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6/19/2016

* Introdução
Por que é tão importante aprender sobre os
antimicrobianos?

Essenciais para uma escolha terapêutica adequada.


Antimicrobianos e
Quais são os problemas relacionados à qualidade
Métodos de Susceptibilidade do uso clínico dos antimicrobianos?

Dra. Viviane Nakano +50% prescrições - feitas de forma inadequada;


Centro Diagnóstico Molecular - SZD Uso excessivo ou má conduta do paciente – elevação da resistência
Laboratório de Anaeróbios – ICB II microbiana, dos custos e da mortalidade
E-mail: vivinkn@usp.br

* Histórico * Histórico
• 1495 – uso de mercúrio para tratamento da sífilis

• 1905 – Paul Ehrlich (Alemanha) “bala mágica” – quimioterapia

• 1928 – Alexander Fleming – substância com ação inibitória


contra Staphylococcus aureus, produzida pelo fungo:

Penicillium notatum

Penicilina Wright, (2007).

* Conceitos * Conceitos
ANTIMICROBIANOS
Produzidas por microrganismos ou sintetizado em
laboratório, capazes de matar ou inibir microrganismos.

• TOXICIDADE SELETIVA – Capacidade de lesar o


microrganismo, sem ser tóxica para o hospedeiro.
ANTIBIÓTICOS QUIMIOTERÁPICOS
• SINERGISMO – Quando a combinação de duas drogas
aumenta a atividade de ambas.

• ANTAGONISMO – Quando um antimicrobiano diminui a


ação de outro.

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* Conceitos * Origem de alguns dos principais


antibióticos
Bastonetes gram-positivos Antibióticos
Bacillus subtilis Bacitracina
Paenibacillus polymyxa Polimixina

Actinomicetos Antibióticos
• PONTO CRÍTICO OU BREAKPOINT – É a concentração de Streptomyces nodosus Anfotericina B
Streptomyces venezuelae Cloranfenicol
uma droga que alcança no soro, urina ou líquido
Streptomyces griseus Estreptomicina
cefaloraquidiano, após a administração do agente, com fins Fungos Antibióticos
Cephalosporium spp. Cefalosporina
terapêuticos.
Penicillium griseofulvum Griseofulvina

* Classificação dos antimicrobianos * Classificação dos antimicrobianos

1. Baseada na origem
2. Atividade no microrganismo

Naturais
Penicilina G

Bacteriostático Bactericida
Semi-Sintéticos Ação reversível Ação irreversível
Aminopenicilinas
(amoxicilina e ampicilina)

Sintéticos
Sulfas

* Classificação dos antimicrobianos Propriedades ideais dos antibióticos


1. Toxicidade seletiva;
3. Quanto ao espectro de ação
2. Amplo espectro de ação;
3. Não agir contra microbiota residente;
4. Solubilidade em líquidos corporais;
• Amplo espectro de ação - ativo contra gram-positivas e gram-
5. Alcançar altas concentrações nos tecidos e sangue;
negativas, micoplasma, clamídias.
6. Não ser afetado pela acidez estomacal ou proteínas do sangue;

• Pequeno espectro de ação – ativo contra gram-positivas ou 7. Não produzir efeitos colaterais;

gram-negativas. 8. Disponibilidade e baixo custo.

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Relação Microbiota-Hospedeiro-Antibiótico Mecanismos de ação dos antimicrobianos


Hospedeiro Antimicrobiano Microbiota
 Inibição da síntese de parede celular;

 Inibição da síntese de proteínas;


Microbiota
exógena
Desequilíbrio  Alteração da membrana citoplasmática;

 Inibidores da síntese dos ácidos nucléicos (DNA/RNA);


Processo infeccioso
Sistema imune Morte
comprometido  Alteração do metabolismo do ácido fólico (PABA).
Cepas resistentes Terapia: insucesso

Mecanismos de ação dos antimicrobianos Inibidores da Síntese de Parede Celular


Mecanismo de ação

• Ligam-se as proteínas de ligação de penicilina (PBPs) e


enzimas responsáveis pela síntese de peptideoglicano.

Madigan et al., (2010). Madigan et al., (2010).

Inibidores da Síntese de Parede Celular Inibidores da Síntese de Parede Celular

Parede Celular de gram-positivos Parede Celular de gram-negativos

Madigan et al., (2010). Madigan et al., (2010).

