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Livro do Aluno

2ª Lição
Conhecendo a Palavra de Deus:
A Bíblia
Inspiração:
“A tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho”.
Salmo 119:105.

INTRODUÇÃO

A Bíblia é a voz de Deus para nós hoje. Devidamente compilada, ordenada, ela deve ser estudada e
interpretada, privilégio que não tiveram gerações anteriores. Não podemos ignorar todo o caminho
percorrido inicialmente pelos apóstolos e, depois, por outros santos de Deus, para que hoje
pudéssemos praticar livremente a fé em Cristo.
Este caminho tem o sangue dos justos, o sacrifício dos inocentes, a renúncia de muitas vidas.
Todavia, nenhuns desses atos foram em vão, porque cada semente brotou, e a seu devido tempo
continuará brotando e operando segundo a dinâmica da Palavra de Deus, a qual prosperará naquilo
para o que foi enviada - “Assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim
vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.” (Is 55:11)
Sabemos que cada palavra lançada é como uma semente que brotará no seu devido tempo, isso fala
do Princípio Bíblico de semear e colher. Para semear uma boa semente, ou seja, as promessas de
Deus para nossas vidas precisamos conhecer a Sua Palavra. É fundamental conhecermos e retermos
a confissão das promessas de Deus para nossas vidas.
Não foi de homens a idéia de ordenar todos os fatos bíblicos num livro. Em Isaías 30:8, vemos Deus
ordenando ao profeta: “Vai, pois, escreve isso numa tábua perante eles, e aponta-o num livro, para
que fique registrado para os dias vindouros, para sempre e perpetuamente”. Ao profeta Daniel disse:
“E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma
parte para outra, e a ciência se multiplicará”. (Dn 12:4).
Vemos o princípio de Soberania de Deus sendo estabelecido na vida do homem. Também
precisamos observar as ordenanças de Deus para nossas vidas para que sejamos bons mordomos de
Sua obra.
Que grande mistério há nesse livro, que fez Davi afirmar no Salmo 119:105 “Lâmpada para os
meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos” e o escritor de Hebreus 4:12 dizer: “Porque a
Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o
ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e
propósitos do coração” .
Eis um livro que norteia, instrui, conforta, anima e admoesta! Não há outro mistério, senão o
próprio Espírito Santo, fazendo verdadeira a primeira parte de Hb 4:12 - PORQUE A PALAVRA
DE DEUS É VIVA E EFICAZ. É o Espírito que dá vida à letra, dando à Bíblia essa maravilhosa
característica de transformar vidas.

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A Bíblia não tem por finalidade provar a existência de Deus, pois Deus não se prova, DEUS É;
entretanto, a história tem sustentado algumas argumentações, que comprovam a veracidade da
Bíblia como a Palavra de Deus. Dentre as mais discutidas, citamos:

1. A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA

A Bíblia é divinamente inspirada e tal inspiração que a diferencia de todos os demais livros do
mundo, pois é a influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro, sobre os escritores da
Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura ou erros. A própria
Bíblia reivindica a si a inspiração de Deus, pois a expressão “Assim diz o Senhor”, como carimbo
de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros.
A teoria correta da inspiração da Bíblia é a chamada Teoria da Inspiração Plenária ou Verbal, a qual
ensina que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas; o fato de os escritores não agirem
como se fossem robôs, mas usando palavras de seu próprio vocabulário comprova que escreveram a
Palavra de Deus sob uma influência poderosa do Espírito Santo.

2. A PERFEITA HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA

A chegada da Bíblia até os nossos dias só pode ser explicada como um milagre, considerando-se
que nela há 66 livros escritos por cerca de 40 escritores, num período de aproximadamente 16
séculos, principalmente quando levamos em conta que estes homens tinham as mais variadas
ocupações, viveram em diferentes épocas e lugares e muitos deles nem mesmo se conheceram. Mas,
apesar de toda esta diversidade, e de tantos estilos, verificamos que os escritores geraram um
“produto” poderoso e coerente. A Bíblia, como um todo, não apresenta nenhuma contradição
doutrinária, histórica ou científica.
A perfeita harmonia desses livros é, para a mente humilde e sincera, urna prova incontestável de sua
origem divina, e de que urna única mente via tudo e guiava os escritores: a mente de Deus.

3. O TESTEMUNHO DO ESPÍRITO SANTO DENTRO DO CRENTE

Quem de fato aceita Jesus aceita também a Bíblia corno a Palavra de Deus, pois o Espírito Santo
põe na alma do crente a certeza quanto à autoridade desse livro. Esse testemunho do Espírito Santo
no interior do crente, no tocante às Escrituras, é superior a qualquer argumentação humana (Jo
7:17).

4. A BÍBLIA: INFLUÊNCIA BENÉFICA, UNIVERSAL E ATEMPORAL

A Bíblia é o livro mais lido do mundo. E não se pode negar a influência benéfica e transformadora
que ela exerce sobre os indivíduos e as nações. Mesmo aqueles que não a aceitam reconhecem o seu
efeito sadio na civilização.

