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Manual Teórico
Sumário I
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Introdução 3
1. Introdução
Nos escritórios de projeto estrutural, em geral, a estrutura é calculada supondo todos os
apoios indeslocáveis, na qual resulta num conjunto de cargas que é passado para o
engenheiro de fundações que dimensiona os elementos de fundações e estima os
recalques comparando-os com recalques admissíveis. Porém, na realidade, estas
fundações devido à deformação do solo, impõem à estrutura, geralmente hiperestáticas,
um fluxo de carregamento diferente da hipótese de apoios indeslocáveis, alterando os
esforços atuantes nos elementos estruturais e nas reações no solo.
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4 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Caso B, uma estrutura perfeitamente elástica possui a rigidez que não depende da
velocidade da progressão dos recalques, podendo ser mais rápidos ou lentos, não
influindo nos resultados. Os recalques diferenciais obviamente, serão menores que os
de rigidez nula (Caso D) e a distribuição de pressões de contato variam muito menos
durante o processo de recalque. Estruturas de aço são os que se aproximam a este
comportamento.
Caso C, uma estrutura visco elástico - plástico, como o de concreto armado, apresenta
rigidez que depende da velocidade da progressão de recalques diferenciais. Se os
recalques acontecem num curto espaço de tempo, a estrutura tem o comportamento
elástico (Caso B), mas se esta progressão é bastante lenta, a estrutura apresenta um
comportamento como um líquido viscoso e tenderá ao caso D. Esta ultima
característica acontece graças ao fenômeno de fluência do concreto que promove a
redistribuição das tensões nas outras peças de concreto armado menos carregadas,
relaxando significativamente as tensões locais.
Caso D é a estrutura que não apresenta rigidez aos recalques diferenciais. Este tipo de
estrutura se adapta perfeitamente às deformações do maciço de solo. A distribuição de
pressões de contato não se modifica perante a progressão dos recalques. As estruturas
isostáticas e edifícios de grandes dimensões ao longo do eixo horizontal são os casos
que se aproximam a este tipo de comportamento.
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Efeitos da Iteração Estrutura-Solo 5
O SISEs, apesar de a análise estar voltada para edifícios de concreto armado, se utiliza
de recalques imediatos e não em função ao longo do tempo (não considerando a
reologia do material), sendo então a modelagem numérica elástica (caso B).
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6 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Observou-se que nos pilares, os esforços normais e momentos fletores tendem a uma
redistribuição que torne os seus valores menos díspares, onde os maiores valores
tendem a diminuir e os menores a aumentar.
Os edifícios que possuem o sistema estrutural laje cogumelo, mostraram serem mais
sensíveis às fundações flexíveis que os de sistema laje, viga, pilar, por terem dimensões
de pilares relativamente grandes, o que implica em tendência de apresentarem elevados
valores de momentos fletores na base.
GUSMÃO (1994) apresenta dois parâmetros para fins comparativos entre considerar ou
não a interação estrutura-solo:
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Efeitos da Iteração Estrutura-Solo 7
Com o uso destes parâmetros, o autor apresenta três casos reais de edifícios,
comparando-os com resultados estimados convencionalmente (sem a consideração da
rigidez da estrutura) e com os resultados medidos no campo. Através destas
comparações o autor prova que o efeito da interação estrutura-solo realmente tende a
uniformizar os recalques da edificação.
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8 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Os resultados indicaram que o modelo que não considera a interação solo - estrutura,
superestima a previsão dos recalques diferencias por não considerar a rigidez da
estrutura;
Os resultados que mais aproximaram com os medidos no campo, foi o modelo que
considera os efeitos da interação estrutura-solo e a aplicação gradual de elementos
estruturais que faz com que a rigidez dos elementos sofra constantes modificações para
cada seqüência de carregamento.
Todo processo apresentado até aqui, para esta análise do processo construtivo, é uma
simplificação para as fundações quando o seu comportamento é simulado apenas como
elástico linear. Na realidade, para fundações profundas e mesmo para sapatas, este
processo deve ser estudado levando em consideração o comportamento não linear do
solo.
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Efeitos da Iteração Estrutura-Solo 9
Por enquanto no SISEs, não estamos levando em consideração esta análise do processo
construtivo.
