1º TESTE DE AVALIAÇÃO | 2º PERÍODO | PORTUGUÊS – 5º ANO

Grupo I

A
Lê uma entrevista a Isabel Alçada.

A leitura é um "desporto para todos"

Isabel Alçada, professora e coautora da coleção "Uma Aventura", dedica-se há 19 anos a escrever para
crianças. Em conjunto com Ana Maria Magalhães já vendeu seis milhões de livros. Desde muito jovem que
o "bichinho" da escrita a acompanha. Para incentivar os seus alunos a ler começou a escrever histórias nas
aulas. Hoje em dia é considerada um fenómeno da literatura infantojuvenil portuguesa. Em entrevista ao
Urbi et Orbi revela um segredo: "a leitura é um desporto para todos". […]

Urbi et Orbi: Como é que surgiu o interesse pela escrita?

Isabel Alçada: Já em pequena gostava muito de escrever. Na instrução primária tive uma professora que
também era escritora. Chamava-se Alice Gomes e fazia uma coisa pouco habitual na época: lia em voz
alta as histórias que os alunos escreviam na aula. Quando ela lia as minhas eu ficava entusiasmadíssima.
[…]
U@O: A parceria com a Ana Maria Magalhães aparece porquê?
I.A.: Fizemos estágio para professoras juntas. Trabalhávamos e preparávamos as aulas em conjunto e
entendíamo-nos muitíssimo bem. Um dia, andávamos à procura de textos para os nossos alunos lerem e,
como não encontrávamos nada que nos agradasse, ocorreu-nos escrever uma história. Os miúdos
gostaram imenso e sentimo-nos encorajadas a continuar. A partir daí escrevemos mais histórias.
Assinávamos "Anelalsães" para que os alunos não soubessem que éramos nós as autoras e estivessem
mais à vontade para dizerem se tinham gostado ou não. E foi assim que começámos.
U@O: Os livros que escreve são para crianças e jovens. Nunca pensou escrever para adultos?
I.A.: Não! Este projeto é bastante pensado e já dura há 19 anos. A nossa vocação é, por isso, trabalhar
para os mais novos. O facto de sermos professoras também contribui para esta nossa atitude.
[…]
U@O: Os vossos objetivos enquanto escritoras estão atingidos?
I.A.: Nós consideramos que o nosso objetivo principal de ajudar a criar o gosto pela leitura foi atingido.
Tentamos escrever histórias atraentes de forma a que os jovens percorram as páginas com entusiasmo,
acabem o livro e sintam vontade de retomar a leitura. Recebemos dezenas e dezenas de cartas e de uma
maneira geral sentimos que os leitores "entram" nas nossas histórias. Houve até o caso de um leitor que
nos escreveu por causa de uma peripécia do livro "Uma Aventura na Serra da Estrela". Nesta história há
uma cena na qual os personagens, a dada altura, são atirados pelos bandidos para dentro de um poço sem
água e cheio de silvas. Os nossos heróis não se magoam porque a vegetação lhes amorteceu a queda.
Ficam presos e são salvos por um grupo de escuteiros.
[…]
U@O: Ainda consegue ter tempos livres para ocupar?
I.A.: Sim, claro que tenho. Gosto muito de ler. Não concebo a minha vida sem ler. Às vezes estou tão
entusiasmada com a leitura que até leio nos sinais de trânsito! Quando há engarrafamentos, claro! Gosto
muito de ouvir música..., vou muito a concertos e exposições com o meu marido, faço jardinagem e
também gosto de ver televisão.
[…]
(texto adaptado e com supressões)
http://www.urbi.ubi.pt/010821/edicao/81entrev_isabel.html

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 2º TESTE DE AVALIAÇÃO | 1º PERÍODO | PORTUGUÊS – 5º ANO

1. Assinala com X as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F), de acordo com o sentido do
texto.

V F

a. Isabel Alçada é professora há dezanove anos.

b. As autoras da coleção “Uma aventura” conheceram-se quando se

juntaram para escrever o primeiro livro.

c. Os textos das autoras eram lidos pelos seus alunos.

d. Recentemente, Isabel Alçada começou a escrever para adultos.

e. A escritora pretende que os seus textos estimulem o gosto pela

leitura.

