Você está na página 1de 8

Artigo original

Análise fitoquímica das cascas do caule do cajueiro (Anacardium oc-


cidentale L. – Anacardiaceae)

Anna Eláyne da Silva e Silva1 e Sheylla Susan Moreira da Silva de Almei-


da2
1 Acadêmica do Curso de Farmácia. Departamento de Ciências da Saúde. Laboratório de Farmacognosia e Fitoquímica. Uni-
versidade Federal do Amapá, Brasil. E-mail: annaelayne1@hotmail.com
2 Doutora en Química de Produtos Naturais. Departamento de Ciências da Saúde. Laboratório de Farmacognosia e Fitoquími-
ca. Universidade Federal do Amapá, Brasil. E-mail: sheyllasusan@yahoo.com.br

RESUMO: O cajueiro (Anacardium occidenlale L.) pertence à família


Anacardiaceae, o qual inclui árvores e arbustos tropicais e subtropi-
cais. O cajueiro é popularmente utilizado o chá das cascas com finali-
dades anti-inflamatória, cicatrizante, antiglicêmico e afins. O objetivo
deste estudo foi à realização da triagem fitoquímica da Anacardium
occidenlale L. A identificação da espécie (Anacardium occidenlale L.)
foi realizada pelo Herbário Amapaense (HAMAB) do Instituto de Pes-
quisas Científicas e Tecnológicas do estado do Amapá (IEPA), Macapá
- A - Brasil. Posteriormente, para a triagem fitoquímica, realizou-se a
coleta das cascas do caule de cajueiro, em Macapá – AP - Brasil, após
isso foi realizado um levantamento de informações científicas do ve-
getal para a identificação. Obteve-se o extrato bruto etanólico para a
triagem fitoquímica, onde foram identificadas as classes de metabóli-
tos secundários, tais como: ácidos orgânicos, açúcares redutores e
fenóis e taninos. Por fim, foi possível verificar que algumas proprie-
dades dos metabólitos secundários detectados neste estudo se corre-
lacionam com as atividades encontradas na literatura com as ativida-
des alegadas pela população, demonstrando o grande potencial da
espécie na busca de princípios ativos.
Palavras-chave: Metabólitos secundários; Produtos naturais; Triagem
fitoquímica.

Phytochemistry analysis of shells of the stem Anacardium


occidentale L.
ABSTRACT: The cashew (Anacardium occidenlale L.) belongs to the
Anacardiaceae family, which includes trees and tropical and subtropi-
cal shrubs. The cashew tree is popularly used tea from shells with an-
ti-inflammatory purposes, healing, antiglicemic and the like. The ob-
jective of this study was to carry out the phytochemical screening of
Anacardium occidenlale L. The identification of the species
(Anacardium occidenlale L.) was performed by Amapaense Herbari-
um (HAMAB) of the Institute of Scientific and Technological Research
Amapá State (IEPA), Macapá - AP - Brazil. Thereafter, for the phyto-

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 3, n. 2, p. 81-88, jul.-dez. 2013
82 Silva e Almeida

chemical screening was held collection of cashew stem bark in


Macapá - AP - Brazil, after that was a survey of scientific information
of the plant for identification. Gave the crude ethanol extract for the
phytochemical screening, where the classes of secondary metabolites
have been identified, such as organic acids, reducing sugars and phe-
nols and tannins. Finally, we observed that some properties of sec-
ondary metabolites detected in this study correlate with activities
found in the literature with the alleged activities by the population,
demonstrating the great potential of the species in the search for ac-
tive ingredients.
Keywords: Secondary metabolites; Natural products; Phytochemical
screening.