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10 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
A NBR 6122:1996 menciona quatro critérios que podem ser usados para a
determinação da tensão admissível (a):
a 0' q 2,5 0
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Capacidade de Carga do Solo – Sapatas 11
1,5
0' 0 1 ( B 2) 2,5 0 ( B 10m)
8
2 - Construções sensíveis a recalques, fazer uma verificação dos efeitos caso B> 2m, ou
manter valores da tabela.
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12 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
10
0' 0 ( Area da fundacao 10m 2 )
Área da fundacao
Esta redução pode ser rigorosa em alguns casos, e no SISEs, seguindo recomendações
indicadas na versão anterior da norma de Fundações, caso este valor reduzido seja
menor que a metade do valor da tabela, usa este último como redução:
0' 0
10
0
Área da fundacao 2
SPTmédio
a q (kgf / cm 2 ) com 5 SPTmédio 20
5,0
Desta forma, em função do tipo de areia ou argila associado ao SPT, busca-se o valor,
quer na tabela de peso específico, de coesão, de tensões básicas, etc.
Consistência
Argila muito mole SPT 2
Argila mole 2 SPT 5
Argila média 5 SPT 10
Argila rija 10 SPT 19
Argila dura SPT > 19
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14 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
5) Como podemos ter para sapatas até três métodos distintos para cálculo de
tensões admissíveis, consequentemente, podemos ter, no caso geral, três
valores de TALocal e três valores de TAGlobal. Portanto, para sapatas, cada
elemento de fundação será analisado tendo como elementos de comparação até
seis valores de tensões admissíveis.
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Capacidade de Carga do Solo – Tubulões 15
A NBR 6122:1996 menciona quatro critérios que podem ser usados para a
determinação da tensão de admissível (a):
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16 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
SPTmédio
a (kgf / cm 2 ) com 10 SPTmédio 40
4,0
Desta forma, em função do tipo de areia ou argila associado ao SPT, busca-se o valor,
quer na tabela de peso específico, de coesão, de tensões básicas, etc.
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Capacidade de Carga do Solo – Tubulões 17
5) Como podemos ter para tubulões até dois métodos distintos para cálculo de
tensões admissíveis, consequentemente, podemos ter, no caso geral, dois
valores de TALocal e dois valores de TAGlobal. Portanto, para tubulões,
cada elemento de fundação será analisado tendo como elementos de
comparação até quatro valores de tensões admissíveis.
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18 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Considerando esta hipótese, estabelece uma relação discreta (pontual) entre fundação-
solo, mediante a definição de uma constante de mola que representará a rigidez do
maciço. Para isto, é necessário definir o valor de Kv o qual é denominado de
Coeficiente de Reação Vertical (CRV). Este é um valor escalar que representa o
coeficiente de rigidez que o solo possui para resistir ao deslocamento mobilizado por
uma pressão imposta. Ele é análogo ao coeficiente de mola, mas não relacionado a uma
força, mas sim a uma pressão (força por área), de acordo com o exemplo esquemático
na figura 1:
F : força
d : deslocamento
k : coeficiente de mola (força / comprimento)
P : pressão (força / área)
kv : Coeficiente de Reação Vertical ( força / comprimento3 )
F=k.d P = kv . d
F P
F
d
d
k
kv
a) b)
Figura 5.1
a) coeficiente de mola, quociente entre força – deslocamento;
b) coeficiente de reação vertical, quociente entre pressão – deslocamento.
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 19
Neste sentido, este texto descreve vários métodos, os quais foram implementados no
SISEs, para obtenção deste coeficiente. Ele pode ser obtido por três diferentes
maneiras: 1) Valores padronizados; 2) Ensaio de Placa; e 3) Recalque vertical estimado.
A seguir, é definida e apresentada cada uma dessas categorias, bem como seus métodos
e particularidades, que foram implementados no SISEs.
2.a) Terzaghi;
2.b) Outros autores.
