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Yeshkiel Moniz, Licenciatura em Administração Publica, 4oano, Seminário de Pesquisa

Aplicada

Resenha critica

BERGER, Peter e LUCKMANN, Thomas. Construção social da realidade: Tratado de


sociologia de conhecimento. 22oedição, Petrópolis, vozes, 1985.

1. Credenciais dos autores

Peter Ludwig Berger é sociólogo, teólogo e professor universitário. Nasceu em


Viena, Áustria, 17 de Março de 1929 e perdeu a vida em  Estados Unidos, em 27 de
Junho de 2017. Autor de diversos livros, porém mais conhecido por seu livro “A
Construção Social da Realidade" publicado em co-autoria com Thomas Luckmann.

Emigrou para os Estados Unidos aos 17 anos. Onde estudou no Wagner College e
sociologia na New School for Social Research de Nova York, onde se doutorou. A sua
actividade docente se desenvolveu nas Universidades da Geórgia e a Carolina do Norte,
para voltar à New School for Social Research de Nova York, como professor de
sociologia. Posteriormente, ensinou sociologia e teologia na Escola de Teologia da
Universidade de Boston, de cujo Institute for the Study of Economic Culture foi
director.

Sua maior dedicação científica, no entanto, aparece no campo da sociologia da religião,


como um teólogo laico, além disso escreveu relevantes textos no campo da teoria
sociológica e a sociologia política, a globalização e o desenvolvimento. É
doutor honoris causa da Loyola University, do Wagner College, da University of Notre
Dame e das europeias de Genebra e Munique. Foi premiado pelo governo austríaco com
Mannes Sperber Prize pela sua contribuição ao estudo da cultura.

Thomas Luckmann (1927-2016)  é Sociólogo, filósofo e professor universitário. Foi


um professor de Sociologia na Universidade de Constança na Alemanha. Desde 1994 é
professor emérito. Luckmann tornou-se conhecido por seus livros “A construção social
da realidade”, editado em 1966 com Peter L. Berger, “A religião invisível”  (1967)
e “Estruturas do mundo da vida”  (1982).

2. Resumo da obra
No livro a Construção social da realidade: Tratado de sociologia de conhecimento, os
autores, Berger e Luckmann, fazem uma análise sociológica da realidade quotidiana, ou,
mais precisamente do conhecimento que dirige a conduta humana, na vida diária. Com
intuito de perceber como essa realidade pode aparecer aos intelectuais nas suas
perspectivas analíticas ou teóricas.

O livro é constituído por três capítulos, primeiro, fundamentos de conhecimento na vida


quotidiana, segundo, a sociedade como uma realidade objectiva, o terceiro e último, a
sociedade como realidade subjectiva.

No primeiro capítulo, os autores procuram estabelecer uma relação entre a realidade de


senso comum e as perspectivas teóricas. No segundo capitulo, discute a realidade social,
num olhar objectivas. E finalmente, no último debruça em torno da realidade social, de
forma subjectiva.

2.1. Capitulo I

Fundamentos de conhecimento na vida quotidiana

A análise dos fenómenos sociais, requer uma abstenção em relação ao fenómeno, ou


seja, analisar o fenómeno de forma neutra. É importante lembrar esse ponto, o senso
comum contém inúmeras interpretações, pré-científicas e quase científicas sobre a
realidade quotidiana, que admite como certas. Se quisermos descrever a realidade do
senso comum, temos que nos referir a essas interpretações, assim como temos de levar
em conta seu carácter de suposição indubitável, mas fazemos isso colocando entre
parênteses fenomenológicos.

A consciência é sempre intencional; e sempre tende ou é dirigida para objectos. Nunca


podemos apreender um suposto substrato de consciência de tal ou qual coisa. Isto e,
pouco importando que o objecto da experiência seja experimentado como pertencendo a
um mundo físico externo ou apreendido como elemento de uma realidade subjectiva
interior. `

O senso comum constitui a matéria da ciência empírica ou social, ou seja, algumas


concepções, acepções ou mesmo teorias científicas derivam dessa realidade quotidiana.
A vida quotidiana apresenta-se como uma realidade interpretada pelos homens e
subjectivamente dotada de sentido para eles na medida em que forma um mundo
coerente. Os sociólogos tomam essa realidade como objecto das suas análises, entanto
sociologia como uma ciência empírica objectiva. A sociedade de facto é construída pela
actividade que expressa um sentido subjectivo. Durkheim foi subjectivista e Weber
objectivista. Então, a realidade tem duas faces, objectivista e subjectivista.

Durkheim questionou como era possível transformar significados subjectivos e factos


objectivos. Esta investigação constitui tarefa da sociologia de conhecimento. O método
mais conveniente para esclarecer os fundamentos de conhecimentos da vida quotidiana
é análise fenomenológica, método puramente descritivo, e como tal empírico, mas não
científico. A análise fenomenológica vida quotidiana, ou melhor da experiencia
subjectiva da vida quotidiana, abstém-se de qualquer hipótese causal ou genética.

O senso comum contém inúmeras interpretações pré-científicas sobre a realidade


quotidiana, que admite como certas. Se quisermos descrever a realidade do senso
comum temos de nos referir a estas interpretações, assim como temos de levar em conta
seu carácter de suposição indubitável, mas fazemos isso colocando o que dizemos entre
parênteses fenomenológicos.

