Meu coração não tem que ter. Tenho meus olhos quentes de água. Só tu, Senhor, me dás viver. 5 Só te sentir e te pensar Meus dias vácuos enche e doura. Mas quando quererás voltar? Quando é o Rei? Quando é a Hora?
1 Quando virás a ser o Cristo
0 De a quem morreu o falso Deus, E a despertar do mal que existo A Nova Terra e os Novos Céus?
Quando virás, ó Encoberto,
Sonho das eras português, 1 5 Tornar-me mais que o sopro incerto De um grande anseio que Deus fez?
Ah, quando quererás, voltando,
Fazer minha esperança amor? Da névoa e da saudade quando? 2 Quando, meu Sonho e meu Senhor? 0
PESSOA, Fernando, 2008. Poesia do Eu. 2.a ed.
Lisboa: Assírio & Alvim (p. 375)
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas ao questionário.
1. Explicita a estrutura do poema, delimitando os diferentes momentos da sua
organização interna.
2. Relaciona o estado de espírito do sujeito poético com a forma como é apresentado o
“Senhor”.
3. Refere um dos efeitos de sentido produzidos com a repetição do advérbio “quando” ao