Você está na página 1de 24

Farmacologia II – N1

Juliana Kato TXXVII


1. Antimicrobianos • A classificação dos fármacos antibacterianos é realizada
• Antimicrobianos são substâncias químicas produzidas de várias maneiras que muitas vezes se sobrepõem.
por microrganismos ou de forma sintética, com ▪ Antibacterianos bacteriostáticos:
capacidade de inibir crescimento ou matar ❖ Inibem o crescimento bacteriano, mas não
microrganismos. destroem as bactérias nas concentrações
• Obtenção: plasmáticas que são seguras para os seres
▪ Natural: fermentação de culturas de fungos. humanos; contudo, a inibição do
▪ Síntese Laboratorial. crescimento bacteriano permite que os
▪ Semissíntese: combinação anteriores. mecanismos imunes do hospedeiro
• Classificação: eliminem a bactéria.
▪ Por microrganismos suscetíveis: Tais fármacos serão menos eficazes
❖ Antibacterianos. em indivíduos imunocomprometidos
❖ Antifúngicos. ou quando as bactérias estiverem
❖ Antivirais. dormentes e não se dividindo.
❖ Antiparasitários. ▪ Antibacterianos bactericidas:
▪ Por origem do Antimicrobiano: ❖ Matam as bactérias em concentrações
❖ Antibióticos. plasmáticas seguras para os seres
❖ Quimioterápicos Anti-infecciosos. humanos, mas os mecanismos
• Antibioticoterapia: imunológicos ainda desempenham um
▪ É o tratamento de pacientes com sinais e sintomas papel na eliminação final das bactérias.
clínicos de infecção, pela administração de Alguns fármacos bactericidas são
antimicrobianos. mais eficazes quando as células
▪ Objetivo: bacterianas estão se dividindo
❖ Curar - cura clínica. ativamente e, portanto, podem ser
❖ Combater agente - cura microbiológica. menos eficazes se administrados em
• Os microrganismos podem adquirir resistência aos vários conjunto com um fármaco
fármacos antimicrobianos e, em seguida, serão menos bacteriostático.
afetados por eles, por isso há um esforço contínuo para ▪ Os antibacterianos podem ser agrupados de
descobrir e desenvolver fármacos que evitem ou acordo com os seus mecanismos de ação:
superem os mecanismos evolutivos de resistência.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
▪ Existem 4 processos gerais pelos quais uma
bactéria pode adquirir resistência aos fármacos
antibacterianos.
❖ Produção de enzimas que inativam o
fármaco.
Mutação genética.
❖ Modificação da bactéria para que a
penetração do fármaco seja reduzida.
Conjugação.
❖ Expressão de bombas de efluxo que
removem o fármaco da célula.
Transdução.
❖ Alteração estrutural na molécula-alvo para
o fármaco.
Transformação.
• Conceitos:
▪ Sinergismo: quando a combinação de duas
drogas aumenta a atividade de ambas.
▪ Os antibacterianos podem ser classificados de ▪ Antagonismo: quando um antimicrobiano diminui
acordo com o seu espectro de ação contra a ação de outro.
bactérias, sendo limitado (fármacos de curto • Propriedades farmacológicas dos antimicrobianos:
espectro) ou extenso (fármacos de amplo ▪ Farmacocinética:
espectro). ❖ Meia vida determinada por:
• Resistência: Velocidade de excreção ou
▪ A resistência aos fármacos antibacterianos pode metabolização.
ser intrínseca à bactéria (resistência inata) ou Rapidez de difusão tecidual do ATM.
adquirida por modificação de sua estrutura ❖ Vias Administração: VO, IM, EV, Retal,
genética (resistência adquirida). intraventricular, intracavitária, aerossol,
tópico.
❖ Distribuição.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
❖ Ligação proteica. rápida a erradicação do
❖ Metabolização: Hepática ou tecidual. patógeno.
❖ Excreção: ▪ Efeito pós antibiótico: Aqueles que mesmo níveis
Rins. abaixo da CIM inibem o crescimento bacteriano.
Fígado. • Levar consideração ao prescrever ATM:
Alguns podem ser eliminados: ▪ Fatores dos microrganismos:
pulmão, TGI ou pele. ❖ Identificação do microrganismo.
Leite. ❖ Suscetibilidade (CIM, CBM).
Suor ou saliva. ▪ Fatores dos hospedeiros:
Fezes. ❖ Alergia ao fármaco.
▪ Farmacodinâmica: ❖ Variabilidades farmacêuticas (efeito da
❖ Relaciona concentrações do fármaco com alimentação na absorção do fármaco,
sua atividade antimicrobiana. doenças que afetam a absorção do
❖ Susceptibilidade dos microrganismos ao fármaco, impacto de outros fármacos que
ATM: alterem a biotransformação).
CIM. ❖ Função hepática/renal.
❖ Classificação: ❖ Gravidez/lactação.
Tempo dependente. ❖ Sítio da infecção.
o Tem sua ação regida pelo ❖ Sinais e sintomas (febre, mal-estar,
tempo de exposição das leucocitose, drenagem purulenta etc.).
bactérias às suas ▪ Fatores dos fármacos:
concentrações séricas e ❖ Econômicos.
teciduais. ❖ Penetração tecidual.
Concentração o dependente. ❖ Toxicidade do fármaco.
o São aqueles que apresentam ❖ Prevenção da resistência.
sua ação antibacteriana em • Propriedades ideais dos antibióticos:
função da concentração que ▪ Toxicidade seletiva.
atinge no sangue e tecidos. ▪ Espectro de ação.
o Quanto mais alta a ▪ Não agir contra microbiota residente.
concentração da droga mais ▪ Solubilidade em líquidos corporais.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
▪ Alcançar altas concentrações nos tecidos e 2. β – Lactâmicos (geral)
sangue. • Grupo de antimicrobianos classificados como ß-
▪ Não ser afetado pela acidez estomacal ou lactâmicos possui em comum no seu núcleo estrutural o
proteínas do sangue. anel ß-lactâmico, o qual confere atividade bactericida.
