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Aprovada por:
__________________________________________
Prof. Sylvio José Ribeiro de Oliveira, Dr-Ing.
__________________________________________
Prof. Max Suell Dutra, Dr-Ing.
__________________________________________
Profa. Maria Adelina Santos Araújo, D.Sc.
ii
Agradecimentos:
iii
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Outubro/2005
iv
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
October/2005
v
ÍNDICE
1 – INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------- 1
4 – RESULTADOS --------------------------------------------------------------------------- 80
4.1 – Curvas de Coeficiente de Tração -------------------------------------------- 80
4.2 – Ensaio Four-Ball --------------------------------------------------------------- 85
4.3 – Ensaio FZG --------------------------------------------------------------------- 86
4.4 – Simulação do FZG na máquina Disco-Disco ------------------------------ 87
vi
4.4.1 – Resultados dos ensaios utilizando discos novos ---------------- 87
4.4.2 – Resultados dos ensaios com discos reutilizados ---------------- 89
vii
NOMENCLATURA
a – Raio de contato
A – Área
b – Metade da largura de contato
B1B2 – Comprimento da reta de ação
Cat – Coeficiente de atrito
D – Dureza superficial
EHD – Elastohidrodinâmico(a)
EHL – Lubrificação elastohidrodinâmica
E’ = 0,5[(1-ν12)/E1 + (1-ν22)/E2]-1 – Módulo de elasticidade equivalente
Fat – Força de atrito
G = α E’ – Elasticidade adimensional
G∞ – Limite do módulo de cisalhamento
Gy – Módulo de Young
h – Espessura de filme
h0 – Espessura mínima de filme
H = h0 / R’ – Espessura de filme adimensional
k – Constante experimental de proporcionalidade
p – Pressão hidrodinâmica
pe – Passo da engrenagem
P – Carga
R – Raio
Rc – Raio de curvatura
Rp – Raio primitivo
Rcab – Raio da cabeça da engrenagem
Rbase – Raio da base da engrenagem
R’ = (1/R1 + 1/R2)-1 – Raio equivalente
R’eng – Raio equivalente para as engrenagens do FZG
R’disc – Raio equivalente para os discos de teste
S – Taxa de deslizamento por rolamento
T – Temperatura
Torq - Torque
viii
U – Velocidade
Urol – Velocidade de rolamento
Udesl – Velocidade de deslizamento
V = µ0U / E’R’ – Velocidade adimensional
w – Carga por unidade de largura
W = w / E’R’ – Carregamento adimensional
x, y e z – Coordenadas cartesianas
α – Coeficiente de pressão viscosidade
β – Coeficiente de tensão de cisalhamento em função da pressão
ϕ – Taxa de desgaste
.
γ – Taxa de cisalhamento
γ – Deformação angular
µ – Viscosidade dinâmica [cP = m.Pa.s]
µef – Viscosidade efetiva
ν – Viscosidade cinemática [cSt]
ν1, ν2 – Módulo de Poisson
ρ – Densidade
ρo – Densidade a pressão atmosférica
σ=(σ12 + σ22)1/2 – Composição das rugosidades superficiais
σ1, σ2 – Rugosidade da superfície 1 e 2 respectivamente
τ – Tensão de cisalhamento
τL – Limite da tensão de cisalhamento
τE – Tensão de cisalhamento de Eyring
τ0 – Limite de tensão de cisalhamento à pressão atmosférica
ω –Velocidade angular
Λ = h0 / σ – Parâmetro de vida dos componentes
ix
1 – Introdução
porém, em alguns casos a lubrificação deve promover aumento do atrito sem prejuízo às
forma de calor gerado pelo contato entre as superfícies dos dentes das engrenagens,
utilizam o atrito como forma de dissipar energia, e portanto devem ser projetados de
manuais, estudos e outras fontes de consulta, porém, sempre existem casos onde o
engenheiro não dispõe de literatura suficiente para embasar seus cálculos, nestes casos é
1
necessário lançar mão de métodos experimentais para a obtenção do conhecimento
formulações comerciais.
2
2 - Lubrificação e desgaste em condições EHD.
possam ser analisados de forma clara e objetiva, tornando possível uma discussão de
forma madura dos fenômenos observados nos experimentos conduzidos. Cabe ressaltar
que o estudo dos fenômenos tribológicos nem sempre partem das equações
fundamentais da engenharia, sendo que, a maior parte das teorias formuladas é feita a
na maioria dos componentes mecânicos mais comumente utilizados. Foram eles, o russo
1912), que nos anos de 1883 a 1886 conduziram seus estudos teóricos e experimentais,
lubrificação estava fundamentado não na interação entre as superfícies dos sólidos, mas
lubrificação, não era a densidade como se imaginava na época, mas sim a viscosidade.
3
Em seguida afirmou que a natureza do atrito existente nos mancais de rolamento é
entre as superfícies.
mancais, o que foi resolvido com sucesso por Tower. Para explicar a força que o mancal
era capaz de suportar, Tower construiu um mancal com medidores de pressão ao longo
mancal e constatou que essa integração era equivalente às forças suportadas pelo
mancal.
experimentais, o que foi conseguido por Reynolds quase simultaneamente aos outros
dois. Em 1886 Reynolds apresentou sua formulação com a forma da equação 2.1 para
um fluido de viscosidade µ .
pesquisas sobre situações tribológicas, onde a teoria hidrodinâmica até então conhecida,
4
não mais era suficiente para explicar os fenômenos ocorridos em diversos elementos de
máquinas.
com a teoria hidrodinâmica, mas segundo seus cálculos as espessuras de filme seriam
constante.
lubrificação pode ser entendido com a figura 2.1, denominada diagrama de Stribeck.
Elastohidrodinâmico
Coeficiente de atrito
Hidrodinâmico
Limítrofe
Misto
µU/w
5
Com o diagrama de Stribeck é possível determinar em qual regime de
O regime misto seria apenas uma condição transitória entre o regime limítrofe e
tempo o fluido lubrificante formaria uma fina película nos picos de rugosidade podendo
ser rompida, voltando a existir somente pequenas porções de fluido aprisionadas nos
da rugosidade superficial dos corpos em contato. Nesta região a deformação elástica das
fluido lubrificante, que promove a separação das superfícies por um fino filme de
superfícies. Este regime será melhor abordado adiante devido a sua importância para o
vez que não há contato direto entre as superfícies, o coeficiente de atrito é então
6
Apresenta-se a seguir exemplos de situações em que ocorrem cada um dos
regimes descritos:
limítrofe está nas guias lineares, onde a velocidade relativa entre as partes é
suficiente para suportar a carga sem que haja contato entre as partes, os
O fenômeno que ocorre na área de contato entre sólidos elásticos sob cargas
EHD. Os exemplos típicos de situações onde encontramos este tipo de lubrificação são
7
Kragelsky [5] considera como a principal característica do regime
rugosidade das superfícies em contato. Cheng [6] faz uma subdivisão da lubrificação
considerados, o primeiro como sendo de filme total e o segundo como sendo de filme
rugosidade das superfícies. Esta relação é conhecida como parâmetro Λ. Na equação 2.2
diversos autores.
Λ = h0 / σ (2.2)
Basicamente a diferença entre filme total e filme parcial pode ser avaliada pelo
parcial e total.
U1
U1
U2 U2
8
O parâmetro Λ é descrito por vários autores como preponderante na vida dos
componentes em contato, uma vez que quanto menor for a espessura de filme, maior
na vida do componente.
2
Vida
1 2 3 4
Parâmetro Λ
ponto de contato e contato elíptico. Na figura 2.4 são mostrados os três tipos de contato.
9
(a) (b)
(c)
Figura 2.4 – Representação dos tipos de contatos: (a) ponto, (b) linha e (c) elíptico [7].