1 Introdução vidades farmacológicas comprovadas,


como sendo o cajueiro uma planta an-
O uso intenso das espécies ao longo tiiflamatória (OLAJIDE et al., 2004;
dos anos fez com que um vasto conhe- FALCÃO et al., 2005), antidiabética (O-
cimento fosse acumulado pelas popu- LIVEIRA; SALTO, 1987/1989; KAMT-
lações. Esse conhecimento por vezes é CHOUING et al., 1998; BARBOSA-FILHO
passado pelas gerações através da ora- et al., 2005); inibidor da enzima acetil-
lidade (AMOROZO, 2002), e hoje serve colinesterase (BARBOSA-FILHO et al.,
como uma ferramenta para a ciência 2006) e substâncias isoladas do fruto
na busca por substâncias que possam demonstraram ser inibidora de tirosi-
ser ponto de partida para o desenvol- nase (KUBO et al., 1994).
vimento de fármacos. Nesse sentido, Diante do exposto, objetivo desde
os estudos etnodirigidos vêm crescen- estudo foi a triagem fitoquímico do
do e tem obtido resultados satisfató- extrato bruto etanólico das cascas do
rios (MACIEL et al., 2002). caule da Anacardium occidentale L.
Anacardium occidentale L. perten-
cente à família Anacardiaceae, é co- 2 Materiais e métodos
nhecida popularmente como cajueiro,
é uma arbórea nativa originária do Bra- 2.1 Caracterização do local da coleta
sil, e utilizada na medicina tradicional,
principalmente, no Nordeste brasileiro No dia 02 de junho de 2014, no ho-
com efeitos terapêuticos, tais como: rário próximo às 16:00, as cascas do
aliviar dor de dente, antiinflamatório caule e ramos do cajueiro foram cole-
para gengiva e garganta, bronquites, tadas de árvores situadas no Cemitério
artrites, cólicas intestinais, icterícia, São José em Macapá - AP - Brasil.
contra diabetes, asma e até mesmo Os ramos foram utilizados para a
usado como afrodisíaco (MOTA, 2004; confecção de exsicatas, conforme des-
MORAIS et al., 2005; AGRA et al., crito por Fidalgo e Bononi (1989). Em
2007). Na literatura encontram-se ati- seguida, as exsicatas foram enviadas

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 3, n. 2, p. 81-88, jul.-dez. 2013
Análise fitoquímica das cascas do caule do cajueiro (Anacardium occidentale L. – Anacardiaceae) 83

para a identificação por especialista no 2.2.2 Triagem fitoquímica


Herbário Amapaenses (HAMAB) do
Instituto de Pesquisa Científicas e Tec- Para obtenção da triagem fitoquími-
nológicas do Estado do Amapá, em ca, utilizou-se a metodologia proposta
Macapá - AP - Brasil. por Barbosa (2001) procedendo-se os
A coleta manual das cascas foi reali- da seguinte forma:
zada em troncos sem massa de solo, de 1) Teste para Saponinas Espumídica
acordo com o recomendado por Olivei-
ra et al (1998). Dissolveu-se alguns miligramas do
extrato alcóolico seco em 5mL de água
2.2 Procedimento experimental destilada. Em seguida, diluiu-se para
15mL e agitou-se vigorosamente du-
Para o desenvolvimento da triagem rante 2 minuto em tubo fechado.
fitoquímica, obteve-se os extratos da Resultado: Se a camada de espuma
seguinte forma: permanecer estável por mais de meia
hora, o resultado é considerado positi-
2.2.1 Obtenção dos extratos brutos vo para saponina espumídica.
2) Teste ácidos orgânicos
a) Cascas do caule do cajueiro foram
Dissolveu-se alguns miligramas do
submetidas à secagem a 45±1º C,
extrato seco em 5mL de água destila-
em estufa de ar recirculante;
da. Transferiu-se 2mL para um tubo de
b) Material botânico foi triturado em
ensaio, e adicionou-se gotas do reativo
moinho elétrico;
de pascová.
c) O método de extração utilizado foi
Resultado: Descoloração do reativo,
maceração, onde foi colocado 100 g
a reação seria positiva.
de material vegetal juntamente
com 700 mL de etanol, em tempe- 3) Teste para Açúcares redutores
ratura ambiente, com agitações o- Dissolveu-se alguns miligramas do
casionais, em recipiente fechado extrato seco em 5mL de água destila-
por 2 dias. O processo foi repetido da. Adicionou-se 2mL do reativo de
por 3 vezes, mudando apenas a FEHLING A e 2mL do reativo de FE-
quantidade de etanol, que passou a HLING B. Aqueceu-se em Banho Maria
ser de 500 mL nas últimas duas ve- em ebulição durante 5min.
zes, devido ao intumescimento do Resultado: O aparecimento de um
material vegetal. precipitado vermelho tijolo, indicaria
d) Obtendo-se assim, o Extrato Bruto presença de açúcares redutores.
Etanólico (EBE) das cascas do caule
(27,4 g) (FALKENBERG et al., 2003; 4) Teste para Polissacarídeos
FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 2010; Dissolveu-se alguns miligramas do
KIANTIKOSKI, 2011). extrato seco em 5mL de água destila-
da. Adicionou-se duas gotas de lugol.