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Composição do peptidoglicano Inibidores da Síntese de Parede Celular


Transpeptidases/
Carboxipeptidases/Endopeptidases
Proteínas de ligação à penicilina (PBPs)

PBPs + antibiótico

Inibem a montagem das cadeias de


peptideoglicano

Ativação das autolisinas

Lise e morte celular


Madigan et al., (2010). Madigan et al., (2010).

Inibidores da Síntese de Parede Celular Inibidores da Síntese de Parede Celular


Lise celular causada por penicilina Efeito da penicilina em Enterobacter spp.

Morfologia normal Morfologia em cultivo contendo


penicilina
Tortora et al., (2012).

Inibidores da Síntese de Parede Celular Inibidores da Síntese de Parede Celular


Efeito da cefalosporina em Escherichia coli Principais Antimicrobianos:

Beta-lactâmicos
 Penicilinas
 Cefalosporinas
 Carbapenêmicos
 Monobactâmicos
 Cefamicinas
 Inibidores de beta-lactamases
Morfologia normal Morfologia em cultivo
contendo cefalosporina
Tortora et al., (2012).

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Inibidores da Síntese de Parede Celular Inibidores da Síntese de Parede Celular


Principais Antimicrobianos: Penicilinas (Beta-lactâmico)  Outras Penicilinas
Meticilina, Pirazocilina,
 Penicilinas Naturais
Beta-lactâmicos Glicopeptídeos Propicilina, Azidocilina,
Penicilina G, Penicilina V. Cloxacilina
 Penicilinas  Vancomicina
 Cefalosporinas  Teicoplanina
gram
 Carbapenêmicos Outros positivos
 Monobactâmicos  Fosfomicina
 Cefamicinas  Bacitracina  Penicilinas Semi-Sintéticas
Amplo espectro e
 Inibidores de beta-lactamases  Cicloserina Oxacilina, Ampicilina, Amoxicilina, Piperacilina. para bacilos
gram negativos

Inibidores da Síntese de Parede Celular Inibidores da Síntese de Parede Celular

Cefalosporinas (Beta-lactâmico) Beta-lactâmicos

1ª. Geração 2ª. Geração 3ª. Geração 4ª. Geração Carbapenêmicos Monobactâmico Cefamicinas

Cefazolina Cefamandol Cefoperazona Imipenem, Meropenem Aztreonam


Cefpiroma Cefotetan, Cefoxitina
Cefalotina Cefonicida Cefotaxima Ertapenem, Panipenem Tigemonam
Cefuroxima Cefixima
Cefalexina Ceftazidima Biapenem
Cefaclor Ceftriaxona Cefepima
Cefoperazona
gram Amplo gram Amplo
positivos espectro negativos espectro
Amplo espectro

Inibidores da Síntese de Parede Celular Inibidores da Síntese de Parede Celular


Inibidores de Beta-lactamases
Glicopeptídeos

Inibidores beta-lactamase gram positivos


Vancomicina
Teicoplanina
Ampicilina+Sulbactam
Piperacilina+Tazobactam Bacitracina gram positivos
Ticarcilina+Ác. clavulânico • São destruídos pela enzima
Amoxicilina + Ác. clavulânico deixando a outra droga íntegra para
exercer a ação antimicrobiana; Fosfomicina gram positivos e alguns negativos
• Atividade limitada contra alguns
gram positivos e gram negativos. Cicloserina gram positivos

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Inibidores da Síntese de Parede Celular Composição do Ribossomo Bacteriano

Isoniazida (Piridina) Parede celular de micobactérias


Mecanismo de ação: 16S RNA 5S RNA 23S RNA
Inibidora da síntese
de lipídios do ácido
micólico.

Etambutol (Butanol)

Mecanismo de ação:
Inibição da síntese de
arabinogalactana. Função: Síntese de Proteínas
Tortora et al., (2012).

Inibição da Síntese de Proteínas Inibição da Síntese de Proteínas


Mecanismo de ação Inibidores da subunidade 50S

• Alvos são as subunidades 50S e 30S do ribossomo  Macrolídeos Indicação: Staphylococcus spp., Streptococcus spp.
Eritromicina, Claritromicina, Roxitromicina, Diritromicina, Azitromicina,
Telitromicina.
 Cloranfenicol Indicação: Enterobacteriaceae, Enterococcus spp.
Cloranfenicol, Tianfenicol.
 Lincosamidas Indicação: Enterococcus spp., Streptococcus spp.
Lincomicina, Clindamicina.
 Oxazolidinonas Indicação: cocos gram-positivos.
Linezolida.
Tortora et al., (2012).

