fazendo na casa e sorri.
— Não destruam a casa.
Marilia sorri e fala.
— Esta é a casinha de Pedro Rosa?
— Sim, esta é a casinha de Pedro Rosa, mas hoje é corrido, ape-
nas não destruam a casa.
— Certo, vai onde?
— Falar com um desembargador, mas eu não sei o que um de-
sembargador faz, embargo eu sei o que é, alguém de desembarga, não
entendo o que o senhor faz.
Marilia sorri, mas também não sabia, então não palpitou, Pedro
pede um taxi e vai no sentido da cada de Rita.
O senhor Ribeiro olha o menino saindo do carro, simples, com
um tênis barato, com um rosto de quem sofrera muito na vida.

646
Pedro foi, mas não sabia o que seria aquela conversa, mas estar
longe de onde as pessoas o achassem fácil, naquele dia de eleição
agradava o menino.
A forma receosa que o senhor Ribeira o recebera, fazia ele me-
nos confiante de um bom caminho, mas ele não se negaria a isto.
Rita a ponta estava tensa, o único sorriso da peça estava na aura
de Josiane, embora não demonstrasse no rosto.
A esposa do senhor Ribeiro, não queria estar ali, ela olhava a
porta como se querendo fugir, mas não era medo, era desagrado, Pe-
dro olha o senhor e cumprimenta.
— Bom dia a todos.
Um bom dia seco, quase sem voz do senhor, fazia Pedro esperar
o que ele falaria, não teria como adivinhar.
— Menino, foi bem recebido a primeira vez que esteve aqui, mas
temos um problema, sei que não tenho ainda como garantir as palavras
de minha filha, de que o filho que ela espera é seu, mas ela fala que
existe esta possibilidade e a outra parte, parece que se afastou rápido
após a noticia da gravides.
O olhar de Pedro foi a Rita, tentou não sorrir, as vezes os senti-
mentos contrários o tiravam palavras, não saber seus sentimentos fazia
dele frio por fora, totalmente ação por fora, para disfarças a imaturida-
de sentimental.
— Não sei ainda como me posicionar senhor Ribeiro, ela mal fa-
lou para mim sobre isto, se é publico é que eu forcei que fosse para ver
se ainda sobrava algo de sentimento ai, mas assim como o senhor falou
que o outro se afastou, vocês podem ter me atraído, mas me afastaram
por medo logo em seguida. – Pedro pensa no que falaria – sei que pode
parecer que entendo de muita coisa, é a propaganda falsa que faço,
aquela que já tentaram desmascarar, mas é difícil encarar a verdade,
que Pedro Rosa, eu, é uma criança em tudo – Pedro olha para ele serio
– e sabe que não fui eu que me afastei, eu cheguei achar que achara
alguém que me fazia sorrir naturalmente, mas eu aceito o fato, que o
espelho fala, e a propaganda não atinge, sou uma criança, pode ser até
que o filho seja meu, será como falei, talvez filhas de uma primeira
relação, mas se aconteceu, é que até a vida quer que cresça mais rápi-
do.
— Não vai negar que é seu? – Ribeiro.

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— Eu que declarei ser meu senhor, não o contrario, ela nem ti-
nha falado e já cutucava para saber se era real.
— E como saberia?
— Desconfiar, observar ao longe, querer um espaço para se
aproximar, não é ter espaço, eu apenas observava, e não tenho como
voltar o tempo para concertar isto, toda vez que tentei, acabo atraindo
mais confusão.
— Dizem que você tem outra namorada.
— Dizem que a filha do senhor Frota pode estar esperando Gê-
meas que podem ser minhas.
— E não teria certeza?
— Eu não sei ainda senhor, ela não falou também, muita gente
querendo parecer adultos, mas somos crianças, não é porque sua filha
é 6 meses mais velha, que deixa de ser uma criança.
— E este papo de ser uma farsa?
— Sou, ter ideias e personalidade não estabelece para um brasi-
leiro nascido na Vila Pinto, Curitiba, Paraná, Brasil, nada além da certe-
za que quando der certo, vão dizer que invento a minha procedência, e
se der errado, vão taxar a procedência, sou uma farsa, pois vocês não
confessariam discriminação social, a pior discriminação deste país.
Ribeiro viu que o menino não sentou, não se desarmou e olhou
para a filha e perguntou.
— Quer conversar com ele?
Ela fez que sim e o senhor saiu, a mãe puxou Joseane que queria
ficar na sala, para a sala ao lado, Pedro a olha e ouve.
— Sei que fomos infantis, mas como disse, somos crianças.
Pedro a mede e fala.
— Eu mais, mas como está?
Rita olha ele se perdendo, ele pergunta algo que ela não espera-
va, e fala.
— Bem, mas como ficamos, dizem que você tem pelo menos 3
namoradas, e pelo jeito, vai ser um pai jovem.
Pedro a olha, estranho querer estar ali, mas não se sentir ele, e
sim os sentimentos dentro dele, se aproxima e pega as mãos e senta ao
lado dela no sofá, de frente a ela, sente as mãos geladas e fala.
— Não sei, as vezes deveria dizer não, mas tenho a sensação de
que posso dizer não a alguém e a outra me chutar no segundo seguin-
te, sei que travo neste seu olhar, não entendo, sei que meu corpo gosta

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de sua melhor amiga, e não posso dizer que aquele dia não foi especial,
apenas não queria o fim que teve.
— Mas tem outra namorada.
— Você só não está com João, porque ele se entendeu com Pli-
nio, sabe disto.
— Ele nem sabe o que quer, acabou se achando com um outro
rapaz, juro que não entendi.
— Crianças, mesmo mais velhas, crianças.
Pedro segurava as mãos de Rita e sente as auras, sente que ela
estava bem, mas insegura.
— Eu não sei o que será minha vida Rita, para lhe prometer algo,
estou a uma ligação de distancia, sabia que poderia ser hoje a conver-
sa, mas eu ainda não entendi porque me chamou aqui.
— Não queria ter vindo?
— Você não falou nada que uma ligação não resolvesse.
— Eu não sei o que sinto Pedro.
— E o que quer então, pois se me chamou aqui, não sabe o que
sente, eu que tenho de perguntar, o que faço aqui?
— Queria saber confessar desejos, mas não consigo.
Pedro a olha, era insegurança na aura agora.
— Desejos?
— As vezes acho que você sabe mais do que fala, você me olha a
alma Pedro, não sei como uma criança pode fazer este estrago.
Pedro sorriu dolorido, uma frase que começou com uma inter-
pretação e terminou com aquele Criança piscando.
— Não respondeu. – Pedro.
Josiane entra na sala e fala.
— Eles foram votar.
Rita olha a irmã e fala.
— Me daria um momento a mais?
— Para que, você o vai por para correr se não tiver ninguém
olhando, parece ter medo do que sente. – Josiane.
Pedro evitou tirar os olhos dos de Rita que fala.
— Tem de entender que não deveria ter acontecido Pedro. – Ri-
ta puxando as duas mãos.
Pedro não entendia aquilo, talvez entender que os demais ti-
nham inseguranças nos sentimentos, não o dava respostas, apenas
mais duvidas.

649
— Vim apenas entender, mas não estou sendo bom nisto. - Pe-
dro a olhando serio.
— Como disse, não deveria ter acontecido.
Pedro olha ela e apenas se levanta e fala.
— Precisando, estou por perto.
Pedro olha para Josiane e fala.
— Deixa eu me esconder longe, mas... – Pedro parou a frase, ele
não sabia o que falar, ele apenas olha Rita – deixa eu ir, e se precisar,
estou por perto.
Pedro sai pela porta, ele sai aturdido, ele não veio pensando no
que aconteceria, para estar pronto a receber a batida, sai pela porta e
pede um carro, ele caminha a quadra até o ponto onde um taxi o pega
e vai para a casa no Hugo Lange, nem entra, o helicóptero já estava
chegando, ele sobe ao heliporto e se manda ao litoral novamente.
Rita olha a irmã e fala.
— Não é fácil diante dele.
— O coloca para correr com maestria e diz que não é fácil?
— Não o queria por para correr, mas não sei, estou insegura pa-
ra falar disto, o pai queria falar, mas não sei, parece que não vamos
conseguir falar antes de ser tarde.
— Ele está crescendo, ele continua o mesmo mana, todos se
deixam levar pela fama, ele, apenas caminha pela fama, mesmo sendo
sobre uma neblina forte, pois todos falam de Pedro Rosa, mas poucos
sabem quem ele é.
— Ele está frio.
— Ele sabia que você o poria para fora, e não pode o condenar
por sair antes de ser mandado embora.
Rita olha para fora, e fala.
— Não deveria olhar para ele como olho, não sei, ele me parece
o que me sinto, uma menina insegura, mas diante dele, fico mais inse-
gura, não é que quero o por para correr mana, eu não sei dizer não a
aquele olhar, e a ciência me diz, sou mais velha, a realidade, sou talvez
mais insegura que ele.
— E não vai falar isto para ele.
— Não sei como falar isto.
Josiane olha para ela e fala.
— Ele quer fugir de tudo hoje, e sabe por quê?

650
— Aquele papo do pai, ele indicou um candidato ao governo e
todos a volta estão falando em votar no candidato, ele indicou um
candidato a senado que todos falavam mal a um mês, hoje quase idola-
tram, e todos sabemos que a fama do Carvalho não era nada boa antes
desta eleição.
— E com certeza ele quer ver de longe isto hoje.
Pedro sobe no helicóptero e sente a lagrima lhe correr ao rosto e
fala com ele mesmo.
— Tem de esquecer isto Pedro.
Muitos falam que não é tão fácil assim, em sua mente, ele sabia
que ela estava lhe escondendo algo, sabia que estava insegura, mas o
sair antes, era não dar espaço para algo definitivo, ele as vezes sentia-
se a criança, o ser pequeno em um mundo imenso.
Ele pede para o deixar em São Francisco do Sul, ele entra na casa
que montara, olha em volta, liga a TV, olha para fora, todos indo votar,
olha para o porto do outro lado da baia, olha para aquele Transatlânti-
co entrando na baia de Bertioga, indo no sentido de Joinville.
Pedro senta-se e começa a pensar, ele tinha ideias ainda a inau-
gurar, mas estava prestes a uma curva de sua vida,
Ele liga o computador, olha para os pedidos de contato e talvez
estar com a cabeça em um prospecto diferente o fez olha para aquela
moça no pedido de contato de algum lugar no que chamavam de Novo
México, estados unidos, ele as vezes estranhava dominar em parte o
inglês, e ouve.
— Pedro Rosa?
— Sabe que sim.
— Estamos dispondo uma proposta de desenvolvimento de sis-
tema e não temos noção se o seu se adaptaria a ele, pois precisamos
de algo que compute mais rápido, e mais dinâmico, mas não conse-
guimos.
Pedro abre o prospecto e olha um senhor entrar na conversa e
fala.
— Sou General Dallan, estamos montando um grupo de apoio a
pesquisas da NASA em Los Alamos e gostaríamos se saber se tem inte-
resse de fazer parte deste empreitada.
Pedro olha o senhor, pensa, como não ofender.

651
— Desculpa se parecer desinteressado, pode ser que não tenha
entendido direito a proposta, minha língua natal, Português tem pala-
vras que me complicam, mas Pesquisas NASA, não entendi.
— Sabe o que é NASA.
— Sei, não foi ai a duvida, no que eu poderia servir a um sistema
da NASA, deve estar vendo, sou uma criança de 13, e as vezes acho que
NASA é um passo grande demais.
— Sei que deve estranhar, mas seu sistema nos permite pensar
em desenvolver algo para operar a 2048bits. Isto nos permitiria um
sistema mais eficiente em gerir e selecionar informações.
— Sei que é pretensão minha senhor, mas a ideia do sistema,
era desenvolver uma forma diferente de processamento, para que
pudéssemos operar a 8192bits, então não sei se eu entendi errado,
mas trabalhar a 2048bits, é estabelecer um pé manco, não sei se en-
tende o termo, no sistema, ele foi disposto para núcleos de 1024bits,
mas com quatro núcleos de processamento, a ideia, começar pelo ajei-
tar do primeiro núcleo, primeira perna de processamento, a 4096bits,
dois sistemas, que é o que estamos pensando agora, 8192bits, ainda
não conseguimos por o terceiro sistema na mesma velocidade, pois é
armazenamento, então ainda não chegamos nos 12288bits, mas em
momento algum, tentamos em 2084bits, seria perder processamento,
e na velocidade e dinamismo que um sistema deste permite, segurar
processamento é gerar calor, e isto é perda de energia, de potencia e
de eficiência, fora o estabelecer que a duração de um processador não
vai durar 8760 horas.
O general olha a engenheira, Pedro sabia a semelhança com a
irmã, o pouco que se viram, que olha o general e fala.
— Temos de conversar, ele em uma frase, disse que o que eles
querem general, é gerir coisas a 12288bits, ou 6 vezes o que os técnicos
acham uma evolução, ele em si falou que o prospecto dele usa siste-
mas quádruplos de comunicação interna ao sistema, então fazer em
dois, seria perder eficiência, como você teria de manter o sistema ati-
vo, calor por falta de eficiência, e não seria indicado.
Dallan olha o menino e pergunta.
— Sei que me indicam que você é o nome por trás deste projeto,
mas isto seria algo a nível de engenharia de software, não sei se enten-
de disto.