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 3, n. 2, p. 81-88, jul.-dez. 2013
84 Silva e Almeida

Resultado: o aparecimento de colo- Resultado: Precipitado branco.


ração azul indicaria resultado positivo. 8) Teste para Depsídios e Depsidonas
5) Teste para Fenóis e Taninos Dissolveu-se alguns miligramas do
Dissolveu-se alguns miligramas de extrato seco em 5mL de Éter Etílico.
extrato seco em 5mL de água destilada Evaporou-se todo o Éter em Banho
e adicionou-se I a II gotas de solução Maria, juntou-se ao resíduo 3mL de
alcoólica de FeCl3 a 1%. Metanol. Agitou-se e adicionou-se 3
Resultado: qualquer mudança na co- gotas de solução de FeCl3 a 1%.
loração ou formação de precipitado Resultado: o aparecimento de colo-
indicaria reação positiva, quando com- ração verde, azul ou cinza, indicaria
parado com o teste em branco (água + reação positiva.
Sol. de FeCl3). 9) Teste para Esteroides e Triterpenoi-
- Coloração inicial entre o azul e o ver- des
melho, indicou a presença de fenóis,
quando o teste em branco for negati- Dissolveu-se alguns miligramas do
vo. extrato seco em 10mL de Clorofórmio.
- Precipitado escuro de tonalidade azul, Filtrou-se sobre carvão ativado. Trans-
indicou presença de taninos pirogálicos feriu-se o filtrado para um tubo de en-
(taninos hidrolisáveis) e verde, presen- saio completamente seco. Adicionou-
ça de taninos catéquicos. se 1mL de Anidrido Acético e agitou-se
6) Teste para Flavonoides suavemente, em seguida, adicionou-se
Geral: dissolveu-se alguns miligra- cuidadosamente, 3 gotas de H2SO4
mas do extrato seco, em 10mL de Me- concentrado.
tanol. Adicionou-se 5 gotas de HCl con- Resultado: Coloração azul evanes-
centrado e raspas de magnésio. cente seguida de verde indicaria a pre-
Resultado: O surgimento de uma co- sença de esteroides/triterpenoides,
loração rósea na solução indicaria rea- respectivamente.
ção positiva. 10) Teste para Cumarinas
7) Teste para Alcaloides Dissolveu-se alguns miligramas do
Dissolveu-se alguns miligramas do extrato seco em 5mL de éter etílico,
extrato seco em 5mL de solução de HCl concentrou-se em Banho Maria até 0,5
a 5%. Separou-se quatro porções de mL. Em papel de filtro aplicou-se gotas
1mL em tubos de ensaio, e adicionou- da solução etérea, de modo a formar
se gotas dos reativos abaixo: duas manchas de, aproximadamente, 1
a) Reativo de Bouchardat; cm de diâmetro. A uma destas, juntou-
Resultado: Precipitado laranja averme- se 1 gota de solução de NaOH 1N. Co-
lhado briu-se a metade da mancha com papel
b) Reativo de Dragendorff; escuro e foi exposta a outra metade a
Resultado: Precipitado vermelho tijolo luz ultravioleta.
c) Reativo de Mayer.
Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao
ISSN 2179-1902 Macapá, v. 3, n. 2, p. 81-88, jul.-dez. 2013
Análise fitoquímica das cascas do caule do cajueiro (Anacardium occidentale L. – Anacardiaceae) 85