Inibição da Síntese de Proteínas Membrana citoplasmática


Inibidores da subunidade 30S
 Aminoglicosídeos Indicação: Enterobacteriaceae, P. aeruginosa

Estreptomicina, Gentamicina, Amicacina, Neomicina, Canamicina.

 Tetraciclina Indicação: Staphylococcus spp., Enterococcus spp.

Tetraciclina, Minociclina, Doxiciclina, Clorotetraciclina, Oxitetraciclina.

 Nitrofurano Indicação: Enterobacteriaceae, Staphylococcus spp.

Nitrofurazona, Furazolidona, Nitrofurantoína, Nifurtimox.


 Glicilciclinas Indicação: Enterobacteriaceae, anaeróbios
Tigeciclina
Madigan et al., (2010).

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Inibidores da Síntese de DNA/RNA


Permeabilidade Seletiva
Mecanismo de ação

• Interferem na replicação do
DNA (DNA girase e DNA
polimerase) e na transcrição
Alteração (RNA polimerase - síntese de
RNA).

Madigan et al., (2010).

Inibidores da Síntese de DNA/RNA Inibidores da Síntese de DNA/RNA

Principais Antimicrobianos:  Rifamicina (Inibe a síntese de RNA)


Rifamicina, Rifampicina

 Rifamicina
cocos gram positivos
micobactérias
 Nitroimidazol
 Nitroimidazol (Anaerobiose – Hidroxialamina – dano ao
DNA)
 Quinolonas
Metronidazol, Tinidazol
anaeróbios

Inibidores da Síntese de DNA/RNA Alteração do Metabolismo do Ácido Fólico


Quinolonas (Atuam na replicação do DNA) Mecanismo de ação

2ª. Geração 3ª. Geração • Inibidor competitivo


1ª. Geração
que atua na síntese de

Ácido nalidíxico Norfloxacina metabólitos essenciais


Ciprofloxacina Moxifloxacina
Ácido pipemídico Gatifloxacina (ácido fólico).
Rosoxacino Ofloxacina
Difloxacina Gemifloxacina
Pefloxacina Clinafloxacina Principal Antimicrobiano:
Levofloxacina Trovafloxacina
gram • Sulfonamidas (Sulfadiazina)
negativos Amplo espectro
Fluoroquinolonas Sulfametoxazol *+ Trimetoprim (cotrimoxazol)
* Mais utilizado Tortora et al., (2012).

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Ácido
paraminobenzóico *Na prática clínica o uso de antimicrobianos

Finalidades

• Profilática
Ácido didrofólico
• Terapêutica

Mas como são obtidos esses parâmetros?

Ácido tetraidrofólico (ácido fólico) Através dos testes de susceptibilidade aos


antimicrobianos.
Tortora et al., (2012).

Quais as indicações para o teste de Teste de Susceptibilidade


susceptibilidade? Preconizado pelo CLSI
(Clinical and Laboratory Standards Institute)
 Infecções específicas (endocardites, osteomielites,
infecções que não respondem ao tratamento empírico,  Avaliação qualitativa:
infecções do sistema nervoso central);
Classifica a bactéria em S (sensível), I (intermediário)
 Avaliação de novas drogas; ou R (resistente).

 Determinar o padrão de susceptibilidade de


* Disco Difusão em ágar (método Kirby-Bauer);
determinada área geográfica. * Eluição do disco em caldo.

Método de Difusão em ágar Método de Eluição do disco em Caldo

Técnica disco-difusão (Kirby-Bauer)


Técnica de eluição do disco em caldo
Halo de inibição em mm: S, I ou R

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Teste de Susceptibilidade
Preconizado pelo CLSI Macrodiluição em caldo
(Clinical and Laboratory Standards Institute)

 Avaliação quantitativa:
* Diluição em caldo:
Macrodiluição;
Microdiluição;
* Etest® (método Epsilomêtrico)
• Concentração inibitória mínima (CIM): menor concentração da
droga que inibe o crescimento microbiano.