As primeiras análises sobre estas situações, onde de acordo com o formato dos
aumento da carga, foram feitas por Heinrich Hertz em 1881. Em seus trabalhos Hertz
Estes contatos entre corpos quaisquer são usualmente conhecidos por contatos de Hertz.
deformação elástica que ocorre nas superfícies dos corpos. Na figura 2.5 é mostrado
10
(a) P Estacionário
Filme viscoso
(b) P Deslizando
efetiva que pode tornar o fluido não-newtoniano [8]. Na figura 2.6 estão representadas a
Distribuição
real
Distribuição de
Hertz
h ho
11
A distribuição de Hertz, é devida somente ao efeito da carga, já a distribuição
real EHD apresenta um pico de pressão p na região de espessura mínima de filme ho,
entre os corpos. O contato em linha será aqui abordado, pois representa o contato
existente tanto entre os dentes das engrenagens quanto o contato entre os discos da
máquina disco-disco.
H=4,9 V / W (2.3)
corpos em contato.
Mais tarde Dowson reviu a espessura de filme para linha de contato, para fazê-la
12
H=2,65 G0.54V0.70W -0.13 (2.5)
obtidos a partir de dois resultados de viscosidade para o fluido estudado, bastando medir
sua viscosidade em duas temperaturas distintas, como por exemplo, 40ºC e 100ºC e
viscosidade cinemática onde a constante 0,7 da equação 2.7 é válida está entre 2 e 2x107
cSt.
13
Segundo Höhn e Michaelis [11] apesar da viscosidade diminuir com o aumento
da temperatura poderá ocorrer uma grande atividade química no óleo lubrificante com
diminuição.
Na figura 2.7 Riga et al. [12] mostram para o óleo Dexron 32 D, utilizando uma
ensaio, sendo que de 30ºC até 90ºC as curvas apresentaram aumento do coeficiente
angular e a partir de então, houve uma queda do mesmo para a curva levantada a 120º.
foram transcorridas 96 horas de teste. Na figura 2.7 estão os gráficos dos resultados
obtidos.
T=90ºC
Óleo Dexron 32 D
velocidade 0,05 m/s
Desgaste
T=30ºC
14
Dois tipos de lubrificação EHD podem ser definidos: severo ou suave. O regime
EHD severo acontece quando os materiais têm alto módulo de elasticidade, tal como
importante papel junto com a deformação elástica dos corpos. O regime EHD suave
significantemente.
região de alta pressão. A tração é definida como a força gerada no contato que resiste ao
movimento relativo das superfícies em contato. Isto está diretamente ligado à perda de
menor possível, uma vez que está diretamente ligada à eficiência mecânica e ao
desgaste dos dentes. O deslizamento das superfícies tem seu valor máximo no início e
no fim do contato, passando por uma região nula exatamente no diâmetro primitivo.
15
Porém, no diâmetro primitivo são encontradas as maiores cargas, enquanto que no início
cames e pistões. Uma curva de tração típica obtida em uma máquina de dois discos,
1,03GPa
Térmica
0,68GPa
0,51GPa
Não-Linear
0,40GPa
Linear
Na figura 2.9 são destacadas três regiões com comportamentos muito diferentes,
16
2.1.2 - Reologia de Lubrificantes em Lubrificação EHD
A reologia pode ser definida como a ciência que estuda a relação existente entre
estudo da reologia é feito em líquidos e gases, porém, Schramm [14] afirma que tudo é
capaz de fluir. O exemplo mais claro de como os sólidos são capazes de fluir é
cada tipo de fluxo encontrado. Os modelos de reômetro mais utilizados são mostrados
na figura 2.11.
17
Os reômetros exemplificados acima podem ser utilizados para o estudo de
diversas aplicações de engenharia, como por exemplo: (a) pintura ou aplicação de cola;
(b) mancais de deslizamento; (c) escoamento de fluidos em tubos circulares; (d) e (e)
mancais hidrostáticos.
pois os sólidos ao serem submetidos a uma tensão de cisalhamento, caso não seja
excedida sua faixa elástica, apresentam uma deformação angular γ tal que, ao cessar a
sua deformação é dissipada pelo fluido na forma de calor, não sendo, portanto,
18
τ = µ (dγ/dt) (2.9)
conhecido como comportamento newtoniano, porém, existem diversos fluidos que não
apresentam tal comportamento, ou seja, respondem de forma não linear e, portanto, são
Bingham (argila, pasta dental, lama de perfuração). A figura 2.13 apresenta uma
newtonianos.
19
tempo, quando submetidos à tensão de cisalhamento) e os viscoelásticos (retorna
viscoelástico, pois apresenta uma combinação simples dos dois modelos básicos. Os
dois modelos viscoelásticos mais elementares são conhecidos como sólido de Kelvin-
Voigt e líquido de Maxwell, na figura 2.15 são mostradas estas duas modelagens.
20
Figura 2.15 – Modelos viscoelásticos: (A) Kelvin-Voigt e (B) Maxwell [13].
deformação.
d γ d γ amortecedor d γ mola d γ τ 1 dτ
= + ⇒ = + (2.10)
dt dt dt dt µ G dt
Diversos autores desenvolveram seus modelos ao longo dos anos, porém Bair e Winer
21
Com estes resultados Bair e Winer [16] publicaram outro artigo onde
equação 2.11.
. 1 dτ τ L τ
γγ& = − ln1 − (2.11)
G∞ d t µ 0 τ L
Três estados não-lineares foram apresentados por Bair e Winer [16] a partir da
maior que todas as outras tensões de cisalhamento do contato, enquanto que no estado
grande para que todo o fenômeno possa ser governado somente pela segunda parcela da
tensões são governadas pelo termo elástico e as grandes deformações são controladas
pela tensão limite, ou seja, toda a equação 2.11 é utilizada na descrição da parcela
equipamento utilizado e os fluidos ensaiados. Na figura 2.16 está uma comparação entre
os equacionamentos propostos.
desenvolvidos ao longo dos anos. Na tabela 2.1 é mostrado estes diferentes modelos
não-Newtonianos propostos.
22
Figura 2.16 – Comparação entre os modelos propostos de fluidos não-newtonianos [17].
Tabela 2.1 – Modelos matemáticos propostos para o comportamento dos fluidos [17].
. Viscosidade efetiva
Modelo fluido Taxa de cisalhamento[γ]
adimensional [µef /µ]
Newtoniano τ /µ 1
Eyring (1936) [ τ E = τ L / 3 ] (τ E / µ ) sinh(τ / τ E ) τ / [τ E sinh(τ / τ E )]
Bair e Winer (1979) (τ L / µ ) ln(1 − τ / τ L ) −1 − (τ / τ E ) / [ln(1 − τ / τ L )]
Gecim e Winer (1980) (τ L / µ ) tan −1 (τ / τ L ) (τ / τ L ) / tan −1 (τ / τ L )
Livonen e Hamrock (1989) (τ L / µ ) [(1 − τ / τ L ) −1 − 1] (1 − τ / τ L )
Lee e Hamrock (1990) (τ / µ )[1 − (τ / τ L ) 2 ]−1 / 2 [1 − (τ / τ L ) 2 ]1 / 2
Elsharkawy e Hamrock (1991) (τ / µ )[1 − (τ / τ L ) n ]−1 / n [1 − (τ / τ L ) n ]1/ n
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em contato, do tratamento das superfícies e do seu acabamento superficial e também das
permanente e o período de desgaste severo [18]. Na figura 2.17 as três fases estão
representadas.
operar, nesta fase a rugosidade dos materiais em contato é alterada devido ao contato
entre as superfícies. Esta fase apresenta um desgaste mais acentuado das superfícies e,
Severo
Taxa de desgaste
Amaciamento
Permanente
Tempo ou distância
como exemplo, os núcleos dos dentes de engrenagens que são mais dúcteis que sua
24
desgaste natural das partes em contato, a partir de um determinado ponto na vida do
elemento. Deste modo passa a ocorrer o contato entre superfícies sem as características
iniciais.
mecanismos, tais como: fadiga da sub superfície, ataques químicos, ação eletrolítica,
entre outros. Segundo Barwell [19] estes mecanismos podem aparecer de forma única
cada caso. A equação 2.12 tenta descrever a taxa de desgaste com um número limitado
de variáveis [19].
ϕ=kPU/D (2.12)
dependência, porque o atrito varia com outros fatores como a rugosidade das superfícies
25
vida dos componentes. A interação molecular também varia com fatores como a
compreensão, uma vez que a velocidade pode interferir de forma substancial na geração
corpos em trabalho.
ensaios tribológicos, é possível perceber o tipo de falha ocorrida e a partir disto, estudar
a melhor forma de evitar sua ocorrência na prática. Na figura 2.18 são mostrados os
Alterações estruturais
Modifica as propriedades mecânicas da superfície
Deformação plástica
Pode iniciar fadiga ou quebra
Quebra da superfície
Não há desgaste, mas pode falhar catastroficamente.