Resultado: Fluorescência azul na presença de ácidos orgânicos, açúcares


parte exposta da mancha, indicaria redutores, fenóis e taninos. Foram ob-
reação positiva. servados testes negativos para saponi-
11) Teste para Antraquinonas nas, polissacarídeos, flavonoides, alca-
loides, antraquinonas, purinas, este-
Dissolveu-se alguns miligramas do roides e triterpenos, e depsídeos e
extrato seco em 5mL de Tolueno. Adi- depsidonas (Tabela 1). No entanto, os
cionou-se 2mL de solução de NH4OH á resultados negativos apresentados
10%, agitou-se suavemente. nesta pesquisa, não implicam necessa-
Resultado: o aparecimento de colo- riamente na sua ausência, sendo pro-
ração rósea, vermelha ou violeta na vável que a quantidade dos mesmos
fase aquosa, indicaria reação positiva; esteja pequena para ser detectada
12) Teste para Purinas (BRUM et al., 2011).
Numa cápsula de porcelana, juntou- Tabela 1 – Dados da análise fitoquímica dos
se algumas miligramas do extrato seco, metabólitos secundários.
3 gotas de solução de HCl 6N e duas Metabólito secundário Resultados
gotas de H2O2 concentrado (30%). Eva- Saponinas -
porou-se em Banho Maria. Juntou-se 3 Ácidos orgânicos +
gotas de solução de NH4OH 6N. Açúcares redutores +
Polissacarídeos -
Resultado: o surgimento de colora-
Fenóis e taninos +
ção violeta indicaria reação positiva. Flavonoides -
13) Teste para Proteínas e Aminoácidos Alcaloides -
Depsídios e Depsidonas -
Dissolver alguns miligramas do ex- Esteroides e Triterpenoi- -
trato alcoólico em 3mL de água desti- des
lada e filtrar se necessário. Adicionou- Cumarinas -
se 0,5 mL de solução aquosa de Nihi- Antraquinonas -
drina a 1%, aquecer até a ebulição. Purinas -
Proteínas e aminoácidos -
Resultado: O aparecimento de colo-
+ Presença; - Ausência.
ração violeta persistente, indicaria rea-
ção positiva.
Os taninos são empregados na me-
dicina tradicional no tratamento de
3 Resultado e discussões
hipertensão arterial, reumatismo, feri-
das, antioxidante, anti-hemorrágico,
De 100g de matéria vegetal, obteve-
cicatrizante e antiinflamatória. Assim
se um rendimento de 27,4% do extrato
como os taninos, os esteroides e tri-
bruto etanólico, que apresentou apa-
terpenoides atuam como antiinflama-
rência de pó, amarronzado.
tório (RODRIGUES et al., 2010; SILVA
A triagem fitoquímica do extrato
et al., 2012). Além desses metabólitos,
bruto etanólico da casca do cajueiro,
houve também a presença de compos-
revelou resultados positivos para a
tos fenólicos, sendo estes, com um po-
Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao
ISSN 2179-1902 Macapá, v. 3, n. 2, p. 81-88, jul.-dez. 2013
86 Silva e Almeida