2. Assinala com X se as frases seguintes exprimem factos ou opiniões.

Facto Opinião

a. “Já em pequena gostava muito de escrever.”

b. “Os miúdos gostaram imenso e sentimo-nos encorajadas a

continuar.”

c. “Nós consideramos que o nosso objetivo principal de ajudar a

criar o gosto pela leitura foi atingido.”

d. A vida da escritora é muito empolgante.

e. “Os nossos heróis não se magoam porque a vegetação lhes

amorteceu a queda.”

B
Lê, com atenção, o texto seguinte.
— Quem? Mas quem?
— É inacreditável!
— Inconcebível! Sou professora há vinte anos e nunca vi nada parecido!
— Palavra de honra, que não posso imaginar qual foi a ideia!
5 — Uma coisa assim!
— Quem é que pode ter feito uma coisa destas? Mas quem?

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 2º TESTE DE AVALIAÇÃO | 1º PERÍODO | PORTUGUÊS – 5º ANO

Naquela manhã, parecia que um vento de loucura tinha varrido a escola. Os

professores discutiam acaloradamente ao cimo da escada e em grupos, espalhados ao
acaso a gesticular, a bramar, a barafustar. Pareciam furiosos e assustados também... Os
alunos corriam todos na mesma direção, chamando os colegas:
1 — Anda ver!
0 — Que barraca!
— Quem terá sido?
A balbúrdia era enorme! As gémeas pararam surpreendidas. Que seria aquilo? Já
tinha tocado, mas ninguém parecia importar-se, o que lhes dava muito jeito, porque,
nessa manhã, o despertador não tinha funcionado e elas vinham com medo de já ter
1 falta. […]
5 — O que é que terá acontecido, ó Luísa?
— Sei lá! Coisa boa é que não foi... Tentaram perguntar a um colega, mas ele limitou-se
a dizer:
— Venham daí, venham... As gémeas encolheram os ombros e seguiram-no, escada
abaixo, curiosas.
2 — Parece que... A Teresa parou, estupefacta. Não era para admirar que a escola
0 estivesse naquele desvario! A toda a volta de um dos pavilhões, alguém tinha escavado
um fosso! Tinham mesmo furado o cimento que havia na frente e num dos lados, e, com
ferramentas poderosas, tinham aberto uma espécie de vala durante a noite!
— Isto é espantoso! — murmurou a Luísa, mal acreditando no que via.
— Para quê? Mas para quê? — repetia uma professora ali ao lado.
2 Realmente, não se entendia a finalidade daquela obra absurda. A escola em peso
5 concentrava-se ali, sem saber o que pensar. Toda a gente discutia o assunto, toda a gente
dava palpites, trazendo para a conversa ideias perfeitamente loucas! E os mais novos,
divertiam-se, radiantes, a saltarem sobre o fosso, ora tomando balanço para atingir a
porta do pavilhão ora saltitando a pés juntos, de dentro para fora e de fora para dentro.
Como tinha chovido de madrugada, no fundo do fosso havia uma altura de água que
3 tornava os saltos ainda mais excitantes. Quem caísse lá dentro, caía à água! Talvez por
0 isso, um dos rapazes lembrou-se dos castelos rodeados de água por todos os lados, com
uma ponte levadiça na porta principal... E, sem dizer nada a ninguém, correu em busca
de uma tábua grossa e larga que pudesse servir de ponte! Como ali perto havia um
prédio em obras, não lhe foi difícil encontrar o que queria. E, exultante com o seu
achado, estendeu a tábua sobre o fosso, e gritou, correndo-lhe por cima:
3 — Ao ataque! Ao ataque! Vou conquistar este castelo! O desafio não ficou sem
5 resposta. Em poucos instantes, tinham-se formado vários grupos, uns da parte de dentro,
a defender, outros da parte de fora, a atacar, agitando paus, usando mochilas a fazer de
escudos, tudo na maior algazarra.
[…] A Teresa e a Luísa observavam aquilo tudo, deliciadas! Estava uma manhã linda, de
Outono. Um ventinho fresco dispersara um pouco as nuvens, que se amontoavam no
4 céu, tomando formas esquisitas e várias tonalidades, desde o branco muito branco até ao
0 quase cinzento. O céu via-se às tiras, de um azul luminoso e brilhante. E o Sol
derramava raios dourados sobre aquela cena louca, que os miúdos animavam com os

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 2º TESTE DE AVALIAÇÃO | 1º PERÍODO | PORTUGUÊS – 5º ANO

seus gritos, simulando guerras. E a certeza de que a primeira aula já lá ia, pois faltavam
poucos minutos para tocar, ajudava a tornar aquela manhã de escola numa manhã
inesquecível.
4 […]
5 Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Uma Aventura na Escola, Editorial Caminho, Coleção, nº8
(texto com supressões)

1. Assinala com X, de 1.1. a 1.4., a opção que completa cada frase de acordo com o sentido do
texto.

1.1. O início do texto é, predominantemente,

a) descritivo.
b) narrativo.
c) dialogal.