▪ Não produzir efeitos colaterais. • Conforme a característica da cadeia lateral definem-se
▪ Disponibilidade e baixo custo. seu espectro de ação e suas propriedades
• Uso Clínico: farmacológicas.
▪ Penicilinas – Ácido 6-aminopelicinâmico.
▪ Cefalosporinas – Ácido 7-aminocefalosporânico.
▪ Carbapenemas.
▪ Inibidores de beta-lactamases.
▪ Monobactâmicos.
• Mecanismo de ação:
▪ Resulta em parte da sua habilidade de interferir
com a síntese do peptideoglicano (responsável
pela integridade da parede bacteriana).
❖ Devem penetrar na bactéria através das
porinas presentes na membrana externa da
parede celular bacteriana, nas bactérias G-
ou por difusão nas G+
❖ Não devem ser destruídos pelas ß-
lactamases produzidas pelas bactérias,
meio externo G+ e espaço periplasmático
nas G -
❖ Devem ligar-se e inibir as proteínas
ligadoras de penicilina (PLP) responsáveis
pelo passo final da síntese da parede
bacteriana.
• Mecanismos de resistências:
▪ Produção de beta lactamases:
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
❖ Enzimas capazes de inativar a ligação da 3. Penicilina
bactéria com o antibiótico através da • As penicilinas foram descobertas acidentalmente por
hidrólise de seu anel principal. Alexander Fleming em 1928, como produto de fungos da
❖ Este vai ser o principal mecanismo de família penicillium.
resistência dos Gram-negativos. • 1940 – Chain e Florey caracterizaram quimicamente a
❖ O mecanismo de resistência bacteriano penicilina (EUA).
mais importante e frequente é a • 1945 – custo cai de US$ 7,53 para US$ 0,11 cada
degradação do antimicrobiano por 1.000.00 de UI de penicilina.
enzimas. • 1959 – Batchelor inicia a produção da semissintéticas.
❖ As β-lactamases hidrolisam a ligação amida ▪ Penicilinas semissintéticas tem parte de sua
do anel beta-lactâmico, destruindo, assim, produção realizada de modo natural(produção do
o local onde os antimicrobianos β- 6-APA) e parte por síntese química(introdução de
lactâmicos ligam-se às PBPs bacterianas e radicais).
através do qual exercem seu efeito • Naturais:
antibacteriano. ▪ Benzilpenicilinas ou Penicilna G.
▪ Alteração permeabilidade da parede: ▪ Fenoximetilpenicilina ou Penicilina V.
❖ Diminuição da permeabilidade bacteriana • Semissintéticas:
ao antimicrobiano através de mutações e ▪ Oxacilinas.
modificações nas porinas, proteínas que ▪ Ampicilina.
permitem a entrada de nutrientes e outros ▪ Amoxacilina.
elementos para o interior da célula. ▪ Carbenicilina.
▪ Mudança de sítio de ação do antibiótico: ▪ Piperacilina.
❖ Modificações estruturais das proteínas • Mecanismo de ação:
ligadoras de penicilina (PLP).
❖ S.Aureus desenvolveu resistência a
meticilina, adquirindo um novo gen mec A,
que codifica uma nova PBP, chamada de
PBP2a, que participa da sintese da parede
celular mesmo em presença meticilina.
(MRSA). ▪ Ligam-se às PBP na membrana celular e impedem
a síntese da Parede Celular.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
▪ Ativação de enzimas autoliticas da bactéria. ▪ Gonorréia (associar com Probenecida).
▪ Sepse por Streptococcus sp.
▪ Meningite por Strepococcus sp.
▪ Endocardite (+ aminoglicosídeo).
▪ Difteria.

▪ Nenhuma das penicilinas de amplo espectro são


eficazes contra os estafilococos produtores de
penicilinase.
• Indicações clínicas:
▪ Treponematoses.
▪ OBS:
▪ Profilaxia da Febre reumática.
❖ Penincilina G benzatina não é indicada para
▪ Amigdalite Purulenta.
profilaxia do Tétano, Infecções de pele,
▪ Erisipela/Impetigo.
Pneumonias, Erisipela ou tratamento para
▪ Pneumonia Comunitária.
gonorreia.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
• Via de administração: ❖ Má penetração em: ossos, olhos, próstata,
▪ Instável extremos pH (inativada pH 2 e 8). leite, peritônio, LCR (exceto na inflamação),
▪ Endovenosa (Penicilina G Cristalina). seios da face.
▪ Intramuscular ( Penicilinas G Procaína e ❖ Atinge concentrações: pulmões, rins,
Benzatina). musculos, amigdalas, ganglios, pele, baço,
• Penicilinas Naturais: secreção bronquica, semen, bile.
▪ Penicilina G (Benzilpenicilina): ❖ Atravessa barreira placentária, atinge
❖ Penicilina G Cristalina ( eliminada em 4 h). concentração feto semelhante a materna.
Apresentada em sais Na e K. ❖ Taxa ligação proteica 60%.
Formulação aquosa. ❖ Inativada em exsudatos purulentos.
Endovenosa. ❖ Pouco metabolizada.
Meia vida: +/- 30 min (administrar ❖ Excreção renal: a excreção renal ocorre
4/4h). rapidamente, porém, outras vias também
Alta concentração sérica - penetra participam, dentre elas a excreção no
BHE quando meninges inflamadas. escarro e no leite.
❖ Penicilina G Procaína (eliminada em 24 h). Probenecida: é um agente
Início ação 2-4 hs hs. urcosúrico.
A associação com procaína retarda o Ele irá inibir a excreção renal
o pico máximo e aumenta os níveis de penicilina, prolongando
séricos e teciduais por um período seu efeito.
de 12 horas. ❖ Insuficiência renal necessário ajuste dose.