652
— Aprendendo, nossa linha de pensamentos general, é desen-
volver algo que não seja apenas a miniaturização de processos que
deram certo – Pedro acessa o sistema e coloca na tela ao fundo o pro-
jeto do sistema em forma de um cristal e continua – estamos falando
em processos paralelos, independentes com sistema de contagem de
cada bits de informação para não se perder, estamos de acordo com o
prospeto ao fundo, criando um sistema, com – Pedro clica no sistema,
e mostrava uma placa quase translucida, com ligamentos de carbono,
em placas por refração, com 4 dos “´processadores Diamante”, coloca-
dos em duas partes e continua – 4 sistemas de refração, a dinâmica
disto está no manter da informação, mas ainda dou valor ao armaze-
nar, e isto ainda estamos estudando.
Pedro põem o sistema, pede um e-mail seguro para passar o sis-
tema, ele verifica a segurança por seu programa, era o seus sistema
que estavam usando, e passa o prospecto, que estava em um executá-
vel que dá a Sabrina, a engenheira ao lado do general uma visão tridi-
mensional do prospecto.
— O prospecto as costas, tem a capacidade em 2 pontos de che-
gar a 12288bits, mas quando falamos que estamos em 8192bits, é que
o sistema de armazenamento, ainda não chega aos 12.
Sabrina olha o prospecto e pergunta.
— Mas não tem refrigeração no sistema, parecem sistemas
complexos e com muitas micro inserções, por placas, com refrigeraria
este sistema.
Pedro olha para a mochila e pega uma placa, não dava 6 centí-
metros de largura, não mais de 36 centímetros quadrados, mostra a
câmera e fala.
— O que não entendeu moça, é que este prospecto, tem este
tamanho, o projeto, grande, mas tudo micro sistemas, o cristal das
placas, carbono prensado, é uma placa basicamente em placas de car-
bono, carbono prensado, sistemas de refração de luz, mas como esta-
mos falando em sistema de refrigeração, ele chega a 650graus, quando
ligado, mas para esta velocidade, e com este tamanho, eu – Pedro pega
um com os micro sistemas instalados – posso dispor de 27 milhões de
trilhas de comunicação, e mergulhar ele em nitrogênio liquido e ele
funciona perfeitamente.
Sabrina olha o menino, ele estava falando que todo aquele pros-
pecto estava quase pronto e pergunta.

653
— E vai vender isto?
— Vou desenvolver, estou com prospectos de registro de licença
em 10 países, pois não me adianta apenas desenvolver, eu quero ga-
nhar com isto.
— E acha que consegue armazenar a 12288bits, pois se conside-
rar isto é armazenamento a quase velocidade da luz.
— O problema é selecionar relevância, temos milhares de bits
hoje que podem ser colocados em uma planilha de poucos bits, os
acontecimentos diários, de importância, quase se equiparam aos de
um século no ano um ou anterior a isto.
— E acha que o seus sistema consegue filtrar isto? – Dallan.
— Este era o objetivo dele inicial, ele pode ser seguro senhor,
mas a ideia, gerar um banco de dados, seguro, que resista a altas tem-
peraturas ou baixas, que não consuma muita energia, e que possa dis-
por de energia interna para manter a informação por até 100 anos,
intacta.
Sabrina que olhava o prospecto que ele alcançou, poderia pare-
cer fácil, mas ali tinha muitos estudos e fala.
— Esta dizendo que esta com seu sistema salvo no núcleo de ca-
da um destes cristais, e o sistema mantem uma copia integral e uma
dividida em 3 núcleos, e cada um deles tem a capacidade de manter o
funcionamento interno, por 100 anos? – Ela aproxima e fala.
— Quantos trabalharam nisto?
— Apenas 70 pessoas trabalharam nisto moça.
Dallan olha para o menino, pensou que ele tinha um laboratório,
mas Pedro estava falando dos seres a sua cabeça, cada um entrou com
um adendo a um projeto que um dos deles, havia desenvolvido.
— E qual a resistência disto? – Dallan.
— Ainda sobre teste, tem de entender que um processador
mergulhado em nitrogênio liquido, é algo a testar, mas senhor, esta-
mos desviando o assunto, a ideia era entender a proposta, e sei que as
vezes disperso, mas minhas ideias, estabelecem gerir um protótipo de
grande altitude, que pode demorar até 30 dias para chegar a 30 mil
metros, mas estamos estudando sistemas baratos de instalação de
equipamentos, resistentes, mas tudo que fazemos ainda aqui, é o prin-
cipio, não temos grandes engenheiros para desenvolver, mas quando
me sinto incomodado com a oferta, é que depois vão dizer que me

654
apoderei de algo, por ignorar o pequeno mas decidido menino que tem
do lado de cá.
— E porque quer enviar algo ao espaço.
— Senhor, como humanos, concordo com os que afirmam, que
se pudermos por algo em Marte, na Lua, como espécie temos a obriga-
ção de o fazer, pois pode ser o que reiniciaria a raça em caso de uma
catástrofe, que nunca sabemos de onde pode vir. Como ouviu um se-
nhor falar, é um seguro de vida, pode ser caro, mas um seguro de vida
a espécie humana.
— Sabe que todos desconfiam de ações que não são as que to-
camos ao espaço.
— Senhor, eu não sei o que vou conseguir, mas estou dividindo
minhas infantilidades de sonhador para fora, o projeto que passei para
vocês, já é registrado, mas ainda não é comercializado, sabemos que
funciona, apenas temos de determinar se ele funcionaria bem, algo que
podemos mandar ao espaço profundo e não congelaria, algo que pesa
pouco mais de 100 gramas de peso, mais 300 gramas entre proteção e
nitrogênio, então é algo pensado para ser bem leve, e conseguir pro-
cessar todos os dispositivos possíveis, sempre digo que acho desperdí-
cio de força por isto em um autômato na terra, mas não sou contra o
dispor de um destes em uma lua como Europa.
— Porque pensou em um autômato? –Dallan.
— Senhor, o prospecto está ai, estudem ele, ele dispõem energia
que armazenou a liberando lentamente, digamos que é mais eficiente
do que mandar um dispositivo radioativo para um local onde pode
contaminar tudo que estiver lá, vivo ou não vivo.
— Vou passar os prospecto, pelo jeito você montou um grupo
para estudar o que pensamos ser apenas um sistema.
— Passa, estuda o que lhe passei, este é o inicio de algo, pensem
sobre as possibilidades.
Eles se despedem e Sabrina Jones olha para o general, depois de
olhar o prospecto.
— O que acha Tenente?
— Senhor, o que ele nos passou, eu diria, trabalho de mais de 10
anos, e não chegamos a isto.
— Acha que é real?
— Senhor, isto não é diamante, tem o formato dele, mas é cris-
tal de carbono prensado, carbono é um material muito duro, muito

655
leve, mas o que ele quer dizer, ele descobriu de alguma forma, como
fazer o carbono interno, armazenar energia, o que o prospecto fala, é
que ele gera 112 volts constante, corrente continua, eles devem estar
testando, mas isto alimentaria dependendo da quantidade, até um
veiculo automotivo.
— Está dizendo que eles estão desenvolvendo algo, que além de
computar, armazena e produz energia?
— Não entendi ainda o funcionamento, mas sim, e se a proposta
é NASA, sim, isto teria muita utilidade para eles, pois teriam um com-
putador de muita potencia, gasto quase zero de energia, que pesa mui-
to pouco.
— Não entendi ainda esta ideia de lançar algo deles.
— Também não.
Sabrina fica a olhar os prospectos, Dallan viu que era algo muito
mais técnico, pois ela chamou dois técnicos em micro inserções, um em
energia por fricção celular, um para entender o complexo de entradas
e saídas de informação e um para lhe explicar como aquilo não perdia
informação.
Dallan olha para Paul, um dos rapazes olhar para Sabrina e per-
guntar serio.
— De onde vem isto Tenente, isto parece tecnologia muito mais
avançada do que a que temos na Terra.
Dallan entendeu que era genial, pois alguém chegou a pensar
em tecnologia alienígena.
Pedro olha os dados chegando por todos os sistemas e olha para
a linha de segurança dos votos, muito frágil, teve de segurar seus im-
pulsos para não mudar todos os resultados.
Ele olha os dados de boca de urna, e ouve o celular tocar.
— Podemos falar menino?
— Fala Requião, algum problema?
— Não entendi as tendência dos votos, parece que algo está fora
do que pensei.
— Lhe passei esta possibilidade a mais de mês Senador, pensei
que me retornaria para falarmos a um mês, como não ligou, pensei que
era apenas minha infantilidade politica que indicava aquilo.
Requião olha os prospectos e fala.
— Pensei que estava sobre controle, você investiu pesado na
propaganda do grupo, o Machado mudou a forma de atuação, acho

656
que deveria ter dado mais atenção as denuncias contra o Alberto, isto
despertou uma vontade de mudança.
— Eles não querem mudança Senador, eles querem acreditar
que é uma mudança, pois os números de Machado mostram que eles
não querem mudança.
— E está onde?
— Eu não voto, então estou em São Francisco apenas olhando o
mar, esperando para saber se vou investir e onde.
— E acha que as pesquisas se confirmam?
— Não sei, o Paraná geralmente é um dos primeiros a fechar.
— Sabe se o Silva vai ter uma secretaria?
— Não sei, deixa ele se eleger, como sempre digo, eu não acredi-
to que uma pesquisa consiga estabelecer realmente a verdade.
— Lhe ligo, vai estar na cidade quando?
— Tenho aula amanha cedo.
Requião olha o assessor e pergunta.
— O que ele falava no prospecto?
— Que indicava mudarem as campanhas para propostas, não
ataques, pois o povo queria ideias, não brigas, queria ter a sensação de
que estavam votando em um estado mudando para melhor.
— O menino alertou, eu fiz que não ouvi, e posso depois de mais
de 38 anos, não ter um cargo politico.
— Acha que não se elege?
— Não sei, eu até a boca de urna, achava que sim, eu dei mole,
isto que não me desculpo.
Pedro olha os dados da conta e dos prospectos e olha para o sis-
tema que passou para os americanos, sorri da infantilidade, mas preci-
sava ter algo para lhe proteger, proteger seu projeto.
Deu 19 horas e o telefone toca e Pedro ouve.
— Temos de conversar menino. – Fabiano Silva.
Pedro olha para os números no sistema e fala.
— Parabém governador.
— Obrigado menino, não acredito ainda no que está acontecen-
do, mas obrigado.
— Nos falamos depois, mas comemora com o seu pessoal, vai ao
TRE e como disse, tudo poderia acontecer.
— Obrigado menino.

657
Fabiano é abraçado pela esposa, pelos correligionários, e Yuri ao
fundo olha a festa se armar, os fogos começarem do lado de fora, e a
cara de poucos amigos de Requião saindo, Machado olhava ainda os
dados sem entender.
Pedro volta a Curitiba e vai para a casa do Hugo Lange, olha as
meninas se preparando para ganhar um dinheiro, não queria ficar para
estas coisas, indicar o caminho não era gostar de fazer o dia a dia.
Pedro pede um taxi e vai ao Shopping Estação, senta-se e olha as
noticias ao fundo, estava apenas pensando em deixar o dia acabar,
sabia que não estava querendo festas, embora sua ideia tivesse dado
frutos, ele ainda não gostava de estar um lugares que as pessoas sorri-
am, parecia não conseguir se soltar.
Pedro pega o notebook na mochila, liga a mesa e começa a faze
prospectos, e tudo indicava, 4 anos corridos.
Pedro depois de um tempo, vai ao banheiro, atravessa para Ma-
tinhos e sobe para sua cobertura no Hotel, deita a cama e tenta dormir,
seus pensamentos estavam meio tristes, e ele não entendia o que o
estava puxando para baixo.