• Concentração bactericida mínima (CBM): menor concentração


da droga que mata pelo menos 99,9% do inóculo microbiano. Caldo MH (Mueller-Hinton)

Microdiluição Método Epsilomêtrico (E-test)

Determinação do CIM

Teste de Susceptibilidade Sistemas Miniaturizados


Preconizado pela CLSI
(Clinical and Laboratory Standards Institute) Identificação e Susceptibilidade

 Avaliação Semi-quantitativa:

* Vitek (bioMérieux™ )
* Microscan WalkAway (Dade Behring ™ )
* BD Phoenix System (BD)

Estimação da CIM – Sistemas automatizados. Vitek - bioMerieux

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Sistemas Miniaturizados Sistemas Miniaturizados


Identificação e Susceptibilidade Identificação e Susceptibilidade

BD Phoenix System - BD WalkAway- Dade Behring ™

Preconizado pela CLSI


(Clinical and Laboratory Standards Institute)

1. Método de diluição em caldo: macrodiluição e

microdiluição;

Testes de Susceptibilidade de 2. Método de diluição em ágar;


Bactérias Anaeróbias Estritas
3. SGE (Spiral Gradient Endpoint).

Inóculo Bacteriano Inóculo Bacteriano Meios de cultura


utilizados

0,5 McFarland 0,5 McFarland


(1,5 x 108 cél./mL) (1,5 x 108 cél./mL)
• Em Caldo: BHI (Brain Heart
Infusion);
Incubação
• Em ágar: Ágar Wilkins &
Escala McFarland
Chalgren, Ágar Sangue, Ágar
35-37°C por Brucella.
46-48 horas.

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Agentes a serem testados Para todos os métodos

Variavelmente ativo
 Preparação da solução estoque (droga) (10 mg/mL);

Cefalosporinas,
Ativos
penicilinas e Pouca atividade  Diluição da droga (0,25 a 512 g/mL);
clindamicina.

Norfloxacina, ofloxacina,
Metronidazol, imipenem, ciprofloxacina, e novas
 Controles de viabilidade: Inicial, Final e Aerobiose;
cloranfenicol, beta- fluoroquinolonas
lactâmico/inibidor de (levofloxacina,
beta-lactamase. gatifloxacina,  Controle do teste: cepas padrão (ATCC).
moxifloxacina).

Diluição em ágar Diluição em ágar

1. Preparação das placas com as concentrações da droga;

2. Secagem das placas;

3. Preparação do inóculo (0,5 McFarland);

4. Aplicação do inóculo no replicador de Steers;

5. Carimbar nas placas; Replicador de


Steers
6. Esperar secar. Incubação em anaerobiose.
(32 poços)

Diluição em ágar Diluição em ágar

Vantagens Desvantagens

 Várias cepas podem ser  Não é conveniente para apenas

testadas ao mesmo tempo; um isolado;

 CBM não pode ser


 Viável para todos os
determinado;
anaeróbios, mesmo os mais
 Teste dispendioso e incômodo.
exigentes.
Ágar Brucella Ágar Wilkins & Chalgren

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Macrodiluição em caldo Macrodiluição em caldo

1. Preparação dos tubos com as concentrações da droga;

2. Preparação do inóculo (0,5 McFarland);

3. Aplicação do inóculo nos tubos;

4. Incubação em anaerobiose.
Caldo BHI (Brain Heart Infusion)

Macrodiluição em caldo Microdiluição

Vantagens Desvantagens 1. Preparação da placa com as concentrações da droga;

 Custo mais efetivo;  Dificuldade na determinação 2. Preparação do inóculo (0,5 McFarland);


da CIM em microrganismo que
 Fácil de ser executado;
não apresentam turbidez após
crescimento (Dialister).
3. Aplicação do inóculo com carimbador;
 São úteis para isolados único.
 Não é viável para muitos
 Pode ser determinada a CBM.
isolados. 4. Incubação em anaerobiose.
 Utilizado para microrganismos
como Clostridium spp. (swarming).

Microdiluição Microdiluição

Caldo BHI (Brain Heart Infusion)

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Microdiluição SGE (Spiral Gradient Endpoint)

Vantagens Desvantagens

 Placas podem ser preparadas  Não é favorável para

antecipadamente e congeladas crescimento de muitos anaeróbios


(Fusobacterium, Porphyromonas,
ou serem compradas prontas;
Prevotella);
 Viável para um único isolado
 Dificuldade na determinação da
ou vários. CIM.