2.2. II Capitulo

A sociedade como uma realidade objectiva

A plasticidade do organismo humano e sua susceptibilidade às influenciais socialmente


determinadas são melhor ilustradas pela documentação etnológica referente a
sexualidade. A sexualidade humana caracteriza-se por um grau muito alto de
flexibilidade. Não só é relativamente independente dos ritmos temporais, mas é flexível
tanto no que diz respeito aos objectos que dirige quanto em suas modalidades de
expressão.

Toda actividade humana está sujeita ao hábito. Qualquer acção frequentemente repetida
torna-se moldada em um padrão, que pode em seguida se reproduzido com economia de
esforço. O hábito implica além disso no futuro da mesma maneira e com mesmo esforço
económico.
Entre múltiplas realidades há uma que se apresenta como sendo a realidade por
excelência. É a realidade da vida quotidiana. Sua posição privilegiada autoriza a dar-lhe
a designação de realidade predominante. A tensão da consciência chega ao máximo na
vida quotidiana, isto é, estas últimas impõem-se à consciência de maneira mais maciça,
urgente e intensa. É impossível ignorar e mesmo é difícil diminuir imperiosa.
Consequentemente, forca-me a ser atento a ela de maneira mais completa.

Aprendo a realidade da vida quotidiana como uma realidade ordenada. Seus fenómenos
acham-se previamente dispostos em padrões que parecem ser independentes da
apreensão que deles tenho e que impõem à minha apreensão. Essa realidade aparece já
objectivada.

A análise dos fenómenos sociais, requer uma abstenção em relação ao fenómeno ou


seja, analisar o fenómeno de forma neutra. É importante lembrar esse ponto, o senso
comum contém inúmeras interpretações, pré-científicas e quase científica

O homem possui uma posição peculiar no reino animal, ao contrário de outros


mamíferos. O conhecimento de certos elementos da realidade quotidiana é complexa ou
mesmo confusa para alguns. A distribuição de conhecimento social começa assim como
simples facto de não conhecer tudo que é conhecido pelos semelhantes. O homem não
somente consegue estabelecer-se na maior parte da superfície terrestre, mas a sua
relação com o meio ambiente circunstante é em toda parte muito imperfeitamente
estruturada por sua própria constituição biológica.

A experiencia que o homem tem leva a certas consequenciais no que se refere a análise
da actividade humana como a conduta no ambiente material e como exteriorização de
sentidos subjectivo. A compreensão adequada de qualquer fenómeno humano deve
levar em conta esses dois aspectos. Os homens em conjunto produzem um ambiente
humano, com totalidade das formações socioculturais e psicológicas.

2.3. III Capitulo

, A sociedade como realidade subjectiva

Sendo a sociedade ao mesmo tempo uma realidade subjectiva e objectiva. Qualquer


adequada compreensão relativa a ela deve contemplar esses dois aspectos. A sociedade
compreendida como um processo dialéctico em curso, é composto por três momentos,
objectivação, exteriorização e interiorização. No diz respeito ao fenómeno social, esses
elementos não devem ser pensados como ocorrendo em sequencia temporal. Ao
contrário, a sociedade e todas as suas partes são simultaneamente caracterizados por três
momentos, de tal modo que qualquer analise que considere um deles, é insuficiente. Ao
mesmo é verdade em relação ao um membro individual da sociedade, que
simultaneamente exterioriza o seu próprio ser no mundo social e interioriza esse ultimo
como realidade objectiva.

3. Conclusão

De modo geral o livro de Berger e Luckmann, Construção social da realidade: Tratado


de sociologia de conhecimento (1985), que a construção de conhecimento social é
produto de realidade quotidiana. Essa construção que deve partir de rompimento com o
senso comum e ciência. Mas esse conhecimento científico deve ser mais claro, simples
e profundo em relação ao senso comum. Salienta ainda, que os fenómenos sócias ou
realidade social, ou seja facto social, tem duas faces, objectiva e subjectiva.

Realçar que A análise dos fenómenos sociais, requer uma abstenção em relação ao
fenómeno, ou seja, analisar o fenómeno de forma neutra. É importante lembrar esse
ponto, o senso comum contém inúmeras interpretações, pré-científicas e quase
científicas sobre a realidade quotidiana, que admite como certas. É por via disso, que O
senso comum constitui a matéria da ciência empírica ou social, ou seja, algumas
concepções, acepções ou mesmo teorias científicas derivam dessa realidade quotidiana.

4. Critica

A obra fornece mais subsídios acerca de pesquisa científica, por que detalhe de forma
minuciosa os processos de construção de conhecimento científico. O que faz dessa obra
indispensável para estudantes das ciências sociais.

É uma leitura que exige conhecimentos prévios para ser entendida, além de diversas
releituras e pesquisas quanto a conceitos, autores e contextos apresentados, uma vez que
as conclusões emergem a partir de esclarecimentos e posições de diversos estudiosos da
ciência e suas aplicações e posturas quanto a construção de ciência social.
Os autores abordam o assunto de forma clara e objectiva, os autores dão
esclarecimentos sobre construção de conhecimento nas ciências naturais e sociais.
Fazem e impulsionam uma reflexão crítica e discussão teórica sobre fundamentos da
construção da realidade social.

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