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Amanhece segunda, presidente reeleito, go-
vernador novo no Paraná, mas nada de novo em
Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Pedro vai a aula e olha para Raquel olhar para
ele e falar.
— Não ficou por perto ontem.
— As vezes não se está legal e não queria
atrapalhar com minha cara de poucos amigos de
ontem.
— Todos falam de Fabiano Silva, e muitos
comentam que ele foi eleito pelo empresariado do
estado.
— Eles não sabem o que falam, quem elegeu
ele foi o povo, o empresariado não elegeria um deputado federal se
votassem todos para o mesmo.
— Parece cansado. – Raquel sorrindo.
— Sim, estou. – Pedro sentia-se abatido, as vezes ele queria ser
alguém que relaxava ao sofá vendo a vida passar, mas isto não seria
Pedro Rosa.
Pedro olha para o material e entra na sala, se Pedro era um me-
nino deslocado, ele continuava, ele não puxava conversa apenas por
que os demais agora queriam ele por perto.
Fabiano acorda em Matinhos, em casa depois de um mês corrido
e sua esposa o abraça e fala.
— Este salto foi grande.
— Sei disto, mas nem eu acreditava neste potencial, vejo gente
falando de mim, quase como um mito, e sei que não fiz tanto.
— Pela primeira vez teve um padrinho politico, deve estar estra-
nhando.
— Tem coisas que realmente não entendo, mas tenho uma en-
trevista na TV em Curitiba, tenho agora de conseguir administrar isto, e
não sei, parece que nesta hora fico inseguro.
— Imagino, você sempre foi de ter os pés no chão, você os tirou
porque um menino não lhe deixou alternativa, e no meio disto sai de
uma cidade como Matinhos, e se elege Governador, mesmo Alberto
havia ido ao norte, depois se instalou em Curitiba, sendo prefeito lá
para ser governador.

659
— As vezes penso em uma forma de parar este guerra, e não te-
nho como o fazer.
— Acha que tem como?
— Não sei.
Fabiano vai a Curitiba, passa em cada comitê e liga para Yuri, que
olha o recado, muitos o procuravam para trabalhar, mas ele pensava se
teria algo a mais, antes de pular fora da campanha.
Pedro sai da aula e vai ao restaurante popular, Raquel grudou
nele e falou.
— O que teremos hoje?
— Falar de ideias estranhas.
— Estranhas?
— Polos de evolução, não sei se o governador quer nos ouvir
ainda.
— Certo, hora de por as mangas de fora.
Pedro sorri da ideia, ele não se sentia tão importante assim.
Pedro come e caminham até o comitê da Vila Pinto, olha Yuri ali,
e fala.
— Perdido?
— O Governador Eleito quer lhe falar.
— E você Yuri, vai ficar no barco ou pular fora?
— Não sei se tem espaço para mim.
— Não falei ainda com Silva, então não sei, mas nas minhas idei-
as, sim.
— E não vai prometer antes dele falar?
— Tem coisa que não gostaria de tocar, então se for estatal, fica
mais fácil. – Pedro o encara e fala serio – Mas tem de considerar que é
um emprego temporário.
— Temporário?
— 4 Anos, ninguém que se elege, tem certezas dos anos seguin-
tes, e as vezes, tudo se inverte.
Pedro senta-se na sala de recepção, Raquel de um lado, Yuri de
outra e fala.
— Yuri, o problema hoje, é que eles separaram por regiões, e as
nomearam, certo que não podemos passar sobre isto, mas deve co-
nhecer bem o mapa de caminhos que o Paraná geralmente segue.
Pedro pega uma folha, acho que todos ali conheciam esta divi-
são do estado.

660
— Isto é uma ideia, que ainda tenho de trocar com o governa-
dor, e estou pensando, então deixa eu pensar, eu ainda não sei exata-
mente como por tudo em ação.
Fabiano chega com um grupo de gente na sede, todos querendo
se pendurar no estado, Pedro não queria ser indelicado, mas sabia que
nem todos seriam absorvidos, não é questão de não querer, mas a
ideia dele era cada um se dando bem, mas poucos deixaria no tempo-
rário, que era o que ele considerava trabalhar para o governo.
Pedro olha Machado chegar após, e olha para ele.
— Faria um favor antes de tudo Machado?
— O que precisa?
— Acerta com todo pessoal, diz que agora tínhamos de estabe-
lecer as metas a partir de Janeiro, mas até lá, não temos função ainda,
então de uma forma educada, hora de os por para correr.
Machado olha ao fundo o pessoal da parte de finanças e cami-
nhou até ele.
Fabiano olha Pedro e pergunta.
— Quer começar a falar sobre o que?
— Vamos a sala de reunião, e sei que nem todos devem achar
legal esta hora, mas está na hora de pensar num governo e saber, me
661
ouvirá ou quer liberdade de ação Fabiano, eu dei uma ideia, mas nin-
guém é obrigado a ouvir.
— Sei que você foi a peça que me elegeu, mas não sei se tem
noção do que é um estado a governar.
— Não, não tenho, por isto o que vou falar, é minha parte Fabia-
no, não o todo, se cada pessoa investir um pouco crescemos muito, se
cada um conseguir gerar uma poupança, deixamos em 4 anos de ser
um dos estados mais endividados com pessoa física, do país.
— Você sempre pensando nos demais.
— Tem gente que ouviu as propostas, votou em nós, e quando
formos colocar em pratica o que eles votaram, não vão concordar,
então temos de avançar com calma.
— Certo, por onde quer começar.
— Como disse, não é questão de uma ideia, e sim de um com-
plexo de ideia, então quando eles dividem o estado em 10 partes, eles
basicamente isolam as áreas, sem nem integrar as regiões, então va-
mos começar a pensar.
Pedro pega o mapa e fala.
— Vou falando, se achar que sou maluco me fala.
— Certo, qual a sua ideia?
— O nosso mapa, está dividindo em 10 partes, então o governo
do estado terá dez sedes locais, não apenas uma centrada em Curitiba,
para isto, não precisamos mais do que 10 pessoas por local, pois é para
os secretários seus poderem ter local e projetos em todos os cantos,
não apenas na capital e os demais que corram até nós, função de go-
verno é abraçar as regiões.
— Temos problemas de contratação.
— Sim, sei disto.
Pedro pega e olha para a parte litorânea e fala.
— As ideias gerais não são muito diferente do que a região do li-
toral, apenas em locais mais dinâmicos, quando se fala em litoral, eu
pensei em 3 subdivisões, e elas abrangem basicamente não um muni-
cípio, mas uma ideia, Quando penso em Guaratuba, Matinhos, Morre-
tes, eu penso em estabelecer renda baseada em Turismo, mas com
ampliação de áreas de conservação, quando penso em Pontal do Para-
ná, Paranaguá e Antonina, penso em um complexo de portos, com
complexo industrial de alto poder monetário, quando penso em Gua-
raqueçaba, preservação e turismo.

662
O agora futuro governador olha e fala.
— O que estava fazendo.
— Sim, mas para que isto se mantenha, evolua, precisamos de
uma universidade em Paranaguá, precisamos ter em 4 anos, engenhei-
ros náuticos, aéreos, mecânicos, civis, entre tantos.
— Certo, quer um polo de educação ali.
— Sim, mas como disse, estamos no limite das contratações, en-
tão vamos começar a pensar, temos de ter renda e ampliar nossos
leques de atuação, sem impor mais impostos, pois estamos em uma
curva de demanda, aumentar os impostos vai diminuir a arrecadação.
— E como enfrentamos isto? - Yuri.
Pedro pensa e olha o governador.
— Sei que não entendo de tudo, mas a ideia, que precisa de es-
trutura para ser implementada, é gerar estrutura de governo, através
de estatais que não pesem contra.
— Não entendi. – Governador.
— A Copel dá lucro e isto vai a acionistas, e sei que lucro de aci-
onistas vem metade para o estado, sei que com calma criamos uma
empresa, ela dá lucro se queremos que ela dê lucro, ela distribuiu entre
os acionistas, perto de um bilhão de reais no ultimo ano, e metade
disto quem recebeu este dinheiro foi o estado, acredito que se fizer-
mos uma lei estabelecendo para onde vai este dinheiro, podemos me-
lhorar a educação Governador.
— Está falando em estabelecer para onde vai o dinheiro se ele
vier a ser gerado?
— Sim, eu sou daqueles que acredito que estrutura, educação e
saúde, são responsabilidade do estado, não acredito em isenções de
impostos para um, se for ter, será para todos.
— Aquela ideia do ICMS?
— Sim, ou o governos federal tem de nos restitui pelo menos
metade do dinheiro que mandamos para eles com o ICMS, ou zeramos
a alíquota, eles vão reclamar, mas arrecadamos no Paraná, e 10% do
dinheiro que sai dos bolsos dos paranaenses em Impostos, retornam ao
estado, muito pouco.
— Temos de falar mais sobre isto, sabe que é maluquice pensar
assim, eles odeiam pressão.
— Sei disto, mas deixar claro que isto não é uma guerra com os
demais estados, é uma guerra como o governo federal.

663
— E esta ideia começa por onde?
— Sei que parece maluquice, mas o Paraná tem de ter as 10 uni-
versidades estaduais, não uma ou duas, tem de ter as 10, tem de gerar
engenheiros, não advogados.
— Certo, então na educação você pegaria aquele mapa e nas 10
regiões colocaria uma universidade? – Yuri,
— Sim, quero encaminhar algo que dentro de 12 anos, nos per-
mita ter o estado com mais industrias, com mais formados, com maior
produtividade industrial e agrícola do país.
— Bem modesto.
— Nada modesto Yuri, mas a ideia, é criarmos uma TV Educativa
de verdade, com grade de programação, e sim, vamos erguer as 10
torres de comunicação e ter este sinal em todo o Paraná, obvio que o
sul de São Paulo e o norte de Santa Catarina vão acabar pegando.
— Não entendi a ideia, as vezes me parece desnecessário tudo
isto. – Fabiano.
— Pode não ser dado continuidade após, acredito que se for lu-
crativa ela em si da retorno, mas a ideia, gerar uma identidade estadu-
al, conteúdo estadual, historia estadual, lendas locais, se temos um
estado, ele precisa primeiro, saber sua historia, e isto Fabiano, não
pode ser passado apenas na escola, tem gente que saiu de lá a muito
tempo e não vai voltar, mas podemos gerar conteúdo divertido e in-
formativo. – Pedro olha para Yuri – e se topar, eu indicaria Yuri para a
direção da TV Educativa Estadual.
— E como a mantemos?
— Vamos primeiro, ampliar energia para a ter para venda, então
não me interessa se vai estar chovendo, ventando, fazendo sol, quero
ter energia sempre em tarifa barata no Paraná, quando se fala em es-
tado temos de ter a energia mais barata, agua mais barata, gás mais
barato, ai entra a eficiência, não queremos estatais lentas, queremos
estatais dinâmicas, não entendi ainda o funcionamento, mas pelo que
entendi optamos pela terceirização de parte do pessoal da Copel, e
ficamos com duas contas mais caras, não entendi, era para baratear, se
não vai baratear, voltamos ao sistema anterior.
— Certo, acha que tem desvio ai?
— Com certeza, uma das secretarias que recomendaria, era de
Estatais, não me parece interessante precisar pensar no fornecimento
de energia ou de agua, ou de informação, mas na gerencia das empre-

664
sas, elas sendo geridas com cuidado, não se precisa ter minas e energi-
as, telecomunicação, agua e esgoto, não sei porque preciso controlar
certas coisas, que as empresas já controlam, mas ai vem a parte que
me proponho a ajudar Fabiano.
— Qual a que você ainda pretende ajudar?
— Empresa Paranaense de Canais Hidroviários, empresa que se-
rá fundada no primeiro mês, e no 6º mês, vamos ter nosso primeiro
prospecto de construção, vamos por para funcionar para valer o DER,
com engenheiros e estradas, vamos criar a Empresa Paranaense de Gás
e Combustível, recomendava a troca de toda a frota de veículos esta-
duais para gás a partir do ponto que estivermos produzindo gás.
Fabiano anotou e olha o menino.
— Crescendo o peso do estado?
— Não, crescendo o estado, não seu peso, a usina Guaraqueçaba
de Energia Elétrica, deve pelos cálculos, produzir perto do consumo do
litoral em temporada, isto gera receita, reduzindo custos.
Pedro pega o mapa e fala.
— Fabiano, a ideia, cada cidade ter pelo menos 4 empresas de
porte grande, que mantenham os empregos em alta e as pessoas nas
cidades do interior, então quando se fala em 10 polos, quero os subdi-
vidir pelo menos cada um deles em 3, transformando o estado em algo
baseado em 30 polos diferentes, mas em todos eles, teremos até o fim
do mandato, pelo menos uma sede da Universidade Regional, teremos
industrias, teremos transporte, e educação, eu faria uma auditoria do
Paraná Previdência, se o dinheiro foi descontado dos antigos funcioná-
rios, este dinheiro teria de estar lá, ou ter um plano de retorno deste
dinheiro, se não tem, alguém que tirou de lá, tem de ser indiciado a
devolver, não quero saber se um governador construiu creche com
aquilo, ele tirou dinheiro da previdência do estado, e se isto agora é
custo para os demais, alguém tem de arcar com isto.
— Eles criaram uma lei para os permitir fazer isto.
— Juro que deve ser por minha idade, mas leis que ferem direi-
tos, deveriam ser inconstitucionais, quem as considerou constitucional,
como alguém pode criar algo assim? – Pedro.
— Infelizmente algumas coisas teremos de desviar no Paraná,
mas acha que teremos nossa empresa de gás, ampliação da empresa
de energia elétrica, acha que chegamos a tratar todo esgoto?