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É notável o seu caráter universal. Qualquer crente, ao ler a Bíblia, recebe sua mensagem como se
houvera sido escrita diretamente para ele. Todas as raças consideram a Bíblia como sua possessão;
ninguém a considera como um livro alheio ou estrangeiro.
A atemporalidade da Bíblia é outro fato marcante que a distingue de qualquer outro livro: ela é
sempre nova e inesgotável. É o livro mais antigo do mundo e ao mesmo tempo o mais moderno. Em
mais de 20 séculos o homem não pôde melhorá-la. É o único livro que é lido seguidas vezes, sem
que se perca por ele o interesse, independentemente da idade do leitor.
Portanto, a leitura da Bíblia deve se tornar um estilo de vida para todo aquele que confessa Jesus
corno Senhor e Salvador. Devemos entender que, quando lemos a Bíblia, estamos abrindo o nosso
coração para receber de Deus alimento seguro e saudável, uma fonte inesgotável de sabedoria e
conhecimento de Deus.

5. ESTRUTURA DA BÍBLIA

A Bíblia é composta de 66 livros, sendo divididos em 39 livros no Antigo Testamento e 27 livros no


Novo Testamento.
Os 39 livros do Antigo Testamento se classificam em 4 grupos:
05 livros da Lei - Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. Também chamado de
Pentateuco, esses livros tratam da origem de todas as coisas, da Lei e do estabelecimento da nação
israelita.
12 livros Históricos - Josué, Juízes, Ruth, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II
Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
Ocupam-se da história de Israel nos seus vários períodos: a Teocracia, sob os Juízes; a Monarquia,
sob Saul, Davi e Salomão; a Divisão do reino e o cativeiro, contendo o relato dos reinos de Judá e
Israel, este sendo levado para a Assíria e aquele para a Babilônia: o pós-cativeiro sob Zorobabel,
Esdras e Neemias, em conjunto com os profetas contemporâneos.
05 livros poéticos - Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares.
São assim chamados pelo gênero do seu conteúdo: mas também são chamados de devocionais.
17 livros proféticos
Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel.
Profetas Menores: Oséias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias,
Ageu, Zacarias e Malaquias.
As expressões maiores e menores não se referem à notoriedade ou ao mérito do profeta, mas sim ao
tamanho dos livros e à extensão do respectivo ministério profético.
Poderíamos enumerar várias outras composições que diferem das duas anteriormente apresentadas,
como a das Bíblias de edição da Igreja Romana, onde o total de livros não é 66, mas 73, com a
inserção de 7 livros apócrifos e 4 acréscimos: a da Igreja Ortodoxa Grega, que mantém 10 livros
apócrifos e 4 acréscimos. A edição católica de Matos Soares e Figueiredo, que apresenta diferentes
divisões nos Salmos, e assim por diante.