Corrosão
Pode acelerar o desgaste
Desgaste
Perda continua de material da superfície
Ganho de material
Resultado da transferência de material
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O desgaste em condições EHD pode ser dividido em quatro mecanismos
principais: fadiga, corrosão, abrasão e adesão. Geralmente a falha por desgaste está
mais comum de fadiga superficial é conhecida como “pitting” e ocorre quando pequenas
partes da superfície são sobrecarregadas. Quando isto ocorre, pequenas trincas nas
Outra forma de desgaste muito conhecida é o “breakage”, que é uma falha catastrófica
geralmente uma trinca se propaga após poucos ciclos de trabalho. O desgaste por
“spalling” tem o mesmo mecanismo do “pitting”, porém grandes lascas ou cavacos são
removidos da superfície.
Figura 2.19 – Exemplo de desgaste por Figura 2.20 – Exemplo de desgaste por
“Pitting” [11]. “Spalling” [11].
cada ciclo, deixando livre para um próximo ataque uma nova parte da superfície.
27
Alguns aditivos podem ser utilizados nos lubrificantes de forma a proteger as
duras, porém maiores que a espessura de filme lubrificante que separa as superfícies. O
laboratoriais podem dizer o material das partículas abrasivas dando, assim, indicações
O desgaste por adesão ocorre quando o filme lubrificante não é capaz de manter
ou “scoring”.
28
Outras formas de desgaste tais como, “plastic flow” e “burning”, que não se
metais leves tais como alumínio ou bronze, e é facilmente identificado por ter parte do
térmico feito nas superfícies, tornando-as menos duras. Esta parte que sofre diminuição
da dureza superficial é rapidamente removida caso a carga entre os corpos não seja
característica do aquecimento, caso a fonte de calor seja externa, basta que seja feito um
trabalho de resfriamento do lubrificante para que acabe o problema, porém, esta geração
de calor pode ser oriunda do próprio atrito entre as superfícies, sendo então necessário
obter informações que auxiliem nos projetos, ou desenvolver materiais que melhor se
ser classificados de acordo com o seu grau de realismo, conforme figura 2.23.
29
Classificação
Teste de campo
Teste de bancada
Aumento do realismo
Queda do custo
Teste de subsistema
Teste de componente
Teste simplificado
de componente
Teste de modelo
figura 2.24.
30
A vida de um componente pode ser obtida determinando-se o tempo ou a
distância que um determinado corpo de prova suporta até que seu coeficiente de atrito
atinja um valor pré-escolhido [20], que no caso de lubrificantes pode ser Cat=0.2, por
exemplo. Geralmente, em tais ensaios, a força é aplicada de forma gradativa até que
ocorra a falha.
posta a girar contra outras três esferas estacionárias. Já a figura 2.24(b) mostra o
pino em contato com um disco que gira. Outro equipamento padronizado conhecido
2.24(d) é apresentado um ensaio onde um cilindro é posto a atritar contra uma lâmina,
pressionada sobre o mesmo. A figura 2.24(e) simboliza o ensaio “Falex”, onde dois
blocos com formato em “V” são pressionados contra um pino girando. Outro teste
parecido com o “Falex” é mostrado na figura 2.24(f), que consiste em duas metades de
cilindro em contato com um pino central. Na figura 2.24(g) está representado um teste
de desgaste onde uma das faces de um disco girante é posta a atritar contra uma
superfície plana. Por último, a figura 2.24(h) mostra dois cilindros concêntricos, onde
de acordo com a carga que o sistema suportou antes que a marca de desgaste atingisse
um tamanho pré-estabelecido.
31
Na figura 2.25 é possível perceber que dois blocos em formato de “V” são
pressionados contra um pino, este ensaio é conhecido como “Falex Test”. Este teste
cisalhamento. Neste ensaio, basicamente, os dois blocos em “V” são postos a atritar
contra um pequeno eixo com rotação constante, e a carga aplicada aos blocos quando
Trava do
eixo
Eixo
Blocos em “V”
pressionar uma esfera girando contra outras três fixas imersas no lubrificante a ser
Mandril
Esferas de aço
Porca de travamento
Cuba
Prato
32
Com este aparato experimental é possível determinar a capacidade de carga de
das esferas, porém, na prática este índice não é muito utilizado. Um dos ensaios mais
realizados com este equipamento é a medida da cicatriz que ocorre nas três esferas
estacionárias, sob uma determinada rotação e carga aplicada. Esta medida oferece um
bom parâmetro de comparação entre os lubrificantes ensaiados, uma vez que, quanto
maior for a propriedade de proteção das superfícies, menor será o diâmetro das
aplicada até que seja determinada a menor carga onde ocorre a soldagem das quatro
ocorre a soldagem das esferas, porém ocorre um elevado desgaste das mesmas. Quando
isso ocorre, a carga onde o diâmetro das cicatrizes for igual a 4mm é reportada como a
carga de soldagem.
não fossem mais feitos de forma discretizada, mas sim de maneira continua até a carga
modificada.
33
Figura 2.27 – Desenho simplificado da máquina “Four-Ball” modificada [24].
Onde o motor (3) aciona um fuso que desloca a carga (2) ao longo do braço (1).
Ao deslocar a carga com velocidade constante pelo braço de alavanca que faz o
carga aplicada, tem por objetivo determinar o limite de solicitação que pode ser aplicado
corrosão nas superfícies dos dentes das engrenagens [25]. O método consiste em girar as
alterações superficiais dos flancos dos dentes. O aumento da carga é feito aumentando-
34
se o torque na barra de torção (eixo 10), o aumento do torque a cada estágio é feito
eixos do equipamento. Na figura 2.28 mostra-se a máquina de ensaio FZG com seu
35
Existem 12 estágios possíveis nesta máquina, cada um deles caracterizado por
de corrosão) do pinhão ultrapassar 20mm, que é a largura dos dentes das engrenagens.
Cada estágio tem a duração de 15 minutos, o material que utilizado na fabricação dos
térmicos empregados visam não só aumentar a sua resistência superficial, mas também
garantir que os mesmos não venham a quebrar durante o ensaio. Na tabela 2.3 estão
36
Tabela 2.3 – Descrição das engrenagens tipo A do FZG segundo ASTM D 5182 [26].
Embora tanto o contato entre os flancos dos dentes das engrenagens de dentes
retos quanto o contato entre dois cilindros com eixos paralelos sejam classificados como
cilindros, diversos fatores devem ser levados em consideração, visto que a geometria do
engrenamento varia durante a operação, enquanto que na geometria cilíndrica dos discos
é constante.
contato entre os dentes se desloca [27]. Na figura 2.29 é possível notar a diferença entre
37
Figura 2.29 – Representação esquemática da variação do raio de curvatura [27].
perceber que a pressão de contato de Hertz irá variar, uma vez que a mesma é função do
raio das superfícies em contato. Sendo assim, torna-se necessário estabelecer um critério
para a escolha do raio de curvatura característico das engrenagens do FZG, uma vez que
não é possível variar o diâmetro dos discos de teste durante o ensaio conforme ocorre
circunferência de base, então podemos inferir que o raio de curvatura varia de zero (no
pé do dente) até um valor máximo (na cabeça do dente), passando por um valor
engrenagens teremos no ponto de contato das duas evolventes valores diferentes de raio
38
Para o cálculo do raio de curvatura no diâmetro primitivo foi utilizada a
R
∅ primitivo
Rp α
39
Portanto, Urol será 3,15 m/s. Para o cálculo da velocidade de rolamento, é
então, respectivamente em Udesl no inic igual a 4,1 m/s e Udesl no fim igual a 2,7 m/s.
variam ao longo da reta de ação foi utilizada a aproximação na qual a carga foi dividida
igualmente quando dois pares de dentes estão engrenados. A fração do tempo em que o
engrenamento tem dois pares engrenados é dado pelo grau de recobrimento. Para o
dentes em funcionamento, temos que em 39% do tempo haverá dois pares engrenados,
ou seja, em 61% do tempo somente um par estará trabalhando. Como a velocidade sobre
a reta de ação de um perfil evolvental não varia, pode-se dizer que em 61% do
40
A reta de ação para as engrenagens do FZG tem 18mm, então, podemos dizer
2.31 é mostrado como estes 11mm estão distribuídos sobre a reta de ação, de 3,7mm a
14,7mm.