665
— Alguns teremos de criar sistemas de instalação fácil para casas
distantes demais dos centros de captação, as vezes é mais barato insta-
lar algo próximo, do que esticar muitos canos para a região.
— Certo, mas acredita que conseguimos?
Pedro sorri, ele era a criança, e vira e volta alguém lhe pergunta-
va se conseguiria.
— Sim, está nos nosso planos conseguir, mas ainda temos de ve-
rificar as contas destas estatais.
— Tenho de pensar na ideia, sabe que aquele seu manual de in-
tenções, para o primeiro ano, pode parecer fácil, mas é bem demora-
do.
— Sei, dizem por ai que penso demais, mas Fabiano, o que não
está ali, e não colocamos no papel, que acho possível, zerar as contas
publicas do estado, mas não estou falando em renegociar, estou falan-
do em zerar.
— E como faria isto?
— Você vai abrir licitações de estradas, de ferrovias e portos, o
que agora que você se elegeu eu preciso perguntar, vai nos conceder a
licença de exploração dos portos do Paraná.
Fabiano olha desconfiado.
— Não tem esta licença?
— Tenho uma licença de funcionamento, mas ela estabelece por
lei estadual, que é do estado, o porto está lá, pronto para operar, mas
eu quero concessão, não quero ter de impor servidores públicos no
porto e sim no controle do porto.
— E quanto seria esta concessão?
— Disto que queria falar, eu não sei, mas eu negociaria a divida
do estado, liberando recursos para investimentos.
— Está falando serio?
— Sim, 48% das receitas do estado estão com dividas, que pagas
aos poucos, são juros sobre juros, liquidadas por lotes, independência
financeira, mas para isto precisa de responsabilidade, então a ideia, ter
contas estáveis, ter reserva para emergências, ter salários em dia, e o
principal, estatais lucrativas.
— E pressão mesmo assim no ICMS?
— ICMS baixo, estabelece comida mais barata, produtos inter-
nos mais baratos.
— E acha que vai faltar dinheiro onde?

666
— Fabiano, a ideia, ela é complexa, mas seria terminar os 4
anos, fazendo obras que se pudesse dizer, fizemos 40 anos em 4, e
entregar o estado sem dividas.
Yuri olha o menino e pergunta.
— E porque acha possível.
— Yuri, pensa, eu sou filho de um viciado em álcool e jogo, tudo
que eu tinha no começo deste ano era, um pai agressivo e nada de
herança ou dinheiro no bolso, se eu, um pirralho de merda, consigo em
um ano, juntar em patrimônio fora do pais, 3 bilhões de dólares, e in-
ternamente, outros 10 bilhões de reais, acho que o estado consegue
me superar.
— Roubou quem? – Yuri.
— Se conhecer alguém que tem este montante para ser roubado
me avisa Yuri.
— Foi uma brincadeira, sei que de mal gostou, mas entendo, vo-
cê se baseia em fatos, e pelo jeito, o que falam de você é apenas parte.
— Sim, e boa parte está em nome de pessoas de confiança, en-
tão estamos crescendo enquanto podemos, mas como digo, se estiver
sonhando muito alto, avisem, não esqueçam, eu sou a criança, e como
não sei quem me falou estes dias, crianças tem de brincar e sonhar.
— Acha que preciso de quantas secretarias?
Pedro olha o candidato, ele não gostava de falar tanto, ele as ve-
zes queria os deixar caminhar, estranhava ainda estarem lhe ouvindo.
— Fabiano, a ideia era aquela, mas pode ser mudada, acredito
que você precisa de uma secretaria de obras, uma secretaria de educa-
ção e cultura, uma secretaria de saúde e bem estar, uma secretaria de
estatais, uma secretaria de finanças, secretaria de segurança e uma
secretaria de agricultura e indústria, mas é que na minha cabeça, re-
servas florestais não precisam de uma secretaria, apenas de leis e con-
trole, cada uma destas secretarias teria uma meta, cada uma teria um
plano de operação, e obvio, tem muita gente que vai reclamar, enco-
lher o estado a 7 secretarias, é algo que muitos não querem, mas qual-
quer subdivisão, estaria dentro de uma secretaria destas.
— Você quer acabar com a secretaria de meio ambiente?
— Secretarias que estão lá, e se me perguntar, qual o ganho que
elas geraram nos últimos 4 anos, 99% não vai dar algo que foi real ga-
nho, o atual governador fez uma medida provisória, votada a 15 dias,
que dobrou a área de preservação do estado, e a única coisa que os

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próprios aliados fizeram foi tentar parar a lei, gente que quer ficar dis-
cutindo a natureza, não a preservando.
— Minas e Energia?
— Parte na de Estatais, parte na Agricultura e Industria.
— Acredita que por a cultura com a educação não vai tirar di-
nheiro da Cultura?
— Não, secretarias que terão suas prioridades, e secretaria de
Educação não vai discutir salários governador, vai discutir Educação e
Cultura, salario é com a secretaria de Finanças.
Yuri olha o menino e pergunta.
— E acha que conseguimos dar aumento.
— Se alguém leu, ou apenas repetiu a propaganda Yuri, nó fala-
mos, aumentar o poder de compra, não o salario, quando se fala em
redução de gás de cozinha, de ICMS, da energia Elétrica e Água, você
está reduzindo o custo mensal das pessoas, elas compram mais com o
mesmo salario.
— Sabe que muitos falam em fabrica de multas do estado.
— Em parte é uma fabrica governador, mas a ideia, é baratear
esta parte também, não sei como vamos voltar a crescer ainda a arre-
cadação, é uma sugestão, lançar em fevereiro do ano seguinte uma
possibilidade de financiamento total das dividas dos veículos do estado,
alguns ficaram para trás e não tem mais como voltar ao normal, eles
precisam quitar dividas antigas para que voltem a pagar algo. Podendo
fazer isto em ICMS, IPI, e demais impostos.
— Certo, recuperar créditos ditos como perdidos é uma forma.
— Ir em parte contra determinações do CONTRAN, eles estão
reduzindo os motoristas totalmente legais as ruas, pensando em mul-
tas, em apreensões, mas isto também tira gente do pagamento de
impostos, por metas que não são calculáveis, eu não posso basear mi-
nha arrecadação em incertezas, e basear ela na imprudência, é basear
na incerteza.
— E as mortes, se elas crescerem.
— Fabiano, eu estou falando o que eu acho, não o que você vai
fazer, mas tratar multa como mercado, é no mínimo má fé do governo,
um governo que força o caminho da má fé, ele não pode ser levado a
serio, acho que cabe algumas campanhas publicitarias, aquelas que
estabelecem que uma via tem uma velocidade, não apenas no radar,

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mas em toda ela. Respeito é fundamental a quem dirige, a quem cami-
nha, a quem pedala, todos, se respeitando, as coisas fluem.
— Acredita que conseguimos gerar o canal fluvial mesmo?
— Sim, no atual formato de poderes do estado, a secretaria de
meio ambiente, se dá o direito de segurar uma obra destas em avalia-
ção por 10 anos, mais de dois mandatos, eles tem de ter responsabili-
dade governador, se eles querem trabalhar na era da pedra, tira a luz, a
internet e os carros deles, pois 10 anos, dá para fazer o estudo monta-
do no lombo de uma mula.
Yuri sorri.
— Eles odiariam.
— Eles querem se dizer ambientalistas em carros potentes, am-
bientalistas com celulares caros feitos na China, ambientalista com luz
produzida via queima de combustível?
— Certo, mas vai os colocar onde?
— Você vai por, não eu, mas parte deve estar na educação, parte
na Agricultura, parte no Bem Estar.
— Transformando em algo pensado, não apenas controle?
— Eles não controlam Fabiano, o Instituto Ambiental do Paraná,
é um órgão que precisa mostrar ao que veio, como disse, eles param
obras apenas para não tirarem as nádegas da cadeira, se eles derem
uma determinação contra, eles tem de colocar o que se precisa se
adaptar, especificar bem especificado, dentro de legalidades, em pra-
zos que não podem ultrapassar 3 meses, e se atendido, não poderem
estabelecer novas especificações, não é brincar de ativista, porque não
quer uma obra, pois é o que eles fazem hoje, dizem que tem de fazer
isto, aquilo, não pode fazer aquele outro, não dão soluções, outra coi-
sa, não quero comparações ambientais com outros países, quero o
desenvolvimento do nosso.
— Acha que eles serão o maior empecilho?
— Sim, por isto vai estabelecer a nova diretriz do Instituto Ambi-
ental do Paraná e estarão lá as palavras, promover o “Desenvolvimento
com preservação”, é fácil parar um estado, e querer viver do estado,
estranho alguém acreditar que eliminar quase o total das araucárias,
ser menos prejudicial do que o permitir aterrar um único mangue, eles
para nos parar o desenvolvimento, nos impuseram regras europeias,
para os nossos mangues, em nações que já nem mangue tem.
— Pelo jeito acredita que será uma guerra do começo ao fim.

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— Não, vai ser apenas a dor de cabeça do começo ao fim, mas
sem guerrear, toda guerra que eles criarem, desviamos com eficiência,
então sei que podemos ter manifestações até promovidas por sua vice,
mas não vamos levantar a guerra, quero um Legislativo de coragem, se
antes jogávamos a policia sobre os manifestantes, vamos jogar as câ-
meras, deputados que tem medo de eleitores não merecem estar lá
governador, se eles querem bater, vamos mostrar eles batendo, não
entrando na provocação.
— Eles podem usar toda a imprensa. – Yuri, que olha o menino e
fala – por isto quer algo que dê a versão do estado?
— Sim, eles podem mostrar apenas um lado, nós esperamos,
deixamos eles falarem, gritarem, e mostramos os mesmos, nas mani-
festações em palavra de ordens bem fora do discurso.
— Você acha que eles caem em algo assim?
— Queria que não, mas acredito que sim.
— Educação?
— Mudança da grade curricular urgente Governador, estamos
criando crianças cada vez mais inertes na cultura, mas temos de ter a
ciência, que alguns, os mais geniais, vão ficar para trás quando se faz
isto, gênios demoram mais para absorver a ideia, mas quando o fazem,
atropelam os que saíram na frente, mas temos de ter a ciência de que
temos de ampliar as grades, teremos de preparar nossos professores
para isto, e por fim, a parte que parece difícil até para mim.
— Qual? – Fabiano.
— Senhor, perto de um por cento da população chega em idade
de terminar o segundo grau por ano no estado, isto nos dá aproxima-
damente 165 mil jovens em idade de vestibular, a pergunta, como con-
seguimos vagas para todos?
Yuri olha o menino, uma pergunta e tanto.
— Não os quer fazendo vestibular? – Fabiano.
— Quero ter as vagas que eles precisam, mas como falo, não ad-
vocacia, e sim, engenheiros, agrônomos, medicina, veterinária, cursos
que nos forcem o caminho da produtividade, não da exploração de um
sobre o outro, mas se eu fizer 10 polos, 10 universidades estaduais, eu
conseguiria oferecer 18 mil vagas por instituição, o que preciso para
isto, é algo que ainda não tenho respostas, mas se quer uma revolução,
esta seria a maior delas, se lembrar, falei em dividir elas, e transformar
em 30 polos, é pensando em parte nisto que penso na mudança, pois