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20 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 21
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 23
1,5
0' 0 1 ( B 2) 2,5 0 ( B 10m)
8
10
0' 0 ( Area da fundacao 10m 2 )
Área da fundacao
Esta redução pode ser rigorosa em alguns casos, e no SISEs, seguindo recomendações
indicadas na versão anterior da norma de Fundações, caso este valor reduzido seja
menor que a metade do valor da tabela, usa este último como redução:
0' 0
10
0
Área da fundacao 2
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 25
Para argilas: B k
kv 30 30
2
B 30
Para areias: kv k30
2B
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26 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Coeficiente de Reação Horizontal (CRH) – Sapatas e Tubulões 27
6.2. Tubulões
Para o caso de fundações profundas, a consideração dos efeitos horizontais é muito
importante. Neste sentido, define-se o CRH, Coeficiente de Reação Horizontal, que
possui a mesma interpretação física do CRV, mas relativos ao quociente entre as
pressões horizontais ( Ph ) e o seu recalque d h .
Ph
kh
dh
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28 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
kh i m z D l i
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30 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Observações Gerais – Sapatas e Tubulões 31
kh
kv
kh
kv
kh
kv
kh kh kh
kv kv kv
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32 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
- na base da estaca, devido à pressão de contato com o solo, que também depende do
movimento vertical da estaca, o qual provoca o surgimento de tensões que dão origem à
reação (força) Pp.
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Capacidade de Carga Estaca / Solo – Estacas 33
Para:
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34 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
qc K . N SPT
rp
F1 F1
fs . K . N SPT
rl
F2 F2
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Capacidade de Carga Estaca / Solo – Estacas 35
Tipo de estaca F1 F2
ESCAVADA Broca (Circular – Pequeno ) 3,00 6,00
ESCAVADA Circular em geral 3,50 7,00
ESCAVADA Circular/Retangular com Lama Betonítica 3,50 6,50
PRÉ-MOLDADA Cravada (Circular ou Quadrada) 2,50 3,50
PRÉ-MOLDADA Prensada (Circular ou Quadrada) 1,20 2,30
STRAUSS 4,20 3,90
HÉLICE CONTÍNUA 3,00 3,80
RAIZ 2,20 2,40
METÁLICA 1,75 3,50
INJETADA SOB ALTA PRESSÃO 3,00 3,00
FRANKI Fuste Apiloado 2,30 3,00
FRANKI Fuste Vibrado 2,30 3,20
NÃO PADRÃO 3,00 3,00
Aoki (1996) comenta que o coeficiente F2 pode variar entre uma a duas vezes o valor
de F1 e que, portanto, F2 2 F1 é a hipótese mais conservadora. Para estacas
escavadas, segundo Aoki (1976) dependendo do maior ou menor grau de perturbação
introduzido no terreno pelo processo empregado, F2 varia entre 4,5 e 10,5 (com
F2 2 F1 ). Segundo Velloso (1978) apud ABMS (2000) podem ser adotados valores
F1 = 3,5 e F2 = 7,0 para estacas escavadas com lama bentonítica.
PR
Padm
2
Estes fatos evidenciam que o atrito lateral, na maioria das vezes, é mobilizado antes da
base, podendo-se admitir de forma simplificada que a reação na base da estaca só se
inicia após a total mobilização do atrito lateral. Para a carga aplicada P no topo da
estaca, menor que ruptura PR e maior que ruptura lateral PL, admite-se que toda a
resistência lateral é mobilizada no fuste e a diferença entre P e o PL fornece a carga na
base da estaca, fig.9.1:
Pp P PL
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Mecanismo de Transferência Axial de Carregamento – Estacas 37
N O z P PLz
No caso em que P aplicado for menor que a resistência lateral PL, o recalque é da
ordem de alguns milímetros e admite-se que todas as cargas serão resistidas pelo
contato lateral do fuste da estaca e o solo. Nesta condição a base da estaca não recebe
carregamento, ou seja Pp = 0. Neste caso, pode-se recorrer a duas hipóteses:
- Modelo A, onde admite a distribuição parcial da carga à medida que vai vencendo a
resistência lateral máxima ao longo do fuste. (Fig. 9.1);
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38 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Mecanismo de Transferência Axial de Carregamento – Estacas 39
Para o caso de carga aplicada no topo da estaca for menor que a resistência lateral
acumulada do fuste, ou seja, P < PL, a transferência de cargas locais para trechos de
estacas, segue duas hipóteses de acordo com o modelo adotado:
- caso for Modelo A, o carregamento P somente passará para camadas mais profundas,
vencendo a resistência de ruptura contato fuste-solo, podendo-se subdividir em duas
regiões: a região A onde vale P - PL(z) > 0 e a região C onde vale P – PL(z) < 0, e
entre estas duas regiões, o ponto B, onde P - PL(z) = 0 é a profundidade onde cessa a
transferência de atrito lateral, onde abaixo desse ponto o atrito lateral é nulo. Neste
modelo, o atrito lateral específico desenvolvido é a própria resistência local Q(z) de
ruptura fuste-solo.
