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As CONTRA-INDICAÇÕES AO TRATAMENTO PSICANALÍTICO

]ACQUES-AlAIN MILLER (Paris)

Fenômenos de rodas as ordens se manifestam no curso As listas são longas e variadas. Por sinal eu pude, a pro-
de uma análise e têm, como efeito, o obstáculo ao trata- pósito disto, refrescar a memória graças à compilação de
mento. Ficou convencionado, a partir de Freud, como lem- textos clássicos que me foi dada pelo serviço de Françoise
brou Diana Kamienny, chamar estes fenômenos que fazem Gorog, e em particular por Diana Kamienny. Estas listas de
obstáculo ao tratamento de resistências. condições de analisabilidade convergem todas em um ponto
Na mesma via, se vamos aos limites, não podemos dei- idêntico e maior: a força do ego.
xar de nos interrogar sobre as resistências que fazem tanto A força do ego era, para os analistas que faziam es~~s
obstáculo ao tratamento psicanalítico que acabam por tomá- _l!stãs·,_ci g~~re~aiffienêêcondiCiõílavaã· pos~smªa.~~-~o tr~­
lo impossível. Éo caso limite da resistência. Vem daí a ques- -~~I!lento_ fl~_ical1alítico Na falta de um ego suficientemente
tão deste Simpósio\ sobre as contra-indicações, que é a forte para não ser submergido pela angústia e pelas pulsões,
questão dos casos de psicanálise impossível. suficientemente forte para se acomodar à realidade comum ·
Admitamos que existem estruturas assim, ou ao menos, psicanálise impossível.
tipos de sintomas que são refratários ao tratamento psica- Isto não deixava de conter um paradoxo pois esta for-
nalítico, onde consequentemente a psicanálise é inopottu- ça do ego, onde finalmente se resumiam todas as condi-
na, ineficaz e, até mesmo, nefasta. ções de analisabilidade é, igualmente, o mesmo que era
Assim, se admitimos que existem casos de psicanáli- esperado da análise, como resultado. De um certo modo,
se impossível, como saber disto antes? Como antecipá- portanto, pode-se dizer que a consideração destas con-
lo? Sob quais critérios formular um prognóstico de psi- tra-indicações e indicações faz com que a etapa final espe-
canálise impossível? rada da análise seja, de um certo modo, exigida em seu
Houve um tempo em que os psicanalistas tentaram de- início, a diferença sendo apenas de um menos à um mais.
finir critérios e detalhar aquilo que se chamava, por sinal . O ego forte esperado da análise era, de um certo modo,
principalmente em inglês, as condições de analisabilidade, exigido em redução, um pouco menos, mas já no início
as condições que fazem com que um sujeito seja analisável. mesmo do tratamento.
Era preciso a transferência, sem dúvida, mas igualmente a Segue-se contudo uma seleção clínica operada sobre
capacidade de analisar a transferência. Era preciso o reina- este critério da força do ego. A que eu achei, finalmente, a
do da regra, sem o qual nada de associação livre, nada de mais convincente e a mais válida é a que Edward Glover
consultas periódicas, nada de pagamentos pontuais, nada apresentava em 1954, onde a psicanálise é indicada nos ca-
de aceitação de interrupção das sessões, de fins de sema- sos de histeria, puros ou mistos , quer dizer, com elemen-
na, de férias. Em suma, se não houvesse o reino da regra tos obsessivos, e também nas patologias que apresentam
não haveria o respeito ao enquadramento, mas também não problemas sexuais, sociais ou conjugais, quando eles equi-
se deveria fazer com que a regra chegasse ao rito, pois a valem 'ã estados neuróticos.
neurose obsessiva grave não se deixa mobilizar assim tão _A.psic:t_n~!ise esta_ria co_ntra-i_t;:ciicada nas psicoses puras,
facilmente. Em terceiro lugar havia as condições de idade - nos tipos de caráter psicótico ou nas psicopati<tS severas.
nem muito jovem, nem muito velho, para resumir. Havia, Entre estes dois grupos podemos situar os casos mo-
por fim, as condições da cultura, um domínio suficiente da deradamente acessíveis ao tratamento: as neuroses obses-
língua, do "material verbal" como se dizia; etc. sivas mais ou men os organizadas, as perversões sexuais

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ORIENTAÇÃO LACÁNL 'l i''

antes dos quarenta anos, o alcoolismo e as toxicomanias havia antecipado uma vez que ele havia recusado a confiar
com base neurótica. eletivamente o futuro de sua descoberta à profissão médica.