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se dividir, 165 por 30, seriam 5500 vagas por instituição, mais possível,
dividindo em 32 cursos, cento e setenta e duas vagas por curso, ano,
mas a ideia básica governador, deixar claro, dar prioridade aos que
fizeram segundo grau no estado, independente de particular ou gover-
namental, para depois, abrir as vagas para os demais estados, se ai
quiserem por sistemas de vaga, sistema de cotas, tudo bem, já teremos
oferecido aos nossos as vagas.
— Vaga para todos a universidade?
— Sim, quero poder construir minha indústria de veículos e não
precisar importar engenheiros, ou se os importar, poder ter os próprios
em 6 ou 8 anos.
— Pretende ter sua empresa de veículos? – Yuri.
— Sim, quando falo em TV Educativa, quero poder investir em
publicidade nela, algo que seja a cara do estado.
— E que tipo de carros pretende?
— Elétricos no inicio, mas a ideia é ter do carro ao ônibus, e ter
um sistema que me permita ter carros elétricos nas rodovias do estado,
com sistemas de carregamento quase que automático, na pista lenta.
— Vai mudar os planos novamente das rodovias? – Fabiano.
— Não, apenas ficará claro o que instalei lá agora.
— Pelo jeito vai começar a mostrar o empresário, que estava es-
condido neste menino. – Yuri.
— Yuri, pensa, eu monto uma planilha de TV Educativa, esta TV,
provavelmente, se tiver funcionamento 24 horas, ela me custaria para
manter ela funcionando por mês, aproximadamente, 10 milhões de
reais, considerando que tenha um programa a cada hora de funciona-
mento, então para fechar uma planilha de realização, eu tenho de ven-
der o minuto de propaganda perto de mil reais, então para que seja
operacional, tenho de conseguir gerir isto, tenho duas formas, baixar a
qualidade, ou subir a qualidade, subindo, as pessoas vão querer patro-
cinar o programa, mas em si, eu sempre acredito que posso fazer de
duas formas, ou três.
— Três? – Fabiano.
— Produzir programas passíveis de serem vendidos, programas
exclusivos, que gerem desejos de crescimento pessoal, e financiar e
transmitir shows no estado ao vivo.
— Acha que daria retorno?
— Se aceitarem ajuda Yuri, arrecadamos 20 e custamos 10.

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— Acha que pode fazer uma TV Educativa lucrativa? – Fabiano.
— Se ela empatar os recursos Fabiano, já seria bom, ter um capi-
tal para problemas técnicos, bom, mas o principal, para montar uma,
você dispôs de investimento, então se você conseguir arrecadar 20, em
um ano, você paga a implantação, alguns dizem que pode custar um
pouco mais, mas o crescimento gradual, faz com que seja possível, ela
já existe, apenas precisa ser tocada como uma empresa que pretende
dar retorno.
— E acredita que iriamos chegar a que fluxo de caixa, teríamos
como ter servidores a mais?
— O principal, é secretarias, instituições, escolas e faculdades,
funcionais e com gente para as tocar, mas para isto Fabiano, temos de
ter os dados reais, precisamos pegar os dados vindos de todo o estado
e estabelecer o que precisamos fazer com urgência, um mês para co-
meçar as aulas, a partir da sua posse, perto de duas mil instituições
para pintar, trocar fiações, verificar os telhados, verificar o estado das
salas de aula.
— Primeiro mês?
— Sim, após isto, ouvir os professores e escolas e verificar outras
pendencias.
— Quais acha mais difícil?
— O estado é grande, vamos com calma, mas vamos conquis-
tando o caminho aos poucos, cada prospecto, necessita de estudos,
mas alguns, não é questão de estudar, é de dar condição de funciona-
mento, o segundo ponto, seria a abertura de concurso publico para
investigador da policia civil, falta perto de 10 mil policiais civis no esta-
do governador.
— Certo, mas acredita que resolvemos o problema assim?
— Diminuir custos, se eu posso analisar um processos de roubo
em 12 horas, eu diminuo custos.
— Não entendi.
— Se eu tenho um juiz estadual para cada delegacia, pequenos
furtos, pequenas travessuras pessoais, que são ilegais, a pessoa pode
ser julgada rapidamente, se ela cometeu pequenos furtos, primeira
vez, trabalho comunitário, segunda vez, multa e trabalho comunitário,
terceira, prisão, mas sem gente em delegacias, e sim em presídios, a
eficiência disto, vai fazer termos os dados reais, desafogar delegacias,

672
que são verdadeiras bombas relógio, e agilizar o nosso controle sobre
quem são os marginais e quem apenas cometeu um único erro.
— Quer mesmo revolucionar o estado?
— Governador, se não temos investigadores, não descobrimos
nada, é sempre um crime mais hediondo que outro, e nada de pericia
bem feita em nada.
— E acha que conseguimos gerir isto?
— Pretendo gerar o dobrar de produção industrial do estado em
4 anos, isto em si, já ajuda aumentando a arrecadação.
— Pelo jeito os seus planos estão imensos? – Yuri.
Pedro sorriu, ele as vezes falava o que queria, e parecia que
quando o fazia, se por um lado abria caminho, por outro, parecia que
ele teria de arregaçar mais as mangas para fazer, não entendia, mas era
como se tornar os planos em palavras, tirassem o interesse dos demais,
e mesmo os próprios, pareciam ser forçados a execução.
Pedro olha para Fabiano e fala alcançando um papel para ele e
pergunta.
— Se esta pessoa aceitasse a direção da secretaria de Educação
e Cultura, acha que seria uma boa ideia?
Fabiano olha para o menino.
— Sim.
— Nosso segredo até sabermos a resposta da pessoa.
— Certo, as vezes acho que temos poucas secretarias para tan-
tos aliados que você colocou nesta coligação.
— Fabiano, vamos ser realistas, temos 7 secretarias, 14 subse-
cretarias, mas a ideia é gente de coragem e trabalhadora, não apenas
nomes para irem lá e fazerem de conta, então temos até primeiro de
Janeiro para conversar sobre quem fica melhor em cada pasta, eu teria
um nome para cada uma das pastas, e não seria legal eu ter de impor
isto, mas são 6 aliados, seis pastas que eles vão disputar.
— E acha que eles se contentam?
— Governador, você teve os votos, não eles, seu plano de go-
verno conquistou o estado, não o deles, você conseguiu um empresari-
ado para apoiar sua campanha, você revolucionou sua cidade, gerando
uma cidade sobre o olhar mundial, não eles.
— Mas e a governabilidade?
— Uma coisa quero fazer Fabiano, e isto será entre eu e você,
até a sombra não precisa saber, mas uma ideia, Romeu entende de

673
economia, Guedes entende da área Industrial e Rural, Florisvaldo, en-
tende de Saúde, ele já administrou o HC, coronel Pereira entende de
Segurança, Robert é engenheiro e atrai uma camada de apoio impor-
tante, e puxaria Nunes para Estatais.
O governador anota e Yuri sorri.
— Se entendi, você dispõem uma secretaria por partido, e ainda
tenta atrair mais um? – Fabiano.
— Eu acho que talvez tenha de pensar alguém para a cultura,
mas é um primeiro palpite.
Pedro via que Raquel apenas ouvia, ele sorri, ele se despede e
sai dali, ele olha para ela que fala.
— E tem gente que não acredita no que ouvi ali.
— Raquel, tem coisas que não se explica, mas hora de propor al-
go, e ver se conseguimos governabilidade total.
— Total?
— Alguém perdeu ao Senado, então agora está tentando dispu-
tar uma vaga de presidente do Partido no Estado.
— E vai se posicionar?
— Vamos, marquei com alguém em Paranaguá.
Pedro caminha até a parte de fora onde um helicóptero Rosa Es-
curo, descia.
Os dois de direcionam ao prédio de Pedro em Alexandra, Raquel
olha em volta, quase acabado e fala.
— Cada dia mais bonito.
— Novo sempre é bonito, depois vem estes humanos e estragam
tudo. – Pedro um tom de brincadeira.
Jose Carvalho assessor de Cida, olha para a candidata e pergun-
ta.
— Acha uma boa ideia?
— Um menino me liga e pergunta se poderíamos conversar, e
não sei, enquanto o Alberto nos hostilizou como se fosse nossa culpa a
derrota dele, Fabiano em momento algum nos atacou, tem de ver que
a nível politico, eles impressionaram um estado inteiro.
O motorista abre a porta e Cida sai olhando aquele prédio a
frente, o símbolo da empresa Rosa na fachada.
Sergio os recebe e fala.
— Bem vindos, o menino está chegando.
Ela olha para cima o helicóptero chegando e fala.

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— Alguma ideia do que eles pretendem?
— Sou a estrutura imobiliária do sistema Rosa, não entendo da
parte politica do grupo senhora.
Cida olha o senhor, sobem a cobertura, imensa, e veem o meni-
no a olhar para uma menina e fala.
— Aqui que se esconde?
— Boa tarde senhora.
— Boa, não entendi o contato?
— Esta conversa ainda é informal, deixar claro, o candidato Fabi-
ano Silva, pretende ter apenas 7 secretarias, e o nome que ele me indi-
ca para tentar a secretaria de Educação e Cultura, é você, mas antes ele
precisa saber se você aceitaria.
Cida olha o menino, algo que raramente acontecia, um adversá-
rio chamar a secretaria.
Cida olha Jose que fala.
— Talvez explique a arrogância de alguns, mas qual a dinâmica
disto menino.
— Este é o problema, não será uma ideia básica, vai de iniciar
uma reforma geral rápida em Janeiro em mais de duas mil instituições,
mas esta parte não será tocada pela Secretaria de Educação, e sim pela
Secretaria de Obras, mas pode ter certeza Cida, a ideia, ter escolas com
quadros novos, carteiras novas, fiação refeita e pintadas até o primeiro
dia de aula. – Pedro olha a mesa e pega um prospecto e fala – a ideia
está ai, a pergunta é se teria coragem de assumir uma secretaria do
candidato que lhe venceu.
Cida olha aquele quase livro, formato B4, com parâmetros, Edu-
cação, Fundamental, Média e Superior.
Ela olha o menino e pergunta seria.
— E este plano é para 4 anos?
— A ideia é impor a semente, o estado está deixando com os
municípios toda a educação fundamental, ela não está evoluindo uni-
forme, tem cidades capengando na educação fundamental, que chega
capenga a estadual e nem chegam perto da Superior, então a ideia é
começarmos com o ajusta do que estamos fazendo, ano seguinte, ofe-
recer nos mesmos colégios, integral, do primeiro ano ao terceiro do
segundo grau.
— Aqui fala em grade curricular.

675
— Sim, queremos a historia do Paraná sendo contada, a ciência
baseada em fatos, para que a criança entenda, e educação bi lingue nas
escolas estaduais, com uma terceira língua internacional para facilitar a
comunicação, dai teríamos de encarar o problema maior, a ausência de
universidade para todos, e sabemos que gerar isto é complicado, mas
um dos primeiros projetos é a implementação das Universidades Esta-
duais de Ensino, em 10 polos estaduais.
— E o convite é para que eu esteja a frente disto.
— Sim.
— Tenho de falar com o líder de meu partido.
— Sem problemas, apenas lhe comunicando antes, não vamos
por outro no cargo antes de nos dizer um não.
— E o que o resto da coligação acha disto?
— Acho que alguns podem querer se fazer de traídos, mas a
ideia não é apoiar egos pessoais, e sim, um estado.
— E não comentam nada sobre isto?
— Não. – Pedro olha para ela serio. – As vezes temos de recuar
em algumas coisas, então não falamos o projeto inteiro, falamos o
viável em campanha, mas sem comprometimento, não chegamos a
lugar algum, o candidato não veio conversar direto, pois não quer gerar
fofoca se você não tiver interesse Cida.
— Gostaria de fazer parte de algo assim, mas primeiro quero sa-
ber a posição do meu partido, deve entender.
— Não muito, mas qualquer coisa, liga neste numero. – Pedro
alcança o telefone pessoal de Fabiano e ela fala.
— E posso ficar com isto?
— Sim.
Pedro se despede, olha a senhora e o assessor sair, pensa no que
via, aura, interesse e sai olhando em volta e Sergio olha para ele.
— Parece preocupado.
— Sergio, eu queria a senhora no conjunto de secretarias, mas
ela não vai estar no grupo.
— E como tem certeza.
— Não tenho, o assessor ficou mais interessado que a senhora, e
isto quer dizer, ela veio encenar, até mesmo para o assessor.
— E entrega o prospecto para ela?