Carga [P]
4,1 m/s Velocidade
[m/s]
100%
50%
2.4 - Lubrificantes
utilizados ao longo dos anos como lubrificantes, alguns exemplos são os óleos de
origem animal ou vegetal e até mesmo a água. Porém, com o uso mais intensivo do
petróleo, estes lubrificantes passaram a ter papel secundário do ponto de vista industrial.
41
lubrificantes minerais os fluidos mais utilizados na lubrificação de engrenagens, as
graxas são muito usadas em sistemas que trabalham com baixa velocidade, pois nesta
condição os óleos não são capazes de formar um filme lubrificante com espessura
altas a ponto de não ser possível a utilização de fluidos ou graxas. Outra aplicação é em
situações onde a geração de calor através do atrito é muito pequena, não necessitando
assim de remoção do calor gerado, por último, em casos onde se deseja aumentar a
capacidade de carga de engrenagens, uma vez que os lubrificantes sólidos formam uma
camada superficial capaz de suportar cargas mais altas que os lubrificantes líquidos.
formados por um óleo básico com adição de aditivos, normalmente os aditivos são
sua viscosidade como: “Spindle”, Neutro Leve, Neutro Médio, Neutro Pesado e “Bright
42
Stock”, sendo que a viscosidade cresce do “Spindle” para o “Bright Stock”. Este último,
Cada um dos cortes destilados e também o desasfaltado passa por outras etapas
Gás
Gasolina Spindle
Torre Atmosférica
Torre de Vácuo
Resíduo Resíduo de
Bright Stock
43
Os óleos de base sintética são empregados quando se necessita de alguma
propriedade não atendida pelo óleo básico mineral. As principais propriedades dos óleos
Tais óleos são de custo bem mais elevado do que os óleos extraídos
propriedades.
44
Destes, o mais importante do ponto de vista de lubrificação industrial e
2.4.2 - Aditivos
que rapidamente forma um filme sólido aderido à superfície que, além de ter
45
Filme antidesgaste
Temperatura
poder ocasionar corrosão quando as condições de trabalho são com alta temperatura e
mais utilizados, pois conferem boa estabilidade à oxidação e boa lubricidade aos óleos.
(ZnDTP) também são excelentes aditivos antioxidante além de antidesgaste e EP, sendo
46
o de maior uso atualmente, porém, seu emprego (em óleos para motor) vem sendo
restringido, pois o fósforo reduziria a eficiência e vida útil dos catalisadores de gases do
sistema de exaustão.
é devida à agitação do óleo, que geralmente ocorre quando o óleo trabalha lubrificando
lubrificante, uma vez que a espuma (bolhas de ar) não lubrificam. O aditivo mais
utilizado é o polidimetilsiloxano.
moléculas polares aderem ao metal a ser protegido, formando um filme que possui, em
sua parte posterior, uma terminação hidrofóbica, ou seja, não permite que a superfície
metálica entre em contato com a água ou com peróxidos e outros produtos oxigenados.
47
em sua composição, têm a capacidade de neutralizar produtos ácidos, por possuírem
variações de temperatura, e que se deseje que o óleo tenha uma variação mínima da
de atrito compostos com cadeias longas como os ácidos graxos, por exemplo. Alguns
modificadora de atrito.
48
3 - Materiais e métodos
em contato. Algumas classificações de atrito são comumente utilizadas, tais como: atrito
A primeira lei para o atrito foi proposta por Leonardo DeVinci (1452-1519). Ele
observou que a força de atrito Fat é proporcional a força normal P. Amontons (1663-
1705) em 1699, reportou para a Academia Francesa que Fat seria igual a P/3 e Fat seria
entre os picos de rugosidade dos corpos, sendo independente da área de contato. Ainda
coeficiente de atrito Cat é definido como a razão entre a força de atrito e a força normal.
Este valor (Fat/P) foi considerado razoavelmente constante para cada classe de
atrito deve ser muito bem controlado, pois, a espessura, a largura e principalmente o
acabamento final da superfície são diretamente influenciados pelo atrito existente entre
os rolos de laminação e a chapa que está sendo produzida. Outros exemplos de produtos
49
encontrados nos diversos setores de produção, porém, o estudo do atrito é importante
também para as partes relacionadas com a segurança e a vida útil dos componentes que
matemáticas que, de forma única, possam prever o atrito que ocorre nos mais variados
50
Esta concepção de máquina permite que três tipos de geometria de contato sejam
elíptica e totalmente elíptica, para ensaios em condições EHD, devido ao fato de que
com baixa carga normal, é possível obter elevadas pressões de contato de Hertz,
enquanto para a geometria de linha de contato é necessária uma carga bem mais elevada
que, sendo a força de atrito diretamente proporcional a força normal, quanto maior for a
força normal, maior será a força de atrito e, portanto, maior o torque necessário. Fica
evidente que esta configuração da bancada de teste tem de ser mais robusta para que o
contato em linha possa ser utilizado. Na figura 3.2 são mostradas as três possibilidades
51
Cada um dos dois discos é acionado independentemente do outro, sendo que o
regime EHD.
acordo com o sentido e a magnitude das velocidades dos discos, são elas: rolamento
Figura 3.3 – Configurações de testes: (a) rolamento puro, (b) deslizamento e rolamento,
(c) deslizamento reverso e (d) deslizamento puro [13].
velocidades é diferente, no caso de deslizamento puro somente um dos discos é que está
girando.
motores trabalhe como gerador, fazendo assim um retorno de corrente elétrica ao seu
52
inversor, que por sua vez, transforma esta corrente em calor através de um resistor de
UFRJ previu a utilização da máquina para cargas de até 100.000N. Para que fosse
possível a aplicação de cargas tão elevadas, foi adquirida uma unidade hidráulica capaz
de produzir pressões de até 250bar, que combinada com um atuador de diâmetro 80mm,
disco 1, pressionando o mesmo contra o disco 2 que é montado no eixo 2, que tem sua
disco 1 é montado sobre uma guia linear do tipo rabo de andorinha para que seja
53
Toda a caixa de testes e seus componentes internos, depois de fabricados,
inicialmente a relação de redução de 1:15. Entre as redutoras e o eixo onde os discos são
montados existem dois torquímetros com capacidade de medir torques de até 500Nm.
instalada uma célula de carga com capacidade para até 100.000N entre o cilindro
velocidade dos eixos a cada instante do ensaio. Para garantir uma boa medição da
a fim de simular o contato entre engrenagens utilizando uma máquina de discos. Glodež
de curvatura. Ao utilizar este tipo de modelo para o contato de engrenagens, três fatores
estabelecimento de critérios para que estes fatores não gerem um desvio muito elevado
54
nos resultados experimentais. Na figura 3.5 é mostrada a equivalência utilizada por
Glodež et al.
contato dos discos foram: a espessura de filme, a pressão de contato de Hertz e a taxa
cálculo das velocidades dos discos que representem razoavelmente bem os fenômenos
que ocorrem no contato entre engrenagens, uma vez que na prática é impossível variar
55
Trabalhando algebricamente a fórmula de Dowson-Higginson para obter a
somente a R’, U e w.
R’eng igual a 8,4 mm. Para a máquina de discos temos que os raios dos dois discos são
anterior e vale Urol-eng = 3,15m/s , a carga por unidade de largura das engrenagens e dos
discos está na tabela 3.1, sendo que a largura das engrenagens é de 20mm e a largura de
56
Tabela 3.1 – Relação entre a carga especifica do FZG e da máquina de discos.