❖ Penicilina G Benzatina uma penicilina de ▪ A penicilina G benzatina é amplamente utilizada
depósito, pouco hidrossolúvel, e seu uso é no tratamento de infecções por cocos Gram-
exclusivamente intramuscular. positivos como estreptococos (ex. Streptococcus
Início ação 8 horas. pneumoniae) e enterococos, cocos Gram-
Os níveis séricos permanecem por negativos como meningococos (ex. Neisseria
15 a 30 dias, dependentes da dose meningiditis), bacilos Gram-positivos e
utilizada. espiroquetas (ex. Treponema pallidum).
▪ Difusão e metabolismo: ❖ É administrada via intramuscular,
apresentando meia-vida longa (de 14 a 21
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
dias) permitindo tratamentos por grandes ❖ Alergia* - 8% dos pacientes.
períodos, sendo por conta disso utilizada ❖ Flebite.
no tratamento da sífilis (que em seu estágio ❖ Neutropenia.
inicial apresenta um desenvolvimento ❖ Não há praticamente contra-indicações
lento) e para profilaxia de complicações (gestantes, nutrizes, recém-nascidos etc.).
infecciosas como a febre reumática e a ❖ Efeitos Colaterais:
endocardite. Hipersensibilidade é mais comum.
▪ A penicilina G cristalina é mais utilizada em Efeitos irritativos no músculo
infecções agudas, possui meia-vida curta (cerca (abscesso asséptico).
de 4 horas). Efeitos irritativos nos vasos (flebite).
❖ A principal representante das penicilinas Efeitos tóxicos no SNC (raros).
naturais. Intolerância digestiva (5% dos
❖ Atua bem contra os cocos gram-positivos e casos).
os anaeróbios, com exceção ▪ Desvantagens:
staphylococcus. ❖ Instabilidade em meio ácido.
❖ É administrada via intravenosa e tem uma ❖ Absorção oral pobre.
cobertura semelhante à da penicilina G ❖ Alergenicidade.
benzatina, por conseguir atravessar a ❖ Semsibilidade às β-lactamases.
barreira hematoencefálica é indicada para ❖ Espectro de ação estreito
o tratamento da neurossífilis. (microorganismos gram-positivos e
❖ Pode ser usada no tratamento da neisserias).
endocardites, pneumonias, piodermites, • Penicilna V (fenoximetilpenicilina):
faringite estreptocócica, infecções de vias ▪ Sal potássico que resiste à degradação por ácido
aéreas superiores etc. gástrico – administração via oral.
▪ A penicilina G procaína e a penicilina V ▪ Tomar em jejum.
apresentam espectro de ação semelhante ao das ▪ Uso: intervalo 6/6h
anteriores, mas são pouco utilizadas na prática ▪ Amigdalite estreptocócica, erisipela, profilaxia
clínica. Febre Reumática.
▪ Efeito adverso: ▪ Frequente intolerância gástrica e alergias.
❖ É um dos antibióticos mais seguros.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
• Penicilinas antiestafilocócicas: ❖ Apresenta metabolização hepática,
▪ São estruturalmente resistentes às excreção renal.
betalactamases estafilocócicas, sendo indicadas ❖ Atinge concentrações liquóricas
para tratamentos de infecções de pele e tecidos satisfatórias quando na presença de
moles por Stafilococcus aureus sensíveis à processos inflamatórios.
meticilina (MSSA) ou oxacilina (OSSA). ❖ Brasil ambiente hospitalar: S.aureus e
▪ Os principais representantes são a meticilina, a coagulase negativos resistência à oxacilina
oxacilina, cloxacilina e dicloxacilina. atinge 30 a 60% cepas isoladas.
▪ No brasil, a mais usada é a oxacilina. ❖ Resistência cruzada com meticilina: MRSA
▪ Essas penicilinas apresentam espectro de ação ou ORSA. (alteração nas PBPs).
curto e muitos efeitos adversos, sendo • Aminopenicilinas:
praticamente exclusivas para tratamento de ▪ Principais representantes ampicilina e amoxicilina,
infecções estafilocócicas. espectro mais amplo para bactérias Gram-
▪ Nos casos de estafilococos resistentes à meticilina negativas, além de cobrir cocos (Streptococcus,
(MRSA) ou oxacilina (ORSA) é utilizada a enterococcus, Neisseria meningitidis) e bacilos
vancomicina, seu mecanismo de resistência está (Escheria coli, Listeria monocytogenes e
relacionado com a produção PLPs mutantes, Haemophilus influenzae).
impedindo a adesão dos fármacos. ▪ Normalmente são associadas com inibidores da
▪ Oxacilina: betalactamase, como o ácido clavulânico e
❖ Indicada primordialmente para infecções sulbactam, dessa forma estendendo seu espectro
comunitárias por Staphylococcus aureus de ação.
produtores de beta-lactamase. ▪ As aminopenicilinas, ou penicilinas
❖ Meia-vida sérica de 30´. semissintéticas, possuem espectro
❖ Indicado em impetigo bolhoso, celulite, antimicrobiano semelhante ao das penicilinas
osteomielite, síndrome da pele escaldada, naturais (penicilina G cristalina, principalmente)
abscesso, sepse, artrite séptica, cobrindo os cocos gram-positivos (menos o
endocardite. staphylococcus), além de ampliá-lo para os
❖ Efeitos Adversos: alergia, flebite, vômitos, bacilos gram-negativos (enterobactérias,
náusea, dor abdominal. haemophilus).
❖ Disponível apenas para uso endovenoso.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
❖ Essa classe continua sem agir contra por enterococo, infecções por Listeria,
staphylococcus e não atua contra cistite não complicada.
pseudomonas e anaeróbios. ❖ Apenas 20 a 35% é absorvida VO –
▪ Apresentam boa absorção, tanto oral como absorção irregular VO, sofre interferencia
parenteral. alimentos.
▪ São indicadas para tratamento de infecções ❖ Distribui-se bem pelo pulmão, fígado, rins,
respiratórias, infecções do trato urinário, tubo digestivo, bile, cérebro, seios da face,
meningite, febre tifoide e prevenção de coração, LCR (na meningite).
endocardite. ❖ Baixa concentração nos ossos e próstata.