676
— Aquilo é propaganda, não o prospecto, mas ela pareceu nem
fixar os olhos, ela não leu uma linha que não fosse os cabeçalhos do
documento.
Pedro passa um recado para Fabiano, falando que ainda não ti-
nham a confirmação e nem o negar do convite, mas que se fosse ele,
começava a pensar em alguém para a educação.
Raquel passa o braço no de Pedro e pergunta.
— Não entendi, eu achei que ela estava interessada.
— Sei disto, mas eu talvez a tenha a afastado, não queria, mas
não teria como abrir antes que fazia parte da campanha realmente de
Fabiano, e a recebi como empresário, ela colocou as mãos a frente
como se estivesse interessada, ela treinou isto, mas posso te garantir,
ela estava entediada e com vontade de recuar.
— E porque acha que ela não vai aceitar?
— Como disse, posso estar enganado. – Pedro olhando ao fundo
eles colocarem mais um guindaste no porto.
— E vamos fazer o que?
— Vamos a Paranaguá e quero saber se estou maluco.
— Maluco?
Pedro sorriu e chamaram um taxi, e foram a região do porto de
Paranaguá, Raquel olha o prédio terminado e fala.
— Seu império?
— As vezes temo a inercia Raquel, empresas são feitas para fun-
cionarem, se elas pararem, viram sucata.
Os dois entram e Pedro pede para falar com José Voi, e sobem a
sala dele, o rapaz olha o menino e fala.
— Mas como algo assim pode funcionar?
Pedro sorri e fala.
— Boa tarde.
José sorri e fala.
— Boa tarde, mas como você transformou um projeto quântico
que todos chamavam de falho, nisto? – Jose apontando a tela ao fundo
com o projeto inteiro.
— Tenho de confessar que duvidei muito até o por para funcio-
nar, mas a logica me dizia, este é o caminho.
— Saber que ver algo que idealizamos e não conseguimos algo
que funcionasse nesta estrutura na pratica, encanta.
— Como estão os testes?

677
— Começamos a os fazer, certo que todos estamos estudando a
ideia e me parece maluquice.
Pedro sorri e fala.
— Desculpa não vir no dia que marquei.
— Todos falaram horrores de você.
— Verdade, mas tenta testar, provavelmente vamos vender isto
para sistemas internacionais de dados, não existem muitos, mas são
projetos baseados em eficiência e constância, em velocidades assusta-
doras, mas é bom ver quer gostou.
— Sim, agradeço também a ajuda na Igreja, em uma tarde vocês
transformam o impossível em possível.
— Vim lhe deixar meu contato José, pois precisando, me liga.
— Não vai olhar?
— Eu quero ver vocês me provando que estou errado, mas ainda
não o fizeram, e se não o fizerem, sinal que posso dar um passo a mais
a frente.
Pedro se despede e dá a mão a Raquel e fala.
— Agora vamos a confusão.
— Confusão?
Eles saem dali e caminham mais 3 quadras, entram em uma re-
cepção de hotel e olham a moça na recepção.
— O senhor Rhodes se encontra?
O atendente olha para o gerente e pergunta.
— Quem gostaria?
— Pedro Rosa, não combinei com ele, então preciso saber se ele
está por ai?
O gerente olha pela câmera, Pedro Rosa, a lenda, menor do que
esperava, mas todos sabiam que a cidade estava um agito, o senhor
olha para o atendente pela porta e fala.
— Interfona e pergunta.
— Não entendo nada do que ele fala senhor. – O atendente.
O senhor pega o telefone e interfona e depois de um tempo vol-
ta a porta e fala.
— Ele disse que está descendo.
Pedro olha o senhor e fala.
— Podemos aguardar no restaurante?
O senhor apenas faz que sim com a cabeça e Pedro e Raquel en-
tram, sentam-se voltados a entrada do lugar e Raquel olha que era um

678
hotel bom, mas entende o problema dos demais, a concorrência era
desleal.
Pedro olha aquele senhor entrar, olha os dois seguranças, o se-
nhor olha o menino e olha os seguranças que se postam a entrada.
O gerente na entrada fala.
— Fica de olho, não queremos problemas com este menino, sei
que muitos falam dele, poucos o veem.
O rapaz olha para Pedro e fala em Inglês.
— Sabe que não negociamos com qualquer um?
Pedro olha o senhor e responde em inglês.
— Imagino, mas queria uma posição pessoal, já que pelo jeito,
vocês esquecem de que a vida se faz do dia a dia?
— Que posição, você sumiu com meu pai?
— Eu nem estava no lugar, então não sei o que aconteceu, mas a
pergunta, vai continuar jogando dinheiro pela janela, Rhodes? – Pedro
o encara.
— Mas porque negociaria?
— Não sei, eu tenho diamante tipo 4, aquele que vocês com-
pram em toneladas, e por 30 dias, não confirmaram pedidos, então não
estamos vendendo, a pergunta, não tem interesse mesmo?
Raquel olhava a conversa, não entendia nada.
— Dizem que você não pode ser o ser por trás de tudo.
— Realmente os Sinn que estão por trás disto, mas como vocês
não parecem os procurar, querem apenas bater e perder dinheiro, a
pergunta, apenas mais uma vez, quer ou não?
O senhor olha o menino serio, ele não sabia o que o menino ti-
nha, ele estava gastando e não estava tendo dados reais, e fala.
— E pelo jeito se disser não, não vai se preocupar?
— Não comercializo diamante, então não me preocupo, eu ven-
do produtos, mas se não teremos negocio, tenho de dedicar a outros
mercados.
— Acha que não tomo o que quero?
— Se ameaçar mais alguém senhor, talvez tenhamos um pro-
blema diplomático para lhe liberar para sua terra, vim falar com alguém
que falam ser um rapaz de negócios, mas ameaças, não sabe com
quem fala, estes as costas, são crianças comparados aos que protegem
minhas costas, dinheiro, isto não é nada senhor, acaba.

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— Não vou comprar mais nada de vocês, não vamos abrir a ven-
da de diamantes para você, mais sedo ou mais tarde, entenderá o
quanto controlamos isto.
— Se tudo der errado senhor, eu ainda tenho um segundo, ter-
ceiro, quarto, quinto, sexto negocio, desejo sorte para você.
Pedro olha para Raquel e fala em português.
— Vamos, este não sabe ganhar dinheiro.
Pedro se levanta, os seguranças fazem menção de o barrar, e
Rhodes não entende, eles sumiram, o menino passou e eles reaparece-
ram, um atalho rápido, para outro mundo, indo e voltando.
Raquel olha o senhor sair as costas e pergunta.
— O que este senhor faz?
— Perde dinheiro, por achar que ele controla o mundo, pode
controlar uma parte dele, mas o todo, nunca.
Pedro estica a mão para ela e toca o peito, eles caminham até
uma parede e atravessam para Matinhos.
Pedro olha Raquel e pergunta.
— As vezes queria entender as pessoas.
— Vai desistir?
— Não, mas amanha começo a fundar 30 industrias de materiais
que não precisava ter.
— E porque vai as fazer então?
— Vou usar o material que tenho, se eu vendo a grama de algo,
e com uma grama bem fina, eu consigo fabricar quase 100 metros qua-
drados de lixa, as vender no mercado e no lugar de ganhar 27, ganhar
uns 480, porque eles não querem me comprar algo, o que posso fazer
Raquel.
— Certo, você tentou não entrar em algo, mas não entendi a
conversa.
— Eles fizeram 3 pedidos na primeira semana, na segunda se-
mana o pai do rapaz estava na cidade para tentar nos desviar do cami-
nho, o pai do senhor ali está em Hons.
— E ele pode lhe atrapalhar.
— Com certeza, pode ser que no lugar de ganhar uma fortuna
em Janeiro, não venda nada, mas para mim, não vai fazer falta.
— Mas seria uma sacanagem.
— Sim, um trabalhão jogado fora.

680
Os dois vão a praia caminhando, uma segunda, e tinha gente por
todo lado, tinha gente falando varias línguas a praia.
Pedro senta-se a praia e fala.
— As vezes queria dizer, te amo, fácil como vejo as pessoas fa-
zendo, queria entender de sentimentos, vejo cobranças em auras, vejo
desagrado em auras, mas a culpa não é de vocês, é minha, e toda vez
que acho que tenho de sair para não magoar, eu saio Raquel.
— E não sabe mais como se portar?
— Vocês me tratam como um garanhão, eu sei que não sou,
acho que tenho algumas pessoas no meu coração, mas não sei dizer
que amo, vocês conquistaram um espaço, mas as vezes temo magoar
todas, de uma vez, as vezes, acho que seria o certo a fazer.
— Querendo me dar um fora?
— Tentando entender o que sinto Raquel.
— E pelo jeito não consegue ver as demais com outros?
— Eu vejo aquilo como uma forma de por as pessoas em cami-
nhos estáveis, mas não gosto nem da ideia, mas as vezes achamos que
vai ser mais natural, não consigo ver como natural, talvez é o caminho
que não deveria nem ter falado.
— Me tirou disto, sabe.
— Sei, mas para você manter o dinheiro, alguém tem de fazer, e
não entendo ainda como se faz algo assim, parece algo totalmente
falso ou desagradável.
— Sei que ganhei no ultimo mês mais do que os últimos 6 anos,
minha mãe me ajudou a montar uma poupança, juro que se alguém me
falasse que ganharia 32 mil num mês, eu duvidaria Pedro, e você fez
tão facilmente, que nem se contasse, as pessoas acreditariam.
— Sei que ganhava pouco, nem um salario a mais por mês, en-
tendo o encanto, mas as vezes eu acho que este caminho, é para pre-
parar algo a frente, não para uma vida.
— O pai falou que se entrar um mês a mais, dá para comprar
uma casa para mim.
— É uma forma de garantir um futuro Raquel.
— E está pensativo ainda.
— Eu não quero falar de politica, eu não consigo falar de amor, e
hoje não pareço bom para fazer projetos.
Raquel o abraça, depois os dois vão cada um para sua casa.

681
Pedro vai a aula, senta-se a olhar em volta,
sente quando aquele ser surge a sua frente.
Pedro olha o pequeno Querubim, ele pensa
em sua aura e ela dilata, passando pelo pequeno
Arcanjo e ouve.
— Me atacando?
Beliel sente o som voltar, não se prolifera-
rem, a cara de dor nos olhos de Pedro, estabeleciam
que aquilo o atravessou e fala.
— Não. – Saiu difícil.
— Sabe que deveria parar?
Pedro coloca a mão a cabeça e responde, ten-
tando manter a ciência de quem era, ele poupava o
colégio com sua aura, mas aquele som interno a sua aura, parecia o
doer a alma.
— Se esta regra existe, deveria ser comunicada.
— Os seres não devem usar do todo, é desonesto.
— Honesto seria eles saberem a verdade.
Pedro com a mão nos ouvidos, sentindo aquele reverberar do
som internamente, consegue erguer os olhos e olhar o Arcanjo a sua
frente e o ser olha ele lhe encarar.
— E acha que merece uma chance?
— Conquistas geram dor, sei disto desde pequeno, mesmo não
tendo crescido muito ainda.
O arcanjo olha em volta, viu que outros olhavam ele e olha o
menino a frente e fala.
— Tem de entender, tem de conter avanços.
— Trabalho a procura de meus sentimentos, se os tivesse, com
certeza, estaria mais ocupado em inseguranças bobas.
O arcanjo some e Pedro puxa para ele a aura, ele senta-se e sen-
te o zunido nos ouvidos, a dor no corpo causada por cada frase que o
atravessou, e olha Raquel falar, ele apenas fala lentamente.
— Deixa meus ouvidos voltarem a funcionar.
Ela sorri, mas ele baixa a cabeça e o professor entra, Pedro tenta
se recompor, talvez meia aula lendo lábios o fez meio alheio as pergun-
tas, mas o zunido foi sumindo e ele no fim de 3 horas estava já ouvindo
as coisas.

682
Pedro olha para as mensagens e soube que houve problema na
casa, gente demais usando uma casa que não era para este fim.
Ele estava atordoado quando aquele carro da policia para a fren-
te do colégio Hildebrando de Araújo, ele já sabia pelos policiais que iria
a um problema novamente.
As vezes ele sentia que estava fora do caminho, e talvez no fim,
ele fosse usado para inocentar o senhor Magalhães, ele não duvidava
disto.
Ele olha os policiais e o investigador Plinio sai do carro e fala.
— O delegado Silva quer lhe falar.
— Problemas?
— Gente chamou a policia para uma casa que as meninas fala-
ram ser sua.
Pedro olha para Raquel e fala.
— Verifica quem aprontou, acho que esquecem que a criança
deveria ser eu.
Raquel pega o celular e foi se afastando e Plinio abre a porta e
ele entra.
Raquel liga para a Guta e pergunta.
— O que aconteceu Guta?
Guta olha as meninas e fala.
— Duas meninas da novela começaram a discutir e não entendi,
problemas?
— Se está na casa, sai, policia querendo complicar todos.
— Não estou lá, mas o que acha que vai acontecer?
— Sei lá, se informa e se puder avisar o menino, o estão condu-
zindo a delegacia por algo que aconteceu lá.
Guta passa mensagem para algumas e passa uma mensagem pa-
ra Pedro que sorri e olha o carro parando a delegacia, sai do carro, olha
a imprensa chegando e pensa no problema.
Pedro passa uma mensagem para Guta e para todas as meninas
dos seus contatos, e enquanto as meninas liam as mensagens, uma
maquina de demolição chegava a casa, as meninas viram que era serio,
Pedro não atendeu o telefone, mas ele começa a tocar.
Ele desliga o telefone e entra na sala do delegado Silva que olha
para ele.
— Problemas delegado?