Estágio Força FZG w FZG Força Discos w Discos Relação
[N] [N/mm] [N] [N/mm] wdisc /wFZG
1 99,0 4,95 - - -
2 407,0 20,35 - - -
3 1044 52,20 3000 300 5,75
4 1800 90,00 5000 500 5,56
5 2786 139,30 7500 750 5,38
6 4007 200,35 11000 1100 5,49
7 5435 271,75 14000 1400 5,15
8 7080 354,00 19000 1900 5,37
9 8949 447,45 25000 2500 5,59
10 11029 551,45 30000 3000 5,44
11 13312 665,60 36000 3600 5,41
12 15826 791,30 43000 4300 5,43
Média 5,5
Considerando que a carga por unidade de largura do disco, wdisc, seja 5,5 vezes
maior que a do FZG, wFZG, que por comodidade será designado simplesmente por w,
Higginson para calcular a velocidade de rolamento que deverá ser utilizada nos discos
para que tenhamos uma espessura de filme igual nos 12 estágios, conforme equação 3.4.
R′eng 0,43 Urol-eng0,7 weng -0,13 = R′ disc0,43 Urol-disc0,7 wdisc -0,13 (3.4)
rolamento, uma vez que esta está diretamente ligada ao desgaste que ocorre nas
57
Para o cálculo da velocidade de deslizamento será utilizada uma média do
a carga que atua nas superfícies com a velocidade relativa entre as mesmas, portanto, é
um bom índice para ser utilizado, pois sabemos que num engrenamento, tanto a carga
quanto a velocidade de deslizamento variam ao longo da reta de ação. Na figura 2.30 foi
FZG.
P x Udesl
3,06 P
2,05 P
1,53 P 1,35 P
0 3,7 14,7 18 mm
Comprimento da reta de ação [mm]
utilizada fosse equivalente à média da curva P x Udesl da figura 3.7. A média da curva P
x Udesl pode ser calculada dividindo a área sob a curva pelo valor da abscissa, para tanto,
o gráfico da figura 3.7 foi dividido em três partes conforme figura 3.7.
58
P x Udesl
Udesl-eng = 1,43 m/s. Sendo S a taxa de deslizamento por rolamento, temos que para as
engrenagens do FZG o valor de S será Udesl / Urol = 0,45. A partir de S e Urol-disc, temos
discos tinham diâmetro de 135mm, uma vez que a diferença encontrada na medição dos
59
3.3 - Modificações realizadas na máquina disco-disco
necessárias algumas modificações, entre elas a troca das redutoras, a troca do cilindro
e é capaz de atingir forças da ordem de 100kN, forças tão elevadas são necessárias
geometria de linha de contato. Porém, para simular o contato existente entre os dentes
das engrenagens do ensaio FZG, foi escolhida uma largura de contato de 10mm para os
discos, sendo a força máxima necessária para atingir o estágio 12 de 43kN, conforme
pressões menores que 10bar também são de difícil execução. Portanto, era necessário
controle mais apurado da força aplicada pelo atuador pudesse ser feito.
sistema e, em caso de necessidade, ter uma margem de segurança, pode-se calcular qual
o diâmetro ideal de cilindro para este caso. Com a equação 3.6 pode-se calcular área do
êmbolo do cilindro.
A=F/P (3.6)
60
Onde A é a área em mm2, F é a força em N e P é a pressão em MPa, resultando
em A igual a 1955mm2.
uma área de 1963mm2. Na tabela 3.3 são mostradas as pressões necessárias ao cilindro
Tabela 3.3 – Forças e pressões em cada estágio de carga para a maquina de discos.
Estágio Força [kN] Pressão [Bar](*)
1 - -
2 - -
3 3 15
4 5 25
5 7,5 40
6 11 55
7 14 75
8 19 100
9 25 125
10 30 155
11 36 185
12 43 220
(*)
Pressões abaixo de 15bar não são passíveis de controle.
para os ensaios em questão, uma vez que, para atingir 300RPM seriam necessárias
Sabendo que no estagio 12 do ensaio a força normal a ser aplicada nos discos é
61
Torq = Cat P R (3.7)
1:7,5 só seria possível atingir torques entorno de 220Nm, não satisfazendo assim a
exigência de 290Nm. A solução então foi utilizar redutoras com relação de transmissão
1:10, o que faz o motor que aciona o eixo 1 trabalhar a 3.000RPM e aproximadamente
100Hz no inversor de freqüência. Apesar desta velocidade de trabalho ser maior que
velocidade nominal dos motores, a perda de torque a isso relacionada não foi suficiente
objetivo de obter diretamente o valor da rotação dos eixos de acionamento dos discos.
Os encoders foram remanejados da parte posterior dos motores para o eixo de saída das
redutoras, que são os eixos que diretamente acionam os discos. Na figura 3.8 é mostrada
62
Para tornar a máquina mais versátil do ponto de vista tribológico, foi
diversos novos testes possam ser realizados na máquina disco-disco, visando o estudo
que é o sensor do dispositivo. Embora o banho de óleo lubrificante apresente uma boa
gás foi posicionado próximo à região de entrada da zona de contato entre os discos. Este
ambiente até 120ºC, com uma variação de aproximadamente 3ºC dentro do banho.
fundo da caixa de testes, seu formato foi escolhido de forma a aproveitar ao máximo o
termostato.
Sensor de
temperatura
Resistência de
aquecimento
63
3.4 - Procedimentos de simulação dos ensaios FZG
ensaios na máquina disco-disco que simulem o desgaste que ocorre nos flancos dos
nos resultados, tais como, o material dos discos, o tratamento térmico utilizado, o
automática, uma vez que atingido um desgaste acentuado dos corpos de prova, o atrito
Cinco óleos lubrificantes foram utilizados nos ensaios, dois deles são óleos de
referência para as máquinas de ensaio FZG o RL133 e o RL144, os outros três são óleos
resultados das máquinas FZG, e são fornecidos prontos para utilização, portanto, não se
sabe que óleo básico e nem que pacote de aditivos são utilizados nos mesmos. Os únicos
64
dados que se recebe juntamente com tais óleos, são os estágios que cada um deve
suportar ao serem ensaiados em máquinas de testes FZG. Na tabela 3.4 são mostradas as
redutores industriais em serviços severos sob cargas elevadas, não é corrosivo ao cobre
serviços leves. Também é formulado com óleos básicos parafínicos que lhes confere
lubrificados a óleo e mancais simples. Na tabela 3.5 estão algumas propriedades físicas
65
Tabela 3.5 – Propriedades físicas dos óleos ENG, HID e TUR.
Propriedade \ Óleo ENG HID TUR
Densidade (g/cm3) 0,887 0,875 0,873
Viscosidade à 40°C (cSt) 70,36 66,11 63,20
Viscosidade à 100°C (cSt) 8,752 8,750 8,512
Índice de Viscosidade 96 105 105
(1)
Ponto de Fluidez (ºC) -9 -18 -15
Ponto de Fulgor(1) (ºC) 236 260 258
(1)
Análises típicas, valores de referência.
Os aditivos presentes em cada um dos três óleos acima estão resumidos na tabela
3.6, onde é possível perceber a diferença de uma formulação para a outra, uma vez que
Os três óleos apresentam uma quantidade mínima de aditivos comuns aos três,
de fluidez. A diferenciação básica que se faz dos óleos está na utilização ou não dos
66
3.4.2 - Qualificação da superfície e do material
O material utilizado para a fabricação dos corpos de prova foi o aço 20MnCr5,
aço este utilizado na fabricação das engrenagens do FZG. Este material é recomendado
discos são submetidos à cementação para que sua dureza superficial seja de 60 a 62Hc.
cilíndrica) apresentaram 23% mais atrito que os discos retificados de forma transversal,
Portanto, é necessário que os discos de prova usados para simular o ensaio FZG
padrão, e o sentido de retificação também deve ser o mesmo. Para tanto, foi necessário
67
Laboratório de Tecnologia Mecânica da UFRJ foi adaptada para este trabalho, nas
A retificação feita desta forma faz com que a direção dos sulcos de rugosidade
medida. Caso o ponteiro do mostrador fique próximo do zero, isto indica que o fundo de
escala selecionado está alto para esta medida, caso o ponteiro do mostrador vá até o
fundo de escala, isto significa que a medida da rugosidade é maior que o valor ajustado
rugosidade dos discos podem variar conforme a posição onde a medida é feita, porém,
as medidas devem manter uma coerência umas com as outras, não sendo admissível
uma discrepância nos resultados. Para minimizar as diferenças entre valores das
68
medidas, tomados em regiões distintas dos discos, foram feitas três medidas de
rugosidade para cada disco, sendo que tais medições foram feitas a aproximadamente
120º umas das outras. Foi considerado como valor da rugosidade a media aritmética
destas três medidas. Na tabelas 3.7 estão as medidas e médias das rugosidades dos
Após a primeira seqüência de testes, onde cada óleo foi testado duas vezes
utilizando um novo par de discos, todos os discos foram retificados, sendo que, os
69
rugosidade dos mesmos. Na tabela 3.8 estão os resultados da rugosidade dos discos
reutilizados.
