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Como simplificar sua vida no século XXI (e diminuir seu impacto
no meio ambiente)
Izzy Müller
Sumário
Minimalismo 2.0
O que é minimalismo
Pegada de carbono
Não que estes não sejam exemplos de minimalismo, mas são apenas algumas
formas (às vezes meio radicais) de enxergá-lo.
adaptar a sua forma de minimalismo. O que é essencial para um, pode não ser
essencial para outra, lembre-se disso.
Assim como a relação entre tempo e tarefas, o valor da sua conta bancária é
inversamente proporcional a quantidade de coisas em que você investe –
muitas vezes sem perceber, fazendo compras por impulso.
E você vai parar de focar no que você não tem. O minimalismo faz entender
que, se você não tem necessidade física de possuir algum bem material – por
exemplo, uma roupa nova -, então você não precisa ter. Só pelo fato de você
estar lendo este livro já tenho certeza de que você tem mais do que a maioria
das pessoas no mundo. Isso, mesmo que você abra mão de algumas coisas.
Ainda assim você tem muito.
Mas lembre-se: o minimalismo não faz milagre: você não vai mudar da água
para o vinho de uma noite para outra por passar a ter menos coisas; é um
processo gradual, mas que ajuda as pessoas e as faz mudar para melhor.
O real custo das coisas na sua vida
(e no mundo)
Frequentemente pensamos em diminuir a quantidade de compras, geralmente
porque estamos pensando no nosso bolso, especialmente nos tempos de crise.
Mas o que quase nunca paramos para pensar é que o valor das coisas que
compramos não está somente no preço da etiqueta.
Este objeto não simplesmente nasceu em uma prateleira de loja. Ele nasceu
das florestas (se feito de madeira), de minas (se feito de ferro), das
profundezas do mundo (se for feito de plástico e outros materiais sintéticos,
derivados do petróleo), ou talvez seja uma combinação destas três opções.
Este objeto nasceu de um recurso natural, então foi desenvolvido em uma
fábrica – que polui. Então ele é desenvolvido e então enviado para vários
centros de distribuição e, finalmente, para a loja. Mas este não é o final.
Ao adquirir novos objetos, lembre-se do caminho que ele fez até chegar às
suas mãos.
Pegada de carbono
Além do óbvio benefício no bolso, no espaço e no custo para o planeta, ao
consumir menos coisas e na simplificação da vida, como já falamos aqui,
precisamos lembrar da diminuição da sua pegada de carbono.
Para ter uma ideia de quanto você produz de dióxido de carbono, acesse a
calculadora do iniciativaverde.org:
http://www.iniciativaverde.org.br/calculadora/index.php
Para alguns produtos em específico, por serem tão presentes no nosso dia a
dia, pode ser bastante difícil diminuir esta pegada de carbono, pois desde
sempre estamos acostumados a consumir sem pensar nas consequências. O
melhor exemplo é a moda e nosso guarda-roupa, assunto do próximo
capítulo.
Minimalismo, fast-fashion e o
consumo consciente
Itens que consideramos baratos - para nossa realidade brasileira - estão
sempre à disposição, em qualquer centro de compras que formos. Estão aos
montes nas araras de lojas gigantes, comumente encontradas em shopping
centers no Brasil e no mundo. São as redes que chamamos de fast fashion,
que você certamente conhece - e já frequentou - várias. Você pode
reconhecê-las por ter inúmeras peças ao alcance das mãos e sempre com
todos os tamanhos disponíveis, divididas em várias seções.
Tudo para manter a sede do ser humano de ter mais do que realmente precisa.
1. Coloque todas as peças para fora, categoria por categoria: pode começar
com camisas, calças, casacos, o que preferir.....
2. Selecione inicialmente as peças preferidas - aquela camisa que você
adora ou aquela blusa que você não viveria sem....
5. As peças que você decidiu que não quer ou não precisa mais, você
deve descartar.
Agora, sobre os itens que serão descartados: organize e separe tudo em caixas
ou sacolas e descubra o que fazer com elas: a grande maioria dos itens que
estavam em seu armário supõe-se que estão em bom estado de uso, e neste
caso, pesquise perto de você onde poderia doar estes itens. Pense na seguinte
ideia: não é porque não servem para você - por não serem mais seu estilo,
terem ficado pequenas ou simplesmente porque você esqueceu que tinha e
nunca mais usou - que não irão servir para outras pessoas.
Se você ficar com receio de doar todas as roupas (ou se estiver precisando de
dinheiro extra), considere levar a um brechó as peças que considerar que
valem a pena serem vendidas. Além de simplificar o seu guarda-roupa e fazer
uma graninha, você estará também:
2. Dando uma nova chance às suas roupas de terem novos donos que
realmente as usarão - e não as deixarão jogadas no armário por
meses
Se for difícil para você resistir à “tentação” das vitrines cheias de luzes e
chamadas apelativas, use a técnica de sair de casa apenas com o dinheiro
necessário para a programação que irá fazer. Se o plano for tomar um café
com amigos, ir ao cinema e voltar para casa de táxi, calcule o valor que
precisa para pagar por isso e leve apenas este dinheiro. Caso fique inseguro,
leve um percentual a mais ou um cartão que use apenas para emergências.