683
— Duas meninas da Globo se pegaram no tapa, e uma acabou no
HC e fez uma declaração que temos de verificar.
— Qual a armação agora senhor?
— Não sei se ouviu aquela acusação que você haveria montado
uma agencia de acompanhantes de menor.
Pedro sorriu, mas pareceu dor, e o delegado fala.
— Sabe que se elas confirmarem algo, teremos de o acionar por
aliciamento de menores.
— Eu sou menor senhor, eu aliciar menores seria algo, aliciar
pessoas com menos de 13 anos, sei que aquelas meninas são novas,
mas se lembra, eu falei com todas as palavras, não quero policia inerte,
não quero vocês fazendo vistas grossas, mas me acusem de algo que
fiz, duas Globais se agridem, e eu sou o culpado, nem sei quando isto
aconteceu.
O delegado olha o rapaz do ministério publico chegar a porta e
olhar para o delegado.
— Ministério Publico, o advogado do menino?
— Esperando a acusação vinda do ministério publico para saber
o que fazer, se mando ele para casa ou peço para ele pedir uma advo-
gado. – O Delegado olhando Roger.
Ele alcança a petição, Pedro toca no peito, se levanta e olha o
papel, lê ele com calma e olha as mensagens do celular, coloca o tele-
fone no bolço, volta a posição anterior e olha para o rapaz.
— Só vou pagar advogado se for serio.
— Prostituição de menores é grave.
— Então prenda os que usam o serviço, é fácil passar em ruas de
Curitiba e ver jovens se oferecendo a rua, e onde está o ministério
publico nesta hora?
— Não temos esta denuncia.
— Pensei que o famoso Roger, fosse gente seria, não criança
brincando de faz de conta, pois falar senhor, que ninguém pode errar
nos processos, nas atribuições, é fácil, lhe desafio a prender alguém,
montar um processo que chegue ao fim, é fácil apontar os erros, quero
vê-lo estabelecer um processo sem erros.
— Acha que está falando com quem menino?
— Posso apostar senhor, tem mais de 12 erros de português
neste documento a mão do delegado, se você o assinou, e sempre tem
virgula de mais.

684
Roger olha o menino, o Delegado olha as virgulas do documento
e olha o menino, sorri, aquele era Pedro Rosa, a lenda.
— O que disto senhor Carneiro, foi constatado antes de manda-
rem a petição de retenção do menino?
Roger olha para o delegado e fala.
— Temos um grupo chegando a casa agora.
Pedro encosta na cadeira e solta os braços, como se dizendo,
vamos esperar.
Roger viu que o menino relaxou, isto o deixou tenso.
— Parece saber mais do que os demais. – Roger olhando o me-
nino.
— Senhor, sempre digo, antes de entrar em uma arapuca, vai e
olha se a arapuca tem portas.
— Acha que não o pegamos por isto?
— Se isto se for serio, dai chamo o advogado, conheci muita
gente ultimamente, mas pode ter certeza, estas meninas falam de
mais, e não sei quem me acusa.
— Sabrina Guedes?
— Entendi a pretensão, mas foi ela a agredida?
— Sim.
— Então apostaria que Marilia a acertou, é isto?
— Sim, é isto, estava lá?
Pedro olha a parede, ele não falaria nada, depois olha o senhor,
enquanto um espectro dele sai pela porta com destino ao hospital pró-
ximo.
Pedro olha o delegado e fala.
— Quer que chame um advogado, pois se é armação da Globo,
vou entrar nas noticias muito rápido.
Roger lembra da imprensa na entrada quando entrou e pergun-
ta.
— Porque seria uma armação da Globo?
— A defesa do Magalhães, apontava uma das meninas que ele
levava a cama, me acusar de montar uma agencia de acompanhante,
isto a mais de um mês, quando ele foi preso.
No hospital a menina estava saindo do hospital e olha em volta,
e fala com o advogado.
— O que vai acontecer agora?
— Sabe que tem de manter a versão de que ela lhe agrediu.

685
O espectro atravessa ela e o advogado olha o olho dela desin-
char e o roxo sumir, ela olha o braço e vê ele deixar de estar doido e
olha para o advogado.
— Não foi neste sentido que falei, quem vai segurar o menino,
pois eu estou saindo de um contrato bom, espero que Magalhães me
consiga algo muito melhor.
— Você ganha trocado, fala serio. – O advogado.
O espectro olha o pai da menina olhar para ela e falar.
— Vamos ao hotel filha, tem de manter o que combinamos.
Pedro na delegacia olha para o investigador chegar a entrada e
olhar para o menino e para o delegado.
— Fala Ricardo.
— Qual a descrição do evento Delegado Silva.
— Que a casa estava cheia de garotas de programa, e que Mari-
lia brigou com a menina porque ela disse que achava que o menino não
as pagaria direito, e que estavam todas trabalhando para não receber.
— Ai tem alguns problemas, mas aquilo não é uma casa Delega-
do.
— Não entendi. – Roger.
O investigador põem a foto da rua, parecia uma casa, mas ele
coloca a foto do terreno pelo fundo, era apenas uma fachada de ma-
deira presa e como o terreno era mais alto do que a rua, nem viam que
nem telhado havia.
O delegado olha Roger e fala.
— O que pretende, temos o pedido de condução de mais de 10
menores, para falar sobre isto, o que fazemos?
Roger olha o menino, ele não gostava de recuar e fala.
— Não entendi o como pode tirar uma casa do lugar em uma
condução para cá?
— Não tirei, apenas tenho minha casa no Hugo Lange, mas a ca-
sa que Sabrina conheceu, quer dizer, que chegou até a porta, é uma,
minha casa, outra.
— E teríamos acesso a sua casa.
— Sim, querem ir lá, olhamos.
— E quantas pessoas estariam lá?
— Não sei, as vezes Marilia está lá, mas é que ela assim como al-
guns, não sabem o que fazer antes de voltarem ao Rio, para terminar
de filmar as ultimas cenas.

686
— Alguns falam que eles ainda teriam que filmar a parte final da
novela, o que diria?
— Que o cenário não está mais lá, reformamos.
Pedro olha o delegado dizer que queria olhar aquilo e o grupo
sai no sentido do Hugo Langue e chegam a uma casa a beira do trilho
de trem e se viu a casa, imensa, mas não era onde a menina apontou
como sendo a casa.
Roger olha para o endereço e olha que o endereço que deram
era a duas quadras, olha que ali realmente estava apenas duas meninas
da Globo, confirmando que aquela era a casa que ele emprestara as
meninas.
O grupo chega a casa que indicaram como o local da briga e ve-
em aquele imenso guindaste de demolição e Roger olha para Pedro.
— O que este guindaste faz ai?
— Acho que amanha eles vão filmar uma propaganda, não en-
tendi ainda o enredo, mas a própria armação da casa, é para esta fil-
magem.
Pedro entra no terreno e fala.
— Alguém parece realmente ter feito uma festa aqui, pois fize-
ram até uma fogueirinha, mas não saberia quem foi.
Roger olha aquilo, tinha jeito de moradores de rua, e olha em
volta e pensa no que fariam, mas era claro que só existia a frente e as
duas laterais, não o fundo ou interior daquilo.
O grupo volta para a delegacia e o menino pergunta se estava
dispensado e Roger liga para Sidnei e dá uma bronca, ele achava que
aquele era o endereço do menino.
Sidnei não entendeu, mas o menino entra na outra casa e olha
para Marilia.
— O que aconteceu?
— Sabrina estava de acordo com Magalhães, e acabamos discu-
tindo, não entendi porque nos tirou de lá?
— Isto se chama ilusão, e não vou explicar, mas se passar lá, di-
rão que só existe as paredes externas para uma filmagem na região.
— Eles vão acreditar?
— Fiquem por aqui por enquanto.
Pedro volta para a Vila Pinto, entra na sede do trafico e sobe pa-
ra o andar que ele tocava e fecha os olhos, ainda ouvia o zunido nos
ouvidos, ele adormece, aquilo acabara com ele.

687
Pedro acorda assustado na madrugada da
quarta, olha para fora, olha o relógio, sente os mús-
culos cansados.
Ele sobe a cobertura e olha em volta, olha pa-
ra os rapazes o vigiando e olha para o reforço ao
fundo, ele toma um banho e sai a rua.
Pedro caminha até a sede da empresa de Ge-
ologia, chegando lá por volta das 5 da manha, olha
os prospectos e fica a olhar as possibilidades, ele
olha para fora e pensa no que poderia fazer.
Ele pede por sistema a compra de pelo me-
nos 60 maquinários, e começa a projetar as peças,
ele olha para o que teria e pensa nas possibilidades
e começa a desenhar no computador, e olha para as peças, uma soma,
uma encaixando nas outras, ele olha o projeto, mais de 18 mil peças,
para algo do tamanho dele.
Pedro olha pela janela, amanhecendo, os rapazes ao fundo o vi-
giando, ele sabia que todos queriam ele parado, e ele estava querendo
passar e sentar, pensar, entender todos eles.
Pedro olha para a mensagem de Rita, não entendeu, ele não
conseguia se afastar.
Ele atravessa para o colégio, surge no corredor do colégio, e olha
para Raquel chegando a ele.
— Entendeu a armação de ontem? – Raquel.
— Não, as vezes tenho vontade de parar tudo, mas eu não sei
parar.
— Algumas acham que ganham mais sem você e eu por trás.
— E o que estão esperando para sair de lá?
— Não tem pena delas mesmo?
— Elas sabem que ganhamos com isto Raquel, acham que não
precisam de nossa estrutura, mas a pergunta, prendemos alguém ali?
— Você estabeleceu elas em campanhas publicitarias.
— As campanhas vão continuar, sempre digo que estranho, elas
nos querem servir onde investimos 5 nelas e ganhamos 6 mil, e onde é
um por um, elas acham exploração.
— Eu falo com algumas, mas tem gente armando, deve imaginar.

688
— Imagino, mas se tudo der errado, vou tentar entender meus
sentimentos hoje Raquel, e sei que não gosta disto.
— Vai tentar de novo?
— Eu não sei, pode ser um fim, hora de ficar até o momento fi-
nal, hora de parar de fugir.
Aula, restaurante, e Pedro caminha até o Shopping, ele olha o
local e senta-se a praça de alimentação, ele tinha duvida se queria estar
ali, ele sente as presenças, estranha, pois era quase um desafio, ele
começava a temer seu caminho, ele não dormira direito, ele ainda ti-
nha as poucas palavras do anjo a sua cabeça.
“Os seres não devem usar do todo...
...Tem de entender, tem de conter avanços”
Ele tentava se manter calmo, mas sabia que estava em um cami-
nho ou de enfrentamento ou de recuo, ele não entendia dos seus pró-
prios sentimentos e olha Josiane sentar a sua frente, a pessoa errada
de cara e ouve.
— Ela deve estar chegando.
Pedro olha em volta, para ver se alguém filmava, e ela fala.
— Arisco, mas tem de entender, as vezes crianças brincam, e se
machucam brincando.
Pedro olha ela e fala.
— O problema Josiane, é que todos os caminhos, não parecem
para mim, estou em um caminho sem saída, tenho medo de machucar
todas, e acabar sozinho.
Josiane olha ele e fala.
— As vezes parece tão perdido como minha mana.
Pedro a olha se afastar, estava vendo Caroline e Rita chegarem
ao fundo, pensou em uma conversa a sós, mas não seria como pensa-
va.
Ele olha em volta e olha que tinha mais gente por ali, viu Josiane
chegar até Camila, e ao fundo estava Carla, ela não sorria, ela queria
algo, mas talvez fosse como ele, queria e não saberia defender o que-
rer diante da relação.
A cabeça de Pedro conseguia se confundir falando entre ele e ele
mesmo, imagina 70 deles, 70 sentimentos, 70 formas de pensar, em
uma única ação que parecia confundir ele.