Esta classificação é sólida. Ela encontra, entre os melho- O enquadramento médico da psicanálise, sublinhemos
res, seu fundamento teórico no escalonamento das patolo- isto, foi esquivado pelos próprios psicanalistas uma vez que
gias no eixo do desenvolvimento, onde os estádios freudianos a passagem pela análise se tornou uma obrigação na forma-
são dispostos cronologicamente. Deste modo os sintomas ção do analista. Portanto, introduziu-se uma dimensão pro-
psiquiátricos são baseados em um ponto de fixação situ- priamente didática, que já aí fazia a psicanálise escapar ele
ado precisamente neste eixo cronológico. Eles suposta- uma pertinência terapêutica estrita. Simultaneamente, deve-
mente devem conter a marca, o selo - Glover diz the bole se constatar que, sem que houvesse uma conspiração, nem
mark-deste ponto de fixação, enquanto os problemas de um carisma especial, particular, nem por nenhuma aberra-
caráter não são identificados da mesma maneira, e os pro- ção cultural de um país ou de outro, a psicanálise, ele fato ,
blemas sexuais ainda menos. se encontrou investida de uma prática de verdade e, mes-
Nós temos, digamos, classicamente, três grupos prog- mo, como talvez a mais eminente prática contemporânea
nósticos concebidos definitivamente para orientar o psiqui- do que Michel Foucault chamava de souci de soi.
atra. Por sinal o artigo de Glover ao qual eu faço especialmen- Para dizê-lo ~~--t-~ r!!l_()SfE~_c.!di_ano_s, a p~_iGtnáli~~ foi o
I te referência foi publicado no Bn'tish joumal ofPsychiatry. E objeto de uma sublimação que a levou muitq)s:mge do re-
realmente não se fez melhor em seguida. gistro da indicaçã() rer~pêuti~~·
r Contudo , simultaneamente, não se pode evitar o senti- Desde então devemos constatar que o sentido mesmo
mento de que esta aproximação está doravante obsoleta, do que se chamava tratamento psicanalítico mudou.
caduca. Isto por uma razão bastante simples. É que ela se Podemos mesmo dizer que o sentido da palavra "tratamen-
~~~~a_ em ~ma concepção do tratament.? psi.~~r1_~1iti~o to" cessou de saturar a significação atribuída à prática da psi-
como "psicanálise pura". canálise, fato que Lacan soube levar a sério substituindo-o,
-. o·-- -que
---- é precisá entender
.. ... ..
por "psicanálise
------- ---.... -· - - .. ºura"? É a
______ -- --
·-- ----- ------ · -- - ~ · ,
.?escle os anos 50, pelo termo "experiência" psicanalítica.
_P..?icanáliseconce~ida.como um_t@~a.,ment~ de?r_ct.~m para- Do "tratamento" que pode ser "indicado", "contra-indi-
médica, tendo por finalidade a cura, ou mesmo uma "nor- cado" através da avaliação feita por um outro - um sábio,
~alidade"' q~~ pr~c~de -~-~ média -com -cincó ' sessÕes se-· um con hecedor, um expert -, passou-se à "experiência" vi-
manais. Glover diz <<por um período de um ano e meio ·a tal, ou mesmo "existencial", _g\je pod.~-~e:~~~~~-~~ja_<jª"_Qu .