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40 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
9.1. Comentários
Neste item foi mostrado o modelo (hipótese) de transferência de cargas axiais ao longo
do fuste da estaca. É bom lembrar que dependendo do tipo de solo (coesivo ou não) e
método construtivo (estaca cravada ou escavada), o comportamento de transferência
pode ser mais próximo da realidade para o modelo B de transferência do que o modelo
A. A melhor maneira de escolher qual o modelo a adotar é executando a prova de carga
na estaca.
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Estimativa de Recalques - Estacas 41
A adoção do primeiro tipo em que os apoios que o solo oferece são substituídos por
molas de rigidez conhecida, obedecendo à lei reológica expressa pela função de
transferência de carga, faz crer que um ponto só se desloca se ali for aplicada uma
carga. Na realidade, pontos distantes do local carregado, também sofrem
deslocamentos, devido à continuidade do meio. Essa continuidade do meio é melhor
representada pelos modelos b e c, sendo este ultimo de aplicação pouco difundida
devido à dificuldade de discretização do maciço de solo.
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42 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
onde: R1 R 2 ( z - c ) 2
R2 R 2 ( z c ) 2
= Coeficiente de Poisson
E = módulo de deformabilidade do solo;
P = carga aplicada dentro do meio contínuo;
B (x,y,z) é o ponto em estudo, onde se quer saber o recalque rZ.
A base da estaca, pode se deslocar devido às cargas aplicadas ao longo do fuste Q(z) e
ou da ponta Pp . De acordo com VESIC (1975) pode-se escrever:
s = s, f + s, b
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Estimativa de Recalques - Estacas 43
N estacas n1 n 2 N estacas n1 n 3
s
n 1
i 1 j 1
i, j
n 1
i 1 k 1
i,k
Onde, i,j é o recalque na base da estaca devido a carga pontual Pi,j atuante na base da
estaca e i,k é o recalque na base da estaca devido a carga pontual Pi,k atuante no fuste
da estaca.
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44 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
A proposição de Steinbrenner pode ser generalizada para o caso em que existem várias
camadas antes do indeslocável. O cálculo é feito da camada de baixo para cima,
admitindo-se que todo o solo, do indeslocável para cima, seja do mesmo material da
camada 2. Em seguida, calcula-se o recalque r i no topo da camada 2 e r h no nível
do indeslocável. O recalque nesta camada será r a :
r a = r i - r h
o i = s i + p i
SOLO POISSON
Argila saturada 0,50
Argila não-saturada 0,30
Areia 0,35
Silte 0,30
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Estimativa de Recalques - Estacas 47
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48 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Coeficientes de Reação Vertical (CRV) – Estacas 49
O CRV (coeficiente de reação vertical) pode ser entendido como rigidez do contato
estaca-solo. Aplica-se no topo de cada estaca i o carregamento Pi obtido pela resolução
de pórtico espacial, considerando inicialmente como apoiado em base rígida. O CRV da
estaca é a razão entre a carga aplicada Pi no topo e o deslocamento sofrido na base da
estaca i , que pode ser resolvido pelo modelo de Aoki-Lopes com efeito de grupo:
Pi
CRVestaca i
i
da estaca. Caso esta carga for menor ou igual a resistência lateral acumulada do fuste
PL, pela teoria de VESIC(1975) fica entendido como todo o carregamento resistido
pelo fuste, tornando a parcela de carga na ponta (base) zero, F ponta, i 0 .
Pi
F ponta, i
i F ponta, i
CRV ponta i CRV ponta i
Pi i
Caso o carregamento aplicado no topo da estaca for todo absorvido pelo fuste, ou seja
P PL , não terá carga na base da estaca, F ponta, i 0 , portanto CRV ponta, i 0 .