SGE (Spiral Gradient Endpoint) SGE (Spiral Gradient Endpoint)

1. Preparação das placas com as concentrações da droga;

SGE (Spiral Gradient Endpoint) SGE (Spiral Gradient Endpoint)


Aplicação da droga em espiral
Mais concentrado

H2O Hipoclorito
H2O

Aplicação de droga Lavagem do dispositivo

Menos concentrado

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SGE (Spiral Gradient Endpoint) SGE (Spiral Gradient Endpoint)

1. Preparação das placas com as concentrações da droga;


Replicador radial: 15 cepas
2. Secagem das placas;

3. Preparação do inóculo (0,5 McFarland); Placa


Bactérias

4. Aplicação do inóculo no replicador radial;

5. Carimbar nas placas;

6. Esperar secar. Incubação em anaerobiose.

SGE (Spiral Gradient Endpoint)


Crescimento bacteriano

Como interpretar os resultados do SGE?

SGE (Spiral Gradient Endpoint) SGE (Spiral Gradient Endpoint)


Diagrama para cálculo da CIM

Distância em mm

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SGE (Spiral Gradient Endpoint) Qual método utilizar?

 Variação dos testes permitir confusão no padrão


Vantagens Desvantagens de resistência;

 Crescimento de microrganismos  Equipamento requerido tem  A CIM de algumas drogas para anaeróbios são
custo elevado.
exigentes; método dependentes;
 Sistema rápido e prático;

 Diminuição no número de  As técnicas de macro e microdiluição apresentam


placas. a CIM uma concentração menor do que a diluição
em ágar.

200 cepas testadas e comparadas SGE e SAD (Standard Agar Dilution)

8 drogas testadas (clindamicina, metronidazol, imipenem, cefoxitina, ampicilina, 2 cepas ATCC testadas e comparadas SGE e SAD (Standard Agar
ampicilina/sulbactam, mezlocilina, penicilina) Dilution) em 5 laboratórios diferentes;

SGE apresentou CIM menor em comparação com SAD. Resultados discrepantes, mas devido a técnica.

Controle de Qualidade dos Testes de Teste de Beta-lactamase


Susceptibilidade aos Antimicrobianos
Cefinase
 Validade das drogas e preparação das soluções estoques; Nitrocefin
 Filtração das drogas e evitar a inativação pela luz;
 Escolha do meio de cultura (suplementos, pH, espessura);
 Tamanho do inóculo (104-106 céls./mL);
 Pureza do inóculo (gram, teste respiratório);
 Viabilidade do organismo-teste (início e fim);
 Controle de esterilidade de aerobiose do teste;
 Cepas de referência (ATCC, NCTC).

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Teste de Beta-lactamase *Fatores relacionados a ação dos antimicrobianos


Método Biológico

Resistente

Sensível

ANVISA

* Fatores que influenciam na escolha do *Fatores que influenciam na escolha do


antimicrobiano antimicrobiano

• Características do paciente – idade, gravidez/lactação, função


renal e hepática, sensibilidade do paciente;

• Agente etiológico – análise do antibiograma e mecanismos de


resistências;

• Propriedades dos antimicrobianos – mecanismo de ação,


toxicidade, sinergismo ou antagonismo, interação
medicamentosa.

Por que?

Uso abusivo e indiscriminado de antibióticos pode

selecionar bactérias geneticamente resistentes.

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Evolução da Resistência - drogas


Definição

Capacidade de um microrganismo para resistir aos


efeitos de uma droga a que é, normalmente, sensível.

Origem
1940 – Primeiras observações de Staphylococcus spp.
resistente a penicilina.

Nugent et al., (2010).

Evolução da Resistência - microrganismos Evolução da Resistência - microrganismos

Madigan et al., (2010).

*Produção industrial e consumo mundial de


antimicrobianos Efeito da pressão seletiva em bactérias

* Produção mundial de 500 toneladas/ano.


Madigan et al., (2010).