1.2. A palavra “inconcebível” (linha 3), no contexto em que ocorre, adquire o sentido de
a) inaceitável.
b) insatisfatório.
c) insuficiente.

1.3. No segmento textual, “Naquela manhã, parecia que um vento de loucura tinha
varrido a escola.” (linha 7) o recurso expressivo presente é
a) personificação.
b) comparação.
c) adjetivação.

1.4. No segmento textual “o que lhes dava muito jeito, porque, nessa manhã, o
despertador não tinha funcionado.” (linhas 14 e 15), o conector destacado tem valor de
a) causa.
b) contraste.
c) tempo.

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2. A partir da leitura da narrativa, indica:

a) as personagens

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b) o tempo

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c) o espaço

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3. Caracteriza o ambiente na escola, quando as gémeas chegaram.

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4. Retrata a atitude dos professores.

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4.1. Explica por que razão eles reagiram desse modo.

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5. Refere o comportamento dos alunos mais novos, comprovando a tua resposta com elementos
textuais.

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 2º TESTE DE AVALIAÇÃO | 1º PERÍODO | PORTUGUÊS – 5º ANO

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6. Considerando o sentido do texto, explica a afirmação: “E a certeza de que a primeira aula já

lá ia, pois faltavam poucos minutos para tocar, ajudava a tornar aquela manhã de escola numa
manhã inesquecível.” (linhas 48 e 49)

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7. Associa cada uma das frases da primeira coluna (A) à intenção com que foi dita (coluna B).

A B

a. “— Isto é espantoso!” (linha 25) 1. exprimir surpresa

b. “A Teresa e a Luísa observavam aquilo tudo, deliciadas!” (linha 43)
2. exprimir agrado
c. “— Inconcebível! Sou professora há vinte anos e nunca vi nada
3. dar uma ordem
parecido!” (linha 3)
4. mostrar descontentamento
d. “— Anda ver!” (linha 10)

Grupo II

1. Completa as frases com advérbios com o valor indicado entre parênteses.

a) A professora sentia-se _____________(quantidade e grau) insatisfeita.

b) ______________ (interrogativo) tomaria ele uma decisão definitiva?
c) Ele _______________(tempo) tinha decidido voltar para a escola.
d) A professora_______________(negação) queria estar ___________(lugar).
e) O tempo passava tão _______________ (modo)!

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 2º TESTE DE AVALIAÇÃO | 1º PERÍODO | PORTUGUÊS – 5º ANO

2. Identifica o tempo, o modo, a pessoa e o número das formais verbais seguintes.

a) Sou (linha 3):
______________________________________________________________________
b) discutiam (linha 8):
______________________________________________________________________
c) tinha tocado (linhas 13 e 14):
______________________________________________________________________
d) encolheram (linha 19):
______________________________________________________________________
e) ia (linha 48):
______________________________________________________________________
f) dispersara (linha 44):
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3. Seleciona com X a frase que contém a forma verbal no modo imperativo:

a. “Os empregados andavam de um lado para o outro,…” _____

b. “— Anda ver! .” _____

c. “Vou conquistar este castelo!” _____

4. Coloca no respetivo lugar do quadro as seguintes palavras, de acordo com o seu

processo de formação:
certamente, desfeito, ortografia, livrinho, desfazer, reviver,
biblioteca, impossível, imparcialmente, silencioso

Palavras derivadas por

Palavras compostas
sufixação prefixação prefixação e sufixação

Grupo III
Escreve um breve texto de opinião sobre um livro que já tenhas lido.
O teu texto, com um mínimo de 100 e um máximo de 160 palavras, deve respeitar as seguintes
indicações:

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 2º TESTE DE AVALIAÇÃO | 1º PERÍODO | PORTUGUÊS – 5º ANO

- refere o livro ou o filme, dizendo se te agradou ou não (um parágrafo);

- apresenta duas razões que justifiquem a tua opinião (dois parágrafos);
- redige uma conclusão, reforçando o ponto de vista que defendeste (um parágrafo).
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