▪ Elas possuem boa taxa de absorção no trato ❖ Meia-vida sérica: 1 hora.
intestinal, sendo a da amoxicilina relativamente ❖ Eliminação renal e bile.
melhor que a ampicilina, uma das principais ❖ Ampicilina+Sulbactam:
diferenças entre elas. Peritonite, Apendicite, abscessos
▪ Possuem meia-vida semelhante e cerca de 20% é abdominais por Gram – e anaeróbios
distribuído associado a proteínas plasmáticas – atinge 90% conc. sérica no líquido
difundindo-se por diversos tecidos e a maior parte peritoneal.
é excretada na urina em sua forma ativa. Celulite.
▪ Seus efeitos adversos principais são reações Infecções ginecológicas e
alérgicas. puerperal.
▪ Ampicilina: ❖ Efeito adverso:
❖ Espectro para alguns Gram negativos (E. Alergias.
coli, Proteus, de comunidade). Candidíase/Superinfecções.
❖ Atividade contra Enterococcus e Alteração de transaminases.
Streptococcus, mas não para S. aureus Diarréia.
produtores de penicilinase. Neutropenia.
❖ Endovenoso ou via oral – Administração o OBS: pode ser administrada
6/6h. na gestante.
❖ Infecções de vias respiratórias ▪ Inibidores de betalactamases:
(estreptocócicas), salmoneloses, infecções
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
❖ β-lactâmicos que se ligam ❖ Difere da ampicilina pela presença do
irreversivelmente às β-lactamases, grupo hidroxil na cadeia benzênica.
inibindo-as. ❖ Estável em meio ácido.
❖ Esses compostos (ácido clavulânico, ❖ Boa absorção pelo trato GI 70 a 90%.
sulbactam, tazobactam) foram combinados ❖ Apresentada em suspensão, CP e frascos-
com as penicilinas para restaurar sua ampola.
atividade, a despeito da presença de β- ❖ Espectro de Ação: idem às ampicilinas.
lactamases em estafilococos e hemófilos. ❖ Pode ser associado ao àcido Clavulânico e
❖ Os inibidores de ß–lactamases, quando em Sulbactam para inibir beta-lactamases
associação com antimicrobianos Meia-vida de 1 hora.
lactâmicos, ligam-se às ß-lactamases. Mesma distribuição em fluídos e
Dessa forma, evitam a hidrólise do tecidos em relação à Ampicilina.
anel ß–lactâmico e potencializam Excreção renal/biliar.
sua atividade. ❖ Sem associação: idem ampicilina
❖ Em associação com Clavulanato ou
Sulbactam:
Sinusite.
Otite.
Celulite.
Bronquites.
Peritonites.
Infecções GO.
Apendicite.
Abscessos.
❖ Efeitos adversos:
Alergia.
Aumento de TGO/TGP.
Diarreia.
▪ Amoxicilina: Neutropenia.
❖ Derivada da ampicilina e criada em 1970.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
o OBS: pode ser administrada ▪ Ticarcilina – ácido clavulânico:
na gestante. ❖ Infecções graves causadas por E. coli,
• Penicilinas anti-pseudomonas: Klebsiella spp., Proteus spp., Enterobacter
▪ Principais representantes são piperacilina, spp., Pseudomonas aeruginosa Serratia
ticarcilina e carbenicilina, administradas via spp., Providencia spp., S. aureus oxacilina
intravenosa, também associadas com inibidores sensível, e Bacteroides fragilis.
da batelactamase na prática (piperacilina + ❖ Queimaduras, sepse, peritonite ,
tazobactam e ticarcilina + clavulanato). pneumonia.
▪ Possuem boa efetividade principalmente contra ▪ Carboxipenicilinas:
bactérias Gram-negativas (enterobactérias, ❖ Atingem altas concentrações na urina, bile
principalmente), em especial proteus, e líquido pleural.
enterobacter e Pseudomonas aeruginosa, que ❖ Baixas concentrações em LCR, ossos e
normalmente apresentam resistência diante de escarro.
outras penicilinas, são excretadas pelos rins. ❖ Efeitos adversos:
▪ São indicadas no tratamento de pneumonias, Diminui a agregação plaquetária->
infecções pós-queimaduras e do trato urinário, hemorragias.
principalmente para bactérias presentes em Alteração de TGO/TGP.
ambientes hospitalares. Convulsões.
❖ Entretanto, podem causar efeitos adversos Alergia.
mais intensos como: insuficiência cardíaca Neutropenia.
congestiva, hipopotassemia e Não indicado na gravidez.
sangramentos. ▪ Penicilnas de 4ª Geração:
▪ Instáveis em meio ácido. ❖ Derivada da Ampicilina desenvolvida em
▪ Inativadas pela beta-lactamase. 1976.
▪ Ticarcilina >> Carbenecilina – Ação Bactericida. ❖ Piperacilina associada ao Tazobactam.
▪ Meia –vida 60´. ❖ 30 vezes mais potente contra
▪ Excreção Urinária Pseudomonas sp. quando comparada à
▪ EV – ùnica via de administração – Timentin 1,0 g. Carbenicilina
▪ O espectro de ação básico dessa classe é cobrir ❖ Instável em meio ácido.
enterobactérias e pseudomonas. ❖ Gram–negativos:
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
Klebsiella cefalosporinas como substituta. Entenda melhor esta
Serratia questão no tópico:
Pseudomonas ▪ Reação de hipersensibilidade às cefalosporinas.
❖ Piperacilina: • As cefalosporinas são caracterizadas pelo amplo
Excreção renal e meia-vida de 90 espectro de ação, cobrindo bactérias Gram + (G+), Gram
min - (G-), aeróbias e anaeróbias.
Indicação: • Ademais, destacam-se pela vasta aplicabilidade clínica,
o Infecções mistas onde se abrangendo desde infecções localizadas até condições
suspeita Pseudomonas mais graves.
o Pé diabético grave. • As cefalosporinas representam grupo ATM mais
o Fasciite ou celulite prescritos no mundo.
necrotizante. • Nos hospitais brasileiros são utilizadas em 70% das
o Peritonite pós-operatória. infecções (92% em outros paises).
o Infecções hospitalares • Eficazes em sepse de causas desconhecidas e profilaxia
graves. cirúrgica.