_ doi_s an_os.». _não-pejo p~~-l?_rio__suj~i~(), aré mesmoarríscaêlã para ele como
Eis qual era a exigência do tratamento de "psicanálise uma verdadeira "aventura subjetiva".
pura", com relação ao qual poderiam ser dispostas as indi- -- O que aparece em primeiro plano não é mais a indica-
cações e contra-indicações. ção e sim a demanda que um sujeito- não se diz mais "pa-
Ora, desde 1954, se tomamos esta data como base, a i ciente" - apresenta a um psicanalista, e a autenticidade, a
dinâmica própria à experiência psicanalítica ultrapassou de : verificar, do desejo que habita esta demanda.
longe o quadro gloveriano. · Igualmente, o fato de um psicanalista recusar uma aná-
Por sinal, Glover mesmo fazia a seguinte ressalva ao di- lise a um sujeito que a demanda não tem mais, em hipóte-
zer: «as indicaçõ_~s ~~ psicanáli~~ _[lãO deveri~m ser d~ter­ se alguma, a significação de "contra-indicação". A demanda
minadas exclusivamente pelo prognósti~SJ». Com esta pro- é, com efeito, sustentada por uma espécie de "direito" im-
posição, este intervalo introduzido entre prognóstico e in- plícito, que poderia ir até ao ponto de poder chamar de um
dicação, naufragou toda a dinâmica da prática analítica-a "direito à psicanálise", inscrito nesta "busca do sentido"
partir de 54. contemporânea, que é bastante evidente para se tomar um
Tudo se passa como se a prática inventada por Freud ' slogan político.
tivesse sido animada por uma dinâmica que havia irresisti- O psicanalista está doravante instrumentado pelo "di-
velmente ultrapassado o quadro das indicações de análise, reito ao sentido", que os doentes não são os únicos a reco-
até levar a algo que aparece como um dique terapêutico nhecer, uma vez que os terapeutas admitem de bom grado
suposto conter o próprio poder desta prática. que tal tratamento medicamentoso pede um complemen-
Já que falamos de antecipação, digamos que Freud o to semântico, um complemento de sentido.

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Ao nos voltarmos então para os quarenta anos que se até saber ocupar, para qualquer sujeito que chegue, o lugar
passaram desde a seleção gloveriana elas indicações e con- de onde ele possa agir. E como agir?
tra-indicações ela análise, não podemos nos funar de um Eis o Sr. P, psicanalista. Ele recebe há cinco anos uma
outro sentimento, que o psicanalista se viu, irresistivelmen- paciente, que ele a deita em decúbito dorsal sobre um divã.
te, separado da psicaniÍise, disto que se chamava a -''psica- Ele mesmo se coloca atrás dela, em uma poltrona, onde ele
nálise pui·a". está sentado. Ela vem regularmente três vezes por semana.
-,-- ·A;'psicanálise pura" esteve sempre mais reservada à for- Acreditaríamos que se trata de "psicanálise pura", ou qua-
mação mesma do psicanalista, enquanto a prática do psica- se, se não fos se o fato de que a paciente não deixa, há já
nalista assim formado se distanciou sempre das condições/ cinco anos, perceber nenhuma modificação. Ela preenche
... ele sua própria formação. / as sessões com um monólogo monótono, sem afetiviclade,
Por que não falar aqui de uma disjunção entre a psica- onde ela narra minuciosamente aquilo que acontece em
nálise e à psica.~·a[istãi ____ - - ---- sua existência. Quando o senhor P, psicanalista, toma a
Freud inventou um tipo inédito ele sujeito formado, sem palavra para tentar aquilo que foi convencionado se cha-
dúvidas, para interpretar o inconsciente e sustentar a trans- mar ele interpretação ela se interrompe, deixa-o falar, aca-
ferência mas, igualmente, por esta via mesmo, feito para bar, e em seguida ela retoma "como se nada tivesse ocorri-
suportar o automatismo de repetição e encarnar o objeto elo", diz o senhor P Sessões curtas, sessões longas, inter-