70
3.4.3 - Montagem, limpeza e troca dos discos e fluido
simples a substituição dos discos, uma vez que o diâmetro interno dos discos é maior
que o diâmetro externo dos mancais de rolamento utilizados. Por isso, não é necessário
sacar os rolamentos dos eixos a cada troca dos discos de prova. As caixas dos mancais
são bipartidas, facilitando assim a retirada dos eixos para a troca dos discos. Os
acoplamentos dos eixos onde os discos são montados com os eixos de acionamento são
feitos através de uma junta Oldham que, além de possibilitar o trabalho com
de testes.
testes, que possui válvula e mangueira para a condução do óleo até um reservatório
apropriado. A limpeza dos discos, dos eixos, dos mancais e da caixa de testes é feita
os componentes internos passam por um processo de lavagem onde parte do fluido a ser
limpeza. Esta parcela de fluido utilizado para a lavagem é descartada e então a caixa é
71
3.5 - Ajuste dos parâmetros para as curvas de coeficiente de tração
operacionais foram ajustados para que nestas temperaturas existissem uma espessura de
filme suficiente separando os discos, de forma a garantir que os valores medidos fossem
referentes somente à tração nos óleos, e não do contato entre as superfícies. Para tanto,
foi atribuído que o parâmetro Λ deve ser necessariamente maior que 3, garantindo assim
ensaios foram 0,8GPa, 1,0GPa e 1,2GPa. Para tanto, foram necessárias cargas de
para 40ºC e 100ºC, com isso é possível determinar suas viscosidades à 90ºC, utilizando
equações 2.7. Através da equação 3.9, a densidade pode ser corrigida para a temperatura
de ensaio.
72
Tabela 3.9 – Densidade à 90ºC dos óleos ensaiados.
Óleo ρ à 20ºC [g/ml] ρ à 90ºC [g/ml]
RL133 0,891 0,845
RL144 0,872 0,826
ENG 0,887 0,841
HID 0,875 0,829
TUR 0,873 0,827
Com o uso da equação 2.7 são calculadas as viscosidades cinemáticas dos óleos
à 90ºC, que multiplicada pela densidade corrigida para a temperatura de 90ºC fornece a
mínima de filme para cada uma das cargas, sendo que a velocidade utilizada foi de
A tabela 3.12 foi construída para 3 valores de carga para os 5 óleos avaliados. Os
rugosidades σ.
73
Tabela 3.12 – Parâmetro Λ previsto para o ensaio de coeficiente de tração.
Óleo Λ (carga de 0,8GPa) Λ (carga de 1,0GPa) Λ (carga de 1,2GPa)
RL133 11 11 10
RL144 7 7 6
ENG 8 8 7
HID 8 8 7
TUR 8 7 7
e os fluidos utilizados, uma vez que o parâmetro Λ é sempre maior que 3 , garantindo
assim que haverá uma formação de filme lubrificante suficiente para separar as
a temperatura do banho.
vetorial que mesmo sem a realimentação dos dados oferece um bom controle da
cilindro é feito através de uma válvula direcional acionada por solenóides que são
comandados por uma chave seletora localizada no painel de controle abaixo dos
74
inversores de freqüência. No painel de controle também estão os disjuntores motor dos
da máquina.
Chave seletora
Inversores
Disjuntor da
Disjuntores unidade hidráulica
dos motores
Fusíveis
corrente máxima que se deseja limitar. Tanto a válvula direcional quanto a chave
seletora têm três posições, sendo que, na posição central da chave nenhum dos
solenóides é acionado, fazendo com que a válvula direcional permaneça centrada por
molas. O circuito hidráulico possui ainda duas válvulas reguladoras de fluxo, com a
controlada por termostato, que por sua vez é controlado por um sensor de bulbo com
gás. O termostato fica localizado na parte frontal da caixa de testes ao lado de um dos
75
foram instalados dois botões de emergência, um na parte frontal da máquina e outro na
acionamento dos discos e fazem o recuo do cilindro hidráulico, garantindo assim que,
em caso de emergência, a carga seja retirada tão logo um dos botões seja acionado.
aquisição de 100 kHz. Juntamente com a placa é utilizado o software LabView, que
Conversor D/A
Amplificador 1
Conversor D/A
CPU
Amplificador 2
Amplificador 3
Amplificador 4
aquisição de dados.
76
Amplificadores
dos torquímetros e
da célula de carga
Caixa de ligação
Amplificador
do
termoresistor
Cada um dos canais é alimentado por seu respectivo sensor, sendo que alguns
analógicos. Para esta aplicação foram utilizados seis canais, sendo um para a
torquímetros.
que depois de amplificado seu sinal, fornece numa escala de 0 a 10 volts, as respectivas
temperaturas de 0 a 200ºC.
como elemento de medida, e possuem sinal de 2mV/V, que são amplificados de forma a
obter 10 volts como fundo de escala. A célula de carga tem capacidade de medir forças
77
Os encoders são de 720 pulsos por revolução e têm a saída de sinal digital. Para
que fosse possível sua aquisição analógica e também para que fosse permitido o
uma resistência de 500Ω com 0,5% de precisão, fornece uma escala de 0 a 10V à placa
de aquisição.
onde são necessárias elevadas pressões de contato. Os discos após pré-usinados foram
que no caso foram feitas à 40ºC e 90ºC, após o aquecimento inicia-se a fase de ajuste
nos discos. Após ajustada a velocidade, é feito o ajuste da força do atuador, que neste
trabalho foram utilizadas 3.000N, 5.000N e 7.000N para a obtenção de 0,8GPa, 1,0GPa
78
aceleração em no máximo 40 segundos, tempo é necessário para que o calor gerado no
aceleração de um dos discos deve ser feita até que se atinja aproximadamente 6% de
taxa de deslizamento por rolamento, permanecendo nesta taxa por alguns segundos, até
79
4 - Resultados
O estudo dos cinco óleos já descritos foi feito utilizando-se quatro ensaios
FZG.
coeficiente de tração seja elevado, uma vez que é o atrito entre os elementos que
tração, menores serão as perdas por atrito. Os óleos ensaiados são formulados para
80
cargas distintas foram utilizadas, visando obter também a influência da elevação de
pressão de Hertz no contato. Na figura 4.1 está a curva de tração levantada para o óleo
0,07
0,06
Coeficiente de Tração
0,05
0,04
0,03
0,02
0,01
0
0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
Taxa de deslizamento por rolamento
0,06.
81
Na figura 4.2 são apresentados os resultados do coeficiente de tração para o óleo
RL 144, obtidos para três cargas distintas e duas temperaturas diferentes, onde é
0,07
Coef. de Tração
0,06
40ºC
0,05
90ºC
0,04
0,03
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3
Pressão de Hertz [MPa]
0,07
Coef. de Tração
0,06
40ºC
0,05
90ºC
0,04
0,03
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3
Pressão de Hertz [MPa]
82
Os resultados do óleo ENG são apresentados na figura 4.4, onde seu
independente.
0,07
Coef. de Tração
0,06
40ºC
0,05
90ºC
0,04
0,03
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3
Pressão de Hertz [MPa]
0,07
Coef. de Tração
0,06
40ºC
0,05
90ºC
0,04
0,03
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3
Pressão de Hertz [MPa]
83
Diferentemente dos últimos dois óleos, o TUR embora seja formulado com o
mesmo óleo básico, tem comportamento menos influenciado pela carga, mas o aumento
da temperatura faz com que seu coeficiente de tração diminua. Na figura 4.6 são
0,07
Coef. de Tração
0,06
40ºC
0,05
90ºC
0,04
0,03
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3
Pressão de Hertz [MPa]
cinco óleos ensaiados. Na figura 4.7 estão os resultados dos óleos à 40ºC.