Efeitos Adversos: alergia, flebite, • Características:
convulsões, hemorragia, ▪ Bactericidas.
neutropenia. ▪ β-lactâmicos semi-sintéticos.
▪ Mais resistentes às β-lactamases.
4. Cefalosporina ▪ Atualmente 5 gerações.
• As cefalosporinas, assim como as penicilinas e os • Classificação:
carbapenêmicos, são integrantes do grupo dos ▪ Primeira geração: cefalexina, cefadroxila,
antibióticos beta-lactâmicos, classe caracterizada pela cefazolina e cefalotina.
presença do anel beta-lactâmico na molécula e pela ação ▪ Segunda geração: cefuroxima, Cefaclor,
sobre a síntese da parede bacteriana. Cefprozila e cefoxitina.
• Comparadas às penicilinas, as cefalosporinas possuem ▪ Terceira geração: ceftriaxona, cefotaxima e
meia-vida mais curta e se apresentam como drogas mais ceftazidima.
seguras, de forma que, em caso de reação alérgica não ▪ Quarta geração: cefepime.
grave à penicilina, está autorizada a utilização de ▪ Quinta geração: ceftarolina e ceftobiprole.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
▪ Esta é composta por peptideoglicanos
sintetizados por alguma enzimas (proteína
ligadora de penicilinas – PBP), às quais as
cefalosporinas se ligam provocando a sua
inativação.
• Resistência:
▪ Diminuição da entrada do antibiótico na bactéria.
▪ Mecanismo de Efluxo.
▪ Alterações das PBP.
▪ Inativação enzimática do antibiótico.
▪ Produção beta-lactamases.
❖ São enzimas que, quando produzidas pelas
bactérias, degradam o anel beta-lactâmico
(hidrolisando a ligação amida) das
cefalosporinas, impedindo a efetividade da
sua ação bactericida.
❖ Uma forma de driblar este mecanismo é
por meio da utilização de cefalosporinas
combinadas a inibidores de beta-
lactamases (ácido clavulânico, sulbactam,
tazobactam).
• Características gerais:
▪ VO, IM, EV.
▪ Excreção renal por mecanismo de secreção
tubular -ajuste dose IR
▪ Atinge concentrações no LCR, (exceto as de 1º
• Mecanismo de ação: geração) e placenta.
▪ As cefalosporinas atuam como agente bactericida ▪ Seguras na gestação.
por meio da sua ação inibitória sobre a síntese da • Efeitos adversos:
parede bacteriana. ▪ Reações hipersensibilidade.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
❖ 10% com sensibilidade cruzada as ▪ Cefalexina (VO).
penicilinas (Não utilizar pacientes com ▪ Cefadroxil (VO).
alergia penicilinas) ▪ Bactérias gram-positivas e gram-negativas.
▪ Anafilaxia, broncoespasmo, urticária exantema. ▪ Resistência as β-lactamases estafilocócicas.
▪ Reações hematológicas: ▪ Sensibilidade às β-lactamases produzidas por
❖ Eosinofilia (1 a 7%) germes gram-negativos.
❖ Neutropenia reversível (abaixo de 1%) ▪ Cefalotina: EV ou IM, meia-vida de 30´,
❖ Trombocitose (2 a 5%) metabolização hepática e eliminação renal.
▪ Sistema nervoso central: ▪ Cefazolina: EV ou IM, meia-vida de 1,5 horas,
❖ Confusão mental. eliminação renal e biliar.
❖ Convulsões (geralmente com doses altas ▪ Cefalexina: VO, meia-vida 1 hora.
em pacientes com insuficiência renal). ▪ Cefadroxil: VO, meia-vida 1,5 hora, eliminação
▪ Anormalidades da coagulação: renal
❖ Hipoprotrombinemia. ▪ Boa difusão em fígado, baço, bile, intestinos,
❖ Diminuição da agregação plaquetária. pulmões, pele, coração, útero, líquidos ascítico,
▪ Trato gastrointestinal: pleural e sinovial.
❖ Alterações discretas das provas de função ▪ Má difusão: LCR.
hepática (1 a 7%). ▪ O espectro de ação desta geração é bastante
❖ Diarreia inespecífica (2 - 5%). limitado, abrangendo apenas Streptococcus e
❖ Colite pseudo–membranosa. Staphylococcus comunitários.
❖ Barro biliar reversível (mais comum com ❖ Desta forma, a aplicação clínica deste
ceftriaxona em recém - nascidos). grupo consiste em: infecções cutâneas, de
▪ Nefrotoxicidade: nefrite intersticial (rara) partes moles, ósseas e de articulações.
▪ Feblites. ❖ Além disso, é bastante utilizado para
▪ Reações dissulfiram – like. faringites estreptocócicas e para profilaxia
▪ Flora microbiana: seleção de fungos e/ou cirúrgica (em cirurgias limpas e
bactérias multiresistentes. potencialmente contaminadas), mas não
• Cefalosporinas de 1ª Geração: são o antibiótico de escolha em infecções
▪ Cefalotina (EV ou IM). graves e em infecções no sistema nervoso
▪ Cefazolina (EV ou IM).
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
central (SNC), por não transpor a barreira ❖ Neutropenia.
hematoencefálica (BHE). ❖ Superinfecção.
❖ Preferíveis à oxacilina na sepse ❖ Não há praticamente contra-indicações
estafilocócica da gestante, devido aos (gestantes, nutrizes, recém-nascidos etc.).
maiores níveis fetais. ▪ Interações medicamentos:
▪ Ativos contra: ❖ Potencializa efeito nefropático.
❖ Streptococus sp. Aminoglicosídeos.
❖ Staphylococcus beta-lactamase +. Polimixinas.
❖ Clostridium sp. Furosemida.