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Tipos de resistência Tipos de resistência

Natural ou intrínseca
Resistência adquirida
Decorrente de características inerentes à célula
Surge quando cepas resistentes emergem de
bacteriana e que já existe antes da exposição a um
populações bacterianas originalmente sensíveis em
determinado antimicrobiano.
geral, após exposição.
Exemplos:
Anaeróbios – aminoglicosídeos; Aeróbios – metronidazol; Resulta de uma alteração genética que se expressa
gram positivos – polimixina; gram negativos – antimicrobianos bioquimicamente em resposta a ação dos
hidrofóbicos (rifampicina e ácido fusídico).
antimicrobianos.

Tipos de resistência

Resistência adquirida

Cromossômica Plasmidial

Aquisição de genes Plasmídios de resistência


(Plasmídio R)
Mutação
Produção de enzimas (beta-
Modifica a permeabilidade
lactamases,
da membrana
fosfotransferase)
Murvey & Simor, (2009).

Mecanismos de aquisição da resistência Mecanismos de resistência

Inativação enzimática
da droga
Resistência
transferível

Resistência Alteração do sítio alvo


por Transformação
mutação
Transdução
Conjugação Impedir o acesso do
antibiótico ao sítio alvo

Levy & Marshall, (2004). Levy &Marshall, (2004).

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Mecanismos de resistência Mecanismos de resistência


Inativação enzimática da droga Inativação enzimática da droga
 Produção de beta-lactamases  Beta-lactamases de amplo espectro (carbapenemases)

(penicilinas, cefalosporinas e principalmente em Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella

carbapenêmicos); pneumoniae (KPC);

 Genes (cromossomo, plasmidial e  (KPC) são encontrados em plasmídios que carreiam genes de

transposons); outras classes de antimicrobianos;

 ESBL (Extended-spectrum beta-  As carbapenemases inativam todos os beta-lactâmicos;

lactamase); Escherichia coli,  Encontrado em outros membros Enterobacteriaceae


Klebsiella spp. e Enterobacter. principalmente E. coli.

Mecanismos de resistência Mecanismos de resistência


Impedir o acesso do antibiótico ao sítio alvo
Alteração do sítio alvo

 Mutações que causam alteração


 Alteração das PBP (proteínas
na permeabilidade da membrana;
ligadoras de penicilina);

Alteração da DNA girase e  Efluxo da droga pelo sistema de

topoisomerase. bombas (principalmente MDR).

Bombas de Efluxo

Resistência aos antimicrobianos em


anaeróbios
Piddock, (2006)

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Resistência aos antimicrobianos em Genes relacionados com resistência aos antibióticos


anaeróbios cepA – classe A (IS21)
Metais pesados cfiA – classe B (IS4351,
(Cefalosporina) IS942, IS1186)
• Resistência aumentando = área geográfica, conduta (Penicilina) (Carbapenêmicos)

terapêutica e auto-medicação

• Resistência intrínseca e adquirida (plasmídios e tetQ


Bacteroides fragilis ermF (IS4351)
(Tetraciclina) (Clindamicina)
transposons)
(Macrolídeos)

• Produção de enzimas beta-lactamases- estrutura


nim
primária (classe A a D); características funcionais e cfxA
(IS1168, IS1169, IS1170)
(Cefoxitina)
bioquímicas (grupo I a IV). (Metronidazol)

Transferência horizontal de genes com dois tipos de Transferência de genes entre organismos gram positivos e
negativos no cólon e outros ambientes intestinais
elementos conjugativos
gram-positivos Genes gram-negativos

Plasmídeos Transposons Staphylococcus spp. Campylobacter spp.


Enterococcus spp. Haemophilus spp.
tetQ Streptococcus spp.
tetM Veillonella spp.
Actinomyces spp. Neisseria spp.
ermF ermF* Bifidobacterium spp. Fusobacterium nucleatum
ermB** Clostridium spp.

ermG**
Bacteroides spp.
*genes ermF inicialmente descritos em gram-positivos e foram transferidos Eubacterium spp. tetQ Prevotella spp.
para gram-negativos. ermF Porphyromonas spp.
**genes ermB e ermG parecem ser transferidos só entre Bacteroides spp.

Salyers et al. (2004) Salyers et al. (2004)

Porcentagens de resistência para antimicrobianos de 114


espécies dos gêneros Bacteroides e Parabacteroides

Bactérias-Origem (n) Faixa de Resistência (%)


Antibióticos: Amx, Amp, Cfx, Cli, Er, PenG, Tet

Pacientes (64) 13,7 – 100


Sadios (50) 22 – 100

24 crianças sem diarréia – 50 cepas Bacteroides/Parabacteroides spp.