(Observe que roupas, sapatos, acessórios e itens que vão para seu armário ou
decoração da sua casa não entram na categoria “emergências”!)
Se for de baixa qualidade, que pode estragar ou ficar feio com pouco tempo
de uso, a sugestão é evitá-lo e partir para um produto com qualidade superior,
mesmo que mais caro. A razão disso: sustentabilidade e economia.
Sustentabilidade e economia? Mas vou estar gastando mais! Como
assim?
(materiais com custo menor tendem a estragar mais fácil, até mesmo serem
acredite, sua consciência de que investiu em uma peça mais cara lhe fará
Camisa social
Esta diferença de R$ 33,30 por ano pode não parecer muito grande à primeira
vista, mas considere estes fatos:
São R$ 33,30 por ano para cada traje semelhante a este do exemplo.
Considere que você com certeza terá mais do que estes três itens no
armário - nem mesmo o mais minimalista dos minimalistas
conseguiria viver apenas com isso. Multiplique pela quantidade de
roupas que você julga necessário ter no seu armário. Seriam três
trajes assim, mais outros itens como camisetas, blusas, roupas de
esporte, tênis? A diferença irá se multiplicando e tornando a
economia anual cada vez mais interessante.
O mesmo vale para todos os eletrônicos que nos rodeiam. Aquela TV nova
que você tanto quer, o tablet recém-lançado, o som ultra-potente que faz você
babar nas vitrines (mesmo que more em apartamento e sabe que nunca vai
poder usar toda a potência oferecida pelo aparelho)…
Não só para eletrônicos, tampouco, esta lógica se aplica. Vale para cada
cantinho da sua casa. Seus móveis, seus acessórios, seus utensílios de
cozinha, tudo.
Tudo o que pensar em adquirir, pense:
Eu preciso mesmo?
Eu vou usar?
Este item vai ter uso por quanto tempo? Investindo um pouquinho a
mais consigo um item similar, mas que me dure muito mais tempo?
O que vou fazer com isso quando não servir mais para mim?
A arte de carregar menos coisas
Quanto você carrega por aí, todos os dias, em seus bolsos, bolsa e mochila?
Isso não é algo que pensemos muito - afinal é prático jogar todas as coisas
que achamos que precisamos em uma mochila -, mas cada objeto acaba sendo
um peso. Talvez não um peso físico, mas mais uma responsabilidade. Pensar
e cuidar de cada coisa que carregamos gera preocupações - sem falar que, se
pensarmos na questão peso físico, se você carregar muitas coisas isso pode
até mesmo causar problemas de coluna...
Carregar por aí apenas o que você precisa - nem mais, nem menos - também
é minimalismo. É uma forma de ser mais leve, ter menos preocupações e, por
que não?, ter mais segurança.
O que há agora em seus bolsos, na sua bolsa, pasta, mochila? Pense agora no
nos objetos que você está carregando consigo agora.
Teste. Preste atenção agora em todos os itens que você carrega. Você usou
todos ou irá usar, ainda hoje? Se usou ou vai usar, tudo bem. Se não,
considere que talvez estes objetos possas ficar em casa ou no trabalho - e só
sairem de lá quando você realmente precisar.
Faça esta análise em tudo o que você carrega no dia a dia e descubra se
algumas destas coisas não poderiam ficar em casa e só sair quando realmente
necessárias.
Sua mesa de trabalho tem apenas o necessário? Tem certeza? E aquele porta-
canetas parado ali ocupando espaço, com seis canetas promocionais, duas
lapiseiras sem grafite, um lápis e um monte de clipes de papel no fundo, que
sempre que você precisa tem que tirar tudo e fazer a maior bagunça?
E aquele monte de decoração que já virou paisagem na sua sala, sem fazer
sentido nenhum, sem combinar com nada, como aquele bibelô que você
apenas deixou ali porque ganhou de algum colega uns cinco anos atrás no seu
aniversário e acabou esquecendo?
Nessa altura, o ponto já está claro: se não nos policiarmos, os excessos
acontecerão em todos os lugares possíveis. E excessos só significam mais
custo, mais bagunça e mais tempo perdido para lidar com eles.
E é preciso entender que minimalismo não precisa se refletir apenas nos seus
bens materiais, estes que quando arruma a casa organiza tudo. Entender que
minimalismo de verdade se reflete também nos seus relacionamentos, no
trabalho, forma de pensar e de viver. Entender especialmente que você não
precisa fazer ou ter coisas demais, mas também não ter o que fazer coisa de
menos. É fazer e ter o necessário.
Minimalize-se.
Sobre o livro
Vale lembrar que as sugestões aqui descritas são baseadas nas experiências
pessoais da autora, não tendo um fundo científico de comprovação, não
devendo ser levados como verdade absoluta. Cada um tem de ser livre para
inventar seu próprio minimalismo e simplicidade de viver.
Sobre a autora