689
Ele olha Rita parar a sua frente, um sorriso na alma, 10 seres sor-
rindo como humanos, dois como alma, o fizeram pensar, e mesmo sem
sentir, sorrir.
Ele sente Carla e pensa alto.
“Sem ciúmes, sabe que teremos de conversar muito!”
Pedro sente o sorriso, olha em volta, sentia que em breve seria
interrompido e olha Rita a frente.
— Veio, pensei que fugiria de volta. – Rita.
— Tento evitar o fim ainda Rita, mas hoje, parece que mesmo
querendo, alguém me vai tirar daqui.
— Certo, mas queria lhe dizer uma coisa.
— Uma? – Pedro olha Caroline e fala – Pode sentar.
— Ela está tentando me convencer que você não é apenas um
rosinha qualquer?
— Ela não precisa falar o que sabe Carol, mas desculpa se estiver
arisco, é que espero outra armação.
Rita estica as mãos sobre a mesa, Pedro as segura e olha para a
aura dela e fala.
— Não precisa ter medo Rita, não sou tão perigoso assim.
Ele olha ela ficar tímida na aura e olhar para os lados e falar.
— Você me deixa insegura, olha quantas olhando para você.
— Quando afasto as pessoas, é para não me adorarem, e parece
que não funciona.
— Mas...
— Estou aqui Rita, não lá.
— Eu tenho medo de dizer algo, você achar algo errado, eu não
sei o que sinto, sei que fiz algo errado, mas era para lhe afastar, eu
sabia que era armação, mas queria lhe afastar.
— E o que mudou.
Ela olha em volta, Caroline estava ouvindo, mas ela queria deixar
as coisas sem meias palavras.
— Deixar claro que não tem haver com a gravides, mesmo que a
use como desculpas para meus pais, não é isto.
— E o que é Rita, sei que não consigo lhe ver pela armação, de-
veria, mas tenho medo de voltar a tentar, não sei ainda como dar a
volta nisto.
— Sei que fomos infantis, mas tem de considerar que somos
adolescentes, fazemos merda.

690
Pedro a olha, ela estava meio solta, mas as mãos ainda geladas,
a aura ainda com duvidas e receosa.
— Rita, sei que não começamos direito, talvez um passo rápido
que colocou mais medo nos demais do que o normal, era apenas o
menino do shopping e de repente tinha Hons, Plout, Delegados, tiros,
atentado ao seu pai, sei que começamos rápido por um lado, lentos por
outro, você me dá o primeiro fora, depois invadem minha cama, depois
segundo fora, acho que fiquei sem saber o que pensar, mas não pelo
lado ruim, ainda vale aquela parte de não saber nem odiar direito, e
nem amar direito.
— E como recomeçamos, não era para ser legal aquele dia, mas
nós passamos do ponto, agora tem duas gravidas, sorrisos de minha
irmã, acho que não sei como dizer o que quero dizer.
— Ciúmes? – Pedro a olhando.
Rita olha intrigada e pergunta.
— Parece conhecer minha alma.
— Eu não sei como me portar Rita, sei que como falou, passa-
mos do ponto, e não sei mesmo como voltar ao ponto anterior.
— Mas não está bravo comigo?
— Eu fujo de armações, mas as vezes caio da mesma forma.
— Não respondeu. – Rita olhando serio.
— Eu não tenho idade para ficar bravo, se não consigo nem bri-
gar com meu pai que já fez coisas piores, mas no seu caso Rita, me
sinto inseguro, e sei que como você falou, passamos do ponto, mas em
que ponto vamos ficar?
— Não sei, você me perdoa?
Pedro tenta não rir, talvez parecesse doido, então apenas a olha
aos olhos e fala.
— O que vai fazer agora?
— Vai me tirar daqui?
— Ou saímos agora, ou vou parar na delegacia.
— Então saímos rápido? – Rita sorrindo.
Pedro levanta-se e olha para Carla e pensa.
“Nos vemos daqui a pouco, policia chegando.”
Rita olha Carla sair ao longe e eles saem pela saída dos fundos,
caminham no sentido horário pela rua, com Caroline, Joseane e Camila
vindo junto, eles entram no prédio que fora da empresa de joias, so-

691
bem e pegam um helicóptero no sentido da cobertura da empresa de
geologia.
Pedro desce do helicóptero, eles vão a sala e Pedro sente Rita o
beijar e falar baixo.
— Tenho medo de você Pedro.
— Medo?
— Acho que você me tem como quer.
Pedro sente Caroline o abraçar pelas costas e olhar para Rita, e
os momentos seguintes, foram da confusão que as 4 queriam, mas não
queriam confessar.
Pedro estava a uma hora naqueles braços quando alguém bate a
porta e Pedro se levanta e fala olhando Rita.
— Se vistam, Policia.
— O que aprontou.
— Quando faço, eu sei a acusação, mas eles com certeza querem
algo ilegal, e não sei ainda o que vão me acusar agora.
Pedro desce a escada e olha os rapazes arrombando a porta e
Pedro levanta as mãos e fala.
— Tem de dar chance de abrir a porta rapazes.
O rapaz do ministério publico olha em volta e fala.
— Recolham tudo, tem de ter algo aqui.
Pedro estala o dedo e todo o equipamento some, e olha para
Roger serio.
— Desculpa, mas não tem como ter uma permissão para isto.
— Vamos ver quem você esconde aqui.
Pedro pensou nas moças no Tingui, elas abrem uma porta e pas-
sam para o terreno em Guaratuba, quando os policiais invadem lá, não
havia mais nada.
Rita desce a escada e o rapaz aponta a arma para ela e Pedro fa-
la.
— Judia destas e o desembargador Ribeiro o coloca em uma pri-
são até estar bem velhinho.
Roger olha as meninas e soube que algo estava errado e pergun-
ta para o policial.
— Quem viu eles chegarem?
— Ninguém. – O policial.
— Saírem?
Pedro olha o rapaz e fala.

692
— Tentando achar uma falha, mas a falha é você aqui, sabe dis-
to, apenas não soube absorver uma critica senhor Carneiro.
Quando a quarta desce Pedro estala outro dedo e tudo acima fi-
ca vazio, abaixo também, e olha para os policiais começarem a chegar e
um fala ao fundo.
— Parecia que tudo era holografia, sumiu como se não estivesse
ai, deve ser para nos distrair senhor Carneiro.
— Vamos o conduzir ao Juizado de Menores, temos uma acusa-
ção seria.
— Matei alguém agora?
Rita olha os policiais olharem tudo e um entrar e falar.
— Tudo vazio doutor Carneiro.
Pedro é conduzido e Rita liga para o pai, elas foram para casa de-
la e o Jose Ribeiro olha a filha.
— O que fazia lá filha?
— Do que vão acusar ele agora?
— De ter matado aquela Sabrina.
— E quando ele fez isto, não consegue ver que é armação pai?
— Ela foi encontrada morta no terreno vazio, apenas com pare-
des falsas no Hugo Lange.
— E isto o transforma em culpado porque?
— Ela o havia denunciado.
— Não, ela havia brigado com aquela Marilia, e quando viram
que não daria em nada a denuncia, voltam a atacar.
— Temos uma morte.
Pedro é conduzido ao Juizado de menores e olha em volta e sen-
te a morte, ele estava distraído antes, e deita, surge no caminho dos
mortos e olha para Sabrina e fala.
— O que fez agora menina, para acabar morrendo?
— Eu não sei, fui falar com meu pai, não posso estar morta.
— O que se lembra por ultimo?
— Ter tomado um chá.
— Certo, senta ai, nem tenta andar ainda, não é hora.
— Mas...
— Vou tentar ajudar moça, mas não sei ainda como.
— Mas quem é você?
Pedro sorri, ali não havia um espelho para saber sua aparência,
mas olha as mãos, pelos aos braços, mão mais velhas, não sabia quan-

693
tos anos, mas seria ele mais velho e não sabia ainda se o rosto seria
dele, mas ele abre os olhos e sente Vaz chegando.
Vaz pede para falar com o menino.
— Lhe complicaram menino.
— Sei que eles fazem esforço para me ferrar, mas pede acesso a
causa morte, vai ao prédio que o pai dela está na cidade, parece que
ela ia para lá quando morreu, então tem de descobrir se ela chegou ou
não lá, eu pediria um teste genético para verificar se o senhor é mesmo
pai da menina.
— Não entendo sua lógica?
— Não existe logica, existe assassinos disfarçados de diretor da
Globo, pai da menina, e verifica se eles foram falar com Magalhães.
— Não vão engolir esta.
Pedro se calou e olhou para o rapaz a porta e falou.
— Se não vai fazer nada, deixa eu voltar para meu carma.
Vaz viu que o menino não era de ficar explicando, viu que ele faz
sinal para o rapaz que tinha acabado.
Pedro deita ao fundo e fecha os olhos.
Vaz sai dali, ele entendeu que o menino não iria nem com ele fa-
zer sala.
Roger olha a câmera ilegal e olha para o Juiz.
— O que ele quis disser com isto?
— Que ele sabia onde a menina deveria estar, com o pai, a logica
é meio torta.
Roger sai dali e vai ao hotel do senhor e pede as câmeras de en-
trada, do estacionamento e lá estava a menina chegando, olha a hora e
começa a olhar as demais imagens, viu quando o senhor, pai da menina
estaciona o carro perto da porta do lixo ao fundo, ele tira algo e põem
no porta malas do carro e sai dali.
Roger não entendia o menino, mas ele chega a delegacia da Civil
e pede para falar com o Delegado Silva.
— Perdido aqui senhor Carneiro?
— Quem manda não me deixarem o deter, alguém morreu.
— E o que trás aqui?
— Preciso de uma detenção, e uma diligencia, mas parece que o
ministério publico quer pegar a pessoa errada.
— E quando vocês não querem isto? – Delegado.
— Poderia ajudar?

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— Quem?
— O pai da menina, e reter o carro que ele levou para lavar hoje
a tarde.
Plinio entra pela porta e fala.
— Acabamos de prender o pai, o diretor da Globo local, que fora
preso e depois solto por ter recebido dinheiro do antigo governador, e
o desembargador Ribeiro liberou e verificarmos o quarto do senhor.
— Qual o motivo da morte? – O delegado.
— Queda.
— Queda? – Roger.
— Sim, alguma ideia?
— As câmeras do hotel, induzem que ela foi para o quarto do
pai, 15 minutos depois, ele estaciona de ré na parte do lixo, e tira um
saco de lá, ele estava no 10º Andar, se fosse jogada com certeza, desa-
cordada, morreria.
Plinio liga para o investigador Sergio e fala.
— Verifica a saída do lixo no estacionamento, pode ter sangue.
— Não entendi.
— Retêm todas as gravações do hotel.
O delegado pega o telefone e liga para o Desembargador Ribeiro
e pergunta.
— Desembargador?
— Fala Silva.
— Consegue a quebra do sigilo bancário de Joaquim Guedes?
— Mas...
— Tudo induz que ela morreu no quarto dele senhor.
— Certo, verifico, mas se estiver dinheiro.
— Precisamos da procedência senhor, para saber quem ainda
está no ataque sobre o menino.
Os exames começam a sair, as provas aparecem, enquanto o dia
acaba com Pedro Rosa no Juizado de Menores.

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Pedro acorda, assustado, ele sente a menina
caminhar a luz, e quando surge no caminho, ela já
não estava mais lá, ele olha em volta e soube que
aquela não teria mais como trazer de volta.
Ele olha para o rapaz falar que Vaz estava ali.
Pedro não sabia o que iria acontecer, mas viu
que foi conduzido a sala do diretor da instituição,
que olha para o menino.
— Pelo jeito está mais aqui que em casa.
— Meu banco na praça deve estar sentindo
minha falta.
O senhor não sorriu e Vaz falou.
— Como sabia?
— Sabia?
— Acabam de prender Alberto de novo, Siqueira, da RPC de no-
vo e o pai da criança.
Pedro não falou nada.
— Esta sendo liberado, mas estamos de olho em você menino.
Pedro não estava legal para falar algo, viu Rita e Carla, ele sorri
ainda dolorido para as duas e Carla fala.
— Não sai mais daqui?
— Só para ficar longe de nós? – Rita.
Elas ali foi uma boa surpresa, beija Carla, depois Rita, e sai dali,
ele não sabia ainda o que iria acontecer, mas era hora de tentar pensar
no fim de obras, e começo de novos planos para o ano seguinte.

Continua...

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