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50 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
j 1
CRV fuste j, i CRV ponta, i CRV geral, i
Fisicamente, a expressão acima, pode ser entendida como um conjunto de “molas” que
se distribuem ao longo do fuste e na base da estaca, e que estas “molas” representam
proporcionalmente a distribuição de rigidezes do contato estaca-solo segundo a lei de
transferência de cargas. Isso significa que se for adotado o modelo A de transferência, o
carregamento será distribuído começando do topo em direção à base, onde cada “mola”
será solicitada por um carregamento e caso atingir a sua plastificação será repassado
para “molas” subseqüentes. Neste modelo, a carga na base da estaca só será despertada
caso todo o contato fuste-solo for atingido a sua plastificação (deslizamento). Caso for
adotado o modelo B de transferência, o carregamento será proporcionalmente
distribuído ao longo do fuste, e como no modelo A, só será transferido para a base da
estaca quando toda a resistência lateral da estaca for vencida pelo carregamento
aplicado no topo, ou seja, quando entra em plastificação.
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Coeficientes de Reação Vertical (CRV) – Estacas 51
Vale ressaltar que, o “trunfo” deste modelo é a sua simplicidade em relação aos
modelos mais sofisticados (método dos elementos finitos e contorno), facilitando sua
aplicação e a representatividade. A “mola” idealizada não é a mola de Winkler, pois:
Vale ainda esclarecer que não existe coeficiente de mola constante para um
determinado solo. O seu valor depende da interação completa da rigidez da estrutura x
solo. Por exemplo, os coeficientes de mola da fundação de um edifício sobre o solo “A”
não é a mesma se for construído sobre esse mesmo solo um edifício com outra rigidez
(número de pavimentos, arranjos estruturais ou sistemas estruturais diferentes).
1.- com o programa de pórtico espacial (ou plano), calculam-se as reações nas estacas
(apoios do bloco de coroamento), inicialmente considerando-os totalmente engastados;
3.- volta-se na estrutura, substituindo os apoios do bloco pelos blocos efetivos (rígidos
e/ou flexíveis) e as estacas devidamente discretizadas até a base.
4.- aplicam-se aos nós da estrutura da fundação discretizada os CRV’s e CRH’s através
de vínculos elásticos e representativos da presença do solo.
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52 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
A filosofia adotada neste sistema, de acrescentar molas de rigidez equivalente aos nós
dos elementos de fundação discretizados, permite que a estrutura faça a sua adaptação
de acordo com a sua própria rigidez, sem a necessidade de introdução de forças nas
fundações e imposição de deslocamentos nos apoios. Não é um processo de
convergência iterativa pois toda a estrutura (super e infra) é resolvida simultâneamente.
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Observações Sobre o CRV – Estacas 53
- quanto menor o número de subdivisões (n1, n2, n3) menos precisão terá os recalques
nos pontos desejados. Do contrário, quanto maior melhor será a representação da
distribuição de cargas na estaca, pois o nosso objetivo é tentar simular a integração
numérica através de subdivisões.
- o processo possui convergência, ou seja, após certo número não há mais melhora dos
resultados. Por “default” o sistema opera com valores n1 = 8, n2 = 4 e n3 = 30, por
apresentarem resultados satisfatórios.
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54 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
As forças horizontais podem ser causadas por vento, empuxo de terra, sismo, etc. No
projeto de uma fundação profunda submetida a um carregamento deste tipo é necessário
calcular os deslocamentos e obter os diagramas de momento fletor e esforço cortante.
O coeficiente de reação horizontal (kZ) tem como hipótese básica a consideração de que
a pressão atuante na profundidade z é proporcional ao deslocamento sofrido pelo solo:
Z
kZ
y
p
K
y
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Coeficientes de Rigidez Horizontal (CRH) – Estacas 55
CZ m z (tf/m³)
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56 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Outra observação importante é que atualmente o SISEs não aborda todas as análises
propostas por TIETZ para a determinação do coeficiente de recalque do solo CZ , sendo
estes (largura efetiva, efeito de grupo, continuidade do solo, etc) incluídos
posteriormente no sistema.