tencial de complexar as proteínas ex- Com exceção do ácido clorídrico


tracelulares da membrana bacteriana. presente no suco gástrico, os ácidos
Desta forma, observe-se a correlação mais comuns com os quais convivemos
da função deste metabolito, à ação são orgânicos, ou seja, aqueles con-
atribuída a AnacardiumoccidentaleL., tendo átomos de carbono. Destes, o
pelos conhecimentos tradicionais maior grupo é o dos ácidos carboxíli-
(BRUM et al., 2011; COSTA., 2012). cos, que são os ácidos caracterizados
Estudos vêm atribuindo aos taninos pela presença do grupo funcional (CO-
muitas atividades fisiológicas humanas, OH), a carboxila (SNYDER, 1995).
como a estimulação das células fagocí- As classes de metabólitos secundá-
ticas e a ação tumoral, e atividades rios que se mostraram presentes cor-
antiinfectivas (LOGUERCIO, 2005). Em roboram com a literatura, mostrando a
processos de cura de feridas, queima- identificação de açúcares redutores,
duras e inflamações, os taninos auxili- ácidos orgânicos e fenóis, onde mostra
am formando uma camada protetora a importância dos mesmos na econo-
(complexo tanino-proteína e/ou polis- mia e comercialização do Caju (EM-
sacarídeo) sobre tecidos epiteliais lesi- BRAPA-CNPAT,1995). Assim como a
onados, permitindo que, logo abaixo presença de fenóis e taninos estão de
dessa camada, o processo de repara- acordo com a literatura (ROCHA;et al.,
ção tecidual ocorra naturalmente 2011), de forma que o presente estudo
(MELLO; SANTOS, 2001). Já em patolo- pode ser aprofundado visando a ativi-
gias estomacais, o mecanismo de ação dade antioxidante do extrato do mes-
é bem semelhante, com a formação de mo.
uma camada de tanino-proteína com- De acordo com Silva (2007), em um
plexados que envolvem a mucosa es- estudo a respeito da atividade antimi-
tomacal (HASLAM, 1989). crobiana do extrato das cascas do cau-
A atividade antioxidante de compos- le da Anacardium occidentale, o qual
tos fenólicos deve-se principalmente às produziu significante atividade antimi-
suas propriedades redutoras e estrutu- crobiana in vitro sobre as linhagens de
ra química. Estas características de- Staphylococcus aureus de origem hu-
sempenham um papel importante na mana hospitalar resistentes (MRSA) e
neutralização ou sequestro de radicais sensíveis a meticilina (MSSA). Onde o
livres e quelação de metais de transi- estudo concluiu que o cajueiro apre-
ção, agindo tanto na etapa de iniciação sentou-se como uma eficaz alternativa
como na propagação do processo oxi- terapêutica para infecções provocadas
dativo. Os intermediários formados por Staphylococcus aureus, onde é de
pela ação de antioxidantes fenólicos baixo custo e de fácil acesso a popula-
são relativamente estáveis, devido à ção, tendo em vista que já está difun-
ressonância do anel aromático presen- dido seu uso na medicina popular.
te na estrutura destas substâncias
(CHUN et al., 2005).

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 3, n. 2, p. 81-88, jul.-dez. 2013
Análise fitoquímica das cascas do caule do cajueiro (Anacardium occidentale L. – Anacardiaceae) 87

4 Considerações finais glycemic activity. Rev Bras Farmacog-


nosia, v. 15, p. 392-413, 2005.
Através do screening (triagem) fito- BARBOSA-FILHO, J. M; et al. Natural
químico, foi possível identificar apre- products inhibitors of the enzyme ace-
sença de algumas classes de metabóli- tyl cholinesterase. Rev Bras Farmacog-
tos secundários, como ácidos orgâni- nosia v. 16, p. 258-285, 2006.
cos, açúcares redutores e fenóis e tani- BRUM, S. S.; et al. Esterificação de áci-
nos, como colocava o objetivo deste. dos graxos utilizando zircônia sulfatada
Classes que possuem interesse farma- e compósitos carvão ativado/zircônia
cológico, permitindo assim a discussão sulfatada como catalisadores. Química
entre o conhecimento científico e uso Nova, v. 34, p. 1511-1516, 2011.
popular da Anacardium occidentale, CHUN, S. S.; et al. Phenolic antioxidants
mais comumente conhecido como “Ca- from clonal oregano (Origanum
jueiro”. vulgare) with antimicrobial activity
against Helicobacter pylori. Process
Referências Biochemistry, v. 40, p. 809-816, 2005.
COSTA, C. S. Comparative in vitro initial
AGRA, M. F. Plantas de medicina po- development of Arundina graminifolia
pular dos Cariris Velhos. Paraíba: Edi- in three different culture media. Com-
tora União/PNE, 1ª edição. p. 125, munications in Plant Sciences, v. 2, p.
1996. 125-127, 2012.
AGRA, M. F.; FRANÇA, P. F.; BARBOSA- FALCÃO, H. S.; et al. Review of the
FILHO, J. M. Synopsis of the plants plants with anti-inflammatory activity
known as medicinal and poisonous in studied in Brazil. Revista Brasileira de
Northeast of Brazil. Rev Bras Farma- Farmacognnosia, v. 15, p. 381-391,
cognv,v. 17, p.114-140, 2007. 2005.
AMOROZO, M. C. M. A abordagem et- FALKENBERG, M. B.; SANTOS, R. I.; SI-
nobotânica na pesquisa de plantas me- MÕES, C. M. O. Introdução à análise
dicinais. In: DI STASI, L.C. (Org). Plantas fitoquímica. In: SIMÕES, C. M. O.; et al.
medicinais arte e ciência - um guia de Farmacognosia: da planta ao medica-
estudo interdisciplinar. São Paulo: Edi- mento. Florianópolis: Editora da UFSC.
tora da Universidade Estadual Paulista, 5. ed, 2003.
p. 47-68, 1996. FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 5. ed. Bra-
BARBOSA, W. L. R. Manual para Análi- sília: ANVISA. 2010.
se Fiquímica e Cromatografia de Extra- HASLAM, E. Plant Polyphenols, Vege-
tos Vegetais. Revista Científica da UF- table Tannins Revisited. Cambridge
PA. http://www.ufpa.br/rcientifica. v. University Press, Cambridge, 1989.
4, 2001. KAMTCHOUING, P.; et al. Protective
BARBOSA-FILHO, J. M.; et al. Plants and role of Anacardium occidentale extract
their active constituents from South, against streptozotocin-induced in rats.
Central, and North America with hypo-