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No sentido religioso, apócrifo significa “não genuíno, espúrio”, ou seja, não inspirado.
Os 27 livros do Novo Testamento estão classificados em quatro grupos, conforme o assunto que
abordam: Biografia (4 livros), História (1 livro), Epístolas (21 livros) e Profecia (1 livro).
Os 27 livros do Novo Testamento também se classificam em 4 grupos: 04 livros biográficos -
BIOGRAFIA (4) - São os quatro evangelhos:
Mateus, Marcos, Lucas e João.
Os três primeiros são chamados Evangelhos Sinópticos, devido a certo paralelismo que têm entre si.
O quarto é chamado o Evangelho da Revelação.
Os Evangelhos são os livros mais importantes da Bíblia. Descrevem a vida terrena de Jesus e o Seu
glorioso ministério. Todos os livros que os precedem tratam da preparação para a manifestação de
Jesus Cristo, e os que se lhes seguem são explicações da doutrina de Cristo.
a) Mateus é considerado por excelência o Evangelho da Igreja. Escrito para instruir o novo povo de
Deus acerca de Jesus Cristo (judeus de língua grega), apresenta urna estrutura basicamente didática.
Este evangelho é admiravelmente adaptado a urna igreja intimamente ligada ao Judaísmo; respira a
atmosfera do Messianismo, apesar de ter urna mensagem para “todo o mundo”. Aceita-se que tenha
sido escrito por volta do ano 70 d.C, pelo próprio apóstolo Mateus, em terras da Síria,
provavelmente em Antioquia. Enfatiza o Reino de Deus (o reino dos céus) e a biografia de Jesus.
b) Marcos é o documento mais antigo sobre a vida e obra de Jesus. Por possuir apenas cinco
passagens que não se encontram nos outros dois evangelhos sinópticos, Marcos foi relegado a um
segundo plano durante longo tempo. Hoje sabemos da sua importância na preparação de Mateus e
Lucas. É conciso, claro e direto, estilo este que agradaria à mentalidade romana, avessa a abstrações
e fantasias literárias. Escrito por João Marcos, colaborador de Paulo e provável discípulo de Pedro,
é o evangelho da ação e da vivacidade. Para origem do documento, aceita-se a data de 50 a 65 d.C,
tendo como lugar, Roma. Enfatiza Jesus, o Filho de Deus e Sua obra.
c) Lucas é predominantemente histórico. Normalmente os trechos comuns aos outros dois
evangelhos estão mais bem colocados em Lucas, que demonstra uma grande aptidão literária,
riqueza de vocabulário e excelente domínio da língua grega. O seu autor, que não dá o seu nome,
fornece uma introdução literária que declara os seus objetivos ao escrevê-lo, os métodos que
empregou e as afinidades com os seus contemporâneos que tinham empreendido a mesma tarefa. O
conhecimento de Lucas abrangia todos os fatos de maior relevo e contém particularidade que não
aparecem nos outros Evangelhos; é, dentre os evangelistas, que mais se aproxima do nosso conceito
atual de historiador. Sua obra foi escrita para cristãos de procedência gentílica (não judeus), com
data e local imprecisos aceitando-se o grande intervalo de 60 a 95 d.C., e local como Corinto, Éfeso
ou Roma. Enfatiza a doutrina de Jesus, o Messias que veio dar cumprimento perfeito ao plano
salvador de Deus.
d) João é um evangelho fortemente teológico, que discute particularmente a pessoa de Jesus e a fé
nEle. É o mais invulgar e talvez o mais valioso quarteto dos evangelhos, também chamado o
Evangelho da Revelação. Escrito após os evangelhos sinópticos, não contém parábolas apresenta
apenas sete milagres, cinco dos quais só aparecem neste livro. João o escreveu na sua velhice, em
Éfeso, provavelmente no final do primeiro século, apresentando-se como testemunha viva da
revelação Deus, no evangelho que leva o seu nome. Denominando-se “o discípulo amado”, João
nos mostra a cada passo um Jesus como não encontram nos demais evangelhos; é como se ele nos
mostrasse a alma do mestre. Enfatiza a pessoa de Jesus e a Sua figura como Salvador.
01 livro histórico - Atos dos Apóstolos.
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Esse livro registra a história da Igreja primitiva, seu modo de viver e a pregação do evangelho. É
apontado como uma continuação do Evangelho de Lucas. Apresenta acontecimentos muito
significativos, como por exemplo, a descida do Espírito Santo (pentecostes), o discurso de Pedra, a
morte de Estevão, a conversão de Paulo, a unidade e a perseguição da igreja, dentre outros. De
todos os livros da Bíblia, diz-se que Atos dos Apóstolos é único que continua sendo escrito até hoje,
pelos santos de Deus, que somos nós. Foi escrito por volta dos anos 80 d.C.
21 epístolas - São 21 as cartas ou epístolas, que vão de Romanos a Judas:
Essas cartas contêm a doutrina da Igreja. Classificação mais aceita:
09 são dirigidas às Igrejas - Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses,
Colossenses, I Tessalonicenses, II Tessalonicenses.
04 são dirigidas a pessoas - I Timóteo, II Timóteo, Tito e Filemom.
01 é dirigida aos hebreus cristãos - Hebreus.
07 são dirigidas a todos os cristãos - Tiago, I Pedro, II Pedro, I João, II João, III João e Judas.
Essas epístolas são também chamadas universais, católicas ou gerais, apesar de duas delas serem
dirigidas a pessoas (II e III João).
O apóstolo Paulo se destaca como o mais famoso escritor do Novo Testamento, com 13 epístolas
autênticas de sua autoria, restando apenas oito para os demais escritores. Este fato é digno da maior
relevância, principalmente quando consideramos que Paulo não fazia parte daqueles que
acompanharam pessoalmente o ministério de Jesus. Como ele próprio afirma, o seu ministério foi
dado diretamente pelo Espírito Santo. (Gl 1:11-12)
01 livro profético - É o livro de Apocalipse, também chamado o livro da Revelação.

6. O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA

JESUS é o tema central da Bíblia. No Antigo Testamento, tudo apontava para a Sua manifestação e
no Novo Testamento, tudo conta sobre a Sua maravilhosa obra, doutrina e volta gloriosa.
Passando livro a livro, sempre O encontraremos; em Gênesis, Ele é o descendente da mulher, e em
Apocalipse é o Alfa e o Ômega.
Tomando o Senhor Jesus como centro da Bíblia, poderemos resumir o Antigo e o Novo Testamento
(66 livros) em cinco palavras que definem a Sua história:
· Preparação: todo o Antigo Testamento, 39 livros, preparam a humanidade para Sua vinda.
· Manifestação: os Evangelhos tratam da Sua manifestação.
· Propagação: o livro dos Atos dos Apóstolos trata da propagação do Seu Evangelho.
· Explanação: as Epístolas são a explanação da Sua doutrina.
. Consumação: o Apocalipse trata de todas as coisas preditas através de Cristo.

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CONCLUSÃO
- A Bíblia é a Palavra de Deus, digna de toda aceitação.
- Seus ensinamentos são verdadeiros, regra de doutrina e fé.

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