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Para Robbins (2008), o poder diz respeito à capacidade de uma pessoa influenciar o
comportamento de outra, de maneira que esta outra aja de acordo com os interesses da
primeira. Nesse sentido, uma pessoa tem poder sobre outra na extensão em que a
influencia a fazer algo que esta não faria em outras circunstâncias. Tal definição está
relacionada a um potencial, que não precisa ser realizado para ser eficaz, e a uma relação
de dependência. O poder pode existir e não ser exercido, pois uma pessoa pode ter poder,
mas não utilizá-lo. Ele é, portanto, uma capacidade ou um potencial.
As organizações podem ser vistas como ambientes permeados por relações de poder e
dependência entre indivíduos e grupos. No ambiente organizacional, o poder representa
uma força mobilizadora capaz de afetar os resultados. O poder, nas organizações, advém
de algumas bases. Segundo Mintzberg (1983, apud Zanelli, 2009) existem cinco
categorias de bases de poder.
A quarta base de poder são as prerrogativas legais, que consiste nos direitos da
organização decorrentes de leis que regulam a vida em sociedade. A legislação seria um
forte influenciador externo, mas, internamente, o poder por prerrogativas legais se
concentra nos detentores de poder formal, que são os influenciadores autorizados pelo
sistema a tomar decisões.
Mintzberg (1983, apud Zanelli, 2009) deixa claro que para exercer o poder, um
influenciador precisa: controlar uma base de poder, investir energia pessoal e agir de
maneira politicamente hábil quando necessário.
Robbins (2008) é outro autor que aborda as bases de poder. Para ele, existem duas bases.
A primeira, representada pelo poder formal, baseia-se na posição que o indivíduo ocupa
dentro da organização. O poder formal pode emanar da capacidade de coagir ou
recompensar, da autoridade legítima ou do controle sobre informações e recursos. Já a
segunda base, representada pelo poder pessoal, emana das características únicas de um
indivíduo como poder de talento, poder de referência (identificação com um modelo
social que tenha traços admirados e desejáveis) e poder carismático, que é relacionado à
personalidade e ao estilo de um indivíduo.
O assédio sexual consiste na abordagem repetida de uma pessoa a outra, com a pretensão
de obter favores sexuais, mediante imposição de vontade. O assédio sexual ofende a
honra, a imagem, a dignidade e a intimidade da pessoa. Destacam-se os seguintes
requisitos para que se considere o comportamento como assédio sexual: presença do
assediado (vítima) e do assediador (agente); conduta sexual; rejeição à conduta; reiteração
da conduta; relação de emprego ou de hierarquia.
Alguns exemplos de assédio sexual são: pedido de favores sexuais com promessas de
tratamento diferenciado em caso de aceitação; ameaças ou atitudes concretas de represália
no caso de recusa, como a perda do emprego ou de benefícios; abuso verbal ou comentário
sexista sobre a aparência física; frases ofensivas ou de duplo sentido; perguntas discretas
sobre a vida privada do trabalhador; elogios atrevidos; convites insistentes para almoços
ou jantares; insinuações sexuais inconvenientes e ofensivas; solicitação de relações
íntimas ou outro tipo de conduta de natureza sexual, mediante promessas de benefícios
ou recompensas; exibição de material pornográfico, como o envio de e-mail aos
subordinados; pedidos para que os subordinados se vistam de maneira mais provocante
ou sensual; apalpadelas e contato físico ofensivo.
O assédio não é apenas caracterizado se for praticado no local de trabalho, o que se exige
para sua configuração é que tenha relação com o trabalho. Um exemplo adequado deste
caso poderia ser o assédio praticado em uma carona oferecida ao término da jornada, na
qual o assediador intimida a vítima com ameaças de prejuízo no trabalho (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2008).
Pode-se dizer que é a sociedade que fornece os elementos capazes de definir os limites de
uma aproximação normal entre as pessoas e o assédio sexual propriamente dito. Isso
porque o assédio em uma cultura pode não sê-lo em outra.