da pulsão. pretações, irritações, encorajamentos, nada surte efeito. O
Este obje to-psicanalista é, doravante, disponível - dis- senhor P, psicanalista, dá sua mão à palmatória. Ele não
ponível no mercado como se diz- e se presta a usos muito sabe porque ela está aí, nem porque ele está aí, quem ele é
distintos daquele que fora concebido sob o termo ele "psi- .· e o que ele faz. Ele persevera, no entanto, porque ele se
canálise pura". recorda que, antes de vir vê-lo, a paciente havia ido ver um
A "psicanálise pura" não é, assim, mais elo que um dos colega psiquiatra que a recebeu durante quase um ano an-
usos aos quais o psicanalista se presta. É a nova cara ela tes de mandá-la embora dizendo: <<Você não tem nada a fa-
indicação à análise ._Trata-se menos ele antecipar se a natu- zer aqui». Segue-se a isto uma tentativa de suicídio. O se-
reza do problema é "acessível" à psicanálise do que de sa- nhor P não tem mais esperanças quanto à mudança terapêu-
ber se o encontro com um analista será útil ou não, fará tica desta paciente, contudo ele não a mandará embora. Ele
bem ou fará mal. se recorda ainda de uma coisa que a paciente lhe disse uma
Evitemos filosofar sobre o bem e o mal. O encontro com vez, há bastante tempo: <<Vir aqui é, para mim, a garantia de
um analista, no geral, faz bem. não me tornar louca como meu pai». Isto lhe basta, meio
É que o objeto-psicanalista é espantosamente versátil, que forçado, uma vez que ele não tem nada mais.
dis-ponível, multifuncional se posso dizer. .. -- -- Trata-se de psicanálise pura?-' Certamente não. Trata-se
Aqui, ele desvela as identificações ideais cujas exigências de um tratamento7 Não é muito certo. Trata-se de uma ex-
assolam o sujeito. Ali, onde o Eu é fraco, ele recolhe dos periência? Não é impossível, mas nada o diz. Mas quem,
ditos elo sujeito do que consolidar uma organização viável. fora um psicanalista, faria este papel nes ta panida? Ele se
Se o sentido é bloqueado ele o articula, o fluidifica, ele in- presta a encarnar um objeto em torno do qual parecem se
troduz uma dialética. Se o sentido escorre sem se deter em enrolar, por mais vãos que sejam, os ditos de uma paciente
nenhuma significação substancial, ele arruma pontos ele a qual ele não saberá nada mais do que isto.
parada, pontos de basta, como se diz às vezes, que darão O psicanalista oferece deste modo, com o objeto-psica-
ao sujeito uma armadura de suporte. nalista, um lugar vacuolar, um espaço entre parênteses,
· - Ou seja, se o psicanalista sabe ser o objeto, nada querer onde o paciente tem o lazer, por um tempo restrito, de ser
a priori para o bem do outro, estar sem preconceitos quan- sujeito, quer dizer, de faltar a ser aquilo qu e, por sinal, o
to ao bom uso que se possa ser feito dele, ele vê o registro i identifica. É, se assim quisermos, para tomar o termo de
elas contra-indicações se reduzir espantosamente, a tal pon- i Winnicott, um espaço transicional, um lugar de puro sem-
to que a contra-indicação passa a ser decidida, então, caso !_ blante, que é como o avesso da vida cotidiana, e onde o su-
a caso. ./ jeito é incessantemente reconduzido ao nascimento do sen-
É preciso, para isto, que ele tenha cultivado sua docilidade tido, a seus primeiros balbucios. É um lugar que recolhe a
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' 'Í~,~ ·()RJENTAÇÃO LACANIA,;NA ·:
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0contingência, onde a necessidade se desfaz, e é por exce-certo direito-ao-sentido, e se, hoje em dia, o fato de recu-
r lência o lugar do possível. sar uma psicanálise , ou de dizer a alguém que a psicanáli-
l se não é para ele, tem o mesmo sentido que tinha há qua-
Mesmo se o sujeito não faz nada, a sessão não é menos
este lugar do possível, onde, na falta de modificação, uma
renta anos.