❖ Neisseria sp. ❖ Incompatível por sofrer inativação química.
❖ Leptospira sp. Ringer lactato.
❖ Treponema sp. Gluconato de cálcio.
❖ Anaeróbios (exceto B.fragilis). • Cefalosporinas de 2ª geração:
❖ E.coli, Proteus, Klebsiela comunidade. ▪ Cefuroxima (IM ou EV)
▪ Contraindicações: ▪ Cefaclor (VO)
❖ Seu uso não é adequado em infecções ▪ Cefprozila (VO)
causadas por Haemophilus influenzae ou ▪ Cefoxitina (EV)
Moraxella catarrhalis (sinusite, otite média ❖ Não é cefalosporina, pois é derivada do
e algumas infecções do trato respiratório Streptomyces sp.
baixo). ▪ Resistentes às beta-lactamases do
❖ Como não atravessam a barreira Staphylococcus sp. e parcialmente resistentes às
hematoencefálica, não devem ser utilizadas beta-lactamases dos Gram negativos.
em infecções do sistema nervoso central.
❖ Sua atividade contra bacilos gram-
negativos é limitada.
▪ Efeito adverso:
❖ Dor IM.
❖ Alergia.
❖ Diarreia e vômito.
❖ Flebite.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
▪ Cefuroxima: EV, meia-vida 1,5 h, eliminação renal. pneumoniae: otites, sinusites, epiglotites,
▪ Cefaclor: VO, meia-vida 40´, eliminação renal. traqueobronquites, pneumonias, tecidos moles
▪ Cefprozila: VO, meia-vida 1,4 hora, eliminação etc.
renal. ▪ Profilaxia de cirurgias de cólon: cefoxitina,
▪ Cefoxitina: EV, meia-vida 1 h, eliminação renal. cefotetan, cefmetazole.
▪ Espectro de ação: ▪ Tratamento de infecções Gram-negativas e
❖ Neisseria meningitidis anaeróbicas: sepse abdominal, pélvica ou
❖ Stretoptococcus grupo A ginecológica, infecções do pé diábetico ou
❖ Anaeróbios (exceto Bacteroides fragilis). escaras de decúbito etc.
Cefoxitina é eficiente contra ▪ A cefuroxima pode ser utilizada para profilaxia
B.fragilis. cirúrgica.
❖ Haemophilus sp. ▪ Efeito adverso:
❖ Moraxella catarrhalis ❖ Dor IM e IV flebites.
❖ Neisseria sp. ❖ Alergias.
❖ Staphylococcus sp. ❖ Superinfecção.
❖ Clostridium sp. ❖ Alteração de transaminases.
• Cefalosporinas de 2ª geração: ❖ Diarréia e vômito.
▪ As cefalosporinas desta geração são fortes ❖ Neutropenia, trombocitopenia, diminuição
indutoras de beta-lactamases, motivo pelo qual é HB.
importante evitar a monoterapia, ou seja, dar ❖ OBS: pode ser administrada na gestante e
preferência ao uso combinado da cefalosporina nutriz.
com um inibidor de beta-lactamases. • Cefalosporinas de 3ª Geração:
▪ Possuem boa penetração no SNC e espectro de ▪ Bactericidas.
ação mais amplo, cobrindo anaeróbios e alguns ▪ Elevada potência contra bactérias Gram
bacilos G-, como enterobactérias (comunitárias) e negativas, agindo inclusive contra bactérias
Haemophilus, mas perdem o espectro de ação resistentes às Cefalosporinas de 1ª e 2ª Geração.
contra Staphylococcus e Streptococcus quando ▪ Apresentam grande estabilidade ante as beta
comparadas à primeira geração. lactamases.
▪ Infecções causadas por Haemophylus influenzae,
Moraxella catarrhalis e Streptococcus
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
▪ Algumas são capazes de agir contra ❖ Produzidas por qualquer BGN, sendo
Pseudomonas Aeruginosa, e outros G – não Klebsiella spp. e Escherichia coli os mais
fermentadores- cefalosporinas antipseudomonas. frequentes.
▪ Esta geração é a mais conhecida e utilizada entre ❖ Os genes são plasmidiais.
as cefalosporinas, tendo excelente penetração no ❖ As bactérias produtoras são resistentes a
SNC e em líquidos teciduais. todas as cefalosporinas (exceto as de 2a
▪ O seu espectro de ação inclui Neisserias, geração) e ao aztreonam.
Streptococcus (sensíveis e resistentes), ❖ Opção terapêutica:
pseudomonas, Haemophilus influenzae; além de Carbapenêmicos e associações
alta atividade contra Enterobacteriaceae com inibidores β-lactamases.
(Escherichia coli, Proteus mirabilis, Proteus indol- ❖ Grupo 1: Pequena ação anti-Pseudomonas
positiva, Klebsiella, Enterobacter, Serratia, e via Parenteral: Cefotaxima e Ceftriaxona.
Citrobacter). Ação sobre bactérias Gram + e -,
▪ O grupo pode ser dividido entre aqueles com boa exceto Pseudomonas sp.
ação anti-pseudomonas (ceftazidima) e aqueles 1.000 x mais potente que a
com fraca atividade contra pseudomonas Cefazolina contra E. Coli, Serratia
(ceftriaxona e cefotaxima). sp., Morganella sp., Enterobacter
▪ Há cepas de Serratia sp., Klebsiella sp., sp., Klebsiella sp.
Enterobacter sp., Citrobacter sp. e Pseudomonas Menos ativo que a Cefalotina contra
sp. que produzem beta-lactamases e são Staphylococcus sp. Beta-lactamase
resistentes. +.
▪ Resistência agravada com a descrição de estirpes Não é ativo contra Chlamydia sp.,
de bacilos G- (Klebsiela e E.coli) capazes de Mycoplasma sp., Listeria sp.,
produzir beta –lactamases de espectro expandido Legionella sp. e Enterococcus sp. e
(ESBL) Bacteroides fragilis.