A simples aproximação de uma pessoa à outra, mesmo que possuam entre si uma relação
de hierarquia ou ascendência, com finalidade sexual, não constitui, por si só, o crime de
assédio sexual. Tão pouco gera direito à indenização do assediado ou punição funcional
do assediador. Essa questão se sustenta no fato de que a manifestação de um desejo pode
ter resposta positiva ou negativa. A positiva significa a liberdade para prosseguir na
abordagem, que poderá até mesmo evoluir para um relacionamento sexual, sem que nisso
esteja implícita qualquer proposta de favorecimento ou ameaça de prejuízo. Por outro
lado, a abordagem, sempre nos limites da normalidade, que recebe “não” como resposta,
deve cessar nesse momento, sob pena de configurar, aí sim, assédio sexual (BENDER et
al, 2012).
Assim, o que diferencia o assédio sexual das condutas de aproximação de índole afetiva
é a ausência de reciprocidade, sendo um ato que causa constrangimento à vítima, que se
sente ameaçada, agredida, lesada, perturbada, ofendida. Nesse sentido, afirma-se que a
ofensa deve ser grave, desrespeitosa, chula ou com poder de intimidar; de causar mal-
estar, de colocar a vítima em situação vexatória e diminuída ou desmoralizada, enfim,
agredida em sua imagem e ferida moralmente. A paquera, a “cantada” ou a tentativa de
aproximação e sedução não são assédio sexual, pois não geram na vítima qualquer medo
ou angústia de demissão, prejuízo na carreira, perseguição etc. Isso porque aquele que é
paquerado pode até não se sentir confortável ou lisonjeado com a situação, mas o fato não
lhe causa perturbações maiores.
Dessa forma, para que se caracterize assédio sexual e não apenas intenção sexual, é
necessário que se tenha a intenção de valer-se de posto funcional como um atrativo ou
como um instrumento de extorsão de privilégios ou de vantagens indevidas.
Existem dois tipos de assédio sexual, que podem ser diferenciados em sua relação com o
poder. O primeiro, o assédio por chantagem, é definido como a exigência formulada por
superior hierárquico a um subordinado, para que se preste à atividade sexual, sob pena de
perder o emprego ou benefícios advindos da relação de emprego. Esta espécie de assédio
é consequência direta do abuso de uma posição de poder da qual o agente é detentor. O
segundo tipo, o assédio por intimidação, é caracterizado por incitações sexuais
inoportunas, solicitações sexuais ou outras manifestações da mesma índole, verbais ou
físicas, com o efeito de prejudicar a atuação de uma pessoa ou criar uma situação ofensiva,
hostil, de intimidação ou abuso no ambiente em que é praticado. Nesta espécie de assédio
sexual, o poder formal do assediador é menos relevante, sendo o caso típico de assédio
sexual praticado por companheiro de trabalho da vítima, ambos na mesma posição
hierárquica no setor em que atuam.
Embora não recebam a mesma atenção, existem ainda outras configurações para possíveis
relações de assédio, como o caso de mulheres em posição de comando que podem ser
sexualmente assediadas por homens que ocupam posições menos poderosas dentro da
organização. Esse cenário geralmente ocorre quando os funcionários atribuem às
mulheres estereótipos tradicionais como: fragilidade, passividade, falta de
comprometimento com a carreira, que têm reflexo negativo sobre a mulher no poder. Um
funcionário pode lançar mão dessas práticas para aumentar o seu poder sobre a mulher
em posição superior a dele ou para minimizar as diferenças de poder entre eles.
Referências
BENDER, D.; WAGNER, J.; SANTOS, V.; LOCATELLI, J. Cartilha sobre o Assédio
Sexual. www.sintfub.org.br/arquivos/publicacoes/Cartilha_AssedioSexual.pdf Acessad
o em: 13/03/2012 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assédio Sexual: violência e sofrimento
no ambiente de
trabalho. http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/CartilhaSexual.pdf. Acessado
em: 15/03/2012ROBBINS, S. Comportamento Organizacional. Ed Pearson. São Paulo,
2008. ZANELLI, J.; ANDRADE, J.; BASTOS, A. Psicologia, Organizações e
Trabalho no Brasil. Ed. Artmed. Porto Alegre, 2009.
http://era.org.br/2012/05/assedio-sexual-e-sua-relacao-com-o-poder-nas-organizacoes/