1 "mexida" é sempre possível. Ao consultar os arquivos é evidente que isto não tem
: · -- É porque pode acontecer que este encontro com o psi- '
o mesmo sentido hoje em dia e até a expressão "trata-
Ir i canalista seja sem preço para um sujeito, mesmo que ele
~~eja um caso de psicanálise impossível.
mento psicanalítico", que figura no título do Simpósio,
tem algo de fora de moda e isto não é por umfiat, não é
j por decisão. Observa-se como a língua mudou, como as
A disjunção do psicanalista e da J2Sicanálise, está entre a
..for~o-; ~-p~áricãdo psi~;;~ll~t~,j-~?J~ ~~- f~tÕ. ------ práticas mudaram.
I
j
A dissolução do antigo quadro das indicações e das con-
tra-indicações foi igualmente realizada.
Eu evocava a dinâmica da prática. Os filhos de Freud,
como se dizia, foram levados por uma onda, por uma onda
i extremamente potente que arrancou o analista do tratamen-
Por que então não formular que, no fundo, "não há con-
tra-indicações a priori à psicanálise", como me lembrava Jean-
to-padrão. Por vias diversas, gloriosas ou medíocres, em
I Jacques Gorog no intervalo precedente. Digamos que__não definitivo um uso do psicanalista se impôs, e é preciso as-
bá contra-indicações ao encontro com um psicanalista. sumi-lo ou levá-lo em conta.
II
!
É, por s-inal, a consequência radical do "direito-ao-senti-
do", do direito a ser sujeito do sentido. Terá
----
Fala-se muito de ética. Onde está a ética do analista?
----- ----------·-···- ----------
ela que manter obstinadamente que ele somente deve
.---------------------------- . ... ---------- .. -- - -- ---· ..
·--~-- - '

I Sem dúvidas este encontro tem com frequência um


caráter experimental. Vejamos qual sentido este sujeito
_:;_~0'irà "psicanálise pura", e 9ue os outros ~sos que são
__feito? 0ele são usos desviados, derivad9.s, que amortecem
poderia extrair de seu sintoma, e se, ao extrair um senti-
definitivamente a psicanálise?
- - Lacan, -por ·exempio, fu~~lou sua Escola sobre o "resti-
Ili
do, surgirá algo do gozo, quer dizer, da satisfação
pulsional inconsciente que podemos supor que ele en- tuir a lâmina ela verdade freudiana" e "denunciar os desvios
contra em seu sintoma. e os compromissos" ela psicanálise. É uma posição que, afi-

1
I Isto indica ao menos uma condição, a condição do sinto-
nal de contas, poderia ter sido deduzida. Ora, não é em
ma. É preciso que haja sintoma analitico e que haja sofri-absoluto está que é deduzida. Os alunos ele Lacan, como os
mento do sintoma, que este gozo do sintoma se apresente outros, aceitaram os usos deles mesmos que não estavam
I prescritos no início, e que expíicarn por sinal ao mesmo
como desprazer. E isto já-Basta para implicar a transferência.
I I Sem dúvidas isto não diz ainda o que é preciso fazer tempo a extensão e o sentimento ele diluição da psicanálise
II
com o sintoma. que se observa.
Isto não diz as objeções que o psicanalista, desta vez Quando eu digo "direito à psicanálise", é por ironia.
I
I
como sujeito, pode ter pelo seu lado. O que fica como questão é "onde está a ética do analis-
ta?". Deverá ela ser localizada em seu oportunismo? E os
j- Respostas de]. -A Miller às questões da audiência: psicanalistas, foram eles oportunistas? Eles tomaram os lu-
,. gares que lhes foram abertos. Será neste oportu nismo ou
l-
I· Eu não proponho que se inscreva um direito à psica- _11_~~-~~:i:S~Q que é hoje em diãTo~ade- mócia-ÕtÍ q{;~ so=
nálise entre os direitos do homem. Eu pergunto se tudo mente tem seu lugar no registro da formação do analista?
I
) não se passa como se se reconhecesse largamente um Texto traduzido por Marcelo Veras.
I N. R.: Foram utilizados alguns termos da tradução de Aloysio Bello (Belo Horizonte)
:. a quem agradecemos.
'
I .
'Este texto retoma uma exposição de J.-A. Miller no 2° Congresso Internacional de
I'
I
Psiquiatria Francófona, ocorrido em Paris no dia 13 de dezembro de 1997.
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