▪ Classe A: - lactamases de espectro estendido EV. Meia-vida 1,5 h a Metabolização
(ESBL). hepática e elminação renal.
❖ Derivadas das β-lactamases clássicas Ceftriaxona: meia-vida de 7h,
(mutação). eliminação renal e biliar.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
Pouca penetração no LCR com 30% de cepas de Pseudomonas sp.
meninges íntegras. De hospitais terciários mostram
Indicações clínicas: resistência
o Bacilos Gram –. Meia-vida 1,8 h, eliminação renal e
o Sepse por Gram – hospitalar biliar
o Haemophilus sp. Beta- Pouca penetração no LCR com
lactamase+ em BCP de meninges íntegras
crianças e DPOC. Infecções hospitalares com
o Meningites por meningococo, evidência de envolvimento de
pneumococo, hemófilo e Pseudomonas sp., como
enterobactérias -Recém- pielonefrites, BCP, sepse e
nascido, lactente e pré- meningoencefalite
escolar. Infecções hospitalares com
o Gonorréia, Sífilis. evidência de envolvimento de
o Doença de Lyme. Pseudomonas sp., como
Efeito adverso: pielonefrites, BCP, sepse e
o Alergia, Aumento de meningoencefalite
TGO/TGP. • Cefalosporinas de 4ª Geração:
o Diarréia, Neutropenia, Super- ▪ Esta geração possui somente um representante
infecção. principal, o cefepime, que tem uma boa
OBS: pode ser administrada na penetração no SNC e que costuma ser usado
gestante e nutriz. contra germes intra-hospitalares, cuja gravidade
❖ Grupo 2: Pequena Ação Anti-Pseudomonas tende a ser maior.
e via Oral: Cefixima, Cefetamet e ▪ Germes GRAM –.
Cefpodoxima. ▪ Ação antipseudomonas.
Não disponíveis no Brasil. ▪ Potência contra GRAM +.
❖ Grupo 3: Potente Ação Anti-Pseudomonas ▪ Menor potência contra anaeróbios.
e via Parenteral: Ceftazidima. ▪ Meia-vida de 2 h.
Potente ação contra Gram -, ▪ Eliminação renal.
inclusive para Pseudomonas sp.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
▪ Em relação ao seu espectro de ação, há a ▪ Ação contra MRSA, VRSA.
cobertura desde Streptococcus (sejam sensíveis ▪ Sem ação contra pseudomonas.
ou resistentes), Staphylococcus aureus meticilino- ▪ Ceftaroline :infecções partes moles Pneumonias
sensíveis (MSSA) até Haemophilus, ▪ Ceftopribole – VRSA.
pseudomonas, neisserias e enterobactérias ▪ Os dois representantes da quinta geração são
(incluindo o grupo PESC Providência, Proteus, bastante utilizados em infecções por Gram -, em
Enterobacter, Serratia e Citrobacter). ambiente intra-hospitalar, muitas vezes em
▪ Baixa ação indutora de beta-lactamases (exceção Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Porém, a
entre as cefalosporinas) ceftarolina não possui ação anti-pseudomonas e o
▪ Indicações: infecções hospitalares como BCP,ITU, ceftobiprole não possui ação contra bacteroides.
pele e sub-cutâneo, ginecológicas por
Pseudmonas sp. e enterobactérias 5. Carbapenêmicos e monobactâmicos
❖ Infecções intra-hospitalares severas ou • Atibióticos pertencentes ao grupo dos beta-lactâmicos.
refratárias com a suspeita ou presença de • A resistência contra essa classe de medicamentos
enterobactérias do gênero Klebsiella, continua aumentando em uma velocidade assustadora.
Serratia, enterobacter, Proteus, Morganela ▪ Os principais mecanismos de resistência são:
e P. aeruginosa. produção de beta-lactamases, alterações das
❖ Meningite, sepse, infecções respiratórias, proteínas de ligação das penicilinas ou aquisição
urinárias, de pele e tecido subcutâneo e de novas proteínas de ligação e a redução da
intra-abdominais penetração, ou do efluxo ativo do antibiótico.
❖ Monoterapia inicial no neutropênico febril. ▪ Algumas substâncias são usadas em associação
• Cefalosporinas 5ª geração: aos antibióticos com o intuito de inibir a ação das
▪ A ceftarolina é a única disponível no Brasil, e ainda beta-lactamases, como por exemplo: clavunalato,
com o custo bastante alto. sulbactam, tazobactam e vaborbactam, sendo
▪ Esta droga possui espectro de ação semelhante à esse último utilizado em associação com o
ceftriaxona, porém tem atividade melhor contra Meropenem.
G+, e trouxe como principal vantagem a ampliação • Carbapenêmicos:
do espectro de ação das cefalosporinas, cobrindo ▪ São um grupo de antibióticos inicialmente
Staphylococcus aureus meticilino-resistente naturais, produzidos por diferentes espécies de
(MRSA) e enterococos. Streptomyces, cujos principais representantes
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
são o Imipeném, o Meropeném e o Ertapeném. horas das bactérias que não foram
Possuem elevada potência contra germes Gram- mortas.
negativos e Gram-positivos, além de serem ❖ Desvantagem: podem ocasionar
estáveis na presença de β-lactamases. resistência a outros β-lactâmicos, pois
▪ A resistência a essa classe se deve principalmente induzem a produção de β-lactamases.
por enzimas hidrolíticas produzidas por algumas ❖ Farmacocinética:
bactérias, como o Acinetobacter baumannii. Imipenem-Cilastatina não é
▪ Mecanismo de ação: inibição da síntese da parede absorvida após administração por
celular, provocando alterações osmóticas e lise via oral, por isso seu uso é
celular por consequência (efeito bactericida). intravenoso ou intramuscular; sua
▪ Imipenem: meia-vida é de 1h e mantém
❖ É um derivado sintético da Tienamicina. atividade terapêutica por 4 a 6
❖ Espectro de ação: Amplo espectro contra horas.
cocos e bacilos Gram-negativos, Distribuição: boa em diversos
Grampositivos, anaeróbios e aeróbios. tecidos.