0,07
RL144
Coef. de Tração
0,06
RL133
0,05 ENG
HID
0,04 TUR
0,03
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3
Pressão de Hertz [MPa]
84
No coeficiente de tração medido à 40ºC nota-se uma diferença considerável nos
0,07
0,06 RL144
Coef. de Tração
RL133
0,05 ENG
HID
0,04 TUR
0,03
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3
Pressão de Hertz [MPa]
se mais próximos uns dos outros, embora ainda exista uma diferença considerável entre
os mesmos.
D2783 [23], foram medidas as cicatrizes das três esferas estacionárias para cada óleo
testado e os resultados estão na tabela 4.1. Todos os ensaios tiveram duração de 1 hora
85
Tabela 4.1 – Resultados do Four-Ball.
Óleo RL 144 RL 133 ENG HID TUR
Diâmetro* [mm] 0,64 0,33 0,29 0,47 0,61
*
Refere-se à média dos diâmetros das cicatrizes das três esferas estacionárias.
proteção ao desgaste muito diferentes entre si, tornando-os uma boa referência para
comparação dos resultados. Os outros três óleos também tiveram resultados importantes
coerentes com o esperado. O óleo ENG teve o menor desgaste no ensaio Four-Ball
FZG, e prevê 12 estágios de carga possíveis sendo que quanto maior for o estágio de
A partir da tabela 4.2 pode-se perceber que o óleo RL144 apresenta menor
resistência ao desgaste, enquanto que o óleo ENG suportou todas as cargas previstas
pela norma, sendo então considerado o mais indicado para utilização em operações onde
86
4.4 - Simulação do FZG na máquina Disco-Disco.
tribológica uma vez que a máquina de discos utiliza um par de discos com mesmo
custo de fabricação bem menor. Fazendo então com que os parâmetros operacionais
sejam equivalentes, é possível se ter uma idéia do resultado a ser obtido no ensaio
padronizado.
discos. A curva do ensaio de simulação do FZG para o óleo ENG é mostrada na figura
tipo A.
87
45 12 200
40 11 180
35 160
Força
10 140
30 Torque
Torque [Nm]
9 120
Força [kN]
25
8 100
20
7 80
15
6 60
10 5 40
4
5 20
0 0
0 2000 4000 6000 8000
Tempo [s]
Figura 4.9 – Simulação do ensaio FZG na máquina de discos para o óleo ENG.
seja, o estágio 12. As variações dos sinais de força e torque são provenientes das forças
12
1º Ensaio
10
Repetição
Estágio de Falha
0
RL 144 RL 133 ENG HID TUR
Óleo Ensaiado
88
O primeiro e segundo ensaio do óleo RL 144 mostraram uma diferença de um
estágio nos resultados, sendo que o esperado para este óleo é que a falha ocorresse no
Nos resultados obtidos para o óleo RL 133 nota-se repetibilidade dos resultados,
embora fosse esperado que a falha seria no estágio 11, o que pode ser considerado
Na figura 4.10 percebe-se que os valores encontrados para o óleo HID são
O óleo TUR foi o que apresentou maior divergência dos resultados obtidos com
resultado foi falha no estágio 9, gerando assim uma divergência de 2 estágios, o que não
89
12
Estágio de Falha 10
0
RL 144 RL 133 ENG HID TUR
Óleos ensaiados
apresentando grandes diferenças entre os dois primeiros testes e o ensaio com os discos
14
12
10
Estágio de falha
1º Ensaio
8
Repetição
6 Reutilizado
4
0
RL 144 RL 133 ENG HID TUR
Figura 4.12 – Gráfico de comparação entre os ensaios com discos novos e reutilizados.
90
Um par de discos retificados após sua utilização foi polido, com o intuito de
discos somente retificados e os discos polidos é feita na figura 4.13, onde é possível
perceber uma certa coerência entre os resultados, indicando assim que a rugosidade não
teve papel muito expressivo nos resultados, não apresentando entretanto uma tendência,
12
11 Retificado
10 Polido
9
Estágio de Falha.
8
7
6
5
4
3
2
1
0
RL 144 RL 133 ENG HID TUR
91
5 – Discussão dos resultados
distintas, por exemplo, utilizando um mesmo tipo de óleo básico com diferentes
possuírem uma gama enorme de propriedades que podem influenciar de forma direta ou
indireta no seu desempenho. Por muitos anos acreditou-se que a propriedade mais
Como discutido anteriormente, cinco óleos foram utilizados nos ensaios, sendo
dois deles de formulação desconhecida e os outros três formulados com óleos básicos
diferenciar os estágio de falha do FZG, já os outros três permitem que seja feita uma
92
Outra variável importante para o estudo do regime de lubrificação
destes testes foi possível perceber que a máquina de discos é uma ferramenta
vez que os diversos parâmetros operacionais podem ser ajustados de forma a estudar as
dois óleos de referência para o FZG e o segundo utilizando os três óleos de base
0,07
Coef. de Tração
93
Da figura 5.1 é possível perceber diferenças muito significativas para os dois
tração com o aumento da carga, tanto à 40ºC quanto à 90ºC. Já para o óleo RL 133 a
maiores que à 90ºC, enquanto que com o RL 133 acontece exatamente o contrário, os
ensaios adicionais de desgaste uma vez que somente a viscosidade não é capaz indicar
Com a tabela acima percebe-se que o óleo RL 133 apresentou elevada proteção
ao desgaste, uma vez que apresentou o menor valor para o ensaio Four-Ball e o maior
para o FZG, isto indica que nesta formulação devem ter sido utilizados aditivos de
suas viscosidades são parecidas com óleos básicos sem aditivação, isto leva a crer que
muito difícil tentar uma explicação para os resultados levantados, porém, os próximos
três óleos são conhecidos, a figura 5.2 apresenta uma comparação entre os três.
94
0,07
ENG à 40ºC
Coef. de Tração
0,06 HID à 40ºC
TUR à 40ºC
0,05
ENG à 90ºC
0,04 HID à 90ºC
TUR à 90ºC
0,03
0,8 0,9 1 1,1 1,2
Pressão de Hertz
comportamento dos óleos, uma vez que são bastante parecidas. Na tabela 5.2 estão
95
A utilização de aditivos antidesgaste e extrema pressão sugerem uma tendência
tração. Analisando a formulação TUR, onde não estão presentes tais aditivos, não se
percebe uma tendência de influência da carga aplicada, mas sim da temperatura, onde
quanto menor a temperatura maior deverá ser o coeficiente de tração. Estes resultados
anteriormente. Os aditivos EP formariam uma fina camada sobre as superfícies que têm
altas cargas, porém quando estão trabalhando com menores temperatura e carga, estes
aditivos praticamente não têm função, sendo a proteção das superfícies feita pelo filme
de óleo formado, onde a viscosidade é que tem papel primordial para garantir espessuras
na tabela 5.4, onde as formulações ENG e HID apresentam as menores cicatrizes para o
Four-Ball e os maiores estágios de falha para o FZG. Porém, um fato chamou a atenção,
apesar dos coeficientes de tração e os estágios de falha para estes dois óleos serem
tamanhos parecidos.
96
Tabela 5.3 – Comparação dos resultados obtidos na máquina de discos e no FZG.
RL 144 RL 133 ENG HID TUR
FZG 6 11 12 11 7
1º Ensaio 8 10 12 9 9
Repetição 7 10 12 10 9
pressão, e o óleo RL 133 que possivelmente também tem, a máquina foi capaz de
diferenciá-los dos demais. Os estágios de falha dos óleos ENG, HID e RL 133
aconteceram em níveis de carga superiores aos estágios de falha observados nos óleos
Outra comparação importante a ser feita é quanto a reutilização dos discos para
estudada, na tabela 5.4 estão os resultados para os discos que foram retificados
novamente após o uso e para os discos que além de retificados após sua utilização
diferentes dos esperados, principalmente para o óleo HID que o resultado obtido com o
FZG foi de 11, porém a falha na simulação com a máquina disco-disco ocorreu no
estágio 8, tendo assim uma diferença de três estágios, não sendo portanto aceitável.