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 3, n. 2, p. 81-88, jul.-dez. 2013
88 Silva e Almeida

J Ethnopharmacol, v. 62, p. 95-99, captura do radical livre DPPH. Revista


1998. de Biologia e Farmácia. v. 6, p. 2, 2011.
KUBO, I.; KINST-HORI, I.; YOKOKAWA, RODRIGUES, R. R.; et al. Large-scale
Y. Tyrosinase inhibitors from ecological restoration of high diversity
Anacardium occidentale fruits. J Nat tropical forests in SE Brazil. Forest
Prod, v. 57, p. 545-551, 1994. Ecology and Management, (no prelo),
LOGUERCIO, A. P. Atividade antibacte- 2010.
riana de extrato hidro-alcóolico de fo- SILVA, P. P. A. Growth of bromeliad de
lhas de jambolão (Syzygiumcumini (L.) Ananas ananassoides in different con-
Skells).Ciência Rural, Santa Maria, v. centrations of nitrogen. Communica-
35, p. 366-370, 2005. tions in Plant Sciences, v. 2, p. 109-
MELLO, J. C.P.; SANTOS, S. C. Taninos. 111, 2012.
In: SIMÕES, C.M.; SCHENKEL, E. P.; SNYDER, C. H. The extraordinary
GOSMANN, G.; MELLO, J. C.P.; MENTZ, chemistry of ordinary things. 2ª ed.
L.A.; PETROVICK, P.R. Farmacognosia: Nova Iorque: John Wiley & Sons, p.
da planta ao medicamento. 3 ed. Por- 242-245, 1995.
to Alegre: Ed.UFGRS/Ed.UFSC, cap. 24, SILVA, J.G.; et al. Atividade antimicro-
p. 517-543, 2001. biana do extrato de Anacardium occi-
MENEZES, J. B.; ALVES, R. E. Fisiologia e dentale L. em amostras multi resisten-
tecnologia pós colheita do pedúnculo tes de Staphylococcus aureus. Revista
do caju. Fortaleza: EMBRAPACNPAT, p. Brasileira de Farmacognosia, v. 17, p.
20 (EMBRAPA-CNPAT, Documentos, 572-577, 2007.
17). 1995.
MORAIS, S. M.; et al. Plantas medici- License information: This is an open-access article
distributed under the terms of the Creative Com-
nais usadas pelos índios Tapebas do mons Attribution License, which permits unrestrict-
Ceará. Revista Brasileira de Farmacog- ed use, distribution, and reproduction in any medi-
um, provided the original work is properly cited.
nosia, v. 15, p. 169-177, 2005.
MOTA, M. Caju. Disponível em
Artigo recebido em 11 de setembro de 2014.
http://www.jangadabrasil.com. br. A- Aceito em 12 de março de 2015.
cessoem: 21 Agosto. 2014.
OLAJIDE, O. A; et al. Effects of
Anacardium occidentale stem bark ex-
tract on in vivo inflammatory models. J
Ethnopharmacol, v. 95, p. 139-142,
2004.
OLIVEIRA, F.; AKISUE, G; AKISUE M. K.
Farmacognosia. São Paulo: Editora A-
theneu, 1ª edição, p. 15, 1998.
ROCHA, T. J. M.; et al. Atividade antio-
xidante dos extratos de Anacardium
occidentale & Glycyrrhiza glabra pela

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 3, n. 2, p. 81-88, jul.-dez. 2013

Você também pode gostar