Possuem como vantagem uma o Atravessa a barreira
resistência à inativação por β- hematoencefálica (BHE) em
lactamases de espectro de ação pacientes com
ampliado (ESBL). meningoencefalites e
Eficaz contra: estreptococos, atravessa a barreira
pneumococos, estafilococos fetoplacentária.
oxacilina-sensíveis, hemófilos, o Pouca passagem pelo leite
gonococo, meningococo, materno.
Escherichia coli, Klebsiella, Proteus, Metabolismo e Eliminação: via renal
Morganella, Salmonella, Shigella e por filtração glomerular e secreção
outras enterobactérias, tubular.
Pseudomonas aeruginosa. ❖ Indicações clínicas: seu uso é restrito,
Tem ação supressora, pois inibe a sendo indicado em infecções graves
multiplicação por duas a quatro hospitalares por microorganismos Gram-
negativos resistentes e anaeróbios, como
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
infecções pós-operatórias graves, sepse ❖ Farmacocinética e reações adversas:
por germe hospitalar, infecções em casos Sua via de administração também é
de neoplasia e diabetes mellitus a parenteral, possui uma boa
descompensado. penetração no Sistema Nervoso
Infecções respiratórias, urinárias, Central (SNC) e tem uma meia-vida
ginecológicas, osteoarticulares, maior do que o imipenem.
intra-abdominais e Sua toxicidade assemelha-se a do
meningoencefalites bacterianas. imipenem, mas tem menor
❖ Efeitos adversos: infusão rápida pode tendência a provocar convulsões.
causar náuseas e vômitos. O meropenem não precisa ser
É rara a ocorrência de hipotensão, administrado com a cilastatina, pois
febre, diarreia e manifestações ele não é sensível à DH1.
alérgicas. ❖ Indicações terapêuticas:
Pode causar convulsões. Esse medicamento é uma arma
▪ Meropenem: importante contra a meningite
❖ Atividade antimicrobiana: bacteriana, alcançando níveis
Sua atividade é semelhante à do terapêuticos mesmo sem
imipenem, atuando contra algumas inflamação.
cepas de P. aeruginosa resistentes ▪ Ertapenem:
ao imipenem, mas com um espectro ❖ Atividade antimicrobiana:
menor em relação aos cocos gram- O ertapenem possui uma atividade
positivos. antimicrobiana inferior aos outros
❖ Existe resistência cruzada entre o dois medicamentos dessa classe no
Imipeném e o Meropeném (na prática, os que diz respeito à atuação contra a
germes resistentes a uma droga também P. aeruginosa e espécies de
são resistentes à outra droga). Além disso, Acinetobacter.
também induz a produção de β-lactamases, Porém, possui um melhor espectro
promovendo resistência bacteriana contra na cobertura de bactérias gram-
outros antibióticos β-lactâmicos (p.ex., positivas, Enterobacteriaceae e
penicilinas e cefalosporinas). anaeróbios.
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
❖ Farmacocinética e reações adversas: ❖ Interage com proteínas de ligação da
Possui como vias de administração penicilina dos microrganismos sensíveis,
a intravenosa e a intramuscular. induzindo a formação de longas estruturas
É o medicamento com maior meia- bacterianas filamentosas.
vida, cerca de 24h. ❖ É um antibiótico resistente a muitas beta-
Por isso, pode ser utilizado de forma lactamases, mas não resiste à ação das
domiciliar. beta-lactamases da Klebsiella Pneumoniae
Os possíveis efeitos colaterais, são: Carbapenemase (KPC).
flebite, diarreia, náuseas e vômitos. ❖ Espectro de ação: bactérias Gram-
❖ Indicações terapêuticas: negativas e possui estabilidade contra
É um medicamento que pode ser βlactamases, por isso são altamente
utilizado para tratar infecções intra- persistentes à inativação contra Gram-
abdominais e pélvicas, bem como negativos resistentes à Cefalosporinas de
no caso de infecções prolongadas 3ª geração.
por germes gram-negativos. Não tem ação contra germes Gram-
❖ Desvantagens: não apresenta boa atividade positivos e anaeróbios e não induz
contra Pseudomonas, enterococos e resistência a outros β-lactâmicos.
estafilococos resistente à Oxacilina; é ❖ Mecanismo de ação: interfere na síntese da
inativado por β-lactamases produzidas pela parede celular, causando a lise celular
Klebsiella. (efeito bactericida).
• Monobactâmicos: Possui alta afinidade pela PBP
▪ Naturalmente são derivados da Nocardia (proteína ligadora de penicilina) dos
uniformis. germes Gram-negativos.
▪ Particularmente, apresenta o anel β-lactâmico ❖ Farmacocinética:
isolado sem ligação a outra substância. Por isso, é Absorção: não absorvido via oral.
a primeira classe de antibióticos β-lactâmicos Principais vias de administração são
monocíclico. a via intravenosa ou intramuscular.
▪ O principal representante é o Aztreonam Possui meia-vida de 2h
(antibiótico sintético). aproximadamente.
▪ Aztreonam:
Farmacologia II – N1
Juliana Kato TXXVII
Distribuição: ampla pelos tecidos e
líquidos, pouca concentração em
secreção brônquica e atravessa a
barreira fetoplacentária.
o É pouco encontrado no leite
materno.
o Além disso, atravessa a BHE
mesmo em meninges
saudáveis.
Metabolização e eliminação: via
renal.
❖ Indicações clínicas: Infecções comunitárias
por bacilos Gram-negativos. Infecção
urinária, pulmonar, ginecológica e
osteoarticulares. Pode também ser usado
associado a Clindamicina ou Metronidazol
em infecções intra-abdominais, como
peritonite e abscesso hepático, a fim de
atingir anaeróbios. Usado como alternativa
para meningoencefalites por Gram-
negativos.
❖ Efeitos adversos: flebite em longo prazo,
erupção maculopapular, dor e edema
quando aplicado por via intramuscular.

Você também pode gostar