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Método de Sondagem Equivalente 57
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58 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Sond 2
P3
Sond 1
P1
Sond 3
P2
Sond 1
SPT1
SPT2
SPT3 P2
P1 Sond 3
SPT4
SA1 SA2
SPT1
SPT5
SPT1
SPT2
SPT6 SPT2
SPT3
SPT7 SPT3
SPT4 P3
SPT8 SPT4
SPT5 SA3
SPT9 Sond 2
SPT5 SPT1
SPT6 SPT1
SPT10
SPT6 SPT2 SPT2
SPT7
SPT11
SPT7 SPT3 SPT3
SPT12
SPT8 SPT4 SPT4 ATERRO
SPT13 SPT9
SPT5 SPT5
SPT10
SPT6 SPT6
SPT11 SPT7 PEDREGULHO
SPT7
SPT12 SPT8
SPT8 MENOR COTA
DE SONDAGEM
SPT13 SPT9
SPT9
AREIA ARGILOSA
No SISEs, como temos que associar as grandezas do solo a cada elemento de fundação,
é necessário que obter uma sondagem equivalente para cada elemento. Assim, temos
que obter uma sondagem equivalente para cada bloco de estacas, tubulão e para cada
sapata isolada. Para o caso de sapata associada ou radier, obtém-se uma sondagem
equivalente para cada região das sapatas contíguas ou complementares. Portanto, num
radier, podemos ter diversas sondagens equivalentes para as diversas regiões de um
mesmo elemento.
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Método de Sondagem Equivalente 59
Foram implementadas cinco (5) formas de obter uma sondagem equivalente para cada
elemento de fundação. Estes métodos são:
Por exemplo, qual o módulo de elasticidade médio da fundação SA1 da cota 5 na figura
acima se forem utilizadas as sondagens 1 e 3 no método de perfilagem? Pois o módulo
elástico de Sond1 é obtido para a camada de argila com turfa e o da Sond3 na camada
de pedregulho.
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60 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Note que a partir de uma certa cota, Sond3 não contribui mais, então se descarta sua
contribuição. Desta forma, ponderam-se os valores de CRV e CRH de cada sondagem,
atribuindo então este valor médio a SA1.
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Método de Sondagem Equivalente 61
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62 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
SA1
Cota Sondagem
Selecionada
1 SPT1
2 SPT2
........ ........
13 SPT13
Seja, por exemplo, a tabela de SA3 do exemplo apresentado acima com média
aritmética:
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Método de Sondagem Equivalente 63
Vale a pena lembrar que não há no SISEs um método de referência global para apenas
uma sondagem selecionada.
A NBR 6118:2003 atual, diferente da sua versão anterior, de 1978, possui uma visão de
integração de todos os elementos estruturais e praticamente obriga o uso de recursos
computacionais para a análise global das estruturas. Em face disso também se preocupa
sobre a questão da integração estrutura-solo, resumindo superficialmente nos dois itens:
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64 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Quando a estrutura pode ser considerada como mais ou menos complexa?. O assunto é
mais sofisticado do que parece, pois envolve o maciço de solo, conjunto de materiais
altamente heterogêneo com difícil avaliação do módulo de deformação (ESOLO), e
resistência que depende do grau de saturação e efeitos das fundações mais próximas
que podem gerar sobre-pressões nos bulbos de tensões. Para atingir o “modelo realista”
da Norma, é imprescindível a consideração da interação estrutura-solo.
Quem não se adequar ao novo conceito não se faz sentido em adquirir os softwares
mais complexos, se já começa errando na concepção (condições de contorno) e tem o
grande risco de acumular os erros de incerteza que envolve o fenômeno tão complexo.
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Método de Sondagem Equivalente 65
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66 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
AOKI, N.; LOPES, F. R. (1975). Estimating stress and settlements due to deep
foundation. V TH PAN AMERICAN CONFERENCE ON SOIL MECHANICS
AND FOUNDATION ENGINEERING, Buenos Aires, Tomo I, p.377-386.
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Bibliografia Consultada 67
HOLL, D.L. (1940). Stress transmission in earth. Proc. High. Res. Board, vol. 20, pp.
709-721.
POULOS, H.G.; DAVIS, E.H. (1974). Elastic solutions for soil and rock mass. New
York, John Wiley & Sons 535p.
15.3. Estacas
ALONSO, U. R. (1989). Dimensionamento de fundações profundas. Editora Edgard
Blücher LTDA .
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Bibliografia Consultada 69
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70 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Bibliografia Consultada 71
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