97
A principal explicação para a não recomendação da reutilização dos discos está
garantir as mesmas durezas da superfície antes e depois dos ensaios. Talvez, uma
melhor do ponto de vista do desgaste, uma vez que com menores rugosidades, menores
são as espessuras de filme necessárias para separar as superfícies. Porém, mais uma vez
a explicação para tal fenômeno, pode ser imputada ao filme de aditivo depositado sobre
isso leva a crer que os resultados dos ensaios de desgaste também sofram influência das
condições experimentais. Para que fosse possível estudar a influência da natureza físico-
98
química dos óleos utilizados neste trabalho no desgaste, os ensaios de tração foram
0,07
0,06 RL144
Coef. de Tração
RL133
0,05 ENG
HID
0,04 TUR
0,03
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3
Pressão de Hertz [MPa]
tração com o aumento da pressão de contato de Hertz nos óleos RL 133, ENG e HID.
Na tabela 5.5 estão os resultados dos ensaios de desgaste FZG e Four-Ball, onde nota-se
que justamente estes três óleos apresentam os melhores resultados de desgaste, ou seja,
tração para a temperatura de 90ºC e são justamente estes dois óleos que têm as piores
99
Como já discutido anteriormente, o mecanismo de funcionamento dos aditivos
de espessuras maiores.
superior em comparação com os óleos ENG e HID, uma vez que tem viscosidade muito
maior.
100
6 – Conclusões
investigação das condições tribológicas que se deseja estudar, uma vez que possibilita o
nos eixos.
fenômenos que ocorrem na zona de lubrificação, que no caso desta máquina apresentou
boa repetibilidade, embora a aceleração dos discos seja feita de forma manual através da
101
sistema de malha fechada para o controle da velocidade dos discos, através de
possível realizar testes simulando os ensaios FZG com vantagem econômica, através da
metodologia desenvolvida.
com as mesmas características iniciais, levando a crer que foi obtida a condição de
simulação do FZG sofreram desgaste acentuado, como era de se esperar, tendo sido
retificados uma segunda vez para que fosse feita a avaliação da possibilidade de
reutilização dos mesmos, reduzindo assim os custos dos ensaios. Entretanto, alguns
obtidos nos ensaios iniciais. O fato de nem todos os discos terem a possibilidade de
cementação dos discos não tenha sido suficiente para que após a retirada do material
dos discos pode ter alcançado valores suficientes para modificar as propriedades
102
que é proveniente principalmente por conta dos aditivos utilizados em cada formulação.
Três dos óleos foram produzidos a partir do mesmo tipo de óleo básico, tendo
Com isso foi possível avaliar a diferença encontrada nos óleos com distintas
aditivações. Outros dois óleos foram utilizados nos ensaios, tais óleos são formulações
comportamento dos fluidos lubrificantes utilizados. Para cada uma destas temperaturas
foram obtidas as curvas de tração para três pressões de contato de Hertz diferentes,
0,8MPa, 1,0MPa e 1,2MPa, com isso pode-se avaliar tanto a influencia térmica quanto a
carga é previsto também pelo ensaio padrão FZG, pois devido ao grande cisalhamento
das moléculas de fluido é esperada a geração de calor. Outro fator que proporciona o
103
que uma pequena variação da rugosidade dos discos seria responsável por diferenças
cinco formulações utilizadas, sendo que foi possível perceber dois mecanismos distintos
extrema pressão utilizados. Foi observado que mesmo formulações com viscosidades
parecidas podem ter resistência ao desgaste muito distintas, não sendo então a
de tração sofreu forte influência dos aditivos utilizados, mudando não somente seu
proteção ao desgaste (RL 133, ENG e HID) apresentaram uma tendência de queda do
coeficiente de tração com o aumento da pressão de Hertz utilizada nos ensaios. Isto
mostra que é possível associar o coeficiente de tração com a proteção ao desgaste das
superfícies.
estudar a influência do óleo básico no desgaste, uma vez que a natureza dos óleos
básicos está ligada à capacidade de gerar tração no contato EHD, portanto, a formulação
e testes de óleos com óleos básicos de natureza distinta com viscosidade e aditivação
104
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109
Anexo 01
Resultados dos ensaios de
simulação do FZG
110
A seguir são apresentadas as tabelas com os resultados dos estágios de falha dos
ensaios de simulação do FZG, para cada uma dos cinco óleos ensaiados. Estes
O estágio de falha para cada um dos testes é o ultimo que aparece nas tabelas a seguir.
111
Tabela A.7 – Resultado do 1º ensaio de desgaste para o óleo HID.
Estágio 4 5 6 7 8 9
Força [kN] 5,2 7,9 11,1 14,8 19,5 24,0
Torque [Nm] 11,0 17,7 26,2 35,4 44,7 57,1
112
Anexo 02
Resultados dos ensaios de
simulação do FZG com
discos retificados após o
primeiro ensaio
113
Nas tabelas A.11 a A.15 são mostrados os resultados dos ensaios com os discos
Tabela A.11– Resultado do ensaio com discos reutilizados para o óleo RL 144.
Eatágio 3 4 5 6 7
Força [kN] 3,1 5,1 7,5 10,9 13,8
Torque [Nm] 14,1 18,3 24,7 35,7 53,5
Tabela A.12– Resultado do ensaio com discos reutilizados para o óleo RL 133.
Eatágio 3 4 5 6 7 8 9
Força [kN] 3,2 5,1 7,8 10,8 14,7 19,4 25,3
Torque [Nm] 6,5 11,6 19,9 31,1 45,6 47,8 71,3
Tabela A.13– Resultado do ensaio com discos reutilizados para o óleo ENG.
Eatágio 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Força [kN] 3,1 5,2 7,7 10,5 14,5 19,4 24,7 29,5 36,2
Torque [Nm] 8,0 13,8 21,2 29,1 40,9 47,4 59,0 72,1 83,3
Tabela A.14– Resultado do ensaio com discos reutilizados para o óleo HID.
Eatágio 3 4 5 6 7 8
Força [kN] 2,7 4,7 7,7 11,2 15,7 19,7
Torque [Nm] 17,3 23,2 36,3 45,5 57,2 74,0
Tabela A.15– Resultado do ensaio com discos reutilizados para o óleo TUR.
Eatágio 3 4 5 6 7 8 9
Força [kN] 3,2 5,2 7,9 11,0 14,8 19,6 24,8
Torque [Nm] 7,2 13,3 22,3 31,7 42,0 47,9 74,9
114
Anexo 03
Resultados dos ensaios de
simulação do FZG com
discos retificados e polidos
após o primeiro ensaio
115
Nas tabelas A.16 a A.20 são mostrados os resultados dos ensaios com os discos que
Tabela A.16– Resultado do ensaio com discos polidos para o óleo RL 144.
Eatágio 3 4 5 6
Força [kN] 3,4 5,5 8,0 10,8
Torque [Nm] 5,8 11,5 18,9 27,4
Tabela A.17– Resultado do ensaio com discos polidos para o óleo RL 133.
Eatágio 3 4 5 6 7 8 9
Força [kN] 3,6 5,4 8,0 10,7 14,9 18,4 24,8
Torque [Nm] 7,8 12,5 19,6 26,4 36,3 84,0 105,9
Tabela A.18– Resultado do ensaio com discos polidos para o óleo ENG.
Eatágio 3 4 5 6 7 8 9 10
Força [kN] 3,4 5,1 7,7 10,8 14,5 18,9 23,1 29,7
Torque [Nm] 6,1 11,1 18,7 29,0 41,3 67,0 76,5 90,0
Tabela A.19– Resultado do ensaio com discos polidos para o óleo HID.
Eatágio 3 4 5 6 7 8 9
Força [kN] 3,6 5,5 7,9 10,8 14,6 19,2 24,1
Torque [Nm] 5,1 8,1 14,2 21,5 29,2 40,9 59,6
Tabela A.20– Resultado do ensaio com discos polidos para o óleo TUR.
Eatágio 3 4 5 6 7 8
Força [kN] 3,2 5,4 7,8 10,9 14,6 19,6
Torque [Nm] 4,4 8,4 14,7 23,8 33,6 52,2
116