Íons Metálicos: Hg, Ag, Cu, Cd, Pb, Ni
15 crianças com diarréia – 64 cepas Bacteroides/Parabacteroides spp.
Teste de susceptibilidade:
Pacientes (64) 57 – 100
11 antibióticos Sadios (50) 80 – 100
6 metais pesados
Nakano et al. (2004)

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90 crianças sem diarréia – 35 cepas Clostridium spp.


Cura: Resistência  para
Penicilina G, Ampicilina, 91 crianças com diarréia – 56 cepas Clostridium spp.
Clindamicina e
Amoxicilina/Ácido Teste de susceptibilidade:
clavulânico
10 antibióticos

30 paciente com implantes:


- Prevotella intermedia – 19 cepas
- Porphyromonas gingivalis – 7 cepas
Teste de susceptibilidade:
8 metais pesados

Ferreira et al. (2004)

Alterações morfológicas produzidas por antibióticos em B. fragilis

Clindamicina

Cefoxitina

Pfau & Avila-Campos (2005) Silvestro et al. (2006)

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Alterações morfológicas produzidas por antibióticos em B. fragilis

54 bezerros sem diarréia – 92 cepas Bacteroides/Parabacteroides spp.


54 bezerros com diarréia – 124 cepas Bacteroides/Parabacteroides spp.
Teste de susceptibilidade:
Clindamicina Cefoxitina
12 antibióticos
6 metais pesados

Controle
Silvestro et al. (2006)

Almeida et al. (2007)

114 cepas Bacteroides/Parabacteroides spp.


Teste de susceptibilidade:
8 antibióticos
Genes de resistência:
cfiA, cepA, tetQ , nim, ermF

Nakano et al. (2011)

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Genes de resistência:
cfiA: Carbapenêmicos
cepA: Cefalosporinas/Penicilina 22 cepas C. perfringens tipo A (frangos com enterite necrótica)
tetQ: Tetraciclina Teste de susceptibilidade:
nim: Nitroimidazol (metronidazol) 14 antimicrobianos
ermF: Clindamicina/Macrolídeos
Nakano et al. (2011)

Llanco et al. (2012)

31 crianças (antibioticoterapia) e 30 crianças controle - 3 a 12 anos.


Isolamento: Bacteroides/Parabacteroides, Bifidobacterium spp., Clostridium spp.
e Escherichia coli.
Detecção por qPCR: Bifidobacterium spp., B. fragilis, B. vulgatus, P.
distasonis, P. merdae, C. perfringens, C, difficile, E. coli, Lactobacillus spp., filo
Bacteroidetes, filo Firmicutes.
Fernandes et al. (2016)

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Transmissibilidade da resistência aos


antimicrobianos

Reservatórios comensais (humanos e animais);

Reservatório ambiental (solo, água, alimentos, etc.);

Disseminação por pessoas da área de saúde:

* Lavagem das mãos de forma inadequada;

* Uso inadequado de equipamento de proteção.

Fernandes et al. (2016)

Resistência aos Antimicrobianos Para refletir...

 Uso racional de antibióticos;

 Auto medicação;

 Boas práticas de controle de infecções (diagnóstico e

tratamento efetivo);

 Novos antimicrobianos???

Para refletir... Para refletir...

Nugent et al., (2010). Nugent et al., (2010).

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6/19/2016

TEIXOBACTIN

Eleftheria terrae – beta-proteobacteria – gram negativa.


Mecanismo de ação:
Ligar-se ao lipídio II – precursor do peptidioglicano (Inibidor de parede
celular)
1928 Penicilina – 100 novas drogas / 1987 – Nova classe de Antibiótico

Nature. 2015 Jan 22; 517(7535):455-9. doi: 10.1038/nature14098

Para refletir... Para refletir...

MCR-1: resistência a polimixinas (última opção tratamento de


infecções causadas por cepas produtoras de carbapenemases).

“Todo profissional de saúde, deve estar consciente


da importância da utilização adequada dos
antimicrobianos” (Anvisa)

“O uso racional de antimicrobianos é uma das


metas definidas pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) para o século XXI” (Anvisa)

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